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Revista Nota 10 - Fundação ArcelorMittal Brasil

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ano 7 | nº 31 | novembro/dezembro de 2OO7<br />

As discussões acerca da preservação ambiental extrapolam a<br />

conservação de áreas verdes e a economia de recursos naturais.<br />

É preciso também refletir sobre a forma como os espaços públicos<br />

são utilizados. Esse foi o tema do 16º Prêmio <strong>ArcelorMittal</strong> de<br />

Meio Ambiente, que reuniu os vencedores em cerimônia no<br />

Clube do Ipê, em Belo Horizonte.<br />

Páginas 4 e 5.<br />

Vencedores do<br />

Prêmio <strong>ArcelorMittal</strong><br />

de Meio Ambiente


2<br />

linha direta<br />

INSTRUMENTOS DE<br />

TRANSFORMAÇÃO<br />

Com sua língua afiada, o estilista Ronaldo Fraga,<br />

em entrevista ao <strong>Nota</strong> <strong>10</strong>, pôs o dedo na ferida:<br />

“A moda não é só Gisele Bündchen requebrando<br />

pra lá e pra cá. É preciso vê-la como instrumento<br />

de transformação”. Até em um ambiente<br />

glamouroso e aparentemente distante das mazelas<br />

sociais, como a passarela, é possível imaginar<br />

soluções criativas voltadas para a inclusão.<br />

Em parceria com uma ONG criada pelo Grupo<br />

Corpo, Fraga põe em prática a própria lição, coordenando<br />

oficinas de modelagem para jovens<br />

carentes. É a moda transformando o futuro.<br />

A mesma idéia funciona como eixo condutor<br />

dos programas da <strong>Fundação</strong> <strong>ArcelorMittal</strong> <strong>Brasil</strong>,<br />

algo comprovado por, pelo menos, duas matérias<br />

publicadas nesta edição: a da entrega do Prêmio<br />

<strong>ArcelorMittal</strong> de Meio Ambiente, que teve entre<br />

as vencedoras a estudante Ana Luiza Santos Pio.<br />

Ela e seus colegas formam, no município<br />

baiano de Prado, uma patrulha ecológica que não<br />

perde o futuro de vista.<br />

Outro exemplo de transformação é o trabalho<br />

dos comitês de voluntariado, retratado na coluna<br />

Programa <strong>Nota</strong> <strong>10</strong>. Envolve desde ações educacionais<br />

até programa de empreendedorismo<br />

juvenil e campanhas. A mais recente, a da árvore<br />

de Natal, soa, à primeira vista, como uma ação<br />

datada e pontual. Mas é uma impressão falsa. O<br />

sorriso escancarado de uma criança diante de um<br />

presente-surpresa também transforma.<br />

Estimular jovens a desenvolver espírito de cidadania, recolher<br />

doações para alegrar o Natal de crianças, coletar resíduos<br />

nos rios e conscientizar a população para os cuidados<br />

com o meio ambiente. Muita coisa para uma pessoa só? Não<br />

é o que pensa Ana Lúcia Luz de Brito Gomes, recepcionista<br />

da unidade de Sabará da Abeb Promoção da Saúde, que faz<br />

tudo isso e ainda mais: há um ano, ela matriculou-se no<br />

curso de Serviço Social. “Estou adorando, tem tudo a ver<br />

comigo”, afirma.<br />

Ana não descansa quando o que está em jogo é ajudar o<br />

próximo. Mesmo dividindo seu tempo entre dois empregos e<br />

>>> curtas<br />

RELÍQUIA FISCAL No dia primeiro de fevereiro de<br />

1957, a fábrica de molas Modelo<br />

pagou 155 mil cruzeiros para a<br />

Companhia Siderúrgica Belgo-<br />

Mineira pela compra de dez mil quilos<br />

de aço chato para molas. É o<br />

que consta da nota fiscal e do comprovante<br />

de recebimento, doados<br />

pelo cliente ao programa Memória<br />

Empresarial da <strong>ArcelorMittal</strong> <strong>Brasil</strong>, no início de novembro.<br />

Essa é a primeira vez que clientes colaboram com doações para o programa, fato comemorado<br />

pela coordenadora Isabella Carvalho de Menezes. “Os documentos mostram o<br />

outro lado da história e contam o que os clientes da empresa queriam e o que eles<br />

julgavam importante guardar”, afirma. O Memória Empresarial foi criado no ano 2000 e,<br />

desde então, vem recolhendo material para compor acervo que resgata a história do setor<br />

de longos da <strong>ArcelorMittal</strong> no país.<br />

Documento doado ao<br />

Programa Memória<br />

Empresarial da<br />

<strong>ArcelorMittal</strong> <strong>Brasil</strong><br />

ARTESANATO DE RECICLAGEM<br />

Entre os dias 12 e 19 de dezembro, o hall do Escritório Central Administrativo de Belo<br />

Horizonte abrigou exposição de trabalhos em artesanato feitos pelos jovens do Grupo de<br />

Geração de Renda da Rede Colaborativa de Sabará. Estavam à venda objetos<br />

ornamentais, utilitários, moda, peças sacras, bijuterias, entre outros. Tudo feito a partir de<br />

materiais recicláveis.<br />

>>> pró-voluntário<br />

VOLUNTÁRIA EM<br />

TEMPO INTEGRAL<br />

a faculdade, ela arruma uma brecha para contribuir com o projeto<br />

Para ser Feliz, desenvolvido pelo programa Pró-Voluntário<br />

da <strong>ArcelorMittal</strong> Sabará. “No início, eu participava do projeto<br />

com atividades artísticas aos sábados. Hoje o tempo ficou mais<br />

curto e passei a me dedicar às atividades festivas”, revela.<br />

O projeto atende a 42 crianças encaminhadas pelas escolas<br />

da rede pública de Sabará e tem por objetivo a promoção<br />

social, a melhoria do relacionamento interpessoal e a qualidade<br />

de vida. “O Para ser Feliz é a oportunidade que tenho<br />

de dedicar um pouco do meu tempo ao bem-estar social”,<br />

afirma a voluntária Ana Lúcia.<br />

Ana Lúcia e as<br />

crianças do projeto<br />

Para ser Feliz<br />

FOTO: ARQUIVO PESSOAL


PEAS EM CINCO TEMPOS<br />

O Programa de Educação Afetivo-Sexual (Peas), desenvolvido<br />

pela <strong>Fundação</strong> <strong>ArcelorMittal</strong> <strong>Brasil</strong>, em parceria com as<br />

unidades locais, a Abeb, <strong>Fundação</strong> Odebrecht e com as secretarias<br />

de educação, saúde, ação social e justiça dos municípios<br />

de atuação da empresa, promove atividades com adolescentes<br />

de várias cidades. Nos últimos meses, os comitês do programa<br />

foram movimentados com encontros de jovens. Confira algumas<br />

atividades:<br />

SEMEANDO GRÃOS<br />

DO FUTURO<br />

Esse foi o tema do 3º Encontro anual de Adolescentes, em João<br />

Monlevade, que reuniu mais de 30 jovens no dia 2 de dezembro.<br />

Participaram adolescentes vinculados ao projeto Semear – trabalho<br />

realizado com menores em conflito com a lei – atendidos pelo Peas,<br />

em ação conjunta com o Fórum da cidade. A programação incluiu<br />

atividades de lazer e reflexão, com o objetivo de valorizar o potencial<br />

e talento dos jovens e alertar sobre a importância de assumir comportamentos<br />

conscientes frente aos desafios do cotidiano.<br />

COMPARTILHAR<br />

PARA CRESCER<br />

Os nove municípios participantes do Programa de Educação<br />

Afetivo-Sexual reuniram-se nos dias 29 e 30 de outubro no<br />

1º Fórum do Peas. A pauta do encontro incluiu troca de experiências<br />

e aprofundamento de competências dos participantes, oriundos<br />

de Carbonita, Contagem, Itaúna, João Monlevade, Juiz de Fora e<br />

Sabará, em Minas Gerais, Cariacica (ES), Feira de Santana (BA) e<br />

São Paulo (SP).<br />

"Esse tipo de encontro faz com que as pessoas tomem conhecimento<br />

do que os outros comitês estão fazendo; a experiência de um<br />

pode auxiliar os outros", avalia Zulmira Braga, gerente de Promoção<br />

Social e Educação da <strong>Fundação</strong>.<br />

Uma palestra com o professor Antônio Carlos Gomes da Costa<br />

sobre o papel do educador na formação dos jovens abriu o encontro.<br />

Em seguida, cada município compartilhou com os demais<br />

participantes sua experiência por meio da apresentação de um case.<br />

O evento aconteceu no Hotel Tauá, na cidade de Caeté, próximo a<br />

Belo Horizonte.<br />

Troca de experiências<br />

para fomentar<br />

atividades dos comitês<br />

>>> educação e saúde<br />

PARTICIPAÇÃO ATIVA<br />

Em Sabará, os jovens foram mais que o público-alvo do Encontro<br />

de Adolescentes do Peas - Manhã Peas, em <strong>10</strong> de novembro. Eles<br />

também ajudaram na organização do evento, que contou com a participação<br />

de cerca de 600 jovens, moradores do bairro Nossa<br />

Senhora de Fátima. Foram realizadas atividades recreativas, esportivas<br />

e artísticas e oficina de escultura, além de apresentações de capoeira,<br />

teatro, dança gospel e música.<br />

TRABALHO EM EQUIPE<br />

A integração das escolas ligadas ao Peas de Juiz de Fora foi o foco do encontro<br />

que reuniu 240 alunos e educadores na Escola Municipal Olinda de<br />

Paula, em 19 de outubro. Das dez instituições de ensino que marcaram presença,<br />

seis já haviam sido capacitadas pelo Programa em anos anteriores.<br />

Os adolescentes debateram, em grupos, temas como métodos<br />

contraceptivos, DST/Aids e gravidez na adolescência. Ao final, as equipes<br />

apresentaram uma síntese do que foi discutido e as<br />

conclusões.<br />

CONHECIMENTOS<br />

EM PRÁTICA<br />

Os adolescentes que participam do Peas em Feira de Santana<br />

apresentaram, em 5 de dezembro, as principais lições aprendidas com<br />

o programa. Com orientação dos professores e coordenadores, os<br />

jovens elaboraram palestras e peças teatrais para transmitir sua<br />

mensagem aos participantes do encontro, que reuniu cerca de 300<br />

pessoas na Escola Municipal Comendador Jonatas Teles de Carvalho.<br />

ARQUIVO FUNDAÇÃO ARCELORMITTAL BRASIL<br />

3


4<br />

>>> meio ambiente<br />

OS OLHOS QUE PATRULHAM<br />

Cerimônia no Clube do Ipê<br />

reúne vencedores do<br />

Prêmio <strong>ArcelorMittal</strong> de<br />

Meio Ambiente<br />

O dia 26 de outubro de 2007 ficará na<br />

memória das nove crianças ganhadoras da 16ª<br />

edição do Prêmio <strong>ArcelorMittal</strong> de Meio Ambiente.<br />

A premiação no Clube do Ipê, em Belo Horizonte,<br />

homenageou os vencedores, selecionados entre<br />

os 340 mil estudantes de 740 escolas, 38 municípios<br />

e quatro estados que concorreram ao prêmio,<br />

além de filhos de empregados de unidades<br />

brasileiras da <strong>ArcelorMittal</strong>. Em clima de muita alegria,<br />

os jovens se divertiram com jogos e brincadeiras<br />

ao ar livre enquanto esperavam pelo<br />

momento da premiação.<br />

A eleição dos melhores foi feita em duas etapas,<br />

uma regional e outra corporativa. Os escolhidos<br />

da primeira receberam um prêmio<br />

equivalente a três salários-mínimos e se classificaram<br />

para a etapa corporativa, a finalíssima, da<br />

qual saíram os vencedores, que receberam um<br />

troféu e uma caderneta de poupança no valor de<br />

cinco salários-mínimos.<br />

Em 2007, o Prêmio teve como tema De olho<br />

na cidade, que incentivou reflexão sobre o uso<br />

dos espaços públicos. Ana Luiza Santos Pio, estudante<br />

da cidade de Prado, na Bahia, região de<br />

atuação da <strong>ArcelorMittal</strong> Florestas, foi um dos<br />

vencedores da categoria redação para 7ª e 8ª<br />

séries. Ana participa, junto com outros alunos<br />

voluntários, da Patrulha Ecológica de Cumurú, que<br />

realiza trabalho de conscientização em sua cidade.<br />

Para ela, o seu trabalho de “patrulheira” do meio<br />

ambiente auxiliou na construção da redação.<br />

Sem medo de escrever<br />

Mas Ana Luiza tem a exata noção de que as<br />

palavras não podem se dispersar ao vento. “Não<br />

adianta nada preparar uma redação bonita, se a<br />

gente não agir de acordo com o que fala e escreve”,<br />

ensina. Para quem quer começar a en-<br />

veredar pelo mundo da escrita, a garota dá um<br />

conselho: “leia bastante, e de tudo: revistas, livros,<br />

jornais. E não tenha medo de começar a escrever”.<br />

Sugestão parecida foi dada por Luiz Fernando<br />

Silva, estudante da cidade de Vespasiano, Minas<br />

Gerais, onde atua a BMB, o outro vencedor da categoria<br />

redação para 7ª e 8ª séries. E as dicas<br />

iguais não são meras coincidências. Os dois estudantes<br />

fizeram redações bem semelhantes. Como<br />

a distância que os separa é muito grande, nem dá<br />

pra dizer que foi cola. O próprio Luiz explica as<br />

coincidências: “O tema é o mesmo, por isso é fácil<br />

ter pontos de contato. Além disso, o meio ambiente<br />

é muito discutido e os jovens estão ligados<br />

nesse assunto”. A afinação entre os dois não deixa<br />

dúvida do mérito do primeiro empate da história<br />

do prêmio.<br />

Carolina Lana<br />

Castilho e sua<br />

mãe Maria<br />

Cristina Lana<br />

Castilho<br />

FOTO: EDUARDO ROCHA<br />

Ana Luiza Santos<br />

Pio e Luiz Fernando<br />

Silva, vencedores<br />

da categoria<br />

redação para 7ª<br />

e 8ª séries


AS CIDADES<br />

Quem não empatou foi Carolina Lana Castilho, vencedora da<br />

categoria redação para filho de empregado de 5ª e 6ª séries. Sua<br />

mãe, Maria Cristina Lana Castilho, secretária da Gerência de<br />

Planejamento Fiscal, do Escritório Central Administrativo de Belo<br />

Horizonte, estava mais feliz que a menina: “Mãe é assim: às vezes<br />

achamos que acreditamos muito, e nunca sabemos se estamos<br />

acreditando demais. Mãe empolga. E é sempre bom ver um filho<br />

conseguir algo que significa muito para ele”.<br />

Os vencedores<br />

Categoria Escola:<br />

1ª e 2ª séries:<br />

Larissa Maria Silva Maiélo<br />

<strong>ArcelorMittal</strong> Sabará<br />

3ª e 4ª séries:<br />

Letícia Simões Ribeiro<br />

<strong>ArcelorMittal</strong> Juiz de Fora<br />

5ª e 6ª séries:<br />

Valquíria Emerenciana<br />

Ferreira<br />

Usina Hidrelétrica<br />

Guilman Amorim<br />

7ª e 8ª séries:<br />

Ana Luiza Santos Pio<br />

<strong>ArcelorMittal</strong> Florestas<br />

Luiz Fernando Silva<br />

BMB Vespasiano<br />

FOTO: EDUARDO ROCHA<br />

Categoria Filho<br />

de Empregado:<br />

1ª e 2ª séries:<br />

Gleice Kelly Medeiros<br />

de Jesus<br />

BBA Osasco<br />

3ª e 4ª séries:<br />

Lucas Venijio Maggion<br />

BBA Osasco<br />

5ª e 6ª séries:<br />

Carolina Lana Castilho<br />

Escritório Central<br />

Administrativo<br />

7ª e 8ª séries:<br />

Tatiana Andrade<br />

Fernandes<br />

<strong>ArcelorMittal</strong> Piracicaba<br />

Memória<br />

preservada<br />

>>><br />

O Prêmio <strong>ArcelorMittal</strong> de Meio Ambiente<br />

também distinguiu escolas que desenvolveram trabalhos<br />

com o tema De olho na Cidade. Uma delas,<br />

a Estadual Dr. Leão de Araújo, elaborou projeto<br />

de memória dos bairros de João Monlevade.<br />

“O projeto surgiu da necessidade de levantar a nossa<br />

história e preservar uma diversidade que acaba sendo esquecida”,<br />

justifica a diretora Jassana Silva Laje.<br />

Outra escola premiada, a Associação Monlevadense de<br />

Ensino Cooperativo, estruturou um programa para<br />

conscientizar os moradores do entorno sobre a necessidade<br />

de preservar a natureza. De acordo com a<br />

coordenadora, Maria Luiza Jorge, o projeto já rende<br />

frutos. “Recebemos a doação de um lote ao lado<br />

da escola, que estava cheio de entulho, e que<br />

agora vai se transformar em área de conservação<br />

ambiental”.<br />

>>> Prêmio<br />

<strong>ArcelorMittal</strong><br />

de Meio<br />

Ambiente<br />

Alinhado ao objetivo 7:<br />

Garantir a sustentabilidade<br />

ambiental<br />

5


6<br />

programa<br />

NOTA<br />

<strong>10</strong><br />

SOLIDARIEDADE ORGANIZADA<br />

Programa coordena ações e fomenta<br />

iniciativas de trabalho voluntário no<br />

setor de longos da <strong>ArcelorMittal</strong><br />

Quando a vontade de ajudar se transforma em voluntariado organizado,<br />

os resultados não alcançam apenas as pessoas beneficiadas.<br />

Eles transformam a vida dos próprios voluntários e contagiam a sociedade<br />

com sua capacidade de mobilização. Na <strong>ArcelorMittal</strong>, muitos<br />

empregados já aprenderam essa lição. O programa Pró-Voluntário,<br />

criado pela <strong>Fundação</strong> <strong>ArcelorMittal</strong> <strong>Brasil</strong>, incentiva e coordena esforços<br />

para fazer com que o voluntariado na empresa seja uma prática contínua<br />

e frutífera.<br />

O programa foi criado há sete anos por meio de uma diretriz da<br />

<strong>Fundação</strong>, a quem compete apoiar e fomentar as atividades. O planejamento<br />

e a execução das ações estão a cargo de comitês criados em<br />

cada unidade da empresa.<br />

De 2000 até agora, seis comitês já arregaçaram as mangas: João<br />

Monlevade, Juiz de Fora, Sabará, Contagem, Belo Horizonte e Piracicaba.<br />

Na unidade de Cariacica, demais usinas do Setor Arames e área<br />

Comercial, em São Paulo, a mobilização começa este ano. Estima-se<br />

que cerca de 700 empregados em todo o Grupo estejam engajados<br />

no programa.<br />

PRÓ-VOLUNTÁRIO EM NÚMEROS<br />

Número de comitês 6<br />

Número de empregados engajados 700<br />

Campanhas realizadas* 25<br />

Ações promovidas* <strong>10</strong>0<br />

Entidades beneficiadas* 19<br />

Público beneficiado* 85 mil<br />

pessoas<br />

*Fonte: Relatório Anual de 2006<br />

>>> Programa Pró-Voluntário<br />

Alinhado aos oito objetivos do milênio: Erradicar a<br />

extrema pobreza e a fome (1); Atingir o ensino<br />

básico universal (2); Promover a igualdade de<br />

gênero e a autonomia das mulheres (3); Reduzir a<br />

mortalidade infantil (4); Melhorar a saúde materna<br />

(5); Combater o HIV/Aids, a malária e outras<br />

doenças (6); Garantir a sustentabilidade<br />

ambiental (7); Estabelecer uma parceria<br />

mundial para o desenvolvimento (8).<br />

Em boa hora<br />

Pode ser uma reforma, uma aula de reforço escolar ou doação de<br />

sangue. Para o que precisar, os integrantes do Pró-Voluntário estão<br />

prontos para pôr a mão na massa. As atividades promovidas incluem<br />

ações educacionais, de promoção social, assistência a dependentes<br />

químicos, mutirões para recuperação de escolas, asilos, creches e hospitais,<br />

campanhas de arrecadação, aulas de informática e empreendedorismo<br />

juvenil.<br />

"Podemos perceber os benefícios gerados para os empregados: a<br />

prática de novas funções e o desenvolvimento de habilidades pessoais<br />

e profissionais; fortalecimento do espírito de equipe; lealdade,<br />

satisfação, respeito e admiração à empresa e ao local de trabalho, além<br />

de estimular o crescimento pessoal", acredita Wellington Calijorne,<br />

gerente de Responsabilidade Social da <strong>Fundação</strong> <strong>ArcelorMittal</strong> <strong>Brasil</strong>.<br />

Para 2008, a <strong>Fundação</strong> está preparando campanha de comunicação<br />

sobre o tema para dar novo gás aos comitês. "Nossa meta é aumentar<br />

o número de empregados engajados e incentivar projetos com<br />

ações continuadas", planeja Wellington.<br />

Árvore,<br />

presente e... sorriso<br />

>>><br />

ARQUIVO FUNDAÇÃO ARCELORMITTAL BRASIL<br />

Voluntários de Monlevade capricham na pintura de<br />

fachada da Escola Estadual Manoel Loureiro<br />

Exemplo de iniciativa bem-sucedida do Pró-Voluntário é a Campanha de<br />

Natal criada pelo comitê de Belo Horizonte. Todos os anos, crianças de creches<br />

e orfanatos cadastrados pelo comitê colorem envelopes, que são recolhidos pelos<br />

voluntários e colocados em uma árvore de Natal na empresa. Dentro de cada um,<br />

constam informações como nome, idade, número das roupas e do calçado que a<br />

criança usa. Os empregados são, então, convidados a apadrinhar uma das crianças.<br />

Eles escolhem um envelope na árvore e presenteiam o remetente com um kit que<br />

deve conter roupa, par de sapatos, brinquedo e um presente-surpresa.<br />

Criada em 2003, a campanha fez tanto sucesso que os demais<br />

comitês implantaram a idéia em suas unidades. Em 2007, só na<br />

árvore de Belo Horizonte foram pendurados mais de<br />

1,2 mil envelopes.


GUARDIÕES DA CULTURA<br />

A partir deste ano, as ações ligadas à cultura,<br />

promovidas pela <strong>ArcelorMittal</strong> <strong>Brasil</strong>, são assunto<br />

do Comitê de Cultura. Formalizado no<br />

dia 20 de dezembro, o grupo é composto por<br />

representantes de setores da empresa –<br />

Presidência, Financeiro, Recursos Humanos,<br />

Comunicação, Jurídico e Comercial – e das<br />

unidades de Monlevade, Juiz de Fora, Piracicaba,<br />

Cariacica, BBA, <strong>ArcelorMittal</strong> Florestas e<br />

<strong>Fundação</strong>.<br />

Sua missão é elaborar a Política de Investimento<br />

Cultural (PIC) da empresa, que orientará<br />

a seleção de projetos na área. Após a<br />

aprovação do documento pela diretoria, o<br />

Comitê passa a monitorar sua implantação. "A<br />

formação do Comitê e a criação de uma<br />

Política vêm da necessidade de termos um<br />

modelo de gestão cultural, a exemplo do que<br />

acontece com outras grandes corporações",<br />

explica Marcelo Santos, gerente de Arte e<br />

Cultura da <strong>Fundação</strong> <strong>ArcelorMittal</strong> <strong>Brasil</strong>.<br />

A atuação do Comitê será pautada pelos valores<br />

da empresa e alinhada aos objetivos da<br />

<strong>Fundação</strong>. "Ele legitimará as ações e dará<br />

transparência e credibilidade ao processo de<br />

seleção de projetos”, ressalta. Os mesmos<br />

princípios sustentarão a formulação da Política<br />

SOB O MESMO<br />

GUARDA-CHUVA<br />

Os programas culturais agora<br />

estão sob o abrigo do guarda-chuva<br />

<strong>ArcelorMittal</strong> Cultural, caracterizado por<br />

uma identidade que associa os projetos<br />

gerenciados pela <strong>Fundação</strong> à marca<br />

do conglomerado siderúrgico que<br />

controla a <strong>ArcelorMittal</strong> <strong>Brasil</strong>. "Ao empregar<br />

esforços em determinados<br />

projetos, é preciso ter em mente a<br />

responsabilidade social e o retorno<br />

desse investimento para a companhia,<br />

seja na forma de marketing cultural ou<br />

na repercussão dos nossos valores",<br />

completa Marcelo.<br />

de Investimento Cultural, que também levará<br />

em conta recomendações da Unesco e da<br />

Agenda 21 da Cultura, entre outras referências.<br />

A expectativa é de que o documento esteja<br />

pronto em janeiro de 2008.<br />

Com a Política em mãos, cabe aos membros<br />

do Comitê gerenciar sua aplicação, deliberar<br />

pela aprovação de projetos culturais e avaliar<br />

os resultados dos investimentos. A implantação<br />

e o gerenciamento das atividades ficam<br />

a cargo da <strong>Fundação</strong>, que vai monitorá-las por<br />

meio de indicadores e relatórios.<br />

Gestão para resultados<br />

Adotar uma política definida para nortear as<br />

ações culturais se traduz em critérios eficientes<br />

para aplicação de investimentos. Para o gerente<br />

Marcelo Santos, a criação do Comitê e<br />

de diretrizes referendadas pela direção é fundamental<br />

para que a <strong>ArcelorMittal</strong> <strong>Brasil</strong> tenha<br />

uma política de investimentos focada em resultados.<br />

"É preciso trabalhar com critérios<br />

claros e objetivos para análise de projetos e indicadores<br />

que nos mostrem o retorno para a<br />

empresa", analisa.<br />

>>> gestão<br />

<strong>ArcelorMittal</strong><br />

<strong>Brasil</strong> cria comitê<br />

para gerenciar<br />

investimentos<br />

culturais da empresa<br />

Equipe multifuncional<br />

que compõe o<br />

Comitê de Cultura<br />

7


8<br />

>>> conversa franca<br />

“MODA É MAIS QUE O<br />

REQUEBRAR DE GISELE BÜNDCHEN”<br />

Não chega a ser novidade afirmar que<br />

a moda altera o comportamento social<br />

ou que reflete a sociedade. Mas<br />

quando ela sai da passarela para ajudar<br />

jovens que vivem em situação de risco na<br />

Região Metropolitana de Belo Horizonte,<br />

aí, sim, estamos diante de uma novidade.<br />

E o responsável por ela é o estilista<br />

mineiro Ronaldo Fraga, famoso por suas<br />

coleções que misturam humor, ousadia e<br />

crítica social. Ele se juntou à ONG Corpo<br />

Cidadão – projeto social do Grupo Corpo – para desenvolver oficinas de<br />

modelagem para jovens entre 13 e 18 anos. Em entrevista ao <strong>Nota</strong> <strong>10</strong>,<br />

Fraga conta sobre a iniciativa e seus desdobramentos.<br />

Como surgiu a idéia de usar a moda como veículo de<br />

inclusão social?<br />

Surgiu quando me aproximei da ONG Corpo Cidadão. Lá<br />

eles desenvolvem um espetáculo, ao longo de um ano, e<br />

os meninos aprendem tudo ligado à montagem: desde a<br />

iluminação até a coreografia que apresentam ao final do<br />

processo. A ONG me chamou para auxiliar no figurino, mas<br />

há três anos, eu pensei: “não tem graça essa coisa de, simplesmente,<br />

sentar e desenvolver essa coleção: preciso envolver<br />

os meninos na montagem”. Achei que seria uma<br />

oportunidade de construção de identidade e da auto-estima<br />

através da moda. Li em uma pesquisa que as crianças<br />

presas em Belo Horizonte por roubo o fazem, em primeiro<br />

lugar, para comprar roupas de marca. Achei que, de repente,<br />

poderia ser um caminho. E está sendo.<br />

Como a moda contribui para estimular a inclusão?<br />

Principalmente através da auto-estima. Ela ajuda na sua<br />

construção e apropriação. As crianças vêem que são capazes,<br />

com um traço, idéia ou análise, de pensar e discutir<br />

as suas escolhas e suas roupas. Aprendem a não olhar<br />

passivamente para uma vitrine como se fosse uma televisão<br />

de cachorro.<br />

Um fato curioso é que, no início, toda vez que tínhamos<br />

um exercício de desenho, as crianças colocavam as marcas<br />

das grifes que eles procuravam ou cultuavam como Puma,<br />

Nike ou Vide Bula. Hoje isso mudou. Quando desenham,<br />

colocam as suas próprias marcas.<br />

>>> expediente<br />

Quais os próximos passos do projeto?<br />

No início, a idéia era o exercício através do traço,<br />

do desenho de moda. Agora existe um projeto,<br />

com ajuda, inclusive, de financiadores, que prevê a<br />

montagem de oficinas de costura. Espero que no futuro<br />

esse projeto envolva toda família, de modo a<br />

trazer as mães para as aulas de modelagem e de costura<br />

e os pais para as de estamparia. Talvez isso vire<br />

uma cooperativa.<br />

Como você, várias pessoas de projeção estão se envolvendo<br />

em atividades de cunho social. A que atribui<br />

esse movimento?<br />

Vivemos em um mundo extremamente confuso, onde as<br />

pessoas têm vontade de ajudar e não sabem como. Elas<br />

querem se envolver, mas não confiam em algumas instituições.<br />

O envolvimento de celebridades, na maioria das<br />

vezes, é uma via de mão dupla. É claro que tem muita<br />

celebridade tirando proveito disso, mas elas também estão<br />

chamando atenção para projetos muito bacanas. Esse<br />

movimento é reflexo de um desconforto, um desconforto<br />

que não é meu, nem seu, mas de toda sociedade.<br />

Qual a importância de projetos como o seu, hoje em<br />

dia, no <strong>Brasil</strong>?<br />

Para a moda brasileira eu acho que, sem dúvida alguma, é<br />

uma oportunidade de pensá-la para além do território da<br />

passarela. As pessoas têm que parar de achar que moda é<br />

só Gisele Bündchen requebrando pra lá e pra cá. É preciso<br />

vê-la como instrumento de transformação.<br />

nota <strong>10</strong> é uma publicação trimestral da <strong>Fundação</strong> <strong>ArcelorMittal</strong> <strong>Brasil</strong> | Av. dos Andradas, 1.093 • Santa Efigênia •<br />

CEP 30.120-0<strong>10</strong> • Belo Horizonte • MG | Telefone (31) 3048-6262 | GERENTE-GERAL Leonardo Gloor | JORNALISTA RESPONSÁVEL<br />

Ana Amélia Gouvêa (MTb 4843/MG) | PRODUÇÃO EDITORIAL BH Press Comunicação | PROJETO GRÁFICO Idéias Bizarras |<br />

EDITORAÇÃO Alvaro Lino | FOTO DE CAPA Eduardo Rocha | IMPRESSÃO Pampulha Editora Gráfica | TIRAGEM <strong>10</strong>.300 exemplares<br />

ARQUIVO PESSOAL<br />

Ronaldo: desconforto social


encarte do jornal nota 1O nº 31 | nov/dez 2OO7<br />

>>> negócios<br />

O LIXO QUE VALE OURO<br />

Fiemg mantém “pregão” para a<br />

compra e venda de resíduos<br />

O ditado O lixo de um é o ouro do outro expressa com precisão<br />

o trabalho executado pela Bolsa de Resíduos da Federação das<br />

Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Na bolsa, as empresas<br />

anunciam a compra e venda de sobras, resíduos e matérias-primas<br />

sem uso em um site administrado pela entidade, como explica<br />

o assistente de tecnologia Eduardo Martins da Costa, engenheiro<br />

pós-graduado em gestão ambiental. Em um ano de operação, a<br />

bolsa já tem 345 empresas cadastradas, a maioria de Minas Gerais.<br />

A iniciativa é a única em Minas, mas não a primeira. A bolsa se<br />

baseou em uma experiência de 14 anos atrás, do Centro Industrial<br />

e Empresarial de Minas Gerais (Ciemg), que mantinha um 'classificados'<br />

com todos os resíduos disponíveis para venda. O sistema<br />

criado pela Ciemg funcionava por mala direta, com atualização<br />

mensal.<br />

Segundo o engenheiro, a demora na atualização acabou enfraquecendo<br />

o modelo até ele deixar de existir. Com a nova bolsa, esse risco<br />

não existe, pois ela se beneficia dos avanços da tecnologia e funciona<br />

pela internet. “As atualizações são instantâneas e é muito mais fácil de<br />

consultar”, explica Eduardo da Costa.<br />

A Bolsa de Resíduos aponta caminhos para a sustentabilidade das<br />

empresas e do meio ambiente. “Comercializando os resíduos, as indústrias<br />

conseguem lucrar com o lixo, além de impedir que ele seja<br />

lançado no meio ambiente”, afirma Eduardo. Desde que foi criada, a<br />

Bolsa teve 334 anúncios, entre oferta, procura e doações.<br />

Dos resíduos negociados, 28% são plásticos, mas a<br />

bolsa também comercializa materiais orgânicos,<br />

papéis, pilhas e<br />

baterias, têxteis,<br />

vidros, lâmpadas,<br />

borracha,<br />

químicos e<br />

óleos, entre<br />

outros.


gestão<br />

TEAR DISCUTE METODOLOGIA<br />

DE TRABALHO E ÉTICA<br />

Seminário no Rio de Janeiro<br />

reuniu lideranças das empresas<br />

vinculadas ao programa<br />

Representantes de sete pequenas e médias empresas de São<br />

Paulo e Minas Gerais que figuram na cadeia produtiva da<br />

<strong>ArcelorMittal</strong> <strong>Brasil</strong> participaram, no dia 27 de novembro, no Rio<br />

de Janeiro, do 2º Seminário Regional do Tear, programa de<br />

compartilhamento de práticas de sustentabilidade, coordenado<br />

pelo Instituto Ethos.<br />

Ao todo, o encontro reuniu mais de 250 lideranças de empresas<br />

vinculadas às cadeias produtivas do programa. O evento foi<br />

aberto pelo diretor-executivo do Instituto, Paulo Itacarambi, que<br />

discorreu sobre o novo papel das empresas e o impacto de sua<br />

atuação sobre a economia, meio ambiente e aquecimento<br />

global. “Hoje, não basta ter preço e qualidade. É preciso ter sustentabilidade”,<br />

disse Itacarambi.<br />

O encontro também marcou o lançamento da publicação<br />

Metodologia Tear de trabalho em cadeia de valor, uma espé-<br />

O programa envolve sete cadeias<br />

produtivas, nove empresas-âncora e<br />

<strong>10</strong>8 pequenas e médias empresas.<br />

Seu objetivo é construir um ambiente<br />

favorável à ampliação das oportunidades<br />

de negócio a partir do<br />

conceito de sustentabilidade.<br />

Com orçamento de 2,6 milhões de<br />

dólares, é uma iniciativa do Instituto<br />

Ethos de Empresas e Responsabilidade<br />

Social em convênio com o<br />

Fundo Multilateral de Investimentos<br />

do Banco Interamericano de Desenvolvimento<br />

(BID). A <strong>ArcelorMittal</strong><br />

<strong>Brasil</strong> é a âncora da cadeia da<br />

siderurgia, formada por 14 médias e<br />

pequenas empresas.<br />

O2 | boletim do sre<br />

Encontro no Rio de<br />

Janeiro reuniu mais<br />

de 250 lideranças<br />

envolvidas no programa<br />

FOTO: ARQUIVO PETROBRAS<br />

cie de guia que permite que o tema da responsabilidade empresarial<br />

possa ser trabalhado na cadeia de valor das organizações<br />

participantes. A metodologia está disponível para cópia na<br />

página do Instituto Ethos (www.ethos.org.br).<br />

Ética e liberdade<br />

Outro destaque do seminário foi a reflexão sobre ética e conduta<br />

nas empresas feita pelo filósofo Mário Sérgio Cortella. Para<br />

ele, ética só existe em ambientes onde há liberdade de escolha.<br />

“Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém”, lembrou Cortella,<br />

citando o apóstolo Paulo, numa das cartas aos coríntios. Ética,<br />

segundo Cortella, “é o conjunto de valores e princípios que você<br />

utiliza para a sua conduta, fundamentada em três questionamentos:<br />

quero, devo, posso?”<br />

Paulo Itacarambi,<br />

do Ethos: novo papel<br />

das empresas em<br />

cenário marcado pela<br />

sustentabilidade


FOTO: ARQUIVO PETROBRAS<br />

>>> Programa Tear<br />

Alinhado aos oito objetivos do milênio: Erradicar a<br />

extrema pobreza e a fome (1); Atingir o ensino<br />

básico universal (2); Promover a igualdade de<br />

gênero e a autonomia das mulheres (3); Reduzir a<br />

mortalidade infantil (4); Melhorar a saúde materna<br />

(5); Combater o HIV/Aids, a malária e outras<br />

doenças (6); Garantir a sustentabilidade<br />

ambiental (7); Estabelecer uma parceria<br />

mundial para o desenvolvimento (8).<br />

AS BASES DE UMA<br />

EMPRESA SUSTENTÁVEL<br />

Participantes do Tear preenchem indicadores<br />

para avaliar estágios de sua administração<br />

Como medir o caráter sustentável da gestão de uma empresa? Essa pergunta começa a ser<br />

respondida pelas organizações que integram as sete cadeias produtivas vinculadas ao<br />

Programa Tear – Tecendo Redes Sustentáveis. Elas preencheram os chamados indicadores<br />

da linha de base, elaborados pelo Instituto Ethos exatamente para avaliar o estágio de gestão<br />

das empresas e sua aderência a temas ligados à sustentabilidade.<br />

Das 87 pequenas e médias empresas que se submeteram à avaliação proposta pela linha<br />

de base, 14 estão sob o “guarda-chuva” da cadeia da siderurgia, liderada pela <strong>ArcelorMittal</strong><br />

<strong>Brasil</strong>. Ao todo, o Tear envolve <strong>10</strong>8 organizações.<br />

Os indicadores foram preenchidos um ano depois do ingresso das empresas no Tear, iniciado<br />

no princípio de 2007. Eles voltarão a ser aplicados ao final de 2008, justamente no encerramento<br />

do programa. “O objetivo é dimensionar a evolução das empresas nesse período”,<br />

explica a analista de projetos Priscilla Dutra, da <strong>Fundação</strong> <strong>ArcelorMittal</strong> <strong>Brasil</strong>. Segundo ela, os<br />

indicadores funcionam como uma espécie de prestação de contas ao Banco Interamericano<br />

de Desenvolvimento (BID), financiador do programa.<br />

A linha de base do Instituto Ethos envolve os seguintes itens: identificação (perfil da empresa),<br />

aprimoramento da gestão sustentável, cadeia de valor (busca aferir se as empresas pretendem<br />

estender o compartilhamento de práticas a organizações de sua cadeia produtiva),<br />

indicadores econômicos, indicadores socioambientais e avaliação.<br />

Informações detalhadas<br />

O preenchimento dos indicadores representa uma novidade para as empresas da cadeia<br />

da <strong>ArcelorMittal</strong> <strong>Brasil</strong> envolvidas no programa. “Sempre preparamos balanços gerenciais, mas<br />

a linha de base do Tear é mais complexa, exige um alto grau de detalhamento das informações”,<br />

avalia o empresário César José Volpe, proprietário da Volpe, prestadora de serviços<br />

da <strong>ArcelorMittal</strong> Juiz de Fora especializada em rebobinamento de arame. Apesar da dificuldade<br />

inicial, Volpe acredita que a empresa, ao dominar os indicadores, terá ganhos. “Eles nos permitirão<br />

acompanhar melhor a gestão da empresa ao longo do tempo”.<br />

Já Ramon Charles Martins, da RCM Locação de Máquinas, de Monlevade, qualificou os indicadores<br />

como um check list. “Graças a eles temos parâmetro para dimensionar onde estamos”,<br />

diz Martins, que se impressionou com o grau de estratificação de algumas informações,<br />

como as relacionadas com empregados, divididas em faixa etária, sexo, nível de escolaridade<br />

e dependentes.<br />

MIRA CERTEIRA<br />

Uma análise feita pelos coordenadores do Tear – Tecendo Redes Sustentáveis sobre os indicadores<br />

da linha de base preenchidos pelas empresas participantes revela que o programa atingiu<br />

o alvo: as empresas participantes estão, de fato, incorporando a sustentabilidade à sua gestão.<br />

Das 87 pequenas e médias organizações, 43 elaboraram sua Missão e 36 a sua Visão após o<br />

ingresso no programa. O Tear também estimulou 42 empresas a estabelecer valores, fundamentais<br />

para dar um norte gerencial.<br />

Com um ano de Tear, as empresas já elaboraram 741 ações de sustentabilidade, sendo que 413<br />

estão implantadas. Das sete cadeias que integram o programa, a liderada pela <strong>ArcelorMittal</strong> <strong>Brasil</strong><br />

é a que apresentou o maior número de ações, 366, quase metade das práticas propostas.<br />

boletim do sre | O3


cotidiano sustentável<br />

O RESÍDUO DA MODERNIDADE<br />

Os eletrodomésticos foram a vedete de vendas deste final de<br />

ano. E não é de agora que o saco do bom velhinho vem recheado<br />

com as mais modernas novidades do mundo dos eletrônicos, embalando<br />

sonhos de consumo. Mas a rápida atualização de celulares<br />

e computadores e o surgimento de novas tecnologias, como a TV<br />

digital, criam uma espécie de subproduto da modernidade: o lixo<br />

eletrônico.<br />

Por ano são geradas por volta de 50 milhões de toneladas deste<br />

lixo, cerca de 5% do lixo produzido pela humanidade – e a tendência<br />

é que esse percentual cresça. No <strong>Brasil</strong>, só de baterias para celular,<br />

pelo menos 11 toneladas são descartadas em lixo comum<br />

todos os anos.<br />

Os dejetos de aparelhos eletrônicos são potencialmente<br />

perigosos para a saúde humana. Entre as substâncias tóxicas encontradas<br />

no lixo eletrônico figuram mercúrio, chumbo, cádmio,<br />

berílio e arsênio. Elas podem causar distúrbios no sistema nervoso,<br />

envenenamento e problemas nos rins, pulmões e cérebro. Se jogados<br />

em lixões, esses dejetos podem contaminar os lençóis<br />

freáticos.<br />

TV digital<br />

Apesar do crescimento das vendas de eletrônicos e da perspectiva<br />

de aumento no descarte de equipamentos com o advento da<br />

TV Digital (o modelo analógico de TV deve ser extinto no <strong>Brasil</strong> até<br />

2016 e até lá praticamente todos os aparelhos devem ser trocados<br />

ou ligados a um conversor de sinal), não existe uma legislação<br />

nacional que determine o destino correto para o lixo digital ou responsabilize<br />

os fabricantes pelo seu descarte. Em países da União<br />

Européia, discute-se a possibilidade de responsabilizar as empresas<br />

por todo o ciclo de vida do produto, incluindo o seu descarte.<br />

No <strong>Brasil</strong>, a única regulamentação vigente que trata do lixo<br />

eletrônico é a resolução 257, do Conselho Nacional do Meio Am-<br />

O4 | boletim do sre<br />

Destinação correta para o lixo<br />

tecnológico é mais um desafio ambiental<br />

a ser enfrentado pela Humanidade<br />

biente (Conama). Ela estabelece limites para o uso de substâncias<br />

tóxicas em pilhas e baterias e obriga os fabricantes a manter sistemas<br />

para coleta destes materiais e encaminhá-los para a reciclagem.<br />

Atualmente, várias operadoras de telefonia celular estão disponibilizando<br />

locais para o descarte de baterias. O mesmo caminho<br />

deve ser seguido pelas assistências técnicas que, de acordo com o<br />

Conama, são obrigadas a coletar baterias das marcas vendidas ou<br />

com características similares. Depois de coletadas nas lojas e assistências<br />

técnicas, as baterias são estocadas pelos fabricantes e<br />

destinadas a empresas de reciclagem.<br />

Sucata democrática<br />

Para uns, são equipamentos obsoletos. Para outros, podem<br />

representar o passaporte para o mundo digital. É possível<br />

reaproveitar boa parte do lixo tecnológico antes de descartá-lo de<br />

vez. Entidades como a organização não-governamental Comitê<br />

para Democratização da Informática (CDI) recebem microcomputadores<br />

velhos para montagem de escolas de informática em<br />

comunidades carentes.<br />

Para se informar<br />

Site do Conama: www.mma.gov.br/conama<br />

Instituto Akatu: www.akatu.org.br<br />

CDI: www.cdi.org.br<br />

Fórum SBTVD: www.forumsbtvd.org.br<br />

Fontes: IDG Now, Serpro, Mundo Sustentável, Instituto Akatu<br />

COMPONENTES DE<br />

UM COMPUTADOR<br />

32% ------ metal ferroso<br />

23% ------ plástico<br />

18% ------ metais não-ferrosos (chumbo,<br />

cádmio, berílio, mercúrio)<br />

12% ------ placas eletrônicas (ouro,<br />

platina, prata e paládio)<br />

15% ------ outros materiais<br />

Fonte: Programa Ambiental das Nações Unidas

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