Revista Nota 10 - Fundação ArcelorMittal Brasil
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cotidiano sustentável<br />
O RESÍDUO DA MODERNIDADE<br />
Os eletrodomésticos foram a vedete de vendas deste final de<br />
ano. E não é de agora que o saco do bom velhinho vem recheado<br />
com as mais modernas novidades do mundo dos eletrônicos, embalando<br />
sonhos de consumo. Mas a rápida atualização de celulares<br />
e computadores e o surgimento de novas tecnologias, como a TV<br />
digital, criam uma espécie de subproduto da modernidade: o lixo<br />
eletrônico.<br />
Por ano são geradas por volta de 50 milhões de toneladas deste<br />
lixo, cerca de 5% do lixo produzido pela humanidade – e a tendência<br />
é que esse percentual cresça. No <strong>Brasil</strong>, só de baterias para celular,<br />
pelo menos 11 toneladas são descartadas em lixo comum<br />
todos os anos.<br />
Os dejetos de aparelhos eletrônicos são potencialmente<br />
perigosos para a saúde humana. Entre as substâncias tóxicas encontradas<br />
no lixo eletrônico figuram mercúrio, chumbo, cádmio,<br />
berílio e arsênio. Elas podem causar distúrbios no sistema nervoso,<br />
envenenamento e problemas nos rins, pulmões e cérebro. Se jogados<br />
em lixões, esses dejetos podem contaminar os lençóis<br />
freáticos.<br />
TV digital<br />
Apesar do crescimento das vendas de eletrônicos e da perspectiva<br />
de aumento no descarte de equipamentos com o advento da<br />
TV Digital (o modelo analógico de TV deve ser extinto no <strong>Brasil</strong> até<br />
2016 e até lá praticamente todos os aparelhos devem ser trocados<br />
ou ligados a um conversor de sinal), não existe uma legislação<br />
nacional que determine o destino correto para o lixo digital ou responsabilize<br />
os fabricantes pelo seu descarte. Em países da União<br />
Européia, discute-se a possibilidade de responsabilizar as empresas<br />
por todo o ciclo de vida do produto, incluindo o seu descarte.<br />
No <strong>Brasil</strong>, a única regulamentação vigente que trata do lixo<br />
eletrônico é a resolução 257, do Conselho Nacional do Meio Am-<br />
O4 | boletim do sre<br />
Destinação correta para o lixo<br />
tecnológico é mais um desafio ambiental<br />
a ser enfrentado pela Humanidade<br />
biente (Conama). Ela estabelece limites para o uso de substâncias<br />
tóxicas em pilhas e baterias e obriga os fabricantes a manter sistemas<br />
para coleta destes materiais e encaminhá-los para a reciclagem.<br />
Atualmente, várias operadoras de telefonia celular estão disponibilizando<br />
locais para o descarte de baterias. O mesmo caminho<br />
deve ser seguido pelas assistências técnicas que, de acordo com o<br />
Conama, são obrigadas a coletar baterias das marcas vendidas ou<br />
com características similares. Depois de coletadas nas lojas e assistências<br />
técnicas, as baterias são estocadas pelos fabricantes e<br />
destinadas a empresas de reciclagem.<br />
Sucata democrática<br />
Para uns, são equipamentos obsoletos. Para outros, podem<br />
representar o passaporte para o mundo digital. É possível<br />
reaproveitar boa parte do lixo tecnológico antes de descartá-lo de<br />
vez. Entidades como a organização não-governamental Comitê<br />
para Democratização da Informática (CDI) recebem microcomputadores<br />
velhos para montagem de escolas de informática em<br />
comunidades carentes.<br />
Para se informar<br />
Site do Conama: www.mma.gov.br/conama<br />
Instituto Akatu: www.akatu.org.br<br />
CDI: www.cdi.org.br<br />
Fórum SBTVD: www.forumsbtvd.org.br<br />
Fontes: IDG Now, Serpro, Mundo Sustentável, Instituto Akatu<br />
COMPONENTES DE<br />
UM COMPUTADOR<br />
32% ------ metal ferroso<br />
23% ------ plástico<br />
18% ------ metais não-ferrosos (chumbo,<br />
cádmio, berílio, mercúrio)<br />
12% ------ placas eletrônicas (ouro,<br />
platina, prata e paládio)<br />
15% ------ outros materiais<br />
Fonte: Programa Ambiental das Nações Unidas