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Versão em PDF - Partido Social Democrata

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CANDIDATOS p.11

“Sócrates e Assis usam a política

do medo, instrumentalizando

os sentimentos”, acusa Aguiar-

Branco

nº 1691

25 de Maio de 2011

Director: Miguel Santos

Periodicidade Semanal - Registo na ERC

nº 105690 - Propriedade: PSD

Sócrates é responsável pela

maior tragédia política

de que há memória em Portugal

PSD p.10

Carlos Moedas lembra que José Sócrates levou

Portugal “ao buraco”

PSD p.15

A táctica da omissão

Marco António Costa

PSD p.11

José Sócrates devia “chorar de vergonha” com

aumento de desemprego, afirma Luís Montenegro

1


Presidente

No período que antecede as eleições, os

portugueses acolhem com entusiasmo

a presença e a palavra de Passos Coelho

O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, defendeu

no dia 19, que o regime de descontos dos trabalhadores

independentes para a Segurança Social é “profundamente

injusto” e “terá de ser revisto”.

Durante um encontro com agentes económicos do

sector do mar, num barco de pesca em Portimão, Passos

Coelho afirmou que pretende juntar no mesmo ministério

os sectores da Agricultura, do Mar, do ambiente e do

Ordenamento do Território.

Neste encontro, o presidente do PSD defendeu também

o desvio de parte dos fundos destinados à alta velocidade

ferroviária (TGV) para a “área marítimo-portuária”,

nomeadamente para assegurar a “ligação dos portos

marítimos à rede ferroviária nacional e internacional”.

Quanto aos descontos dos trabalhadores independentes

para a Segurança Social, segundo o presidente

do PSD a solução adoptada pelo executivo do PS “penalizou”

quem “já tem uma relação precária, obrigando-o

a suportar muito mais os descontos para a Segurança

Social, o que é profundamente injusto”.

“E, portanto, isto terá de ser revisto”, defendeu.

Passos Coelho disse que “a ideia excelente do Governo”

foi “fazer com que as contribuições para a Segurança

Social valessem o mesmo que para a generalidade dos

trabalhadores, só que, ao contrário da generalidade

dos trabalhadores, que paga 11 por cento nas suas

contribuições para a Segurança Social, os trabalhadores

independentes passaram a pagar uma média que vai

até 25 por cento”.

O presidente do PSD ressalvou que “há ali, dependendo

dos valores, entre a 3 a 8 por cento que pode ser

a suposta entidade patronal a suportar”.

Os rendimentos das pessoas que auferiam rendimentos

a título de profissionais independentes passaram a

estar reduzidos num quinto do seu valor, porque elas

passaram a ter de suportar praticamente a generalidade

dos custos para a Segurança Social. Ora, isso é absolutamente

insustentável”, considerou.

De acordo com Passos Coelho, “o caso dos pescadores

ainda é mais complexo”, porque é preciso “distinguir

entre aqueles que estão em terra e aqueles que estão

em mar” e ter em conta que estes, “muitas vezes, nem

sequer têm o rendimento a maior parte do ano para

2

fazerem aqueles descontos”.

“Portanto, isso tem de ser corrigido. Eu garanto aqui

que esse regime será revisto. Não estou em condições,

nesta altura, de dizer exactamente qual é que vai ser

o regime, mas este regime é perverso e tem de ser

revisto”, acrescentou.

Corte de salários inconstitucional

O presidente do PSD acusou o Governo do PS, há

oito dias, em Castro Marim, de ter imposto sacrifícios de

forma inédita, sem dar o exemplo, chegando ao ponto

de cortar salários na função pública, o que “toda a gente

achava” inconstitucional.

Durante um almoço de campanha no concelho de

Castro Marim, no Algarve, Pedro Passos Coelho declarou

que Portugal precisa de “ter um Governo que saiba dar

o exemplo” para ter “a autoridade moral para exigir a

todos os outros que façam melhor com menos”.

“Pena que, em Portugal, o Governo tivesse subido

os impostos como nenhum outro subiu, tivesse obrigado

os portugueses a sacrifícios como nunca nenhum outro

Governo impôs aos portugueses”, considerou.

“Foi a primeira vez que se cortaram salários na função

pública. Não se congelaram os salários, cortaram-se

salários na função pública. Toda a gente achava que era

inconstitucional e o PS, que sempre que toca a discutir

a revisão da Constituição vê problemas em todo o lado,

não viu problema nenhum em cortar os salários na Administração

Pública”, apontou Passos Coelho.

Segundo o presidente do PSD, “enquanto os portugueses

e os funcionários públicos fizeram esses

sacrifícios”, o Governo nada fez e “perdeu uma grande

oportunidade de mostrar aos portugueses que, quando

temos dificuldades, os líderes têm de dar o exemplo”.

“O que é que fez o Governo? Alguma remodelação para

poder ter menos ministros? Menos secretários de Estado,

talvez? Menos adjuntos e assessores, menos carros do

Estado a transportar toda a gente que trabalha nestes

gabinetes?”, questionou Passos Coelho, acrescentando:

“O que nós tivemos neste Governo foi um mau exemplo”.

O presidente do PSD sustentou que os socialistas

“estão descredibilizados pela prática” destes últimos

anos e de nada lhes serve “agora vir dizer que vão

fazer tudo, que não governavam com o FMI, mas afinal

governam, que não poupavam, mas agora vão poupar,

que vão cumprir tudo”.

Pela sua parte, Passos Coelho prometeu transferir

para o Estado “uma parte da austeridade que os portugueses

têm vindo a fazer”, cortando “as gorduras do

Estado, tudo aquilo que é redundante”.

“Temos, também, de fazer mais com menos, em todo

o lado, na saúde, na educação, na segurança social, mas

tendo uma preocupação clara: todos aqueles que estão

mais vulneráveis, todos aqueles que têm rendimentos

mais baixos, esses não podem ficar para trás nem ser

pisados pela crise”, completou.


Elogio aos autarcas do PSD

O líder do PSD elogiou os autarcas sociais-democratas,

dizendo estar orgulhoso do trabalho que desenvolvem,

estando “próximos das pessoas” e realizando tarefas que

às vezes cabem ao Governo.

“Muito daquilo que o Estado se arvora de fazer em

favor da saúde, da educação, do apoio social e do emprego

para os portugueses, de facto tem sido realizado

pelos nossos autarcas, pelas câmaras municipais, pelas

juntas de freguesia em Portugal”, salientou o líder socialdemocrata,

logo na abertura da sua intervenção num

jantar-comício em Ansião.

Afirmando ter “orgulho de que o PSD seja um grande

partido com uma grande implantação autárquica”, Passos

Coelho falou especificamente dos autarcas sociaisdemocratas,

pessoas que “se esforçam todos os dias, que

todos os dias estão próximos das pessoas, porque sentem

os seus problemas e os querem resolver”.

“Por isso, ao contrário de outros, eu não desdenho

aqueles que dedicam o melhor da sua vida e sacrificam

as suas famílias para poderem servir Portugal e os portugueses

melhor do que aqueles que às vezes no Governo

tinham essa obrigação e não o fazem”, declarou.

Já esta tarde, o líder do CDS-PP, Paulo Portas, tinha

elogiado os autarcas do seu partido, apontando o

exemplo da autarquia de Ponte de Lima, que considerou

demonstrar a diferença entre o “poder local” de “proximidade”

e o “caciquismo, que é gastar aquilo que não

existe”.

Arranque da campanha oficial no distrito de

Leiria

A campanha social-democrata escolheu o distrito

de Leiria, território tradicionalmente ‘laranja’ para o

arranque da campanha oficial, uma fase que o líder do

PSD diz começar da “melhor maneira”, com a destruição

de alguns “mitos”.

Já no Sábado à noite, em Almada, num comício na

“Incrível Almadense”, tinha afirmado que “Nós sabemos

que começámos da melhor maneira esta segunda fase

da campanha”, disse Passos Coelho.

“Pois”, sustentou, “os sociais-democratas já conseguiram

destruir alguns mitos”.

“O mito da invencibilidade de José Sócrates, o mito de

que o Governo fez sempre o que era preciso, o mito de

que defendeu Portugal da adversidade da crise externa, o

mito de que se pôs o interesse do País à frente da defesa

dos governantes, o mito de que não há alternativa ao

PS. Esses mitos acabaram. Nós sabemos o país está hoje

muito pior do que quando Pedro Santana Lopes deixou

o Governo em 2005”, afirmou Passos Coelho.

Com a caravana com um ânimo renovado depois do

debate que opôs o líder do PSD ao secretário-geral socialista

na sexta-feira, e apesar de ter passado o sábado

num território pouco favorável ao Partido, com passagem

por concelhos tradicionalmente de esquerda, como

Setúbal, Barreiro, Moita e Almada, nos quais, surpreendentemente,

Passos Coelho teve grande audiência e foi

muito bem recebido pelo Povo, os sociais-democratas

ensaiam agora o arranque oficial da campanha no distrito

de Leiria.

Em Almada, Passos Coelho partilhou o palco com o

ex-líder do PSD Pedro Santana Lopes, que na sua alocução

se socorreu de um provérbio popular, para caracterizar o

“logro” que o primeiro-ministro tem feito o País viver; e

caracterizou José Sócrates como “o rei dos alquimistas”.

“O povo tem um ditado que tem a ver com este logro

que o engenheiro José Sócrates tem feito viver Portugal:

na primeira todos caem, na segunda só cai quem quer,

na terceira só cai quem é distraído, muito distraído”,

afirmou o antigo presidente social-democrata, que

em 2005 perdeu as eleições legislativas para o agora

primeiro-ministro.

Numa intervenção no último comício de pré-campanha

do PSD, Santana Lopes aproveitou para recordar

algumas das promessas socialistas dos últimos seis anos,

contrapondo a atitude do PSD de procurar sempre “falar

verdade e dizer qual é a realidade”.

José Sócrates, pelo contrário, ao longo dos últimos

seis anos tornou-se no “rei dos alquimistas, demagogo,

populista e com uma capacidade única de transformar

a realidade”, acusou.

Em jeito de elogio, Santana Lopes dirigiu ainda alguma

palavras ao líder do “PPD/PSD”, admitindo que tem

Presidente

“apreciado muito” a forma como Passos Coelho está a

fazer a campanha, “nunca tentado enganar” os portugueses,

ainda que possa por vezes “rectificar uma opinião”.

“Boa sorte e que Deus o proteja”, desejou ao líder

do PSD, sublinhando que está a merecer a confiança

nele depositada.

Como dissemos acima, a campanha oficial começaria

no dia seguinte, com a agenda preenchida de manhã à

noite, e início nas Caldas da Rainha, com uma visita ao

mercado.

Almoço em Alcobaça, com a presença de

Luís Filipe Menezes

Ao almoço, em Alcobaça, Passos Coelho teve uma

companhia especial, dividindo o palco com o antigo

presidente do partido Luís Filipe Menezes.

Esta foi a segunda vez em dois dias em que Passos

Coelho surge com antigos líderes do partido a seu lado,

depois de ter contado com o apoio de Pedro Santana

Lopes no sábado à noite, num comício no Incrível Almadense.

De Alcobaça, a caravana seguiu para a Feira de Maio

em Leiria e, ao final da tarde, passou pela Feira do Queijo

Rabaçal em Pombal.

O encerramento do primeiro dia oficial da campanha

para as eleições legislativas de 5 de Junho foi assinalado

com um jantar em Ansião.

Passos Coelho, em Almada, acusou o Governo de já

não estar a cumprir com o objectivo que assinou com a

‘troika’ há meia dúzia de dias, de reduzir o défice para

5,9 por cento no final do ano, continuando sem cortar

na despesa.

“Ainda não passaram 10 dias desde que o Governo

se comprometeu a atingir no final deste ano um

3


Presidente

défice de 5,9 por cento, quase mais um por cento do

que ele disse que era capaz de fazer só com o PEC IV,

e nós já não estamos a cumprir com o objectivo que

ficou assinado no documento com a troika”, afirmou o

líder social-democrata, Pedro Passos Coelho, durante o

comício. Confessando estar preocupado com a situação,

Passos Coelho lamentou que o executivo liderado por

José Sócrates “não tenha a decência” de dizer que não

fez aquilo que era necessário, nem cumpriu aquilo com

que se comprometeu.

Pelo contrário, acrescentou, no dia em que saíram os

dados da execução orçamental, o Governo o que fez foi

“vangloriar-se que baixou o défice”.

“Pois baixou, mas foi porque os portugueses pagaram

os impostos, não foi porque o Governo tivesse cortado

na despesa”, salientou.

Na sua intervenção, o líder social-democrata recordou

ainda a sua decisão de em Abril ter tomado a iniciativa

de telefonar a José Sócrates para manifestar a disponibilidade

do PSD para cooperar com o Governo para evitar

que acontecesse em Portugal o que aconteceu na Grécia.

Sublinhando que o executivo “nunca agradeceu” essa

disponibilidade do PSD, Passos Coelho lamentou que, ao

contrário do seu partido que cumpriu aquilo com que se

tinha comprometido, o Governo “não respeitou nunca

um único compromisso que tivesse assumido” com os

sociais-democratas ou com a comissão europeia.

“O resultado hoje está à vista: por mais que o Governo

diga que mudaram os métodos contabilísticos para apurar

o défice (…), o ano passado, o Governo deixou a despesa

aumentar e, com isso, prejudicou Portugal”, sustentou.

Barreiro

“Nesta campanha está a tratar-se de

Portugal, não dos interesses partidários”

No Barreiro, no dia 21, o líder do PSD escusou-se a esclarecer

se continuará na liderança social-democrata se por

acaso viesse a perder as eleições, argumentando que nesta

campanha se está “a tratar de Portugal” e não do seu partido.

“Se não ganhar as eleições não aceito formar Governo,

a questão do PSD é uma questão que o PSD tratará

na devida altura, mas não é para tratar nesta campanha

eleitoral, porque nós nesta campanha eleitoral não estamos

a tratar do PSD, estamos a tratar do País”, afirmou

Passos Coelho, em declarações aos jornalistas no final

de uma arruada no Barreiro, que teve muita afluência

de populares e durante a qual foi muito cumprimentado

e acarinhado pela população.

Questionado porque não é claro em esclarecer se

abandona a liderança do PSD se não ganhar as eleições,

4

Passos Coelho insistiu que esse cenário é algo que diz

apenas respeito ao Partido, ao qual caberá “decidir o

que é que quer fazer” em caso de derrota – que não

prevejo - nas eleições de 5 de Junho.

“Já não é uma questão que diga respeito às eleições

nacionais, o que os eleitores querem saber é que Governo

é que vou formar quando ganhar, o qu é a minha

convicção”, acrescentou, reiterando que não irá para o

Governo se não vencer nas urnas.

Caso os sociais-democratas ganharem, repetiu, o

Partido não irá fazer uma coligação com o PS, “embora

esteja disponível para alargar o Governo a outros partidos

e a outras individualidades”.

Antes de falar aos jornalistas, o líder do PSD percorreu

algumas bancas do mercado do Barreiro e deu um pequeno

passeio pelo centro da cidade, onde ouviu muitas

palavras de incentivo, mas também encontrou quem lhe

dissesse não se deixar “enganar”.

“Trabalho há 50 anos e a sua flexibilidade não me

agrada, por isso é que não voto em si”, afirmou um

farmacêutico na Farmácia Normal, acusando o líder do

PSD de estar “a fazer o trabalho para os empresários”.

Pronto na resposta, Passos Coelho garantiu não querer

“enganar” ninguém, reconhecendo que não se pode

“ter os votos todos”.

Moita

Passos Coelho foi recebido com aplausos e

ofertas

Entre a fábula do Pedro e do Lobo e os “gulosos

claudinos”, Passos Coelho passou o final da tarde, após

o Barreiro, na Feira da Moita, onde até a CDU teve direito

aos votos de “boa sorte” do líder social-democrata.

“A política faz-se com respeito por toda a gente, isso

é essencial. Podemos ser adversários, mas não somos

inimigos”, explicou o líder do PSD, depois de um pequeno

desvio até à ‘barraquinha’ que a CDU tinha na Feira de

Maio da Moita.

Recebido com sorrisos pelos comunistas, Passos Coelho

retribuiu a boa recepção com votos de “boa sorte”.

Antes, a paragem tinha sido numa pastelaria do

centro da Moita, famosa pelos “claudinos”, bolos que

o líder do PSD prometeu provar “um dia destes”, mas

que esta tarde não conseguiu comer, apesar seu “muito

bom aspecto”.

“É mesmo uma coisa para satisfazer a diabetes”,

gracejou.

Mas, além de resistir aos doces, Passos Coelho também

saiu da Feira de Maio sem provar as ginginhas e

moscatéis que aqui e ali lhe iam oferecendo ou dar um

golo no vinho “Lobo Mau”. Mas aqui a recusa talvez tenha

sido porque nesta campanha não há “lobos maus”: “Eu

prefiro pensar que vai haver um Pedro nesta campanha

que consiga mobilizar as pessoas pela positiva”, disse,

numa alusão à fábula “Pedro e o Lobo”.

Setúbal

O PSD nunca governará com o “socratismo”

O presidente do PSD, Passos Coelho, defendeu hoje

que é importante que o CDS-PP esclareça se está ou não

disponível para governar com o PS, para que os portugueses

saibam “com o que é que contam”.

Em declarações aos jornalistas, durante uma acção

de campanha no mercado da cidade, Passos Coelho

apontou o primeiro-ministro e secretário-geral do PS, José

Sócrates, como o seu “adversário directo” e referiu-se ao

CDS-PP como o “aliado natural” do PSD. “O PSD clarificou

a sua posição nas eleições e explicou que não vai fazer

um Governo com o PS. Eu acho que era importante que

o país percebesse também que o CDS não está disponível

para um Governo desse tipo, mas isso é com o CDS.

O que é importante que as pessoas possam saber

com o que é que contam dos políticos e dos partidos”,

defendeu.

Questionado se o frente a frente com Sócrates (que

as sondagens afirmam ter sido uma vitória para Passos

Coelho), muda alguma coisa, o líder do PSD respondeu:

“Imagine que o debate tinha corrido mal... Não se

ganham nem se perdem as eleições nos debates, mas

ajudam a ganhar e a perder. “Portanto”, acrescentou,


“claro que é importante partir agora para esta fase com

bom ânimo, com a sensação de que cumprimos bem o

nosso dever e de que as pessoas estão hoje mais esclarecidas

sobre quais são as verdadeiras possibilidades

que têm pela frente”.

Segundo Passos Coelho, o debate de sexta-feira “foi

um momento relevante da campanha”, porque tive “a

oportunidade de confrontar o chefe de Governo com

as suas responsabilidades” e, ainda assim, falar do

programa do PSD. “Ele facilitou-me a vida, porque falou

sobretudo do programa do PSD e, portanto, pude fazer

as duas coisas com mais facilidade, e acho que isso foi

importante para o país”, considerou.

“Os debates fecharam-se, agora vamos fazer o debate

com o País. E, nesse sentido, claro que o discurso terá de

ser ajustado: tentarei ser agora um pouco mais positivo

e mais directo falando a Portugal e aos Portugueses”.

Sócrates é responsável pela “maior tragédia

de que há memória em Portugal”

No dia anterior, em Évora, o presidente do PSD tinha

afirmado que como primeiro-ministro, Sócrates é o

responsável pela “maior tragédia de que há memória

em Portugal” e que, “com esta liderança, o PS é um

problema para Portugal”.

Durante um jantar com apoiantes naquela cidade,

Passos Coelho ressalvou que “a liderança do PS tem de

ser respeitada enquanto tiver o apoio do PS, é o PS que

decide”, mas acrescentou: “Há uma consequência que

é evidente, é que hoje, com esta liderança, o PS é um

problema para Portugal, não está do lado da solução

para o País”.

O presidente do PSD recusou que esteja a pessoalizar

esta campanha eleitoral: “Nós não estamos a fazer uma

luta de galos. Isto não é um problema pessoal, isto é

uma questão política. Não se brinca com o País, não se

brinca com os bancos, não se brinca com as empresas,

não se brinca com as associações, não se brinca com os

portugueses”.

“Não podemos pôr Portugal a fazer de figurante numa

campanha eleitoral gigantesca, que este Governo anda

a preparar há seis anos, não se importando de conduzir

o país à falência. A questão, portanto, é política. E hoje

não sou só eu que o digo, toda a gente reconhece: não se

consegue estabelecer um compromisso com quem falha

tudo aquilo com que se acorda”, acrescentou.

Passos Coelho referiu-se a José Sócrates como alguém

“que se preparou a vida toda para ser primeiro-ministro,

como deputado, secretário de Estado, ministro de várias

pastas e, finalmente, primeiro-ministro, mas conduziu

o País ao maior fracasso e à maior tragédia de que há

memória em Portugal”.

E afirmou que “não pode haver maior aventura que

mantê-lo no poder”.

Segundo Passos Coelho, o primeiro Governo de José

Sócrates já tinha tido resultados “insatisfatórios” e nas

legislativas de 2009 o PSD liderado por Manuela Ferreira

Leite “tinha razão”, mas os portugueses deram “uma

segunda oportunidade” ao PS, embora retirando-lhe a

maioria absoluta.

“Nós gostaríamos que o povo decidisse sempre de

acordo com a razão, mas a pior coisa que pode fazer

quem perde é culpar o povo”, observou, a propósito.

O presidente social-democrata apresentou-se como alguém

que quer ser um “exemplo moral” e que escolhe “um

caminho difícil” para vencer as legislativas de 5 de Junho

porque não quer “ser igual ao actual primeiro-ministro”.

“Não sou daqueles que, por teimosia ou orgulho, diz

sempre que não tem culpa e não pode melhorar e não

pode fazer de outra maneira. Isso, porque aprendi na

minha vida profissional, na minha vida pessoal, a dar o

braço a torcer várias vezes, a aprender com os outros, a

conhecer outras pessoas que não conhecia e a caminhar

com elas um caminho muito mais rico, com melhores

soluções do que aquele que podia ter antes se tivesse

preferido, orgulhosamente só, ficar sozinho com a minha

ideia. Foi assim que fiz sempre”, disse.

Passos Coelho descreveu-se ainda como alguém “que

acertou nas previsões que fez, que dando a mão ao País,

cooperou com o Governo para evitar esta situação, que

reuniu um conjunto de gente competente com quem

pode fazer um bom Governo, que se apresenta ao eleitorado

com um programa sério e um programa honesto”.

“Portugal não tem mais tempo a perder e nós precisamos

de uma mudança séria e ética para Portugal”,

defendeu.

Odemira

“Sócrates “rapou o fundo ao tacho” e

esgotou os últimos tostões em caixa

Presidente

Passos Coelho que o Governo do PS “rapou o fundo

ao tacho”, quase esgotando o dinheiro para pagar salários,

e perguntou se “é isto que os portugueses querem

renovar”.

“Eu tenho a certeza que não”, acrescentou Passos

Coelho, durante um almoço de campanha em Vila Nova

de Mil Fontes, concelho de Odemira, no dia 22.

Na sua intervenção, o presidente do PSD referiu que

o aconselham a não dizer “tantas coisas que possam

assustar as pessoas”, que lhe dizem para ficar calado,

deixando “apenas as pessoas votarem contra o Sócrates”

porque “o País já não o pode aturar”.

“Eu sei que as pessoas querem mudar este Governo,

mas a nós não nos basta ganhar as eleições, nós temos

mesmo de mudar a nossa economia, a maneira como

o Estado funciona”, defendeu, afirmando que escolheu

“o caminho mais difícil”.

Segundo Passos Coelho, é preciso dirigir os apoios

sociais a quem mais precisa, mudar a justiça e ter “uma

educação que dê uma verdadeira oportunidade às pes-

soas” e não que lhes ofereça “falsas oportunidades”.

“A política do ilusionismo e da facilidade dá votos ao

Governo, mas miséria e desemprego aos portugueses”,

considerou.

Passos Coelho voltou a defender que “a mudança só

pode ser feita pelo PSD”, considerando que só ele e José

Sócrates são candidatos a primeiro-ministro e reiterando

que não governará com o PS.

“Escusam de vir com fantasias: no dia 5 de Junho, ou

José Sócrates continuará como primeiro-ministro ou eu

serei convidado a formar Governo pelo senhor Presidente

da República. Mas não estaremos os dois no mesmo

Governo e não estará o PSD com o PS a governar”, disse.

Ainda e Vila Nova de Mil Fontes, passos Coelho

juntou-se a um grupo coral alentejano, com quem cantou

uma estrofe da moda “Pelo toque da viola”.

À chegada a um almoço de campanha para as legislativas

de 5 de Junho, Passos Coelho foi recebido com

cantares alentejanos, que ouviu em silêncio, rodeado

pela comunicação social.

Porém, depois de ouvir uma moda sobre o concelho

de Odemira, o presidente do PSD também quis cantar e

perguntou: “Conhecem esta? Pelo toque da viola já sei

as horas que são, ainda não é meia-noite já passei um

bom serão”.

Acompanhado pelos elementos do coro, Passos Coelho

prosseguiu, projectando a voz: “Já passei um bom

serão, vai dormir, vai descansar”.

“Vai dormir, vai descansar, amor do meu coração”,

5


Presidente

completou o presidente do PSD, recebendo uma grande

salva de palmas.

No Distrito de Santarém

Pedro Passos Coelho, que no domingo à noite tinha

pedido “uma concentração de votos na “mudança”,

passou o dia no distrito de Santarém, onde teve ao seu

lado Mira Amaral e Morais Sarmento.

No arranque da campanha oficial em Leiria, para as

legislativas de 5 de Junho, o Presidente social-democrata

concentrou críticas no Governo do PS e procurou bipolarizar

estas eleições, dizendo que “só há um partido com

quem podem contar para mudar a sério, e esse partido

é o PSD”.

Num jantar-comício, em Ansião, o presidente do PSD

6

pediu aos eleitores para pesarem bem “a escolha” que

vão fazer: “Se querem mudar o País, então dêem-me as

condições para poder responder por essa mudança, sem

deitar culpas nem desculpas sobre ninguém”.

“Não me peçam a mim, que tenho um projecto de

mudança genuíno para Portugal, que faça uma salada

russa a seguir às eleições porque o País distribuiu o voto

por todos”, disse, acrescentando que não quer ir para o

Governo “de qualquer maneira”.

Nas intervenções de Passos Coelho, o CDS-PP não

tem sido um alvo.

No segundo dia de campanha oficial, o presidente

do PSD teve ter como “convidados” o antigo ministro da

Indústria e Energia Mira Amaral e o antigo ministro da

Presidência Nuno Morais Sarmento.

Passos Coelho estará também acompanhado pelo

secretário-geral do PSD e cabeça de lista do partido em

Santarém, Miguel Relvas, e pelo presidente da JSD, Duarte

Marques, quarto da lista neste círculo – onde em 2009

os sociais-democratas elegeram 3 dos 10 deputados.

O programa do dia começou com um encontro com

agricultores, em Coruche, seguindo-se uma acção de

rua em Tomar, um almoço em Torres Novas, uma festa

popular em Santarém e um jantar em Fátima.

Embora sem criticar o CDS-PP, no Domingo Passos

Coelho não tinha deixaado de responder à sugestão feita

por Paulo Portas de que o PSD demonstra nervosismo

neste início de campanha: “Ao contrário do que querem

fazer crer, o PSD e eu próprio, estamos muito tranquilos

A Festa dos Tabuleiros em Tomar

Em ano de Festa dos Tabuleiros, o líder do PSD passeou

hoje pelas ruas de Tomar com uma flor laranja ao

peito, numa arruada que juntou centenas de apoiantes.

Recebido à entrada da Corredoura por um casal

trajado a rigor ladeando um dos tradicionais tabuleiros

da festa que se realiza em Tomar de quatro em quatro

anos, Pedro Passos Coelho interessou-se por alguns

pormenores do colorido cortejo.

“São 680 tabuleiros”, esclareceu Miguel Relvas, o

cabeça de lista do PSD pelo distrito de Santarém, mostrando

que conhece bem as tradições da cidade onde é

presidente da Assembleia Municipal.

Com um atraso de cerca de uma hora, Passos Coelho

não deixou de parar para conversar com os que o abordaram

efusivamente, nem para repetir para os directos

das televisões a denúncia, feita de manhã em Coruche,

de alegadas nomeações para a administração pública

com expressa indicação de só serem publicadas depois

da posse do próximo Governo.

À entrada da ponte sobre o Nabão, um grupo de

crianças saudou-o com vivas ao PSD.

Iam a caminho do almoço e das actividades extracurriculares,

no pavilhão desportivo da cidade, um pretexto

para uns minutos de conversa com o candidato.

A arruada seguiu até à Praça da República, onde se

situam os Paços do Concelho, numa autarquia em que a

vitória à tangente do PSD obrigou a um acordo de partilha


de poder com os eleitos do PS.

Numa esplanada na praça, Passos Coelho explicou a

um casal de turistas que anda por ali em campanha e que

é candidato a primeiro-ministro, ouvindo votos de “boa

sorte”, a que juntou a expressão “com muito trabalho”.

Houve ainda tempo para explicar a um grupo de

mulheres, que atrasou o almoço para ver o candidato, por

que razão é importante haver uma vitória clara, garantindo

estar seguro da vitória nas urnas no dia 5 de Junho.

A caravana seguiu para o almoço com instituições

particulares de solidariedade social, num dia dedicado

ao distrito de Santarém que terminou ao fim da tarde,

na freguesia da Póvoa da Isenta, numa festa “bem ribatejana”,

com garraiada e porco no espeto.

Em Torres Novas, o presidente do PSD, Pedro Passos

Coelho, tinha pedido uma vitória nas legislativas com

um “apoio muito forte”.

“Não estamos a dispersar a nossa atenção noutras

forças políticas, muito menos em forças políticas que já

no passado foram nossas aliadas e que são potenciais

aliados no futuro”, afirmou Passos Coelho aos jornalistas,

durante a acção de rua, em Tomar.

Nesta arruada, como nas anteriores, o presidente do

PSD demorou-se nas conversas com as pessoas que o

abordam, ouvindo e fazendo perguntas, e cumprimentou

quase toda a gente por quem passou, distribuindo

beijinhos e apertos de mão.

“Nós precisamos de ganhar, mas temos de ter um

apoio muito grande. As exigências do Governo vão ser

tão grandes que vai ser preciso um apoio muito forte”,

disse, ao ouvir palavras de apoio.

Em Tomar, Passos Coelho pediu também “uma pontinha

de sorte”, sem deixar de ressalvar que para isso

é preciso “muito trabalho” – em português e em inglês,

para um grupo de turistas daquela nacionalidade, que

lhe desejaram “good luck”.

“Thank you. Good luck needs a lot of work”, observou.

Mais tarde, no almoço em Torres Novas, voltou a ser

questionado sobre o desafio do dirigente do CDS-PP António

Pires de Lima para que ponha “ordem na sua gente”.

O presidente do PSD desvalorizou as críticas trocadas

entre dirigentes partidários, considerando que “é natural”

que isso aconteça numa campanha eleitoral.

“Mas o essencial da nossa campanha tem estado

focado na transmissão de uma confiança muito grande

ao País” e na apresentação do PSD como “alternativa ao

PS e ao Governo”, acrescentou.

O CDS-PP é um “potencial aliado”, mas, segundo

Passos Coelho, não está na disputa pela liderança do

Governo, que é entre o PSD e o PS: “É muito importante

que eu não disperse a minha atenção no combate com

outros partidos “.

De manhã, em Coruche, o presidente do PSD exigiu

explicações do Governo sobre eventuais nomeações para

a Administração Pública “não publicitadas”.

A pedido das televisões, repetiu duas vezes essa

exigência, mas afirmou que o PSD não tenciona criar

“incidentes nem episódios de campanha” e que não vai

passar o tempo “a falar de nomeações”.

Ainda assim, o líder do PSD anunciou que vai divulgar

as “provas” sobre nomeações que estão a ser feitas para

a administração pública, com a indicação para que “não

sejam divulgadas”.

“Existem provas de que há nomeações que têm

estado a ocorrer e que há pedido para que não sejam

divulgadas”, afirmou o líder social-democrata, prometendo

que dará conhecimento à comunicação social dos

elementos que lhe foram remetidos por funcionários

públicos, para que exista “um esclarecimento cabal”

sobre a situação.

“Isso será mostrado, até para o próprio Governo poder

averiguar o que é que se passa, porque é importante

saber quando é invocada uma ordem superior, de que

ordem superior é que estamos a falar. Não é uma situação

regular, mas não quero com isto estar a criar um

caso de campanha”, acrescentou.

Ao início da manhã, em Coruche, o líder do PSD tinha

dito que tem “recebido da parte de funcionários públicos

denúncias que apontam que o Estado está, nomeadamente

o ministério da Justiça, a fazer nomeações para

cargos intermédios da administração e ao mesmo tempo

a dar ordens expressas para que essas nomeações não

sejam publicadas em Diário da República, a não ser

depois do próximo Governo tomar posse”.

Confrontado com estas declarações, o secretário-geral

do PS, José Sócrates afirmou que o presidente do PSD

fez acusações “gratuitas” e sem sentido ao dizer que

estão a ser feitas nomeações para cargos intermédios do

Estado e que são ocultadas pelo Governo, sublinhando

que o Governo tomou uma deliberação bem expressa

Presidente

no sentido de que não haverá nomeações” quando o

executivo está em gestão.

Sócrates deixado em falso pelo secretário de

Estado da Presidência

Aconteceu, no entanto, que o secretário de Estado

da Presidência do Conselho de Ministros, João Tiago

Silveira, afirmou ao princípio da noite, que tinham sido

feitas seis nomeações, embora com“rigor, escrúpulos e

estrita necessidade” e que as seis nomeações efetuadas

foram: três governadores civis, o novo coordenador do

Plano Nacional para a Saúde Mental, um posto na Comissão

do Fundo de Solidariedade Cultural do Instituto

de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico

(IGESPAR) e mais um funcionário no gabinete de ligação

da Marinha (Naval Inventory Control Point). O assunto

não foi dado, contudo, como encerrado, pois ainda há

zonas cinzentas a esclarecer, tais como a proibição de

publicação em Diário da República.

Foi o que fez notar Passos Coelho, quando afirmou,

mais tarde, “aquilo que o País sabe é que houve nomeações

feitas pelo Governo, já estão confirmadas até por

um secretário de Estado, mas o que o País não percebe

é porque é que, se essas nomeações ocorreram, foram

dadas instruções, para que não houvesse publicidade

sobre elas”.

Recordando que depois de esta manhã ter pedido

ao executivo esclarecimentos sobre as nomeações para

cargos intermédios da administração pública, numa primeira

fase o Governo negou que estivessem a ocorrer

quaisquer nomeações, depois, ao final da tarde, já havia

confirmação de “seis nomeações que eram absolutamente

indispensáveis”.

“Eu não tenho mais nada a acrescentar a isto, a não

ser esta pergunta: se é normal e essas nomeações eram

absolutamente necessárias, porque é que elas não foram

publicadas no Diário da República? Porque é que se

ocultou que essas nomeações foram feitas - é apenas

isto que está em causa”, insistiu o líder do PSD.

Passos Coelho recusou ainda estar a fazer qualquer

“insinuação” ou querer “criar um caso de campanha”

defendendo que está apenas “a constatar factos”,

porque “o Estado deu instruções à Imprensa Nacional

Casa da Moeda para ocultar” as nomeações e para não

as divulgar.

“Isso é que não me parece um procedimento normal”,

frisou, reiterando que espera que o Governo divulgue

“todas as nomeações que foram feitas e que não

impeça a Imprensa Nacional Casa da Moeda de fazer a

devida publicitação”, pois isso é que é “transparência”.

Em Portalegre, comenta-se situação política

espanhola e dá-se “por encerrado” o “caso

das nomeações”

Pedro Passos Coelho, disse hoje esperar “sinceramente”

que a Espanha encontre uma forma de sair da

situação de “crise” em que se encontra sem precisar de

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Presidente

pedir ajuda externa.

Durante uma acção de campanha em Portalegre, questionado

pelos jornalistas sobre a situação financeira e política

de Espanha, Passos Coelho referiu que “é conhecido

há muito tempo que a Espanha tem as suas fragilidades”.

Sublinhando a “dimensão da economia” espanhola

e que se trata do “primeiro destino” das exportações

portuguesas, o presidente do PSD acrescentou: “Eu espero

sinceramente que Espanha encontre forma de sair

dessa crise sem ter de pedir ajuda externa e de modo a

credibilizar junto dos mercados a política económica que

vier a fazer”.

Quanto à situação política espanhola, o presidente do

PSD comparou-a com a portuguesa: “Não podemos esquecer

o resultado das eleições autonómicas, que expressa

uma grande vontade de mudar também em Espanha,

mas sobre isso eu já não me vou pronunciar, como devem

calcular, porque sobre isso pronunciam-se os espanhóis”.

Ainda em Portalegre, o líder do PSD deu por encerrado

o caso da “ocultação das nomeações”, que chegaram às

“dezenas”, mas fez questão de prometer que não andará a

nomear ‘boys’ sociais-democratas caso vença as eleições.

“Nem iremos ocultar as nomeações que vamos fazer,

porque não vamos andar a nomear os ‘boys’ do PSD,

vamos nomear aqueles que são capazes e competentes

em Portugal”, afirmou o presidente do PSD, Pedro Passos

Coelho, durante um almoço em Portalegre.

Logo pela manhã, Passos Coelho já tinha falado à

comunicação social sobre este ‘caso’ que dominou o segundo

dia da campanha eleitoral, na segunda-feira, considerando

que “o País entendeu bem o que se passou”.

Recordando que, depois de ter revelado que tinha

recebido denúncias sobre a existência de nomeações

Passos Coelho na conferência

organizada pelo “Diário Económico”

sobre o momento conjuntural nacional

No dia 19, na lição que proferi na conferência organizada pelo “Diário Económico” sobre a conjuntura

portuguesa, o líder do PSD admitiu que gostaria de reduzir a Taxa Social Única (TSU) em quatro pontos

percentuais já em 2012, mas fez depender a sua concretização dos resultados da execução orçamental

deste ano.

“Podemos nós fazer ‘one shot’ de quatro pontos para 2012?”

“Eu gostaria, mas isso depende estritamente de como está a execução orçamental destes primeiros

seis meses”, afirmou o líder social-democrata

Reiterando que, caso vença as eleições de 5 de Junho, o PSD irá descer a TSU numa primeira fase em

quatro pontos percentuais na legislatura, Passos Coelho frisou, contudo, não se poder comprometer com

números concretos para o próximo ano.

“Preciso saber a folga que temos e o ajustamento que vamos ter de fazer em 2012, para saber se é

em 2012 ou 2013 que concentramos o valor essencial da descida”, disse.

A razão desta “prudência”, insistiu, é porque não sabe qual o grau de execução orçamental dos primeiros

seis meses do ano.

“Em primeiro lugar é preciso saber qual o nível de execução que nós conseguimos para 2011”, frisou.

Passos Coelho admitiu hoje reservar uma “pequena quota” dos impostos pagos pelos escalões mais

altos do IRS para o programa de emergência social, mas sublinhou que isso não corresponde a um aumento

da carga fiscal.

“Se houver necessidade de ainda obter alguma receita marginal maior para financiar um programa

com a ajuda das misericórdias e as instituições de solidariedade social, para poder apoiar aqueles que estão mais desprotegidos e mais vulneráveis (...), nós só o podemos

fazer reservando uma pequena quota dos impostos sobre os rendimentos mais elevados, ou seja, da taxa mais elevada”, defendeu o presidente do PSD, mais tarde, em

declarações aos jornalistas à saída da conferência.

Antes, anda durante a intervenção que fez na conferência, o líder social-democrata tinha também sublinhado que a “possibilidade de no escalão mais elevado se poder

vir a adoptar uma quota fixa que financie esse programa” de emergência social, “não corresponda a aumento da carga fiscal”.

Ainda segundo o líder social-democrata, o programa de emergência social defendido pelo partido apostará na “reorientação de subsídios que hoje são distribuídos de

forma errada” e em organizar melhor a relação do próprio Estado com a rede social.

Passos Coelho lembrou que o ainda primeiro-ministro já privatizou “por convite” uma das empresas do grupo das Águas de Portugal, considerando que alguns encaram

as privatizações como maneira de poder transmitir empresas a “grupos protegidos”.

Questionado sobre a notícia do jornal Público que refere que a privatização parcial do grupo Águas de Portugal (AdP) foi discutida e preparada pelo actual primeiro-ministro,

quando tutelava a pasta do Ambiente, em 2000 e 2001, o líder social-democrata disse pensar ser público que o executivo de António Guterres “chegou a pensar em abrir

ao capital privado o capital das AdP”.

Contudo, acrescentou, não é necessário recuar até essa altura, pois já foi o primeiro-ministro, José Sócrates quem “privatizou por convite e não por concurso público” uma

das empresas importantes do grupo AdP, a Aguapor.

O líder do PSD aproveitou ainda para fazer uma comparação de duas visões diferentes sobre as privatizações, notando que “há quem acredite que elas representam uma

forma do Estado não se meter em negócios, mantendo-se na posição de um bom árbitro, um bom fiscalizador”.

Por outro lado, existem “aqueles que acham que as privatizações são sobretudo para ir buscar dinheiro e para poder transmitir as empresas a grupos que são grupos

protegidos dentro da sociedade portuguesa”. – Fonte: Lusa, Diário Económico

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para cargos intermédios da administração pública que

estavam a ser “ocultados pelo Governo”, Passos Coelho

vincou a forma como a questão foi tratada pelo Governo

ao longo do dia.

Primeiro, lembrou, o secretário-geral do PS disse que

“não era assim”, mas depois o secretário de Estado da

Presidência do Conselho de Ministros veio admitir que

afinal “eram só seis” nomeações.

“Se eram [nomeações] tão importantes e naturais,

porque foram dadas instruções à Imprensa Nacional Casa

da Moeda para não informar o País dessas nomeações?

Isso deixa-nos suspeitas”, referiu, adiantando que o PSD

sabe que “houve mais nomeações”.

Aliás, acrescentou o líder social-democrata, nos próximos

dias a comunicação social irá aperceber-se “das

dezenas de nomeações que foram feitas e que foram

ocultadas” pelo Governo.

“Eu, por mim, dou o caso por encerrado, porque já

se percebeu que o Governo faz uma coisa e diz outra”,

salientou.

- Fontes: PSD; Lusa; DN, fotos PSD, Lusa


Marco António Costa encontra no “falhanço

absoluto” da governação as actuais

altíssimas e inéditas taxas de desemprego

O vice-presidente do PSD, Marco António Costa culpou, na semana passada, o “falhanço absoluto da governação”

do Partido Socialista pela actual taxa de desemprego, razão pela qual, no dia 5 é “indispensável” mudar de políticas.

“O PS fez uma aposta essencialmente em apoiar grandes empresas, esquecendo as PME, e em promover uma

política de endividamento do país, com consequências que hoje são visíveis em número de desempregados”, afirmou

à Lusa o líder do PSD/Porto.

Para Marco António Costa este número resulta do “falhanço absoluto da governação do PS que não conduziu,

sob o ponto de vista das políticas económicas, de forma correta o país”.

Este é “o balanço que se pode fazer da governação do PS: em número de vítimas que essa governação produziu,

em número de desempregados, em portugueses sem nenhum tipo de esperança neste momento e em número de

empresas que faliram na região Norte durante este período”, destacou.

“O resultado concreto e efectivo das políticas do PS está à vista, os números são terríveis e representam pessoas,

700 mil portugueses desempregados em todo o País, dezenas de milhares de jovens que não encontram uma

solução de vida profissional e é infelizmente a existência de centenas de milhares de empresas que encerraram

nos últimos anos”, acrescentou.

Destacou ainda que “o PS conduziu o País para um beco e a única solução que Portugal encontrou foi pedir 78

mil milhões de euros emprestados”.

Para ultrapassar a situação o dirigente social-democrata considera “indispensável” mudar de responsáveis políticos

a 5 de Junho, defendendo o líder do partido, quando este disse ser “indispensável que o PSD tenha uma vitória

suficientemente expressiva que lhe permita ser convidado” a formar governo.

“O PSD pretende vencer as eleições de forma clara e expressiva para poder ter condições para aplicar o seu

programa eleitoral de mudança da sociedade e da economia portuguesa”, defendeu Marco António.

A taxa de desemprego atingiu os 12,4 por cento no primeiro trimestre deste ano com a nova – e mais verdadeira - metodologia de recolha de informação, revelou quartafeira

o Instituto Nacional de Estatística (INE).

No entanto, o Instituto refere também que a taxa de desemprego do primeiro trimestre teria sido de 11,4 por cento, em vez de 12,4 por cento, caso tivesse sido mantida

a metodologia anterior de recolha de informação.

Assim, com a anterior metodologia, a taxa de desemprego teria crescido 0,3 pontos percentuais face ao último trimestre de 2010, quando a taxa de desemprego se

situou nos 11,1 por cento.

O INE acrescenta que, “face à introdução destas alterações, os resultados agora publicados não permitem uma comparação directa com os dados anteriores, configurando,

assim, uma quebra de série”.

Estas são as primeiras Estatísticas do Emprego feitas através do novo método, que passa a recolher a informação sobre emprego por telefone. Esta alteração implica que

deixam de ser viáveis as comparações directas com as estimativas anteriores, ou seja, entre o primeiro trimestre de 1998 e o último de 2010. - Lusa

Nota da Redacção: Estes jogos com números e estatísticas correm o risco de fazer confusão no espírito dos portugueses. Na realidade, interessa compreender que o número

de pessoas sem trabalho, não aumentou com o novo método de recolha de informação, como pretendeu insinuar Sócrates no debate com Passos Coelho. Os “sem-trabalho”

já lá existiam, não perderam o trabalho de um dia para o outro. Estavam apenas escondidos… E agora já entraram nas estatísticas. Só é pena é que as estatísticas, melhores

ou piores, além de os registarem, não lhes ponham pão na mesa! - PL.

Fernando Seara salienta

convívio de etnias e culturas

nas freguesias do Concelho de Sintra

Durante o jantar de campanha em Évora, o dirigente social-democrata

Fernando Seara, autarca presidente da Câmara de Sintra, teve oportunidade

de responder “na mesma moeda” ao socialista Pita Ameixa, que utilizou

com intuito grosseiro, a expressão “africanista de Massamá”, para se referir

ao presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, o qual, residente naquela vila,

tinha feito alusão ao facto de ter vivido em Angola, da mulher ser guineense

e uma das filhas ter nascido em Bissau.

Fernando Seara respondeu a Pita Ameixa, afirmando que tem “orgulho

em liderar um concelho multicultural” e que tem “orgulho que cerca de 10

por cento da população escolar de Massamá seja não-portuguesa”.

Depois, dirigindo-se ao presidente do PSD, Fernando Seara acrescentou: “E

daqui, meu caro Pedro, digo ao engenheiro José Sócrates e ao senhor deputado

Pita Ameixa, eu também sou “africanista de Massamá” e tenho todo o gosto

em que venham visitar as minhas escolas, onde diferentes origem comem à

mesma mesa e comungam na mesma cultura e nas mesmas brincadeiras “.

É fundamental “a tolerância, a multiculturalidade, o sentido de respeito”,

defendeu Fernando Seara, que notou que “estas coisas simples parecem não

ter sido, sequer, percebidas pelo sr. Deputado Pita Ameixa, cuja naturalidade

e formação me são totalmente desconhecidas” - Lusa

9

PSD


PSD

Carlos Moedas lembra que José Sócrates

levou Portugal “ao buraco”

O candidato a deputado pelo PSD Carlos Moedas afirmou em Vila Nova de Milfontes, num jantar de campanha em que esteve

Passos Coelho, que o secretário-geral do PS, José Sócrates, levou o país “ao buraco” e agora “não quer parar de cavar”, porque pretende

prosseguir com as mesmas políticas.

“Este é um momento em que um Governo, pior ainda, em que um homem, levou o país à ruína e em que esse mesmo homem

e esse mesmo Governo querem continuar as políticas que levaram esse País ao buraco”, declarou Carlos Moedas, durante um almoço

de campanha do PSD em Vila Nova de Milfontes, concelho de Odemira.

“Parafraseando um amigo e grande economista, a primeira coisa que se tem de fazer quando estamos num buraco é parar de

cavar, e o engenheiro Sócrates não quer parar de cavar, nem por nós, nem pelos nossos filhos”, acrescentou o cabeça de lista do PSD

às Legislativas pelo círculo de Beja.

Na sua intervenção, Carlos Moedas defendeu também que este “é um momento em que é muito importante ver a diferença entre

a aparência e a essência, entre quem quer aparentar e quem tem realmente uma política de essência”, referindo que o primeiro a

distinguir estes dois conceitos foi Espinosa, “um dos maiores alentejanos” e “um dos maiores filósofos de sempre”.

“O PSD apresentou o único verdadeiro programa eleitoral a estas eleições”, um programa “que não é da aparência”, mas “da

essência”, sustentou, em seguida.

Carlos Moedas acusou o PS de ter abandonado o sector produtivo em Portugal e defendeu que é essencial investir na agricultura,

no mar e no turismo, fazendo do Alentejo “motor do crescimento”.

Com o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, a ouvi-lo, Carlos Moedas considerou-o “um homem de coragem”, que “sabe manter

a calma sob pressão” e que “sabe ouvir”.

Por sua vez, Passos Coelho elogiou a “formação sólida e consistente” do gestor Carlos Moedas e sublinhou que este não é candidato

a deputado pelo PSD “para abrilhantar a lista” ao círculo de Beja, “é um homem da terra, é um alentejano dos sete costados”.

“Eu sei que o objectivo de o eleger em Beja é ambicioso, mas estamos a começar bem e eu acredito que, apesar de ser difícil, vamos conseguir elegê-lo”, acrescentou

o presidente do PSD - Lusa.

Miguel Relvas vence jogo

“sem caneladas” em Rio Maior

Um jogo de futebol “sem caneladas” opôs no dia 21,

a equipa do candidato a deputado do PSD por Santarém

(e actual Secretário-Geral e Porta-Voz do PSD), Miguel

Relvas aos “amigos de Isaura Morais”, a presidente da

câmara de Rio Maior, numa acção de campanha que

fugiu à rota das feiras.

“Sempre acreditei que é possível ganhar sem batota”,

disse Miguel Relvas no fim de um jogo de 40 minutos,

no qual se preservou para “estar em forma para a campanha”,

mas que o conseguiu pôr a suar.

A ideia de um jogo de futebol opondo candidatos a

deputados nas legislativas de 5 de Junho à equipa da

presidente de Rio Maior (PSD), numa autarquia que se

auto-intitula “cidade do desporto”, foi do presidente da

distrital laranja, Vasco Cunha.

“Aceitei porque precisamos de criatividade, alegria,

esperança”, disse Miguel Relvas, cabeça de lista do PSD

pelo círculo eleitoral de Santarém, sublinhando que a

iniciativa visou igualmente chamar a atenção para os

investimentos feitos em Rio Maior na área do desporto

e que é preciso potenciar.

Isaura Morais não desperdiçou a oportunidade para

referir o esforço que está a ser feito para tirar o máximo

proveito de um conjunto de infra estruturas que herdou

do seu antecessor socialista.

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“Temos condições de excelência”, afirmou, referindo

a articulação e as parcerias que tem procurado, tanto com

a Escola Superior de Desporto, instalada no concelho,

como com o Comité Olímpico de Portugal, que permitem

o enquadramento técnico das equipas e iniciativas que

o concelho acolhe.

O resultado final do jogo, 6-3, com a vitória das camisolas

laranja, não lhe agradou particularmente: “Não

gosto de perder nem a feijões”, brincou.

Nem o reforço de Fernando Seara, presidente da

câmara municipal de Sintra, na segunda parte do jogo,

nem as saídas de campo de Miguel Relvas para ver as

mensagens nos seus dois telemóveis foram suficientes

para melhorar o resultado da equipa da autarca.

O presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis,

Hermínio Loureiro, devia ter também participado, mas

faltou ao jogo. “Um problema na Câmara não permitiu

que viesse”, justificou Miguel Relvas, que teve a seu lado

no jogo o mandatário distrital da campanha e presidente

da Associação Industrial Portuguesa (AIP), José Eduardo

Carvalho.

- Correspondente


José Sócrates devia “chorar de vergonha”

com aumento de desemprego, afirma Luís

Montenegro

O deputado do PSD Luís Montenegro defende que o Governo

“não merece uma nova oportunidade” após o país ter atingido

os 12,4 por cento de desemprego, uma taxa que deveria “fazer o

primeiro-ministro chorar de vergonha”.

“Este primeiro-ministro não merece uma nova oportunidade.

Quem merece são os portugueses, uma oportunidade para voltar a

ter confiança no futuro”, afirmou Luís Montenegro, considerando que

o Governo PS deixou o país “à beira do colapso social, económico

e financeiro”.

Na abertura do debate sobre a situação económica e social do

país, na comissão permanente da Assembleia da República, dia 19 de

Maio, Luís Montenegro argumentou que os números do desemprego

divulgados pelo INE, 12,4 por cento no primeiro trimestre do ano,

“são a parte mais negra da governação falhada de José Sócrates”.

“São números que, isso sim, deveriam fazer o primeiro-ministro

chorar, mas chorar de vergonha”, disse.

“Sócrates e Assis usam a política do medo,

instrumentalizando os sentimentos”, acusa

Aguiar-Branco

Parlamento

O cabeça de lista do PSD pelo círculo do Porto, José Pedro Aguiar-Branco, acusou José

Sócrates e Francisco Assis de recorrerem “à política do medo, instrumentalizando os sentimentos

mais nobres das pessoas” sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS). “Isto é não

ter valores e limites no uso de uma campanha desonesta”, afirmou, garantindo que o PSD

não quer acabar com o SNS ou o Estado social”.

“Não confundimos Estado social com estado socialista gastador, clientelar e promíscuo”,

reiterou Aguiar-Branco, falando num jantar em Amarante perante cerca meio milhar de

apoiantes, dia 21 de Maio.

O cabeça de lista pelo distrito do Porto criticou o que considerou ser a “encenação na

campanha do PS”, dando o exemplo “da lágrima de José Sócrates” na iniciativa sobre as

Novas Oportunidades.

Segundo Aguiar-Branco, “essa lágrima” justificava-se mais “se tivesse a ver com cada

um dos 700 mil desempregados que o PS deixa no país”.

A propósito das Novas Oportunidades, o candidato social-democrata lembrou que

nesse programa foram gastos três mil milhões de euros. “Ele [José Sócrates] deve prestar

contas se foi para a qualificação ou para fazer propaganda dessa iniciativa em benefício

do PS”, observou.

Sobre o debate de sexta-feira entre o líder do PSD, Pedro Passos Coelho e o secretáriogeral

do PS, José Sócrates, Aguiar-Branco afirmou que “teve um significado muito especial

para a mudança da forma de estar e fazer política em Portugal”.

“Até ontem parecia que a lógica do fingimento tinha sempre prioridade e mérito em

relação à autenticidade. Ontem ficou demonstrado que não é preciso andar a enganar e

esconder-se na cobardia de não apresentar as propostas para se ser vitorioso”, disse o

candidato a deputado do PSD.

Aguiar-Branco acusou José Sócrates de “cobardia por ignorar perante os portugueses”

que no memorando que o Governo assinou com a ‘troika’ para ajuda financeira ao país

está prevista “uma diminuição na Taxa Social Única”

“Ou mentiu à ‘troika’ ou mentiu aos portugueses”, concluiu.

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Regionais

Berta Cabral defende “equilíbrio no

investimento para travar desemprego”

Berta Cabral qualifica de “preocupante” o nível de desemprego na região dos

Açores (quando acaba de registar-se um aumento de 24,9 por cento), “deixando um

conjunto muito grande de famílias em dificuldades, numa situação de desalento”.

A líder regional falava à saída de uma reunião com a direcção da Câmara do

Comércio e Indústria dos Açores, salientando que o mais preocupante é essa incapacidade

de gerar emprego, sendo que os Açores, a par da Madeira, são as únicas

regiões do país onde o desemprego cresceu, tendo os Açores a perspectiva de uma

subida ainda maior, “pois aproximam-se do fim algumas obras públicas de monta

e é no sector da construção civil que essa realidade se vai sentir mais”.

Para a líder social-democrata regional, deve haver “um equilíbrio entre o investimento

público e o investimento privado”, sendo essa “a única forma de relançar

a economia.

Sobre as medidas do memorando assinado com a “troika”, Berta Cabral lamentou

“que o governo regional não tenha tido a capacidade de negociar a manutenção

da autonomia fiscal dos Açores, já que isso vai levar as empresas à perda de competitividade

e de poder de compra, com a redução do diferencial que compensava

os custos da insularidade”, explicou.

“Os açorianos vão sofrer um aumento generalizado dos seus impostos em cerca de 10 por cento e a autonomia fiscal que a região tinha consagrada reduz-se até um

montante de 20 por cento. Isso é grave, pois afecta toda a actividade económica, com um reflexo directo ao nível do emprego e da produtividade geral dos Açores”, afirmou.

A presidente do PSD/Açores afirmou ainda a necessidade de, também no sector privado, serem criados programas de ocupação para os desempregados, de modo a que

estes se possam valorizar profissionalmente e tenham hipóteses de integrar os quadros das empresas onde forem colocados.

Famílias açorianas vão

pagar “mais 400 euros de

impostos”

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O líder parlamentar do PSD/Açores estima que as famílias açorianas

vão pagar, em média, “mais 400 euros de impostos” com o aumento

do IVA, IRS e IRC na região.

“Todo o esforço de mistificação do PS não ilude, porém, uma verdade

que quer esconder: cada família açoriana vai pagar mais 400

euros de impostos para os bolsos do governo, por via do aumento do

IVA, do IRS e do IRC”, disse Duarte Freitas, numa declaração política

proferida na Assembleia Legislativa dos Açores.

O líder da bancada social-democrata lamentou o “egoísmo” revelado

pelo presidente do governo regional “quando desvaloriza a

redução do diferencial fiscal” entre os Açores e o continente, apesar

de constituir o “maior aumento de impostos de que há memória na

história da autonomia”.

Duarte Freitas salientou também que o PS/Açores é uma “autêntica

fábrica de boatos” sobre o programa eleitoral social-democrata,

“mimetizando a condenável prática nacional” dos socialistas.

Como exemplos da “campanha de desinformação” socialista, o

presidente do grupo parlamentar do PSD/Açores destacou a privatização

de um dos canais generalistas da RTP. O líder da bancada socialdemocrata

lembrou que o PSD pretende manter um canal de serviço

público em que se enquadre a RTP/Açores, criticando os socialistas por

“assustar os eleitores com algo que nunca passou pela cabeça do PSD”.

Duarte Freitas lamentou também que o PS insista em “repetir a

falsa ideia de que o PSD quer dar cabo do actual sistema de saúde”, quando foi o governo regional socialista que

anunciou recentemente o pagamento de taxas moderadoras nas unidades de saúde do arquipélago.

“O PS/Açores perdeu, definitivamente, a noção da verdade e da coerência. Os socialistas, que durante anos

juraram a pés juntos que nunca aplicariam taxas moderadoras no acesso ao Serviço Regional de Saúde, apressaramse

agora a implementá-las”, afirmou.

Duarte Freitas defendeu que, para inverter o actual cenário de crise no país e nos Açores, é necessário mudar,

sublinhando que “falar verdade aos eleitores acerca da situação económica, social e política será um bom começo”.

“Quem quer mudar tem de depositar a sua confiança em quem lhe possa garantir que vamos, de facto, mudar

de governo e mudar de vida”, frisou, num apelo ao voto no PSD nas eleições legislativas de 5 de Junho.

PSD denuncia

“descaramento”

do PS em relação

ao Estado Social

O PSD/Açores

denunciou o “descaramento”

do PS

por pedir explicações

aos outros partidos

sobre a manutenção

do Estado Social, alegando

que foram os

socialistas que “deram

cabo” do país e

são os “campeões do desemprego”.

“Quem aumentou os impostos foi o PS, depois

de prometer que não ia aumentá-los. Depois dos

cartazes do PS a dizer que iam ser criados milhares

de empregos, assistimos hoje nos Açores à maior

taxa de desemprego de sempre”, afirmou o deputado

social-democrata Clélio Meneses, na Assembleia

Legislativa dos Açores.

O parlamentar do PSD/Açores salientou que a

governação socialista no país e na região “bate recordes”

em matéria de desemprego, referindo os dados

divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística, que

revelam que os Açores registaram, no final do primeiro

trimestre deste ano, uma taxa de desemprego

de 9,5 por cento.

“O PS vai batendo recordes atrás de recordes

do desemprego e o PSD é que tem de explicar”,

questionou.

Clélio Meneses destacou também a “incoerência”

revelada pelo PS sempre que acusa o PSD de querer

colocar em causa o sistema público de saúde.

“O PS diz que o PSD quer acabar com o sistema

de saúde pública. Mas é o PS quem implementa as

taxas moderadoras para os açorianos que não têm

médico de família e não têm outra possibilidade

senão recorrer às urgências. E os senhores falam em

Estado Social? É preciso ter descaramento”, disse.


É preciso resolver as dificuldades de votar

com as novas regras associadas ao “cartão

único”

O deputado social-democrata Carlos Gonçalves afirmou

há dias que existem portugueses no estrangeiro que

não estão a receber o boletim de voto, porque quando

fizeram o cartão de cidadão em Portugal, lhes foi atribuída

uma morada em território nacional.

“Há muita gente que não está a receber o boletim

de voto que percebeu que ao fazer o cartão do cidadão

em Portugal mudou automaticamente a residência [de

recenseamento]. Recebi muitas críticas nesse sentido”,

disse Carlos Gonçalves à Agência Lusa.

O que acontece, explicou Carlos Gonçalves, é que

quando as pessoas fornecem uma morada portuguesa

para fazer o cartão de cidadão essa morada é automaticamente

associada ao recenseamento eleitoral em

território nacional.

Para o deputado, este problema tem origem na falta

de informação das pessoas sobre as regras de funcionamento

do novo documento.

O cabeça-de-lista do PSD pela Europa esteve durante

o fim-de-semana em campanha em Andorra, Toulouse

e Bordéus (França), onde as questões da participação

cívica e política dos emigrantes e o ensino da língua

portuguesa dominaram a agenda.

Carlos Gonçalves destacou o descontentamento das

comunidades relativamente a estas matérias, sublinhando

que, em seis anos, o Governo socialista “não

teve iniciativas relativas à participação cívica e política”.

“Não é normal que se esteja a prometer durante seis

anos a realização de um fórum de luso-eleitos, que nunca

se concretizou. Mais grave é que havia regularmente

em França um encontro de eleitos, que não teve lugar

nos últimos anos e não foi por culpa da embaixada de

Portugal”, disse.

Emigração

Para Carlos Gonçalves, “esta falta de sensibilidade

para a questão cívica e política é a mais grave na acção

de uma governação”.

No principado de Andorra, Carlos Gonçalves manteve

um encontro com o recentemente empossado ministro

dos Negócios Estrangeiros a quem transmitiu as preocupações

da comunidade portuguesa local relativamente

ao ensino do português.

“Trocámos um conjunto de impressões sobre a comunidade

portuguesa, tive oportunidade de chamar a

atenção para as preocupações dos portugueses com o

ensino da língua e senti alguma sensibilidade para a

questão da comunidade”, disse Carlos Gonçalves.

Em Andorra vivem cerca de 13 mil portugueses e a

integração do ensino do português nos currículos oficiais

do principado é uma das principais aspirações da

comunidade e das próprias autoridades portuguesas,

que por várias vezes têm levantado esta questão junto

do Governo andorrano.

Carlos Gonçalves participou ainda em várias iniciativas

com a comunidade portuguesa, que segundo o deputado,

se mostra preocupada com a situação económica

de Andorra bem como com os seus efeitos em matéria

de emprego. - Lusa

Envolver os emigrantes

na recuperação económica

dando-lhes instrumentos de intervenção

O programa eleitoral do PSD para as legislativas de 5 de Junho pretende envolver os emigrantes portugueses

na recuperação económica portuguesa através de medidas como a facilitação do investimento

em Portugal.

O PSD define como prioridades da política externa a recuperação da reputação financeira e fomentar

a economia portuguesa, através do reforço da diplomacia económica e do envolvimento dos emigrantes.

“A política externa deve orientar-se sobretudo para a recuperação da reputação financeira, do prestígio

internacional e o fomento da actividade económica com o exterior”, lê-se no documento.

Nesse sentido, são definidos quatro “eixos de actuação”: reforçar a diplomacia económica, aprofundar

o espaço lusófono, valorizar as comunidades portuguesas e evoluir nas relações bilaterais e multilaterais.

Algumas das medidas propostas incidem sobre a representação diplomática portuguesa no estrangeiro,

com o PSD a propor-se “reafectar recursos para os países de maior potencial” económico e “reforçar e, se

necessário, reestruturar” os órgãos de representação externa.

Com vista ao reforço da internacionalização das empresas e à captação de investimento estrangeiro, o

programa propõe uma “acção coordenada com as estruturas empresariais privadas” presentes no mercado

externo, “facilitar a vida burocrática das empresas e dos investidores”, “eliminar casos de dupla tributação”

e “promover a Marca Portugal”, entre outras.

Os emigrantes portugueses são chamados a este esforço de recuperação económica através de medidas

como “promover e facilitar o investimento em Portugal”, “realizar acções de atracção a Portugal de empreendedores

e empresários” e “reestruturar e substituir o programa Netinvest por um programa eficaz de promoção de parcerias e de negócios entre empresários

de origem portuguesa”.

Para “valorizar as comunidades portuguesas”, o PSD aponta medidas como a desburocratização dos procedimentos administrativos e consulares, a promoção

do “recenseamento eleitoral automático”, a dinamização “do papel do Conselho das Comunidades Portuguesas” ou a modernização dos materiais didácticos e da

programação dos canais televisivos que lhes são dirigidos.

São candidatos do PSD pela Europa Carlos Gonçalves (actual deputado), Artur Amorim (bancário), Sharolta Lazlo (funcionária consular) e Custódio Portásio (bancário).

Por fora da Europa, concorrem, pelo PSD, José Cesário (deputado), Carlos Páscoa Gonçalves (deputado), Maria João Ávila (activista de movimento associativo) e

Gonçalo Nuno dos Santos (ex-deputado). - Lusa

13


Memórias

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Edição n.º 57 do “Povo Livre”, de 6 de Agosto de 1975. Manchete: “Basta de ódios e violências! Basta de intolerância e

repressão!” José Augusto Seabra era o director do jornal.


A táctica da omissão

Marco António Costa (*)

Opinião

O passado dia 20 de Maio ficará na história política recente como aquele em que o actual primeiro-ministro “gaguejou e ficou sem pio” num debate televisivo perante

os pedidos de explicação feitos pelo líder da Oposição. Ficou claro no debate entre José Sócrates e Passos Coelho o novo estilo do líder socialista: não responder às suas responsabilidades,

não falar do que teria que fazer se fosse de novo Governo e limitar o seu discurso ao ataque e à maledicência sobre as propostas do PSD.

A nova táctica eleitoral do primeiro-ministro passou de prometer o que sabia não poder cumprir para o não falar sobre aquilo que sabe que vai ter que fazer, nomeadamente

mexer na Taxa Social Única, como se comprometeu com a Comissão Europeia, o Banco Europeu e o FMI. Esta escolha pela omissão intencional no programa e no

debate revela a forma pouco séria como o PS entrou nesta campanha que é directamente proporcional ao desespero de quem pressente uma significativa derrota eleitoral.

O programa socialista é simples de resumir: é um conjunto de generalidades, sem medidas concretas e que se limita a prosseguir a política desastrosa que trouxe Portugal

e os portugueses à calamitosa situação em que nos encontramos.

A discussão em torno da Saúde, que o PS gosta muito de levantar, é paradigmática da diferença que vai entre o discurso e a realidade. A verdade é que, através do aumento

da taxa moderadora, da malograda tentativa (evitada pelo PSD) de criar taxas de internamento e de cirurgia e pela infeliz diminuição da comparticipação nos medicamentos,

o Governo socialista desvirtuou o que deviam ter sido medidas de racionalização do uso do Sistema Nacional de Saúde e transformou-as numa forma de financiamento

encapotada a somar aos impostos que os portugueses já pagam. Também ao contrário do que o Governo afirma, o co-pagamento na Saúde já existe, por exemplo, nos casos

em que, por ordem do SNS, o utente recorre a serviços ou clínicas privados para tratamentos e meios de diagnóstico complementares (radiografias, análises, fisioterapia,

etc) em que o beneficiário paga parte dos serviços, apesar de não ser tido nem achado na escolha por se tratar de um acto de responsabilidade exclusiva médica. E não nos

alongamos aqui no que acontece no Plano Nacional de Vacinas, em que vacinas que custam 6 euros ao Estado são vendidas aos utentes por 100 euros...

E a desorientação é tanta que o PS até já fala da “doutrina social da Igreja” quando nunca um Governo como o que agora está a ser avaliado mostrou tanta desconfiança

e atacou tanto o sector social da Igreja. Um partido que tanto usa e abusa do laicismo e da separação do Estado vir agora invocar em sua defesa os conceitos e as práticas

que sempre desprezou é, no mínimo, descaramento.

(*) Vice-Presidente da Comissão Política Nacional do PSD

O ataque social

João César das Neves (*)

A maior parte das pessoas em Portugal está zangada. Os outros estão assustados ou só tristes. Estas atitudes, se parecem justificadas, são muito inconvenientes. Neste

período, mais que nunca, é necessário espírito lúcido, cabeça fria, imaginação serena. Tudo isto é incompatível com medo, tristeza e sobretudo raiva. Não admira a indigência

dos debates.

Razão central da fúria é o suposto ataque ao Estado social. Alegadamente os terríveis neoliberais querem usar a crise para desmantelar os direitos laborais, de saúde,

protecção e outros benefícios. Autopromovidos defensores da justiça e solidariedade chegam a proclamar uma guerra santa contra a ameaça. Mas os seus argumentos são

falsos, enganadores e perversos.

Primeiro são falsos. Ninguém pretende acabar com o Estado social, coisa aliás impossível. Todos os portugueses (como os europeus e agora os americanos) pretendem um

sistema de saúde, segurança social e apoios anexos. O que está em causa é, não matar o sistema, mas fazer-lhe uma dieta. A finalidade dos ajustamentos é antes contribuir

para a sustentabilidade e saúde do Estado social. Num regime de emagrecimento parece sempre passar-se fome, mas por vezes é indispensável.

A única forma de salvar os sistemas de protecção é torná-los financeiramente sustentáveis, defendendo sobretudo os mais pobres e acautelando as receitas que permitem

um funcionamento saudável. Sem serem perfeitas, as medidas do “memorando de entendimento” com o FMI, BCE e Comissão são meios razoáveis de o conseguirem.

Aliás, revelam reais preocupações de justiça por exemplo estendendo o subsídio de desemprego aos trabalhadores independentes (4.1.iii), medida que é incrível não ter

sido tomada antes, vindo a ser proposta por estrangeiros.

Em segundo lugar as queixas são enganadoras. Porque aqueles que as fazem são precisamente os que criaram a actual situação insustentável. O presente desequilíbrio

demonstra, antes de tudo, a enorme incompetência dos responsáveis e agentes que operaram o Estado social nas últimas décadas. A falência financeira não aconteceu por

acaso ou pela crise externa, mas deve-se a anos de despesismo, inépcia e extravagância. Chega a ser espantoso que, não só ninguém surja a assumir as responsabilidades

e pedir desculpa, mas que aqueles que deveriam ter vergonha apareçam como acusadores e se digam vítimas dos próprios erros.

Há muito tempo que os sistemas de apoio social, que deveriam ser estimados e protegidos por todos, foram usados para promessas irrealistas e projectos insustentáveis.

Os responsáveis iam apresentando resultados excelentes, que ignoravam as leis básicas da aritmética. Após décadas de somas desacertadas, acusam-se agora as reformas

indispensáveis de matar o Estado social.

É verdade que alguns grupos mais extremistas de defensores da solidariedade estão inocentes do descalabro, porque nunca foram eleitos para o gerir. Mas esses costumam

apresentar “soluções à portuguesa”, ainda mais tontas que as do licor Beirão e Paulo Futre. Se tivessem poder teriam desmantelado o sistema muito mais depressa

que os que o dirigiram nos últimos tempos.

O alvoroço à volta de direitos tem um propósito sinistro. Trata-se de um velho truque bem conhecido, um pânico cultural, criando um susto para conseguir efeitos. A sua

finalidade é apenas proteger as benesses dos aparelhos que criaram a actual situação. A começar pelo primeiro-ministro, que baseia a campanha de reeleição no medo da

suposta demolição do Estado social, até aos funcionários que querem manter mecanismos, trava-se uma luta de morte, não à volta dos direitos sociais, mas dos privilégios

burocráticos.

A maior parte das pessoas em Portugal está zangada. Mas há quem esteja a aproveitar-se dessa zanga e da falta de lucidez que ela gera. Podemos até deduzir uma regra

geral que vale a pena começar a usar: quando alguém fala de neo-liberalismo: é bom proteger a carteira. A maioria dos que nos assustam com o supremo papão, pretende

apenas defender benesses, obrigando-nos a mais despesas.

(*) Economista, Professor Universitário

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Opinião

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A contagem decrescente começou!

Paulo Júlio (*)

A contagem decrescente já começou. Todos os lugares públicos deveriam ter um contador de dias, horas e minutos, tendo como referência o dia 5 de Junho, encimado

com uma frase que deveria dizer qualquer coisa como “Devolver a Esperança aos Portugueses”.

Alguns andam mais tranquilos porque já sabemos que vem aí a primeira tranche de 18 mil milhões de Euros, necessária para pagar salários, pensões e outros compromissos

do Estado Português.

Andam mais tranquilos porque o Memorando da Troika assinado pelo Governo definirá as políticas de base para o próximo quadriénio. Não sei se por estar em Inglês

standard, parece que ainda não foi completamente lido pelo candidato do Partido Socialista.

Andam mais tranquilos porque anda por aí uma tese que defende que afinal a responsabilidade de aqui termos chegado não é de quem nos governou, mas de todos

nós, que comprámos uma casa, um carro ou um electrodoméstico, durante as últimas três décadas.

Ora, esta tranquilidade de alguns tem que nos deixar revoltados, inconformados e, no mínimo, com alguma energia para dizer basta de demagogia, basta de tentarem

enganar-nos, basta de não quererem ver a realidade, basta de não lhes apetecer discutir PORTUGAL, basta de andar com o Estado Social na boca, basta de não assumirem

um mínimo de responsabilidade, basta de dizerem uma coisa e fazerem outra e basta de quererem continuar a tratar os Portugueses como pessoas incultas e desinformadas.

Temos pouco mais de uma semana, para reflectir sobre o nosso futuro. Precisamos de realizar muitas reformas estruturais mas há uma que não está explicita no famoso

memorando e que é fundamental aliás, é a grande linha política para a concretização de todos os compromissos assinados, em troca de 78 mil milhões de Euros, aproximadamente

o valor que a divida pública portuguesa cresceu nos 6 anos de governação deste partido socialista com o seu actual “grande líder”!

Essa linha política é a recuperação da nossa credibilidade junto dos parceiros europeus e internacionais. Recuperar a credibilidade junto de quem equaciona investir em

Portugal, sejam investidores portugueses ou estrangeiros.

Só conseguiremos sair desta tragédia social de taxa de desemprego superior a 12%, se a economia recuperar, porque, por sua vez, o emprego só voltará se houver mais

empresas e mais investimento directo estrangeiro.

Nada disto acontecerá a fazer mais do mesmo. E a pergunta de raciocínio básico, tentando acompanhar a forma simplista de raciocínio socialista, é se achamos que o Engº

Sócrates, aquele que não assumiu um único, sim, um único erro na sua “perfeita” governação, será capaz de mudar e liderar as reformar que precisamos de fazer em Portugal ?

O recandidato de hoje, foi o primeiro-ministro de ontem que quase nos deixou sem salários e pensões, por mera táctica política e partidária, obrigando-nos a gastar

adicionalmente centenas de milhões de Euros de juros a 7 – 8%, evitando em cada PEC, assumir as medidas estruturais que, afinal, agora, não lhe parecem assim tão mal!

A culpa não é do PEC 4. Agora, todos os portugueses já perceberam mas, ainda têm dúvidas, ainda têm algum medo porque a máquina de propaganda do PS, o partido

que corta abonos de família, que inventou as taxas moderadoras na saúde, que corta nas bolsas dos estudantes, que queria congelar as pensões sociais inferiores a 300 €

(PEC4), afirma, muitas vezes, todos os dias, para terem cuidado com o PSD.

Acusaram o PSD de ter uma agenda escondida mas, o partido que não concretiza nenhuma medida política num oco (mas fácil e rápido de perceber) programa, é o PS.

Como qualquer semelhança é pura coincidência entre os dois programas, o PS entretém-se, agora, a criar “fait-divers” para ir preenchendo a sua agenda diária de campanha.

É penoso mas, infelizmente, é a realidade.

(*) Presidente da C. M. de Penela, Vogal da CPN/PSD

Não contrição

Mendes Bota (*)

Seis anos depois de assumir a governação, José Sócrates vai deixar o País de mão estendida, numa situação económica e financeira gravíssima, socialmente devastado,

moralmente destruído. É uma herança pesada, cujos encargos se estenderão por muitas gerações dos que ainda cá estão, e dos que estão para vir. O que mais impressiona

na lengalenga insuportável do homem, é a incapacidade de um gesto mínimo de contrição, perante os concidadãos cuja vida ficou mais pobre, ou perante o sofrimento de

quem tudo perde, casa, emprego, dignidade, esperança. A metralhadora da propaganda oficial, o teleponto, o discurso surreal perante figurantes estrangeiros e de turbante,

distribui culpas por tudo e todos, sem espelho, mistifica, deturpa e falsifica. Não há um gesto de arrependimento, um afago de compreensão, um pedido de desculpa.

Portugal, pior crescimento económico dos últimos 90 anos. 700.000 desempregados, na pior taxa de desemprego dos últimos 90 anos. A maior dívida pública dos últimos

160 anos, 153 mil milhões de euros, número tão grande quanto incompreensível, duplicado em seis anos apenas. A maior dívida externa dos últimos 120 anos. À dívida das

famílias e das empresas, junta-se a do Estado, alcandorando-nos ao top-10 dos países mais endividados do mundo. A mais baixa taxa de poupança dos últimos 50 anos. A

segunda maior vaga emigratória dos últimos 160 anos. Desigualdades sociais e regionais como há muito não se viam. 1,6 milhões de processos pendentes na Justiça, em

1995 eram 630.000, é o caos, a lei do mais forte, a impunidade lavada pelo tempo. A pior taxa de abandono escolar de toda a OCDE. A destruição do Estado Social sob o lema

de cortar cegamente sem olhar a quem: abonos de família, subsídios de desemprego, reformas baixinhas, comparticipações nos medicamentos, bolsas de estudo. Floresceu

a corrupção do amiguismo, a mordomia dos interesses instalados nos institutos, fundações e empresas públicas. É uma náusea. Dêem-nos pedras. Água das pedras, até ao

dia 5 de Junho. O dia da libertação! -

(*) Deputado à Assembleia da República


O debate

Luís Marques Mendes (*)

Opinião

Procurando ser objectivo, tenho para mim que Passos Coelho ganhou o debate da passada sexta-feira e que José Sócrates o perdeu. Sim, em boa verdade são as duas

coisas: e não apenas por causa das expectativas que existiam em torno de um e de outro.

Sócrates perdeu o debate sobretudo por uma razão essencial: porque abdicou de se apresentar como primeiro-ministro e se limitou a fazer o papel de oposição à oposição.

Ora isto é um sinal de fraqueza e uma confissão de incapacidade.

Quem governa e tem obra a apresentar defende-a com orgulho, sem precisar de desviar as atenções e sem recear a confrontação do adversário. Com Sócrates sucede o

oposto. Ele não se foca na governação porque não tem resultados a exibir. Ele atira-se às ideias do adversário com o mero intuito de tentar esconder os telhados de vidro

do seu mandato. Exemplo maior é o do desemprego. Numa hora de debate, Sócrates não teve uma palavra, uma solução, uma expressão sequer de solidariedade para com

700 mil portugueses no desemprego. Tudo isto define um derrotado e mostra um enorme peso na consciência. Especialmente para um primeiro-ministro dito socialista e

de esquerda.

Passos Coelho venceu por duas razões principais: primeiro, porque fez o que um líder da oposição deve fazer – ser certeiro a confrontar o primeiro-ministro com as suas

responsabilidades de governo; depois, porque se afirmou com coragem como candidato a primeiro-ministro, esgrimindo propostas para o futuro e soluções para o País.

Quem, desconhecendo a política nacional, aterrasse de repente em Portugal e assistisse a este debate seguramente diria que Passos Coelho era o primeiro-ministro e Sócrates

o líder da oposição, tal o volume de propostas que o primeiro exibia e o vazio de ideias que o segundo demonstrava. É isso mesmo: pelos programas que apresentam,

o líder do PSD já veste o fato de primeiro--ministro, enquanto o líder do PS já enverga o estatuto de oposição. De forma consciente ou inconsciente, ambos já interiorizaram

o resultado da eleição.

Ao contrário do que vaticina o primeiro-ministro, a escolha de 5 de Junho não é entre quem está a favor ou contra o estado social. É, sim, entre o desastre do passado e

a nova esperança reformista do futuro. Um conduziu-nos à ajuda externa. Outro, daqui a três anos, pode libertar-nos dela. Eis a fronteira que separa a responsabilidade da

irresponsabilidade.

(*) Jurista, ex-Presidente do PSD

A vantagem competitiva

Jaime Quesado (*)

A Economia Nacional encontra-se em profunda recessão. Os dados confirmados pelo Governo apontam nesse sentido e mais do que nunca importa apostar num Novo

Modelo de Competitividade e Crescimento. Esta crise de crescimento que se vive actualmente vem sendo atribuída a um fenómeno externo, conjuntural. Isto não é assim, em

grande medida: a não convergência para a média de rendimento per capita da UE dura há cerca de uma década e, por isso, em paralelo àquele fenómeno macroeconómico

há um problema estrutural em Portugal.

Portugal não consegue atingir os níveis de produtividade da EU e isto é uma condição sine qua non para se atingir os grandes objectivos de prosperidade, solidariedade

e qualidade de vida. Como é que vamos além dos grandes números (PIB por habitante) e identificamos as variáveis concretas que vão propiciar aquela convergência? Como

é que se passa do debate macro-económico para o chão das empresas?

Impõe-se corrigir o rumo e a posição dos protagonistas do processo de desenvolvimento do País, em ordem a obter um modelo mais assertivo e mais eficaz. As variáveis

para esse processo, com base em dados do Fórum Económico Mundial e para o caso Português, passam antes de mais pelo aumento das exportações no PIB, mas fazê-lo

porque se trabalha para clientes mais exigentes. Isto reforçará factores de competitividade baseados em recursos e capacidades únicos, flexíveis e valiosos, por oposição aos

modelos mecânicos, lineares, baseados na minimização de custos.

Importa também apostar na dinamização de indústrias de bens transaccionáveis de média e alta intensidade tecnológica, procurando envolvê-las com os grandes investimentos

de IDE. Isto reforçará o capital empreendedor, normalmente em micro e médias empresas/projectos, e contribuirá para a fixação de conhecimento, ganhos económicos

e aumentos nos centros de decisão Portugueses. Para tal, também se deverá apostar na educação superior e na formação. Mas isto não significa elevar o número de

diplomados por si. Significa promover o grau de utilidade da educação/formação para as empresas.

É assim possível atingir os objectivos individuais e colectivos que ambicionamos. O que já não é possível é manter o modelo actual. No entanto é bom saber que parte

da solução está nas mãos dos Portugueses e que é possível monitorar os progressos do País olhando para alavancas muito simples, identificadas acima. Com certeza que

há um debate ideológico implícito mas podemos, seguindo Schumpeter, ser pragmáticos e reconhecer honesta e desapaixonadamente qual o modelo que nos traz, ou não,

mais benefícios.

(*) Gestor

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Opinião

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Geração à rasca - A nossa culpa

Mia Couto (*)

Um dia, isto tinha de acontecer.

Existe uma geração à rasca?

Existe mais do que uma! Certamente!

Está à rasca a geração dos Pais que educaram os seus Meninos numa abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da vida.

Está à rasca a geração dos Filhos que nunca foram ensinados a lidar com frustrações.

A ironia de tudo isto é que os jovens, que agora se dizem (e também estão) à rasca são os que mais tiveram tudo.

Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens como lhes tem sido

exigido nos últimos anos.

Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos) vingaram-se das dificuldades

em que foram criadas, no antes ou no pós 1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.

Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os Pais investiram nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles a geração mais qualificada

de sempre (já lá vamos...), mas também lhes deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de diversão, cartas de condução e 1º automóvel,

depósitos de combustível cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando as expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou

presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.

Durante anos, acreditaram estes Pais e estas Mães estar a fazer o melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas vezes em substituição de princípios

e de uma educação para a qual não havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.

Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego. A vaquinha emagreceu, feneceu, secou.

Foi então que os Pais ficaram à rasca.

Os Pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde não se entra à borla nem se

consome fiado.

Os Pais à Rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar a pagar restaurante aos filhos, num País onde uma festa de aniversário de adolescente que se

preza, é no restaurante e vedada a pais.

São Pais que contam os cêntimos para pagar, à rasca, as contas da água e da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que os Filhos não prescindam

da internet de banda larga a alta velocidade, nem dos qualquercoisaphones ou pads, sempre de última geração.

São estes Pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter de dizer “Não”. É um “Não” que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e que por isso eles não

suportam, nem compreendem, porque eles têm Direitos, porque eles têm Necessidades, porque eles têm Expectativas, porque lhes disseram que Eles são muito bons e eles

Querem, e Querem, Querem o que já ninguém lhes pode dar!

A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo menos duas décadas.

Eis agora uma geração de Pais impotentes e frustrados.

Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por escolas e universidades mas que estudou pouco: e que aprendeu e sabe na proporção do que

estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que o País lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois correspondem a pouco conhecimento teórico

e a duvidosa capacidade operacional.

Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em sítio nenhum. Uma geração que tem acesso à informação sem que isso signifique que é informada;

uma geração dotada de trôpegas competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.

Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração que deseja saltar

as etapas da ascensão social à mesma velocidade que queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a diferença entre emprego e trabalho, ambicionando

mais aquele do que este, num tempo em que nem um nem outro abundam.

Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no Mundo como mandou nos Pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as foi ditando à Escola,

alarvemente e sem maneiras.

Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.

Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.

Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o desespero alheio.

Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e inteligência nesta geração?

Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!

Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e nem são esses que se

queixam assim (embora estejam à rasca, como todos nós).

Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham bem, os que são empreendedores,

os que conseguem bons resultados académicos, porque, que inveja!, que chatice!, são betinhos, cromos que só estorvam os outros (como se viu num dos últimos

Prós e Contras) e, oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a subir na vida.

E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares a que alguns acham ter direito

e que pelos vistos - e a acreditar no que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida e indevidamente?!

Novos e velhos, todos estamos à rasca.

Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.

Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme convicção de que a culpa não é deles.

A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e a sociedade não consegue,

não quer, não pode assumi-la.

Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam. Haverá mais triste prova do nosso falhanço?

Pode ser que tudo isto não passe de alarmismo, de um exagero meu, de uma generalização injusta. Pode ser que nada nem ninguém seja assim…

(*) Biólogo e Escritor


MOU!

Ricardo Rio (*)

Opinião

“MOU” é, em muita da imprensa especializada internacional, o diminutivo porque é conhecida uma das principais exportações de Portugal e uma das melhores

ilustrações do sucesso ímpar dos seus cidadãos em diversos sectores de actividade.

Obviamente, trata-se de uma versão reduzida de Mourinho, José Mourinho, o tão conceituado, quanto polémico, quanto bem-sucedido, técnico de futebol que,

como poucos, projecta o nome de Portugal pelos quatro cantos do mundo e exacerba o orgulho nacional.

Todavia, no dealbar do presente mês de Maio, uma mera pesquisa nos principais motores da internet permite comprovar que a conjugação de “MOU” com “Portugal”

não vê José Mourinho a rivalizar apenas com a simpática freguesia de Vila Mou, do concelho de Viana do Castelo, mas antes a ser claramente ultrapassado

pelo “Memorandum of Understanding on Specific Economic Policy Conditionality”, vulgarmente designado por MoU.

Este MoU não é mais do que o acordo celebrado entre o Estado Português e o “triunvirato” representativoa do Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central

Europeu (BCE) e Comissão Europeia (CE), no quadro do processo de assistência financeira externa ao nosso País, recentemente desencadeado.

Ao invés do MOU original, este MoU é tudo menos um motivo de orgulho para o ego nacional, surgindo como a demonstração cabal da complicadíssima situação

financeira em que o País se encontra, em resultado do total descalabro em que se transformaram os últimos seis anos de governação socialista sob a liderança de

José Sócrates.

Como qualquer criança pode também comprovar nos inúmeros estudos independentes e dados estatísticos hoje acessíveis à distância de um clique, foi este o

período da duplicação da nossa dívida externa, para montantes que já excedem o montante da riqueza nacional produzida num ano; foi este o período de maior

crescimento do desemprego e retracção económica dos tempos recentes da História de Portugal; foi este o período em que se verificou o maior agravamento das

condições económicas e sociais dos portugueses e em que se alargou o fosso entre os diferentes estratos económicos e sociais da população (com a gravíssima

ameaça que hoje impende sobre a própria sobrevivência da classe média), por mais que alguns apregoem a proliferação de apoios e subsídios que hoje se revelam

genericamente mal aplicados e financeiramente insustentáveis; foram também estes os seis anos em que se deu o maior agravamento fiscal sobre as poupanças

de cidadãos e os lucros das empresas e em que se registaram mais falências de empresas e processos de insolvência individual.

A lista de evidências seria quase interminável, na directa proporção dos erros e fracassos dos Governos de José Sócrates, com a complacência de todos quantos

permitiram a continuidade das suas malfeitorias ao desenvolvimento do País em Setembro de 2009.

O MoU não é um mero acordo de cavalheiros, nem um daqueles contratos com muitas letras miudinhas que se celebram com as instituições financeiras e determinadas

empresas prestadoras de serviços, que nos fazem duvidar se estamos a prestar atenção às implicações de todas as cláusulas a que nos estamos a vincular.

Aqui, as letras, as palavras e as regras são bem claras à partida e ninguém pode fazer de conta que não percebeu muito bem o que estava escrito neste ou naquele

ponto ou revelar-se surpreendido perante as determinações a que se sujeitou voluntariamente.

Quaisquer que sejam os juízos que se possam fazer sobre as motivações ou a razoabilidade das condições impostas pelos nossos financiadores externos, não

há de facto margem para dúvidas: se Portugal quer receber apoio externo para fazer face à situação de total debilidade financeira em que se encontra – e que, na

opinião dos representantes destas entidades, já justificava o recurso ao apoio externo há largos meses, o que até teria potenciado o acesso ao crédito em melhores

condições -, tem que encetar um conjunto profundo de reformas que garantam um real processo de consolidação orçamental e a ultrapassagem de uma série de

bloqueios estruturais, que contribua para o reforço da sua competitividade e do seu potencial de crescimento económico futuro.

O MoU é assim claro nos objectivos, nas metas, na calendarização e no caminho, não se resumindo a um conjunto de orientações genéricas, mas precisando as

medidas concretas que terão que ser aplicadas de uma forma transversal a quase todas as áreas de Governo (ou, se quisermos, de gestão da coisa pública).

Nada escapa: da política orçamental e fiscal à regulamentação do sistema financeiro; das áreas da saúde, educação, energia, transportes, telecomunicações ao

sistema judicial; da gestão das empresas públicas às parcerias público-privadas; da reforma da Administração Pública à reorganização administrativa do Estado e à

reestruturação da Administração local; do mercado de trabalho aos mercados de bens e serviços ao mercado de habitação.

Tal como alguns realisticamente anunciaram, o MoU é, por si, o tronco principal de qualquer Programa de Governo resultante das Eleições Legislativas de 5 de

Junho próximo. Não o reconhecer é continuar no engodo que nos conduziu até este ponto de não retorno.

Mas, curiosamente, poucos dias depois de o mesmo ter sido subscrito já vemos os mesmos responsáveis do actual Governo a recusarem liminarmente as propostas

que o mesmo impõe, seja na redução das Autarquias locais, seja na redução significativa da Taxa Social única, seja em várias outras áreas e medidas que o

MoU especifica.

Esquecer-se-ão que a campanha eleitoral termina no próximo dia 3 de Junho e que os resultados destas políticas ficaram sujeitos a um escrutínio periódico e

próximo destas entidades, sob pena de serem recusados novos financiamentos ou agravadas as já por si “muito favoráveis” taxas de juro que iremos suportar nestes

empréstimos?

Ou terão já avisado os representantes do “triunvirato” para não prestarem atenção aos disparates com que pretendem voltar a enganar os Portugueses na campanha

eleitoral em curso, visto que, se em tal foram bem sucedidos, não deixarão de acatar os castigos impostos pelo seu mau comportamento dos últimos 6 anos

após a tomada de posse do novo Governo?-

(*) Economista, autarca do PSD

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cartas e mensagens

Mais uma voz portuguesa

que se levanta

Aqui está mais uma voz portuguesa – de um economista residente no Canadá -que

chama a atenção não só para os factos económicos - como se conseguiu levar o Pais

ao colapso económico em tão pouco tempo - e a irresponsável despesa do Estado,

mas também para outros factos vitais, como o desemprego, a enorme emigração e

a debandada de talentos portugueses - segunda maior fuga de cérebros da OCDE.

É tempo de mudar! Segue a reflexão acima referida.

Os verdadeiros factos da campanha

Nos últimos dias, a “campanha” eleitoral tem sido constituída por um rol de

“factos” que só servem para distrair os(as) portugueses(as) daquilo que realmente

é essencial. E o que é essencial são os factos. E os factos são indesmentíveis. Não

há argumentos que resistam aos arrasadores factos que este governo nos lega. E

para quem não sabe, e como demonstro no meu novo livro, os factos que realmente

interessam são os seguintes:

1) Na última década, Portugal teve o pior crescimento económico dos últimos

90 anos

2) Temos a pior dívida pública (em % do PIB) dos últimos 160 anos. A dívida

pública este ano vai rondar os 100% do PIB

3) Esta dívida pública histórica não inclui as dívidas das empresas públicas (mais

25% do PIB nacional)

4) Esta dívida pública sem precedentes não inclui os 60 mil milhões de euros das

PPP (35% do PIB adicionais), que foram utilizadas pelos nossos governantes para fazer

obra (auto-estradas, hospitais, etc.) enquanto se adiava o seu pagamento para os próximos

governos e as gerações futuras. As escolas também foram construídas a crédito.

5) Temos a pior taxa de desemprego dos últimos 90 anos (desde que há registos).

Em 2005, a taxa de desemprego era de 6,6%. Em 2011, a taxa de desemprego chegou

aos 11,1% e continua a aumentar.

6) Temos 620 mil desempregados, dos quais mais de 300 mil estão desempregados

há mais de 12 meses

7) Temos a maior dívida externa dos últimos 120 anos.

8) A nossa dívida externa bruta é quase 8 vezes maior do que as nossas exportações

9) Estamos no top 10 dos países mais endividados do mundo em praticamente

todos os indicadores possíveis

10) A nossa dívida externa bruta em 1995 era inferior a 40% do PIB. Hoje é de

230% do PIB

11) A nossa dívida externa líquida em 1995 era de 10% do PIB. Hoje é de quase

110% do PIB

12) As dívidas das famílias são cerca de 100% do PIB e 135% do rendimento

disponível

13) As dívidas das empresas são equivalente a 150% do PIB

14) Cerca de 50% de todo endividamento nacional deve-se, directa ou indirectamente,

ao nosso Estado

15) Temos a segunda maior vaga de emigração dos últimos 160 anos

16) Temos a segunda maior fuga de cérebros de toda a OCDE

17) Temos a pior taxa de poupança dos últimos 50 anos

18) Nos últimos 10 anos, tivemos défices da balança corrente que rondaram entre

os 8% e os 10% do PIB

19) Há 1,6 milhões de casos pendentes nos tribunais civis. Em 1995, havia 630 mil.

Portugal é ainda um dos países que mais gasta com os tribunais por habitante na Europa

20) Temos a terceira pior taxa de abandono escolar de toda a OCDE (só melhor

do que o México e a Turquia)

21) Temos um Estado desproporcionado para o nosso país, um Estado cujo peso

já ultrapassa os 50% do PIB

22) As entidades e organismos públicos contam-se aos milhares. Há 349 Institutos

Públicos, 87 Direcções Regionais, 68 Direcções-Gerais, 25 Estruturas de Missões,

100 Estruturas Atípicas, 10 Entidades Administrativas Independentes, um número

indeterminado de parcerias-publicas-privadas, 2 Forças de Segurança, 8 entidades e

sub-entidades das Forças Armadas, 3 Entidades Empresariais regionais, 6 Gabinetes, 1

Gabinete do Primeiro Ministro, 16 Gabinetes de Ministros, 38 Gabinetes de Secretários

de Estado, 15 Gabinetes dos Secretários Regionais, 2 Gabinetes do Presidente Regional,

2 Gabinetes da Vice-Presidência dos Governos Regionais, 18 Governos Civis, 2 Áreas

Metropolitanas, 9 Inspecções Regionais, 16 Inspecções-Gerais, 31 Órgãos Consultivos,

350 Órgãos Independentes (tribunais e afins), 17 Secretarias-Gerais, 17 Serviços de

Apoio, 2 Gabinetes dos Representantes da República nas regiões autónomas, e ainda

308 Câmaras Municipais, 4260 Juntas de Freguesias. Há ainda as Comissões de Coordenação

e Desenvolvimento Regional, e as Comunidades Intermunicipais.

22) Nos últimos anos, nada foi feito para cortar neste Estado omnipresente e

despesista, embora já se cortaram salários, já se subiram impostos, já se reduziram

pensões e já se impuseram vários pacotes de austeridade aos portugueses. O Estado

tem ficado imune à austeridade

*

Isto não é política. São factos. Factos que andámos a negar durante anos até

chegarmos a esta lamentável situação. Ora, se tomarmos em linha de conta estes

factos, interessa perguntar: como é que foi possível chegar a esta situação? O que é

que aconteceu entre 1995 e 2011 para termos passado de “bom aluno” da UE a um

exemplo que toda a gente quer evitar? O que é que ocorreu entre 1995 e 2011 para

termos transformado tanto o nosso país? Quem conduziu o país quase à insolvência?

20

Quem nada fez para contrariar o excessivo endividamento do país? Quem contribuiu

de sobremaneira para o mesmo endividamento com obras públicas de rentabilidade

muito duvidosa? Quem fomentou o endividamento com um despesismo atroz? Quem

tentou (e tenta) encobrir a triste realidade económica do país com manobras de propaganda

e com manipulações de factos? As respostas a estas questões são fáceis de

dar, ou, pelo menos, deviam ser. Só não vê quem não quer mesmo ver.

A verdade é que estes factos são obviamente arrasadores e indesmentíveis. Factos

irrefutáveis. Factos que, por isso, deviam ser repetidos até à exaustão até que todos

nós nos consciencializássemos da gravidade da situação actual.

Estes é que deviam ser os verdadeiros factos da campanha eleitoral. As distracções

dos últimos dias só servem para desviar as atenções daquilo que é realmente

importante. - Álvaro Santos Pereira

O “desplante”

dos políticos do PS

Nos últimos dias temos assistido ao desplante dos políticos PS e ao inefável Sócrates,

seu expoente máximo que, sem pudor nem vergonha, continuam a ludibriar

os portugueses com promessas políticas malabaristas.

Infelizmente, a nossa comunicação social, consciente ou inconscientemente, de

forma deliberada ou não, tem dado espaço de antena aos acólitos do PM demissionário.

É ver Santos Silva, Silva Pereira, Jorge Lacão, Vitalino Canas, Francisco Assis e outros

membros da guarda avançada do Grande Líder, com as garras afiadas a defender o

chefão e suas desastradas e nefastas políticas.

Também as girls PS na pessoa da deputadas Ana Catarina Mendes que, venenosa

e acintosa, destila rancor e ódio a rodos, sempre que intervém na televisão. Maria de

Belém, vê-se que está aflita pelo que tem de dizer contra a sua própria consciência

(é uma mulher honeste inteligente) contra toda a lógica e sem argumentos válidos,

acaba, invariavelmente, por defender o indefensável, tornando-se aborrecida e irritante

nos debates televisivos.

Estes governantes, de forma mais acentuada que os anteriores, descontrolaram-se

completamente, deixaram os seus boys tomar de assalto o poder e delapidar o erário

público, através da corrupção, compadrios, clientelismos etc. Acentuou-se o regabofe,

tem sido um fartar vilanagem, é só tachos e negociatas: milhões ganhos à custa do

cartão partidário.

O que aconteceu em Portugal nas últimas décadas, que pôs o país de tanga, é

indigno, criminoso, vergonhoso e deviam os responsáveis ir para a cadeia pois, há lá

muitos por muito menos.

Por tudo isto é preocupante, aterrador e não augura nada de bom para o nosso

futuro colectivo, constatar que as sondagens continuam a dar uma larga votação ao

PS que foi o coveiro do País.

Caso para dizer: os eleitores devem estar loucos ou são masoquistas pois, na óptica

do cidadão, minimamente, informado, este PS de Sócrates e sua incompetente trupe,

deviam sofrer uma pesada e humilhante derrota eleitoral.

A única esperança dos cidadãos, civicamente responsáveis, reside na possibilidade

de as sondagens/previsões não se concretizarem, caso contrário a situação irá de mal a

pior pois, um novo governo PS ditará a estocada final… - antoninhocostinha@gmail.com

Sócrates e Pedro Passos Coelho

- as diferenças!

Sócrates tem os filhos em colégios privados… Silva Pereira também tem filho em

escola privada (Salesianos Estoril )

Pedro Passos Coelho tem as filhas em escolas públicas...

O mundo está às avessas? Só para quem anda distraído. José Sócrates acusa Pedro

Passos Coelho de não querer escolas públicas boas, de querer destruir o ensino público.

Com essa acusação, Sócrates, o dissimulado, quis fazer-se passar como o paladino

da escola pública. Só que os factos desmentem Sócrates.

José Sócrates tem os dois filhos, Eduardo e José Miguel, em colégios privados de

elite: Colégio Moderno e Colégio Alemão.

Pedro Passos Coelho, tem as duas filhas, Joana e Catarina, em escolas públicas.

É tempo de os professores verem a realidade para além das aparências, das mentiras

e das ilusões plantadas pela cegueira ideológica.

E José Sócrates não é o único dirigente socialista com os filhos em escolas privadas.

Difícil é encontrar um que não os tenha em colégios privados acessíveis apenas

à elite.

Que haja professores que ainda acreditam nas patranhas de José Sócrates sobre a

sua pretensa defesa da escola pública mostra apenas o poder dissimulador da cegueira

ideológica. – José Mensurado


CONVOCATÓRIAS DO PSD

Recepção

Terça-feira até 12h00

Para: Fax: 21 3973168

email: convocatorias@psd.pt

AMARES

Ao abrigo dos Estatutos Nacionais do

PSD convoca-se a Assembleia da Secção

de Amares, para reunir no próximo dia

19 de Junho de 2011, (sexta Feira) pelas

21h00, na sede Concelhia, sita na Rua

Francisco Bernardo Sousa Monteiro, n.º

36, em Ferreiros, com a seguinte

Ordem de Trabalhos

1- Informações;

2 -Análise dos resultados das Eleições

Legislativas;

3 -Inauguração da sede concelhia;

4 - Homenagem aos fundadores, militantes

e dirigentes do PSD de Amares;

5 - Análise da situação política partidária,

local e nacional;

6 - Outros assuntos.

MACEDO DE CAVALEIROS

Ao abrigo dos Estatutos Nacionais do

PSD, convoca-se a Assembleia da Secção

de Macedo de Cavaleiros para reunir no

próximo dia 30 de Maio de 2011, (segunda

– feira), pelas 21h00, na sua sede

concelhia, com a seguinte

Ordem de trabalhos

1 - Informações.

2 – As eleições para a Assembleia da

República, no dia 05 de Junho.

3 - Outros assuntos da actualidade

política local.

MARCO DE CANAVESES

POR LAPSO NÃO FOI PUBLICADA NO

DIA 11 DE MAIO.

Ao abrigo dos Estatutos Nacionais do

PSD, convoca-se a Assembleia da Secção

de Marco de Canaveses, para reunir no

próximo dia 20 de Maio de 2011, (sexta

– feira), pelas 21h00, na Casa do Povo de

Fornos sita na Av. Francisco Sá Carneiro,

com a seguinte

Ordem de trabalhos

1 - Informações.

2 – Análise da situação política / Eleições

Legislativas

3 - Outros assuntos.

NÚCLEO DA FEIRA

C

Ao abrigo dos Estatutos Nacionais

da JSD, convoca-se Plenário de Núcleo

M

Residencial da Feira da JSD – Santa Maria

da Feira, para reunir no próximo dia 17

Y

de Julho de 2011, pelas 15h17, na Sede

do PSD, sita na Rua dos Descobrimentos,

CM

n.º 18, Freguesia da Feira, com a seguinte

ordem de trabalhos:

MY

Ponto Único: Eleição da Comissão

Política e Mesa do Plenário.

CY

Notas:

As listas concorrentes deverão ser

CMY

entregues, em duplicado, ao Presidente

da Mesa do Plenário ou a quem esta-

tutariamente o possa substituir, até K às

24 horas do terceiro dia anterior ao acto

eleitoral, na Sede do PSD, sita na morada

supra citada, a qual se encontrará, excepcionalmente,

aberta para esse fim;

O acto eleitoral decorrerá entre as

15h17 e as 17h17m.

Santinhop.pdf 1 5/6/11 5:31 PM

Convocatórias

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