Versão em PDF - Partido Social Democrata
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CANDIDATOS p.15
Não há memória de um Governo
ter ido tão longe no desrespeito
pelos partidos da oposição
nº 1692
1 de Junho de 2011
Director: Miguel Santos
Periodicidade Semanal - Registo na ERC
nº 105690 - Propriedade: PSD
“Já estamos fartos de um Governo que
nunca sabe o que diz e nunca sabe o
que assina em nome de Portugal”
PSD p.15
Miguel Macedo acusa socialistas de não terem
propostas para Portugal
PSD p.15
José Sócrates pode ir “ver quantos
ministros há na Suécia, Dinamarca e
Noruega”
PSD p.15
PS faz “campanha hollywoodesca” com a “pop star
decadente” José Sócrates, acusa Luís Campos Ferreira
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Presidente
Apoio popular e entusiasmo genuíno rodeiam Passos Coelho
“Já estamos fartos de um Governo
que nunca sabe o que diz e nunca sabe
o que assina em nome de Portugal”
Alto Alentejo, Portalegre, calor, recordações de José
Régio. Passos Coelho, contra a ideia de que as eleições
“são favas contadas”, multiplicou-se em apelos para que o
ritmo da nossa campanha não abrande, apesar de, ele próprio,
admitir que a cada dia sente “um apoio mais forte”.
“Não podemos abrandar nestes dias de campanha”,
pediu a um apoiante com quem se cruzou ao final da
manhã no centro de Portalegre, já depois de ter avisado
os sociais-democratas para não pensarem que “isto são
favas contadas, apenas porque as sondagens melhoraram
e o PSD descolou”.
Ao longo da hora que demorou a descer a Rua do
Comércio da cidade do Alto Alentejo, o líder socialdemocrata
foi repetindo os apelos para que todos se
“apliquem” até 5 de Junho, para que o País possa ter
“um Governo com força”.
Não obstante estes pedidos e apelos, a verdade é que
‘caravana laranja’ parece estar a ganhar um novo ânimo
e mesmo Passos Coelho admite que não há razões para
“acabrunhamentos”.
“Tem de haver alegria, não temos razão para andar
acabrunhados”, disse, antes ainda de reconhecer, já ao
almoço, que tem “sentido a cada dia que passa desta
campanha eleitoral, um apoio cada vez mais forte de
Portugal ao PSD”.
Na arruada pelo centro de Portalegre, com o termómetro
a marcavam 30º, Passos Coelho insistiu na ‘fórmula’
que tem seguido, numa campanha ‘porta-a-porta’ e
‘loja-a-loja’, demorando-se nas conversas com quem se
cruza e não se inibindo de entrar nos estabelecimentos
comerciais por onde passa, sejam eles floristas, papelarias,
pastelarias, oculistas ou chapelarias.
Nos discursos, Passos Coelho tem também seguido o
mesmo ‘guião’, centrando-se nos ataques ao PS de José
Sócrates, quer nas intervenções dos jantares e almoços,
quer nas declarações que vai fazendo ao longo do dia à
comunicação social.
Quando o ‘palco’ é cedido às personalidades relevantes
do PSD, que vêm aparecendo a seu lados, as
críticas são distribuídas por vários azimutes, apontado
a outros alvos.
Ao início da tarde, foi pela voz José Luís Arnaut,
que se ouviu falar do CDS-PP, apesar do antigo ministro
dos governos de coligação PSD/CDS-PP liderados por
Durão Barroso e Pedro Santana Lopes, ter feito questão
de não hostilizar o partido liderado por Paulo Portas, a
quem se referiu como um “aliado de governação” dos
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sociais-democratas.
Porém, defendeu, todos os que são contra a continuidade
de José Sócrates como primeiro-ministro, devem
votar no PSD.
“Todos aqueles, e somos muitos, que não queremos
o engenheiro Sócrates, temos uma única alternativa
credível e séria: Pedro Passos Coelho. É o único voto
possível”, afirmou, numa bipolarização de voto que já
tinha sido ensaiada por outros sociais-democratas, como
Morais Sarmento, na noite da segunda-feira anterior.
Covilhã: “Se há atraso em transferências
devidas Sócrates tem de explicar-se!”
O presidente do PSD defendeu, na etapa seguinte –
Covilhã - que, se há dinheiro por transferir do Estado para
as Contribuições e Impostos e para a Segurança Social,
como admitiu o primeiro-ministro, isso é indevido e tem
de dizer quanto.
Passos Coelho reagiu assim às declarações de José
Sócrates que negou existirem 200 milhões de euros de
despesa do Estado por contabilizar, contrapondo que, o
que poderá estar em causa, são verbas do IRS de funcionários
públicos e de contribuições para a Caixa Geral de
Aposentações por transferir, sem efeitos para o défice.
“Se o primeiro-ministro tem razão e naquelas contas
o principal desvio se deve ao facto de o Estado não estar
a transferir para a Segurança Social aquilo que está a
reter de contribuições, ou para os Impostos de funcionários
públicos, então é bom que se explique com muita
rapidez, que seja muito claro dizendo com quanto é que
o Estado está a ficar que não lhe pertence”, declarou o
presidente do PSD aos jornalistas..
Passos Coelho acrescentou que “aquilo que é IRS
retido dos trabalhadores, dos funcionários públicos, não
é dinheiro do Estado, é dinheiro que é retido dos rendimentos
dos funcionários públicos e que deve ir para as
Contribuições e Impostos” e que o mesmo se aplica “à
Segurança Social”.
O presidente do PSD recusou que esteja a criar um
“caso de campanha” e sublinhou que acusou o Governo
de adiar a contabilização de 200 milhões de euros de
despesa para efeitos de défice baseando-se num relatório
da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO)
divulgado pela comunicação social.
Esse relatório da UTAO “diz expressamente que há
também aquisições de bens e serviços, que não tem
nada a ver com retenções, nem dos fundos e serviços
autónomos, nem de outros serviços, que não estão a ser
contabilizadas”, referiu.
“Seria importante que o primeiro-ministro então
dissesse quanto é que o Governo não está a registar na
conta que é referida de aquisição de bens e serviços. A
UTAO perguntou quanto era, mas as Finanças não disseram”,
considerou.
Segundo Passos Coelho, “mesmo sem este desvio
que a UTAO detectou, a verdade é que a despesa está a
cair menos do que devia”, comprometendo a meta de
redução do défice para este ano.
Quase 70 por cento de Portugal rejeita
categoricamente Sócrates
Nova etapa beirã, em Castelo Branco, no dia 24.
Pedro Passos Coelho afirma que “quase 70 por cento do
país não quer este Governo” e pediu a essa “esmagadora
maioria” de portugueses, composta por gente “da
esquerda à direita”, para votar no PSD.
Neste apelo ao voto útil, o presidente do PSD apontou
as sondagens, alegando que mesmo aquelas que
apontam para um empate entre socialistas e sociaisdemocratas
mostram que “quase 70 por cento do país
não quer este Governo” do PS.
“Qual é a minha função? Dizer à esmagadora maioria
do País que não quer continuar com este Governo que,
se não quer ter uma surpresa desagradável, então essa
grande maioria que vote no PSD, que é o único partido
que pode garantir que mudamos mesmo este Governo”,
acrescentou Passos Coelho, que discursava durante um
jantar de campanha em Castelo Branco.
Passos Coelho dirigiu-se às “muitas pessoas que já
votaram nos mais diversos partidos” e também àquelas
que, “da esquerda à direita”, nunca votaram no PSD,
dizendo-lhes: “Se não querem ir para a cama na noite das
eleições para ter um pesadelo, se o que querem mesmo
é mudar, é connosco que têm de contar”.
Se o PSD vencer as legislativas, haverá um novo estilo
de governação, em que ninguém dirá “agora calem-se
todos que somos nós os donos, agora mandamos nós”,
prometeu.
“Disso estamos todos fartos, de quem entende que
pode governar a dar pontapés e a atirar coisas à parede,
lançando contra os portugueses a sua frustração como
governantes. Nós podemos dizer a Portugal: esse tempo
acabou, esse ciclo acabou. Nós não queremos ser donos,
nós não queremos mandar, nós queremos liderar uma
mudança em Portugal com os portugueses”, disse.
O presidente do PSD falou ainda da sua experiência
como gestor de empresas, dizendo que nunca levou
nenhuma à falência, não cortou salários nem despediu
ninguém, pelo contrário, reduziu despesas e premiou
os trabalhadores: «institui “sistemas de avaliação de
desempenho” em função de “objectivos” para os trabalhadores».
«Conseguimos trabalhar mais e reduzir as despesas
de funcionamento da empresa. Ganhou o meu accionista
e ganharam mais os trabalhadores em prémios, porque
atingiram esses objectivos, quase mais dois ordenados
em cada ano. Essa é a minha experiência», completou.
Pedro Passos Coelho fez este relato do seu tempo
como administrador de empresas durante um jantar
de campanha e a terminar voltou a defender que, se
integrasse a Direcção de uma empresa, o executivo do
PS já teria sido despedido “por justa causa” pelos seus
resultados ruinosos.
“Porque é que em Portugal há quem não perceba,
que quando se leva o País à bancarrota e se deixa o
País sem dinheiro para salários, o que é merecido é ser
substituído, é ser despedido do Governo?”.
O presidente do PSD ressalvou que a sua “formação
de economista” não o leva a confundir o País com uma
empresa: “Eu sei o que é o País e sei o que é uma Empresa,
e compreendo bem as diferenças, mas há soluções
para certos problemas, que podemos aprender de umas
para outras.”
Pelas Beiras, com intervenções de
António Capucho e Marques Mendes
A semana e meia das eleições, o líder do PSD seguiu
pelo interior, passando por Seia, Gouveia, Guarda
e Viseu, voltando a aparecer com ‘pesos pesados’ do
PSD a seu lado.
O primeiro a entrar na campanha social-democrata,
na Guarda ao almoço, foi o ex-presidente da Câmara de
Cascais, António Capucho e os dois acabarão por aparecer
lado a lado, numa altura em que o PSD tenta ‘descolar’
nas sondagens para o país poder ter a “grande mudança”
desejada por Passos Coelho.
“Nestes 12 dias que temos pela frente, digam a todos
aqueles com quem se encontrarem: eu estive com
o Passos Coelho, eu sei o que ele quer, ele não quer ser
Primeiro-Ministro para ter um penacho, ele quer mudar
Portugal”, afirmou terça-feira á noite, durante um jantar
em Castelo Branco.
À noite, Passos Coelho dividiu o palco com o antigo
líder Luís Marques Mendes, em Viseu, no primeiro comício
da campanha.
Além destes dois momentos ‘altos’, Passos Coelho
voltará a ter um dia preenchido, com um total de seis
acções de campanha, começando logo pela manhã com
uma arruada em Seia.
De Seia, a campanha seguirá para Gouveia, almoçará
na Guarda, com militantes e simpatizantes, terminando
o dia em Viseu com mais uma arruada, além do comício
no Mercado 2 de Maio.
Em todas estas paragens os ataques ao Governo e ao
primeiro-ministro voltarão por certo a entrar no discurso
de Passos Coelho, que na terça-feira à noite fez, contudo,
questão de separar a questão política da questão pessoal,
garantindo que não nada o “move contra a pessoa de
José Sócrates”.
“Não pensem que isto é um problema pessoal, não é.
Eu não tenho um problema pessoal na política, nada me
move contra a pessoa de José Sócrates ou de qualquer
dos seus ministros, não tenho do ponto de vista pessoal
nenhuma animosidade”, disse, assegurando que a discussão
que está a ser travada é política.
«Entrar em competição de “cantar vitória”
é um “espectáculo triste” para quem
acompanha a campanha eleitoral»
Na Guarda, Passos Coelho recusou entrar numa competição
“de quem canta a vitória” nas próximas eleições,
Presidente
considerando que é um “espectáculo triste” para quem
acompanha a campanha eleitoral.
Instado a comentar as declarações do primeiroministro
de que a vitória do PS nas eleições de 5 de Junho
está cada vez mais próxima, Passos Coelho disse não
pensar o mesmo, mas recusou entrar em competições.
“Não penso isso, mas não vou entrar numa compita
de quem canta vitória, acho que é um espectáculo
triste para a maior parte das pessoas que acompanha a
campanha”, sublinhou, em declarações aos jornalistas
em Gouveia, no final de uma visita a uma fábrica de
metalomecânica.
O líder do PSD acrescentou ainda que nesta campanha
procura mostrar os seus “méritos” e explicar ao
País porque entende que é preciso “uma alternativa”
ao actual Governo.
Confrontado com o facto de nos seus discursos também
falar sobre o momento em que tomar posse como
primeiro-ministro, Passos Coelho explicou que apenas
manifesta a sua convicção sobre a vitória do PSD nas
eleições.
“Estamos numas eleições, ninguém está certo de as
poder ganhar, o que eu manifesto é a minha crença, a
minha convicção de que o PSD pode e deve ganhar estas
eleições”, referiu.
Logo ao início da manhã, durante uma arruada em
Seia, Passos Coelho tinha já falado sobre as sondagens
que apontam para um aproximação do PS ao PSD, admitindo
que preferia que o resultado fosse outro, mas
lembrando também que os eleitores ainda têm tempo
para pensar.
“É uma sondagem que leva hoje todos os cidadãos a
pensarem, que ainda têm tempo para isso, se realmente
querem mudar Portugal ou não”, disse, apelando para
que os eleitores “reforcem o sentido da mudança que o
País precisa de fazer”.
António Capucho, na Guarda, pediu “maioria
se possível absoluta” para Pedro Passos
Coelho
O antigo presidente da Câmara de Cascais António
Capucho pediu uma “maioria se possível absoluta” para
Pedro Passos Coelho, a quem manifestou o seu “apoio incondicional”
na “gigantesca tarefa” que tem pela frente.
“A alternativa ao desgoverno socialista é de facto
uma maioria sólida, uma maioria se possível absoluta do
Pedro Passos Coelho e do PSD”, afirmou António Capucho,
durante o almoço de campanha na Guarda.
“Venho muito simplesmente prestar pública homenagem
ao Pedro Passos Coelho e manifestar-lhe todo
o meu apoio incondicional na sua tarefa gigantesca
que neste momento ainda se inicia nesta campanha
eleitoral, mas que vai no fundo consagrar-se quando
tomar posse como Primeiro-Ministro de Portugal”, disse
o ex-presidente da Câmara de Cascais, naquela que foi
3
Presidente
a primeira vez em que apareceu na campanha ao lado
do líder social-democrata.
Classificando a situação do país como a “mais difícil”
desde 1974, António Capucho não deixou de acusar o
PS de ter atirado Portugal para “a beira do precipício”,
considerando que seria “dramático” os eleitores “não
darem a maioria ao PSD e ao Pedro Passos Coelho”,
porque Portugal iria “certamente pelo abismo abaixo”.
Em jeito de elogio, António Capucho sublinhou ainda
as “condições únicas” que Passos Coelho dispõe para
reabilitar os valores da ética e da honradez, que foram
“espezinhados pelo PS”.
Ainda na Guarda, o cabeça de lista do PSD Manuel
Meirinho, acusou o PS de usar a “máquina” do Estado
para as eleições, lamentando o “rasto desastroso” que
aquele partido deixou em Portugal.
“O que encontrámos neste distrito? A réplica do que
encontramos no País: um PS que ocupou o aparelho de
Estado ao nível local, um PS que não se coíbe em usar
esse aparelho, essa máquina para estas eleições”, afirmou
Manuel Meirinho, durante o almoço de campanha.
Manuel Meirinho falou ainda dos problemas sentidos no
distrito, lamentando o abandono do interior.
Numa intervenção curta, o cabeça-de-lista do PSD
pela Guarda, que concorre às eleições como independente,
deixou ainda elogios à forma como o partido permite
a renovação das suas elites.
“É um partido que aceita a diferença, um partido
que convive com pessoas independentes com outro
pensamento”, salientou.
durante o almoço, o presidente da Câmara de Gouveia,
Álvaro Amaro, pediu ainda um favor a Pedro Passos
Coelho sobre uma questão local.
Segundo Álvaro Amaro, no dia 20 de Maio o secretário
de Estado do Turismo esteve na Guarda para outorgar
uma escritura porque “o Estado português comprou um
hotel na Guarda por três milhões e meio de euros” à
Câmara.
Contudo, acrescentou, há uns meses um grupo de empresários
esteve na Guarda e apresentou uma proposta
à autarquia para a compra do hotel por quatro milhões
e “o Estado socialista” não aceitou.
“Quando tomar posse (...) não pague, não pague, por
favor não pague”, pediu a Pedro Passos Coelho.
O presidente do PSD, andou hoje em campanha na
região da Serra da Estrela, de Seia à Guarda, ao som da
“Desfolhada”.
Antes do almoço, num hotel da Guarda, Passos Coelho
mostrou-se contente com a banda sonora, contando aos
jornalistas que a “Desfolhada” é a primeira música que
tem memória de ouvir, na infância, cantada por Simone
de Oliveira.
O presidente do PSD ouviu a “Desfolhada” cantada
por uma tuna académica, em Seia, na Avenida 1.º de
Maio, que desceu em 40 minutos, cumprimentando toda
a gente e parando, pelo menos, dez vezes para conversar
com quem o abordava.
Numa destas conversas, sobre temas como as licen-
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ças para conduzir tractores, as nomeações para os centros
de saúde, o recenseamento eleitoral dos emigrantes e a
actualização das pensões, fizeram-lhe um pedido para
pôr juízo “àquele aldrabão que deitou abaixo”.
Passos Coelho respondeu apenas que “disso, os
eleitores é que tratam”.
A mulher com quem falava insistiu que “cada palavra
que ele diz é uma mentira” e o presidente do PSD
afastou-se dizendo: “Pois é, pois é”.
Em Seia, Passos Coelho pediu “um voto muito forte”
na mudança, recebeu palavras de apoio, mas também se
cruzou com um homem “zangado com todos”, a quem o
presidente do PSD disse que não pode responder pelos
outros, mas que os políticos não são “todos iguais”.
O presidente do PSD saiu de Seia já atrasado e
justificou-se assim por não ficar mais tempo: “Senão
estes jornalistas chegam ao fim do dia e põem-me a
descer em todo o lado e dizem: esta gente não cumpre
um horário”.
A caravana do PSD, que hoje incluiu o cabeça de lista
no círculo da Guarda, Manuel Meirinho, seguiu para Gouveia,
para uma visita a uma fábrica de metalomecânica
e a uma instituição de solidariedade social, e depois
para um almoço na Guarda, onde uma nova tuna académica,
exclusivamente feminina, tocou e cantou para o
presidente do PSD, num “mini-concerto” em que Passos
Coelho entoou o refrão de algumas canções.
Viseu a “alma do PSD”, onde só o PSD
“pode ganhar porque não vira a cara nem
faz batota”
De passagem por Viseu, que há muito ganhou o epiteto
de ‘cavaquistão’, e de ‘alma do PSD’, Passos Coelho
voltou a improvisar um mini-comício para as eleições que
“só o PSD pode ganhar”, porque o partido não é “de virar
a cara”, nem de “fazer batota”.
No meio de uma grande confusão e uma hora depois
do previsto devido à trovoada e chuva, Passos Coelho
percorreu hoje durante pouco mais de meia hora algumas
das ruas da baixa da cidade, com o presidente da
Câmara, Fernando Ruas, ao lado.
A meio do caminho, também o antigo líder do PSD
Luís Marques Mendes se juntou à caravana, mas havia
tanta gente que os movimentos da multidão acabaram
por dificultar bastante as suas tentativas de se manter
ao lado de Passos Coelho.
Ao contrário do que é habitual, desta vez o líder
social-democrata não se demorou muito nas conversas
com os apoiantes que se cruzavam com a comitiva,
mas ainda houve tempo para Passos Coelho provar um
“Viriato”, um bolo típico de Viseu, e colocar flores numa
estátua de Sá Carneiro.
Referindo-se ao distrito como “a alma do PSD”, Passos
Coelho reconheceu que “nos melhores e nos piores
momentos” a região sempre foi “da maior relevância”
para as mudanças que os sociais-democratas conseguiram
fazer em Portugal, mas recusou a ideia de se tratar
de um ‘barómetro’.
“Para mim, o que é importante é que os portugueses
possam ir votar, que as pessoas recusem o medo que
lhes está a ser incutido por um Governo que está agarrado
ao lugar”, disse aos jornalistas durante a ‘arruada’,
que percorreu algumas das ruas por onde Passos Coelho
passou em Janeiro, dessa vez ao lado de Cavaco Silva,
durante a campanha para as presidenciais.
Já no final, e talvez em jeito de ‘aquecimento’ para
o comício da noite, o líder social-democrata subiu a uma
zona mais elevada e acabou por se dirigir aos apoiantes
que o seguiram pelo centro de Viseu, “aqueles que sabem
que só o PSD pode ganhar estas eleições”.
“Pois”, sublinhou, sabem que os sociais-democratas
não são “de virar a cara, nem de fazer de conta, nem
de fazer batota”.
“Nós queremos mesmo é trabalhar com seriedade,
dizer a verdade às pessoas”, sublinhou, pedindo desculpas
por não poder “falar muito alto” para “poupar”
a voz já rouca.
Ainda assim, deu como certa a vitória dos sociaisdemocratas
nas eleições legislativas de 5 de Junho, num
discurso durante um comício ao ar livre, em Viseu.
“Eu sei que nós vamos ganhar estas eleições”, afirmou
Passos Coelho, no Mercado 2 de Maio, em Viseu.
Ouviram-se gritos de “vitória, vitória”, e o presidente
do PSD prosseguiu: “Mas digam a todos aqueles com
quem se encontraram que, tendo estado aqui neste encontro
com o Passos Coelho, que disse que sabe que vai
ganhar estas eleições, mas que ele não as quer ganhar
só para dizer que é Primeiro-Ministro”.
O presidente do PSD pediu aos seus apoiantes que
digam que “ele quer ganhar estas eleições porque quer
que os portugueses e Portugal ganhem esta oportunidade
para mudar e para fazer um País como todos nós
merecemos.” Passos Coelho terminou esta intervenção
lembrando que “faltam apenas nove dias para o fim da
campanha e onze dias para as eleições”.
Daqui a onze dias, acrescentou, Portugal vai-se
“libertar de um pesadelo” e “começar um caminho de
grande trabalho, com grande honestidade, sem deixar
para trás os que mais precisam, levando-os solidariamente
connosco”.
Um alerta de Marques Mendes
O ex-líder do PSD Marques Mendes dramatizou hoje
a necessidade de concentração de votos do “campo nãosocialista”
no seu partido, sublinhando que só Passos
Coelho e Sócrates são candidatos a primeiro-ministro,
não existindo “uma terceira via”.
“Nestas eleições, só há dois candidatos a primeiroministro:
José Sócrates de um lado, Passos Coelho do
outro lado, não há terceira via, não há terceira solução”,
afirmou Marques Mendes, no primeiro comício do PSD
do período oficial de campanha, em Viseu. Começando
por defender que, depois de ter deixado o País à beira
da bancarrota, José Sócrates “não merece apenas “ser
derrotado e fazer uma cura de oposição”, Marques Mendes
pediu uma “punição política exemplar” para o PS, tal
como aconteceu na Irlanda e em Espanha.
E, sublinhou, “a melhor forma de fazer essa punição
política é um voto forte, é um voto maciço na alternativa
de Governo”.
Marques Mendes deixou, contudo, um alerta, considerando
que “todo o cuidado é pouco” e “uma excessiva
dispersão de votos no campo não socialista pode ter uma
consequência negativa, beneficiar o infractor, beneficiar
o adversário, beneficiar aquele que nos deixou à beira
da bancarrota e que deixou o País mergulhado em mais
de 700 mil desempregados”.
Advogando que esta questão não é partidária, mas
nacional, o antigo líder social-democrata insistiu na ideia
de que depois das eleições de 5 de Junho Portugal só
poderá ter um Governo liderado pelo PS ou pelo PSD, não
existindo “terceira via”, nem “terceira solução”.
“Uma boa, uma eficaz concentração de votos no
PSD e em Passos Coelho não é uma questão partidária,
é mesmo a única forma segura de acabar com este
desastre social e com este pesadelo político”, sublinhou.
Já no final da sua intervenção, e vincando que falava
à vontade, pois está fora da vida política e não está “à
procura de nenhum cargo”, Marques Mendes contrapôs
a ideia de falta de preparação do líder do PSD, assegurando
que não é “apenas um jovem bem intencionado”
e uma pessoa séria, bem preparada, com grande sentido
de responsabilidade e uma grande preocupação e
sensibilidade social.
A campanha no Distrito de Bragança
com Paulo Rangel ao lado do nosso
Presidente
O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, que na
quarta-feira deu como certa a vitória do seu partido nas
Presidente
legislativas, vai estar no dia 26, no distrito de Bragança,
com o eurodeputado social-democrata Paulo Rangel ao
seu lado.
Na quarta-feira à noite, além dizer que sabe que o
PSD vai ganhar as eleições de 5 de Junho, Passos Coelho
afirmou que vai mostrar a sua diferença em relação ao
Governo do PS pela confiança e pela ética.
Esta tem sido uma ideia repetida nos últimos dias,
mas o presidente do PSD sintetizou-a no primeiro comício
tradicional da sua campanha, numa praça ao ar livre, em
Viseu: “O país precisa de duas coisas importantes para
mudar. Em primeiro lugar, de confiança”.
Sem confiança, defendeu Passos Coelho, não é
possível “falar com os sindicatos, com as confederações
patronais, com as instituições de solidariedade social
– com todos aqueles que andaram a ser enganados
durante anos”.
Por isso é que Portugal precisa “de uma nova liderança”,
que “saiba dar o exemplo”, acrescentou.
“Se a primeira é da confiança, a segunda condição é
a de ser sério, levar valores, ter ética, ser responsável,
não ser sectário, não distinguir os portugueses entre
aqueles que são mais nossos amigos e que podem re-
5
Presidente
ceber grandes indemnizações e os outros, que podem
ficar desempregados ou pagar mais impostos porque o
Estado pode gastar o que quer. Esta é a diferença com
que vamos construir o futuro”, completou Passos Coelho.
Desde Domingo, primeiro dia de campanha oficial, o
presidente do PSD tem seguido para Norte, e hoje viaja
até ao distrito de Bragança, com passagem por Mirandela
e Macedo de Cavaleiros.
Há dois anos, foi em Trás-os-Montes – mais concretamente,
em Vila Real, onde cresceu – que Passos Coelho
apareceu na campanha do cabeça de lista do PSD às
eleições europeias, Paulo Rangel.
O PSD venceu essas europeias e entretanto, no ano
passado, os dois disputaram a liderança do PSD, que
Passos Coelho venceu.
E hoje é o eurodeputado Paulo Rangel que se junta
à campanha de Passos Coelho, discursando num jantarcomício
em Bragança.
Foi exactamente Paulo Rangel que afirmou acreditar
que “vai haver uma grande surpresa” no dia 5 de Junho
relativamente às sondagens e que o PSD “vai ganhar
com uma diferença assinalável” as eleições legislativas.
“Eu tenho estado em contacto com os portugueses
6
por todo o País. Estou muito, muito, muito confiante. E
acho que vai haver, relativamente ao que têm sido as
sondagens, uma grande surpresa no dia 5 de Junho”,
declarou Paulo Rangel aos jornalistas, em Macedo de
Cavaleiros, onde se juntou à campanha do presidente
do PSD, Pedro Passos Coelho.
O ex-candidato à liderança acrescentou que não sabe
se as sondagens estão ou não erradas, mas que na sua
“análise empírica” nota “que os portugueses querem
verdadeiramente acabar com este ciclo, que é um ciclo
de péssima governação que levou Portugal à bancarrota,
e que vêem no PSD uma esperança”.
Questionado se espera que o PSD atinja alguma fasquia
em termos de votação no dia 5 de Junho, o ex-líder
do grupo parlamentar social-democrata respondeu: “Eu
não imponho fasquia nenhuma a ninguém, mas estou
muito confiante que o PSD vai ganhar as eleições e vai
ganhar com uma diferença assinalável”.
Governo “inconsciente” colocou em risco
Segurança Social e os depósitos dos
portugueses nos Bancos
O líder do PSD acusou hoje o Governo de “inconsciência”
por ter colocado em risco as disponibilidades
financeiras da Segurança Social e os depósitos dos portugueses,
ao pedir para que Bancos, Instituições Públicas
e Segurança Social, comprassem dívida pública.
“O Governo pediu aos bancos, às instituições públicas,
até à Segurança Social que andasse a comprar dívida
pública, colocando em risco os depósitos dos portugueses
nos bancos e aquilo que são as disponibilidades financeiras
da Segurança Social, que devem servir para pagar as
reformas e as pensões dos portugueses”, acusou o líder
do PSD, durante um almoço de campanha em Mirandela.
Numa intervenção em que apresentou um conjunto
de situações para demonstrar como o Estado gastou
“sem critério, sem fazer contas e sem avaliar o impacto
das medidas”, Passos Coelho sustentou que a “inconsciência
foi tal” que o executivo nem “se preocupou em
que estes riscos fossem enfrentados por depositantes e
contribuintes só para que o Governo não tivesse de dizer
que era preciso pedir ajuda”.
A este propósito, o líder social-democrata recordou
que o Governo “desmentiu de imediato” que a Segurança
Social andasse a comprar dívida pública, mas agora esse
dado foi confirmado.
“Foi ontem [quarta-feira] público: é verdade, deu
ordens à Segurança Social para que comprasse mais
dívida pública do que aquela que seria seguro poder
comprar”, sublinhou, considerando que hoje os portugueses
sabem que foi preciso pedir uma ajuda externa
de 78 mil milhões de euros porque “durante muitos anos
se gastou sem critério”.
No seu discurso, o líder do PSD falou ainda sobre a
questão das centrais de compras, pedindo justiça em
relação àqueles que podem concorrer a essas centrais.
“Nós em Portugal ainda temos uma sociedade com
muitos privilégios, aqueles que têm grande dimensão
são sempre chamados em primeiro lugar, os outros têm
de esmagar as suas margens e vender os seus serviços
aos maiores”, disse, sem concretizar se estava a referir-se
a algum caso concreto.
O presidente do PSD disse ainda ter a noção de que
tem “corrido demasiados riscos” ao dispor-se a responder
“a tantas questões” e de uma forma frontal, mas
considerou que é isso que o distingue.
Durante um debate com uma plateia maioritariamente
jovem, num hotel de Bragança, em que respondeu
também a questões colocadas através do Facebook,
Passos Coelho contou que hoje vinha no carro em conversa
com o seu colaborador para a área da comunicação
social, Rui Baptista, e lhe perguntou se não têm sido “um
bocadinho ingénuos”.
Segundo o presidente do PSD, que referiu que “isto
vem a propósito desta polémica sobre a questão da lei
do aborto”, nesta campanha tem sido possível colocar-lhe
“todas as questões e mais algumas” e tem respondido
“com sinceridade e de forma genuína às perguntas”.
Nesta sessão que foi aberta à comunicação social,
Passos Coelho acrescentou que a resposta de Rui Baptista
foi que era isso que os “distinguia dos outros”.
E concordou: “É verdade, eu acho que ele tem razão.
Realmente, às vezes é preciso correr riscos. Esses riscos
não me causam um arrependimento, mas tenho a noção
de que tenho corrido demasiados riscos e que tenho
proposto um caminho demasiado difícil, que às vezes
as pessoas têm dificuldade em entender”.
“Jogar em casa”: Passos Coelho na terra
onde nasceu e preside à Assembleia
Municipal
O líder do PSD ‘joga’ hoje em ‘casa’, num dia que
será passado em Vila Real, onde cresceu e encabeça as
listas sociais-democratas e onde ainda agora preside à
Assembleia Municipal da capital do distrito.
Aproveitando estar em ‘casa’ e ao contrário do que é
habitual, Passos Coelho começa e acaba o dia na mesma
cidade, precisamente na capital do distrito, onde começará
por visitar o mercado local.
À noite, a caravana voltará à cidade para encerrar o
dia de campanha com um comício, onde Passos Coelho
terá a seu lado uma figura de destaque do partido, desta
vez o empresário e antigo presidente do Instituto Sá
Carneiro Alexandre Relvas, que há cinco anos foi director
da campanha de Cavaco Silva, que na altura o chamava
de “Mourinho”.
Depois de um dia em que marcou a agenda da
campanha com as declarações à comunicação social
sobre a possibilidade de um novo referendo à lei que
despenalizou a interrupção voluntária da gravidez até às
dez semanas, o líder social-democrata poderá, tal como
aconteceu quinta-feira, tentar passar sempre ao lado da
polémica nos discursos.
Na quinta-feira à noite foi o que aconteceu, com a sua
intervenção no jantar realizado em Bragança a voltar a
centrar-se no pagamento de portagens em todas as auto
estradas sem custos para o utilizador, tema que o levou
a dizer que recusa fazer demagogia para “conquistar
votos baratos”.
Ainda na quinta-feira à noite, e falando numa das
regiões que mais sofre com os problemas da interioridade
e da desertificação, Passos Coelho voltou ainda a chamar
a atenção para a agricultura, defendendo que é preciso
“investir a sério na economia rural”.
“Qualquer dia está toda a gente a viver no litoral e
nas grandes cidades; e quem é que alimenta as grandes
cidades em Portugal?” foi uma pergunta formulada
em Bragança, lamentando que seja “o estrangeiro” a
abastecer Portugal e preconizando um “território mais
equilibrado e mais auto-suficiência alimentar.
Hoje, num distrito em que tem como adversário
directo um dos principais ministros do Governo de José
Sócrates, o ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira,
Passos Coelho além de Vila Real, passou ainda por mais
quatro concelhos, visitando Vila Pouca de Aguiar durante
a manhã.
O almoço foi mais a norte, em Chaves, passando ainda
por Boticas e por Valpaços, antes de encerrar o dia de
campanha em Vila Real.
Em Chaves: um Portugal farto de batota…
O líder do PSD considerou que os portugueses estão
“fartos de batota” do PS, contrapondo a atitude do PSD,
que pode olhar os portugueses de “cara lavada e costas
direitas”.
“Nós podemos hoje olhar todos os portugueses olhos
nos olhos, de cara lavada, de costas direitas e podemos
dizer aos portugueses: nós não somos todos iguais”,
afirmou Pedro Passos Coelho, numa intervenção durante
um almoço de campanha, em Chaves.
Considerando que há muitos portugueses que ao
longo dos últimos anos “se cansaram de quem só sabe
Presidente
sacudir água do capote” e “de não haver alguém que
assuma responsabilidade”, o líder social-democrata disse
saber que “o País está desencantado”.
“Cada vez se protegem mais certos negócios e não a
iniciativa livre dos cidadãos, cada vez há mais batota”,
acusou, não concretizando nenhuma
Na acção de campanha desse final de dia, o presidente
do PSD considerou “intolerável” que o Governo admita
fazer “concursos públicos internacionais à medida” e
defendeu que o primeiro-ministro deve pedir desculpas
pela sua governação neste campo.
Pedro Passos Coelho respondeu assim ao Governo,
que na quinta-feira à noite lhe tinha “exigido” um pedido
de desculpas pelas declarações que fez sobre um
concurso público, lançado pela Autoridade Nacional de
Segurança Rodoviária (ANSR) para “aquisição de serviços
de elaboração de propostas de decisão de propostas de
contraordenação”, uma coisa bizarra, que ninguém, pelo
nome, percebe o que é que teve como único concorrente
a Universidade Católica.
Em declarações aos jornalistas, em Vila Real, o próprio
presidente do PSD fez referência a esse pedido de desculpas
exigido pelo Ministério da Administração Interna,
questionando: “Como é que é possível o Governo admitir
que se fazem concursos públicos internacionais à medida
exacta de alguém ou de uma instituição?”.
Passos Coelho reiterou que está em causa um concurso
“para fazer de conta”, acrescentando: “Acho isto
intolerável. Acho intolerável que as pessoas que estão
no Governo percam a noção daquilo que dizem”.
O presidente do PSD perguntou ainda se “acham
isto normal em democracia” e disse que quem deve
um pedido de desculpas é José Sócrates “aos mais de
700 mil portugueses que ficaram sem trabalho e a toda
a gente que ficou mais pobre e que passa dificuldades”
pela forma “como Portugal tem sido governado”.
O líder do PSD disse também confiar numa “larga
vitória”, considerando que o país não quer “arriscar” a
viver no “medo” que o primeiro-ministro tem difundido,
nem uma partilha tal de responsabilidades que não se
saiba quem decide.
“O País não quer arriscar os próximos anos, nem a
viver no medo que o engenheiro Sócrates tem difundido
no país, mas também não quer uma partilha tal
de responsabilidades que não se saiba quem decide
e quem responde pelo que tem de ser feito”, afirmou
Pedro Passos Coelho, durante um almoço de campanha
em Chaves.
Passos Coelho confessou, por isso, a sua confiança
numa “larga vitória” do PSD nas eleições de 5 de Junho.
“Sei que vamos ganhar”, afirmou.
Pedro Passos Coelho, disse também que não se pode
“fazer de conta que há democracia”, acusando o PS de
actuar como se o Estado lhe pertencesse.
“Isto tem de acabar, nós não podemos fazer de conta
que há democracia”, afirmou o almoço.
Prometendo que o PSD não vai “fazer de conta”, seja
7
Presidente
na Educação, na Saúde, na Justiça ou na maneira como
se vai “comportar”, Passos Coelho recuperou a questão
do concurso público lançado pela Autoridade Nacional de
Segurança Rodoviária (ANSR) para “aquisição de serviços
de elaboração de propostas de decisão de propostas de
contra-ordenação” que teve como único concorrente a
Universidade Católica, tema que introduziu na campanha
na quinta-feira.
Lembrando que depois de ter questionado o Governo
sobre quem teria sido o “feliz contemplado” do concurso
lançado por um milhão e 200 mil euros, o Executivo esclareceu
que “era uma universidade, que é assim desde 93”.
Ou seja, reiterou, “lançam o concurso mas só aquela
universidade é que concorre”.
Questionando a razão porque não há mais concorrentes
ou mesmo porque é feito um concurso nestas
condições, o líder social-democrata acusou os socialistas
de julgarem “que o Estado lhes pertence, que se pode
proceder assim em relação aos portugueses”.
“Isto tem de acabar, nós não podemos fazer de conta
que há democracia, nós não podemos fazer de conta que
há Estado de direito, nós não podemos fazer de conta que
se fazem concursos, nós não podemos fazer de conta que
se dá condições às escolas para elas funcionarem, nós
não podemos fazer de conta que tratamos dos portugueses
na saúde, mas depois fechamos os estabelecimentos
e depois cortamos nos apoios”, sublinhou.
O líder do PSD disse ainda que confiava numa “larga
vitória”, considerando que o País não quer “arriscar” a
viver no “medo” que o primeiro-ministro tem difundido,
no polo oposto, numa tão dispersa partilha de responsabilidades
que acaba por não se saber quem decide e
o quê…
A seguir a um almoço de campanha, os apoiantes do
PSD encheram as ruas do centro da antiga Aquae Flaviae
e, no final, Passos Coelho pegou num megafone da JSD
para falar à população.
“Assim eu poupo um pouco mais a minha voz. Quero
só dar-vos um abraço muito amigo por toda esta recepção
extraordinária que me fizeram aqui em Chaves. Não me
vou esquecer dela ao longo desta campanha”, declarou,
segurando uma t-shirt que recebeu da JSD, da qual foi
em tempos presidente.
Em Chaves, Passos Coelho passou pelo lugar onde
ficava o consultório do seu dentista quando era adolescente,
chamado Castro Caldas, e recordou: “Falávamos
de filosofia. Ele era o maior colecionador de moedas
romanas aqui no norte do distrito e tinha uma coleção
fantástica de um grande humanista chamado Erich
Fromm, de que me ofereceu para aí três ou quatro livros”.
“Ainda me lembro do primeiro, chamava-se ‘O espírito
da liberdade’. Enquanto me tratava os dentes, íamos
conversando, ia falando ele”, acrescentou.
Antes de almoçar, Passos Coelho teve um breve encontro
com o presidente do Governo regional da Galiza,
Alberto Núñez, do Partido Popular (PP) espanhol.
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No final da acção de rua, em Chaves
«Convidarei o CDS-PP para o Governo»:
No final das acções de rua, em Chaves, o presidente
do PSD, considerou que o caminho da mudança “só pode
ser construído com uma maioria absoluta” do seu partido,
reafirmando que, em qualquer cenário, o CDS-PP será
convidado para o Governo.
A este propósito, o presidente do PSD defendeu que
“os países que se baseiam na desconfiança são países
pobres” e que os portugueses não devem “ter medo das
maiorias, pelo contrário”.
Passos Coelho afirmou que Portugal precisa de um
Governo “com força” para mudar, acrescentando: “Eu
peço aos portugueses que dêem esse sinal claro, de
qual é a direcção, de qual é o caminho alternativo que
querem, e ele só pode ser construído com uma maioria
absoluta do PSD. Eu espero que os portugueses nos dêem
essas condições para governar”.
O Presidente fez questão de reafirmar que, mesmo
que vença as legislativas com maioria absoluta, vai
convidar “o CDS-PP para esse Governo” e também
“personalidades independentes”, mas é importante os
portugueses terem “alguém a quem possam responsabilizar
por aquilo que vai ser feito”, argumentou.
“O PSD não quer ter uma maioria para governar
sozinho. Eu já disse, os portugueses sabem, nós convi-
daremos o CDS-PP também para esse governo, convidaremos
personalidades independentes para se juntarem
a nós nesse Governo, mas para podermos responder por
aquilo a que nos comprometemos no nosso programa,
é importante que o PSD tenha essa maioria clara para
governar, essa maioria absoluta”, reforçou.
Uma rápida passagem por Boticas,
um bastião social-democrata
No regresso da Vila Real, Passos Coelho, o homem “a
quem se comprava sempre um carro em segunda mão”,
ultrapassou hoje 30 quilómetros de curvas e contracurvas
entre Chaves e Boticas, a terra onde “ninguém tem
medo”, para discursar à porta de uma fábrica.
Boticas, ‘reduto’ social-democrata onde o PSD conseguiu
arrecadar nas últimas eleições legislativas quase 60
por cento dos votos, foi esta tarde palco de um inusitado
‘mini-comício’ do líder social-democrata, que à porta
de uma fábrica conseguiu improvisar um breve discurso
perante cerca de uma centena de apoiantes.
Falando numa terra onde “ninguém tem medo”,
porque em Trás-os-Montes os governantes que estiveram
nos últimos seis anos no poder “já não podem fazer mais
mal a ninguém”, Passos Coelho recordou os apelos do
Presidente da República para que durante a campanha
eleitoral os políticos falassem “verdade às pessoas e
sem demagogia”.
“E falando verdade e sem demagogia vos digo: a
situação que herdamos é uma situação terrível, em que
não temos dinheiro para nada”, afirmou, garantindo,
contudo que é possível mudar o Governo e acabar com
a “chaga do desemprego” e da crise.
Antes, Passos Coelho tinha ouvido palavras elogiosas
do presidente da câmara de Boticas, Fernando Campos,
que apelou ao voto num dos ‘filhos’ da terra.
“É um dos nossos, é um dos que sente, pensa e sabe
quais são as nossas dificuldades”, disse, lembrando que
Pedro Passos Coelho cresceu no concelho de Vila Real.
Pedindo ao líder social-democrata para que não se
esqueça do interior do país, Fernando Campos disse ter
“a certeza absoluta de que ele está preparado”.
“É acima de tudo uma pessoa capaz, é uma cara nova,
é alguém que não está preso nem agarrado a nada, é
uma pessoa séria. Eu costumo dizer que é aquela pessoa
a quem nós comprávamos sempre um carro em segunda
mão, porque se tivesse uma amolgadela e a gente não
a visse, ele antes de fazer o negócio ia dizer: ‘atenção
que está aqui uma amolgadela’”, gracejou.
Pelo contrário, acrescentou, “outros que andam por
aí a fazer campanha eleitoral seguramente esconderiam
a amolgadela e se nós não estivéssemos com muita
atenção levávamos para casa um carro sem motor”.
O regresso a Vila Real
Ao regressar a Vila Real, Passos Coelho a custo rompeu
entre os muitos que queriam dar um beijo ou abraçar
a quem já tratam por «primeiro-ministro».
A rotina do mercado de Vila Real foi quebrada esta
manhã pelo som dos bombos, os cânticos dos jovens da
JSD e pelos muitos que empurraram, puxaram ou furaram
para chegar perto de Pedro Passos Coelho.
Atrás da sua banca no mercado, onde vende batatas,
cebolo ou couves, Maria do Carmo esperou pacientemente
entre os empurrões dos jornalistas que invadiram o seu
espaço para deixar um pedido simples, àquele que ela
afirmou vai ser o próximo primeiro-ministro de Portugal:
“espero que faça aquilo que diz”.
“Não podemos prometer aquilo que não podemos
fazer e sabe uma coisa? Nestes anos, o que mais vamos
ter de fazer é trabalhar muito, como a senhora”, respondeu
Passos Coelho.
O candidato da terra autografou
bandeiras, provou queijo, falou sobre
cerejas, deu beijos, abraços a desconhecidos
e amigos de longa data,
ofereceu flores e, em troca, recebeu
um elogio: “é o mais bonito de todos
os candidatos”.
O “Pedro” nasceu na aldeia de
Vale de Nogueiras, em Vila Real,
concelho onde é presidente da Assembleia
Municipal e distrito onde
encabeça a lista de candidatos às
legislativas de Junho.
“Ele é uma pessoa excepcional,
é muito amigo, correcto e justo. Já
gostei de trabalhar com o Pai dele,
que foi presidente da Assembleia
Municipal antes do doutor Pedro e
agora com ele, é muito bom trabalhar
com ele”, afirmou Lurdes Ferreira,
funcionária da AM de Vila Real.
Apesar de ter “pena” de perder
o presidente, Lurdes diz que vai
“ganhar” porque passará a ter “um
primeiro-ministro de Vila Real”.
Agostinho Vilela diz que Passos
Coelho é “um grande amigo” e até
o considerou o “Obama” da terra,
onde o conheceu quando o agora
líder do PSD pertencia à JSD.
Maria Carolina não tem dúvidas.
“Para a mudança, ele é o melhor.
Temos de arrasar e tirar o outro de
lá, senão não vamos a lado nenhum.
Ainda vamos mais para baixo do que aquilo que já estamos”,
salientou.
Esta apoiante garantiu ainda que Passos Coelho descende
de “uma família super-honesta” e que, por isso,
“é o melhor para Portugal”.
Na campanha de rua, Passos Coelho, entre outros
incidentes, declinou um convite para dançar e teve um
curto encontro com o seu pai, António.
Depois de cumprimentar o filho, que ia a meio de
uma arruada de duas horas, o médico especialista em
pneumologia (que ainda hoje é recordado pelos naturais
de Silva Porto (Bié) pela sua acção como Homem e como
Clínico, o Doutor António Passos Coelho não quis falar
muito aos jornalistas, mas estes insistiram em perguntarlhe
se acredita na vitória do seu filho no dia 5 de Junho.
“Se ele não for eleito, eu acho que o país está maluco.
Se ele não for eleito, eu acho que o país está doido”,
respondeu o Pai do presidente do PSD.
Recordando que é médico e não político, António
Passos Coelho pediu à comunicação social: “Sigam lá a
vossa vida”.
De Vila Real, cidade onde cresceu e encontrou muitos
conhecidos, Pedro Passos Coelho seguiu para Vila Pouca
de Aguiar, onde uma mulher lhe deu a mão para dançarem
ao som da concertina.
“O Portas é que dança”, disse-lhe o presidente do PSD
ao ouvido. “O Sócrates é que gosta de dançar o tango”,
acrescentou Passos Coelho, rindo-se e afastando-se.
A mulher também sorriu, mas lamentou-se: “Está-me
a fazer essa desfeita, doutor”.
A sua visita ao mercado municipal de Vila Real fez
lembrar um “jogo de râguebi”, como comentou um dos
membros do ‘staff’ do PSD, com tanta gente no mercado,
um aglomerado entusiástico impossível de controlar, com
caixas de vegetais a cair ao chão e fizeram um homem
quase a cair dentro de um caixote de batatas…
Só as dezenas de elementos mais jovens chegavam
para bloquear o mercado e o próprio presidente do PSD
se queixou: “Se me puxam, eu não consigo conversar”.
Neste mercado, Passos Coelho foi assim muito saudado
e vitoriado, mas também encontrou pessoas com
ideias mais extremistas quanto ao seu adversário principal,
como um vendedor que lhe disse: “Eu, ao Sócrates,
botava-o ao rio como o Bin Laden, são iguais”.
Passos Coelho discordou: “Não, não. Sabe que a
maravilha da democracia é que nós podemos mudar os
governos sem violência nenhuma, sem nada, escolhendo
aqueles em que acreditamos, só, mais nada, não é
preciso mais nada”.
Em Valpaços o Presidente revela
outra grave “gaffe” do Governo
O presidente do PSD disse, no dia 27, em Valpaços,
não ter sido avisado pelo Governo de alterações ao acordo
ao entendimento sobre a ajuda externa a Portugal,
algumas das quais “substanciais em calendário”, e exigiu
explicações do executivo do PS.
“Gostaríamos que o Governo, que não nos informou
que houvesse essas diferenças, explicasse rapidamente
que por que razão é que publica um texto oficialmente
com a versão que foi assinada, quando ela não corresponde
à versão que foi dada a conhecer aos partidos
políticos na altura em que nos pronunciámos sobre ela”,
declarou Passos Coelho, durante uma acção de campanha,
em Valpaços.
Questionado pela comunicação social, o presidente
do PSD declarou que foi “surpreendido” pela notícia
de que há diferenças entre o documento assinado em
Portugal no dia 3 de Maio, com o qual o PSD também
se comprometeu, e o que foi assinado em Bruxelas no
dia 17 de Maio, na reunião do Ecofin.
Passos Coelho acrescentou que o PSD está “a comparar
as duas versões e a estudar as diferenças” e contestou
que estejam em causa “pequenos ajustes”, como alegou
o primeiro-ministro, contrapondo que “há, sobretudo, diferenças
respeitantes aos prazos que são fixados para que
as políticas e os objectivos sejam preparados e atingidos,
mas há também algumas alterações de substância”.
Como exemplo, apontou: “Ao contrário do que o
primeiro-ministro disse, de resto, no debate que teve
Presidente
comigo, as alterações à Taxa Social Única não são para
introduzir apenas no Orçamento para o próximo ano, têm
de estar preparadas, e o estudo tem de estar concluído
até Julho deste ano – o que significa, portanto, que é impossível
que o Governo, nesta fase, não tenha já tomado
decisões sobre essa matéria”.
“Mas”, assegurou Pedro Passos Coelho, “se formar
Governo”, vai cumprir o acordo de ajuda externa a Portugal
“qualquer que seja a última versão” desse acordo.
“Eu quero garantir-vos a todos: qualquer que seja a
última versão, nós iremos cumpri-la, porque é Portugal
que está em jogo, não é uma mera luta política. Nós
cumpriremos, mas, caramba, já estamos fartos de um
Governo que nunca sabe o que diz e nunca sabe o que
assina em nome de Portugal”, afirmou Passos Coelho,
durante esse último comício em Vila Real.
Na sua intervenção, o presidente do PSD referiu que,
segundo o executivo do PS, “afinal, havia um documento
com o Fundo Monetário Internacional e havia outro com
a União Europeia e que se tiveram de juntar os dois, e
que, portanto, teve de haver umas adaptações”.
Passos Coelho acrescentou que “já não há paciência
para as desculpas tão esfarrapadas que este Governo dá”.
O presidente do PSD reiterou que “o acordo que foi
assinado pelo Governo e publicado no Ministério das
Finanças não seja o mesmo que foi comunicado ao país
e aos partidos da oposição” e perguntou como é que
isso é possível.
“No fim quase desta campanha, um Governo que
está estafado, que, todos sabemos, chegou ao fim, nem
quando chega ao fim consegue dizer com segurança o
que assina em nome de Portugal”, criticou.
O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, reforçou
na sexta-feira à noite o pedido de uma maioria absoluta
nas legislativas e terá hoje, em Braga, o apoio da sua
antecessora, Manuela Ferreira Leite.
No distrito de Braga: Manuela Ferreira Leite
presente no jantar-comício de Barcelos
Após VilaReal, a comitiva do PSD passou o dia no
distrito de Braga, que elege 19 dos 230 deputados, e
Manuela Ferreira Leite vai estar ao lado de Passos Coelho
num jantar-comício em Barcelos.
Depois de o ter dito em entrevistas e declarações à
comunicação social, na sexta-feira à noite, Passos Coelho
afirmou pela primeira num comício desta campanha que
“o PSD aspira a dar uma maioria absoluta a Portugal”
nas eleições de 5 de Junho.
“O resultado que queremos é também um resultado
9
Presidente
histórico para Portugal, e vamos consegui-lo”, acrescentou,
no final do seu discurso durante o último comício ao
ar livre, em Vila Real.
Além de Manuela Ferreira Leite, Passos Coelho teve
consigo no distrito de Braga o cabeça de lista do PSD
neste círculo eleitoral, Miguel Macedo, que presidiu
à bancada social-democrata na legislatura que agora
termina.
A campanha do PSD começou o dia em Guimarães,
para a visita a uma feira, passando depois por Celorico
de Basto, para uma arruada, em Vila Verde, para um
almoço, em Braga, para nova acção de rua, e terminando
em Esposende.
O líder do PSD, de passagem por Amares, classificou
hoje como “extremamente insatisfatórias” e “atabalhoadas”
as explicações do Governo sobre as “alterações”
ao acordo sobre a ajuda externa a Portugal, mas voltou
a garantir que os sociais-democratas o irão cumprir.
“O país já percebeu que o Governo apresenta uma
explicação muito atabalhoada sobre isto, mas o essencial
é que os portugueses percebam que o PSD não vai
levantar uma disputa sobre o cumprimento desse acordo”,
afirmou Pedro Passos Coelho, em declarações aos
jornalistas antes de um almoço de campanha em Amares.
Insistindo que as explicações dos responsáveis do
Governo, nomeadamente do primeiro-ministro são
“extremamente insatisfatórias”, Passos Coelho reiterou
ainda que o PSD não teve conhecimento da última versão
que o Executivo assinou com a ‘troika’, estando agora a
estudar as alterações introduzidas.
“É claro que o PSD não sabia destas alterações, é
verdade que já detectamos que muitas das alterações
respeitam a calendários que estavam previstos, mas há
alterações que não são só de calendário, mas também
de substância”, disse.
Aos jornalistas, Pedro Passos Coelho lamentou ainda
que o executivo tenha “ocultado” informações, nomeadamente
em relação ao prazo previsto para a redução
da Taxa Social Única.
Pois, acrescentou, primeiro apontava para o Orçamento
de Estado para 2012 e “agora afinal vem-se dizer que
todo o estudo preparatório para a baixa da TSU tem de
estar preparado até Julho”.
“É pena que o País não tenha conhecido essas diferenças
e que tenhamos agora de estar a estudá-las, mas
o mais importante nesta fase é puder dizer às pessoas
e aos nossos parceiros europeus que nós não vamos
estar a colocar problemas quanto ao cumprimento desse
acordo, porque nós precisámos do dinheiro que pedimos
emprestado e vamos ter que cumprir aquilo que acordámos
com eles, isso é o essencial”, sustentou.
Em Rendufe: «O Governo (após o que fez) só
pode esperar “indignação, revolta, censura
política, e responsabilização»
O presidente do PSD acusou hoje o Governo de ter
atirado o país para a ajuda externa e considerou que
quem faz isso só pode esperar “um ato de indignação,
de revolta, de censura política, de responsabilização”.
Durante um almoço de campanha numa quinta em
Rendufe, concelho de Amares, Pedro Passos Coelho
alegou que os portugueses já perceberam “de quem foi
a responsabilidade por esta situação” e não vão desperdiçar
este “momento histórico”, em que Portugal não
pode “falhar” mantendo o PS no poder.
“Não se pode atirar um País inteiro para a ajuda externa
apenas porque não se fez bem as contas, se quis
fazer tudo de qualquer maneira, sem saber o que era
mais preciso, distinguindo as alternativas que podíamos
ter tido, respeitando o dinheiro que é pago em impostos
pelas famílias, pelos cidadãos e pelas empresas, não
se pode fazer isto e não se esperar que não haja um
ato de indignação, de revolta, de censura política, de
responsabilização por quem não pensou em Portugal
todos estes anos e não se preocupou com o que podia
acontecer connosco”, afirmou.
Passos Coelho acrescentou que o país precisa de “uma
nova esperança” e que o PSD é quem está “em condições
de dar essa esperança” e de inverter a actual situação.
“Nestes próximos anos nós temos de mostrar que
vamos pagar o que devemos, mas que não vamos contrair
mais dívidas, que vamos tirar Portugal da ajuda em
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que os socialistas nos colocaram, mas conseguir também
pôr o país a crescer, a criar emprego e a ajudar aqueles
que mais precisam”, disse.
Neste discurso, o líder social-democrata pediu “um
governo maioritário do PSD” e “uma grande força
eleitoral” para o seu partido, não usando a expressão
maioria absoluta.
“Há muito trabalho para fazer a partir do
dia 5 e o PSD não será igual aos outros”
As primeiras afirmações de Pedro Passos Coelho em
Guimarães foram que “há muito trabalho para fazer a
partir de dia 5 de Junho e que o PSD “não será igual aos
outros” depois de eleito para Governo.
O líder do PSD estava na feira semanal de Pevidém,
em Guimarães, distrito de Braga, numa acção de
campanha, quando, confrontado com alguns populares
afirmou que depois de dia 5 de Junho, data das eleições
legislativas, “há muito trabalho para fazer”.
Durante esta visita, o líder social-democrata não prestou
declarações aos jornalistas mas ouviu as “queixas” de
alguns dos feirantes, entre as quais as de um vendedor
de peixe que se queixava de “que o sector está muito
mau porque há pescado em excesso e que por isso não
se consegue escoar o produto”.
A visita durou cerca de 40 minutos durante os quais
Passos Coelho mostrou-se “confiante no resultado de dia
5” e foi acompanhado por algumas cntnas de apoiantes
que entoavam cânticos de “vitória” e davam vivas ao
PSD e ao seu líder.
O empresário Alexandre Relvas que se juntou à “volta”
do PSD no Distrito de Braga, defendeu que “o voto
certo” e aquele que tem “valor” nas próximas eleições
é o voto no PSD, mesmo para aqueles que “simpatizam”
com propostas do CDS-PP.
“Estão connosco muitos cidadãos que embora simpatizem
com as propostas de outros partidos, nomeadamente
do PP, sabem que para haver um novo Governo
em Portugal o voto certo é PSD, que ninguém tenha
dúvidas, o voto que tem valor nestas eleições para mudar
de política é o voto no PSD”, afirmou o empresário,
durante um comício..
Insistindo na necessidade de “uma grande concentração
de votos no PSD” e de os sociais-democratas terem
“a grande maioria de que o Pedro tem falado”, Alexandre
Relvas sustentou que a uma semana das eleições é
“absolutamente claro que José Sócrates já não merece
a confiança dos portugueses”.
“Os portugueses não lhe querem dar uma terceira
oportunidade e o primeiro a ter consciência desta realidade
é José Sócrates, que tem mostrado uma crescente
desorientação”, frisou Alexandre Relvas, que foi director
da campanha presidencial de Cavaco Silva em 2006 e
presidiu ao Instituto Sá Carneiro.
Numa intervenção muito crítica para o primeiroministro,
Alexandre Relvas falou na “realidade dramática”
a que o país foi conduzido, considerando que depois de
ter levado Portugal à bancarrota “José Sócrates tomou
uma decisão que para quem tivesse honra e vergonha
seria impensável”: “recandidatou-se a primeiro-ministro
apesar de ter dito que nunca governaria com o FMI”.
Acusando ainda o primeiro-ministro de tentar “encobrir”
a realidade com “manobras de propaganda e com
a manipulação dos factos”, Alexandre Relvas defendeu
a necessidade de o país ter um chefe de Governo que
“tenha credibilidade internacional” e que “tenha capacidade
de ter aliados económicos mais e melhores do que
o senhor Hugo Chávez e que o senhor Kadafi”.
Nesse comício, o presidente do PSD considerou (na
sexta-feira à noite) que dar vitória ao PS seria como um
clube manter o treinador que o levou à descida de divisão
e que falhou todos os objectivos.
Durante um comício ao ar livre que encheu o Largo
da Capela Nova, estendendo-se para lá da Rua Serpa
Pinto, Pedro Passos Coelho defendeu que os socialistas
“destruíram a confiança que o povo tinha neles” e que
“isso não se consegue restaurar”.
Depois de ter repetido que se o actual Governo fosse
gestor de uma empresa já teria sido demitido, o presidente
do PSD utilizou outra imagem: “Quem não segue
o futebol? Conhecem alguma equipa, algum clube, que
baixe de divisão, uma vez e duas, que perca os jogos
todos, que falhe todos os objectivos e que vá sempre
buscar o mesmo treinador para poder ganhar o campeonato?
Eu não conheço”.
O presidente do PSD alegou que “o empréstimo que
este Governo pediu para cobrir a dívida que fez, vai
demorar a Portugal dez anos a pagar” e perguntou se
“alguém em Portugal quer passar esses dez anos a cavar
um buraco ainda maior com um Governo irresponsável
e incapaz”.
A assistência gritou “não” em coro.
Passos Coelho sustentou que, por seu lado, o PSD
já foi merecendo “a confiança do País” porque, sendo
Oposição, cooperou com o Governo quando se tratava
de matérias de interesse nacional.
“E o que é que fez este Governo? Pegou nessa cooperação,
nesse nosso sentido de responsabilidade, no
nosso sentido de Estado e atirou-a pela mesma janela
que atirou a confiança que os portugueses lhe tinham
dado. Por isso, eles não merecem mais confiança, nem
dos portugueses nem do PSD”, rematou.
O presidente do PSD considerou ainda que que os
socialistas “deram cabo de quase tudo” em Portugal e
acusou-se de terem sido “quem mais tornou cara a saúde
e a entregou aos privados”.
Passos Coelho afirmou que vai “arregaçar as mangas”
para “reconstruir quase tudo” o que os socialistas “estra-
garam” e “tirar Portugal da ajuda externa”.
O presidente do PSD prometeu fazer uma “grande
reforma” na educação, que passa por “pôr fim a este
processo de avaliação dos professores, que é a peça
mais injusta que algum dia alguém podia ter inventado
no Ministério da Educação”, e “uma reforma importante
na saúde”.
Passos Coelho fez alusão à acusação de que pretende
privatizar e aumentar os custos da saúde para os portugueses,
replicando: “Não vale a pena virem com medos
e com fantasmas. Quem mais tornou cara a saúde e a
entregou aos privados em Portugal foi José Sócrates e o
PS, não foi o PSD”.
Na saúde, na educação, na justiça, o presidente do
PSD ressalvou que quer fazer reformas com os profissionais
de cada sector, argumentando que “o País não
muda por leis nem por decretos”.
Um governo com 10 Ministros é desejável,
mas pode ser negociável se o PSD não tiver
maioria absoluta
Já no Distrito de Braga, em Rendufe, o líder do PSD
admitiu a constituição de um Executivo com mais de
10 ministros, caso o seu partido não obtenha maioria
absoluta e seja necessário “negociar um Governo que
pode ter outras exigências”.
“Quando digo que estou preparado para construir
um Governo com não mais do que 10 ministros, falo
evidentemente da possibilidade do PSD ter uma maioria
absoluta e poder responder por esse resultado”, afirmou
o líder social-democrata, em declarações aos jornalistas
antes do um almoço.
Se essas “condições não existirem”, continuou Pedro
Passos Coelho, o PSD terá de “negociar um Governo que
pode ter outras exigências”.
“Mas eu espero que não seja necessário”, acrescentou,
insistindo que “dez ministros podem dar boa conta
do recado sem perderem tempo com leis orgânicas e a
fazer fusões de ministérios”.
O presidente do PSD acusou também o Governo de
ter atirado o País para a ajuda externa e considerou que
quem faz isso só pode esperar “um ato de indignação,
de revolta, de censura política, de responsabilização”.
Durante um almoço de campanha numa quinta em
Rendufe, concelho de Amares, Pedro Passos Coelho
afirmou que os portugueses já perceberam “de quem
foi a responsabilidade por esta situação” e não vão
desperdiçar este “momento histórico”, em que Portugal
não pode “falhar” mantendo o PS no poder.
“Não se pode atirar um país inteiro para a ajuda externa
apenas porque não se fez bem as contas, se quis
fazer tudo de qualquer maneira, sem saber o que era
mais preciso, distinguindo as alternativas que podíamos
ter tido, respeitando o dinheiro que é pago em impostos
pelas famílias, pelos cidadãos e pelas empresas, não
se pode fazer isto e não se esperar que não haja um
ato de indignação, de revolta, de censura política, de
responsabilização por quem não pensou em Portugal
todos estes anos e não se preocupou com o que podia
acontecer connosco”, afirmou.
Passos Coelho acrescentou que o país precisa de “uma
nova esperança” e que o PSD é quem está “em condições
de dar essa esperança” e de inverter a atual situação.
“Nestes próximos anos nós temos de mostrar que
vamos pagar o que devemos, mas que não vamos contrair
mais dívidas, que vamos tirar Portugal da ajuda em
que os socialistas nos colocaram, mas conseguir também
pôr o país a crescer, a criar emprego e a ajudar aqueles
que mais precisam”, disse.
Por terras de Arcebispos…
O cabeça de lista social-democrata no círculo de Braga,
Miguel Macedo, defendeu hoje que quem não quer
“acordar no dia 6 com o pesadelo de manter o actual
primeiro-ministro” só pode votar no PSD.
Num discurso durante um jantar-comício do PSD
numa quinta do concelho de Barcelos, Miguel Macedo
ressalvou que “todas as opções são legítimas”, mas pediu
aos portugueses que “pensem bem” e “reflictam bem
no voto do dia 5” de Junho.
“Contribuam todos para que o primeiro-ministro, que
a esmagadora maioria do país rejeita, tenha nas urnas
o resultado que merece”, apelou Miguel Macedo, que
liderou o grupo parlamentar do PSD na legislatura que
Presidente
agora termina.
Dirigindo-se à anterior presidente do PSD, Manuela
Ferreira Leite, também presente neste jantar-comício,
Miguel Macedo sustentou que “hoje está à vista de todos
quem tinha razão, quem falou verdade aos portugueses,
quem alertou para a situação dramática que, infelizmente,
estamos hoje a passar”.
Segundo Miguel Macedo, o PSD apresenta-se com
coerência e está de cabeça levantada nestas eleições, ao
contrário do PS: “Nesta campanha eleitoral, não somos
nós que temos de esconder nada, não somos nós que
temos de esquecer o que dissemos há dois anos, não
somos nós que temos de baixar os olhos porque não
cumprimos e não dissemos olhos nos olhos aos portugueses
a situação em que o país estava”.
Neste jantar, que juntou cerca de 1400 pessoas, o
presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, surgiu, pela
primeira vez desde que começou o período oficial de
campanha, acompanhado pela sua mulher, Laura e, em
Penafiel defendeu hoje que só o nosso partido pode
garantir saúde, educação e justiça para todos e afirmou
que quer reformar cada um desses sectores com os seus
profissionais.
Durante um almoço-comício Passos Coelho rebateu a
ideia de que o seu projecto de mudança põe em causa o
Estado social, contrapondo que o actual Governo é que
não deixou “dinheiro para ajudar aqueles que mais precisam”
e representa um “pesadelo” do qual se deve fugir.
“Só há um partido que pode lutar pelo Estado social”,
que pode assegurar que “todos os portugueses terão
direito à saúde”, que pode “garantir a realização da
educação” a quem tem menos rendimentos e que tem
“autoridade e independência” para reformar a justiça,
“e esse partido é o PSD”, defendeu.
No seu discurso, Passos Coelho considerou que é
preciso redimensionar o Estado e remover as “dificuldades
que o Estado todos os dias levanta a quem quer
trabalhar, a quem quer produzir, a quem quer ensinar, a
quem quer investigar, a quem quer lutar por Portugal”
para que a economia portuguesa cresça.
“Nós sabemos como fazer isso, desde logo, porque
nós sabemos o que é a vida. Nós não andámos a vida
inteira refugiados em lugares de Governo. Nós sabemos
da experiência da vida, sabemos o que é que custa
chegar ao final do mês e pagar os salários daqueles que
trabalham connosco, o que é negociar com os bancos
condições para que as nossas empresas possam produzir”,
acrescentou.
Passos Coelho salientou que acredita nos juízes, no
Ministério Público, nos advogados, nos oficiais de justiça,
nos médicos, nos enfermeiros, nos técnicos de saúde,
nos professores, reiterando que é com eles que quer
reformar os respectivos sectores.
“Mudar” tem sido a palavra-chave do discurso
social-democrata, repetida quase até à exaustão nos
‘hinos’ de campanha, nos ‘slogans’ gritados pela JSD e
11
Presidente
nas intervenções do líder, que só hoje ao almoço repetiu
a palavra 12 vezes.
“Passos com toda a gente, Portugal segue em frente,
com PSD para mudar e unidos avançar” é refrão do ‘hino’
que o PSD estreou no início do período da campanha
oficial e que acompanha as entradas do líder socialdemocrata,
Pedro Passos Coelho, em todos os almoços
e jantares de campanha.
Assim foi ao almoço em Penafiel, na primeira acção
de campanha do dia, com Passos Coelho a entrar no
pavilhão quando se começou a ouvir “há uma hora na
vida em que a escolha é para já, ou encontramos uma
saída, ou fica tudo como está”.
Depois, no seu discurso, o líder do PSD, que é descrito
neste novo hino como um homem de “confiança”, com
“coragem para lutar”, que traz uma “nova liderança” e
“outra energia no ar”, “tem carácter” e “sabe escutar”,
repetiu as palavras “mudança e mudar” pelo menos 12
vezes.
Num almoço em que pediu aos portugueses que no
dia 5 de Junho “não percam tempo com quem já sabem
que fracassa”, Passos Coelho foi ainda surpreendido pela
intervenção de Lizandra, uma militante da JSD de Penafiel
que atravessou todo o pavilhão por entre as mesas
a cantar o fado “Ó gente da minha terra”, terminando
a actuação em cima do palco, ao lado do líder do PSD.
“Nesta altura do campeonato é quase uma inveja
ver alguém com uma voz tão clarinha e tão bonita”,
gracejou Passos Coelho, já com a camisa completamente
encharcada devido ao calor que se fazia sentir dentro
do pavilhão.
Entretanto, aparentemente indiferentes ao calor, cerca
de 2.900 militantes almoçavam a tradicional ementa
de campanha, desta vez com carne estufada cortada aos
quadradinhos, acompanhada por arroz e batatas cozidas.
Espalhados pelas mesas estavam também os habituais
‘santinhos’ de campanha, pequenos cartões de
cartolina com a fotografia do líder e o ‘slogan’ “Está na
hora de mudar”.
No verso do ‘santinho’, Passos Coelho assina um pequeno
texto, onde fala da “pesada herança” que Portugal
terá de enfrentar com “coragem”.
Por isso, lê-se no postal, os portugueses têm de
mostrar a sua “coragem” enquanto povo, “ter esperança
e andar para a frente”.
“Queremos ser maiores e sabemos ser melhores.
Temos de mudar e vamos mudar para melhor. Juntos
vamos conseguir”, escreve ainda Passos Coelho.
De Penafiel, a caravana seguirá para Amarante, para
uma arruada, e, depois, para um comício na Afurada, em
Vila Nova de Gaia.
12
O dia termina num café do Cais de Gaia, com um
encontro do líder do PSD com jovens.
À chuva e em cima de um banco de jardim
Passos Coelho fala em “vitória”
Debaixo de chuva, em cima de um banco de jardim
no centro de Amarante, Passos Coelho fez campanha para
as eleições onde não se vai apenas “julgar” o Governo,
mas onde o PSD quer uma vitória “para Portugal ganhar”.
“Não temos margem para errar, mas nós sabemos
que quando é importante defender o nome de Portugal
todos os que quiserem connosco fazer esse caminho
são bem-vindos porque precisamos de todos”, apelou o
líder social-democrata, em mais um improvisado ‘minicomício’,
desta vez no centro de Amarante, em cima de
um banco de jardim, indiferente à chuva que esta tarde
não deu tréguas à caravana social-democrata.
Sublinhando que para o PSD esta é uma “campanha
de esperança” e que o partido “não está zangado” com
Portugal, Passos Coelho repetiu a convicção de que irá
ganhar as eleições do próximo domingo.
“Eu sei que vamos ganhar estas eleições, mas não
é para o PSD ter uma vitória, é para que Portugal possa
ganhar no dia 05”, frisou, insistindo na mensagem que
o que está em causa não é “apenas julgar aqueles que
nos governaram”.
Nas próximas eleições, sustentou, o que o PSD quer é
“escolher é um bom governo que lute por Portugal daqui
para a frente e que abra uma esperança”.
Depois desta curta intervenção proferida do alto do
banco de jardim, Passos Coelho percorreu a custo os
poucos metros que o separavam do carro, entre apoiantes
entusiásticos, que o queriam abraçar.
Em Afurada (Gaia) o Presidente pede
“Cartão vermelho” para o PS, depois do
“cartão amarelo” de 2009
O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, pediu hoje
aos portugueses para mostrarem um “cartão vermelho”
ao Governo do PS, depois de lhes terem mostrado um
“cartão amarelo” em 2009.
Num discurso durante uma festa-comício na Afurada,
no concelho de Gaia, Passos Coelho pediu também uma
“maioria” que lhe dê condições para governar com sucesso,
afirmando: “Se os portugueses não quiserem essa
maioria, todos sofreremos mais”.
O presidente do PSD refutou a ideia de que os
sociais-democratas querem a “desforra” das anteriores
derrotas eleitorais: “Nós temos de voltar a erguer-nos do
chão, quando nos deixaram chegar ao chão e ficar sem
dinheiro. Nós queremos é tratar do futuro de Portugal,
não é ajustar contas com os portugueses”.
Nesta festa-comício na freguesia de São Pedro da
Afurada, junto ao Douro, estiveram com Passos Coelho
figuras do PSD do distrito do Porto como Paulo Rangel,
José Pedro Aguiar-Branco e Luís Filipe Menezes.
Na sua intervenção, o presidente do PSD acusou o
Governo de José Sócrates de ter deixado sem ajuda quem
mais precisa, “porque o Estado que as devia apoiar faliu”.
Segundo Passos Coelho, nas legislativas de há dois
anos os portugueses “mostraram um cartão amarelo ao
PS retirando-lhe a maioria absoluta”, e agora têm de lhe
aplicar o castigo máximo: “Nós temos de mostrar um
cartão vermelho a quem nos conduziu a esta situação”.
O presidente do PSD alegou que a sua campanha
“cada vez trás mais gente” e “não é só a gente do PSD,
são as pessoas de Portugal, não interessa aonde votaram
antes”, que ficaram “descrentes, desiludidas” com
a governação do PS.
“Se o coração não engana, havemos de ir a
Viana…”
Passos Coelho passou o dia seguinte no distrito de
Viana do Castelo, onde há dois anos o PSD elegeu dois
dos seis deputados e agora tem um estreante como
cabeça de lista, o jurista e comentador televisivo Carlos
Abreu Amorim.
O dia de campanha do PSD começou com uma acção
de rua em Valença e terminou com um arraial minhoto
na Quinta do Santoínho, perto de Viana do Castelo.
Na Quinta do Santoínho, além de Passos Coelho, discursou
também a bastonária da Ordem dos Advogados,
Maria de Jesus Serra Lopes, que foi mandatária nacional
de Jorge Sampaio na sua primeira candidatura à Presidência
da República.
Antes, a caravana social-democrata passou por Ponte
de Lima, para onde estava marcado um almoço dedicado
ao tema agricultura, por Arcos de Valdevez, para uma
visita à Santa Casa da Misericórdia, e por Viana do Castelo,
para mais uma arruada.
Apontando o exemplo da Grécia, no domingo, Passos
Coelho perguntou o que “o que aconteceria em Portugal
se o próximo Governo falhasse”, e deu a resposta: “Não
demoraria meio ano e nós estaríamos a pedir ajuda
outra vez, e talvez dessa vez não houvesse a ajuda de
que nós precisaríamos”.
“Nós não podemos falhar agora”, acrescentou o
líder do PSD, defendendo que o PS representa um risco
e merece um “cartão vermelho” pela sua governação.
Em Ponte de Lima, o líder do PSD insistiu hoje na dramatização
sobre a escolha dos portugueses, retomando
os avisos sobre a “tragédia” que poderá acontecer na
Grécia e sublinhando que Portugal não pode correr os
mesmos riscos.
“Não podemos correr o risco em Portugal de nos
acontecer o que aconteceu aos países que tiveram
maus Governos”, sublinhou Pedro Passos Coelho, numa
intervenção num almoço em Ponte de Lima, dedicado
ao tema da agricultura.
Recuperando a dramatização que tinha feito no Domingo
à volta da situação da Grécia e frisando que em
Portugal não pode acontecer o mesmo que se passou
naquele país, que pouco mais de um ano depois de pedir
ajuda externa, poderá não estar em condições de não
cumprir aquilo que acordou, o líder do PSD falou mesmo
em “tragédia”.
“Já imaginaram o que pode acontecer naquele País,
àquelas pessoas todas que se sacrificaram e que vêem
todo o seu sacrifício posto em causa por não terem um
Governo que tivesse conseguido ser capaz de cumprir
o que foi acordado”, questionou, considerando que se
a Grécia não cumprir com o que acordou não será bom
para a Europa, mas será “uma tragédia para os gregos”.
Reiterando que não quer que aconteça o mesmo
em Portugal, Passos Coelho voltou a prometer cumprir
aquilo que foi acordado, apesar de não terem sido os
sociais-democratas a negociar com a ‘troika’, pois isso
“é importante para Portugal”.
“Se é indispensável voltar a ganhar a confiança dos
países que nos emprestaram dinheiro, dos mercados
sem os quais não podemos viver depois, - então, nós
vamos cumprir - mas para isso temos de ter um Gover-
no competente e capaz, não podemos correr risco em
Portugal, de nos acontecer o que aconteceu aos países
que tiveram maus Governos”, salientou.
Além disso, acrescentou, para cumprir, é também
necessário acreditar no que se está a fazer, nem se pode
“esconder o que lá está”.
Passos Coelho defendeu que o futuro de Portugal
passa “indiscutivelmente” pela agricultura, sublinhando
que “nem vale a pena” lançar dúvidas sobre o empenhamento
dos sociais-democratas neste sector.
“Temos apresentado muitas iniciativas em matéria
agrícola. O PSD está convencido que o futuro do país
passa indiscutivelmente também pela agricultura, não
vale a pena fazer de conta ou lançar dúvidas sobre o
empenhamento que temos na aposta na agricultura”,
afirmou Pedro Passos Coelho, durante o almoço dedicado
à agricultura, em Ponte de Lima.
Considerando que é necessário inverter a situação
“errada” que se passou em Portugal, onde durante
muitos anos se andou “a usar a política agrícola comum
para financiar a não-produção”, o líder do PSD apontou
dois grandes objectivos do partido: apoiar a produção e
melhorar o rendimento dos agricultores.
“De uma assentada resolvemos vários problemas:
conseguimos substituir importações e portanto poupar
dinheiro”, frisou.
A falar em Ponte de Lima, a única câmara municipal
CDS-PP, Passos Coelho deixou ainda elogios ao actual
ministro da Agricultura socialista, fazendo a comparação
com o seu antecessor no cargo, Jaime Silva, “que parecia
que queria acabar com a agricultura”.
“O novo ministro tem um perfil inteiramente diferente
e tem tentado recuperar o terreno que o outro deitou
fora, não é fácil”, sustentou.
No início da sua intervenção, Passos Coelho deixou
ainda uma nota sobre o cabeça de lista do PSD por Viana
do Castelo, o independente Carlos Abreu Amorim.
“Sabemos que um País não se faz só com as cores
de um partido, nós precisamos de saber atrair o melhor
que temos na nossa sociedade para colaborar connosco”,
frisou Passos Coelho.
Em Valença, esclarecimentos sobre finanças
públicas
O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, garantiu no
Sábado, que se ganhar as eleições, “não vai mexer nas
taxas de IVA” e que pretende recolher mais dinheiro dos
impostos “alargando a base”.
“Eu já tive ocasião de dizer que o PSD, e eu próprio,
não vamos mexer naquilo que são as taxas de IVA que
estão previstas, nomeadamente no acordo que foi estabelecido
com a União Europeia e o Fundo Monetário
Internacional. Nós vamos ter de recolher mais dinheiro
dos impostos alargando a base, não aumentando ou
agravando as taxas do imposto”, disse.
Passos Coelho falava numa acção de campanha em
Valença do Minho, durante a qual ouviu as preocupações
dos comerciantes e dos autarcas locais sobre a disparidade
já existente entre o IVA em Portugal e em Espanha.
Para o candidato do PSD, este é um problema que
não se poderá resolver “de um dia para o outro”, face à
situação financeira do país.
“Primeiro temos de pôr as nossas finanças em ordem,
só depois é que poderemos fazer alguma modulação
fiscal, de modo a corrigir estas desigualdades que se tornam
mais injustas e mais pesadas na fronteira”, afirmou.
Sobre o pagamento de portagens nas antigas SCUT,
Passos Coelho defendeu a necessidade de encontrar “um
sistema que seja transparente e que seja mais simples
do que aquele que o Governo encontrou”.
“O sistema que o Governo encontrou é um sistema
complicado, que envolve não apenas isenções e um
mecanismo electrónico. Vai ser preciso encontrar um
sistema mais simples”, disse ainda.
Mais tarde, em pleno Alto Minho, junto à fronteira
com a Galiza, onde, em conversa com turistas espanhóis,
defendeu que Portugal precisa de “cambiar” como “en
España”.
Hoje, o presidente do PSD voltou a ser recebido com
música, desta vez em Arcos de Valdevez, onde ouviu uma
composição original de dois cantores ao desafio, com o
primeiro-ministro como tema: “Bem-vindo à nossa terra,
nós ‘imos-o’ apoiar / Nós ‘imos-o’ apoiar / Já estamos
Presidente
cheios do Sócrates / A ver se isto vai mudar”.
“Vai mudar, e vai mudar para melhor”, retorquiu
Passos Coelho.
O presidente do PSD começou o dia em Valença, o
ponto mais a norte do seu roteiro pelo País, onde passou
por várias lojas de têxteis-lar e ouviu queixas de comerciantes
sobre a quebra nas vendas e a concorrência dos
produtos chineses.
“Todos prometem e nada fazem”, criticou uma mulher,
a quem o presidente do PSD respondeu: “Eu não
prometo nada, a não ser trabalho. Vai ser difícil, mas
temos de trabalhar muito”.
Em Valença, Passos Coelho meteu também conversa
com espanhóis que visitavam a cidade, apesar de estes
não votarem nas legislativas de domingo, explicandolhes,
em castelhano, que estava em campanha eleitoral:
“Tenemos elecciones, ahora, día 5”.
Dirigindo-se para um espanhol, o presidente do PSD
fez alusão à vitória do Partido Popular (PP) espanhol nas
eleições regionais e locais de dia 22 de Maio em Espanha,
afirmando: “Tenemos que cambiar, como en España. Es
necesario cambiar”.
Mais à frente, Passos Coelho cruzou-se com um casal
de espanhóis e repetiu a mensagem: “Ahora, para nosotros
es necesario cambiar como en España se ha echo
ahora, en las elecciones”.
Nesta passagem pelo Alto Minho, Passos Coelho teve
ao seu lado o jurista e comentador político Carlos Abreu
Amorim, independente que encabeça a lista do PSD no
distrito de Viana do Castelo.
“Carlos Abreu Amorim vai dar um deputado excelente.
Nós precisamos de gente diferente no Parlamento e já
era altura de levarmos outra gente que não aquela que
já estamos cansados de ver”, considerou Passos Coelho.
Em Valença, o presidente do PSD ouviu um apelo à
união entre os políticos – “unam-se, unam-se”, pediu-lhe
uma mulher – e um comentário sobre a sua forma física.
“É, estou magro? A gente na campanha perde sempre
uns quilinhos. Come-se mal, dorme-se pouco, anda-se
muito, fazem-se asneiras. Está a ouvir a minha voz?”,
comentou, a esse propósito.
De Valença, Passos Coelho seguiu para um almoço em
13
Presidente
Ponte de Lima dedicado à agricultura e depois para Arcos
de Valdevez, onde visitou a Santa Casa da Misericórdia e
voltou a defender uma maior cooperação entre o Estado
e as instituições da sociedade civil.
Não quero “andar à bulha com pessoa
alguma não respondo a provocações”
O presidente do PSD afirmou em Arcos de Valdevez,
não querer “jogar à bulha com ninguém”, justificando
assim a recusa em responder ao secretário-geral do PS,
que considerou “patético” o seu discurso dirigido aos
socialistas desiludidos.
No final de uma visita à Santa Casa da Misericórdia
de Arcos de Valdevez, Passos Coelho também não quis
comentar a ideia defendida pelo antigo presidente do
PSD Marcelo Rebelo de Sousa de que para muita gente
as legislativas de domingo vão ser uma escolha do
“menor mal”.
O presidente do PSD disse aos jornalistas que terão
oportunidade de falar directamente com Marcelo Rebelo
de Sousa sobre o seu comentário televisivo deste domingo:
“Creio que ele na quarta-feira vai estar comigo em
Aveiro na nossa campanha e depois, na altura, podem
perguntar-lhe o que é que ele tem a dizer sobre isso”.
Quanto às palavras de José Sócrates, que hoje o acusou
de ter feito um “apelo” ao voto dos socialistas que é
“apenas patético”, Passos Coelho já tinha recusado fazer
qualquer comentário, em Ponte de Lima.
Novamente questionado pela comunicação social,
em Arcos de Valdevez, o presidente do PSD reiterou essa
recusa: “Não respondo”.
Questionado sobre o motivo pelo qual não queria
responder ao secretário-geral do PS, Passos Coelho respondeu:
“Eu não quero fazer comentários sobre esse tipo
de afirmação. As pessoas que nos ouvem ficam com a
ideia de que nós andamos aqui a jogar à bulha uns com
uns outros, e eu não quero jogar à bulha com ninguém”.
Passos Coelho acrescentou que “não foi isso” que
motivou a sua “candidatura nestas eleições” e que não
foi igualmente “para jogar à bulha” que se candidatou
à liderança do PSD.
Mais tarde, já em Viana, o líder do PSD apelou hoje à
mobilização de todos os portugueses para “uma grande
vitória” social-democrata, apesar de acreditar que o Partido
já conseguiu aumentar a vantagem para os socialistas.
Questionado se acredita que o PSD já conseguiu
‘descolar’ do PS, depois das mais recentes sondagens
indicarem uma vantagem para os sociais-democratas,
Passos Coelho respondeu: “Isso já aconteceu há muito
tempo”.
Contudo, acrescentou, é preciso que todos os portugueses
se mobilizem, “porque não são só os Governo
que fazem as mudanças”.
14
“É muito importante que Portugal tenha uma grande
vitória nestas eleições e eu estou muito convicto que essa
grande vitória para Portugal vai acontecer e vou bater-me
por ela até ao final da campanha eleitoral”, frisou, em
declarações aos jornalistas no final de uma ‘arruada’ no
centro de Viana do Castelo.
A ‘arruada’, que começou já com uma hora de atraso,
foi feita em passo rápido, com o líder do PSD a demorarse
menos do que tem sido habitual nas conversas com
os apoiantes que vão ao seu encontro.
Passos Coelho fez mais uma ‘arruada’ em jeito de contacto
‘loja-a-loja’, cumprimentando os comerciantes que
iam aparecendo junto às portas, e falando a pessoas que
estavam à janela, alertados pelo som festivo dos bombos
que acompanhavam a caravana social-democrata pelas
ruas de Viana de Castelo.
Carlos Amorim, independente, um “trunfo”
para o PSD
O cabeça de lista por Viana do Castelo do PSD contrapôs
hoje a “lucidez tranquila” de Passos Coelho à
“incompetência desvairada” de José Sócrates, apelando
aos indecisos, apartidários e “socialistas que são gente
de bem” para considerarem o voto.
“Pedro Passos Coelho é a única solução para este país,
só há uma alternativa à incompetência desvairada de José
Sócrates: é a lucidez tranquila de Pedro Passos Coelho”,
afirmou Carlos Abreu Amorim, numa intervenção ‘inflamada’
durante um jantar num típico arraial minhoto, em
Darque, perto de Viana do Castelo.
Sublinhando que em Portugal “nem todos os políticos
são iguais”, o jurista que concorre como independente
nas listas do PSD apontou que “há um político neste país
que não anda como um cachorinho de Pavlov atrás das
sondagens”, um político que “diz o que pensa e que
pensa o que diz”.
“Há um político neste país que fala verdade, porque
foi a mentira que nos trouxe até aqui e só com a verdade
nós sairemos deste buraco. Há um político neste país,
mas é só um, que tem uma solução para nos tirar do
buraco, não nos tirarão no buraco aqueles que nele nos
enfiaram”, afirmou.
Apelando directamente aos indecisos, apartidários,
“àqueles que não querem saber da política para nada”,
Carlos Abreu Amorim pediu para que acreditem novamente
que há uma solução.
“Apelo inclusivamente a todos os socialistas que são
gente de bem e que sabem o mal que este Governo
fez ao seu país que considerem bem que votar Pedro
Passos Coelho e no PSD é a única solução para devolver
a esperança a Portugal”, frisou, insistindo no apelo para
que “ninguém fique em casa”, porque está em causa “a
salvação do país” e não a alternância do poder.
Radicalizando o discurso, o cabeça de lista do PSD
pelo círculo de Viana do Castelo defendeu ainda que nas
eleições de 5 de Julho os portugueses irão escolher se
têm “o direito a pertencer a um país do primeiro mundo”
ou se o país vai “resvalar por muitas gerações para um
país do terceiro mundo”.
Passos Coelho deixa uma promessa
A terminar, o líder do PSD voltou hoje a prometer que
se for eleito primeiro-ministro fará “tudo” o que estiver
ao seu alcance para cumprir o acordo com a ‘troika’,
mas escusou-se a comprometer-se com a antecipação
de medidas.
“Tenho a certeza de que depois das eleições, se as
vier a ganhar, como penso vir a ganhar, a primeira coisa
que faremos uma vez conhecidos os resultados das
eleições é com certeza, com essa legitimidade, procurar
inteirar-me de tudo aquilo que for necessário para pôr a
resposta portuguesa o mais afinada possível, para que
possamos cumprir aquele acordo”, afirmou Pedro Passos
Coelho, em declarações aos jornalistas em Darque, perto
de Viana do Castelo.
Questionado se pensa que será possível concretizar as
medidas antecipadas para Julho, o líder social-democrata
disse não estar nesta altura em condições de “fazer
qualquer consideração sobre isso”.
“Não estou em condições nesta altura de fazer qualquer
consideração sobre isso, não posso dizer mais neste
momento”, sustentou.
Passos Coelho reiterou, contudo, a promessa de que
caso seja eleito primeiro-ministro fará tudo o que estiver
meu alcance “para cumprir o que foi acordado”.
O presidente do PSD afirmou que a União Europeia
(UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) estão
a contar com a mudança de Governo em Portugal na
sequência das legislativas de 5 de Junho.
“Eles não podem dizer que o Governo tem de mudar,
porque eles não podem ingerir-se na política portuguesa,
mas, no fundo, é com isso que eles contam”, declarou
Passos Coelho, num discurso na Quinta do Santoínho,
em Darque, no concelho de Viana do Castelo. Segundo
o presidente do PSD, se “os elementos da UE e do FMI”
não contassem com a mudança de Governo, hoje não
se teriam dirigido a Portugal para dizer: “Então os outros
partidos que podem ganhar as eleições não nomearam
já alguém para se inteirarem dos problemas, um altocomissário
que prepare tudo o que é preciso para o dia
a seguir às eleições?”.
Passos Coelho acrescentou que o PSD fez “o trabalho
de casa” está preparado “para cumprir o acordo” de ajuda
externa “assinado por Portugal” apesar de este ter sido
alterado e ter agora “prazos mais apertados”. – Fontes:
Distritais do PSD, Lusa, JN, TVI, Audiovisuais do PSD
Miguel Macedo acusa socialistas de não
terem propostas para Portugal
O cabeça de lista do PSD em Braga, Miguel Macedo, acusou os socialistas de estarem sem propostas para o país e
considerou que o programa do PS podia chamar-se “Esmiúça as palavras do Passos Coelho”.
Num discurso durante um almoço de campanha do PSD em Rendufe, no concelho de Amares, Miguel Macedo
afirmou que o programa com que os socialistas se apresentam às legislativas podia ter por título “Esmiúça as palavras
do Passos Coelho”, porque “não é mais do que isso, nunca falam para o país, nunca dizem nada de positivo”.
Miguel Macedo alegou que, o PSD, pelo contrário, sabe “quais são as prioridades” e por isso propõe aos portugueses
um “programa de emergência social” e novas políticas para “criar riqueza” através da diminuição da despesa do
Estado e do favorecimento da criação de empresas.
“Nós vamos continuar a falar de Portugal. Para os outros ficam os incidentes, as questões do dia-a-dia, as questões
de pormenor, o esmiúça a palavra. Esse tipo de questões é para quem já não tem nada a dizer ao país”, acrescentou
o líder parlamentar do PSD na legislatura que agora termina.
Miguel Macedo reforçou a ideia de que o PS “procura deliberadamente todos os dias esse tipo de questões, por
uma razão simples: já não tem crédito junto dos portugueses e já não tem nada de novo a dizer e a propor ao país”.
– Fontes: Lusa, DN
Não há memória de um Governo ter ido tão
longe no desrespeito pelos partidos da oposição
O cabeça de lista social-democrata pelo Porto, Aguiar Branco, considerou hoje que o Governo “foi longe demais”
ao assinar duas versões do acordo para ajuda externa, apresentado no Ecofin a 17 de Maio.
“O Governo desta vez foi longe demais. Em 35 anos de democracia, creio que não haverá um exemplo tão
flagrante de um Governo ter ido longe no desrespeito pelos restantes partidos da oposição”, afirmou o candidato.
Aguiar-Branco disse que se trata de “mais um sinal de que fica sempre qualquer coisa por dizer em José Sócrates.
É um problema que tem a ver com a transparência, com o respeito das regras democráticas e sobretudo com o
sentido de Estado e responsabilidade”.
Para o antigo ministro social-democrata da Justiça, “era precisamente neste momento que esse sentimento
ainda mais se exigia, face à dimensão e gravidade do problema que era precisamente o do financiamento para que
Portugal não caísse na bancarrota”.
A SIC noticiou hoje que há duas versões do acordo e que na primeira versão, por exemplo, as alterações ao
regime de indemnizações por despedimentos teriam de estar prontas até Setembro de 2011. Na segunda versão,
o prazo é encurtado dois meses, para o fim de Julho.
Outras diferenças substanciais dizem respeito ao sector da Justiça, nomeadamente ao Código do Processo Civil,
e ao sector das Telecomunicações, noticiou a SIC.
O Ministério das Finanças confirmou que existem “ajustamentos pontuais” entre a versão preliminar do texto e
a versão final do acordo para ajuda externa, apresentado no Ecofin a 17 de Maio.- Fonte:Lusa
PS faz “campanha hollywoodesca”
com a “pop star decadente” José Sócrates,
acusa Luís Campos Ferreira
O PSD acusou, no dia 27, o PS de fazer uma “campanha hollywoodesca” para as legislativas de 5 de Junho,
classificando o secretário-geral socialista de “’pop star’ decadente”, que “desrespeita os 700 mil desempregados”
portugueses e as dificuldades do país.
“O PS e o engenheiro José Sócrates têm protagonizado uma campanha “hollyoowdesca”, marciana, de
estratosfera. É um gastador compulsivo, alheado da realidade que o Pais vive. Transformou-se numa ‘pop star’
(estrela pop) decadente”, afirmou o social-democrata Luís Campos Ferreira, em conferência de imprensa na sede
do PSD, em Lisboa.
O candidato a deputado pelo Porto frisou que as acções de campanha socialistas estão “cheias de excesso e
de luxo” contra “o apelo do Presidente da República, que solicitou uma campanha esclarecedora e sem desperdícios”.
“O PS faz exactamente o contrário e as provas estão nas estruturas de palco do PS, nas pessoas pagas, nas
ofertas ridículas e tristes, até de visitas a oceanários e a tartarugas”, continuou Campos Ferreira, salientando “a
campanha nacional de outdoors” dos socialistas, que “espelha aquilo que foram os seus seis anos de governação
sem qualquer ligação à realidade vivida pelas pessoas”.
O PS colocou nesta campanha um cartaz por círculo eleitoral, uma decisão que os socialistas consideram
“simbólica”, recusando que tenham faltado à promessa de fazer uma campanha com “outdoors”.
Para o social-democrata Luís Campos Ferreira, “Portugal deve dizer ‘não’ ao engenheiro Sócrates” porque
“chega de exibicionismos”, enquanto “o PSD está na rua a esclarecer os Portugueses de forma autêntica e sincera,
provavelmente com o orçamento de campanha mais comedido de sempre”. - Lusa
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PSD
Memórias
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Edição n.º 58 do “Povo Livre”, de 13 de Agosto de 1975. Manchete: “Só um Governo maioritário permitirá uma saída
democrática para a crise política”. José Augusto Seabra era o director do jornal.
Regional
Berta Cabral desafia governos e empresários
“a fazerem contas” para gerar riqueza
A presidente do PSD/Açores desafiou “os empresários e os responsáveis governamentais a fazerem
contas no sentido de se poder gerar riqueza na região e no país”. Berta Cabral, que falava à saída de uma
reunião com os responsáveis pelos Transportes Marítimos Graciosenses, na Praia da Vitória, referiu-se em
concreto ao modelo de transportes em vigor na região, considerando que “há que rever todo esse modelo,
de maneira a dar novas oportunidades aos privados que, estando no mercado, conseguem projectar de outra
forma o nosso mercado interno, pois também ao nível das mercadorias precisamos de um outro estímulo
para reter valor acrescentado dentro dos Açores”.
Por seu turno, o cabeça de lista pelo PSD/Açores à Assembleia da República realçou “a importância vital
de um sistema direccional de transportes que enquadre as necessidades inter-ilhas com as ligações para
o exterior da região”, considerando que “o fornecimento desses serviços tem um impacto determinante
na economia regional, mas tem de corresponder igualmente às expectativas de um quadro nacional e até
europeu”.
Mota Amaral salientou que “deve caber à iniciativa privada uma quota parte importante de todo este
processo de desenvolvimento, de modo a que não seja o Estado a sustentar todo o modelo de sociedade,
sendo que assentam nesses princípios, que são social-democratas, as nossas propostas para governar
Portugal depois das eleições de 5 de Junho”, concluiu.
Aeroporto de Santa Maria tem “imenso
potencial” para atrair investimento
estrangeiro
A líder do PSD/Açores considera que o aeroporto de Santa Maria tem “imenso
potencial” para atrair investimento estrangeiro em actividades ligadas à aviação,
alegando que a infra-estrutura é o “melhor aeroporto” do arquipélago.
“Este é o melhor aeroporto dos Açores e com muita área de expansão. Tem
imenso potencial para atrair investimento estrangeiro que aqui se pode instalar
em actividades relacionadas com a aviação”, afirmou Berta Cabral, após uma
visita às instalações da NAV e do aeroporto de Santa Maria, acompanhada pelo
cabeça de lista do partido à Assembleia da República, Mota Amaral.
A líder social-democrata salientou que a infra-estrutura aeroportuária tem
de ser “reactivada e potenciada”, tendo defendido que é necessário “colocar no
terreno pessoas com ‘know-how’ suficiente para captar investimento estrangeiro”.
Berta Cabral visitou também as instalações da empresa de navegação aérea
NAV, que considerou “cada vez mais importante” para Santa Maria, tendo
garantido que o PSD/Açores “tudo fará” em defesa da manutenção daquela
infra-estrutura na ilha.
A presidente do PSD/Açores acrescentou que o facto do Centro de Controlo
Oceânico de Santa Maria da NAV ser “auto-sustentável” financeiramente constitui a “melhor garantia” da permanência da infra-estrutura na ilha.
PSD propõe campanha de divulgação
das “virtualidades” do voluntariado
O grupo parlamentar do PSD/Açores apresentou na semana passada um projecto de resolução em que recomenda ao governo regional a realização de uma
campanha de divulgação e promoção das “virtualidades” do voluntariado.
“A apresentação deste projecto de resolução é reforçada e fundamentada pelo contexto económico e social de particulares dificuldades em que vivemos, onde se
acentuam fragilidades a vários níveis, e onde a importância do voluntariado é ainda maior e mais decisiva e, por isso, o apelo ao voluntariado torna-se ainda mais
pertinente”, afirmou o deputado social-democrata Luís Garcia, na Assembleia Legislativa dos Açores.
O parlamentar do PSD/Açores explicou que o PSD defende que a campanha de divulgação sobre o voluntariado deve ser efetuada “nos órgãos de comunicação
social públicos e nos privados que a ela queiram aderir graciosamente”.
Luís Garcia acrescentou que a campanha de promoção do voluntariado deve também fazer-se nas escolas, “promovendo a sua ligação às comunidades envolventes
e estimulando uma acção generosa e solidária dos jovens”.
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Europa
Paulo Rangel procura reafectação
dos financiamentos europeus para o TGV
após resposta positiva da UE
O deputado europeu do PSD, Paulo Rangel, defendeu a reafectação dos fundos europeus destinados
ao financiamento da linha ferroviária de muito alta velocidade (TGV) como “prioridade do próximo
Governo”, após receber resposta positiva por parte da Comissão Europeia.
Em comunicado, o vice-presidente do grupo parlamentar do Partido Popular Europeu em Bruxelas
destaca que as instâncias europeias estão dispostas “a analisar propostas desse tipo, no quadro da
regulamentação em vigor, incluindo um eventual aumento das taxas de co-financiamento comunitário
das intervenções co-financiadas”.
Para Rangel, estas medidas constituem uma “prioridade” para o futuro elenco governativo, “já que
o Governo socialista desperdiçou todas as oportunidades que teve e agora, como está demissionário,
já não tem competência para fazer qualquer renegociação”.
“Em princípio, os montantes previstos no quadro do Fundo de Coesão Europeu para o financiamento
do TGV em Portugal para o período de 2007/2013 podem ser reafectados a outros projectos elegíveis
para esse fundo, nomeadamente de infra-estruturas de transporte RTE-T (Redes Transeuropeias de
Transportes) e/ou ambientais”, confirmou o comissário europeu Johannes Hahn, citado por Rangel.
Esta notícia vem ao encontro de uma opinião, defendida por Passos Coelho, que o percurso Lisboa-
Madrid, em ferrovia, pode, com muitas vantagens, ser feito em comboio tipo Alfa, com velocidades
perto dos 200 km/hora, custos de menos de 1/5 do TGV, e exploração lucrativa.
Ainda segundo o deputado europeu social-democrata, os responsáveis da Comissão Europeia
esclareceram que qualquer alteração ao plano de financiamento “deve ser feita a pedido do Estado-
Membro, e na sequência de mudanças sócio económicas importantes.” – Fontes: P. L. e Lusa
Emigração
É “jogada de propaganda”
o anúncio governamental do início
da execução do programa Netinvest
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O cabeça de lista do PSD para o círculo da Europa, Carlos Gonçalves, classificou
como “jogada de propaganda” o anúncio governamental do início da
execução do programa Netinvest, considerando que mostra “falta de respeito”
pelos emigrantes.
“Não é correto da parte de um governo vir uma vez mais fazer uma jogada
de propaganda que no fundo é uma falta de respeito para aqueles que residem
no estrangeiro, que criaram muitas expectativas em relação a este projecto, que
aguardam há vários anos e que agora, em plena campanha eleitoral, vem de
novo ser prometido”, disse Carlos Gonçalves.
O também deputado pelo círculo da Europa comentava, em declarações à
agência Lusa, o anúncio da entrada em execução do programa Netinvest, para
captar investimento de empresários portugueses residentes no estrangeiro e
fomentar as suas relações com empresas portuguesas, feito sexta-feira pelo
secretário de Estado das Comunidades, António Braga.
Segundo António Braga, o arranque do programa (que vinha sendo sucessivamente
anunciado desde 2008), terá uma dotação financeira inicial de 1,5
milhões de euros.
Carlos Gonçalves confessou-se “estupefacto” com o novo anúncio do governo
sobre este assunto, sublinhando que “deve ser a quarta vez que este projecto é apresentado, com pompa e circunstância e nenhuma realização prática”.
“Criou muitas expectativas, não teve qualquer concretização e já na campanha eleitoral de há dois anos foi dado como adquirido que o projecto estava concretizado”,
disse, considerando “estranho” que em campanha eleitoral o governo lance novamente o Netinvest.
Carlos Gonçalves considerou ainda que esta atitude do governo é demonstrativa da sua “incapacidade em relação às comunidades portuguesas”.
“Em termos éticos é repreensível e demonstra a forma confrangedora como o governo tem agido nas comunidades”, disse. - Lusa
O ensino do Português está a causar
preocupação na comunidade portuguesa
na Alemanha
Emigração
O ensino do Português no Estrangeiro (EPE) está a causar preocupação na comunidade portuguesa
na Alemanha, disse o cabeça de lista do PSD pelo círculo da Europa às legislativas de 5 de Junho.
Carlos Gonçalves esteve na Alemanha, na região de Estugarda, na sexta-feira, e em França nos
últimos dias.
“Houve um tema que acompanhou toda a campanha, que foi o ensino do português no estrangeiro,
que na Alemanha correu muito mal e que para o ano lectivo que se aproxima, 2011-2012, tem perspectivas
negativas”, disse à Agência Lusa o deputado do PSD, em declarações por telefone a partir de Paris.
O candidato disse que em Estugarda as aulas do EPE só começaram em Abril e os pais dos alunos
“ficaram muito insatisfeitos com esta situação”.
Carlos Gonçalves acrescentou que a rede do EPE será diminuída no próximo ano lectivo, “afectando
a qualidade e a oferta” do ensino.
“Portanto, a comunidade está preocupada e sente também que não há um acompanhamento claro
desta situação dos responsáveis do ensino do português, muito particularmente na Alemanha”, declarou.
Segundo Carlos Gonçalves, outro tema que surgiu também entre a comunidade em Estugarda foi o
fim das emissões de ondas curtas da RDP Internacional.
“Na Alemanha há muito poucas rádios locais em língua portuguesa, sendo o serviço importante para
a comunidade no país”, sublinhou o também deputado.
Reunido em Estrasburgo com a comunidade portuguesa, Carlos Gonçalves disse ter ouvido muitas
críticas ao anúncio do Governo do programa Netinvest, na sexta-feira.
O secretário de Estado das Comunidades, António Braga, anunciou a entrada em execução do programa Netinvest, para captar investimento de empresários portugueses
residentes no estrangeiro e fomentar as suas relações com empresas portuguesas, que vinha sendo anunciado desde 2008.
O programa arranca com uma dotação de 1,5 milhões de euros.
“Algumas pessoas mostraram o seu descontentamento e desilusão, já que um assunto tão importante para o investimento dos emigrantes em Portugal é usado como
moeda de campanha eleitoral”, acrescentou.
Carlos Gonçalves classificou o anúncio do Netinvest como uma “jogada de propaganda”, considerando que mostra “falta de respeito” pelos emigrantes.
O cabeça de lista apelou também aos políticos para manterem uma maior ligação com a diáspora e incentivar à participação cívica da comunidade no estrangeiro, além
de exigir um recenseamento eleitoral mais eficaz. - Lusa
José Cesário quer alargar a rede de ensino
do português nos Países fora da Europa
O cabeça de lista do PSD por Fora da Europa defendeu, em entrevista à Lusa, o alargamento
da rede de ensino do português nos países do resto do mundo, admitindo para isso reduzir recursos
do apoio na Europa.
É preciso “eliminar as diferenças de tratamento que existem entre as comunidades da Europa
e de Fora da Europa. Vamos ter provavelmente que reduzir, racionalizar alguns recursos na Europa
para poder atender aos de fora da Europa”, disse José Cesário.
O também deputado pelo círculo Fora da Europa fez uma avaliação negativa da transferência
da tutela do ensino do português do Ministério da Educação para o dos Negócios Estrangeiros,
considerando que não foram acautelados os fundos financeiros para sustentar essa mudança.
“O Ministério dos Negócios Estrangeiros perdeu imensos recursos financeiros em relação àqueles
que existiam quando estas competências estavam na tutela do Ministério da Educação. Acho
que vamos ter um problema a prazo e vamos ter que racionalizar muito mais a despesa”, disse.
José Cesário defendeu ainda uma aposta maior na formação de professores através do acompanhamento
das experiências que já existem nas próprias comunidades.
O candidato social-democrata alertou ainda para as consequências do aumento dos fluxos
migratórios para o estrangeiro no equilíbrio social das comunidades portuguesas, lembrando que
há problemas de inserção social, acompanhamento de crianças em idade escolar e mesmo pobreza.
“Há muito que o Estado deixou de ter uma rede de apoio social própria e não vou cair na
demagogia de dizer que vamos restaurá-la toda. Temos que usar os poucos meios de que ela
ainda dispõe, mas sobretudo vamos ter que articular acções com o movimento associativo”, disse.
José Cesário considera que existem em alguns consulados funcionários que podem ser adaptados
às funções de apoio social, rejeitando a ideia de que a generalidade dos postos consulares
esteja a funcionar no limite das capacidades.
“O consulado de Paris tem muitos funcionários, o do Rio de Janeiro tem muito poucos, São Paulo precisa de mais e Londres tem lacunas gravíssimas”, disse, admitindo a
possibilidade de “reafectar” funcionários de um posto a outro.
“Mas o que está fundamentalmente em causa é a articulação dos responsáveis consulares com as associações ou com os conselheiros das comunidades”, sublinhou.
O antigo titular da pasta da Emigração do PSD defendeu em matéria económica “uma maior aproximação” às empresas e as associações empresariais das comunidades
portuguesas para captar investimento estrangeiro para Portugal, “facilitar” investimentos portugueses no estrangeiro e aumentar as exportações.
Sobre a representação da emigração na estrutura de um futuro Governo social-democrata, que o líder do PSD já disse que será “reduzido”, José Cesário garantiu que as
comunidades serão “uma das principais prioridades” da política externa.
“Haverá um membro do Governo que manterá a tutela das comunidades portuguesas. Se terá outras aéreas ou não, não tenho condições para dizer”, concluiu. - Lusa
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Opinião
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Portugal visto de fora
Luca Volontè (*)
O governo Português conduziu o país à beira do abismo. A economia e sociedade nacionais, as quais evidenciaram uma grande vitalidade e capacidade de crescimento
económico e social, foram esgotadas por políticas sociais e económicas arriscadas e impróprias.
A primeira vez que estive em Portugal, há trinta anos atrás, a economia e a sociedade não eram muito desenvolvidas, mas o génio e enorme capacidade de trabalho e
sacrifício do povo Português eram bastante evidentes.
O desenvolvimento e riqueza gerados pelos Portugueses nos últimos trinta anos tornaram-se infrutíferos devido aos derradeiros seis anos de governação Socialista, a qual
destruiu não apenas a estabilidade do orçamento nacional, mas também as poupanças da maioria das famílias e empresas Portuguesas.
Nos últimos anos os Socialistas, alinhados com os partidos de esquerda, refugiaram-se em desculpas banais. O desastre da sua governação terá sido provocado pela crise
financeira internacional, o que significa que a culpa é dos especuladores internacionais. Os Socialistas e os partidos de esquerda culpam sempre terceiros pelos seus próprios
falhanços, na tentativa de encontrarem um bode expiatório, apenas para evitarem assumir a responsabilidade pelas suas acções governativas absurdas.
O desastre da governação Socialista é conhecido de todos os Portugueses e cidadãos Europeus, e o fardo da dívida pública irá recair pesadamente sobre as gerações
futuras. Cada criança Portuguesa terá de pagar a maioria do seu futuro salário a credores estrangeiros; foi assim que o governo Socialista levou futuras gerações inteiras de
Portugueses ao subdesenvolvimento.
A sociedade do “futuro sorridente” do Comunismo Social transformou-se a si mesma numa prisão de pobreza para os cidadãos do presente e do futuro, condenando todo
o povo Português a um grande número de décadas de “trabalhos forçados” de forma a pagar as dívidas. Isto deve-se à incapacidade e irresponsabilidade do governo Social
Comunista. O primeiro-ministro Sócrates tornou Portugal no alvo de risota da Europa, conduzindo ao mesmo tempo o país presente e futuro à pobreza.
A única alternativa a este desastre é votar com convicção no Partido Social Democrata. É sem dúvida impossível continuar a acreditar nas mentiras dos Social Comunistas
de Sócrates. O Partido Social Democrata pertence à família que une a Alemanha, França, Itália, Hungria, Polónia, Suécia e a maioria dos governos Europeus. Na nossa família é
possível confiar no Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, e em muitos outros Comissários. Numa palavra, o Partido Social Democrata Português contrapõe propostas
realistas às promessas desastrosas do Sr. Sócrates, num quadro de amizade Europeia e responsabilidade. Serão necessários vários anos para resolver a herança desastrosa
deixada pelo Sr. Sócrates. Nesses anos a credibilidade e fiabilidade do Partido Social Democrata representarão a única saída para o país.
A fiabilidade e autoridade de Pedro Passos Coelho são essenciais para a recuperação de Portugal, e o seu empenho ao longo destes anos demonstram-no claramente. O
meu convite é o de que todos apoiem com convicção o Partido e os seus candidatos. Espero que os cidadãos Portugueses, cansados das mentiras Social Comunistas, votem
no Partido Social Democrata, pela fiabilidade do seu programa e pela credibilidade dos seus representantes, de forma a lançar um grito de protesto contra a coligação de um
governo que destruiu o futuro das famílias, dos jovens e das empresas. O maior crime que a política pode causar e o maior desastre governativo é o de destruir a riqueza e
prosperidade do seu povo. O governo de José Sócrates é o culpado desta calamidade. Está na hora de virar uma nova página: o voto no Partido Social Democrata é a única
saída, a única resposta positiva aos problemas de hoje e de amanhã.
(*) Presidente do Grupo do PPE na Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa
Concentrar
Paula Teixeira da Cruz (*)
Sócrates é uma carga negativa, repressiva e gastadora, incapaz de apresentar uma ideia, muito menos um novo modelo para o País, que deixa envolto numa teia poderosa
que o coloniza, qual parasita.
Uma a uma, as instituições foram sendo fragilizadas ou utilizadas em nome de um projecto de Poder pelo Poder. Ao fim de seis anos de governação liderada pelo actual
Primeiro-ministro, o País está tão devastado que 27% dos Portugueses não desdenham emigrar. Sem programa, sem massa crítica, resta a Sócrates imputar aos adversários
aquilo que o próprio fez, culpando os outros pela sua incompetência, sem um gesto de humildade democrática ou de responsabilização.
O País vai começar por precisar de referências para requalificar a sua Democracia, as Instituições. Ora, uma referência é tudo quanto Sócrates não é.
O País vai passar por sacrifícios e ajustamentos muito exigentes - há que dizê-lo com toda a clareza - e os seus dirigentes terão de ser exemplares; diria mesmo que terão de
ser o oposto do deslumbramento com o Poder a que assistimos nestes últimos anos. Há que recuperar o conceito de missão e de sacrifício no desempenho de cargos públicos.
A reforma administrativa, incluindo de entidades públicas que somam milhões e milhões de prejuízos - em particular no sector empresarial -, e a reestruturação do tecido
económico são absolutamente essenciais para que os impostos dos Portugueses não tenham como fim principal alimentar a máquina pública e respectivas clientelas e antes
serem reorientados para a coesão social e intergeracional.
Impunha-se, pois, nesta campanha eleitoral, uma discussão verdadeira sobre a situação e o futuro do País, por todas as forças políticas, numa óptica transversal e avessa
a demagogias, com programas detalhados e exequíveis, que os tempos não estão para encenações. Mas, alheio às suas responsabilidades, para o partido que suporta o Governo,
tem valido tudo, até utilizar pessoas a quem se oferece uma refeição em troca de uma participação numa acção de campanha e oferecer bilhetes para um oceanário
como contrapartida da presença num comício... todos, mas todos os meios, justificam o único fim que lhe importa: o Poder. Há que pôr termo a este desvario: temos que nos
concentrar na alternativa de mudança, no voto útil e evitar a dispersão, a abstenção ou a indecisão, sob pena de não criarmos a verdadeira alternativa de que precisamos.
(*) Jurista, Vice-Presidente do PSD
A ”Madre das Cousas”
Vasco Graça Moura (*)
A referência à situação de bancarrota aflitiva em que o país se encontra provocou trejeitos de princesa ofendida em José Sócrates no seu debate televisivo com Pedro
Passos Coelho.
A propensão falimentar, de que o ainda primeiro-ministro deu provas mais do que sobejas na sua governação ao longo destes anos, não o impede de se crispar em
ademanes faciais ridículos, se alguém ousa confrontá-lo com uma realidade que lhe faz engulhos.
Mas o truque falha, apesar de muito ensaiado, e essa realidade, nua, crua, asfixiante e brutal, é a de que o país foi levado à bancarrota pela governação menos competente
de que há memória em Portugal, encabeçada pelo primeiro-ministro mais incompetente de que há memória em Portugal.
Com firmeza, Passos Coelho encostou às cordas um José Sócrates cuja rebarbativa especialidade política tem sido a de escamotear qualquer referência à sua própria responsabilidade
e ao papel do seu Governo na situação a que chegámos.
A situação actual teria resvalado para uma ruptura ainda mais abissal se o ministro das Finanças, apertado pelos presidentes dos bancos portugueses num ultimatum sem
precedentes na história europeia, não se tivesse sentido obrigado a falar na necessidade inadiável de se recorrer à ajuda externa.
Havia muito que o devia ter feito e a atitude só pecou por tardia, mas com ela cessaram as pantominas irresponsáveis e ficou estragado o jogo ignóbil do eleitoralismo
socialista, abrindo-se uma estreita escotilha de salvação no naufrágio em que o nosso país soçobrou.
E mesmo assim, mesmo agora, mesmo depois de aprovada a operação dos 78 mil milhões de euros da ajuda a Portugal, é de recear que ainda esteja longe de se encontrar
garantida uma recuperação nacional para níveis aceitáveis e decentes. Há muito boa gente que duvida dessa viabilidade, com pesadas razões estruturais e conjunturais.
Por tudo isso, deprimente e anti-patriótico não é acusar José Sócrates e o seu Governo da bancarrota vergonhosa para que o país foi arrastado. Deprimente e antipatriótico
é, sim, fazer de conta que tudo está normalíssimo e admitir que essa gente se comporte como se não tivesse nada a ver com o caso e até nos tivesse posto a prosperidade
a andar por aí, à mão de semear.
Na sexta-feira passada, as barafustações, distorções e evasivas do primeiro-ministro na televisão atingiram as raias do grotesco, mas convenha-se em que a cena foi pelo
menos pedagógica.
O espectáculo deve ter servido para escarmento dos que ainda insistiam em lhe dar um crédito de confiança ou esperavam vislumbrar nele um resquício de solução.
A vacuidade repetitiva da sua cassete estafada, a falta de consistência dos seus argumentos, o grau zero das suas ideias, a ba- sófia da sua postura, as suas entradas de
leão e saídas de sendeiro, podem ter constituído finalmente um contributo útil para o saneamento da vida política portuguesa.
Todos puderam ver um Sócrates de visagens franzidas no seu despeito arrogante, a emparedar-se no mais preocupante dos autismos: já não vê, já não ouve, já não pensa.
O homem que se apresenta a reivindicar com solércia uma experiência que afirma ser abonatória da sua aptidão para governar não consegue disfarçar que tem apenas
o activo do seu passivo de estarrecer. E só contabiliza o desastre, a catástrofe, a teimosa e incompetente construção da bancarrota nacional.
O trajecto político e governativo de tantos anos que ele anda por aí a invocar a torto e a direito reduz--se portanto a um desastre abominável que nos atinge a todos.
Essa é, sem dúvida, a lúgubre experiência que o retrata.
Mas a nossa própria experiência, a dos portugueses que estão a pagar tão caro e vão pagar durante tanto tempo a insensatez da experiência dele, essa tem de ser de
sinal muito diferente.
Se na primeira quem quer cai e na segunda cai quem quer, na terceira só pode cair quem seja idiota de todo.
Ou, como, refutando enganos, “abusões”, fábulas, fantasias e aldrabices, o navegador Duarte Pacheco Pereira, no século XVI, escrevia no seu Esmeraldo de Situ Orbis, “a
experiência, que é madre das cousas, nos desengana e de toda a dúvida nos tira”. E disse também: “por ela sabemos radicalmente a verdade.”. Nem mais.
(*) Professor Universitário, Escritor, Colunista
Filme de Terror
João Pereira Coutinho (*)
Opinião
É preciso ter estômago para acompanhar o circo eleitoral. Há dias, por exemplo, vi o ministro Silva Pereira numa terra qualquer, a gritar do palanque para os populares
amedrontados: “Estão a ver aquela Caixa Geral de Depósitos? Estão a ver os Correios do outro lado da praça? Preparem-se: vão ficar sem eles se o PSD ganhar”.
As palavras não são exactas; o espírito é exactíssimo. E ele define o bordão terrorista que o PS vai metralhar até 5 de Junho: a direita quer destruir o Estado Social e
“privatizar” Portugal inteiro. O PS, que levou o país à falência e alienou a nossa soberania para as mãos de credores internacionais, é a última barreira contra o dilúvio ‘neoliberal’.
Ilógico? Sem dúvida. Mas a lógica só funciona num país ‘normal’, onde a pobreza e a ignorância não são maioritárias. A indigência do PS chegou a isto: fazer de um
filme de terror o seu programa eleitoral.
A anedota da Europa
Mário Soares foi ao Porto para mostrar fidelidade ao PS. E, entre outras pérolas, lá foi dizendo que Sócrates era estimado na Europa, ou coisa do género. Não sei exactamente
a que Europa o dr. Soares se referia. Mas não era à Europa que usualmente escreve sobre a parvónia e que anda estupefacta com as sondagens nativas.
Ontem mesmo (Segunda-feira), por exemplo, o ‘Financial Times’ dedicou-nos umas linhas. Para constatar, em tom de gozo, que uma eventual vitória de Sócrates seria
caso histórico na crise corrente. Na Grécia, quem fez falir o país foi corrido a pontapé. O mesmo na Irlanda. Será Portugal a primeira grande excepção?
Saberemos no dia 5 de Junho. E, no dia 6, se a excepção se confirmar, saberemos também que Portugal deixará de ser apenas mais um país pobre e irresponsável da
periferia. Será, com toda a certeza, a maior anedota da Europa.
(*) Professor Universitário Convidado (UC), colunista©CM
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Opinião
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A Sociedade Inteligente
Jaime Quesado (*)
Um recente relatório da OCDE sobre Novas Tendências refere que é mais do que nunca fundamental para as pessoas saberem reencontrar-se com os seus espaços, os
seus hábitos quotidianos, a sua dimensão de qualidade de vida. O “diálogo” à volta dos novos conceitos de mobilidade e sustentabilidade domina os grandes fóruns internacionais
e a aposta em novos instrumentos para ganhar esta batalha do futuro não pára. Por isso, a aposta numa Sociedade Inteligente está mais do que nunca na ordem
do dia. A Sociedade Inteligente representa de facto um compromisso colaborativo entre todos os que apostam numa nova agenda de mudança centrada no valor como o
factor que faz a diferença.
A consolidação do novo papel da Sociedade Inteligente entre nós passa em grande medida pela efectiva responsabilidade nesse processo dos diferentes actores envolvidos
– Estado, Universidade e Empresas. No caso do Estado, no quadro do processo de reorganização em curso e de construção dum novo paradigma tendo como centro o
cidadão-cliente, urge a operacionalização de uma atitude de mobilização activa e empreendedora da revolução do tecido social. A Reinvenção Estratégica do Estado terá que
assentar numa base de confiança e cumplicidade estratégica entre os “actores empreendedores” que actuam do lado da oferta e os cidadãos que respondem pela procura.
Cabe naturalmente às empresas um papel claramente mobilizador na afirmação da Sociedade Inteligente em Portugal. Pelo seu papel central na criação de riqueza e na
promoção de um processo permanente de reengenharia de inovação nos sistemas, processos e produtos, será sempre das empresas que deverá emergir o “capital expectável”
da distinção operativa e estratégica dos que conseguirão ter resultados com valor alavancado na competitiva cadeia do mercado. Aqui a tónica tem mais do que nunca que
ser pragmática, como demonstram as sucessivas acções externas realizadas recentemente. Convergência Operativa sinalizada em apostas concretas onde realmente vale a
pena actuar, selecção objectiva de sectores onde há resultados concretos a trabalhar.
A mensagem de mudança é mais do que nunca actual entre nós. A Sociedade Inteligente que se quer legitimar em Portugal terá que ser capaz de ganhar estatuto de
verdadeiro “operador estratégico” do desenvolvimento do país. Isso faz-se com “convergência positiva” e não por decreto. Importa por isso, mais do que nunca, estar atento
e participar com o sentido da diferença. O “laboratório” que Portugal deve constituir nesta Nova Agenda Europeia deve centrar-se num Novo Plano de Inovação e Competitividade
aberto à participação aberta da Sociedade Civil.
(*) Gestor
O Grupo
Manuela Moura Guedes (*)
O ar de gozo das duas velhas senhoras ribatejanas no almoço do PS em Ourém, escapou à organização. Pagaram-lhes a refeição, mas não lhes pagaram o estado de
alma. Só o almoço e a viagem num autocarro da Junta de Freguesia. Rindo, elas mostraram o desespero de uma campanha que tem paquistaneses de turbante e peixes em
oceanários. Nem uns, nem outros votam.
E falaram de um dos muitos atropelos, fraudes e abusos do Governo que vão de autocarros de Juntas a negócios de Milhões. Está para sair há semanas um relatório do
Tribunal de Contas que considera ilegais os 10 mil milhões de euros que a empresa pública Estradas de Portugal decidiu pagar a mais à Mota-Engil e ao grupo Espírito Santo
pelas portagens nas Scut. Certamente por um acaso, Almerindo Marques já saiu da Estradas de Portugal e entrou na Opway, do grupo E. Santo. E, numa opinião inocente,
J. M. Ricciardi do grupo E. Santo elogiou ontem o PEC IV, acusou o PSD da crise e defendeu uma coligação a 2, nomeando PS/CDS. É nesta coligação de interesse, a bem da
nação, que se afirma o ex-ministro do CDS Nobre Guedes, que aprovou o Portucale do grupo E. Santo. Aquele abraço dado a Portas no último congresso! Por tudo isto, seria
bom que Paulo Portas dissesse a frase: “Não vou governar com o PS.” Só para registo.
(*) Jornalista
A rosa secou
Gil Teixeira (*)
Insistem os “analistas políticos” de serviço que os temas profundos, significando as consequências sociais, económicas e políticas do pacto
da ‘troika’ com os principais partidos políticos têm estado arredadas da discussão política da actual campanha eleitoral, o que não corresponde à
verdade em relação a todas as forças políticas que estão no terreno. Assim, o exercício do direito de cidadania manda que tomemos posição, ou opinemos, sobre o futuro
imediato do nosso país, mais concretamente o partido político que deve governar o nosso país na próxima legislatura, o Partido Social Democrata. Porquê?
Noutro cenário, e noutros tempos, o Prof. Cavaco Silva, quiçá a personalidade política mais sagaz da actualidade, há seis anos atrás, levantou a questão da moeda boa e
da moeda má que deu forças anímicas a Jorge Sampaio para demitir Santana Lopes, e que acabaria por levar ao poder José Sócrates, e que em boa verdade se revelou um
fiasco para a maioria dos portugueses. Todavia, não terá sido por acaso que, antes das últimas eleições, o Prof. Cavaco Silva previu, ou admitiu, que no seu segundo mandato
viesse a surgir uma crise política, tema que voltou a abordar no seu discurso de tomada de posse.
Penso que além do demérito do primeiro-ministro demissionário, os portugueses estavam a viver atolados num pântano mascarado com os “pec´s”, nas suas diversas
versões, fruto duma governação desgovernada, à vista do lobo do “FMI”, enquanto outras alcateias iam saciando a sua voracidade, sem limites, à custa da dívida soberana.
A situação, como sabemos, atingiu proporções, e danos, incalculáveis, e que colocaram a nossa soberania nacional muito próximo, ou pior, do que a tomada de posse
da 3ª dinastia dos Filipes espanhóis. Havia, ou urgia, que tomar uma posição. Na actual conjuntura as eleições pareciam, ou eram encaradas como um cenário aterrador. O
Prof. Cavaco Silva, primeiro com os seus alertas, e depois com o seu “silêncio” soube interpretar o sentimento popular nacional, e indiciar de entre todos os caminhos, o que
melhor interessa a Portugal, uma nova governação.
Este governo, finalmente, caiu. A rosa secou. Tudo indica que o viço das laranjas irá transformar o pântano num pomar, mas esse trabalho cabe a todos, e a moeda boa,
Passos Coelho deve substituir a moeda má, José Sócrates.
(*) Advogado
Sócrates está a ficar sem pilhas
João Miguel Tavares (*)
Durante algum tempo, temi que José Sócrates fosse como aqueles incansáveis coelhinhos da Duracell, que nunca paravam de bater no tambor. As estações mudavam, os
anos sucediam-se, a concorrência ia ficando pelo caminho, e o coelhinho Sócrates lá seguia em frente, sempre a martelar no país. E pumba, e pimba, e pumba, e pimba, até
Portugal não poder mais. Hoje finalmente constato que até as suas malfadadas pilhas se acabam. Sócrates durou, e durou, e durou. Já não dura muito mais.
Eu sei que as sondagens ainda aconselham uma certa prudência. Mas há sinais no ar, um burburinho de fim de festa que é música para os meus ouvidos. São os paquistaneses
recrutados à pressa no Martim Moniz para encher recintos no Alentejo, com as raparigas de Cabo Verde, recrutadas nos bairros periféricos; são os protestos de
populares que se ouvem à passagem da comitiva socialista. São as fugas de informação oriundas das instituições do Estado (caso dos “mails” da Casa da Moeda). E são
sobretudo os barões do PS, como António Costa ou Francisco Assis, e acima de tudo, o venerável Almeida Santos, a lançar pontes para o futuro em declarações televisivas,
assumindo publicamente que afinal há vida para além de Sócrates.
Mais do que isso: se tantos jornalistas não estivessem ainda presos ao mito de José Sócrates, o grande comunicador, há muito que o País inteiro teria percebido que tudo
aquilo que ele neste momento tem para dizer, cabe numa página A4. Ninguém aguenta 15 dias de campanha eleitoral e dezenas e dezenas de discursos a repetir incessantemente
“o PSD vai destruir o Estado social, o PSD vai destruir o Estado social”. Sobretudo quando todos os portugueses sabem que o PS assinou o mesmo memorando que
os terríveis sociais-democratas. Sócrates está a ficar sem pilhas e a pouca energia que lhe resta tem sido gasta a bater numa tecla que já está perra de tanto uso. O camião
da reciclagem passa daqui a dez dias. Adeus, coelhinho.
© jmtavares@cmjornal.pt, Jornalista
Cartas e Mensagens
Braga é laranja!
No fim-de-semana, as “caravanas” dos dois principais partidos passaram por
Braga.
E, antes de qualquer outro comentário, cumpre fazer uma desmistificação: Braga
não é um feudo socialista, como muitos invocam confundindo a matriz eleitoral do
concelho com as sucessivas vitórias do meu já quase ex-adversário local no plano
autárquico.
Bem pelo contrário, Braga é um concelho em que os resultados locais seguem
com alguma proximidade os resultados nacionais, como bem o demonstraram as
históricas vitórias de Cavaco Silva (nas Legislativas e Presidenciais) ou Paulo Rangel
(nas Europeias de 2009).
Posto isto, o dia de ontem pode bem servir de exemplo para o que se vive no País.
De um lado, a máquina socialista de comunicação, com eventos feitos à medida
das televisões, com o trabalho de mobilização adstrito às autarquias locais e
concretizado exemplarmente (à custa de quem?).
Na mesma avenida em que eu e Mesquita Machado promovemos comícios com
alguns milhares de pessoas nas últimas autárquicas, Sócrates montou um anfiteatro
com pouco mais que 800 lugares sentados (inclusive na plateia) - por entre a parafernália
de equipamentos multimédia que se observava nas imagens do comício
da Praça do Giraldo, em Évora que as bandeiras e as câmaras estrategicamente
colocadas servem para transformar numa multidão.
Mesmo para encher esses escassos 800 lugares, quando não há recrutamento
de imigrantes ou ofertas de bilhetes para atracções turísticas, recorre-se aos passeios
das Juntas de Freguesia, com escalas previstas para o local do comício depois da
oferta das visitas e dos almoços (ontem, especialmente centrados no São Bentinho,
Penha, para onde convergiram autocarros de várias freguesias).
Mas “S. Pedro não esquece que a crise é do PS!” e Sócrates e os seus parcos
apaniguados levaram com uma chuvada apenas comparável às críticas que vão
receber no dia 6 de Junho, “quando for o momento para deixar cair Sócrates”.
Até às 18 horas, brilhou um sol intenso em Braga, com temperaturas bem acima
dos 30 graus, mas que eram bem superiores junto ao solo, por entre as os milhares
que acompanharam Pedro Passos Coelho na arruada do PSD no centro da cidade.
Aqui, o único autocarro era o que trazia algumas dezenas de apoiantes da JSD
nacional, do grupo entusiasta que acompanha a volta do candidato. Em Braga, porém,
não fossem as vistosas t-shirts laranjas e mal se daria pelos jotinhas, tal foi o
“arrastão”/”tsunami” - as expressões são retiradas de órgãos noticiosos nacionais
- que caracterizaram a iniciativa do PSD.
A destacar, a gente, a alegria, o entusiasmo, a vontade de cumprimentar Passos
Coelho, as múltiplas mensagens de apoio, os apelos emocionados à consumação de
uma viragem que tantos já percebem imprescindível para mudar o rumo do País,
os gestos carinhosos de estímulo para os dias que faltam da campanha eleitoral.
A todos e a cada um, Passos Coelho não regateava uma palavra, um cumprimento,
a vontade de registar as preocupações, a disponibilidade para explicar as
ideias e mensagens mal percebidas. Mais do que disputar votos, Passos Coelho
parece querer conquistar a confiança de cada um dos seus interlocutores, como que
lamentando não poder dirigir-se a cada Português de forma directa e pessoal, de
forma a partilhar o seu projecto para o País e a sua visão para o futuro de Portugal.
As camisas já seguem coladas aos corpos. Passos Coelho sobe a um pequeno
palco e dirige uma curta saudação à enorme multidão que o acompanha. Ao
lado, um grupo de crianças que participa na Braga Romana assusta-se quando
se vê rodeada pelo cortejo e algumas começam a chorar. Passos Coelho pede
imediatamente desculpa apesar de não poder assumir responsabilidades pela
situação. Dois ou três pais mostram-se indignados e é este o tema que as TV
escolhem como primeiro tema para as notícias sobre a iniciativa e o segundo será
uma troca de “mimos” entre apoiantes do PS e PSD, que se cruzaram no final
da arruada do PSD/início do comício do PS. E a isto chamam “imparcialidade”!
Nas reportagens do dia, esta adesão histórica, espontânea e genuína da
população de Braga quase chega a ser criticada, destacando-se as “falhas da
organização”.
Pelo meio, ainda houve uns escassos segundos para um simpatizante garantir
que está prestes a concretizar um “sonho maior que o do Sá Carneiro”: “Um Presidente,
um Governo, uma Maioria, um Presidente da Câmara e um Presidente
da Junta”.
A um outro, Passos Coelho garante com simpatia: “O Ricardo já foi um excelente
candidato mas vai ser um óptimo Presidente da Câmara”.
Uma coisa de cada vez. Agora, Braga é laranja.
Daqui por dois anos, voltará o azul e branco das cores da cidade. Até porque
aqui já construímos uma aliança sólida com o CDS em que, de parte a parte, sabemos
bem qual é o verdadeiro inimigo a combater para podermos ter oportunidade
de fazer mais pela nossa terra e pela nossa gente. – Ricardo Rio, Economista
A incapacidade
estrutural do PS
para governar
Opinião
Estou cada vez mais surpreendido com o v/ silencio sobre a incapacidade
estrutural do PS para governar.
O Engº Guterres, ao chegar ao poder eliminou as portagens na CREL, que eram
pacificamente aceites por todos. Quanto perdeu o Estado? Esse mesmo PM travou
a construção da barragem de Foz Côa:
Podíamos ter oferecido aos espanhóis todo o caudal do Douro, e nele tínhamos
abastecimento de água para o Norte de Portugal + distritos de CB e Guarda,
sem falar na energia. O dossier não pode ser consultado, está na Direcção-Geral
de Energia!
Toda a Europa se riu da parvoíce do sr. Sócrates ao rejeitar o primeiro auxilio
do FMI/Europa, com custos mais de 2 pontos percentuais inferiores e prazo de
pagamento mais alargado, em relação ao que teve de “engolir” – e pior ainda,
fazer Portugal sofrer! – actualmente.
Continuam os engarrafamentos matinais porque a política de transportes foi
metida na gaveta… etc. etc. etc. – (email assinado, identidade omitida pelo PL)
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CONVOCATÓRIAS DO PSD
Recepção
Terça-feira até 12h00
Para: Fax: 21 3973168
email:
convocatorias@psd.pt
MURTOSA
Ao abrigo dos Estatutos Nacionais do
PSD, convoca-se a Assembleia de Secção
da Murtosa, para reunir no próximo dia
03 de Junho de 2011, (sexta-feira), pelas
21h00, no edifício da Junta de Freguesia
da Murtosa (casa dos escuteiros), sito na
Praceta Dr. Araújo e Castro, com a seguinte
Ordem de Trabalhos
1 - Apreciação discussão e votação C
das contas relativas ao exercício de 2010
2 - Apreciação da situação Política/
partidária Nacional e local M
3 - Outros assuntos de interesse.
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FESTA DE
ENCERRAMENTO
DE CAMPANHA
Y
CM
MY
CY
LISBOA CMY
3 DE JUNHO
com a presença de:
JOSÉ CID
TUNAS ACADÉMICAS
ARRUADA
ARCO DA RUA AUGUSTA
PRAÇA DO COMÉRCIO 18H00
COMÍCIO
LARGO DO CARMO - 19H00
www.psd.pt
K
Santinhop.pdf 1 5/6/11 5:31 PM
Convocatórias