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<strong>Nosso</strong><br />
tempo<br />
Crianças<br />
morrem de tome<br />
*prezado leitor, 0 que<br />
você far/a se fosse uma cr1anca<br />
morrendo de fome?<br />
Mas você, certamente,<br />
nao é uma criança. Nern deye<br />
estar morrendo de fome.<br />
Ta/vez nem conheca fome.<br />
Examine bern e ye/a se o<br />
que voce conhece não é apenas<br />
apetite.<br />
Talvez por isso, você<br />
não sinta nada se souber<br />
que 50 cr/an ças morreram<br />
de fome no mês de novembro<br />
ültimo em Foz do Iguaçu.<br />
Saiba, pelo rnenos sal-<br />
EDITORA NOSSO TEMPO<br />
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ba, que isso é verdade.<br />
Agora voce- sabe que a<br />
fome existe e é visIvel desde<br />
a porta de sua casa, onde<br />
ha apetiteepoucafome.<br />
Mesmo ass/rn você<br />
continuará con victo de que<br />
não ha por que lutar e so fret<br />
para virar essa sociedade<br />
ao avesso.<br />
* possivel também<br />
que voce, leitor, tenha tan to<br />
medo que Ihe roubem as<br />
"murnunhas", que é capaz<br />
de aprovar o massacre do<br />
Iadrão, em defesa de urn baguiho<br />
qualquer que vocé<br />
conseguiu por a! nern se sabe<br />
corno e corn que ética.<br />
Você tern o dire/to de<br />
garantir-se, mas está se defendendo<br />
dernais. As arneagas<br />
que você teme são horrendas<br />
rea/idades para outros.<br />
E você all: t, o que fazer?<br />
*podese mesrno pensar<br />
que você diz não se envo/ver<br />
em p0/it/ca, quando<br />
na verdade está a todo o<br />
rnomento numa p0/it/ca persona/ista<br />
corn posta de egoismo<br />
e ganância. Vocé está<br />
dentro de urn s/sterna. Faz<br />
suas evoluçöes dentro dele.<br />
Tira pro veito. F acaba ader/ndo,<br />
defendendo, coope-<br />
-rando corn ele na medida<br />
em que o a/uda a crescer.<br />
o pre fe/to é nomeado?<br />
Bern, mas e/e fez o as Ia/to -<br />
não importa as custas de<br />
quern e de quê. Você não<br />
perdeu. SO ganhou. Então é<br />
incapaz de mover uma pa-<br />
Iha para mudar as co/sas.<br />
ou não é dernocrát/co<br />
este Pals? Vocé nem<br />
quer saber. Nern consegue<br />
descobrir em que med/da é<br />
funesto para os que produzem<br />
aqu//o que vocé não<br />
permite se/a deles.<br />
Foz do Iguacu, de 17 a 24 de Dezembro de 1980- Página 2<br />
*E custoso ter coragem<br />
para con v/dar a leitura<br />
das pa as deste jornal.<br />
Mas, co,. ) ele nao é fe/to a<br />
toa, é meihor levá-lo em<br />
conta. F urn risco e urna pretensão<br />
bastante grande colocar-se<br />
na condição de julgar<br />
e ser julgado por urna<br />
corn un/dade. 0 poder de<br />
perturbação está nos do/s<br />
lados. o que está escrito aqui<br />
deixará seu rosto nos caminhos<br />
de Foz do lguaçu. mutil<br />
querer /gnorar ou for car<br />
0 acobe rtarnento da real/dade<br />
pout saudável em que<br />
v/ye.<br />
Urn pouco de fidel/dade<br />
aos nossos pa/s e urn<br />
pouco de preocupação corn<br />
nossos filhos nao permite a<br />
farsa, a me/a verdade, a<br />
mentira.<br />
A avestruz ju/ga-se protegida<br />
se conseguir esconder<br />
a cabeça ao caçador.<br />
Ela morre tambérn pe/as<br />
costas. A avestruz seria urn<br />
pésimo, vergonhoso ponto<br />
de ornparação para o ser<br />
hui riano.<br />
Não esquecer que em<br />
novembro morreram de fome<br />
50 cr/an ças em Foz do Iguaçu.<br />
Rep/ta a leitura do parágrafo<br />
anterior.<br />
E ago ra?<br />
£ meihor parar, não é<br />
verdade? Sim, podemos parar.<br />
Mas, como esquecer<br />
que amanhã ma/s cr/an ças<br />
vão morrer? De fome.<br />
Não esquecer que em<br />
novambro morrerarn 50 cr1anças...<br />
Não e uecer que em<br />
no vembro...<br />
Não i quécer que...