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DIAGRAMAÇÃO - CARTILHA ALUNOS - FINALIZADA Correção 02 03

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3.5 Ribeirinhos<br />

As famílias que vivem na beira<br />

dos rios são comumente conheci-<br />

das como ribeirinhas. Eles se<br />

alimentam da pesca, da caça e de<br />

suas roças de subsistência. Apesar<br />

de não ser comum falarmos de<br />

ribeirinhos no Norte de Mato<br />

Grosso, o município de Apiacás<br />

tem famílias que são consideradas<br />

ribeirinhas, localizadas na área<br />

conhecida como Pontal de<br />

Apiacás, atualmente dentro do<br />

Parque Nacional do Juruena. Estas<br />

famílias, distribuídas nas margens<br />

dos rios Teles Pires e Juruena estão<br />

na região desde o início da explo-<br />

ração da borracha, que teve seu<br />

auge no final do século XIX e início<br />

do século XX.<br />

Quase todos são filhos ou ne-<br />

tos dos muitos seringueiros que<br />

viviam e trabalhavam na região até<br />

meados da década de 1960,<br />

quando a atividade entrou em<br />

declínio no Brasil. Sendo que<br />

grande parte desses seringueiros<br />

casavam com índios, principal-<br />

mente das etnias Apiaká e<br />

Munduruku.<br />

De acordo com Rodrigo Vargas<br />

(2001), o paraense Raimundo<br />

Cipriano Pereira, de 64 anos, que<br />

herdou o ofício do pai “soldado da<br />

borracha”, nasceu em um seringal<br />

na margem paraense do rio Teles<br />

Pires, e é um dos ribeirinhos de<br />

Apiacás. Sua casa não tem tevê<br />

nem telefone, e ele só ouve o<br />

noticiário da Rádio Nacional nas<br />

raras oportunidades em que o<br />

rádio à pilha, uma relíquia dos<br />

tempos de seringueiro, resolve<br />

funcionar. O pouco que sabe sobre<br />

o que acontece além do rio chega<br />

geralmente de canoa, pela boca de<br />

quem desce ou sobe o Teles Pires<br />

ou São Manoel, como este rio é<br />

mais conhecido nessa região.<br />

Há quase três décadas, ele é o<br />

destemido habitante da mais<br />

remota porção do extremo norte<br />

de Mato Grosso. Pode ser conside-<br />

rado o último morador do estado.<br />

Ou o primeiro, conforme o ponto<br />

de vista. Seu Cipriano, que no<br />

início da década de 1970 deixou<br />

sua terra natal e migrou para a<br />

margem esquerda do rio Teles<br />

Pires, mora ao pé do morro do<br />

Jabuti – área que, em 1992, foi<br />

incluída na Reserva Ecológica de<br />

Apiacás e hoje está no Parque<br />

Nacional do Juruena (Rodrigo<br />

Vargas, 2001).<br />

Além dele, outras três famílias<br />

ribeirinhas constituem o único<br />

sinal da presença humana nos 106<br />

mil hectares da Reserva Ecológica<br />

de Apiacás, que está sobreposta<br />

ao Parque. Trata-se de um grupo<br />

de aproximadamente 40 pessoas,<br />

quase todos da mesma família,<br />

que sobrevivem de caça, pesca e<br />

lavouras de subsistência. Recente-<br />

mente, foi construída uma escola<br />

na comunidade Barra do São<br />

Manoel, um pequeno vilarejo de<br />

ex-seringueiros, garimpeiros e<br />

pescadores localizado às margens<br />

do rio Tapajós que atende os filhos<br />

dos ribeirinhos do rio Teles Pires e<br />

Tapajós, e só recebe a visita de<br />

agentes de saúde do estado do<br />

Pará. Para estudar, os jovens<br />

passam a semana na comunidade<br />

da Barra, muito distante para se<br />

deslocarem todos os dias de suas<br />

casas. Mesmo estando oficialmen-<br />

te no território do município de<br />

Apiacás, é praticamente impossí-<br />

vel chegar lá por terra. O acesso<br />

mais fácil é pelos rios que fazem a<br />

divisa entre Mato Grosso e Pará<br />

justamente nesse ponto.<br />

Rio abaixo, a partir da casa de<br />

Cipriano, que é de pau-a-pique e<br />

telhado de palha, são cerca de 20<br />

quilômetros de margens sem<br />

moradores até o vértice do pontal.<br />

Do outro lado, no rio Juruena, as<br />

primeiras famílias só irão aparecer<br />

a quase 100 quilômetros rio acima.<br />

Os estados do Pará e Amazonas<br />

dão assistência médica na porção<br />

mato-grossense do baixo Teles<br />

Pires, em função da dificuldade de<br />

acesso por terra a partir de Mato<br />

Grosso. A unidade de saúde mais<br />

próxima é uma farmácia comuni-<br />

tária, que fica na comunidade<br />

Barra do São Manoel. Segundo os<br />

ribeirinhos mato-grossenses des-<br />

se trecho, para chegar nesta<br />

comunidade em busca de manti-<br />

mentos ou remédios, leva-se um<br />

dia inteiro de canoa.


Severino está entre os ribeiri-<br />

nhos de Apiacás. Seu Severino<br />

Miranda Apiaká, mais conhecido<br />

como Severino Mutum, é o<br />

ribeirinho mais antigo do rio<br />

Juruena no extremo norte do<br />

Pontal, filho por parte de pai de<br />

índio Apiaká, e por parte de mãe<br />

maranhense, que vieram morar<br />

nas margens do rio Juruena em<br />

1930.<br />

O seu avô materno veio do<br />

Maranhão em 1894 para trabalhar<br />

no seringal, as margens do rio São<br />

Tomé. Segundo Severino, o nome<br />

deste rio foi dado pelo seu avô:<br />

“...quando o meu avô veio pra cá,<br />

nos tempos que vieram cortar<br />

seringa aqui, tudo era bruto. Os<br />

rios Juruena e São Tomé, inclusive<br />

o rio ali, que tem o nome de rio São<br />

Tomé. Porque, no Maranhão, meu<br />

avô festejava um santo chamado<br />

São Tomé e quando eles entraram<br />

pra lá, pra habitar o rio lá. Porque<br />

ele já foi seringueiro que ele veio<br />

seringalista ai lá, o rio não tinha<br />

nome. Ai ele pós esse nome de rio<br />

São Tomé, bem na boca do rio São<br />

Tomézinho que é onde abre a<br />

furquia do rio ai você pode pegar o<br />

mapa e olhar que no mapa ta o<br />

barracão do Miranda, que era o<br />

nome do meu avô”<br />

(Severino Miranda Apiaká, 2008).<br />

Os pais do Severino trabalha-<br />

vam no seringal próximo do rio São<br />

Tomé, onde ele também trabalhou<br />

por alguns anos até o preço do<br />

látex cair a ponto de não mais valer<br />

apena o trabalho. Atualmente seu<br />

Severino vive da caça, pesca e da<br />

roça de subsistência onde, como<br />

ele mesmo diz, “planto de tudo um<br />

pouco”: planta mandioca, batatas,<br />

cara, banana, melancia, abóbora,<br />

milho, entre outros. Outra ativida-<br />

de que desenvolve e que lhe gera<br />

renda é o turismo. Ele recebe<br />

turistas desde 1992, atraídos pela<br />

pesca e pelas belezas naturais.<br />

Existem aproximadamente 30<br />

ribeirinhos que habitam a ultima<br />

porção do baixo rio Juruena, no<br />

extremo norte do Pontal.<br />

Desde 2007, Seu Severino pos-<br />

sui um rádio amador, que possibili-<br />

ta a comunicação externa. Os<br />

ribeirinhos do Pontal na margem<br />

direita do rio Juruena, como são<br />

considerados descendentes dos<br />

índios Apiaká, Munduruku e dos<br />

seringueiros, recebem assistência<br />

médica através da Funai (Funda-<br />

ção Nacional do Índio) e Funasa<br />

(Fundação Nacional de Saúde),<br />

que geralmente vão de avião até a<br />

aldeia Pontal dos índios Apiaká<br />

criada em 2006, onde são atendi-<br />

dos. Mas não recebem assistência<br />

escolar por parte de nenhum dos<br />

estados, Mato Grosso, Amazonas<br />

ou Pará.


Encerrada a Navegação Para-<br />

nista do século XIX, que tinha fins<br />

comerciais, ligando o Pará ao Mato<br />

Grosso, a região Norte do estado<br />

voltou-se para a nova atividade<br />

que surgiu na Amazônia, junto<br />

com a República do Brasil: a<br />

extração da borracha. Neste<br />

período, os estados recém criados<br />

receberam do governo central a<br />

responsabilidade da gerência das<br />

terras e dos bens dentro de seus<br />

territórios. Em 07 de julho de<br />

1891, no auge da economia da<br />

borracha, o governador General<br />

João Nepomuceno de Medeiros<br />

Mallet criou uma agência de<br />

arrecadação fiscal no território<br />

onde hoje é o município de<br />

Apiacás. Em 19<strong>02</strong>, foi fundada a<br />

agência na embocadura do rio<br />

Teles Pires e Juruena. Seu primeiro<br />

comandante foi Thomaz Carneiro.<br />

Um segundo ciclo da borracha,<br />

bem menos vigoroso, levou<br />

migrantes para a região na década<br />

de 1940. Com muitos países da<br />

Europa e os Estados Unidos em<br />

guerra, a América do Sul se benefi-<br />

ciou economicamente produzindo<br />

alimentos para esses países e<br />

insumos para a indústria bélica. É<br />

por esse motivo que os migrantes<br />

que foram abrir novos seringais<br />

em toda a Amazônia brasileira<br />

foram chamados de soldados da<br />

borracha. Seus descendentes<br />

formam, hoje, as comunidades<br />

ribeirinhas de Apiacás, moradoras<br />

das margens dos rios Tele Pires,<br />

Juruena e Tapajós, e na área onde<br />

os rios Teles Pires e Juruena se<br />

encontram formando o rio<br />

Tapajós.<br />

Entretanto, à exceção destes<br />

dois ciclos econômicos ligados à<br />

borracha, a região onde hoje é<br />

Apiacás permaneceu como uma<br />

área sem desenvolvimento<br />

urbano e econômico, em compa-<br />

ração com o Sul e Sudeste do país,<br />

até praticamente a segunda<br />

metade do Século XX, quando o<br />

ouro foi descoberto.<br />

4.1 O garimpo<br />

O garimpo teve início a pouco<br />

menos de duas décadas, antes da<br />

abertura das estradas para o local<br />

onde seria implantada a cidade de<br />

Apiacás pela colonizadora Indeco<br />

S.A. (Integração, Desenvolvimento<br />

e Colonização), por volta de 1965.<br />

Os primeiros pontos de garimpo<br />

de Apiacás foram o Novo Planeta e<br />

o Satélite, segundo relatos de ex-<br />

garimpeiros que estão entre os<br />

primeiros que vieram para traba-<br />

lhar nesta região. Oficialmente, o<br />

garimpo iniciou em 1979.<br />

Sendo uma região praticamen-<br />

te isolada, a única forma de se<br />

chegar com mantimentos, equipa-<br />

mentos, entre outros, era através<br />

de lançamentos como eram<br />

chamados, feitos por aviões de<br />

pequeno porte, como relata<br />

Antônio Nunes Severo, 2008:<br />

“... em 78 também começava os<br />

garimpos de Novo Planeta e tanto<br />

que o primeiro lançamento feito<br />

aqui no garimpo Planeta foi feito<br />

com um avião meu...”<br />

A partir daí as pessoas começa-<br />

ram a se aventurar para essas<br />

áreas de garimpo como relata uma<br />

das mulheres que veio para<br />

trabalhar no garimpo, Maria<br />

Divina Silva, 2008:<br />

“Ao chegar a Alta Floresta, segui-<br />

mos para Paranaíta num cami-<br />

nhão pau-de-arara, daí seguimos<br />

numa varação a pé para esse local<br />

que hoje é Apiacás. Essa viajem<br />

durou cinco dias e meio. Cheguei<br />

arrastada e toda inchada. Era um<br />

grupo de 15 homens e eu tinha só<br />

16 anos. O maior problema era a<br />

falta de estrada. Transporte era<br />

feito pelo piloto Jovair. Quando<br />

cheguei aqui, em março de 1979,<br />

tinha uma pista que foi aberta a<br />

machado, como era muito curta, o<br />

avião para decolar era amarrado


com uma corda grossa em uma<br />

árvore, aí o piloto acelerava,<br />

depois ele dava um sinal e os peão<br />

cortava a corda para que o avião<br />

subisse.”<br />

A Vila Mutum iniciou com a<br />

abertura de estrada feita pela<br />

empresa Mineração Porto Estrela<br />

S/A, o que facilitou a vinda das<br />

famílias dos garimpeiros que<br />

trabalhavam e viviam no Novo<br />

Planeta. O trabalho, que nessa<br />

época era feito com dragas ou de<br />

forma manual, atraiu novos<br />

garimpeiros para esse ponto até os<br />

anos de 1981 e 1982. Hoje, ainda<br />

há moradores na Vila Mutum, mas<br />

não vivem mais do garimpo, a<br />

maioria é assentada do assenta-<br />

mento Melhorança, que inclui<br />

parte da antiga área do garimpo.<br />

Segundo Rodrigo Vargas (2001),<br />

no ano de 1981, a Mineração Porto<br />

Estrela S/A, empresa do grupo<br />

Paranapanema, incorporou os<br />

direitos minerários da colonizado-<br />

ra na área do garimpo Novo<br />

Planeta e passou a pesquisar o<br />

equivalente a 128 mil hectares,<br />

visando encontrar novos veios.<br />

Outra atividade que se destacou e<br />

atraiu muitas pessoas foi o garim-<br />

po com pequenas balsas no rio<br />

Teles Pires. Durante toda a década<br />

de 1980, os nomes São Manuel e<br />

Teles Pires foram sinônimos de<br />

ouro e degradação ambiental.<br />

As informações sobre o núme-<br />

ro de pessoas que trabalharam e a<br />

quantidade de ouro extraída<br />

naquele tempo são pouco preci-<br />

sas, mas quaisquer estimativas,<br />

vindas de fontes oficiais ou resga-<br />

tadas na memória de quem viveu o<br />

período, concordam que muitas<br />

pessoas trabalharam ali: garimpei-<br />

ros profissionais, índios, prostitu-<br />

tas, aventureiros, fugitivos da<br />

justiça, matadores de aluguel,<br />

comerciantes, pescadores, colo-<br />

nos, ribeirinhos. Pessoas que<br />

viviam intensa e perigosamente, à<br />

custa do sonho de bamburrar<br />

(expressão utilizada pelos garim-<br />

peiros), ou seja, acertar o veio de<br />

ouro, ter sucesso financeiro.<br />

Segundo Rodrigo Vargas (2001),<br />

o senhor Raimundo Cardoso da<br />

Silva é uma das testemunhas do<br />

tempo em que centenas de balsas<br />

e dragas disputavam cada palmo<br />

do rio Teles Pires. Uma época em<br />

que garimpeiro, para ser conside-<br />

rado bom, tinha que fazer “400,<br />

500 gramas por dia”.<br />

Nascido em Santarém, PA,<br />

Raimundo veio para o Teles Pires<br />

em 1984, seguindo os boatos que<br />

falavam de um novo eldorado<br />

localizado a 192 quilômetros rio<br />

acima, a partir da confluência com<br />

o rio Juruena. Chegou até o<br />

garimpo da Cachoeira Rasteira e lá<br />

resolveu ficar (Rodrigo Vargas,<br />

2001).<br />

O ano de 1984 representou o<br />

auge do garimpo em Apiacás,<br />

quando a população flutuante na<br />

cidade beirou os 70 mil habitan-<br />

tes, vindas num fluxo intenso a<br />

partir da abertura da estrada que<br />

ligava o município à vizinha Alta<br />

Floresta. Essa foi à principal fonte<br />

de renda do município até 1992.<br />

Não foi somente Apiacás que<br />

viveu a febre do ouro nesse<br />

período. A região norte de Mato<br />

Grosso foi a segunda maior<br />

reserva garimpeira da região<br />

Amazônica, abrangendo uma área<br />

de cerca de 30.000 quilômetros<br />

quadrados. Junto de Apiacás, os<br />

municípios de Peixoto de Azevedo,<br />

Matupá, Alta Floresta e Paranaíta<br />

foram os principais produtores de<br />

ouro de aluvião nesta região na<br />

década de 1980 até meados de<br />

1990, de acordo com Renato de<br />

Farias (20<strong>02</strong>).<br />

O declínio desse ciclo econô-<br />

mico veio a partir de 1996, devido<br />

a razões políticas, a diminuição do<br />

preço do ouro e ao aumento dos<br />

gastos na extração, exigindo<br />

equipamentos com tecnologias<br />

avançadas.<br />

Com o declínio do garimpo no<br />

município de Apiacás, muitos<br />

garimpeiros, que vieram de toda<br />

parte do Brasil, principalmente do<br />

norte e nordeste do país, foram<br />

embora. Os poucos que ficaram<br />

no município não tinham mais<br />

família ou dinheiro para voltar<br />

para suas cidades de origem. A<br />

diminuição da produção de ouro


nos rios Teles Pires e Juruena e a<br />

queda internacional nos preços do<br />

ouro, já na década de 1990,<br />

transformou o garimpo em uma<br />

atividade de subsistência para<br />

aqueles que ficaram. Hoje, a<br />

contribuição da região Norte de<br />

Mato Grosso para a produção de<br />

ouro não ultrapassa 5% da produ-<br />

ção de ouro total da região amazô-<br />

nica. Todavia, as cavas de garimpo<br />

e os rejeitos de mercúrio deixados<br />

pela atividade constituem um<br />

grande passivo ambiental. São<br />

inúmeras as áreas degradadas e<br />

contaminadas por metais pesa-<br />

dos, comprometendo a qualidade<br />

do solo nas regiões onde houve a<br />

exploração, bem como a qualida-<br />

de da água da bacia hidrográfica<br />

do rio Teles Pires, segundo Renato<br />

A. de Farias (20<strong>02</strong>).<br />

4.2 A colonização privada<br />

O primeiro movimento pro-<br />

movido pelo Governo Federal para<br />

colonizar as terras mato-gros-<br />

senses ficou conhecido como<br />

Marcha para o Oeste, no governo<br />

do presidente Getúlio Vargas a<br />

partir de 1937. A Marcha tinha<br />

como meta fazer com que as<br />

fronteiras econômicas e políticas<br />

convergissem e, para isso, era<br />

necessário que a nação se consti-<br />

tuísse territorialmente num bloco<br />

homogêneo. Por não correspon-<br />

derem ao ideal de ocupação da<br />

época, marcado pela conversão de<br />

áreas para a agricultura e pecuá-<br />

ria, as áreas de florestas do Cen-<br />

tro-Oeste e Norte do país, habita-<br />

das por pequenas comunidades<br />

isoladas, povos indígenas e<br />

ribeirinhos, eram considerados<br />

espaços “vazios”, que impediam a<br />

integração política desses territó-<br />

rios com o Sudeste e Sul do país.<br />

De acordo com Elizabeth<br />

Madureira Siqueira (20<strong>02</strong>), a<br />

instituição criada para a execução<br />

dessa tarefa foi a Expedição<br />

Roncador-Xingu que, mais tarde,<br />

tornou-se parte integrante da<br />

Fundação Brasil Central. Para que<br />

esses empreendimentos tivessem<br />

sucesso, era importante que se<br />

colocassem à frente pessoas que<br />

tivessem habilidade no trato com<br />

os índios, habitantes originais e<br />

legítimos proprietários naturais do<br />

solo. Assim, os irmãos Villas-Bôas<br />

se incumbiram de estabelecer<br />

contato entre as pessoas da<br />

Fundação e da Expedição com os<br />

indígenas.<br />

A parte Norte do Brasil, até o<br />

início da década de 1960, perma-<br />

necia praticamente desconhecida<br />

para a população do restante do<br />

país, salvo pelos registros das<br />

expedições científicas realizadas<br />

há mais de um século. Foi a partir<br />

da construção de Brasília, inaugu-<br />

rada em 21 de abril de 1960, e da<br />

abertura de estradas como a<br />

Rodovia Belém-Brasília (BR-010),<br />

que começou uma grande movi-<br />

mentação de migrantes de todo o<br />

Brasil em direção a essa região.<br />

O efetivo povoamento regional<br />

começou apenas quando o desen-<br />

volvimento do Sudeste fez surgir<br />

um forte mercado consumidor<br />

para a pecuária e a agricultura. O<br />

Centro-Oeste formou sua popula-<br />

ção atual com migrantes vindos de<br />

todas as demais regiões do país,<br />

caracterizando-se assim pela<br />

heterogeneidade humana. No<br />

Norte de Mato Grosso, os migran-<br />

tes da região Sul (gaúchos, catari-<br />

nenses e paranaenses), foram os<br />

responsáveis pela abertura de<br />

grandes áreas de agricultura. Eles<br />

abriram rodovias, montaram<br />

serrarias, fundaram vilas e cida-<br />

des, avançando sempre mais<br />

sobre a Floresta Amazônica e<br />

atendendo plenamente aos<br />

objetivos de integração do territó-<br />

rio do governo Vargas e, mais<br />

tarde, dos governos militares<br />

durante a ditadura – que retomou<br />

essa política com a campanha<br />

Integrar para não Entregar, inau-<br />

gurando o ciclo de colonização<br />

privada.<br />

Segundo Gislaene Moreno<br />

(2005), em 1973, o governo do<br />

Estado, autorizado pelo Senado<br />

Federal, colocou à venda, através<br />

da Codemat (Companhia de<br />

Desenvolvimento do Estado de<br />

Mato Grosso), dois milhões de<br />

hectares de terras públicas, com<br />

preços bem abaixo dos praticados<br />

pelo mercado, para empresas<br />

privadas de colonização. Quatro<br />

grupos empresariais adquiriram<br />

essas terras, então ocupadas por<br />

povos indígenas, sendo um deles a<br />

I n d e c o S . A . ( I n t e g r a ç ã o ,<br />

Desenvolvimento e Colonização),<br />

firmando compromisso de implan-<br />

tar os projetos de colonização em<br />

cinco anos.<br />

Foi a Indeco S.A., pertencente<br />

ao colonizador de Alta Floresta,<br />

Ariosto da Riva, que assumiu a<br />

colonização de Apiacás. Ariosto da<br />

Riva chegou a Apiacás em 1982,<br />

com a região já dependente do<br />

município de Alta Floresta, cujo<br />

processo de abertura havia<br />

começado em 1975. Segundo o<br />

Anteprojeto de Colonização de<br />

Apiacás da empresa Indeco S.A., a<br />

abertura desta nova cidade<br />

demorou por carência absoluta de<br />

acesso, entretanto, a existência<br />

dos garimpos parece ser a razão<br />

mais forte.<br />

“A ocupação racional de região<br />

com a implantação de culturas<br />

nobres (café, castanha, cacau,<br />

citros, guaraná, etc.) e da pecuária<br />

extensiva, permitirá o surgimento<br />

de um novo pólo de grande expres-<br />

são, que participará na somatória<br />

dos empreendimentos no norte<br />

mato-grossense, contribuindo<br />

para um desenvolvimento regio-<br />

nal lastreado em bases econômi-<br />

cas sólidas. Desta forma o proces-<br />

so de colonização desta nova<br />

região agrícola promissora<br />

contribuirá de maneira subs-<br />

tancial na geração de novos<br />

empregos, aumento da produção<br />

e solução do assentamento de<br />

colonos, com comprovada tradi-<br />

ção agrícola, que já não possuam<br />

condições de sobrevivência na<br />

região sul em função de problemas<br />

fundiários e outros.” (Indeco S.A.,<br />

1983).<br />

4.3 A construção da cidade<br />

A MT-160 que liga Alta Floresta<br />

à Apiacás, a antiga J-1, foi aberta<br />

pela colonizadora em 1982, com<br />

ajuda do Governo Estadual.<br />

Durante a construção desta<br />

estrada foi rezada uma missa. No<br />

local, hoje existem duas capeli-<br />

nhas em cima de uma rocha no<br />

meio da estrada.


Após a conclusão da estrada, a<br />

colonizadora organizou seu<br />

acampamento e iniciou a abertura<br />

e planejamento do centro da<br />

cidade e do campo de aviação,<br />

como ponto de apoio. Uma das<br />

primeiras construções feitas foi o<br />

acampamento da Indeco. O<br />

loteamento urbano e rural, e a<br />

construção de Apiacás tiveram<br />

início em 15 de novembro de<br />

1983. Embora algumas constru-<br />

ções tenham iniciado em 1982. As<br />

primeiras madeiras utilizadas em<br />

Apiacás provinham da serraria do<br />

senhor Angelim Zeni (falecido).<br />

Segundo relato da Senhora<br />

Lurdes Pícole, o loteamento da<br />

cidade pela colonizadora foi um<br />

pouco conturbado:<br />

“Quando abriu a cidade aqui, eles<br />

não venciam tinha que de repente<br />

afastar as pessoas pra poder<br />

preparar o terreno pra que aqui<br />

fosse construindo, por que assim<br />

que abria a rua o pessoal já ia<br />

encostando algum material e<br />

colocando barraco pra entrar de<br />

baixo, o pessoal tipo assim, quase<br />

que iam invadindo, então lógico<br />

organizado pela Indeco, eles já iam<br />

cedendo os lotes e as pessoas iam<br />

construindo no terreno, mas era<br />

assim, era tempo de abrir a rua e o<br />

pessoal já ia entrando.”


A colonizadora, conforme<br />

Lurdes Pícole, sempre zelou pela<br />

educação e saúde:<br />

“Então a Indeco ela sempre zelou<br />

por essa parte de educação e de<br />

saúde. Ai logo em seguida ela já<br />

construiu também escola porque<br />

no caso como é que se abre uma<br />

cidade em lugar aonde não tem<br />

recursos nenhum, é difícil, então<br />

ela sempre zelava por esse lado...”<br />

“... também já trouxe médico pra<br />

cá, o Doutor Natalino que foi o<br />

primeiro médico que veio, depois<br />

vieram vários outros médicos,<br />

aonde funciona hoje a assistência<br />

social lá era um hospital, o doutor<br />

Irineu que era o proprietário, e<br />

tinha mais dois ou três médicos,<br />

tinha outros médicos, mas enfim<br />

todos eles foram embora, ai em 86<br />

então veio pra cá o doutor Mário e<br />

aqui permanece até hoje, outros<br />

vem e vão e ele vai ficando.”<br />

Apiacás foi projetada inicial-<br />

mente para ser uma pequena<br />

cidade de agricultores, atraídos<br />

pela propaganda da colonizadora<br />

nos estados do Sul do Brasil.<br />

De acordo com José D. Ribeiro<br />

(2001) a estratégia montada para<br />

mobilização de mão-de-obra<br />

destinada à colonização uniu um<br />

vasto e diversificado material<br />

publicitário a uma articulada<br />

propaganda direta, que incluiu a<br />

vinda ao Norte de Mato Grosso de<br />

agricultores que pudessem<br />

exercer influência nos locais de<br />

origem e em condições de conven-<br />

cer outros pequenos proprietários<br />

para visitar a fazenda experimen-<br />

tal da empresa, a Fazenda Caiabi,<br />

onde se desenvolviam extensas<br />

plantações de café, cacau, guaraná<br />

entre outras. Ao mesmo tempo,<br />

espalhou escritórios e represen-<br />

tantes nas principais cidades do<br />

interior do Paraná, Santa Catarina<br />

e Rio Grande do Sul, destinados a<br />

selecionar colonos para áreas dos<br />

projetos de colonização, sendo<br />

uma delas o município de Apiacás.<br />

No bem cuidado material de<br />

divulgação, o Norte de Mato<br />

Grosso foi descrito como um lugar<br />

de terra fértil, abundante e ao<br />

alcance de todos.<br />

Além da divulgação de terra<br />

fértil na região de Apiacás, tam-<br />

bém usavam a construção da<br />

Usina Hidrelétrica de Apiacás ou<br />

Usina Hidrelétrica do Salto do<br />

Apiacás no inicio dos anos 80, para<br />

atrair as pessoas, com promessa<br />

de energia elétrica, com a qual a<br />

cidade se desenvolveria rapida-<br />

mente. A obra era tocada pela<br />

Cemat (Centrais Elétricas Mato-<br />

grossenses S/A), que abriu concor-<br />

rência para concessão da cons-<br />

trução, vencida pela Indeco S.A.<br />

O primeiro negociante de Apia-<br />

cás foi Raimundo Moreira, apeli-<br />

dado “Zelão”, chegado em julho de<br />

1982. O primeiro padeiro,<br />

Eurípedes de Paula Borges.<br />

Em 1984, as atividades do ga-<br />

rimpo, que já vinham se intensifi-<br />

cando, provocam uma explosão<br />

demo-gráfica, chegando a 69.595<br />

habitantes. Este fator interferiu<br />

radicalmente no projeto de<br />

colonização, que tinha como<br />

intenção a implantação da agricul-<br />

tura e da pecuária.<br />

A presença dos garimpos na área<br />

dos projetos de colonização foi<br />

sentida como uma ameaça poten-<br />

cial ao projeto de colonização<br />

agrícola que a Indeco S.A. havia


planejado. Assim, o local foi<br />

marginalizado pelos colonizado-<br />

res, que passaram a identificá-lo<br />

como lugar “de promiscuidade e<br />

degradação”, segundo José<br />

Ribeiro (2001).<br />

Conforme José Ribeiro (2001),<br />

a aparente grandeza dos garimpos<br />

e a perspectiva de enriquecimento<br />

rápido que muitos imaginavam<br />

nele encontrar, no entanto,<br />

ameaçava não apenas o cumpri-<br />

mento das etapas previstas no<br />

cronograma do projeto de coloni-<br />

zação, mas também poderia<br />

significar atrasos no repasse de<br />

recursos do governo e na extinção<br />

dos incentivos fiscais, bem como o<br />

controle do estoque de mão-de-<br />

obra disponível, que se deslocava<br />

para o espaço dos garimpos.<br />

Neste período verificou-se uma<br />

situação inusitada, a população<br />

era de aproximadamente 69.595<br />

pessoas, sendo que 6.722 na área<br />

urbana, 8.324 na zona rural e o<br />

restante, 54.550 habitantes eram<br />

garimpeiros, ou seja, uma popula-<br />

ção flutuante.<br />

4.4 A emancipação de Apiacás<br />

Em virtude do rápido cresci-<br />

mento populacional, a Assembléia<br />

Legislativa do Estado elevou o<br />

povoado de Apiacás à categoria de<br />

Distrito do Município de Alta<br />

Floresta, com uma área de 17.250<br />

quilômetros quadrados, através<br />

da Lei nº. 4.978 de abril de 1986,<br />

elaborada pelos deputados<br />

Benedito Santiago e Osvaldo<br />

Sobrinho e sancionada pelo então<br />

governador de Mato Grosso Julio<br />

Campos.<br />

Em 1988, preparou-se a cria-<br />

ção do município com a realização<br />

de um plebiscito. Mas por ter sido<br />

marcado no período das chuvas, o<br />

número de votantes não atingiu o<br />

mínimo necessário para validar o<br />

resultado. Um segundo plebiscito<br />

foi realizado no dia 3 de julho de<br />

1988, com 68,3% de compareci-<br />

mento da população. Dos 5.956<br />

eleitores, 4.069 votaram “sim” à<br />

transformação do distrito em<br />

município.<br />

Apiacás foi reconhecida como<br />

um município através do Depu-<br />

tado João Teixeira, que apresentou<br />

o projeto à Assembléia Legislativa<br />

Estadual, logo depois transforma-<br />

do na Lei nº. 5.322, de 06 de julho<br />

de 1988, sancionada pelo então<br />

governador Carlos Bezerra. Nesse<br />

ano, sendo desmembrada de Alta<br />

Floresta, Apiacás teve sua área<br />

aumentanda para 20.364,20 km².<br />

4.5 A cidade cresce em estrutura e<br />

organização política<br />

Nos últimos 20 anos, de 1988 a<br />

2008, Apiacás cresceu em estrutu-<br />

ra e organização política. Agora<br />

transformada em cidade, às portas<br />

do Século XXI, lhe falta crescer em<br />

termos de infraestrutura.<br />

Em 1987 o ainda distrito de<br />

Apiacás contava com o secretário<br />

interdistrital, ou subprefeito,<br />

Osmar José Schlickmann. Nesse<br />

período foram construídos o<br />

reservatório da estação de trata-<br />

mento de água, o Posto de Saúde e<br />

a Delegacia da Polícia Militar.<br />

O município foi instalado com<br />

a posse do prefeito, vice-prefeito e<br />

vereadores, cuja eleição foi<br />

simultânea com a dos municípios<br />

já existentes. A instalação deu-se<br />

no dia 1º de janeiro de 1989, com a<br />

posse do primeiro prefeito munici-<br />

pal eleito, Augusto dos Santos<br />

Neto e do vice-prefeito Bruce<br />

Antônio Vincenzi em seu mandato<br />

1989 a 1992.<br />

A partir desse ponto, Apiacás<br />

recebeu a estação de energia<br />

elétrica, instalação da rede de<br />

telefonia, construção do Hospital<br />

Municipal, criação do assenta-<br />

mento Vale do Bruno, instalação<br />

de antena da repetidora de TV,<br />

construção da primeira escola<br />

municipal – o Centro de Promoção<br />

Educacional – e a creche. Nos anos<br />

seguintes, a cidade foi definindo<br />

mais os seus contornos.<br />

De lá para cá, o município ga-<br />

nhou escolas nas comunidades<br />

rurais, novos assentamentos,<br />

asfalto em algumas avenidas,<br />

Fórum, Casa do Mel, sistema de<br />

tratamento de água, eletrificação<br />

rural, estação meteorológica, feira<br />

livre e outras estruturas. O municí-<br />

pio também tem turmas do curso<br />

de Pedagogia, oferecido pelo<br />

Núcleo de Educação à Distância da<br />

Universidade Federal de Mato<br />

Grosso (Nead, UFMT) e cursos<br />

parcelados em parceria com a<br />

Unemat - Universidade do Estado<br />

de Mato Grosso.<br />

A área do município está dividi-<br />

da territorialmente da seguinte<br />

forma: a parte urbana está dividi-<br />

da em dois setores: o setor<br />

Pioneiro e o setor Novo; o setor<br />

Pioneiro divide-se em dois bairros:<br />

o Centro e Pioneiro; e o setor Novo<br />

divide-se em três bairros:<br />

Primavera, Bom Jesus e União. A<br />

área rural está dividida em comu-<br />

nidades e assentamentos: comu-<br />

nidades Bom Sucesso, Vila<br />

Mutum, São José, São Vicente, São


Luiz, Ouro Verde, Casa Branca e<br />

Juara; e as áreas de assentamento,<br />

Igarapé do Bruno, Arumã e<br />

Melhorança.<br />

4.6 A economia do município<br />

A economia do município de<br />

Apiacás se baseava inicialmente<br />

no extrativismo mineral (ouro), o<br />

chamado ciclo do ouro, permane-<br />

cendo como a principal fonte<br />

geradora de renda até o ano de<br />

1992.<br />

Na década de 90 inicia-se a<br />

extração vegetal (madeira) na<br />

região, que com a diminuição da<br />

extração do ouro, se estabeleceu<br />

como sendo a principal fonte<br />

geradora da renda no município.<br />

Além das atividades de exploração<br />

mineral e vegetal, há a pecuária de<br />

corte e leite e há uma insipiente<br />

agricultura – que não se desenvol-<br />

veu por conta das más condições<br />

das estradas, que dificultam o<br />

escoamento da produção.<br />

Atualmente, a economia do<br />

município é baseada na pecuária<br />

extensiva de gado de corte e<br />

leiteiro, extração e beneficiamen-<br />

to da madeira e se desenvolve<br />

satisfatoriamente a agricultura,<br />

principalmente a de subsistência.<br />

A instalação da Comarca, de<br />

Primeira Entrância, ocorreu em 23<br />

de abril de 2004. Atualmente,<br />

registra 1.730 processos em<br />

tramitação na Vara Única e no<br />

Juizado Especial, sob a responsabi-<br />

lidade do Juiz Diretor do Fórum,<br />

Jacob Sauer. A Comarca conta<br />

ainda com delegacia e representa-<br />

ção do Ministério Público.


4.7 Apiacás – história recente<br />

A história mais recente fica como<br />

uma atividade a ser desenvolvida<br />

pelos estudantes com o auxílio dos<br />

professores. Podendo ser produzida<br />

através de entrevistas com a<br />

comunidade, construção da linha<br />

do tempo, em forma de desenhos,<br />

gravação de vídeo entre outras.<br />

E como sugestão de material de<br />

apoio para as atividades o filme<br />

Narradores de Javé.<br />

ARRUDA, Rinaldo S. V.; 1998. Rikbaktsa. ISA – Instituto<br />

Sócio Ambiental. Disponível em:<br />

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ambientais da atividade garimpeira na região do<br />

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garimpo. Jornal Diário de Cuiabá.<br />

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Disponível em:<br />

. Acesso em: 06 dez. 2007.


Aluvião: inundação; enxurrada; torrente; depósito<br />

sedimentar detrítico, resultante de materiais<br />

transportados pelos cursos de água, minério (ouro)<br />

quase na superfície do solo ou em veio.<br />

Arribar: entrar forçadamente em porto que não era o<br />

do seu destino; guinar para sotavento; aportar;<br />

chegar; levantar arriba; erguer.<br />

Aventureiro: na das grandes expedições os<br />

aventureiros eram pessoas que viajavam para lugares<br />

totalmente desconhecidos no interior do país atrás de<br />

ouro e outros recursos naturais que pudessem ser<br />

aproveitados economicamente.<br />

Batelão: grande barca para transporte de objetos<br />

muito pesados.<br />

Barrote: trave grossa e curta que sustém tetos;<br />

soalhos; tábuas.<br />

Choupana: cabana, casa rústica de madeira.<br />

Choça: choupana; casa rústica e humilde.<br />

Coivara: palavra de origem tupi-guarani que designa a<br />

técnica de origem indígena, que consiste em pôr fogo<br />

em restos de mato, troncos e galhos de árvores para<br />

limpar o terreno e prepará-lo para a lavoura; ou pilha<br />

de ramagens, que não foram inteiramente queimadas<br />

na roça e que se juntam para serem incineradas.<br />

Compadrio: relações entre compadres, intimidade,<br />

familiaridade.<br />

Fava: planta leguminosa produzida em horta de<br />

semente comestível; vagem ou semente dessa<br />

planta.<br />

Furriel: posto militar antigo, entre cabo e sargento.<br />

Monções: embarcação.<br />

Mister: precisão; necessidade; urgência.<br />

Mester: arte, ofício, profissão manual; mister.<br />

Piroga: canoa; embarcação comprida e estreita feita<br />

de um tronco escavado, usada na África e na América.<br />

Praça: militar sem graduação ou patente.<br />

Palhal: casa coberta de colmo; palhoça.<br />

Regatão: mascate, negociante ambulante.<br />

Sebe: tapume; vedação constituída por ramos ou<br />

varas entrelaçadas.<br />

Tapume: vedação de madeira ou silvas; sebe; tabique.<br />

Tocarizal: castanhal, lugar com grande concentração<br />

de árvores de castanha-do-Brasil.<br />

Varadouro: lugar onde se fazem encalhar as<br />

embarcações, para consertá-las ou guardar.

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