Estacas moldadas in loco - edifícios
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“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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Faculdade de Tecnologia de São Paulo<br />
Prática de Construção Civil – PCC I<br />
<strong>Estacas</strong> Moldadas “In Loco”<br />
Lilian de Sousa Oliveira – 031112-1<br />
Michelle Crist<strong>in</strong>e Santos – 012114-2<br />
Rubiane Cruv<strong>in</strong>el de Souza – 031130-8<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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Índice<br />
Introdução ....................................................................... 04<br />
Conclusão ....................................................................... 06<br />
Pr<strong>in</strong>cipais Tipos ....................................................................... 07<br />
Brocas ....................................................................... 12<br />
Trado Helicoidal ....................................................................... 15<br />
Strauss ....................................................................... 18<br />
Franki ....................................................................... 25<br />
Estaca Raiz ....................................................................... 35<br />
Estacões ....................................................................... 41<br />
<strong>Estacas</strong> Barrete ....................................................................... 52<br />
Hélice ....................................................................... 58<br />
Ômega ....................................................................... 67<br />
Bibliografia ....................................................................... 72<br />
Agradecimentos ....................................................................... 73<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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Introdução<br />
<strong>Estacas</strong> <strong>moldadas</strong> <strong>in</strong> <strong>loco</strong><br />
A solidez de uma edificação depende, em primeiro lugar, de uma fundação bem<br />
dimensionada. Para isso, a engenharia já evoluiu a ponto de garantir que até as estruturas<br />
mais pesadas mantenham-se estáveis e, é claro, sem recalques consideráveis, mesmo em<br />
solo ru<strong>in</strong>s. A variedade de sistemas, equipamentos e pr<strong>in</strong>cipalmente processos executivos<br />
é enorme, restando o desafio de identificar a maneira mais adequada de acordo com as<br />
peculiaridades da obra e do terreno.<br />
São muitas as possibilidades quando se fala em fundações profundas – aquelas cujo<br />
comprimento da estaca predom<strong>in</strong>a sobre sua seção transversal, ou a camada de suporte<br />
está a uma profundidade maior que 2 m.<br />
Segundo explica a engenheira Gisle<strong>in</strong>e<br />
Coelho de Campos, pesquisadora do Agrupamento<br />
de Fundações da Divisão de Engenharia Civil do<br />
IPT, normalmente, a esses tipo de solução estão<br />
associadas às estruturas de grandes cargas ou<br />
características de solo superficial ruim. No entanto,<br />
solos com baixa capacidade de suporte em pequena<br />
profundidade também podem obrigar a utilização<br />
de fundações profundas até mesmo para uma casa<br />
ou um sobrado. É importante destacar essa falsa<br />
idéia de que fundação profunda serve apenas para<br />
obras de grande porte. O que def<strong>in</strong>e o tipo de<br />
sistema é conjunto: tipo de estrutura e característica<br />
Execução de uma Estaca Raiz do solo.<br />
No caso das estacas <strong>moldadas</strong> <strong>in</strong> <strong>loco</strong>, as<br />
tecnologias disponíveis vão desde simples estacas-brocas até as modernas estacas omega e<br />
a hélice contínua monitorada. O que diferencia grande parte dos métodos de fundações é o<br />
processo executivo. Os estacões, por exemplo, como o próprio nome já <strong>in</strong>dica, além de<br />
possuírem maior diâmetro, são escavados usando lama bentonítica, fluido que ajuda a<br />
estabilizar a parede da escavação. Seu uso se justifica em obras de maior carga e os<br />
equipamentos chegam a at<strong>in</strong>gir 70 m de profundidade. A limitação, no entanto, está na<br />
necessidade de um amplo canteiro de obras, não só por causa das grandes máqu<strong>in</strong>as de<br />
perfuração, mas também pela necessidade de um tanque de armazenamento de lama e<br />
área para deposição do solo escavado.<br />
Quando a falta de espaço é um fator determ<strong>in</strong>ante, uma opção é a estaca raiz,<br />
utilizada tanto em obras convencionais, como em reforços de fundações. Tal flexibilidade é<br />
possível porque a ferramenta de escavação é relativamente pequena, permit<strong>in</strong>do o<br />
trabalho de locais com pé direito baixo. Além disso, escava qualquer tipo de material, até<br />
mesmo concreto e rocha. Trata-se de um dos sistemas mais versáteis, porque a perfuratriz<br />
não é contida por materiais que normalmente são obstáculos para outros tipos de<br />
equipamentos.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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1. Desenvolvimento tecnológico<br />
O aprimoramento das máqu<strong>in</strong>as de perfuração sempre esteve atrelado à evolução<br />
dos sistemas de fundação profunda. Nesse sentido, o desenvolvimento de equipamentos<br />
cada vez mais ágeis, eficazes e silenciosos foi decisivo para que se at<strong>in</strong>gisse o atual estágio<br />
tecnológico.<br />
Hoje, sem dúvida, a bola da vez é a hélice contínua monitorada. Trazida da Europa<br />
no f<strong>in</strong>al dos anos 80, nos últimos anos esse sistema se firmou no mercado brasileiro, após a<br />
importação de máqu<strong>in</strong>as, pr<strong>in</strong>cipalmente italianas, construídas especialmente para<br />
execução desse tipo de fundação, com torque variando de 90 kN/m a mais de 200 kN/m e<br />
com capacidade para executar estacas de 32 m.<br />
Indicada para obras de médio porte, onde normalmente se <strong>in</strong>cluem construções<br />
residenciais, comerciais e <strong>in</strong>dustriais, o pr<strong>in</strong>cipal atrativo da estaca hélice esta na<br />
produtividade. A velocidade de perfuração pode produzir de 200 a 400 m por dia,<br />
dependendo do diâmetro da hélice, da profundidade e da resistência do terreno. Isso<br />
porque após a escavação do solo – processo executado com pouca vibração – o trado<br />
helicoidal é retirado na medida em que o concreto é <strong>in</strong>jetado, evitando desconf<strong>in</strong>amento<br />
do solo.<br />
Para monitorar a execução, o<br />
sistema dispõe de medidor digital<br />
<strong>in</strong>stalado na cab<strong>in</strong>e de operação do<br />
equipamento. Esse computador de<br />
bordo, embora não exclua os<br />
ensaios de verificação exigidos pela<br />
norma técnica, permite<br />
acompanhar, por exemplo, o<br />
volume de concreto <strong>in</strong>jetado, o<br />
torque e a velocidade de escavação, estabelecendo um controle da qualidade adicional<br />
Outra característica da hélice contínua é permitir a execução em terrenos coesivos e<br />
arenosos, na presença ou não do lençol freático, e atravessar camadas de solos resistentes<br />
com índices de SPT acima de 50, dependendo do tipo de equipamento. Porém, segundo<br />
conta Gisle<strong>in</strong>e Coelho de Campos, do IPT, o sistema deve ser utilizado com cautela em<br />
solos de baixa consistência abaixo do nível da água, como argilas moles e areias fofas.<br />
Nessas situações, o controle do operador torna-se a<strong>in</strong>da mais fundamental, porque se ele<br />
puxa o trado antes que o concreto tenha ocupado todo o espaço, podem ocorrer<br />
desmoronamento parciais na parede da perfuração, e esses solos podem se misturar ao<br />
concreto. O resultado dessa mistura é a perda total da capacidade de suporte da estaca.<br />
Mesmo assim, a<strong>in</strong>da de acordo com a pesquisadora, isso não é motivo para<br />
condenar o sistema, sobretudo se a camada de solo de baixa resistência for pequena. Tudo<br />
depende de um controle rígido. Não há problemas, desde que se tenha um engenheiro em<br />
cima e um operador consciente da sua responsabilidade, além de ensaios durante e após a<br />
execução das estacas. Porém, em casos de camadas muito extensas de solo mole, de 30, 40<br />
m, por exemplo, realmente o melhor é recorrer a outras opções de escavação. Atenção<br />
especial também deve ser dada para a trabalhabilidade do concreto, que não pode entupir<br />
bombas, muito menos perder suas características, mesmo após percorrer uma longa<br />
distância a longo do trado.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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2. Controle da execução<br />
Embora a<strong>in</strong>da não tenha tido tempo de se firmar no mercado nacional, a<br />
estaca ômega é apontada por muitos especialistas como a última palavra em tecnologia<br />
para fundações profundas. Desenvolvido na Bélgica a partir de 1993, no Brasil, o sistema já<br />
foi empregado em obras como a estação Vila das Belezas, da L<strong>in</strong>ha 5 do metrô, em São<br />
Paulo, e a expansão da unidade da Böhler Thyssen, também na capital paulista, que<br />
utilizou o sistema devido ao pouco espaço no canteiro de obras para armazenamento de<br />
terra escavada. No local, segundo <strong>in</strong>formações da Construtora PPR, responsável pela obra,<br />
foram produzidas 71 estacas (1.397 m) executadas em sete dias corridos.<br />
O pr<strong>in</strong>cipio executivo é semelhante ao da hélice contínua, o que diferencia é<br />
o formato do trado. Em vez de ser expelido do furo, na estaca ômega o material escavado é<br />
pressionado contra a parede de perfuração pelo próprio trado. Em decorrência dessa<br />
compactação do solo, é possível mobilizar mais resistência lateral, permit<strong>in</strong>do reduzir a<br />
profundidade da estaca. Além disso, sobretudo em terrenos que apresentam possibilidade<br />
de desmoronamentos, a ômega apresenta um comportamento melhor que a hélice.<br />
O processo de concretagem também é similar ao da hélice<br />
contínua, assim como a produtividade. Segundo a Fundesp, uma<br />
das empresas que disponibiliza essa tecnologia no Brasil, é possível<br />
executar estacas de até 28 m de profundidade, dependendo do<br />
equipamento, torque e diâmetros a serem utilizados. Os diâmetros<br />
de hélice e ômega disponíveis <strong>in</strong>iciam com 270 mm e vão de 320<br />
mm a 620 mm, com <strong>in</strong>crementos no diâmetro de 50 mm. Porém, os<br />
equipamentos devem possuir torque de 160 kN/m.<br />
Da mesma forma, o custo dos sois sistemas é parecido. De<br />
acordo com Lydio Ricardo Fernandes, responsável pela área<br />
comercial da Franki, no entanto, em comparação global, o custo Estaca tipo ômega<br />
da fundação ômega é um pouco menor que o da hélice. Primeiro<br />
porque as estacas são mais curtas em pelo menos um ou dois metros. Além disso, há muita<br />
dim<strong>in</strong>uição do sobreconsumo de concreto de 10%, devido à compactação do terreno.<br />
Adicionalmente, não existem gastos com a retirada do solo escavado.<br />
3. Conclusão<br />
De qualquer forma, a escolha do tipo de fundação adequada para uma determ<strong>in</strong>ada<br />
obra deve estar atrelada, em primeiro lugar, as <strong>in</strong>formações sobre a topografia do terreno,<br />
sondagens de reconhecimento do subsolo, <strong>in</strong>do, em alguns casos, além do que é exigido<br />
pelas normas técnicas. Muitas vezes, na escolha da fundação são privilegiados critérios<br />
como custo e velocidade de execução, e essa é a causa de grande parte dos problemas<br />
futuros que uma fundação possa a vir representar. Da mesma forma, não basta fazer uma<br />
bela campanha de <strong>in</strong>vestigação, possuir um projeto perfeitamente adequado, com cálculos<br />
coerentes e bem dimensionados, se na hora de executar há um operador sem tre<strong>in</strong>amento.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de<br />
controles estritos para garantia de qualidade”<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
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Pr<strong>in</strong>cipais Tipos<br />
Brocas : <strong>Estacas</strong> executadas sem molde por perfuração no terreno, com auxílio<br />
de um trado de pequeno diâmetro.<br />
• Execução: A execução é manual,<br />
normalmente feita pelo próprio pessoal da<br />
obra. O trado possui quatro facas formando<br />
um recipiente acoplado a tubos de aço<br />
galvanizado. À medida que prossegue a<br />
escavação, os tubos vão sendo emendados. A<br />
perfuração é feita por rotação e compressão<br />
do tubo, segu<strong>in</strong>do-se da retirada da terra que<br />
se armazena dentro do trado. O furo é<br />
posteriormente preenchido com concreto<br />
apiloado.<br />
• Indicações: Obras de pequenas<br />
dimensões que exigem baixa capacidade de<br />
carga (até 5 tf).<br />
• Limitações: Recomenda-se que sejam executadas somente acima do nível do<br />
lençol freático para evitar o estrangulamento do fuste. Além disso, apresenta perigo de<br />
<strong>in</strong>trodução de solo no concreto durante o enchimento. Trabalha apenas à compressão.<br />
Trado helicoidal: É uma evolução da broca.<br />
• Execução: Em vez da escavação manual, é utilizado um trado mecânico.<br />
Assim é possível at<strong>in</strong>gir profundidades maiores, porém, a<strong>in</strong>da acima do nível da água.<br />
• Indicações: Obras de pequeno porte.<br />
• Limitações: Deve ser utilizada em solos com boa resistência para garantir<br />
que a escavação permaneça estável durante a <strong>in</strong>serção da armação e da concretagem.<br />
<strong>Estacas</strong> Strauss: Fundação em concreto simples ou armado executada com<br />
revestimento metálico recuperável. Abrangem a faixa de carga entre 200 e 400 kN, com<br />
diâmetro variando entre 25 e 40 cm.<br />
• Execução: Abre-se um furo no terreno com um soquete para colocação do<br />
primeiro tubo (coroa). Aprofunda-se o furo com golpes de sonda de percussão. Conforme<br />
a descida do tubo, rosqueia-se o tubo segu<strong>in</strong>te até a escavação at<strong>in</strong>gir a profundidade<br />
determ<strong>in</strong>ada. O concreto é, então, lançado no tubo e apiloa-se o material com o soquete<br />
formando uma base alargada na ponta da estaca. Para formar o fuste o concreto é lançado<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
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na tubulação e apiloado, enquanto que as<br />
camisas metálicas são retiradas com<br />
gu<strong>in</strong>cho manual. Após a concretagem,<br />
colocam-se barras de aço de espera para<br />
ligação com b<strong>loco</strong>s e baldrames na<br />
extremidade superior da estaca.<br />
• Indicações: Locais<br />
conf<strong>in</strong>ados, terrenos acidentados e <strong>in</strong>terior<br />
de construções existentes com o pé direito<br />
reduzido. Podem ser utilizadas também em locais com restrições a vibrações.<br />
• Limitações: capacidade de carga menor que as estacas Franki e pré<strong>moldadas</strong><br />
de concreto. Uma estaca do tipo Strauss com diâmetro de 25 cm pode suportar<br />
até 20 t, de 32 cm até 30 t, e de 38 cm chega a suportar até 40 t. Possui limitação contra o<br />
nível do lençol freático. Também apresenta dificuldade para escavar solo mole de areia<br />
fofa por causa do estrangulamento do fuste.<br />
<strong>Estacas</strong> Franki: Estaca de concreto armado que usa um tubo de revestimento<br />
cravado d<strong>in</strong>amicamente com a ponta fechada, por meio de bucha e recuperado ao ser<br />
executada a estaca. Abrangem a faixa de carga de 500 a 1.700 kN.<br />
• Execução: Crava-se no solo<br />
um tubo de aço cuja ponta é obturada por<br />
uma bucha de concreto seco, areia e brita,<br />
estanque e fortemente comprimida contra<br />
a parede do tubo. Ao bater com o pilão na<br />
bucha, arrasta-se o tubo, imped<strong>in</strong>do a<br />
entrada de solo ou água. At<strong>in</strong>gida a<br />
profundidade desejada, o tubo é preso e a<br />
bucha é expulsa por golpes de pilão e<br />
fortemente socada contra o terreno,<br />
formando uma base alargada. Coloca-se a<br />
armadura, <strong>in</strong>icia-se a concretagem,<br />
extra<strong>in</strong>do-se o tubo simultaneamente.<br />
• Indicações: Recomendadas quando a camada resistente localiza-se em<br />
camadas variadas. Também no caso de terrenos com pedregulhos ou pequenos matacões<br />
relativamente dispersos. A forma rugosa do fuste garante boa aderência ao solo<br />
(resistência por atrito).<br />
Limitações: Seus maiores <strong>in</strong>convenientes dizem respeito à vibração do solo durante<br />
a execução. Demanda área para o bate-estaca. Há possibilidade de alterações do concreto<br />
do fuste por deficiência do controle.<br />
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Estaca Raiz: Estaca de pequeno diâmetro cuja perfuração é realizada por rotação<br />
ou rotopercussão em direção vertical ou <strong>in</strong>cl<strong>in</strong>ada. Dependendo do equipamento<br />
utilizado, as estacas podem ser executadas em ângulos diferentes da vertical (0º a 90º).<br />
• Execução: A perfuração<br />
se processa com um tubo de<br />
revestimento e o material escavado é<br />
elim<strong>in</strong>ado cont<strong>in</strong>uamente por uma<br />
corrente fluida (água, lama bentonítica<br />
ou ar) que, <strong>in</strong>troduzida através do<br />
tubo reflui pelo espaço entre o tubo e o<br />
terreno. Na seqüência, coloca-se a<br />
armadura e concreta-se à medida que<br />
o tubo de perfuração é retirado.<br />
• Indicações: Locais com<br />
espaços restritos, solos com matacões,<br />
rocha ou concreto, reforços de<br />
fundações, estabilização de escostas;<br />
locais onde haja necessidade de ausência de ruídos, quando são expressivos os esforços<br />
horizontais transmitidos pela estrutura às estacas de fundação, quando há esforços de<br />
tração a solicitar o topo das estacas.<br />
• Limitações: Concebida para reforço de fundação passou a ser utilizada em<br />
fundações de novas estruturas. Assim, as cargas adotadas foram aumentadas,<br />
ultrapassando 1.000 kN. Por isso, a NBR 6122 fixou a obrigatoriedade de realizar o número<br />
mais alto de provas de carga nesse tipo de estaca.<br />
Estacão: Estaca escavada mecanicamente com seção circular. Normalmente<br />
apresenta diâmetro entre 0,6 m e 2,0 m.<br />
• Execução: Executada por escavação mecânica com equipamento rotativo<br />
utilizando lama bentonítica, segu<strong>in</strong>do-se a colocação da armadura e concretagem com uso<br />
de tremonha.<br />
• Indicações: Quando há necessidade de suportar cargas elevadas. O<br />
comprimento das estacas é bastante variado at<strong>in</strong>g<strong>in</strong>do até 45. Permite <strong>in</strong>speção do solo à<br />
medida que se escava. Rápida execução e pouca vibração.<br />
• Limitações: Necessidade de um amplo canteiro de obras para equipamentos<br />
e tanques de armazenamento de lama e depósito de solo escavado. Nível do lençol freático<br />
muito alto ou lençol com artesianisto podem dificultar a execução, pr<strong>in</strong>cipalmente quando<br />
em camadas de areia f<strong>in</strong>as e fofas. Recuperação ou reforços são de difícil execução.<br />
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<strong>Estacas</strong> - barrete: Estaca escavada com seção retangular. Devido à sua forma,<br />
possui área lateral maior que uma estaca circular com a mesma área de seção transversal,<br />
podendo, portanto, ser mais curta.<br />
• Execução: É executada com escavação por meio de gu<strong>in</strong>daste acoplado com<br />
clamshell, também utilizando lama bentonítica.<br />
• Indicações: Quando há necessidade de suportar cargas elevadas. O<br />
comprimento das estacas é bastante variado at<strong>in</strong>g<strong>in</strong>do até 45. Permite <strong>in</strong>speção do solo à<br />
medida que se escava. Rápida execução e pouca vibração.<br />
• Limitações: Necessidade de um amplo canteiro de obras para equipamentos<br />
e tanques de armazenamento de lama e depósito de solo escavado. Nível do lençol freático<br />
muito alto ou lençol com artesianisto podem dificultar a execução, pr<strong>in</strong>cipalmente quando<br />
em camadas de areia f<strong>in</strong>as e fofas. Recuperação ou reforços são de difícil execução.<br />
Hélice contínua monitorada: Estaca executada por meio de trado contínuo e<br />
<strong>in</strong>jeção de concreto pela haste central, operação que ocorre durante a retirada do trado<br />
espiral do furo. O concreto normalmente utilizado apresenta resistência característica de<br />
20 MPa, é bombeável (composto de areia e pedrisco com consumo de cimento de 350 a 450<br />
kg/m³), sendo facultativa a utilização aditiva. O slump é mantido entre 200 e 240 mm.<br />
• Execução: A perfuração consiste<br />
em fazer a hélice penetrar no terreno por meio de<br />
torque apropriado. A haste de perfuração é<br />
composta por uma hélice espiral solidarizada a<br />
um tubo central. Alcançada a profundidade, o<br />
concreto é bombeado por este tubo, preenchendo<br />
a cavidade deixada pela hélice, que é extraída<br />
lentamente. Exige a colocação da armação após a<br />
concretagem. Para controlar a pressão de<br />
bombeamento do concreto, o sistema possui<br />
<strong>in</strong>strumento medidor digital que <strong>in</strong>forma todos<br />
os dados de execução da estaca.<br />
• Indicações: Obras que demandam<br />
rapidez, ausência de barulho e de vibrações<br />
prejudiciais ã prédios da viz<strong>in</strong>hança. Podem ser<br />
executadas em terrenos coesivos e arenosos, na<br />
presença ou não de lençol freático e atravessam<br />
camadas de solo resistente. Também oferece uma solução técnica e economicamente<br />
<strong>in</strong>teressante em obras onde há um grande número de estacas sem variações de diâmetros,<br />
pela produtividade alcançada.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
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• Limitações: Em função do porte do equipamento, as áreas de trabalho<br />
devem ser planadas e de fácil movimentação. Exige-se central de concreto nas<br />
proximidades do local de trabalho. É necessário um número mínimo de estacas<br />
compatíveis com os custos de mobilização dos equipamentos envolvidos. Os<br />
equipamentos disponíveis permitem executar estacas de no máximo 32 m de<br />
profundidade e <strong>in</strong>cl<strong>in</strong>ação de até 1:4 (H:V).<br />
Estaca tipo ômega: Semelhante ã hélice contínua, mas permite o deslocamento<br />
lateral do terreno, sem o transporte de solo superfície, resultando numa melhora do atrito<br />
lateral. Em geral, é necessário um torque mínimo de 160 kMm para uma rotação do trado<br />
de 8 a 10 rpm. Os diâmetros disponíveis da estaca ômega <strong>in</strong>iciam com 270 mm, e depois<br />
de 320 mm a 620 mm, com <strong>in</strong>crementos no diâmetro de 50 mm.<br />
• Execução: O trado é cravado<br />
por rotação, por meio de uma mesa rotativa<br />
hidráulica, com deslocamento lateral do<br />
solo e sem o transporte do material<br />
escavado à superfície. Esse sistema permite<br />
o uso do pull-down, que auxilia no<br />
atravessamento ou penetração de camadas<br />
resistentes. Alcançada a profundidade, o<br />
concreto é bombeado à alta pressão pelo<br />
<strong>in</strong>terior do eixo do trado que é retirado do<br />
terreno girando-se no sentido da<br />
perfuração. A parte superior do trado é<br />
construída de forma a empurrar de volta o solo que possa cair sobre o trado. A armadura<br />
pode ser <strong>in</strong>troduzida antes ou depois da concretagem. O processo é monitorado por<br />
sensores ligados a um computador, colocado na cab<strong>in</strong>e do operador.<br />
• Indicações: Tensão de trabalho média no concreto de 6 Mpa, com uma<br />
menor relação carga x diâmetro, com conseqüente redução no volume de concreto. Menor<br />
sobrecusto de concreto, ausência de material escavado, maior agilidade na mudança de<br />
diâmetro. No que se refere à profundidade, é possível executar estacas de até 28 m de<br />
profundidade, dependendo do equipamento, torque e diâmetro a serem utilizados.<br />
• Limitações: Apenas duas empresas oferecem o sistema no Brasil.<br />
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Brocas Apiloadas<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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<strong>Estacas</strong> Tipo Broca Apiloadas<br />
Os dois tipos de fundação recebem o mesmo tratamento na NBR 6122. Utilizados<br />
apenas para pequenas cargas, pelas limitações que os processos envolvem, têm aplicação<br />
bastante reduzida. A perfuração pode ficar abaixo do nível d'água, desde que o furo possa<br />
ser esgotado antes do lançamento do concreto.<br />
Não se recomenda este processo pela dificuldade de se obter bombas de pequeno<br />
diâmetro para lama com vazão suficiente par esgotar, rapidamente, o furo e, caso seja alta<br />
a vazão da água, o concreto lançado se deteriora, e a lama formada permanece no fundo<br />
do furo prejudicando a qualidade da estaca e sua capacidade de carga.<br />
Os diâmetros variam entre 0,20 e 0,50 m no caso das estacas tipo broca dados pelo<br />
diâmetro do trado concha utilizado e, nas apiloadas, pelo diâmetro do soquete utilizado.<br />
Usualmente em estacas tipo broca não se utilizam cargas superiores a 10/12 tf e, em<br />
apiloadas, não existe uma padronização. Por exemplo, uma estaca de diâmetro 35 cm<br />
apresentou capacidade de carga de 85,5 tf. A profundidade varia de 6 a 8 m e não há como<br />
se garantir a verticalidade do furo pois normalmente a escavação é manual.<br />
O concreto e a concretagem destas estacas seguem as mesmas especificações das<br />
estacas tipo Strauss e escavadas com trado espiral, embora nas estacas apiloadas ora se<br />
lance o concreto plástico até preencher a perfuração, ora se lance o concreto em camadas<br />
com apiloamento. Julga-se mais apropriado sem apiloamento porque elim<strong>in</strong>a a<br />
possibilidade do contato do soquete com a parede da escavação e a conseqüente<br />
contam<strong>in</strong>ação do concreto.<br />
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garantia de qualidade”<br />
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Controle de Qualidade<br />
Durante a execução de qualquer das estacas escavadas sem lama deve-se anotar em<br />
tabela própria os segu<strong>in</strong>tes dados:<br />
• comprimento real de estaca abaixo de escavação;<br />
• desvio de locação;<br />
• características do equipamento de escavação;<br />
• qualidade dos materiais empregados;<br />
• consumo de materiais por estaca e comparação em cada trecho do consumo real em<br />
relação ao teórico;<br />
• controle de posicionamento de armadura durante a concretagem;<br />
• anormalidades de execução; e<br />
• horário de <strong>in</strong>ício e térm<strong>in</strong>o de cada etapa de concretagem.<br />
Além do controle tecnológico par verificação do traço do concreto utilizado, considerase<br />
muito importante a comparação entre volume teórico previsto e o volume real utilizado<br />
na estaca. Este controle pode ser feito na betoneira através de número de massadas ou<br />
mesmo pelo controle de número de sacos de cimento que, com o traço, fornece o volume<br />
aplicado. Um volume real <strong>in</strong>ferior ao teórico <strong>in</strong>dica problemas na estaca.<br />
Pode-se também, escavar em torno das estacas abaixo da cota de arrasamento e,<br />
quando for o caso, até o nível de água para verificação da <strong>in</strong>tegridade do fuste.<br />
A norma brasileira recomenda a execução de uma prova de carga estática a cada grupo<br />
de 100 estacas executadas ou, a<strong>in</strong>da, quando houver dúvida sobre o comportamento da<br />
estaca.<br />
Por fim, realizado o estaqueamento, deve-se providenciar o "as built" em relação as<br />
cotas, a locação, desvios, desaprumos, etc.. Estes dados devem ser confrontados com as<br />
tolerâncias fixadas em projeto, par estudo de eventuais modificações necessárias.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
14
<strong>Estacas</strong> Escavadas<br />
com Trado<br />
Helicoidal<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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ESTACAS ESCAVADAS COM TRADO HELICOIDAL<br />
Este tipo de equipamento pode vir acoplado a cam<strong>in</strong>hões ou montado sobre chassis<br />
metálico, o que lhe confere grande versatilidade , podendo executar desde estacas de<br />
pequenas profundidades com equipamento de torre de 6m até grandes profundidades,<br />
com equipamento de torre de 30 cm.<br />
O diâmetro das perfuratrizes varia de 0,20 a 1,70 m, sendo que o equipamento<br />
restr<strong>in</strong>ge-se a escavações com diâmetros até 0,50 m pois a partir daí é possível a execução<br />
através de operários descendo no poço.<br />
A vantagem destas solução reside na grande mobilidade e produção do<br />
equipamento, na ausência de vibração, em permitir a amostragem do solo escavado, em<br />
at<strong>in</strong>gir a profundidade desejada e determ<strong>in</strong>ada em projeto e em poder ser executada bem<br />
próxima às divisas. Porém, o emprego destas solução é restrito às perfurações acoima do<br />
nível do lençol freático e solos com coesão.<br />
A versatilidade desta estaca é alcançada pelos equipamentos disponíveis o acoplado<br />
a um Munck sobre cam<strong>in</strong>hão para perfurações de 0,20 a 0,50 m e até 6 m de<br />
profundidade., montado em chassis metálico sobre 3 rodas com movimentação manual,<br />
para perfurações de ,25 a 0,50 cm e até 10 m de profundidade ou a<strong>in</strong>da, acoplado a<br />
cam<strong>in</strong>hão para diâmetro até 1,70 m e profundidades de até 30 m.<br />
Metodologia Executiva<br />
Uma vez <strong>in</strong>stalado e nivelado o equipamento, posiciona-se a ponta do trado sobre o<br />
piquete de locação e <strong>in</strong>icia-se a perfuração. Quando a haste é totalmente helicoidal, a<br />
perfuração prossegue até a cota projetada e <strong>in</strong>icia-se a retirada da haste sem girar.<br />
Aproximadamente a cada<br />
2m a haste é girada no<br />
sentido contrário ao da<br />
perfuração e, com o auxílio<br />
de uma pá, o solo é<br />
removido entre as lâm<strong>in</strong>as.<br />
Quando somente um<br />
trecho da haste é helicoidal<br />
a operação é repetida<br />
várias antes de se at<strong>in</strong>gir a<br />
cota prevista em projeto.<br />
Assim que a cota de projeto é at<strong>in</strong>gida e as características do solo em comparação com a<br />
sondagem mais próxima são conferidas, pode-se <strong>in</strong>iciar a concretagem da estaca. Antes do<br />
lançamento do concreto, o fundo da perfuração é apiloado com soquete de concreto<br />
fabricado na própria obra.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
16
Após o apiloamento o concreto é lançado através<br />
de funil com comprimento igual a 5 vezes o seu<br />
diâmetro <strong>in</strong>terno até um diâmetro acima da cota de<br />
arrasamento. Este excesso de concreto é executado em<br />
todas as estacas a<strong>moldadas</strong> <strong>in</strong> <strong>loco</strong>.<br />
Concluída a concretagem pode-se utilizar<br />
vibrador de imersão nos 2 metros superiores.<br />
F<strong>in</strong>alizando, posiciona-se a armadura de ligação que é<br />
simplesmente <strong>in</strong>troduzida no concreto fresco, ficando<br />
50 cm acima da cota de arrasamento. Esta armadura<br />
não tem função estrutural.<br />
No caso de estacas armadas, após o apiloamento<br />
do fundo, a armação é posicionada no furo antes do<br />
lançamento do concreto. O concreto utilizado deve ter<br />
consumo mínimo de cimento de 300 kg/m³, abatimento<br />
de 8 cm e fck de 15 Mpa. Em estacas armadas<br />
<strong>in</strong>tegralmente o abatimento mínimo é de 12 cm e deve,<br />
eventualmente, elim<strong>in</strong>ar a pedra 2.<br />
Especificações Técnicas<br />
A NBR6122 fixa como carga admissível estrutural aquela obtida com o diâmetro da<br />
perfuração, fck=15 MPa e coeficiente de m<strong>in</strong>oração de 1,8. A carga de trabalho, porém,<br />
deverá ser fixada após análise do perfil geotécnico.<br />
Usualmente os diâmetros e cargas de trabalho utilizados são os <strong>in</strong>dicados na tabela<br />
abaixo.<br />
Diâmetro de<br />
Perfuração (cm)<br />
Carga de<br />
Trabalho (tf)<br />
25 20 25<br />
30 30 36<br />
35 40 49<br />
40 50 64<br />
45 60 81<br />
50 80 100<br />
Carga Admissível<br />
Estrutural (tf) NBR<br />
6122<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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<strong>Estacas</strong> Moldadas<br />
no Local Tipo<br />
Strauss<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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<strong>Estacas</strong> Moldadas no Local Tipo Strauss<br />
Introdução e Vantagens<br />
As estacas <strong>moldadas</strong> no local tipo<br />
strauss foram imag<strong>in</strong>adas, <strong>in</strong>icialmente,<br />
como alternativa as estacas pré-<strong>moldadas</strong><br />
cravadas por percussão pelo desconforto<br />
causado pelo processo de cravação, quer<br />
quanto à vibração ou quanto ao ruído.<br />
Largamente utilizada na Europa e nos<br />
Estados Unidos, desde o pr<strong>in</strong>cipio desse<br />
século, entre nós sua utilização acentua-se<br />
durante e após a 2ª Grande Guerra.<br />
O processo, bastante simples, porém<br />
eficaz, consiste na retirada de terra com<br />
sonda e a simultânea <strong>in</strong>trodução de tubos metálicos rosqueáveis entre si, até at<strong>in</strong>gir a<br />
profundidade desejada, e posterior concentragem com apiloamento e retirada da<br />
tubulação.<br />
Por se tratar de um equipamento leve e econômico, constitui um tipo de estaca que reúne<br />
algumas vantagens:<br />
• Ausência de trepidações e vibrações em prédios viz<strong>in</strong>hos;<br />
• Facilidade de <strong>loco</strong>moção dentro da obra;<br />
• Possibilidade de execuções da estaca com o comprimento projetado,<br />
permit<strong>in</strong>do cotas de arrasamento abaixo da superfície do terreno;<br />
• Possibilidade de verificar, durante a perfuração, a presença de corpos<br />
estranhos no solo, matacões, etc, permit<strong>in</strong>do a mudança de locação antes da concretagem.<br />
• Possibilidade da constatação das diversas camadas e natureza do solo, pois a<br />
retirada de amostras permite a comparação com a sondagem à percussão;<br />
• Possibilidade de execução de estacas próximas à divisa, dim<strong>in</strong>u<strong>in</strong>do assim a<br />
excentricidade nos b<strong>loco</strong>s.<br />
• Possibilidades de execução em áreas construídas com pé-direito reduzido,<br />
diante da facilidade de adaptação do equipamento;<br />
• Possibilidade de montar o equipamento em terrenos de pequenas dimensões;<br />
• Possibilidade de executar estacas abaixo do lençol freático.<br />
Descrição Geral do Equipamento<br />
Componentes Mecânicos:<br />
• Gu<strong>in</strong>cho mecânico, capacidade mínima de 1, simples ou dupla, alavanca para<br />
acionamento, freio e cabo de aço;<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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• Motor a explosão ou elétrico, acoplado ao gu<strong>in</strong>cho por meio de correias de<br />
borracha em “V”<br />
• Chassi de madeira reforçado para suportar o conjunto motor-gu<strong>in</strong>cho,<br />
movimentações das máqu<strong>in</strong>as, mudanças etc;<br />
• Tripé, torre ou cavalete metálico com carretilha de aço no topo;<br />
• Gu<strong>in</strong>cho manual com engrenagem própria de redução de velocidade, para i<br />
levantamento dos tubos, quando do uso de gu<strong>in</strong>cho mecânico simples que ocorre na<br />
execução de estacas leves.<br />
Tubulações, Sonda ou Piteira e Soquete<br />
As tubulações são tubos de aço de 2,50 metros<br />
de comprimento com roscas macho e fêmea, bem<br />
ajustadas e apertadas, para permitir a cont<strong>in</strong>uidade<br />
da coluna dos tubos no terreno e também impedir a<br />
entrada de água através das roscas.<br />
A sonda mecânica, também chamada de “piteira”, constitui-se basicamente de um<br />
tubo de 2,50 metros, com diâmetro menor que os da tubulação. Na extremidade superior,<br />
em cerca de 1/3 do comprimento é colocado lastro de chumbo, para aumentar peso.<br />
Acima, é soldado o “gancho gira” ou girador para deixar o cabo de aço solto evitando<br />
dobras ou nós. Logo abaixo, o tubo é aberto no sentido longitud<strong>in</strong>al em duas janelas para<br />
permitir a saída do material escavado. Na extremidade <strong>in</strong>ferior localiza-se a válvula<br />
mecânica, fixada através de dobradiças que se abre quando o solo é cortado pelas bordas<br />
afiadas da piteira e fecha com o peso próprio do solo escavado.<br />
O soquete é metálico, cilíndrico, maciço com diâmetro menor que o tubo e peso<br />
mínimo de 300 kg.<br />
A equipe necessária à execução de uma estaca é composta pelo operador, um<br />
auxiliar para retirara o solo do <strong>in</strong>terior da sonda e rosquear os tubos também chamado de<br />
“pé de sonda”, e um ajudante na etapa de escavação. Para a concretagem, é necessária<br />
uma equipe adicional em função das características da estaca e do conteiro de obras.<br />
Método executivo<br />
Podemos dividir em duas fases dist<strong>in</strong>tas a execução da estaca: primeiro, a<br />
perfuração e colocação total dos tubos no solo, e, segundo o lançamento do concreto<br />
previamente preparado no <strong>in</strong>terior do tubo.<br />
1. PERFURAÇÃO:<br />
Uma vez <strong>in</strong>stalado o equipamento e a piteira ou soquete, posicionados em cima do<br />
piquete de locação, <strong>in</strong>iciam-se os trabalhos, soltando a piteira ou soquete que irá formar<br />
um pré-furo no terreno. Em seguida, coloca-se o primeiro tubo com extremidade <strong>in</strong>ferior<br />
dentada, chamada de “coroa”, tendo já no seu <strong>in</strong>terior a sonda mecânica. A seguir o<br />
operador vai manobrando a sonda para cima e para baixo, cortando o terreno com auxílio<br />
de água lançada manualmente, dentro e fora da tubulação, e a seguir retirando a sonda e<br />
descarregando o material escavado pelas janelas longitud<strong>in</strong>ais.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
20
Tendo a sonda avançada no solo aproximadamente o comprimento de um<br />
seguimento de tubo, <strong>in</strong>icia-se a manobra conjunta da onda com o tubo.<br />
Esta operação consiste no posicionamento de uma haste de aço pela janela da sonda<br />
e por furos de uma luva rosqueada no topo do tubo, com a movimentação do conjunto,<br />
para cima e para baixo, até que o primeiro tubo seja <strong>in</strong>troduzido no solo. Em seguida, é<br />
rosqueado outro tubo, repet<strong>in</strong>do-se a operação até que o segundo tubo seja <strong>in</strong>troduzido no<br />
solo. Sucessivamente repete-se a operação até at<strong>in</strong>gir a profundidade desejada, estando o<br />
furo completamente revestido.<br />
Durante a manobra conjunta, o operador corrige a verticalidade dos tubos e, ao<br />
mesmo tempo, coleta amostras do solo escavado para comparação com a sondagem<br />
próxima e def<strong>in</strong>ição do comprimento f<strong>in</strong>al da estaca.<br />
2. CONCRETAGEM DA ESTACA:<br />
Concluída a perfuração, é lançada água no <strong>in</strong>terior da tubulação para limpeza dos<br />
tubos. A água e a lama são totalmente removidas pela sonda. O soquete é lavado e<br />
posicionado acima do tubo. A seguir, o concreto, previamente preparado, é lançado<br />
através do funil no <strong>in</strong>terior dos tubos em quantidade suficiente para se Ter uma coluna de<br />
aproximadamente 1 m em seu <strong>in</strong>terior.<br />
Sem sacar a tubulação, apiloa-se o concreto com o soquete, formando uma espécie<br />
de bulbo, pela expulsão do concreto.<br />
Para execução do fuste, o concreto é lançado dentro do tubo à medida que é<br />
apiloado, o tubo vai sendo retirado com o suo do gu<strong>in</strong>cho. Recomenda-se sacar lentamente<br />
o tubo, e acompanhar a subida por marcas no cabo de aço<br />
Para garantia de cont<strong>in</strong>uidade do fuste, deve ser mantida dentro da tubulação,<br />
durante o apiloamento, uma coluna de concreto de 6 metros de altura, suficiente para<br />
ocupar o espaço perfurado e eventual vazios de perfuração. Dessa forma, o soquete não<br />
tem possibilidade de entrar em contato com o solo da parede da perfuração e provocar<br />
solapamento e mistura de solo ao concreto.<br />
A concretagem prossegue até um diâmetro acima da cota de arrasamento da estaca,<br />
sendo excesso cortado para o preparo da cabeça da estaca.<br />
A última operação será a colocação dos ferros de espera para armação aos b<strong>loco</strong>s ou<br />
baldrames, que são simplesmente <strong>in</strong>troduzidos no concreto fresco, deixando-os acima da<br />
cota de arrasamento o comprimento <strong>in</strong>dicado em projeto. Este comprimento é usualmente<br />
a altura do b<strong>loco</strong> de coroamento menos 10 cm. Estes ferros são apenas para amarração da<br />
estaca ao b<strong>loco</strong> ou baldrames, sem constituírem armação devido a esforços de tração ou<br />
não axial, o procedimento é descrito a seguir.<br />
É importante o preparo da cabeça das estacas que deve seguir as <strong>in</strong>struções abaixo:<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
21
<strong>Estacas</strong> Armadas<br />
O projeto da armadura deverá obedecer a critérios geométricos e construtivos, de<br />
forma a viabilizar a estaca. Por esta razão não se arma estaca com uso de tubo de<br />
revestimento de diâmetro <strong>in</strong>ferior a 25 cm.<br />
Após a formação do “bulbo”, a armação de projeto é <strong>in</strong>stalada e a concretagem<br />
prossegue como estacas não armadas, movimentando-se o soquete de diâmetro menor que<br />
o da armação pelo seu <strong>in</strong>terior. Usa-se, também, vibrar o concreto por golpes sucessivos<br />
do soquete no topo do tubo e completar o nível do concreto. Recomenda-se sacar<br />
lentamente o tubo e acompanhar a subida por marcas na armação <strong>in</strong>stalada.<br />
Concreto<br />
O concreto nas estacas comuns (não armadas) deve ter consumo mínimo de<br />
cimento de 300kg/m³, consistência plástica (abatimento mínimo = 8 cm) e fck = 15 Mpa<br />
(150kgf/cm²).<br />
O concreto utilizado nas estacas armadas deve Ter consistência francamente<br />
plástica (abatimento mínimo de 12 cm) e fck = 15Mpa (150kgf/cm²). O traço deverá<br />
elim<strong>in</strong>ar a pedra 2, caso necessário executivamente.<br />
Neste ponto cabe fazer observações importantes, que são as pr<strong>in</strong>cipais<br />
desvantagens deste tipo de estaca:<br />
• Quando a vazão de água for tal que impeça o esgotamento da água no furo, com<br />
a sonda, a solução em Strauss não é recomendável;<br />
• Em argilas muito moles saturadas e em areias submersas, o risco de<br />
seccionamento do fuste pela entrada de solo é muito grande, razão pela qual, nestes casos,<br />
esta solução não é <strong>in</strong>dicada<br />
• Controle rigoroso da concretagem da estaca é <strong>in</strong>dispensável para que não<br />
ocorram falhas como. A maior parte das ocorrências de danos nestas estacas se deve a<br />
deficiência de concretagem durante a retirada dos tubos.<br />
Critérios Básicos de Projeto<br />
Enquanto na região Sudeste do Brasil, notadamente em São Paulo, é pratica<br />
corrente def<strong>in</strong>ir o diâmetro da estaca pelo seu diâmetro acabado, ou seja, assum<strong>in</strong>do-se<br />
que a estaca tenha seu diâmetro aumentado pelo apiloamento do concreto, tal fato não<br />
ocorre em outras regiões do país, como, por exemplo, M<strong>in</strong>as Gerais, Goiás e DF, onde o<br />
diâmetro das estacas é def<strong>in</strong>ido pelo diâmetro dos tubos, da mesma forma que em estacas<br />
tipo Franki. Por outro lado, quando se observa as cargas usuais de trabalho usuais das<br />
estacas, vê-se que há uma convergência.<br />
A estaca de diâmetro 32 cm, em SP é executada com tubos de diâmetro <strong>in</strong>terno de<br />
25 cm e utilizado para até 30 t. a estaca de 32 cm, em Brasília, é executada com tubos de<br />
diâmetro externo de 35 cm e utilizada para até 40t, o que corresponde à estaca de 38 cm<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
22
em SP, executada com tubo de diâmetro externo de 32 cm, para a mesma carga de trabalho<br />
de 40t.<br />
Foge ao escopo deste trabalho uniformizar um padrão, porém é importante mostrar<br />
as diferenças regionais.<br />
São apresentadas a seguir duas tabelas (tab.01 e tab.02) extraídas de catálogos de<br />
empresas executoras desses serviços que se referem ao padrão paulista e, ao f<strong>in</strong>al,<br />
apresenta-se uma tabela que procura abranger as diversas regiões do país, apenas como<br />
sugestão e para que se tenho uma referência única.<br />
Tab.01<br />
Diâme<br />
tro (cm)<br />
Tab.02<br />
Carga<br />
(tf)<br />
Consu<br />
mo (l/m)<br />
Armação<br />
(2m/4 barras)<br />
m)<br />
a<br />
(c<br />
)<br />
b<br />
(cm<br />
25 20 49 6 mm 18 80<br />
32 25 a 30 80 10 mm 22 90<br />
38 35 a 40 114 12,5 mm 25 115<br />
45 55 a 65 183 16 mm 31 130<br />
55 70 a 80 238 20 mm 35 160<br />
Diâmetro da<br />
Estaca Acabada (cm)<br />
Carga de<br />
Trabalho à<br />
Compressão (tf)<br />
Distância<br />
mínima entre eixos<br />
(cm)<br />
Distância<br />
mínima do eixo à<br />
parede viz<strong>in</strong>ha (cm)<br />
25 20 75 15<br />
32 30 90 20<br />
38 40 a 50 110 25<br />
45 60 a 70 130 30<br />
55 80 a 100 150 35<br />
62 100 a 120 180 40<br />
Quando as estacas estão submetidas a esforços não axiais e de tração, devem ser<br />
armadas para absorver tais esforços. Para garantia de uma boa concretagem, projeta-se<br />
armação longitud<strong>in</strong>al, de tal forma que a distância entre barras não seja <strong>in</strong>ferior a 10 cm e<br />
os estribos sejam helicoidais, sem gancho, com passo entre 20 e 30 cm.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
23
O quadro abaixo mostra exemplos de armaduras usualmente empregadas:<br />
Ø<br />
Ø<br />
ESTACAS ARMADAS<br />
Características da armação<br />
estaca <strong>in</strong>terno do<br />
Longitud<strong>in</strong>al Estribos helicoidais<br />
acabada (cm) tubo (cm) Unida Ø<br />
Ø ext.<br />
Ø<br />
des (mm) (mm) (mm)<br />
32 25 5 12,50 19 3 a 6<br />
38 32 5 a 6 16 26 6<br />
48 42 5 a 6 16 a 20 36 6 a 10<br />
Julga-se adequado usar como referência o diâmetro nom<strong>in</strong>al externo do tubo de<br />
revestimento que é perfeitamente def<strong>in</strong>ido, ao contrário dos diâmetros acabados das<br />
tabelas anteriores, que dependem de fatores não controláveis e não repetitivos. Assim, a<br />
tabela abaixo procura uniformizar as especificações, para que se tenha referência única,<br />
como tentativas de padronizar a utilização destas estacas.<br />
Ø externo<br />
revestimento (cm)<br />
Carga de trabalho<br />
(tf)<br />
Carga admissível<br />
estrutural (tf)<br />
[NBR 6122]<br />
22 15 / 20 20<br />
27 23 / 30 30<br />
32 32 / 40 40<br />
42 55 / 65 70<br />
52 80 / 90 107<br />
F<strong>in</strong>alizando, reitera-se que as cargas aqui <strong>in</strong>dicadas são as<br />
usualmente utilizadas. A carga de trabalho deverá ser fixada após a<br />
analise do perfil geotécnico. A NBR 6122 fixa como carga máxima<br />
admissível estrutural àquela obtida com o diâmetro externo do tubo de<br />
revestimento, f = 15Mpa e coeficiente de m<strong>in</strong>oração de 1,8. Recomenda<br />
a<strong>in</strong>da que seu diâmetro seja limitado a 50 cm. Os Ø usuais são os de 25<br />
e 32 cm.<br />
O dimensionamento estrutural da estaca para carga de<br />
compressão na ruptura, admit<strong>in</strong>do-se que não haja flambagem e<br />
considerando-se que, mesmo estacas isoladas, são travadas nas duas direções por vigas<br />
que absorvem os momentos decorrentes de excentricidades.<br />
Admit<strong>in</strong>do-se que o diâmetro para cálculo seja o diâmetro externo do revestimento,<br />
citado anteriormente, tem-se os valores de carga admissível estrutural <strong>in</strong>dicado na tabela<br />
quanto ao coeficiente de m<strong>in</strong>oração de 1,8, <strong>in</strong>dicado na NBR 6122 para estacas tipo Strauss,<br />
sugere-se que possa ser reduzido para 1,6, visto que a concretagem se dá com o furo<br />
revestido, diferentemente do que ocorre com as estacas não revestidas (trado helicoidal,<br />
apiloadas e brocas) em que há maior risco de contam<strong>in</strong>ação do concreto e observam o<br />
mesmo coeficiente de m<strong>in</strong>oração. Por outro lado, 1,6 era o coeficiente de m<strong>in</strong>oração<br />
<strong>in</strong>dicado para estacas tipo Strauss na norma anterior.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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<strong>Estacas</strong> Franki<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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Introdução<br />
<strong>Estacas</strong> Franki<br />
A estaca tipo Franki foi <strong>in</strong>troduzida como fundação há mais de 85 anos por<br />
Edgard Frankignoul na Bélgica. Ele desenvolveu a idéia de cravar um tubo no terreno pelo<br />
impacto de golpes do pilão de queda livre numa bucha (tampão) de concreto seco ou seixo<br />
rolado compactado, colocado dentro da extremidade <strong>in</strong>ferior do tubo. Sua idéia teve<br />
sucesso e esse método de execução espalhou-se pelo mundo, mostrando eficiência e<br />
produz<strong>in</strong>do uma estaca de elevada carga de trabalho. Frankignoul constituiu uma<br />
empresa para explorar as patentes, registradas<br />
entre 1909 e 1925.<br />
Este tipo de estaca foi entregue pela<br />
primeira vez no Brasil em 1935, na casa<br />
Publicadora Baptista no Rio de Janeiro. Em São<br />
Paulo, 1936, foram executadas as estacas do portal<br />
de entrada do túnel 9 de Julho. A partir de 1960,<br />
após ter expirado a licença da patente, o método<br />
Franki entrou para o domínio público.<br />
A execução de uma estaca tipo Franki para ser bem sucedida depende da<br />
observância ao método executivo, do uso de equipamentos adequados e de mão de obra<br />
especializada e experiente. Por esta razão o conteúdo deste parágrafo dedica-se à descrição<br />
do método de execução, dos equipamentos envolvidos na execução e da mão de obra<br />
especializada que opera os equipamentos e executa a estaca.<br />
O parágrafo aborda também métodos alternativos de execução, pr<strong>in</strong>cipalmente no<br />
que diz respeito à cravação com tubo aberto comumente chamado de cravação contração.<br />
Também são apresentados os problemas executivos causados por certos tipos de<br />
solos que podem afetar a qualidade da estaca, assim como as técnicas utilizadas na solução<br />
desses problemas.<br />
Por fim discute-se o emprego da estaca tipo Franki e os fatores que <strong>in</strong>fluem na sua<br />
escolha como fundação.<br />
Vantagens<br />
As pr<strong>in</strong>cipais características do processo são:<br />
Versatilidade:<br />
• O processo permite várias opções:<br />
• Várias comb<strong>in</strong>ações para o tipo do fuste das escadas;<br />
• As estacas podem ser executadas com <strong>in</strong>cl<strong>in</strong>ações de<br />
até 25º, sendo a <strong>in</strong>cl<strong>in</strong>ação máxima fixada em função do tipo<br />
da máqu<strong>in</strong>a e do comprimento a ser at<strong>in</strong>gido;<br />
• Um grande número de equipamento permite<br />
atender rapidamente às solicitações do cliente;<br />
• Os materiais utilizados são simples e universais: pedra britada ou seixo rolado,<br />
areia, cimento ou barra de aço facilmente encontrado nos locais próximo às obras.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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Economia<br />
O problema de fundações é solucionado com opções mais econômicas, tais como:<br />
• Para as fundações são utilizados diversos diâmetros, resultando daí um<br />
coeficiente de utilização (relação entre a carga efetiva e a carga admissível) muito elevada;<br />
• A estaca é executada com o comprimento estritamente necessário. A<br />
concretagem do fuste é <strong>in</strong>terrompida no momento em que alcança a cota de arrasamento.<br />
Assim sendo não há problemas de cortes ou emendas do fuste da estaca;<br />
• Devido à base alargada a estaca requer um comprimento menos que as estacas<br />
que não possuem a base alargada;<br />
• A armadura utilizada é bem reduzida e só é utilizada a estritamente utilizada<br />
para o trabalho estrutural da estaca.<br />
Segurança<br />
As estacas oferecem um elevado coeficiente de segurança em decorrência das<br />
segu<strong>in</strong>tes particularidades:<br />
• Utilizam o máximo a capacidade de carga do terreno melhorada pelo processo<br />
executivo;<br />
• A taxa de trabalho no concreto é baixa e sensivelmente <strong>in</strong>ferior à que permite<br />
sua dosagem e sua execução;<br />
• Durante a cavação a estaca não pode quebrar como pode acontecer com as<br />
estacas pré-<strong>moldadas</strong> de concreto. O esforço durante a cravação é resistido pelo tubo<br />
Franki;<br />
• A sua base alargada trabalha como uma sapata assente em profundidade e em<br />
solo fortemente compactado.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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A execução da estaca:<br />
1. O método Franki:<br />
A estaca tipo Franki, como é chamada entre nós, é uma estaca de concreto armado<br />
moldada no solo, que usa um tubo de revestimento cravado d<strong>in</strong>amicamente com ponta<br />
fechada por meio de bucha e recuperado ao ser concretado a estaca.<br />
As fases de execução da estaca tipo Franki cuja seqüência executiva será descrita a<br />
seguir, esta detalhada na figura abaixo:<br />
A execução da estaca é <strong>in</strong>iciada pelo posicionamento do tubo de revestimento e<br />
formação da bucha. Após apoiar o tubo sobre o terreno, lança-se quantidades de brita e<br />
areia em seu <strong>in</strong>terior para ser compactada pelo impacto de golpes do pilão e expandir<br />
lateralmente ader<strong>in</strong>do fortemente ao tubo. A seguir o tubo é cravado no terreno pelo<br />
impacto de repetidos golpes do pilão na bucha. A profundidade f<strong>in</strong>al de cravação é<br />
def<strong>in</strong>ida, pela verificação da nega do tubo nos últimos metros de cravação.<br />
Term<strong>in</strong>ada a cravação, o tubo é preso à torre do bate estaca por meio de cabos de<br />
aço, para expulsar a bucha e <strong>in</strong>iciar a execução da base alargada. O alargamento da base é<br />
obtido apiloando-se fortemente pequenas e sucessivas quantidades de concreto quase seco<br />
(slump zero).<br />
Term<strong>in</strong>ada a base alargada, coloca-se a armação, ajustando-a para <strong>in</strong>corporá-la na<br />
base e ao mesmo tempo <strong>in</strong>stalar o cabo de controle da armação de uma de suas barras.<br />
A seguir <strong>in</strong>icia-se a concretagem do fuste lançando-se sucessivas camadas de<br />
pequena altura de concreto e recuperando o tubo com apiloamento das camadas. Durante<br />
a concretagem do fuste controla-se a altura de concreto dentro do tubo pela marca do cabo<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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do pilão e a <strong>in</strong>tegridade da armação e do fuste pelo cabo de controle da amarração. A<br />
concretagem do fuste é term<strong>in</strong>ada cerca de 30 cm acima da cota de arrasamento.<br />
2. Cuidados de execução:<br />
Durante a execução de uma estaca deve-se considerar certos cuidados executivos<br />
para obtenção da boa qualidade de execução.<br />
A altura da bucha a adotar <strong>in</strong>flui no resultado da cravação. Buchas excessivas<br />
aumenta a eficiência da cravação fazendo o tubo penetrar além do necessário e buchas<br />
reduzidas tem efeito contrário. Dessa forma, na obtenção de um gráfico de cravação ou no<br />
momento da nega, a altura da bucha deve ficar entre 1,5 e 2,0 vezes o diâmetro do tubo,<br />
para não <strong>in</strong>fluir no resultado.<br />
A execução da primeira estaca de uma obra é normalmente feita de maneira<br />
padronizada, a fim de se obter um “gráfico de cravação” da estaca. Assim, a cravação do<br />
tubo é feita com altura constante de 6 m, sendo anotados os números de golpes necessários<br />
para penetração de cada 50 cm do tubo. Durante a cravação do tubo até a medição da<br />
nega, a altura da bucha será mantida entre 1,5 e 2,0 vezes o diâmetro do tubo.<br />
Quando numa obra houver possibilidade de variação de profundidade de estacas, o<br />
número de gráficos deve ser aumentado com <strong>in</strong>tuito de ajustar os comprimentos.<br />
As negas do tubo no f<strong>in</strong>al da cravação são medidas para alturas de queda do pilão<br />
de 1 m (10 golpes) e 5 m (1golpe), e devem ficar entre 5 mm e 20 mm.<br />
Também na execução da primeira estaca, a base alargada é feita de maneira<br />
padronizada, com o pilão ca<strong>in</strong>do de uma altura de queda de 6 m, anotando-se o número<br />
de golpes necessários para compactar de cada caçamba lançada. Este controle pode ser<br />
estendido a outras estacas da obra quando houver necessidade de ajustar o comprimento e<br />
o volume de base da estaca.<br />
As bases alongadas das estacas deverão ter volumes de concreto mínimo,<br />
compactados com energia padronizada que estão <strong>in</strong>dicados na tabela abaixo:<br />
Ø do tubo<br />
(cm)<br />
Vol. Base<br />
mínimo (dm³)<br />
Energia /<br />
90*dm³<br />
(MNm)<br />
Energia /<br />
150*dm³ (MNm)<br />
30 90 1,5 2,5<br />
35 90 1,5 2,5<br />
40 180 1,5 2,5<br />
52 300 3,0 5,0<br />
60 450 3,0 5,0<br />
A ancoragem da armação na base alargada é executada compactando-se em volume<br />
adicional de concreto (40 a 120 dm³, dependendo do diâmetro do tubo), na armação recém<br />
colocada na base alargada. O pé da armação deve ser feito com aço CA 25, porque este<br />
tipo de aço se adapta sem romper ao ser envolvido pelo concreto adicional compactado na<br />
execução da ancoragem.<br />
A altura de segurança de concreto dentro do tubo é a garantia contra <strong>in</strong>vasão de<br />
água e/ou solo, devendo ser estabelecida durante a concretagem do fuste.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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3. Equipamentos de execução de estacas:<br />
O bate estaca típico esta ilustrado na figura abaixo.<br />
Os elementos pr<strong>in</strong>cipais de um bate estaca são a torre, o motor, o gu<strong>in</strong>cho e o<br />
mecanismo de movimentação.<br />
O potencial de execução de um bate estaca é def<strong>in</strong>ido pela características desses<br />
elementos (altura da torre, potência do motor, capacidade de gu<strong>in</strong>chos e agilidade do<br />
mecanismo de movimentação).<br />
Os bate-estacas disponíveis no mercado brasileiro podem ser classificados em três<br />
tipos básicos, <strong>in</strong>dicados na tabela abaixo:<br />
Categoria /<br />
Característica<br />
Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3<br />
Torre (metro) 13,5 20 30<br />
Gu<strong>in</strong>cho (kN) 70 a 100 120 a 150 180<br />
Tubos (cm) 30 a 52 30 a 60 30 a 60<br />
Prof. da Estaca<br />
(m)<br />
15 a 18 20 a 25 30<br />
Os tubos e pilões devem apresentar as características da tabela abaixo:<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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Ø do tubo 30 35 40 52 60<br />
(cm)<br />
Peso<br />
(kN/m)<br />
tubo 1,40 1,75 2,25 3,65 4,50<br />
Pilão (kN) 10 15 20 28 35<br />
Ø pilão (cm) 18 22 25 31 38<br />
Os pesos dos pilões <strong>in</strong>dicados na tabela acima são os mínimos, mas recomenda-se o<br />
uso de pilões mais pesados para aumentar a eficiência da execução da estaca,<br />
pr<strong>in</strong>cipalmente na cravação do tubo.<br />
Além desses equipamentos a execução de estacas com tubo aberto requer o<br />
emprego de ferramentas especiais que são a piteira (vasilha coletora), trépano e capacete<br />
de bater.<br />
O bate-estaca pode estar equipado com uma perfuratriz acoplada na torre<br />
dest<strong>in</strong>ado à execução no pré-furo.<br />
O pré-furo também pode ser executado com perfuratriz <strong>in</strong>dependente, <strong>in</strong>stalada<br />
sobre o cam<strong>in</strong>hão.<br />
4. Mão de obra especializada:<br />
A equipe de operação de um bate-estaca é composta por<br />
um chefe de máqu<strong>in</strong>a, 1 ou 2 maqu<strong>in</strong>ista, 1 ou 2 piloneiros e<br />
ajudantes.<br />
O chefe de máqu<strong>in</strong>a é o encarregado de supervisionar a<br />
equipe de mão de obra, a montagem do bate-estaca, manobras,<br />
seqüência de execução, execução da estaca e relacionamento<br />
com a fiscalização e o proprietário. Essas funções não devem<br />
ser acumuladas com a funções de maqu<strong>in</strong>istas e/ou piloneiro.<br />
O maqu<strong>in</strong>ista é o operador do bate estaca, e lidando<br />
com motor, gu<strong>in</strong>cho e participando da montagem, manobras e<br />
execução da estaca.<br />
O piloneiro trabalha na torre do bate estaca, acompanhando a cravação e<br />
concretagem junto ao topo do tubo, verificando a altura de bucha, a altura de segurança e<br />
operando a caçamba de concreto.<br />
A boa qualidade de execução de uma estaca depende do equipamento utilizado, da<br />
observância ao método executivo e pr<strong>in</strong>cipalmente da experiência da mão de obra<br />
especializada.<br />
Problemas executivos:<br />
Dois tipos pr<strong>in</strong>cipais de acidentes podem danificar as estacas tipo Franki,<br />
durante sua execução. O primeiro é o estrangulamento do fuste na concretagem através de<br />
solos muito moles e o dono causado devido à ruptura do fuste durante o apiloamento do<br />
concreto, acusado pelo repent<strong>in</strong>o encurtamento da armação. O segundo é a ruptura por<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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tração do concreto a<strong>in</strong>da sem cura ou a perda de contato da base com solo de apoio devido<br />
ao lacramento de estaca já cravada, causada pela cravação de estacas viz<strong>in</strong>has.<br />
1. Concretagem em solos moles:<br />
O tipo de subsolo associado ao problema de estrangulamento do fuste é geralmente<br />
constituído por espessas camadas submersas de turfa, argila orgânica e areias fofas. O<br />
estrangulamento ocorre devido à <strong>in</strong>vasão de água e/ou lama dentro do tubo, rompendo a<br />
altura de segurança de concreto. O encurtamento da armação é causada por <strong>in</strong>suficiência<br />
de secção de aço.<br />
Esses acidentes podem ser evitados, reforçando-se o solo mole pela cravação previa<br />
do tubo e sua retirada, preenchendo-se o furo como a mistura de brita e areia. Quando o<br />
dano no fuste for provocado pelo encurtamento da armação deve-se reforçá-la ou pelo<br />
aumento do diâmetro das barras ou pelo aumento do número de barras da armação.<br />
Acidentes graves de concretagem podem exigir a substituição da estaca, seja através<br />
de recravação do tubo sobre a estaca recém acidentada ou pela cravação de uma nova<br />
estaca.<br />
2. Levantamento de estacas:<br />
As estacas tipo Franki, recém concretadas ou não,<br />
podem ser danificadas pela cravação de estacas próximas,<br />
o dano causado pelo empolamento do solo circundante que<br />
se desloca lateral e verticalmente durante a cravação do<br />
tubo, ocasionando esforços de compressão e tração em<br />
estacas já concretadas. A extensão do dano depende do<br />
espaçamento entre estacas, da idade do concreto e do<br />
comprimento da estaca. A estaca danificada poderá ter sua<br />
capacidade de carga prejudicada ou até perdida devido a<br />
uma ruptura do fuste ou pela perda de contato da base<br />
com o solo de apoio. Quando for <strong>in</strong>iciada a cravação de<br />
estacas de um projeto, o risco de levantamento deve ser avaliado com base nas sondagens<br />
de reconhecimento e na experiência de obras próximas. A partir dessa análise, deve-se<br />
estabelecer um levantamento-limite a ser tolerado, que não poderá ser ultrapassado pelos<br />
levantamentos medidos. A experiência acumulada através da cravação de estacas <strong>in</strong>dica<br />
que os danos nas estacas se agravam quando os levantamentos são maiores que 25 mm.<br />
A execução das estacas deve seguir uma seqüência que evite estacas presas (estaca a<br />
executar entre duas estacas já cravadas).<br />
Durante a execução das estacas, deve-se medir os levantamentos. Se os<br />
levantamentos medidos ultrapassarem o limite estabelecido, a seqüência de execução deve<br />
ser modificada para aumentar o espaçamento entre estacas executáveis, adotando-se uma<br />
seqüência salteada. As demais estacas do grupo só deverão ser executadas após 72 horas<br />
da cura do concreto.<br />
Se os levantamentos persistirem, ultrapassando o limite estabelecido, as estacas da<br />
seqüência de execução devem ser executadas com o tubo aberto.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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Podem ocorrer casos graves de levantamento, que exijam o emprego de execução<br />
com o tubo aberto para todas as estacas do projeto.<br />
O emprego da estaca tipo Franki<br />
1. Materiais:<br />
O concreto usado na execução da estaca tipo Franki é de baixo fator água-cimento,<br />
resultando num concreto de slump zero, que permitirá o apiloamento previsto no método<br />
executivo. O concreto usado na base é praticamente seco, permit<strong>in</strong>do forte apiloamento<br />
exigido para alargamento da base. Em resumo, o concreto utilizado na execução das<br />
estacas tem características na tabela a seguir:<br />
Base alargada Fuste apiloado<br />
Fator a/c 0,25 0,45<br />
Cimento saco 50 kg 1 saco 1 saco<br />
Areia dm³ 90 90<br />
Brita 1dm³ -- 80<br />
Brita 2dm³ 140 60<br />
A armação da estaca, constituída por barras longitud<strong>in</strong>ais e estribos, deve Ter<br />
dimensões compatíveis com o diâmetro do tubo e do pilão. O aço da armação pode ser CA<br />
25 ou CA 50A. Quando for feita com aço CA 50A, o fundo da armação será de aço CA 25.<br />
2. Condições para emprego:<br />
Desde sua <strong>in</strong>trodução a estaca tipo Franki tem mostrado capacidade para<br />
desenvolver elevada carga de trabalho associada a recalques pequenos.<br />
Para tanto, é necessário que a viabilidade de seu emprego seja avaliada, problemas<br />
executivos sejam previstos e providências para contorná-los sejam tomados.<br />
Processo de avaliação do emprego de uma estaca tipo Franki baseia-se nos<br />
segu<strong>in</strong>tes elementos:<br />
• Dados de projetos que <strong>in</strong>formem sobre topografia do terreno, tipo e porte da<br />
construção e escavação.<br />
• Sondagem de reconhecimento do subsolo.<br />
• Visita ao local para conhecimento de condições de acesso e estado das<br />
construções viz<strong>in</strong>has<br />
A analise desses elementos vai orientar na escolha do tipo de bate-estaca, na sua<br />
adequação às condições do local, nos recursos executivos, que devem estas disponíveis<br />
para execução da estaca.<br />
Os elementos disponíveis devem permitir também a previsão de problemas<br />
executivos que devem ser levados em consideração para adotar providências de projeto<br />
que ajudem a contorná-los.<br />
A execução de estacas tipo Franki, quando bem aplicada, guardando observância<br />
aos métodos e seus recursos, praticamente não sofrem restrições de emprego diante das<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
33
características do subsolo, salvo casos particulares como aqueles constituídos por espessas<br />
camadas de solo muito mole.<br />
É importante salientar algumas características que fazem parte do método de<br />
execução e que diferenciam dos outros tipos de estacas, contribu<strong>in</strong>do para a elevada carga<br />
de trabalho da estaca.<br />
Estas características podem ser assim resumidas:<br />
• A escavação com ponta fechada isola o tubo de revestimento da água do<br />
subsolo, o que não acontece com outros tipos de estacas executados com a ponta aberta.<br />
• A base alargada dá maior resistência de ponta que todos os outros tipos de<br />
estacas.<br />
• O apiloamento da base compacta solos arenosos e aumenta seu diâmetro em<br />
todas as direções aumentando a resistência de ponta da estaca. Nos solos argilosos o<br />
apiloamento pelo concreto seco da mesma consolidando e reforçando seu entorno.<br />
• O apiloamento do concreto contra o solo para formar o fuste da estaca compacta<br />
ao solo e aumenta o atrito lateral.<br />
• O comprimento da estaca pode ser facilmente ajustado durante a cravação.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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Estaca - Raiz<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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Introdução<br />
Estaca-Raiz<br />
As “estacas raiz” (paliradice, root pile) são estacas escavadas com <strong>in</strong>jeção segundo<br />
NBR 6122/96, de pequeno diâmetro concretadas “<strong>in</strong> situ” e estão sendo utilizadas nos<br />
últimos anos de maneira sempre mais freqüente.<br />
As “estacas raiz” se constituem de fato hoje num dos procedimentos mais<br />
difundidos no campo das obras de reforço de fundações, consolidação de taludes e de<br />
fundações normais ou de tipo especial, em presença também e sobretudo de terrenos<br />
particularmente difíceis, por exemplo, com presença de matacões e rocha. As pr<strong>in</strong>cipais<br />
características t´picas de estaca (alta capacidade de carga com recalques muito reduzidos<br />
possibilidades de execução em áreas restritas e alturas limitadas com perturbação mínima<br />
do ambiente circunstante,em qualquer tipo de terreno e em direções especiais,com<br />
utilização quer a compressão, quer a tração permitem de fato resolver com sucesso a maior<br />
parte dos problemas ligados com reforço de fundações e consolidação de terrenos.<br />
A concepção e o aperfeiçoamento dos primeiros modelos de “pali Radice”<br />
realizados pela Fondedile SpA Nápoles Itália remontam mais de 46 anos quando seu<br />
<strong>in</strong>ventor, o Engº . F. Lizzi, diretor técnico daquela empresa requereu as primeiras patentes<br />
em 1952.<br />
Def<strong>in</strong>ição<br />
Com diâmetro de 10cm a 40cm, é perfurada com broca, revestida com tubo metálico<br />
é <strong>in</strong>teiramente armado ao longo de todo o seu comprimento e tem argamassa (areia e<br />
cimento) <strong>in</strong>jetada sob pressão a ar comprimido. Dessa forma, consegue o efeito de força a<br />
estaca contra o terreno, <strong>in</strong>tensificando o atrito lateral.<br />
Aplicações<br />
Dentre as <strong>in</strong>úmeras aplicações, podemos citar:<br />
• Reforço de fundações.<br />
• Fundações de difícil execução pelos métodos tradicionais quer pela<br />
ocorrência de matacões no subsolo, quer pela exigüidade de espaço em superfície e pédireito.<br />
• Reforço de cais de atracação.<br />
• Fundação de bases de equipamentos em unidades <strong>in</strong>dustriais em operação.<br />
• Fundações de pontes.<br />
• Paredes de contenção para proteção de escavações nas imediatas<br />
viz<strong>in</strong>hanças de construções existentes (estacas juntapostas).<br />
• Contenção de taludes.<br />
• Proteção para escavação de galerias de metrôs em centros habitados.<br />
• Fundações de máqu<strong>in</strong>as sujeitas a vibração<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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• Ancoragem de muros de arrimo e paredes diafragma.<br />
Tirante-raiz.<br />
Método Executivo<br />
A Estaca "Raiz" é executada por processo mecânico mediante o uso de rotação ou<br />
roto percussão com circulação de água, lama bentonítica ou ar comprimido e pode<br />
atravessar, terrenos de qualquer natureza, <strong>in</strong>clusive alvenaria, concreto armado, rochas ou<br />
matacões, na direção vertical ou <strong>in</strong>cl<strong>in</strong>ada.<br />
1. Locação das estacas:<br />
Para <strong>in</strong>ício dos serviços os pontos onde serão executadas as estacas devem ser<br />
previamente locados, em conformidade com os projetos, e avaliados para posterior<br />
posicionamento da perfuratriz.<br />
2. Características das estacas:<br />
Os posicionamentos, dimensões e comprimentos das estacas deverão ser<br />
executados, rigorosamente, conforme <strong>in</strong>dicações constantes em desenhos de projeto.<br />
Eventuais alterações nas profundidades previamente estabelecidas em projeto deverão ser<br />
comunicadas previamente pelo Projetista e somente com sua comunicação poderão ser<br />
efetuadas, assim, garant<strong>in</strong>do perfeita adequação das características locais do subsolo.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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3. Consumo estimado de materiais:<br />
Traço: 1,00 saco de cimento de 50 kgf : 70 litros de areia : 25 litros de água<br />
Consumo: cimento - 600 kg/m3<br />
Resistência: fck³ 22 Mpa<br />
(tf)<br />
CARGA<br />
(mm)<br />
DIÂMETRO<br />
(sc/m)<br />
CIMENTO<br />
(l/m)<br />
AREIA<br />
AÇO<br />
(kg/m)<br />
10 100 - - -<br />
20 120 0,17 13 5,00<br />
25 150 0,30 23 5,00<br />
35 160 0,30 23 5,50<br />
50 200 0,47 35 7,50<br />
70 250 0,75 55 11,50<br />
100 310 1,13 85 17,50<br />
130 400 1,89 141 21,00<br />
200 500 - - -<br />
4. Requisitos relativos à escavação:<br />
A escavação será executada com perfuratriz rotativa hidráulica ou roto percussiva,<br />
com a utilização, quando necessário, de tubo de revestimento metálico de diâmetro<br />
ligeiramente <strong>in</strong>ferior ao diâmetro f<strong>in</strong>al da perfuração. Normalmente, a coroa de perfuração<br />
é acoplada na extremidade <strong>in</strong>ferior do tubo de revestimento, ou de haste de perfuração.<br />
5. Requisitos relativos à escavação:<br />
A escavação será executada com perfuratriz rotativa hidráulica ou roto percussiva,<br />
com a utilização, quando necessário, de tubo de revestimento metálico de diâmetro<br />
ligeiramente <strong>in</strong>ferior ao diâmetro f<strong>in</strong>al da perfuração. Normalmente, a coroa de perfuração<br />
é acoplada na extremidade <strong>in</strong>ferior do tubo de revestimento, ou de haste de perfuração.<br />
Em alguns solos pode-se encontrar pontos com rocha, havendo a necessidade de<br />
penetra-la. Ao at<strong>in</strong>gir a rocha esta perfuração é feita normalmente utilizando martelo de<br />
fundo a roto-percussão até a cota de projeto.<br />
Os resíduos da escavação serão transportados à boca do furo pela água de<br />
circulação que é <strong>in</strong>jetada sob pressão controlada, de cima para baixo no <strong>in</strong>terior do tubo de<br />
revestimento. O retorno de água juntamente com o resíduo da escavação dar-se-á entre o<br />
revestimento e a parede do furo, a qual deverá ser coletada em um recipiente de<br />
decantação especialmente preparado para evitar o espalhamento da lama no local de<br />
perfuração.<br />
É permitida a reutilização da água de circulação proveniente do decantador durante<br />
a perfuração. Entretanto, após at<strong>in</strong>gir a profundidade do projeto, a limpeza f<strong>in</strong>al do furo<br />
deverá ser executada com o emprego de água limpa.<br />
A limpeza f<strong>in</strong>al do furo dar-se-á por concluída quando a água de circulação retornar à<br />
superfície, limpa ou com pouca turbidez. Durante a fase f<strong>in</strong>al de limpeza do furo, a haste<br />
de perfuração deverá permanecer paralisada.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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A verticalidade do furo deverá ser rigorosamente mantida durante todo o processo<br />
de escavação. Para tanto é necessário manter-se rigidamente fixado o equipamento de<br />
perfuração no local assim como utilizar somente tubos de revestimento e hastes<br />
perfeitamente retos e com roscas de união ou luvas em perfeito estado.<br />
6. Colocação da armadura:<br />
Concluída a limpeza do f<strong>in</strong>al do furo, deverá ser colocada a armadura completa<br />
pré-montada, curvando-se a mesma para <strong>in</strong>trodução no <strong>in</strong>terior do tubo de revestimento<br />
e/ou em segmentos sucessivos com transpasse de 1,00 metro também pré-montados, até<br />
apoiá-la no fundo do furo.<br />
7. Operações de lançamento de argamassa:<br />
Em pr<strong>in</strong>cípio, os misturadores de argamassa deverão permitir a medição dos<br />
componentes sólidos em peso e dos componentes líquidos em peso e volume. No entanto,<br />
desde que seja misturado a cada vez número <strong>in</strong>teiro de sacos de cimento e sejam levados<br />
em consideração o <strong>in</strong>chamento e a umidade da areia, esta poderá ser medida em volume, a<br />
critério do Projetista.<br />
A operação de lançamento da argamassa deverá ser precedida pela colocação da<br />
armadura no <strong>in</strong>terior do tubo de revestimento da escavação. As armaduras deverão ser<br />
pré-montadas, em segmentos (gaiolas) e/ou <strong>in</strong>teiras, constituídas por barras retas<br />
circundadas por estribos. Na figura 01 pode-se notar, como exemplo de armadura em<br />
corte transversal, em uma Estaca Raiz Ø 250 mm.<br />
A ligação entre os diversos segmentos de armadura será obtida por simples<br />
sobreposição de 1,00 metro (amarração feita com arame recozido).<br />
Concluída a limpeza do furo e a colocação da armadura necessária ao longo da Estaca,<br />
deverá ser <strong>in</strong>troduzido um tubo de aço galvanizado, ou PVC rígido, até apoiá-lo no fundo<br />
do furo, através do qual será lançada a argamassa da estaca, sendo bombeada pelo método<br />
ascensional (de baixo para cima) aplicando-se regularmente uma pressão rigorosamente<br />
controlada e variável em função da natureza do terreno.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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O lançamento da argamassa deverá ser contínuo de forma a impedir a entrada de ar<br />
através do tubo com conseqüente formação de descont<strong>in</strong>uidade (bolha de ar) no concreto<br />
da estaca e até observar-se o <strong>in</strong>ício de o seu vertimento pela boca do revestimento e fora<br />
do furo, a qual poderá estar contam<strong>in</strong>ada com partículas de lama, de sólidos ou diluída<br />
pela água.<br />
Essa operação de purga de argamassa, contam<strong>in</strong>ada pela boca do furo deverá ter<br />
prosseguimento até ser constatada a subida de argamassa com características similares<br />
(aspecto, textura, viscosidade, coloração, etc) à argamassa especificada.<br />
Idealmente, ao ser completada a concretagem do furo, a argamassa deverá preencher não<br />
só o <strong>in</strong>terior do tubo de revestimento como o espaço entre o revestimento e a parede do<br />
furo.<br />
A pressão de ar a ser aplicada quando do lançamento da argamassa dependerá da<br />
profundidade do furo, consistência do solo, maior ou menor obstrução lateral, etc,<br />
devendo ser fixada no campo durante a execução das primeiras estacas. Em pr<strong>in</strong>cípio<br />
prevê-se que essa pressão não seja superior a 4,00 kgf/cm².<br />
Durante a execução dos primeiros golpes de ar comprimido deve-se observar a<br />
saída de água ou argamassa contam<strong>in</strong>ada proveniente da expulsão de material de<br />
preenchimento existente entre o revestimento e a parede do furo.<br />
Toda a operação de concretagem do furo deverá ser executada em prazo tal que não<br />
exceda aquele previsto para <strong>in</strong>ício da pega da argamassa.<br />
Durante a execução das estacas-raiz serão anotados em bolet<strong>in</strong>s de campo todas as<br />
<strong>in</strong>formações pert<strong>in</strong>entes a ela e após o térm<strong>in</strong>o de execução de todas as estacas será<br />
emitido um relatório técnico onde serão anotadas todas as <strong>in</strong>formações pert<strong>in</strong>entes.<br />
Pr<strong>in</strong>cipais Vantagens Técnicas<br />
O processo de perfuração, não provocando vibrações, nem qualquer tipo de<br />
descompressão do terreno em conjunto com o reduzido tamanho do equipamento, torna<br />
esse tipo de estaca particularmente <strong>in</strong>dicado em casos especiais como descritas no item<br />
aplicações.<br />
A existência de modernos equipamentos que permitem a execução de estacas raiz<br />
com altas médias de produtividade e o uso de cargas de trabalho de até 1500 KN (150tf),<br />
aumentaram muito a competitividade da estaca raiz em obras normais. Além disso, esta<br />
estaca possui a vantagem de resistir a cargas de tração muito elevadas, sendo ideal para as<br />
fundações de várias obras especiais, desde torres de l<strong>in</strong>ha de transmissão até plataformas<br />
de petróleo. Atualmente podemos afirmar que em vários casos da prática corrente da<br />
engenharia de fundações, esse tipo de estaca constitui a melhor opção técnico-comercial.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
40
Estaca Escavada de<br />
Grande Diâmetro<br />
(Estacões)<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
41
Introdução<br />
Estaca Escavada de Grande Diâmetro (Estacões)<br />
Na ocorrência de cargas elevadas, em obras de vulto tal que justifique a<br />
mobilização do equipamento, o tipo de estaqueamento correntemente mais adequado é o<br />
de estacas de grande diâmetro <strong>moldadas</strong> “<strong>in</strong> <strong>loco</strong>”, com perfuração mecânica a rotação,<br />
com eventual emprego de lamas bentoníticas.<br />
O emprego desse tipo de estacas tem se difundido largamente pela facilidade<br />
e rapidez de execução e pela adaptabilidade a diversos tipos de terreno, bem com o seu<br />
imediato conhecimento visual recolhendo material. As estacas de grande diâmetro<br />
executadas junto a construções existentes, devido a total ausência de vibração, podendo<br />
at<strong>in</strong>gir profundidades de até 70 metros.<br />
Convém a<strong>in</strong>da lembrar que as estacas escavadas de grande diâmetro podem<br />
ser executadas em presença de lâm<strong>in</strong>a d`água, o que ocorre em obras marítimas e em<br />
construção de pontes. Nesse caso, a escavação mecânica e a concretagem submersa são<br />
precedidas da cravação de camisa metálica por <strong>in</strong>termédio, em geral, de martelo<br />
vibratório. Os equipamentos, quando necessário, serão montados em plataforma flutuante<br />
(barcaças de convés chato). As camisas metálicas poderão ser perdidas ou recuperadas.<br />
Em geral costuma-se aplicar aos estacões cargas de trabalho que <strong>in</strong>duzem no<br />
concreto do fuste solicitações à compressão simples da ordem de 3,5 a 5,0 Mpa.<br />
Naturalmente, a capacidade de carga de uma estaca é, sobretudo função das<br />
características do terreno, pelo que se torna <strong>in</strong>dispensável um estudo geotécnico preciso e<br />
correto para se def<strong>in</strong>ir, caso por caso, capacidade de carga máxima permissível.<br />
Def<strong>in</strong>ição<br />
Entende-se geralmente, como estacas escavadas de “grande diâmetro", aquelas com<br />
diâmetro igual ou superior a 600 milímetros, at<strong>in</strong>g<strong>in</strong>do, em alguns casos, até o diâmetro de<br />
3 metros.<br />
Def<strong>in</strong>ição e Recomendações da Norma NBR 6122/96<br />
A norma NBR 6122/96 def<strong>in</strong>e estaca escavada como o tipo de fundação profunda<br />
executada por escavação mecânica, com uso ou não de lama bentonítica ou uso de<br />
revestimento total ou parcial, e posterior concretagem.<br />
A carga admissível de uma estaca escavada com a ponta apoiada no solo deve<br />
atender simultaneamente as segu<strong>in</strong>tes condições:<br />
a) – a resistência de atrito lateral do fuste não pode ser <strong>in</strong>ferior a 80% da carga<br />
de trabalho da estaca.<br />
b) – a resistência total não pode ser <strong>in</strong>ferior a duas vezes a carga de trabalho da<br />
estaca.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
42
Quando a estaca tiver a sua ponta embutida em rocha e, que se possa garantir o<br />
contato entre o concreto e a rocha, toda carga pode ser absorvida pela resistência de ponta,<br />
valendo neste caso um coeficiente de segurança não <strong>in</strong>ferior a três.<br />
Para o cálculo estrutural devemos ter a resistência característica do concreto<br />
fck ≤ 20 Mpa adotando-se um fator de redução de resistência γc = 1,9.<br />
Para as estacas submetidas apenas a compressão, se a tensão média de compressão<br />
for σc ≤ 5 Mpa a estaca só precisa ser armada no trecho superior com uma armadura<br />
mínima de As = 0,5% da área de concreto.<br />
Aplicações<br />
• Construções pesadas.<br />
• Estruturas com cargas concentradas muito elevadas.<br />
Método Executivo<br />
1. Estaca escavada em solo<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
43
1. Uso da lama bentonítica<br />
A lama bentonítica é uma mistura de bentonita com água pura, em misturador de<br />
alta turbulência, com a concentração variável em função da viscosidade e da densidade<br />
que se pretende obter.<br />
de<br />
s<br />
e<br />
Parâmetros para a lama bentonítica<br />
areia<br />
Parâmetro Valores Equipamentos<br />
Ensaio<br />
para o<br />
Densidade 1,025g/cm3 a 1,10 Densímetro<br />
Viscosidad<br />
g/cm 3<br />
30s a 90s Funil Marsh<br />
PH 7 a 11 Papel de pH<br />
Cake 1,0mm a 2,00mm Filter press<br />
Teor de até 3% Baroid sand content ou<br />
similar<br />
Notas:<br />
a) A espessura do cake deve ser determ<strong>in</strong>ada pelo menos uma vez por batida de<br />
betoníta.<br />
b) Os demais parâmetros devem ser determ<strong>in</strong>ados em amostras retiradas do fundo<br />
cada estaca, imediatamente antes da concretagem.<br />
c) Em casos especiais, pode ser necessária adicionar produtos químicos á lama<br />
betonítica, dest<strong>in</strong>ados a melhorar suas condições, corrig<strong>in</strong>do a acidez da água,<br />
aumentando a densidade de massa, etc.<br />
2. Camisa guia<br />
As pr<strong>in</strong>cipais funções da camisa guia são as segu<strong>in</strong>tes:<br />
- locar a posição da estaca a ser escavada;<br />
- guiar a ferramenta de escavação;<br />
- conter o solo no trecho <strong>in</strong>icial da escavação, devido a grande variação do<br />
nível de lama pela entrada e saída da ferramenta de escavação;<br />
- garantir uma altura de lama compatível com o nível do lençol freático –<br />
mínimo de 2,00m.<br />
A camisa guia normalmente é metálica, o que facilita o seu aproveitamento. A<br />
altura da camisa varia entre 1,5m e 2,00m.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
44
3. Dados para projeto<br />
DIÂMETRO<br />
(mm)<br />
ÁREA<br />
(m²)<br />
600 ,2827<br />
700 ,3848<br />
800 ,5026<br />
900 ,6362<br />
1000 ,7854<br />
1100 ,9503<br />
1200 ,1310<br />
1300 ,3273<br />
1400 ,5393<br />
1500 ,7671<br />
1600 ,0106<br />
1700 ,2698<br />
1800 ,5449<br />
1900 ,8353<br />
2000 ,1416<br />
PERÍMETRO<br />
(m)<br />
1,88<br />
2,20<br />
2,51<br />
2,83<br />
3,14<br />
3,45<br />
3,77<br />
4,08<br />
4,40<br />
4,71<br />
5,02<br />
5,34<br />
5,65<br />
5,97<br />
6,28<br />
DISTÂNCIA<br />
MÍNIMA<br />
(m)<br />
,00 ,60<br />
,20 ,70<br />
,30 ,70<br />
,50 ,80<br />
,60 ,80<br />
,80 ,90<br />
,00 ,90<br />
,20 ,00<br />
,30 ,00<br />
,50 ,10<br />
,60 ,10<br />
,70 ,20<br />
,80 ,20<br />
,00 ,30<br />
,20 ,30<br />
(m)<br />
SUBIDA<br />
DO<br />
CONCRETO<br />
PARA 1m³<br />
(m)<br />
CARGA NA ESTACA (kN)<br />
PARA TENSÃO DE<br />
COMPRESSÃO DO CONCRETO<br />
(M Pa)<br />
,0 ,5 ,0 ,5<br />
3,54 50 000 100 250<br />
2,60 150 350 500 700<br />
1,99 500 750 000 250<br />
1,57 900 200 550 850<br />
1,27 350 750 100 500<br />
1,05 850 300 800 300<br />
0,88 400 950 500 050<br />
0,75 000 600 300 000<br />
0,65 600 400 150 900<br />
0,57 300 200 100 000<br />
0,50 000 000 000 000<br />
0,44 800 950 100 0200<br />
0,39 600 900 0150 1450<br />
0,35 500 0000 1400 2750<br />
0,32 400 1000 2500 4000<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
,0<br />
400<br />
900<br />
500<br />
150<br />
900<br />
750<br />
650<br />
600<br />
700<br />
850<br />
0000<br />
1300<br />
2700<br />
4100<br />
5700<br />
5<br />
1<br />
1<br />
2<br />
3<br />
3<br />
4<br />
5<br />
6<br />
7<br />
8<br />
1<br />
1<br />
1<br />
1<br />
1<br />
45
4. Armadura das estacas<br />
A armadura é constituída por barras longitud<strong>in</strong>ais e estribos montados em forma<br />
de gaiolas. Em função da operação de manobra e içamento é <strong>in</strong>dispensável que a gaiola da<br />
armadura tenha ferros de enrijecimento para garantir a sua rigidez, bem como alças de<br />
içamento e posicionamento da mesma após o mergulho na escavação.<br />
Para as estacas com a tensão de compressão média no concreto σc ≤ 5 Mpa a<br />
armadura é colocada apenas no trecho superior da estaca com detalhe típico conforme<br />
desenhos que se seguem.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
46
Para as estacas com a tensão de compressão média no concreto σc > 5 Mpa 0<br />
trecho armado é aquele necessário a transferência para o solo – pelo atrito lateral da estaca<br />
– da parcela de carga que excede a tensão média de 5 Mpa na seção transversal da estaca.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
47
Quando as estacas estão submetidas a esforços tais como momentos fletores e<br />
esforços horizontais, a armadura e o comprimento da mesma são os obtidos no cálculo<br />
estrutural.<br />
5. Concreto<br />
O concreto utilizado na concretagem submersa tem como característica<br />
pr<strong>in</strong>cipal à alta plasticidade – slump test entre 18 e 22. O consumo de cimento mínimo é<br />
de 400 kfg/m3 e os agregados utilizados são areia e brita 1. Normalmente se utiliza um<br />
aditivo – plastiment VZ – cuja f<strong>in</strong>alidade é dar maior trabalhabilidade ao concreto e<br />
retardar o <strong>in</strong>icio da pega do concreto.<br />
O traço normalmente utilizado do concreto para o rendimento de 1,0 m3 é o<br />
segu<strong>in</strong>te:<br />
Componentes Em peso Em volume<br />
Cimento Portland 400 kgf 290,0 litros<br />
Areia 720 kgf 570,0 litros<br />
Brita nº 1 980 kgf 630,0 litros<br />
Água 240 litros 240,0 litros<br />
Plastment VZ 1,2 litros 1,2 litros<br />
2. Estaca escavada em rocha<br />
Nos casos onde é necessário o embutimento das estacas escavadas em solos<br />
resistentes à ferramenta de escavação, ou em rocha, ou nas obras viárias onde<br />
tradicionalmente são utilizadas soluções em tubulões pneumáticos como pontes e<br />
viadutos, a Fundesp possui tecnologia e equipamentos especiais que permitem utilizar as<br />
segu<strong>in</strong>tes metodologias:<br />
1. Perfuração Mecânica<br />
A perfuração é executada, no trecho em solo, com as técnicas usuais da estaca<br />
escavada, com uso de lama bentonítica e caçamba como ferramenta de escavação, até<br />
encontrar solo resistente ou o topo rochoso.<br />
Simultaneamente, o trecho em solo é revestido com camisa metálica perdida ou<br />
recuperável, para garantia da estabilidade das paredes da escavação nas etapas sucessivas<br />
de execução da estaca.<br />
A caçamba é então substituída por um trado especial com pontas de vídia que,<br />
graças a um novo tipo de haste provida de um sistema especial de autobloqueio dos<br />
elementos telescópicos, consegue transferir todo o torque da perfuratriz hidráulica à sua<br />
extremidade, possibilitando a perfuração em camadas de solos resistentes ou rocha.<br />
O material resultante da escavação, da granulometria heterogênea, é quase<br />
totalmente retirado da perfuração prensado entre as lâm<strong>in</strong>as do trado, enquanto o restante<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
48
depositado no fundo da perfuração, é retirado pelo sistema de "air lift", cuja utilização é<br />
possível devido ao revestimento do furo.<br />
Esse processo elim<strong>in</strong>a todos os resíduos do fundo da perfuração, permit<strong>in</strong>do um<br />
contato melhor entre o concreto e a rocha. Em presença de rochas com resistência acima de<br />
30 MPa (AI, CI, FI), a Fundesp desenvolveu um sistema misto que consiste em aliviar a<br />
rocha com uma série de furos de menor diâmetro, executados com martelo de fundo pela<br />
própria perfuratriz, e depois <strong>in</strong>iciar com o trado com pontas de vídia para rocha.<br />
2. <strong>Estacas</strong> escavadas ancoradas em rocha com estacas raiz<br />
Esta solução pode ser utilizada quando, dependendo do tipo e do grau de dureza<br />
da rocha, do comprimento total da estaca ou do volume global dos serviços, os outros<br />
sistemas tornam-se técnicas ou economicamente <strong>in</strong>viáveis. Neste caso, o fuste é executado<br />
pelos sistemas usuais utilizando perfuratrizes rotativas com haste Kelly, equipadas com<br />
caçambas ou trados e com aplicação da lama bentonítica ou revestimento, até encontrar a<br />
rocha.<br />
Term<strong>in</strong>ada a escavação, a estaca é concretada normalmente, tendo o cuidado de<br />
colocar solidariamente à armação, tubos guias para permitir a posterior execução das<br />
estacas raiz, cujo número, diâmetro e dimensões variam em função da capacidade de carga<br />
da estaca (tração e/ou compressão) e das características da rocha.<br />
Quando em presença de rocha muito fraturada ou com vazios, a execução das<br />
estacas raiz tem a vantagem de permitir também a <strong>in</strong>jeção do maciço rochoso com<br />
argamassa ou nata de cimento, melhorando as características geomecânicas do mesmo.<br />
3. Perfuração com circulação <strong>in</strong>versa<br />
A escavação é totalmente revestida com camisa metálica recuperável e o material é<br />
escavado por rotação com uso de roller bit e os resíduos elim<strong>in</strong>ados pelo processo de<br />
circulação <strong>in</strong>versa.<br />
Esse processo consiste em <strong>in</strong>jetar ar comprimido no tubo de perfuração, abaixo do<br />
nível d'água, ligeiramente acima da cabeça cortante. O ar penetra e expande dentro do<br />
tubo de perfuração, reduz<strong>in</strong>do a densidade <strong>in</strong>terna da coluna de fluído, criando uma<br />
diferença de pressão entre o fluído no tubo de perfuração e o fluído da perfuração. Devido<br />
a densidade mais alta do lado externo, os materiais sólidos provenientes da perfuração<br />
passam para o tubo de perfuração através de uma abertura na cabeça de perfuração,<br />
sub<strong>in</strong>do até a superfície. Injetando o ar corretamente, o fluxo de fluído é estabelecido<br />
dentro do tubo de perfuração. O pr<strong>in</strong>cípio do air lift É utilizado para transportar os sólidos<br />
até a superfície. Esse sistema é conhecido como sendo altamente eficiente para perfurações<br />
de grande diâmetro e grandes profundidades, em obras "onshore" e "offshore".<br />
Seja qual for o procedimento utilizado, sempre é necessário lembrar que, nesse tipo<br />
de obra, é recomendável que a campanha de <strong>in</strong>vestigação geotécnica seja mais <strong>in</strong>tensa,<br />
sendo recomendável como mínimo, sondagens rotativas a cada pilar, e profundidade de<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
49
pelo menos 2 a 3 diâmetros abaixo da cota estimada para apoio das estacas e se possível,<br />
com ensaio de compressão simples no testemunho.<br />
Pr<strong>in</strong>cipais Vantagens Técnicas<br />
1. Adequação:<br />
1.1. A grande variedade de ferramentas com diversos diâmetros propicia<br />
dimensionamento mais econômico, devido ao melhor ajustamento das diferentes cargas<br />
de trabalho e solicitações dos pilares;<br />
1.2. As menores cargas podem ser suportadas por estacas de pequenos diâmetros.<br />
Esta vantagem elim<strong>in</strong>a os desperdícios de material e mão-de-obra, que ocorrem nos<br />
processos de escavação artesanal;<br />
1.3. Para cargas elevadas, ferramentas especiais permitem at<strong>in</strong>gir camadas com<br />
maior capacidade de suporte, resultando em economia, pela redução do diâmetro das<br />
estacas.<br />
2. Segurança:<br />
2.1. Elevada capacidade de carga;<br />
2.2. Oferece maior segurança, pois ultrapassa camadas resistentes a outros tipos de<br />
fundações, o que permite transferir as cargas para camadas de maior suporte, resultando<br />
em maiores capacidades de carga;<br />
2.3. A perfuração rotativa elim<strong>in</strong>a a percussão, possibilitando a execução de estacas<br />
próximas a prédios viz<strong>in</strong>hos, que não são afetados por vibrações;<br />
2.4. Executa fundações em qualquer tipo de solo, podendo at<strong>in</strong>gir grande<br />
profundidade com grandes diâmetros, usando ferramentas adequadas a cada caso, para<br />
solos argilosos, granulares, rochosos e submersos;<br />
2.5. O equipamento possui recursos hidráulicos que possibilitam centrar o eixo da<br />
perfuração sobre o pilar com precisão milimétrica. Iniciada a perfuração, um piloto<br />
automático garante a perfeita verticalidade das estacas, o que elim<strong>in</strong>a solicitações<br />
adicionais não previstas;<br />
2.6. São o único método que permite a identificação das diferentes camadas do solo<br />
através de amostras não deformadas;<br />
2.7. Por estar montado em equipamento sobre esteiras permite operar em qualquer<br />
superfície de solo, requerendo pequenos espaços para manobras;<br />
2.8. Oferece segurança no trabalho por evitar os riscos da descida de pessoas no<br />
<strong>in</strong>terior das perfurações, preven<strong>in</strong>do acidentes e suas conseqüências materiais e legais.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
50
3. Velocidade:<br />
3.1. O equipamento permite maior velocidade, colocando as fundações e disposição<br />
do cliente mais rapidamente, <strong>in</strong>fluenciando no cronograma de obra e antecipando a sua<br />
conclusão;<br />
3.2. Se um sistema <strong>in</strong>dustrializado para produção de fundações, por operar como<br />
numa l<strong>in</strong>ha de montagem. Utilizando concreto pré-misturado, reduz as preocupações do<br />
construtor na adm<strong>in</strong>istração da compra de materiais e controle do preparo do concreto,<br />
ficando o mesmo liberado para suas atividades específicas;<br />
3.3. A velocidade de escavação e a imediata concretagem, evitam a desestruturação<br />
do solo pelo alívio de tensões que ocorre nos processos mais lentos;<br />
3.4. A velocidade da perfuração permite concretagem a seco toda vez que a<br />
velocidade desta operação for maior que a da percolação da água do subsolo.<br />
4. Custos<br />
4.1. Substitui o tradicional paliteiro de estacas convencionais por uma única estaca<br />
de grande diâmetro, o que resulta em economia, pela elim<strong>in</strong>ação dos b<strong>loco</strong>s de fundação;<br />
4.2. Em virtude do processo aplicado, as estacas são concretadas até a cota de<br />
arrasamento prevista, o que elim<strong>in</strong>a tempo e custos ocasionados pelo corte das cabeças de<br />
estacas convencionais cravadas, evitando a<strong>in</strong>da desperdícios de materiais e mão-de-obra;<br />
4.3. Possibilita absorver momentos nas fundações através de uma única estaca,<br />
economizando assim o b<strong>loco</strong> de fundação;<br />
4.4. Dispensa água e energia elétrica no canteiro de obras, o que resulta em<br />
economia para o cliente;<br />
4.5. A antecipação da conclusão da obra oferece as segu<strong>in</strong>tes vantagens adicionais:<br />
1. Antecipa o retorno do <strong>in</strong>vestimento;<br />
2. Antecipa a comercialização ou utilização do imóvel;<br />
3. Reduz a parcela dos juros sobre o <strong>in</strong>vestimento<br />
4. Libera capital, homens e máqu<strong>in</strong>as para novas <strong>in</strong>iciativas, além de reduzir os<br />
custos de adm<strong>in</strong>istração técnica da empresa.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
51
<strong>Estacas</strong> Escavada<br />
de Seção Retangular<br />
(Barrete)<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
52
Introdução<br />
Estaca Escavada de Seção retangular (Barrete)<br />
Na ocorrência de cargas elevadas, em obras de vulto o tipo de estaqueamento<br />
que também pode ser utilizado é o de estacas tipo Barrete. Sua utilização é, na maioria das<br />
vezes, associada a parede-diafragma e, segundo Urbano Alonso, elas vieram também<br />
ocupar o lugar dos tubulões a ar comprimido (como os estacões). “O ar comprimido, que<br />
exige tempo de descompressão para o operário, sofre restrições do M<strong>in</strong>istério do Trabalho.<br />
Seu uso atualmente se restr<strong>in</strong>ge a obras de grande porte, onde o acesso para o<br />
equipamento das escavadas é difícil”, explica. Na op<strong>in</strong>ião, o tubulão a céu aberto também<br />
perdeu posição no mercado por causa do aprofundamento dos subsolos e da ocorrência de<br />
lençol freático, com o qual é impossível executa-lo.<br />
Def<strong>in</strong>ição<br />
São estacas de secção retangular derivadas de um ou mais pa<strong>in</strong>éis de parede de<br />
diafragma e utilizados como elementos portantes de fundações em substituição às estacas<br />
de grande diâmetro (estacões).<br />
A Def<strong>in</strong>ição e Recomendações da Norma NBR 6122/96 é a mesma das estacas de<br />
grande diâmetro.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
53
Método Executivo<br />
É a mesma da escavada de grande diâmetro: difer<strong>in</strong>do no equipamento de<br />
perfuração que é um Clam-Shell no lugar da mesa rotativa e a guia que não será metálica e<br />
sim concreto.<br />
1) Colocação da camisa guia, escavação com clamshell, completando com lama o<br />
volume escavado.<br />
2) At<strong>in</strong>gida a profundidade prevista, coloca-se a armadura e o “air-lift” ou bomba<br />
de submersão para a troca de lama usada por nova ou fazer a desarenação da lama<br />
contam<strong>in</strong>ada.<br />
3) Colocação do tubo de concretagem e da bomba de submersão, <strong>in</strong>icio da<br />
concretagem submersa com concreto plástico.<br />
4) Term<strong>in</strong>ada a concretagem, procede-se o aterro da parte superior e ao<br />
arrancamento da camisa guia.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
54
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
55
Pr<strong>in</strong>cipais Vantagens Técnicas<br />
• Conhecimento imediato e real de todas as camadas atravessadas;<br />
• Ausência de vibração;<br />
• Gradual adaptação da estaca às condições físicas do terreno, com sensível<br />
<strong>in</strong>cremento do atrito lateral;<br />
• Possibilidade de at<strong>in</strong>gir grandes profundidades (até 70 metros);<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
56
• Possibilidade de executar a estaca em quase qualquer tipo de terreno, com<br />
nível de água ou não, e atravessar matacões de pequenas dimensões com a aplicação de<br />
ferramentas especiais (trepano);<br />
Redução no volume de concreto nos b<strong>loco</strong>s de coroamento.<br />
em geral costuma-se aplicar às estacas barrete cargas de trabalho que <strong>in</strong>duzam no<br />
concreto do fuste solicitações à compressão simples da ordem de 3,5 à 5 Mpa.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
57
<strong>Estacas</strong> Tipo Hélice<br />
Contínua<br />
Monitorada<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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ESTACA TIPO HÉLICE CONTÍNUA MONITORADA<br />
A estaca hélice pode ser def<strong>in</strong>ida como sendo uma estaca de deslocamento,<br />
executada através da <strong>in</strong>trodução no terreno de um trado helicoidal contínuo, com o<br />
comprimento <strong>in</strong>tegral previsto para a estaca.<br />
O trado deve possuir um tubo <strong>in</strong>terno pelo qual executar-se-á a concretagem<br />
simultaneamente a retirada do mesmo evitando desta forma o desconf<strong>in</strong>amento do solo.<br />
Este tipo de estaca tem como pr<strong>in</strong>cipais características a alta produtividade,<br />
monitoramento eletrônico durante todas as fases de execução e <strong>in</strong>existência de vibrações.<br />
Origem<br />
O emprego de estacas executadas com trado hélice contínua surgiu na década de<br />
1950 nos Estados Unidos. Com diâmetros de 27,5 cm, 30 cm e 40 cm.<br />
No <strong>in</strong>ício da década de 1970 foi <strong>in</strong>troduzido na Alemanha, de onde se espalhou<br />
para o resto da Europa e Japão.<br />
Houve um grande desenvolvimento a partir da década de 1980, <strong>in</strong>icialmente com<br />
equipamentos adaptados para a sua execução e, posteriormente, com equipamentos<br />
apropriados e específicos para a execução destas estacas.<br />
No Brasil, as estacas hélice contínua foram <strong>in</strong>troduzidas por volta de 1987. E, em<br />
1993, ocorreu um grande desenvolvimento dessas estacas no Brasil devido a importação<br />
de equipamentos específicos para a execução das estacas.<br />
A partir de então, possibilitou-se a execução de estacas de até 800mm de diâmetro e<br />
comprimento máximo de 24 metros. Hoje é possível executar estacas com 1.20 mm de<br />
diâmetro e 32 metros de comprimento.<br />
O equipamento de hélice contínua também pode ser utilizado para a execução de<br />
outros tipos de estacas, como por exemplo:<br />
• cort<strong>in</strong>a de estacas secantes ou justapostas;<br />
• pré-furos para a implantação de perfis metálicos ou estacas pré-<strong>moldadas</strong> em<br />
terrenos resistentes, onde a simples cravação poderia danificar a cabeça das estacas;<br />
e<br />
• cort<strong>in</strong>a com estacas espaçadas e concreto projetado entre elas.<br />
Requisitos Básicos:<br />
As estacas hélice contínua devem respeitar as segu<strong>in</strong>tes normas:<br />
NBR 12131:1991 - <strong>Estacas</strong> - Prova de carga estática;<br />
NBR 13208:1994 - <strong>Estacas</strong> - Ensaio de carregamento d<strong>in</strong>âmico;<br />
NBR 5738:1994 - Moldagem e cura de corpos de prova cilíndricos ou prismáticos de<br />
concreto;<br />
NBR 5739:1994 - Concreto - Ensaios de compressão de corpos-de-prova cilíndricos;<br />
NBR 6122:1996 - Projeto e execução de fundações;<br />
NBR 6152:1992 - Materiais metálicos - Determ<strong>in</strong>ação das propriedades mecânicas à<br />
tração;<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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NBR 7212:1984 - Execução de concreto dosado em central;<br />
NBR 7480:1992 - Barras e fios de aço dest<strong>in</strong>ados às armaduras para concreto armado;<br />
NBR 8953:1992 - Concreto para f<strong>in</strong>s estruturais - Classificação por grupos de<br />
resistência;<br />
NBR NM 67:1996 - Concreto - Determ<strong>in</strong>ação da consistência pelo abatimento do tronco de<br />
cone;<br />
NBR7211:1986 - Agregados para concreto.<br />
Além de atender as normas acima citadas é necessário que os documentos<br />
mencionados abaixo estejam disponíveis na obra:<br />
• relatório de sondagens;<br />
• desenho de locação das estacas;<br />
• tabela das profundidades por estaca (As Built);<br />
• projeto da armadura das estacas; e<br />
• bolet<strong>in</strong>s de controle da execução.<br />
Equipamentos<br />
Os equipamentos necessário par execução deste tipo de estaca são os segu<strong>in</strong>te:<br />
• máqu<strong>in</strong>a perfuratriz com potência mínima de 150 HP;<br />
• trado contínuo retilíneo, com diâmetro constante e comprimento mínimo igual ao<br />
da estaca;<br />
• bomba de <strong>in</strong>jeção de concreto estacionária ou móvel com capacidade de exercer um<br />
pressão sobre o concreto superior a 6 Mpa;<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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• mangueiras de acoplagem à bomba de <strong>in</strong>jeção, flexível e com diâmetro <strong>in</strong>terno igual<br />
ou maior do que o diâmetro <strong>in</strong>terno da haste;<br />
• <strong>in</strong>strumento de medida (computador) que possa ser acionado pela bateria da<br />
máqu<strong>in</strong>a perfuratriz;<br />
• elemento de memória (disquete) que permita o transporte de seus arquivos para<br />
um PC comum;<br />
• sensores de profundidades, de velocidade de rotação, de torque , de <strong>in</strong>cl<strong>in</strong>ação da<br />
torre e de pressão, aferidos a tempos regulares não superiores a um ano, sendo<br />
proibido executar estacas com funcionamento irregular ou faltante de qualquer um<br />
destes;<br />
• centralizador do trado;<br />
• limpador do trado quando<br />
da execução de estacas com<br />
diâmetro superiores a<br />
500mm (em diâmetros<br />
<strong>in</strong>feriores a limpeza poderá<br />
ser feita manualmente); e<br />
• pá carregadeira.<br />
Cada equipamento ou grupo,<br />
deve possuir fichas de controle da<br />
manutenção dos equipamentos,<br />
preenchidas pelo responsável da<br />
manutenção geral da empresa<br />
executora das fundações.<br />
Equipe para Uma Máqu<strong>in</strong>a<br />
A equipe mínima para operar os equipamentos citados durante a execução da estaca<br />
deve ser constituída por:<br />
• 1 encarregado de Hélice;<br />
• 1 operador de máqu<strong>in</strong>a perfuratriz; e<br />
• 2 ajudantes práticos.<br />
A equipe auxiliar deve ser composta por:<br />
• 1 operador de pá carregadeira (pode ser utilizada mais de uma máqu<strong>in</strong>a); e<br />
• 1 operador de bomba de <strong>in</strong>jeção.<br />
Metodologia Executiva<br />
A execução das estacas hélice contínua pode ser dividida em três etapas:<br />
• perfuração;<br />
• concretagem simultânea a retirada da hélice do terreno; e<br />
• colocação da armadura.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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Perfuração<br />
perfuração é executada por cravação da hélice no<br />
terreno por rotação, alcançando a profundidade<br />
determ<strong>in</strong>ada em projeto. A perfuração é executada sem<br />
que em nenhum momento a hélice seja retirada do furo.<br />
O torque é aplicado por meio de uma mesa rotativa<br />
situada no topo da hélice.<br />
Concretagem<br />
haste de<br />
perfuração é<br />
constituída da hélice<br />
espiral, responsável<br />
pela retirada de solo, e<br />
um tubo central<br />
solidarizado a esta<br />
hélice. A hélice é<br />
dotada de dentes em<br />
sua extremidade <strong>in</strong>ferior que auxiliam a sua<br />
penetração no solo. Em terrenos mas resistentes, esses<br />
dentes podem ser substituídos por pontas de vídia.<br />
Para que não haja, durante a fase de perfuração,<br />
entrada de solo ou água na haste tubular, existe na face<br />
<strong>in</strong>ferior da hélice uma tampa metálica provisória que é<br />
expulsa na concretagem. Esta tampa geralmente é<br />
recuperável.<br />
At<strong>in</strong>gida a profundidade desejada, <strong>in</strong>icia-se a concretagem da estaca, por<br />
bombeamento do concreto pelo <strong>in</strong>terior da haste tubular. Devido a pressão do concreto, a<br />
tampa provisória é expulsa. A hélice passa a ser extraída pelo equipamento, sem girar ou,<br />
no caso de terrenos arenosos, girando muito lentamente no sentido da perfuração.<br />
Visando garantir a <strong>in</strong>tegridade e cont<strong>in</strong>uidade do fuste da estaca é necessário que<br />
se observe dois aspectos executivos. O primeiro é garantir que a ponta do trado, durante a<br />
perfuração, tenha at<strong>in</strong>gido um solo que permita a formação da bucha, para que o concreto<br />
<strong>in</strong>jetado mantenha-se abaixo da ponta da estaca, evitando que o mesmo suba pela<br />
<strong>in</strong>terface solo-trado. O segundo aspecto é o controle da velocidade de retirada do trado, de<br />
forma que sempre haja um sobreconsumo de concreto.<br />
O concreto normalmente utilizado apresenta resistência característica (fck) de 20<br />
MPa, é bombeável, e composto de areia e pedrisco. O consumo de cimento é elevado e o<br />
uso de aditivos plastificantes tem sido bastante <strong>in</strong>tenso.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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A concretagem deve ocorrer de forma contínua e <strong>in</strong><strong>in</strong>terrupta, mantendo as paredes<br />
onde se formará a estaca, sempre suportada - acima da ponta do trado, pelo solo<br />
encontrado entre as pás da hélice, e abaixo, pelo concreto que é <strong>in</strong>jetado.<br />
Durante a extração da hélice, a limpeza do solo contido entre as pás, é feita<br />
manualmente ou com um limpador de acionamento hidráulico ou mecânico acoplado ao<br />
equipamento, que remove este material, sendo este, removido para fora da região do<br />
estaqueamento com o uso de pá carregadeira de pequeno porte.<br />
Colocação da Armadura<br />
A armadura é colocada somente após a concretagem e pode ser <strong>in</strong>stalada por<br />
gravidade, por compressão de um pilão ou por vibração, porém a mais recomendada é a<br />
por vibração. No Brasil, entretanto, a locação da armadura por golpes de um pilão tem<br />
sido a mais utilizada na prática.<br />
Controle de Qualidade<br />
Durante todo o processo é de suma importância o monitoramento de todas as etapas.<br />
Este monitoramento é feito através de um sistema computadorizado específico,<br />
permit<strong>in</strong>do a obtenção dos segu<strong>in</strong>tes dados:<br />
• profundidade;<br />
• tempo de execução;<br />
• <strong>in</strong>cl<strong>in</strong>ação da torre;<br />
• velocidade de penetração do trado, velocidade de retirada (extração) da hélice,<br />
volume de concreto lançado, e pressão do concreto.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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Essas medições podem conter imprecisões e erros por diversos motivos, entre eles:<br />
• sistema de monitoração não calibrado de forma correta ou apresentando algum<br />
dano;<br />
• danos nos sensores;<br />
• bombas com muito uso ou sem manutenção; e<br />
• defeitos nos cabos de transmissão de dados, entre outros.A precisão no valor de<br />
sobreconsumo ou subconsumo de concreto depende da precisão do volume<br />
medido. A medida correta do volume de concreto é muito importante, pois a partir<br />
dela, por meio de correlações, determ<strong>in</strong>a-se se o fuste da estaca está íntegro, ou se<br />
está havendo seccionamento do mesmo.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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Especificações Técnicas<br />
Características do Concreto<br />
Para concretagem da estaca deve ser utilizado concreto bombeado com as segu<strong>in</strong>tes<br />
características:<br />
• fator água/ cimento entre 0,53 a 0,56;<br />
• slump 22±2, medido conforme NBR NM 67, e resistência de 20 Mpa, conforme NBR<br />
8953 obtida por moldagem conforme NBR 5738 e ensaiado conforme NBR 5739;<br />
• Tempo de <strong>in</strong>ício de pega superior a 3h;<br />
• Exsudação <strong>in</strong>ferior a 1%; e<br />
• Teor de ar <strong>in</strong>corporado <strong>in</strong>ferior a 1,5%.<br />
O agregado máximo a se utilizado é o pedrisco, não se permite o emprego de pó de<br />
pedra.<br />
A substituição de pedrisco por pó de areia pode causar, por exemplo, perda de<br />
resistência da estaca e efeito bucha no concreto durante a concretagem ou até mesmo<br />
entupimento da mangueira.<br />
O consumo de cimento por m³ de concreto não deve ser <strong>in</strong>ferior a 40 quilos.<br />
Recomenda-se adotar cimentos sem adição de escória de alto forno, especificamente<br />
cimento CPIII.<br />
O emprego de f<strong>in</strong>os totais no traço deve ser no mínimo de 650 kg/m³, sendo que pelo<br />
menos 400 kg/m³ destes sejam de material cimentício.<br />
A pressão de <strong>in</strong>jeção do concreto também é bastante relevante pois ela <strong>in</strong>flui na<br />
homogeneidade, <strong>in</strong>tegridade e na capacidade de carga da estaca. A pressão normalmente<br />
utilizada é de 1 a 2 bar, sendo zero para os casos de execução em camadas de argila moles<br />
ou solos muito fracos.<br />
Outro aspecto bastante importante é o perfeito funcionamento do sistema de <strong>in</strong>jeção do<br />
concreto assim como a limpeza da rede, ou seja, do sistema. Para tanto segue-se as<br />
segu<strong>in</strong>tes <strong>in</strong>struções: ao f<strong>in</strong>al de um dia de trabalho o cocho é limpo de com aplicação de<br />
óleo; antes de se começar a primeira estaca do dia segu<strong>in</strong>te há uma lubrificação da rede.<br />
Esta lubrificação é realizada da segu<strong>in</strong>te forma: mistura-se cerca de 100 kg de cimento a<br />
200 litros de água dentro do cocho, então, a calda é lançada por meio de bombeamento do<br />
concreto, como se a estaca estivesse sendo concretada. Quando toda a calda tiver sido<br />
lançada fora e estiver garantido de que toda a rede já está com concreto, <strong>in</strong>terrompe-se o<br />
lançamento do mesmo, tampa-se o trado e <strong>in</strong>icia-se a perfuração da estaca.<br />
O não cumprimento de tal medida pode comprometer o desempenho da estaca.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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Tabela de Diâmetros e Cargas<br />
Outras Aplicações<br />
Descrição Un VALORES<br />
Diâmetro Cm 35 40 50 60 70 80 90 100<br />
Carga admissível<br />
tf<br />
estrutural máxima<br />
60 80<br />
13<br />
0<br />
18<br />
0<br />
240 320 400 500<br />
Distância mínima<br />
cm<br />
entre eixos<br />
90 100 13<br />
0<br />
15<br />
0<br />
175 200 225 250<br />
Distância<br />
divisa<br />
eixo -<br />
cm 120 120 12<br />
0<br />
12<br />
0<br />
120 120 120 120<br />
Podem ser executadas para serviços auxiliares e complementares à execução de<br />
obras, como por exemplo cort<strong>in</strong>as de estacas justapostas para contenção em fase provisória<br />
ou permanente de obra, pelo fato de poderem ser executadas bem próximo à divisa .<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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<strong>Estacas</strong> Tipo<br />
Ômega<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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Origem<br />
ESTACA TIPO ÔMEGA<br />
As estacas ômega são recentes no<br />
mercado, sendo consideradas estacas de última<br />
geração. Considerada uma screw piles (estaca<br />
aparafusada), isto é, estaca em que a perfuração<br />
é feira por um trado de forma cônica que<br />
perfura o solo como um parafuso, com<br />
deslocamento lateral de solo.<br />
No fim de 1993, o professor Van Impe<br />
desenvolveu pesquisas em estaca Atlas, com o<br />
<strong>in</strong>tuito de otimizar a taxa de penetrabilidade, a<br />
energia utilizada e um melhor controle do<br />
deslocamento de solo durante de solo durante<br />
a execução das estacas. Para tanto, alterou-se o<br />
formato da ponta (cabeça) da estaca, criando<br />
aberturas de poucos centímetros na flange da<br />
hélice Atlas surg<strong>in</strong>do assim os pr<strong>in</strong>cípios<br />
tecnológicos e o formato hélice parafuso da<br />
ponta da estaca ômega.<br />
As estacas ômega foram <strong>in</strong>troduzidas no<br />
mercado europeu no ano de 1995, chegando ao<br />
Brasil em 1997. Acredita-se que, devido às suas<br />
características, seu uso deva, provavelmente,<br />
dissem<strong>in</strong>ar-se pelo país tornando-se bastante<br />
popular.<br />
Metodologia Executiva<br />
A ponta da hélice consiste de um longo<br />
parafuso de aço de diâmetro <strong>in</strong>crementado<br />
descont<strong>in</strong>uamente no topo, com variados graus<br />
de <strong>in</strong>cl<strong>in</strong>ação par cada diâmetro diferente.<br />
A forma do parafuso foi desenvolvida de<br />
tal maneira que o volume de solo transportado entre as pá da hélice ômega pode ser<br />
armazenado em cada nível para as diferentes seções da hélice parafuso. O solo é<br />
deslocado até at<strong>in</strong>gir o nível do diâmetro nom<strong>in</strong>al, sendo compactado à lateral do furo.<br />
Todo material que, eventualmente, desmorona do furo da estaca sobre a parte superior do<br />
parafuso, é transportado pelas pás superiores em sentido à ponta, sendo posteriormente,<br />
compactado lateralmente até at<strong>in</strong>gir o diâmetro nom<strong>in</strong>al.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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A comb<strong>in</strong>ação do passo e diâmetro crescente na ponta do<br />
parafuso, associados à forma da parte superior do parafuso,<br />
garante melhor deslocamento lateral de solo e maior<br />
penetrabilidade à hélice parafuso da ômega, sem qualquer<br />
parcela de solo transportado.<br />
A execução da estaca ômega pode ser dividida em<br />
perfuração, concretagem e colocação da armadura, como<br />
veremos a seguir.<br />
Perfuração<br />
O trado ômega é cravado no terreno por rotação, através de uma mesa rotativa<br />
hidráulica, com deslocamento lateral do solo e sem o transporte do material escavado à<br />
superfície. Esse sistema permite o uso do pull-down que auxilia no atravessamento ou<br />
penetração de camadas resistentes. Uma tampa móvel na extremidade do trado impede a<br />
entrada de terra no seu <strong>in</strong>terior.<br />
Concretagem<br />
Alcançada a profundidade desejada, o concreto é bombeado à alta pressão pelo<br />
<strong>in</strong>terior do eixo do trado que é retirado do terreno girando-se no sentido da perfuração. A<br />
parte superior do trado é construída de forma a empurrar de volta o solo que possa cair<br />
sobre o trado.<br />
Colocação da Armadura<br />
A armadura em forma de gaiola ou feixe, pode ser <strong>in</strong>troduzida no tubo central do<br />
trado antes da concretagem, ou como é mais comum, ao fim da concretagem pela equipe<br />
ou com ajuda de um pilão ou vibrador. Todo o processo executivo é monitorado através<br />
de sensores ligados a um computador colocado na cab<strong>in</strong>e do operador, para visualização e<br />
registro dos dados de execução.<br />
Do ponto de vista técnico e econômico, a estaca hélice ômega apresenta as segu<strong>in</strong>tes<br />
vantagens:<br />
• Tensão de trabalho média no concreto de 6MPa, com uma menor relação carga X<br />
diâmetro, com conseqüente redução no volume de concreto.<br />
• Menor sobreconsumo de concreto, devido à compactação do terreno.<br />
• Ausência de material escavado.<br />
• Maior agilidade na mudança de diâmetro, onde só o elemento com o trado é<br />
trocado.<br />
O sucesso da estaca ômega também está diretamente ligado ao tipo de equipamento<br />
utilizado, sendo necessário o uso de máqu<strong>in</strong>as de torque elevado.<br />
Uma grande desvantagem da estaca ômega é a dificuldade de se trabalhar em solos<br />
muito resistentes devido à força necessária para à perfuração.<br />
“Fundação é uma atividade em cadeia e em todos os seus aspectos precisa de controles estritos para<br />
garantia de qualidade”<br />
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DEFINIÇÕES<br />
Para um melhor entendimento dos termos utilizados nos textos seguem as<br />
segu<strong>in</strong>tes def<strong>in</strong>ições:<br />
Arranque: Valor máximo da força de que o equipamento dispõe para o arrancamento do<br />
trado contínuo.<br />
Bolet<strong>in</strong>s de controle da execução: documento preenchido para todas as estacas<br />
registrando no mínimo os segu<strong>in</strong>tes dados de execução:<br />
• nome e data da obra e local;<br />
• data de execução da estaca, <strong>in</strong>clu<strong>in</strong>do horário de <strong>in</strong>ício e de térm<strong>in</strong>o;<br />
• número da estaca;<br />
• diâmetro da estaca;<br />
• comprimento <strong>in</strong>troduzido do trado;<br />
• comprimento concretado;<br />
• volume de concreto gasto na estaca;<br />
• observações pert<strong>in</strong>entes; e<br />
• nome e ass<strong>in</strong>atura do executor.<br />
Centralizador: Peça acoplada na extremidade <strong>in</strong>ferior da torre e al<strong>in</strong>hada com a mesa<br />
rotativa, de modo a garantir a axialidade do trado durante a etapa de perfuração.<br />
Folha de controle das estacas: documento obtido a partir do elemento de memória<br />
contendo as segu<strong>in</strong>tes <strong>in</strong>formações:<br />
• velocidade de avanço do trado ao longo da perfuração;<br />
• velocidade de rotação do trado ao longo da perfuração;<br />
• torção aplicada ao trado durante e ao longo da perfuração;<br />
• velocidade de subida do trado durante a concretagem; e<br />
• pressão de <strong>in</strong>jeção do concreto durante a concretagem.<br />
Instrumento de Medida: Sistema eletrônico <strong>in</strong>stalado na cab<strong>in</strong>e e à vista do operador,<br />
acoplado a sensores <strong>in</strong>stalados na máqu<strong>in</strong>a perfuratriz, dotado de mostrador com tela<br />
onde aparecem os dados relevantes do processo de execução da estaca.<br />
Limpador de trado: Peça que se ajusta à hélices e gira <strong>in</strong>dependente destas para retirar o<br />
solo nelas contido, durante a fase de concretagem, à medida que o trado vai sendo<br />
retirado.<br />
Sensores: Aparelhos <strong>in</strong>stalados em posições estratégicas da máqu<strong>in</strong>a perfuratriz,<br />
acoplados ao <strong>in</strong>strumento de medição, os quais permitem medir e registrar no mínimo os<br />
segu<strong>in</strong>tes dados da execução:<br />
- profundidade da perfuração à medida que a mesma é processada;<br />
- velocidade de rotação do trado, durante sua fase de <strong>in</strong>trodução do mesmo no terreno;<br />
- torque aplicado ao trado durante sua fase de <strong>in</strong>trodução no terreno:<br />
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- <strong>in</strong>cl<strong>in</strong>ação da torre em relação a dois horizontais e perpendiculares (X e Y) que se<br />
cruzam no eixo vertical da torre da máqu<strong>in</strong>a perfuratriz;<br />
- pressão de concreto à medida que a concretagem da estaca se processa;<br />
- volume de concreto <strong>in</strong>troduzido durante a concretagem, não só o acumulado (consumo<br />
total) como também aquele correspondente aos últimos 50 cm ao longo de toda<br />
concretagem (consumo parcial);<br />
Torque: valor máximo do momento torçor disponível na mesa rotativa.<br />
Trado Contínuo: peça metálica constituída por uma hélice espiral desenvolvida em torno<br />
de uma haste central vazada, estando acoplada à mesa rotativa do equipamento de<br />
perfuração.<br />
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garantia de qualidade”<br />
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Bibliografia<br />
Livros<br />
O EDIFÍCIO ATÉ SUA COBERTURA<br />
- Hélio Alves de Azevedo<br />
- Prática de Construção Civil<br />
MANUAL DE ESPECIFICAÇÕES DE PRODUTOS E PROCEDIMENTOS ABEF<br />
- 2ª Edição<br />
TEORIA E PRÁTICA<br />
- Sussumu Niyama<br />
- Editora P<strong>in</strong>i<br />
APOSTILA DE FUNDAÇÕES DA FESP<br />
- Faculdade de Engenharia de São Paulo<br />
Revistas<br />
TÉCHNE - A Revista do Engenheiro Civil<br />
- Edição 56 – Ano 12 – 2004<br />
- Apoio IPT<br />
- Editora P<strong>in</strong>i<br />
TÉCHNE - A Revista do Engenheiro Civil<br />
- Edição 57 – Ano 12 – 2004<br />
- Apoio IPT<br />
- Editora P<strong>in</strong>i<br />
ENGENHARIA<br />
- Edição 556 – Ano 60 – 2003<br />
- Instituto de Engenharia<br />
- Engenho Editora Técnica<br />
Catálogos<br />
- Brasfond<br />
- Geofix<br />
- Franki<br />
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garantia de qualidade”<br />
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Sitegrafia<br />
- www.brasfond.com.br<br />
- www.fundesp.com.br<br />
- www.geosonda.com.br<br />
Agradecimentos<br />
Acácio Lioi – Doka Brasil<br />
Celso Gomer – Doka Brasil<br />
Claud<strong>in</strong>ei Lima – Doka Brasil<br />
Osvaldo Comenale Gamboa – Doka Brasil<br />
Engenheiro Rogério – Grupo Construcap<br />
Carol<strong>in</strong>a – Geosonda<br />
Engenheiro Bon<strong>in</strong>i – Geosonda<br />
Mestre Betão - Gafisa<br />
Helder Heche - Publicitário<br />
Engenheiro Sergio Ruppel – Ruppel Engenharia<br />
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