N.º 187 - Novembro 2007 - 2,00 euros - Inatel

Editorial
Acapa da Tempo Livre do corrente
mês reproduz o interior,
oitocentista e romântico, do
Teatro da Trindade – o INATEL-
Trindade, desde 1962 – que, no próximo dia
30 de Novembro, celebra 140 anos ao
serviço do Teatro, Ópera, Música, Canto,
Cinema, Etnografia e Folclore, na emble-
4 TempoLivre Novembro 2007
Teatro da Trindade
140 anos
mática colina do Bairro Alto e zona lisboeta da Baixa-
Chiado, candidata a património mundial da UNESCO.
TRINDADE – 140 ANOS_
A 30 de Novembro de 1867, o Teatro da Trindade abriu
as suas portas ao público de Lisboa, em estreia de gala,
com a presença da Família Real, representando o drama
“A Mãe dos Pobres”, de Ernesto Biester, interpretada
pela nata dos actores da época.
Pelo Teatro do Bairro Alto passaram, em 140 anos, os
melhores autores, compositores,
maestros, encenadores e actores portugueses,
com especial destaque
para o Teatro e a Ópera.
Em 1887, ainda pela mão do pai-fundador,
o empresário e mecenas Francisco
Palha, o Trindade apresentou a
opereta francesa O Barba Azul, de
Jacques Offenbach, cujo êxito estrondoso
inspirou a frase inicial da Tragédia
da Rua das Flores, de Eça de Queiroz: “Era no Teatro da
Trindade, representava-se o Barba Azul”.
O Trindade sempre teve vocação de Teatro-Escola.
Escola de autores, de actores, de encenadores e de cantores.
Pela sua direcção e palco passaram os empresários
Sousa Bastos e sua mulher Palmira Bastos e Robles
Monteiro e sua mulher Amélia Rey Colaço.
Em 1879, Serpa Pinto escolheu o Trindade para relatar
à comunidade científica e aos cidadãos comuns a sua
travessia de África.
JOSÉ ALARCÃO
TRONI
O Trindade sempre
teve vocação de
Teatro-Escola. Escola
de autores, de actores,
de encenadores e de
cantores
Em 140 anos, pisaram o palco do Trindade,
entre muitos outros, Adelina Abranches,
Lucília Simões, Amélia Rey Colaço, Chaby
Pinheiro, Aura Abranches, Nascimento
Fernandes, Erico Braga, Palmira Bastos,
Alves da Cunha, Robles Monteiro, Maria
Matos, Álvaro Benamar, Eunice Muñoz,
Carmen Dolores, Raul Solnado, Rui de
Carvalho, Rui Mendes ou Victor de Sousa.
Viana da Mota deu o seu primeiro concerto no Teatro
da Trindade, aos 12 anos de idade.
Adquirido, em 1962, pela FNAT – antecessora do INA-
TEL – o Trindade, com gestão pública, vem constituindo,
há 45 anos, oferta cultural permanente da grande
Lisboa, nos domínios do Teatro, Ópera, Opereta,
Zarzuela, Cinema, Canto, Dança, Fado, Revista, Etnografia
e Folclore, tendo sedeado a Companhia Portuguesa
de Ópera, criada em 1966, por Serra Formigal e
extinta nos idos de 1975. A Companhia Portuguesa de
Ópera era uma escola de canto lírico,
por onde passaram Hugo Casais,
Zuleica e Elsa Saque, Álvaro Malta,
Luís França ou Fernando Serafim.
Na terça-feira, 27 de Novembro, no
salão nobre, pelas 18 horas, evocaremos
os 140 anos do Trindade, na
dupla vertente do Teatro e da Ópera.
Na sexta-feira, dia 30, pelas 21h30,
inauguraremos o ano comemorativo
dos 140 anos – 30 de Novembro de 2007 a 29 de
Novembro de 2008 – com um concerto, pela Orquestra
do Algarve, dirigida pelo maestro Cesário Costa, onde
serão interpretadas obras de Francisco António de
Almeida, Rossini e Mozart.
Convidaremos para o Concerto dos 140 anos as mais
altas figuras do Estado, da Universidade, da Cultura,
das Artes e do Espectáculo, assim como os nossos associados,
dos quais cerca de 100 mil constituem o público
fiel do Trindade e das suas itinerâncias.