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Baixe o Livro - poeminflamado

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poesia em Recife e Olinda nas décadas de 1990 e 2000), porém sem nunca<br />

ter sido publicada por escrito. E, principalmente, pelo costume entre Angelo<br />

Bueno, Erickson Luna e França de figurarem nos livros uns dos outros:<br />

como os exemplos da pontual ocorrência de poemas de Bueno e Luna no<br />

preâmbulo da A Cor da Exclusão e de Luna e França na apresentação do<br />

Quarto de Ofício.<br />

XL Neste exemplo fica também evidente o trabalho cotidiano do poeta<br />

em maturar, reinterpretar e revisar a sua obra. No DVD incluso a esta<br />

edição, temos acesso a uma versão antiga do poema em comento. As<br />

imagens remetem ao já bastante mencionado evento performativo d´A<br />

Cor da Exclusão, ocorrido em 1996 e registrado em mídia audiovisual por<br />

Jeferson Luiz.<br />

Após análise comparativa das duas versões, percebe-se na versão escrita<br />

um maior apuro formal (característico mesmo do veículo da palavra<br />

escrita) em relação a sistematização/métrica das estrofes. Principalmente,<br />

percebe-se uma inserção contextual, por vezes direta e por outras indireta,<br />

de entidades ou figuras sociais à narrativa (o branco, a Igreja, os sem-<br />

-terra): o que confere ao poema, à voz do poeta e ao leitor um diálogo<br />

direto com a História. Segue, abaixo, transcrição da referida versão oral<br />

do poema:<br />

“Ah, minha preta, tu me pedes pra falar / sobre o negro no dia 13<br />

de maio / e eu choro / Agora que eu conheço a história / Desdenho<br />

daquele que a escreveu / Ah, minha preta, tu me pedes / Pra falar<br />

sobre o negro no dia 20 de novembro / e eu pasmo / Que pergunta<br />

ecoa na sua mente? / Zumbi morreu? / Zumbi morreu. / Zumbi<br />

morreu? / Minha preta, tu me pedes / Pra falar sobre os negros<br />

da minha escola / e eu lembro tê-los visto apenas do lado de fora<br />

/ sobre os negros, minha preta, não / sobre os negros eu não falo<br />

/ Ou tu não vês? / Tem tanta gente estudada / Tudo que é negro<br />

explorado / e todo mundo calado”<br />

204<br />

Poeminflamado<br />

Notas<br />

205

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