MARANHÃO - Ministério do Meio Ambiente
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MAÂMAR EL-ROBRINI | VALTER MARQUES J. | MARCELO MORENO A. DA SILVA | M. HELENA S. EL-ROBRINI | ANTONIO CORDEIRO FEITOSA<br />
| JOSÉ EDGAR FREITAS TAROUCO | JORGE HAMILTON S. DOS SANTOS | JANILSON ROSA VIANA<br />
determina<strong>do</strong> trecho. Sen<strong>do</strong> assim, a resposta morfológica <strong>do</strong> perfil de praia será de<br />
erosão quan<strong>do</strong> houver déficit sedimentar, ou seja, o volume de sedimentos retira<strong>do</strong><br />
é maior que o volume reti<strong>do</strong>. No caso inverso, haverá superávit sedimentar e,<br />
conseqüentemente, engordamento <strong>do</strong> perfil praial. Quan<strong>do</strong> o volume de saída for<br />
igual ao de entrada de sedimentos, a praia estará em equilíbrio.<br />
Segun<strong>do</strong> Melo (2002), o transporte eólico para o manguezal foi observa<strong>do</strong> na foz<br />
<strong>do</strong> Canal Nunca Mais ao norte da Ilha de São Luis. Nesta região, formam bancos<br />
arenosos movimenta<strong>do</strong>s pelas correntes de maré, sen<strong>do</strong> trazi<strong>do</strong>s nos manguezais,<br />
ocasionan<strong>do</strong> asfixia destas áreas, assorean<strong>do</strong> ainda e deslocan<strong>do</strong> pequenos canais<br />
de maré.<br />
A presença de barras arenosas e a largura da zona de arrebentação das ondas<br />
favorecem o aporte de sedimentos arenosos para a praia (Komar, 1983). A fonte <strong>do</strong>s<br />
sedimentos deposita<strong>do</strong>s nas praias e a área oceânica adjacente.<br />
Gonçalves (1998) estu<strong>do</strong>u o transporte eólico de areia nos Lençóis Maranhenses.<br />
Concluiu que a taxa de transporte ao longo <strong>do</strong> primeiro semestre <strong>do</strong> ano (maior<br />
pluviosidade) é significativamente menor que a <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> semestre (menor<br />
pluviosidade), caracterizan<strong>do</strong> um regime de ventos de baixa energia para os meses<br />
de fevereiro a julho e de alta energia para os meses de agosto a dezembro. O autor<br />
calculou uma taxa de migração das dunas de 10 a 15 m/ano, com um senti<strong>do</strong> de<br />
deslocamento compreenden<strong>do</strong> valores entre 243 0 e 252 0 .<br />
Os campos de dunas são responsáveis pelo barramento de algumas drenagens,<br />
obstruin<strong>do</strong> suas desembocaduras e forman<strong>do</strong>, conseqüentemente, lagoas costeiras,<br />
como por exemplo as lagoas <strong>do</strong> Portinho e Sobradinho, no Piauí, corroboran<strong>do</strong><br />
com as observações feitas ao Norte da Ilha de São Luis (Mello, 2002). A dinâmica<br />
eólica, bastante intensa na área <strong>do</strong> delta, por vezes promove o assoreamento de<br />
ecossistemas aquáticos (mangues e lagoas), bem como o recobrimento de estradas<br />
e residências (Luís Correia e Tutóia), o que pode causar o aparecimento de áreas de<br />
risco, com a possibilidade de serem lentamente soterradas pela movimentação das<br />
areias.<br />
Quan<strong>do</strong> os ventos apresentam as maiores velocidades e as chuvas são praticamente<br />
inexistentes, as condições são ideais para a remoção de areia da face praial para a<br />
planície costeira (Bittencourt et al., 1990). Segun<strong>do</strong> os mesmos autores, os sedimentos<br />
que continuamente estão se incorporan<strong>do</strong> à face praial pela ação das ondas,<br />
mediante a migração de barras provindas da antepraia, devem ter uma composição<br />
granulométrica semelhante à apresentada pela praia de fevereiro em diante, quan<strong>do</strong>,<br />
como se verá, cessa praticamente a remoção de sedimentos finos na face praial<br />
pela ação <strong>do</strong>s ventos deve refletir a mesma, portanto, a composição <strong>do</strong> material<br />
provin<strong>do</strong> da antepraia. Assim, esses sedimentos constitui<strong>do</strong>s por mais de 90% de<br />
areias finas e muito fina, começam, a partir <strong>do</strong> início <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> seco, em agosto a<br />
sofrer a ação <strong>do</strong>s ventos de E e EN.