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Diversidade Sexual na Escola - Notícias

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O X<br />

DA QUESTÃO<br />

Quando um professor diz que<br />

não pode chamar uma alu<strong>na</strong> travesti<br />

pelo nome feminino, porque, afi<strong>na</strong>l,<br />

<strong>na</strong> chamada e <strong>na</strong> sua identidade o<br />

que consta é o nome masculino, ele<br />

está mesmo respeitando as regras?<br />

Ou essa “regra” está servindo ape<strong>na</strong>s<br />

como uma forma de acobertar<br />

ou justificar a sua própria dificuldade<br />

de reconhecer e lidar com a<br />

identidade daquela alu<strong>na</strong> travesti?<br />

Durante uma das ofici<strong>na</strong>s realizadas<br />

em escolas públicas, os professores<br />

começaram um intenso debate<br />

sobre flexibilização ou não de normas<br />

e regras para uma alu<strong>na</strong> travesti.<br />

Depois de muitas idas e vindas,<br />

argumentos e contra-argumentos,<br />

uma professora, já exausta, lançou<br />

“ah! Mas ele é homem! E pronto!”.<br />

E aí nós chegamos ao que de<br />

fato importa nessa questão. Mudar<br />

SUBVERTENDO TUDO<br />

Se a gente permitir isso, daqui a pouco cada um<br />

vai vir vestido como quiser? E você vai ter aluno<br />

vindo de saia de palhaçada, pra provocar...<br />

Professora<br />

o nome <strong>na</strong> chamada, permitir o uso<br />

do uniforme feminino, compartilhar<br />

o banheiro das meni<strong>na</strong>s, tudo isso,<br />

no fundo, depende ape<strong>na</strong>s de uma<br />

coisa: se o educador reconhece ou<br />

se rejeita a identidade femini<strong>na</strong> da<br />

travesti. Se ele reconhece, tudo é<br />

resolvível. Se, pelo contrário, ele<br />

rejeita, tudo é empecilho.<br />

Muitas vezes os professores vão<br />

justificar no preconceito dos alunos<br />

ou dos responsáveis a impossibilidade<br />

de acolher uma alu<strong>na</strong> travesti.<br />

Em muitos casos, o preconceito dos<br />

outros serve aí para acobertar a sua<br />

própria dificuldade de lidar com a<br />

questão.<br />

Reconhecer a identidade do<br />

outro é passo fundamental para<br />

podermos iniciar qualquer relação<br />

equilibrada e solidária. Tentar impor<br />

os nossos conceitos de gênero<br />

a um aluno é desrespeitoso e invasivo.<br />

Além de extremamente injusto,<br />

dado à desproporção de poder numa<br />

relação professor-aluno.<br />

Depois da entrada de um aluno transexual, os professores<br />

começaram a perceber coisas novas, como<br />

as manifestações de sexualidade, e atribuíram a<br />

ele. Mas a questão é que antes eles só pensavam no<br />

conteúdo que tinham que passar em sala.<br />

Professor<br />

Muitos educadores<br />

olham as alu<strong>na</strong>s travestis<br />

ou transexuais<br />

como potencialmente<br />

perigosas. E de fato<br />

elas são. São perigosas<br />

a partir do momento<br />

em que, pelo seu jeito<br />

de ser e de vestir, elas<br />

subvertem os padrões<br />

de comportamento de<br />

gênero socialmente estabelecidos.<br />

Mostram<br />

que esses padrões podem<br />

ser transformados<br />

e bastante questio<strong>na</strong>dos.<br />

São perigosas porque<br />

mostram que aquilo<br />

que parecia claro e<br />

óbvio, talvez não seja.<br />

São perigosas porque<br />

podem fazer pensar.

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