45-54 - Universidade de Coimbra
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1>KJ-I:tssoií I>O P O V O — 1.° ANNO Quinta feira, 3 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1895 — N.° <strong>45</strong><br />
Dr. Lopes da Gaina<br />
Com intimo regosijo publicámos hoje a<br />
Carta do Porto, do nosso illustrado correspon<strong>de</strong>nte,<br />
sr. dr. Francisco Lopes <strong>de</strong> Sousa<br />
Gama, um distincto jurisconsulto e convicto<br />
republicano.<br />
E tanto maior o nosso jubilo quanto vemos<br />
a sua <strong>de</strong>dicação pelo nosso jornal, que<br />
muito se honra com a sua collaboração.<br />
Não pou<strong>de</strong> o sr. dr. Lopes da Gama,<br />
apezar dos seus pa<strong>de</strong>cimentos que o fizeram<br />
retirar do nosso lado e dos seus trabalhos da<br />
advocacia — <strong>de</strong>ixar sem protesto o acto <strong>de</strong><br />
dictadura da reforma da camara dos pares a<br />
qual supprime o direito das gentes, violando<br />
as disposições da Carta com a audacia própria<br />
<strong>de</strong> quem per<strong>de</strong>u <strong>de</strong> todo a dignida<strong>de</strong> e<br />
a honra.<br />
E' energico o protesto que publicamos<br />
hoje na Carta do Porto, e bem revela a<br />
indignação do illustre republicano.<br />
O fornecimento <strong>de</strong> carne<br />
A camara vae novamente pôr a concurso<br />
o fornecimento <strong>de</strong> carnes ver<strong>de</strong>s, estabelecendo,<br />
pelo que foi resolvido em sessão, tres<br />
cathegorias para a venda da vacca.<br />
Está <strong>de</strong>monstrado que esse processo <strong>de</strong><br />
venda ha <strong>de</strong> prejudicar o publico e dar logar<br />
a abuso§ constantes, que a eamara <strong>de</strong>pois<br />
não po<strong>de</strong>rá reprimir, nem evitar.<br />
Se para este resultado — as tres cathegorias<br />
— a camara, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> muito matutar e<br />
estudar tantos dias, só viu como única medida<br />
razoavel a adoptar, essa das cathegorias, dá<br />
<strong>de</strong> si má i<strong>de</strong>ia, pois qua na primeira arrematação<br />
foi ella retirada por se conhecer as<br />
portas falsas que dariam logar a que o consumidor<br />
po<strong>de</strong>sse ser logrado.<br />
Salvo se acamara está disposta a quebrar<br />
a sua attitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> principio, para se converter<br />
em protectora inconsciente d'algum amigalhote<br />
encoberto!<br />
Vejam se têm olhos <strong>de</strong> ver, e se cabe no<br />
bestunto d'algum dos birrentos, que as vendas<br />
por cathegorias é um disparate, n'uma terra<br />
que está acostumada a fornecer-se <strong>de</strong> carne<br />
para cozer, bife, assado, etc., sem varieda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> preços — a não ser em condições muito<br />
especiaes — e que não enten<strong>de</strong> <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> vacca nem conhece a diíferença entre a<br />
i. a , 2. a e 3. a classe.<br />
As serviçaes que fazem as compras po<strong>de</strong>m<br />
muito bem ser ílludidas e em vez <strong>de</strong> lhe<br />
darem carne <strong>de</strong> primeira classe ser ella <strong>de</strong><br />
segunda e pelo preço da <strong>de</strong> primeira.<br />
E' nossa opinião que o arrematante ha<br />
<strong>de</strong> estimar bem o fornecimento da carne<br />
pelas tres cathegorias.<br />
Assim o consumidor que agora paga<br />
um lalo <strong>de</strong> vacca para assar ou para um<br />
bife por 280 réis, <strong>de</strong>pois tem <strong>de</strong> o pagar por<br />
35o ou 400 réis!<br />
E aqui está a meada que a camara anda<br />
a tecer, com a alteração que faz no edital<br />
para a segunda arrematação que vae ser annunciada.<br />
Pô<strong>de</strong> limpar as mãos á pare<strong>de</strong>.<br />
Dissertações<br />
Para as ca<strong>de</strong>iras vagas na Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Direito, vão imprimir as suas dissertações,<br />
ossrs. drs. Affonso Costa e Teixeira d'Abreu.<br />
Versam sobre os assumptos:—a do sr.<br />
dr. Costa: Commentario ao codigo penal<br />
portugue— a do sr. dr. Abreu: Das servidões,<br />
segunda parte.<br />
Folhetim— «Defensor do Povo»<br />
O C0RS4RI0 PORTIGUZ<br />
ROMANCE MARÍTIMO<br />
ORIGINAL DE<br />
CAPITULO III<br />
A <strong>de</strong>spedida<br />
D. Carlota ouvia e ficava como absorvida<br />
n'uma profunda meditação.<br />
Os dias foram passando e os mezes, uns<br />
após dos outros, sem acontecimentos notáveis.<br />
A fragata S. Sebastião estava ancorada<br />
em frente da cida<strong>de</strong>, esperando que <strong>de</strong> Portugal<br />
viesse or<strong>de</strong>m para seguir novo <strong>de</strong>stino.<br />
Tinham <strong>de</strong>corrido oito mezes. A casa<br />
do <strong>de</strong>sembargador era frequentada pela socieda<strong>de</strong><br />
mais escolhida do Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />
em attenção á sua posição social e á belleza<br />
<strong>de</strong> suas rilhas, que realmente eram muito<br />
amaveis.<br />
D. A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> tornava-se notável pelo seu<br />
<strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />
Pelo ministério do reino foram enviadas<br />
á reitoria, officios que <strong>de</strong>terminavam o seguinte<br />
:<br />
1. a Que é auctorisada matricula provisória<br />
aos estudantes, que frequentaram annos<br />
anteriores, com a clausula <strong>de</strong> se submetterem<br />
aos exames <strong>de</strong> inglez e grego, visto estar <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />
do conselho superior <strong>de</strong> instrucção<br />
publica a consulta sobre se esse additamento,<br />
em face da ultima reforma, se <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar<br />
dispensa absoluta.<br />
2. a Que haja a maxima cautella nas informações,<br />
que o prelado <strong>de</strong>r sobre os requerimentos<br />
<strong>de</strong> portarias para frequencia <strong>de</strong><br />
sciencias naturaes, pois que o sr. ministro do<br />
reino resolveu não fazer concessão alguma <strong>de</strong><br />
fórma a tornar, pelo horário, incompatíveis<br />
os estudos das diversas ca<strong>de</strong>iras.<br />
N'estes dois officios transparece bem ao<br />
vivo a pata do rinchão que se empina na<br />
grosseria <strong>de</strong> recommendar : — e que haja a<br />
maxima cautella nas informações que o prelado<br />
<strong>de</strong>r, etc. — para cair logo no coice da<br />
<strong>de</strong>claração pimpona: — que uresolveu não fa-<br />
\er concessão <strong>de</strong> fórma a tornar, pelo horario,<br />
incompatíveis os estudos das diversas ca<strong>de</strong>iras.»<br />
Não faz concessões o pudico Messalino<br />
Theatro Príncipe Real<br />
E inaugurada a presente epocha theatra<br />
no dia 16 do corrente e Francisco Lucas, o<br />
incansavel emprezario abre com chave d'oiro<br />
dando nos a companhia italiana, já nossa conhecida,<br />
<strong>de</strong> que faz parte a notável actriz<br />
Dora Lambertini, essa adoravel creança que<br />
tanto admirámos pelo seu talento.<br />
Damos o elenco da companhia:<br />
Actrizes—Dora Lambertini, Ida Lambertini,<br />
Maria Colombo, Maria Richelli, Amalia<br />
Santo, Rosina Satriano, Jiulia <strong>de</strong> Santis e<br />
Anna Sabatini.<br />
Actores — Giorgio Lambertini, Cav. Raffaelle<br />
Lambertini, Angelo Richelli, Oreste<br />
Zappata, Achile Lambertini, Victorino Lambertini.<br />
Maestro — Geovanni Polila.<br />
Para a estreia foi escolhida a Cavallaria<br />
Rusticana, que nos dizem ter um <strong>de</strong>sempenho<br />
á altura dos dotes artísticos da companhia.<br />
E escusado encarecer o seu mérito para<br />
que o publico concorra ao theatro a appiaudir<br />
artistas tão completos.<br />
É <strong>de</strong> jnstiça<br />
A classe dos empregados do commercio<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> voltam a trabalhar no sentido <strong>de</strong><br />
obter dos patrões o encerramento geral dos<br />
estabelecimentos aos domingos e dias santificados.<br />
Para isso será nomeada uma commissão<br />
incumbida <strong>de</strong> promover este melhoramento<br />
para a classe, que julgamos muito justo e que<br />
por certo não prejudicará nem os patrões, nem<br />
o publico que <strong>de</strong> tar<strong>de</strong> não pensam em compras,<br />
mas <strong>de</strong> gozar.<br />
Boa acção<br />
Foi mandado recolher no Asylo <strong>de</strong> Cegos,<br />
em Celias, o infeliz cabouqueiro, que por<br />
<strong>de</strong>sastre em serviço n'aquelle edifício, ficára<br />
quasi cego.<br />
A proposta foi do sr. vice-presi<strong>de</strong>nte, sr.<br />
dr. Ruben d'Almeida e o pobre trabalhador<br />
vae ser observado e tratado pelo medico do<br />
partido.<br />
talento e espirito; D. Carlota pela sua belleza<br />
e génio con<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte; e todos que a<br />
contemplassem duvidariam, quando se lhe<br />
dissesse:<br />
«Esta joven já proclamou o assassínio!<br />
Já foi repeilente, intratavel e incapaz <strong>de</strong> conciliar<br />
uma affeição!»<br />
Todos, ao examinar aquellas feições bellas<br />
e regulares, aquelle gemo dócil e inoflensivo,<br />
diriam:<br />
«E' falso! Não pô<strong>de</strong> ser! As linhas regulares<br />
d'aquella fronte serena estão em harmonia<br />
com os impulsos d'um coração bem<br />
formado! Aquelle rosto melancolico e sympathico,<br />
nunca podia ser a estampa d'um<br />
mau pensamento; e aquelles lábios tão bellos<br />
ainda não pronunciaram palavras contra<br />
a lógica e a razão!<br />
«Oh! Não! Alli nunca se albergou uma<br />
alma que não fosse bem formada. ..»<br />
Esta seria a opinião <strong>de</strong> todos ao analysaram<br />
D. Carlota, e só acreditariam ao constar-lhes<br />
a sua loucura! Loucura promovida<br />
por um mysticismo exaltado, e por um fanatismo<br />
hypocrita e criminoso.<br />
A casa do <strong>de</strong>sembargador Antonio Pereira<br />
<strong>de</strong> Vasconceilos era pois, como dissemos,<br />
o centro dé reunião da primeira socieda<strong>de</strong>,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a aristocracia dos pergaminhos<br />
até á do dinheiro e á do talento.<br />
Entre o numero d'estas pessoas, duas<br />
eram as mais assíduas: e se ,os leitores <strong>de</strong>se-<br />
Roeio <strong>de</strong> Santa Clara<br />
Muito brevemente vae ser posta á praça<br />
a terraplenagem do vasto rocio <strong>de</strong> Santa<br />
Clara.<br />
E' uma obra <strong>de</strong> primeira necessida<strong>de</strong> e<br />
um valioso beneficio aos habitantes <strong>de</strong> Santa<br />
Clara, victimas <strong>de</strong> constantes innundações,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o rio Mon<strong>de</strong>go trasbor<strong>de</strong>, o que<br />
succe<strong>de</strong> muitas vezes no anno.<br />
Estamos convencidos que todos os moradores<br />
coadjuvarão em tudo a camara, <strong>de</strong><br />
fórma a atten<strong>de</strong>r-se á maior economia e á<br />
commodida<strong>de</strong> dos habitantes, que muito lucram<br />
com o alteamento d^quelle populoso<br />
bairro.<br />
«<br />
Mestres d'obras<br />
Fizeram segunda feira exame para mestres<br />
d'obras, ossrs Francisco Antonio Meira,<br />
José dos Santos Marques, Antonio Pedro e<br />
Benjamim Ventura, ficando plenamente approvados.<br />
Além d'estes senhores concorreram também<br />
outros mestres <strong>de</strong> que daremos noticia.<br />
O jury foi composto dos srs. engenheiro<br />
Franco Frazão, presi<strong>de</strong>nte; conductores Mattos<br />
Cid e Máximo, vogaes.<br />
Boa reforma<br />
A estrada <strong>de</strong> Santa Clara, além da ponte,<br />
está tendo um magnifico melhoramento: a<br />
construcção <strong>de</strong> passeios lateraes ao longo da<br />
estrada até ás casas que estão d^m e outro<br />
lado.<br />
E' um bom serviço que se faz, pois que<br />
em tempo chuvoso o caminho fica intransitável<br />
pelas lamas augmentadas pelo muito<br />
transito, principalmente quando coinci<strong>de</strong> com<br />
a feira <strong>de</strong> gado, que se faz a 23 <strong>de</strong> cada<br />
mez.<br />
Assim já o transeunte que tiver <strong>de</strong> passar<br />
por alli não é incommodado <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> se<br />
atular no comprido lamaceiro que sempre<br />
se fórma.<br />
c-<br />
Notas <strong>de</strong> carteira<br />
Regressou da praia <strong>de</strong> Espinho a esta cida<strong>de</strong><br />
com sua ex. ma familia, o sr. dr. Joaquim<br />
Augusto <strong>de</strong> Sousa Refoios, distincto professor<br />
da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>.<br />
•<br />
O sr. dr. João dos Santos Jacob, que tem<br />
estado em Luso, regressou também a esta cida<strong>de</strong>.<br />
•<br />
Deve em breve chegar a esta cida<strong>de</strong> com<br />
sua ex. ma familia, o distincto escriptor Alberto<br />
Pimentel, um dos membros da commissão<br />
<strong>de</strong> monumentos.<br />
Tenciona visitar <strong>Coimbra</strong> e seus pittorescos<br />
arrabal<strong>de</strong>s e colher alguns apontamentos<br />
para um livro que prepara e que virá á luz<br />
da publicida<strong>de</strong> em breve.<br />
•<br />
O sr. Albino Caetano da Silva, proprietário<br />
da acreditada Typographia Auxiliar <strong>de</strong><br />
Escriptorio, está já n'esta cida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> regresso<br />
<strong>de</strong> Espinho, on<strong>de</strong> esteve a banhos.<br />
•<br />
Encontra-se já na Covilhã á testa <strong>de</strong> sua<br />
importante fabrica <strong>de</strong> lanifícios, o sr. Januario<br />
da Costa Ratto, acreditado industrial, que<br />
esteve na Figueira da Foz a uso <strong>de</strong> banhos,<br />
com sua ex. ma familia.<br />
am saber quem são, dir-lhe-hemos que era<br />
o sr. xManuel José Fernan<strong>de</strong>s, po<strong>de</strong>roso capitalista,<br />
e o sr. D. Francisco Antonio <strong>de</strong> Sarmento<br />
e Castro, fidalgo da mais pura aristocracia,<br />
que contava muitos avós nobres, longos<br />
e empoeirados pergaminhos, muitas commendas,<br />
e não sei que mais brazões exquisitos...<br />
O sr. D. Francisco Antonio <strong>de</strong> Sarmento<br />
e Castro era pois uma nullida<strong>de</strong>, mas cynico<br />
e <strong>de</strong>vasso; e como tinha tanto <strong>de</strong> insolente<br />
como <strong>de</strong> ignorante, nada o distinguia entre<br />
,*ente séria.<br />
Quanto ao sr. Manuel José Fernan<strong>de</strong>s<br />
era um honrado filho do povo, que pelo seu<br />
trabalho, honestida<strong>de</strong> e intelligencia reunira<br />
uma fortuna colossal em prédios e numerário.<br />
D. Francisco <strong>de</strong> Sarmento e Castro pertencia<br />
a uma família distincta, mas na sua<br />
qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> filho segundo não dispunha <strong>de</strong><br />
meios alguns; e como aquella alma <strong>de</strong> príncipe<br />
tinha a pobreza d'um proletário, atirou-se<br />
aos vícios para adquirir dinheiro!<br />
Frequentou os lupanares do jogo mais<br />
immundos, contrahiu dividas e commetteu<br />
vilezas; e finalmente percorreu a escola do<br />
crime, levado pelo instincto do mal e por<br />
uma educação corrupta.<br />
Os seus parentes, não po<strong>de</strong>ndo supportar<br />
um similhante procedimento, que compromettia<br />
os seus pergaminhos, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> o sal-<br />
•<br />
Já regressou da Figueira da Foz a Ancião<br />
com sua ex. ma familia, o sr. dr. Alberto David,<br />
digníssimo conservador n'aquella comarca.<br />
•<br />
Regressou <strong>de</strong> Espinho, com sua familia,<br />
o sr. Lepierre, distincto professor na Escola<br />
Brotero.<br />
Também se encontra já n'esta cida<strong>de</strong> com<br />
sua ex. ma familia, <strong>de</strong> regresso da Figueira da<br />
Foz, on<strong>de</strong> esteve a banhos, o distincto advogado<br />
o sr. dr. Eduardo Vieira.<br />
•<br />
Encontra-se já n'esta cida<strong>de</strong> o nosso amigo<br />
e collaborador, o sr. Manuel Augusto Granjo,<br />
alumno do terceiro anno <strong>de</strong> Direito, que se não<br />
faça <strong>de</strong>morar com os seus bellos escriptos.<br />
•<br />
O ex. mo sr. dr. Daniel Ferreira <strong>de</strong> Mattos,<br />
distincto professor da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>, já<br />
regressou da Granja com sua ex. ma familia,<br />
on<strong>de</strong> foi passar o mez <strong>de</strong> setembro.<br />
•<br />
O nosso amigo Augusto Nunes dos Santos,<br />
acreditado industrial d^sta cida<strong>de</strong>, já<br />
regressou da Figueira da Foz com sua familia,<br />
on<strong>de</strong> esteve a uso <strong>de</strong> banhos, durante o<br />
mez <strong>de</strong> setembro.<br />
•<br />
E' esperado n'esta cida<strong>de</strong> o sr. Antonio<br />
Guilhermino Furtado, cunhado do sr. dr.<br />
Emygdio Garcia e José Fernan<strong>de</strong>s Montanha,<br />
muito digno empregado da Escóla Central<br />
<strong>de</strong> Agricultura Moraes Soares.<br />
•<br />
Já regressou a <strong>Coimbra</strong> o sr. Manoel da<br />
Silva Rocha Ferreira, solicitador d^sta comarca.<br />
Veiu acompanhado <strong>de</strong> sua ex. ma esposa e<br />
filhos, Francisco Rocha e Guilherme Rocha.<br />
Hospitaes da <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />
O movimento dos doentes <strong>de</strong> ambos os<br />
sexos, no mez <strong>de</strong> setembro findo, foi o seguinte<br />
:<br />
Ficaram existindo em 3i d^gosto 3i5<br />
Entraram em setembro ig5<br />
Total 510<br />
Sahiram iy3<br />
Falleceram 14 187<br />
Ficaram existindo em 1 d'outubro.... §23<br />
O movimento do Banco durante o mez<br />
passado foi <strong>de</strong> 710 consultantes.<br />
A GRANEL<br />
Foi distribuído no Tribunal do Commercio o requerimento<br />
em que o nosso collega sr. Alves Corrêa pe<strong>de</strong><br />
sejam annulladas as <strong>de</strong>liberações da ultima assembleia<br />
dos accionistas da Vanguarda, e lhe seja restituída a<br />
gerencia do mesmo jornal.<br />
•<br />
Não se enten<strong>de</strong> com o conselheiro sr. José Luciano<br />
<strong>de</strong> Castro a doutrina do artigo 3.° da reforma da camara<br />
dos pares, porque o Banco <strong>de</strong> Credito Predial<br />
Portuguez lia tres annos que <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ter privilegio :<br />
mas com os srs. Barros Gomes, Bocage e outros.<br />
•<br />
Uma americana dispôz em testamento para ssr enterrada<br />
com todas as jóias no valor <strong>de</strong> 9 contos.<br />
varem <strong>de</strong> repetidos crimes, mandaram-n'o<br />
para o Brazil como provedor da alfan<strong>de</strong>ga<br />
do Rio <strong>de</strong> Janeiro! escusado é dizer aos leitores<br />
a maneira por que aquelle estabelecimento<br />
era administrado e os rendimentos do<br />
estado !...<br />
D. Francisco <strong>de</strong> Sarmento, como actualmente<br />
dispunha <strong>de</strong> muito dinheiro, já não<br />
ferrava calotes, porém continuava a ser insolente<br />
e a alimentar todos os vicios que o tornavam<br />
<strong>de</strong>sprezível.<br />
Este nobre fidalgo nutriu uma paixão vioenta<br />
por D. Carlota; e como não podia comprimir<br />
os seus <strong>de</strong>sejos, a todos os tornava<br />
patentes.<br />
A malaventurada donzella supportava paciente<br />
as suas impertinências; e <strong>de</strong>sabafava<br />
chorando sobre a sua <strong>de</strong>sventura.<br />
D. Francisco travára relações com Caros,<br />
e <strong>de</strong>vassando-lhe o amor que <strong>de</strong>dicava<br />
a D. A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong>, disse-lhe um dia em que o<br />
encontrou no jardim:<br />
— Senhor Carios, quero <strong>de</strong>ver-lhe um favor.<br />
— Diga, sr. D. Francisco, lhe respon<strong>de</strong>u<br />
elle.<br />
— O senhor não ignora o muito que amo<br />
D. Carlota! Oh ! como ella é formosa ! Creio<br />
que não serei feliz sem a possuir...<br />
Carlos olhou para elle admirado, e disse<br />
interiormente:<br />
(Continua.}