reflexões sobre a formação inicial de professores ... - Cultura Visual

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REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO 

INICIAL DE PROFESSORES 

EM ARTES VISUAIS 

JOCIELE LAMPERT 

Professora UDESC/CEART e Doutoranda ECA/USP 

Florianópolis, novembro de 2007. ConFaeB 

USP, ECA - Doutorado em Artes Visuais Profª Drand. Jociele Lampert 

segunda-feira, 21 de maio de 12

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PESQUISAS 

COM A UFSM 

PESQUISADORA 

PESQUISA DOUTORADO 

ECA/USP 

- CULTURA VISUAL 

- ESTUDOS CULTURAIS 

- IMAGEM DA MODA 

PESQUISAS 

NA UDESC 

FORMAÇÃO DOCENTE 

EM ARTES VISUAIS; 

CONTEXTO E 

CONTEÚDO; 

ESTÁGIO CURRICULAR; 



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O artigo esboça reflexões sobre a formação inicial de 

professores em Artes Visuais, partindo do relato de 

vivência da pesquisadora no Ensino Superior. 

Assim, a docência se reconhece como um campo de 

conhecimento específico configurando 

conteúdo de diversas áreas de saber e do 

ensino; configurando conteúdo didático/pedagógicos; 

conteúdos ligados a saberes mais amplos do campo 

teórico da prática educacional e conteúdos interrelacionados 

à explicação do sentido da existência 

humana. 



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O artigo faz menção a ação de 26 de novembro 

de 1965, realizada pelo artista visual 

Joseph Beuys, intitulada 

“como se 

explicam quadros 

a uma lebre 

morta”. 



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Penso que a vida é feita de escolhas, 

sabemos que estas escolhas demandam 

mudanças, no entanto, muitas vezes não 

conseguimos viver com nossas escolhas e 

muito menos, com as mudanças. 

Penso, que a formação inicial do professor 

de Artes Visuais, assim como a vida 

cotidiana do professor na Escola, se parece 

muito com a metáfora proposta pela obra de 



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Pergunto-me: 

as lebres entendem melhor 

que as pessoas? 

Quem ou o quê seria esta 

lebre? 

Porque explicar quadros a 

uma lebre morta? 

Bem, uma lebre morta não 

escutaria realmente o que o 

artista estava falando, então 

qual é a metáfora? 



8 TODOS NÓS SOMOS OU TEMOS UM 

POUCO DAQUELA LEBRE MORTA 

Quando passamos por imagens e não 

a olhamos, ou nem mesmo 

percebemos, quando folhamos 

revistas sem compromisso, quando 

andamos na rua e passamos pelas 

pessoas sem as verem realmente, 

quando ligamos a TV e vamos fazer 

outras atividades, depois de um dia 

extenuante de trabalho, quando 

fingimos escutar atentamente a uma 

conversa e estamos pensando em 

outras coisas... 



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vestimos o personagem/figura do 

artista a todo o instante: 

quando indagamos perguntas que 

muitas vezes não têm respostas 

ou quando prestamos atenção em 

algo que parece desinteressante 

para a maioria das outras 

pessoas. 

“Quando eu estou dando aula e 

vejo o olhar vazio de alguns 

alunos, sempre lembro da 

performance de Beuys.” 



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Em meu vão esforço como professora, faço 

tessituras para ressuscitar a lebre morta, 

sabendo que mais depende dela querer ser 

ressuscitada do que eu poder fazer isto – 

então, não haverá saída para a lebre morta? 



11 SITUAÇÕES PECULIARES : 

- alunos de Licenciatura que execram a Educação maldizendo os 

estudantes das escolas onde serão futuros professores; 

- alunos de Licenciatura que se queixam de seus cursos de 

formação inicial, ou da estrutura curricular de seus cursos, 

passando por estes apenas com poucas horas de estudos e rasas 

leituras, porque priorizam o trabalho para seu sustento; 

- alunos de Licenciatura que não conseguem perceber nenhum 

processo criativo na docência, reduzindo-a a um mero 

instrumento. Estes alunos geralmente, são aqueles que não 

conseguem vincular teoria e prática; 

- alunos de Licenciatura em Artes Visuais que insistem em 

reduzir as aulas de Artes Visuais na escola em técnicas 

isoladas, aulas expositivas de História da Arte, ou provas sem 

finalidade alguma; 



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Discurso do professor da Escola: 

- meus alunos não entendem nada, eles não estão nem aí 

para a escola, só querem saber dessas bobagens de 

jovens; 

Ou então, quando um estagiário vai observar um professor 

que está a muitos anos na escola e volta profundamente 

ofendido por te ouvido: 

“ – Eu já fui como você, hoje já não tenho 

mais ilusão, aqui nada funciona!” 

- Ou ainda, quando presencio em inúmeros congressos 

da área de Educação o desinteresse pela pesquisa, da 

grande maioria dos professores de escola – geralmente 

desiludidos com a realidade cotidiana, acostumam-se a 

reclamar, mas na hora da proposição em fazer algo 

diferenciado, negam-se... 



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Professores de ensino superior 

- Extensão não é pesquisa! 

- quando falam que não poderiam realizar 

projetos de pesquisa em comunidades 

carentes na periferia, ou ainda, quando há a 

alegação de falta de tempo, que o leva para 

longe da vivência nas Escolas, juntamente 

com seus estagiários e orientandos. 

Já ouvi de alguns professores 

universitários que é inviável realizar 

trabalhos em periferias carentes, em 

escolas. Geralmente estes, são os lugares 

mais necessitados do olhar do 

pesquisador, que acaba negando-se a olhar 

para evidente pobreza. 



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A obra/ação de Beuys sucede reflexões 

sobre a docência, me faz tecer metáforas e 

pensar que somos capazes de provocar/ou 

mediar mudanças que farão à diferença, de 

forma diferente. 

No entanto, é preciso não acomodar-se em 

sentimentos individualistas, mas sim 

buscar uma Educação de sentido plural - 

Beuys, além de artista, foi professor 

também. 



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Prática educativa na formação inicial: 

Pimenta: 

- A PRÁTICA COMO IMITAÇÃO DE MODELOS 

- A PRÁTICA COMO INSTRUMENTALIZAÇÃO 

TÉCNICA 

- RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA/SUPERAÇÃO 

DA SEPARAÇÃO ENTRE TEORIA E PRÁTICA 

- PRÁTICA EDUCATIVA COMO PESQUISA 

(RELAÇÃO DE CONTEXTOS REAIS) 



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CONTEXTO: 

- PERFIL DOS ALUNOS QUE ENTRAM NA 

UNIVERSIDADE 

- ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO 

- 

- SABERES DOCENTES 

Gauthier: 

saber disciplinar, saber curricular, saber da ciência da Educação, saber da 

tradição pedagógica, saber experiencial, saber da ação pedagógica 

Pimenta: 

os saberes pedagógicos perpassa um entrelaçamento entre experiência, o 

conhecimento e as necessidades postas pela realidade 



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CONTEÚDO Zabala (1998): 

- CONTEÚDOS FACTUAIS/ 

REPETIÇÃO VERBAL 

- CONTEÚDOS DE CONCEITOS E PRINCÍPIOS / 

COMPREENSÃO 

- CONTEÚDOS PROCEDIMENTAIS / 

EXPERIMENTAÇÃO 

-CONTEÚDO ATITUDINAL/ 

POSICIONAMENTO 



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A DOCÊNCIA COMO UMA TRAGÉDIA GREGA?! 

- PROFESSOR HÉROI: AQUELE QUE PENSA QUE VAI 

CONSEGUIR MUDAR TUDO, É O SONHADOR?! 

- PROFESSOR SATÍRICO: AQUELE QUE SE VÊ SEMPRE 

DE FORA DA SITUAÇÃO...AQUELA SALA DE 

PROFESSORES, AQUELA ESCOLA... 

- PROFESSOR DRAMÁTICO: A EDUCAÇÃO NÃO TEM 

MAIS JEITO, DOU AULA A QUASE 30 ANOS, EU SEI, nem 

perde o seu tempo... 

- PROFESSOR TRÁGICO: SABE QUE NÃO VAI MUDAR O 

MUNDO, MAS FAZ SEUS PLANEJAMENTOS E DA O 

MELHOR... 



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RELATO DOS LICENCIADOS: 

- REFERENTE AO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO 

ILUSÃO OU DESILUSÃO: E-MAIL RECEBIDO 

(...) queria preveni-la da ausência da bibliografia (REFERENTE AO 

RELATÓRIO DE ESTÁGIO) que se costuma utilizar em textos de 

educação, que acho pouco pertinentes e não participam da formação 

do meu repertório enquanto dicente, por opção pessoal. Não pretendo 

fazer nenhuma tese, menos ainda me posicionar criticamente - da 

maneira como entendo essa crítica - com relação à arte-educação, 

porque sei que não tenho trajetória p/ tal, o que tive foi apenas uma 

modesta experiência maravilhosa com alunos que me aceitaram e 

encontros frustrantes com textos e teóricos da educação. 

Digo isso tudo, pq vc sabe, eu já disse, que vou sim ser professora, eu 

quero isso, mas quero também que meus professores de educação 

entendam que não preciso me entupir dessas porcarias pra dar uma 

boa aula, p/ tocar p/ sempre meus alunos e principalmente p/ fazê-los 

entender que se vive sem arte, mas se vive muito melhor com ela. 

Tenho conciência dos problemas sociais, ecológicos e tudo mais que 

quiseres, mas não acho também que aula de arte serve p/ ficar 

discutindo essas coisas, menos ainda pra ficar recortando coração. E 

mais que isso, é preciso deixar claro que não discutir problemas 

sociais não quer dizer que o professor não tenha conciência que ele 

existe, ou que fecha os olhos p/ ele. 



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PREOCUPAÇÕES E EXPECTATIVAS PARA O CURSO DE FORMAÇÃO INICIAL: 

“As preocupações talvez sejam maiores que as expectativas. 

Parece-me muita responsabilidade ser professor, além do que 

preocupo-me em saber se poderei ser a educadora que planejo. 

Tenho preocupação de me deparar com a violência escolar, 

baixo salário, ter horas livres, não ter afinidade com a 

comunidade escolar. Tenho a preocupação, ou melhor, a 

vontade de trabalhar em uma escola pública ou ong, mas não 

sei se será possível. Gostaria mesmo de um dia abrir um centro 

cultural, com oficinas, com projetos para comunidades 

carentes, com material de pesquisa, etc. Mas voltando a 

realidade máxima minha expectativa é ir a prática para perceber 

se tenho vontade, se me desperta os sentidos estar em sala de 

aula”. 



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“ Sempre esperamos haver 

formulas secretas para aprender e 

ensinar, mas quanto mais estudo, 

mais vejo a inconsistência disso. 

Mas espero pelo o menos 

aprender o que não fazer dentro 

de sala de aula. Me preocupo com 

a forma fragmentada do conteúdo 

recebido por falta de tempo, isso 

diminui muito nossa reflexão, a 

capacidade crítica e a conexão de 

pensamentos fazendo com que 

não estejamos em uma base firme, 

larga e estruturada para sermos 

pouco melhores no que decidimos 

fazer.” 



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jocielelampert@uol.com.br

reflexões sobre a formação inicial de professores ... - Cultura Visual

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