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REVISTA BRASILEIRA 58-pantone.vp - Academia Brasileira de Letras

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A educação segundo Fernando <strong>de</strong> Azevedo<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo. Contava, então, 41 anos <strong>de</strong> serviços. A Universida<strong>de</strong>, em reconhecimento<br />

à sua brilhante atuação, nos vários setores em que exercera suas<br />

ativida<strong>de</strong>s, conce<strong>de</strong>u-lhe o honroso título <strong>de</strong> Professor Emérito.<br />

Seus livros revelam notável varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> assuntos. Assim, passou ele do estudo<br />

da Velha e Nova Política para as recordações pessoais contidas em Seguindo<br />

Meu Caminho ao exame <strong>de</strong> Universida<strong>de</strong>s no Mundo <strong>de</strong> Amanhã, seguem-se Canaviais<br />

e Engenhos na Vida Política do Brasil, Um Trem Corre para o Oeste, Na Batalha do<br />

Humanismo, A Cida<strong>de</strong> e o Campo na Civilização Industrial e A Educação entre os Dois<br />

Mundos.<br />

Fernando <strong>de</strong> Azevedo <strong>de</strong>dicara seu trabalho aos professores estrangeiros da<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, P. Arbousse Basti<strong>de</strong>, C. Lévy-Strauss, Roger Basti<strong>de</strong><br />

e Samuel H. Lowne. Reverenciava também os nomes <strong>de</strong> três brasileiros<br />

ilustres que se haviam distinguido por seus trabalhos no campo da Sociologia:<br />

Sílvio Romero, Pontes <strong>de</strong> Miranda e Delgado <strong>de</strong> Carvalho.<br />

A <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Letras</strong> – “ainda que tar<strong>de</strong>”, como no verso virgiliano<br />

– elegeu-o seu membro em 10 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1967, para ocupar a Ca<strong>de</strong>ira<br />

14, vaga pelo falecimento <strong>de</strong> outro ilustre educador, o professor pernambucano<br />

Antônio Carneiro Leão.<br />

A posse, na Casa <strong>de</strong> Machado <strong>de</strong> Assis, ocorreu no dia 24 <strong>de</strong> setembro do<br />

ano seguinte, cabendo ao escritor paulista Cassiano Ricardo fazer o discurso<br />

<strong>de</strong> recepção do novo acadêmico. Por <strong>de</strong>ficiência acentuada <strong>de</strong> visão, o discurso<br />

<strong>de</strong> posse <strong>de</strong> Fernando <strong>de</strong> Azevedo foi lido pelo professor Pedro Calmon, antigo<br />

reitor da Universida<strong>de</strong> do Brasil.<br />

Fernando <strong>de</strong> Azevedo foi um homem obstinado, segundo o dizer <strong>de</strong> Antonio<br />

Candido, “um exemplar raro <strong>de</strong> homem que gostava da responsabilida<strong>de</strong> e<br />

cuja luci<strong>de</strong>z é aguçada, não embotada, pelas dificulda<strong>de</strong>s, porque elas espicaçam<br />

o seu ânimo combativo”. Sua obstinação ficou evi<strong>de</strong>nte, por exemplo, na<br />

reforma educacional que promoveu no Distrito Fe<strong>de</strong>ral, quando lutou tenazmente<br />

para mo<strong>de</strong>rnizar o sistema <strong>de</strong> ensino, enfrentando po<strong>de</strong>rosos interesses<br />

fincados no Conselho Municipal, a famosa gaiola <strong>de</strong> ouro, quando chegou a sofrer<br />

um atentado. No calor dos <strong>de</strong>bates, diante da intransigência dos inten<strong>de</strong>n-<br />

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