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FICHA TÉCNICA<<strong>br</strong> />

Universidade de São Paulo<<strong>br</strong> />

Instituto de Física de São Carlos<<strong>br</strong> />

Autores:<<strong>br</strong> />

Luiz Antônio de Oliveira Nunes<<strong>br</strong> />

Alessandra Riposati Arantes<<strong>br</strong> />

Colaboradores Acadêmicos:<<strong>br</strong> />

Tito J. Bonagamba<<strong>br</strong> />

Gláucia G.G.Costa<<strong>br</strong> />

Apoio Técnico:<<strong>br</strong> />

Josimar Luiz Sartori<<strong>br</strong> />

Editoração:<<strong>br</strong> />

Renata Siqueira<<strong>br</strong> />

Este trabalho foi desenvolvido no programa de mestrado do Instituto de Física de São Carlos pela<<strong>br</strong> />

Alessandra Riposati Arantes com a orientação do professor Luiz Antônio de Oliveira Nunes.


O objetivo deste trabalho é fornecer um<<strong>br</strong> />

material que estimule você, leitor, a conhecer os<<strong>br</strong> />

fa<strong>sc</strong>ínios da eletricidade. Apresentamos com<<strong>br</strong> />

naturalidade, por intermédio de experimentos simples,<<strong>br</strong> />

inseridos em uma narrativa ficcional, conceitos<<strong>br</strong> />

complexos de Física e, sempre que possível associamos<<strong>br</strong> />

este conhecimento ao cotidiano .<<strong>br</strong> />

Esse material é recomendado tanto para leigos<<strong>br</strong> />

quanto para profissionais da área, a leitura do mesmo não<<strong>br</strong> />

faculta a utilização de um bom livro didático.<<strong>br</strong> />

O conteúdo do livro é apresentado por meio de<<strong>br</strong> />

questionamentos que os personagens fazem entre si e<<strong>br</strong> />

quando não conseguem resolvê-los procuram um site que<<strong>br</strong> />

conduz toda a história.<<strong>br</strong> />

Os experimentos propostos utilizam materiais de<<strong>br</strong> />

baixo custo e foram rigorosamente testados. Para um<<strong>br</strong> />

melhor aproveitamento é recomendado que as atividades<<strong>br</strong> />

sejam efetuadas na ordem que são sugeridas. A figura<<strong>br</strong> />

Olhar pag<<strong>br</strong> />

Caro Leitor<<strong>br</strong> />

,chama atenção para uma página onde são<<strong>br</strong> />

feitas recomendações so<strong>br</strong>e os materiais utilizados.<<strong>br</strong> />

Utilizamos também a figura para simbolizar a<<strong>br</strong> />

necessidade da presença de um adulto durante a<<strong>br</strong> />

realização do experimento.<<strong>br</strong> />

Nesse livro você entenderá, por exemplo, o<<strong>br</strong> />

princípio de funcionamento do pára-raios, da máquina<<strong>br</strong> />

fotocopiadora, da bateria, do transistor, da bússola, de<<strong>br</strong> />

um gerador e até mesmo de um motor elétrico.


Quatro adole<strong>sc</strong>entes estavam conversando em uma<<strong>br</strong> />

a<<strong>br</strong> />

lanchonete. Pedro, de 16 anos, um garoto curioso que cursa a 2 série<<strong>br</strong> />

a<<strong>br</strong> />

do ensino médio; Patrícia, de 15 anos, adora ler e cursa a 1 série do<<strong>br</strong> />

ensino médio; Marcelo, de 15 anos, um adole<strong>sc</strong>ente que tem fa<strong>sc</strong>ínio<<strong>br</strong> />

por computador, está na mesma sala de aula de Patrícia; e Tales,<<strong>br</strong> />

a<<strong>br</strong> />

irmão de Marcelo, um menino de 12 anos, que cursa a 6 série do<<strong>br</strong> />

ensino fundamental.<<strong>br</strong> />

No meio da conversa, Tales contou que na noite anterior<<strong>br</strong> />

estava navegando na Internet e encontrou a história de um filósofo<<strong>br</strong> />

chamado Tales de Mileto. Devido à semelhança com seu nome, ele<<strong>br</strong> />

acabou se interessando pelo site. A história relatava um episódio que<<strong>br</strong> />

havia ocorrido em 600 a.C, quando Tales de Mileto, esfregando um<<strong>br</strong> />

pedaço de âmbar (”resina petr<strong>if</strong>icada”, originária de árvores diversas),<<strong>br</strong> />

percebeu que ele atraía objetos leves como cabelos soltos, penas,<<strong>br</strong> />

etc., mas ninguém na época entendia por que isso acontecia.<<strong>br</strong> />

Intrigados com aquela história, di<strong>sc</strong>utiram so<strong>br</strong>e o assunto<<strong>br</strong> />

por um longo tempo. Para finalizar a di<strong>sc</strong>ussão, Pedro sugeriu que<<strong>br</strong> />

fizessem a experiência di<strong>sc</strong>utida no site (Atividade 01).<<strong>br</strong> />

FORÇA DE ATRAÇÃO<<strong>br</strong> />

Você vai precisar de: 1 canudo de plástico usado para<<strong>br</strong> />

tomar refre<strong>sc</strong>o, papel picado e papel higiênico<<strong>br</strong> />

1- Pique pedaços bem<<strong>br</strong> />

pequenos de papel<<strong>br</strong> />

comum (de jornal,<<strong>br</strong> />

por exemplo). Em seguida<<strong>br</strong> />

atrite fortemente um<<strong>br</strong> />

canudo com um pedaço de<<strong>br</strong> />

papel higiênico.<<strong>br</strong> />

Olhar pag.24<<strong>br</strong> />

ATIVIDADE 01<<strong>br</strong> />

2-<<strong>br</strong> />

Aproxime o<<strong>br</strong> />

canudo (sem<<strong>br</strong> />

encostá-lo) dos<<strong>br</strong> />

pedacinhos de papel e<<strong>br</strong> />

observe o que<<strong>br</strong> />

acontece com eles.<<strong>br</strong> />

– Olhem que legal! Com esse<<strong>br</strong> />

canudo é possível atrair os pedacinhos de<<strong>br</strong> />

papel sem tocá-los – falou Tales – mas o<<strong>br</strong> />

que está causando isso?<<strong>br</strong> />

Como ninguém conseguia<<strong>br</strong> />

responder, Marcelo sugeriu enviar um e-mail<<strong>br</strong> />

para o site do professor LUIZ ANTÔNIO. Ali<<strong>br</strong> />

as pessoas deixavam suas dúvidas, via email,<<strong>br</strong> />

e ele próprio, respondia a todas as<<strong>br</strong> />

perguntas.<<strong>br</strong> />

No dia seguinte, os quatro amigos<<strong>br</strong> />

reuniram-se na casa de Marcelo para<<strong>br</strong> />

e<strong>sc</strong>rever para o Luiz Antônio. Primeiramente<<strong>br</strong> />

eles relataram a experiência e depois<<strong>br</strong> />

perguntaram que força era aquela que agia à<<strong>br</strong> />

distância, atraindo os papéis. Depois de<<strong>br</strong> />

algum tempo, naquele mesmo dia, os<<strong>br</strong> />

garotos foram ver se haviam recebido a<<strong>br</strong> />

resposta, e ali, na tela do computador,<<strong>br</strong> />

estava ela: não uma simples resposta, mas<<strong>br</strong> />

sim uma proposta feita pelo professor, a fim<<strong>br</strong> />

de deixar o interesse dos meninos mais<<strong>br</strong> />

aguçado. Ele propunha:<<strong>br</strong> />

Essa questão<<strong>br</strong> />

s e r á<<strong>br</strong> />

compreendida<<strong>br</strong> />

c o m a<<strong>br</strong> />

atividade que<<strong>br</strong> />

estou enviando. Caso vocês<<strong>br</strong> />

não consigam explicar o<<strong>br</strong> />

fenômeno e<strong>sc</strong>revam-me.<<strong>br</strong> />

Pág.01


FORÇA DE REPULSÃO<<strong>br</strong> />

ATIVIDADE02<<strong>br</strong> />

Você vai precisar de: 2 canudos de plástico, linha e<<strong>br</strong> />

papel higiênico.<<strong>br</strong> />

1-<<strong>br</strong> />

Em cada<<strong>br</strong> />

extremidade da<<strong>br</strong> />

linha, amarre um<<strong>br</strong> />

canudo.<<strong>br</strong> />

3S<strong>usp</strong>enda-os -<<strong>br</strong> />

de modo<<strong>br</strong> />

que estejam próximos.<<strong>br</strong> />

Observe que eles se<<strong>br</strong> />

afastam.<<strong>br</strong> />

2Esfregue - os canudos,<<strong>br</strong> />

um a um, com papel<<strong>br</strong> />

higiênico.<<strong>br</strong> />

4-<<strong>br</strong> />

Aproxime dos canudos<<strong>br</strong> />

o pedaço de papel<<strong>br</strong> />

higiênico que você<<strong>br</strong> />

utilizou para esfregá-los.Veja<<strong>br</strong> />

o que acontece.<<strong>br</strong> />

Bastante entusiasmados, os jovens fizeram o que foi<<strong>br</strong> />

sugerido.<<strong>br</strong> />

Pág.02<<strong>br</strong> />

Olhar pag.24<<strong>br</strong> />

– E mais – ressaltou Patrícia – o canudo<<strong>br</strong> />

é atraído pelo papel higiênico que nós<<strong>br</strong> />

utilizamos para atritá-los.<<strong>br</strong> />

– Agora eu estou com mais dúvidas –<<strong>br</strong> />

disse Pedro. – Afinal, que força é essa que age à<<strong>br</strong> />

distância que ora repele e ora atrai os objetos?<<strong>br</strong> />

Patrícia, à bu<strong>sc</strong>a de uma explicação<<strong>br</strong> />

para as observações, foi à biblioteca pesquisar<<strong>br</strong> />

mais so<strong>br</strong>e o grande filósofo. Além de saber<<strong>br</strong> />

mais so<strong>br</strong>e o famoso matemático, acabou<<strong>br</strong> />

de<strong>sc</strong>o<strong>br</strong>indo muito so<strong>br</strong>e a eletricidade.<<strong>br</strong> />

Ao encontrar-se com Marcelo, Pedro e Tales,<<strong>br</strong> />

ela relatou suas de<strong>sc</strong>obertas.<<strong>br</strong> />

– Tales de Mileto (546 - 624 a.C.)<<strong>br</strong> />

morreu sem entender o que fazia o âmbar atrair<<strong>br</strong> />

objetos leves e esse mistério permaneceu por<<strong>br</strong> />

cerca de 2000 anos. Em meados de 1570,<<strong>br</strong> />

William Gilbert (1544 - 1603) observou que<<strong>br</strong> />

vários materiais, como vidro e pele de animal,<<strong>br</strong> />

entre outros, possuíam a mesma propriedade<<strong>br</strong> />

do âmbar. Como em grego âmbar sign<strong>if</strong>ica<<strong>br</strong> />

elektron, Gilbert denominou os materiais que se<<strong>br</strong> />

comportavam como o âmbar de elétricos,<<strong>br</strong> />

surgindo, assim, expressões como eletricidade.<<strong>br</strong> />

E Patrícia prosseguiu:<<strong>br</strong> />

– Mais tarde, Charles François Dufay<<strong>br</strong> />

(1602 - 1686) de<strong>sc</strong>o<strong>br</strong>iu que, enquanto alguns<<strong>br</strong> />

objetos atraíam-se, outros se repeliam quando<<strong>br</strong> />

friccionados, como aconteceu com os dois<<strong>br</strong> />

canudos que foram atritados com papel<<strong>br</strong> />

higiênico.<<strong>br</strong> />

Por muito tempo essas observações<<strong>br</strong> />

não passaram de truques de festas. Essa<<strong>br</strong> />

situação mod<strong>if</strong>icou-se bastante com o trabalho<<strong>br</strong> />

do inventor Benjamin Franklin (1706 - 1790), o<<strong>br</strong> />

qual acreditava que a eletricidade era um fluido<<strong>br</strong> />

muito leve, que faltava ou estaria em excesso<<strong>br</strong> />

nos corpos eletrizados. Ele sugeriu chamar o<<strong>br</strong> />

que ele julgou ser um excesso de fluido elétrico,<<strong>br</strong> />

de eletricidade positiva e a falta, de eletricidade<<strong>br</strong> />

negativa. Enunciou também a lei, agora<<strong>br</strong> />

conhecida como "conservação da carga<<strong>br</strong> />

elétrica", ou seja: a soma total das cargas<<strong>br</strong> />

elétricas dentro de uma região é constante.<<strong>br</strong> />

Essa teoria, embora hoje ultrapassada, estava<<strong>br</strong> />

bem próxima do que se comprovou mais tarde,<<strong>br</strong> />

com a de<strong>sc</strong>oberta do átomo.<<strong>br</strong> />

– Átomo??? Pat você está falando<<strong>br</strong> />

grego... Explique-se – disse Tales.<<strong>br</strong> />

– Átomo é a menor porção da matéria<<strong>br</strong> />

que caracteriza um elemento químico. Uma das<<strong>br</strong> />

maiores contribuições so<strong>br</strong>e sua constituição


foi dada no início do século XX, por Ernest Rutherford (1871 -<<strong>br</strong> />

1937) – explicou a garota. – Segundo ele, o átomo é semelhante ao<<strong>br</strong> />

sistema planetário, tendo um núcleo composto por partículas muito<<strong>br</strong> />

pequenas que são chamadas de prótons e de<<strong>br</strong> />

nêutrons, rodeados por elétrons que ficam<<strong>br</strong> />

girando em torno do núcleo, como tentei<<strong>br</strong> />

representar nesse desenho. As bolinhas<<strong>br</strong> />

amarelas simbolizam os elétrons, as bolinhas<<strong>br</strong> />

azuis, os prótrons e as bolinhas vermelhas, os<<strong>br</strong> />

nêutrons.<<strong>br</strong> />

Animada com sua explicação, Patrícia<<strong>br</strong> />

continuou:<<strong>br</strong> />

– Ah! Estava me esquecendo!<<strong>br</strong> />

Os prótons têm carga elétrica positiva;<<strong>br</strong> />

Os elétrons têm carga elétrica negativa;<<strong>br</strong> />

Os nêutrons não têm carga.<<strong>br</strong> />

Modelo atômico<<strong>br</strong> />

E tem mais, o átomo em seu estado natural (neutro) possui<<strong>br</strong> />

a mesma quantidade de prótons e elétrons. Bem! Essas foram as<<strong>br</strong> />

informações que consegui , mas mesmo com todas elas eu não sei<<strong>br</strong> />

explicar nossas observações – comentou Patrícia.<<strong>br</strong> />

– Posso fazer uma pergunta? – disse Tales, impaciente,<<strong>br</strong> />

e sem esperar a resposta, continuou. – Todos os objetos, como por<<strong>br</strong> />

exemplo essa cadeira é composta por átomos neutros?<<strong>br</strong> />

– Correto! Tales – disse Patrícia.<<strong>br</strong> />

– Pat, não fique desanimada – falou Pedro – porque as<<strong>br</strong> />

explicações para nossas questões não devem ser tão simples<<strong>br</strong> />

assim, sugiro e<strong>sc</strong>rever para o Luiz Antônio e dizer que observamos<<strong>br</strong> />

que ao atritar dois canudos com papel higiênico eles se afastaram<<strong>br</strong> />

e esses mesmos canudos atraem pedacinhos de papel.<<strong>br</strong> />

Resumindo, ora temos uma força de repulsão ora uma força de<<strong>br</strong> />

atração.<<strong>br</strong> />

Foi o que fizeram. A resposta do professor não tardou a<<strong>br</strong> />

chegar:<<strong>br</strong> />

Garotos, para facilitar o<<strong>br</strong> />

entendimento de vocês<<strong>br</strong> />

começarei a explicação pela<<strong>br</strong> />

atividade 02. Inicialmente, o<<strong>br</strong> />

canudo e o papel higiênico<<strong>br</strong> />

estão neutros, ou seja, os átomos<<strong>br</strong> />

que os compõem possuem, cada um, a mesma<<strong>br</strong> />

quantidade de elétrons e prótons.<<strong>br</strong> />

Porém, quando vocês atritaram o canudo<<strong>br</strong> />

com o pedaço de papel higiênico, alguns elétrons<<strong>br</strong> />

do papel e<strong>sc</strong>aparam e passaram para o canudo.<<strong>br</strong> />

Eles, então, ficaram com excesso de cargas<<strong>br</strong> />

negativas (mais elétrons do que protóns, em<<strong>br</strong> />

alguns átomos), ou seja, ficaram eletrizados<<strong>br</strong> />

negativamente. Já o papel<<strong>br</strong> />

perdeu cargas negativas,<<strong>br</strong> />

ficando com excesso de cargas<<strong>br</strong> />

positivas, ou seja, ficou<<strong>br</strong> />

eletrizado positivamente. Como<<strong>br</strong> />

essa eletrização ocorreu por<<strong>br</strong> />

friccição, chamamos esse<<strong>br</strong> />

processo de eletrização por<<strong>br</strong> />

atrito.<<strong>br</strong> />

Com essa explicação,<<strong>br</strong> />

concluimos que a força de<<strong>br</strong> />

repulsão, , surgiu porque os<<strong>br</strong> />

canudos, atritados com papel,<<strong>br</strong> />

passaram a apresentar cargas<<strong>br</strong> />

negativas em excesso. Supõese<<strong>br</strong> />

então, como hipótese que as<<strong>br</strong> />

cargas de mesmo sinal levam os<<strong>br</strong> />

canudos a se repelir.<<strong>br</strong> />

F R<<strong>br</strong> />

F R<<strong>br</strong> />

O mesmo não aconteceu<<strong>br</strong> />

quando vocês aproximaram o<<strong>br</strong> />

papel eletrizado positivamente<<strong>br</strong> />

do canudo eletrizado<<strong>br</strong> />

negativamente. Neste caso,<<strong>br</strong> />

criou-se uma força de atração,<<strong>br</strong> />

, , entre eles. Concluímos<<strong>br</strong> />

então, F.a<<strong>br</strong> />

que corpos com cargas<<strong>br</strong> />

de sinais opostos se atraem.<<strong>br</strong> />

F R<<strong>br</strong> />

F R<<strong>br</strong> />

F.a<<strong>br</strong> />

Agora vamos de<strong>sc</strong>rever o que<<strong>br</strong> />

ocorreu na atividade 01.<<strong>br</strong> />

Inicialmente os<<strong>br</strong> />

pedacinhos de papel estavam<<strong>br</strong> />

neutros, ao aproximar o canudo<<strong>br</strong> />

e l e t r i z a d o<<strong>br</strong> />

F R<<strong>br</strong> />

Pág.03


negativamente dos pedacinhos de papel, ele<<strong>br</strong> />

provocou uma separação de cargas, isto é,<<strong>br</strong> />

repeliu no papel as cargas negativas para a<<strong>br</strong> />

extremidade oposta e os átomos da<<strong>br</strong> />

extremidade próxima passaram a apresentar<<strong>br</strong> />

um excesso de cargas positivas, como<<strong>br</strong> />

mostra a figura abaixo.<<strong>br</strong> />

Note que houve apenas uma<<strong>br</strong> />

separação de cargas no papel, sendo assim<<strong>br</strong> />

ele ainda continua neutro. Como as cargas<<strong>br</strong> />

positivas do papel estão mais próximas do<<strong>br</strong> />

canudo, a força de atração deste so<strong>br</strong>e elas<<strong>br</strong> />

será maior que a força de repulsão so<strong>br</strong>e as<<strong>br</strong> />

cargas negativas mais afastadas. Por isso, os<<strong>br</strong> />

pedacinhos de papel grudaram no canudo.<<strong>br</strong> />

Vale lem<strong>br</strong>ar que, vários estudiosos<<strong>br</strong> />

do assunto durante muitos séculos fizeram<<strong>br</strong> />

vários experimentos com d<strong>if</strong>erentes<<strong>br</strong> />

materiais e foram pouco a pouco propondo<<strong>br</strong> />

explicações, ver<strong>if</strong>icando que elas não<<strong>br</strong> />

explicavam todas as observações, outros<<strong>br</strong> />

pesquisadores propunham novas idéias, até<<strong>br</strong> />

chegar às conclusões que de<strong>sc</strong>revi, que são<<strong>br</strong> />

aquelas hoje aceitas até hoje.<<strong>br</strong> />

– No que já li so<strong>br</strong>e o assunto, os autores ressaltam<<strong>br</strong> />

que não há criação nem destruição de cargas elétricas –<<strong>br</strong> />

lem<strong>br</strong>ou Patrícia, após ler o e-mail. – Como alguns elétrons<<strong>br</strong> />

podem se deslocar com certa facilidade (porque a força que os<<strong>br</strong> />

une aos protons não e tão forte) na eletrização do canudo,<<strong>br</strong> />

ocorreu apenas uma transferência de elétrons do papel para o<<strong>br</strong> />

canudo, permanecendo inalterada a soma das cargas<<strong>br</strong> />

elétricas do conjunto (canudo e papel). Como Benjamin<<strong>br</strong> />

Franklin já tinha dito há muitos e muitos anos atrás.<<strong>br</strong> />

– Patrícia! Será que agora eu posso falar? – perguntou<<strong>br</strong> />

Tales irritado. – Olhem que interessante, depois de algum<<strong>br</strong> />

tempo os pedacinhos de papel caem do canudo, vocês sabem<<strong>br</strong> />

explicar por que eles não continuam presos?<<strong>br</strong> />

Pág.04<<strong>br</strong> />

– Os papéis soltaram porque houve passagem<<strong>br</strong> />

de cargas negativas do canudo para os pedacinhos de<<strong>br</strong> />

papel, assim ambos ficaram com cargas negativas.<<strong>br</strong> />

Como cargas iguais se repelem os pedacinhos de papel<<strong>br</strong> />

saltaram do canudo – respondeu Pedro, com um livro<<strong>br</strong> />

na mão, onde encontrou a explicação para dúvida de<<strong>br</strong> />

Tales.<<strong>br</strong> />

– Legal! – exclamou Tales. – Você está<<strong>br</strong> />

aprendendo tudo direitinho!!!!<<strong>br</strong> />

Tales, <strong>br</strong>incando com um canudo eletrizado,<<strong>br</strong> />

encostou-o na parede (Atividade 03).<<strong>br</strong> />

CORPO ELETRIZADO ATRAI<<strong>br</strong> />

CORPO NEUTRO?<<strong>br</strong> />

ATIVIDADE 03<<strong>br</strong> />

Você vai precisar de: 1 canudo de plástico e<<strong>br</strong> />

papel higiênico.<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

- Atrite o canudo com<<strong>br</strong> />

um pedaço de papel<<strong>br</strong> />

higiênico. Em<<strong>br</strong> />

seguida, jogue-o na<<strong>br</strong> />

parede. O que acontece?<<strong>br</strong> />

Tales ficou espantado quando viu o canudo<<strong>br</strong> />

grudado na parede. Então, Pedro pediu que ele<<strong>br</strong> />

colocasse na parede um outro canudo que ainda não<<strong>br</strong> />

tivesse sido atritado com papel higiênico. Como<<strong>br</strong> />

resultado, observaram que o segundo canudo não<<strong>br</strong> />

aderia na parede. Antes de qualquer comentário, Pedro<<strong>br</strong> />

questionou o porquê daquilo, mas Tales não soube lhe<<strong>br</strong> />

responder. Ele insistiu para que o amigo tentasse pelo<<strong>br</strong> />

menos um palpite e sugeriu que começasse<<strong>br</strong> />

esquematizando o problema. E imediatamente ele<<strong>br</strong> />

pegou um papel e um lápis, lem<strong>br</strong>ando da explicação do<<strong>br</strong> />

Luiz Antônio so<strong>br</strong>e a atração dos pedacinhos de papel<<strong>br</strong> />

pelo canudo eletrizado.


– Ah! Com um desenho semelhante do Luiz Antônio, estou<<strong>br</strong> />

conseguindo entender o que está acontecendo – disse Tales. – O canudo<<strong>br</strong> />

eletrizado negativamente repeliu as cargas negativas na superfície da<<strong>br</strong> />

parede, fazendo com que alguns átomos, nela, próximos ao canudo<<strong>br</strong> />

ficassem com excesso de cargas positivas. Assim, a força de atração será<<strong>br</strong> />

maior do que a força de repulsão e, por isso, o canudo aderiu na parede.<<strong>br</strong> />

– Viu como basta apenas um pouco de persistência para<<strong>br</strong> />

entender aquilo que não compreendemos à primeira vista??? – falou<<strong>br</strong> />

Pedro.<<strong>br</strong> />

– Eh, mas você é "metido"!!! – <strong>br</strong>incou Patrícia.<<strong>br</strong> />

– Mas agora quem tem uma dúvida sou eu – disse Pedro. –<<strong>br</strong> />

Como se faz para saber que o corpo possui cargas elétricas?<<strong>br</strong> />

Ninguém soube responder e então procuraram o Luiz Antônio<<strong>br</strong> />

para perguntar.<<strong>br</strong> />

DETECTOR DE CARGAS<<strong>br</strong> />

‘’PÊNDULO ELETROSTÁTICO’’<<strong>br</strong> />

Você vai precisar de: 2 canudos de plástico sanfonados, linha, folha<<strong>br</strong> />

de alumínio, papel higiênico, isopor, fita adesiva e tesoura.<<strong>br</strong> />

2Agora - encoste o canudo atritado<<strong>br</strong> />

no di<strong>sc</strong>o de alumínio. Qual será<<strong>br</strong> />

então, o sentido do movimento do<<strong>br</strong> />

di<strong>sc</strong>o? Tentem explicar o ocorrido.<<strong>br</strong> />

Olhar pag.24<<strong>br</strong> />

Essa questão será e<strong>sc</strong>larecida com a<<strong>br</strong> />

construção de um aparelho chamado<<strong>br</strong> />

pêndulo eletrostático ou<<strong>br</strong> />

eletro<strong>sc</strong>ópio simples (Atividade 04).<<strong>br</strong> />

ATIVIDADE 04<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

- Do<strong>br</strong>e o canudo de modo que ele<<strong>br</strong> />

forme um L e fixe-o no isopor. Amarre<<strong>br</strong> />

um fio com 20 cm de comprimento na<<strong>br</strong> />

extremidade do canudo e, em seguida,<<strong>br</strong> />

fixe um pequeno di<strong>sc</strong>o de alumínio na<<strong>br</strong> />

ponta do fio .<<strong>br</strong> />

Atrite um canudo com papel higiênico e<<strong>br</strong> />

aproxime-o do di<strong>sc</strong>o de alumínio, mas<<strong>br</strong> />

sem tocá-lo. Observe o movimento do<<strong>br</strong> />

di<strong>sc</strong>o.<<strong>br</strong> />

Mais uma vez os garotos foram<<strong>br</strong> />

executar a tarefa proposta no site.<<strong>br</strong> />

Reuniram-se na casa do<<strong>br</strong> />

Marcelo para montar o pêndulo e o local<<strong>br</strong> />

passou a ser o ponto de encontro deles,<<strong>br</strong> />

pela comodidade de ter um quarto<<strong>br</strong> />

desocupado no fundo da casa.<<strong>br</strong> />

– Que barato! O canudo atrai o<<strong>br</strong> />

di<strong>sc</strong>o. Olhem! Agora o di<strong>sc</strong>o está fugindo<<strong>br</strong> />

do canudo. Vocês sabem me explicar o<<strong>br</strong> />

que está ocorrendo? – gritou Tales.<<strong>br</strong> />

Pedro, muito cauteloso, pediu a<<strong>br</strong> />

Tales que aproximasse um canudo<<strong>br</strong> />

neutro (que não tivesse sido atritado) do<<strong>br</strong> />

di<strong>sc</strong>o e só depois diria alguma coisa.<<strong>br</strong> />

– Muito bem! – disse Pedro. –<<strong>br</strong> />

Procurei ler um pouco so<strong>br</strong>e esse<<strong>br</strong> />

assunto em um livro de física e, de<strong>sc</strong>o<strong>br</strong>i<<strong>br</strong> />

que seria impossível aprender tudo<<strong>br</strong> />

sozinho. Mas, por sorte, eu encontrei a<<strong>br</strong> />

explicação para esse fenômeno.<<strong>br</strong> />

Pedro fez um esquema.<<strong>br</strong> />

– Quando aproximamos o<<strong>br</strong> />

canudo eletrizado negativamente do<<strong>br</strong> />

di<strong>sc</strong>o de alumínio, as cargas se separam<<strong>br</strong> />

na superfície do di<strong>sc</strong>o, tal como no caso<<strong>br</strong> />

da parede. O canudo eletrizado<<strong>br</strong> />

negativamente repele as cargas<<strong>br</strong> />

negativas existentes no di<strong>sc</strong>o, criando<<strong>br</strong> />

assim uma região com cargas positivas<<strong>br</strong> />

próxima ao canudo e uma região oposta<<strong>br</strong> />

com cargas negativas.<<strong>br</strong> />

Pág.05


Como as cargas positivas estão mais próximas<<strong>br</strong> />

do canudo, a força de atração será maior do que<<strong>br</strong> />

a força de repulsão, causada pelas cargas<<strong>br</strong> />

negativas, por isso o di<strong>sc</strong>o é atraído pelo<<strong>br</strong> />

canudo.<<strong>br</strong> />

– Pedro! Pode deixar que agora eu<<strong>br</strong> />

explico o porquê do di<strong>sc</strong>o ser repelido pelo<<strong>br</strong> />

canudo – disse Marcelo, que até o momento só<<strong>br</strong> />

tinha observado as di<strong>sc</strong>ussões.<<strong>br</strong> />

– Quando o di<strong>sc</strong>o toca o canudo, ocorre<<strong>br</strong> />

uma passagem de cargas negativas do canudo<<strong>br</strong> />

para ele. Assim, o di<strong>sc</strong>o fica com excesso de<<strong>br</strong> />

cargas negativas e, como ambos estão<<strong>br</strong> />

carregados negativamente, eles se repelem. O<<strong>br</strong> />

canudo continua negativo porque possui<<strong>br</strong> />

excesso de elétrons e mesmo perdendo alguns<<strong>br</strong> />

para o di<strong>sc</strong>o ainda continua eletrizado<<strong>br</strong> />

negativamente.<<strong>br</strong> />

– Gente! – Patrícia chamou a atenção<<strong>br</strong> />

dos colegas. – Eu estava pensando, será que<<strong>br</strong> />

esse é o único aparelho que detecta cargas?<<strong>br</strong> />

Como ninguém sabia responder, ela se<<strong>br</strong> />

propôs a procurar a resposta e trazê-la no dia<<strong>br</strong> />

seguinte. E assim ela fez, levou todo o esquema<<strong>br</strong> />

para a construção de um aparelho chamado<<strong>br</strong> />

eletro<strong>sc</strong>ópio de folhas e comentou:<<strong>br</strong> />

– O inventor do eletro<strong>sc</strong>ópio de folhas foi<<strong>br</strong> />

Francis Hausksbee em meados de 1700. A<<strong>br</strong> />

montagem que o livro sugeriu é bastante<<strong>br</strong> />

simples. Antes que me perguntem, há outros<<strong>br</strong> />

bons detectores de cargas, como por exemplo o<<strong>br</strong> />

eletrômetro.<<strong>br</strong> />

Logo que Patrícia terminou sua<<strong>br</strong> />

explicação começaram a montar o<<strong>br</strong> />

Experimento (Atividade 05).<<strong>br</strong> />

Pág.06<<strong>br</strong> />

DETETOR DE CARGAS<<strong>br</strong> />

“ELETROSCÓPIO DE FOLHAS”<<strong>br</strong> />

Você vai precisar de: 13 cm de arame fino, 1 cm de fio de<<strong>br</strong> />

co<strong>br</strong>e (número 28), folha de alumínio, um vidro, 1 bolinha<<strong>br</strong> />

de isopor, adesivo epóxi, 1 canudo de plástico e papel<<strong>br</strong> />

higiênico.<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

- Atrite o canudo<<strong>br</strong> />

com um pedaço de<<strong>br</strong> />

papel higiênico e<<strong>br</strong> />

aproxime e afaste o<<strong>br</strong> />

canudo da esfera, sem<<strong>br</strong> />

tocá-la. Observe o que<<strong>br</strong> />

acontece com as tiras de<<strong>br</strong> />

alumínio.<<strong>br</strong> />

ATIVIDADE 05<<strong>br</strong> />

1Faça - um furo na tampa do vidro com<<strong>br</strong> />

a mesma espessura do arame.<<strong>br</strong> />

Do<strong>br</strong>e-o na forma de um gancho,<<strong>br</strong> />

fixe-o na tampa com adesivo epóxi e<<strong>br</strong> />

espere a cola secar. Corte duas tiras<<strong>br</strong> />

finas de papel alumínio de 3 cm de<<strong>br</strong> />

comprimento e prenda-as com o fio<<strong>br</strong> />

co<strong>br</strong>e. Depois que a cola estiver seca,<<strong>br</strong> />

coloque as tiras de papel alumínio no<<strong>br</strong> />

gancho. Tampe o vidro. Por último,<<strong>br</strong> />

encape uma bola de isopor com papel<<strong>br</strong> />

alumínio e fixe-a no arame.<<strong>br</strong> />

3Agora - encoste o<<strong>br</strong> />

canudo eletrizado<<strong>br</strong> />

na esfera. Observe<<strong>br</strong> />

o que acontece com as<<strong>br</strong> />

tiras de alumínio.<<strong>br</strong> />

Olhar pag.24


No começo eles tiveram alguns problemas<<strong>br</strong> />

com a montagem do eletro<strong>sc</strong>ópio, pois o fra<strong>sc</strong>o<<strong>br</strong> />

estava úmido, consequentemente o ar no seu interior<<strong>br</strong> />

tornou-se condutor impedindo que as tiras de folhas<<strong>br</strong> />

de alumínio se afastassem, mas com persistência<<strong>br</strong> />

conseguiram fazê-lo funcionar.<<strong>br</strong> />

Perceberam que as tiras de papel de<<strong>br</strong> />

alumínio afastavam-se umas das outras, ao<<strong>br</strong> />

aproximar ou encostar o canudo eletrizado na esfera<<strong>br</strong> />

encapada com alumínio.<<strong>br</strong> />

Marcelo comentou que tinha visto aquele<<strong>br</strong> />

aparelho em uma feira de ciência na e<strong>sc</strong>ola e foi logo<<strong>br</strong> />

explicando o funcionamento do eletro<strong>sc</strong>ópio.<<strong>br</strong> />

– É simples! Quando aproximamos o canudo<<strong>br</strong> />

eletrizado negativamente à esfera, as cargas<<strong>br</strong> />

negativas da esfera são repelidas e acumulam-se nas<<strong>br</strong> />

tiras de alumínio. A esfera então apresenta excesso<<strong>br</strong> />

de cargas positivas e as tiras excesso de cargas<<strong>br</strong> />

negativas. Como as duas tiras ficam eletrizadas com<<strong>br</strong> />

cargas iguais, elas se repelem.<<strong>br</strong> />

É interessante notar que, ao afastar o canudo<<strong>br</strong> />

eletrizado do eletro<strong>sc</strong>ópio, as tiras juntam-se<<strong>br</strong> />

novamente, porque as cargas se redistribuem<<strong>br</strong> />

voltando às posições anteriores à aproximação do<<strong>br</strong> />

canudo . Entendeu?<<strong>br</strong> />

Após a pergunta o garoto continuou sem<<strong>br</strong> />

esperar a resposta dos colegas:<<strong>br</strong> />

– Já quando encostamos o canudo eletrizado<<strong>br</strong> />

negativamente na esfera, cargas negativas do<<strong>br</strong> />

canudo são transferidas para ela. Com isso, tanto a<<strong>br</strong> />

esfera quanto as tiras ficam com excesso de cargas<<strong>br</strong> />

negativas e, conseqüentemente, as tiras se<<strong>br</strong> />

separarão. Observe que afastando o canudo, as tiras<<strong>br</strong> />

continuam separadas porque eletrizamos o<<strong>br</strong> />

eletro<strong>sc</strong>ópio por contato, isto é, houve transferência<<strong>br</strong> />

de carga do canudo para a esfera e dela para as tiras de<<strong>br</strong> />

alumínio.<<strong>br</strong> />

Marcelo então complementa:<<strong>br</strong> />

– Quando me explicaram na feira de ciências eu não<<strong>br</strong> />

tinha entendido, mas agora com tudo que já aprendemos<<strong>br</strong> />

posso compreender o que me falaram.<<strong>br</strong> />

Pedro, muito curioso e interessado, perguntou a<<strong>br</strong> />

Marcelo:<<strong>br</strong> />

– Mas depois que o eletro<strong>sc</strong>ópio estiver eletrizado, o<<strong>br</strong> />

que eu faço para as tiras se juntarem novamente?<<strong>br</strong> />

– É simples, basta encostar a mão na esfera.<<strong>br</strong> />

– Marcelo você poderia explicar melhor? – pediu<<strong>br</strong> />

Patrícia.<<strong>br</strong> />

– Claro! Quando vocês encostam a mão na esfera<<strong>br</strong> />

eletrizada, os elétrons em excesso, e<strong>sc</strong>oam pelo seu corpo<<strong>br</strong> />

até a Terra, assim a esfera fica neutra.<<strong>br</strong> />

– A Terra ficará eletrizada? – estranhou Tales.<<strong>br</strong> />

– Não – respondeu Marcelo. – Como o planeta Terra<<strong>br</strong> />

possui uma enorme superfície, o efeito das mesmas torna-se<<strong>br</strong> />

imperceptível, pois o excesso de cargas vai se espalhar por<<strong>br</strong> />

toda a superfície da Terra.<<strong>br</strong> />

– Ah! Agora eu vou te pegar – disse Pedro,<<strong>br</strong> />

desafiando Marcelo. – Como eu neutralizaria o eletro<strong>sc</strong>ópio<<strong>br</strong> />

se ele estivesse eletrizado positivamente?<<strong>br</strong> />

– Da mesma forma, encostando a mão na esfera<<strong>br</strong> />

mas, nesse caso, os elétrons livres da Terra passariam<<strong>br</strong> />

através do seu corpo até a esfera, neutralizando-a –<<strong>br</strong> />

respondeu Marcelo, todo confiante.<<strong>br</strong> />

– Marcelo, com esse eletro<strong>sc</strong>ópio podemos<<strong>br</strong> />

determinar o sinal da carga de um objeto eletrizado? –<<strong>br</strong> />

perguntou Patrícia.<<strong>br</strong> />

– Podemos sim – explicou ele. Como exemplo,<<strong>br</strong> />

vamos eletrizar um canudo de plástico com papel higiênico,<<strong>br</strong> />

afinal já sabemos que o canudo fica eletrizado<<strong>br</strong> />

negativamente. Em seguida encostaremos o canudo na<<strong>br</strong> />

esfera encapada com alumínio. Assim estaremos eletrizando<<strong>br</strong> />

negativamente o eletro<strong>sc</strong>ópio, por contato.<<strong>br</strong> />

Faremos dois testes: primeiro aproximaremos um<<strong>br</strong> />

canudo do eletro<strong>sc</strong>ópio eletrizado com excesso de cargas<<strong>br</strong> />

negativas na esfera do aparelho.<<strong>br</strong> />

Pág.07


Percebem que as tiras se afastam ainda<<strong>br</strong> />

mais? – disse Marcelo fazendo uma<<strong>br</strong> />

demonstração. – As cargas negativas que estão<<strong>br</strong> />

na esfera tendem a ficar o mais distante possível<<strong>br</strong> />

do canudo, acumulando-se nas tiras. Recebendo<<strong>br</strong> />

mais cargas as tiras se afastam mais, pois a força<<strong>br</strong> />

de repulsão aumenta como procuraremos<<strong>br</strong> />

entender com outra experiência.<<strong>br</strong> />

Agora, vejamos o que acontece com as<<strong>br</strong> />

tiras do eletro<strong>sc</strong>ópio, quando aproximamos da<<strong>br</strong> />

esfera um bastão de vidro que foi eletrizado com<<strong>br</strong> />

papel higiênico.<<strong>br</strong> />

– As tiras ficaram mais próximas – falou<<strong>br</strong> />

Patrícia, após a demonstração de Marcelo.<<strong>br</strong> />

– Por que isso aconteceu? – perguntou<<strong>br</strong> />

Tales.<<strong>br</strong> />

– Veja bem! O bastão de vidro fica<<strong>br</strong> />

eletrizado positivamente e atrai mais cargas<<strong>br</strong> />

negativas para a esfera. Com isso as tiras ficaram<<strong>br</strong> />

com menos cargas negativas e,<<strong>br</strong> />

consequentemente a força de repulsão entre elas<<strong>br</strong> />

diminui e elas aproximam-se – respondeu<<strong>br</strong> />

Marcelo.<<strong>br</strong> />

– Eu tenho uma dúvida! – exclamou<<strong>br</strong> />

Pedro. – É possível um canudo plástico eletrizarse<<strong>br</strong> />

positivamente?<<strong>br</strong> />

– Isso eu não sei responder, vamos<<strong>br</strong> />

e<strong>sc</strong>rever para o Luiz Antônio e fazer essa<<strong>br</strong> />

pergunta – sugeriu Marcelo.<<strong>br</strong> />

Pág,08<<strong>br</strong> />

Um mesmo objeto<<strong>br</strong> />

poderá eletrizar-se por<<strong>br</strong> />

atrito positivamente ou<<strong>br</strong> />

negativamente<<strong>br</strong> />

depedendo do material<<strong>br</strong> />

com o qual foi atritado.<<strong>br</strong> />

Por exemplo: o canudo de plástico quando<<strong>br</strong> />

atritado com o papel, fica eletrizado<<strong>br</strong> />

negativamente. Já o bastão de vidro quando<<strong>br</strong> />

atritado com o papel, fica eletrizado<<strong>br</strong> />

positivamente. Isso ocorre porque o papel<<strong>br</strong> />

cede elétrons para uns e retira elétrons de<<strong>br</strong> />

outros.<<strong>br</strong> />

Por volta de 1760, J.C. Wilcke<<strong>br</strong> />

observou que os materiais poderiam ser<<strong>br</strong> />

dispostos em uma seqüência em função de<<strong>br</strong> />

sua capacidade de ganhar ou perder<<strong>br</strong> />

elétrons, como está representado abaixo.<<strong>br</strong> />

Série Triboelétrica:<<strong>br</strong> />

Vidro<<strong>br</strong> />

Mica<<strong>br</strong> />

Lã<<strong>br</strong> />

Madeira<<strong>br</strong> />

Papel<<strong>br</strong> />

Âmbar<<strong>br</strong> />

Plástico<<strong>br</strong> />

Atritando esses materiais entre si,<<strong>br</strong> />

ver<strong>if</strong>ica-se que os materiais que estiverem<<strong>br</strong> />

mais acima na série, ficarão eletrizados<<strong>br</strong> />

positivamente (perderão elétrons para o<<strong>br</strong> />

outro), quando atritados com qualquer outro<<strong>br</strong> />

que o segue e, ficará eletrizado<<strong>br</strong> />

negativamente (recebe elétrons do outro) ao<<strong>br</strong> />

ser atritado com aqueles que os precedem.<<strong>br</strong> />

Tomemos como exemplo o papel: quando<<strong>br</strong> />

atritado com o canudo de plástico, fica<<strong>br</strong> />

eletrizado positivamente, ou seja, o papel<<strong>br</strong> />

doa elétrons para o canudo. O contrário<<strong>br</strong> />

acontece quando o papel é atritado com<<strong>br</strong> />

vidro, ele fica eletrizado negativamente, ou<<strong>br</strong> />

seja, rouba elétrons do vidro.<<strong>br</strong> />

Essa seqüência é chamada de triboelétrica.


Assim que leram a explicação<<strong>br</strong> />

vinda do site, Pedro fez uma pergunta.<<strong>br</strong> />

– Nós aprendemos a eletrizar um<<strong>br</strong> />

objeto, por atrito e por contato, será que<<strong>br</strong> />

existe outro processo de eletrização ?<<strong>br</strong> />

– Eu estou tão cansada que não<<strong>br</strong> />

consigo mais pensar, vamos pensar<<strong>br</strong> />

nisso amanhã – falou Patrícia, com a<<strong>br</strong> />

bolsa na mão a caminho da porta.<<strong>br</strong> />

– Concordo com a Patrícia –<<strong>br</strong> />

disse Marcelo.<<strong>br</strong> />

– Eu não acredito! – exclamou<<strong>br</strong> />

Pedro, revoltado.<<strong>br</strong> />

Mesmo insistindo muito, Pedro<<strong>br</strong> />

não conseguiu convencê-los a ficar. No<<strong>br</strong> />

dia seguinte, ele foi o primeiro a chegar<<strong>br</strong> />

na casa de Marcelo, tal era sua<<strong>br</strong> />

empolgação. Começaram a di<strong>sc</strong>ussão,<<strong>br</strong> />

mas depois de um tempo perceberam<<strong>br</strong> />

que o melhor a fazer era encaminhar a<<strong>br</strong> />

pergunta para o site.<<strong>br</strong> />

Existem<<strong>br</strong> />

várias<<strong>br</strong> />

formas de<<strong>br</strong> />

eletrizar<<strong>br</strong> />

um objeto.<<strong>br</strong> />

Mas, agora<<strong>br</strong> />

irei propor a atividade 06<<strong>br</strong> />

que ilustra o processo<<strong>br</strong> />

chamado “eletrização por<<strong>br</strong> />

indução".<<strong>br</strong> />

ELETRIZAÇÃO POR<<strong>br</strong> />

INDUÇÃO<<strong>br</strong> />

Você vai precisar de: Cartolina, 1 tira de papel de seda, 2<<strong>br</strong> />

canudos de plástico, isopor, cola <strong>br</strong>anca, fita adesiva,<<strong>br</strong> />

tesoura e papel higiênico.<<strong>br</strong> />

2-<<strong>br</strong> />

Depois, atrite outro canudo<<strong>br</strong> />

com papel higiênico e<<strong>br</strong> />

aproxime-o do lado contrário<<strong>br</strong> />

de onde foi colada a tira de papel de<<strong>br</strong> />

seda sem encostar na cartolina.<<strong>br</strong> />

Dizemos que o canudo é o indutor e o<<strong>br</strong> />

papel de seda vão ser eletrizado por<<strong>br</strong> />

indução. Nestas condições observem<<strong>br</strong> />

o que ocorre com a tira de papel de<<strong>br</strong> />

seda. Tente explicar o ocorrido.<<strong>br</strong> />

4Depois - afaste o dedo e em<<strong>br</strong> />

seguida, afaste o canudo.<<strong>br</strong> />

Observe agora o que acontece<<strong>br</strong> />

com a tira de papel de seda. Tente<<strong>br</strong> />

explicar cada fase desta experiência.<<strong>br</strong> />

Olhar pag.24<<strong>br</strong> />

ATIVIDADE 06<<strong>br</strong> />

1Corte - uma cartolina na forma<<strong>br</strong> />

de um quadrado (7x7) cm. Em<<strong>br</strong> />

seguida, cole uma tira de<<strong>br</strong> />

papel de seda bem fina na<<strong>br</strong> />

extremidade superior do<<strong>br</strong> />

quadrado. Pregue essa cartolina<<strong>br</strong> />

em um canudo e depois fixe-o em<<strong>br</strong> />

uma base (por exemplo, um<<strong>br</strong> />

pedaço de isopor ou outro<<strong>br</strong> />

material que seja um bom<<strong>br</strong> />

isolante).<<strong>br</strong> />

3<<strong>br</strong> />

- Mantendo o canudo,<<strong>br</strong> />

sempre próximo de<<strong>br</strong> />

quadrado na mesma<<strong>br</strong> />

posição, encoste o dedo na<<strong>br</strong> />

parte da frente da cartolina. O<<strong>br</strong> />

que ocorre com a tira de papel<<strong>br</strong> />

de seda?<<strong>br</strong> />

Pág,09


– Oh! – exclamou Tales, encantado. – A tira<<strong>br</strong> />

permanece levantada, mesmo depois que eu afastei o<<strong>br</strong> />

canudo. Mas eu não entendi esse processo de<<strong>br</strong> />

eletrização! O que aconteceria se eu tirasse primeiro o<<strong>br</strong> />

canudo e depois o dedo?<<strong>br</strong> />

– A forma mais simples de você de<strong>sc</strong>o<strong>br</strong>ir é<<strong>br</strong> />

fazendo – comentou Pedro.<<strong>br</strong> />

– É pra já – falou Tales com o canudo na mão.<<strong>br</strong> />

Tales logo de<strong>sc</strong>o<strong>br</strong>iu que a tira não se levantava.<<strong>br</strong> />

– Vamos pensar! – disse Pedro, fazendo<<strong>br</strong> />

esquemas. – Quando aproximamos o canudo do pedaço<<strong>br</strong> />

de cartolina estamos criando duas regiões, uma região<<strong>br</strong> />

com cargas positivas, a face do quadrado próxima à do<<strong>br</strong> />

canudo, e a outra face oposta do quadrado com cargas<<strong>br</strong> />

negativas. A força elétrica do canudo eletrizado<<strong>br</strong> />

negativamente provoca essa separação de cargas.<<strong>br</strong> />

Como o papel de seda adquire a mesma carga (por<<strong>br</strong> />

contato) da face da cartolina na qual esta está em contato,<<strong>br</strong> />

ela é repelida.<<strong>br</strong> />

Quando colocamos o dedo na parte da cartolina<<strong>br</strong> />

com excesso de elétrons, as cargas negativas se<<strong>br</strong> />

e<strong>sc</strong>oarão por ele, pois o canudo as repelirão para que<<strong>br</strong> />

fiquem bem longe. Nosso corpo se presta a isso levando<<strong>br</strong> />

as cargas negativas em excesso para o chão. Depois que<<strong>br</strong> />

afastamos o dedo, elas não poderão mais retornar à<<strong>br</strong> />

cartolina.<<strong>br</strong> />

A seguir, a face da cartolina que perdeu elétrons<<strong>br</strong> />

também fica eletrizada positivamente porque a há uma<<strong>br</strong> />

redistribuição de cargas. Vale lem<strong>br</strong>ar que são os elétrons<<strong>br</strong> />

que se movem para que isto aconteça. Como cargas de<<strong>br</strong> />

mesma natureza se repelem, a tira se afasta da cartolina<<strong>br</strong> />

como mostra a figura.<<strong>br</strong> />

Pag.10<<strong>br</strong> />

– Um desenho sempre ajuda a entender<<strong>br</strong> />

melhor o processo – comentou Pedro.<<strong>br</strong> />

– Temos que concordar, afinal você resolveu o<<strong>br</strong> />

problema sem precisar recorrer ao Luiz Antônio. Mas<<strong>br</strong> />

vamos recorrer ao site para ver<strong>if</strong>icar se sua explicação<<strong>br</strong> />

está correta – disse Marcelo.<<strong>br</strong> />

Todos concordaram.<<strong>br</strong> />

Parabéns. As suas<<strong>br</strong> />

conclusões estão<<strong>br</strong> />

corretas. O caminho é<<strong>br</strong> />

justamente esse.<<strong>br</strong> />

Sempre que vocês<<strong>br</strong> />

tiverem uma situação<<strong>br</strong> />

nova que não saibam resolver, di<strong>sc</strong>utam<<strong>br</strong> />

o problema esquematizando-o. Agora eu<<strong>br</strong> />

gostaria que vocês, fazendo uma<<strong>br</strong> />

pesquisa bibliográfica, respondessem as<<strong>br</strong> />

seguintes perguntas:<<strong>br</strong> />

1-<<strong>br</strong> />

Quem é mais pesado o próton ou o<<strong>br</strong> />

elétron?<<strong>br</strong> />

2-<<strong>br</strong> />

3-<<strong>br</strong> />

4-<<strong>br</strong> />

Qual o valor da carga do elétron?<<strong>br</strong> />

Quem a mediu?<<strong>br</strong> />

Por que se diz que toda carga é<<strong>br</strong> />

quantizada?<<strong>br</strong> />

– É pessoal! – disse Marcelo depois de ler o email.<<strong>br</strong> />

– Teremos que ir até à biblioteca, e depois<<strong>br</strong> />

podemos passar na soverteria, o que acham?<<strong>br</strong> />

– Estou pronto, quando partimos? –<<strong>br</strong> />

perguntou Tales, afinal tinham dito a palavra mágica<<strong>br</strong> />

“sorvete”.<<strong>br</strong> />

Na biblioteca, Patrícia obteve as respostas<<strong>br</strong> />

com facilidade e explicou para os colegas:<<strong>br</strong> />

– Aqui estão as respostas que procuramos !<<strong>br</strong> />

Patrícia toda empolgada leu uma a uma.


1)<<strong>br</strong> />

-27<<strong>br</strong> />

A massa do próton é 1,7 x 10 kg e a massa do<<strong>br</strong> />

-31<<strong>br</strong> />

elétron é 9,1 x 10 kg. Como vocês podem perceber a<<strong>br</strong> />

massa do próton é muito maior, cerca de 2000 vezes<<strong>br</strong> />

maior do que a massa do elétron.<<strong>br</strong> />

2) e,<<strong>br</strong> />

O valor da carga do elétron, é dada por:<<strong>br</strong> />

-19<<strong>br</strong> />

(e = 1,6 x 10 C)<<strong>br</strong> />

A carga do elétron é a menor quantidade de carga<<strong>br</strong> />

detectável experimentalmente.. A unidade para medir<<strong>br</strong> />

carga, o Coulomb, representada por C, foi criada em<<strong>br</strong> />

homenagem ao físico francês, Charles Augustin<<strong>br</strong> />

Coulomb (1736 - 1806), pois ele conseguiu<<strong>br</strong> />

determinar a fórmula para calcular a intensidade da<<strong>br</strong> />

força elétrica entre corpos eletrizados.<<strong>br</strong> />

3) O valor da carga do elétron também denominada<<strong>br</strong> />

carga elementar foi medido em 1911 pelo físico norteamericano<<strong>br</strong> />

Robert Andrews Millikan (1868 - 1953).<<strong>br</strong> />

4) Um canudo eletrizado possui um número de<<strong>br</strong> />

cargas em excesso que é sempre um múltiplo inteiro<<strong>br</strong> />

do valor da carga do elétron, por isso dizemos que a<<strong>br</strong> />

carga elétrica é quantizada sempre que a carga<<strong>br</strong> />

elétrica de um objeto varia (aumenta ou diminui) essa<<strong>br</strong> />

variação se observa por um número inteiro de<<strong>br</strong> />

elétrons. Por exemplo, quando atritamos um objeto<<strong>br</strong> />

tiramos ou liberamos um número inteiro de elétrons.<<strong>br</strong> />

E pode ser calculada da seguinte forma:<<strong>br</strong> />

Q = N.e<<strong>br</strong> />

Sendo e a carga do elétron, N um número inteiro<<strong>br</strong> />

qualquer, isto é, N = 1000, 2000, 3000... Esse fato foi<<strong>br</strong> />

comprovado por Millikan quando mediu a carga do<<strong>br</strong> />

elétron.<<strong>br</strong> />

Marcelo muito atento na explicação da<<strong>br</strong> />

colega, mal pôde esperar Patrícia terminar sua<<strong>br</strong> />

explicação para perguntar:<<strong>br</strong> />

– Qual é a fórmula de<strong>sc</strong>oberta por Coulomb<<strong>br</strong> />

que calcula a intensidade da força elétrica?<<strong>br</strong> />

– Não sei – falou Patrícia. – Mas podemos<<strong>br</strong> />

e<strong>sc</strong>rever para o Luiz Antônio contando que<<strong>br</strong> />

conseguimos responder todas as suas perguntas e<<strong>br</strong> />

depois aproveitamos para fazer a pergunta de<<strong>br</strong> />

Marcelo.<<strong>br</strong> />

– Boa idéia! – disse Marcelo.<<strong>br</strong> />

O e<strong>sc</strong>larecimento para<<strong>br</strong> />

essa dúvida será dado<<strong>br</strong> />

gradativamente. Estou<<strong>br</strong> />

enviando uma atividade<<strong>br</strong> />

para que vocês possam,<<strong>br</strong> />

depois de realizá-la,<<strong>br</strong> />

concluir se a força elétrica<<strong>br</strong> />

depende da quantidade de cargas<<strong>br</strong> />

existentes no material eletrizado.<<strong>br</strong> />

FORÇA DE COULOMB<<strong>br</strong> />

ATIVIDADE 07<<strong>br</strong> />

Você vai precisar de: 2 canudos de plástico,<<strong>br</strong> />

linha e papel higiênico.<<strong>br</strong> />

2Atrite - somente metade<<strong>br</strong> />

dos canudos separadamente<<strong>br</strong> />

com um pedaço<<strong>br</strong> />

de papel higiênico.<<strong>br</strong> />

S<strong>usp</strong>enda-os e observe a<<strong>br</strong> />

distância entre os canudos<<strong>br</strong> />

(ângulo que farão entre si)..<<strong>br</strong> />

1-<<strong>br</strong> />

Em cada<<strong>br</strong> />

extremidade da<<strong>br</strong> />

linha, amarre um<<strong>br</strong> />

canu do.<<strong>br</strong> />

3Agora - atrite os<<strong>br</strong> />

canudos por inteiro.<<strong>br</strong> />

Em seguida,<<strong>br</strong> />

s<strong>usp</strong>enda-os e observe a<<strong>br</strong> />

nova separação dos<<strong>br</strong> />

canudos.<<strong>br</strong> />

Pag.11


– Já sei, o que o Luiz Antônio gostaria que observássemos – explicou Pedro. – A força de repulsão depende da<<strong>br</strong> />

quantidade de cargas em excesso. Afinal, os canudos que foram atritados pela metade, afastaram-se menos do que os<<strong>br</strong> />

atritados por inteiro porque têm menos cargas em excesso.<<strong>br</strong> />

– É verdade! – exclamou Patrícia. – Agora nós devemos enviar um e-mail para o Luiz Antônio contando essas<<strong>br</strong> />

conclusões.<<strong>br</strong> />

– É pra já! – disse Marcelo, em frente ao computador.<<strong>br</strong> />

A sua conclusão está correta. Agora eu tenho um novo desafio! Será que essa<<strong>br</strong> />

força elétrica depende da distância entre as cargas elétricas? Para responderem<<strong>br</strong> />

essa pergunta sugiro uma outra atividade.<<strong>br</strong> />

FORÇA DE COULOMB<<strong>br</strong> />

Você vai precisar de: 2 canudos de plástico, linha e papel higiênico.<<strong>br</strong> />

Pag.12<<strong>br</strong> />

1Amarre - um canudo na ponta da linha e atrite-o<<strong>br</strong> />

com um pedaço de papel higiênico. S<strong>usp</strong>enda-o.<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

- Em seguida, aproxime<<strong>br</strong> />

deste, um outro canudo<<strong>br</strong> />

eletrizado a uma distância de<<strong>br</strong> />

aproximadamente 3 cm,<<strong>br</strong> />

mantendo-os sempre a essa<<strong>br</strong> />

distânicia. Observe o que ocorre<<strong>br</strong> />

com o canudo que está preso à<<strong>br</strong> />

linha. Preste atenção no ângulo<<strong>br</strong> />

que a linha faz com a vertical!<<strong>br</strong> />

3Agora, - afaste o<<strong>br</strong> />

canudo não<<strong>br</strong> />

pendurado a uma<<strong>br</strong> />

d i s t â n c i a d e<<strong>br</strong> />

aproximadamente 15 cm.<<strong>br</strong> />

Observe o que ocorre<<strong>br</strong> />

com o canudo que está<<strong>br</strong> />

preso a linha.<<strong>br</strong> />

ATIVIDADE 08<<strong>br</strong> />

Logo após lerem o e-mail, começaram a executar as tarefas propostas no site.<<strong>br</strong> />

– Olhem que barato! – disse Marcelo, chamando a atenção dos colegas. – Conforme eu aumento a distância<<strong>br</strong> />

entre os canudos, a força de repulsão diminui, pois o canudo pendurado fica mais próximo da vertical.<<strong>br</strong> />

– Vamos contar para o Luiz Antônio que de<strong>sc</strong>o<strong>br</strong>imos que a força elétrica depende também da distância entre as<<strong>br</strong> />

cargas elétricas! – exclamou Tales.


– Calma, calma! – disse Pedro. – Antes, vamos<<strong>br</strong> />

tentar de<strong>sc</strong>o<strong>br</strong>ir a intensidade da força elétrica. Afinal,<<strong>br</strong> />

não era essa a nossa dúvida inicial?<<strong>br</strong> />

Pensaram, pensaram... Por um bom tempo<<strong>br</strong> />

porém não conseguiram equacionar a dependência da<<strong>br</strong> />

força elétrica com a quantidade de cargas em excesso<<strong>br</strong> />

e a distância entre elas, de<strong>sc</strong>o<strong>br</strong>iram apenas que a<<strong>br</strong> />

distâncias maiores a força de repulsão é menor. Então,<<strong>br</strong> />

procuraram o Luiz Antônio para pedir ajuda.<<strong>br</strong> />

matemática:<<strong>br</strong> />

F=kQq<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

Ir<<strong>br</strong> />

Todas essas<<strong>br</strong> />

observações<<strong>br</strong> />

são resumidas<<strong>br</strong> />

e m u m a<<strong>br</strong> />

expressão<<strong>br</strong> />

sendo F a força elétrica, também<<strong>br</strong> />

chamada força de Coulomb, K é uma<<strong>br</strong> />

constante que caracteriza o meio (ar,<<strong>br</strong> />

vácuo, água etc.) onde o fenômeno<<strong>br</strong> />

está sendo observado, Q e q os<<strong>br</strong> />

valores das cargas em excesso em<<strong>br</strong> />

cada corpo e ra<<strong>br</strong> />

distância entre elas.<<strong>br</strong> />

Note que, conforme se<<strong>br</strong> />

aumenta a quantidade de cargas em<<strong>br</strong> />

excesso ( Q e q)<<strong>br</strong> />

nos objetos<<strong>br</strong> />

eletrizados a força elétrica também<<strong>br</strong> />

aumenta. É importante enfatizar que,<<strong>br</strong> />

primeiramente foi observado que a<<strong>br</strong> />

força elétrica variava com o inverso da<<strong>br</strong> />

distância, somente depois de muito<<strong>br</strong> />

trabalho e dedicação que de<strong>sc</strong>o<strong>br</strong>iuse<<strong>br</strong> />

que a força elétrica, como pode ser<<strong>br</strong> />

observado pela fórmula, variava com o<<strong>br</strong> />

inverso do quadrado da distância.<<strong>br</strong> />

Os passos seguidos por<<strong>br</strong> />

Charles Augustin Coulomb para<<strong>br</strong> />

de<strong>sc</strong>o<strong>br</strong>ir essa equação, em meados<<strong>br</strong> />

de 1785, foram semelhantes aos de<<strong>br</strong> />

vocês: primeiro ele<<strong>br</strong> />

observou os resultados<<strong>br</strong> />

experimentais e depois<<strong>br</strong> />

equacionou suas<<strong>br</strong> />

observações. Isto<<strong>br</strong> />

depois de repetir as<<strong>br</strong> />

experiências várias vezes, procurando as<<strong>br</strong> />

condições mais favoráveis às medidas e<<strong>br</strong> />

ainda desprezando possíveis erros<<strong>br</strong> />

cometidos.<<strong>br</strong> />

Inesperadamente, o pai de Marcelo, uma pessoa<<strong>br</strong> />

de pouco estudo mas muito curioso, entrou no quarto para<<strong>br</strong> />

avisá-lo que iriam viajar no outro dia, logo cedo, e<<strong>br</strong> />

retornariam somente na semana seguinte.<<strong>br</strong> />

Instantaneamente, os garotos começaram a se despedir.<<strong>br</strong> />

Marcelo insistiu para que ficassem, mas de nada adiantou.<<strong>br</strong> />

Combinaram de se reencontrarem ali mesmo assim que ele<<strong>br</strong> />

voltasse.<<strong>br</strong> />

Após uma semana lá estavam eles, reunidos<<strong>br</strong> />

novamente. Entre uma história e outra, Marcelo contou<<strong>br</strong> />

para seu pai durante a viagem so<strong>br</strong>e o que estavam<<strong>br</strong> />

de<strong>sc</strong>o<strong>br</strong>indo nas suas <strong>br</strong>incadeiras e surgiu uma dúvida.<<strong>br</strong> />

– Como o excesso de cargas se distruibuem em<<strong>br</strong> />

um objeto?<<strong>br</strong> />

– Boa pergunta! – disse Pedro. – Eu não tinha<<strong>br</strong> />

pensado nisso. Mas mesmo que tivesse também não<<strong>br</strong> />

saberia responder. Por acaso vocês sabem?<<strong>br</strong> />

– Não!!! – responderam juntos Tales e Patrícia.<<strong>br</strong> />

Então, decidiram enviar a pergunta para o site, a<<strong>br</strong> />

fim de e<strong>sc</strong>larecer a dúvida de Marcelo.<<strong>br</strong> />

Vocês e<strong>sc</strong>larecerão essa<<strong>br</strong> />

dúvida depois que<<strong>br</strong> />

executarem a atividade<<strong>br</strong> />

que estou enviando. Para<<strong>br</strong> />

que a experiência seja<<strong>br</strong> />

bem entendida,<<strong>br</strong> />

proponho que procurem o título “poder das<<strong>br</strong> />

pontas” e leiam o que ali estiver explicado<<strong>br</strong> />

so<strong>br</strong>e este fenômeno.<<strong>br</strong> />

Pág.13


– Que engraçado! – exclamou Tales. – A tira da ponta levanta mais do que a tira que está presa no centro da gota!<<strong>br</strong> />

Por que isso acontece?<<strong>br</strong> />

– Isso é um caso curioso! – concordou Pedro. – Nós podemos observar que a força de repulsão é maior na tira<<strong>br</strong> />

presa na ponta do que no centro, consequentemente tem um acúmulo maior de cargas na ponta.<<strong>br</strong> />

– Acho que você tem razão, Pedro. Mas, poderíamos ver<strong>if</strong>icar se sua explicação está correta lendo o assunto<<strong>br</strong> />

“poder das pontas” sugerido pelo Luiz Antônio – disse Patrícia. – Vamos agora para a biblioteca !<<strong>br</strong> />

Naquele momento apenas ela poderia ir, então combinaram de se encontrar no dia seguinte às três horas da tarde<<strong>br</strong> />

na biblioteca.<<strong>br</strong> />

Eles levaram a experiência. Todos que estavam lá acharam que era um truque de mágica. Tales, muito vaidoso,<<strong>br</strong> />

dizia que não era mágica e explicava os processos de eletrização que estavam ocorrendo.<<strong>br</strong> />

Por sorte, Mário, um professor de Física, que estava na biblioteca, ajudou-os a entender o fenômeno chamado<<strong>br</strong> />

poder das pontas.<<strong>br</strong> />

– Garotos! Quando eletrizamos um corpo que tem a forma de um círculo, as cargas tendem a se espalhar<<strong>br</strong> />

homogeneamente ao longo de sua superfície. No entanto, quando eletrizamos um corpo que possui uma forma que<<strong>br</strong> />

contém uma extremidade pontiaguda, tal como a gota de vocês, há uma concentração maior de cargas elétricas nas<<strong>br</strong> />

pontas. A explicação para este fenômeno provém do fato de que cargas de mesmo sinal repelem-se entre si. Como as<<strong>br</strong> />

cargas de mesmo sinal tedem a se espalhar ao máximo e a extremidade pontiaguda é a parte mais distante do resto do<<strong>br</strong> />

corpo, ocorre um acúmulo maior de cargas na ponta. Devido a este acúmulo de cargas, o campo elétrico é mais intenso do<<strong>br</strong> />

nas pontas, fato que explica o poder das pontas – concluiu o professor.<<strong>br</strong> />

– Mas o que é campo elétrico? – estranhou Pedro.<<strong>br</strong> />

– Existe um campo elétrico ou campo de forças elétricas em uma região do espaço ao redor de uma carga elétrica.<<strong>br</strong> />

O efeito a distância provocado por esta carga, pode ser de repulsão ou atração – explicou o professor – como nos<<strong>br</strong> />

desenhos animados, onde algumas vezes o herói não consegue entrar em alguns lugares, por causa de uma força que age<<strong>br</strong> />

à distância. Para vocês entenderem melhor vamos fazer a seguinte <strong>br</strong>incadeira (Atividade 07):<<strong>br</strong> />

Pág.14<<strong>br</strong> />

PODER DAS PONTAS<<strong>br</strong> />

3Mantendo - o canudo<<strong>br</strong> />

na posição<<strong>br</strong> />

recomendada,<<strong>br</strong> />

encoste a ponta do seu<<strong>br</strong> />

dedo na frente da gota.<<strong>br</strong> />

1Corte - uma cartolina na forma de<<strong>br</strong> />

uma gota de 15 cm de<<strong>br</strong> />

comprimento. Cole duas tiras de<<strong>br</strong> />

papel de seda, cada uma de 5 cm de<<strong>br</strong> />

comprimento aproximadamente, uma na<<strong>br</strong> />

ponta e outra no meio da gota. Em<<strong>br</strong> />

seguida, pregue com fita adesiva a<<strong>br</strong> />

cartolina em um canudo e fixe-o em um<<strong>br</strong> />

pedaço de isopor.<<strong>br</strong> />

4<<strong>br</strong> />

- Afaste a mão e,<<strong>br</strong> />

depois o canudo.<<strong>br</strong> />

Observe o que<<strong>br</strong> />

acontece com as tiras.<<strong>br</strong> />

ATIVIDADE 09<<strong>br</strong> />

Você vai precisar de: Cartolina, 2 tiras de papel de seda, 2 canudos de plástico, isopor, papel higiênico, tesoura,<<strong>br</strong> />

cola <strong>br</strong>anca e fita adesiva.<<strong>br</strong> />

2-<<strong>br</strong> />

Atrite um canudo<<strong>br</strong> />

com um pedaço de<<strong>br</strong> />

papel higiênico. Em<<strong>br</strong> />

seguida, aproxime o<<strong>br</strong> />

canudo a trás da gota.


CAMPO DE FORÇA<<strong>br</strong> />

ATIVIDADE 10<<strong>br</strong> />

Você vai precisar de: 4 canudos de plástico,<<strong>br</strong> />

isopor, tesoura, um palito de fósforo, linha e papel<<strong>br</strong> />

higiênico.<<strong>br</strong> />

2-<<strong>br</strong> />

Corte 20 cm de linha e<<strong>br</strong> />

amarre na sua<<strong>br</strong> />

extremidade um<<strong>br</strong> />

canudo. Em seguida atrite o<<strong>br</strong> />

canudo com papel higiênico. É<<strong>br</strong> />

importante lem<strong>br</strong>ar que o<<strong>br</strong> />

canudo deverá ser eletrizado<<strong>br</strong> />

por inteiro. Depois corte o<<strong>br</strong> />

canudo, de forma que ele fique<<strong>br</strong> />

com 5 cm de comprimento<<strong>br</strong> />

aproximadamente.<<strong>br</strong> />

1Fixe - no isopor três canudos<<strong>br</strong> />

eletrizados ao redor do palito<<strong>br</strong> />

de fósforo.<<strong>br</strong> />

3Agora - tente acertar o<<strong>br</strong> />

palito de fósforo com o<<strong>br</strong> />

canudo, que está preso na<<strong>br</strong> />

linha.<<strong>br</strong> />

– Que legal! – disse Marcelo, tentando acertar o<<strong>br</strong> />

palito de fósforo. – Tem uma força que não deixa esse<<strong>br</strong> />

canudo encostar no palito.<<strong>br</strong> />

Tales, muito engenhoso, eletrizou um canudo e<<strong>br</strong> />

depois picou-o em pedaços bem pequenos. Em seguida<<strong>br</strong> />

atirou os pedaços de canudo em direção do palito de<<strong>br</strong> />

fósforo, mas sua tentativa foi sem sucesso, porque os<<strong>br</strong> />

pedacinhos de canudos eletrizados desviavam quando<<strong>br</strong> />

aproximavam dos canudos fixos também eletrizados.<<strong>br</strong> />

– Agora sim – disse Pedro – eu estou<<strong>br</strong> />

entendendo as palavras do professor, campo<<strong>br</strong> />

elétrico, ou melhor campo de força, afinal o que eu<<strong>br</strong> />

estou observando é o efeito da força.<<strong>br</strong> />

– Isso mesmo garoto! – disse Mário. – Para<<strong>br</strong> />

não ficar nenhuma dúvida, darei um outro exemplo.<<strong>br</strong> />

Suponha que haja uma carga positiva fixa.<<strong>br</strong> />

Se colocarmos algumas cargas negativas muito<<strong>br</strong> />

pequenas (a qual chamaremos de carga de prova),<<strong>br</strong> />

em vários pontos, ao redor da carga positiva, o que<<strong>br</strong> />

vocês esperam que aconteçam com as cargas de<<strong>br</strong> />

prova?<<strong>br</strong> />

– Elas serão atraídas pela carga positiva,<<strong>br</strong> />

porque irão aparecer entre elas, como já sabemos<<strong>br</strong> />

pelas nossas experiências, as forças de atração –<<strong>br</strong> />

respondeu Patrícia, fazendo alguns desenhos.<<strong>br</strong> />

Fa<<strong>br</strong> />

Fa<<strong>br</strong> />

Fa<<strong>br</strong> />

Fa<<strong>br</strong> />

E ele prosseguia:<<strong>br</strong> />

– O que aconteceria se as cargas de prova<<strong>br</strong> />

fossem positivas?<<strong>br</strong> />

– É simples, surgiria uma força de repulsão<<strong>br</strong> />

entre elas – explicou Patrícia.<<strong>br</strong> />

– Correto! – falou o professor. – Sempre<<strong>br</strong> />

que isto acontece, os físicos propuseram dizer que,<<strong>br</strong> />

existe um campo de forças na região do espaço<<strong>br</strong> />

onde a força se man<strong>if</strong>esta. No caso da força se<<strong>br</strong> />

originar em cargas elétricas o campo de força é<<strong>br</strong> />

denominado campo elétrico.<<strong>br</strong> />

Garotos agora tenho que ir, mas quando<<strong>br</strong> />

precisarem de ajuda podem me procurar.<<strong>br</strong> />

Como já era tarde, combinaram de se<<strong>br</strong> />

encontrar no outro dia na casa de Marcelo, para<<strong>br</strong> />

enviar e-mail ao site.<<strong>br</strong> />

Pág.15


Logo que chegaram à casa de Marcelo, começou uma tempestade. Patrícia, que tinha medo de relâmpagos,<<strong>br</strong> />

perguntou se sabiam explicar como eles eram formados, apontando para um que estava caindo naquele momento.<<strong>br</strong> />

– Patrícia, eu não sei – disse Marcelo – mas não fique com medo porque na casa do vizinho tem pára-raios,<<strong>br</strong> />

portanto toda essa região está protegida.<<strong>br</strong> />

– Eu ficarei tranquila se você me explicar como o pára-raios nos protege! – falou Patrícia.<<strong>br</strong> />

– Ora veja!... – disse Marcelo tentando enrolar Patrícia.<<strong>br</strong> />

– Vamos parar de enrolar – falou Pedro tentando colocar um fim naquela conversa – o melhor a fazer é enviar todas<<strong>br</strong> />

essas perguntas para o site do Luiz Antônio, já que não sabemos solucioná-las.<<strong>br</strong> />

Eles acataram a sugestão de Pedro, e assim que a tempestade passou, cumpriram o combinado.<<strong>br</strong> />

Garotos! Primeiramente, raio é uma de<strong>sc</strong>arga elétrica causada pelo<<strong>br</strong> />

movimento de cargas de uma nuvem até a Terra. Quanto ao funcionameto do<<strong>br</strong> />

pára-raios estou enviando uma tarefa que os ajudará a entendê-lo. Aliás, no<<strong>br</strong> />

pára-raios aplica-se o conceito do poder das pontas, que vocês já estudaram.<<strong>br</strong> />

SIMULAÇÃO DO PÁRA-RAIOS<<strong>br</strong> />

4Coloque - a ponta<<strong>br</strong> />

do seu dedo na<<strong>br</strong> />

igreja. E observe o<<strong>br</strong> />

que acontece com a tira.<<strong>br</strong> />

ATIVIDADE 11<<strong>br</strong> />

Você vai precisar de: Cartolina, 1 tira de papel de seda para balas, 2 canudos de plástico, isopor, agulha, papel<<strong>br</strong> />

higiênico, tesoura, cola <strong>br</strong>anca e fita adesiva.<<strong>br</strong> />

Pág.16<<strong>br</strong> />

3Retire - o canudo.<<strong>br</strong> />

Observe o que<<strong>br</strong> />

acontece com a tira.<<strong>br</strong> />

1-<<strong>br</strong> />

Recorte uma cartolina<<strong>br</strong> />

(aproximadamente 8 cm de<<strong>br</strong> />

comprimento) na forma de uma<<strong>br</strong> />

igreja. Em seguida, cole a tira de papel de<<strong>br</strong> />

seda no meio da torre da igreja. Depois,<<strong>br</strong> />

com uma fita adesiva, pregue uma<<strong>br</strong> />

agulha na ponta da torre. Use um canudo<<strong>br</strong> />

como suporte para sustentar a igreja e<<strong>br</strong> />

pregue-o com a fita adesiva. Por último,<<strong>br</strong> />

fixe o canudo em um pedaço de isopor.<<strong>br</strong> />

2Aproxime - um canudo<<strong>br</strong> />

eletrizado da agulha,<<strong>br</strong> />

sem encostar. Observe<<strong>br</strong> />

a tira de papel de seda.


– Como é possível! – disse Marcelo, indignado. – A tira permanece erguida mesmo depois de retirado o canudo, a<<strong>br</strong> />

igreja deve ter ficado eletrizada.<<strong>br</strong> />

– Mas se não eletrizamos a igreja, por contato, nem por indução, nem por atrito, então como a igreja ficou eletrizada?<<strong>br</strong> />

– perguntou Patrícia.<<strong>br</strong> />

– O interessante é – disse Pedro – que mesmo olhando bem de perto não vejo faí<strong>sc</strong>a saltando do canudo para a<<strong>br</strong> />

igreja.<<strong>br</strong> />

– Eu também não e<strong>sc</strong>utei nada – falou Tales.<<strong>br</strong> />

– É, infelizmente precisaremos procurar o Luiz Antônio para pedir ajuda – disse Marcelo, em frente ao computador<<strong>br</strong> />

esperando somente o consentimento dos colegas.<<strong>br</strong> />

– Marcelo não perca tempo – disse Patrícia – envie nossas dúvidas para o site.<<strong>br</strong> />

A resposta foi imediata.<<strong>br</strong> />

Garotos, quando vocês aproximaram o canudo eletrizado negativamente<<strong>br</strong> />

na ponta da agulha,<<strong>br</strong> />

uma grande quantidade de cargas positivas foram<<strong>br</strong> />

induzidas nela. Isto causou um intenso campo elétrico, no ar, entre a<<strong>br</strong> />

ponta e o canudo.<<strong>br</strong> />

Esse campo, por sua vez, ionizou o ar, isto é, provocou uma força<<strong>br</strong> />

suficiente para arrancar elétrons das moléculas constituintes do ar.<<strong>br</strong> />

Nessa situação, ele tornou-se condutor, propiciando a passagem de<<strong>br</strong> />

elétrons do canudo para a ponta da agulha. Por isso, a igreja e a tira<<strong>br</strong> />

ficaram carregadas negativamente. Como cargas iguais se repelem, a tira levantou-se.<<strong>br</strong> />

O pára-raios, que nos protege de relâmpagos, também utiliza o poder das pontas. Ele é<<strong>br</strong> />

composto de uma ou mais pontas metálicas ligadas à terra por um fio de metal. Ele deve ser<<strong>br</strong> />

colocado no ponto mais elevado do local a ser protegido, como por exemplo: torres, prédios e<<strong>br</strong> />

igrejas.<<strong>br</strong> />

Durante as tempestades as nuvens tornam-se carregadas, faremos nossa análise para<<strong>br</strong> />

uma nuvem carregada negativamente. Por onde ela passa, induz cargas positivas na Terra,<<strong>br</strong> />

criando um campo elétrico intenso entre a nuvem e a Terra. Como vocês viram na atividade<<strong>br</strong> />

“Simulação do pára-raios”, isso possibilitará uma de<strong>sc</strong>arga elétrica (relâmpago), que<<strong>br</strong> />

dependendo da carga acumulada pode causar acidentes fatais.<<strong>br</strong> />

Caso o local tenha pára-raios, as cargas induzidas se acumularão em suas pontas. Nesta<<strong>br</strong> />

situação o campo elétrico ioniza o ar, permitindo a passagem de cargas da nuvem para o páraraios.<<strong>br</strong> />

Como o mesmo está apropriadamente conectado ao solo (atraves de um fio grosso), esta<<strong>br</strong> />

carga será totalmente transferida para a Terra.<<strong>br</strong> />

Alerta: Devido ao poder das pontas, evite ficar de pé durante tempestades em locais abertos<<strong>br</strong> />

(pois você será a própria ponta) ou próximo a objetos pontiagudos, como árvores ou postes.<<strong>br</strong> />

Pág.17


O inventor desse aparelho, que impede<<strong>br</strong> />

muitas catástrofes, foi Benjamin Franklin em<<strong>br</strong> />

meados de 1750.<<strong>br</strong> />

A região de proteção do pára-raios é um<<strong>br</strong> />

círculo em torno do ed<strong>if</strong>ício de diâmetro<<strong>br</strong> />

aproximadamente igual a cinco vezes a altura de<<strong>br</strong> />

onde o mesmo está posicionado.<<strong>br</strong> />

– Mas o site não explicou o que é trovão – disse Tales,<<strong>br</strong> />

desapontado, após ler o e-mail.<<strong>br</strong> />

– É verdade – falou Patrícia, pegando um livro de física. –<<strong>br</strong> />

Quem sabe não encontramos a resposta para sua dúvida aqui.<<strong>br</strong> />

Não falei, aqui está: “Trovão resulta da rápida expansão do ar,<<strong>br</strong> />

aquecido pelo calor produzido pelo raio”.<<strong>br</strong> />

– Ora vejam só! – exclamou Marcelo, assim que Patrícia<<strong>br</strong> />

terminou sua leitura. – O nosso dedo tem a mesma função do fio<<strong>br</strong> />

metálico ligado à Terra no pára-raios, serve para conduzir as<<strong>br</strong> />

cargas elétricas. Isso sign<strong>if</strong>ica que o pára-raios neutraliza as<<strong>br</strong> />

nuvens?<<strong>br</strong> />

– Não – disse Pedro. – O pára-raios oferece ao raio um<<strong>br</strong> />

caminho mais fácil até o solo que é ao mesmo tempo seguro para<<strong>br</strong> />

nós e para o que pretendemos proteger. Mas podemos e<strong>sc</strong>rever<<strong>br</strong> />

para o site perguntando como podemos neutralizar o efeito<<strong>br</strong> />

produzido pela carga.<<strong>br</strong> />

– Pois vamos – falou Marcelo, indo em direção ao<<strong>br</strong> />

computador.<<strong>br</strong> />

Eu estou enviando uma tarefa, que<<strong>br</strong> />

mostrará a vocês como neutralizar<<strong>br</strong> />

o efeito das cargas elétricas. Para<<strong>br</strong> />

isso vocês necessitarão construir<<strong>br</strong> />

um detector de cargas e sugiro que<<strong>br</strong> />

façam um pêndulo eletrostático.<<strong>br</strong> />

Não coloquei as medidas do pêndulo porque elas<<strong>br</strong> />

dependerão do tamanho da peneira de metal que<<strong>br</strong> />

vocês usarão. É necessário apenas que o pêndulo<<strong>br</strong> />

caiba dentro dela.<<strong>br</strong> />

Pag.18<<strong>br</strong> />

SIMULAÇÃO DA<<strong>br</strong> />

GAIOLA DE FARADAY<<strong>br</strong> />

ATIVIDADE 12<<strong>br</strong> />

Você vai precisar de: 2 canudos de<<strong>br</strong> />

plástico sanfonado, linha, folha de<<strong>br</strong> />

alumínio, papel higiênico, isopor, fita<<strong>br</strong> />

adesiva, tesoura e 1 peneira de metal.<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

- Do<strong>br</strong>e um canudo de modo que ele<<strong>br</strong> />

forme um L e fixe-o no isopor. Amarre<<strong>br</strong> />

uma linha na extremidade do canudo e,<<strong>br</strong> />

em seguida, cole com fita adesiva um di<strong>sc</strong>o<<strong>br</strong> />

de folha de alumínio na ponta da linha.<<strong>br</strong> />

2Atrite - um canudo com papel higiênico<<strong>br</strong> />

e aproxime-o do di<strong>sc</strong>o de alumínio. O<<strong>br</strong> />

que acontece com o di<strong>sc</strong>o.<<strong>br</strong> />

3<<strong>br</strong> />

- Agora coloque a peneira de metal em<<strong>br</strong> />

cima do pêndulo. Em seguida<<strong>br</strong> />

aproxime o canudo eletrizado nela. O<<strong>br</strong> />

que acontece com o di<strong>sc</strong>o.


– Nossa Senhora! Isso parece<<strong>br</strong> />

mágica! – exclamou Tales, fazendo uma<<strong>br</strong> />

demonstração. – Vou aproximar o<<strong>br</strong> />

canudo eletrizado do pêndulo, viu como<<strong>br</strong> />

ele mexe. Agora colocarei a peneira de<<strong>br</strong> />

metal em cima dele, e em seguida<<strong>br</strong> />

aproximarei o canudo eletrizado,<<strong>br</strong> />

percebam que nada acontece com o<<strong>br</strong> />

pêndulo, ele nem se move, por quê?<<strong>br</strong> />

– Estamos tão surpresos quanto<<strong>br</strong> />

você – disse Pedro – e também não<<strong>br</strong> />

sabemos explicar porque isso acontece.<<strong>br</strong> />

Vamos e<strong>sc</strong>rever para o Luiz Antônio<<strong>br</strong> />

falando que fizemos tudo como ele tinha<<strong>br</strong> />

proposto e que percebemos que a<<strong>br</strong> />

peneira bloqueia o efeito do canudo<<strong>br</strong> />

eletrizado so<strong>br</strong>e o pêndulo, mas não<<strong>br</strong> />

sabemos qual o motivo.<<strong>br</strong> />

Tanto concordaram com Pedro<<strong>br</strong> />

que foram para o computador naquele<<strong>br</strong> />

instante, redigir o e-mail.<<strong>br</strong> />

A resposta foi imediata.<<strong>br</strong> />

.<<strong>br</strong> />

Garotos,<<strong>br</strong> />

sugiro<<strong>br</strong> />

q u e<<strong>br</strong> />

procurem<<strong>br</strong> />

nos livros<<strong>br</strong> />

de física o<<strong>br</strong> />

assunto o título "Blindagem<<strong>br</strong> />

Eletrostática". Isso os<<strong>br</strong> />

ajudará a entender qual é o<<strong>br</strong> />

papel da peneira. Mas,<<strong>br</strong> />

antes peço que executem<<strong>br</strong> />

uma outra tarefa, talvez ela<<strong>br</strong> />

e<strong>sc</strong>lareça ainda mais suas<<strong>br</strong> />

dúvidas.<<strong>br</strong> />

Proteção contra carga<<strong>br</strong> />

elétrica<<strong>br</strong> />

ATIVIDADE 13<<strong>br</strong> />

Você vai precisar de: Cartolina, 2 tiras de papel de seda para<<strong>br</strong> />

balas, 2 canudos de plástico, isopor, papel higiênico, tesoura,<<strong>br</strong> />

cola <strong>br</strong>anca e fita adesiva.<<strong>br</strong> />

2Eletrize - o cilindro<<strong>br</strong> />

por indução, isto é,<<strong>br</strong> />

aproxime um<<strong>br</strong> />

canudo eletrizado dele.<<strong>br</strong> />

4<<strong>br</strong> />

- Retire o dedo e<<strong>br</strong> />

depois o canudo.<<strong>br</strong> />

Observe o que<<strong>br</strong> />

acontece com as tiras<<strong>br</strong> />

de papel de seda.<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

- Corte uma cartolina na forma<<strong>br</strong> />

de um retângulo (7x15) cm. Cole<<strong>br</strong> />

duas tiras de papel de seda uma<<strong>br</strong> />

em cada face do retângulo. Em<<strong>br</strong> />

seguida, cole as extremidades do<<strong>br</strong> />

retângulo na forma de um cilindro.<<strong>br</strong> />

Como suporte para o cilindro utilize<<strong>br</strong> />

um canudo. Fixe o canudo em um<<strong>br</strong> />

pedaço de isopor.<<strong>br</strong> />

3<<strong>br</strong> />

- Mantendo o<<strong>br</strong> />

canudo na sua<<strong>br</strong> />

posição, encoste a<<strong>br</strong> />

ponta do dedo por fora no<<strong>br</strong> />

cilindro.<<strong>br</strong> />

Pág.19


– Isso é um espanto! – disse Pedro, depois que<<strong>br</strong> />

eletrizou o cilindro. – Conseguimos fazer uma superfície ficar<<strong>br</strong> />

eletrizada e a outra neutra, afinal a tira de fora do cilindro foi<<strong>br</strong> />

repelida e a de dentro ficou caida so<strong>br</strong>e a cartolina.<<strong>br</strong> />

– Alto lá! A tira de dentro não levantou porque você<<strong>br</strong> />

eletrizou o cilindro por fora – falou Tales, duvidando de Pedro.<<strong>br</strong> />

– Tenho certeza se nós colocarmos o canudo eletrizado<<strong>br</strong> />

dentro do cilindro as duas tiras ficarão erguidas.<<strong>br</strong> />

– Não devemos ficar com nenhuma dúvida – disse<<strong>br</strong> />

Pedro – vamos colocar o canudo dentro do cilindro e ver o que<<strong>br</strong> />

acontece.<<strong>br</strong> />

Atritaram o canudo com papel higiênico e depois<<strong>br</strong> />

colocaram-no dentro do cilindro.<<strong>br</strong> />

– Tenho que concordar, eu estava errado! –<<strong>br</strong> />

reconheceu Tales. – Porque mesmo colocando o canudo<<strong>br</strong> />

dentro do cilindro e eletrizando-o por indução apenas a tira<<strong>br</strong> />

que está presa fora se levanta. Isso sign<strong>if</strong>ica que as cargas<<strong>br</strong> />

em excesso estão todas na superfície externa do cilindro (e na<<strong>br</strong> />

tira externa também).<<strong>br</strong> />

– A questão agora é, por que as cargas acumulam-se<<strong>br</strong> />

na superfície externa do cilindro? – questionou Marcelo.<<strong>br</strong> />

–Acredito que para e<strong>sc</strong>larecer essa dúvida,<<strong>br</strong> />

precisaremos de<strong>sc</strong>o<strong>br</strong>ir o que é “Blindagem eletrostática” –<<strong>br</strong> />

falou Pedro. – Afinal essa sugestão não deve ter sido dada à<<strong>br</strong> />

toa pelo Luiz Antônio.<<strong>br</strong> />

Pedro, fa<strong>sc</strong>inado com as de<strong>sc</strong>obertas, havia<<strong>br</strong> />

comprado vários livros, em um deles existia uma explicação<<strong>br</strong> />

so<strong>br</strong>e “Blindagem eletrostática” cujo conteúdo versava so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />

Michael Faraday (1791 - 1867) um físico, que realizou a<<strong>br</strong> />

seguinte experiência: ele entrou no interior de uma gaiola<<strong>br</strong> />

metálica com um eletro<strong>sc</strong>ópio de folhas nas mãos. Em<<strong>br</strong> />

seguida seu auxiliar eletrizou a gaiola. Faraday nada sofreu e<<strong>br</strong> />

o eletro<strong>sc</strong>ópio não detectou cargas. Com isso, ele comprovou<<strong>br</strong> />

que no interior de uma superfície condutora da mesma não<<strong>br</strong> />

havia cargas e que elas ficavam na superfície mais externa.<<strong>br</strong> />

– Pessoal! Aqui está a resposta que procurávamos. –<<strong>br</strong> />

afirmou Pedro, com o livro na mão. – Quando eletrizamos o<<strong>br</strong> />

cilindro, ele ficou com excesso de cargas positivas. Como<<strong>br</strong> />

cargas iguais se repelem, elas ficaram o mais distante<<strong>br</strong> />

possível umas das outras, por isso acumularam-se na<<strong>br</strong> />

superfície externa. Não tendo carga no interior do cilindro,<<strong>br</strong> />

conseqüentemente não haverá força ou campo elétrico, e por<<strong>br</strong> />

isso a tira de dentro não levantou.<<strong>br</strong> />

– Agora sim – disse Marcelo – eu entendi porque o<<strong>br</strong> />

pêndulo não mexe quando está no interior da peneira<<strong>br</strong> />

metálica. Aproveitando que estamos falando nisso, eu tenho<<strong>br</strong> />

uma dúvida que vem me intrigando há muito tempo e acredito<<strong>br</strong> />

que a resposta esteja relacionada com os conceitos que<<strong>br</strong> />

acabamos de di<strong>sc</strong>utir.<<strong>br</strong> />

E prosseguiu Marcelo:<<strong>br</strong> />

– Eu já reparei que o rádio do carro do meu pai não<<strong>br</strong> />

funciona quando a antena não está erguida. Alguém sabe<<strong>br</strong> />

responder por quê?<<strong>br</strong> />

Pág.20<<strong>br</strong> />

– Isso é um caso curioso! – disse Pedro,<<strong>br</strong> />

coçando a cabeça. – Mas nós podemos comprovar se<<strong>br</strong> />

isso é verdade, simulando uma situação parecida com<<strong>br</strong> />

a do rádio dentro do carro sem antena. Primeiro nós<<strong>br</strong> />

vamos colocar um rádio de pilha ligado dentro de uma<<strong>br</strong> />

panela e depois tampá-la. Será que continuaremos a<<strong>br</strong> />

ouvir o rádio?<<strong>br</strong> />

Marcelo pegou o rádio de pilha que o pai usava<<strong>br</strong> />

para ouvir o futebol e uma panela de sua mãe. Primeiro<<strong>br</strong> />

sintonizaram uma estação de rádio e aumentaram o<<strong>br</strong> />

volume, de modo que desse para ouvir quando o<<strong>br</strong> />

aparelho estivesse dentro da panela, mas quando<<strong>br</strong> />

colocaram o rádio ligado dentro da panela e<<strong>br</strong> />

tamparam-na, não conseguiram ouví-lo.<<strong>br</strong> />

–Isso é inacreditável! Não é possível ouvir o<<strong>br</strong> />

rádio quando tampamos a panela. Por quê, Pedro? –<<strong>br</strong> />

perguntou Tales.<<strong>br</strong> />

– Era o que eu esperava mas, infelizmente, eu<<strong>br</strong> />

não sei explicar!!! – disse Pedro. – Vamos e<strong>sc</strong>rever<<strong>br</strong> />

para o Luiz Antônio contando o que fizemos e depois<<strong>br</strong> />

pedimos uma explicação.<<strong>br</strong> />

Estou muito<<strong>br</strong> />

contente com o<<strong>br</strong> />

progresso de<<strong>br</strong> />

vocês. Realmente<<strong>br</strong> />

a explicação para<<strong>br</strong> />

o fato do rádio<<strong>br</strong> />

não funcionar no interior do carro ou<<strong>br</strong> />

da panela tampada é a mesma.<<strong>br</strong> />

Para sintonizar uma estação de<<strong>br</strong> />

rádio é necessário que a antena receba<<strong>br</strong> />

da estação transmissora uma onda de<<strong>br</strong> />

rádio que contenha todas as<<strong>br</strong> />

informações, como a música e a voz<<strong>br</strong> />

do locutor. Vocês devem estar se<<strong>br</strong> />

perguntando o que é uma onda de<<strong>br</strong> />

rádio? Agora é suficiente que saibam<<strong>br</strong> />

que uma onda de rádio é composta por<<strong>br</strong> />

campos elétricos e magnéticos.


Como em ambos os casos o rádio<<strong>br</strong> />

encontra-se dentro de uma superfície<<strong>br</strong> />

condutora fechada a onda de rádio, não<<strong>br</strong> />

consegue atingí-lo, porque o campo elétrico<<strong>br</strong> />

no interior da panela e do carro é zero, fato<<strong>br</strong> />

comprovado na atividade 12. Em suas aulas<<strong>br</strong> />

de física certamente você aprenderá melhor<<strong>br</strong> />

estas idéias.<<strong>br</strong> />

– Eu tenho que confessar a vocês – disse Pedro,<<strong>br</strong> />

após ler o e-mail – estou cada dia mais fa<strong>sc</strong>inado pela<<strong>br</strong> />

ciência.<<strong>br</strong> />

– Pedro! Todos nós estamos encantados. – falou<<strong>br</strong> />

Patrícia, sorrindo.<<strong>br</strong> />

– Eu estive pensando so<strong>br</strong>e nossas de<strong>sc</strong>obertas –<<strong>br</strong> />

comentou Tales. – Será que tudo isso serve apenas para<<strong>br</strong> />

mágica?<<strong>br</strong> />

– Bom! Eu sei que todos esses conceitos são<<strong>br</strong> />

ensinados na e<strong>sc</strong>ola – Pedro completou logo em seguida.<<strong>br</strong> />

– Ah! Eu duvido que tudo isso não tenha uma<<strong>br</strong> />

aplicação – avisou Patrícia. – Vamos e<strong>sc</strong>rever para o Luiz<<strong>br</strong> />

Antônio contando nossas dúvidas, pois tenho certeza que<<strong>br</strong> />

ele poderá nos ajudar.<<strong>br</strong> />

E a resposta veio imediatamente.<<strong>br</strong> />

Há várias aplicações<<strong>br</strong> />

dos conceitos de<<strong>br</strong> />

eletrostática em<<strong>br</strong> />

nosso cotidiano.<<strong>br</strong> />

Uma delas é<<strong>br</strong> />

fotocopiadora Xerox. O funcionamento dela<<strong>br</strong> />

é bastante simples e utiliza conceitos<<strong>br</strong> />

básicos de eletrostática.<<strong>br</strong> />

O seu inventor foi o americano<<strong>br</strong> />

Chester F. Carlson (1906 - 1968) em<<strong>br</strong> />

meados 1937. Como o ditado diz:<<strong>br</strong> />

"Necessidade é freqüentemente chamada<<strong>br</strong> />

a mãe da invenção", no caso da criação<<strong>br</strong> />

da fotocopiadora Xerox não foi d<strong>if</strong>erente.<<strong>br</strong> />

Carlson, na juventude,<<strong>br</strong> />

trabalhava em um e<strong>sc</strong>ritório de<<strong>br</strong> />

patentes, mas o trabalho exigia que ele<<strong>br</strong> />

fizesse várias cópias de um mesmo<<strong>br</strong> />

documento. Para facilitar o seu<<strong>br</strong> />

trabalho, dedicou-se a criar uma<<strong>br</strong> />

máquina que fizesse cópias. Depois de<<strong>br</strong> />

intensas pesquisas, ele de<strong>sc</strong>o<strong>br</strong>iu que<<strong>br</strong> />

existiam materiais que mudavam suas<<strong>br</strong> />

propriedades elétricas quando<<strong>br</strong> />

expostos à luz e deduziu que esses<<strong>br</strong> />

materiais poderiam ser utilizados para a<<strong>br</strong> />

construção da sua máquina.<<strong>br</strong> />

Para que vocês entendam<<strong>br</strong> />

melhor, estou lhes enviando<<strong>br</strong> />

ilustrações que mostram os processos<<strong>br</strong> />

da fotocopiadora Xerox proposta por<<strong>br</strong> />

Carlson.<<strong>br</strong> />

Atenção:<<strong>br</strong> />

Não tentem reproduzir os<<strong>br</strong> />

procedimentos citados abaixo, porque<<strong>br</strong> />

o enxofre é prejudicial à saúde.<<strong>br</strong> />

1) Primeiro ele co<strong>br</strong>iu com enxofre<<strong>br</strong> />

(material fotocondutor, que é bom<<strong>br</strong> />

isolante no e<strong>sc</strong>uro e, comporta-se<<strong>br</strong> />

como condutor quando exposto à luz)<<strong>br</strong> />

uma placa de zinco.<<strong>br</strong> />

2) Depois Carlson, no e<strong>sc</strong>uro, eletrizou<<strong>br</strong> />

com cargas positivas o enxofre. Essas<<strong>br</strong> />

cargas, por sua vez, distribuíram-se<<strong>br</strong> />

un<strong>if</strong>ormemente pela superfície do<<strong>br</strong> />

enxofre.<<strong>br</strong> />

Pág.21


3) Em seguida, ele pegou uma folha que<<strong>br</strong> />

tinha impressa “10-22-38” e projetou uma<<strong>br</strong> />

luz so<strong>br</strong>e ela, de modo que a imagem fosse<<strong>br</strong> />

refletida na placa de zinco coberta com<<strong>br</strong> />

enxofre.<<strong>br</strong> />

A imagem “10-22-38”, formou no<<strong>br</strong> />

enxofre áreas e<strong>sc</strong>uras nas regiões das letras,<<strong>br</strong> />

mantendo nesses locais as cargas positivas,<<strong>br</strong> />

porque no e<strong>sc</strong>uro o enxefro comporta-se<<strong>br</strong> />

como isolante. Já na área iluminada,<<strong>br</strong> />

comporta-se como um condutor, portanto, as<<strong>br</strong> />

cargas positivas contidas no enxofre,<<strong>br</strong> />

adquiriram mobilidade, atraindo as cargas<<strong>br</strong> />

negativas do zinco e, neutralizaram-se<<strong>br</strong> />

apenas na área iluminada.<<strong>br</strong> />

4) Ele, então, jogou um pó preto eletrizado<<strong>br</strong> />

negativamente so<strong>br</strong>e o enxofre. Esse pó, por<<strong>br</strong> />

sua vez, foi atraído para as regiões que<<strong>br</strong> />

estavam eletrizadas positivamente.<<strong>br</strong> />

5)Enquanto isso Carlson eletrizou uma folha<<strong>br</strong> />

em <strong>br</strong>anco, com um número maior de cargas<<strong>br</strong> />

positivas do que as contidas no enxofre. Todo<<strong>br</strong> />

o pó foi atraído pela folha porque a força de<<strong>br</strong> />

atração era maior do que a força que<<strong>br</strong> />

mantinha o pó preso no enxofre.<<strong>br</strong> />

Pág.22<<strong>br</strong> />

10-22-38<<strong>br</strong> />

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1 22<<strong>br</strong> />

0- -38<<strong>br</strong> />

6)Para o pó aderir nas fi<strong>br</strong>as de<<strong>br</strong> />

papel, o conjunto pó e o papel<<strong>br</strong> />

passam por cilindros quentes.<<strong>br</strong> />

10-22-38<<strong>br</strong> />

A fotocopiadora Xerox que<<strong>br</strong> />

usamos hoje é bem parecida com a<<strong>br</strong> />

de<strong>sc</strong>rita acima, apenas com algumas<<strong>br</strong> />

mod<strong>if</strong>icações. Usa-se selênio no lugar<<strong>br</strong> />

do enxofre, porque ele é mais eficaz<<strong>br</strong> />

no processo da fotocondutividade.<<strong>br</strong> />

Trocou-se a placa por um cilindro e o<<strong>br</strong> />

pó preto usado é o toner.<<strong>br</strong> />

Mas não param aqui as aplicações da<<strong>br</strong> />

eletrostática; limpeza de fumaça<<strong>br</strong> />

lançada pelas chaminés de algumas<<strong>br</strong> />

indústrias, máquina de Van de Graaf<<strong>br</strong> />

para acelerar partículas eletrizadas e a<<strong>br</strong> />

impressora jato de tinta são outros<<strong>br</strong> />

exemplos entre vários da utilização<<strong>br</strong> />

dos conceitos da eletrostática.


As férias e<strong>sc</strong>olares de julho haviam chegado e<<strong>br</strong> />

cada um iria viajar com suas famílias por um mês.<<strong>br</strong> />

Na última reunião antes de viajarem a mãe de<<strong>br</strong> />

Marcelo preparou um lanche especial. A algazarra foi total.<<strong>br</strong> />

Enquanto conversavam, o quarto onde estavam<<strong>br</strong> />

e<strong>sc</strong>ureceu. Pedro, instantaneamente foi conferir se havia<<strong>br</strong> />

acabado a energia ou se a lâmpada tinha queimado. E,<<strong>br</strong> />

de<strong>sc</strong>o<strong>br</strong>iu que a lâmpada havia queimado. Como naquele<<strong>br</strong> />

momento não tinha ninguém em casa, terminaram a<<strong>br</strong> />

reunião sob a luz de uma lanterna.<<strong>br</strong> />

Pedro, insatisfeito com aquela situação,<<strong>br</strong> />

questionou os colegas.<<strong>br</strong> />

– Existe uma relação entre os conceitos<<strong>br</strong> />

aprendidos nas experiências e a eletricidade<<strong>br</strong> />

responsável por manter as lâmpadas acesas?<<strong>br</strong> />

Pensemos nisso!<<strong>br</strong> />

Pág.23


Lista de materiais<<strong>br</strong> />

Na foto acima estão todos materiais necessários para a realização das atividades propostas. Primeiramente<<strong>br</strong> />

faremos algumas recomendações quanto ao uso deles e, quando possível sugeriremos outros materiais.<<strong>br</strong> />

1-<<strong>br</strong> />

Os canudos plásticos são os utilizados para tomar refrigerante. Deve-se ressaltar que eles não podem ter sido<<strong>br</strong> />

usados anteriormente. Quanto aos canudos sanfonados são necessários apenas na construção do pêndulo<<strong>br</strong> />

eletrostático, mas isso não impede que você os use em todas as atividades. Observa-se também que alguns canudos<<strong>br</strong> />

eletrizam-se mais eficientemente do que outros, portanto caso esteja tendo d<strong>if</strong>iculdade troque a marca.<<strong>br</strong> />

2-<<strong>br</strong> />

Os canudos deverão ser atritados da seguinte forma: passe o papel higiênico sempre na mesmo sentido e com força.<<strong>br</strong> />

Evite usar o mesmo pedaço de papel higiênico ao eletrizar um objeto.<<strong>br</strong> />

3-<<strong>br</strong> />

É recomendável papel higiênico macio e de preferência retirado recentemente da embalagem. Ele poderá ser trocado<<strong>br</strong> />

por uma flanela limpa e seca ou melhor ainda um retalho de tecido de lã puro ou mesmo uma pele de animal peludo (até<<strong>br</strong> />

nosso cabelo).<<strong>br</strong> />

4-<<strong>br</strong> />

As tiras de papel de seda recomendadas em várias atividades podem ser retiradas das franjas de papel usado para<<strong>br</strong> />

em<strong>br</strong>ulhar balas de aniversário. Cuidado, pois a experiência poderá fracassar se o papel estiver úmido ou engordurado.<<strong>br</strong> />

5-<<strong>br</strong> />

O vidro usado na construção do eletro<strong>sc</strong>ópio de folhas, poderá ser qualquer recipiente transparente e de<strong>sc</strong>artável.<<strong>br</strong> />

Cuidado com a umidade do ar pois o vapor d’água costuma se depositar so<strong>br</strong>e o vidro em gotículas invisíveis.<<strong>br</strong> />

6-<<strong>br</strong> />

A linha utilizada em todas as atividades deve ser leve.<<strong>br</strong> />

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