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ONTEM, HOJE E AMANHÃ: - CRMV-MG

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1- Introdução<br />

Dentre os procedimentos cirúrgicos na clínica de pequenos<br />

animais as exodontias ocupam um espaço de destaque,<br />

sendo a cirurgia mais realizada em cães e gatos. Entre<br />

as tantas particularidades que envolvem este tipo de procedimento,<br />

destaca-se o local de trabalho do cirurgião da<br />

cavidade oral, altamente vascularizado, constantemente<br />

banhado por saliva e por uma rica flora bacteriana, o que<br />

dificulta os padrões de assepsia e é praticamente impossível<br />

de ser isolado (Harvey e Emily, 1993).<br />

De maneira geral opta-se pela chamada exodontia nãocirúrgica,<br />

onde o dente é extraído por tração e elevação.<br />

Dentes sem mobilidade ou com seus padrões de inserção<br />

próximos ao normal devem ser extraídos pela via cirúrgica,<br />

com "flaps" gengivais e alveoloplastias (Colmery, 2001).<br />

A avaliação clínica do dente e do periodonto deve ser feita<br />

em conjunto com a condição do proprietário e paciente no<br />

pós-operatório. Outras considerações importantes são a<br />

estética esperada pelo proprietário e o dente a ser extraído.<br />

Dentes considerados “estratégicos” como o canino, o primeiro<br />

molar inferior e o quarto pré-molar superior devem<br />

sempre que possível, permanecer na cavidade oral (Harvey<br />

e Emily, 1993; Roza, 2004a).<br />

A fim de aumentar o êxito, é primordial para o clínico veterinário<br />

conhecer as particularidades anatômicas dentárias<br />

nas espécies domésticas, possuir e saber utilizar corretamente<br />

o material e o instrumental necessário, assim como<br />

executar corretamente as técnicas descritas na literatura.<br />

O objetivo deste artigo é sistematizar a informação referente<br />

à exodontia em cães e gatos, proporcionando ao clínico<br />

procedimentos cirúrgicos mais efetivos e com menor<br />

número de intercorrências.<br />

2- Anatomia dentária aplicada à<br />

exodontia<br />

O conhecimento da anatomia dentária e da cavidade oral<br />

é um fator determinante no sucesso do procedimento<br />

cirúrgico. As particularidades de cada espécie devem ser<br />

conhecidas, bem como algumas peculiaridades de algumas<br />

raças.<br />

É importante ressaltar que além dos dentes, a cavidade<br />

oral compreende uma série de outros órgãos e estruturas<br />

que interagem entre si, otimizando o funcionamento do<br />

sistema estomatognático (Roza, 2004b).<br />

O formato do crânio, que pode ser dolicocefálico (comprido<br />

e afilado, como nos galgos e pastores), braquicefálico<br />

(curto e largo, como nos "pugs") ou mesocefálico (de<br />

relações medianas, como nos poodles e cockers) influencia<br />

na acomodação dentária e na oclusão e deve ser observado<br />

por ocasião do estabelecimento de programas profiláticos<br />

38 V&Z EM MINAS<br />

visando minimizar a ocorrência de doença periodontal.<br />

Cães e gatos são difiodontes e heterodontes, ou seja, apresentam<br />

duas dentições sucessivas e dentes de formatos<br />

distintos. A primeira dentição, denominada dentição decídua<br />

é formada por 28 dentes no cão e 26 dentes no gato e<br />

a segunda, chamada de dentição permanente, por 42 dentes<br />

no cão e 30 no gato.<br />

Nas fêmeas a erupção dos dentes ocorre mais cedo que<br />

nos machos, e nas raças grandes e gigantes ela ocorre<br />

mais precocemente que nas raças pequenas. Todos os<br />

dentes são similares em termos de estrutura, mas há variações<br />

significantes em termos de tamanho, forma e função.<br />

Um dente maduro tem uma coroa e uma ou mais<br />

raízes. O número de raízes de cada elemento dentário está<br />

ilustrado nos quadros 1 e 2 .<br />

Quadro 1 - O número de raízes de cada elemento dentário no cão.<br />

DENTE Nº. DE RAÍZES<br />

Incisivos, Caninos e PM 1 1<br />

PM 2 e 3 2<br />

PM 4, Molares 1 e 2 3<br />

Incisivos, Caninos e PM1 1<br />

PM 2, 3 e 4, Molares 1 e 2 2<br />

Molar 3 1<br />

Fonte: (Harvey e Emily, 1993).<br />

ARCADA SUPERIOR<br />

ARCADA INFERIOR<br />

Quadro 2 - Número de raízes de cada elemento dentário no gato.<br />

DENTE Nº. DE RAÍZES<br />

Incisivo, Canino, PM 2 e Molar 1 1<br />

PM 3 2<br />

PM 4 3<br />

Incisivo e Canino 1<br />

PM 3, PM 4 e Molar 1 2<br />

Fonte: (Harvey e Emily, 1993).<br />

ARCADA SUPERIOR<br />

ARCADA INFERIOR<br />

3- Anestesia<br />

No caso dos animais domésticos é indispensável à utilização<br />

de anestesia geral nas exodontias, sobretudo nos<br />

dentes definitivos. O protocolo anestésico deve ser determinado<br />

com base na classificação de risco anestésico do<br />

paciente classificação pela ASA (American Society of Anesthesiologists,<br />

2010) e nos resultados dos exames préoperatórios.<br />

De qualquer forma, a utilização de outras formas de anes-

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