20.04.2013 Views

NATA PASTEURIZADA - Ministério da Agricultura

NATA PASTEURIZADA - Ministério da Agricultura

NATA PASTEURIZADA - Ministério da Agricultura

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>NATA</strong> <strong>PASTEURIZADA</strong><br />

HISTÓRICO DO PRODUTO<br />

Acredita-se que a origem do produto <strong>NATA</strong> remonta o século XVIII, quando imigrantes europeus, oriundos<br />

principalmente <strong>da</strong> Alemanha e Itália, começaram a utilizar o creme de leite que sobrava do pouco leite<br />

ordenhado na época para substituir a Manteiga (produto muito escasso e muito caro para os padrões de<br />

vi<strong>da</strong> dos recém chegados colonos europeus).<br />

De lá para cá, a “<strong>NATA</strong>” tornou-se um item indispensável na mesa do gaúcho, tanto no café <strong>da</strong> manhã,<br />

quando é consumi<strong>da</strong> em conjunto com geléias de frutas passa<strong>da</strong> no pão, quanto como ingrediente de<br />

várias iguarias de origem européia, tais como cucas,tortas, bolos, biscoitos, etc.<br />

Com o avanço <strong>da</strong> tecnologia e a criação de laticínios no estado do RS, a <strong>NATA</strong> começou a ser produzi<strong>da</strong> em<br />

escala industrial. Inicialmente, o produto não levava adição de nenhum ingrediente a não ser a gordura<br />

láctea e leite desnatado. Desta forma, a <strong>NATA</strong> chegava refrigera<strong>da</strong> até o consumidor final, porém, sempre<br />

apresentando sinais de despadronização e dessoramento.<br />

Neste ponto, o mercado consumidor começou a exigir mu<strong>da</strong>nças na fabricação, obrigando as indústrias a<br />

buscar soluções tecnológicas que garantissem a manutenção do padrão de textura e evitassem o<br />

dessoramento do produto ao longo de sua curta vi<strong>da</strong> de prateleira.<br />

Hoje, o Creme de Leite “<strong>NATA</strong>”, produzido e comercializado no Rio Grande do Sul, mantém as<br />

características originais do produto inicialmente consumido pelos imigrantes europeus durante to<strong>da</strong> a sua<br />

“shelf life” graças ao processo de pasteurização, adição de estabilizantes que garantem o não<br />

dessoramento e a logística refrigera<strong>da</strong>.


<strong>NATA</strong> <strong>PASTEURIZADA</strong><br />

O MERCADO CONSUMIDOR<br />

O Rio Grande do Sul produz hoje aproxima<strong>da</strong>mente 17 Mt de Creme de Leite<br />

“<strong>NATA</strong>” ao ano.<br />

Este produto é largamente consumido pela população gaúcha como um substituto<br />

<strong>da</strong> Manteiga, uma vez que o mesmo atende as preferências de pala<strong>da</strong>r <strong>da</strong><br />

população (produto de sabor leve e suave) e possui características nutricionais que<br />

atendem a deman<strong>da</strong> <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> moderna (o Creme <strong>NATA</strong> produzido no estado do Rio<br />

Grande do Sul varia em média de 45 a 50% de gordura contra 80-82 % <strong>da</strong><br />

Manteiga tradicional).<br />

Além disto, o Creme <strong>NATA</strong> na sua versão institucional (baldes, bags e sachets)<br />

atende a deman<strong>da</strong> do mercado institucional, onde ele é usado como ingrediente<br />

em confeitarias, pa<strong>da</strong>rias, sorveterias, bares, indústria de alimentos prontos,<br />

cozinhas industriais e restaurantes.<br />

To<strong>da</strong> esta cadeia de consumidores diretos e indiretos dependem deste produto<br />

diariamente, fazendo do Creme <strong>NATA</strong> um dos produtos mais típicos <strong>da</strong> culinária<br />

gaúcha.


<strong>NATA</strong> <strong>PASTEURIZADA</strong><br />

DOS RISCOS DO DESABASTECIMENTO<br />

Falar hoje em não produzir o Creme de Leite “<strong>NATA</strong>”, no Rio Grande do Sul, significa falar em eliminar do<br />

portfólio <strong>da</strong>s indústrias gaúchas um produto que representa aproxima<strong>da</strong>mente 17.000 tonela<strong>da</strong>s/ano, ou<br />

de aproxima<strong>da</strong>mente 17 milhões de litros de creme à 50% por ano.<br />

Estes números são uma cifra respeitável e impactam diretamente na economia gaúcha e na<br />

sustentabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> cadeia leiteira.<br />

Deixar de produzir o Creme <strong>NATA</strong> impactará diretamente nos resultados <strong>da</strong> cadeia industrial leiteira, onde<br />

haverá um desequilíbrio de oferta de matéria gor<strong>da</strong> com excesso de oferta de gordura láctea no mercado,<br />

derrubando preços com reflexo em to<strong>da</strong> cadeia láctea nacional.<br />

Os consumidores serão os primeiros a serem afetados com o desabastecimento, pois estaremos tirando do<br />

mercado um produto típico <strong>da</strong> região que é consumido diariamente não só nas mesas gaúchas, mas<br />

também de outros estados que reconhecem no Creme <strong>NATA</strong>, um produto de excelente quali<strong>da</strong>de.<br />

Devemos alertar para o fato de que boa parte destes consumidores optam pelo uso do Creme <strong>NATA</strong> não<br />

só pelo seu sabor, mas também por questões liga<strong>da</strong>s a saúde. Devido ao seu teor de gordura mais baixo<br />

quando comparado à Manteiga, o consumidor tem em mãos um produto menos calórico , ou seja, estamos<br />

falando de um hábito de consumo saudável e que não terá um substituto à altura.<br />

A rede institucional (pa<strong>da</strong>rias, confeitarias, restaurantes, etc.) também será afeta<strong>da</strong> de imediato, pois não<br />

terá outro produto para substituir à altura o Creme <strong>NATA</strong> em suas formulações.<br />

A indústria laticinista gaúcha será obriga<strong>da</strong> a reduzir preços <strong>da</strong> gordura láctea no mercado, gerando<br />

impacto no preço nacional deste item; paralisará as linhas de produção de Creme <strong>NATA</strong> e se verá obriga<strong>da</strong><br />

a demitir funcionários em decorrência disto.<br />

Os produtores de leite no campo, sofrerão com a redução do preço do litro do leite devido a que<strong>da</strong> de<br />

preços <strong>da</strong> gordura láctea, uma vez que este item tem valor específico e importante no cálculo do preço ao<br />

produtor.<br />

Como se vê, estamos diante de caos econômico, social e comercial de proporções eleva<strong>da</strong>s.


<strong>NATA</strong> <strong>PASTEURIZADA</strong><br />

DOS RISCOS DO DESABASTECIMENTO<br />

Aproxima<strong>da</strong>mente 17.000 tonela<strong>da</strong>s/ano (17 milhões de litros de creme à 50% ).<br />

DESEQUILÍBRIO DE OFERTA: Impacto direto na economia gaúcha e na sustentabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

cadeia leiteira nacional (excesso de oferta de gordura láctea no mercado, derrubando preços<br />

com reflexo em todo o Brasil);<br />

DESABASTECIMENTO DE MERCADO: Os consumidores serão os primeiros a serem afetados<br />

com o desabastecimento, pois estaremos tirando do mercado um produto típico <strong>da</strong> região<br />

que é consumido diariamente não só nas mesas gaúchas, mas também de outros estados que<br />

reconhecem no Creme <strong>NATA</strong>, um produto de excelente quali<strong>da</strong>de. A rede institucional<br />

(pa<strong>da</strong>rias, confeitarias, restaurantes, etc.) também será afeta<strong>da</strong> de imediato, pois não terá<br />

outro produto para substituir à altura o Creme <strong>NATA</strong> em suas formulações;<br />

IMPACTO POLÍTICO/SOCIAL: Paralisação <strong>da</strong>s linhas de produção de <strong>NATA</strong> e demissão de<br />

funcionários;<br />

Devemos alertar para o fato de que boa parte destes consumidores optam pelo uso do Creme<br />

<strong>NATA</strong> não só pelo seu sabor, mas também por questões liga<strong>da</strong>s a saúde. Devido ao seu teor<br />

de gordura mais baixo quando comparado à Manteiga, o consumidor tem em mãos um<br />

produto menos calórico , ou seja, estamos falando de um hábito de consumo saudável e que<br />

não terá um substituto à altura.


<strong>NATA</strong> <strong>PASTEURIZADA</strong><br />

CARACTERÍSTICAS DO PRODUTO<br />

Caracteriza-se por ser um Creme de Leite Pasteurizado com teor de gordura média entre 45 e 50%, de textura firme,<br />

espalmável, brilhante, sem apresentação de grumos e/ou soro aparente, com características reológicas que permitem a<br />

“espalhabili<strong>da</strong>de” do produto tanto como um substituto de Manteiga como cobertura de produtos forneados<br />

(comportamento estável ao forneamento).<br />

Características Creme Nata Pasteurizado:<br />

Teor Gordura:<br />

Legislação Creme Pasteurizado: 20 a 49,9%<br />

<strong>NATA</strong>: Usualmente a empresas produtoras de <strong>NATA</strong> utilizam entre 45 a 50%<br />

Acidez:<br />

Legislação Creme Pasteurizado: Máximo de 0,2%<br />

<strong>NATA</strong>: idem<br />

Estabilizantes:<br />

Legislação Creme Pasteurizado: Não permitido<br />

<strong>NATA</strong>: uso de estabilizantes (principalmente Gelatina e Carragena na proporção de 0,1 a 0,2% m/m) para<br />

impedir o dessoramento do produto.<br />

Como pode se notar nas principais características acima, o Creme <strong>NATA</strong> Pasteurizado diverge única e exclusivamente do<br />

Creme de Leite Pasteurizado normalmente fabricado em outras regiões pela sua característica de textura espalmável. Em<br />

outras palavras, este produto único no Brasil, difere dos demais cremes produzidos em outras regiões pela sua textura firme.


<strong>NATA</strong> <strong>PASTEURIZADA</strong><br />

JUSTIFICATIVA PARA O USO DE ESTABILIZANTES<br />

Devido as suas características reológicas , o produto deve apresentar ao longo de sua vi<strong>da</strong> de prateleira ,<br />

uma textura firme, homogênea, cremosa e sem dessoramento/separação de fases.<br />

Para que a indústria possa garantir este padrão ao longo <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> útil do produto, é necessário que se lance<br />

mão de estabilizantes (principalmente carragenas e/ou gelatinas), pois caso contrário o produto dessoraria<br />

no mercado.<br />

Destacamos que o Creme <strong>NATA</strong> possui em média uma vi<strong>da</strong> útil de 30 dias, o que por si só já é um<br />

empecilho logístico para distribuição do produto dentro do estado do Rio Grande do Sul.<br />

É importante ressaltar que sem estes aditivos (estabilizantes), não se conseguiria manter o produto no<br />

mercado sem a separação de fases. O uso destes aditivos garante a manutenção do padrão de quali<strong>da</strong>de<br />

do Creme Nata durante to<strong>da</strong> a sua vi<strong>da</strong> útil, atendendo as expectativas do mercado consumidor.<br />

Cabe aqui ressaltar que a quanti<strong>da</strong>de de aditivos utilizados no processo de fabricação do Creme <strong>NATA</strong>, gira<br />

ao redor de 0,10 a 0,20 % m/m, portanto um valor compatível com o que é normalmente empregado na<br />

indústria alimentícia de uma maneira geral (muito pouco significativo para a composição final do produto),<br />

porém de alto impacto tecnológico (evitar o dessoramento).<br />

Lembramos que a utilização destes aditivos em na<strong>da</strong> prejudica as características sensoriais e nem penaliza<br />

nutricionalmente o produto.<br />

Não temos conhecimento de um produto similar ao Creme <strong>NATA</strong> no mundo e, portanto, desconhecemos<br />

literatura disponível para justificar o uso de aditivos no mesmo. Para minimizar o impacto <strong>da</strong> falta de<br />

estudos acadêmicos, apresentaremos algumas fotografias onde se vê demonstrado os problemas<br />

ocasionados pela falta de adição de estabilizantes e em anexo apresentaremos estudos específicos<br />

demonstrando a funcionali<strong>da</strong>de, origem e mecanismos de ação destes estabilizantes.


<strong>NATA</strong> <strong>PASTEURIZADA</strong><br />

JUSTIFICATIVA PARA O USO DE ESTABILIZANTES<br />

O produto deve apresentar ao longo de sua vi<strong>da</strong> de prateleira , uma<br />

textura firme, homogênea, cremosa e sem dessoramento/separação de<br />

fases.<br />

Para que a indústria possa garantir este padrão ao longo <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> útil do<br />

produto (30 dias), é necessário que se lance mão de estabilizantes<br />

(principalmente carragenas e/ou gelatinas), pois caso contrário o produto<br />

dessoraria no mercado.<br />

Quanti<strong>da</strong>de de aditivos: entre 0,10 a 0,20 % m/m (compatível com o que é<br />

normalmente empregado na indústria alimentícia - muito pouco<br />

significativo para a composição final do produto), porém de alto impacto<br />

tecnológico .<br />

Lembramos que a utilização destes aditivos em na<strong>da</strong> prejudica as<br />

características sensoriais e nem penaliza nutricionalmente o produto.


<strong>NATA</strong> <strong>PASTEURIZADA</strong><br />

<strong>NATA</strong> <strong>PASTEURIZADA</strong> SEM ESTABILIZANTE<br />

A seguir apresentaremos uma sequência de fotos onde<br />

nota-se o comportamento reológico do Creme Nata sem<br />

adição de estabilizantes (corpo sem padrão, textura<br />

heterogênea e apresentação de soro livre):


<strong>NATA</strong> <strong>PASTEURIZADA</strong><br />

Creme Nata sem estabilizante com 10 dias


<strong>NATA</strong> <strong>PASTEURIZADA</strong><br />

Creme <strong>NATA</strong> sem estabilizante com 20 dias


<strong>NATA</strong> <strong>PASTEURIZADA</strong><br />

Creme <strong>NATA</strong> sem estabilizante com 20 dias


<strong>NATA</strong> <strong>PASTEURIZADA</strong><br />

CREME <strong>NATA</strong> COM ESTABILIZANTE<br />

Nesta próxima sequência de fotos , vemos duas amostras<br />

de Creme Nata com uso de aditivos (estabilizante), onde<br />

podemos notar o produto estável, homogêneo sem<br />

apresentação de grumos e sem apresentação de soro<br />

livre.


<strong>NATA</strong> <strong>PASTEURIZADA</strong><br />

Creme Nata com estabilizante com 20 dias


<strong>NATA</strong> <strong>PASTEURIZADA</strong><br />

Creme Nata com estabilizante com 20 dias


<strong>NATA</strong> <strong>PASTEURIZADA</strong><br />

Creme Nata com estabilizante com 30 dias


<strong>NATA</strong> <strong>PASTEURIZADA</strong><br />

CONCLUSÃO<br />

As características reológicas específicas <strong>da</strong> Nata Pasteuriza<strong>da</strong> e <strong>da</strong> sua aplicação e<br />

uso deixam transparente a necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> presença de estabilizantes em sua<br />

formulação para que se possa garantir a estabili<strong>da</strong>de do produto ao longo de sua<br />

vi<strong>da</strong> útil.<br />

É importante que o <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> <strong>Agricultura</strong> julgue a necessi<strong>da</strong>de de se criar um<br />

RTIQ para a <strong>NATA</strong> <strong>PASTEURIZADA</strong> em função <strong>da</strong> suas características próprias.<br />

Outro fator importante que não deve ser deixado de lado, diz respeito aos riscos<br />

que impomos ao mercado quando falamos <strong>da</strong> interrupção de produção<br />

(desabastecimento de mercado).<br />

Diante de to<strong>da</strong>s estas colocações, salientamos a importância <strong>da</strong>s empresas<br />

produtoras <strong>da</strong> <strong>NATA</strong> <strong>PASTEURIZADA</strong> produzirem este produto com o uso de<br />

estabilizantes específicos (Carragena e Gelatina) no limite máximo de uso de 0,20%<br />

m/m, uma vez que estes aditivos usados nesta quanti<strong>da</strong>de são inócuos, não<br />

provocam <strong>da</strong>nos nutricionais aos consumidores e tem como objetivo de uso<br />

exclusivamente a manutenção <strong>da</strong>s características reológicas específicas do<br />

produto.<br />

Lembramos que estes aditivos são aprovados para uso alimentar pelo próprio<br />

MAPA e ANVISA.


<strong>NATA</strong> <strong>PASTEURIZADA</strong><br />

Muito obrigado!

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!