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Terno Congo Catupé de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito

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BENS IMATERIAIS<br />

01. Município: Uberlândia 02. Distrito: Se<strong>de</strong><br />

03. Denominação: <strong>Terno</strong> “<strong>Congo</strong> <strong>Catupé</strong> <strong>de</strong> <strong>Nossa</strong> <strong>Senhora</strong> <strong>do</strong> <strong>Rosário</strong> e <strong>São</strong> <strong>Benedito</strong>”<br />

04. Natureza: Festas Populares/ Celebrações/ Cultos Afro-brasileiros<br />

05. Responsável: Ubiratan César Nascimento<br />

06. Informe Histórico:<br />

Na década <strong>de</strong> 40, vem para Uberlândia, da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Formiga-MG, os irmãos “<strong>Benedito</strong> da Silva”, os “Matinada”:<br />

José Matinada, Maria - a Lica, Emanuel - o Lico, Sebastião – o Tiãozinho, João Matinada, Lour<strong>de</strong>s, Maria Capitão e<br />

Dona. Junto a Eucli<strong>de</strong>s Lin<strong>do</strong>lfo, natural <strong>de</strong> Uberlândia e Irene Rosa, cumadre e primeira mãe <strong>de</strong> santo a abrir um terreiro<br />

<strong>de</strong> Umbanda em Uberlândia (a Tenda Coração <strong>de</strong> Jesus), fundam o <strong>Congo</strong> <strong>Catupé</strong> <strong>de</strong> <strong>Nossa</strong> <strong>Senhora</strong> <strong>do</strong> <strong>Rosário</strong> e <strong>São</strong><br />

<strong>Benedito</strong>, o <strong>Catupé</strong> <strong>do</strong> Martins. Durante muitos anos o quartel <strong>do</strong> <strong>Catupé</strong> fica na rua Rafael Rinaldi, no mesmo local on<strong>de</strong><br />

funciona a Tenda Coração <strong>de</strong> Jesus e o <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> lenha <strong>de</strong> Irene Rosa.<br />

Irene Rosa migra em direção à Uberlândia no início <strong>do</strong> século XX. Sua única filha “legítima”, Maria <strong>do</strong> <strong>Rosário</strong>,<br />

nasce em 1929, próximo a Uberaba, “às margens <strong>do</strong> córrego Fortaleza”. Quan<strong>do</strong> Maria <strong>do</strong> <strong>Rosário</strong> está com 10 anos,<br />

mudam-se para próximo à Sucupira, pois o padrasto trabalhava na Linha Mogiana que estava sen<strong>do</strong> construída.<br />

Permanecem neste local por 4 anos e <strong>de</strong>pois se mudam para Uberlândia. Irene Rosa fazia quitandas que vendia na<br />

“beira da Linha Mogiana”. Quan<strong>do</strong> se muda para Uberlândia passa a <strong>de</strong>senvolver a mesma ativida<strong>de</strong> <strong>do</strong> pai: proprietária<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> lenha, ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvida com o auxílio <strong>do</strong>s filhos e netos. Com o tempo consegue comprar 3 lotes na<br />

rua Rafael Rinaldi, on<strong>de</strong> hoje se localiza a “tenda Coração <strong>de</strong> Jesus”, primeiro terreiro <strong>de</strong> Umbanda a abrir as portas na<br />

cida<strong>de</strong>. Além da filha, criou mais 18 filhos a<strong>do</strong>tivos. Irene Rosa lecionava para os filhos e para as crianças vizinhas. Dona<br />

Maria <strong>do</strong> <strong>Rosário</strong> relata que ela ensinava mais a ler <strong>do</strong> que escrever, pois as condições econômicas não permitiam<br />

comprar material como ca<strong>de</strong>rnos, lápis e giz <strong>de</strong> escrever. Fabricavam giz com pedaços <strong>de</strong> mandioca para escrever na<br />

lousa. Sua casa era também abrigo para muitas pessoas que vinham para a cida<strong>de</strong> em busca <strong>de</strong> tratamento médico ou<br />

em busca <strong>de</strong> trabalho. Irene Rosa era “a madrinha Irene”, ou “mãe Ireninha”. Em sua casa surge o terno <strong>de</strong> <strong>Catupé</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Nossa</strong> <strong>Senhora</strong> <strong>do</strong> <strong>Rosário</strong> e <strong>São</strong> <strong>Benedito</strong>, o <strong>Catupé</strong> <strong>do</strong> Martins. Diversos outros ternos contavam com sua benção. No<br />

dia 17 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1974 falece Irene Rosa, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> a direção da Tenda para Pai Roque, mari<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua sobrinha, e<br />

para a neta Maria Irene, que ainda hoje dirige os trabalhos auxiliada por suas irmãs Marlene, Janaina e Joana.<br />

Antes <strong>de</strong> virem para Uberlândia, os irmãos Matinada integravam o terno <strong>de</strong> <strong>Catupé</strong> <strong>do</strong> seu Zacarias em Formiga.<br />

Pertenciam àquele terno porque residiam perto <strong>do</strong> quartel, fazem parte da “família territorial” <strong>do</strong> terno e não da “família<br />

genética”. O patriarca da Família, o seu <strong>Benedito</strong> da Silva, não vem com eles <strong>de</strong> Formiga.<br />

Quan<strong>do</strong> o <strong>Congo</strong> <strong>Catupé</strong> <strong>de</strong> <strong>Nossa</strong> <strong>Senhora</strong> <strong>do</strong> <strong>Rosário</strong> e <strong>São</strong> <strong>Benedito</strong> é funda<strong>do</strong>, o Eucli<strong>de</strong>s Lin<strong>do</strong>lfo é o<br />

Marechal, o regente. O José Matinada é o primeiro Capitão e toca sanfona. O Lico e o João Matinada também eram<br />

capitães. José Augusto era outro capitão, mas não faz parte da família consangüínea. Irene Rosa é a primeira madrinha<br />

<strong>do</strong> terno junto `a Lour<strong>de</strong>s. As filhas e netas <strong>de</strong> Irene Rosa também integram o terno na função <strong>de</strong> ban<strong>de</strong>ireiras. A Lica , a<br />

Maria Capitão e a Dona eram as cozinheiras. Maria Capitão e Irene Rosa eram as mentoras espirituais <strong>do</strong> terno. O<br />

Lázaro, genro <strong>do</strong> Eucli<strong>de</strong>s Lin<strong>do</strong>lfo tocava banjo. As filhas e filhos <strong>do</strong>s Matinada e da Irene Rosa e respectivos conjugues<br />

foram os primeiros dança<strong>do</strong>res <strong>do</strong> terno.<br />

Quan<strong>do</strong> <strong>do</strong>na Mariinha era criança, ela carregava a “Urna” para arrecadar <strong>do</strong>nativos para a igreja. A Maria Irene,<br />

neta da Irene Rosa e atual zela<strong>do</strong>ra da Tenda Coração <strong>de</strong> Jesus também carregava a “urna”. Dona Maria <strong>do</strong>s Reis se<br />

afastou <strong>do</strong> terno, se casou, e aproximadamente a 20 anos passou a <strong>de</strong>sempenhar a função <strong>de</strong> madrinha antes<br />

<strong>de</strong>sempenhada por Irene Rosa. Seu José Matinada quem a convocou para <strong>de</strong>sempenhar esta função. Maria Irene, a<br />

atual zela<strong>do</strong>ra da Tenda Coração <strong>de</strong> Jesus não participa diretamente <strong>do</strong> terno, mas é visitada to<strong>do</strong> ano.<br />

Os Matinada frequentavam o terreiro <strong>de</strong> Umbanda <strong>de</strong> Mãe Irene Rosa. Dona Mariinha se casa com Paulo Cesar<br />

Nascimento, o Pai Pedrinho, que é filho <strong>de</strong> santo <strong>de</strong> Mãe Delfina zela<strong>do</strong>ra das tradições Omolokô e é iniciada neste ritual<br />

tornan<strong>do</strong>-se uma Yalorixá. A <strong>do</strong>na Mariinha, mulher <strong>de</strong> Eucli<strong>de</strong>s Lin<strong>do</strong>lfo, também dirige trabalhos <strong>de</strong> Umbanda no bairro<br />

Dona Zulmira. Os integrantes da família divi<strong>de</strong>m-se entre os trabalhos <strong>do</strong> centro, o conga<strong>do</strong> e o carnaval. Alguns, como a<br />

família <strong>do</strong> Tiãozinho e da Lour<strong>de</strong>s viraram crentes e não realizam mais estes rituais.<br />

Quan<strong>do</strong> os toca<strong>do</strong>res <strong>de</strong> sanfona, banjo, violão e cavaquinho morrem, nenhum <strong>do</strong>s filhos ou dança<strong>do</strong>res apren<strong>de</strong><br />

a tocar estes instrumentos, que <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> ser utiliza<strong>do</strong>s pelo terno. Os familiares guardam os instrumentos intoca<strong>do</strong>s<br />

como reliquias que contam a história <strong>de</strong> lendarios conga<strong>de</strong>iros. Alguns instrumentos acabam com o tempo.<br />

Antes <strong>de</strong> morrer, o José Matinada iria passar o seu Bastão para o seu filho Raimun<strong>do</strong> – o Pacú, mas ele não quis<br />

aceitar a resposabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser capitão. Então o bastão <strong>de</strong> capitão é passa<strong>do</strong> para o neto, Ubiratan, que na época<br />

tocava maracanã. O Bastão <strong>do</strong> Eucli<strong>de</strong>s Lin<strong>do</strong>lfo é passa<strong>do</strong> para o Ama<strong>do</strong>r.


07. Documentação fotográfica:<br />

Capitães conduzin<strong>do</strong> o terno (2006) Madrinha e ban<strong>de</strong>ireiras (2006)<br />

Solda<strong>do</strong>s conduzin<strong>do</strong> suas Caixas, maracanãs e meia lua (2005)<br />

08. Descrição:<br />

Com idumentária branca com faixas rosa e azul cruzadas no peito e nas costas, traz sobre a cabeça uma coroa. É<br />

o único terno da cida<strong>de</strong> que traz <strong>do</strong>is estandartes em homenagem aos santos <strong>Nossa</strong> <strong>Senhora</strong> <strong>do</strong> <strong>Rosário</strong> e <strong>São</strong><br />

<strong>Benedito</strong>.<br />

Na atual formação, Ubiratan é o Primeiro Capitão. Ama<strong>do</strong>r é o Segun<strong>do</strong> Capitão. Maria <strong>do</strong>s Reis e Maria são as<br />

madrinhas e mentoras espirituais <strong>do</strong> terno. Francelina é a madrinha da ban<strong>de</strong>ira, Patricia ajuda na coor<strong>de</strong>nação e<br />

Rosária é fiscal das ban<strong>de</strong>ireiras. O Flávio é o Presi<strong>de</strong>nte e Marcos é vice presi<strong>de</strong>nte e fiscal junto com o Raimun<strong>do</strong> –<br />

Pacu. Adilson é tesoureiro. Amilton faz parte <strong>do</strong> conselho fiscal. O Gil é esposo da França e além <strong>de</strong> um <strong>do</strong>s pula<strong>do</strong>res <strong>de</strong><br />

frente é também um <strong>do</strong>s coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>res da diretoria A Patricia é responsável pelas crianças. O Marcos Paulo é o Chefe<br />

<strong>de</strong> Caixaria, ou seja, cuida <strong>do</strong>s instrumentos, ensina os novatos a tocar, afina os instrumentos. A Clei<strong>de</strong> é mulher <strong>do</strong><br />

Ama<strong>do</strong>r e chefe <strong>de</strong> cozinha. Karem e Gabriela carregam as ban<strong>de</strong>iras.<br />

As meninas são organiza<strong>do</strong>s por <strong>do</strong>na Maria <strong>do</strong>s Reis Nascimento, mãe <strong>do</strong> capitão Ubiratan e Madrinha <strong>do</strong> terno<br />

e pelas Madrinhas da Ban<strong>de</strong>ira: Francelina, Cristina, Beatris e Vanessa. Em seguida a bateria: os homens vesti<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

branco com faixas azul e cor <strong>de</strong> rosa tocam os maracanãs, as meia luas os repiliques e os sur<strong>do</strong>s sob a regência <strong>do</strong><br />

apito e bastão <strong>do</strong> Ama<strong>do</strong>r, Segun<strong>do</strong> Capitão. Os três capitães se revesam organizan<strong>do</strong> o terno, ditan<strong>do</strong> o rítmo, as<br />

músicas, organizan<strong>do</strong> o transito <strong>do</strong>s carros - transitam por to<strong>do</strong> o terno. Em alguns momentos, alguns caixeiros<br />

<strong>de</strong>scançam e carregam as caixas sem tocá-las, em geral auxilia<strong>do</strong>s por garotos que acompanham o terno. Geralmente<br />

as caixas se revesam, para<strong>do</strong> totalmente <strong>de</strong> tocar em pequenos intervá-los. As meninas dançam também o tempo to<strong>do</strong>,<br />

com pequenos intervalos revesa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanço.<br />

09. Grupos Sociais Envolvi<strong>do</strong>s:<br />

Irmanda<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Rosário</strong> e <strong>São</strong> <strong>Benedito</strong>, Abaçá <strong>de</strong> Nanã e Oxum, Tenda Coração <strong>de</strong> Jesus, mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s bairros<br />

Martins, Dona Zulmira e entorno


10. Organiza<strong>do</strong>res:<br />

Presi<strong>de</strong>nte: Raimun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Reis da Silva (Pacu)<br />

Madrinha: Maria <strong>do</strong>s Reis da Silva (Yá Mariinha, Mãe Mariinha)<br />

1º Capitão: Ubiratan César Nascimento<br />

2º Capitão: Ama<strong>do</strong>r<br />

3º Capitão: Gil<br />

Madrinha da Ban<strong>de</strong>ira: Francelina<br />

Capitão <strong>de</strong> Caixaria: Marcos Paulo<br />

Secretária: Vanessa<br />

Tesoureiros: Adilson e Fabiano<br />

Ajudantes: Mariinha (D. Zulmira), Brígida<br />

Ora<strong>do</strong>ras: Patrícia e Cristina<br />

11. Participantes: Aproximadamente 100 integrantes<br />

.<br />

12. Local <strong>de</strong> Realização:<br />

13. Data/ periodicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência:<br />

A “campanha” <strong>do</strong> Conga<strong>do</strong>, como os conga<strong>de</strong>iros dizem, começava por volta <strong>do</strong> dia 15 <strong>de</strong> setembro, atualmente ela<br />

começa por volta <strong>do</strong> dia 10 <strong>de</strong> agosto. Por causa da mudança da data da festa <strong>de</strong> novembro para outubro, a campanha<br />

também começa mais ce<strong>do</strong>. A festa <strong>do</strong> Conga<strong>do</strong> realizada na Igreja <strong>de</strong> <strong>Nossa</strong> <strong>Senhora</strong> <strong>do</strong> <strong>Rosário</strong> no centro da cida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Uberlândia, atualmente ocorre no último <strong>do</strong>mingo e segunda-feira <strong>de</strong> outubro, antes era no segun<strong>do</strong> <strong>do</strong>mingo e<br />

segunda-feira <strong>de</strong> novembro. Ocorre também uma festa na igreja <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Benedito</strong>, no bairro Planalto no mês <strong>de</strong> maio.<br />

Várias festas em outras cida<strong>de</strong>s ocorrem em diversas datas ao longo <strong>do</strong> ano, sen<strong>do</strong> visitadas pelos ternos <strong>de</strong> Uberlândia.<br />

14. Informações Complementares:<br />

O Conga<strong>do</strong> é um ritual afro-brasileiro que nasce <strong>do</strong>s cortejos <strong>de</strong> coroação <strong>de</strong> reis, <strong>do</strong> culto aos ancestrais africanos e<br />

das celebrações <strong>de</strong> santos da Igreja Católica. Uma dança ritual executada por guardas ou ternos <strong>de</strong> <strong>Congo</strong>,<br />

15. Moçambique, Referências: Marujo, Marinheiro e <strong>Catupé</strong>. Os dançantes prestam homenagem à <strong>Nossa</strong> <strong>Senhora</strong> <strong>do</strong> <strong>Rosário</strong> e a <strong>São</strong><br />

* <strong>Benedito</strong>, ANAIS da aos Biblioteca antepassa<strong>do</strong>s Nacional e – aos Volume santos 108 <strong>de</strong> – sua Rio <strong>de</strong>voção, <strong>de</strong> Janeiro, principalmente 1988 pg. 47-113 aos santos – Carta negros <strong>de</strong> Gomes Santa Freire Efigênia <strong>de</strong> e Andra<strong>de</strong> N. S.<br />

para Aparecida, o Capitão-mor mas também da Vila <strong>São</strong> <strong>de</strong> S. Domingos, João <strong>de</strong> <strong>Nossa</strong> El Rey <strong>Senhora</strong> Manuel da da Costa Guia, Golvea, <strong>Nossa</strong> 27 <strong>Senhora</strong> <strong>de</strong> junho d’Abadia, <strong>de</strong> 1746. etc. Mss. Cada APM, terno Códice se<br />

SC84, diferencia Registro <strong>do</strong> outro da provi<strong>do</strong>ria nas cores da das Fazenda roupas <strong>de</strong> e Minas <strong>do</strong>s acessórios, Gerais p.111 nos (Ver ritmos lau<strong>do</strong> das IPHAN músicas, 004/98) nos instrumentos e na forma da<br />

*BRASILEIRO, dança. Jeremias. Congadas <strong>de</strong> Minas Gerais – Brasília: Fundação Cultural Palmares, 2001.<br />

* Prevalesse LAUDO IPHAN o canto 004/98 antifonal, – Dossiê isto <strong>do</strong> é, Tombamento um solista, geralmente <strong>do</strong> Remanescente o Primeiro <strong>do</strong> Capitão, Antigo Quilombo apresenta <strong>do</strong> o tema Ambrósio e o coro – Ibiá respon<strong>de</strong>. – Mg O<br />

*LUCAS, Segun<strong>do</strong> Glaura. Capitão Os com Sons seu <strong>do</strong> bastão <strong>Rosário</strong> e – apito Um comanda Estu<strong>do</strong> Etnomusicológico os solda<strong>do</strong>s na <strong>do</strong> execução Conga<strong>do</strong> instrumental. Mineiro – Arturos Cada Capitão e Jatobá. “puxa” uma<br />

Dissertação série <strong>de</strong> músicas <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>, que po<strong>de</strong>m <strong>São</strong> Paulo: ser elaboradas ECA-USP, por 1999. ele ou pelo grupo e ainda outras aprendidas com outros ternos ou<br />

*MARRA, com os antepassa<strong>do</strong>s. Fabíola Benfica. Algumas Álbum <strong>de</strong> músicas Família: são Famílias “tradicionais” Afro-<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes <strong>do</strong> terno, passadas no Século <strong>de</strong> XX capitão em Uberlândia para capitão. – MG Outras – CD- são<br />

Rom específicas produzi<strong>do</strong> <strong>de</strong> entre cada os guarda. anos <strong>de</strong> Existem 2004 e também 2005, através cantorias da que lei municipal são consi<strong>de</strong>radas <strong>de</strong> Incentivo “segre<strong>do</strong>” à Cultura. que não po<strong>de</strong>m ser reveladas<br />

*MARTINS, para “os <strong>de</strong> Tarcisio fora” e que José. são Quilombo aprendidas <strong>do</strong> e Campo “guardadas Gran<strong>de</strong>: no coração”, A História só são <strong>de</strong> Minas executadas Roubada em cerimônias <strong>do</strong> Povo. <strong>São</strong> reservadas. Paulo: Gazeta<br />

Maçônica, O trajeto 1995. <strong>do</strong> Conga<strong>do</strong> é uma manifestação pública da fé, <strong>do</strong> pertencimento ao movimento cultural afro-brasileiro-<br />

*LIMA mineiro-uberlan<strong>de</strong>se. JR., Walter. Chico Os Rei. conga<strong>de</strong>iros Embrafilmes, rompem 1986. os muros que cercam suas comunida<strong>de</strong>s e ganham a cida<strong>de</strong>,<br />

*LOURENÇO, comemoran<strong>do</strong> Luis a manutenção Augusto Bustamante. <strong>de</strong> suas famílias Bairro e Patrimônio: <strong>de</strong> sua cultura. Salga<strong>do</strong>res e Moçambiqueiros. Uberlândia: Secretaria<br />

Municipal O ritual composto <strong>de</strong> Cultura, por 1983. elementos da cultura bantu é reelabora<strong>do</strong> no Brasil sob influência <strong>do</strong> contato com outros povos<br />

*MARTINS, africanos, europeus Leda M. Cantares e nativos. – O Afrografias Conga<strong>do</strong> da em Memória. Uberlândia, <strong>São</strong> é Paulo: fundamenta<strong>do</strong> Perspectiva: no mito 1997. da aparição e resgate da imagem<br />

*MOURA, <strong>de</strong> <strong>Nossa</strong> Clovis <strong>Senhora</strong> (org). <strong>do</strong> Os <strong>Rosário</strong> Quilombos e possui na pelo Dinâmica menos Social duas <strong>do</strong> versões: Brasil – a) Maceió: <strong>Nossa</strong> Edufal, <strong>Senhora</strong> 2001. <strong>do</strong> <strong>Rosário</strong> estava <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> mar,<br />

*RIBEIRO, um garoto Maria a vê <strong>de</strong> submergir, Lour<strong>de</strong>s Borges. chama A os Música pais para Africana. verem, Rio eles <strong>de</strong> Janeiro: não acreditam. Funart, 1981 Então ele chama os Marinheiros, que<br />

*VALE, também Marília presenciam Brasileiro a santa Teixeira. submergir, Arquitetura eles tentam Religiosa tirá-la, <strong>do</strong> Século mas ela XIX não no sai antigo <strong>do</strong> local. “Sertão Chegam da Farinha brancos Podre”. e padres Tese e<br />

apresentada tentam levá-la à Faculda<strong>de</strong> para uma <strong>de</strong> capela, Arquitetura mas a e santa Urbanismo “foge” <strong>do</strong> da Universida<strong>de</strong> altar e volta para <strong>de</strong> <strong>São</strong> o mar. Paulo Vem, para então obtenção o terno <strong>do</strong> <strong>de</strong> Grau <strong>Congo</strong>, <strong>de</strong> Doutor, to<strong>do</strong><br />

<strong>São</strong> colori<strong>do</strong> Paulo, e canta 1998. para ela sair da água, ela submerge, mas ao ser levada para a capela <strong>do</strong>s brancos, volta a “fugir” para<br />

o mar. Um terno <strong>de</strong> Moçambique, to<strong>do</strong> vesti<strong>do</strong> <strong>de</strong> branco, <strong>de</strong>scalço, com gungas nos pés, canta para ela, que então<br />

16. Atualização <strong>de</strong> Informações:<br />

submerge e lhes acompanha, eles então constroem uma capela para ela e ali <strong>Nossa</strong> <strong>Senhora</strong> <strong>do</strong> <strong>Rosário</strong> permanece,<br />

o terno <strong>de</strong> Moçambique então se retira sem lhe dar as costas. b) a segunda versão, contada por Maria Conceição<br />

Car<strong>do</strong>so, <strong>do</strong> Moçambique <strong>Rosário</strong> <strong>de</strong> Fátima, afirma que ao tentar capturar escravos fugi<strong>do</strong>s na serra da Montanhesa,<br />

um grupo <strong>de</strong> capitães <strong>do</strong> mato encontra um grupo <strong>de</strong> negros, vesti<strong>do</strong>s <strong>de</strong> branco, fazen<strong>do</strong> rosários, com contas <strong>de</strong><br />

lágrima em frente a uma árvore <strong>de</strong> umbaúba on<strong>de</strong> <strong>Nossa</strong> <strong>Senhora</strong> <strong>do</strong> <strong>Rosário</strong> estava encravada num galho. Os<br />

capitães <strong>do</strong> mato surram os negros e tentam capturá-los, mas eles permanecem imóveis. Apavora<strong>do</strong>s com a visão<br />

17. voltam Ficha para Técnica: a cida<strong>de</strong> e chamam um padre para ir até o local verificar o fato. E como na primeira versão, brancos e<br />

<strong>Congo</strong>s não conseguem levá-la, <strong>Nossa</strong> <strong>Senhora</strong> <strong>do</strong> <strong>Rosário</strong> acompanha apenas o Moçambique que canta, vesti<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

Fotografia: Fabíola Benfica Marra Data: Novembro <strong>de</strong> 2006<br />

branco e lhe construiu uma igreja e não lhe dá as costas ao se retirar <strong>de</strong> sua presença.<br />

Elaboração: O Moçambique Fabíola é, por Benfica isso, Marra a Guarda Real. Isto é, são os Data: ternos Novembro <strong>de</strong> Moçambique <strong>de</strong> 2006 os responsáveis por conduzir as<br />

imagens <strong>do</strong>s santos, bem como os reis durante a procissão. É responsável por levantar o mastro na porta da Igreja<br />

Revisão: dan<strong>do</strong> início ao Conga<strong>do</strong>, é quem geralmente conduz os casais Data: reais até a procissão e também no encerramento da<br />

festa. Ouvi <strong>de</strong> diversos capitães em Uberlândia, que quem conduz o casal real é o Moçambique ou “<strong>Congo</strong> <strong>de</strong> coroa”.<br />

A coroa além <strong>de</strong> representar a realeza, também é símbolo <strong>de</strong> <strong>Nossa</strong> <strong>Senhora</strong> e confere a quem a utiliza a autorida<strong>de</strong><br />

para conduzir os reis e santos. A coroa também está associada aos Pretos Velhos, na Umbanda, representa o po<strong>de</strong>r e<br />

a sabe<strong>do</strong>ria <strong>do</strong>s anciões. O <strong>Catupé</strong> faz a guarda <strong>do</strong> Moçambique e po<strong>de</strong> substituí-lo nessas funções. As músicas, as<br />

roupas e a<strong>de</strong>reços e o trançar <strong>de</strong> fitas característico <strong>do</strong> terno <strong>de</strong> Marinheiros e Marujos, fazem referência ao mar que<br />

traz os negros para o Brasil e <strong>de</strong> on<strong>de</strong> <strong>Nossa</strong> <strong>Senhora</strong> é retirada, e às ativida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> Marinheiro. Os ternos <strong>de</strong> <strong>Congo</strong><br />

são <strong>de</strong> louvação, os toca<strong>do</strong>res <strong>de</strong> maracanãs e caixas fazem performances saltan<strong>do</strong> com os instrumentos, mas esta<br />

performance, atualmente, também é reproduzida por outras guardas. Segun<strong>do</strong> os integrantes <strong>do</strong> Marinheiro <strong>de</strong> <strong>São</strong><br />

<strong>Benedito</strong> a performance <strong>do</strong>s salta<strong>do</strong>res ou caixeiros <strong>de</strong> frente, em que os dança<strong>do</strong>res pulam com as caixas revezan<strong>do</strong>

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