1 Anos Anos Anos
EXEMPLAR GRATUITO
Edição:
309
Jornal da Universidade Bandeirante de São Paulo • UNIBAN • Ano 10 • de 31 de julho a 06 de agosto de 2006
JUVENTUDE
ENTREVISTA
O jornalista
Sérgio Dávila.
(págs. 4 e 5)
ENGAJADA
Em ano de eleição conheça quais são as idéias,
como funcionam e quem faz parte dos
movimentos jovens partidários. (págs. 8 e 9)
Foto: João Wainer/Folha Imagem
DIÁRIO OFICIAL UNIBAN
Edição LXXXI
02
EDITORIAL ÍNDICE
Espero que todos tenham aproveitado
muito bem o período de descanso, pois as
férias do meio do ano acabaram. O segundo
semestre vem aí com provas, seminários,
trabalhos e muita leitura. Bom, há novidade
para vocês, leitores da Folha Universitária: a
editoria Eleições 2006. Trata-se de um espaço
para que o eleitor saiba mais sobre os cargos
que estão disponíveis aos candidatos, com
as devidas atribuições de cada um.
A entrevista desta semana é com o
jornalista Sérgio Dávila. Ele cobriu a Guerra
do Iraque, em 2003, a qual rendeu um livro
sobre o conflito no Oriente Médio e as
eleições presidenciais norte-americanas de
um jeito diferente: atravessando o interior
do país. Atualmente, está trabalhando em
Washington como correspondente da Folha
de S.Paulo e comentarista internacional do
telejornal SBT Brasil. Além de tudo isso, Dávila
também atua como crítico de cinema.
Como estamos em ano eleitoral, não
podíamos deixar de produzir uma matéria
de capa sobre o assunto. Resolvemos
investigar como a juventude está engajada na
política nos dias atuais, pois os jovens das
décadas de 60 e 70 atuaram decisivamente
para a derrubar um regime ditatorial no
Brasil, o período governado pelos militares.
Ouvimos os dirigentes de cinco grandes
partidos brasileiros – PT, PSDB, PPS, PCdoB
e PP – sobre como cada agremiação busca
atrair a juventude brasileira para discutir as
questões nacionais.
A editoria Comportamento discute uma
falsa premissa de quem navega pela Rede
Mundial de Computadores: a sensação de
anonimato. A lei pune com rigor quem se
utiliza da Internet para disseminar
comportamento agressivo perante à
sociedade.
E, por fim, a editoria de Cultura traz uma
matéria sobre um evento que acontece desde
1999, preferencialmente durante as férias
estudantis e que tem como objetivo
popularizar a arte e a cultura nipônica entre
os jovens do Brasil: o ANIMECON, palavra
formada por meio da mistura dos termos
animê e convenção.
Tenham uma ótima leitura!
Nilson Hernandes
Ação Social ............................... 3
Entidade mobiliza ações
contra o preconceito
Entrevista ........ 4 E 5
Jornalista
de inúmeros perfis
eleições 2006 ............................ 6
O que fazem os legisladores
que regem o País
CIDADE ........................................... 7
Sem saída
Matéria de Capa ................ 8 E 9
Os jovens tomam partido
comportamento ................ 1 0
Sensação de anonimato
é pura ilusão
por dentro da uniban ... 11
Ciclo de discussões
Jovens Arquitetos
CULTURA ................... 12
Evento nipônico é sucesso
em São Paulo
Guia Universitário
e Preliminares....................... 13
ESTÁGIOS e CLASSIFICADOS 14
TV UNIBAN
E HORÓSCOPO ....... 15
ENTRETENIMENTO .................. 16
Diário Oficial UNIBAN
(encartado)
EDITORIAL
político
Se o leitor não leu, felizmente ainda há
tempo pra se deliciar com o famoso poema
épico. Falo de um clássico da literatura alemã
prestes a completar duzentos anos: Fausto, do
celebrado escritor Johann Wolfgang Von Goethe.
A obra narra a vida do dr. Fausto, que vendeu a
alma ao diabo em troca de saber e prestígio
sobrenaturais. Ao longo do texto, Goethe mostra
o conflito de um homem que se dilacera entre a
vontade de se elevar espiritualmente e a atração
pelos prazeres e bens terrenos. O que o escritor
germânico não imaginou é que há dois séculos
ele estava descrevendo a maioria dos políticos
tupiniquins. Isso mesmo: quase todos, salvo
raríssimas e desconhecidas exceções. A sede pelo
poder fez com que o acadêmico FHC comesse
buchada de bode e andasse num jumento, sede
que obrigou Marta Suplicy a aceitar o apoio e
discursasse ao lado do antigo inimigo Paulo Maluf.
Esta mesma sede produziu amnésia no
candidato do PSDB à presidência da República
Geraldo Alckmin. Nos recentes ataques do PCC
ele afirmou aos jornalistas paulistas que o crime
organizado estava reagindo desesperadamente
ao belo trabalho da Polícia Militar. Já aos colegas
mineiros declarou que os ataques eram uma
reação à prisão de um dos integrantes do bando.
Questionado sobre sua responsabilidade, já que
ele e o seu partido governam o estado há 12
anos, Alckmin afirmou que não faria interpretação
política dos ataques. “Não vou contribuir com
nenhuma palavra que possa politizar essa
situação, que é grave e preocupante. Não vou
levar isso para o campo político-eleitoral”.
Mas ele mentiu e agiu como um pau
mandado do presidente nacional do PFL, Jorge
Bornhausen, também conhecido como “nazista”.
Bornhausen disse que desconfiava de uma
relação entre o PT e os atos do PCC. Não
demorou muito e o seu discípulo-mor, José Serra,
abraçou a idéia. Na falta de explicação, de uma
idéia, uma corda pra se agarrar, Alckmin
concordou com ambos. Ou seja, em três anos e
meio de governo, Lula e o PT são responsáveis
por todos os males, mesmo que os tucanos
tenham chefiado o País por oito anos e aninhado
em São Paulo por doze.
Não creio que Alckmin concorde com a
asneira que seus lábios proferiram, mas vale tudo
pelo poder, até vender a alma ao Diabo. Mas o
simpático ex-governador de São Paulo fez pior
que Fausto: vendeu ao Serra e pasmem, ao
Bornhausen. Que companhia!
Manuel Marques
EXPEDIENTE: Folha Universitária é uma publicação semanal da Universidade Bandeirante de São Paulo - UNIBAN - Ano 10. Edição nº 309 de 31 de julho a 06 de agosto de 2006.
Reitor: Prof. dr. Heitor Pinto Filho. Vice-Reitores: Prof. MS Milton Linhares e Prof. dr. Silvino Lopes. Pró-Reitor Acadêmico: Prof. dr. Heitor Pinto Filho (interino). Assessor Comunitário: Américo
Calandriello Júnior. Diretora e Jornalista responsável: Mariana de Alencar (Mtb 39.663). Direção de Arte, ilustrações, produções gráfica e editorial: Ronaldo Paes e Ricardo Neves. Editor-chefe:
Nilson Hernandes. Editor de Ação Social, Cidades, Eleições 2006, Comportamento, Moda e Beleza: Cleber Eufrasio. Editor de Entrevista, Capa e Cultura: Renato Góes. Repórteres: Manuel Marques
e Vivian Costa. Colaboradora: Flávia Delgado. Fotos: Ricardo Trida. Estagiários: Daniel Tenreiro e Jairo Giovenardi . Diário Oficial UNIBAN: coordenação Francielli Abreu. Impressão: Folha Gráfica. Cartas
para a redação: Av. Braz Leme, 3029, Santana, São Paulo, CEP 02022-011. Tel. (11) 6972-9008. e-mail: folha_universitaria@uniban.br - Home page: www.uniban.br - Tiragem: 30.000.
Por Jairo Giovenardi
O dia 29 de dezembro de 2004 ficou
marcado pela criação de uma instituição, que
tem como principal objetivo promover a
inclusão social na região do Grande ABCD. Com
muito trabalho e espírito de equipe, a Ação
Brotar pela Cidadania e Diversidade Sexual
(ABCD’S) - ONG sem fins lucrativos e sem
filiação partidária ou religiosa, desenvolve
diversas atividades, principalmente para acabar
com o preconceito estabelecido perante a
comunidade GLBT ao longo dos anos.
Entre inúmeros atos, há um encontro toda
terça-feira à noite, às 19h, no Shopping ABC
Plaza para aproximar as pessoas e mostrar que
cada uma tem um papel fundamental dentro
da sociedade. Às quartas-feiras, uma vez por
mês, no auditório da Câmara Municipal de
Santo André, também há participação da
sociedade, onde é trabalhada a homosociabilidade,
para julgar os atos e a participação
em todos os aspectos. Já no Parque Celso
Daniel, 24 horas aberto, é trabalhada a homoculturatividade,
com músicas e jogos.
Mas nem toda a comunidade é GLBT.
Busca-se, também, a inclusão social do negro,
do idoso e dos portadores de necessidades
especiais. “É realmente uma nova leitura para
verificar quem são os homossexuais na
comunidade, qual a participação de gays,
lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. Com
isso, consegue-se ter um novo parâmetro neste
pensamento, de mostrar que todo mundo
pode fazer parte. A ABCD’S trabalha para
mobilizar e sensibilizar a sociedade sobre as
questões GLBT, promovendo também a
inclusão social. Todos devem ter este espaço”,
enfatizou o presidente da entidade, Marcelo
Gouveia.
A associação, que ainda não possui uma
sede própria, conta atualmente com 389
membros. A ONG promoverá o primeiro curso
profissionalizante gratuito para a comunidade
GLBT. Entre os principais cursos, que serão
realizados em agosto, entre os dias 5 e 7, estão
o de maquiagem, sais de banho, sabonete,
decoração de ambientes, drag queen e defesa
pessoal. No total são 60 vagas disponíveis. De
25 a 27 de agosto haverá o primeiro encontro
GLBT de Santo André e região.
AÇÃO SOCIAL
Entidade mobiliza ações contra
o preconceito
A ABCD’S luta pelos direitos dos gays, lésbicas, bissexuais,
travestis e transexuais
Divulgação
O presidente da ONG ABCD’S,
Marcelo Gouveia
Já em setembro, a ABCD’S prepara um
verdadeiro festival de atividades. Entre os
eventos, uma feira 24 horas aberta, com as
presenças de Léo Áquila e Salete Campari,
entre outros. “Em setembro há uma história
de lutas dos movimentos sociais, uma luta para
a inclusão de diversos movimentos. Temos que
preservar esse histórico”, disse Gouveia.
Formado em teologia e filosofia, Gouveia
tem a instituição na mente e no coração. “Ela
representa meu histórico de vida e minha
formação. Então, como não pude ser um padre
seminarista, meu objetivo foi formar uma
instituição”.
Outro ato importante diz respeito ao
programa contra a Homofobia – discriminação
aos homossexuais - lançado em Santo André,
com uma avaliação de um mês, onde foram
constatados alguns casos de violência no Parque
Celso Daniel. “A própria Guarda Municipal fez
vista grossa. A cada dois dias no Brasil um
homossexual é assassinado, a cada 15 minutos
um é agredido verbalmente. 100% da
comunidade GLBT sofre discriminação no
Brasil”, finalizou.
ABCD‘S – Para mais informações,
acesse: http://www.abcds.org.br/
CRÔNICAS DO
COTIDIANO
A imaginação me rendeu
um livro
Era batata. Sempre a mesma coisa na
primeira semana de agosto. Não tinha
como escapar da previsível tarefa. Bastou
chegar o fim dos deleitosos 30 dias de folga,
perto dos dias de praia com sol ameno até
mais tarde e com direito a bolinho de
chuva no lanche vespertino, longe da
terrível matemática e dos cadernos
quadriculados de fazer conta, para a velha
professora de óculos de fundo de garrafa
encomendar a clássica redação sobre as
férias.
A turma sofria, protestava, torcia a cara,
jogava os cadernos com má vontade. Tinha
verdadeira ojeriza de produzir tais linhas
subjetivas, em primeira pessoa. Era como
um parto a fórceps. Nesta hora, eu que
fazia parte da massa que tinha vontade de
sumir na hora de formar fila, cantar o hino
nacional e segurar a bandeira nacional, ou
que achava as aulas de moral e cívica meio
sem sentido no arrefecer da ditadura
militar, entretanto, estava na contramão.
Mal conseguia esperar pelo momento de
sentir de novo o calo nos dedos, de tanto
apertar o lápis contra eles. As novas
gerações talvez nem saibam que sensação
é essa. Trocaram-na pelo movimento
frenético nos teclados de computador.
Aqui nunca chegou faltar assunto, não
porque minhas férias de criança de
apartamento fossem lá muito emocionantes
– mas porque, graças a Deus, a imaginação
aqui sempre foi fértil. Graças a ela fui salva
muitas vezes do fiasco da falta de
inspiração. Inventava férias mirabolantes,
emocionantes, de fantasia. Ora viajava para
terras distantes – uma vez inventei que fui
para as terras geladas da Finlândia – e eu
nem sabia onde ficava este lugar, mas
gostava da sonoridade do nome, o jeito
como a gente mexe a boca quando fala.
Mais ou menos como Nabokov descreve
a pronúncia de Lolita. Fico imaginando a
reação da professora ao ler. Deve ter dado
sonoras gargalhadas ou ficado com raiva,
achando que eu estava tirando um barato
da cara dela.
Todo mundo há de concordar: quase
sempre é mais fácil e prazeroso escrever
sobre ficção do que sobre a realidade.
por Flávia Delgado
03
04
ENTREVISTA
Jornalista de inúmeros perfis
O polivalente Sérgio Dávila fala sobre cinema, guerra, Internet e políticas interna e externa
Poucos jornalistas têm um perfil tão diversificado
como Sérgio Dávila. Radicado em Washington,
atualmente exerce as funções de correspondente
da Folha de S.Paulo, comentarista de assuntos
internacionais do telejornal SBT Brasil, blogeiro do
UOL e colunista da Revista da Folha. Foi o único
jornalista brasileiro a fazer a cobertura da Guerra
do Iraque em 2003, que rendeu o livro Diário de
Bagdá – A Guerra do Iraque Segundo os
Bombardeados e o Prêmio Esso de Reportagem.
Cobriu as eleições presidenciais norte-americanas
atravessando o interior dos Estados Unidos de cabo
a rabo. Além disso, sua íntima ligação com a sétima
arte o credenciou a cobrir festivais como Sundance,
Cannes e o Oscar, além de se consolidar na área
cultural como crítico de cinema. Foi a partir de um
bate-papo a respeito desse último tema que rendeu
esta entrevista exclusiva à Folha Universitária.
Folha Universitária – Qual a sua visão de cinema?
Quais são os critérios que o levam a gostar ou
não de um filme?
Sérgio Dávila – Eu levo em conta quem dirigiu,
se o filme tem um roteiro original ou adaptado.
No caso do original, o quanto de originalidade e
bem feito ele é. No adaptado, o quão bem foi o
processo, se é um livro, HQ, série de TV ou
qualquer outro produto original. Levo em conta
também atuações, se os atores estão bem
dirigidos e têm boas performances. Aí outros
aspectos secundários mais técnicos como direção
de fotografia, cenário, figurino, essas coisas todas
têm um peso menor na minha avaliação. Mas
meu item principal é o filme como fenômeno.
Seja um fenômeno de massa como O Código da
Vinci, se é de boca-a-boca como foi A Bruxa de
Blair, se é representativo de seu tempo como foi
Fahrenheit 11/9. Eu sento na cadeira para ver
um filme sempre levando em conta o universo
ao redor do filme. Eu nunca vejo uma obra de
arte pura e simplesmente como uma obra de
arte. Tento localizá-la de alguma maneira com o
mundo que a gente vive.
Folha Universitária – Essa sua visão se deve a
sua formação cultural e jornalística?
Sérgio Dávila – Eu não sou um crítico tradicional
de arte. Eu fujo até pela minha formação como
repórter. O que eu mais gosto de fazer como
jornalista é ir para a rua, ouvir histórias e contálas.
Isso significa ir para a rua literalmente, ou
para outros países, ou pegar um telefone, ou
navegar pela Internet. Todas essas maneiras de
apuração eu considero ir para a rua, embora eu
acho que a maneira literal é o melhor jeito de
conseguir as boas histórias. Eu não acho que sair
da redação, ir para a cabine de imprensa (pré-
Jõao Wainer/Folha Imagem
“O Brasil é visto como
o aluno mais
comportado da sala. A
América Latina tem
dado muita dor de
cabeça para o governo
Bush. Tem o Evo
Morales, o Hugo
Chávez e essa onda de
esquerda populista que
a gente está vivendo.
Dentro desse contexto,
principalmente o
Departamento de
Estado da Condoleezza
Rice, eles enxergam o
Brasil como o aluno
comportado da sala.”
estréias) e daí voltar para a redação você
consegue fazer boas críticas de cinema.
Folha Universitária – Todos esses aspectos que
você enumerou são essenciais para sua crítica?
Sérgio Dávila – O crítico tem um pouco de
medo de dar a sua opinião definitiva e quer
esperar o resto do ano até dar seu julgamento
definitivo. Eu acho que você tem que ser levado
pela emoção que você tem assim que acabou
de ver o filme. Se naquele momento, como foi
para mim, o Crash – No Limite foi o melhor filme
do ano até então, foi o que eu cravei. Não levei
em conta se ele ia ser indicado ao Oscar, nem
falavam isso na época. Levei em conta o que
senti quando sai do cinema. Eu sofro muitas
críticas, e alguns elogios por conta disso, pois
não tenho medo de expor as minhas opiniões.
Eu gosto e tenho como justificar o meu gosto,
expresso mesmo, e se eu não gosto, mas não
tenho como me justificar, eu prefiro não
comentar. Não gosto de ficar preso a muitas
convenções não.
Folha Universitária – Você morou muito tempo
na costa oeste dos EUA, próximo de Hollywood,
Los Angeles. Essa experiência de certo modo
refletiu no seu modo de ver o cinema?
Sérgio Dávila – O período em que vivi em Los
Angeles foi bom por eu ter tido mais contato
com o cinema como business, negócio. Isso dá
uma outra visão de cinema. Também completou
um ciclo, já que vivi na costa leste, que é muito
dominada pelo diretor, que se torna o fator mais
importante do filme. Na costa oeste se valoriza
muito mais o conjunto, tanto diretor como
produtor, roteirista, ator e o financiamento. Eu
acho que foi boa essa vivência nos dois lados
porque pude pegar o melhor dos dois pacotes.
Folha Universitária – Outro tema ligado à crítica
cultural é em relação ao espaço que se tem para
escrever e discorrer a respeito de um filme, peça
teatral ou disco. Como você encara isso?
Sérgio Dávila – A eterna briga do jornalista é
por mais espaço. A Internet e principalmente os
blogs vêm resolver essa questão. Eu não sou dos
que reclamam mais não. Sugiro um tamanho para
as minhas críticas. Às vezes é aceito, às vezes
não. Hoje em dia eu não ligo tanto porque tenho
o meu blog. Então tudo que eu não disse de um
filme, não tive espaço para dizer no
jornal, na revista ou no guia, eu digo no
meu blog. Quem quiser saber mais lê
no blog.
Folha Universitária – Pois é, já que você
citou de exemplo o blog, me fale sobre
os principais atrativos que têm feito
vários jornalistas aderirem a essa nova
ferramenta de trabalho.
Sérgio Dávila – Você pode ser mais livre,
mas deve seguir os mesmos princípios
do jornalismo. Eu tenho medo, vejo com
cuidado os jornalistas que aproveitam o
blog para não seguir todas as regras que
fazem o jornalismo. Ouvir os dois lados
da história, não usar calúnia, ofensa,
injúria e difamação, ter correção no que
se escreve. Eu gosto do blog porque você
pode ser mais pessoal, mais extenso, mas
não pode ser menos responsável do que
seria num jornal ou numa revista. Outro fator
que me faz gostar muito de blog é a interação
imediata com o leitor. Para ele responder uma
matéria no jornal demanda mais esforço do que
no blog. O leitor acabou de ler a matéria, abre
uma janela e põe o seu comentário. Então se
têm comentários mais sinceros, menos pensados
e elaborados do que se tem na mídia impressa.
Folha Universitária – Sua carreira se mostra
muito versátil: trabalhou como correspondente
de guerra, crítico de cinema, repórter de rua,
editor de caderno cultural e agora enviado
especial. Você sempre buscou variáveis no seu
trabalho?
Sérgio Dávila – O que você puder fazer para
tornar o seu texto, sua comunicação com o leitor
mais atraente sem perder a seriedade das
informações, acho que deve ser feito. Seja usar
bom humor, lançar mão da primeira pessoa para
criar uma intimidade. São todos recursos válidos,
desde que não comprometam a integridade do
que você está escrevendo. Mas não acho que o
jornalismo sério, no sentido de bem feito e bem
apurado, tem que ser sisudo. Pode ser alegre
também.
Folha Universitária – De todas essas funções
desempenhadas por você, qual mais lhe atrai?
Sérgio Dávila – Ser enviado para um país que
eu não conheço e a partir daí desenvolver e
escrever sobre é o que mais me atrai. Seja para
cobrir uma guerra, como foi no Iraque, seja agora
para cobrir uma crise no Irã. O choque, no bom
sentido, que eu tenho ao chegar a um lugar que
eu não conheço e que eu sei que a maioria dos
meus leitores não conhece para mim é impagável.
Ser o filtro, os olhos do leitor em lugares
desconhecidos entre aspas é a melhor experiência.
Seja viver em Washington, na Califórnia ou em
Nova York e ver sempre com os olhos de novidade
são os trabalhos que mais me atrai.
Folha Universitária – Você atualmente mora em
Washington e está bem perto da Casa Branca. Se
você pudesse fazer uma rápida análise do povo
norte-americano, como eles reagem a política
de seu presidente George W. Bush? Há sinais de
mudanças?
Sérgio Dávila – O país ficou extremamente
dividido depois das eleições de 2000, quando o
Bush ganhou com uma margem muito pequena
de votos para o Gore. Cerca de 50% para
republicanos e 50% para democratas. Depois do
11 de setembro de 2001 houve uma grande
união em torno do patriotismo. Essa união falsa
acabou se revelando de novo nas eleições de
2004, quando o país se dividiu de novo. Desde
então, eu tenho visto a metade liberal do país
crescer mais do que a conservadora. Hoje eu
diria que o panorama está mais para 60% de
liberais e 40% de conservadores. Há um
movimento em torno do esmagamento do fim
da Era Bush. Eu vejo com bons olhos essa reação
dos norte-americanos. Só não sei até quando esse
movimento caminhará nessa direção.
Por Renato Góes
Folha Universitária – Você fez a cobertura das
eleições de 2000 e 2004 nos EUA. Uma delas foi
meio on the road, atravessando boa parte do
país.
Sérgio Dávila – Foi até uma idéia do Alcino Leite
Neto, que na época era o editor de domingo da
Folha de S.Paulo. Ele sugeriu atravessar o país de
carro e achei muito pertinente essa idéia pelo
seguinte: todos os analistas diziam que o meio
do país é que decidiria a eleição, não as grandes
cidades das costas leste e oeste. Não seria Nova
York, Miami, Los Angeles ou San Francisco. Nada
mais sensato do que atravessar esse país e
conversar com pessoas no meio do caminho. Foi
o que fiz e o que eu vi, ao sair de Los Angeles e
chegar ao outro lado, eu já estava convencido
de que o Bush iria ganhar. Não tinha mais dúvida,
pois não tinha uma pessoa com quem havia falado
que não fosse votar no Bush.
Juca Varella/Folha Imagem
Folha Universitária – Quer dizer que
nos grandes centros norte-americanos
existe uma tendência mais liberal?
O centro seria mais conservador?
Sérgio Dávila – Principalmente o sul
e o centro dos EUA. A gente tem a
ilusão de que o país são as costas. E
não são. Tem muito mais gente
morando no interior. São 300 milhões
de pessoas, sendo que 100 milhões
moram nas costas e 200 milhões no
interior. Quem resolve a situação na
última hora numa eleição é essa massa
silenciosa, que não está na mídia, que
não chega no Brasil, na Europa, mas
decide o jogo. É uma ilusão pensar que
os EUA são Nova York, Miami, Los
Angeles, Chicago ou Boston.
Folha Universitária – Sérgio, como
o Brasil é visto aí nos EUA?
Sérgio Dávila – O Brasil é visto como o aluno
mais comportado da sala. A América Latina tem
dado muita dor de cabeça para o governo
Bush. Tem o Evo Morales, o Hugo Chávez e
essa onda de esquerda populista que a gente
está vivendo. Dentro desse contexto,
principalmente o Departamento de Estado da
Condoleezza Rice, eles enxergam o Brasil
como o aluno comportado da sala. Mas esse
tipo de aluno é o que você presta menos
atenção. Se dá mais atenção aos rebeldes, os
que fazem mais bagunça. As atenções estão
mais voltadas ao Morales, ao Chávez e às
eleições que estão para acontecer. O Lula se
beneficiou dessa situação, pois esse bom
comportamento pode ser recompensado. Pode
ser que caia o subsídio ao etanol, o Brasil
conquiste uma série de exigências que não
estavam sendo levadas em conta antes e que
os EUA abram mão para agradar um país que
até agora não deu dor de cabeça nenhuma
para eles.
05
06
ELEIÇÕES 2006
Quando um país passa por uma grave crise,
o sentimento mais comum é culpar o mais
alto mandatário da nação, nesse caso o
presidente da República. Se o problema é na
esfera estadual, então o culpado é o
governador. Mas será que eles são os
principais responsáveis por todos os males,
roubalheiras e escândalos? Qual é a parcela
de culpa de deputados e senadores? Eles têm
algum poder? Afinal, quais são as atribuições
dos representantes do povo no Senado e na
Câmara Federal? A partir desta semana, a
Folha Universitária trará uma matéria de
cunho político em cada edição até o fim das
eleições deste ano. E a primeira pretende
informar os leitores sobre as atribuições de
deputados federais e estaduais e senadores.
De acordo com Said Farhat, autor do
Dicionário Parlamentar e Político, no Direito
Eleitoral brasileiro os cargos do poder legislativo
(senadores, deputados federais e estaduais) são
providos por eleição. Ou seja, eles só nos
representam porque votamos neles. Senador:
“Cada Estado e o Distrito Federal elegem três
senadores, com mandato de oito anos,
renovando-se a representação de quatro em
quatro anos, alternadamente, por um e dois
terços”, escreveu. O Senado Federal tem
funções legislativas, fiscalizadoras, autorizativas,
julgadora e aprovadora. Ao contrário da crença
comum, um senador não tem a função de
representar o Estado pelo qual foi eleito. Não
cabe a ele defender os interesses de seu reduto
eleitoral. Ele deve fiscalizar o governo
Federal e o judiciário, legisla em nome
da nação brasileira. Ainda na função
legislativa cabe a ele revisar os projetos
encaminhados pela Câmara dos
Deputados. “Tradicionalmente o
Senado brasileiro é conhecido como
uma assembléia de mais velhos, de
chefes de largo prestígio e experiência,
que põem a prudência acima de tudo,
usando-a como freio aos impulsos da
Câmara dos Deputados e governo
Federal. O senador também faz leis,
Por Manuel Marques
O que fazem os legisladores que regem o País
Qual a função dos deputados federais e estaduais e do senador?
Leia e compreenda as atribuições desses políticos, afinal de contas é ano de eleição
Visão panorâmica da
Câmara dos Deputados.
Reputação em xeque
“A responsabilidade
é do eleitor. Tem
que escolher bem e
não torne a votar
em quem não
honrou o seu voto.
Quem vota precisa
escolher bem”,
disse o advogado
Alberto Rolo,
especialista em
Direito Eleitoral
sabatina os ministros do Supremo Tribunal
Federal (STF) e indica embaixadores. Enfim,
ele tem o duplo papel de legislar e ajudar a
governar”, explicou o advogado Alberto Rolo,
especialista em Direito Eleitoral.
Já que o senador não representa os
interesses dos eleitores do seu Estado de
origem, há quem zele por essa parcela do
eleitorado? Há, e esse alguém é o deputado
federal. É ele o representante direto daqueles
que o elegeram. E embora sua representação
seja de caráter nacional, suas ações estão
presas à sua base de sustentação política.
Atualmente, são 513 deputados federais:
seu número é estabelecido em lei
complementar, no ano anterior às eleições,
Divulgação/Agência Senando
Divulgação
proporcionalmente à
população. Nenhum Estado
pode ter mais de setenta
representantes. A Câmara
Federal tem as funções, em
parceria com o Senado
Federal, de legislar e fiscalizar.
Por meio das comissões
parlamentares de inquérito, as
famosas CPIs, os parlamentares
também podem autorizar a
instauração de processo contra
o presidente, o vice-presidente
e ministros de Estado.
Os deputados federais
são invioláveis por suas
opiniões, palavras e votos.
Só podem ser submetidos a julgamento
pelo Supremo Tribunal Federal, mediante
autorização da Câmara. Podem perder o
mandato quando quebram o decoro
parlamentar, ou não comparecem à terça
parte das sessões ordinárias da Câmara.
Já o deputado estadual guarda as mesmas
características do federal. Ele atua na Assembléia
Legislativa na função de legislador, com a
obrigação de fiscalizador do Poder Executivo
(governador). Ele também pode criar
determinadas leis, mas elas precisam estar
sujeitas à Constituição. Aplica-se aos
deputados estaduais as mesmas regras de
inviolabilidade, imunidades, impedimentos e
perda de mandato, aplicáveis aos deputados
federais e senadores.
O que dizer dos atuais
representantes da nação? “A classe
política desta vez é das piores que já
passou por Brasília. Nunca vi igual na
minha vida. A votação da reeleição
de FHC e as privatizações foram
vergonhosas, mas dessa fez foi pior”,
opinou Rolo. O que fazer? Para o
especialista o melhor é conhecer os
postulantes aos cargos e não votar às
cegas. “Sujeito que vota nulo é um
asno. A responsabilidade é do eleitor.
Tem que escolher bem e não torne a
votar em quem não honrou o seu
voto. Quem vota precisa escolher
bem. Se não tem o melhor, escolha
o menos ruim”, finalizou.
Por Cleber Eufrasio
Tanto os que vêm como os
que vão para o ABC têm tido um
problema em comum: todos têm
de enfrentar um temido trânsito
devido às obras do novo projeto
de transporte coletivo da Capital,
o Expresso Tiradentes. Após a
retomada da obra, oito meses
atrás, o que se vê nas vias de
acesso são placas indicando
desvios e caminhos alternativos.
Operadores de tráfego
Companhia de Engenharia de
Tráfego (CET) acompanhados dos
bandeirinhas (jovens com
equipamentos de sinalização em
punho) auxiliam em pontos fixos
e estratégicos para evitar mais
transtornos.
Porém, as rotas alternativas de
tráfego recomendadas pela CET pouco conseguem
fazer para que os veículos trafeguem normalmente.
Para entender melhor o que vem acontecendo é
simples. Para a execução da obra foi interditada a
Avenida do Estado (sentido Centro-Bairro), no
trecho entre as ruas Cipriano Barata e Brigadeiro
Jordão e uma pista da Rua Juntas Provisória (sentido
Avenida do Estado - Via Anchieta), entre a Avenida
do Estado e a Rua do Grito, todas no Ipiranga.
(Acompanhe no mapa as modificações executadas
e os caminhos alternativos que circundam a obra).
Vale dizer que os horários, segundo um operador
da CET e para surpresa de todos é normalmente
complicado após as 10h, após o horário do rodízio.
Mas quem está habituado a passar pelo local sabe
que é difícil encontrar as vias livres,
independentemente da hora.
Mais tempo menos dinheiro
Para quem hoje utiliza o trecho em obras tempo
e dinheiro são perdidos. Descontente com os
problemas no trânsito Dirceu Veiga, empresário do
Sem saída
CIDADE
Quem ruma do Centro da Capital para o ABC enfrenta congestionamentos,
desvios e caminhos alternativos por conta das obras do futuro Expresso Tiradentes
Fotos: Cleber Eufrasio
O empresário
Dirceu Veiga.
“ Gasto com
combustível aumentou
de 20% a 30%”
A representante
de vendas Flávia
Cortivo. “Loucura
com buraco e
tempo perdido”
ramo de construção e morador de Santo André,
disse ter sentido de imediato o desarranjo com o
reinício das obras. “O prejuízo financeiro foi
imediato. Meu gasto semanal com combustível
aumentou de 20% a 30%. Posso vir por um caminho,
mas não posso voltar por ele”, reiterou.
Em se tratando de gastos, a
irritação aumenta quando o
caminho escolhido para quem
retorna ao ABC é a Av.
Presidente Wilson, onde o fluxo
de transporte de carga passa
continuamente fazendo do local
um verdadeiro reduto de
crateras, com calçamento
irregular em toda sua extensão.
Para piorar, à noite existe pouca
iluminação. Há alternativas de
retorno dependendo de onde a
pessoa trabalha ou estuda, mas
uma coisa é certa: o trânsito e
os gastos são quase que
impossíveis de evitar.
A representante de vendas
Flavia Cortivo sabe bem disso, pois
roda a cidade para atender
clientes. Moradora do ABC, ela faz o trajeto pela
Avenida do Estado pelo menos três vezes por semana.
“É uma loucura com buraco e tempo perdido. O
carro fica todo prejudicado e o pior é saber que desses
infortúnios nada receberemos em troca”, desabafou.
Apesar das reclamações, se espera que os
benefícios com o Expresso Tiradentes tragam à
cidade maior fluidez de tráfego e aos cidadãos
melhoras no transporte coletivo. Haverá ligação
direta entre o Parque D. Pedro II, o Sacomã e a
Cidade Tiradentes, no extremo da zona Leste. O
novo corredor terá 31,8 quilômetros de pista com
quatro terminais e três estações de transferência.
Ainda se integrará com o Metrô nas Estações Pedro
II, Sacomã e Vila Prudente – sendo que as duas
últimas ainda estão em projeto - e com os trens da
CPTM, no Ipiranga. Terá acesso ao Corredor
Intermunicipal Metropolitano, que liga São Mateus,
na zona Leste, ao Jabaquara, na zona Sul, que
atravessa Santo André, São Bernardo do Campo e
Diadema. A previsão é atender cerca de 350 mil
passageiros por dia. Mas o momento agora é esperar
pra ver, seja dentro ou fora do carro.
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07
08
MATÉRIA DE CAPA
Jovens para grande parte dos partidos
políticos são aqueles que estão na faixa etária
de 16 e 35 anos e querem, de alguma forma,
contribuir para a resolução dos problemas
do País. Mas em meio a mensalões, malas
carregadas de dinheiro e sanguessugas, como
os partidos trabalham para que este público
(que corresponde a cerca de 46% do
eleitorado brasileiro) participe ativamente do
mundo político, principalmente em ano de
eleição presidencial? Uma das respostas é o
trabalho das juventudes partidárias,
organizações integradas às chapas e que
promovem a formação cívica e a defesa dos
direitos dos jovens, bem como a propagação
das ideologias de cada partido. Líderes das
juventudes do PT, PSDB, PP, PPS e PCdoB
falam sobre os fatores que afastam a
juventude da política. Além disso, explicam
ainda como fazem para despertar o espírito
militante nos jovens do século XXI.
Diferentes olhares sobre a
mesma questão
Conscientizar o eleitorado jovem sobre a
importância do engajamento político não é
tarefa fácil. O desinteresse pelas vias
institucionais da política, pelos partidos e
pelas entidades estudantis ainda é elevado.
Há desconfiança e decepção frente às
promessas irrealizáveis dos políticos,
principalmente após os escândalos de
corrupção dos últimos tempos. Se
comparada às gerações que viveram nos
anos 70 e 80, dos anos 90 prá frente os
jovens estão em total situação de
despolitização.
“A juventude está apática à política, não
só no conceito partidário, mas também a
qualquer tipo de organização. Isso vale para
grêmios, centros acadêmicos, entre outros.
Outro fator que contribui para o aumento
da aversão política por parte dos jovens é o
comportamento da oposição, que aposta em
setores da mídia que amplificam o tamanho
da crise, com o intuito de descaracterizar o
partido como um todo. As denúncias não
são somente contra nós, mas contra um
conjunto deles, incluindo os da oposição”,
explicou Leonardo Penafiel Pinho, 26 anos,
secretário Municipal da Juventude do PT.
Os jovens tomam partido
Apesar de tachados em sua maioria como alienados, muitos ingressam
em movimentos partidários para tentar fazer a diferença
Divulgação
“Ao longo da história,
em todos os grandes
momentos políticos do
País, a juventude não
só participou, como
protagonizou vários
deles. Um exemplo foi
na ditadura. Vários
jovens deram suas vidas
para nos garantir o
direito de falar e
opinar”, afirmou
Marcelo Gavião,
presidente da União da
Juventude Socialista
(PCdoB)
Para Caíto Grimaldi, vice-presidente Estadual
da Juventude Progressista (PP), 25 anos, o
número de jovens interessados pelo tema é
cada vez menor. “Temos muito trabalho para
trazê-los para a política. Aos 16 anos, por
exemplo, quando o voto ainda não é
obrigatório, quase ninguém procura tirar o
título de eleitor. Nosso intuito é reverter esta
situação, mostrar que eles podem mudar o
cenário político atual”.
Já para Antonio Carlos de Freitas Júnior, 20
anos, secretário-geral Estadual da Juventude do
PSDB, as denúncias contra o PT fizeram uma
massa crítica perceber que se afastar da política
não resolve os problemas. “Vejo uma revolta
dos jovens sobre o governo Lula, e isso fez com
que eles participarem mais da política. Quando
começam a questionar, é que as juventudes
Divulgação
devem agir”, avaliou.
O presidente da União da
Juventude Socialista (UJS), do
PCdoB, Marcelo Gavião, 26
anos, acredita que a atuação
política dos jovens vem desde a
luta contra a escravidão até os dias
atuais. “Ao longo da história, em
todos os grandes momentos
políticos do País, a juventude não
só participou, como
protagonizou vários deles. Um
exemplo foi na ditadura. Vários
jovens deram suas vidas para nos
garantir o direito de falar e opinar.
Recentemente, podemos ver as
mobilizações em defesa da
Reforma Universitária e os
debates de um novo projeto para
a educação básica no Brasil. A
mobilização existe e é crescente”.
Ações para 2006
Em ano de eleições, os trabalhos das
juventudes são intensificados. São realizadas
diversas ações com o objetivo de angariar
novos filiados e também trabalhos que
servem para despertar o senso crítico sobre
o cenário político. A Juventude Popular
Socialista (JPS), do PPS, atuará de duas
formas: com a discussão de políticas para a
preparação dos candidatos jovens, terão um
candidato a deputado estadual e outro a
federal e, também, com a aplicação do
projeto de cursos profissionalizantes. “A idéia
é inserir os jovens no mercado de trabalho,
uma vez que a falta de experiência na busca
do primeiro emprego os prejudica”, disse
Silvio Cabral Filho, presidente Estadual da JPS,
26 anos.
Os tucanos organizarão palestras, cursos
de formação política, além de festas e eventos
de integração. Na união estadual estão em
andamento 18 projetos, das vidas partidária
“Aos 16 anos, quando o voto ainda
não é obrigatório, quase ninguém
procura tirar o título de eleitor.
Nosso intuito é reverter esta
situação”, disse Caíto Grimaldi da
Juventude Progessista (PP)
e pública como, por
exemplo, encontros para
discussão de políticas públicas
para a juventude. “Eles
aprendem não só a ideologia
do partido, mas também seus
direitos e deveres, para que
desenvolvam sua cidadania. As
juventudes municipais se
encarregam de ir ao
movimento estudantil, às
universidades, aos grêmios, às
escolas, às ONGs, entre outros,
para agregar pessoas que mais
se identifiquem com a
proposta social democrata.
Mas tudo na contracorrente do
processo de despolitização de todas as
juventudes partidárias. Os jovens têm que estar
inseridos no debate político, seja em qualquer
partido. Prefiro que seja aqui, porque
acredito no nosso ideal”, avaliou o secretáriogeral
Estadual da Juventude do PSDB.
Além de um planejamento voltado para
a formação política de sua militância, a
juventude petista difundirá a idéia de que o
Brasil só mudará se tiver uma sociedade civil
bem organizada. Eles afirmam que isso pode
ocorrer por meio de grêmios escolares,
centros acadêmicos, associações de
moradores de bairro ou até nos movimentos
artísticos, como o hip hop. “Vamos lançar
uma campanha do voto aos 16. O foco será
vote e organize-se. Para nós o mais
importante neste momento não é só trazer
os jovens para o PT, é chamá-los a se
organizar. Mudar a realidade do País não é
uma coisa dos governos. Eles ajudam, mas o
central é ter movimentos sociais fortes, que
tenham capacidade de mobilização para
cobrar as mudanças que o Brasil precisa”,
afirmou Pinho. Outro trabalho do PT é o
levantamento junto aos movimentos sociais de
juventude das principais críticas ao governo Lula
e as propostas para uma nova gestão petista.
Já a UJS apostará todas as forças na
reeleição do presidente Lula, pois acredita
que somente o atual governo tem políticas
que enxergam a juventude como solução.
“Travaremos um grande debate a partir de
comparações. Vamos pegar a área da
educação e mostrar quais eram as nossas
bandeiras, as definidas pela UBES e UMES,
e o que conseguiu progredir. Quais as políticas
desenvolvidas nos oito anos de governo FHC e
as concretizadas pelo governo Lula. Partindo
das comparações, vamos conscientização a
população de que este é um governo que
conseguiu apresentar para o nosso País vitórias
significativas”, explicou Gavião.
Fotos: Ricardo Trida
Como tomar partido
Aqueles que procuram uma juventude
partidária, em sua maioria, têm uma história
de militância anterior. Já atuam em movimentos
estudantis como grêmios, centros acadêmicos,
atléticas, entre outros. Segundo as juventudes,
é grande também o número de universitários
filiados, além de pessoas de classe baixa, que
querem mudar a realidade em que vivem. Mas
eles afirmam que não existe um perfil
específico, o importante é acreditar que a
resolução dos problemas não se dá apenas pela
cobrança, mas sim pela ação.
Cada juventude tem suas regras para ingresso
mas, no geral, os interessados devem estar entre
16 e 35 anos, ter título de eleitor e vontade para
atuar. No PSDB, PT e PP é necessário ainda ser
filiado ao partido. Já na JPS e na UJS a filiação
não é obrigatória. Aliás esta última atua de forma
diferente das demais. É uma organização juvenil
que existe desde 1984 e nela podem ingressar
não só os jovens do PCdoB, mas também os de
outros partidos e aqueles que não os têm. Para
ser da UJS é necessário também conhecer e
aceitar seu estatuto. “É um manifesto que reúne
nossas principais idéias, como os problemas por
“Mudar a realidade
do País não é uma
coisa dos governos.
Eles ajudam, mas o
central é ter
movimentos sociais
fortes, que tenham
capacidade de
mobilização para
cobrar as mudanças
que o Brasil precisa”,
disse Leonardo Pinho
da Juventude do PT
A Juventude Popular
Socialista (PPS)
presidida por Silvio
Cabral Filho, aplica
cursos
profissionalizantes. “A
idéia é inserir os
jovens no mercado de
trabalho, uma vez que
a falta de experiência
na busca do primeiro
emprego os prejudica”
Por Francielli Abreu
nós enfrentados, e faz ainda defesa ao Socialismo
enquanto alternativa para o sistema político que
temos em nosso País”, avaliou o presidente da
entidade.
O estudante de Ciências Sociais Samuel de
Jesus Santos, 21 anos, é filiado à juventude petista
desde 2003 e participa das reuniões e discussões
políticas. Ele afirmou que o engajamento e a
leitura sobre o assunto ajudam a superar o
preconceito. “Sempre gostei de política, desde
muito jovem. Comecei a fazer parte de um
grêmio estudantil no Ensino Médio. Na minha
opinião, o único jeito de você mudar algo hoje
em dia, democraticamente, é se filiando”.
Filiação e Crise
Segundo dados do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) referentes a novembro de 2005,
cerca de 10% dos eleitores são filiados a um
dos 29 partidos registrados no órgão. Destes,
não se tem registro de quantos são jovens. De
acordo com as contabilizações feitas pelas
lideranças das juventudes, mesmo com o atual
cenário político, não houve decréscimo do
número de filiados.
Cabral, da JPS, afirmou que o número tem
aumentado em média 20% a cada ano. “Em
2005 eram mais de 5 mil, em 12 Estados
organizados. Atualmente, estamos com cerca
de 20 mil filiados, espalhados por 21 Estados”,
disse. O líder da juventude petista disse que
também não houve queda do número de
filiados. “Entre 16 e 35 anos, são 300 mil, 250
mil somente até 29 anos”.
Antonio Carlos, do PSDB, e Gavião, da UJS,
afirmaram que triplicou o número de jovens
militantes em seus partidos. São 100 mil filiados
nacionais no PSDB e 90 mil na UJS. “Em 2004,
tínhamos 35 mil. Quanto mais luta política e
contradição, mais a juventude é forçada a se
posicionar”, avaliou Gavião. A Juventude
Progressista foi a única a dizer que a procura
de jovens pelo partido diminuiu. Dos 7 milhões
de filiados ao PP em todo
Brasil, cerca de um milhão é
jovem, mas nem todos atuam
na juventude. “Tivemos
procura de filiação juvenil, mas
foi um pouco menos do que
nos anos anteriores”, finalizou
Grimaldi.
Saiba mais
PT – www.pt.org.br
PCdoB – www.ujs.org.br
PP – www.pp.org.br
PPS – www.pps.org.br
PSDB – www.psdb.org.br
09
10
COMPORTAMENTO
Quando o orkut chegou ao Brasil, muitas
pessoas torceram o nariz porque achavam
que era muita exposição. O que muitos não
queriam eram se sentir tentados a vasculhar
a vida alheia. Hoje, o número de pessoas na
rede social, que possibilita a interação, tanto
socialmente quanto profissionalmente
aumenta a cada minuto. Outra mania é os
famosos fotologs, nos quais pode-se publicar
fotos, deixar comentários e textos. Porém
algumas vezes tanta exposição pode trazer
problemas pessoais.
Para a profa. do curso de Psicologia da
UNIBAN, campus Osasco, Jurema Teixeira,
essa onda de exposição on-line é
contraditória ao que todos prezam: a
privacidade. “O que existe é uma fantasia
que causa a ilusão de que serei conhecido,
além de ter uma intimidade com alguém que
com certeza não vai existir”. E completou,
“é querer ser íntimo sem passar pelos
conflitos dos relacionamentos”.
A docente disse que muitas pessoas acabam
inventando informações para serem bem vistas.
Ainda segundo ela, a Internet
cria a ilusão de se viver protegido.
Por isso, muitas pessoas criam
personalidades e muitos absorvem
essas imaginações. Todos
que utilizam a Rede Mundial de
Computadores com esse intuito
negam.
De acordo com a estudante
Joice Martins Fernandes, de 22
anos, a Internet é o melhor
meio para facilitar a distribuição
de fotos. “Todos os passeios e
encontros resultam em cerca de
100 fotos. Com o fotolog os
meus amigos podem entrar e
pegarem as fotos que quiserem”. E mais:
“não tenho medo que alguém pegue alguma
imagem minha para usar para ‘zoar’, mesmo
sabendo que isso pode acontecer”. Na sua
página do orkut é possível ver os seus 50
álbuns.
A lei não perdoa
Sensação de anonimato é pura ilusão
A explicação para esse fenômeno é que a
Internet pode causar a sensação de anonimato.
Mas tudo que você escreve nela pode gerar
Com o objetivo de serem aceitos, muitos inventam informações
e as disseminam por meio da Internet Fotos: Ricardo Trida
“Tudo que está
relacionado à
Internet exige um
trabalho de
execução muito
rápido porque o
que está no ar ao
meio dia pode ser
retirado às seis da
tarde”, disse a
advogada Juliana
Abrusio
responsabilidade civil e criminal, afirmou a
advogada Juliana Abrusio, sócia do escritório
Opice Blum Advogados Associados.
“Nem todos sabem, mas quanto menos
se espera, tudo o que escreveu pode ser
usado contra você. Foi o que aconteceu com
o perfil de Felipe Siqueira Cunha de Souza
depois que ele foi ferido, em Bertioga, pelo
Divulgação
A professora de
psicologia da
UNIBAN Jurema
Teixeira enxerga a
super exposição
na Internet
contraditória ao
que todos prezam:
a privacidade
A estudante Joice
Martins Fernandes
tem em sua página
no Orkut 50
álbuns de fotos.
“Não tenho medo
de que peguem
alguma imagem
minha”
Por Vivian Costa
promotor de Justiça Thales
Ferri Schoedl depois de uma
discussão. Os advogados
alegaram legítima defesa do
promotor afirmando que no
perfil do orkut havia más
referências da suposta vítima.”
O juiz pode apreciar
livremente as provas,
conforme sua convicção. É
permitido usar qualquer meio
de prova desde que não seja
ilícito. Diante dessa afirmativa,
a advogada afirma que “a
prova constituída no mundo
digital deve ser cautelosamente
preservada e colhida. Há
inúmeras defesas que usam provas digitais.
Nesse caso, deve haver cuidado especial para
que a prova seja fortalecida e não venha a
ser objeto de impugnação. Hoje em dia, têmse
usado freqüentemente a Ata Notarial, na
qual o tabelião redigi o documento
afirmando a veracidade do conteúdo virtual”.
Para isso, disse Abrusio, “o tabelião acessará
a página para comprovar o conteúdo,
afirmando que naquele dia, observou aquele
conteúdo, além de fazer constar um print
screen da web page na ata.”
Ainda segundo ela, tudo que está
relacionado à Internet exige um trabalho de
execução muito rápido porque o que está no
ar ao meio dia pode ter sido retirado às seis da
tarde. A advogada lembrou que há casos que
podem ser recorridos ao provedor. Ou seja,
“se alguém passar um e-mail ameaçador, o
provedor é capaz de fazer uma busca de dados
e descobrir quem escreveu”.
Muitos provedores podem se
recusar a fazer isso por causa
dos direitos a privacidade, mas
o advogado pode requerer uma
liminar para que os dados sejam
coletados dentro de 24 horas.
“Nada impede que o registro no
provedor seja falso. Nesse caso
o provedor pode ser
responsabilizado”, completou.
Portanto, tudo é pura sensação
já que o mundo virtual pode
causar problemas para seu
mundo real.
Por Marisa De Lucia, coordenadora do Núcleo de Jornalismo UNIBAN
Por Sérgio Marques, do Núcleo de Jornalismo UNIBAN
por dentro da uniban
Ciclo de discussões Jovens Arquitetos
Alunos da UNIBAN mostraram como conseguiram inserção no mercado
em várias áreas da Arquitetura
O Núcleo de Design e Arquitetura da
UNIBAN realizou nos dias 29, 30 e 31 de maio
de 2006 o ciclo de discussões Jovens Arquitetos,
que debateu o tema O estabelecimento de uma
nova Arquitetura. Na ocasião, cada convidado
apresentou seu histórico profissional, cases e
seu ponto de vista sobre a arquitetura
contemporânea.
No dia 29 de maio, no campus Marte,
compareceram Juliana Gazza Amaral, ex-aluna
FAU-USP e FGV que atua com Comunicação
Visual, Sinalização, Design e Novos Negócios e
Rogério Fresneda, ex-aluno UNIBAN, campus
ABC, que trabalha na Architecture Department
CH2M HILL Lockwood Greene, atuando com
projetos de Supermercados e Indústrias
Farmacêuticas.
No dia 30 de maio, no campus ABC, foi a
vez de Fabio Rakauskas e Alexandre
Luporini, ex-alunos UNIBAN e sóciosproprietários
da A4B Arquitetura Ltda, que
trabalham com vários projetos de habitação,
tanto residência de alto padrão como
Núcleo de Jornalismo
O prof. e coordenador dos cursos
de Arquitetura e Urbanismo e
Design, Fabiano Pereira
conjuntos habitacionais da CDHU.
Finalmente, no dia 31 de maio, no campus
OS, participaram Mariana Vilela, ex-aluna FAU-
USP que trabalha com Projetos de Habitação,
e Marcos Donizete Machado, arquiteto FAU-
USP e IPQ – Instituto de Psiquiatria da USP,
especializado em Arquitetura para hospitais
psiquiátricos.
Alexandre contou que, mediante um
enfoque muito preciso da UNIBAN e dos
professores do curso de Arquitetura, passou a
acreditar e se aprofundar juntamente com o
amigo Fabio no desenvolvimento e
apresentação final dos projetos em maquetes
eletrônicas e volumetrias animadas.
“Começamos a colher resultados imediatos e
isso nos encorajou a desbravar o mercado”.
Para prof. Fabiano Pereira, coordenador dos
cursos de Arquitetura e Urbanismo e Design,
o seminário veio mostrar que todos os alunos
deste curso têm capacidade para se posicionar
de diversas maneiras no mercado de
Arquitetura.
foto da semana
Encontro de professores para
exercício do segundo semestre,
realizado no campus MB I,
reuniu mais de mil docentes.
11
12
Fotos: Daniel Tenreiro
CULTURA
Evento nipônico é sucesso em São Paulo
Em sua 8ª edição, o ANIMECON 2006, evento que reúne fãs de Animê e Manga
de todo o Brasil, é recorde de público
O ano de 1999 ficou marcado como a data
de estréia de um evento de grande porte voltado
à arte e à cultura infanto-juvenil nipônica no
Brasil, realizado preferencialmente durante as
férias escolares. De lá para cá se tornou um
dos mais importantes realizados por essas
bandas. O ANIMECON (flexão dos substantivos
Animê e Convenção) que em sua primeira
versão já contou com mais de três mil visitantes
durante apenas quatro dias de exposições. Mas
desde 2002, houve um grande salto, chegando
a impressionante marca de 18 mil pessoas,
recorde este que vem sendo mantido até hoje.
O objetivo do evento é trazer ao Brasil parte
da arte dos quadrinhos japoneses, os famosos
Mangás, para serem divulgados por aqui. Outro
foco do evento é introduzir um pouco da cultura
japonesa como o incentivo à leitura, vestimentas,
brincadeiras, costumes, entre outros.
Já pensou você estar andando pelo evento
tranqüilamente, quando de repente se depara
Makoto Shishio (esq.), inimigo número
um de Kenshin Himura (Samurai X),
também deu as caras no evento
“A gente tem uma
equipe bem dedicada,
bem treinada e bem
motivada, e que sabe
se virar em qualquer
problema e isto é um
fator muito importante
para você fazer o
evento funcionar”,
explicou Sérgio
Peixoto, organizador
do ANIMECON.
com uma pessoa vestida de Jaspion, Goku ou
de Samurai? Estranho? Nem tanto. Durante o
evento, figuras como um saquinho de suco
ambulante ou a menina Samara de O
Chamado, entre outros “malucos”, eram
Por Daniel Tenreiro
facilmente avistados perambulando sem pudor
algum. A este tipo de moda é dado o nome de
Cosplay. Alguns cosplayers vão além. É o caso
dos estudantes Bruno Augusto, 19 anos, e a
estilista Amanda Kalazanslaight, de 21 anos.
Para se ter uma idéia, um cosplay bem feito
demora cerca de seis meses a dois anos para
ser confeccionado: “Depende do cosplay, dos
detalhes. Este meu, demorou dois anos para
ser montado e confeccionado. Os acessórios são
comprados em centros comerciais mesmo. E para
vestir demora mais ou menos umas duas horas”.
Cosplayers à parte, vamos para a
organização do evento. Sérgio Peixoto,
idealizador e fundador da parada, conta com
uma equipe formada por 65 profissionais
treinados. “A gente tem uma equipe bem
dedicada, bem treinada e bem motivada, e que
sabe se virar em qualquer
problema e isto é um fator
muito importante para você
fazer o evento funcionar”
explicou.
Mas, ANIMECON não é só
Animês e Mangás. Rolaram
também campeonatos de
games, palestras, shows, enfim,
atrações para agradar a gregos
e troianos. Mesmo para quem
não é muito fã, vale a pena
conferir pela curiosidade, já que
o ambiente de corredores e
estandes é familiar e agradável. O ANIMECON
2006 deixa saudades, mas ano que vem tem
mais. Se você perdeu desta vez, e ficou curioso,
a Folha Universitária indica como uma boa
pedida para o ano que vem.
GUIA UNIVERSITÁRIO
www.peladeiro.com.br
Chega de ligar para os amigos para combinar aquela partida de
futebol. Agora a bola da vez é outra. Criado em 2002, o site Peladeiro
trata primordialmente de uma questão: ajuda na organização de uma
partida de futebol ou “pelada” como é conhecida. Ao fechar uma
equipe para disputar os jogos, um membro do grupo faz o cadastro
no site e inclui os amigos. A pessoa será o ‘presidente’ e ficará
responsável pela marcação
dos jogos, com data, localização, horário, custo por
pessoa, número mínimo e máximo de participantes e
observações. Ao combinar a ‘pelada’ é enviado um email
a todos os cadastrados que confirmam ou não a
participação. Outra novidade neste site é a criação de
um ranking de jogos, com vitórias, empates, perdas e
até artilharia. É uma combinação de elementos para
um balanço do grupo. Na lista dos ‘peladeiros’ há
informações importantes. Cada pessoa preenche uma
ficha de inscrição que consta a data de aniversário,
telefones, posição que gosta de jogar, característica como
jogador e ainda o e-mail e uma foto. (CE)
New Order
Uma das mais importantes bandas da cena inglesa de Manchester,
oriunda do Joy Division, o New Order é referência quando o assunto é
rock e música eletrônica. A confirmação das duas apresentações em São
Paulo e uma no Rio de Janeiro agradaram os inúmeros fãs que esperavam
essa oportunidade há 18 anos. Os veteranos Bernard Summer, Peter Hook
e companhia devem fazer set lists baseados em clássicos como Ceremony,
Bizarre Love Triangle, Blue
Monday e Temptation,
alternando com composições mais recentes como Crystal.
Uma boa oportunidade de conferir se o conjunto
mantém a mesma postura e carisma que lhe garantiu
sucesso nos agora longínquos anos 80. (RG)
Quando: 13 e 14 de novembro, às 22h
Onde: Via Funchal – R. Funchal, 65, Vila
Olímpia - www.viafunchal.com.br.
Ingressos: R$ 140 (pista), R$ 160 (mezanino) e R$
250 (camarote) – estudantes pagam meia Divulgação
O Poderoso Chefão
A interação entre cinema e games resulta em produtos interessantes,
mesmo que causem algumas controvérsias. É o caso desse jogo. Só o fato
de adaptar um filme do porte de O Poderoso Chefão gera curiosidade,
afinal a obra do cineasta Francis Ford Coppola – que por sua vez achou
excessivo o grau de violência – é uma daquelas que permeia o imaginário
das pessoas. O clima da máfia e da Nova York dos anos 30 e 40 é recriado
detalhadamente, nos moldes do GTA e NARC. O mesmo acontece com
várias cenas da clássica adaptação
cinematográfica do livro de Mario Puzo. Personagens como
Luca Brasi e Clemenza, e situações como a cena em que
Don Corleone é atacado pela famiglia rival se fazem presente
na história. Interessante é ver como a narrativa do game se
apropria de algumas “brechas” do roteiro original e se
desenvolve de forma fluida. Além disso, a dublagem original
dos protagonistas Sonny (James Caan), Tom (Robert Duvall)
e Vito Corleone (Marlon Brando) garantem que o jogador
possa imergir no universo da máfia. (RG)
Eletronic Arts – Preço Médio: R$ 99,90 para PC/DVD
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PRELIMINARES
Estou com 28 anos e até hoje nunca
tive um orgasmo. Será que sou normal
ou há mulheres que não chegam ao
clímax nunca?
J. M.
Resposta: Calma, você não está
sozinha nesta busca. Especialistas
afirmam que no Brasil, cerca de 30%
das mulheres nunca experimentaram
um orgasmo. Mas não encane com
isso. Você precisa relaxar na hora da
transa para seu corpo funcionar. Não
existe um manual para conseguir
chegar lá, pois cada pessoa tem um tipo
de corpo, mas o ideal seria conhecer
melhor o seu corpo para perceber com
quais estímulos de seu parceiro você
sente mais prazer. Muitas mulheres
precisam também de manipulação no
clitóris para chegar ao orgasmo. Dicas:
abuse das preliminares, fique relaxada,
escolha um bom parceiro e não
encane. Afinal, a transa também pode
ser maravilhosa mesmo sem o tão
aclamado orgasmo.
Minha namorada parou de tomar a
pílula há duas semanas e anda muito
irritada e insegura. Está neurótica com
medo de engravidar. O que devo
fazer?
A. M
Resposta: Mulheres são cheias de
paranóias mesmo, e muitas vezes têm
razão, já que quando a “corda
arrebenta” é sempre ela quem assume
a “bomba”. Então, a melhor forma de
você a ajudar é usando camisinha. Tudo
bem, você vai dizer que parece que
está chupando bala com papel, mas
pense que só assim pode se prevenir
de uma gravidez indesejada e também
de doenças sexualmente
transmissíveis. Faça este esforço por sua
namorada, pois não é tão ruim assim.
Isso ajudará os dois: ela se sentirá
melhor e você vai ter que discutir
menos vezes a relação. Vale a pena,
não é?
Se você quer contar sua história ou
solucionar alguma questão relacionada
a sexo, relacionamento e outros
assuntos é só enviar um e-mail para
folha_universitaria@uniban.br que ela
será respondida.
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estágios
Vagas para a semana
de 31/07 até 06/08
Curso ..................... Vagas ........ Menor valor . Maior Valor
Administração.............. 26 ........... R$ 500.00 ..... R$ 950.00
Jornalismo .................... 28 ........... R$ 400.00 ..... R$ 850.00
Engenharia Elétrica ....... 7 ............ R$ 500.00 ..... R$ 900.00
Ciência da Comp. ....... 12 ........... R$ 640.00 ..... R$ 900.00
Ciências Contabéis...... 10 ........... R$ 450.00 ..... R$ 800.00
Arquitetura .................. 11 ........... R$ 329.00 ..... R$ 720.00
Publicidade.................. 15 ........... R$ 450.00 ..... R$ 600.00
Turismo ......................... 9 ............ R$ 350.00 ..... R$ 800.00
Secretariado ................. 5 ............ R$ 329.00 ..... R$ 700.00
Direito ......................... 50 ........... R$ 360.00 ..... R$ 800.00
Engenharia Civil .......... 12 ........... R$ 500.00 ..... R$ 1,140.00
Cadastro atarvés do site: www.ciee.org.br
Os Coordenadores posseum os códigos das vagas
classificados
Vende-se calculadora hp 48gx , com 150k
ram de memória com manual em ótimo
estado de conservação. Luciana ou Marcelo.
Tel.: (11) 4455-9626 / 93167482
Presto suporte técnico para problemas
diversos em computadores como:
Computador travando, lentidão, upgrade
(torne o seu micro mais rápido), dicas
de configuração, verificação de vírus ou
spywares. Atendimento a domicílio com hora
marcada. Roger. Tel.: (11) 9811-9760. E-mail.
rsberrini@ig.com.br
Vende-se Câmera digital Olimpus 3.2mega
pixel de resolução, 3x zoom digital, 2x
completa e na caixa+carregador e 4 pilhas.
Valor: R$ 375,00. Fernando. Tel.: (11) 5841-
2903 / 8342-5205
Vende-se o livro “Dominando o Visual Basic
6 - A Bíblia” da editora Makron Books.
A edição está em português e em perfeito
estado de conservação. Este é um guia de
referência para qualquer um que trabalhe na
área de informática desenvolvendo softwares
em VB. Valor: R$120,00. Marcel. E-mail.
marcel.pg@terra.com.br
Leciona-se aula de Inglês. Professora formada,
com vivência internacional de 17 anos, oferece
aulas de inglês, em grupo ou individual, com
preços promocionais para alunos da Uniban.
Fátima. Tel.: (11) 8482-3272 / 3846-4410. Email.
informacoes@inglessemtraumas.com.br
Troco Mountain bike, 18 marchas, prata,
nova por MP3 player. Tel: (11) 9274-1179.
Emerson. E-mail: emerson2073@pop.com.br
O NUBE oferece esta semana
470 para nível Superior
Ao todo são mais de 2 mil oportunidades por mês. As vagas são
atualizadas on-line, por isso caso não encontre o seu curso na lista
abaixo acesse www.nube.com.br
Curso .................................. Ano/Sem. ............. Bolsa auxílio ..... OE
Engenharia de Produção ...... 4º Ano .................. R$ 700,00 ......... 36355
Ciências Contábeis .............. 4º ao 6º Sem. ....... R$ 1100,00........ 36359
Adm. Empresas.................... 2º ao 5º Sem. ....... R$ 600,00 ......... 36322
Ciências da Computação ..... 3º ao 6º Sem. ....... R$ 600,00 ......... 36340
Comércio Exterior ................ 1º ao 6º Sem. ....... R$ 700,00 ......... 36333
Direito ................................. 7º ao 9º Sem. ....... R$ 600,00 ......... 36343
Ensino Médio ....................... 1º ao 5º Sem. ....... R$ 350,00 ......... 36319
Engenharia Mecânica ........... 6º ao 9º sem. ....... R$ 900,00 ......... 36323
classificados@uniban.br
Mande seu anúncio com
nome, telefone, RA (aluno),
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Vende-se esteira elétrica Athletica Way
Advanced, com contador de calorias
perdidas, controle de batimentos cardíacos,
com três níveis de elevação para simulação
de subida, controle de segurança para evitar
queda, dobrável e sem uso. Valor: R$
1.200,00 (estudo contra-oferta). Fátima. Tel.:
(11) 8482-3272.
ANUNCIE
NA FOLHA UNIVERSITÁRIA
classificados@uniban.br
CLASSIFICADOS
CLASSIFICADOS
TV UNIBAN
Entrevista
Árvores da Amazônia
Áries - 21/03 a 20/04
Conte com o apoio da pessoa amada
para a solução de alguns problemas. A
equipe de trabalho estará disposta a
cooperar com a finalização de projetos. Aproveite
a oportunidade. Dica da semana: cuidado com o
exagero nos gastos diários. Controle-se!
Touro - 21/04 a 20/05
Demonstre seus sentimentos ao seu
par. Ele necessitará saber de suas reais
intenções. Use a sua criatividade no
ambiente profissional e ficará satisfeito com os
resultados. Dica da semana: valorize a amizade dos
seus familiares.
Gêmeos - 21/05 a 20/06
Sua imaginação fértil deixará o romance
mais excitante. Os compromissos
assumidos na vida profissional causarão
uma boa dose de estresse. Saiba dividir as tarefas.
Dica da semana: seja otimista nas suas conquistas.
Câncer - 21/06 a 21/07
Deixe o clima de romance tomar conta
do seu coração. Use o seu poder de
sedução. As dificuldades na solução de
entretenimento
Canal Universitário: 11 NET e 71 TVA
(HORÁRIO EXCLUSIVO PARA SÃO PAULO)
horóscopo
algumas questões profissionais o deixarão
desanimado. Afaste a sensação de pessimismo.
Dica da semana: cuidado com fofocas.
Leão - 22/07 a 22/08
Uma pessoa próxima poderá declararse
apaixonada. Dê uma chance ao
amor. Oportunidades à vista no
ambiente de trabalho. Permita que a sua intuição
mostre o melhor caminho a seguir. Dica da semana:
cuide da sua aparência e irá sentir-se melhor.
Virgem - 23/08 a 22/09
O clima de paixão irá permanecer
durante toda a semana. Aproveite ao
máximo! Convença a equipe de
trabalho a colaborar com os seus planos. Exponha
os resultados. Dica da semana: ajude os familiares
no que for preciso.
Libra - 23/09 a 22/10
Algumas surpresas no amor causarão
efeitos milagrosos ao relacionamento.
Continue investindo! Organize suas
atividades no ambiente de trabalho para não atrasar
as obrigações. Dica da semana: mantenha os seus
conceitos, mas não os imponha a ninguém.
Escorpião - 23/10 a 21/11
Preste mais atenção às pessoas que o
rodeiam. Poderá ter novidades no amor.
O bom andamento dos projetos
iniciados no setor de trabalho
dependerá exclusivamente da sua competência.
PROGRAMAÇÃO:
www.uniban.br
Destaques de 31 de julho a 06 de agosto de 2006
Um trabalho de pesquisa
que durou nove anos e
resultou num belíssimo livro
com 400 fotografias inéditas
de 55 espécies de árvores da Amazônia. O
repórter fotográfico Silvestre Silva vem contar
sobre as dificuldades enfrentadas e suas
interessantes experiências nesse projeto. Confira
no programa Entrevista.
HORÁRIO: 2ª: 9h, 4h30, 3ª: 22h, 4ª: 15h30,
5ª: 9h, 4h30, 6ª: 22h, Sáb.: 15h30, Dom.: 9h,
4h30
Imagens: André Martins/TV UNIBAN
Saúde e Equilíbrio
Ex-alunos da UNIBAN
Eles se formaram pela
UNIBAN e hoje são
profissionais de sucesso.
Reginaldo de Carvalho Silva
Filho, fisioterapeuta, hoje
trabalha com acupuntura e Thiago Antônio
Fedele, biomédico, realiza um trabalho de
pesquisa no Laboratório de Microbiologia da
UNIBAN. Eles são convidados do programa
Saúde e Equilíbrio.
Horário: 2ª: 15h30, 3ª: 9h, 4h30, 4ª: 22h,
5ª: 15h30, 6ª: 9h, 4h30, Sáb.: 22h, Dom.: 15h30
VOZES
Osvaldinho da Cuíca
Ele nasceu nas rodas de
batucada, provou o sucesso
do samba-urbano e virou
um músico símbolo do
samba paulistano. Cantor e compositor,
Osvaldinho da Cuíca foi um dos integrantes
dos Demônios da Garoa e agora lança seu novo
CD Em referência ao Samba Paulista. Ele conta
sua trajetória de vida no programa Vozes.
Horário: 2ª: 23h30, 4ª: 11h30, 5ª: 23h30,
Sáb.: 17h
Texto: Tuyla Maia é aluna do 1º ano de Jornalismo da UNIBAN
Dica da semana: não entre em atrito com familiares.
Tenha calma!
Sagitário - 22/11 a 21/12
Leve seu relacionamento amoroso mais
a sério. Não invente coisas que nunca
existirão. Reveja seus ideais no setor
profissional para que não fique desanimado diante
de novas tarefas. Dica da semana: aproveite sua
energia positiva para atrair novas pessoas.
Capricórnio - 22/12 a 20/01
Sua vida amorosa causará inveja em
pessoas próximas. Tenha cuidado!
Continue demonstrando toda a sua
capacidade intelectual no ambiente de
trabalho. Logo terá uma grande surpresa. Dica da
semana: procure fazer atividades físicas para aliviar
o estresse.
Aquário - 21/01 a 19/02
Esteja mais presente no relacionamento
amoroso para não despertar ciúmes em
seu par. Invista nos seus talentos na
vida profissional e toda a equipe será
beneficiada. Dica da semana: um momento de
descanso será fundamental para repor as energias.
Peixes - 20/02 a 20/03
Liberando as fantasias deixará a pessoa
amada de queixo caído. Permita que
os colegas de trabalho demonstrem as
suas reais intenções no cultivo da sua
amizade. Fique atento! Dica da semana: cuide da
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entretenimento
CHARGE PALAVRAS CRUZADAS
Promoção
Amor de Perdição
Concorra ao livro Amor de
Perdição, de Camilo Castelo Branco.
Basta mandar um e-mail para
folha_universitária@uniban.br
com a resposta correta da seguinte
pergunta:
A obra de Camilo Castelo
Branco o transformou em grande
nome da literatura brasileira num
período também considerado
como a segunda fase do
romantismo. Como ficou
conhecido?
Não esqueça de acrescentar nome, RA (alunos) ou RGF
(funcionários), curso e campus. O nome do ganhador sai na próxima
edição da Folha Universitária.
Na próxima edição da Folha Universitária:
Matéria de Capa
Crimes Hediondos
Entrevista
Carlos Saldanha