Baixar - Brasiliana USP
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TfcS^<br />
SONE<br />
ViVer» epuel...<br />
Cruel vida ! — Que importa um eternal desprezo<br />
Que me votas, ferina, impiedosamente?<br />
E como uni condemnado eternamente preso,<br />
Eu sou a tua escrava, ó vida, infelizmente!<br />
Ao envez do materno affagar, indefezo,<br />
Encontrei no teu peito asco e magna somente!<br />
Porém hoje comprehendo o feroz menosprezo,<br />
Que despensasa mim desventura dainente!<br />
No teu adyto nunca offertaste guarida<br />
A' minha dor pungente, ó desgraçada vida !<br />
E nem te apiedaste ante o meu fado triste !<br />
Sè pois sempre maldicta! Esse amor mal fadado<br />
Por quem eu choro foi-se ejaz amortalhado<br />
Na campade illusões, onde só dor existe!<br />
V> Elza G. do Nascimento.<br />
Voar»! 7 sem fim<br />
(. (A morto de uma prima)<br />
Nascia limfa e fresca a madrugada?<br />
A madrugada linda então nascia<br />
Quando o canto das aves já se ouvia<br />
Aimunciando a vinda. d'alvorada<br />
Como levando em cantos a alegria,<br />
Cantando lá se vão em debandada<br />
Emquanto teudo a morte já chegada<br />
Alguém da luz do sol se despedia !<br />
Camtain as aves?já não cantam, choram !<br />
E como si um enterro comemoram<br />
Vão ligeiras?... para aonde emfim?<br />
Acompanhar Angélica e bondosa,<br />
Leva em peeeados mais que a meiga rosa<br />
Uma alma soltn n'uin voar sem fim.<br />
r, 4 í»n<br />
Mlle. A. Pires. II<br />
cJulieta<br />
J<br />
Car>men SilVa<br />
Escriptora falleeida aos 15 annns<br />
Certo não serei eu, oh! livida deidade,<br />
Que te hei de celebrar uo meu dorido cauto...<br />
Bem mais do que elle, vale, o perennal encanto<br />
Que esboçou tua penna isenta de vaidade. '<br />
Tornaste, altiva e leda, á pátria da verdade,<br />
Onde pairava inquieto o sonho teu de amianto...<br />
— Perturbar não te quero o somno sacrosanto<br />
Que aspiraste na terra e fez-se realidade.<br />
— Ouvem-te ainda a voz, com que cantaste em vida<br />
O adusto vegetal, a fonte, o mar, a lua<br />
A deveza deserta e a flor que a morte elida<br />
— E minha'alma de artista, incerta, irmã da tua<br />
Vem dar-te obrando Adeus da triste despedida<br />
Na voz da prece irial que pelo azul fluctua..,<br />
Narcez C. Meinicke.<br />
Myosotis...<br />
A um olhar qua eu sonhei só para mim<br />
Eram myosotis seccos.., Quasi nada...<br />
.lá se havia apagado o azul cambiante<br />
No emtanto eu via em cada flor fanada,<br />
Um negro olhar... qual lagrima brilhante.<br />
Em cada flor havia uma alvorada<br />
E o crepúsculo de um sonho delirante...<br />
O esvoaçar de uma aza alcandourada<br />
I' os ais de um triste amor agonisante.<br />
N'elles ia expirara minha prece<br />
Eo devino fulgor que resplandesce<br />
N'umas pupillas negras e fiitaes..,<br />
A minhn a/ilhiiiln<br />
Ella, a gentil menina ia correndo<br />
A traz da borboleta que fugia.<br />
E emquanto — «não corras»— eu lhe dizia<br />
Ella sempre a correr ia dizendo :<br />
— «Como linda tu és ! ai I «se te prendo ! -<br />
Não satisfez porém a phantasia,<br />
Pois que n tal borboleta só queria<br />
Eivre adejar. E d'elln escarnecendo<br />
Fugia sempre. A linda.lulieta<br />
Tendo perdido toda uma esperança<br />
De apanhar R formosa borboleta,<br />
Pezarosn voltou desfeita em pranto.<br />
— -Por qne choras assim linda criança? »<br />
— Porque perdi meu tampo a correr imito...<br />
Mio, :i(J — 4 — !I17.<br />
E palpitava unia saudade louca<br />
De um sorriso... deus lábios... de nina boce»..;<br />
— Eram myosotis seccos .. Nada mais !...<br />
Eurydice d' Araujo.<br />
Flora Tosca (a triste.)