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Miguel Ângelo - Jaba

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O pintor da loucura<br />

Nos últimos anos da sua vida, especialmente depois de voltar de Inglaterra, o pintor<br />

seguiu uma temática mais introspectiva, trabalhando uma série de litografias, desenhos<br />

e esboços acerca de doenças mentais. Tal como a maioria dos artistas românticos,<br />

estava obcecado com as perturbações da psique, especialmente a neurose e a psicose,<br />

transtornos que em momentos críticos atribuía a si mesmo. A intensidade emocional<br />

e a exacerbada paixão que empreendia nos seus afazeres fizeram-nos duvidar da sua<br />

sensatez e procurar ajuda psiquiátrica. Assim conheceu directamente o angustiante<br />

e obscuro mundo da loucura. Através das suas pinturas, quis redimir a esses homens<br />

e mulheres rejeitados pelos suas famílias, condenados a uma vida de dor e solidão<br />

nos asilos mentais do século XIX. Com máximo respeito, e sem jamais abdicar da<br />

objectividade que caracteriza a sua arte, produziu retratos eloquentes como o intituladose<br />

simplesmente A Louca.<br />

A morte está presente<br />

A luta do homem pela sobrevivência num<br />

meio adverso, um tema recorrente em<br />

Géricault, é possível de ser apreciado em<br />

cada detalhe do quadro. O sujeito que<br />

está no ponto mais alto da proa, agitando<br />

freneticamente a sua simples roupa<br />

representa a esperança da salvação, ainda<br />

que no meio da tormenta e na presença da<br />

morte. A sua energia parece animar o resto<br />

dos náufragos, que estendem as suas mãos<br />

para o horizonte, claro e luminoso que<br />

contrasta com a escuridão das nuvens da<br />

tormenta que ainda paira sobre a balsa. Mais<br />

concentrado na realidade que no ideal, sem<br />

no entanto descurar o poder emotivo da<br />

arte, o quadro transmite inúmeras emoções<br />

vinculadas com a dor, a morte, o medo e<br />

o desamparo, inevitáveis companheiros<br />

da existência humana e elementos<br />

fundamentais na obra do artista.<br />

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