Com a barriga cheia, partidos abandonam João ... - Revista Metrópole
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notas da <strong>Metrópole</strong><br />
Poluição<br />
Um relatório prévio da<br />
Envirotest/Expetro, empresa<br />
americana contratada pela<br />
Prefeitura de Madre de<br />
Deus para fazer diagnostico<br />
ambiental do impacto da<br />
presença da Petrobras no<br />
município, constatou problemas<br />
de contaminação no solo e na<br />
águia. A divulgação oficial dos<br />
trabalhos é aguardada com<br />
ansiedade pela comunidade<br />
local e por ambientalistas, tal a<br />
extensão dos estudos.<br />
eventos em troca de veiculação de música.<br />
Também estão previstas multas, suspensão<br />
ou cassação da concessão governamental.<br />
Porém, na avaliação de Tom Tavares,<br />
essa lei não vai servir para nada. “Existe<br />
uma série de fatores para serem estudados.<br />
Para começar, é necessário se fazer<br />
cumprir a lei que determina as concessões<br />
de rádios e TVs e, a partir do momento<br />
que se cria uma lei para um determinado<br />
problema, existe um sinal de que está tudo<br />
errado, porque o jabá já deveria ser punido<br />
pelo Ministério das <strong>Com</strong>unicações”.<br />
A opinião é ratificada por Moraes, que<br />
acredita que a lei pode ser mais uma a<br />
ser descumprida. “Eu não tenho muita fé<br />
nesse projeto de lei. No Brasil, nem tudo<br />
pode se tornar crime, a discussão deve ser<br />
mesmo pela concessão”.<br />
Cabo eleitoral<br />
A atuação cada vez mais política<br />
da Petrobras no Recôncavo,<br />
principalmente em São Francisco<br />
do Conde, Candeias e Madre de<br />
Deus, com forte e explícito apoio<br />
aos candidatos do PT nessas<br />
cidades, anda despertando a ira<br />
dos outros <strong>partidos</strong> aliados dos<br />
governos do Estado e Federal.<br />
A atuação da estatal, que se dá<br />
através de empreiteiras e outras<br />
prestadoras de serviços, já está<br />
na mira do Ministério Público,<br />
devendo respingar em muita<br />
gente de grosso calibre.<br />
De acordo com o advogado, não existe<br />
nenhum dispositivo na lei que fale explicitamente<br />
sobre o assunto, mas alguns<br />
princípios da comunicação podem ser<br />
aplicados à prática. “Existe o direito à<br />
informação e à liberdade da expressão. A<br />
gravidade do jabá é que você acaba privilegiando<br />
quem tem dinheiro e a diversidade<br />
musical fica comprometida”.<br />
O jabá, indiscutivelmente, se constitui<br />
com uma prática imoral, antiética e<br />
desrespeitosa com o ouvinte, que garante<br />
audiência para que essas empresas continuem<br />
operando em espectro público<br />
agindo com uma empresa privada que<br />
não deve satisfação a ninguém, e com os<br />
artistas, que vêem o mercado radiofônico<br />
se fechar como um funil para quem não<br />
tem grana para pagar.<br />
Coperphoto<br />
O maestro Tom Tavares classifica o jabá como “prática execrável” e diz que a Lei das Concessões tem que ser cumprida<br />
<strong>Com</strong> os<br />
gringos é<br />
diferente<br />
Na legislação americana, desde os<br />
anos 60, o jabá ou, como eles dizem, o<br />
payola (derivada de payment – pagamento<br />
e victrola – o aparelho toca-discos) é<br />
considerado crime, mas, assim como no<br />
Brasil, a ilegalidade é difícil de detectar.<br />
Porém, a dificuldade de se monitorar a<br />
prática nos EUA não impediu que, recentemente,<br />
as multinacionais Warner<br />
Music e Sony BMG fossem obrigadas a<br />
pagar US$ 5 milhões e US$ 10 milhões,<br />
respectivamente, em multa pela prática,<br />
denunciada numa ação movida pelo Ministério<br />
Público de Nova York.<br />
O procurador-geral do estado norteamericano,<br />
Eliot Spitzer, notificou as<br />
quatro grandes empresas multinacionais<br />
da música (por ordem de faturamento<br />
anual, Universal Music, Sony<br />
Music, Warner Music e EMI Group),<br />
ameaçando-as de processo judicial<br />
caso não concordassem em efetuar o<br />
pagamento de uma soma específica em<br />
dinheiro como forma de multa pelas<br />
irregularidades que haviam sido praticadas.<br />
As quatro empresas concordaram<br />
amigavelmente para não serem alvo de<br />
processos judiciais, que com certeza<br />
prejudicariam os seus negócios, mas até<br />
o momento somente a Sony/BMG e a<br />
Warner Music coçaram o bolso.<br />
O acordo foi o primeiro do gênero<br />
no mundo e na história da indústria<br />
fonográfica. Após a criminalização da<br />
prática com a promulgação da Payola<br />
Law, as gravadoras, para fugir ao cerco<br />
das autoridades, criaram uma espécie<br />
de bypass, contratando profissionais<br />
divulgadores externos, independentes,<br />
que se incumbiam da tarefa de levar<br />
e “negociar” os produtos musicais nas<br />
emissoras de rádio em troca de benefícios<br />
financeiros e materiais. Mas aqui no<br />
Brasil a legislação não aborda o tema, o<br />
que permite a livre atuação. Os executivos<br />
da indústria nacional afirmam que<br />
não existe mais jabá no país, mas sim<br />
contratos lícitos de compra de espaço<br />
publicitário. Então tá.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Metrópole</strong> - fevereiro de 2008 7