UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO - ICHS/UFOP
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asileiro, e o consequente reordenamento dos referenciais da ação política na<br />
América, fez com que as diversas identificações existentes no período colonial da<br />
América portuguesa passassem a “sinalizar diversas possibilidades de moldagem<br />
daquela nação brasileira em cujo nome o novo Império foi instaurado.” 4 Neste<br />
sentido, as recentes pesquisas historiográficas referentes à Independência e à con-<br />
solidação do Estado Nacional brasileiro têm privilegiado como objetos de estudo<br />
a compreensão das identidades coletivas do período de 1750 a 1850. 5<br />
Os estudos sobre a atuação política das elites luso-brasileiras no momento<br />
da independência, bem como pesquisas que encaram a imprensa como mecanismo<br />
de participação política daquelas elites e formatação de suas identidades ganharam<br />
especial destaque na atual historiografia brasileira. Parte dos autores que estudam<br />
o período de 1820 a 1822, sobre este enfoque, concordam que o advento do mo-<br />
vimento de Regeneração Vintista e a subsequente instalação das Cortes Constitu-<br />
cionais em Lisboa alteraram de maneira drástica o contexto do Império português,<br />
propiciando grandes transformações na estrutura política e administrativa da Mo-<br />
narquia portuguesa. Lúcia Neves afirma que a Revolução Liberal do Porto de<br />
1820 colocou em circulação uma espantosa quantidade de jornais e panfletos,<br />
permitindo que novas práticas e discussões políticas inaugurassem uma conjuntu-<br />
ra até então desconhecida no mundo brasileiro 6 .<br />
Acreditamos que a História da Historiografia Oitocentista também merece<br />
um local de destaque neste processo de renovação historiográfica. A História da<br />
Historiografia Oitocentista brasileira é um campo que tem se destacado nas últi-<br />
mas décadas com importantes pesquisas sobre a produção historiográfica do Insti-<br />
tuto Histórico e Geográfico Brasileiro 7 . O estudo da historiografia produzida no<br />
4 JANCSÓ, István & PIMENTA, João Paulo G. “Peças de um mosaico (ou apo ntamentos para o<br />
estudo da emergência da identidade nacional brasileira)”. In: MOTA, Carlos Guilherme. Viagem<br />
Incompleta – a experiência brasileira. São Paulo: SENAC, 2000.<br />
5 Sobre este recorte temporal ver: JANCSÓ, István. Este Livro In: JANCSO, István (org.). Brasil:<br />
formação do Estado e da nação. São Paulo/Ijuí : Editora Unijuí/FAPESP/Hucitec, 2003.<br />
6 Os principais representantes desta vertente, MOREL, Marco. As transformações dos espaços<br />
públicos: imprensa, atores políticos e sociabilidades na Cidade Impe rial (1820-1840). São Paulo,<br />
Hucitec, 2005; BERBEL, Márcia Regina. A nação como artefato: deputados do Brasil nas cortes<br />
portuguesas de 1821-1822. São Paulo: Hucitec-Fapesp, 1999; LUSTOSA, Isabel. Insultos Impressos:<br />
a guerra dos jornalistas na Independência. São Paulo: Cia das Letras, 2001; SLEMIAN, Andréa.<br />
Vida política em tempo de crise: Rio de Janeiro (1808-1824). São Paulo: Hucitec, 2006.<br />
7 GUIMARÃES, Manuel Luis Salgado. Nação e civilização nos trópicos : o Instituto Histórico e<br />
Geográfico Brasileiro e o projeto de uma história nacional. Estudos Históricos, Rio de Janeiro,<br />
1(1) 1988; GUIMARÃES, Lúcia M. P. O Império de Santa Cruz: a gênese da memória nacional.<br />
In: HEIZER, Alda & VI<strong>DE</strong>IRA, Augusto Passos (orgs). Ciência, Civilização e Império nos tr ópicos.<br />
Rio de Janeiro: Acces, 2001; SCHWARCZ, Lilia Moritz. Os Institutos Históricos e Geográ-<br />
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