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Uma experiência do front: - Programa de Pós-Graduação em ...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA<br />

FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA<br />

MESTRADO EM HISTÓRIA<br />

U m a e x p e r i ê n c i a d o f r o n t :<br />

a Guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s<br />

e a Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia<br />

ALEXANDER MAGNUS SILVA PINHEIRO<br />

Orienta<strong>do</strong>ra: Profª. Drª. Lina Maria Brandão <strong>de</strong> Aras<br />

Salva<strong>do</strong>r – BA<br />

2009


UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA<br />

FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA<br />

MESTRADO EM HISTÓRIA<br />

U m a e x p e r i ê n c i a d o f r o n t :<br />

a Guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s<br />

e a Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia<br />

ALEXANDER MAGNUS SILVA PINHEIRO<br />

Dissertação apresentada ao<br />

Mestra<strong>do</strong> <strong>em</strong> História da<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Filosofia e Ciências<br />

Humanas da UFBA, como<br />

requisito parcial para obtenção <strong>do</strong><br />

grau <strong>de</strong> Mestre.<br />

Orienta<strong>do</strong>ra: Profª. Drª. Lina Maria Brandão <strong>de</strong> Aras<br />

Salva<strong>do</strong>r – BA<br />

2009<br />

2


_____________________________________________________________________<br />

Pinheiro, Alexan<strong>de</strong>r Magnus Silva<br />

P654 <strong>Uma</strong> <strong>experiência</strong> <strong>do</strong> <strong>front</strong>: a guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s e a Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina<br />

da Bahia / Alexan<strong>de</strong>r Magnus Silva Pinheiro. -- Salva<strong>do</strong>r, 2009.<br />

265 f.<br />

Orienta<strong>do</strong>ra: Profa. Dra. Lina Maria Brandão <strong>de</strong> Aras<br />

Dissertação (mestra<strong>do</strong>) – Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Bahia, Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Filosofia e Ciências Humanas, 2009.<br />

1.Canu<strong>do</strong>s (Ba) – história – Séc. XIX. 2. Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia<br />

-<br />

História. 3. Bahia – História – Séc. XIX. I. Aras, Lina Maria Brandão <strong>de</strong>.<br />

II. Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Bahia, Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Filosofia e Ciências<br />

Humanas.<br />

III.Título.<br />

CDD – 981.42<br />

______________________________________________________________________<br />

3


Libertas virorum fortium pectoras acuit.<br />

A liberda<strong>de</strong> anima o coração das pessoas valorosas.<br />

4


A minha família que s<strong>em</strong>pre acredita nos meus passos<br />

(Théa, dádiva que recebi e que há anos chamo <strong>de</strong> ‘minha mulher’;<br />

minha Mãe D. Santa, ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> corag<strong>em</strong>;<br />

minha irmã Mariana, personificação da ternura;<br />

e nosso lin<strong>do</strong> afilha<strong>do</strong> Carlos Miguel, reflexo da Mãe).<br />

5


AGRADECIMENTOS<br />

A Deus por me guiar na imensidão <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.<br />

A minha orienta<strong>do</strong>ra Profª. Drª. Lina Maria Brandão <strong>de</strong> Aras, por acreditar<br />

piamente neste sonho <strong>de</strong> ver mais uma Canu<strong>do</strong>s nascer; por abrir suas portas para que<br />

consultáss<strong>em</strong>os nos seus livros e arquivos pessoais; por <strong>em</strong> nenhum momento, no<br />

<strong>de</strong>curso <strong>do</strong> trabalho mostrar-se cansada; por seu olhar humano acerca das virtu<strong>de</strong>s e<br />

vicissitu<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s indivíduos, pela sua atenção, inúmeras sugestões <strong>de</strong> leitura, por possuir<br />

um coração gigante e uma mente infinita. Enfim, Drª, s<strong>em</strong> palavras! Este trabalho<br />

também é seu.<br />

A UFBA – Profª. Drª. Maria Hilda Baqueiro Paraíso, Prof. Dr. Antonio<br />

Guerreiro <strong>de</strong> Freitas e <strong>de</strong>mais professores <strong>do</strong> <strong>Programa</strong> <strong>de</strong> <strong>Pós</strong>-<strong>Graduação</strong> e<br />

funcionários da Biblioteca Isaías Alves/FFCH: Sr. Davi Alberto Batista Santana, D.<br />

Lúcia Fonseca, Marina da Silva Santos e Dilzaná Oliveira Santos (a companheira); CEB<br />

(CENTRO DE ESTUDOS BAIANOS) – NÚCLEO SERTÃO / UFBA: Maria Zelinda<br />

Ferreira Lopes, Wilson Dias Macha<strong>do</strong> Filho, Juv<strong>em</strong>ário Pereira Miranda e Sr. Antonio<br />

Carlos Santos; ARQUIVO DA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA /<br />

TERREIRO DE JESUS: D. Vilma Lima Nonato <strong>de</strong> Oliveira, D. Francisca da Cunha<br />

Santos, D. Eliane da Cruz Santiago, Dr. Lamartine Silva e Dr. Tavares-Neto.<br />

BIBLIOTECA PÚBLICA DO ESTADO DA BAHIA / SALVADOR - BARRIS:<br />

Célia Mattos, Lucinéia Rocha Macha<strong>do</strong>, Aline Fernan<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s Santos e Santos,<br />

Marinalva Pereira da Cruz, Rosania Nunes Damasceno, Sr. Luiz José <strong>de</strong> Carvalho e<br />

Miguel Telles.<br />

UNEB - CEEC (CENTRO DE ESTUDOS EUCLYDES DA CUNHA): Prof.<br />

Manoel Neto e Prof. José Carlos Pinheiro; PROJETO ‘A CAMINHO DOS SERTÕES<br />

DE CANUDOS’: Prof. Sérgio Guerra e Prof. Roberto Dantas.<br />

INSTITUTO GEOGRÁFICO E HISTÓRICO DA BAHIA: Profª. Drª. Consuelo<br />

Pondé e ao Bibliotecário Antonio Fernan<strong>do</strong> da Costa Pinto.<br />

PORTFOLIUM LABORATÓRIO DE IMAGENS: Antonio Olavo.<br />

MEMORIAL ANTONIO CONSELHEIRO / CANUDOS: Izailton <strong>de</strong> Almeida.<br />

FUNDAÇÃO PEDRO CALMON: Profª. Drª. Consuelo Novais Sampaio, Walter<br />

Oliveira e equipe <strong>de</strong> funcionários.<br />

FUNDAÇÃO CLEMENETE MARIANI: Comissão Organiza<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> S<strong>em</strong>inário<br />

Permanente com Pesquisa<strong>do</strong>res Baianos.<br />

APEB (Arquivo Público <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> da Bahia).<br />

ARQUIVO HISTÓRICO DO EXÉRCITO (RJ): ao Capitão Francisco José<br />

Corrêa Martins. To<strong>do</strong>s muito atenciosos que, s<strong>em</strong> pestanejar, me auxiliaram, ou na<br />

busca, ou na leitura <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos.<br />

A to<strong>do</strong>s os parentes da minha companheira Thea Lucia Ferreira da Silva que<br />

olharam com serieda<strong>de</strong> este trabalho; a minha Tia Maninha e um <strong>de</strong>staque relevante a<br />

minha Mãe baiana, Maria Edith Ferreira da Silva, que s<strong>em</strong>pre esteve a meu la<strong>do</strong>, fizesse<br />

chuva ou sol. Aos meus tios Nélio, Noélia, Nei<strong>de</strong> e Humberto pela confiança<br />

<strong>de</strong>positada, ao meu tio Bello, meus primos Débora Cristina e Ruan, pela atenção e<br />

incentivo.<br />

Aos meus cunha<strong>do</strong>s Rita Maria e Lourival Araújo por tu<strong>do</strong> e, sobretu<strong>do</strong>, me<br />

haver<strong>em</strong> aberto as portas <strong>de</strong> sua casa <strong>em</strong> momentos tão <strong>de</strong>lica<strong>do</strong>s durante essa<br />

caminhada aqui <strong>em</strong> Salva<strong>do</strong>r.<br />

Ao meu amigo catuense Marcelo Souza Oliveira, baita guerreiro e companheiro<br />

<strong>de</strong> trincheira <strong>em</strong> todas as horas.<br />

6


A to<strong>do</strong>s os colegas da turma <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong> e Doutora<strong>do</strong> <strong>em</strong> História Social da<br />

UFBA <strong>do</strong> ano <strong>de</strong> 2006-2 e 2007, que me alimentaram com câmeras fotográficas, livros,<br />

fontes, histórias e estórias sobre o sertão. Destaque à colega Silvia Noronha pela<br />

paciência e auxílio na elaboração <strong>do</strong>s gráficos <strong>em</strong> Excel, Junívio Pimentel, responsável<br />

pela adaptação <strong>do</strong>s mapas nesse trabalho e Janice Filipin, amiga <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a <strong>Graduação</strong>, que<br />

prontamente elaborou nosso abstract.<br />

Volto aos pampas com duas lástimas: primeiro, a <strong>de</strong> não ter conheci<strong>do</strong> o mestre<br />

José Calasans Brandão da Silva, erudito professor e <strong>de</strong>poente da luta sertaneja e,<br />

segun<strong>do</strong>, a <strong>de</strong> não ter visita<strong>do</strong> Canu<strong>do</strong>s e suas regiões adjacentes tantas vezes quanto<br />

gostaria.<br />

No <strong>de</strong>correr <strong>de</strong>ste trajeto, <strong>de</strong>sculpo-me com to<strong>do</strong>s se não atingi,<br />

satisfatoriamente, os anseios <strong>em</strong> mim <strong>de</strong>posita<strong>do</strong>s. Sou humano e meu trabalho seguirá<br />

s<strong>em</strong>pre na condição <strong>do</strong> erro e <strong>do</strong> acerto.<br />

Se alguém foi aqui esqueci<strong>do</strong>, por favor, tenha <strong>em</strong> mente meus eternos<br />

agra<strong>de</strong>cimentos.<br />

Ao Conselho Nacional <strong>de</strong> Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)<br />

pela concessão da bolsa <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s.<br />

7


LISTAS<br />

LISTA DE IMAGEM<br />

Imag<strong>em</strong> – 1: Missa campal <strong>em</strong> Cansanção<br />

Imag<strong>em</strong> – 2: A chegada <strong>do</strong>s solda<strong>do</strong>s à Estação da Calçada<br />

Imag<strong>em</strong> – 3: Corpo Médico <strong>em</strong> Monte Santo<br />

Imag<strong>em</strong> – 4: Presença <strong>do</strong> Corpo Sanitário <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s<br />

LISTA DE MAPAS<br />

Mapa – 1: Espaço <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento <strong>do</strong>s acadêmicos no <strong>front</strong><br />

Mapa – 2: Canu<strong>do</strong>s: set<strong>em</strong>bro a <strong>de</strong>struição<br />

Mapa – 3: Hospitais <strong>de</strong> Sangue <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s<br />

LISTA DE GRAFICOS<br />

Gráfico – 1: Faixa etária <strong>do</strong>s combatentes<br />

Gráfico – 2: Distribuição das <strong>do</strong>enças I<br />

Gráfico – 3: Distribuição das <strong>do</strong>enças II<br />

Gráfico – 4: Distribuição regional <strong>do</strong>s combatentes<br />

8


LISTAS<br />

LISTA DE QUADROS<br />

Quadro – 1: Professores da FMB e suas respectivas disciplinas<br />

Quadro – 2: Descoberta <strong>de</strong> organismos patogênicos<br />

Quadro – 3: Mapa <strong>de</strong> Enfermaria I<br />

Quadro – 4: Mapa <strong>de</strong> Enfermaria II<br />

Quadro – 5: Mapa <strong>de</strong> Enfermaria III<br />

Quadro – 6: Efetivo Médico <strong>do</strong> Exército<br />

Quadro – 7: Listag<strong>em</strong> <strong>do</strong>s exames <strong>de</strong> final <strong>de</strong> curso <strong>em</strong> 15 <strong>de</strong> nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897<br />

LISTA DE ABREVIATURAS<br />

AFMB – Arquivo da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia.<br />

APEB – Arquivo Público <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> da Bahia.<br />

BPEB – Biblioteca Pública <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> da Bahia.<br />

FMB – Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia.<br />

FPC – Fundação Pedro Calmon.<br />

9


RESUMO<br />

Este trabalho versa sobre a participação da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina e Farmácia<br />

da Bahia na Guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s <strong>em</strong> 1897. Para atingir este objetivo, <strong>de</strong>stacamos as<br />

interpretações a respeito das diversas fases da guerra, levan<strong>do</strong> <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração a<br />

diversida<strong>de</strong> interpretativa que há sobre o t<strong>em</strong>a Guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s. Delineamos,<br />

contextualmente, o universo político, social e econômico da Bahia quan<strong>do</strong> da dissolução<br />

<strong>do</strong> regime imperial no Brasil e a <strong>em</strong>ergência <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a republicano <strong>de</strong> governo, com o<br />

intuito <strong>de</strong> perceber alguns motivos que levaram ao vertiginoso crescimento <strong>do</strong> arraial <strong>de</strong><br />

Antonio Conselheiro e seus segui<strong>do</strong>res. I<strong>de</strong>ntificamos as instituições que<br />

compartilharam com a Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina e Farmácia da Bahia o contexto da<br />

guerra, b<strong>em</strong> como apresentamos o diálogo entre elas no transcorrer da batalha. A<br />

imersão e organização da Faculda<strong>de</strong> para suprir as insuficiências da guerra é analisada a<br />

partir <strong>do</strong> Livro <strong>de</strong> Atas da Congregação da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina e Farmácia da Bahia<br />

(1889 – 1897), <strong>do</strong>s relatórios pós-guerra <strong>do</strong>s professores da Faculda<strong>de</strong>, <strong>do</strong>s Mapas das<br />

Enfermarias e das teses <strong>de</strong> <strong>do</strong>utoramento, elaboradas pelos acadêmicos que atuaram nas<br />

enfermarias, tanto <strong>em</strong> Salva<strong>do</strong>r quanto <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s. A to<strong>do</strong>s esses <strong>do</strong>cumentos<br />

correlacionamos com a <strong>do</strong>cumentação extra-Faculda<strong>de</strong>, isto é, imprensa, relatórios,<br />

or<strong>de</strong>ns <strong>do</strong> dia, entre outros. Apontamos os nomes <strong>do</strong>s professores da Faculda<strong>de</strong>, as<br />

disciplinas que lecionavam e, sobretu<strong>do</strong>, associamos seus relatórios com os mapas das<br />

enfermarias que dirigiram, ali <strong>de</strong>screv<strong>em</strong>os seus sucessos e insucessos com os<br />

combatentes <strong>do</strong>entes e feri<strong>do</strong>s. Ao lidar com os estudantes <strong>do</strong> curso <strong>de</strong> Medicina e<br />

Farmácia, i<strong>de</strong>ntificamos os que se comprometeram com a guerra, como se comunicaram<br />

com os pais e com os colegas <strong>de</strong> Faculda<strong>de</strong>, como se organizaram para trabalhar nas<br />

enfermarias, e <strong>de</strong>screv<strong>em</strong>os suas permanências na linha <strong>de</strong> fogo. Por fim, relacionamos<br />

suas práticas <strong>em</strong> combate com as teses <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> curso, ou seja, estabelec<strong>em</strong>os um<br />

paralelo entre o que foi vivi<strong>do</strong> e o que foi escrito.<br />

PALAVRAS-CHAVE: Bahia – Canu<strong>do</strong>s – Faculda<strong>de</strong> – Medicina.<br />

ABSTRACT<br />

This work is about the participation of the Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina e Farmacia da<br />

Bahia (University of Medicine and Pharmacy of Bahia) in the War of Canu<strong>do</strong>s in 1897.<br />

To achive such goals, we consi<strong>de</strong>r the interpretations of the diverse phases of the war as<br />

well as the interpretative diversity conserning the Canu<strong>do</strong>s’ War subject. We<br />

<strong>de</strong>lineated the economic, social, and political universe of Bahia during the dissolution<br />

of the Imperial Regime in Brazil and <strong>em</strong>ergency of Republic. The goal was to perceive<br />

the causes of the impressive growth of the village comman<strong>de</strong>d by Antonio Conselheiro<br />

and his followers. We i<strong>de</strong>ntified the institutions sharing context of war with the<br />

University of Medicine and Pharmacy of Bahia as well as presented the dialog between<br />

such institutions in the course of war battle. The immersion and organization of the<br />

University supplying the <strong>de</strong>ficiencies of war is analyzed from the book of Minutes of<br />

the Congregation of the University of Medicine and Pharmacy of Bahia (1889 – 1897),<br />

of the University’s professors’ postwar reports, of the nurses’ maps, and of the postwar<br />

<strong>do</strong>ctored thesis elaborated by stu<strong>de</strong>nts in Salva<strong>do</strong>r and Canu<strong>do</strong>s. All <strong>do</strong>cuments are<br />

given a correlation with the extra-faculty <strong>do</strong>cumentation such as news, reports, and<br />

daily newspaper or<strong>de</strong>rs, among others. We pointed the university teachers’ names and<br />

the disciplines they taught, we associated their reports with the nurses’ maps, and we<br />

<strong>de</strong>scribed their successes and failures with concerning the injured and sick combatants.<br />

10


Upon <strong>de</strong>aling with the stu<strong>de</strong>nts of the course of Medicine and Pharmacy, we i<strong>de</strong>ntified<br />

the ones that were committed with the war, how they communicated with the parents<br />

and classmates, how they organized th<strong>em</strong>selves to work in the nurse stations, and we<br />

<strong>de</strong>scribe their permanence in the battle <strong>front</strong> lines. Finally, we relate their practice in<br />

battle with their end of course writings; in essence, we establish a parallel between what<br />

was lived and what was written.<br />

Key Words: Bahia, Canu<strong>do</strong>s, University, Medicine<br />

11


SUMÁRIO<br />

INTRODUÇÃO 13<br />

CAPÍTULO I CANUDOS E A SALVADOR DOS MILITARES<br />

CONVALESCENTES<br />

1.1. Um breve contexto 23<br />

1.2. Algumas Canu<strong>do</strong>s 28<br />

1.3. A fagulha 33<br />

1.4. O recru<strong>de</strong>scimento <strong>do</strong> cerco 35<br />

1.5. Os combatentes que chegavam 41<br />

1.6. A Salva<strong>do</strong>r que acolhia os combali<strong>do</strong>s 45<br />

1.7. Necessida<strong>de</strong>s hospitalares <strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> guerra 52<br />

CAPÍTULO II A FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA POR<br />

DENTRO DA GUERRA<br />

2.1. A Faculda<strong>de</strong> entre mortos e feri<strong>do</strong>s 57<br />

2.2. <strong>Uma</strong> incursão nas enfermarias 69<br />

2.3. As curas, a crença na sciencia e o <strong>de</strong>stino <strong>do</strong>s inciviliza<strong>do</strong>s 87<br />

CAPÍTULO III 75 LÉGUAS ENTRE A VIDA E A MORTE: OS<br />

ACADÊMICOS NO FRONT<br />

3.1. À linha <strong>de</strong> fogo 92<br />

3.2. A permanência nos Hospitais <strong>de</strong> Sangue 101<br />

3.3. Às theses <strong>de</strong> <strong>do</strong>utoramento 113<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS 128<br />

LISTA DE FONTES 132<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 133<br />

ANEXOS 138<br />

12


INTRODUÇÃO<br />

“Figur<strong>em</strong> uma tenda <strong>de</strong> palha, baixa, chão<br />

infecto, aqui e ali pedaços <strong>de</strong> carne, alguns <strong>em</strong><br />

princípio <strong>de</strong> <strong>de</strong>composição, as moscas <strong>em</strong><br />

quantida<strong>de</strong> pousan<strong>do</strong> por toda a parte; e no<br />

meio <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> isso uma onda humana, acocorada<br />

<strong>em</strong> parte, <strong>de</strong>itada outra e sobre ela trapos e<br />

roupa negra <strong>de</strong> terra e <strong>de</strong> sangue velho.” 1<br />

“... o surgimento progressivo da gran<strong>de</strong><br />

medicina <strong>do</strong> século XIX não po<strong>de</strong> ser<br />

dissocia<strong>do</strong> da organização, na mesma época, <strong>de</strong><br />

uma política da saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong> uma consi<strong>de</strong>ração<br />

das <strong>do</strong>enças como probl<strong>em</strong>a político e<br />

econômico.” 2<br />

O t<strong>em</strong>po é um el<strong>em</strong>ento inquietante nesse trabalho. O perío<strong>do</strong> <strong>em</strong> que a<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia (FMB) atuou na Campanha <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>ria ser<br />

<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> <strong>em</strong> nove meses: <strong>de</strong>limitação entre a primeira ata a respeito <strong>do</strong> t<strong>em</strong>a Guerra <strong>de</strong><br />

Canu<strong>do</strong>s, assinada pelos m<strong>em</strong>bros da Congregação <strong>em</strong> 16 <strong>de</strong> março, até <strong>de</strong>z<strong>em</strong>bro <strong>de</strong><br />

1897, fim <strong>do</strong> ano letivo e encerramento das ativida<strong>de</strong>s nas enfermarias montadas para<br />

aten<strong>de</strong>r aos feri<strong>do</strong>s e <strong>do</strong>entes provin<strong>do</strong>s <strong>do</strong> conflito no sertão. 3<br />

Estes 09 meses não <strong>de</strong>fin<strong>em</strong> a atuação da Faculda<strong>de</strong> na guerra por 02 motivos,<br />

<strong>de</strong>ntre vários: (A) alguns alunos que trabalharam nos hospitais <strong>em</strong> Salva<strong>do</strong>r ou <strong>em</strong><br />

Canu<strong>do</strong>s, como auxiliares <strong>do</strong>s professores ou <strong>do</strong>s médicos militares, posteriormente à<br />

guerra (alguns cerca <strong>de</strong> cinco anos <strong>de</strong>pois) mencionaram o que receberam da<br />

<strong>experiência</strong> no <strong>front</strong>; (B) estes mesmos estudantes, foram, mais tar<strong>de</strong>, professores<br />

daquela instituição e, <strong>em</strong> suas M<strong>em</strong>órias Históricas, voltariam a comentar os escombros<br />

da batalha contra o povo <strong>de</strong> Antonio Conselheiro.<br />

Na carência <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r a extensão da guerra <strong>de</strong>ntro da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Medicina, nosso perío<strong>do</strong> foi <strong>de</strong>linea<strong>do</strong> entre o ano <strong>de</strong> 1897 e os primeiros anos <strong>do</strong><br />

século XX, fase <strong>em</strong> que os alunos os quais eram calouros durante o combate começaram<br />

a entregar suas teses <strong>de</strong> <strong>do</strong>utoramento e registrar alguns apontamentos sobre o que<br />

1 PIEDADE, Lélis (Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r). Histórico e Relatório <strong>do</strong> Comitê Patriótico da Bahia (1897 – 1901). 2ª<br />

edição organiza por Antônio Olavo. Bahia: Portfolium Editora, 2002. p. 198.<br />

2 FOUCAULT, Michel. Microfísica <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r. 2ª edição. São Paulo: Editora Graal, 1981. p. 194.<br />

3 Ver glossário das <strong>do</strong>enças no material <strong>em</strong> anexo.<br />

13


enfrentaram nos Hospitais <strong>de</strong> Sangue da linha <strong>de</strong> fogo e como compreen<strong>de</strong>ram o<br />

fenômeno Canu<strong>do</strong>s. Esse perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> participação da FMB, como ressaltamos, não se<br />

esgota a não ser no imediatismo <strong>de</strong> uma dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>, isto é, caminhamos<br />

até on<strong>de</strong> o t<strong>em</strong>po permitiu e a vista alcançou.<br />

Para <strong>de</strong>finirmos uma data final <strong>em</strong> nosso trabalho, o ano <strong>de</strong> 1902 po<strong>de</strong> ser<br />

encara<strong>do</strong> como o momento limite. O <strong>de</strong>finimos após a leitura da tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utoramento<br />

<strong>do</strong> acadêmico <strong>do</strong> curso <strong>de</strong> medicina Alci<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Britto Torres que trabalhara durante o<br />

episódio <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s na enfermaria Kelulè, montada no Mosteiro <strong>de</strong> São Bento da<br />

capital baiana. Sua tese, <strong>de</strong>fendida naquele ano, intitula-se Feridas por projectis e seu<br />

tratamento <strong>em</strong> Campanha e será analisada <strong>em</strong> nosso Capítulo III.<br />

Não há lí<strong>de</strong>res nesse trabalho. Perpassamos <strong>de</strong> um ponto a outro da guerra.<br />

Nossos personagens não se restringiram às instituições, são conselheiristas, poetas,<br />

professores, estudantes <strong>do</strong> curso <strong>de</strong> Medicina e Farmácia, diretores, correspon<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong><br />

guerra, escritores, advoga<strong>do</strong>s, farmacêuticos, industriais, governa<strong>do</strong>res, médicos,<br />

militares; quer dizer, correlacionamos to<strong>do</strong>s os que pu<strong>de</strong>ss<strong>em</strong> nos aproximar da<br />

multivocalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s e contribuir para atingir nosso objeto <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>: analisar a<br />

participação da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina e Pharmacia da Bahia na Guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s. E,<br />

se há um objeto abstrato <strong>em</strong> cada pesquisa<strong>do</strong>r(a), o nosso centrou-se <strong>em</strong><br />

monumentalizar ainda mais a saga <strong>do</strong>s que lutaram pela liberda<strong>de</strong> ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> beato.<br />

Chegamos à Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia através <strong>de</strong> leituras sobre o t<strong>em</strong>a Canu<strong>do</strong>s<br />

e esbarramos na necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> incorporar e analisar mais um personag<strong>em</strong> no espaço da<br />

guerra.<br />

O que se preten<strong>de</strong> é dar voz a mais uma variante social que aparece no cotidiano<br />

bélico e que revela parte da realida<strong>de</strong>, a guerra prática. É permitir que alguns<br />

professores e alunos da Faculda<strong>de</strong> fal<strong>em</strong> através <strong>de</strong> suas anotações, cartas, relatórios e<br />

teses acadêmicas, com a ânsia <strong>de</strong> ampliar, conseqüent<strong>em</strong>ente, a marg<strong>em</strong> <strong>de</strong> leitura sobre<br />

a guerra no arraial e suas nuances porque a diversida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s test<strong>em</strong>unhos históricos é<br />

quase infinita. 4<br />

Muitas obras consi<strong>de</strong>radas ‘clássicas’ sobre o conflito no s<strong>em</strong>i-ári<strong>do</strong>, abordaram<br />

<strong>de</strong> maneira superficial a inserção <strong>do</strong>s médicos e acadêmicos na quadra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s.<br />

Eucly<strong>de</strong>s da Cunha, particularmente <strong>em</strong> Os Sertões, apenas efetuou alguns comentários<br />

sobre o t<strong>em</strong>a. Ressalta-se a morte <strong>do</strong> médico Alfre<strong>do</strong> Gama (que não pertencia à<br />

4 BLOCH, Marc. Apologia da História ou o ofício <strong>do</strong> historia<strong>do</strong>r. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Jorge Zahar Editor,<br />

2002. p. 79.<br />

14


Faculda<strong>de</strong> baiana) ao manusear um Withworth 32, canhão conheci<strong>do</strong> também como ‘a<br />

mata<strong>de</strong>ira’ 5 .<br />

“Aos feri<strong>do</strong>s que, <strong>em</strong> conseqüência das h<strong>em</strong>orragias, <strong>em</strong> voz áspera e rouca pela secura,<br />

suplicavam água, qu<strong>em</strong> podia aten<strong>de</strong>r?... Não havia um corpo <strong>de</strong>signa<strong>do</strong> para isto.<br />

Também nenhuma ração foi distribuída nos dias 18 e 19. [julho <strong>de</strong> 1897]<br />

Alguns morreram por esta falta <strong>de</strong> tratamento.<br />

A noite passou <strong>em</strong> claro. Toda a noite seguinte os médicos não <strong>do</strong>rmiram. Na porta das<br />

tendas <strong>do</strong> hospital <strong>de</strong> sangue, pela manhã <strong>de</strong> 20, 21 e 22, amanheceram mortos muitos<br />

feri<strong>do</strong>s que não pu<strong>de</strong>ram ser trata<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à falta <strong>de</strong> médico, e gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong><br />

enfermos.” 6 [grifo nosso].<br />

O capitão Manoel Benício i<strong>de</strong>ntificou <strong>em</strong> sua obra o tratamento <strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s e a<br />

escassez <strong>de</strong> médicos e, como ver<strong>em</strong>os, <strong>em</strong> raras ocasiões, mencionou o aparecimento<br />

<strong>do</strong>s acadêmicos <strong>de</strong> Medicina e Farmácia da Faculda<strong>de</strong> baiana. Em A Campanha <strong>de</strong><br />

Canu<strong>do</strong>s, Aristi<strong>de</strong>s Milton comentou que <strong>em</strong> 27 <strong>de</strong> julho e 3 <strong>de</strong> agosto <strong>do</strong>is professores<br />

e 62 alunos da FMB marcharam <strong>em</strong> direção ao centro da guerra. Queimadas, Monte<br />

Santo e o Alto da Favela foram os postos <strong>de</strong> trabalho <strong>do</strong>s jovens expedicionários, to<strong>do</strong>s,<br />

segun<strong>do</strong> o autor, imbuí<strong>do</strong>s <strong>de</strong> patriotismo e dignos <strong>do</strong>s maiores encômios que lhes<br />

cabiam. Concluiu, ainda <strong>em</strong> seu texto, que muitos alunos foram acometi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> varíola,<br />

mas sua narrativa sobre eles limitou-se a estas palavras. 7<br />

Outro ex<strong>em</strong>plo das análises efêmeras a respeito <strong>do</strong>s representantes da Faculda<strong>de</strong><br />

baiana no palco das operações é a carta escrita <strong>em</strong> 26 <strong>de</strong> agosto pelo coronel Fávila<br />

Nunes, envia<strong>do</strong> ao ambiente litigioso pela Gazeta <strong>de</strong> Notícias, <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro. Sua<br />

comunicação foi publicada no dia sete <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897 e informou aos leitores da<br />

capital fe<strong>de</strong>ral que “o corpo <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> conta <strong>de</strong> cinco médicos, 17 estudantes <strong>de</strong><br />

Medicina da Bahia e <strong>do</strong>is farmacêuticos. Esses estudantes prestam patrioticamente os<br />

mais relevantes serviços, quer <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s até a linha <strong>de</strong> fogo, quer <strong>em</strong> Monte Santo<br />

que é ante-sala <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s, quer finalmente <strong>em</strong> Queimadas.” 8<br />

Longe <strong>de</strong> indagar sobre a veracida<strong>de</strong> <strong>do</strong> que se t<strong>em</strong> escrito a respeito da epopéia<br />

conselheirista, o que preten<strong>de</strong>mos com esse trabalho é também apresentar um ponto, ou<br />

pontos suscetíveis à reflexão. A história <strong>de</strong> Antônio Conselheiro e seus segui<strong>do</strong>res e,<br />

5<br />

CUNHA, Eucly<strong>de</strong>s da. Os Sertões. Coleção A Obra-Prima <strong>de</strong> cada Autor. São Paulo: Editora Martin<br />

Claret, 2002.<br />

6<br />

BENÍCIO, Manoel. O Rei <strong>do</strong>s jagunços – crônica histórica e <strong>de</strong> costumes sertanejos sobre os<br />

acontecimentos <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s. 2ª edição. Rio <strong>de</strong> Janeiro: FGV Editora, 1997. p. 198.<br />

7<br />

MILTON, Aristi<strong>de</strong>s A. A Campanha <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s. Coleção Cachoeira. vol. 2. Bahia: EDUFBA, 1979. p.<br />

117.<br />

8<br />

Carta <strong>de</strong> Favila Nunes ao jornal carioca Gazeta <strong>de</strong> Notícias publicada <strong>em</strong> 7 <strong>de</strong> set. <strong>de</strong> 1897. In:<br />

GALVÃO, Walnice Nogueira (org.). No calor da hora. A guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s nos jornais – 4ª expedição.<br />

3ª edição. São Paulo: Ática, 1994. p. 366.<br />

15


sobretu<strong>do</strong>, seu entorno, isto é, a atmosfera social envolvida com a guerra, motiva<br />

perguntas e reestu<strong>do</strong>s. A bibliografia evi<strong>de</strong>ncia que correspon<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> guerra,<br />

cor<strong>de</strong>listas 9 , jagunços 10 , ex-combatentes 11 , coronéis 12 , acadêmicos 13 , escritores 14 , <strong>de</strong>ntre<br />

outros, narraram, a seus mo<strong>do</strong>s, a trajetória <strong>do</strong> povo belomontense. Aquele também foi<br />

o momento da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina e Pharmacia da Bahia <strong>de</strong> expor sua opinião sobre<br />

a guerra, mas <strong>de</strong>staqu<strong>em</strong>os que “o inédito não é jamais perfeitamente inédito. Ele<br />

coabita com o repeti<strong>do</strong> ou o regular.” 15<br />

Assim, esse é mais um trabalho que pe<strong>de</strong> espaço na imensidão da estante da<br />

historiografia <strong>de</strong>dicada a interpretar a Campanha travada no Bello Monte. Nada <strong>do</strong> que<br />

está nestas linhas que segu<strong>em</strong> é <strong>de</strong>finitivo. O leitor(a) <strong>de</strong>dica<strong>do</strong>(a) a procurar respostas e<br />

não lacunas, por favor, não se aproxime <strong>de</strong>ste material porque ele não traz explicações,<br />

mas interrogações. Esta dissertação é um convite à pesquisa e à interpretação sobre a<br />

relação entre Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia e Guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s.<br />

Para discorrer sobre as relações sociais, isto é, o comportamento <strong>do</strong> diretor, <strong>do</strong><br />

vice-diretor, <strong>do</strong>s professores e <strong>do</strong>s alunos da FMB no conflito, percorr<strong>em</strong>os alguns<br />

Arquivos da capital baiana e <strong>do</strong> Município <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s. As fontes, como por ex<strong>em</strong>plo, o<br />

Livro <strong>de</strong> Atas da Congregação, os relatórios pós-guerra <strong>do</strong>s professores, as M<strong>em</strong>órias<br />

Históricas da Faculda<strong>de</strong>, os Mapas das Enfermarias e as Teses <strong>de</strong> Doutoramento, to<strong>do</strong>s<br />

esses <strong>do</strong>cumentos foram consulta<strong>do</strong>s, e alguns transcritos no Arquivo da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Medicina da Bahia, o que abreviamos, no corpo <strong>do</strong> texto, <strong>em</strong> AFMB; exceto uma<br />

enfermaria que, igualmente, reproduzimos parcialmente, está localizada no Arquivo<br />

Público <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> da Bahia, APEB.<br />

Mais <strong>do</strong>cumentos – como o Relatório <strong>do</strong> Ministério da Guerra, publica<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />

1898 (RMG – 1898), a M<strong>em</strong>ória publicada <strong>em</strong> 1922, mas escrita anos antes pelo diretor<br />

da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina à época da 4ª expedição militar <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s, Antonio<br />

9<br />

SARA. J. Meu folclore – história da Guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s, 1893-1898. Biografia <strong>de</strong> Antonio Conselheiro.<br />

Sua vida <strong>em</strong> sua terra, o Ceará. Cocorobó <strong>de</strong>struirá Canu<strong>do</strong>s e restabelecerá os Belos Montes. 2ª ed.<br />

Eucli<strong>de</strong>s da Cunha – Bahia: Museu <strong>do</strong> Arraial Ben<strong>de</strong>ngó., 1957. p. 1-41. In: CALASANS, José. Canu<strong>do</strong>s<br />

na literatura <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>l. São Paulo: Ática, 1984. p. 67.<br />

10<br />

CALASANS, José. Quase biografia <strong>de</strong> jagunços (O séquito <strong>de</strong> Antonio Conselheiro). Centro <strong>de</strong><br />

Estu<strong>do</strong>s Baianos (CEB). Bahia: EDUFBA, 1986. n. 122.<br />

11<br />

SOARES, Henrique Duque-Estrada <strong>de</strong> Mace<strong>do</strong>. A guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s. 3ª edição. Rio <strong>de</strong> Janeiro:<br />

Instituto Nacional <strong>do</strong> Livro. Philobiblion / Pró-m<strong>em</strong>ória, 1985.<br />

12<br />

SAMPAIO, Consuelo Novais (org.). Canu<strong>do</strong>s – Cartas para o Barão. 2ª edição. São Paulo: EDUSP,<br />

2001.<br />

13<br />

MANGABEIRA, Francisco Cavalcanti. Poesias (nova edição) – Hostiário, Tragédia Épica e últimas<br />

poesias. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Edição <strong>do</strong> Annuario <strong>do</strong> Brasil, s/d.<br />

14<br />

CUNHA, Eucli<strong>de</strong>s da. Canu<strong>do</strong>s – diário <strong>de</strong> uma expedição. São Paulo: Editora Martim Claret, 2003.<br />

15<br />

BRAUDEL, Fernand. Escritos sobre história. 2ª edição. São Paulo: Perspectiva, 2005. p. 96. A<br />

primeira edição <strong>em</strong> francês é <strong>de</strong> 1969.<br />

16


Pacífico Pereira, e algumas cartas pessoais – foram consulta<strong>do</strong>s na Biblioteca Pública<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> da Bahia, BPEBA e na Fundação Pedro Calmon (FPC – Centro <strong>de</strong> M<strong>em</strong>ória<br />

da Bahia). Neste primeiro Arquivo, lançamos mão da imprensa baiana <strong>do</strong> final daquele<br />

Oitocentos com intuito <strong>de</strong> tornar o nosso estu<strong>do</strong> o mais inteligível.<br />

A historiografia <strong>de</strong>dicada a narrar as quatro expedições militares enviadas ao<br />

arraial <strong>de</strong> Antonio Vicente foi pesquisada <strong>em</strong> <strong>do</strong>is Arquivos: um, o acervo <strong>do</strong> Prof. José<br />

Calasans Brandão da Silva, conheci<strong>do</strong> como CEB: Centro <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s Baianos – Núcleo<br />

Sertão (localiza<strong>do</strong> na Biblioteca Central Reitor Mace<strong>do</strong> Costa, da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<br />

da Bahia); já o outro, M<strong>em</strong>orial <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s, no município <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s, on<strong>de</strong> realizamos<br />

algumas leituras.<br />

Para recompor o cenário espacial <strong>em</strong> que professores, enfermeiros, médicos <strong>do</strong><br />

Exército e estudantes <strong>de</strong> Medicina e Farmácia percorreram para tratar os feri<strong>do</strong>s e<br />

<strong>do</strong>entes da guerra, lançamos mão <strong>do</strong>s mapas que estão distribuí<strong>do</strong>s entre o terceiro<br />

capítulo <strong>de</strong>ssa dissertação e o material <strong>em</strong> anexo. Paralelo às imagens, ilustramos a<br />

localização, tanto <strong>do</strong>s Hospitais <strong>de</strong> Sangue estrutura<strong>do</strong>s na linha <strong>de</strong> fogo e na<br />

retaguarda, quanto o espaço <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento <strong>do</strong>s acadêmicos expedicionários pelo<br />

interior da Bahia.<br />

Três capítulos compõ<strong>em</strong> este trabalho. No primeiro capítulo, elaboramos uma<br />

análise contextual da Bahia <strong>do</strong> final <strong>do</strong> século XIX, relançan<strong>do</strong> olhares acerca <strong>de</strong> sua<br />

estrutura econômica, política e social. Para este fim, trabalhamos com autoras(es)/obras<br />

<strong>de</strong>dica<strong>do</strong>s a explicar os motivos que levaram a Bahia a integrar, <strong>de</strong> forma secundária, o<br />

Brasil da República Velha. Crise econômica, <strong>de</strong>savenças políticas e pre<strong>do</strong>mínio da<br />

pobreza entre a maior parte da população rural e citadina foram os el<strong>em</strong>entos que mais<br />

nos <strong>de</strong>tiv<strong>em</strong>os, pois foi a partir dali que compreen<strong>de</strong>mos o crescimento <strong>do</strong> arraial <strong>de</strong><br />

Canu<strong>do</strong>s.<br />

I<strong>de</strong>ntificamos nesse primeiro capítulo alguns matizes interpretativos sobre a<br />

guerra no sertão da Bahia e procuramos distinguir cada um <strong>de</strong>les, isto é, <strong>de</strong>senvolv<strong>em</strong>os<br />

uma apreciação que levou <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração: a Canu<strong>do</strong>s vista pelos militares das três<br />

primeiras expedições; a guerra no versejar <strong>do</strong>s poetas; a percepção da Igreja ante o<br />

fenômeno sertanejo; o Conselheiro da imprensa baiana, carioca, paulista e sergipana; o<br />

antro monarquista que ameaçava a politicalha da República; e a obra <strong>de</strong> seu maior<br />

pesquisa<strong>do</strong>r, José Calasans Brandão da Silva. A to<strong>do</strong>s, foram-lhes ofertadas uma<br />

explanação sobre àquela história.<br />

17


Revisitamos as narrativas sobre as três primeiras expedições militares enviadas<br />

para <strong>de</strong>struir o arraial <strong>do</strong> beato cearense, mas nosso ponto nevrálgico centrou-se no<br />

universo da 4ª investida <strong>do</strong> exército. Fora a partir <strong>de</strong>la que a capital Salva<strong>do</strong>r passou a<br />

palco das investidas da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina no trato <strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s da guerra. Para<br />

<strong>de</strong>senhar o universo, que recebeu os <strong>do</strong>entes e combali<strong>do</strong>s das trincheiras <strong>do</strong>s jagunços<br />

acólitos <strong>do</strong> beato, percorr<strong>em</strong>os a capital entre seus becos e vielas. Enquanto os solda<strong>do</strong>s<br />

feri<strong>do</strong>s caíam <strong>em</strong> seus leitos, invadimos os encanamentos <strong>do</strong>s esgotos da Bahia,<br />

revolv<strong>em</strong>os suas águas, mais, analisamos a água <strong>do</strong>s professores da Faculda<strong>de</strong>. Nossa<br />

curiosida<strong>de</strong> nos levou a vasculhar o sist<strong>em</strong>a urbano-sanitário da cida<strong>de</strong> que recebeu<br />

mortos e feri<strong>do</strong>s.<br />

Diss<strong>em</strong>inação <strong>de</strong> varíola, sífilis, impaludismo, bronquite, inanição... pestes<br />

aliadas às feridas causadas por armas <strong>de</strong> fogo assaltaram nossas vistas no momento <strong>em</strong><br />

que a<strong>de</strong>ntramos nas enfermarias on<strong>de</strong> professores e alunos lutavam para minorar a <strong>do</strong>r<br />

<strong>do</strong>s que ainda sobreviviam. Os hospitais não pareciam o local <strong>do</strong> viver, mas sim <strong>do</strong><br />

morrer. 16 Solda<strong>do</strong>s alucina<strong>do</strong>s e <strong>de</strong>lirantes corriam <strong>de</strong> um la<strong>do</strong> a outro <strong>do</strong> hospital<br />

procuran<strong>do</strong> o que comer e o que beber. Fome, peste e guerra, ‘trinômio medieval’ que<br />

se reproduziu na Bahia <strong>do</strong>s últimos meses <strong>de</strong> 1897. E, ao finalizar a primeira parte <strong>do</strong><br />

trabalho, presenciamos um encontro tenso entre os professores da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Medicina e os m<strong>em</strong>bros <strong>do</strong> Comitê Patriótico da Bahia. A guerra <strong>em</strong>anava um ambiente<br />

constrange<strong>do</strong>r <strong>em</strong> que ninguém queria sentir-se ameaça<strong>do</strong>, muito menos, os médicos.<br />

Dedicamos nosso segun<strong>do</strong> capítulo a discutir os motivos que levaram a FMB a<br />

entrar no con<strong>front</strong>o e quais os personagens que a acompanharam naquela <strong>em</strong>preitada.<br />

Como ver<strong>em</strong>os, a morte <strong>do</strong> coronel Antonio Moreira César era parte <strong>de</strong> uma<br />

engrenag<strong>em</strong>, mas não o motor. O fracasso <strong>do</strong> coronel “corta-cabeças” estr<strong>em</strong>eceu a<br />

nação, a imprensa, o governa<strong>do</strong>r, o presi<strong>de</strong>nte, mas para o diretor e para os integrantes<br />

da Congregação da Faculda<strong>de</strong>, o arraial <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s ainda não aparecia como<br />

<strong>em</strong>ergencial.<br />

O Ministério da Guerra precisava <strong>do</strong> apoio da Faculda<strong>de</strong>, mesmo com corpo<br />

sanitário <strong>em</strong> prontidão? Os professores e alunos da Faculda<strong>de</strong> precisavam <strong>de</strong> recursos<br />

<strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r Luis Viana ou <strong>do</strong> presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Moraes para ganhar as<br />

caatingas e sentir o zuni<strong>do</strong> da bala? Aliás, qu<strong>em</strong> solicita a qu<strong>em</strong> nesta trama? Qu<strong>em</strong> é<br />

16 Mais sobre o t<strong>em</strong>a <strong>em</strong> DAVID, Onil<strong>do</strong> Reis. O inimigo invisível: epi<strong>de</strong>mia na Bahia <strong>do</strong> século XIX.<br />

Bahia: EDUFBA, 1996.<br />

18


protagonista e qu<strong>em</strong> é coadjuvante? Estas são algumas perguntas que tentar<strong>em</strong>os<br />

respon<strong>de</strong>r <strong>em</strong> nosso segun<strong>do</strong> capítulo.<br />

Aqui nessa segunda parte, localizamos os professores, as disciplinas que<br />

ministravam <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula, seus relatórios narran<strong>do</strong> a relação com os feri<strong>do</strong>s e<br />

<strong>do</strong>entes. Procuramos expor por on<strong>de</strong> andaram, o que fizeram, como fizeram, qu<strong>em</strong><br />

foram os alunos que lhes auxiliaram, qu<strong>em</strong> foram os solda<strong>do</strong>s trata<strong>do</strong>s e se lhes faltaram<br />

ou não material para tratar os feri<strong>do</strong>s. Mergulhamos nossa análise no clorofórmio para<br />

perceber as causas que morriam os oficiais e solda<strong>do</strong>s, se <strong>de</strong> malária ou <strong>de</strong> projétil, e<br />

porque um se não o outro.<br />

Este segun<strong>do</strong> capítulo também cont<strong>em</strong>pla a única enfermaria estruturada na<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Alagoinhas para receber e medicar os feri<strong>do</strong>s civis <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s, ou seja, os(as)<br />

conselheiristas na condição <strong>de</strong> prisioneiras(os). Afora a extr<strong>em</strong>a violência com que<br />

foram tratadas(os), procuramos saber qu<strong>em</strong> esteve na enfermaria. Somente homens, ou<br />

mulheres, ou crianças? Quais as <strong>do</strong>enças que pre<strong>do</strong>minaram naquela unida<strong>de</strong>? Qual o<br />

<strong>de</strong>stino <strong>do</strong>s(as) que lutaram pela liberda<strong>de</strong>?<br />

A guerra significava o fim para alguns e o início para outros(as). Os alunos que<br />

chegavam <strong>do</strong> <strong>front</strong> à capital da Bahia, se apressavam para prestar seus últimos exames<br />

<strong>de</strong> final <strong>de</strong> ano. Antes <strong>de</strong> encaminhar nossa narrativa <strong>em</strong> direção à participação <strong>do</strong>s<br />

estudantes <strong>de</strong> Medicina e Farmácia na guerra (t<strong>em</strong>a <strong>do</strong> nosso terceiro e último capítulo),<br />

alinhavamos alguns parágrafos por outros méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> cura que não àquele da FMB. Na<br />

Bahia, como <strong>em</strong> outras capitais da República, o contexto da medicina acadêmica ou das<br />

artes <strong>de</strong> curar, eram tão complexos e plurais quanto o da guerra.<br />

Como já indica<strong>do</strong>, a terceira parte <strong>de</strong> nossa dissertação apresenta a participação<br />

<strong>do</strong>s alunos da Faculda<strong>de</strong> na guerra. Procuramos <strong>de</strong>screver as implicações que levaram<br />

aqueles jovens a se lançar<strong>em</strong> ao interior <strong>do</strong> sertão com a consciência <strong>de</strong> que po<strong>de</strong>riam<br />

voltar ao lar ou não. Passo a passo entramos na Estação da Calçada <strong>em</strong> Salva<strong>do</strong>r e -<br />

entre Queimadas, Cansanção, Monte Santo e Canu<strong>do</strong>s, <strong>em</strong> montarias – acompanhamos<br />

os estudantes e evi<strong>de</strong>nciamos suas angustias na quadra <strong>do</strong> conflito.<br />

Jovens acadêmicos, entorpeci<strong>do</strong>s pelo pensamento republicano, pelo<br />

positivismo, porta-vozes <strong>de</strong> um setor da elite baiana, propagavam a idéia <strong>de</strong> um vilarejo<br />

repleto <strong>de</strong> bandi<strong>do</strong>s e fanáticos. Alvim Martins Horca<strong>de</strong>s, calouro <strong>de</strong> Medicina, expôs<br />

sua opinião sobre o combate e abor<strong>do</strong>u republicanos e conselheiristas dizen<strong>do</strong> que<br />

“... os solda<strong>do</strong>s <strong>de</strong>fensores das instituições republicanas contra as garras <strong>do</strong> fanatismo<br />

estóico <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> irmãos <strong>de</strong>genera<strong>do</strong>s pereciam <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s, não só victima<strong>do</strong>s<br />

19


pelas balas certeiras <strong>do</strong>s <strong>de</strong>svia<strong>do</strong>s da Lei, como também por lhes faltar um pouquinho<br />

<strong>de</strong> alento, <strong>de</strong> conforto e <strong>de</strong> allivio às chagas que traziam no corpo, abertas por estes<br />

<strong>de</strong>svaira<strong>do</strong>s, ao <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r<strong>em</strong> a causa santa da Pátria, da Or<strong>de</strong>m e da Lei.” 17<br />

No entanto, a este segmento social, nos interessamos por mais narrativas sobre a<br />

guerra, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong> o trabalho <strong>do</strong>s alunos que foram à frente <strong>de</strong> batalha quanto <strong>do</strong>s que<br />

permaneceram <strong>em</strong> Salva<strong>do</strong>r. Ele apresentara uma outra representação <strong>do</strong> fenômeno<br />

Canu<strong>do</strong>s. Na linha <strong>de</strong> fogo, figurava como m<strong>em</strong>bro da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina e, já que<br />

futuros médicos, como lidar com a malária, com a varíola, com a fome, com a se<strong>de</strong>,<br />

to<strong>do</strong>s estavam longe <strong>do</strong>s laboratórios da Faculda<strong>de</strong>? Desertar? Permanecer na frente <strong>de</strong><br />

batalha? Pegar <strong>em</strong> armas para segurança pessoal já que o Exército não cumpria frente<br />

aos <strong>de</strong>fensores <strong>do</strong> Bello Monte?<br />

O pernambucano Agostinho <strong>de</strong> Araújo Jorge, aluno quartanista <strong>do</strong> curso <strong>de</strong><br />

Medicina, quan<strong>do</strong> da quadra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s, levara as l<strong>em</strong>branças da guerra para sua tese<br />

<strong>de</strong> <strong>do</strong>utoramento, <strong>de</strong>fendida <strong>em</strong> 1899, <strong>do</strong>is anos após o combate. Intitulada<br />

Contribuição ao estu<strong>do</strong> das águas potáveis – como meio productor e propaga<strong>do</strong>r das<br />

moléstias infectuosas, sua dissertação relata o <strong>de</strong>scalabro pelo qual passaram as tropas<br />

<strong>do</strong> governo fe<strong>de</strong>ral ante o bacamarte <strong>do</strong>s conselheiristas. Ainda o autor, como<br />

test<strong>em</strong>unha ocular, trouxe-nos aspectos pormenoriza<strong>do</strong>s das tropas enviadas a Canu<strong>do</strong>s.<br />

O que sentiam e <strong>do</strong> qu<strong>em</strong> sofriam os solda<strong>do</strong>s e oficiais, e como seus colegas se<br />

comportaram <strong>em</strong> momentos cruciais da Campanha.<br />

“Ao atravessar aquella villa [Monte Santo], on<strong>de</strong> me achava então dirigin<strong>do</strong> o Lazare<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>s variolosos, mais <strong>de</strong> um official foi victima da febre typhica.<br />

Tiv<strong>em</strong>os ainda que lamentar o fallecimento, pelo mesmo mal <strong>de</strong> um bravo colega, s<strong>em</strong><br />

que, todavia se po<strong>de</strong>sse atribuir a água.<br />

Uns, esgota<strong>do</strong>s pelas marchas, outros, mina<strong>do</strong>s por procedimentos anteriores <strong>em</strong> virtu<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>s quaes o organismo ficava <strong>de</strong>paupera<strong>do</strong> e conseqüent<strong>em</strong>ente <strong>em</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

receptivida<strong>de</strong>, eram victimas <strong>de</strong>sse mal...”. 18 [grifo nosso]<br />

Um <strong>de</strong>talhe, se 62 alunos foram ao teatro da guerra, qu<strong>em</strong> escreveu sobre o<br />

con<strong>front</strong>o? Os que voltaram se <strong>de</strong>dicaram a mostrar sua versão da guerra? Alguns<br />

silenciaram suas l<strong>em</strong>branças a respeito <strong>do</strong> que viram e ouviram? Como lidaram com as<br />

<strong>do</strong>enças? Conheciam os alunos o mal das águas ou procuravam os vetores <strong>em</strong> plena<br />

linha <strong>de</strong> fogo? Antonio Nicanor Martins Barbosa, que nada mencionara a respeito <strong>de</strong><br />

sua <strong>experiência</strong> no Hospital <strong>de</strong> Sangue <strong>em</strong> Queimadas, unida<strong>de</strong> esta <strong>em</strong> que o sextanista<br />

17<br />

HORCADES, Alvim Martins. Descrição <strong>de</strong> uma viag<strong>em</strong> a Canu<strong>do</strong>s. Bahia: EGBA-EDUFBA, 1996. p.<br />

2.<br />

18<br />

JORGE, Agostinho <strong>de</strong> Araújo. Contribuição ao estu<strong>do</strong> das águas potáveis – como meio productor e<br />

propaga<strong>do</strong>r das moléstias infectuosas. (1899). p. 42 e 43. In: AFMB – THESES. Código da tese: 099 –<br />

D.<br />

20


<strong>do</strong> curso <strong>de</strong> Medicina trabalhara <strong>em</strong> auxílio <strong>do</strong>s médicos militares e enfermeiros, que<br />

por ali havia, <strong>de</strong>stacou <strong>em</strong> sua tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utoramento que:<br />

“Por muito t<strong>em</strong>po se acreditou, quan<strong>do</strong> attribuiam ao contagio a natureza gazoza, ser<br />

por via <strong>do</strong> ar que se effetuava elle; mas as conquistas da bacteriologia têm <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong> b<strong>em</strong><br />

estatuí<strong>do</strong> que os agentes pathogenos consubstancia<strong>do</strong>s no vírus <strong>do</strong> contagio são<br />

el<strong>em</strong>entos figura<strong>do</strong>s, microorganismos, que se po<strong>de</strong>m diss<strong>em</strong>inar não só pelo ar, sinão<br />

também, e até com facilida<strong>de</strong>, pelos objectos contamina<strong>do</strong>s ou pela água.<br />

Outro meio freqüente <strong>de</strong> vehiculação <strong>do</strong>s agentes epi<strong>de</strong>migenicos consiste no contacto<br />

<strong>do</strong>s indivíduos com objectos contamina<strong>do</strong>s, como peças <strong>do</strong> vestuário ou roupas <strong>do</strong> leito,<br />

instrumentos e objectos <strong>de</strong> curativos ou outros que estiveram <strong>em</strong> contacto com<br />

enfermos, e até o próprio médico ou enfermeiro, que po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>sgraçadamente ser<br />

muitas vezes, na perfeita inconsciência <strong>do</strong> mal que vão causar, os porta<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s germes<br />

<strong>de</strong> moléstias epidêmicas, contra os quaes, etretanto, vibram abnegadamente as melhores<br />

armas <strong>de</strong> sua nobre profissão.” 19<br />

Aliás, este é um el<strong>em</strong>ento <strong>em</strong> relevo <strong>de</strong>ntro da terceira parte <strong>do</strong> trabalho. Para<br />

i<strong>de</strong>ntificar os estudantes da FMB como participantes da Guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s, bastou que<br />

seus nomes 20 figurass<strong>em</strong> <strong>em</strong> algum relatório <strong>do</strong>s professores, que foss<strong>em</strong> cita<strong>do</strong>s pelos<br />

militares, pelos jornalistas correspon<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> guerra, farmacêuticos <strong>em</strong> Campanha,<br />

através <strong>do</strong>s jornais tanto da capital baiana ou fora <strong>de</strong>la. Vasculhamos na lista <strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>utoran<strong>do</strong>s <strong>do</strong> AFMB <strong>de</strong> 1897 e ainda pesquisamos cartas pessoais entre pais, mães e<br />

filhos combatentes. A partir <strong>de</strong>sta coleta, elaboramos uma tabela que está na parte anexa<br />

ao trabalho.<br />

Neste terceiro capítulo, i<strong>de</strong>ntificamos o momento <strong>em</strong> que os estudantes<br />

chegaram aos Hospitais <strong>de</strong> Sangue <strong>do</strong> Exército e analisamos os primeiros traços <strong>do</strong><br />

convívio entre alunos e médicos militares, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong> quais os resulta<strong>do</strong>s daquela troca.<br />

Nenhum aluno po<strong>de</strong>ria atuar s<strong>em</strong> o consentimento <strong>de</strong> um médico <strong>do</strong> Exército. Aliás, o<br />

que sabiam os alunos sobre amputações, medicina militar, feridas por armas <strong>de</strong> fogo e<br />

extração <strong>de</strong> projétil? Entre a teoria e a prática da Faculda<strong>de</strong> baiana, <strong>em</strong> que ‘altura’<br />

epist<strong>em</strong>ológica estavam os acadêmicos?<br />

As últimas páginas <strong>do</strong> nosso trabalho preten<strong>de</strong>m respon<strong>de</strong>r às perguntas<br />

anteriormente levantadas. Contu<strong>do</strong>, o nosso trabalho é lacunar e não um apanha<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

frases afirmativas. Esperamos que esse trabalho interesse aos pesquisa<strong>do</strong>res(as)<br />

<strong>de</strong>dica<strong>do</strong>s a estudar o t<strong>em</strong>a Guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s, aos historiógrafos da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Medicina da Bahia ou <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, porque não? Aos médicos <strong>do</strong> Exército, aos que<br />

ainda perceb<strong>em</strong> um vazio nas histórias da solda<strong>de</strong>sca na linha <strong>de</strong> fogo... Nossos anexos<br />

19 BARBOSA, Antonio Nicanor Martins. Breves consi<strong>de</strong>rações sobre as epi<strong>de</strong>mias. (1897). p. 7 e 8. In:<br />

AFMB – THESES. Código da tese: 097 – C.<br />

20 GINZBURG, Carlo. A micro-história e outros ensaios. Lisboa/Rio <strong>de</strong> Janeiro: Difel/Bertrand Brasil,<br />

1989. p. 174.<br />

21


na parte final da dissertação serv<strong>em</strong> para indicar horizontes. Ali os leitores(as) apostarão<br />

suas análises <strong>em</strong> ‘material bruto’ e i<strong>de</strong>ntificarão o que não foi escrito e o que foi<br />

aborda<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma superficial.<br />

Os anexos possu<strong>em</strong> o intuito <strong>de</strong> convidar os leitores(as) a mergulhar <strong>em</strong> cada<br />

enfermaria e tirar suas próprias conclusões. Olhar para o relatório <strong>do</strong>s professores da<br />

FMB e enxergar além <strong>do</strong> que apontamos. To<strong>do</strong>s os que assim proce<strong>de</strong>r<strong>em</strong>, sugerin<strong>do</strong><br />

alterações e expon<strong>do</strong> críticas, estarão alargan<strong>do</strong> ainda mais as margens da imensidão <strong>de</strong><br />

Canu<strong>do</strong>s. Este é nosso objetivo com o material que transcrev<strong>em</strong>os e refletimos no<br />

<strong>de</strong>curso <strong>de</strong> <strong>do</strong>is anos <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>.<br />

Boa leitura!<br />

22


CAPÍTULO I<br />

CANUDOS E A SALVADOR DOS MILITARES CONVALESCENTES<br />

1.1. Um breve contexto<br />

“...<strong>de</strong>talhes ainda não revela<strong>do</strong>s ou esqueci<strong>do</strong>s<br />

por alguns historia<strong>do</strong>res; e outros há que necessitam ser<br />

amplia<strong>do</strong>s ou corrigi<strong>do</strong>s para que se possa formar o<br />

quadro mais verda<strong>de</strong>iro daquela tragédia social.” 21<br />

“Em nenhuma outra região <strong>do</strong> país ocorreu<br />

situação similar fosse porque havia maior liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

pensamento e circulação <strong>de</strong> idéias; fosse pelo fato <strong>do</strong><br />

latifúndio não haver ocupa<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o espaço vital; por<br />

ser o Esta<strong>do</strong> mais dadivoso, ou finalmente, porque a<br />

Natureza não se apresentava tão cruel.” 22<br />

“Como t<strong>em</strong>a histórico, Canu<strong>do</strong>s está longe <strong>de</strong><br />

ser o que Gilberto Freyre gostava <strong>de</strong> chamar, <strong>em</strong> sua<br />

linguag<strong>em</strong> <strong>de</strong> pintor, bananeira que <strong>de</strong>u cacho. (...)<br />

Que a passag<strong>em</strong> <strong>do</strong>s 110 Anos da Guerra <strong>de</strong><br />

Canu<strong>do</strong>s evite o caminho apenas rui<strong>do</strong>so <strong>de</strong> celebrações<br />

anteriores, e se faça motivo <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> da cultura<br />

brasileira como Gilberto Freyre recomendava: com<br />

mais pontos <strong>de</strong> interrogação e menos pontos <strong>de</strong><br />

exclamação.” 23<br />

Canu<strong>do</strong>s permanece com sua marca intocada e seu t<strong>em</strong>po incomensurável na<br />

história. O <strong>de</strong>curso <strong>de</strong> cada guerra, <strong>em</strong> qualquer t<strong>em</strong>po/espaço, projeta uma varieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> campos a ser<strong>em</strong> estuda<strong>do</strong>s. Estratégias militares, cont<strong>em</strong>plan<strong>do</strong> fracassos e sucessos,<br />

economia com escassez ou fartura, imprensa ten<strong>de</strong>nciosa ou não e fé cega na vitória são<br />

aspectos que rondam to<strong>do</strong> e qualquer combate, seja qual for o la<strong>do</strong>, <strong>do</strong>s que morr<strong>em</strong> ou<br />

<strong>do</strong>s que matam. No mais ári<strong>do</strong> sertão ou na mais fria terra, isto é, tanto a guerra no<br />

sertão ou longe dali, permite ao historia<strong>do</strong>r notar que “o passa<strong>do</strong> é, por <strong>de</strong>finição, um<br />

21 SILVA, Alberto Martins da. O Apoio <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> na Campanha <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s. In: Rio <strong>de</strong> Janeiro: Revista<br />

<strong>do</strong> Exército Brasileiro. n. 127(1): 12 / 25, jan/mar, 1990. p. 12.<br />

22 ARAS, José. No sertão <strong>do</strong> Conselheiro. Bahia: Contexto e Arte Editorial, 2003. p. 150.<br />

23 MELLO, Fre<strong>de</strong>rico Pernambucano <strong>de</strong>. A Guerra total <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s. São Paulo: A Girafa Editora, 2007.<br />

p. 19.<br />

23


da<strong>do</strong> que nada mais modificará. Mas o conhecimento <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> é uma coisa <strong>em</strong><br />

progresso, que incessant<strong>em</strong>ente se transforma e aperfeiçoa.” 24<br />

As histórias ao re<strong>do</strong>r da Campanha travada no Belo Monte, <strong>em</strong> nenhum<br />

momento, durante seus 11 meses <strong>de</strong> existência, se esgotaram na historiografia <strong>de</strong>dicada<br />

aos fenômenos sociais da República Velha. A intensida<strong>de</strong> da peleja conselheirista e sua<br />

repercussão nacional preencheram os arquivos particulares e os públicos, <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os<br />

<strong>de</strong>zessete esta<strong>do</strong>s da fe<strong>de</strong>ração à época, mostran<strong>do</strong> que <strong>de</strong> uma guerra passa-se<br />

facilmente para várias guerras.<br />

Nossa preocupação, neste momento, está <strong>em</strong> ler e reler <strong>do</strong>cumentos, abrir mais<br />

<strong>do</strong> que fechar lacunas, tatear um território extr<strong>em</strong>amente sensível para a história <strong>do</strong><br />

Brasil e da Bahia. Crentes <strong>em</strong> nossas limitações frente à vastidão <strong>do</strong>cumental que<br />

envolve a saga <strong>de</strong> Antonio Vicente Men<strong>de</strong>s Maciel ou, o peregrino Conselheiro, e seu<br />

séqüito, preten<strong>de</strong>mos expor mais uma narrativa, retoman<strong>do</strong> olhares da contenda<br />

ocorrida no sertão baiano.<br />

Para isso, utilizar<strong>em</strong>os recursos das diversas fases que envolv<strong>em</strong> a historiografia<br />

sobre o t<strong>em</strong>a, como <strong>de</strong>finiu José Calasans. Na análise <strong>do</strong> historia<strong>do</strong>r sergipano, a<br />

historiografia <strong>de</strong>dicada a esmiuçar a vida <strong>de</strong> Antonio Conselheiro e seus segui<strong>do</strong>res<br />

divi<strong>de</strong>-se <strong>em</strong> três fases. A primeira compreen<strong>de</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1874 a 1902, isto é, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o surgimento <strong>do</strong> beato cearense, na região <strong>de</strong> Sergipe, até a publicação <strong>de</strong> Os Sertões; a<br />

segunda fase, que se esten<strong>de</strong>u até a década <strong>de</strong> 50 <strong>do</strong> século XX, está marcada pela<br />

heg<strong>em</strong>onia euclidiana, ou seja, a gama <strong>de</strong> interpretação sobre o episódio <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s<br />

que nascia a partir <strong>de</strong> Eucli<strong>de</strong>s da Cunha; e, a última fase, <strong>em</strong> que José Calasans <strong>de</strong>fine<br />

on<strong>de</strong> “se iniciou uma revisão <strong>do</strong> assunto com pesquisas esclarece<strong>do</strong>ras, à luz <strong>de</strong><br />

mo<strong>de</strong>rnas contribuições <strong>de</strong> feição histórica e sociológica.” 25<br />

Inicialmente, cabe <strong>de</strong>stacar que nossa sensação ao estudarmos as histórias <strong>do</strong><br />

povo belomontense, está muito perto <strong>do</strong> <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> Manuel Figueire<strong>do</strong>, envia<strong>do</strong> ao<br />

palco das operações pelo periódico carioca A Notícia e, naturalmente, uma test<strong>em</strong>unha<br />

ocular da refrega. Segun<strong>do</strong> o correspon<strong>de</strong>nte, “cada hom<strong>em</strong>, solda<strong>do</strong> ou paisano que<br />

regressa <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s, conta a sua história, boa ou má, feia ou bonita conforme a ín<strong>do</strong>le<br />

24<br />

BLOCH, Marc. Apologia da História ou o ofício <strong>de</strong> historia<strong>do</strong>r. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Jorge Zahar Editor,<br />

2002. p. 75.<br />

25<br />

CALASANS, José. Canu<strong>do</strong>s não-euclidiano – Fase anterior ao início da Guerra <strong>do</strong> Conselheiro. In:<br />

SAMPAIO Neto, José Augusto Vaz; SERRÃO, Magaly <strong>de</strong> Barros Maia; MELLO, Maria Lucia Horta<br />

Lu<strong>do</strong>lf e URURAHY, Vanda Maria Bravo. Canu<strong>do</strong>s – Subsídios para sua reavaliação histórica. Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro: Fundação Casa <strong>de</strong> Rui Barbosa, 1986. p. 1.<br />

24


<strong>do</strong> porta<strong>do</strong>r.” 26 A dúvida permanente será o fio condutor <strong>do</strong> nosso trabalho porque, “o<br />

historia<strong>do</strong>r, por <strong>de</strong>finição, está na impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ele próprio constatar os fatos que<br />

estuda.” 27<br />

Antonio <strong>do</strong>s Mares, Antonio Conselheiro, Santo Antônio Apareci<strong>do</strong> ou<br />

simplesmente, peregrino, como também podia ser chama<strong>do</strong>, catalisou <strong>em</strong> seu entorno,<br />

milhares <strong>de</strong> sertanejos <strong>em</strong> busca <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> e melhores condições <strong>de</strong> vida. Logo,<br />

“Canu<strong>do</strong>s acabou se constituin<strong>do</strong> na materialização <strong>do</strong> sonho sertanejo” 28 , reunin<strong>do</strong><br />

pessoas e histórias caras à historiografia nacional. Sua <strong>de</strong>votada andança pelos<br />

recônditos sertões <strong>de</strong> Sergipe, Ceará, Pernambuco e Bahia lhe ren<strong>de</strong>u amigos e<br />

inimigos. 29<br />

Na gênese da República brasileira, os projetos políticos eram limita<strong>do</strong>s 30 , o<br />

Exército, então no po<strong>de</strong>r, encontrava-se <strong>de</strong>sorganiza<strong>do</strong>, parte significativa <strong>do</strong> território<br />

nacional permanecia alheia às autorida<strong>de</strong>s e um setor da Igreja não compreendia o<br />

universo da caatinga 31 . Essas carências foram evi<strong>de</strong>nciadas <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s e são alguns<br />

<strong>do</strong>s motivos da extensão <strong>de</strong> sua importância. Numa expressão <strong>de</strong> nossa parte, talvez<br />

exagerada, foi a guerra que <strong>de</strong>snu<strong>do</strong>u as mazelas <strong>do</strong> Brasil republicano, ou melhor, a <strong>do</strong><br />

país das oligarquias.<br />

Há guerras <strong>de</strong>ntro da guerra, por conseguinte, há Canu<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si mesmo.<br />

A imprensa brasileira no fragor da Campanha, <strong>de</strong>dicada a expor sua pena por sobre a<br />

“tróia <strong>de</strong> taipa”, subscreveu, com mais uma série <strong>de</strong> segmentos sociais, o reduto <strong>do</strong> Belo<br />

Monte como uma horda <strong>de</strong> bárbaros, fanáticos e bandi<strong>do</strong>s, porque se a história <strong>de</strong>ve ser<br />

vista <strong>em</strong> várias dimensões 32 , essa foi a a<strong>do</strong>tada pelos jornais que forneciam as notícias<br />

da guerra a uma pequena parcela da população brasileira, a <strong>do</strong>s que sabiam ler.<br />

A primeira ponta biográfica <strong>do</strong> peregrino cearense está no jornal sergipano O<br />

Rabu<strong>do</strong>, periódico crítico, chistoso, anedótico e noticioso, “o jornalista d’O Rabu<strong>do</strong><br />

levanta a suspeita <strong>de</strong> haver o peregrino cometi<strong>do</strong> algum crime, sen<strong>do</strong> a singularida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

seu mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> viver uma forma <strong>de</strong> penitência, se não um meio <strong>de</strong> fugir à ação da<br />

26 Carta escrita <strong>em</strong> Monte Santo, 25 e julho <strong>de</strong> 1897. Publicada no periódico carioca <strong>em</strong> 6 e 7 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong><br />

1897. In: GALVÃO, Walnice Nogueira (org.). (1994). Op. cit. p. 409.<br />

27 BLOCH, Marc. (2002). Op. cit. p. 69.<br />

28 VILLA, Marco Antonio. Canu<strong>do</strong>s – o povo da terra. São Paulo: Ática, 1995. p. 83.<br />

29 CALASANS, José. (1997). Op. cit. p. 43.<br />

30 CARVALHO, José Murilo <strong>de</strong>. Os Bestializa<strong>do</strong>s – O Rio <strong>de</strong> Janeiro e a República que não foi. 3ª<br />

edição. São Paulo: Cia. das Letras, 1999. p. 24 e 25.<br />

31 OLIVEIRA, Wálney da Costa. Sertão vira<strong>do</strong> <strong>do</strong> avesso: a República na região <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s. Bahia:<br />

UFBA – Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Filosofia e Ciências Humanas. (Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>). 2000. p. 24 e 25.<br />

32 BRAUDEL, Fernand. Escritos sobre a história. 2 ª edição. São Paulo: Perspectiva, 2005. p. 176. 1ª<br />

edição <strong>em</strong> 1969.<br />

25


Justiça.” 33 Vinte e três anos <strong>de</strong> imprensa no Brasil, isto é, perío<strong>do</strong> que comporta <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

aparecimento <strong>do</strong> beato (1874) à sua morte (1897), ao menos um parágrafo que fosse,<br />

ininterruptamente, os jornais con<strong>de</strong>naram o arraial.<br />

Nesse espaço t<strong>em</strong>poral, anônimos <strong>de</strong> rodapé, escritores, bacharéis, aca<strong>de</strong>mias <strong>de</strong><br />

medicina e direito, militares e intelectuais, compactuaram numa só direção: “Canu<strong>do</strong>s é<br />

apenas um aci<strong>de</strong>nte monstruoso das aluviões morais <strong>do</strong> sertão...” 34 . Os correspon<strong>de</strong>ntes<br />

<strong>do</strong>s periódicos Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo, Gazeta <strong>de</strong> Notícias, Jornal <strong>do</strong> Comércio, O País,<br />

A Notícia, para citarmos alguns trabalha<strong>do</strong>s por Walnice Nogueira Galvão 35 , disputaram<br />

com mannlichers e comblains um lugar ao sol, parte significativa daqueles periódicos<br />

com a incumbência <strong>de</strong> projetar <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s o espaço da anti-república.<br />

O prestígio <strong>do</strong> Conselheiro com seus segui<strong>do</strong>res retroalimentava-se <strong>de</strong> acor<strong>do</strong><br />

com as acusações que sofria. A população <strong>do</strong> Belo Monte formara-se <strong>em</strong> virtu<strong>de</strong> das<br />

secas, da fome e da fuga ao man<strong>do</strong>nismo <strong>do</strong>s coronéis, <strong>de</strong>ntre outros fatores. To<strong>do</strong>s<br />

esses aspectos, leva<strong>do</strong>s às últimas consequências, permitiram que o arraial se<br />

estruturasse <strong>de</strong> forma oposta ao Brasil.<br />

Numa breve panorâmica pela economia e pela política baiana no final <strong>do</strong> século<br />

XIX, po<strong>de</strong> nos auxiliar na compreensão <strong>do</strong> crescimento <strong>de</strong>sta região <strong>do</strong> s<strong>em</strong>i-ári<strong>do</strong><br />

baiano. Para isso, lançar<strong>em</strong>os mão <strong>de</strong> alguns autores que se <strong>de</strong>dicam a estudar o<br />

contexto que <strong>de</strong>lineava a Bahia durante o final <strong>do</strong> Oitocentos. Para Al<strong>do</strong> José Morais da<br />

Silva, <strong>em</strong> seu estu<strong>do</strong> sobre a formação <strong>do</strong> Instituto Geográfico e Histórico da Bahia,<br />

funda<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1894, houve uma série <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos que influenciaram a Bahia a<br />

permanecer na retaguarda econômica e política <strong>do</strong> ‘Brasil cafeeiro’. 36<br />

No transcorrer da República Velha (1889 – 1930), o esta<strong>do</strong> da Bahia mostrava-<br />

se pouco diferente quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> com a estrutura econômica da fase imperial.<br />

Especificamente sobre a economia baiana <strong>do</strong> pós-proclamação, ainda persistiam as<br />

características, tanto da fase colonial quanto imperial, ou seja, <strong>de</strong>pendência <strong>do</strong>s<br />

merca<strong>do</strong>s internacionais, economia interna <strong>de</strong>ficitária e uma precária relação <strong>de</strong><br />

33 CALASANS, José. (1986). Op. cit. p. 2.<br />

34 Texto <strong>de</strong> Ruy Barbosa. In: HOORNAERT, Eduar<strong>do</strong>. Os anjos <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s – uma revisão histórica. 3ª<br />

edição. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Editora Vozes, 1998. p. 90.<br />

35 GALVÃO, Walnice Nogueira (org.). No calor da hora: a guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s nos jornais – 4ª<br />

expedição. 3ª edição. São Paulo: Ática, 1994.<br />

36 SILVA, Al<strong>do</strong> José Morais. Instituto Geográfico e Histórico da Bahia – orig<strong>em</strong> e estratégias <strong>de</strong><br />

consolidação institucional (1894-1930). Bahia: UFBA – Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Filosofia e Ciências Humanas.<br />

(Tese <strong>de</strong> Doutora<strong>do</strong>). 2006. p. 35 a 49.<br />

26


comunicação entre suas regiões, o que, conseqüent<strong>em</strong>ente limitava a gestação e, por<br />

conseguinte, a dinamização <strong>de</strong> um merca<strong>do</strong> interno. 37<br />

Na transposição <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>saceleração econômica, já que suscetível e<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, à uma r<strong>em</strong>o<strong>de</strong>lação político-social, “dá-se uma acomodação tácita <strong>do</strong>s<br />

diferentes setores sociais, o que implicou na preservação das práticas, valores e<br />

instituições presentes na Bahia imperial...” 38 E, posteriormente, quan<strong>do</strong> da extensão da<br />

crise, compl<strong>em</strong>enta dizen<strong>do</strong> que, “...<strong>em</strong> fins <strong>do</strong> século XIX, cerca <strong>de</strong> 90% da população<br />

soteropolitana encontrava-se <strong>em</strong> condição <strong>de</strong> pobreza, sen<strong>do</strong> b<strong>em</strong> provável que esse<br />

índice possa ser estendi<strong>do</strong> às <strong>de</strong>mais regiões <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>.” 39<br />

O Brasil, guardadas as nuanças respectivas, não fugiu às características da<br />

província anteriormente <strong>de</strong>scrita. O perío<strong>do</strong> colonial e imperial permanecera política e<br />

socialmente <strong>de</strong>linea<strong>do</strong> na recém proclamada república. Um abismo separava duas<br />

classes: <strong>de</strong> um la<strong>do</strong>, senhores <strong>de</strong> engenho, bacharéis, titulares da nobiliarquia <strong>do</strong> regime<br />

<strong>de</strong>posto, fazen<strong>de</strong>iros e aristocratas, to<strong>do</strong>s viven<strong>do</strong> à base da produção <strong>do</strong> outro la<strong>do</strong>,<br />

composta massivamente por ex-escravos, agrega<strong>do</strong>s <strong>do</strong> latifúndio e, <strong>em</strong> menor escala,<br />

<strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res citadinos. 40<br />

Dentro <strong>de</strong> uma proporção entre o nacional e o local, estreitam-se, para nós, no<br />

que diz respeito à dimensão fundiária <strong>do</strong> Brasil, a manutenção <strong>de</strong> uma mão <strong>de</strong> obra que,<br />

apesar <strong>de</strong> livre, acumulava traços <strong>de</strong> escravidão, à continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma teia <strong>de</strong><br />

prestígios seculares, <strong>de</strong>ntre outras similitu<strong>de</strong>s. Bahia e Brasil carregavam os mesmos<br />

traços. Na opinião <strong>de</strong> Marco Antonio Villa,<br />

“...os últimos anos <strong>do</strong> Império e os primeiros da República representavam, para a Bahia,<br />

um momento <strong>de</strong> estagnação econômica com evi<strong>de</strong>ntes reflexos na política regional. As<br />

intestinas lutas pelo po<strong>de</strong>r, a constante tensão, a alta rotativida<strong>de</strong> no governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

– <strong>de</strong> 1889 a 1892 foram sete governa<strong>do</strong>res <strong>em</strong> menos <strong>de</strong> <strong>do</strong>is anos e meio – <strong>de</strong>monstram<br />

a enorme dificulda<strong>de</strong> da oligarquia baiana <strong>de</strong> estabelecer um projeto político estável.<br />

Com o esvaziamento econômico foram reforça<strong>do</strong>s os laços <strong>de</strong> <strong>do</strong>minação,<br />

principalmente no campo, impedin<strong>do</strong> o paulatino estabelecimento <strong>de</strong> uma or<strong>de</strong>m<br />

pública que reduzisse o po<strong>de</strong>r priva<strong>do</strong> <strong>do</strong>s latifundiários.<br />

A presença permanente da seca e a ausência <strong>de</strong> uma política pública para enfrentá-la, as<br />

constantes divergências intra-oligárquicas – que se intensificam no momento das<br />

eleições – transformaram o perío<strong>do</strong> <strong>em</strong> um martírio permanente para a população<br />

sertaneja. Os gran<strong>de</strong>s t<strong>em</strong>as nacionais (República, fe<strong>de</strong>ralismo e outros) somente<br />

interessavam à elite, pois passavam ao largo das questões essenciais à sobrevivência <strong>do</strong>s<br />

sertanejos. O novo regime, na medida <strong>em</strong> que aprofun<strong>do</strong>u os conflitos entre os<br />

37<br />

FREITAS, Antonio Fernan<strong>do</strong> Guerreiro <strong>de</strong>. “Eu vou para Bahia”: a construção da regionalida<strong>de</strong><br />

cont<strong>em</strong>porânea. Bahia: ANÁLISE & DADOS. v.9. n. 4. 2000. p. 26.<br />

38<br />

SILVA, Al<strong>do</strong> José Morais da. (2006). p. 35.<br />

39<br />

I<strong>de</strong>m. p. 60.<br />

40<br />

MELLO, Fre<strong>de</strong>rico Pernambucano <strong>de</strong>. (2007). Op. cit. p. 38.<br />

27


<strong>do</strong>minantes pelo controle da res publica, representou para a sofrida população rural uma<br />

intensificação da exploração econômica.” 41<br />

Pelos estu<strong>do</strong>s contextuais até aqui aponta<strong>do</strong>s, na Bahia o ambiente mostrava-se<br />

convidativo a uma série <strong>de</strong> protestos. Fosse no interior ou <strong>em</strong> Salva<strong>do</strong>r, a população que<br />

estava sujeita aos man<strong>do</strong>s e <strong>de</strong>sman<strong>do</strong>s das oligarquias e das autorida<strong>de</strong>s na capital,<br />

organizaram formas <strong>de</strong> resistência das mais variadas. Mais um <strong>de</strong>talhe no âmbito<br />

político-social nos traz a historia<strong>do</strong>ra Consuelo Novais Sampaio,<br />

“..., enquanto a República prenunciava prosperida<strong>de</strong> econômica e renovação política<br />

para o Centro-Sul <strong>do</strong> país, para o Nor<strong>de</strong>ste, e para a Bahia <strong>em</strong> particular, ela significava,<br />

aos olhos das elites, agravamento <strong>do</strong> marasmo econômico, perda <strong>de</strong> prestígio político e<br />

ameaça <strong>de</strong> conturbação política e social.<br />

..., a massa da população, na base da pirâmi<strong>de</strong>, vivia <strong>em</strong> miseráveis condições <strong>de</strong> vida.<br />

A maioria esmaga<strong>do</strong>ra <strong>de</strong>sse estrato inferior encontrava-se na zona rural, trabalhan<strong>do</strong><br />

sob condições s<strong>em</strong>i-servis, ou numa situação mista <strong>de</strong> assalaria<strong>do</strong> e pequeno agricultor.<br />

As formas prece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> escravidão fora substituídas pela subordinação econômica e<br />

submissão pessoal, agravada pelo aprimoramento das relações paternalísticas sob novo<br />

regime republicano. As migrações rurais, constantes <strong>em</strong> to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong>, contribuíram<br />

para agravar o probl<strong>em</strong>a da mão-<strong>de</strong>-obra no campo e para engrossar a população<br />

marginalizada das cida<strong>de</strong>s, principalmente na Capital. (...), a maioria esmaga<strong>do</strong>ra da<br />

camada inferior da socieda<strong>de</strong> era constituída <strong>de</strong> analfabetos e, segun<strong>do</strong> as regras elitistas<br />

<strong>do</strong> jogo político, estava impedida <strong>de</strong> manifestar-se politicamente, através <strong>do</strong> voto.” 42<br />

Das análises aqui apresentadas, <strong>de</strong>stacam-se mais alguns el<strong>em</strong>entos retilíneos:<br />

crise econômica, conturbadas relações sociais, consecutivas migrações causadas pelas<br />

secas e, consequent<strong>em</strong>ente, fome crônica <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> famílias sertanejas. Esse<br />

contexto po<strong>de</strong> nos servir <strong>de</strong> explicação para o vertiginoso crescimento <strong>do</strong> vilarejo<br />

instituí<strong>do</strong> no interior da Bahia.<br />

1.2. Algumas Canu<strong>do</strong>s<br />

A cida<strong>de</strong>la <strong>de</strong> Antonio Vicente projetava-se como a antítese <strong>do</strong>s fragmentos<br />

acima alinhava<strong>do</strong>s. Escolas, equilíbrio na distribuição da produção 43 , economia<br />

41 VILLA, Marco Antonio. (1995). Op. cit. p. 127.<br />

42 SAMPAIO, Consuelo Novais. Parti<strong>do</strong>s Políticos da Bahia na Primeira República – uma política da<br />

acomodação. Bahia: EDUFBA, 1999. p. 32 e 40.<br />

43 MACEDO, Nertan. M<strong>em</strong>orial <strong>de</strong> Vilanova – o <strong>de</strong>poimento <strong>do</strong> último sobrevivente da Guerra <strong>de</strong><br />

Canu<strong>do</strong>s. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Edições O Cruzeiro, 1964. Nas palavras <strong>do</strong> <strong>de</strong>poente Honório Vilanova à<br />

Nertan Mace<strong>do</strong>: Gran<strong>de</strong> era a Canu<strong>do</strong>s <strong>do</strong> meu t<strong>em</strong>po. Qu<strong>em</strong> tinha roça tratava da roça, na beira <strong>do</strong> rio.<br />

Qu<strong>em</strong> tinha ga<strong>do</strong> tratava <strong>do</strong> ga<strong>do</strong>. Qu<strong>em</strong> tinha mulher e filhos tratava da mulher e <strong>do</strong>s filhos. Qu<strong>em</strong><br />

gosta <strong>de</strong> reza ia rezar. De tu<strong>do</strong> se tratava porque a nenhum pertencia e era <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s, pequenos e gran<strong>de</strong>s,<br />

na regra ensinada pelo Peregrino. p. 67. Ver também BOMBINHO, Manoel Pedro das Dores. (2002)<br />

Op. cit. p. 199. Era rico o sertão <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s / Roças e mandioca <strong>em</strong> quantida<strong>de</strong> / Muita carne frita e até<br />

feijão / Havia ali é isso uma verda<strong>de</strong>. verso nº. 262.<br />

28


dinamizada 44 , entendimento direto com as li<strong>de</strong>ranças <strong>do</strong> Belo Monte 45 , faziam dali uma<br />

esperança para uns que nada <strong>de</strong>sejavam a não ser a <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> seu mun<strong>do</strong> e, para outros,<br />

uma <strong>de</strong>sesperança, que nada <strong>de</strong>sejavam se não a <strong>de</strong>struição daquele mun<strong>do</strong>.<br />

Há na historiografia <strong>de</strong>dicada a Canu<strong>do</strong>s, estu<strong>do</strong>s que perceb<strong>em</strong> as unhas da<br />

politicalha da República <strong>do</strong>s coronéis na região <strong>do</strong> s<strong>em</strong>i-ári<strong>do</strong>. As altercações <strong>de</strong>ntro das<br />

Ass<strong>em</strong>bléias e <strong>do</strong>s gabinetes <strong>do</strong>s sena<strong>do</strong>res – vianistas, gonçalvistas, ger<strong>em</strong>oabistas,<br />

florianistas golpistas e republicanos <strong>de</strong> última hora – disputavam a fama <strong>do</strong> arraial com<br />

o objetivo <strong>de</strong> enfraquecer algumas das partes na refrega pelo po<strong>de</strong>r, fosse ele central ou<br />

local. 46<br />

Em muitos momentos, no <strong>de</strong>correr das quatro expedições militares contra os<br />

conselheiristas, vários políticos foram acusa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> respirar ares monarquistas e seriam<br />

supostos a<strong>de</strong>ptos <strong>do</strong> Bom Jesus. Wálney da Costa Oliveira, <strong>em</strong> sua análise sobre o<br />

episódio <strong>do</strong> Belo Monte, aponta que parte significativa da visibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> fenômeno<br />

Canu<strong>do</strong>s, “está relacionada às transformações ocorridas com a instalação da República,<br />

<strong>em</strong> sua relação com a reor<strong>de</strong>nação administrativa, que não entrou <strong>em</strong> conflito com a<br />

manutenção <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a local <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e <strong>de</strong>senrolou-se <strong>em</strong> meio a uma crise econômica<br />

que acentuou os conflitos sociais.” 47 O mesmo autor menciona, ainda <strong>em</strong> suas linhas,<br />

um outro t<strong>em</strong>a peculiar à saga <strong>de</strong> Antonio <strong>do</strong>s Mares e seus conflitos, “a inserção <strong>do</strong><br />

Conselheiro no cotidiano <strong>do</strong> sertão está relacionada com os vazios <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong>s pela Igreja<br />

nos sertões. Essas populações viven<strong>do</strong> <strong>em</strong> precárias condições materiais, s<strong>em</strong> apoio<br />

institucional, viam-se, também, aban<strong>do</strong>nadas pela religião..." 48<br />

Do Relatório <strong>do</strong> missionário capuchinho João Evangelista Monte Marciano à<br />

inserção nas missas campais, alguns representantes da Igreja exerceram quase que uma<br />

capelania castrense durante a Campanha <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s, abençoan<strong>do</strong> aos que lá morriam<br />

44<br />

Mais aspectos sobre o t<strong>em</strong>a <strong>em</strong> PINHEIRO, José da Costa. e VILLA, Marco Antonio. CALASANS – um<br />

<strong>de</strong>poimento para a história. Bahia: UNEB – Centro <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s Eucly<strong>de</strong>s da Cunha (CEEC), 1998. p. 42.<br />

Segun<strong>do</strong> o <strong>de</strong>poente: A maioria <strong>do</strong>s proprietários da região mantinha boas relações com o Conselheiro,<br />

a não ser o Coronel José Américo, que tomou posição contra o Conselheiro, os outros não! O<br />

Macambira é um hom<strong>em</strong> <strong>de</strong> recursos. Outra coisa, o Antonio da Mota e o Macambira mantiveram<br />

relações comerciais com Juazeiro, com Monte Santo, com Santa Lúcia. O chefe lá <strong>de</strong> Santa Lúcia,<br />

Coronel Zé Leitão, mantinha contato com Canu<strong>do</strong>s, porque estava <strong>em</strong> paz com o Conselheiro.<br />

45<br />

CALASANS, José. (1986). Op. cit. p. 36, 37 e 38. Ver também <strong>em</strong> BOMBINHO, Manoel Pedro das<br />

Dores. Canu<strong>do</strong>s, história <strong>em</strong> versos. Op. cit. 267. Pajeú, João Aba<strong>de</strong> e Vilanova / João Francisco,<br />

Fogueteiro e Macambira / Quadra<strong>do</strong> e outros generais / Que ao Conselheiro confiança lhes inspira.<br />

verso nº. 127.<br />

46<br />

SAMPAIO, Consuelo Novais (org.). Canu<strong>do</strong>s – Cartas para o Barão. 2ª edição. São Paulo: EDUSP,<br />

2001. p. 35.<br />

47<br />

OLIVEIRA, Walney da Costa. (2000). Op. cit. p. 10 a 17. Neste trabalho o autor faz uma interessante<br />

análise <strong>do</strong> joguete das oligarquias baianas com Canu<strong>do</strong>s, apontan<strong>do</strong>-o como o motivo <strong>do</strong> fracasso da<br />

segunda expedição sob o coman<strong>do</strong> <strong>do</strong> major Febrônio <strong>de</strong> Brito.<br />

48<br />

I<strong>de</strong>m. p. 23.<br />

29


ou matavam. Ali, naquela região, a Igreja estava distante das dificulda<strong>de</strong>s sertanejas e,<br />

portanto, alheia às suas providências. Deste mo<strong>do</strong> ficava mais próxima <strong>do</strong>s<br />

acampamentos militares e, consequent<strong>em</strong>ente, da República.<br />

Imag<strong>em</strong> - 1<br />

MISSA CAMPAL EM CANSANÇÃO<br />

FONTE: ALMEIDA, Cícero Antonio F. <strong>de</strong>. Canu<strong>do</strong>s: imagens da guerra. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Museu da<br />

República/Lacerda Editores, 1997. p. 96 e 97.<br />

Afora a imag<strong>em</strong> acima – <strong>em</strong>bl<strong>em</strong>ática pela presença <strong>do</strong> ministro da guerra<br />

Carlos Macha<strong>do</strong> Bittencourt, <strong>do</strong> general Carlos Eugênio <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> Guimarães e <strong>do</strong><br />

escritor Eucly<strong>de</strong>s da Cunha – os relatos da presença e serviços da Igreja <strong>em</strong> coligação<br />

com o Exército, tanto no campo das operações militares quanto na capital baiana, são<br />

varia<strong>do</strong>s. O farmacêutico e jornalista Amaro Lélis Pieda<strong>de</strong>, secretário <strong>do</strong> Comitê<br />

Patriótico da Bahia <strong>em</strong> Cansanção (ver mapa no Capítulo III) sentia-se “cada vez mais<br />

entusiasma<strong>do</strong> com os estudantes <strong>de</strong> medicina e os fra<strong>de</strong>s que auxiliavam tão<br />

espontaneamente o Comitê.” 49 Mais ex<strong>em</strong>plos acerca <strong>do</strong> envolvimento da Igreja na<br />

49 PIEDADE, Lélis (Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r). (2002). Op. cit. 158.<br />

30


Campanha <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s, cabe mencionar o relatório da Santa Casa no ano da guerra <strong>em</strong><br />

que,<br />

“Com relação a crise aguda porque passaram os feri<strong>do</strong>s na lucta <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s, no anno <strong>de</strong><br />

1897, <strong>de</strong> que ainda conservamos viva l<strong>em</strong>brança pela successão <strong>de</strong> factos lamentáveis<br />

que se <strong>de</strong>ram nesta Capital, <strong>de</strong>vo dizer-vos; não foi indifferente a Santa Casa,<br />

consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que estavam repletos <strong>de</strong> enfermos os hospitais militar e outros abertos<br />

pelo Governo, pôz a Mesa a disposição <strong>do</strong> E xm . Sr. General Commandante <strong>do</strong> Districto<br />

vinte logares no Hospital Santa Izabel para tratamento <strong>de</strong> praça <strong>de</strong> Linha daquella<br />

procedência...” 50<br />

Por outro la<strong>do</strong> e, ainda, na mesma marg<strong>em</strong> religiosa, vigários como Antonio<br />

Agripino da Silva Borges e Vicente Sabino <strong>do</strong>s Santos, esse último, integrante da<br />

missão <strong>de</strong> Monte Marciano <strong>em</strong> maio <strong>de</strong> 1895, abriram, <strong>de</strong> quan<strong>do</strong> <strong>em</strong> vez, suas portas<br />

para o ofício <strong>de</strong> Antonio Maciel. José Calasans, após intensa pesquisa sobre as<br />

construções e reconstruções <strong>de</strong> igrejas e c<strong>em</strong>itérios feitas por Antonio Conselheiro e<br />

seus segui<strong>do</strong>res, comenta que “choviam os pedi<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s pontos mais distancia<strong>do</strong>s, não<br />

sen<strong>do</strong> alheios aos mesmos os próprios vigários das freguesias, que faziam concessões ao<br />

Bom Jesus Conselheiro, permitin<strong>do</strong> mesmo suas pregações.” 51<br />

Como po<strong>de</strong>mos notar, as dimensões da história <strong>do</strong> Belo Monte são diversas. Há,<br />

a nosso ver, um aspecto interessante na atmosfera que <strong>de</strong>lineia a Campanha sertaneja.<br />

Se existe, qual é o pano <strong>de</strong> fun<strong>do</strong> que compôs a luta no sertão? Num <strong>de</strong>talhe súbito, o<br />

personag<strong>em</strong>, ou melhor, os agentes ali envolvi<strong>do</strong>s, que <strong>de</strong>senham um plano secundário,<br />

po<strong>de</strong>m passar à priorida<strong>de</strong> da trama, como já <strong>de</strong>staca<strong>do</strong>, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a ín<strong>do</strong>le <strong>do</strong><br />

porta<strong>do</strong>r. Deste mo<strong>do</strong>, compactuamos com a idéia <strong>do</strong> historia<strong>do</strong>r francês <strong>em</strong> que “...a<br />

história se nos aparece como um espetáculo fugidio, movediço, feito <strong>do</strong> entrelaçamento<br />

<strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as inextrincavelmente mistura<strong>do</strong>s e que po<strong>de</strong> tomar, alternadamente, c<strong>em</strong><br />

aspectos diversos e contraditórios.” 52<br />

Cada narrativa, longe <strong>de</strong> questioná-la como real ou irreal, oficial ou não, seja ela<br />

a <strong>do</strong> mais valente conselheirista ou a <strong>do</strong> mais <strong>de</strong>staca<strong>do</strong> militar, carrega no seu bojo<br />

vicissitu<strong>de</strong>s e virtu<strong>de</strong>s inerentes ao palco das operações. Em meio a uma teia <strong>de</strong><br />

informações, ou seja, <strong>de</strong><strong>front</strong>e <strong>de</strong> um quebra-cabeça, “a história não traz mais (n<strong>em</strong><br />

menos) um conhecimento verda<strong>de</strong>iro <strong>do</strong> real..., é absolutamente ilusório querer<br />

classificar e hierarquizar as obras <strong>do</strong>s historia<strong>do</strong>res <strong>em</strong> função <strong>de</strong> critérios<br />

50 CAMPOS, Manoel <strong>de</strong> Souza. RELATÓRIO APRESENTADO A MESA E JUNTA DA SANTA CASA DA<br />

MISERICÓRDIA DA CAPITAL DO ESTADO DA BAHIA – biênio 1897 – 1898. Bahia: 1899. p. 10 e 11.<br />

51 CALASANS, José. (1997). Op. cit. p. 63.<br />

52 BRAUDEL. Fernand. (2005). Op. cit. 22.<br />

31


epist<strong>em</strong>ológicos indican<strong>do</strong> sua maior ou menor pertinência para dar conta da realida<strong>de</strong><br />

passada...” 53 .<br />

Manoel Pedro das Dores Bombinho, João <strong>de</strong> Souza Cunegun<strong>de</strong>s, João<br />

Melchia<strong>de</strong>s Ferreira da Silva e José Aras, <strong>de</strong>ntre outros, formam, outrossim, mais uma<br />

dimensão <strong>do</strong> combate trava<strong>do</strong> na cida<strong>de</strong>la belomontense, a <strong>do</strong>s verseja<strong>do</strong>res sobre as<br />

agruras da Campanha. Dentre as coletas efetuadas por José Calasans que, “dir-se-ia que<br />

versejar ajuda a combater” 54 , esses poetas e suas frases versadas foram <strong>de</strong> um la<strong>do</strong> a<br />

outro <strong>do</strong> litígio sertanejo. Alguns satirizaram as tropas republicanas e seus lí<strong>de</strong>res,<br />

outros abordavam <strong>em</strong> suas sentenças as atitu<strong>de</strong>s a<strong>do</strong>tadas pelo governo baiano e fe<strong>de</strong>ral<br />

e há, também, aquelas <strong>de</strong>dicadas à grei <strong>do</strong> Conselheiro.<br />

“As guerras têm representa<strong>do</strong> um <strong>de</strong>safio permanente para os escritores, não só para os<br />

que se <strong>de</strong>dicam à história - nos primórdios, simples crônica <strong>de</strong> trata<strong>do</strong>s e batalhas, como<br />

sab<strong>em</strong>os - senão para tantos ficcionistas, até mesmo poetas, que se <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> atrair pela<br />

exaceração <strong>de</strong> energias humanas que os conflitos provocam, vão encontrar no<br />

extraordinário <strong>de</strong>ssas circunstâncias o impulso para o seu projeto nas letras.” 55<br />

No calor da hora ou na m<strong>em</strong>ória, suas frases historiaram a saga <strong>de</strong> Vicente<br />

Maciel e seu séquito e, se a m<strong>em</strong>ória t<strong>em</strong> sua história 56 , aceitamos a noção <strong>do</strong><br />

historia<strong>do</strong>r inglês <strong>de</strong> que “a função <strong>do</strong> historia<strong>do</strong>r é ser o guardião da m<strong>em</strong>ória <strong>do</strong>s<br />

acontecimentos públicos quan<strong>do</strong> escritos para proveito <strong>do</strong>s atores, para proporcionar-<br />

lhes fama, e também <strong>em</strong> proveito da posterida<strong>de</strong>, para apren<strong>de</strong>r com o ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong>les.” 57<br />

1876 e 1893. No primeiro momento, na região <strong>do</strong> Itapicuru <strong>de</strong> Cima, o Bom<br />

Jesus Conselheiro foi preso e encaminha<strong>do</strong> a Fortaleza. No segun<strong>do</strong>, já na última<br />

década <strong>do</strong> século XIX, ocorreu o retorno <strong>do</strong> asceta cearense à Canu<strong>do</strong>s. Entre aqueles<br />

<strong>de</strong>zessete anos, alguns choques ocorreram entre conselheiristas e as forças militares<br />

enviadas ao interior da Bahia.<br />

“... ao atrair o trabalha<strong>do</strong>r rural com sua prédica – falan<strong>do</strong>-lhes o que queriam e tinham<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ouvir – e oferecen<strong>do</strong>-lhes terras férteis às margens <strong>do</strong> Vaza-Barris,<br />

Antonio Conselheiro contribuiu para que as fazendas e povoa<strong>do</strong>s circunvizinhos<br />

praticamente se esvaziass<strong>em</strong>, s<strong>em</strong> que os fazen<strong>de</strong>iros nada pu<strong>de</strong>ss<strong>em</strong> fazer.” 58<br />

53<br />

CHARTIER, Roger. A história hoje: dúvidas, <strong>de</strong>safios, propostas. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Revista Estu<strong>do</strong>s<br />

Históricos. Volume 7. n. 13, 1994. p. 106. Site:<br />

http://www.cp<strong>do</strong>c.fgv.br/revista/asp/dsp_edicao.asp?cd_edi=31 Acesso <strong>em</strong>: 11/10/2008.<br />

54<br />

CALASANS, José. Canu<strong>do</strong>s na literatura <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>l. São Paulo: Editora Ática, 1984. p. 2.<br />

55<br />

MELLO, Fre<strong>de</strong>rico Pernambucano. (2007). Op. cit. p. 71.<br />

56<br />

LE GOFF, Lacques. M<strong>em</strong>ória – História. Vol.1. Lisboa: Enciclopédia Einaudi. Imprensa Nacional –<br />

Casa da Moeda, nov. /1985. p. 44.<br />

57<br />

BURKE, Peter. Varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> história cultural. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Civilização Brasileira, 2000. p. 69.<br />

58<br />

SAMPAIO, Consuelo Novais. (2001). Op. cit. p. 35 e 36.<br />

32


A ressonância das pregações <strong>de</strong> Antonio Vicente sobre a cobrança <strong>de</strong> impostos,<br />

as <strong>de</strong>núncias a respeito da <strong>de</strong>ssacralização <strong>do</strong> novo regime <strong>em</strong> vigor e, sobretu<strong>do</strong>, o<br />

expressivo crescimento <strong>de</strong> seu grupo, que, para o arraial acorria, caminhavam <strong>em</strong><br />

direção contrária aos interesses <strong>do</strong>s chefes locais.<br />

1.3. A fagulha<br />

A ampliação <strong>do</strong> arraial, gradativamente, carecia da construção <strong>de</strong> mais casas e,<br />

coerent<strong>em</strong>ente, <strong>de</strong> mais igrejas. É corrente na literatura sobre a saga <strong>do</strong> Belo Monte, a<br />

presença <strong>de</strong> diversos comerciantes que espraiaram seus contatos e produtos pelo sertão<br />

baiano. Fosse <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s ou <strong>em</strong> suas adjacências, lá estavam eles negocian<strong>do</strong> couro,<br />

carne, fumo, farinha e ma<strong>de</strong>ira. Esse último artefato tornara-se <strong>de</strong> singular importância<br />

para Conselheiro cumprir seus objetivos e promessas: terminar a construção da Igreja <strong>do</strong><br />

Bom Jesus <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s.<br />

Para efetuar o compromisso, Joaquim Macambira, à solicitação <strong>do</strong> peregrino,<br />

negociara e pagara adianta<strong>do</strong> o referi<strong>do</strong> material [a ma<strong>de</strong>ira] nas mãos <strong>de</strong> João<br />

Evangelista Pereira e Mello, outro comerciante da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Juazeiro. Todavia, não<br />

havia se efetiva<strong>do</strong> a entrega. As intervenções <strong>do</strong> juiz <strong>de</strong> Direito da Comarca <strong>de</strong> Juazeiro,<br />

Arlin<strong>do</strong> Leoni (antigo <strong>de</strong>safeto <strong>do</strong> Conselheiro), contra a <strong>em</strong>issão da ma<strong>de</strong>ira e sua<br />

missiva boateira ao governa<strong>do</strong>r Luiz Viana, levaram a um só ponto: a primeira<br />

expedição militar <strong>em</strong> direção ao vilarejo; ocorria, assim, a seis <strong>de</strong> nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897.<br />

Esta primeira força <strong>de</strong> combate fora estadual, mas como ver<strong>em</strong>os a seguir, a resistência<br />

<strong>do</strong>s conselheiristas <strong>em</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o arraial implicara na inserção <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o Exército<br />

nacional daquele final <strong>do</strong> Oitocentos.<br />

Fre<strong>de</strong>rico Pernambucano notou, <strong>em</strong> seu estu<strong>do</strong> sobre aquela guerra, que os<br />

militares não se <strong>de</strong>pararam com um hom<strong>em</strong> fanático alheio a tu<strong>do</strong>, mas com um místico<br />

<strong>de</strong> inteligência superior. Ali homens, mulheres, velhos(as) e crianças <strong>de</strong>fendiam seu<br />

espaço que, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o autor, era “uma cida<strong>de</strong>la escolhida com perfeição, uma vez<br />

que afastada <strong>do</strong>s outros burgos, além <strong>de</strong> servida pelo rio Vaza-Barris e por inúmeras<br />

estradas por on<strong>de</strong> fluía uma viva ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> abastecimento.” 59<br />

Entre as diversas dimensões da guerra, surgiu outra, a Canu<strong>do</strong>s vista pelo<br />

exército, ou melhor, a história das expedições militares. À tropa <strong>do</strong> tenente Manuel da<br />

Silva Pires Ferreira, responsável pela primeira batalha travada <strong>em</strong> Uauá (localizada a<br />

59 MELLO, Fre<strong>de</strong>rico Pernambucano <strong>de</strong>. (2007). Op. cit. p. 86.<br />

33


110 km <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s), <strong>em</strong> 21 <strong>de</strong> nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1896, acoplava-se solda<strong>do</strong>s mercenários 60 ,<br />

falta <strong>de</strong> conhecimento topográfico da região, frugal estratégia militar, além <strong>de</strong> outras<br />

precarieda<strong>de</strong>s. Sua vitória mostrava-se também restrita por haver nessas regiões<br />

contíguas ao Belo Monte, uma população reticente às forças policiais e, logo, amistosa<br />

ao Conselheiro. Isso s<strong>em</strong> falar que estavam, os cerca <strong>de</strong> 100 praças <strong>do</strong> 9º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria, lutan<strong>do</strong> contra exímios conhece<strong>do</strong>res das reentrâncias da caatinga sertaneja e<br />

que, no arraial <strong>do</strong> Bom Jesus, reconstruíram suas vidas e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s, livres <strong>do</strong><br />

man<strong>do</strong>nismo coronelista e distantes da miséria reinante.<br />

Dentro da milícia, sob o coman<strong>do</strong> <strong>do</strong> tenente Pires Ferreira, seca, fome e<br />

<strong>do</strong>enças <strong>de</strong> toda or<strong>de</strong>m acometeram seus solda<strong>do</strong>s e, como na maior parte <strong>do</strong>s ambientes<br />

aquartela<strong>do</strong>s <strong>em</strong> luta, “a guerra entre a <strong>do</strong>ença e os médicos, travada no campo da<br />

batalha da carne, t<strong>em</strong> começo e meio, mas não t<strong>em</strong> fim.” 61 Ali, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o<br />

relatório <strong>do</strong> dr. Antonino Alves <strong>do</strong>s Santos [médico da primeira expedição], os<br />

ferimentos provoca<strong>do</strong>s por armas <strong>de</strong> fogo dividiram os espaço com a beribéri,<br />

disenteria, diarréia, febres, <strong>de</strong>ntre outras enfermida<strong>de</strong>s <strong>em</strong> meio às más condições<br />

higiênicas e à escassez <strong>do</strong>s meios urgentes para o tratamento <strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s e <strong>do</strong>entes. 62<br />

“Foi acabar com Canu<strong>do</strong>s<br />

A primeira expedição<br />

Do tenente Pires Ferreira<br />

Que chegan<strong>do</strong> ao sertão<br />

Foi feri<strong>do</strong> com os praças<br />

Voltou s<strong>em</strong> ganhar ação.” 63<br />

Debelada esta expedição, o major Febrônio <strong>de</strong> Brito, após nomeação <strong>do</strong><br />

governa<strong>do</strong>r Luis Viana, organizou uma outra investida com cerca <strong>de</strong> 600 praças, 10<br />

oficiais, um médico [dr. Edgar Henrique Albertazzi], um enfermeiro, um farmacêutico,<br />

canhões al<strong>em</strong>ães e metralha<strong>do</strong>ras inglesas.<br />

Nesta ocasião, o comandante da segunda expedição foi autoriza<strong>do</strong> a <strong>de</strong>spen<strong>de</strong>r<br />

por conta <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> o que julgasse necessário para o bom <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho da <strong>em</strong>preitada.<br />

Deslocar-se <strong>de</strong> Salva<strong>do</strong>r, passar por Queimadas e chegar a Monte Santo, seria o<br />

itinerário <strong>do</strong> major Febrônio entre 25 e 26 <strong>de</strong> nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1896, mas assim não<br />

60<br />

ARARIPE, Tristão <strong>de</strong> Alencar. (1985). Op. cit. p. 13.<br />

61<br />

PORTER, Roy. Das tripas coração – <strong>Uma</strong> breve história da medicina. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Ed. Record,<br />

2004. p. 15.<br />

62<br />

SANTOS, Antonino Alves <strong>do</strong>s. M<strong>em</strong>ória da diligencia a Canu<strong>do</strong>s. <strong>do</strong>c. 17. Bahia: CEB – Núcleo<br />

Sertão. <strong>do</strong>c. n. 17.p. 7. Outro el<strong>em</strong>ento <strong>de</strong>ste relatório é a relação entre este médico e o tenente Pires<br />

Ferreira, pois perseguição, fuga e suicídio há entre o convívio entre eles na quadra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s.<br />

63<br />

CUNEGUNDES, João <strong>de</strong> Souza. A Guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s no sertão da Bahia. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Livraria <strong>do</strong><br />

Povo, Quaresma & Cia. Livreiros Editores, 1897. In: CALASANS, José. (1984). Op. cit. p. 27.<br />

34


proce<strong>de</strong>ra. Frea<strong>do</strong> <strong>em</strong> Cansanção pelo general Fre<strong>de</strong>rico Solon Sampaio Ribeiro,<br />

comandante <strong>do</strong> 3º Distrito Militar, sob alegação <strong>de</strong> que a tropa não possuía víveres e<br />

água suficientes para marchar até Canu<strong>do</strong>s, Febrônio ficou cinquenta dias preso ao<br />

litígio missivista entre este general, o governa<strong>do</strong>r Luis Viana e o ministro da Guerra à<br />

época, general Dionísio Cerqueira, ex-combatente da Campanha <strong>do</strong> Paraguai. As<br />

altercações sobre quebra <strong>de</strong> hierarquia, civilismo versus militarismo e centralismo ou<br />

autonomia <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong>, <strong>de</strong>s<strong>em</strong>bocaram <strong>em</strong> um só lugar: primeiro, no afastamento <strong>do</strong><br />

general Solon Ribeiro; e, segun<strong>do</strong>, no re-início da marcha até Canu<strong>do</strong>s.<br />

Talvez o general Solon Ribeiro, genro <strong>de</strong> Eucly<strong>de</strong>s da Cunha, tivesse razão. De<br />

18 a 20 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1897, horas intercaladas <strong>de</strong> batalha na Serra <strong>do</strong> Cambaio e um<br />

resulta<strong>do</strong>: o major Febrônio concluiu que não po<strong>de</strong>ria sustentar a peleja; e, consultan<strong>do</strong><br />

a opinião <strong>do</strong>s oficiais que serviam sob seu coman<strong>do</strong>, resolveu pela retirada <strong>em</strong> direção a<br />

vila <strong>de</strong> Monte Santo, on<strong>de</strong> iria aguardar or<strong>de</strong>ns, requerer conselho <strong>de</strong> guerra e pedir<br />

qu<strong>em</strong> o substituísse na malsucedida expedição. 64<br />

Além da formação <strong>de</strong> piquetes entre os conselheiristas como estratégia <strong>de</strong><br />

guerra, o terreno só por eles conheci<strong>do</strong>, a extr<strong>em</strong>a corag<strong>em</strong> <strong>do</strong> povo <strong>do</strong> Belo Monte; a<br />

permanente falta <strong>de</strong> munição e a fome entre os solda<strong>do</strong>s republicanos foram alguns <strong>do</strong>s<br />

fatores elenca<strong>do</strong>s por Febrônio <strong>de</strong> Brito <strong>em</strong> ata lavrada, ainda no campo das operações,<br />

para explicar sua <strong>de</strong>rrota. Analisan<strong>do</strong> a estratégia conselheirista<br />

“... segun<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> indica, buscou [o conselheirista] atrair o inimigo para as proximida<strong>de</strong>s<br />

<strong>do</strong> arraial para daí infligir uma gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>rrota ao Exército, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> tê-lo enfraqueci<strong>do</strong><br />

na travessia <strong>do</strong> Cambaio. A vitória oficial aparente não passou <strong>de</strong> um estratag<strong>em</strong>a <strong>do</strong>s<br />

conselheiristas, que não tinham homens e, principalmente, armas suficientes para a luta<br />

aberta. O corpo-a-corpo só ocorreu <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> <strong>de</strong>bilitamento físico e psicológico <strong>do</strong><br />

Exército, on<strong>de</strong> o uso das trincheiras, naturais <strong>em</strong> sua maioria, e <strong>do</strong>s franco-atira<strong>do</strong>res<br />

serviam como importante el<strong>em</strong>ento <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste.” 65 [grifo nosso]<br />

Ante o <strong>de</strong>scalabro das tropas, o presi<strong>de</strong>nte da República <strong>em</strong> exercício, o médico<br />

baiano e professor Manoel Vitorino Pereira – irmão <strong>do</strong> diretor da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Medicina da Bahia à época, dr. Antônio Pacífico Pereira – nomeou o coronel paulista<br />

Antonio Moreira César para comandar a terceira expedição a Canu<strong>do</strong>s. A propósito,<br />

ver<strong>em</strong>os no próximo capítulo a relação entre médicos e o Esta<strong>do</strong>, entrelaça<strong>do</strong>s ao<br />

conflito trava<strong>do</strong> no interior da Bahia.<br />

1.4. O recru<strong>de</strong>scimento <strong>do</strong> cerco<br />

64 MILTON, Aristi<strong>de</strong>s A. (1979). Op. cit. p. 52.<br />

65 VILLA, Marco Antonio. (1995). Op. cit. p. 154.<br />

35


Entre 1869, então com 19 anos, e 1892, com 42 anos, Antonio Moreira César<br />

recebera diversas patentes <strong>de</strong>ntro da corporação militar. Alferes-aluno, alferes, capitão,<br />

tenente-coronel e, por fim, coronel, <strong>em</strong> 1892. Sua reputação – sobretu<strong>do</strong> na atuação da<br />

Revolução Fe<strong>de</strong>ralista no Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul e na Revolta da Armada no Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

na primeira atuan<strong>do</strong> ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> grupo castilhista e, na segunda, aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ao marechal<br />

Floriano Peixoto – <strong>de</strong>veu-se às <strong>de</strong>golas praticadas nas batalhas campais por on<strong>de</strong><br />

passara, <strong>de</strong>sta forma metamorfoseou-se como herói da República.<br />

Conforme estu<strong>do</strong> biográfico sobre Antonio Moreira César, no momento <strong>do</strong> seu<br />

<strong>de</strong>s<strong>em</strong>barque <strong>em</strong> Salva<strong>do</strong>r, <strong>em</strong> 06 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1897, alguns populares curiosos se<br />

prontificaram no porto para receber os hóspe<strong>de</strong>s <strong>de</strong> farda, mas foram inesperadamente<br />

‘convoca<strong>do</strong>s’ pelo coronel a carregar nas costas as bagagens e apetrechos <strong>de</strong> campanha;<br />

os casos <strong>de</strong> recusa, foram esbor<strong>do</strong>a<strong>do</strong>s a pranchadas.<br />

Nas palavras <strong>de</strong> Oleone Coelho Fontes, naquele mesmo dia, no Arsenal da<br />

Marinha, o coronel or<strong>de</strong>nou que o serviço <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga fosse feito pela tripulação <strong>do</strong><br />

saveiro apinha<strong>do</strong> <strong>de</strong> material bélico e não por seus solda<strong>do</strong>s. Todavia, mais uma recusa,<br />

e mais uma sessão <strong>de</strong> pranchadas, o que gerou uma série <strong>de</strong> protestos por parte <strong>do</strong>s que<br />

foram castiga<strong>do</strong>s. 66 Desta forma, a tônica pre<strong>do</strong>minante <strong>do</strong> baluarte arma<strong>do</strong> da<br />

República era o uso <strong>de</strong>senfrea<strong>do</strong> da violência, fosse no litoral ou no sertão, foss<strong>em</strong> eles<br />

conselheiristas ou não.<br />

O coronel comandava 1200 homens, sen<strong>do</strong> 700 <strong>de</strong> infantaria, arma<strong>do</strong>s a fuzil<br />

Mannlicher, um esquadrão <strong>de</strong> cavalaria, bateria <strong>de</strong> artilheiros com quatro canhões krupp<br />

<strong>de</strong> 7,5 cm, um comboio a cargo <strong>de</strong> 200 praças <strong>de</strong> polícia da Bahia, armadas, estas, a<br />

fuzil comblain, além <strong>de</strong> corpo médico (2 capitães), estratégico (2 engenheiros) e uma<br />

milícia composta “s<strong>em</strong> a robustez necessária para o serviço militar, pela falta <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento e pouca ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> outros.... 67 Se noviços, por conseguinte,<br />

inexperientes. Mais sobre este assunto (faixa etária <strong>do</strong>s praças) consta que, – numa<br />

comunicação escrita pelo general Artur Oscar <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> Guimarães e dirigida ao<br />

marechal Carlos Macha<strong>do</strong> Bittencourt (ministro da guerra), datada <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong><br />

1897 – quan<strong>do</strong> da marcha <strong>do</strong>s solda<strong>do</strong>s <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s, muitos ali eram principiantes no<br />

uso e manejos das armas. 68<br />

66<br />

FONTES, Oleone Coelho. O Tr<strong>em</strong>e-terra – Moreira César, a República e Canu<strong>do</strong>s. 2ª edição. Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro: Editora Vozes, 1996. p. 33.<br />

67<br />

BENÍCIO, Manoel. (1997). Op. cit. p. 125 e 126.<br />

68<br />

RMG – 1898. p. 2.<br />

36


O historia<strong>do</strong>r Jorge Prata <strong>de</strong> Souza, ao estudar a qualida<strong>de</strong> da saú<strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />

recruta<strong>do</strong>s à Campanha <strong>do</strong> Paraguai através <strong>do</strong>s mapas <strong>de</strong> inspeção <strong>do</strong>s médicos da<br />

Marinha, revela-nos, igualmente, mais informações a respeito da ida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s alista<strong>do</strong>s à<br />

linha <strong>de</strong> fogo. O autor menciona que “quanto a faixa etária, <strong>do</strong>s 940 inspeciona<strong>do</strong>s,<br />

havia praças <strong>de</strong> 9 a 60 anos, entretanto, a concentração etária estava entre 15 e 29<br />

anos...” 69<br />

Vinte e sete anos após o conflito <strong>do</strong> Prata, mais enfermarias na capital baiana e,<br />

<strong>de</strong>ste mo<strong>do</strong>, mais informações sobre os jovens recém chega<strong>do</strong>s aos quartéis. O gráfico<br />

abaixo representa três mapas das enfermarias montadas pelos professores da Faculda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Medicina da Bahia durante a luta no arraial <strong>do</strong> Conselheiro: a primeira contou com<br />

32 entra<strong>do</strong>s; a segunda, 132 e, a última, 29. Dentre os feri<strong>do</strong>s por arma <strong>de</strong> fogo e<br />

<strong>do</strong>entes, notamos que, apesar da distancia contextual entre Paraguai e Canu<strong>do</strong>s, a<br />

concentração etária pouco se modificara.<br />

Entre 15 e 20 anos<br />

Entre 21 e 25 anos<br />

Entre 26 e 30 anos<br />

Entre 31 e 35 anos<br />

Acima <strong>de</strong> 36 anos<br />

Gráfico – 1<br />

FAIXA ETÁRIA DOS COMBATENTES<br />

ENFERMARIA LOUIS PASTEUR -<br />

faixa etária <strong>do</strong>s combatentes<br />

31%<br />

38%<br />

9%<br />

0%<br />

44%<br />

16%<br />

6ª ENFERMARIA DO MOSTEIRO DE SÃO<br />

BENTO - faixa etária <strong>do</strong>s combatentes<br />

44%<br />

ENFERMARIA CLAUDE BERNARD - faixa<br />

etária <strong>do</strong>s combatentes<br />

14% 0%<br />

48%<br />

12% 9%<br />

11%<br />

24%<br />

Entre 15 e 20 anos<br />

Entre 21 e 25 anos<br />

Entre 26 e 30 anos<br />

Entre 31 e 35 anos<br />

Acima <strong>de</strong> 36 anos<br />

Entre 15 e 20 anos<br />

Entre 21 e 25 anos<br />

Entre 26 e 30 anos<br />

Entre 31 e 35 anos<br />

Acima <strong>de</strong> 35 anos<br />

69 SOUZA, Jorge Prata <strong>de</strong>. As condições sanitárias e higiênicas durante a Guerra <strong>do</strong> Paraguai. In:<br />

NASCIMENTO, Dilene Raimun<strong>do</strong> <strong>do</strong>; & CARVALHO, Diana Maul <strong>de</strong>. <strong>Uma</strong> história brasileira das<br />

<strong>do</strong>enças. DF-Brasília: Edição Paralelo 15, 2004. p. 58.<br />

37


Volt<strong>em</strong>os à saga <strong>do</strong> “corta-cabeças”. De Salva<strong>do</strong>r, passan<strong>do</strong> pela vila <strong>de</strong><br />

Queimadas e com <strong>de</strong>stino à vila <strong>de</strong> Monte Santo, na manhã <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> fevereiro, o coronel<br />

Moreira César foi acometi<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma convulsão epiléptica. Não obstante, o coronel<br />

retomou a marcha. Seguin<strong>do</strong> viag<strong>em</strong>, “quatro dias <strong>de</strong>pois, rumo a Canu<strong>do</strong>s, um novo<br />

ataque <strong>de</strong> epilepsia, mais violento que o primeiro, obrigou o coronel a um repouso.” 70<br />

Deslocan<strong>do</strong> suas tropas <strong>em</strong> jornadas curtas, longos <strong>de</strong>scansos e nada <strong>de</strong><br />

precipitação, o “tr<strong>em</strong>e-terra” chegara ao Rancho <strong>do</strong> Vigário, localiza<strong>do</strong> a <strong>de</strong>zenove<br />

quilômetros <strong>do</strong> Belo Monte. Por crer na supr<strong>em</strong>acia <strong>de</strong> sua tropa e, consequent<strong>em</strong>ente,<br />

ignorar os motivos <strong>do</strong> fracasso das expedições anteriores, or<strong>de</strong>nou o bombar<strong>de</strong>io <strong>do</strong><br />

arraial na manhã <strong>de</strong> 03 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1897. Após algumas horas <strong>de</strong> combate e com<br />

insignificantes conquistas <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> arraial, Moreira César caiu feri<strong>do</strong> na estrada <strong>de</strong><br />

Ger<strong>em</strong>oabo, seriam, pouco mais ou menos, três horas da tar<strong>de</strong>. 71 Sua morte no dia<br />

seguinte, para alguns, projetara-se, analogicamente, na morte da República.<br />

O impacto da <strong>de</strong>rrubada <strong>do</strong> coronel na batalha campal abalara o moral das tropas<br />

<strong>de</strong> tal forma que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a intelligentsia à solda<strong>de</strong>sca, to<strong>do</strong>s caíram <strong>em</strong> <strong>de</strong>bandada<br />

procuran<strong>do</strong> qualquer lugar que não fosse perto <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s. Cumbe [atual município <strong>de</strong><br />

Eucli<strong>de</strong>s da Cunha], Monte Santo, Queimadas e Cansanção recebiam militares <strong>em</strong> ritmo<br />

<strong>de</strong> retirada porque<br />

“Quan<strong>do</strong> seu César pen<strong>de</strong>u<br />

E Tamarin<strong>do</strong> caiu<br />

Só não fugiu qu<strong>em</strong> morreu<br />

Só não morreu qu<strong>em</strong> fugiu.” 72<br />

Diante <strong>do</strong> fracasso da terceira expedição, a cida<strong>de</strong>la <strong>do</strong> Conselheiro e seu povo,<br />

agora saía, respeitan<strong>do</strong> as arestas, <strong>de</strong> um âmbito regional para um nacional. Estudan<strong>do</strong><br />

alguns jornais <strong>do</strong> Recife que narravam a contenda no calor da hora, Fre<strong>de</strong>rico<br />

Pernambucano <strong>de</strong> Mello traze-nos alguns el<strong>em</strong>entos das estratégias <strong>de</strong> guerra <strong>do</strong> la<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>s segui<strong>do</strong>res <strong>do</strong> peregrino:<br />

“Quatro <strong>de</strong>stas merec<strong>em</strong> transcrição aqui: 1 – atacada a artilharia, matavam logo os<br />

animais que a puxavam, o mesmo ocorren<strong>do</strong> com os que tracionavam os carros <strong>do</strong><br />

comboio <strong>de</strong> abastecimento; 2 – a disposição tática se dava <strong>em</strong> pequenos grupos <strong>de</strong><br />

combatentes, operan<strong>do</strong> com uma distância mínima <strong>de</strong> 12 metros entre cada uma <strong>de</strong> tais<br />

unida<strong>de</strong>s coletivas; 3 – além <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio completo <strong>do</strong> manejo <strong>de</strong> armas antigas e<br />

mo<strong>de</strong>rnas, faziam perfeitamente a linha <strong>de</strong> atira<strong>do</strong>res, <strong>de</strong>smanchan<strong>do</strong> e crian<strong>do</strong><br />

70 VILLA, Marco Antonio. (1995). Op. cit. p. 158.<br />

71 MILTON. Aristi<strong>de</strong>s. (1979). Op. cit. 72,<br />

72 MELLO, Fre<strong>de</strong>rico Pernambucano <strong>de</strong>. (2007). Op. cit. p. 132. Ver nota na página 145 da obra.<br />

38


formações ao som <strong>do</strong> apito <strong>de</strong> cabecilhas; 4 – na retirada, <strong>de</strong>spiam os solda<strong>do</strong>s mortos e,<br />

vesti<strong>do</strong>s com as fardas, entravam no meio da força, estabelecen<strong>do</strong> maior confusão.” 73<br />

Como represália ao fantasma monarquista, jornais foram saquea<strong>do</strong>s, os<br />

bacharéis se inquietaram, reuniões foram organizadas e os coronéis <strong>do</strong>s sertões caíram<br />

<strong>em</strong> profun<strong>do</strong> <strong>de</strong>sespero. Essas foram algumas das repercussões ocorridas após a<br />

<strong>de</strong>rrocada da expedição Moreira César. Se não mais uma expressão exagerada <strong>de</strong> nossa<br />

parte, as autorida<strong>de</strong>s políticas e militares entraram <strong>em</strong> pânico generaliza<strong>do</strong>, pois a<br />

“guerra, a longevida<strong>de</strong> da campanha, a resistência heróica, o apoio popular <strong>em</strong> gran<strong>de</strong><br />

parte <strong>do</strong> sertão e uma vivência concreta da fé transformaram o arraial funda<strong>do</strong> por<br />

Antonio Conselheiro <strong>em</strong> verda<strong>de</strong>iro enigma.” 74<br />

O tenente Henrique Duque-Estrada <strong>de</strong> Mace<strong>do</strong> Soares, não test<strong>em</strong>unha ocular da<br />

terceira expedição, mas da quarta, apontara <strong>em</strong> seu livro que o aniquilamento das forças<br />

às or<strong>de</strong>ns <strong>do</strong> coronel Moreira César, produziu gran<strong>de</strong> estron<strong>do</strong> no país. Seguin<strong>do</strong> a<br />

narrativa <strong>do</strong> militar, “Canu<strong>do</strong>s, naquela época, constituía o espantalho geral e os mais<br />

inverossímeis boatos fervilhavam sobre sua fortaleza, o número <strong>de</strong> fanáticos e os seus<br />

intuitos.” 75<br />

No que se refere às repercussões da <strong>de</strong>rrota <strong>do</strong> coronel e o transcorrer da guerra,<br />

os jornais trataram <strong>de</strong> apavorar e estigmatizar a opinião pública ao <strong>de</strong>senhar os bárbaros<br />

<strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s. Ao mesmo t<strong>em</strong>po construía a idéia da república ameaçada, en<strong>do</strong>ssan<strong>do</strong><br />

ainda mais as arbitrarieda<strong>de</strong>s perpetradas pelas forças militares que, para o interior da<br />

Bahia marchavam,<br />

“..., a República inaugurava um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> institucional, viradas súbitas,<br />

fechamentos <strong>de</strong> Congresso, golpes e contragolpes, esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> sítio, banimentos para o<br />

exílio, férrea censura à imprensa, arbitrarieda<strong>de</strong>s, prisões s<strong>em</strong> hábeas-corpus,<br />

fuzilamentos sumários <strong>de</strong> dissi<strong>de</strong>ntes, etc. A elite militar comandava o processo: <strong>em</strong><br />

esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> pré-sublevação, e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Guerra <strong>do</strong> Paraguai, passara, pela primeira vez <strong>em</strong><br />

nossa história, mas infelizmente não pela última, a dar as cartas <strong>em</strong> política.” 76<br />

O volume da Campanha esten<strong>de</strong>u-se das folhas <strong>do</strong>s jornais, das cartas entre<br />

políticos e coronéis, das atas <strong>do</strong> Exército, <strong>do</strong>s relatórios da Igreja a uma instituição<br />

científica: a Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina e Farmácia da Bahia, porque “se todas as<br />

73 I<strong>de</strong>m. p. 135.<br />

74 VILLA, Marco Antonio. (1995). Op. cit. p. 230.<br />

75 SOARES, Henrique Duque-Estrada <strong>de</strong> Mace<strong>do</strong>. A guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s. 3ª edição. Rio <strong>de</strong> Janeiro:<br />

Instituto Nacional <strong>do</strong> Livro. Philobiblion / Pró-M<strong>em</strong>ória, 1985. p. 48.<br />

76 GALVÃO, Walnice Nogueira. O Império <strong>do</strong> Belo Monte – vida e morte no sertão <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s. São<br />

Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2001. p. 78 e 79.<br />

39


instituições são focos <strong>de</strong> incêndio” 77 , esta não po<strong>de</strong>ria manter-se equidistante <strong>do</strong>s fatos<br />

ocorri<strong>do</strong>s na região <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s.<br />

A FMB (Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia), centro acadêmico-científico, e <strong>de</strong>ste<br />

mo<strong>do</strong>, intelectual da Bahia durante to<strong>do</strong> o século XIX, esteve presente <strong>em</strong> momentos<br />

singulares na história da região e <strong>do</strong> Brasil. Envolveu-se politicamente <strong>em</strong> assuntos<br />

como In<strong>de</strong>pendência, Abolição e Proclamação da República. Enviou professores e<br />

estudantes ao conflito <strong>front</strong>eiriço da Bacia <strong>do</strong> Prata quan<strong>do</strong> da Guerra da Tríplice<br />

Aliança e, algumas décadas <strong>de</strong>pois, à região <strong>do</strong> sertão: “durante a Campanha <strong>de</strong><br />

Canu<strong>do</strong>s (1896-1897), algumas enfermarias da Faculda<strong>de</strong> foram transformadas <strong>em</strong><br />

“enfermarias <strong>de</strong> sangue”, para receber os feri<strong>do</strong>s provenientes da frente <strong>de</strong> batalha no<br />

sertão baiano, para on<strong>de</strong> também seguiram professores e estudantes <strong>de</strong> Medicina.” 78<br />

Para Wálney da Costa Oliveira, a dimensão da região <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s, esgarça-se,<br />

sain<strong>do</strong> <strong>do</strong> plano geomorfológico euclidiano ao entrar num espaço historiciza<strong>do</strong>. Para o<br />

autor, uma alternativa para estudar a região <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s, po<strong>de</strong>ria passar pela <strong>de</strong>limitação<br />

das áreas on<strong>de</strong> se verificam articulações e conflitos... 79 . Por isso, como se comportar –<br />

sen<strong>do</strong> um centro <strong>de</strong> intelectuais <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque – numa guerra no final <strong>do</strong> século XIX, com<br />

seus médicos e acadêmicos, visto que a medicina é uma estratégia bio-política quase<br />

que onipresente <strong>em</strong> assuntos sociais? Qual o papel <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penha<strong>do</strong> na guerra pela<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>do</strong> Terreiro <strong>de</strong> Jesus se “a mais nobre aspiração <strong>do</strong> médico é ver por si<br />

coroada a sua profissão com lisongeiros resulta<strong>do</strong>s. <strong>Uma</strong> vez <strong>em</strong> face <strong>de</strong> uma entida<strong>de</strong><br />

mórbida e to<strong>do</strong> o seu afan disgnostical-a, e é por ahí que elle <strong>de</strong>ve começar a colher<br />

mais um matiz para realçar o esmalte <strong>do</strong> dia<strong>de</strong>ma das ciências medicas” 80 ?<br />

As <strong>do</strong>enças e as epi<strong>de</strong>mias que acometeram civis e militares no <strong>de</strong>correr das<br />

quatro expedições, as feridas por armas <strong>de</strong> fogo, as necessida<strong>de</strong>s e angústias <strong>de</strong> toda<br />

or<strong>de</strong>m... Até que ponto a ciência <strong>do</strong> progresso da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia daria<br />

respostas para um mun<strong>do</strong> <strong>em</strong> infinitas interrogações sobre seu <strong>de</strong>stino? O t<strong>em</strong>po urgia e,<br />

ao que nos parece, atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong>veriam ser tomadas.<br />

“Entre 1896 e 1897, perío<strong>do</strong> <strong>em</strong> que se <strong>de</strong>senrolou a Guerra, milhares <strong>de</strong> solda<strong>do</strong>s<br />

foram atendi<strong>do</strong>s pelos médicos baianos (certamente não só os baianos), nos hospitais <strong>de</strong><br />

sangue monta<strong>do</strong>s no cenário da luta. (...) O horror da guerra revelava a fragilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />

77 LUZ, Ma<strong>de</strong>l Therezinha. As instituições médicas no Brasil – instituições e estratégia <strong>de</strong> heg<strong>em</strong>onia. 3ª<br />

edição. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Edições Graal, 1986. p. 10.<br />

78 RIBEIRO, Marcos Augusto Pessoa. A Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia na visão <strong>de</strong> seus m<strong>em</strong>orialistas<br />

– 1854 – 1924. Bahia: EDUFBA, 1997. p. 16 e 17.<br />

79 OLIVERIA, Wálney da Costa. (2000). Op. cit. p. 34.<br />

80 BRITTO, Eduar<strong>do</strong>. Hypo<strong>em</strong>ia Interpropical. 1897. p. 30. In: AFMB – THESES. Código da tese: 097 –<br />

E. Mais informações sobre o autor, ver material <strong>em</strong> anexo.<br />

40


nossos médicos, o <strong>de</strong>spreparo <strong>do</strong>s estudantes, que encontravam no espírito abnega<strong>do</strong> a<br />

alternativa para o fracasso e insucesso. (...) Não foram poucos os casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>serção <strong>de</strong><br />

médicos; alguns <strong>de</strong>sapareceram para s<strong>em</strong>pre.” 81<br />

Fracasso, insucesso, <strong>de</strong>spreparo e fragilida<strong>de</strong>. O registro <strong>de</strong> Venétia Rios nos<br />

convida a olhar para os corre<strong>do</strong>res da FMB no momento da explosão da guerra e tentar<br />

perceber como os médicos e alunos proce<strong>de</strong>ram ante os milhares <strong>de</strong> combali<strong>do</strong>s que nas<br />

enfermarias davam entrada. Antes <strong>de</strong> mergulhar nosso estu<strong>do</strong> na passag<strong>em</strong> da<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>do</strong> Terreiro <strong>de</strong> Jesus pela luta sertaneja, se faz necessário, expor<br />

<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s fragmentos urbano-sanitários da capital que recebeu mortos e feri<strong>do</strong>s<br />

oriun<strong>do</strong>s da quadra conflagrada.<br />

1.5. Os combatentes que chegavam<br />

Imag<strong>em</strong> – 2:<br />

A CHEGADA DOS SOLDADOS FERIDOS NA ESTAÇÃO DA CALÇADA<br />

FONTE: GAUDENZI, Trípoli Francisco Britto. M<strong>em</strong>orial <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s. BA: Secretaria <strong>de</strong><br />

Cultura e Turismo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> da Bahia. Fundação Cultural <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> da Bahia, 1996. p. 124 e 125.<br />

Pela ponta <strong>do</strong> pincel <strong>do</strong> artista baiano Trípoli Gauzendi, corriam os primeiros<br />

dias daquele agosto <strong>de</strong> 1897. Alguns militares convalescentes, outros à beira da morte e<br />

ainda os <strong>de</strong>sertores, <strong>de</strong>sciam na Estação da Calçada. Ali chegavam os expedicionários<br />

das mais diversas patentes e <strong>do</strong>s varia<strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s brasileiros envolvi<strong>do</strong>s na Campanha.<br />

81 RIOS, Venétia Duran<strong>do</strong> Braga. Entre a vida e a morte: médicos, medicina e medicalização na cida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> Salva<strong>do</strong>r (1860-1880). Bahia: UFBA – Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Filosofia e Ciências Humanas. (Dissertação <strong>de</strong><br />

Mestra<strong>do</strong>). 2001. p. 12 e 13.<br />

41


Mais <strong>de</strong> quatrocentos quilômetros eram percorri<strong>do</strong>s entre Canu<strong>do</strong>s e Salva<strong>do</strong>r e,<br />

pelo caminho, havia rastros epidêmicos significativos. São perceptíveis, sobretu<strong>do</strong> na<br />

imprensa da época, as passagens no que diz respeito ao esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> das tropas<br />

republicanas e as condições sanitárias <strong>do</strong>s Hospitais <strong>de</strong> Sangue monta<strong>do</strong>s na quadra <strong>de</strong><br />

operações. O capitão Manoel Benício, responsável por matérias alarmantes e<br />

informações consi<strong>de</strong>radas políticas e militarmente inconvenientes pelo general Arthur<br />

Oscar <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> Guimarães, enviava ao periódico carioca Jornal <strong>do</strong> Comércio a 07 <strong>de</strong><br />

julho o seguinte pesar:<br />

“Estou cansa<strong>do</strong>, estou <strong>do</strong>ente. O meu estômago, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às águas horríveis que bebi<br />

durante longas s<strong>em</strong>anas, a alimentação, a carne <strong>de</strong> bo<strong>de</strong> e <strong>de</strong> vaca que ingeri s<strong>em</strong> sal e<br />

s<strong>em</strong> farinha durante s<strong>em</strong>anas longas, t<strong>em</strong> contorções <strong>de</strong> cascavel ou coivara e pesa-me<br />

como uma chapa <strong>de</strong> chumbo. Pe<strong>de</strong> água e rejeita-a <strong>de</strong>pois. Sente-se débil e repugna a<br />

comida. À noite tenho febre e <strong>de</strong>sperto com uma secura intolerável.” 82<br />

Canu<strong>do</strong>s, Monte Santo, Cansanção e Queimadas tornavam-se, paulatinamente,<br />

os focos das mais díspares infecções. Entre 17 e 19 <strong>de</strong> agosto, o capitão Fávila Nunes,<br />

na incumbência <strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>nte da Gazeta <strong>de</strong> Notícias <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, <strong>de</strong>stacava a<br />

permanência <strong>do</strong> beribéri entre as tropas e, ainda, mais um agravante, “diz<strong>em</strong> haver<br />

feri<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma vala, cujos ferimentos estão cobertos <strong>de</strong> bicho por falta <strong>de</strong><br />

recursos médicos, que agora vão <strong>em</strong> proporções mo<strong>de</strong>stas, pois as ambulâncias são<br />

bastante mesquinhas.” 83<br />

Especificamente no que toca aos variolosos, são freqüentes as notas nos jornais<br />

evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> o peso <strong>de</strong>sta epi<strong>de</strong>mia na linha <strong>de</strong> fogo. Em carta ao periódico<br />

soteropolitano Jornal <strong>de</strong> Notícias, datada <strong>de</strong> 07 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro, o jornalista Lélis Pieda<strong>de</strong>,<br />

junto à enfermaria localizada <strong>em</strong> Cansanção, alegava ser “custoso estar-se num quarto<br />

<strong>em</strong> que está um varioloso. Fe<strong>de</strong> a cães mortos. (...) Uns morr<strong>em</strong> extenua<strong>do</strong>s pela<br />

moléstia, outros <strong>de</strong>ixam-se ficar a espera <strong>de</strong> qu<strong>em</strong> os socorra.” 84 O mesmo jornalista,<br />

<strong>em</strong> comunicação <strong>de</strong> 09 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro, encaminhada ao secretário <strong>de</strong> segurança pública <strong>do</strong><br />

esta<strong>do</strong> da Bahia, Felix Gaspar <strong>de</strong> Barros <strong>de</strong> Almeida, enviava a informação ao jornal <strong>de</strong><br />

que a epi<strong>de</strong>mia prostrara os praças tanto <strong>em</strong> Monte Santo e quanto <strong>em</strong> Queimadas. 85<br />

A conclusão <strong>do</strong> texto <strong>de</strong> Lélis Pieda<strong>de</strong> parece-nos simbólica ante o alcance da<br />

varíola no campo <strong>de</strong> guerra: “Por que a terrível epi<strong>de</strong>mia não auxilia a <strong>de</strong>struição <strong>do</strong>s<br />

82<br />

GALVÃO, Walnice Nogueira (org.). Op. cit. p. 319.<br />

83<br />

I<strong>de</strong>m. p. 151 e 152.<br />

84<br />

I<strong>de</strong>m. p. 356. Ver também PIEDADE, Lélis (Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r). (2002). Op. cit. p. 168.<br />

85 I<strong>de</strong>m. p. 364.<br />

42


jagunços <strong>em</strong> seu quartel negro?” 86 Lélis Pieda<strong>de</strong> almejava que a <strong>do</strong>ença chegasse aos<br />

conselheiristas, como po<strong>de</strong>mos notar, centrava-se na “febre contínua, na <strong>do</strong>r <strong>do</strong> corpo,<br />

garganta e peitos comprometi<strong>do</strong>s, respiração fragmentada e profun<strong>do</strong> mal-estar” 87 . Aqui<br />

a <strong>do</strong>ença encontrou a dimensão <strong>do</strong> projétil. Esta epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong>veria ter a mesma<br />

intensida<strong>de</strong> da mata<strong>de</strong>ira. Seu espectro no palco <strong>de</strong> operações tornar-se-ia mais uma<br />

artilharia <strong>de</strong> Campanha contra o povo <strong>do</strong> Conselheiro, mas afastava milhares <strong>de</strong><br />

solda<strong>do</strong>s da linha <strong>de</strong> fogo.<br />

Além da imprensa, há nas páginas <strong>do</strong> Histórico e Relatório <strong>do</strong> Comitê Patriótico<br />

da Bahia, – que “congregou um grupo <strong>de</strong> cidadãos baianos como profissionais liberais,<br />

representantes das igrejas cristãs, <strong>em</strong>presários <strong>de</strong> diversos ramos produtivos, da<br />

imprensa e <strong>do</strong>s vários setores organiza<strong>do</strong>s da população” 88 – inúmeras passagens no que<br />

diz respeito aos milhares <strong>de</strong> mefíticos que caminhavam <strong>em</strong> direção ao Terreiro <strong>de</strong> Jesus<br />

e suas cercanias.<br />

No final <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> agosto – acompanha<strong>do</strong> por uma comitiva formada pelos<br />

estudantes <strong>de</strong> medicina Domingos Firmino Pinheiro e Re<strong>do</strong>mark Simfrônio; pelos freis<br />

Jerônimo <strong>de</strong> Montefiore, Gabriel Kro<strong>em</strong>er, Pedro Sinzig e pelo médico, dr. Henrique<br />

Chenaud – o redator <strong>do</strong> Relatório, o jornalista e farmacêutico Lelís Pieda<strong>de</strong>, partira <strong>em</strong><br />

direção à região <strong>de</strong> Queimadas (trezentos e <strong>de</strong>zenove quilômetros <strong>de</strong> Salva<strong>do</strong>r e cento e<br />

noventa e cinco <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s) com o intuito <strong>de</strong> prestar os mais varia<strong>do</strong>s serviços aos<br />

feri<strong>do</strong>s da guerra. De acor<strong>do</strong> com a gravida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ferimento, alguns <strong>do</strong>s combatentes<br />

ficariam ali naquela vila e outros rumariam para a capital.<br />

A enfermaria <strong>do</strong> Comitê Patriótico, que aten<strong>de</strong>u militares e, posteriormente,<br />

civis, fora montada na região <strong>de</strong> Cansanção no transcorrer da primeira quinzena <strong>de</strong><br />

set<strong>em</strong>bro (ver mapa no Capítulo III). Este <strong>de</strong>slocamento <strong>do</strong> Comitê à região próxima a<br />

Canu<strong>do</strong>s, ao que nos parece, está liga<strong>do</strong> às limitações <strong>de</strong> pessoal e material <strong>do</strong>s<br />

hospitais <strong>de</strong> sangue <strong>de</strong> Queimadas, Monte Santo e Canu<strong>do</strong>s, to<strong>do</strong>s estrutura<strong>do</strong>s por<br />

médicos militares.<br />

As unida<strong>de</strong>s ali instaladas não suportaram a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> feri<strong>do</strong>s, pois há indícios<br />

sobre a carência <strong>de</strong> atendimento médico no Relatório <strong>do</strong> Ministério da Guerra indican<strong>do</strong><br />

a movimentação <strong>de</strong> feri<strong>do</strong>s para outras enfermarias: “<strong>de</strong> 1 <strong>de</strong> julho a 24 <strong>de</strong> outubro <strong>do</strong><br />

86 GALVÃO, Walnice Nogueira (org.). Op. cit. p. 364.<br />

87 MICHEAU, Françoise. A ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ouro da medicina árabe. In: LE GOFF, Jacques (apresentação). As<br />

<strong>do</strong>enças têm história. Lisboa: TERRAMAR Editores, 1985. p. 70.<br />

88 GUERRA, Sérgio. O Relatório <strong>do</strong> Comitê Patriótico como fonte histórica fundamental. In: PIEDADE,<br />

Lélis (Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r). (2002). Op. cit. p. 31.<br />

43


anno fin<strong>do</strong> foi este o movimento <strong>do</strong>s <strong>do</strong>entes trata<strong>do</strong>s no hospital <strong>de</strong> Monte Santo:<br />

Entraram 4.193; sahiram cura<strong>do</strong>s 378; falleceram 220; existiam 25; foram transferi<strong>do</strong>s<br />

para outros hospitaes 3.570.” 89<br />

A 13 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro, sete dias <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> sua chegada <strong>em</strong> Cansanção, o secretário<br />

<strong>do</strong> Comitê via, diante <strong>de</strong> seus olhos, cinco carretas <strong>de</strong> feri<strong>do</strong>s. Ainda sob o impacto que<br />

lhe causara esta <strong>de</strong>solada comitiva, registrou da forma que se segue: “famintos, olhos<br />

encova<strong>do</strong>s, uns gotejan<strong>do</strong> pus, outros trôpegos, um ban<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgraça<strong>do</strong>s enfim, que<br />

pareciam já persegui<strong>do</strong>s pela morte, eram os solda<strong>do</strong>s que recebíamos.” 90 Num total <strong>de</strong><br />

57 <strong>do</strong>entes, ali estavam <strong>de</strong>s<strong>de</strong> feri<strong>do</strong>s por armas <strong>de</strong> fogo e mais outra gama: beribéricos,<br />

cirróticos, tuberculosos, coquelúchicos, sifilíticos, reumáticos, variolosos, cardíacos e<br />

alguns quase cegos.<br />

É relevante comentar que, ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que o Comitê Patriótico olhara<br />

os milicianos feri<strong>do</strong>s e a<strong>do</strong>eci<strong>do</strong>s <strong>em</strong> Campanha, tornara-se, concomitante a isso,<br />

“figura principal <strong>de</strong> amparo aos belomontenses, e na gran<strong>de</strong> tribuna <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong>s seus<br />

órfãos, viúvas e prisioneiros no pós-guerra, <strong>de</strong>nuncian<strong>do</strong> os maus tratos, infâmias e<br />

covardias a que são submeti<strong>do</strong>s, aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>s pelas estradas, vendi<strong>do</strong>s como novos<br />

escravos ou leva<strong>do</strong>s como “troféus <strong>de</strong> guerra”.” 91<br />

Voltan<strong>do</strong> à imprensa. Fome e seca também entraram na diagramação <strong>do</strong>s jornais<br />

que acompanhavam a refrega travada no sertão baiano. “Atualmente t<strong>em</strong><strong>em</strong>os mais a<br />

fome <strong>do</strong> que os próprios jagunços... o pior inimigo com que lutamos aqui é a fome...” 92<br />

Assim chegavam à capital as notícias pelo jornal soteropolitano Diário <strong>de</strong> Notícias entre<br />

os dias 24 e 26 <strong>de</strong> agosto daquele ano <strong>de</strong> 1897, isto é, lançava à opinião pública os<br />

<strong>de</strong>stroços da guerra.<br />

O cenário estarrece<strong>do</strong>r projeta<strong>do</strong> pelos jornais, foss<strong>em</strong> eles da capital fe<strong>de</strong>ral, <strong>de</strong><br />

São Paulo ou <strong>do</strong>s arre<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Terreiro <strong>de</strong> Jesus, paulatinamente materializava-se na<br />

capital <strong>do</strong>s baianos. Suas páginas agora assaltavam as ruas da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma nítida e<br />

preocupante para a população que ali habitava. Assim, Salva<strong>do</strong>r nos parece, ao menos<br />

na última década da segunda meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século XIX, uma urbe que, apesar <strong>de</strong> banhada<br />

pelo mar, ardia <strong>em</strong> chamas.<br />

89<br />

RMG – 1898. Op. cit. p. 33. Também disponível <strong>em</strong>: http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u2238/000041.html<br />

Acesso: 10/08/2008.<br />

90<br />

PIEDADE, Lélis (Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r). (2002). Op. cit. 185.<br />

91<br />

GUERRA, Sérgio. (2002). Op. cit. p. 32.<br />

92<br />

GALVÃO, Walnice Nogueira (org.). Op. cit. p. 122 e 124.<br />

44


1.6. A Salva<strong>do</strong>r que acolhia os combali<strong>do</strong>s<br />

Acometi<strong>do</strong>s pelas mais diversas afecções, os militares eram recebi<strong>do</strong>s por uma<br />

Salva<strong>do</strong>r <strong>em</strong> que o “dia-a-dia <strong>do</strong> povo era atormenta<strong>do</strong> pelos espectros <strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>prego,<br />

da fome, da <strong>do</strong>ença e da morte.” 93 Mergulhada na estagnação financeira e <strong>de</strong>stacada<br />

crise política, a capital <strong>do</strong>s baianos atravessara o século XIX marcada pela reduzida<br />

atenção das autorida<strong>de</strong>s públicas no que diz respeito aos esforços <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s à saú<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

sua população e uma limitada estrutura sanitária. Fosse na cida<strong>de</strong> alta ou na cida<strong>de</strong><br />

baixa, no centro administrativo da Sé ou no troca-troca <strong>do</strong> porto, lixos e <strong>de</strong>tritos eram<br />

atira<strong>do</strong>s nas calçadas, comprometen<strong>do</strong> a higiene local e abrin<strong>do</strong> caminho para as mais<br />

distintas <strong>do</strong>enças infecto-contagiosas. 94<br />

A varíola, que atravessara o esta<strong>do</strong> da Bahia no ano da guerra, levava à morte<br />

33,89 <strong>em</strong> cada c<strong>em</strong> <strong>do</strong>entes só na capital. 95 Ainda nas palavras <strong>do</strong> historia<strong>do</strong>r baiano,<br />

“As condições sanitárias da cida<strong>de</strong> eram extr<strong>em</strong>amente precárias e refletidas na gran<strong>de</strong><br />

incidência <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças transmissíveis como a tuberculose, a varíola, a peste bubônica, a<br />

febre amarela e o impaludismo, que grassavam <strong>em</strong> caráter epidêmico. Daí resultavam as<br />

altas taxas <strong>de</strong> óbitos, associáveis também a outras moléstias. A gripe e a disenteria fazia<br />

muitas vítimas. O coeficiente <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> infantil foi particularmente eleva<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />

to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> [Primeira República], graças aos altos índices <strong>de</strong> <strong>de</strong>snutrição e <strong>do</strong>enças<br />

<strong>de</strong> aparelho digestivo <strong>em</strong> crianças, entre os quais eram muito diss<strong>em</strong>ina<strong>do</strong> o raquitismo.<br />

Outra árdua batalha era garantir a moradia. A precarieda<strong>de</strong> da habitação, aliás, se<br />

relacionava intimamente à freqüência <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças favorecidas pelas condições higiênicas<br />

da cida<strong>de</strong> e, particularmente, das residências.” 96 [grifo nosso]<br />

Nesta condição sanitária, era comum para qu<strong>em</strong> ali visitasse notar os<br />

excr<strong>em</strong>entos que grassavam nas calçadas da cida<strong>de</strong>. Apesar das insistentes atuações da<br />

Câmara Municipal <strong>em</strong> <strong>em</strong>itir as posturas que <strong>de</strong>veriam ser disciplina<strong>do</strong>ras ou com o<br />

objetivo evi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> abolir <strong>de</strong>terminadas atitu<strong>de</strong>s da população, o hábito <strong>de</strong> jogar<br />

<strong>de</strong>tritos e águas sujas no meio da rua permanecia <strong>de</strong> alto a baixo nas la<strong>de</strong>iras da Bahia.<br />

S<strong>em</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> esgoto eficiente, valas e valetas a céu aberto dividiam as vias<br />

públicas on<strong>de</strong>, simultaneamente, no mesmo espaço, animais mortos atingiam o esta<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> putrefação. De acor<strong>do</strong> com a historia<strong>do</strong>ra Kátia Mattoso,<br />

“O costume <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar no centro das ruas uma sarjeta para o escoamento das águas<br />

pluviais, torna este canal, na prática diária, um veículo <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo <strong>de</strong> águas sujas cujos<br />

93<br />

SANTOS, Mario Augusto da Silva. A República <strong>do</strong> povo – sobrevivência e tensão. Bahia: EDUFBA,<br />

2001. p. 60.<br />

94<br />

Para uma abordag<strong>em</strong> mais <strong>de</strong>talhada sobre o t<strong>em</strong>a ver: UZEDA, Jorge Almeida. A morte vigiada: a<br />

cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Salva<strong>do</strong>r e a prática da medicina urbana (1890-1930). Bahia: UFBA – Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Filosofia<br />

e Ciências Humanas. (Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>). 1992.<br />

95<br />

SANTOS, Mario Augusto da Silva. (2001) Op. cit. p. 15.<br />

96 I<strong>de</strong>m. p. 61.<br />

45


eflúvios não são o pior castigo que o pe<strong>de</strong>stre t<strong>em</strong> que suportar, já que ele se acha a<br />

cada passo na possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser enlamea<strong>do</strong> e sujo. Com efeito, as sarjetas viviam<br />

imundas e só se achavam t<strong>em</strong>porariamente limpas quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>sabavam os aguaceiros.<br />

Águas sujas às quais se <strong>de</strong>ve ainda acrescentar lixo e outras imundícies contra as quais<br />

dificilmente se lutava.” 97<br />

Em trabalho intitula<strong>do</strong> As Origens da Reforma Sanitária e da Mo<strong>de</strong>rnização<br />

Conserva<strong>do</strong>ra na Bahia durante a Primeira República, Luiz Antonio <strong>de</strong> Castro Santos<br />

notara que as soluções para reduzir as precarieda<strong>de</strong>s insalubres da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Salva<strong>do</strong>r<br />

somente tomariam sensível rumo nas reformas <strong>do</strong> anoitecer da república <strong>do</strong>s coronéis,<br />

mudanças estas perpetradas ou pelo governo fe<strong>de</strong>ral ou pela Fundação Rockefeller,<br />

essas duas atuan<strong>do</strong> mutuamente <strong>em</strong> solo baiano. 98<br />

Até a primeira década <strong>do</strong> século XX, o governo estadual encontrara três<br />

obstáculos à organização e execução <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública capaz <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r<br />

às necessida<strong>de</strong>s da capital e, posteriormente, <strong>do</strong> interior: primeiro, o universo limita<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>s professores da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia <strong>em</strong> aceitar novas idéias e,<br />

sobretu<strong>do</strong>, as <strong>de</strong>savenças políticas que havia quan<strong>do</strong> da criação ou não <strong>de</strong> instituições<br />

ligadas à saú<strong>de</strong> pública na Bahia. De acor<strong>do</strong> com Luiz <strong>de</strong> Castro Santos,<br />

“Um primeiro esforço legislativo aconteceu durante a administração <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r J.<br />

M. Rodrigues Lima [1892 – 1896], forma<strong>do</strong> pela Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia. Um<br />

projeto regulan<strong>do</strong> o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública na Bahia foi submeti<strong>do</strong> ao Legislativo,<br />

tornou-se lei e foi sanciona<strong>do</strong> pelo governa<strong>do</strong>r <strong>em</strong> 1892. Os <strong>de</strong>fensores da saú<strong>de</strong><br />

elogiaram a criação <strong>de</strong> um Conselho Superior <strong>de</strong> Higiene Pública da Bahia pela nova<br />

legislação. O Conselho incluía alguns <strong>do</strong>s melhores nomes <strong>do</strong> corpo médico baiano: J.<br />

F. [José Francisco] da Silva Lima, o renoma<strong>do</strong> precursor da medicina experimental,<br />

Antônio Pacífico Pereira e Nina Rodrigues, entre outros. Pacífico Pereira, como Nina,<br />

era editor da Gazeta Médica e um prolífico escritor sobre saú<strong>de</strong> pública e<br />

saneamento.” 99 [grifo nosso]<br />

Todavia, o Comitê <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> Congresso Estadual, logo nas investidas <strong>do</strong><br />

Conselho Superior <strong>de</strong> Higiene Pública da Bahia acerca <strong>do</strong> projeto, mostrara as<br />

implicações quan<strong>do</strong> da iniciativa da criação <strong>de</strong> um instituto bacteriológico <strong>em</strong> Salva<strong>do</strong>r<br />

<strong>em</strong> 1894. O Conselho propôs que a nova instituição fosse governamental, mas o Comitê<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> votou por uma instituição privada; o Conselho sugeriu a contratação <strong>de</strong><br />

97<br />

MATTOSO, Kátia M. <strong>de</strong> Queirós. Bahia: a cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Salva<strong>do</strong>r e seu merca<strong>do</strong> no século XIX. São<br />

Paulo: HUCITEC, 1978. p. 182.<br />

98<br />

Mais <strong>de</strong>talhes acerca <strong>do</strong> t<strong>em</strong>a ver: PONTES, Adriano Arruda. Caçan<strong>do</strong> mosquitos na Bahia: a<br />

Rockfeller e o combate à febre amarela – inserção, ação e reação popular (1918 – 1940). Bahia: UFBA<br />

– Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Filosofia e Ciências Humanas. (Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>). 2007.<br />

99<br />

CASTRO SANTOS, Luiz A. <strong>de</strong>. As Origens da Reforma Sanitária e da Mo<strong>de</strong>rnização Conserva<strong>do</strong>ra<br />

na Bahia durante a Primeira República. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Da<strong>do</strong>s. v. 41, n. 3, 1998. p. 9. Disponível<br />

<strong>em</strong>: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0011-52581998000300004&lng=in&nrm=iso&tlng=in<br />

Acesso <strong>em</strong>: 11/10/2008.<br />

46


médicos estrangeiros para gerir o espaço, o Comitê viu ali um <strong>de</strong>sabono à Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Medicina. Somente <strong>em</strong> 1915, na gestão <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r José Joaquim Seabra, concluiu-<br />

se a construção <strong>do</strong> Instituto Bacteriológico Baiano, já <strong>em</strong> 1917, chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> Instituto<br />

Oswal<strong>do</strong> Cruz da Bahia. 100<br />

O segun<strong>do</strong> aspecto relata<strong>do</strong> por Luiz <strong>de</strong> Castro Santos, refere-se à crise<br />

econômica pela qual passava o esta<strong>do</strong>. Como <strong>de</strong>stacamos nas páginas iniciais, o autor<br />

ainda acrescenta que as divisas <strong>do</strong> café, tabaco, cacau, açúcar, algodão e a mineração da<br />

região da Chapada Diamantina, todas suscetíveis às exigências <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> externo, não<br />

foram capazes <strong>de</strong> cimentar uma base financeira ao ponto <strong>de</strong> oferecer investimentos<br />

internos. Paralelo a isso, a limitada estrutura ferroviária que havia era incapaz <strong>de</strong><br />

interligar as regiões produtivas e proporcionar uma dinamização econômica <strong>de</strong>sejada.<br />

A fragmentação política pre<strong>do</strong>minante na Bahia da República Velha compõe o<br />

terceiro obstáculo à concretização <strong>de</strong> um plano urbano-sanitário eficiente. Pass<strong>em</strong>os à<br />

análise <strong>do</strong> autor:<br />

“As oligarquias baianas não tinham coesão política e não conseguiram <strong>de</strong>senvolver uma<br />

sólida organização partidária. Como resulta<strong>do</strong>, os governos da Bahia, mesmo os que<br />

propunham novas políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, não tiveram o apoio necessário <strong>do</strong>s legisla<strong>do</strong>res<br />

para assegurar a aprovação <strong>de</strong> leis. Quan<strong>do</strong> a Ass<strong>em</strong>bléia Estadual aprovava um projeto<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública, s<strong>em</strong>pre ocorriam probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> execução ou <strong>de</strong> consolidação <strong>do</strong>s<br />

programas e serviços. (...) Muitos parti<strong>do</strong>s políticos foram funda<strong>do</strong>s na Bahia durante a<br />

Primeira República, mas a maioria <strong>de</strong>les teve pouca duração <strong>em</strong> razão da falta <strong>de</strong> coesão<br />

política das oligarquias. A inexistência <strong>de</strong> tradição republicana no ocaso <strong>do</strong> Império<br />

contribuiu também para a fragmentação política. Ao contrário <strong>de</strong> São Paulo, a Bahia<br />

nunca <strong>de</strong>senvolveu um movimento republicano expressivo – n<strong>em</strong> mesmo um Parti<strong>do</strong><br />

Republicano – durante o último quartel <strong>do</strong> século XIX.” 101<br />

De acor<strong>do</strong> com os conchavos políticos, ou seja, ex<strong>em</strong>plo <strong>em</strong>bl<strong>em</strong>ático <strong>do</strong> início<br />

<strong>do</strong> perío<strong>do</strong> republicano, a politicalha con<strong>de</strong>nava a população <strong>do</strong> meio rural e urbano a<br />

conviver <strong>em</strong> precárias condições. À população que transitava nas ruas e calçadas da<br />

capital, <strong>em</strong> <strong>de</strong>staque as alijadas <strong>do</strong>s centros <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r e s<strong>em</strong> possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

reivindicação, limitada pela impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> voto, cabia sobreviver <strong>em</strong> meio às<br />

int<strong>em</strong>péries sociais.<br />

Volt<strong>em</strong>os à <strong>de</strong>scrição <strong>do</strong>s aspectos sanitários da capital <strong>do</strong>s baianos, antes <strong>de</strong> sua<br />

‘feição mo<strong>de</strong>rna’ promovida pelo governo <strong>de</strong> J.J. Seabra. 102 No que toca<br />

especificamente ao sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> água da cida<strong>de</strong>, Jorge Almeida Uzeda <strong>em</strong><br />

100 I<strong>de</strong>m. p. 10.<br />

101 I<strong>de</strong>m. p. 3 e 4.<br />

102 Para uma leitura mais <strong>de</strong>talhada sobre o assunto ver: LEITE, Rinal<strong>do</strong> César Nascimento. E a Bahia<br />

civiliza-se... I<strong>de</strong>ais <strong>de</strong> civilização e cenas <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização urbana – Salva<strong>do</strong>r: 1912 – 1916. Bahia:<br />

UFBA – Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Filosofia e Ciências Humanas. (Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>). 1996.<br />

47


seu trabalho A morte vigiada: a cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Salva<strong>do</strong>r e a prática da medicina urbana<br />

(1890 – 1930), efetuou um levantamento <strong>do</strong>cumental referente a: sanitarismo,<br />

urbanização e sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> esgoto, inclusive cont<strong>em</strong>plan<strong>do</strong> o que a imprensa noticiava<br />

referente às enxurradas torrenciais na capital e suas repercussões.<br />

Em matéria <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1924 <strong>do</strong> Diário <strong>de</strong> Notícias, isto é, vinte e sete<br />

anos <strong>de</strong>pois da Campanha <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s, o jornal soteropolitano trazia a seguinte nota a<br />

seus leitores acerca <strong>do</strong> dique <strong>do</strong> Queima<strong>do</strong>: “As chuvas abundantes que ca<strong>em</strong> levam<br />

assim, na enxurrada para <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> dique, toda sorte <strong>de</strong> imundícies comtamina<strong>do</strong>ra das<br />

águas... Dejetos, animais mortos, lama, burros e tu<strong>do</strong> o mais. É essa água quase pútrida<br />

e envenenada que está corren<strong>do</strong> nos encanamentos da cida<strong>de</strong>.” 103<br />

103 UZEDA, Jorge Almeida. (1992). Op. cit. p. 84.<br />

Documento – 1<br />

Documento – 2<br />

48


Especificamente sobre as águas <strong>do</strong> Queima<strong>do</strong>, conforme a <strong>do</strong>cumentação<br />

anterior, o professor Anísio Circun<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Carvalho – catedrático da disciplina <strong>de</strong><br />

Patologia Geral da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia à época da quadra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s –<br />

fora responsável pelo Hospital da Jequitaia, instala<strong>do</strong> na cida<strong>de</strong> para tratar os enfermos<br />

e feri<strong>do</strong>s da guerra que para lá se <strong>de</strong>slocavam. Efetuara o médico, ao que consta nos<br />

<strong>do</strong>cumentos que segu<strong>em</strong> <strong>em</strong> <strong>de</strong>staque, cinco compras <strong>de</strong> suprimento <strong>de</strong> água na<br />

sublinhada Companhia. Assim, quarenta e cinco mil réis foram gastos com água entre<br />

junho, agosto, set<strong>em</strong>bro, nov<strong>em</strong>bro e <strong>de</strong>z<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897, isto é, aqueles meses <strong>em</strong> que<br />

registraram-se a chegada <strong>do</strong>s militares às enfermarias improvisadas <strong>em</strong> Salva<strong>do</strong>r.<br />

Nossa distância t<strong>em</strong>poral não permite saber, mas possibilita perquirir. Primeiro,<br />

estaria esta água receben<strong>do</strong> os mesmos <strong>de</strong>jetos relata<strong>do</strong>s por Jorge Uzeda ao analisar a<br />

matéria <strong>do</strong> jornal <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1924? Segun<strong>do</strong>, assepsia <strong>de</strong> feridas, esterilização <strong>de</strong><br />

instrumentos cirúrgicos, limpeza das <strong>de</strong>pendências <strong>de</strong> seu hospital... se potável, qual<br />

fora o <strong>de</strong>stino <strong>de</strong>sta água?<br />

O professor Circun<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Carvalho dividiu a trabalho no Hospital Jequitaia com<br />

outros colegas médicos, os <strong>do</strong>utores Deocleciano Ramos (lente da disciplina <strong>de</strong><br />

Obstetrícia) e Miguel Simões; e recebeu notificação <strong>do</strong> Inspetor Geral <strong>de</strong> Higiene <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong> da Bahia, dr. Eduar<strong>do</strong> Gordilho da Costa, <strong>em</strong> 15 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro (mais <strong>de</strong>talhes no<br />

49


próximo capítulo) sobre a atmosfera infecta <strong>de</strong> seu Hospital. A nota abaixo po<strong>de</strong>ria nos<br />

aproximar <strong>de</strong> uma resposta.<br />

Documento – 3<br />

Fonte <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos <strong>em</strong> <strong>de</strong>staque (1, 2, e 3): AFMB. Maço – Documentação<br />

referente à Guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s. Caixa Ano 1897 – código: 01.07.0574.<br />

Ante as fontes supracitadas, nossa única certeza é <strong>de</strong> que a água foi comprada e<br />

utilizada. Seu <strong>de</strong>stino imediato e específico fica distante <strong>de</strong> nossa reflexão e, por este<br />

motivo, se aproxima <strong>de</strong> uma reconstrução hipotética porque “<strong>em</strong> primeiro lugar o<br />

historia<strong>do</strong>r, enquanto produtor <strong>de</strong> um texto, e também o público leitor, consumi<strong>do</strong>r <strong>de</strong><br />

História, <strong>de</strong>v<strong>em</strong> assumir a dúvida como um princípio <strong>de</strong> conhecimento <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. (...)<br />

Há mais dúvidas <strong>do</strong> que certezas, o que compromete o pacto da História com a obtenção<br />

da verda<strong>de</strong>.” 104 Atinentes a mais uma contribuição <strong>do</strong> historia<strong>do</strong>r inglês no que diz<br />

respeito a multivocalida<strong>de</strong> da história e a sua dúvida como característica permanente,<br />

“..., cada vez mais os historia<strong>do</strong>res estão começan<strong>do</strong> a perceber que seu trabalho não<br />

reproduz “o que realmente aconteceu”, tanto quanto o representa <strong>de</strong> um ponto <strong>de</strong> vista<br />

particular. (...) Os narra<strong>do</strong>res históricos necessitam encontrar um mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> se tornar<strong>em</strong><br />

visíveis <strong>em</strong> sua narrativa, não <strong>de</strong> auto-indulgência, mas advertin<strong>do</strong> o leitor <strong>de</strong> que eles<br />

não são oniscientes ou imparciais e que outras interpretações, além das suas, são<br />

possíveis.” 105<br />

O médico baiano Deo<strong>do</strong>ro Álvares Soares, atuante nas enfermarias montadas no<br />

Mosteiro <strong>de</strong> São Bento quan<strong>do</strong> aluno da Faculda<strong>de</strong> <strong>do</strong> Terreiro <strong>de</strong> Jesus, trouxe-nos no<br />

104<br />

PESAVENTO, Sandra Jatahy. História & História Cultural. 2ª Edição. Minas Gerais: Autêntica<br />

Editora, 2005. p. 115.<br />

105<br />

BURKE, Peter. A história <strong>do</strong>s acontecimentos e o renascimento da narrativa. In: BURKE, Peter.<br />

(organiza<strong>do</strong>r) A Escrita da História – novas perspectivas. São Paulo: Editora UNESP, 1991. p. 337.<br />

50


capítulo <strong>do</strong>is <strong>de</strong> sua tese – apresentada a banca argui<strong>do</strong>ra <strong>em</strong> 1899 (<strong>do</strong>is anos após a<br />

Campanha) com o título Alguns traços <strong>de</strong> nossa população sob o ponto <strong>de</strong> vista<br />

hygienico e evolucionista – mais alguns fragmentos das condições sanitárias não<br />

somente da capital <strong>do</strong>s baianos, como para boa parte das capitais brasileiras. Pass<strong>em</strong>os a<br />

sua narrativa:<br />

“não possuímos esgotos, sab<strong>em</strong> to<strong>do</strong>s, t<strong>em</strong>os um sarcasmo maldicto atira<strong>do</strong> a face <strong>do</strong><br />

progresso scientífico <strong>em</strong> materia <strong>de</strong> hygiene: os canos <strong>de</strong> estagnação das matérias<br />

putrescíveis, as terríveis boccas <strong>de</strong> lobo a exhalar<strong>em</strong> aos excessos da t<strong>em</strong>peratura<br />

<strong>em</strong>anações mephíticas a passag<strong>em</strong> <strong>do</strong>s transeuntes.” 106<br />

O diálogo entre o gabinete da Intendência Municipal da Capital <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> da<br />

Bahia e a Inspetoria Geral <strong>de</strong> Higiene <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> é elucidativo por <strong>do</strong>is fatores: primeiro,<br />

en<strong>do</strong>ssa e reafirma o ambiente precário <strong>em</strong> que estava envolvida a Salva<strong>do</strong>r urbano-<br />

sanitária daquele final <strong>do</strong> século XIX; e, segun<strong>do</strong>, nos permite ‘entrar’ na instituição<br />

científica que, naquele momento, incumbia-se <strong>de</strong> tratar os militares e dar <strong>de</strong>stino aos<br />

que ali morriam. Pass<strong>em</strong>os então a <strong>de</strong>scrição <strong>do</strong> ocorri<strong>do</strong>:<br />

“Em b<strong>em</strong> da saú<strong>de</strong> já ameaçada, <strong>do</strong>s que resi<strong>de</strong>m <strong>em</strong> prédios <strong>de</strong> números quatorze e<br />

<strong>de</strong>seseis, às Portas <strong>do</strong> Carmo, convi<strong>do</strong>-vos <strong>de</strong> novo a or<strong>de</strong>nar<strong>de</strong>s com toda a urgência a<br />

restauração <strong>do</strong> cano <strong>de</strong> esgoto que partin<strong>do</strong> das diversas latrinas [d]as enfermarias da<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina, atravessa o terreno que jaz nos fun<strong>do</strong>s d’aquelles prédios<br />

invadi<strong>do</strong>s nos seus pavimentos inferiores por matérias imundas. (assigna<strong>do</strong>) O Inspector<br />

Eduar<strong>do</strong> Gordilho Costa.” 107<br />

Coerent<strong>em</strong>ente, <strong>de</strong>stoante não seriam os hospitais que se haviam na capital da<br />

Bahia, quan<strong>do</strong> imersos no contexto até aqui alinhava<strong>do</strong>. Como ver<strong>em</strong>os no próximo<br />

it<strong>em</strong>, insalubrida<strong>de</strong> e precarieda<strong>de</strong> grassavam <strong>em</strong> Salva<strong>do</strong>r fosse <strong>de</strong>ntro ou fora das<br />

enfermarias que atendiam aos feri<strong>do</strong>s. Conseguir escarra<strong>de</strong>iras, cobertores, r<strong>em</strong>édios e<br />

instalar canos e latrinas eram algum <strong>do</strong>s <strong>de</strong>safios aos que se <strong>de</strong>dicavam a tratar os<br />

feri<strong>do</strong>s que chegavam <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s.<br />

1.7. Necessida<strong>de</strong>s hospitalares <strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> guerra<br />

O estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Jorge Uzeda nos possibilita mais uma incursão ao Mosteiro <strong>de</strong> São<br />

Bento momentos antes da refrega travada no sertão da Bahia, isto é, ainda no governo<br />

<strong>de</strong> Joaquim Manoel Rodrigues Lima (1892 – 1896). De acor<strong>do</strong> com sua pesquisa,<br />

“o mosteiro <strong>de</strong> S. Bento, na rua Pão-<strong>de</strong>-Ló número 94, distrito da Sé, era conheci<strong>do</strong><br />

pelas péssimas condições higiênicas, falta <strong>de</strong> asseio, acúmulo <strong>de</strong> lixo e imundícies no<br />

106 SOARES, Deo<strong>do</strong>ro Álvares. Alguns traços <strong>de</strong> nossa população sob o ponto <strong>de</strong> vista hygienico e<br />

evolucionista. Tese <strong>de</strong>fendida no ano <strong>de</strong> 1899. AFMB – THESES. Código da tese: 099-E.<br />

107 AFMB. Caixa Ano 1897 – outubro.<br />

51


páteo, com exalações insuportáveis, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à falta <strong>de</strong> canalização para as águas servidas<br />

<strong>em</strong> seus diversos pavimentos.” 108<br />

Um ano <strong>de</strong>pois, neste mesmo Mosteiro <strong>de</strong> São Bento e agora na gestão <strong>do</strong><br />

governa<strong>do</strong>r Luis Viana (1896 – 1900), os solda<strong>do</strong>s José Maria Baptista, Sebastião<br />

Ferreira Lima, Pedro José da Rocha, Manoel Cypriano <strong>de</strong> Jesus, Silvino José <strong>do</strong>s<br />

Santos, Joaquim Vieira <strong>de</strong> Carvalho, Manuel <strong>de</strong> Barros Cavalcante, Faustino <strong>de</strong> Aráujo,<br />

Marciano Gomes Pereira, Érico Dias Mila, Raymun<strong>do</strong> Ferreira Lima e Antonio <strong>de</strong><br />

Castro Guimarães dividiam com mais noventa milicianos os leitos estrutura<strong>do</strong>s pela<br />

FMB no <strong>de</strong>staca<strong>do</strong> Mosteiro.<br />

Na RELAÇÃO DOS DOENTES RECOLHIDOS A 6ª ENFERMARIA DO<br />

HOSPITAL DE SÃO BENTO 109 , sob direção <strong>do</strong> vice-diretor da Faculda<strong>de</strong> dr. José<br />

Olympio <strong>de</strong> Azeve<strong>do</strong>, entraram militares com ida<strong>de</strong> entre 16 e 56 anos, dividi<strong>do</strong>s <strong>em</strong><br />

graduações que abarcavam, afora os solda<strong>do</strong>s, anspeçadas 110 , cabos e músicos. To<strong>do</strong>s<br />

distribuí<strong>do</strong>s entre os diversos batalhões <strong>do</strong>s <strong>de</strong>zessete Esta<strong>do</strong>s da fe<strong>de</strong>ração, tais como:<br />

regimento <strong>de</strong> cavalaria, batalhão <strong>de</strong> infantaria, regimento <strong>de</strong> artilharia e corpos <strong>de</strong><br />

polícia.<br />

Àquela 6ª ENFERMARIA <strong>em</strong> <strong>de</strong>staque recebera assinatura <strong>do</strong> dr. Ignácio<br />

Monteiro <strong>de</strong> Almeida Gouveia (professor substituto). Há segun<strong>do</strong>s dali, no mesmo<br />

Mosteiro, estavam seus colegas Pedro da Luz Carrascossa, Guilherme Pereira Rebello,<br />

Domingos Alves <strong>de</strong> Mello e João Moniz. Encerrada <strong>em</strong> 16 <strong>de</strong> nov<strong>em</strong>bro, esta<br />

enfermaria revela-nos alguns números. De acor<strong>do</strong> com o gráfico que segue, notamos<br />

que parte significativa das forças militares que <strong>de</strong>ram entrada na enfermaria, isto é,<br />

40%, estavam acometi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> alguma <strong>do</strong>ença. No caso específico <strong>de</strong> São Bento,<br />

<strong>de</strong>stacamos 39 <strong>do</strong>entes <strong>de</strong>ntre os 102 enfermos e, como po<strong>de</strong>rmos observar, a bronquite<br />

e a diarréia tomaram significativo volume entre àqueles combatentes. 111<br />

108 UZEDA. Jorge Almeida. (1992). Op. cit. p. 126.<br />

109 ver material <strong>em</strong> anexo.<br />

110 Aspirante à cargo <strong>de</strong> oficial <strong>do</strong> Exército.<br />

111 Ver mapa completo da enfermaria <strong>em</strong> material anexo. Detalhe importante: nenhum da<strong>do</strong> extraí<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

AFMB – Caixa Ano 1897: Cód. 01.07.0574 nos permite generalizar qualquer informação, pois das 30<br />

enfermarias estruturadas na capital Salva<strong>do</strong>r para aten<strong>de</strong>r os feri<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Campanha, <strong>em</strong> nossas pesquisas,<br />

conseguimos levantar 8 e, mesmo assim, n<strong>em</strong> todas cont<strong>em</strong>plam as mesmas informações.<br />

52


6ª ENFERMARIA - MOSTEIRO DE SÃO BENTO<br />

(<strong>do</strong>entes)<br />

3%<br />

20%<br />

5%<br />

4%<br />

3%<br />

3%<br />

3% 3%<br />

Gráfico – 2:<br />

DISTRIBUIÇÃO DAS DOENÇAS<br />

17%<br />

30%<br />

3%<br />

3%<br />

3%<br />

ENFERMARIA LOUIS PASTEUR -<br />

<strong>do</strong>entes<br />

8% 8% 8%<br />

76%<br />

Acometi<strong>do</strong>s por 2 <strong>do</strong>enças<br />

Acometi<strong>do</strong>s por mais <strong>de</strong> 2<br />

<strong>do</strong>enças<br />

Beribéri<br />

Sífilis<br />

Bronquite<br />

Asma<br />

Tuberculose pulmonar<br />

Reumatismo<br />

Engorgitamento hepatico<br />

Laringite<br />

Diarréia<br />

Disenteria<br />

Febre palustre<br />

Beribéri<br />

Bronquite<br />

Reumatismo<br />

Impaludismo<br />

FONTE: AFMB – Caixa Ano 1897: Código 01.07.0574<br />

Nesta 6ª enfermaria o único falecimento fora <strong>do</strong> solda<strong>do</strong> sergipano <strong>de</strong> 23 anos,<br />

Pedro José Divino, pertencente ao 5º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria da 3ª Cia. Pedro José, que<br />

não estava feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo, <strong>de</strong>u entrada à enfermaria <strong>em</strong> 15 <strong>de</strong> agosto. Ao que<br />

consta no mapa da enfermaria, o solda<strong>do</strong> havia solicita<strong>do</strong> sua r<strong>em</strong>oção para a ilha <strong>de</strong><br />

53


Itaparica <strong>em</strong> 6 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro, mas falecera <strong>do</strong>is dias <strong>de</strong>pois. No mapa <strong>em</strong> que há a<br />

<strong>de</strong>scrição da moléstia e as observações sobre as afecções <strong>do</strong> solda<strong>do</strong> sergipano, ecz<strong>em</strong>a<br />

e beribéri foram apontadas como causa mortis.<br />

O mapa da enfermaria Louis Pasteur, a cargo <strong>do</strong> professor Anatomia e Fisiologia<br />

Patológica, Augusto César Viana, <strong>em</strong> meio ao pre<strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> impaludismo não<br />

apresentara casos <strong>de</strong> falecimento ao menos <strong>de</strong>ntre os 26 que ali permaneceram, pois 6<br />

militares foram transferi<strong>do</strong>s ou para a enfermaria <strong>do</strong> professor Braz <strong>do</strong> Amaral ou para<br />

aplicação <strong>de</strong> clorofórmio, cuja unida<strong>de</strong> não é mencionada.<br />

Analisan<strong>do</strong> a precarieda<strong>de</strong> <strong>do</strong>s hospitais que aten<strong>de</strong>ram aos combali<strong>do</strong>s<br />

provin<strong>do</strong>s <strong>do</strong> arraial <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s, o Hospital Santa Izabel também abriu suas portas aos<br />

feri<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Exército da república e uma reflexão sobre suas insuficiências no que toca à<br />

hygiene, não escapara a pena <strong>do</strong> acadêmico baiano A<strong>do</strong>lpho Vianna, que atuara nos<br />

Hospitais <strong>de</strong> Sangue estrutura<strong>do</strong>s <strong>em</strong> Queimadas e Monte Santo.<br />

A<strong>do</strong>lpho Vianna, filho <strong>de</strong> D. Marcolina Vianna e <strong>do</strong> dr. A<strong>do</strong>lpho Vianna,<br />

formou-se <strong>em</strong> 1898, isto é, um ano após a guerra. Integrante da primeira turma enviada<br />

ao palco das operações <strong>em</strong> 27 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1897, o quintanista <strong>de</strong> medicina graduara-se<br />

com a tese Hygiene <strong>do</strong>s hospitaes. De acor<strong>do</strong> com seu trabalho <strong>de</strong> <strong>do</strong>utoramento, o<br />

referi<strong>do</strong> hospital apresentava aspectos distantes das regras <strong>de</strong> higiene <strong>em</strong> vigor, isto é,<br />

<strong>de</strong>ntre eles, <strong>de</strong>stacou o jov<strong>em</strong> arguente, o espaço ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> e exíguo entre os<br />

pavilhões e as galerias, o que prejudicava a ventilação <strong>de</strong>sejada, facilitan<strong>do</strong> a<br />

diss<strong>em</strong>inação <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças.<br />

Para en<strong>do</strong>ssar suas críticas, o aluno trouxe <strong>em</strong> suas páginas o reconhecimento <strong>de</strong><br />

seu professor da disciplina <strong>de</strong> Hygiene, Joaquim Manoel Saraiva que segun<strong>do</strong> ele, havia<br />

feito um exame minucioso e <strong>de</strong>mora<strong>do</strong> sobre o Hospital Santa Izabel: “Chamaram uns<br />

quatro obreiros que mal sabiam collocar o barro por sobre a pedra, não fizeram o <strong>de</strong>vi<strong>do</strong><br />

appelo à hygiene e diz<strong>em</strong> cheios <strong>de</strong> si: a Bahia possue um magnífico hospital, somente<br />

pelo tamanho e belleza que representa.” 112<br />

Os hospitais, ao que nos parece, não fugiam à crise econômica a que enfrentava<br />

o esta<strong>do</strong> da Bahia. As providências caminhavam <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as necessida<strong>de</strong>s, ora<br />

supridas ora não. Daí a preocupação <strong>do</strong> Comitê Patriótico da Bahia <strong>em</strong> organizar<br />

112 VIANNA, A<strong>do</strong>lpho. Hygiene <strong>do</strong>s hospitaes. 1898. p. 62 e 63. In: AFMB – THESES. Código da tese:<br />

098-E.<br />

54


comissões visita<strong>do</strong>ras para que estas atuass<strong>em</strong> nas trinta enfermarias improvisadas<br />

localizadas nas imediações da Faculda<strong>de</strong>. 113<br />

Nas reuniões <strong>de</strong>sta comissão foram aborda<strong>do</strong>s t<strong>em</strong>as como falta <strong>de</strong> materiais e<br />

precarieda<strong>de</strong>s das instalações hospitalares e, <strong>em</strong> alguns momentos, os m<strong>em</strong>bros <strong>do</strong><br />

Comitê entraram <strong>em</strong> conflito com os <strong>do</strong>utores da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina. Sobre suas<br />

visitas às enfermarias <strong>do</strong> Mosteiro <strong>de</strong> São Bento há que o<br />

“comenda<strong>do</strong>r Aristi<strong>de</strong>s Novis e Alfre<strong>do</strong> Requião, encontraram falta <strong>de</strong> diversas coisas,<br />

cuja presença era ali indispensável para o tratamento <strong>do</strong>s <strong>do</strong>entes... o Sr. Carneiro da<br />

Rocha faz referencias à má colocação da latrina, <strong>em</strong> S. Bento, chaman<strong>do</strong> para isto a<br />

atenção <strong>de</strong> qu<strong>em</strong> competisse e a <strong>do</strong> Comitê.” 114<br />

Ao que consta no Histórico e Relatório <strong>do</strong> Comitê Patriótico, a comissão fora<br />

organizada para averiguar certas irregularida<strong>de</strong>s que havia nas unida<strong>de</strong>s improvisadas<br />

para aten<strong>de</strong>r os feri<strong>do</strong>s e <strong>do</strong>entes que chegavam da guerra. Esta intervenção motivou<br />

uma série <strong>de</strong> medidas por parte <strong>do</strong> diretor da Faculda<strong>de</strong>, Antonio Pacífico Pereira. Em<br />

reunião <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> agosto, ou seja, <strong>em</strong> pleno fragor da guerra, o diretor reclamava que as<br />

comissões mais pareciam fiscaliza<strong>do</strong>ras que visita<strong>do</strong>ras.<br />

Franz Wagner – presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Comitê e media<strong>do</strong>r da reunião – levara <strong>em</strong><br />

consi<strong>de</strong>ração tanto o protesto <strong>do</strong> professor-diretor quanto as justificativas <strong>do</strong>s m<strong>em</strong>bros<br />

da mesa, pois alegavam eles que a intenção <strong>do</strong> Comitê era meramente <strong>de</strong> proteção e<br />

prestação <strong>de</strong> serviço. M<strong>em</strong>bro da Comissão Central <strong>do</strong> Comitê, Alfre<strong>do</strong> Requião<br />

argumentara com o dr. Pacífico Pereira que havia dúvidas <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a notícia incerta <strong>do</strong><br />

Jornal <strong>de</strong> Notícias sobre o fornecimento <strong>de</strong> medicamentos às enfermarias da Faculda<strong>de</strong>.<br />

Segun<strong>do</strong> narrativa <strong>do</strong> Histórico e Relatório, <strong>de</strong> imediato o diretor apresentara<br />

<strong>do</strong>cumento comprovan<strong>do</strong> o encerramento <strong>do</strong>s pedi<strong>do</strong>s tanto os <strong>de</strong> seu colega, o<br />

professor <strong>de</strong> Clínica <strong>de</strong>rmatológica e syphiligraphica, dr. Alexandre Evangelista <strong>de</strong><br />

Castro Cerqueira, quanto os seus.<br />

A partir dali, Antonio Pacífico Pereira solicitara aos m<strong>em</strong>bros <strong>do</strong> Comitê, que<br />

limitass<strong>em</strong> o quanto possível as visitas das comissões às enfermarias da Faculda<strong>de</strong>,<br />

medida esta por motivo <strong>de</strong> higiene e, ao mesmo t<strong>em</strong>po, impedir que houvesse ainda<br />

mais a diss<strong>em</strong>inação das epi<strong>de</strong>mias que grassavam na capital.<br />

113 Mais informações acerca <strong>do</strong>s hospitais <strong>em</strong> Salva<strong>do</strong>r ver BARRETO, Maria Renilda Nery. A Medicina<br />

Luso-brasileira – Instituições, médicos e populações enfermas <strong>em</strong> Salva<strong>do</strong>r e Lisboa (1808-1851). 2005.<br />

257 fl. Tese (Doutora<strong>do</strong> <strong>em</strong> História das Ciências). Casa <strong>de</strong> Oswal<strong>do</strong> Cruz – FRIOCRUZ, Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

2005.<br />

114 PIEDADE, Lélis. (2002). Op. cit. p. 67 e 98.<br />

55


O que paira à sombra é que naquela sala vários apartes ocorreram entre os<br />

m<strong>em</strong>bros <strong>do</strong> Comitê e os professores da FMB. Duas instituições entran<strong>do</strong> <strong>em</strong> evidência<br />

<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a uma notícia incerta no que dizia respeito ao fornecimento <strong>de</strong> materiais às<br />

enfermarias instaladas nas <strong>de</strong>pendências da Faculda<strong>de</strong>. É interessante notar que os<br />

trâmites inerentes ao procedimento médico para tratar os feri<strong>do</strong>s da guerra saiu das<br />

enfermarias e ganhou, pelas páginas <strong>do</strong> jornal cita<strong>do</strong>, uma dimensão pública. O<br />

<strong>de</strong>sconforto causa<strong>do</strong> pela notícia, implicou na comprovação <strong>do</strong>cumental por parte <strong>do</strong><br />

diretor da Faculda<strong>de</strong>, sobre a necessida<strong>de</strong> da aquisição <strong>de</strong> medicamentos e instrumentos<br />

<strong>de</strong> trabalho.<br />

Ao que nos parece, a tensão causada pelo ambiente <strong>de</strong> guerra tornava sensível as<br />

relações entre os médicos e ‘não-médicos’ que trabalhavam <strong>em</strong> Salva<strong>do</strong>r, fosse para<br />

tratar <strong>do</strong>s convalescentes ou fosse para aplicar-lhes um lenitivo pós-guerra, nada<br />

escapava à pena <strong>do</strong>s jornais. A Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina e seus professores estavam<br />

imersos <strong>em</strong> um contexto cuja prática médica tentava concretizar <strong>de</strong> forma científica seu<br />

espaço e, por conseguinte, cristalizar a profissão. Qualquer menção ou dúvidas<br />

levantadas, sobretu<strong>do</strong> aos olhos da opinião pública, que pu<strong>de</strong>ss<strong>em</strong> manchar uma ou<br />

outra conduta daquela instituição científica, sofreriam largas consi<strong>de</strong>rações. 115<br />

An<strong>de</strong>mos agora por seus corre<strong>do</strong>res, salas e laboratórios... Entr<strong>em</strong>os na<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>do</strong> Terreiro <strong>de</strong> Jesus abarrotada <strong>de</strong> feri<strong>do</strong>s que provinham da 4ª expedição<br />

enviada ao interior da Bahia pelo Exército da República, relat<strong>em</strong>os como seus mestres<br />

organizaram as enfermarias e <strong>de</strong> que forma atuaram, com o auxilio <strong>de</strong> seus alunos, ante<br />

a imensidão <strong>de</strong>sespera<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> conflito... Toda essa movimentação mergulhada <strong>em</strong> um<br />

contexto <strong>em</strong> que a medicina oficial, isto é, acadêmica, dividia seu espaço com outras<br />

práticas <strong>de</strong> cura, o que abordar<strong>em</strong>os nas últimas páginas <strong>do</strong> capítulo que segue, porque<br />

agora, à entrada da Faculda<strong>de</strong>...<br />

115 Mais sobre a legitimação da profissão médica ver EDLER, Flávio Coelho. As reformas <strong>do</strong> Ensino<br />

Médico e a profissionalização da medicina na Corte <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro (1854/1884). 1992. 275 fl.<br />

Dissertação (Mestra<strong>do</strong> <strong>em</strong> História Social). SP: Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, 1992.<br />

56


CAPÍTULO II<br />

A FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA POR DENTRO DA GUERRA<br />

2.1. A Faculda<strong>de</strong> entre mortos e feri<strong>do</strong>s<br />

“HOSPITAES DE SANGUE – 9ª e ultima visita –<br />

Enquanto lutávamos com os Canu<strong>do</strong>s somente,<br />

tínhamos alguma esperança <strong>de</strong> victoria; mas, <strong>de</strong>pois que<br />

aos Canu<strong>do</strong>s uniram-se as bexigas... com mortífero<br />

cortejo <strong>de</strong> beribéri, dysenteria, febres <strong>de</strong> máo caracter,<br />

além da fome, se<strong>de</strong>, nu<strong>de</strong>z e outros males inseparáveis<br />

da guerra... confesso-vos! perdi as esperanças!” 116<br />

“CONFLICTO NA 5ª ENFERMARIA – Um solda<strong>do</strong>,<br />

hont<strong>em</strong>, por occasião <strong>de</strong> receber sua dieta, altercou com<br />

o enfermeiro que é paisano, dan<strong>do</strong> <strong>em</strong> resulta<strong>do</strong> sahir o<br />

enfermeiro feri<strong>do</strong> no braço.<br />

Foram tomadas as provi<strong>de</strong>ncias necessárias, para a<br />

punição <strong>do</strong> <strong>de</strong>linqüente.” 117<br />

As epígrafes <strong>de</strong>senham o cenário das enfermarias na capital baiana <strong>em</strong> que<br />

professores e alunos se <strong>de</strong>dicaram a tratar os feri<strong>do</strong>s da guerra. Ali, ao que nos parece,<br />

um ambiente tenso, um universo marca<strong>do</strong> pelo pre<strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças e choques entre<br />

as partes [civis e militares] que dividiam àquele espaço clínico. É partir <strong>de</strong>sta tensão que<br />

iniciamos nossa narrativa sobre a imersão da Faculda<strong>de</strong> no con<strong>front</strong>o. Vamos a ela.<br />

Instituição científica com pro<strong>em</strong>inente atuação na história política da Bahia e <strong>do</strong><br />

Brasil, a FMB – durante o perío<strong>do</strong> que abrange a morte <strong>do</strong> coronel Antonio Moreira<br />

César, 04 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1897, e o envio da primeira turma <strong>de</strong> acadêmicos <strong>de</strong> medicina e<br />

farmácia à linha <strong>de</strong> fogo, <strong>em</strong> 27 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1897 – <strong>em</strong>itiu alguns ofícios sobre o<br />

assunto Guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s. No entanto, sua atuação possui mais relevo no <strong>de</strong>curso da<br />

4ª expedição militar enviada ao interior da Bahia. Acreditamos que sua presença, tanto<br />

na capital quanto no teatro da guerra, nos oferece mais uma dimensão <strong>do</strong> con<strong>front</strong>o.<br />

A <strong>do</strong>cumentação aqui trabalhada centrou-se na produção escrita pelos<br />

representantes da FMB sobre seu olhar lança<strong>do</strong> no que diz respeito a peleja sertaneja no<br />

116 BPEB – Jornal Cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Salva<strong>do</strong>r <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897.<br />

117 BPEB – Jornal Diário <strong>de</strong> Notícias <strong>de</strong> 7 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897.<br />

57


ano <strong>de</strong> 1897. Alertamos aos leitores(as) que nossa relação entre t<strong>em</strong>po, leitura e<br />

transcrição <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos aqui cita<strong>do</strong>s não estabeleceram um convívio uniforme. De<br />

to<strong>do</strong> mo<strong>do</strong>, sugestivamente, po<strong>de</strong>riam os(as) pesquisa<strong>do</strong>res(as) acoplar à Faculda<strong>de</strong><br />

baiana aqui <strong>em</strong> estu<strong>do</strong>, a produção <strong>do</strong>cumental (fontes) elaborada pela Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Medicina <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro sobre o assunto Guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s e, paralelo a isso,<br />

investigar o que há nos arquivos da Faculda<strong>de</strong> Livre <strong>de</strong> Direito da Bahia, fundada <strong>em</strong><br />

1891, afinal, eram eles, médicos e advoga<strong>do</strong>s à época, <strong>em</strong> sua maioria, homens da<br />

sciencia.<br />

“... fontes são marcas <strong>do</strong> que foi, são traços, cacos, fragmentos, registros, vestígios <strong>do</strong><br />

passa<strong>do</strong> que chegam até nós, revela<strong>do</strong>s como <strong>do</strong>cumento pelas indagações trazidas pela<br />

História. Nessa medida, elas são frutos <strong>de</strong> uma renovada <strong>de</strong>scoberta, pois só se tornam<br />

fontes quan<strong>do</strong> contém pistas <strong>de</strong> senti<strong>do</strong> para a solução <strong>de</strong> um enigma proposto. São, s<strong>em</strong><br />

dúvida, da<strong>do</strong>s objetivos <strong>de</strong> um outro t<strong>em</strong>po, mas que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>do</strong> historia<strong>do</strong>r para<br />

revelar senti<strong>do</strong>s. Elas são, a rigor, uma construção <strong>do</strong> pesquisa<strong>do</strong>r e é por elas que se<br />

acessa o passa<strong>do</strong>.” 118<br />

No Livro <strong>de</strong> Atas da Congregação no Arquivo da FMB (1889 – 1897), há<br />

menções diretas ao episódio <strong>do</strong> Belo Monte. Entretanto, há ainda, um intervalo entre as<br />

sessões <strong>de</strong> 08 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1897 e 16 <strong>de</strong> nov<strong>em</strong>bro <strong>do</strong> mesmo ano. O que se proce<strong>de</strong>u<br />

<strong>de</strong>ntro da Faculda<strong>de</strong> durante aqueles quatro meses – espaço t<strong>em</strong>poral que compreen<strong>de</strong> a<br />

maior parte das operações da Campanha contra o povo <strong>do</strong> Conselheiro – só foram<br />

transcritos, ao menos é o que consta, quarenta e um dias após o massacre <strong>do</strong> 05 <strong>de</strong><br />

outubro, isto é, <strong>em</strong> 16 <strong>de</strong> nov<strong>em</strong>bro (primeiro dia após os exames finais). Isso se<br />

explica, a nosso ver, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao envolvimento <strong>do</strong> corpo discente, <strong>do</strong>cente e<br />

administrativo da Faculda<strong>de</strong> no que toca à estruturação <strong>de</strong> trinta enfermarias montadas<br />

na capital baiana para aten<strong>de</strong>r aos feri<strong>do</strong>s que para lá acorreram.<br />

No mês <strong>de</strong> março, há no Livro duas atas que, <strong>de</strong> certa forma, expõ<strong>em</strong> o<br />

comprometimento da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina na guerra: a primeira, 12 dias após a morte<br />

<strong>do</strong> coronel Moreira César e, a segunda, assinada no dia 20 <strong>de</strong> março. Na primeira, o<br />

diretor Antonio Pacífico Pereira <strong>de</strong>clarava, acompanha<strong>do</strong> <strong>do</strong>s professores m<strong>em</strong>bros da<br />

Congregação, o lamentável <strong>de</strong>sastre que ocorrera com a terceira expedição enviada pelo<br />

Exército da República ao arraial <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s. Após <strong>de</strong>stacar a profunda perda pela qual<br />

passava o país, os professores, diretor e vice-diretor ofereciam os serviços da Faculda<strong>de</strong><br />

<strong>em</strong> casos <strong>de</strong> <strong>em</strong>ergência. Esta moção <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> aos combatentes republicanos e a<br />

118 PESAVENTO, Sandra Jatahy. História & História Cultural. 2ª edição. São Paulo: Autêntica Editora,<br />

2005. p. 98.<br />

58


prestação <strong>de</strong> serviços estava dirigida ao governo fe<strong>de</strong>ral, ao ministério da guerra e ao<br />

ministério <strong>do</strong> interior, isto é, Ministério da Justiça e Negócios <strong>do</strong> Interior.<br />

Na segunda ata <strong>do</strong> Livro da Congregação da Faculda<strong>de</strong> – apesar <strong>de</strong> constar como<br />

<strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> março – registrou a resposta <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r, expedida <strong>em</strong> 17 <strong>de</strong> março e<br />

dirigida ao diretor Antonio Pacífico Pereira. Luiz Viana comentava agra<strong>de</strong>ci<strong>do</strong> a moção<br />

da Faculda<strong>de</strong> para com os “bravos <strong>de</strong>fensores da Pátria na expedição contra os fanáticos<br />

<strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s” e <strong>de</strong>stacava o telegrama dirigi<strong>do</strong> ao Ministério da Guerra e <strong>do</strong> Interior. O<br />

ofício <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r segue nos seguintes termos:<br />

“É-me sumamente grato reconhecer a attitu<strong>de</strong> patriótica que sua elevada congregação<br />

scientifica assume diante <strong>do</strong>s lamentáveis acontecimentos que enlutão a Pátria,<br />

offerecen<strong>do</strong> seu valioso apoio e seus inestimáveis serviços ao Governo Fe<strong>de</strong>ral e ao<br />

Esta<strong>do</strong>al que os aceita, louvan<strong>do</strong> assim os sentimentos que inspirarão este<br />

offerecimento, e que constitu<strong>em</strong> uma tradição gloriosa <strong>de</strong>sta Instituição, que tão<br />

merecidamente presidis. Acceitae os sentimentos <strong>de</strong> minha elevada consi<strong>de</strong>ração e<br />

estima.<br />

Saú<strong>de</strong> e Fraternida<strong>de</strong>.<br />

Luis Vianna.” 119<br />

As atas (16 e 20 <strong>de</strong> março) revelam algumas características da a<strong>de</strong>são da FMB<br />

ao conflito trava<strong>do</strong> no arraial. Primeiro: a Faculda<strong>de</strong> se prontificou a atuar ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

Exército e <strong>do</strong> governo fe<strong>de</strong>ral. A presença <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> da Bahia é mencionada através <strong>do</strong><br />

ofício <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r Luiz Vianna, não o ofício assina<strong>do</strong> pelo diretor da Faculda<strong>de</strong>,<br />

Antonio Pacífico Pereira. De to<strong>do</strong> mo<strong>do</strong>, não nos <strong>de</strong>dicamos <strong>em</strong> investigar se havia ou<br />

não, pontos <strong>de</strong> tensão, isto é, qu<strong>em</strong> entre os personagens envolvi<strong>do</strong>s na guerra estava<br />

subordina<strong>do</strong> a qu<strong>em</strong>, pois para essas esferas institucionais [FMB – Esta<strong>do</strong> – Exército], o<br />

que estava <strong>em</strong> jogo era o perigo da nação.<br />

A atitu<strong>de</strong> da FMB compactua com o comportamento rotineiro das instituições<br />

médicas no Brasil <strong>do</strong> século XIX, sobretu<strong>do</strong> no que diz respeito às questões sociais. Se<br />

a medicina buscara no Esta<strong>do</strong> uma ferramenta <strong>de</strong> legitimação <strong>de</strong> seu espaço, fosse pela<br />

imprensa ou pela lei, o que impediria o Esta<strong>do</strong> republicano <strong>de</strong> reproduzir a mesma<br />

lógica? Apesar das <strong>de</strong>savenças e <strong>do</strong>s conflitos miú<strong>do</strong>s da política, o propósito, para o<br />

trinômio, FMB – Esta<strong>do</strong> – Exército, era maior.<br />

<strong>Uma</strong> segunda característica é que seus serviços somente seriam <strong>em</strong>prega<strong>do</strong>s <strong>em</strong><br />

casos <strong>em</strong>ergenciais, porque <strong>em</strong> março <strong>de</strong> 1897 ainda iniciava-se a formação da quarta<br />

expedição a Canu<strong>do</strong>s, <strong>em</strong> que milhares <strong>de</strong> solda<strong>do</strong>s, alguns compulsoriamente<br />

recruta<strong>do</strong>s, atuariam sob o coman<strong>do</strong> <strong>do</strong> general Artur Oscar <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> Guimarães.<br />

119 AFMB – Livro <strong>de</strong> Actas da Congregação: 1889 – 1897. p. 177 e 178.<br />

59


Neste mesmo mês, <strong>em</strong> 21, o general chegou à Queimadas, localizada a 195 quilômetros<br />

<strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s. 120<br />

Composta às pressas, a expedição Artur Oscar contou com um aporte<br />

tecnológico forneci<strong>do</strong> pela indústria que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Guerra Civil Americana (1861 –<br />

1865), passara a <strong>de</strong>linear as feições <strong>de</strong> uma guerra mo<strong>de</strong>rna com o uso das ferrovias, <strong>do</strong><br />

telégrafo e <strong>do</strong> jornal. De acor<strong>do</strong> com o estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Walnice Nogueira Galvão, a estrada <strong>de</strong><br />

ferro para <strong>de</strong>slocar as tropas tanto as que marcharam ao teatro das operações quanto os<br />

convalescentes e feri<strong>do</strong>s; o telégrafo capaz <strong>de</strong> dinamizar a comunicação <strong>em</strong> guerra e os<br />

envia<strong>do</strong>s especiais <strong>do</strong>s jornais, isto é, a imprensa da Bahia, <strong>de</strong> São Paulo e <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro – formatou a Campanha <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s com traços <strong>de</strong> guerra mo<strong>de</strong>rna. 121<br />

1ª Brigada:<br />

Cel. Joaquim<br />

Manuel <strong>de</strong><br />

Me<strong>de</strong>iros<br />

1ª Coluna<br />

Gal. João da Silva Barbosa<br />

2ª Brigada:<br />

Cel. Inácio<br />

Henrique<br />

Gouveia<br />

4ª EXPEDIÇÃO<br />

General Artur Oscar <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> Guimarães<br />

3ª Brigada:<br />

Cel. Antonio<br />

Olimpio da<br />

Silveira<br />

______________________________________________________________________<br />

FONTE: SAMPAIO Neto, José Augusto Vaz; SERRÃO, Magaly <strong>de</strong> Barros Maia; MELLO, Maria Lucia Horta<br />

Lu<strong>do</strong>lf e URURAHY, Vanda Maria Bravo. Canu<strong>do</strong>s – Subsídios para sua reavaliação histórica. Rio <strong>de</strong> Janeiro:<br />

Fundação Casa <strong>de</strong> Rui Barbosa. 1986. p. 50.<br />

A última expedição ao arraial, estruturada e modificada no <strong>de</strong>correr da<br />

Campanha por uma série <strong>de</strong> eventos, principalmente por atrito entre seus<br />

comandantes 122 , abarcara <strong>em</strong> suas tropas aproximadamente entre seis e oito mil<br />

militares, entre eles, sargentos, tenentes, alunos das escolas militares, anspeçadas,<br />

capitães, corneteiros, paisanos, ajudantes e solda<strong>do</strong>s.<br />

4ª Brigada:<br />

Cel. Carlos<br />

Maria da<br />

Silva Teles<br />

2ª Coluna<br />

Gal. Cláudio <strong>do</strong> Amaral Savaget<br />

(incursão por Sergipe)<br />

5ª Brigada:<br />

Cel. Julião<br />

Augusto da<br />

Serra Martins<br />

6ª Brigada:<br />

Cel.<br />

Donaciano <strong>de</strong><br />

Araújo<br />

Pantoja<br />

120 SOARES, Henrique Duque-Estrada <strong>de</strong> Mace<strong>do</strong>. (1985). Op. cit. p. 49.<br />

121 GALVÃO, Walnice Nogueira. O Império <strong>do</strong> Belo Monte – vida e morte no sertão <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s. São<br />

Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2001. p. 82.<br />

122 ARARIPE. Tristão <strong>de</strong> Alencar. (1985). Op. cit. p. 89. Assim comenta o autor: é interessante registrarse,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> já, o <strong>do</strong>entio espírito <strong>de</strong> rivalida<strong>de</strong> que se formou entre os comandantes <strong>de</strong> colunas e <strong>de</strong> corpos,<br />

os quais disputavam a primazia <strong>de</strong> ser<strong>em</strong> os vence<strong>do</strong>res <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s.<br />

60


Heróis no Relatório <strong>do</strong> Ministério da Guerra 123 , esses eram homens entre 16 e 56<br />

anos, alguns na condição <strong>de</strong> ex-combatentes da Guerra <strong>do</strong> Paraguai e da Revolta da<br />

Armada 124 , <strong>de</strong> diversos esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Brasil e foram eles <strong>de</strong>signa<strong>do</strong>s a combater os<br />

conselheiristas no interior da Bahia. Da chegada <strong>de</strong>sses militares e o percurso realiza<strong>do</strong><br />

no espaço entre a capital baiana e o sertão, registraram-se “assaltos a bonds, invasão <strong>de</strong><br />

casas particulares, agressões a pessoas inermes, violências contra hoteleiros e<br />

vendilhões, <strong>de</strong>sacatos a senhoras in<strong>de</strong>fesas...” 125<br />

Entre abril e fins junho <strong>de</strong> 1897, tu<strong>do</strong> parecia re-organiza<strong>do</strong> para o Exército da<br />

república. Apesar <strong>do</strong>s esforços no que se refere a repor o estoque <strong>de</strong> alimentos,<br />

armamentos, dinamizar o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> transporte, prontidão <strong>do</strong> serviço sanitário e <strong>de</strong><br />

engenharia, entre outras medidas peculiares ao cenário da guerra, Queimadas e Monte<br />

Santo, regiões adjacentes à Canu<strong>do</strong>s, encontravam-se <strong>em</strong> esta<strong>do</strong> precário, s<strong>em</strong> muares<br />

para <strong>de</strong>slocar as munições e, menos ainda, mantimentos para alimentar as tropas. 126<br />

Já no limiar <strong>do</strong>s primeiros ataques, no intervalo <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong> maio e 07 <strong>de</strong> junho, o<br />

general Cláudio <strong>do</strong> Amaral Savaget permanecia <strong>em</strong> Ger<strong>em</strong>oabo com parte <strong>de</strong> sua tropa<br />

assolada por uma diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças. Em comunicação com Artur Oscar sobre a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> invasão <strong>do</strong> arraial, o general Artur Oscar or<strong>de</strong>nou que as duas brigadas<br />

se encontrass<strong>em</strong> <strong>de</strong><strong>front</strong>e a Canu<strong>do</strong>s no dia 27 daquele mês. 127 Mas, antes disso, “a 25,<br />

Artur Oscar recebeu a notícia <strong>do</strong>s combates <strong>de</strong> Cocorobó entre a Segunda Coluna e os<br />

conselheiristas, convencen<strong>do</strong>-se da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> chegar o mais rapidamente a<br />

Canu<strong>do</strong>s”. 128 Paralelo a isso é importante <strong>de</strong>stacar que as <strong>do</strong>enças que acometeram os<br />

solda<strong>do</strong>s na Campanha <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s, grassaram no <strong>de</strong>correr das quatro expedições <strong>em</strong><br />

direção à cida<strong>de</strong>la <strong>do</strong> Bom Jesus, mas, naturalmente, pelo número <strong>de</strong> pessoas<br />

envolvidas e pelas condições sanitárias <strong>do</strong> campo <strong>de</strong> operações, recru<strong>de</strong>sceram-se nesta<br />

última expedição.<br />

Entre os dias 25 e 27 <strong>de</strong> junho, as duas colunas tentavam invadir o arraial. Essas<br />

duas frentes, <strong>em</strong> superiorida<strong>de</strong> numérica e bélica (canhões e metralha<strong>do</strong>ras), esbarraram<br />

123<br />

Relatório <strong>do</strong> Ministério da Guerra (RMG - 1898) – Anexo A: Forças <strong>em</strong> Operações na Bahia. São<br />

freqüentes essas passagens no texto: O exército esteve sublime <strong>de</strong> heroísmo. Os solda<strong>do</strong>s morriam dan<strong>do</strong><br />

vivas à República e à m<strong>em</strong>ória <strong>do</strong> marechal Floriano Peixoto, o que prova que a República teve a sorte<br />

<strong>de</strong> fazer brotar o amor pátrio <strong>em</strong> seus corações ru<strong>de</strong>s, porém generosos. Com taes el<strong>em</strong>entos a República<br />

po<strong>de</strong> soffrer combates como este <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s, mas não perecerá. – general Artur Oscar <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong><br />

Guimarães – 4 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897. p. 98.<br />

124<br />

GALVÃO, Walnice Nogueira (org.). (1994). Op. cit. p. 414.<br />

125<br />

SINZIG, Pedro. (1925). Op. cit. p. 172.<br />

126<br />

ARARIPE. Tristão <strong>de</strong> Alencar. (1985). Op. cit. p. 87.<br />

127<br />

SOARES, Henrique Duque-Estrada <strong>de</strong> Mace<strong>do</strong>. (1985). Op. cit. p. 61<br />

128<br />

VILLA, Marco Antonio. (1995). Op. cit. p. 185.<br />

61


durante horas na resistência da Guarda Católica <strong>do</strong> Bom Jesus 129 e nas trincheiras<br />

naturais <strong>do</strong> solo <strong>do</strong> s<strong>em</strong>i-ári<strong>do</strong>, que serviam, igualmente, <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa aos conselheiristas.<br />

Ainda a 25, a entrada ao arraial por Ger<strong>em</strong>oabo foi transposta pelas forças republicanas<br />

(2ª Brigada) e, concomitante a isso, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a centenas <strong>de</strong> baixas, ao anoitecer, foi<br />

improvisa<strong>do</strong> um hospital <strong>de</strong> sangue. (ver mapa no Capítulo III)<br />

Encontran<strong>do</strong>-se a região <strong>do</strong> Alto da Favela (aproximadamente 1300m <strong>de</strong><br />

distância <strong>do</strong> arraial <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s) ocupada pelas tropas republicanas, a primeira quinzena<br />

<strong>de</strong> julho, <strong>de</strong>stacada pelo uso intenso da mata<strong>de</strong>ira, foi marcada por ampla resistência<br />

conselheirista. Em pleno combate, “<strong>em</strong> 30 <strong>de</strong> junho e 1º <strong>de</strong> julho, um pequeno grupo <strong>de</strong><br />

conselheiristas tentou capturar ou <strong>de</strong>struir os canhões <strong>de</strong> uma bateria <strong>do</strong> Exército, mas<br />

foi rechaça<strong>do</strong>.” 130<br />

Neste mesmo cenário, as manobras militares mostravam-se limitadas e havia<br />

acentuada <strong>de</strong>sorganização <strong>do</strong> Exército. Os comboios carrega<strong>do</strong>s para alimentar as<br />

colunas eram frea<strong>do</strong>s pelas investidas <strong>do</strong>s acólitos <strong>do</strong> peregrino ou lentamente se<br />

<strong>de</strong>slocavam, <strong>em</strong> virtu<strong>de</strong> da íngr<strong>em</strong>e topografia <strong>do</strong> sertão, isso s<strong>em</strong> comentar as inúmeras<br />

<strong>de</strong>serções. Sobre os casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>serção, <strong>em</strong> especial na historiografia militar sobre o<br />

t<strong>em</strong>a, há passagens <strong>em</strong> que com o <strong>de</strong>sânimo das tropas atacadas pela fome e pela se<strong>de</strong>,<br />

surgiu certa indisciplina <strong>em</strong> plena linha <strong>de</strong> fogo, assim piquetes inteiros durante a noite<br />

aban<strong>do</strong>navam os postos e partiam <strong>em</strong> direção a Cocorobó ou ao Rosário; muitos,<br />

saciada a fome, regressavam; outros ficavam no mato... 131<br />

A respeito da batalha <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> julho, <strong>em</strong>bl<strong>em</strong>ática para maior parte da<br />

historiografia atinente ao fenômeno <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s, o Exército avançara alguns metros já<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> reduto <strong>do</strong> Conselheiro. Este combate, estendi<strong>do</strong> até o final da noite <strong>do</strong> mesmo<br />

dia, levara os oficiais a or<strong>de</strong>nar o recuo <strong>de</strong> seus combatentes. Um número pertinente <strong>de</strong><br />

comandantes, se não mortos, foram atingi<strong>do</strong>s e tornaram-se incapacita<strong>do</strong>s para seguir<br />

nas trincheiras. No transcorrer da guerra a munição escasseou-se e se<strong>de</strong> e fome<br />

continuavam companheiras <strong>do</strong>s milhares que marcharam <strong>em</strong> direção ao arraial.<br />

Para minimizar a prontidão conselheirista <strong>em</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r seu povo, seu reduto, seu<br />

Belo Monte, o general Artur Oscar <strong>em</strong> comunicação ao Ministro da Guerra <strong>em</strong> 04 <strong>de</strong><br />

set<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897, alegou que a topografia local, trincheiras naturais formadas pelas<br />

129 MELLO, Fre<strong>de</strong>rico Pernambucano <strong>de</strong>. (2007). Op. cit. p. 309. De acor<strong>do</strong> com o autor, o propelente <strong>do</strong><br />

tiro era a pólvora negra, <strong>de</strong> ingredientes levanta<strong>do</strong>s no próprio sertão - salitre, enxofre e carvão vegetal<br />

pila<strong>do</strong>s juntos, basicamente - on<strong>de</strong> também se dava o seu fabrico artesanal antiquíssimo.<br />

130 VILLA, Marco Antonio. (1995). Op. cit. p. 189.<br />

131 SOARES, Henrique Duque-Estrada <strong>de</strong> Mace<strong>do</strong>. (1985). Op. cit. p. 115.<br />

62


<strong>de</strong>pressões <strong>do</strong> solo, freava a investida <strong>de</strong> seus valentes combatentes e que, por isso, não<br />

conseguira prosseguir. Após esta constatação, “<strong>em</strong> telegrama ao ministro da Guerra,<br />

pe<strong>de</strong> o auxílio absur<strong>do</strong> <strong>de</strong> 5 mil solda<strong>do</strong>s, o equivalente a uma quinta expedição.” 132<br />

Simultaneamente a esse contexto, as condições sanitárias <strong>do</strong>s hospitais <strong>de</strong><br />

sangue estrutura<strong>do</strong>s na região para aten<strong>de</strong>r aos feri<strong>do</strong>s reclamavam providências<br />

imediatas. Ali se amontoavam feri<strong>do</strong>s por arma <strong>de</strong> fogo, quedas, variolosos, febris,<br />

amputa<strong>do</strong>s, diarréicos, nas mesmas enfermarias on<strong>de</strong> havia cadáveres insepultos <strong>de</strong><br />

homens e animais. Um corpo médico-militar composto por 21 <strong>do</strong>utores, quatro<br />

farmacêuticos e <strong>do</strong>is enfermeiros, adjuntos à quarta expedição 133 , não fazia frente ao<br />

crescente número <strong>de</strong> feri<strong>do</strong>s.<br />

De acor<strong>do</strong> com o estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Roberto da Motta Teixeira, centra<strong>do</strong> na Guerra <strong>do</strong><br />

Paraguai, os hospitais <strong>de</strong> sangue foram unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> urgência instaladas há alguns<br />

metros da linha <strong>de</strong> fogo 134 . Ali os médicos <strong>do</strong> Exército se <strong>de</strong>dicaram a imobilizar as<br />

fraturas e tamponar as h<strong>em</strong>orragias. Os hospitais <strong>de</strong> sangue “funcionavam <strong>em</strong> barracas,<br />

casas porventura existentes no local ou mesmo ao ar livre. Os medicamentos e material<br />

<strong>de</strong> penso e cirurgia <strong>de</strong> urgência eram leva<strong>do</strong>s <strong>em</strong> maletas <strong>de</strong> mão <strong>de</strong>nominadas<br />

ambulâncias.” 135<br />

Em comunicação <strong>em</strong> 03 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1897, o comandante interino Vicente<br />

Ferreira Álvares expôs a dimensão da situação <strong>do</strong>s hospitais <strong>de</strong> sangue <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s e<br />

suas necessida<strong>de</strong>s: “o 2º ca<strong>de</strong>te sargento Eugenio Carolino Sayão <strong>de</strong> Carvalho, <strong>em</strong> falta<br />

<strong>de</strong> cirurgião nesta columna, t<strong>em</strong> presta<strong>do</strong> os melhores serviços, fazen<strong>do</strong> os primeiros<br />

curativos aos feri<strong>do</strong>s não só <strong>de</strong>ste batalhão, como <strong>do</strong>s outros que guardam este ponto,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o dia 18 [julho].” 136 [grifo nosso]<br />

Um dia antes da data acima, <strong>em</strong> carta ao periódico carioca Jornal <strong>do</strong><br />

Commercio, o capitão Manoel Benício, constant<strong>em</strong>ente censura<strong>do</strong> <strong>em</strong> suas missivas<br />

pelo general Artur Oscar <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> Guimarães, expunha mais um cenário <strong>do</strong>s<br />

hospitais <strong>de</strong> sangue <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s:<br />

“Jaz<strong>em</strong> ali os feri<strong>do</strong>s no chão poeirento e seco, outro sobre couros ainda frescos e<br />

fe<strong>do</strong>rentos <strong>do</strong> ga<strong>do</strong> abati<strong>do</strong> diariamente. O ar tresanda, as varejeiras esvoaçam <strong>em</strong><br />

132 MELLO, Fre<strong>de</strong>rico Pernambucano. (2007) Op. cit. p. 218.<br />

133 SAMPAIO Neto, José Augusto Vaz; SERRÃO, Magaly <strong>de</strong> Barros Maia; MELLO, Maria Lucia Horta<br />

Lu<strong>do</strong>lf e URURAHY, Vanda Maria Bravo. (1986). Op. cit. p. 49.<br />

134 Ver localização <strong>do</strong>s hospitais <strong>de</strong> sangue <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s no Capítulo III.<br />

135 TEIXEIRA, Roberto C. da Motta. Aspectos históricos da Medicina Militar na Guerra da Tríplice<br />

Aliança. In: Rio <strong>de</strong> Janeiro: ACADEMIA BRASILEIRA DE MEDICINA MILITAR – PROBLEMAS<br />

DE MEDICINA MILITAR, 1967 – 1968. 2v. p. 638.<br />

136 RMG – 1898. Op. cit. p. 57.<br />

63


zumzum ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s <strong>do</strong>entes esquáli<strong>do</strong>s e famintos, fitan<strong>do</strong> as visitas com os olhos<br />

brancos <strong>de</strong> misericórdia e suplica. (...)<br />

Á hora <strong>do</strong> curativo o medico aparece. Desamarra a ferida que se apresenta nua à sua<br />

vista. Nova ventania inva<strong>de</strong> a tenda e enche <strong>de</strong> terra a chaga avermelhada.<br />

Lavar com quê? Só com água e aguar<strong>de</strong>nte. Depois um pouco <strong>de</strong> io<strong>do</strong>fórmio <strong>em</strong> cima,<br />

nova atadura e tu<strong>do</strong> feito, porque não há mais r<strong>em</strong>édio. R<strong>em</strong>édio há muito porém para<br />

pneumonia, espinhela caída, quebranto, feitiço e outras tantas enfermida<strong>de</strong>s que, por<br />

ora, não há n<strong>em</strong> t<strong>em</strong> apareci<strong>do</strong> no acampamento.<br />

Destes r<strong>em</strong>édios as ambulâncias vieram cheias.<br />

Para febres, ferimentos, não há mais medicamentos. Era também exigir <strong>de</strong>mais ao que<br />

dividiu ou organizou as ambulâncias, querer que ele soubesse que se havia <strong>de</strong> ser feri<strong>do</strong><br />

<strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s e ter-se febres nestes lugares notáveis pelo impaludismo!?...” 137<br />

Este ambiente pestífero e <strong>de</strong>sola<strong>do</strong>r refletiu-se no trabalho <strong>do</strong>s médicos<br />

militares. Em passag<strong>em</strong> pelo hospital <strong>de</strong> Monte Santo na primeira quinzena <strong>de</strong> agosto –<br />

este sob a chefia <strong>do</strong> major-médico dr. Francisco <strong>de</strong> Paula Alvelos – o acadêmico baiano<br />

<strong>do</strong> quarto ano médico da FMB, Francisco Xavier <strong>de</strong> Oliveira, <strong>de</strong>parou-se com um<br />

quadro assusta<strong>do</strong>r que, até mesmo, afastava os médicos militares <strong>de</strong> seus ofícios. Em<br />

sua permanência no teatro das operações, Francisco Xavier relatou que, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à falta<br />

<strong>de</strong> recursos necessários para executar o trabalho, os médicos militares nada faziam. O<br />

jov<strong>em</strong> estudante e os <strong>de</strong>mais colegas <strong>do</strong> curso <strong>de</strong> Medicina e Farmácia foram<br />

apresenta<strong>do</strong>s ao dr. José Lopes da Silva Júnior e, logo quan<strong>do</strong> da chegada ao Hospital<br />

<strong>de</strong> Sangue, narra o autor:<br />

“Começamos então a trabalhar.<br />

Leva<strong>do</strong> por um enfermeiro, que era um preto alto com a divisa <strong>de</strong> anspeçada <strong>do</strong><br />

exercito, entrou o acadêmico <strong>em</strong> uma casa <strong>de</strong> porta e duas janelas no correr <strong>front</strong>eiro à<br />

igreja.<br />

Ao entrar, a <strong>do</strong>is passos da porta foi encontran<strong>do</strong> feri<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ita<strong>do</strong>s pelo chão. (...)<br />

Suplicas, g<strong>em</strong>i<strong>do</strong>s <strong>de</strong> confranger o mais <strong>em</strong>pe<strong>de</strong>rni<strong>do</strong> coração.<br />

Feridas supuradas das mais variadas localizações e das mais irregulares formas e<br />

dimensões; ossos a vista nas fraturas expostas; <strong>do</strong>res, magreza, miséria orgânica,<br />

féti<strong>do</strong>.(...)<br />

De cócoras to<strong>do</strong> o t<strong>em</strong>po, quan<strong>do</strong> terminou a tarefa tinha o diretor feito sessenta e um<br />

curativos.<br />

Indaga<strong>do</strong> por que os médicos não provi<strong>de</strong>nciavam para melhorar aquela situação<br />

horrível, o enfermeiro apontan<strong>do</strong> para um grupo que estava nos bancos <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong><br />

tamarin<strong>de</strong>iro, on<strong>de</strong> se jogava gamão, respon<strong>de</strong>u:<br />

O hospital <strong>de</strong>les é ali.” 138<br />

As dificulda<strong>de</strong>s encontradas no campo <strong>de</strong> operações no que se refere ao trabalho<br />

médico, ou seja, muitos feri<strong>do</strong>s, número excessivo <strong>de</strong> <strong>do</strong>entes e insuficiências materiais<br />

das mais variadas; está diretamente ligada à inserção da FMB no con<strong>front</strong>o. Em 22 <strong>de</strong><br />

137 GALVÃO. Walnice Nogueira. (1994). Op. cit. p. 281.<br />

138 OLIVEIRA, Francisco Xavier. R<strong>em</strong>iniscências da Guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s. Bahia: Revista <strong>do</strong> Instituto<br />

Geográfico e Histórico da Bahia, 1943 – n. 69. p. 157, 158 e 159.<br />

64


julho, o governa<strong>do</strong>r Luis Vianna recebeu <strong>do</strong> general João Thomaz Antonio Cantuária o<br />

seguinte telegrama:<br />

“Neste momento recebo telegramma commandante guarnição sobre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

médicos e pharmaceuticos para forças <strong>em</strong> operações no interior <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Apellan<strong>do</strong><br />

tradicional civismo povo baiano peço vosso valioso auxilio na satisfação <strong>de</strong> tão urgente<br />

necessida<strong>de</strong> na parte que vos couber.” 139<br />

Volt<strong>em</strong>os no t<strong>em</strong>po. Após comunicação, já <strong>de</strong>stacada, com o governo fe<strong>de</strong>ral,<br />

com o Ministério da Guerra e com o Ministério da Justiça, no mês março <strong>de</strong> 1897, há<br />

mais algumas sessões registradas no Livro <strong>de</strong> Atas da Congregação da Faculda<strong>de</strong> no<br />

Terreiro <strong>de</strong> Jesus. Na mesma ata <strong>do</strong> dia 20 <strong>de</strong> março, ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que constava<br />

a prontidão da Faculda<strong>de</strong> <strong>em</strong> atuar ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> Exército e <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> da Bahia contra os<br />

fanáticos <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s, <strong>do</strong>is assuntos ainda foram trata<strong>do</strong>s: um refere-se ao protesto<br />

acerca <strong>de</strong> uma pr<strong>em</strong>iação <strong>de</strong> viag<strong>em</strong> à Europa; e, o outro, são comentários sobre a<br />

M<strong>em</strong>ória Histórica da FMB, escrita pelo médico maranhense e lente da disciplina <strong>de</strong><br />

Medicina Legal daquela instituição, Raymun<strong>do</strong> Nina Rodrigues. 140<br />

Em sua M<strong>em</strong>ória Histórica, relativa ao ano letivo <strong>de</strong> 1896, o professor Nina<br />

Rodrigues relatara as mais variadas necessida<strong>de</strong>s estruturais da Faculda<strong>de</strong>, que longe<br />

estava, na opinião <strong>do</strong> autor, <strong>do</strong> que havia nos países civiliza<strong>do</strong>s. Carência <strong>de</strong> materiais<br />

para um trabalho a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>, inapropria<strong>do</strong>s laboratórios para o ensino prático <strong>de</strong><br />

anatomia, falta <strong>de</strong> cadáveres para análise, falta <strong>de</strong> <strong>em</strong>penho <strong>de</strong> alguns colegas <strong>de</strong><br />

trabalho, escasso investimento <strong>do</strong> governo estadual e fe<strong>de</strong>ral, <strong>de</strong>ntre outras<br />

insuficiências. 141 Tal assertiva não passou ilesa aos comentários <strong>do</strong>s professores ali<br />

reuni<strong>do</strong>s no momento <strong>de</strong> sua leitura.<br />

Aliás, por um la<strong>do</strong>, no que toca ao contexto nosocomial, laboratorial e,<br />

particularmente, médico <strong>em</strong> algumas cida<strong>de</strong>s européias <strong>do</strong> século XIX – Viena, Paris,<br />

Berlim, por ex<strong>em</strong>plo – <strong>de</strong>terminadas <strong>de</strong>scobertas no campo das <strong>do</strong>enças pulmonares,<br />

cardiologia, citologia, fisiologia, na tecnologia, bacteriologia e vacinas, paulatinamente,<br />

ganhavam dimensões extracontinentais. Assim, os livros, compêndios, e coleções <strong>de</strong>ssas<br />

universida<strong>de</strong>s européias, não tardariam <strong>em</strong> atravessar o Atlântico. Por outro, numa<br />

139 ALMEIDA, Felix Gaspar <strong>de</strong> Barros. Secretaria <strong>de</strong> Policia e Segurança Pública – Relatório<br />

apresenta<strong>do</strong> ao Governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> Exm. Sr. Cons. Luiz Vianna – 1898. p. 17.<br />

140 AFMB – Livro <strong>de</strong> Actas da Congregação: 1889 – 1897. p. 180.<br />

141 BRITTO, Antonio Carlos Nogueira. A Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia na Época <strong>de</strong> Nina Rodrigues.<br />

Bahia: Gazeta Médica da Bahia, 2006. p. 76 e 77. Material disponível no site:<br />

http://www.medicina.ufba.br/gmbahia/numeros/sup2_2006/sup2_2006.pdf. Acesso <strong>em</strong> 10/11/2008.<br />

65


dimensão política, militar e econômica, <strong>em</strong> época <strong>de</strong> colonialismo e imperialismo 142 ,<br />

essas mesmas inovações científicas chegariam, <strong>em</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s momentos, como<br />

‘salva<strong>do</strong>ras’ <strong>do</strong>s ‘insalubres’ trópicos. Diga-se <strong>de</strong> passag<strong>em</strong>, laboratórios da maior parte<br />

<strong>de</strong> <strong>experiência</strong>s científicas européias. 143<br />

Voltan<strong>do</strong> ao Terreiro <strong>de</strong> Jesus, o dr. Manoel Joaquim Saraiva, presente à sessão<br />

<strong>de</strong> leitura da M<strong>em</strong>ória, protestou contra a referência <strong>do</strong> dr. Nina na sua M<strong>em</strong>ória<br />

Histórica ao comentar a meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> trabalho que <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhavam os professores no<br />

ensino prático. 144 O mesmo dr. Saraiva, acusava o médico maranhense <strong>de</strong> cometer grave<br />

injustiça a seus colegas que, muito <strong>de</strong>dica<strong>do</strong>s, s<strong>em</strong>pre permaneceram ativos no que se<br />

refere ao ensino prático daquela Faculda<strong>de</strong> e expôs as pesquisas realizadas no<br />

laboratório <strong>de</strong> higiene ali instala<strong>do</strong>, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong> que algumas <strong>de</strong>las serviram <strong>de</strong> fonte<br />

para as reformas sanitárias espalhadas <strong>em</strong> outros Esta<strong>do</strong>s brasileiros e que, <strong>de</strong>ste mo<strong>do</strong>,<br />

as informações <strong>do</strong> dr. Nina, nada coincidiam com a realida<strong>de</strong> <strong>do</strong> trabalho <strong>do</strong>s<br />

professores. Por fim, “estan<strong>do</strong> a hora adiantada, e com a palavra diversos Sr s .<br />

Professores, por proposta <strong>do</strong> Sr. Cons. Ramiro (dr. Ramiro A. Monteiro), foi adiada a<br />

discussão. Em seguida o Sr. Dr. Director levantou a sessão.” 145 [grifo nosso]<br />

Lançamos mão aqui <strong>de</strong> algumas M<strong>em</strong>órias Históricas da FMB para discutir a<br />

idéia <strong>de</strong> que estes <strong>do</strong>cumentos – ao compartilhar com outros (jornais, lições,<br />

conferências, registros <strong>de</strong> atos solenes, teses <strong>de</strong> <strong>do</strong>utoramento), no que se refere a essa<br />

esfera, à <strong>do</strong>s letra<strong>do</strong>s e intelectuais <strong>do</strong> início <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> republicano 146 – nos auxiliam a<br />

recompor o ambiente das relações entre os m<strong>em</strong>bros da Faculda<strong>de</strong> <strong>em</strong> Salva<strong>do</strong>r no<br />

transcorrer da guerra travada a quatrocentos e noventa quilômetros dali.<br />

Tais características registradas pela M<strong>em</strong>ória Histórica escrita e lida por Nina<br />

Rodrigues não se restringiram ao seu perío<strong>do</strong>. Marcos Augusto Pessoa Ribeiro, ao<br />

estudar a M<strong>em</strong>ória <strong>de</strong> Alfre<strong>do</strong> Britto, <strong>de</strong> 1900 (<strong>do</strong>is anos após a Guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s),<br />

notara que o autor também reclamava das condições <strong>de</strong> higiene das instalações da FMB.<br />

Nas palavras <strong>do</strong> m<strong>em</strong>orialista, pacientes com <strong>do</strong>enças contagiosas, como a tuberculose,<br />

permaneciam durante meses nas enfermarias conviven<strong>do</strong> com outros enfermos,<br />

aumentan<strong>do</strong> o risco <strong>de</strong> contágio até mesmo <strong>de</strong> professores e alunos. Ainda na mesma<br />

142<br />

HOBSBAWM, Eric J. A Era <strong>do</strong>s Impérios. 5ª Edição. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Ed. Paz e Terra, 1998. p. 109 e<br />

110.<br />

143<br />

PORTER, Roy. (2004). Op. cit. p. 97 – 123.<br />

144<br />

AFMB – Livro <strong>de</strong> Actas da Congregação: 1889 – 1897. p. 180.<br />

145<br />

I<strong>de</strong>m. p. 180. A revolta <strong>de</strong> alguns professores presentes acerca da M<strong>em</strong>ória Histórica <strong>de</strong> Nina<br />

Rodrigues ocupara 11 páginas <strong>de</strong>ste Livro <strong>de</strong> Actas, enquanto Canu<strong>do</strong>s, 5.<br />

146<br />

SÁ, Dominichi Miranda <strong>de</strong>. (2006). Op. cit. p. 38.<br />

66


M<strong>em</strong>ória Histórica, o professor Alfre<strong>do</strong> Brito comentou que “os alunos costumavam<br />

aglomerar-se <strong>em</strong> torno <strong>do</strong>s leitos <strong>do</strong>s <strong>do</strong>entes, sen<strong>do</strong> estes frequent<strong>em</strong>ente importuna<strong>do</strong>s<br />

pelas moscas atraídas pelas escarra<strong>de</strong>iras <strong>de</strong>scobertas, “cheias <strong>de</strong> esputos numulares”<br />

[da tuberculose], sob as mesinhas <strong>de</strong> cabeceira.” 147<br />

Seguin<strong>do</strong> o Livro <strong>de</strong> Atas da Congregação da FMB, <strong>em</strong> dias subseqüentes às<br />

<strong>de</strong>savenças causadas pela M<strong>em</strong>ória Histórica escrita pelo dr. Nina Rodrigues,<br />

encontramos o oficio nº. 1395, <strong>de</strong> 08 <strong>de</strong> julho, o qual antece<strong>de</strong> a comunicação expedida<br />

pelo general João Thomaz Cantuária ao governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> Luiz Viana, <strong>em</strong> 22 <strong>de</strong><br />

julho. Este primeiro <strong>do</strong>cumento, com a assinatura <strong>do</strong> tenente-coronel dr. José Leôncio<br />

<strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros (chefe <strong>do</strong> Serviço Sanitário <strong>do</strong> Exército no Esta<strong>do</strong> Fe<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> da Bahia), fora<br />

r<strong>em</strong>eti<strong>do</strong> ao diretor da Faculda<strong>de</strong>, Antonio Pacífico Pereira. Pass<strong>em</strong>os então ao seu<br />

conteú<strong>do</strong>:<br />

“..., que sigam com máxima urgencia para Monte Santo to<strong>do</strong>s os Médicos e<br />

Pharmaceuticos Civis contracta<strong>do</strong>s, caso estes não se prest<strong>em</strong> por seu patriotismo a<br />

servir gratuitamente, como muitos já o fizeram merecen<strong>do</strong> por isso a gratidão da Pátria,<br />

cumpro o <strong>de</strong>ver in<strong>de</strong>clinável e pedir acatamento que nos digneis <strong>de</strong> consultar sobre a<br />

materia e os Médicos e Pharmaceuticos da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina e <strong>de</strong> Pharmacia sob<br />

nossa digna direção, atten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ao offerecimento generoso e louvável feito ultimamente<br />

ao governo da Republica pela illustrada e <strong>em</strong>érita Congregação da Faculda<strong>de</strong> com<br />

edificante solicitu<strong>de</strong> e patriotismo.”<br />

Perceb<strong>em</strong>os no comunica<strong>do</strong> que, para a urgência <strong>do</strong>s serviços da guerra, tornara-<br />

se capital a intervenção da Faculda<strong>de</strong> no con<strong>front</strong>o. Trezentos e noventa e cinco<br />

quilômetros teriam que percorrer os médicos e farmacêuticos da FMB para chegar a<br />

Monte Santo, região contígua a Canu<strong>do</strong>s e, ao mesmo t<strong>em</strong>po, quartel general <strong>do</strong><br />

Exército. Em cartas enviadas das trincheiras da guerra ao periódico carioca A Notícia,<br />

<strong>em</strong> 21 <strong>de</strong> julho, Manoel Figueire<strong>do</strong> expunha a situação <strong>do</strong> hospital monta<strong>do</strong> pelos<br />

médicos militares <strong>em</strong> Monte Santo:<br />

“o hospital está b<strong>em</strong> localiza<strong>do</strong>... Em outro local, pouco afasta<strong>do</strong> <strong>do</strong> centro <strong>do</strong> arraial,<br />

existe também uma enfermaria <strong>de</strong> isolamento para os ataca<strong>do</strong>s e moléstias infecciosas.<br />

O sarampão, <strong>de</strong> forma grave, t<strong>em</strong> ataca<strong>do</strong> algumas praças, assim como diarréias<br />

coleriformes, fazen<strong>do</strong> a primeira vitima, a <strong>de</strong>speito <strong>do</strong>s serviços clínicos.” 148<br />

As notícias que chegavam pela imprensa, sobretu<strong>do</strong>, durante o final <strong>de</strong> julho e<br />

início <strong>de</strong> agosto, <strong>de</strong>senhavam um palco não muito convidativo à presença <strong>de</strong>sses<br />

médicos ao campo das operações. Num olhar mais <strong>de</strong>talha<strong>do</strong> sobre a comunicação entre<br />

o tenente-coronel e o diretor da Faculda<strong>de</strong>, alguns professores não se prestariam a fazer<br />

147 RIBEIRO, Marcos Augusto Pessoa. (1997). Op. cit. p. 39.<br />

148 GALVÃO, Walnice Galvão. (1994). Op. cit. p. 407.<br />

67


o serviço gratuitamente, n<strong>em</strong> mesmo imbuí<strong>do</strong>s <strong>do</strong> sentimento <strong>de</strong> salvação da pátria.<br />

Neste caso, como consta, ao atuar<strong>em</strong> adjuntos às comissões militares, trabalhariam na<br />

condição <strong>de</strong> contrata<strong>do</strong>s. 149<br />

Quadro – 1<br />

José Olympio <strong>de</strong><br />

Azeve<strong>do</strong><br />

Chimica inorgânica<br />

medica<br />

José Eduar<strong>do</strong> Freire <strong>de</strong><br />

Carvalho Filho<br />

Therapeutica<br />

João E. <strong>de</strong> Castro<br />

Cerqueira<br />

Chimica orgânica e<br />

Biologia<br />

Alfre<strong>do</strong> Thomé <strong>de</strong><br />

Britto<br />

Clinica prope<strong>de</strong>utica<br />

J. Carneiro <strong>de</strong> Campos Anatomia <strong>de</strong>scriptiva<br />

Climério Car<strong>do</strong>so <strong>de</strong><br />

Oliveira<br />

Clinica obstétrica e<br />

gynecologica<br />

Carlos Freitas<br />

Anatomia medico<br />

cirúrgica<br />

Alexandre E. <strong>de</strong> Castro<br />

Cerqueira<br />

Clinica <strong>de</strong>rmatológica e<br />

syphiligraphica<br />

Manoel José <strong>de</strong> Araújo<br />

Physiologia theorica e<br />

experimental<br />

Antonio Pacifico<br />

Pereira<br />

Histologia theorica e<br />

pratica<br />

Augusto César Vianna<br />

Anatomia e Physiologia<br />

pathologicas<br />

Pedro <strong>de</strong> Luz<br />

Carrascosa<br />

Profº substituto<br />

Guilherme Pereira<br />

Rebello<br />

Pathologia Geral Pedro Luiz Celestino Profº substituto<br />

R. Nina Rodrigues Medicina Legal Braz <strong>do</strong> Amaral Profº substituto<br />

Manuel Joaquim<br />

Saraiva<br />

Hygiene<br />

João Agrippino C.<br />

Dorea<br />

Profº substituto<br />

Fortunato Augusto da<br />

Silva Junior<br />

Operações e apparelhos<br />

Alfre<strong>do</strong> F. <strong>de</strong><br />

Magalhães<br />

Profº substituto<br />

Antonio Pacheco<br />

Men<strong>de</strong>s<br />

Clinica cirúrgica 1ª<br />

ca<strong>de</strong>ira<br />

Clo<strong>do</strong>al<strong>do</strong> <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> Profº substituto<br />

Anísio C. <strong>de</strong> Carvalho Pathologia medica C. Ferreira Santos Profº substituto<br />

FONTE: AFMB – THESES. Teses <strong>de</strong> <strong>do</strong>utoramento: 1897. Ver material <strong>em</strong> anexo.<br />

Os médicos apresenta<strong>do</strong>s no Quadro n. 1 eram os lentes catedráticos, alguns<br />

substitutos, e suas respectivas disciplinas; eles atuaram diretamente nas enfermarias <strong>de</strong><br />

Salva<strong>do</strong>r. A respeito <strong>de</strong> suas contratações, nossa análise nas atas da Congregação da<br />

Faculda<strong>de</strong> referente ao ano <strong>de</strong> 1897, no Relatório <strong>do</strong> Ministério da Guerra e no<br />

Relatório <strong>do</strong> Ministério da Justiça e Negócios <strong>do</strong> Interior, não esbarrara <strong>em</strong> alguma<br />

nota, or<strong>de</strong>m ou <strong>de</strong>creto a respeito <strong>de</strong> valores, nomeações, con<strong>de</strong>corações ou algo<br />

similar. No <strong>de</strong>curso <strong>de</strong> nossas leituras e reflexões, ao contrário <strong>do</strong> já menciona<strong>do</strong> estu<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> Marcos Augusto Pessoa Ribeiro, não encontramos algum registro sobre a presença<br />

<strong>do</strong>s professores <strong>de</strong>sta Faculda<strong>de</strong> na vila <strong>de</strong> Monte Santo.<br />

149 BPEB – Para melhor compreensão da palavra contrata<strong>do</strong>s, recorr<strong>em</strong>os a alguns dicionários da Língua<br />

Portuguesa edita<strong>do</strong>s no <strong>de</strong>correr <strong>do</strong> Oitocentos. (A) MORAES, Antonio. Diccionario da Língua<br />

Portugueza – Recopila<strong>do</strong>. Tomo primeiro. Lisboa. PORTUGAL: 1831. Contrátar: v.at. Fazer contrato.<br />

§. Dar certa renda ou lucro contingente d’algum ramo <strong>de</strong> commercio, alguma obra. Couto, 6.I.I. f. 3.c.2.<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> que as náos <strong>de</strong> el-Rei se contratárão a merca<strong>do</strong>res. Contratou o contrato; a qu<strong>em</strong> se contratou a<br />

Casa da Índia. Couto, 10.10. 6 §. Fazer negócio. p. 464. (B) Diccionario Cont<strong>em</strong>poraneo da Língua<br />

Portuguesa. Lisboa. PORTUGAL: 1881. vol. I. Contractar: fazer contracto <strong>de</strong>, ajustar: Contractou a<br />

illuminação da cida<strong>de</strong> por vinte annos. Contractaram casamento; negociar: Este hom<strong>em</strong> contracta <strong>em</strong><br />

tu<strong>do</strong>. || v. pr. assalariar-se; contractar a locação <strong>do</strong>s próprios serviços: Contractou-se por três annos<br />

com boas condições. p. 394. (C) ALMEIDA, Francisco <strong>de</strong>. Novo Diccionario Universal Portuguez. vol. I.<br />

Lisboa. Portugal: 1891. Contráctar: fazer contrato <strong>de</strong>, ajustar, negociar. | v.p. assalariar-se. p. 492.<br />

68


A resposta <strong>do</strong> diretor da Faculda<strong>de</strong>, ante a solicitação <strong>do</strong> Exército, <strong>de</strong>u-se<br />

imediatamente. Em ofício nº. 223, Antonio Pacifico Pereira comunicou ao dr. José<br />

Leôncio <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros que, após consultar os médicos, farmacêuticos e auxiliares, to<strong>do</strong>s<br />

ali presentes, portaram-se servíveis à incumbência <strong>de</strong> trabalhar <strong>em</strong> Salva<strong>do</strong>r. Ao mesmo<br />

t<strong>em</strong>po, na referida ata <strong>de</strong> 08 <strong>de</strong> julho, menciona ainda mais duas informações: primeiro:<br />

a <strong>de</strong> que os acadêmicos <strong>do</strong> sexto ano <strong>de</strong> medicina ofereceram seus trabalhos,<br />

concomitante ao <strong>do</strong>s professores; e, segun<strong>do</strong>, a Faculda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já, organizaria seus<br />

laboratórios para a preparação <strong>do</strong>s r<strong>em</strong>édios necessários às suas tarefas.<br />

Em ofício nº. 1466, data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 16 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1897, assina<strong>do</strong> pelo general João<br />

Thomaz Antonio Cantuária, o “Governo acceita agra<strong>de</strong>ci<strong>do</strong> patriótico offerecimento<br />

Faculda<strong>de</strong> Medicina e Pharmácia, Clero Secular e Regular <strong>de</strong>sse Esta<strong>do</strong> para tratamento<br />

e cuida<strong>do</strong>s nossos feri<strong>do</strong>s Hospitaes <strong>de</strong>ssa Capital, e <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> Chefe serviço sanitário<br />

ahi aproveitar essa valiosa offerta” 150 . Nesta mesma comunicação, o general Cantuária<br />

não via necessida<strong>de</strong>, ainda, <strong>de</strong> marchar para o interior <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> os que se propunham a<br />

tal fim. Não julgava o militar, tão gran<strong>de</strong> sacrifício. Todavia, ao que consta <strong>em</strong> ata, é<br />

que “foram contrata<strong>do</strong>s diversos alunos <strong>de</strong> diferentes séries para prestar serviços<br />

médicos <strong>em</strong> Queimadas, Monte Santo e Canu<strong>do</strong>s, e no dia 27 [julho], para lá seguiram<br />

vinte e cinco <strong>de</strong>sses estudantes, in<strong>do</strong> <strong>de</strong>pois ainda outros, perfazen<strong>do</strong> um total <strong>de</strong><br />

_______ [espaço no <strong>do</strong>cumento].” 151 [grifo nosso]<br />

Em telegrama <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> julho, nº. 262, o diretor da Faculda<strong>de</strong> entrou <strong>em</strong> contato<br />

com o Ministro da Justiça e Negócios Interiores, Amaro Cavalcanti, solicitan<strong>do</strong><br />

permissão para dispensar os acadêmicos das freqüências das aulas proferidas nos<br />

laboratórios daquela instituição. A resposta viera alguns dias <strong>de</strong>pois: “autorisa-vos<br />

suspen<strong>de</strong>r aulas t<strong>em</strong>po julgar<strong>de</strong>s necessário serviços pessoal <strong>do</strong>cente auxiliar alunnos<br />

tratamento feri<strong>do</strong>s Canu<strong>do</strong>s. Ministro <strong>do</strong> Interior.” 152<br />

2.2. <strong>Uma</strong> incursão nas enfermarias<br />

A partir <strong>do</strong> dia 06 <strong>de</strong> agosto, começava a chegar a primeira leva <strong>de</strong> feri<strong>do</strong>s e<br />

<strong>do</strong>entes que provinham das trincheiras da guerra. Para arregimentar uma estrutura<br />

hospitalar capaz <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s militares que davam entrada, a<br />

150<br />

AFMB – Livro <strong>de</strong> Actas da Congregação (1889 – 1897). p. 199.<br />

151<br />

I<strong>de</strong>m. p. 199. Calculamos 33 alunos <strong>do</strong> curso <strong>de</strong> medicina envia<strong>do</strong>s ao campo <strong>de</strong> batalha. (ver listag<strong>em</strong><br />

<strong>em</strong> anexo).<br />

152<br />

I<strong>de</strong>m. p. 199. Detalhe, neste mesmo Livro <strong>de</strong> Actas, consta <strong>em</strong> sessão <strong>de</strong> 23 <strong>de</strong> outubro, que os alunos<br />

se <strong>de</strong>dicaram espontaneamente à tratar <strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s nas enfermarias. Mais <strong>de</strong>talhes no Capítulo III.<br />

69


Faculda<strong>de</strong> organizou, na capital baiana, trinta enfermarias, localizadas <strong>em</strong> diversos<br />

pontos, ou melhor, quatro locais: Mosteiro <strong>de</strong> São Bento, Forte <strong>de</strong> Jequitaia, Arsenal <strong>de</strong><br />

Guerra (situa<strong>do</strong> <strong>em</strong> Água <strong>de</strong> Meninos) e o próprio prédio da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da<br />

Bahia, foram os lugares que receberam os inúmeros feri<strong>do</strong>s no cenário da guerra.<br />

“A partir <strong>do</strong> momento <strong>em</strong> que se estipulou a distribuição <strong>do</strong> espaço como el<strong>em</strong>ento <strong>de</strong><br />

terapêutica, o hospital pô<strong>de</strong> ser concebi<strong>do</strong> como lugar i<strong>de</strong>al para a constituição <strong>de</strong><br />

microcosmos individualiza<strong>do</strong>s, especialmente prepara<strong>do</strong>s para se inserir cada <strong>do</strong>ente <strong>de</strong><br />

acor<strong>do</strong> com a sua <strong>do</strong>ença e com os ditames <strong>do</strong> tratamento que ele <strong>de</strong>vesse seguir. Para<br />

que isso se tornasse viável, foi preciso que to<strong>do</strong>s os recursos hospitalares foss<strong>em</strong><br />

expressamente <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s às finalida<strong>de</strong>s médicas, fican<strong>do</strong> submeti<strong>do</strong>s ao coman<strong>do</strong><br />

funcional e administrativo da classe médica.” 153<br />

Durante um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> perío<strong>do</strong>, no século XVIII, hospitais europeus<br />

apresentavam um único caminho: o da morte. França e Inglaterra, por ex<strong>em</strong>plo, viram<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> suas capitais, hospitais, alguns <strong>de</strong> carida<strong>de</strong>, públicos e outros priva<strong>do</strong>s,<br />

verda<strong>de</strong>iras ante-salas da morte. Moléstias infecto-contagiosas das mais variadas<br />

grassavam pelos corre<strong>do</strong>res, numa estrutura arquitetônica precária por não levar <strong>em</strong><br />

consi<strong>de</strong>ração aspectos como limpeza, ventilação, distribuição espacial <strong>do</strong>s leitos, <strong>de</strong>ntre<br />

outros fatores que contribuíam para aumentar os índices <strong>de</strong> óbito. Ao mesmo t<strong>em</strong>po,<br />

estes mesmos hospitais, muitos reforma<strong>do</strong>s e outros construí<strong>do</strong>s no início <strong>do</strong> século<br />

XIX, se tornaram o espaço das pesquisas no que diz respeito ao ensino prático para<br />

estudantes <strong>de</strong> medicina. Ali “a medicina po<strong>de</strong>, portanto, efectuar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a muito t<strong>em</strong>po a<br />

sua “revolução científica”. 154<br />

Necrotérios e leitos eram agora os espaços das observações pessoaes <strong>de</strong><br />

professores e discípulos. Neste ambiente anatomo-clínico “o olhar torna-se o <strong>de</strong>positário<br />

e a fonte da clareza. (...) O olhar não é mais redutor, mas funda<strong>do</strong>r <strong>do</strong> indivíduo <strong>em</strong> sua<br />

qualida<strong>de</strong> irredutível. E, assim, torna-se possível organizar <strong>em</strong> torno <strong>de</strong>le uma<br />

linguag<strong>em</strong> racional.” 155 Concomitante a isso, o espaço nosocomial en<strong>do</strong>ssava o caráter<br />

corporativo <strong>de</strong> seus condutores. Assim, o hospital passara a catalisar e, por conseguinte,<br />

coletivizar o trabalho <strong>de</strong> seus internos, dan<strong>do</strong> a eles <strong>de</strong>terminada uniformida<strong>de</strong> e<br />

segurança. Coerent<strong>em</strong>ente ao que diz respeito à relação aprendizag<strong>em</strong>-ensino,<br />

“firmou-se o consenso <strong>de</strong> que se <strong>de</strong>veria obe<strong>de</strong>cer a uma estratégia quanto ao uso das<br />

operações, estratégia cuja <strong>de</strong>finição exigia não apenas conhecimento aprofunda<strong>do</strong> das<br />

153<br />

ANTUNES, José Leopol<strong>do</strong> Ferreira. Hospital – instituição e história social. São Paulo: Editora Letras<br />

e Letras, 1991. p. 163.<br />

154<br />

MOULIN, Anne Marie. Os frutos da ciência. In: LE GOFF, Jacques. As Doenças têm história. Lisboa:<br />

TERRAMAR – Editores, 1985. p. 96.<br />

155<br />

FOUCAULT, Michel. O Nascimento da Clinica. 6ª edição. São Paulo: Editora Forense Universitária,<br />

2006. p. XI.<br />

70


ciências básicas – anatomia, fisiologia, patologia – como também longa <strong>experiência</strong><br />

clínica...” 156<br />

Um outro núcleo <strong>de</strong> ensino prático da medicina, espacialmente no que diz<br />

respeito às ativida<strong>de</strong>s cirúrgicas, à higiene e à epi<strong>de</strong>miologia, foram as diversas guerras<br />

espalhadas pelo mun<strong>do</strong> durante o perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> Oitocentos ou, até mesmo, antes <strong>de</strong>le. De<br />

Roma à Criméia 157 , inúmeros trabalhos executa<strong>do</strong>s nas enfermarias montadas na linha<br />

<strong>de</strong> fogo migraram da medicina castrense à área civil, amplian<strong>do</strong> algumas técnicas <strong>de</strong><br />

trabalho concernentes ao estu<strong>do</strong> e avanço da medicina experimental. 158 É, talvez,<br />

oportuno aqui <strong>de</strong>stacar que os primeiros professores da FMB eram cirurgiões militares,<br />

pois foi nos hospitais militares que se organizou, primeiramente, o ensino clínico. 159<br />

Diga-se, a propósito, que a maior parte das afecções que <strong>de</strong>rrubaram as tropas<br />

republicanas <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s, vinte e sete anos antes já haviam passa<strong>do</strong> pelas mãos <strong>de</strong><br />

médicos e acadêmicos da Faculda<strong>de</strong> aqui <strong>em</strong> estu<strong>do</strong>. Na atuação <strong>de</strong>sta instituição nas<br />

refregas da Bacia <strong>do</strong> Prata, viram os professores e seus alunos que, entre o sibilar das<br />

balas, havia um inimigo interno [<strong>do</strong>ença] que fora capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>rrubar ao leito, <strong>em</strong><br />

<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s momentos da Campanha, mais da meta<strong>de</strong> das forças militares envolvidas<br />

no teatro <strong>do</strong>s operações. 160<br />

Varíola, pneumonia, hepatite, tifo, eram <strong>do</strong>enças que se repetiram no interior da<br />

Bahia durante os combates no <strong>front</strong> sertanejo. Deste mo<strong>do</strong>, po<strong>de</strong>riam as enfermarias<br />

montadas na capital soteropolitana para aten<strong>de</strong>r aos enfermos, recru<strong>de</strong>scer ainda mais o<br />

olhar <strong>do</strong>s lentes e alunos da FMB sobre a medicina prática? Para ilustrar suas<br />

enfermarias e, ao mesmo t<strong>em</strong>po, mostrar-se consoante à Europa, a FMB nomeou-as<br />

com algumas personalida<strong>de</strong>s <strong>em</strong> <strong>de</strong>staque nas áreas peculiares ao seu espaço científico.<br />

Desta maneira, a Faculda<strong>de</strong>, tanto no campo das idéias como no da prática médica,<br />

po<strong>de</strong>ria reproduzir o que pesquisa<strong>do</strong>res franceses, al<strong>em</strong>ães, ingleses, suíços e russos,<br />

formulavam <strong>em</strong> suas investigações sobre sanitarismo, cirurgia, <strong>de</strong>mografia,<br />

industrialismo, urbanização, charlatanismo, alcoolismo, isto é, uma série <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />

156 NOGUEIRA, Roberto Passos. Do físico ao médico mo<strong>de</strong>rno. SP: Editora Unesp, 2006. p. 65 e 66.<br />

157 ENNES, Guilherme José. Homens e livros da Medicina Militar – M<strong>em</strong>ória Histórica, Biobibliographica<br />

e crítica. Lisboa: Typographia das horas românticas, 1877. p. 13 e 96.<br />

158 NOGUEIRA, Roberto Passos. (2006). Op. cit. p. 77.<br />

159 FOUCAULT, Michel. (2006). Op. cit. p. 62.<br />

160 SOUZA, Jorge Prata <strong>de</strong>. As condições sanitárias e higiênicas durante a Guerra <strong>do</strong> Paraguai. In:<br />

NASCIMENTO, Dilene Raimun<strong>do</strong> <strong>do</strong>; CARVALHO, Diana Maul <strong>de</strong>. (orgs.). <strong>Uma</strong> história brasileira das<br />

<strong>do</strong>enças. Brasília-DF: Edição Paralelo 15, 2004. p. 55.<br />

71


que, realizadas sob o manto <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, lidavam diretamente com a questão da saú<strong>de</strong><br />

pública? 161<br />

<strong>Uma</strong> das enfermarias, a cargo <strong>do</strong>s professores Augusto Viana, Julio Palma e<br />

Francisco Car<strong>do</strong>so, chamava-se Pasteur, <strong>de</strong>dicada ao bioquímico francês que, por volta<br />

da segunda meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século XIX, através da análise <strong>de</strong> microorganismos, legara ao<br />

mun<strong>do</strong> a teoria contagiosa <strong>de</strong> algumas <strong>do</strong>enças (teoria microbiana), afastan<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

cenário médico-científico, mesmo que não completamente, a teoria da geração<br />

espontânea. 162<br />

Cabe rel<strong>em</strong>brar que fora comum, durante o século XIX, a circulação <strong>de</strong><br />

professores estrangeiros ao Brasil e a ida <strong>de</strong> médicos e acadêmicos brasileiros aos<br />

centros ‘experimentais’ no Velho Mun<strong>do</strong> com propósitos científicos, isto é, um<br />

ambiente significativo <strong>de</strong> troca e assimilação <strong>de</strong> idéias sobre o estu<strong>do</strong> da medicina. Um<br />

reflexo imediato <strong>de</strong> autonomia científica por parte <strong>do</strong>s médicos brasilerios, foi a Escola<br />

Tropicalista Baiana e a fundação <strong>do</strong> Instituto Oswal<strong>do</strong> Cruz. Preocupadas com as<br />

patologias nativas, estas duas instituições foram algumas das instâncias <strong>de</strong> releituras e<br />

‘traduções’ das teorias européias, sobretu<strong>do</strong> no que toca ao estu<strong>do</strong> da microbiologia,<br />

mas, <strong>de</strong>stacamos que já antes <strong>de</strong>stas, haviam investigações sobre o assunto, espalhadas<br />

pelas instituições ligadas às questões médicas no Brasil. 163<br />

1880<br />

Quadro 2<br />

DESCOBERTA DE ORGANISMOS PATOGÊNICOS<br />

Febre tifói<strong>de</strong> (bacilo<br />

encontra<strong>do</strong> no teci<strong>do</strong>)<br />

Hanseníase<br />

ANO / DOENÇA-ORGANISMO / INVESTIGADOR<br />

Eberth<br />

Hansen<br />

1884<br />

Estreptococo<br />

Tétano<br />

Rosenbach<br />

Nicolarier<br />

Malaria Laveran 1885 Coli Escherich<br />

1882 Tuberculose Koch 1886 Pneumococo A. Fraenkel<br />

Mormo<br />

Loeffler e<br />

Schurtz<br />

1883 Cólera Kcoh<br />

Estreptococo (erisipela)<br />

Fehleisen<br />

1884 Difteria Klebs e Loeffler<br />

Febre tifói<strong>de</strong> -<br />

Gaffky<br />

1887<br />

1892<br />

1894<br />

Febre <strong>de</strong> Malta<br />

Cancro mole<br />

Gangrena gasosa<br />

Peste<br />

Botulismo<br />

Bruce<br />

Ducrey<br />

Welch e Nuttal<br />

Yersin, Kitasato<br />

Van Ermengen<br />

161<br />

ROSEN, George. A evolução da Medicina Social. In: NUNES. Everar<strong>do</strong> D. (org). Medicina Social:<br />

aspectos históricos e teóricos. São Paulo: Global Editora, 1983. p. 28 – 62.<br />

162<br />

______, George. <strong>Uma</strong> História da Saú<strong>de</strong> Pública. 3ª edição. São Paulo: Co-Edição Unesp-Hucitec,<br />

2006. p. 227.<br />

163<br />

BENCHIMOL, Jaime. A instituição da microbiologia e a história da saú<strong>de</strong> pública no Brasil. Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro: Ciência e Saú<strong>de</strong> Coletiva - Revista da Associação Brasileira <strong>de</strong> <strong>Pós</strong> <strong>Graduação</strong> <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Coletiva, 2000. v. 5, n. 1. p. 267.<br />

72


isolamento <strong>do</strong> bacilo<br />

Estafilococo Rosenbach<br />

1898<br />

Bacilo da disenteria<br />

FONTE: ROSEN, George. <strong>Uma</strong> História da Saú<strong>de</strong> Pública. 3ª edição. São Paulo: Co-Edição Unesp-Hucitec,. 2006.<br />

p. 232. Para uma leitura mais <strong>de</strong>talhada <strong>do</strong> Quadro n. 2, ver Capítulo VII da mesma obra.<br />

Shiga<br />

Outro hospital monta<strong>do</strong> na Faculda<strong>de</strong> recebera o nome <strong>do</strong> médico al<strong>em</strong>ão Ru<strong>do</strong>lf<br />

Ludwig Karl Virchow. Ru<strong>do</strong>lf Virchow <strong>de</strong>dicara seus estu<strong>do</strong>s a uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

assuntos concernentes à sau<strong>de</strong> pública. Ten<strong>do</strong> como palco a Berlim <strong>do</strong> século XIX, suas<br />

pesquisas não foram somente àquelas <strong>de</strong>dicadas à citologia 164 , outras levaram <strong>em</strong><br />

consi<strong>de</strong>rção el<strong>em</strong>entos da economia e <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho. Este mesmo médico, junto<br />

com o higienista Max von Pettenkofer, também al<strong>em</strong>ão, interferira diretamente na<br />

estrututuração sanitária da capital al<strong>em</strong>ã. Antes <strong>de</strong> Virchow, Berlim não possuía um<br />

eficiente sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> esgoto e, muitos menos, um méto<strong>do</strong> eficaz <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong><br />

água. 165 Um <strong>de</strong>talhe, Max von Pettenkofer fora o nome <strong>de</strong> uma enfermaria montada para<br />

recolher militares feri<strong>do</strong>s <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s. Anos antes da Campanha <strong>do</strong> Belo Monte,<br />

quan<strong>do</strong> da presidência <strong>de</strong> Floriano Peixoto, esse higienista al<strong>em</strong>ão recebera convite <strong>do</strong><br />

marechal para erradicar a febre amarela, surto que assolava a capital fe<strong>de</strong>ral. 166<br />

No <strong>de</strong>curso da atuação <strong>do</strong>s professores da Faculda<strong>de</strong> nas enfermarias, alguns<br />

relatórios 167 foram entregues ao diretor Antonio Pacifico Pereira. Suas narrativas tratam<br />

<strong>do</strong>s óbitos, entrada e saída <strong>de</strong> feri<strong>do</strong>s, transferências para outras unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a<br />

altura <strong>do</strong> ferimento ou da <strong>do</strong>ença e, <strong>em</strong> alguns casos, <strong>de</strong>stacam a suficiência ou não <strong>de</strong><br />

materiais a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s para executar o trabalho. Afora a aguda sensibilida<strong>de</strong> patriótica e<br />

intenso louvar à arte hipocrática.<br />

Em comunicação ao diretor da Faculda<strong>de</strong> <strong>em</strong> 03 <strong>de</strong> nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897, o<br />

professor da FMB Manoel José <strong>de</strong> Araújo, a cargo da enfermaria Clau<strong>de</strong> Bernard<br />

(<strong>de</strong>dicada ao fisiologista francês) – auxilia<strong>do</strong> pelo dr. Gonçalo Muniz Sodré e pelos<br />

alunos Eustachio Daniel <strong>de</strong> Carvalho, Almerin<strong>do</strong> Bacellar, Luiz Pedro Pereira <strong>de</strong> Souza<br />

e Manoel Pereira <strong>de</strong> Mesquita Jr. – expressou que, <strong>do</strong>s 29 combatentes que tratou, 23<br />

saíram <strong>de</strong> sua enfermaria completamente restabeleci<strong>do</strong>s. Cinco foram transferi<strong>do</strong>s a<br />

outra enfermaria, 3 estavam quase restabeleci<strong>do</strong>s e 2 sofriam, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o<br />

<strong>do</strong>cumento, <strong>de</strong> moléstias incuráveis: tuberculose e cardio-sclerose.<br />

164 PORTER, Roy. (2004). Op. cit. p. 105. Citologia refere-se ao estu<strong>do</strong> da estrutura e função das células.<br />

165 ROSEN, George. (2006). Op. cit. p. 192 e 193.<br />

166 BENCHIMOL, Jaime. (2000). Op. cit. p. 272.<br />

167 AFMB – Caixa 1897 – código: 01.07.0574. Maço Documentação referente à Guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s,<br />

alguns relatórios não vieram acompanha<strong>do</strong>s <strong>de</strong> seus respectivos mapas.<br />

73


No mesmo relatório, o professor lamentou o falecimento <strong>do</strong> solda<strong>do</strong> José <strong>do</strong>s<br />

Santos Moares, sen<strong>do</strong> “o único óbito a registrar d’entre os <strong>do</strong>entes que tive aos meus<br />

cuida<strong>do</strong>s, alguns <strong>do</strong>s quaes tiverão o esta<strong>do</strong> local e geral bastante comprometti<strong>do</strong>s por<br />

ferimentos graves e moléstias sérias.” 168 Em outra comunicação assinada pelo dr.<br />

Manoel José <strong>de</strong> Araújo, <strong>em</strong> 6 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1897, após o exame cadavérico feito pelo<br />

médico e seus assessores, registrou que o solda<strong>do</strong> José <strong>do</strong>s Santos Moraes falecera <strong>de</strong><br />

febre biliosa. Neste diagnóstico o médico apontava que o solda<strong>do</strong> <strong>de</strong>ra entrada à<br />

enfermaria apresentan<strong>do</strong> impaludismo crônico, cujo agravamento, levou o solda<strong>do</strong> a<br />

morte. Como po<strong>de</strong>mos observar a partir <strong>do</strong> solda<strong>do</strong> <strong>de</strong> número 18 <strong>do</strong> Quadro 3, isto se<br />

repetira significativamente nas enfermarias aqui estudadas, as <strong>do</strong>enças, <strong>em</strong> alguns casos,<br />

<strong>de</strong>rrubaram ao leito tanto quanto as feridas por armas <strong>de</strong> fogo.<br />

Quadro – 3<br />

MAPA DE ENFERMARIA I (fragmento)<br />

Nº NOMES BATALHÕES Ferimentos e Moléstias OBSERVAÇÕES<br />

18<br />

José <strong>do</strong>s Santos<br />

Moares,<br />

caboclo, 20<br />

anos, solteiro,<br />

natural <strong>do</strong> Pará,<br />

filho <strong>de</strong> José <strong>do</strong>s<br />

Santos Moraes<br />

Solda<strong>do</strong> da 4ª<br />

Companhia <strong>do</strong><br />

30º <strong>de</strong> infantaria<br />

Ferimento por bala<br />

Manulicher – ten<strong>do</strong> o<br />

projectil penetra<strong>do</strong> pela<br />

parte externa da região<br />

cósto-clavicular esquerda,<br />

fracturan<strong>do</strong> a chlavícula<br />

correspon<strong>de</strong>nte,<br />

atravessa<strong>do</strong> o corpo da 2ª<br />

costella e se aloja<strong>do</strong> na<br />

cavida<strong>de</strong> pleural aon<strong>de</strong> foi<br />

encontrada pela autopsia,<br />

no ponto correspon<strong>de</strong>nte,<br />

a parte media da face<br />

posterior <strong>do</strong> thronco.<br />

Entra<strong>do</strong> <strong>em</strong> 9 <strong>de</strong> agosto.<br />

Vaccina<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1896. O<br />

feri<strong>do</strong> foi submetti<strong>do</strong> ao<br />

exame radioscópico pelo<br />

aparelho Bentgm s<strong>em</strong><br />

resulta<strong>do</strong>. Diversos<br />

fragmentos ósseos foram<br />

extrahi<strong>do</strong>s. Falleceu <strong>em</strong> 4 <strong>de</strong><br />

set<strong>em</strong>bro, sen<strong>do</strong> a autopsia<br />

feita <strong>em</strong> 5, confirmação das<br />

lezoes <strong>do</strong> ferimento e da<br />

febre bilioza.<br />

FONTE: AFMB – Caixa 1897. Código: 01.07.0574. Enfermaria Clau<strong>de</strong> Bernard. (ver material completo<br />

<strong>em</strong> anexo)<br />

Ainda, no último relatório, ao finalizar sua incumbência e entregar o mapa da<br />

<strong>de</strong>stacada enfermaria ao diretor Antonio Pacífico Pereira, <strong>em</strong> 03 <strong>de</strong> nov<strong>em</strong>bro, o<br />

professor Manoel José <strong>de</strong> Araújo nada comentara acerca das carências da enfermaria <strong>em</strong><br />

que trabalhara, pelo contrário, anotou <strong>em</strong> seu relatório que a rapi<strong>de</strong>z e completu<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

suas necessida<strong>de</strong>s foram prontamente atendidas quan<strong>do</strong> solicitadas e, n<strong>em</strong> mesmo,<br />

mencionara sobre a malária, a inanição e a bronquite que afetavam seus pacientes<br />

conforme Gráfico 3.<br />

168 AFMB - Caixa Ano 1897. Código 01.07.0574. Maço Documentação referente à Guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s -<br />

Enfermaria Clau<strong>de</strong> Bernard (Laboratório <strong>de</strong> Physiologia) à cargo <strong>do</strong> Dr. Manoel José d’Araújo.<br />

74


Gráfico - 3<br />

DISTRIBUIÇÃO DAS DOENÇAS<br />

ENFERMARIA CLAUDE BERNARD -<br />

<strong>do</strong>entes<br />

Malária<br />

Gastrointerite e<br />

Inanição<br />

Bronquite<br />

FONTE: AFMB – Caixa Ano 1897. Código 01.07.0574. Maço Documentação referente à Guerra <strong>de</strong><br />

Canu<strong>do</strong>s - Enfermaria Clau<strong>de</strong> Bernard (Laboratório <strong>de</strong> Physiologia) à cargo <strong>do</strong> Dr. Manoel José<br />

d’Araújo.<br />

Contu<strong>do</strong>, o professor da disciplina <strong>de</strong> Operações e apparelhos, Fortunato<br />

Augusto da Silva Júnior não tivera maior sorte que o colega <strong>de</strong> Physiologia theorica e<br />

experimental. Responsável por uma enfermaria com 83 feri<strong>do</strong>s, ali só havia 73 leitos a<br />

ser<strong>em</strong> dividi<strong>do</strong>s entre seus pacientes reumáticos, cirróticos e sifilíticos, s<strong>em</strong> mencionar<br />

os feri<strong>do</strong>s por armas <strong>de</strong> fogo.<br />

Dentre os <strong>de</strong>z ofícios envia<strong>do</strong>s ao diretor da Faculda<strong>de</strong>, no perío<strong>do</strong> que<br />

compreen<strong>de</strong> <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> agosto e 30 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro, o <strong>de</strong> 23 <strong>de</strong> agosto sob nº 312 evi<strong>de</strong>ncia<br />

mais necessida<strong>de</strong>s pela qual passava e enfermaria. Ao que consta neste <strong>do</strong>cumento <strong>do</strong><br />

dia 23, o diretor Antonio Pacífico Pereira solicitava ao colega Fortunato Jr. e seus<br />

auxiliares informações mais <strong>de</strong>talhadas a respeito <strong>do</strong>s pedi<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s medicamentos para<br />

suprir o laboratório farmacêutico da Faculda<strong>de</strong>, já que ali havia carência <strong>de</strong> algumas<br />

substâncias.<br />

Disenteria, gastrenterite, beribéri, febre palustre, sífilis, hepatite, tuberculose,<br />

bronquite e diarréia foram algumas das <strong>do</strong>enças distribuídas entre os 77 entra<strong>do</strong>s à<br />

enfermaria sob chefia <strong>do</strong> dr. Julio da Gama. Em relatório entregue a 15 <strong>de</strong> <strong>de</strong>z<strong>em</strong>bro ao<br />

então diretor da Faculda<strong>de</strong>, José Olympio <strong>de</strong> Azeve<strong>do</strong> (vice-diretor à gestão <strong>de</strong> Antonio<br />

Pacífico Pereira), o médico anotou que ante as moléstias e as operações por ele<br />

realizadas – auxilia<strong>do</strong> pelos estudantes Evaristo <strong>de</strong> Araújo, Antonio Bastos e Joaquim<br />

da Matta Albuquerque – quase to<strong>do</strong>s os <strong>do</strong>entes tiveram alta na condição <strong>de</strong> cura<strong>do</strong>s.<br />

30%<br />

60%<br />

10%<br />

75


Todavia, lamenta o dr. Julio da Gama a morte <strong>de</strong> <strong>do</strong>is combatentes, um – cujo<br />

nome não é menciona<strong>do</strong> tanto no mapa quanto no relatório, falecera <strong>de</strong> lesão cardíaca, e<br />

outro, o aspirante à oficial <strong>de</strong> Exército, Thelmo Soares, faleceu <strong>em</strong> 18 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong><br />

disenteria séptica. Seguiu o médico <strong>de</strong>screven<strong>do</strong> que, <strong>em</strong> alguns casos, como o <strong>do</strong>s<br />

combatentes Bernardino Gomes, Thomaz Leite Torres, Venâncio Luis da Silva, <strong>de</strong>ntre<br />

outros enfermos, tiveram alta s<strong>em</strong> se achar<strong>em</strong> completamente cura<strong>do</strong>s porque foram<br />

requisita<strong>do</strong>s por seus oficiais para que seguiss<strong>em</strong> seus batalhões. Mais um <strong>de</strong>talhe,<br />

“quase todas as operações foram feitas s<strong>em</strong> anesthesia geral, haven<strong>do</strong> apenas quatro<br />

chloroformisações [uma espécie <strong>de</strong> anestésico], que <strong>de</strong>ram-me ensejo <strong>de</strong> reconhecer a<br />

perícia e bonda<strong>de</strong> <strong>do</strong>s D. rs Jeorge <strong>de</strong> Moraes e Antonio <strong>de</strong> Barros, aos quais muito<br />

agra<strong>de</strong>ço o concurso que me prestaram.” 169 [grifo nosso]<br />

Ópio, haxixe, álcool e éter foram alguns <strong>do</strong>s anestésicos utiliza<strong>do</strong>s pelos<br />

médicos práticos espalha<strong>do</strong>s pela história antiga e mo<strong>de</strong>rna. O século XIX, guardadas as<br />

proporções, consagrara a utilização <strong>do</strong> clorofórmio como capaz <strong>de</strong> amenizar a <strong>do</strong>r tanto<br />

das rainhas na Europa <strong>em</strong> processo <strong>de</strong> parto quanto da solda<strong>de</strong>sca <strong>em</strong> épocas <strong>de</strong> guerra.<br />

Méto<strong>do</strong>s e procedimentos cirúrgicos, particularmente no que toca às amputações <strong>em</strong><br />

Campanha, somente ganharam maior dimensão após a aplicação daquela substância,<br />

s<strong>em</strong> contar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> assepsia e <strong>de</strong>sinfecção que, a partir dali, alargava ainda<br />

mais os horizontes da medicina experimental. 170<br />

Especificamente sobre os mapas das enfermarias estruturadas pela FMB que, <strong>em</strong><br />

nenhum momento, como já <strong>de</strong>stacamos, nos permite generalizar os da<strong>do</strong>s então<br />

extraí<strong>do</strong>s, po<strong>de</strong>mos arrolar mais algumas informações que não constam nos relatórios<br />

<strong>do</strong>s professores e que expõ<strong>em</strong> uma outra dimensão <strong>do</strong> conflito como, por ex<strong>em</strong>plo,<br />

<strong>do</strong>enças, composição étnica das tropas, perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> permanência <strong>do</strong>s milicianos <strong>em</strong> cada<br />

enfermaria, <strong>de</strong>ntre outros aspectos.<br />

De acor<strong>do</strong> com os mapas das três enfermarias <strong>do</strong> Gráfico n. 4, notamos<br />

massivamente a presença <strong>de</strong> combatentes oriun<strong>do</strong>s da região <strong>do</strong> norte <strong>do</strong> Brasil. Cabe<br />

<strong>de</strong>stacar que, <strong>em</strong> alguns casos, nos corpos <strong>de</strong> polícia <strong>de</strong> outros esta<strong>do</strong>s – São Paulo, por<br />

ex<strong>em</strong>plo, igualmente havia ali o alistamento <strong>de</strong> combatentes oriun<strong>do</strong>s <strong>do</strong> norte <strong>do</strong> país.<br />

Numa dimensão hipotética, po<strong>de</strong>ríamos sugerir que a maior parte <strong>do</strong>s solda<strong>do</strong>s das<br />

forças militares (fe<strong>de</strong>rais e estaduais) <strong>de</strong>slocadas ao arraial <strong>de</strong> Antonio Conselheiro, era<br />

composta por nortistas, isto, a nosso ver, engrossada pelo fluxo migratório à região<br />

169 AFMB – Caixa Ano 1897. Código 01.07.0574. Maço Documentação referente à Guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s.<br />

170 PORTER, Roy. (2004). Op. cit. p. 137 – 156.<br />

76


centro-sul <strong>do</strong> Brasil após a segunda meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século XIX. Seca, fome e crise<br />

econômica <strong>em</strong>purraram milhões <strong>de</strong> jovens à linha <strong>de</strong> fogo, ao menos ali garantiriam a<br />

ração diária na condição <strong>de</strong> solda<strong>do</strong>s. 171<br />

Gráfico 4<br />

DISTRIBUIÇÃO REGIONAL DOS COMBATENTES<br />

ENFERMARIA LOUIS PASTEUR -<br />

combatente natural <strong>de</strong> (regiões <strong>do</strong><br />

Brasil)<br />

3%<br />

9% 0% 3%<br />

0%<br />

85%<br />

Norte<br />

Nor<strong>de</strong>ste<br />

Sul<br />

Su<strong>de</strong>ste<br />

Centro-oeste<br />

Outros países<br />

6ª ENFERMARIA DO MOSTEIRO DE<br />

SÃO BENTO - combatente natural <strong>de</strong><br />

(regiões <strong>do</strong> Brasil)<br />

Norte<br />

Nor<strong>de</strong>ste<br />

Sul<br />

Su<strong>de</strong>ste<br />

ENFERMARIA CLAUDE BERNARD -<br />

combatente natural <strong>de</strong> (regiões <strong>do</strong><br />

Brasil)<br />

3% 14%<br />

0%<br />

73%<br />

10%<br />

Centro-oeste<br />

Norte<br />

Nor<strong>de</strong>ste<br />

Sul<br />

Su<strong>de</strong>ste<br />

Centro-oeste<br />

11%<br />

15% 1%<br />

7%<br />

FONTE: AFMB – Caixa Ano 1897. Código 01.07.0574. Maço Documentação referente à Guerra <strong>de</strong><br />

Canu<strong>do</strong>s.<br />

Para uma análise mais <strong>de</strong>talhada da enfermaria Clau<strong>de</strong> Bernard, esta fora a<br />

única, por nós pesquisada, que levara <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração a composição étnica <strong>do</strong>s que<br />

<strong>de</strong>ram entrada ao hospital. De acor<strong>do</strong> com o mapa apresenta<strong>do</strong> pelo professor Manoel<br />

José <strong>de</strong> Araújo havia ali par<strong>do</strong>s, pretos, caboclos, crioulos e brancos: 44,82% eram<br />

171 Mais sobre a história da formação regional <strong>do</strong> Brasil, consultar <strong>em</strong>: SOUZA, Augusto Fausto <strong>de</strong>.<br />

Estu<strong>do</strong> sobre a divisão territorial <strong>do</strong> Brasil. 2ª edição. Brasília – DF: Ministério <strong>do</strong> Interior – Fundação<br />

Projeto Ron<strong>do</strong>n, 1988.<br />

66%<br />

77


par<strong>do</strong>s, ou seja, 13 milicianos e 31,03% estão <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s como brancos, respectivamente,<br />

9. Pretos, caboclos e crioulos totalizam 7, uma representação <strong>de</strong> 24,13%. 172<br />

Vasculhan<strong>do</strong> ainda mais os mapas das enfermarias, encontramos algumas<br />

reações conflituosas na relação entre alguns combatentes no convívio com seus<br />

‘trata<strong>do</strong>res’ civis. Em caso específico da enfermaria Tillaux (nome <strong>de</strong>dica<strong>do</strong> ao<br />

cirurgião francês Paul Jules Tillaux), sob tutela <strong>do</strong> professor Jorge <strong>de</strong> Moraes, consta<br />

uma <strong>de</strong>serção. Segue abaixo o <strong>de</strong>monstrativo da <strong>de</strong>stacada enfermaria.<br />

Quadro 4<br />

MAPA DE ENFERMARIA II<br />

ENFERMARIA TILLAUX<br />

MOVIMENTO ENTRE 14 DE AGOSTO A 13 DE NOVEMBRO<br />

Entraram para o serviço --------------------------------------------- 109 <strong>do</strong>entes<br />

Tiveram alta por cura<strong>do</strong>s ------------------------------------------- 82 //<br />

Tiveram alta <strong>em</strong> convalescença ------------------------------------ 5 //<br />

Teve alta por <strong>de</strong>serção ----------------------------------------------- 1 //<br />

Teve alta por transferência para o Hospital Militar -------------- 8 //<br />

Ficaram <strong>em</strong> tratamento ---------------------------------------------- 4 //<br />

FONTE: AFMB – Caixa Ano 1897. Código 01.07.0574. Maço Documentação referente à Guerra <strong>de</strong><br />

Canu<strong>do</strong>s.<br />

Exist<strong>em</strong> também outros mapas que expõ<strong>em</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o nome <strong>do</strong> solda<strong>do</strong> ou oficial,<br />

levan<strong>do</strong> <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração seu batalhão, infantaria ou esquadrão; <strong>em</strong> alguns casos, os<br />

mapas <strong>de</strong>talham o diagnóstico e as observações <strong>do</strong>s professores para com seus pacientes<br />

e, ao mesmo t<strong>em</strong>po, apontan<strong>do</strong> se houve a cura, a transferência ou o óbito. Por outro<br />

la<strong>do</strong>, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o Quadro 5, somente algumas informações foram ali anotadas.<br />

Quadro – 5<br />

MAPA DE ENFERMARIA III<br />

172 Salvaguradamos a <strong>de</strong>nominação que está no <strong>do</strong>cumento.<br />

78


SERVIÇO CLÍNICO DO DR. P. MENDES [ANTONIO PACHECO MENDES]<br />

2ª ENFERMARIA - MAPPA DO DIA 11 DE AGOSTO DE 97.<br />

35 Batalhão <strong>de</strong> Infantaria 4<br />

30 // 1<br />

12 // 2<br />

33 // 2<br />

25 // 2<br />

26 // 2<br />

31 // 6<br />

5º // 1<br />

5º Batalhão d’artilheria <strong>de</strong> Campanha 1<br />

7º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria 1<br />

15º // 1<br />

32 // 2<br />

14 // 2<br />

Exist<strong>em</strong> Observação<br />

Do 12º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria, uma é praça<br />

simples.<br />

FONTE: AFMB – Caixa Ano 1897. Código 01.07.0574. Maço Documentação referente à Guerra <strong>de</strong><br />

Canu<strong>do</strong>s.<br />

<strong>Uma</strong> informação relevante e que po<strong>de</strong> ter comprometi<strong>do</strong> a composição i<strong>de</strong>al,<br />

isto é, <strong>de</strong>talhada <strong>do</strong>s mapas <strong>de</strong> feri<strong>do</strong>s e <strong>do</strong>entes, é que alguns médicos atuaram <strong>em</strong> mais<br />

<strong>de</strong> uma enfermaria, como fora o caso <strong>do</strong> dr. Antonio Pacheco Men<strong>de</strong>s, que assinara a<br />

enfermaria <strong>de</strong>stacada anteriormente e, ao mesmo t<strong>em</strong>po, auxiliou o seu colega Jorge <strong>de</strong><br />

Moraes n’outra enfermaria no Mosteiro <strong>de</strong> São Bento. Na <strong>de</strong>scrição <strong>do</strong>s procedimentos<br />

realiza<strong>do</strong>s <strong>em</strong> conjunto consta: “extracção <strong>de</strong> um kisto <strong>de</strong> substancia calcarea no la<strong>do</strong><br />

esquer<strong>do</strong> da porção superior <strong>do</strong> corpo cavernoso no trajecto <strong>de</strong> uma bala, <strong>em</strong> Raymun<strong>do</strong><br />

Papa-Borboleta, cabo <strong>do</strong> 40 B. am <strong>de</strong> Infanteria, praticada pelos Drs. Pacheco Men<strong>de</strong>s e<br />

Jorge <strong>de</strong> Moraes. 173<br />

Na enfermaria Esmarch (<strong>de</strong>dicada ao cirurgião al<strong>em</strong>ão Johannes Friedrich<br />

August von Esmarch) estruturada no prédio <strong>do</strong> Terreiro <strong>de</strong> Jesus e sob coman<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

professor Hermenegil<strong>do</strong> Braz <strong>do</strong> Amaral, <strong>em</strong> 25 <strong>de</strong> agosto, seis milicianos obtiveram<br />

alta: 4 feri<strong>do</strong>s à arma <strong>de</strong> fogo, um varioloso e Agostinho Ferreira Gomes, que <strong>de</strong>ra<br />

entrada por ferimento a bala e fora transferi<strong>do</strong> para o Hospital Militar por provocar<br />

<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m. Mas, tanto os relatórios <strong>do</strong> professor Braz <strong>do</strong> Amaral quanto seus mapas,<br />

nada mencionam sobre o caso ocorri<strong>do</strong> nas <strong>de</strong>pendências da FMB.<br />

Em outro mapa com a relação <strong>do</strong>s oficiais, inferiores e praças que tiveram<br />

tratamento na enfermaria <strong>do</strong>s <strong>do</strong>utores Pedro <strong>de</strong> Cerqueira Lima, Aggripino Dorea e<br />

173 AFMB – Caixa Ano 1897. Código: 01.07.0574. Maço Documentação referente à Guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s.<br />

79


Raymun<strong>do</strong> Mesquita <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> agosto 174 , notamos que o alferes<br />

Vicente Henrique <strong>de</strong> Moura, <strong>do</strong> 34º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria da 4 ª Cia., acometi<strong>do</strong> <strong>de</strong> um<br />

tumor, não quis se sujeitar à necessária operação, mesmo diante <strong>do</strong> diretor da<br />

enfermaria, o médico-militar dr. Teixeira <strong>de</strong> Carvalho. O alferes baixou à enfermaria <strong>em</strong><br />

03 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro e a quatorze <strong>do</strong> mesmo mês Vicente Henrique <strong>de</strong> Moura obteve alta por<br />

or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> seu coman<strong>do</strong> superior. Nesta mesma enfermaria, o m<strong>em</strong>bro <strong>do</strong> 5º Regimento<br />

<strong>de</strong> Artilharia <strong>de</strong> Campanha, João Baptista Farmigarth, <strong>de</strong>ra entrada <strong>em</strong> 14 <strong>de</strong> outubro,<br />

feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo e não quis extrair o projétil. João Baptista permaneceu 08 dias<br />

nesta enfermaria estruturada no Arsenal <strong>de</strong> Guerra (localiza<strong>do</strong> <strong>em</strong> Água <strong>de</strong> Meninos).<br />

Talvez ao retirar o projétil comprometeria ainda mais a recuperação <strong>do</strong> paciente<br />

ou os pacientes não estavam tão sujeitos às exigências médicas quanto almejavam<br />

àqueles. Esses são vestígios <strong>do</strong> convívio entre ‘as partes’ aon<strong>de</strong> na imensidão <strong>de</strong> uma<br />

enfermaria, algumas atitu<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m parecer ou não <strong>de</strong>stoantes <strong>de</strong> uma uniformida<strong>de</strong><br />

entre os que curam e os que <strong>de</strong>veriam ser cura<strong>do</strong>s. Aqui, ou melhor, no estu<strong>do</strong> proposto,<br />

não sab<strong>em</strong>os se é possível afirmar, estamos ata<strong>do</strong>s ao impon<strong>de</strong>rável. Essa dimensão<br />

entre o que fazer e o que <strong>de</strong>veria ser feito, está muito longe <strong>de</strong> nossa reflexão. Para a<br />

filósofa al<strong>em</strong>ã, “o historia<strong>do</strong>r, cont<strong>em</strong>plan<strong>do</strong> retrospectivamente o processo histórico,<br />

habituou-se tanto a <strong>de</strong>scobrir um significa<strong>do</strong> “objetivo”, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>do</strong>s alvos e da<br />

consciência <strong>do</strong>s atores, que ele é propenso a menosprezar o que efetivamente aconteceu<br />

<strong>em</strong> sua busca por discernir alguma tendência objetiva.” 175<br />

Essas enfermarias, as que conseguimos observar, ‘carregaram’ as mais variadas<br />

amputações, feridas e <strong>do</strong>enças contagiosas. Em duas enfermarias, já <strong>de</strong>stacadas,<br />

perceb<strong>em</strong>os que os militares que para lá foram recolhi<strong>do</strong>s, ficaram alguns, <strong>do</strong>is dias,<br />

outros, mais <strong>de</strong> oitenta dias. <strong>Uma</strong> boa parte <strong>do</strong>s combatentes, uma vez nos leitos, ficou<br />

incapacitada <strong>de</strong> atuar nas linhas <strong>de</strong> fogo <strong>do</strong> conflito. To<strong>do</strong>s ali compartilhavam <strong>de</strong> um<br />

universo tenso, composto pelas <strong>de</strong>savenças entre a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> viver e a ronda <strong>do</strong><br />

morrer. Falta <strong>de</strong> material, <strong>de</strong> alimentação suficiente e a permanência <strong>do</strong> aspecto<br />

insalubre <strong>do</strong>s hospitais, <strong>de</strong>lineavam aqueles espaços.<br />

“Esta<strong>do</strong> da Bahia – Offício n.º 2006<br />

Inspectoria Geral <strong>de</strong> Hygiene <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> da Bahia – 15 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897<br />

Ao Ex. mo. Sr. D r. Director da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina e Pharmácia da Bahia<br />

174<br />

APEB – Seção Republicana – Pacote 2854: Revolução <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s (Relação <strong>do</strong>s oficiais inferiores e<br />

praças feri<strong>do</strong>s <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s).<br />

175<br />

ARENDT, Hannah. Entre o passa<strong>do</strong> e o futuro. 5ª edição. São Paulo: Perspectiva, 2000. p. 124.<br />

80


Accusan<strong>do</strong> a recepção <strong>de</strong> vosso ofício n.º 354, esta Inspectoria vos <strong>de</strong>clara que está<br />

provi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong>, para satisfazer a vossa requisição no mais curto prazo possível, acerca<br />

da <strong>de</strong>sinfecção da na enfermaria à Jequitaia.<br />

Saú<strong>de</strong> e Fraternida<strong>de</strong>.<br />

O Inspector – Dr. Eduar<strong>do</strong> Gordilho da Costa.” 176<br />

Nosso trabalho não se restringiu às enfermarias da capital baiana. Encontramos<br />

uma enfermaria montada na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Alagoinhas para tratar os civis vin<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

Canu<strong>do</strong>s na condição <strong>de</strong> prisioneiros, mas ela não esteve sob a alçada da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Medicina da Bahia. Em relatório entregue às pressas à Inpectoria Geral <strong>de</strong> Hygiene <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong> da Bahia, <strong>em</strong> 30 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1898, o médico cearense Américo Barreira e seu<br />

auxiliar, dr. Manoel Vergne <strong>de</strong> Abreu, narrou ali ter visto “as mais tristes scenas”<br />

quan<strong>do</strong> da execução <strong>de</strong> seu trabalho.<br />

Sob serviço contrata<strong>do</strong> pela Secretaria <strong>do</strong> Interior, Justiça e Instrução Pública <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong> da Bahia, cuja chefia encontrava-se nas mãos <strong>do</strong> político e médico baiano Sátiro<br />

<strong>de</strong> Oliveira Dias [m<strong>em</strong>bro <strong>do</strong> Comitê Patriótico da Bahia], o médico Américo Barreira,<br />

<strong>em</strong> 23 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1897, assumiu a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> organizar a enfermaria<br />

naquele Município e, por conseguinte, tratar os conselheiristas que vinham ‘escolta<strong>do</strong>s’<br />

pelo Exército <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s. Ficara acertada, junto à Inspetoria Geral <strong>de</strong> Higiene da<br />

Bahia, chefiada pelo dr. Eduar<strong>do</strong> Gordilho Costa, uma comissão <strong>de</strong> 400$00 mensais<br />

para a prestação <strong>de</strong> serviços médicos e cirúrgicos. O médico, ao analisar conselheiristas<br />

e militares <strong>do</strong>entes, expôs que:<br />

“A peste, disse eu, a<strong>do</strong>ptan<strong>do</strong> este termo para traduzir genericamente o conjuncto <strong>de</strong><br />

enfermida<strong>de</strong>s que atacaram o exercito e os habitantes <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a varíola,<br />

importada <strong>de</strong> Pernambuco pelos batalhões vin<strong>do</strong>s <strong>do</strong> norte, até as afecções proteiformes<br />

<strong>do</strong> apparelho gastrointestinal, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as diversas manifestações <strong>do</strong> impaludismo até os<br />

animálculos asquerosos que revelam o extr<strong>em</strong>o da immundicie, taes como os piolhos<br />

(pediculi capilis), as muquiranas (pedculi vestimenti), os bichos da mosca varejeira (a<br />

terrível lucilia omnivora), o bicho <strong>de</strong> pé (pulex penetrans), etc.<br />

Canu<strong>do</strong>s ou Bello Monte, como lhe chamam ainda os seus ex-habitantes sobreviventes,<br />

fôra, antes da guerra, um logar salubérrimo; parece que o juízo <strong>do</strong> mentecapto cearense<br />

readquirira todas as condições <strong>de</strong> luci<strong>de</strong>z e integrida<strong>de</strong> quanto teve elle <strong>de</strong> fazer a<br />

escolha <strong>de</strong> um local, que por sua posição e pela qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus terrenos viesse a ser<br />

um ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> salubrida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> perspectiva, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> prestar-se ao mesmo t<strong>em</strong>po a<br />

todas as exigências da estratégia na arte da guerra.<br />

(...) Canu<strong>do</strong>s e os seus habitantes obe<strong>de</strong>ciam a certa norma <strong>de</strong> vida; observava-se alli<br />

um regimen especial, <strong>em</strong> que, segun<strong>do</strong> ouvi <strong>de</strong> alguns <strong>do</strong>s officiaes mais distinctos <strong>do</strong><br />

exercito e da policia, tinham particular acatamento e moralida<strong>de</strong> <strong>em</strong> geral e o asseio<br />

individual; existia ali uma hygiene, rudimentar mas pratica, profícua e salutar.” 177 [grifo<br />

<strong>do</strong> original].<br />

176 AFMB – Caixa Ano 1897 – Código: 01.07.0574. Maço Documentação referente à Guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s.<br />

177 BPEB - BARREIRA, Américo. Relatório apresenta<strong>do</strong> à Inspectoria Geral <strong>de</strong> Hygiene <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> da<br />

Bahia <strong>em</strong> 30 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1898. p. 6 e 7. Código: Rel. BA – SES: 1897.<br />

81


Diante <strong>do</strong> comentário <strong>de</strong> Américo Barreira, não po<strong>de</strong>mos precisar até que ponto<br />

po<strong>de</strong>-se avaliar a Canu<strong>do</strong>s antes da guerra no que toca a questões sanitárias, se estu<strong>do</strong>s<br />

cont<strong>em</strong>porâneos apontam para dimensões contrárias à <strong>do</strong> médico <strong>em</strong> Alagoinhas. Para<br />

Fre<strong>de</strong>rico Pernambucano <strong>de</strong> Mello. o cenário no Belo Monte era <strong>de</strong> pobreza e <strong>de</strong><br />

precária estrutura sanitária. 178 O crescimento acelera<strong>do</strong> <strong>do</strong> arraial <strong>de</strong> Antonio<br />

Conselheiro, as casas quase que sobrepostas, particularmente <strong>em</strong> suas cercanias, o<br />

aparecimento <strong>de</strong> becos e vielas irregulares, o <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> lixos e resíduos às margens <strong>do</strong><br />

Vaza-barris, tu<strong>do</strong> contribuía para as más condições <strong>de</strong> higiene no arraial, abrin<strong>do</strong><br />

caminho para mais variadas <strong>do</strong>enças.<br />

Ainda anotou o médico Américo Barreira <strong>em</strong> seu <strong>do</strong>cumento que os habitantes<br />

<strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s obe<strong>de</strong>ciam uma certa norma <strong>de</strong> vida no que dizia respeito tanto à higiene<br />

pessoal, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o relatório apresenta<strong>do</strong>, regra essa profícua e salutar quanto às<br />

vestimentas que apresentavam, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o médico, b<strong>em</strong> diferentes da <strong>do</strong>s<br />

solda<strong>do</strong>s, que não primavam pela limpeza. Todavia, o autor afirma que, posteriormente<br />

à terceira expedição, “a população, s<strong>em</strong>pre crescente, foi-se concentran<strong>do</strong>, com o<br />

accúmulo <strong>de</strong> muitos indivíduos <strong>em</strong> espaço que os não comportavam(sic) b<strong>em</strong>, foi pouco<br />

a pouco se modifican<strong>do</strong> o esta<strong>do</strong> sanitário geral <strong>do</strong>(sic) Bello Monte.” 179<br />

Prisioneiros <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s recolhi<strong>do</strong>s a ca<strong>de</strong>ia da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Alagoinhas [Annexo<br />

n.º 1], Prisioneiros <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s recolhi<strong>do</strong>s á enfermaria n.º 1 [Annexo nº. 2] e<br />

Prisioneiros <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s recolhi<strong>do</strong>s na enfermaria <strong>de</strong> variolosos <strong>de</strong> Alagoinhas <strong>de</strong> 22<br />

<strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897 a Janeiro <strong>de</strong> 1898 [Annexo n.º 3], esses foram alguns <strong>do</strong>s espaços<br />

<strong>em</strong> que atuou o dr. Américo Barreira, mais duas relações constam <strong>em</strong> seu <strong>do</strong>cumento:<br />

catalogação <strong>de</strong> alagoinhenses vacina<strong>do</strong>s e revacina<strong>do</strong>s contra a varíola e outra, com o<br />

nome das pessoas r<strong>em</strong>ovidas para <strong>de</strong>sinfecção. (ver material completo <strong>em</strong> anexo).<br />

Anna Josepha <strong>de</strong> Jesus, Joanna <strong>de</strong> Jesus, Anna Maria da Conceição, Maria Prima<br />

<strong>de</strong> Souza, Thereza <strong>de</strong> Jesus, Balbina Maria <strong>de</strong> Jesus e Joanna Rainha <strong>do</strong>s Anjos, entre<br />

02 e 60 anos, algumas viúvas, solteiras e outras casadas, foram as que <strong>de</strong>ram entrada à<br />

Enfermaria n. 1 com mais 21 mulheres. Ali somente 02 homens, ou melhor, crianças:<br />

José Venceslau, 08 anos e apresentava ferimento na região sacra e, João Ferreira<br />

Loyola, 08 anos, com ferimento por bala na região <strong>front</strong>al.<br />

Afora a violência pela qual passavam e os ferimentos causa<strong>do</strong>s por arma <strong>de</strong><br />

fogo, a diarréia acometera 50% das mulheres instaladas naquela unida<strong>de</strong>,<br />

178 MELLO, Fre<strong>de</strong>rico Pernambucano. (2007). Op. cit. p. 94.<br />

179 BARREIRA, Américo. (1898). Op. cit. p. 9.<br />

82


“pequeníssima, mal arejada, s<strong>em</strong> condição alguma que lhe pu<strong>de</strong>sse valer o nome <strong>de</strong><br />

enfermaria” 180 e muitas das prisioneiras também apresentavam bronquite, oftalmia e<br />

escoriações causadas por pancadas. Ali houve ainda um caso <strong>de</strong> aborto, data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 7 <strong>de</strong><br />

outubro cuja mãe chamava-se Maria S. <strong>do</strong> Espírito Santo.<br />

Mulheres e crianças, sofren<strong>do</strong> <strong>de</strong> diversas <strong>do</strong>enças, cansaço, se<strong>de</strong> e fome num<br />

trajeto entre o Belo Monte e a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Alagoinhas (338 km), eram vítimas <strong>de</strong><br />

numerosos maus tratos por parte <strong>do</strong>s que as escoltavam. No momento <strong>de</strong> <strong>de</strong>screver as<br />

“tristes scenas” que presenciara, o médico Américo Barreira apontou <strong>em</strong> seu relatório:<br />

“diga-se a verda<strong>de</strong> <strong>em</strong> nome da civilisação e <strong>do</strong>s nossos sentimentos <strong>de</strong> brasileiros,<br />

gran<strong>de</strong> numero <strong>de</strong> vence<strong>do</strong>res não souberam repellir impulsos poucos generosos e<br />

ímpetos <strong>de</strong> vingança. Dahi muitas atrocida<strong>de</strong>s praticadas ao calor da victoria e <strong>em</strong> nome<br />

da Pátria e da República.” 181<br />

Na relação <strong>de</strong> Prisioneiros <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s recolhi<strong>do</strong>s a ca<strong>de</strong>ia da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Alagoinhas, 23 homens, entre 12 e 55 anos, sofriam <strong>de</strong> diarréia, gastrenterite, disenteria,<br />

bronquite, fratura exposta e escoriações causadas por cordas. Mais, acerca da<br />

brutalida<strong>de</strong> pela qual passaram os(as) conselheiristas, também foram registra<strong>do</strong>s <strong>em</strong><br />

outros relatórios cont<strong>em</strong>porâneos ao <strong>do</strong> médico da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Alagoinhas. Conforme o<br />

Histórico e Relatório <strong>do</strong> Comitê Patriótico da Bahia, há que:<br />

“pelo distinto comandante <strong>do</strong> 28º batalhão <strong>de</strong> infantaria, capitão Manuel Luiz da Silva<br />

Daltro, nos foi entregue uma <strong>de</strong>stas pobres vítimas <strong>de</strong> tão infame crime. É a menor<br />

Domingas Maria <strong>de</strong> Jesus, <strong>de</strong> 12 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, órfã <strong>de</strong> pai, morto nos últimos combates<br />

e filha da prisioneira Alexandrina Marques das Virgens, que se <strong>de</strong>ve achar nesta capital.<br />

Foi <strong>de</strong>svirginada, violentamente, pela praça <strong>do</strong> 25º batalhão <strong>de</strong> infantaria <strong>de</strong> nome José<br />

Maria.” 182<br />

Alcida Maria <strong>de</strong> Jesus, Maria Joaquina da Costa, Constancia <strong>de</strong> Souza, foram<br />

algumas <strong>de</strong>ntre as 46 mulheres que <strong>de</strong>ram entrada como Prisioneiros <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s<br />

recolhi<strong>do</strong>s na enfermaria <strong>de</strong> variolosos e, naquela unida<strong>de</strong>, 59,5% faleceram vítimas<br />

daquela epi<strong>de</strong>mia. Algumas canu<strong>de</strong>nses, as que foram curadas <strong>de</strong> varíola, sucumbiram<br />

pela inanição ou pela falta <strong>de</strong> medicamentos porque no transcorrer da atuação <strong>do</strong> dr.<br />

Américo Barreira, a Inspetoria Geral <strong>de</strong> Higiene efetuou reiteradas recommendações<br />

<strong>de</strong> economia no que dizia respeito à compra <strong>de</strong> medicamentos na farmácia da cida<strong>de</strong>.<br />

180 I<strong>de</strong>m. p. 14.<br />

181 I<strong>de</strong>m. p. 11.<br />

182 PIEDADE, Lélis. (organiza<strong>do</strong>r). (2002). Op. cit. p. 212. Ver também SINZIG, Pedro. R<strong>em</strong>iniscências<br />

d’um fra<strong>de</strong>. 2ª edição. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Typ. das Vozes <strong>de</strong> Petrópolis, 1925.<br />

83


O médico levantou <strong>em</strong> seu mapa que três crianças e quatro mulheres foram-lhe<br />

retiradas, <strong>de</strong> forma abrupta, por parte da comissão <strong>do</strong> Comitê Patriótico que por ali<br />

passara. Dois dias <strong>de</strong>pois, mais mulheres foram solicitadas pelo <strong>de</strong>lega<strong>do</strong> Theophilo<br />

Falcão, conforme o <strong>do</strong>cumento “s<strong>em</strong> assistência minha n<strong>em</strong> <strong>do</strong> meu distincto collega<br />

Dr. Manoel Vergne <strong>de</strong> Abreu, como se os médicos <strong>em</strong> commisão nesta Cida<strong>de</strong> foss<strong>em</strong><br />

figuras secundarias ou completamente nullas. Não fomos ouvi<strong>do</strong>s n<strong>em</strong> ao menos<br />

procura<strong>do</strong>s...” 183 Detalhe, todas <strong>em</strong> processo <strong>de</strong> tratamento.<br />

De todas as enfermarias, mapas e relatórios médicos que transcrev<strong>em</strong>os, <strong>em</strong><br />

nenhum momento notamos algo similar ao <strong>de</strong>talhe que ocorrera na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Alagoinhas. Hospitais <strong>de</strong> Sangue <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s, Monte Santo, Cansanção, Queimadas e<br />

Salva<strong>do</strong>r – sítios <strong>de</strong> profun<strong>do</strong> <strong>de</strong>sespero, solo fértil para a diss<strong>em</strong>inação das mais<br />

variadas <strong>do</strong>enças, áreas não muito harmônicas entre as pessoas – não apresentaram uma<br />

particularida<strong>de</strong> que nos assaltou nesta narrativa <strong>do</strong> dr. Américo Barreira. Quan<strong>do</strong> da<br />

chegada <strong>de</strong>ste médico às enfermarias, notara ali a assídua freqüência da população<br />

alagoinhense e <strong>de</strong> povoa<strong>do</strong>s vizinhos. Visitas estas que, segun<strong>do</strong> o médico, reproduziam<br />

verda<strong>de</strong>iras romarias <strong>em</strong> direção aos conselheiristas feri<strong>do</strong>s.<br />

Ante a situação e preocupa<strong>do</strong> com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> expansão da varíola, o<br />

médico solicitou uma guarda militar ao capitão Agripino Antero Chaves e, por<br />

conseguinte, a intervenção no assunto, pois, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com seu relatório, as famílias ali<br />

presentes, <strong>de</strong> todas as classes, não o recebiam <strong>de</strong> bom gra<strong>do</strong>. Segue o médico dizen<strong>do</strong><br />

que “eu vi, nas minhas primeiras visitas, que a maioria <strong>de</strong>ssas procuravam minorar os<br />

soffrimentos daqueles infelizes, dan<strong>do</strong>-lhes esmolas, catan<strong>do</strong>-lhes, algumas mulheres,<br />

os piolhos, etc.” 184<br />

Das enfermarias ‘oficiais’ encontramos a entrada <strong>de</strong> bacias, <strong>de</strong> lençóis, <strong>de</strong><br />

cigarros, <strong>de</strong> vinhos, <strong>de</strong> escarra<strong>de</strong>iras e <strong>do</strong>s profissionais restritos à área médica. Ao<br />

fragmento acima, ao menos <strong>em</strong> nossa constatação, liga-se uma representação popular <strong>do</strong><br />

povo <strong>do</strong> Conselheiro. Alagoinhenses, distantes trezentos e trinta e oito quilometres <strong>do</strong><br />

palco das operações, compreendiam a resistência <strong>de</strong> cada um ali escolta<strong>do</strong> pelo Exército<br />

e, amistosos aos canu<strong>de</strong>nses, foram ao encontro talvez, não só <strong>do</strong>s combali<strong>do</strong>s, mas <strong>do</strong>s<br />

que tentaram lutar para manter seus i<strong>de</strong>ais e sonhos.<br />

183 BARREIRA, Américo. (1897). Op. cit. p. 17. Sobre o <strong>de</strong>stino <strong>de</strong> conselheiristas e as crianças que<br />

foram acolhidas pelo Comitê Patriótico da Bahia, ver PIEDADE, Lélis (Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r). (2002). Op. cit. p.<br />

211. Especificamente Da comissão especial nomeada para recolher as crianças sertanejas feitas<br />

prisioneiras <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s.<br />

184 BARREIRA, Américo. (1897). Op. cit. p. 26.<br />

84


Volt<strong>em</strong>os então à sala da Congregação da FMB e aos arre<strong>do</strong>res da Praça da Sé<br />

na capital baiana. Corria 1º <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1897 e a Faculda<strong>de</strong> reabrira suas portas dan<strong>do</strong><br />

andamento ao ano letivo. Dia 23 <strong>do</strong> mesmo mês, reuni<strong>do</strong> o corpo <strong>do</strong>cente e<br />

administrativo no salão nobre, atos com<strong>em</strong>orativos marcaram o dia no Terreiro <strong>de</strong><br />

Jesus. Imprensa, cavalheiros e senhoras, general Artur Oscar, principais autorida<strong>de</strong>s<br />

fe<strong>de</strong>raes e esta<strong>do</strong>aes, miravam uma lápi<strong>de</strong> <strong>do</strong>urada: “A Bahia eterniza n’este mármore o<br />

seu agra<strong>de</strong>cimento aos Médicos, Pharmaceuticos e Aca<strong>de</strong>micos que exerceram o seu<br />

apostola<strong>do</strong> na <strong>do</strong>lorosa quadra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s.” 185<br />

O professor Sebastião Car<strong>do</strong>so, na incumbência <strong>de</strong> entregar o relatório <strong>de</strong> sua<br />

disciplina, concluía que o curso da ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Química Analítica e Toxicologia fora<br />

irregular, por estar envolvi<strong>do</strong> no tratamento <strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s. Já outros<br />

professores, como foi o caso <strong>de</strong> Fortunato da Silva Junior, apesar <strong>do</strong> ambiente caótico<br />

da guerra, o que lhe custara <strong>do</strong>is meses [agosto e set<strong>em</strong>bro] <strong>de</strong> trabalho ininterrupto na<br />

enfermaria cuja chefia exercia, conseguira, ao que consta <strong>em</strong> seu <strong>do</strong>cumento, concluir a<br />

parte prática <strong>de</strong> sua disciplina. Ao que nos parece, se não mais uma sugestão arriscada,<br />

prática esta conferida com os militares feri<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s, isto é, um laboratório vivo.<br />

Em comunicação à Congregação, o professor <strong>de</strong> Therapeutica, José Eduar<strong>do</strong><br />

Freire <strong>de</strong> Carvalho Filho apresentou o seguinte relatório:<br />

“... cabe-me informar que <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> as gran<strong>de</strong>s interrupções havidas no curso, já no mez <strong>de</strong><br />

Junho com a costumada ausência <strong>do</strong>s estudantes, foi nos mezes <strong>de</strong> Agosto e Set<strong>em</strong>bro<br />

por occasião <strong>do</strong> tractamento <strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s nos combates <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s não pu<strong>de</strong> terminar o<br />

programa da ca<strong>de</strong>ira que tive a honra <strong>de</strong> apresentar a Congregação, contu<strong>do</strong> expliquei<br />

mais da meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> mesmo programa, tanto no que diz respeito a theoria como a<br />

pratica.” 186<br />

Esses estudantes <strong>de</strong> costumada ausência, chegariam às portas da FMB <strong>em</strong> 25 <strong>de</strong><br />

outubro, isto é, quase um mês <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> reinício das aulas. To<strong>do</strong>s foram às suas classes<br />

para realizar os exames <strong>de</strong> final <strong>de</strong> ano, aplica<strong>do</strong>s <strong>em</strong> 15 <strong>de</strong> nov<strong>em</strong>bro. Quatrocentos e<br />

setenta e nove alunos realizaram 1.478 exames, <strong>de</strong> todas as séries e <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os cursos<br />

(Medicina, Farmácia e O<strong>do</strong>ntologia). Na terceira série <strong>do</strong> curso <strong>de</strong> medicina, quatro<br />

alunos não realizaram as provas por inabilitações. Entre os alunos <strong>de</strong> medicina, um lá<br />

faltava, pois falecera no hospital <strong>de</strong> sangue <strong>de</strong> Monte Santo <strong>de</strong> malária (Joaquim Afonso<br />

Pedreira). Na turma da primeira série <strong>de</strong> Farmácia retiraram-se <strong>do</strong> exame três alunos,<br />

um por moléstia. Dois estudantes <strong>de</strong> Farmácia da segunda série retiraram-se da sala <strong>de</strong><br />

185 AFMB – Livro <strong>de</strong> Actas da Congregação. p. 199.<br />

186 AFMB – Caixa Ano 1897 – Código: 01.07.0574. Maço Documentação referente à Guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s.<br />

85


aula. Na terceira série também <strong>de</strong> Farmácia, mais uma inabilitação. 187 Mas, <strong>de</strong>ix<strong>em</strong>os<br />

os estudantes para o próximo capítulo <strong>de</strong>ste trabalho.<br />

Na M<strong>em</strong>ória sobre a Medicina na Bahia publicada vinte e seis anos <strong>de</strong>pois da<br />

guerra no Belo Monte e um ano após seu falecimento, neste caso, naturalmente,<br />

publicação in m<strong>em</strong>orian, Antonio Pacífico Pereira expunha um ‘balanço’ da Guerra <strong>de</strong><br />

Canu<strong>do</strong>s, ou seja, também apresentava um <strong>de</strong> seus relatórios. Antes <strong>de</strong> entrar<br />

diretamente no assunto, o médico baiano reportara-se à outra Campanha também<br />

custosa à Faculda<strong>de</strong>: a Guerra <strong>de</strong> Paraguai; quan<strong>do</strong> aten<strong>de</strong>ram os médicos e estudantes<br />

<strong>de</strong> medicina <strong>do</strong> 4º, 5º e 6º ano, a pedi<strong>do</strong> <strong>do</strong> Governo Imperial, alguns marcharam <strong>em</strong><br />

direção à peleja travada na região <strong>front</strong>eiriça <strong>do</strong> Prata.<br />

Naquela região o esta<strong>do</strong> sanitário mostrava-se <strong>de</strong>sola<strong>do</strong>r e a <strong>em</strong>ergência <strong>de</strong> um<br />

serviço médico ali aparecera como fundamental à saú<strong>de</strong> das tropas. Entre as linhas <strong>de</strong><br />

fogo da Guerra da Tríplice Aliança os solda<strong>do</strong>s caminhavam dias a fio quase que<br />

submersos pela água. Muitos ali, acompanha<strong>do</strong>s <strong>de</strong> suas mulheres, morreram afoga<strong>do</strong>s<br />

<strong>em</strong> meio àquela região pantanosa, outros caíam vítimas <strong>de</strong> febres, cólera e varíola. De<br />

acor<strong>do</strong> com Francisco Doratioto as más condições sanitárias <strong>do</strong> local <strong>de</strong> combate<br />

contribuíram para a diss<strong>em</strong>inação <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças agravadas ainda mais pelo contraste entre<br />

o frio glacial que pairava durante a noite e o sol abrasa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> dia. 188<br />

Em <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1866 (quatro anos antes da morte <strong>de</strong> Solano<br />

Lopez), “o Impera<strong>do</strong>r sancionou a resolução da ass<strong>em</strong>bléia geral legislativa que<br />

autorisava diversas concessões e garantias aos professores, oppsositores e alumnos da<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina <strong>em</strong> serviço no exercito.” 189 Tal <strong>de</strong>creto garantia para os<br />

professores ex-combatentes da Tríplice Aliança, exclusivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ingresso <strong>em</strong> concurso<br />

nas Faculda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Medicina <strong>do</strong> Brasil; para os alunos, possibilida<strong>de</strong> se requeress<strong>em</strong>,<br />

ingresso no corpo <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> Exército.<br />

Agora, com os olhos volta<strong>do</strong>s para guerra sertaneja, Antonio Pacifico Pereira<br />

relatara que o “Governo Fe<strong>de</strong>ral não recompensou n<strong>em</strong> consi<strong>de</strong>rou <strong>de</strong>vidamente os<br />

ben<strong>em</strong>éritos serviçaes da República pelo acto meritório <strong>de</strong> humanida<strong>de</strong> e patriotismo.<br />

187 BPEB – Relatório <strong>do</strong> Ministério da Justiça e Negócios Interiores – 1898. p. 321, 322 e 323. Os nomes<br />

<strong>do</strong>s alunos não são menciona<strong>do</strong>s no referi<strong>do</strong> Relatório.<br />

188 DORATIOTO, Francisco. Maldita Guerra – Nova história da Guerra <strong>de</strong> Paraguai. 2ª edição revista<br />

pelo autor. São Paulo: Cia. das Letras, 2002. p. 123 e 127.<br />

189 PEREIRA, Antonio Pacifico. M<strong>em</strong>ória sobre a Medicina na Bahia. Sciencia e pratica – Ensino<br />

Medico – Prophilaxia e Therapeutica Hygiene, C´linica Cirúrgica e Operações notáveis – As gran<strong>de</strong>s<br />

curas e os gran<strong>de</strong>s erros – En<strong>de</strong>mias, epi<strong>de</strong>mias – Os médicos bahianos – Idéias e <strong>de</strong>scobertas <strong>de</strong><br />

médicos bahianos – A Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina nos 100 annos. BAHIA – Imprensa Oficial <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />

1923.<br />

86


(...) A República <strong>em</strong> 1897 na Campanha <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s não imitou o Império <strong>em</strong> 1866 na<br />

Guerra <strong>do</strong> Paraguay.” 190<br />

Recorren<strong>do</strong> à estatística <strong>do</strong> movimento hospitalar, elaborada pelo dr. Anselmo<br />

da Fonseca, o então, ex-diretor da Faculda<strong>de</strong> mostrava que os números não negavam os<br />

esforços <strong>do</strong>s professores <strong>em</strong> serviço, e que as <strong>de</strong>pendências da instituição mostravam-se<br />

aparelhadas para aten<strong>de</strong>r os feri<strong>do</strong>s ali recolhi<strong>do</strong>s. Apontou seu relatório que 1630<br />

feri<strong>do</strong>s e <strong>do</strong>entes foram atendi<strong>do</strong>s nos quatro hospitais <strong>de</strong> sangue, termo <strong>em</strong>prega<strong>do</strong> por<br />

ele, e que “a mortalida<strong>de</strong> das 30 enfermarias <strong>em</strong> que se recolheram estes 1630 <strong>do</strong>entes<br />

(faltan<strong>do</strong> somente a enfermaria n°. 5 da Faculda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> que não forneceu a directoria a<br />

relação <strong>do</strong>s seus <strong>do</strong>entes) foi <strong>de</strong> 25 que equivale a 1,53%.” 191<br />

Por fim, sensibilizava-se o médico baiano com os alunos Francisco <strong>do</strong>s Santos<br />

Pereira, Antonio Eustáquio da Silva e Joaquim Afonso Pedreira, que se prontificaram a<br />

tratar os militares feri<strong>do</strong>s, mas faleceram no <strong>de</strong>curso <strong>do</strong> trabalho como auxiliares. O<br />

primeiro <strong>de</strong> infecção hospitalar na capital baiana e, o último, como já <strong>de</strong>staca<strong>do</strong>, <strong>de</strong><br />

malária <strong>em</strong> Monte Santo. A causa mortis <strong>de</strong> Antonio Eustáquio da Silva não consta na<br />

referida M<strong>em</strong>ória <strong>do</strong> então ex-diretor da FMB e, tampouco, no Livro <strong>de</strong> Atas da<br />

Congregação.<br />

É hora <strong>de</strong> passarmos a palavra para os alunos da Faculda<strong>de</strong>, isto é, suas theorias<br />

e práticas e a percepções sobre àquele sertão repleto <strong>de</strong> cadáveres insepultos. No<br />

entanto, o leitor(a) t<strong>em</strong> a opção <strong>de</strong> seguir direto para o próximo capítulo ou espiar o<br />

próximo ít<strong>em</strong> e perceber que a medicina <strong>do</strong>s professores e alunos, entorpeci<strong>do</strong>s pelo<br />

“progresso da ciência”, não era única forma <strong>de</strong> curar fosse as chagas da carne ou as<br />

carências <strong>do</strong> espírito.<br />

2.3. As curas, a crença na sciencia e o <strong>de</strong>stino <strong>do</strong>s inciviliza<strong>do</strong>s<br />

No <strong>de</strong>correr <strong>do</strong> século XIX, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> suas décadas, a profissão médica<br />

no Brasil estava <strong>em</strong> processo <strong>de</strong> ascensão e legitimação, isto é, os médicos das Escolas<br />

<strong>de</strong> Medicina [Bahia e Rio <strong>de</strong> Janeiro], apesar da pretensão, não controlavam sozinhos as<br />

práticas <strong>de</strong> cura que havia no país. 192 Des<strong>de</strong> o perío<strong>do</strong> colonial curan<strong>de</strong>iros, parteiras,<br />

ervanários e benze<strong>de</strong>iras mitigavam as <strong>do</strong>res <strong>do</strong>s que a eles recorriam e, <strong>em</strong> muitos<br />

190 I<strong>de</strong>m. p. 244 e 245.<br />

191 I<strong>de</strong>m. p. 244.<br />

192 SAMPAIO, Gabriela <strong>do</strong>s Reis. Nas trincheiras da cura – as diferentes medicinas no Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

imperial. São Paulo: Editora da Unicamp, 2001. p. 44.<br />

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momentos, eram mais consulta<strong>do</strong>s e visita<strong>do</strong>s que propriamente os gabinetes médicos.<br />

O caráter anti-popular da medicina científica po<strong>de</strong> ser ex<strong>em</strong>plifica<strong>do</strong> pela<br />

<strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> no discurso médico ante as causas <strong>de</strong> diversas <strong>do</strong>enças, sobretu<strong>do</strong> as<br />

epidêmicas; e, por outro la<strong>do</strong>, havia o aspecto financeiro, isto é, gabinetes e consultórios<br />

eram caros a maior parte da população pobre.<br />

O trabalho <strong>de</strong> Jaqueline <strong>de</strong> Almeida Pereira, Práticas mágicas e cura popular na<br />

Bahia (1890 – 1940) – <strong>em</strong>basa<strong>do</strong> <strong>em</strong> fontes como as teses da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da<br />

Bahia, <strong>em</strong> processos-crime e na imprensa – é ainda mais elucidativo sobre a procura<br />

pela medicina praticada fora <strong>do</strong>s muros acadêmicos e à perseguição pela qual sofriam os<br />

‘cura<strong>do</strong>res informais’. A busca pela medicina especializada estava, <strong>em</strong> muitos casos,<br />

restrita às classes com mais condições financeiras que outras. Não obstante, a maior<br />

parte da população, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> rica ou pobre, recorria à curan<strong>de</strong>iros <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os<br />

feitios, parteiras e boticários, aliás, segun<strong>do</strong> Jaqueline Pereira, fenômeno este presente<br />

até os dias atuais. 193<br />

Ao mesmo t<strong>em</strong>po, é relevante comentar que os estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong>dica<strong>do</strong>s às práticas da<br />

‘medicina popular’ ressaltam seu caráter <strong>de</strong> organização e autonomia <strong>de</strong> uma população,<br />

até pouco t<strong>em</strong>po, trancada na gaveta da história. Apesar <strong>de</strong> conviver<strong>em</strong> no mesmo<br />

espaço social, “os médicos metropolitanos e, <strong>de</strong>pois, os profissionais forma<strong>do</strong>s nas<br />

primeiras escolas <strong>de</strong> medicina – Bahia e Rio <strong>de</strong> Janeiro, <strong>em</strong> 1808 –, s<strong>em</strong>pre se viram<br />

con<strong>front</strong>a<strong>do</strong>s a outros práticos que se <strong>de</strong>dicavam às artes da cura. Barbeiros, parteiras,<br />

curan<strong>de</strong>iros, pajés, boticários, sangra<strong>do</strong>res.” 194 É ainda mais notório que durante a<br />

instauração <strong>do</strong> regime republicano, o saber médico não respeitava e, quan<strong>do</strong> possível,<br />

limitava o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> ação <strong>do</strong>s cura<strong>do</strong>res populares. Anos após a contestação à<br />

diversida<strong>de</strong> das práticas <strong>de</strong> cura é que as aca<strong>de</strong>mias <strong>de</strong> medicina começaram a<br />

reconhecer o aspecto medicinal <strong>do</strong>s chazinhos. 195<br />

Paralelo àquela varieda<strong>de</strong> profissional, isto é, os <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro e os <strong>de</strong> fora das<br />

escolas <strong>de</strong> medicina, não havia coesão entre as discussões médicas <strong>em</strong> lidar com a saú<strong>de</strong><br />

pública no Brasil porque quan<strong>do</strong> havia, o jogo da politicalha as fragmentava. O ‘jogo <strong>de</strong><br />

<strong>em</strong>purra’ institucional na capital fe<strong>de</strong>ral, no que se refere às responsabilida<strong>de</strong>s das<br />

Câmaras Municipais <strong>em</strong> executar a legislação concernente aos ofícios <strong>de</strong> curar,<br />

193 PEREIRA, Jaqueline <strong>de</strong> Almeida. Práticas mágicas e cura popular na Bahia (1890 – 1940). Bahia:<br />

UFBA – Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Filosofia e Ciências Humanas. (Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>), 1998. p. 36.<br />

194 DANTES, Maria Amélia. A implantação das ciências no Brasil – um <strong>de</strong>bate historiográfico. In:<br />

ALVES, Jerônimo (org.). Múltiplas faces da história das ciências na Amazônia. Belém: EDUFPA, 2005.<br />

p. 42 e 43.<br />

195 PEREIRA, Jaqueline <strong>de</strong> Almeida. (1998). Op. cit. p. 47.<br />

88


frequent<strong>em</strong>ente esbarrava <strong>em</strong> falta <strong>de</strong> ‘prática e <strong>de</strong> funcionários’ e, <strong>em</strong> alguns casos,<br />

retornavam ao órgão fe<strong>de</strong>ral, reclaman<strong>do</strong> sua incapacida<strong>de</strong> <strong>em</strong> lidar com probl<strong>em</strong>as<br />

objetivos, como, por ex<strong>em</strong>plo, inibir o trabalho <strong>de</strong> pessoas ‘não cadastradas’ à medicina<br />

acadêmica.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, leis e reformas que, <strong>de</strong>ntre outros objetivos, <strong>de</strong>sejavam inibir o<br />

campo <strong>de</strong> atuação <strong>do</strong>s médicos não oficiais, atingiam diretamente a organização e a<br />

in<strong>de</strong>pendência das Faculda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Medicina <strong>do</strong> país. Particularmente sobre este aspecto,<br />

o diretor da FMB durante a Campanha <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s, Antonio Pacífico Pereira, comentou<br />

<strong>em</strong> sua M<strong>em</strong>ória que as reformas propostas pelos médicos-políticos nos gabinetes da<br />

capital fe<strong>de</strong>ral, não produziam os resulta<strong>do</strong>s almeja<strong>do</strong>s pela classe <strong>de</strong> professores, seus<br />

colegas.<br />

De acor<strong>do</strong> com o levantamento que fizera acerca das reformas pelas quais sua<br />

Faculda<strong>de</strong> passou no transcorrer <strong>do</strong>s anos 1815, 1832, 1854, 1879, 1882, 1891, 1901,<br />

1911 e 1915, tais como: revisão <strong>de</strong> currículo, re-elaboração <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> seleção se<br />

alunos, ampliação da Biblioteca, autonomia <strong>de</strong> ensino e prática no que toca ao trabalho<br />

<strong>do</strong>s professores e parcas finanças para lidar com os gastos da instituição [Biblioteca e<br />

laboratórios], notou o dr. Pacífico Pereira que esta instituição esteve sujeita aos<br />

melindres da política central e local, pois muitos médicos exerciam funções públicas,<br />

alguns eram políticos com voz <strong>de</strong> coman<strong>do</strong> e significativo po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> influência. Ainda<br />

nas palavras <strong>do</strong> m<strong>em</strong>orialista,<br />

“a influencia da política <strong>de</strong> favoritismo e <strong>de</strong> arbítrio nas investiduras <strong>do</strong> magistério, ...as<br />

concessões pessoaes, com flagrante violação da lei e <strong>do</strong> regimen escolar, favorecen<strong>do</strong> a<br />

insufficiencia, a mediocrida<strong>de</strong> e a indisciplina, - arrastavam a completa ruína a obra <strong>de</strong><br />

reconstrucção fundamental que o advento da República projectára...” 196<br />

O resulta<strong>do</strong> imediato <strong>de</strong>stes litígios políticos para a Faculda<strong>de</strong>, conforme as<br />

anotações <strong>do</strong> professor, era a profunda <strong>de</strong>sorganização e <strong>de</strong>cadência <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a<br />

acadêmico. Mais sobre os limites das reformas na área da medicina acadêmica nos traz<br />

Luiz Otávio Ferreira. Avalia o autor que, pelo menos, durante gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong> século<br />

XIX, a atuação das escolas médicas no esforço da expansão quantitativa e <strong>de</strong> renovação<br />

epist<strong>em</strong>ológica da medicina ficou muito aquém da expectativa. 197 Entr<strong>em</strong>entes, a essas<br />

atitu<strong>de</strong>s reformistas, que buscavam a uniformização <strong>do</strong> saber, acoplavam-se diversas<br />

leis e <strong>de</strong>cretos que eram lançadas com a conivência <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>s políticas e da<br />

196 PEREIRA, Antonio Pacífico. (1923). Op. cit. p. 102.<br />

197 FERREIRA, Luiz Otávio. Medicina Popular – Ciência médica e medicina popular nas páginas <strong>do</strong>s<br />

periódicos científicos (1830 – 1840). In: CHALHOUB, Sidney. (2003). Op. cit p. 102 e 103.<br />

89


imprensa [médica ou não], com intuito <strong>de</strong> não banir, mas, ao menos, reduzir as ações <strong>de</strong><br />

‘médicos populares’, pois a medicina “é política tanto pelo mo<strong>do</strong> como intervém na<br />

socieda<strong>de</strong> e penetra <strong>em</strong> suas instituições, como pela sua relação com o Esta<strong>do</strong>. Ela<br />

precisa <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> para realizar seu projeto...” 198<br />

O ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> uma relação entre médicos e Esta<strong>do</strong>, como po<strong>de</strong>mos observar no<br />

<strong>de</strong>curso <strong>de</strong>ste capítulo, fora o da FMB com outras instituições. Manteve-se ali estreito<br />

convívio <strong>do</strong> início ao fim da Campanha <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s com os lí<strong>de</strong>res <strong>do</strong> progresso. Os<br />

relatórios <strong>do</strong>s professores, alguns, sensibilizaram-se diretamente com os heroes da<br />

Republica e cidadãos da Nação, e isto nos permite afirmar que os que não estavam ali,<br />

<strong>em</strong> luta pelo novo regime, a ele, naturalmente, não pertenciam, isto é, os inciviliza<strong>do</strong>s.<br />

Dentro <strong>do</strong>s gabinetes <strong>do</strong>s professores da Faculda<strong>de</strong>, seus livros e ca<strong>de</strong>rnos<br />

discutiam, com uma gama <strong>de</strong> ouvintes, mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, raça, mestiçag<strong>em</strong>, sanitarismo,<br />

higienismo, civilização, barbárie, evolução e involução da espécie humana. Esses<br />

conceitos davam o tom nessas rodas formadas por catedráticos e alunos tanto <strong>do</strong> curso<br />

<strong>de</strong> Medicina quanto <strong>de</strong> Direito. To<strong>do</strong>s crentes <strong>de</strong> que uma sciencia com méto<strong>do</strong>s, regras<br />

e resulta<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>ria conduzir to<strong>do</strong>s os habitantes <strong>do</strong> planeta <strong>em</strong> direção ao progresso.<br />

Canu<strong>do</strong>s, segun<strong>do</strong> àqueles intelectuais da república, caminhava <strong>em</strong> senti<strong>do</strong> contrário. 199<br />

O século XIX, <strong>em</strong> que “a maioria <strong>do</strong>s continentes toma <strong>de</strong> <strong>em</strong>préstimo da<br />

Europa sua civilização, seus costumes, mesmo <strong>em</strong> sua forma exterior...” 200 , projetara a<br />

sciencia como responsável pela explicação <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Tanto ali como no Brasil, o<br />

scientista ganhou <strong>de</strong>staque e, sobretu<strong>do</strong>, maior in<strong>de</strong>pendência. 201 Aqueles conceitos<br />

<strong>de</strong>veriam ser, ou melhor, foram impostos a uma significativa parcela da população <strong>do</strong><br />

país, tanto <strong>do</strong> interior quanto das capitais, o que gerou respostas das mais diversas. A<br />

busca pelo progresso atingia diretamente as camadas mais suscetíveis às atitu<strong>de</strong>s das<br />

autorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada governo que, com o braço arma<strong>do</strong> <strong>do</strong> Exército e a pena forte <strong>do</strong>s<br />

intelectuais da república, reprimira os sonhos alheios.<br />

Antônio Conselheiro e seus segui<strong>do</strong>res apareciam cientificamente atróficos à<br />

imensidão <strong>do</strong> saber instituí<strong>do</strong> pelos bacharéis, visto que, um arraial monta<strong>do</strong> à feição<br />

sertaneja, negra e indígena, por conseguinte, mestiça; não po<strong>de</strong>ria receber um<br />

198<br />

LOPES, Fábio Henrique. Análise historiográfica e história da medicina brasileira. Juiz <strong>de</strong> Fora:<br />

LOCUS. v. 9, n.2, 2003. p. 103.<br />

199<br />

Mais <strong>de</strong>talhes sobre o assunto <strong>em</strong>: COSTA, Flávio J. Simões. Antonio Conselheiro: uma reformulação<br />

à luz da Psicologia Social. Bahia: UFBA – Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Filosofia e Ciências Humanas. (Mestra<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />

Ciências Sociais). 1968. p. 30 a 105.<br />

200<br />

RÉMOND, René. O Século XIX (1815 – 1914). São Paulo: Cultrix, 1976. p. 203.<br />

201<br />

SCHWARTZ, Lilia Moritz. O espetáculo das raças – cientistas, instituições e questão racial no Brasil<br />

(1870-1930). São Paulo: Cia. das Letras, 1993. p. 29.<br />

90


tratamento ext<strong>em</strong>porâneo ao pre<strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> discurso <strong>em</strong> prol das boas civilisações. Na<br />

opinião <strong>de</strong> uma test<strong>em</strong>unha ocular, a que levara o litoral positivista ao sertão bárbaro,<br />

estavam ali os “feri<strong>do</strong>s pela fatalida<strong>de</strong> das leis biológicas, chumba<strong>do</strong>s ao plano inferior<br />

da raça menos favorecida.” 202<br />

Como ver<strong>em</strong>os a seguir, os habitantes <strong>do</strong> arraial <strong>de</strong> Antonio Vicente ganharam<br />

os mais habituais adjetivos da linha científica <strong>do</strong> século XIX, isto é, pre<strong>do</strong>minante nos<br />

meios acadêmicos. Médicos, futuros médicos e advoga<strong>do</strong>s percebiam ali os<br />

<strong>de</strong>genera<strong>do</strong>s, bandi<strong>do</strong>s, facínoras e horda <strong>de</strong> jagunços cegos pelas prédicas <strong>do</strong> beato.<br />

Cumpria ali a linguag<strong>em</strong> a sua função. Os <strong>de</strong>dica<strong>do</strong>s a zelar pelo Belo Monte, eram<br />

vistos como os fanáticos <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s. Mas, se seguirmos a leitura, perceber<strong>em</strong>os que<br />

n<strong>em</strong> to<strong>do</strong>s <strong>do</strong> la<strong>do</strong> <strong>de</strong> cá, marcharam na mesma direção.<br />

202 CUNHA, Eucly<strong>de</strong>s. Os Sertões – Campanha <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s. São Paulo: Círculo <strong>do</strong> Livro, 1975. p. 88.<br />

91


CAPÍTULO III<br />

75 LÉGUAS ENTRE A VIDA E A MORTE: OS ACADÊMICOS NO FRONT<br />

3.1. À linha <strong>de</strong> fogo: ir ou não?<br />

“A <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> médicos no theatro da luta fez-me appellar<br />

para um offerecimento expontaneo da Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Medicina<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> por parte <strong>de</strong> seus professores. Com a <strong>de</strong>claração,<br />

porém, <strong>de</strong> que este offerecimento restringia-se a serviços<br />

médicos nesta Capital, appellei para a generosa mocida<strong>de</strong><br />

acadêmica, que não se fez esperar, dan<strong>do</strong> o tão tocante quão<br />

admirável ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> marchar<strong>em</strong> sessenta e <strong>do</strong>is estudantes <strong>de</strong><br />

annos diversos para o campo da luta a auxiliar nos hospitais <strong>de</strong><br />

sangue os médicos militares <strong>de</strong>lles incumbi<strong>do</strong>s.” 203<br />

“As formas clínicas <strong>do</strong>s shocks são diversas; palli<strong>do</strong>,<br />

indifferente ao exterior, não respon<strong>de</strong> as questões solicitadas à<br />

sua opinião s<strong>em</strong> olhar sequer para o cirurgião, insensível a <strong>do</strong>r,<br />

<strong>de</strong> olhar fixo, respiração lenta, pulso fraco e lento, muitas vezes<br />

intermittente, pelle fria, suce<strong>de</strong>n<strong>do</strong>-se algumas vezes a reacção,<br />

e o <strong>do</strong>ente morre. (...) Os feri<strong>do</strong>s ataca<strong>do</strong>s t<strong>em</strong> agitação<br />

violenta, terror ou raiva, entregam-se a movimentos<br />

<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s, fallam com vivacida<strong>de</strong>, narram ao vivo as<br />

peripécias <strong>do</strong> combate, nas quaes tomaram parte, ululam<br />

ameaças aos inimigos.” 204<br />

Drs. Il<strong>de</strong>fonso Teo<strong>do</strong>ro Martins, Agripino Ribeiro Pontes, José <strong>de</strong> Miranda<br />

Cúrio, Alexandre da Silva Moura, João Gonçalves Ferreira Correia da Câmara, Artur<br />

Eduar<strong>do</strong> Seixas, Carlos <strong>de</strong> Oliveira Costa, Breno Bráulio Muniz, Emílio Paulo <strong>do</strong>s<br />

Santos Pereira, Álvaro Teles <strong>de</strong> Meneses e Luis José Correa <strong>de</strong> Sá foram alguns <strong>do</strong>s<br />

médicos-militares que, com o salário <strong>do</strong>bra<strong>do</strong>, aturam <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s e suas<br />

adjacências. 205<br />

203 Mensag<strong>em</strong> apresentada a Ass<strong>em</strong>bléia Geral Legislativa pelo Exm. Sr. Dr. Luiz Vianna – Governa<strong>do</strong>r<br />

da Bahia <strong>em</strong> 14 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 1898. BAHIA: Typografia <strong>do</strong> Correio <strong>de</strong> Noticias. p. 10. Disponível <strong>em</strong>:<br />

http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u013/000070.html Acesso: 02/10/2008.<br />

204 TORRES, Alci<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Britto. Feridas por projectis e seu tratamento <strong>em</strong> Campanha. Ano: 1902. p. 54 e<br />

55. In: AFMB – THESES. Código da tese: 102 – H.<br />

205 GALVÃO, Walnice Nogueira (org.). No calor da hora: a guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s nos jornais, 4ª<br />

expedição. 3ª edição. São Paulo: Ática, 1994. p. 280 e 332.<br />

92


MÉDICOS<br />

Quadro – 6<br />

EFETIVO MÉDICO DO EXÉRCITO<br />

1897<br />

FARMACÊUTICOS<br />

General <strong>de</strong> Brigada 02 Ten. Coronel 02<br />

Coronel 04 Major 02<br />

Ten. Coronel 10 Capitão 07<br />

Major 31 Tenente 27<br />

Capitão 58 Farm. Adjunto 51<br />

Tenente 22<br />

Méd. Adjunto 56<br />

183 89<br />

1897<br />

FONTE: SILVA, Alberto Martins da. O apoio <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> na Campanha <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s. Rio <strong>de</strong> Janeiro:<br />

Revista <strong>do</strong> Exército Brasileiro. jan./mar, 1990.<br />

Entre médicos-militares e adjuntos que compunham a força efetiva <strong>do</strong> Exército<br />

nacional no ano <strong>de</strong> 1897, marcharam, entre <strong>de</strong>z<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1896 e outubro <strong>do</strong> ano<br />

seguinte, 43, ao la<strong>do</strong> <strong>de</strong> 15 farmacêuticos, isto é, uma cifra <strong>de</strong> 33,8% e 16,8% 206 . Os<br />

quarenta e três médicos ali presentes espraiaram-se por Queimadas, Monte Santo e<br />

Canu<strong>do</strong>s. Numa distribuição rápida e arriscada, por não possuirmos os números <strong>de</strong><br />

enfermeiros <strong>em</strong> auxílio aos médicos e acadêmicos <strong>de</strong> medicina, seriam cerca <strong>de</strong><br />

quatorze médicos-militares por Hospital <strong>de</strong> Sangue, s<strong>em</strong> levar <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração os casos<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>serção, as recusas 207 , os que se retiravam acometi<strong>do</strong>s por <strong>do</strong>enças e os que<br />

morreram <strong>em</strong> plena quadra <strong>do</strong> con<strong>front</strong>o (drs. Fortunato Raimun<strong>do</strong> <strong>de</strong> Oliveira, Alfre<strong>do</strong><br />

Augusto Gama e João Tolentino Barreto <strong>de</strong> Albuquerque). Este corpo sanitário <strong>de</strong>veria<br />

tratar <strong>do</strong>s solda<strong>do</strong>s <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s, isto é, mais <strong>de</strong> 6000 combatentes [tanto forças fe<strong>de</strong>rais<br />

quanto estaduais].<br />

Os professores da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia, mesmo sob promessa <strong>de</strong><br />

pagamento, não atravessaram o esta<strong>do</strong> <strong>em</strong> direção ao sertão para aliviar as chagas <strong>do</strong>s<br />

oficias e solda<strong>do</strong>s combali<strong>do</strong>s pelo fogo ou pela peste. Por quê? Seriam os ferimentos<br />

por armas <strong>de</strong> fogo restritos à medicina castrense? Nenhum médico civil po<strong>de</strong>ria ali<br />

exercer suas habilida<strong>de</strong>s? Haveriam conflitos entre médicos civis e médicos <strong>do</strong> Exército<br />

<strong>em</strong> pleno palco das operações? As Atas da Congregação da Faculda<strong>de</strong> <strong>do</strong> Terreiro <strong>de</strong><br />

Jesus e o Relatório <strong>do</strong> Ministério da Guerra não cont<strong>em</strong>plaram estas questões. Alvim<br />

206<br />

SILVA, Alberto Martins da. O apoio <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> na Campanha <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Revista <strong>do</strong><br />

Exército Brasileiro. jan./mar, 1990. p. 15.<br />

207<br />

BPEB – Jornal Diário <strong>de</strong> Notícias <strong>em</strong> 19 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1897 referin<strong>do</strong>-se à médicos que trabalhavam na<br />

capital fe<strong>de</strong>ral: Recusa <strong>do</strong>s médicos – Está sen<strong>do</strong> muito commentada a recusa <strong>do</strong>s médicos <strong>de</strong>signa<strong>do</strong>s<br />

para seguir para Bahia. p. 1.<br />

93


Martins Horca<strong>de</strong>s, então com 19 anos e aluno <strong>do</strong> primeiro ano <strong>do</strong> curso <strong>de</strong> medicina,<br />

atravessou a linha <strong>de</strong> fogo e voltan<strong>do</strong> à Salva<strong>do</strong>r escreveu:<br />

“Quan<strong>do</strong> os apóstolos da Carida<strong>de</strong> e os ministros da sciencia <strong>de</strong> Esculpaio, aquelles que<br />

já tinham obti<strong>do</strong> o que procuramos conquistar e a qu<strong>em</strong> competia mais a missão <strong>de</strong><br />

levar o alivio aos que soffriam, recusaram-se ou não se collocaram <strong>em</strong> seus postos, nós,<br />

apezar <strong>de</strong> poucos conhecimentos que tínhamos, nos puz<strong>em</strong>os no logar d’elles e<br />

marchamos para o local...” 208<br />

Dentre os 479 alunos matricula<strong>do</strong>s naquele ano <strong>de</strong> 1897, 326 209 eram <strong>do</strong> curso <strong>de</strong><br />

medicina e 62 foram ao <strong>front</strong>, exatamente 19% <strong>do</strong> corpo discente. No campo hipotético,<br />

o mesmo cálculo que incidimos sobre os médicos militares nos parece cabível aos<br />

acadêmicos: entre as enfermarias <strong>de</strong> Queimadas, Cansanção, Monte Santo e Canu<strong>do</strong>s,<br />

<strong>em</strong> média 15 alunos trabalhariam <strong>em</strong> cada hospital <strong>de</strong> sangue.<br />

Em 19 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1897, isto é, quatro meses antes <strong>do</strong> envio <strong>do</strong> primeiro grupo<br />

<strong>de</strong> estudantes aos hospitais <strong>de</strong> sangue tanto da linha <strong>de</strong> fogo quanto da retaguarda, 91<br />

estudantes das escolas superiores da Bahia [Engenharia, Medicina e Direito] assinaram<br />

um manifesto <strong>de</strong> apoio a seus colegas e aos <strong>de</strong>fensores da República <strong>em</strong> outros esta<strong>do</strong>s.<br />

Nesta mensag<strong>em</strong>, quinze dias após a morte <strong>do</strong> coronel Antonio Moreira César, os<br />

alunos mencionam o exagera<strong>do</strong> radicalismo republicano quan<strong>do</strong> das perseguições<br />

sofridas a “um parti<strong>do</strong>, que vive <strong>de</strong> recordações sau<strong>do</strong>sas e <strong>de</strong> censuras amargas.” 210<br />

Neste mesmo <strong>do</strong>cumento, os estudantes se propunham a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a Bahia no que<br />

dizia respeito às injustas acusações <strong>de</strong> cumplicida<strong>de</strong> monarquista e, concomitante a isto,<br />

explicar as razões pelas quais eles e a ‘a Bahia inteira’ mantiveram-se ‘relativamente<br />

calmos’ quanto ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> arraial <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s e, por conseguinte, sua<br />

ameaça ao regime republicano.<br />

A justificativa <strong>do</strong>s alunos que, segun<strong>do</strong> eles, abarcava, igualmente, a opinião da<br />

Bahia inteira, centrava-se na <strong>de</strong> que os acadêmicos das escolas superiores não<br />

percebiam que, ali no interior <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>, uma horda <strong>de</strong> ignorantes segui<strong>do</strong>res <strong>de</strong> um<br />

<strong>de</strong>genera<strong>do</strong>, po<strong>de</strong>ria oferecer perigo ao regime político <strong>em</strong> vigor e se assim se<br />

configurasse, a atuação das forças militares <strong>de</strong>belaria o levante.<br />

Contu<strong>do</strong>, ante o fracasso <strong>de</strong> Moreira César e a mobilização nacional na<br />

construção <strong>do</strong> terror ao re<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Antonio Conselheiro e seus segui<strong>do</strong>res, os alunos<br />

selaram o <strong>do</strong>cumento com a proposta que segue: “quan<strong>do</strong> a Pátria precisar <strong>de</strong> nós,<br />

208 HORCADES, Alvim Martins. (1899). Op. cit. p. 6.<br />

209 BPEB – Relatório <strong>do</strong> Ministério da Justiça e Negócios Interiores – 1897/1898. p. 321, 322 e 323.<br />

210 CEB / UFBA – MANIFESTO <strong>do</strong>s estudantes das Escolas Superiores da Bahia. Bahia: Typographia <strong>do</strong><br />

Correio <strong>de</strong> Notícias, 1897. p. 1 a 7.<br />

94


saber<strong>em</strong>os cumprir o nosso <strong>de</strong>ver pela integrida<strong>de</strong> <strong>do</strong> nosso território, pela Liberda<strong>de</strong>,<br />

pela República, pela honra <strong>do</strong> Brazil, <strong>de</strong>rramar<strong>em</strong>os o nosso sangue e cahir<strong>em</strong>os<br />

satisfeitos com a supr<strong>em</strong>a felicida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>ver cumpri<strong>do</strong> rectamente.” 211 Dentre os<br />

<strong>de</strong>zoito alunos <strong>de</strong> medicina e farmácia que assinaram o referi<strong>do</strong> manifesto, cinco foram<br />

ao palco das operações militares no interior da Bahia: Antonio Bomfim <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>,<br />

Carlos Cavalcanti Mangabeira, Joaquim José Xavier, Pru<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Oliveira Cunha e<br />

Alvim Martins Horca<strong>de</strong>s. 212<br />

No Livro <strong>de</strong> Atas da Congregação da Faculda<strong>de</strong>, nas sessões <strong>de</strong> 28 e 30 <strong>de</strong><br />

outubro, foi registra<strong>do</strong> que os alunos se <strong>de</strong>dicaram espontan<strong>em</strong>ante às vítimas da<br />

Campanha. No entanto, neste mesmo Livro, no diálogo entre o diretor Antonio Pacífico<br />

Pereira e o ministro da Justiça <strong>de</strong> Negócios <strong>do</strong> Interior, Amaro Cavalcanti, <strong>em</strong><br />

telegrama nº. 262, consta que <strong>em</strong> fins <strong>de</strong> julho foram contrata<strong>do</strong>s diversos alunos das<br />

diferentes séries para prestar serviços médicos <strong>em</strong> Queimadas, Monte Santo e no Alto<br />

da Favela, <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s.<br />

Há, no mesmo Livro <strong>de</strong> Atas, que no dia 27 <strong>de</strong> julho, para o palco <strong>de</strong> combate,<br />

seguiram vinte e cinco alunos, in<strong>do</strong> <strong>de</strong>pois uma outra turma. Neste <strong>do</strong>cumento não<br />

existe menção ao total <strong>de</strong> alunos envia<strong>do</strong>s, há um espaço vazio no <strong>do</strong>cumento. 213 Como<br />

<strong>de</strong>staca<strong>do</strong> <strong>em</strong> capítulo anterior, contamos 33 estudantes <strong>do</strong> curso <strong>de</strong> medicina que foram<br />

à zona <strong>de</strong> combate distribuí<strong>do</strong>s da seguinte forma: da sexta série, 7, da 5ª, 4, da quarta<br />

série, 7, da 3ª, 9, da segunda série, 1, e da primeira série, 5. 214<br />

Acerca <strong>do</strong> assunto “contrata<strong>do</strong>s e espontâneos”, o primeiranista Alvim Martins<br />

Horca<strong>de</strong>s comentou que tanto ele quanto seus colegas expedicionários foram impeli<strong>do</strong>s<br />

por or<strong>de</strong>m superior a cumprir as tarefas no teatro das operações militares. Reclamava o<br />

autor a inexpressiva atitu<strong>de</strong> <strong>do</strong> Governo Fe<strong>de</strong>ral para com ele e seus companheiros que<br />

foram ao quartel <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s.<br />

Nas palavras <strong>do</strong> jov<strong>em</strong> combatente, o presi<strong>de</strong>nte da República Pru<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />

Moraes enviou oficio agra<strong>de</strong>cen<strong>do</strong> a atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>sinteressada daquela mocida<strong>de</strong> <strong>em</strong><br />

prestar seus serviços à nação, mas nenhum outro incentivo fora cogita<strong>do</strong> a não ser frases<br />

nobiliárquicas e altruístas. Neste mesmo trecho <strong>de</strong> seu livro Descrição <strong>de</strong> uma viag<strong>em</strong> a<br />

Canu<strong>do</strong>s, Horca<strong>de</strong>s registrou que o governo estadual conce<strong>de</strong>u uma gratificação<br />

211<br />

I<strong>de</strong>m. p. 7.<br />

212<br />

CEB / UFBA – MANIFESTO <strong>do</strong>s estudantes das Escolas Superiores da Bahia. BAHIA: Typographia<br />

<strong>do</strong> Correio <strong>de</strong> Notícias, 1897. p. 7.<br />

213<br />

Livro <strong>de</strong> Actas da Congregação da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina. p. 199. AFMB.<br />

214<br />

Ver material anexo: BREVE RELAÇÃO DOS ACADÊMICOS DE MEDICINA DA FACULDADE<br />

DE MEDICINA E PHARMACIA DA BAHIA NA CAMPANHA DE CANUDOS [4ª EXPEDIÇÃO].<br />

95


pecuniária aos estudantes, quantia esta, segun<strong>do</strong> o aluno, para uma alimentação um<br />

pouco melhor que a <strong>do</strong>s solda<strong>do</strong>s. 215<br />

Concluin<strong>do</strong>, o futuro médico expôs seu <strong>de</strong>scontentamento perante o tratamento<br />

que recebera ele e seus colegas da seguinte forma: “pois b<strong>em</strong>... reverta Sua E xa. tu<strong>do</strong><br />

quanto a nós cabia para dar aos thuriferarios <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r, à sua parentela política, aos que<br />

sorv<strong>em</strong> <strong>do</strong> tesouro nacional o producto <strong>do</strong> trabalho <strong>de</strong> um povo, que <strong>de</strong>rrama o seu suor<br />

para po<strong>de</strong>r obtel-o e que <strong>em</strong> troca só haure misérias e amarguras...”. 216<br />

Almachio Diniz, biógrafo <strong>do</strong> poeta e médico baiano Francisco Cavalcanti<br />

Mangabeira, que atuara <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s e <strong>em</strong> suas cercanias no <strong>de</strong>curso da batalha, teceu<br />

algumas linhas acerca da participação <strong>de</strong>ste jov<strong>em</strong> terceiranista <strong>de</strong> medicina nos<br />

hospitais <strong>de</strong> sangue instala<strong>do</strong>s pelos médicos-militares. No que toca especificamente à<br />

partida <strong>do</strong>s estudantes da FMB <strong>em</strong> direção ao arraial, o autor nos confere que tanto<br />

Francisco Mangabeira, o irmão Carlos Mangabeira [estudante <strong>de</strong> farmácia] e os <strong>de</strong>mais<br />

colegas expedicionários, prestaram seus serviços gratuitamente. 217<br />

Quarenta e cinco anos após o combate, Francisco Xavier <strong>de</strong> Oliveira que na<br />

época era aluno <strong>do</strong> quarto ano <strong>do</strong> curso <strong>de</strong> medicina e esteve entre os estudantes<br />

expedicionários da segunda turma enviada ao local <strong>do</strong> conflito <strong>em</strong> três <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong><br />

1897, escreveu que, tanto ele quanto seus colegas, trabalharam voluntariamente no<br />

quartel das operações, exceto os <strong>do</strong>utoran<strong>do</strong>s Antonio Nicanor Martins Barbosa,<br />

Cristiano Sellmann Junior, Eduar<strong>do</strong> Britto e Tranquilino Torgalino <strong>de</strong> Oliveira,<br />

contrata<strong>do</strong>s como médicos militares. 218 Todavia, alguns alunos <strong>do</strong> sexto ano,<br />

permaneceram <strong>em</strong> Salva<strong>do</strong>r para ali tratar <strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s que chegavam, foi o caso <strong>do</strong><br />

estudante José Olympio <strong>de</strong> Azeve<strong>do</strong> Filho, filho <strong>do</strong> vice-diretor da Faculda<strong>de</strong> durante o<br />

ano da guerra, José Olympio <strong>de</strong> Azeve<strong>do</strong>.<br />

O capitão Manoel Benício, correspon<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> periódico carioca Jornal <strong>do</strong><br />

Comércio, esteve no Hospital <strong>de</strong> Sangue <strong>em</strong> Queimadas a 8 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro, espaço <strong>de</strong><br />

t<strong>em</strong>po que compreen<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> um mês após a chegada da segunda turma <strong>de</strong><br />

acadêmicos da FMB naquela vila. Ressaltou, o correspon<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> guerra <strong>em</strong> sua<br />

matéria, a maneira louvável pelas quais os alunos Eduar<strong>do</strong> Britto e Cristiano Sellman<br />

215<br />

HORCADES, Alvim Martins. (1899). Op. cit. p. 155.<br />

216<br />

I<strong>de</strong>m. p. 156.<br />

217<br />

DINIZ, Almachio. Francisco Mangabeira – creação e crtitica. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Typ. da Escola<br />

Profissional, 1929. p. 199.<br />

218<br />

OLIVEIRA, Francisco Xavier <strong>de</strong>. (1942). p. 105.<br />

96


<strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhavam o trabalho no que se refere ao tratamento <strong>do</strong>s variolosos e concluíra<br />

que ambos haviam estabeleci<strong>do</strong> contrato com o governo. 219<br />

Nove dias após a chegada da segunda turma <strong>de</strong> acadêmicos ao Hospital <strong>de</strong><br />

Sangue <strong>em</strong> Queimadas, o correspon<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> periódico soteropolitano Diário <strong>de</strong><br />

Notícias se encontrava no referi<strong>do</strong> hospital e noticiou que ante o número <strong>de</strong> feri<strong>do</strong>s ali<br />

instala<strong>do</strong>s, seis acadêmicos prestavam seus serviços auxilian<strong>do</strong> os médicos <strong>do</strong> Exército,<br />

cada acadêmico com <strong>do</strong>is enfermeiros à disposição, e to<strong>do</strong>s sob a fiscalização <strong>de</strong> um<br />

médico. Detalhe, o autor finaliza a matéria da seguinte forma: “consta por aqui que o<br />

governo vai conce<strong>de</strong>r as honras <strong>de</strong> tenentes-médicos aos acadêmicos.” 220 Os seis<br />

acadêmicos eram, o já muito <strong>do</strong>ente César Francisco Gonçalves [aluno <strong>de</strong> Farmácia],<br />

Vitor Francisco Gonçalves [1ª série <strong>de</strong> medicina], Joaquim Afonso Pedreira [calouro <strong>de</strong><br />

medicina que falecera <strong>em</strong> Monte Santo], Alvim Martins Horca<strong>de</strong>s [1ª série], Antonio<br />

Epaminondas Gouvêa [aluno <strong>de</strong> Farmácia], Pio Artur <strong>de</strong> Souza [curso <strong>de</strong> Farmácia] e<br />

Antonio Romão Cavalcanti [também estudante <strong>de</strong> Farmácia].<br />

Ainda na capital Salva<strong>do</strong>r, às oito horas e meia da noite <strong>do</strong> dia 24 julho, isto é,<br />

três dias antes <strong>do</strong> <strong>em</strong>barque da primeira turma enviada ao palco da luta, o terceiranista<br />

<strong>de</strong> medicina Theophilo <strong>de</strong> Holanda Cavalcanti e o estudante <strong>do</strong> curso <strong>de</strong> Farmácia,<br />

igualmente <strong>do</strong> terceiro ano, Akilles <strong>de</strong> Farias Lisboa apresentaram comunicação ao<br />

jornal A BAHIA acerca das contratações <strong>do</strong>s alunos que seguiriam aos hospitais <strong>de</strong><br />

sangue <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s.<br />

Theophilo Cavalcanti e Akilles Lisboa subscreveram que tanto o Diário <strong>de</strong><br />

Notícias quanto o Jornal <strong>de</strong> Notícias (jornais baianos), estavam equivoca<strong>do</strong>s ao<br />

publicar<strong>em</strong> que o governo Luiz Vianna abrira concurrencia para que os alunos,<br />

candidatos à expedicionários, migrass<strong>em</strong> <strong>em</strong> direção ao arraial <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s com intuito<br />

<strong>de</strong> auxiliar os médicos das forças republicanas nos hospitais <strong>de</strong> sangue. Mais, os alunos<br />

supracita<strong>do</strong>s, que assinavam <strong>em</strong> nome <strong>do</strong>s acadêmicos da Faculda<strong>de</strong>, não po<strong>de</strong>riam ser<br />

contrata<strong>do</strong>s, pois já que haviam, <strong>em</strong> meses prece<strong>de</strong>ntes, ofereci<strong>do</strong> seus serviços ao<br />

governo <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>. Como consta no A BAHIA, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a solicitação efetiva por parte <strong>do</strong><br />

governa<strong>do</strong>r, os acadêmicos se apresentaram ao chefe da Secretaria <strong>de</strong> Polícia e<br />

Segurança Pública <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> da Bahia para, a partir dali, receberam as <strong>de</strong>vidas<br />

instruções.<br />

219 GALVÃO, Walnice Nogueira (org.). (1994). Op. cit. p. 333.<br />

220 I<strong>de</strong>m. p. 123.<br />

97


Nas palavras <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is terceiranistas, não aceitariam os alunos nenhuma<br />

r<strong>em</strong>uneração para trabalhar nos hospitais <strong>de</strong> sangue porque tinham ali naquela<br />

<strong>em</strong>preitada interesses comuns: amor, <strong>de</strong>ver e abnegação à República. Aliás, fizeram eles<br />

a notificação <strong>de</strong> que esperavam <strong>do</strong> governo, se r<strong>em</strong>unerações recebess<strong>em</strong>, necessitariam<br />

somente <strong>do</strong>s meios <strong>de</strong> transporte e <strong>de</strong> subsistência no campo <strong>de</strong> batalha. E segue a<br />

comunicação: “S.s. [chefe da Secretaria <strong>de</strong> Polícia], <strong>de</strong> perfeito accor<strong>do</strong> comnosco,<br />

disse então que, não como paga, mas para essa garantia, que pedíamos, nos marcaria<br />

quantia precisa. Foi o que se <strong>de</strong>u. (...) Não somos, pois, contracta<strong>do</strong>s.” 221 [grifo nosso]<br />

Aban<strong>do</strong>n<strong>em</strong>os um pouco os jornais. Em pesquisa sobre a história <strong>do</strong> Serviço <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> Exército Brasileiro, o dr. Arthur Lobo da Silva, biografan<strong>do</strong> o trajeto militar<br />

<strong>do</strong> dr. Francisco Severiano da Fonseca, Inspetor Geral <strong>do</strong> Serviço Sanitário <strong>do</strong> Exército<br />

no perío<strong>do</strong> da guerra travada <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s, anotara que durante sua segunda fase <strong>de</strong><br />

trabalho, o chefe, dr. Francisco Severiano, nomeou vários estudantes <strong>de</strong> medicina que<br />

colaboraram como os oficiais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> nos hospitais <strong>de</strong> sangue monta<strong>do</strong>s no quartel <strong>em</strong><br />

conflito. 222 Neste mesmo estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> dr. Arthur Lobo, o nome <strong>do</strong> 14º Diretor <strong>do</strong> Serviço<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> Exército, o General <strong>de</strong> Brigada-Médico Sebastião Ivo Soare, aparece entre<br />

os biografra<strong>do</strong>s.<br />

Sebastião Ivo Soares, paraibano, era aluno da 3ª série <strong>de</strong> medicina naquele sertão<br />

conflagra<strong>do</strong>, e seu campo <strong>de</strong> atuação <strong>de</strong>senrolara-se entre 12 léguas: Queimadas e<br />

Monte Santo. Segun<strong>do</strong> o coronel-médico Arthur Lobo da Silva, o dr. Sebastião Ivo<br />

Soares foi, s<strong>em</strong> direito à réplica, exonera<strong>do</strong> e reforma<strong>do</strong> <strong>do</strong> cargo quan<strong>do</strong> <strong>do</strong> golpe <strong>de</strong><br />

1930, perpetra<strong>do</strong> por Getúlio Vargas. Motivo <strong>do</strong> afastamento: por contar o médico, na<br />

corporação militar, mais <strong>de</strong> vinte e cinco anos <strong>de</strong> serviço. No Livro <strong>de</strong> Registro <strong>de</strong><br />

Diploma da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia, Ivo Soares formara-se <strong>em</strong> 1900,<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> com plenitu<strong>de</strong> perante a banca argui<strong>do</strong>ra a tese Tracheotomia – suas<br />

indicações e acci<strong>de</strong>ntes. Deste mo<strong>do</strong>, o espaço <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po entre a campanha sertaneja e a<br />

‘revolução’ <strong>de</strong> 1930, compreen<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 25 anos <strong>de</strong> trabalho.<br />

Alvim Martins Horca<strong>de</strong>s comentou inúmeras vezes que, incumbi<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu ofício<br />

<strong>de</strong> auxiliar <strong>do</strong>s médicos-militares, teve como único fim prestar serviços como apóstolo<br />

da carida<strong>de</strong>, combatente da civilização contra a barbárie e <strong>de</strong>fensor da causa patriótica.<br />

O caso <strong>de</strong> Sebastião Ivo Soares, po<strong>de</strong>ria nos aproximar <strong>de</strong> uma hipótese <strong>em</strong> que a<br />

221 BPEB – Jornal A BAHIA <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1897. p. 2.<br />

222 SILVA, Arthur Lobo da. O Serviço <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> Exército Brasileiro: História evolutiva <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os seus<br />

primórdios até os dias atuais. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Biblioteca <strong>do</strong> Exército. 1958. p. 49. O autor não especifica<br />

as nomeações e, tampouco, menciona o nome <strong>do</strong>s alunos.<br />

98


escolha <strong>do</strong> futuro médico nasceu <strong>de</strong> sua observação pessoal da prática médica, ou<br />

porque não, pela sedução que a farda lhe causara.<br />

Em análise acerca das condições técnicas <strong>do</strong>s laboratórios e <strong>do</strong> ensino prático da<br />

FMB no transcorrer da segunda meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> Oitocentos, Marcos Augusto Pessoa Ribeiro,<br />

ao estudar as M<strong>em</strong>órias Históricas, escritas pelo professores daquela instituição<br />

científica, notara mais outros motivos que <strong>de</strong>terminavam as limitações no que se refere<br />

às investigações científicas <strong>de</strong> caráter experimental, tais como: excessiva feição teórica<br />

das disciplinas ministradas pelos professores, probl<strong>em</strong>as financeiros que comprometiam<br />

a aquisição <strong>de</strong> equipamentos atualiza<strong>do</strong>s, falta <strong>de</strong> cadáveres no laboratório <strong>de</strong> anatomia,<br />

baixa r<strong>em</strong>uneração <strong>do</strong>s professores e finaliza sua abordag<strong>em</strong> levan<strong>do</strong> <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração<br />

que na relação entre o ambiente <strong>de</strong> trabalho e o esforço que <strong>de</strong>veria ser <strong>de</strong>sprendi<strong>do</strong>,<br />

alguns professores tendiam a a<strong>do</strong>tar a estratégia <strong>do</strong> ‘gasto mínimo <strong>de</strong> energia’. Em<br />

alguns casos, seguin<strong>do</strong> o estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Marcos Ribeiro, os professores “se limitavam a<br />

cumprir, estritamente, o horário fixa<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho. Eles não costumavam ficar, por<br />

iniciativa própria, trabalhan<strong>do</strong> nos laboratórios <strong>em</strong> novas <strong>experiência</strong>s, o que seria<br />

necessário para <strong>de</strong>senvolver uma ativida<strong>de</strong> científica criativa e inova<strong>do</strong>ra.” 223<br />

Conjeturan<strong>do</strong> ainda mais sobre a escolha <strong>de</strong> alguns estudantes <strong>em</strong> participar ou<br />

não das turmas <strong>em</strong> expedição ao interior <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>, não negligenci<strong>em</strong>os aqui àqueles<br />

alunos que migraram ao campo <strong>de</strong> batalha com o objetivo <strong>de</strong> conhecer na prática a arte<br />

<strong>de</strong> operar, analisar um cadáver, manejar um instrumento até então distante <strong>de</strong> sua<br />

realida<strong>de</strong> acadêmica, isto é, o viver <strong>em</strong> um gigantesco laboratório. Mencionamos <strong>em</strong><br />

capítulo anterior a extensão cognitiva das práticas médicas <strong>em</strong> um ambiente <strong>de</strong> guerra.<br />

Os professores da FMB, ao retornar<strong>em</strong> da Campanha <strong>do</strong> Prata, manifestaram um<br />

relevante interesse pela ativida<strong>de</strong> prática, o que contribuíra ainda mais para a<br />

diss<strong>em</strong>inação da idéia. 224<br />

Os correspon<strong>de</strong>ntes da imprensa que aturam <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s e <strong>em</strong> suas imediações,<br />

se encarregavam <strong>de</strong>, <strong>de</strong>talhadamente, <strong>em</strong>itir notícias <strong>do</strong> <strong>front</strong>, <strong>de</strong>ntre algumas, os<br />

procedimentos cirúrgicos aplica<strong>do</strong>s por alguns médicos <strong>em</strong> pleno cenário <strong>de</strong> guerra. 225<br />

O mesmo ocorreu na capital Salva<strong>do</strong>r. O jornal soteropolitano Diário <strong>de</strong> Notícias<br />

publicou <strong>em</strong> 21 <strong>de</strong> agosto <strong>em</strong> matéria subseqüente à manchete intitulada Canu<strong>do</strong>s e<br />

Comitê Patriótico da Bahia o seguinte subtítulo:<br />

223 RIBEIRO, Marcos Augusto Pessoa. (1997) A Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia na visão <strong>de</strong> seus<br />

m<strong>em</strong>orialistas – 1854 – 1924. Bahia: EDUFBA, 1997. p. 54.<br />

224 RIBEIRO, Marcos Augusto Pessoa. (1997). Op. cit. p. 53.<br />

225 GALVÃO, Walnice Nogueira (org.). (1994). p. 299 e 407.<br />

99


“Hospital <strong>do</strong> Mosteiro <strong>de</strong> São Bento – Movimento <strong>de</strong> hoje, da 1ª enfermaria a cargo <strong>do</strong>s<br />

drs. Affonso <strong>de</strong> Carvalho e Lopes Rodrigues. Existiam <strong>em</strong> tratamento 43, sahiram<br />

cura<strong>do</strong>s 9, <strong>de</strong>sertou 1, entraram no dia 20, 9; exist<strong>em</strong> <strong>em</strong> tratamento 42.<br />

Foram feitas as seguintes intervenções: Desarticulação <strong>de</strong> uma phalangeta. Extracção <strong>de</strong><br />

uma bala no braço direito. Reducção <strong>de</strong> uma luxação no coxof<strong>em</strong>ural. Reducção e<br />

applicação <strong>de</strong> apparelho <strong>em</strong> uma fractura <strong>do</strong> radius. Reducção <strong>de</strong> applicação <strong>de</strong><br />

apparelho <strong>em</strong> uma fractura exposta <strong>de</strong> uma phalangeta. Reducção e applicação <strong>de</strong><br />

apparelho <strong>em</strong> uma fractura <strong>do</strong> humerus.<br />

São interno hoje os acadêmicos Manuel Dias Filho e Antonio Gonçalves Moreira.” 226<br />

Assim, tanto o campo <strong>de</strong> batalha sertanejo quanto a capital ‘transformada <strong>em</strong><br />

hospital’, po<strong>de</strong>ria proporcionar <strong>em</strong> alguns auxiliares <strong>de</strong> médicos civis ou <strong>do</strong> Exército<br />

uma transição da observação pessoal para a prática pessoal. Não esqueçamos que 81%<br />

<strong>do</strong>s trinta e três alunos <strong>de</strong> medicina que exerceram suas habilida<strong>de</strong>s no teatro das<br />

operações, estavam cursan<strong>do</strong> ou já haviam cursa<strong>do</strong> as disciplinas <strong>de</strong> anatomia humana,<br />

patologia cirúrgica, anatomia cirúrgica e higiene.<br />

A carta que segue foi escrita durante o mês <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1897 227 , por João<br />

Ferreira <strong>de</strong> Araújo Pinho Júnior, filho <strong>de</strong> Tereza Mello Araújo Pinho e João Ferreira <strong>de</strong><br />

Araújo Pinho, advoga<strong>do</strong> e político baiano, governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> entre 1908 e 1911.<br />

Araújo Pinho Júnior era estudante <strong>do</strong> curso <strong>de</strong> medicina da Faculda<strong>de</strong> baiana e sua<br />

mensag<strong>em</strong> ao pai, <strong>de</strong>screven<strong>do</strong> sua passag<strong>em</strong> pelas enfermarias <strong>em</strong> Salva<strong>do</strong>r – marcada<br />

por um finalmente e concluída pela paixão <strong>de</strong>spertada pela cirurgia – nos parece mais<br />

um vestígio da se<strong>de</strong> que havia <strong>de</strong>ntro da Faculda<strong>de</strong> acerca <strong>do</strong> conhecimento prático, tão<br />

carente ao curso.<br />

“Nesse dia fez o Dr. Freitas [Carlos Freitas, professor <strong>de</strong> Anatomia médico-cirúrgica] a<br />

extracção <strong>de</strong> uma bala, e como eu o acompanho s<strong>em</strong>pre, me chamou, ensinou-me a<br />

sondar a ferida repetidas vezes, e finalmente aju<strong>de</strong>i-o [<strong>do</strong>c. mutila<strong>do</strong>] operação que foi<br />

muito <strong>de</strong>morada, e como mostrasse um pouco impaciente por não ter terminada a<br />

operação, disse: “Menino, [<strong>do</strong>c. mutila<strong>do</strong>] l<strong>em</strong>bre-se <strong>do</strong> dita<strong>do</strong>: a pressa é inimiga da<br />

perfeição.” (...)<br />

Apezar <strong>do</strong> muito trabalho sinto-me [<strong>do</strong>c. mutila<strong>do</strong>] apaixona<strong>do</strong> pela cirurgia.” 228 [grifo<br />

nosso].<br />

Em outra carta, datada <strong>de</strong> 6 <strong>de</strong> agosto, igualmente r<strong>em</strong>etida ao pai, Araújo Pinho<br />

Júnior notificou a chegada <strong>de</strong> 200 feri<strong>do</strong>s às enfermarias da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina.<br />

Contu<strong>do</strong>, mencionava agora que estava auxilian<strong>do</strong>, <strong>em</strong> curativos, o professor substituto<br />

Braz <strong>do</strong> Amaral. Isto nos permite arguir que os alunos não freqüentavam somente uma<br />

enfermaria, n<strong>em</strong> alunos e os professores tampouco. Transitavam eles por aquele gran<strong>de</strong><br />

laboratório <strong>do</strong> ver fazer. O estudante narrou, nesta mesma carta, que to<strong>do</strong>s os seus<br />

226 BPEB – Jornal Diário <strong>de</strong> Notícias, 21 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1897. p. 1.<br />

227 Na menção à data o <strong>do</strong>cumento encontra-se mutila<strong>do</strong>.<br />

228 FPC – Centro <strong>de</strong> M<strong>em</strong>ória da Bahia: acervo Araújo Pinho.<br />

100


UAUÁ<br />

JERÓNIMO<br />

LEGENDA<br />

ESTRADA<br />

RIO INTERMITENTE<br />

SERRAS<br />

feri<strong>do</strong>s, ao menos <strong>em</strong> sua enfermaria, isto é, 118 combatentes, não lhe davam notícias<br />

importantes sobre o transcorrer da guerra e queixavam-se da falta <strong>de</strong> comida. Ali, ainda<br />

no relato <strong>do</strong> jov<strong>em</strong> estudante, o Comitê Patriótico da Bahia prestara os mais relevantes<br />

serviços aos convalescentes no que dizia respeito à reposição <strong>de</strong> alimentos e material<br />

para curativo. Tu<strong>do</strong> isso <strong>em</strong> virtu<strong>de</strong> da apatia <strong>do</strong> governo que, para o aluno, não fez<br />

cousa alguma.<br />

3.2. A permanência nos Hospitais <strong>de</strong> Sangue<br />

RIO<br />

Mapa 1<br />

ESPAÇO DE DESLOCAMENTO DOS ACADÊMICOS<br />

PASTOS<br />

DOS BOIS<br />

IPUEIRAS<br />

RANCHO DE<br />

PEDRA<br />

BENDENGÓ<br />

DE BAIXO<br />

MULUNGÚ<br />

PENEDO<br />

RIO PEQUENO<br />

MONTE SANTO<br />

CANUDOS<br />

TABULEIRINHO<br />

SERRA<br />

CAIPÃ<br />

LAJEM DE<br />

DENTRO<br />

GITIRANA<br />

CALDEIRÃO GRANDE<br />

CAXOMONGÓ<br />

SUÇUARANA<br />

JUÁ<br />

CANABRAVA<br />

ANGICO<br />

SITIO DA VÁRZEA<br />

POÇO DE CIMA<br />

MASSETÉ<br />

PITOMBAS<br />

ARACATI<br />

RANCHO DO<br />

VIGÁRIO<br />

BAIXAS<br />

ROSÁRIO<br />

LAGOA DA LAJE<br />

PEREIRAS<br />

CUMBE<br />

COCOROBÓ<br />

Mapa 2<br />

FONTE: LOCALIZAÇÃO SAMPAIO Neto, José DOS Augusto HOSPITAIS Vaz; SERRÃO, DE Magaly SANGUE <strong>de</strong> Barros EM Maia; CANUDOS MELLO, Maria<br />

Lucia Horta Lu<strong>do</strong>lf e URURAHY, Vanda Maria Bravo. (1986). Op. cit. p. 536. Mapa adapta<strong>do</strong>.<br />

TRABUBU<br />

CAJAZEIRAS<br />

SERRA VERMELHA<br />

SERRA<br />

VERMELHA<br />

CANCHÉ<br />

GRAVATÁ AMARELO<br />

SERRA BRANCA<br />

SERRA DO<br />

ARACATI<br />

VARGINHA<br />

VARGEM GRANDE<br />

CANUDOS<br />

E AS ESTRADAS REGIONAIS<br />

MAUARI<br />

TABULEIRO<br />

0<br />

ESCALA<br />

410 820m<br />

ILHA<br />

MAÇACARA<br />

BREJINHO<br />

101<br />

CANABRAVA<br />

JEREMOABO<br />

PASSAGEM<br />

ARACAJU


B1<br />

B1<br />

B1<br />

6° BRIGADA<br />

MONTE SANTO<br />

CERCO<br />

B1<br />

CERCO<br />

B1<br />

B1<br />

RIO MUCUIM (OU MANUQUEM)<br />

B1<br />

DE<br />

SERRA DO CAMBAIO<br />

UAUÁ E JUAZEIRO<br />

4° BRIGADA<br />

B1<br />

B1<br />

B1<br />

B1<br />

DE VINTE<br />

ESTRADA DO CAMBAIO<br />

SERRA DO CAMBAIO<br />

CANUDOS<br />

SETE<br />

B1<br />

1° BRIGADA<br />

DE SETEMBRO A DESTRUIÇÃO<br />

TRINCHEIRA DE 7 DE SETEMBRO<br />

TRINCHEIRA DE 23 DE SETEMBRO<br />

E CERCO DAS PRAÇA DAS IGREJAS<br />

(1 A 5 DE OUTUBRO)<br />

ESCALA<br />

0 260 520m<br />

APROXIMADA<br />

B1<br />

ESTRADA<br />

TRES<br />

VAZA-<br />

DO<br />

RIO<br />

BATALHÃO DO<br />

AMAZONAS<br />

B1<br />

DE<br />

DE<br />

B1<br />

UAUÁ<br />

BARRIZ<br />

B1<br />

SETEMBRO<br />

B1<br />

B1<br />

RUA MONTE ALEGRE<br />

CEMITÉRIO<br />

NOVO<br />

B1<br />

B1<br />

BAIRRO<br />

CASA<br />

VERMELHA<br />

SETEMBRO<br />

PICO<br />

ARTILHARIA<br />

(11 DE SET)<br />

2° BRIGADA<br />

5° BRIGADA<br />

CERCO DE 25 DE SETEMBRO<br />

C 1 A 5 DE OUTUBRO<br />

B1<br />

RIO SARGENTO<br />

MONTE SANTO<br />

IGREJA<br />

VELHA<br />

IGREJA<br />

NOVA<br />

PELADOS<br />

ESTRADA DE CALUMBI<br />

ESTRADA DE CANABRAVA E VARZEA DA EMA<br />

B1 B1 B1<br />

B1<br />

LINHA DE<br />

RETAGUARDA<br />

QUARTEL GENERAL (COMANDANTE EM CHEFE)<br />

3° BRIGADA<br />

CEMITÉRIO VELHO<br />

VALE DOS QUIXAMBEIRAS<br />

B1<br />

QUARTEL GENERAL (COMANDANTE II DIVISÃO)<br />

ESTRADA<br />

MORRO DO MARIO<br />

COMISSÃO DE ENGENHARIA<br />

FAZ VELHA<br />

B1<br />

QUARTEL GENERAL (COMANDANTE I DIVISÃO)<br />

ARTILHARIA<br />

POLICIA DO PARÁ<br />

BATERIA DE TIRO RÁPIDO<br />

B1<br />

DE 7 DE SET<br />

CERCO<br />

B1<br />

VALE DA MORTE<br />

RIACHO UMBURANAS<br />

POLICIA DA BAHIA<br />

QUARTEL GENERAL (ABASTECIMENTO)<br />

RIACHO DA PROVIDÊNCIA<br />

ESTRADA SAGRADA OU MAÇACARA<br />

HOSPITAL DE SANGUE<br />

DE JEREMOABO<br />

ESTRADA DO ROSÁRIO<br />

DIVISÃO DE ARTILHARIA<br />

MONTE DA FAVELA<br />

B1<br />

RIO VAZA-BARRIS<br />

RIACHO DOS MOTAS<br />

POLICIA DO PARÁ<br />

Mapa 2 - FONTE: SAMPAIO Neto, José Augusto Vaz; SERRÃO, Magaly <strong>de</strong> Barros Maia; MELLO,<br />

Maria Lucia Horta Lu<strong>do</strong>lf e URURAHY, Vanda Maria Bravo. (1986). Op. cit. p. Mapa adapta<strong>do</strong>.<br />

102<br />

MONTE SANTO E CUMBE<br />

HOSPITAL DE<br />

SANGUE<br />

MAÇACARA E ALAGOINHAS


Estrada <strong>do</strong> Uauá<br />

N<br />

Estrada <strong>do</strong> Cambaio<br />

Acampamentos<br />

Pontos artilha<strong>do</strong>s<br />

Hospital <strong>de</strong> sangue<br />

Casas<br />

Mapa 3<br />

HOSPITAIS DE SANGUE EM CANUDOS<br />

Casas<br />

Vermelhas<br />

Comissão <strong>de</strong> engenharia<br />

Quartel da 1ª coluna<br />

Quartel-General a partir <strong>de</strong> 17 <strong>de</strong> julho<br />

Quartel-Mestre General<br />

Igreja nova, Latada e Santuário<br />

Igreja Velha<br />

Rio Vaza-Barris<br />

C<strong>em</strong>itério até 18 <strong>de</strong> julho<br />

Novo C<strong>em</strong>itério<br />

Linha negra, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> julho a<br />

25 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro<br />

Cerco <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro<br />

Cerco <strong>de</strong> 1° a 5 <strong>de</strong> outubro<br />

Pico<br />

Pela<strong>do</strong>s<br />

Rio<br />

Estrada da Canabrava<br />

Sargento<br />

Linha da Retaguarda<br />

vale das<br />

Quixabeiras<br />

Trincheira<br />

7 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro<br />

Rio Umburanas<br />

Estrada<br />

<strong>do</strong> Calumbi<br />

Estrada<br />

Vale da<br />

Providência<br />

<strong>de</strong><br />

Maçacará<br />

Vale da Morte<br />

CANUDOS<br />

E<br />

SUAS CERCANIAS<br />

Estrada <strong>de</strong> Jer<strong>em</strong>oabo<br />

Estrada <strong>do</strong> Rosário<br />

Esc: 1<br />

12.300<br />

Riacho <strong>do</strong>s Motas<br />

Alto da Favela<br />

Fonte: Comissão <strong>de</strong><br />

Engenharia <strong>do</strong> Exército<br />

Hospital<br />

<strong>de</strong> Sangue<br />

FONTE: SAMPAIO Neto, José Augusto Vaz; SERRÃO, Magaly <strong>de</strong> Barros Maia; MELLO, Maria Lucia<br />

Horta Lu<strong>do</strong>lf e URURAHY, Vanda Maria Bravo. (1986). Op. cit. p. . Mapa adapta<strong>do</strong>.<br />

Salva<strong>do</strong>r, Alagoinhas, Serrinha e Queimadas. Esse fora o itinerário <strong>do</strong>s<br />

expedicionários da Faculda<strong>de</strong> <strong>do</strong> Terreiro <strong>de</strong> Jesus que <strong>em</strong>barcaram na Estação da<br />

Calçada. Entre os cerca <strong>de</strong> 200 km que separam Queimadas e Canu<strong>do</strong>s, os alunos<br />

103


tinham duas opções: marchar<strong>em</strong> a pé ou a cavalo, cujos arreios eram ofereci<strong>do</strong>s pelo<br />

governo <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>. Alguns ficaram fixos <strong>em</strong> <strong>de</strong>terminadas enfermarias, mas outros, com<br />

autorização <strong>do</strong>s médicos <strong>do</strong> Exército, se <strong>de</strong>slocaram entre elas, repon<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> havia,<br />

material apropria<strong>do</strong> para o procedimento médico ou gêneros alimentícios.<br />

Ao chegar<strong>em</strong> ao hospital <strong>de</strong> sangue <strong>em</strong> Queimadas as condições sanitárias<br />

apresentavam-se <strong>de</strong>sola<strong>do</strong>ras. Em passag<strong>em</strong> por este hospital <strong>em</strong> 04 <strong>de</strong> agosto, o capitão<br />

Fávila Nunes, na condição <strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>nte da Gazeta <strong>de</strong> Notícias <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

enviara matéria ao jornal <strong>de</strong>nuncian<strong>do</strong> a existência feri<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma vala,<br />

ferimentos <strong>em</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> putrefação por falta <strong>de</strong> recursos médicos e o parco número <strong>de</strong><br />

ambulâncias. 229<br />

Imag<strong>em</strong> 3<br />

CORPO MÉDICO EM MONTE SANTO<br />

FONTE: ALMEIDA, Cícero Antonio F. <strong>de</strong>. Canu<strong>do</strong>s: imagens da guerra. RJ: Museu da<br />

República/Lacerda Editores, 1997. p. 104 e 105.<br />

Na Campanha <strong>do</strong> Paraguai, as maletas ou caixas <strong>de</strong> socorro <strong>de</strong> urgência,<br />

<strong>de</strong>nominadas ambulâncias, levavam material <strong>de</strong> curativo e cirurgia, igualmente<br />

229 GALVÃO, Walnice Nogueira (org.). (1994). Op. cit. p. 152.<br />

104


padroniza<strong>do</strong>s pelos Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> Exército e Armada. Todavia, como<br />

abordamos no capítulo anterior, <strong>em</strong> alguns casos, ao invés <strong>de</strong> haver o material<br />

direciona<strong>do</strong> à cirurgia <strong>em</strong> guerra, algumas ambulâncias foram supridas com “poções<br />

mágicas” contra quebranto, espinhela caída e mau-olha<strong>do</strong>, isto é, mais uma prova <strong>de</strong><br />

que “as medicinas” coabitavam o mesmo espaço e a divisão entre elas, se acadêmica ou<br />

não, não coube a qu<strong>em</strong> supriu as ambulâncias <strong>do</strong> Exército.<br />

A distribuição espacial <strong>do</strong>s hospitais <strong>de</strong> sangue entre Queimadas, Monte Santo e<br />

Canu<strong>do</strong>s, a nosso ver, respeitou a rotina utilizada pelos militares na guerra <strong>front</strong>eiriça da<br />

Tríplice Aliança. De acor<strong>do</strong> com o estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Roberto da Motta Teixeira, no <strong>front</strong> <strong>de</strong><br />

guerra <strong>do</strong> Prata haviam três esqu<strong>em</strong>as: primeiro, atendimento imediato no próprio local<br />

<strong>de</strong> combate; segun<strong>do</strong>, compl<strong>em</strong>ento <strong>do</strong> atendimento <strong>de</strong> urgência, efetua<strong>do</strong> na retaguarda<br />

pouco atrás da linha <strong>de</strong> fogo; e, terceiro, atendimento hospitalar e tratamento a longo<br />

prazo distante <strong>do</strong> palco das operações militares, todas interligadas com o objetivo <strong>de</strong><br />

facilitar a evacuação <strong>de</strong> feri<strong>do</strong>s e <strong>do</strong>entes. As cirurgias <strong>de</strong> maior extensão e os<br />

combatentes que necessitavam <strong>de</strong> recuperação prolongada, ou seja, inabilita<strong>do</strong>s a<br />

continuar na linha <strong>de</strong> fogo, eram transferi<strong>do</strong>s aos hospitais que apresentavam maiores<br />

recursos, muitas vezes localiza<strong>do</strong>s nas capitais. 230<br />

Nesta ca<strong>de</strong>ia hospitalar transposta à Canu<strong>do</strong>s, os estudantes permaneceram<br />

durante os meses <strong>de</strong> julho, agosto, set<strong>em</strong>bro e outubro <strong>de</strong> 1897. Na condição <strong>de</strong><br />

militares improvisa<strong>do</strong>s, cada aluno recebia, para <strong>de</strong>fesa pessoal, um revolver [nagan ou<br />

smith&wesson]; estavam subordina<strong>do</strong>s a um médico-militar, chefe <strong>de</strong> sua respectiva<br />

enfermaria; e, como regra para to<strong>do</strong>s, não estavam autoriza<strong>do</strong>s a <strong>em</strong>itir atesta<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

qualquer espécie.<br />

O convívio entre os acadêmicos e os médicos <strong>do</strong> Exército republicano oscilara<br />

entre relações ora amigáveis ou, <strong>em</strong> alguns momentos, não tão acolhe<strong>do</strong>ras. Quan<strong>do</strong> da<br />

chegada da primeira turma à vila <strong>de</strong> Queimadas, os alunos foram recebi<strong>do</strong>s pelo major<br />

N<strong>em</strong>ésio <strong>de</strong> Sá da seguinte maneira: “pois b<strong>em</strong>, isto aqui é Queimadas; os Srs.<br />

procur<strong>em</strong> seus commo<strong>do</strong>s; eu não tenho nenhum n<strong>em</strong> posso dar nada!!!” 231 Por outro<br />

la<strong>do</strong>, no mesmo vilarejo, a segunda turma <strong>de</strong> acadêmicos recebera <strong>de</strong>stacada atenção <strong>do</strong><br />

alferes José Luiz Sodré Pereira, oferecen<strong>do</strong> a<strong>de</strong>quada moradia ao grupo expedicionário.<br />

230 TEIXEIRA, Roberto C. da Motta. Aspectos históricos da medicina militar na Guerra da Tríplice<br />

Aliança. Probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> medicina militar. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Revista da Aca<strong>de</strong>mia Brasileira <strong>de</strong> Medicina<br />

Militar, 1967-1968. 2v. p. 638.<br />

231 HORCADES, Alvim Martins. (1996). Op. cit. 12.<br />

105


Já <strong>em</strong> Monte Santo, Francisco Xavier <strong>de</strong> Oliveira, um <strong>do</strong>s alunos que fora<br />

atendi<strong>do</strong> pelo major Martiniano Ferreira, apontara <strong>em</strong> sua narrativa que, tanto ele<br />

quanto seus colegas, tiveram acentuada atenção quan<strong>do</strong> chegaram ao hospital, as guias<br />

que os acompanhavam foram revisadas e <strong>de</strong> imediato foram apresenta<strong>do</strong>s ao chefe <strong>do</strong><br />

serviço sanitário da unida<strong>de</strong>, o médico Francisco <strong>de</strong> Paula Alvelos.<br />

Segun<strong>do</strong> o quartanista Francisco Xavier <strong>de</strong> Oliveira, o tenente-coronel Alvelos<br />

não os acolhera com boa cara n<strong>em</strong> boas palavras e sua primeira atitu<strong>de</strong> foi comunicar<br />

aos alunos que só assinaria a guia <strong>de</strong> cada um após reunião a qual to<strong>do</strong>s ali seriam<br />

previamente avisa<strong>do</strong>s. Ali naquele hospital seus colegas e alunos da primeira turma:<br />

A<strong>do</strong>lfo Vianna, Agostinho <strong>de</strong> Araújo Jorge, Aristarco Dantas, Teófilo <strong>de</strong> Holanda<br />

Cavalcanti, Miguel <strong>de</strong> Lima Man<strong>de</strong>s, Sebastião Ivo Soares e Benício Rodrigues Chaves,<br />

to<strong>do</strong>s, estavam s<strong>em</strong> orientação por não haver médicos para que eles serviss<strong>em</strong> <strong>de</strong><br />

auxiliares.<br />

Neste mesmo momento, relatou Francisco Xavier que os médicos militares nada<br />

faziam para tratar <strong>do</strong>entes e feri<strong>do</strong>s porque não havia recursos suficientes disponíveis. O<br />

ambiente também caminhava tenso <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao convívio com o Chefe <strong>do</strong> Serviço<br />

Sanitário e os acadêmicos ali presentes. De posse da guia <strong>de</strong> cada aluno, o dr. Paula<br />

Alvelos <strong>de</strong>liberou que não <strong>de</strong>volveria a carta que registrava a “contratação” <strong>do</strong>s alunos<br />

por haver<strong>em</strong> eles se nega<strong>do</strong> a se submeter ao exame <strong>de</strong> arguição organiza<strong>do</strong> pelo<br />

médico-militar nas imediações <strong>do</strong> hospital, isto é, uma prova <strong>de</strong> conhecimentos médicos<br />

<strong>em</strong> plena guerra. Ante o fato, o estudante Domingos Martins Pereira Monteiro,<br />

insatisfeito com o <strong>de</strong>strato <strong>do</strong> médico, retornou a Queimadas e solicitou seu<br />

<strong>de</strong>sligamento <strong>do</strong> hospital que servia. 232<br />

Analisan<strong>do</strong> o fragmento acima po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>stacar alguns <strong>de</strong>talhes. Primeiro, o<br />

fato <strong>do</strong>s professores da FMB ter<strong>em</strong> se recusa<strong>do</strong> <strong>em</strong> atravessar o esta<strong>do</strong> e trabalhar na<br />

Campanha, po<strong>de</strong> explicitar uma provável hierarquia profissional entre médicos civis e<br />

militares o que, por conseguinte, causaria alguns conflitos <strong>em</strong> plena enfermaria.<br />

Segun<strong>do</strong>, a inoperância <strong>de</strong> alguns médicos, con<strong>de</strong>nou sete alunos ao mesmo caminho da<br />

inércia. Mais, os sete alunos ali cita<strong>do</strong>s, chegaram ao hospital <strong>de</strong> Monte Santo no dia 30<br />

<strong>de</strong> julho, e a passag<strong>em</strong> da segunda turma ali data <strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> agosto, isto é, os 15 dias<br />

232 OLIVEIRA, Francisco Xavier. (1943). Op. cit. p. 157 a 159. Extraímos o conteú<strong>do</strong> da guia que<br />

acompanhavam os estudantes <strong>do</strong> Diário <strong>de</strong> Notícias – 21/08/1897: Secretaria <strong>de</strong> Polícia e Segurança <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong> da Bahia – O cidadão .................... é estudante .......... Série Médica, e vae servir nos hospitaes <strong>de</strong><br />

sangue da expedição militar sob o comman<strong>do</strong> <strong>do</strong> sr. general Arthur Oscar <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> Guimarães. – O<br />

director da secretaria: João Pedro <strong>do</strong>s Santos.<br />

106


‘para<strong>do</strong>s’ que motivaram alguns <strong>do</strong>s alunos à aban<strong>do</strong>nar o compromisso assumi<strong>do</strong> pela<br />

FMB.<br />

Domingos Martins Pereira Monteiro não esteve sozinho na dispensa <strong>do</strong> trabalho<br />

porque <strong>em</strong> Pedi<strong>do</strong> ao público e especialmente à Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia,<br />

matéria <strong>do</strong> Diário <strong>de</strong> Notícias <strong>em</strong> 21 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1897, os acadêmicos <strong>do</strong> 6º ano<br />

Eduar<strong>do</strong> Britto, Virgílio <strong>do</strong> Rego Motta, Tranquilino Torgalino <strong>de</strong> Oliveira e o da 4º<br />

série médica, Jerônimo Fernan<strong>de</strong>s Gesteria, assinaram o conteú<strong>do</strong> <strong>do</strong> jornal explican<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>talhadamente os motivos que os levaram ao pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>missão.<br />

Segun<strong>do</strong> o conteú<strong>do</strong> <strong>do</strong> Pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong>staca<strong>do</strong>, <strong>do</strong>is agravantes contribuíram para o<br />

afastamento <strong>do</strong> palco da luta: primeiro, quan<strong>do</strong> da passag<strong>em</strong> <strong>do</strong>s alunos supracita<strong>do</strong>s ao<br />

hospital <strong>de</strong> sangue <strong>de</strong> Queimadas <strong>em</strong> direção ao <strong>de</strong> Monte Santo, a montaria tão<br />

custosamente conquistada foram-lhes súbita e inexplicavelmente tiradas por or<strong>de</strong>m<br />

militar. De acor<strong>do</strong> com o <strong>do</strong>cumento: “<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a este acontecimento imprevisto que nos<br />

encheu <strong>de</strong> indignação e surpresa vimo-nos obriga<strong>do</strong>s a lançar mão <strong>de</strong> nossos meios <strong>de</strong><br />

busca e só ao [<strong>do</strong>cumento mutila<strong>do</strong>] <strong>de</strong> bastantes dias conseguimos [<strong>do</strong>cumento<br />

mutila<strong>do</strong>] animaes que rápi<strong>do</strong>s nos levaram a Monte Santo.” 233 [grifo nosso]<br />

O segun<strong>do</strong> agravante e, ao que parece, <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>r da atitu<strong>de</strong> <strong>do</strong>s alunos, centrou-<br />

se no encontro <strong>do</strong>s jovens estudantes com o já menciona<strong>do</strong> médico-militar, dr.<br />

Francisco <strong>de</strong> Paula Alvelos, chefe <strong>do</strong> hospital <strong>de</strong> sangue <strong>de</strong> Monte Santo. Ali no<br />

hospital, logo quan<strong>do</strong> da chegada da 2ª turma expedicionária, foram os estudantes<br />

provi<strong>de</strong>nciar a alimentação que os cabia, mas foram interrompi<strong>do</strong>s pelo dr. Paula<br />

Alvelos. Na narrativa <strong>do</strong>s alunos: “tiv<strong>em</strong>os mais uma vez que pasmar diante da<br />

<strong>de</strong>claração <strong>de</strong> que esta só nos po<strong>de</strong>ria ser fornecida [a comida], sob a única e exclusiva<br />

responsabilida<strong>de</strong> porquanto nenhuma or<strong>de</strong>m official recebera neste senti<strong>do</strong>.” 234 [grifo<br />

nosso]<br />

O caso tomara maior proporção. Em matéria intitulada Reunião Acadêmica, o<br />

jornal soteropolitano Diário <strong>de</strong> Notícias publicara, <strong>em</strong> 25 <strong>de</strong> agosto, que os alunos <strong>do</strong> 6º<br />

ano Domingos Martins Pereira Monteiro, Eduar<strong>do</strong> Britto, Virgílio <strong>do</strong> Rego Motta,<br />

Tranquilino Oliviera e o quartanista Jerônimo Fernan<strong>de</strong>s Gesteria, formaram uma<br />

comissão – subsidiada pelos secretários Theogenes Beltrão, Álvaro Guimarães e José<br />

Basílio – afim <strong>de</strong> que os <strong>de</strong>mais colegas acadêmicos tomass<strong>em</strong> conhecimento <strong>do</strong>s atos<br />

<strong>do</strong> dr. Paula Alvelos. Mais um <strong>de</strong>talhe, a partir daquela comissão os alunos aprovaram a<br />

233 BPEB – Jornal Diário <strong>de</strong> Notícias <strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1897. p. 1.<br />

234 I<strong>de</strong>m. p.1.<br />

107


proposta <strong>de</strong> nomear um outro grupo da FMB para conferenciar diretamente com o<br />

governa<strong>do</strong>r Luiz Viana para que, ante a situação <strong>de</strong> <strong>de</strong>strato sofrida pelos alunos,<br />

alguma medida fosse tomada.<br />

O convívio conflituoso entre médicos <strong>do</strong> exército e estudantes <strong>de</strong> medicina<br />

continuou. Outro jornal, <strong>de</strong>sta vez o Cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Salva<strong>do</strong>r, <strong>em</strong> notícia <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro,<br />

publicara que os alunos se organizaram ao re<strong>do</strong>r <strong>de</strong> uma outra comissão, para tomar<br />

providências sobre os maus-tratos que recebiam os colegas quan<strong>do</strong> da chegada aos<br />

hospitais <strong>de</strong> sangue monta<strong>do</strong>s na zona <strong>de</strong> operações. Mais, segun<strong>do</strong> a matéria <strong>do</strong> Cida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> Salva<strong>do</strong>r, os alunos da FMB enviaram telegramas aos colegas da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Medicina da capital fe<strong>de</strong>ral, ao ministro da guerra e a <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s fe<strong>de</strong>rais pedin<strong>do</strong> a<br />

intervenção no assunto. E segue o jornal: “Se consi<strong>de</strong>rarmos a generosida<strong>de</strong> e<br />

<strong>de</strong>sinteresse com que se offereceram a mocida<strong>de</strong> aca<strong>de</strong>mica para prestar os reaes<br />

serviços que vae prestan<strong>do</strong> no campo das operações, nada mais con<strong>de</strong>navel <strong>do</strong> que o<br />

proce<strong>de</strong>r <strong>de</strong> taes médicos militares.” 235<br />

Contu<strong>do</strong>, longe <strong>de</strong> generalizar, tanto os alunos da segunda turma enviada <strong>em</strong> 03<br />

<strong>de</strong> agosto quanto Alvim Martins Horca<strong>de</strong>s, da primeira turma <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> julho, narram <strong>em</strong><br />

suas linhas o trabalho louvável <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por alguns médicos – por ex<strong>em</strong>plo o caso<br />

<strong>do</strong> capitão dr. Everaldino Cícero <strong>de</strong> Miranda – e da acolhida educada <strong>do</strong> major médico<br />

N<strong>em</strong>ésio <strong>de</strong> Sá para com outros estudantes. O dr. Everaldino Cícero, ainda nas palavras<br />

<strong>do</strong> calouro Horca<strong>de</strong>s, fora um <strong>do</strong>s poucos abnega<strong>do</strong>s profissionais que não aban<strong>do</strong>nara<br />

os feri<strong>do</strong>s e retornara à capital. 236<br />

Estudan<strong>do</strong> as fotografias <strong>de</strong> Flávio <strong>de</strong> Barros, Cícero Almeida, <strong>de</strong>ntre outros<br />

comentários, <strong>de</strong>staca que a fotografia <strong>do</strong> corpo sanitário abaixo, projeta o la<strong>do</strong><br />

humanitário <strong>do</strong> Exército, dan<strong>do</strong> atenção médica não somente aos solda<strong>do</strong>s e oficiais<br />

feri<strong>do</strong>s, mas esten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> o tratamento também à conselheiristas que caíam no <strong>front</strong>. Da<br />

capital baiana, Rio <strong>de</strong> Janeiro, São Paulo e <strong>de</strong> outros esta<strong>do</strong>s chegavam notícias das<br />

atrocida<strong>de</strong>s cometidas pelas forças militares <strong>em</strong> Campanha, a imag<strong>em</strong> abaixo po<strong>de</strong>ria<br />

assim, minorar a capa assassina que as forças republicanas carregaram após a <strong>de</strong>gola.<br />

235 BPEB – Jornal Cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Salva<strong>do</strong>r <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897.<br />

236 HORCADES, Alvim Martins. (1899). Op. cit. p. 18.<br />

108


Imag<strong>em</strong> 4<br />

PRESENÇA DO CORPO SANITÁRIO DO EXÉRCITO EM CANUDOS<br />

FONTE: ALMEIDA, Cícero Antonio F. <strong>de</strong>. Canu<strong>do</strong>s: imagens da guerra. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Museu da<br />

República/Lacerda Editores, 1997. p. 108 e 109.<br />

Volt<strong>em</strong>os à saga <strong>do</strong>s combatentes da Faculda<strong>de</strong> baiana <strong>de</strong> medicina. Passan<strong>do</strong><br />

por toda espécie <strong>de</strong> agrura peculiar a uma atmosfera <strong>de</strong> guerra, afora o <strong>de</strong>sconforto<br />

causa<strong>do</strong> pelo <strong>de</strong>scaso <strong>de</strong> alguns médicos <strong>do</strong> Exército para com os estudantes <strong>de</strong><br />

medicina e farmácia; precária alimentação, se<strong>de</strong>, <strong>do</strong>enças, falta <strong>de</strong> material para o<br />

trabalho foram alguns <strong>do</strong>s percalços da caminhada.<br />

“Dentro daquele pântano cor <strong>de</strong> barro jaziam <strong>do</strong>is cadáveres <strong>de</strong> solda<strong>do</strong>s <strong>em</strong><br />

<strong>de</strong>composição.<br />

Um na marg<strong>em</strong> a que tínhamos chega<strong>do</strong>, com o corpo mergulha<strong>do</strong> e as pernas calçadas<br />

<strong>de</strong> coturnos <strong>do</strong> la<strong>do</strong> <strong>de</strong> fora. Na marg<strong>em</strong> oposta outro <strong>em</strong> senti<strong>do</strong> contrário, submerso<br />

somente <strong>do</strong> ventre para baixo. (...)<br />

O féti<strong>do</strong> era insuportável. Os bagageiros encheram os nossos cantis com essa lavag<strong>em</strong><br />

<strong>de</strong> carniça.<br />

S<strong>em</strong> outro recurso, essa água foi bebida, porque a se<strong>de</strong> só po<strong>de</strong> ser avaliada por qu<strong>em</strong> já<br />

teve a infelicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sofrê-la algum dia.” 237<br />

237 OLIVEIRA, Francisco Xavier. (1943). Op. cit. p. 162. Lagoa encontrada na região <strong>de</strong> Baixinha.<br />

109


No que toca especificamente às <strong>do</strong>enças que acometeram os alunos<br />

expedicionários, a morte <strong>do</strong> acadêmico Joaquim Afonso Pedreira na vila <strong>de</strong> Monte<br />

Santo, <strong>em</strong> fins <strong>de</strong> agosto, ganhou espaço <strong>em</strong> livros e jornais da época. Alvim Martins<br />

Horca<strong>de</strong>s, que já havia socorri<strong>do</strong> o colega estudante <strong>de</strong> farmácia Akilles <strong>de</strong> Farias<br />

Lisboa <strong>em</strong> Monte Santo, <strong>do</strong>ente <strong>de</strong> varíola, fora o que <strong>de</strong>ra os últimos socorros à<br />

Joaquim Pedreira, ataca<strong>do</strong> <strong>de</strong> malária. Acompanhan<strong>do</strong> a narrativa <strong>de</strong> Horca<strong>de</strong>s,<br />

“Notei que a sua physionomia apresentava um aspecto <strong>de</strong> moribun<strong>do</strong> e, não po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ele<br />

se alimentar, n<strong>em</strong> mesmo soffrivelmente, mais crescia sua <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong>; além disso não<br />

queria absolutamente ingerir medicamento <strong>de</strong> espécie alguma, pelo que <strong>de</strong>i-lhe um<br />

frasco <strong>de</strong> pérolas <strong>de</strong> quinino <strong>de</strong> Clertan [espécie <strong>de</strong> anestésico], cognac, ovos que<br />

comprei <strong>em</strong> caminho e mais algumas cousinhas insdispensaveis ao <strong>do</strong>ente,...” 238 [grifo<br />

nosso].<br />

Em matéria <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro, escrita no hospital <strong>de</strong> sangue <strong>em</strong> Monte Santo e<br />

publicada no periódico carioca A Notícia, o correspon<strong>de</strong>nte Alfre<strong>do</strong> Silva apontou,<br />

outrossim, o falecimento <strong>do</strong> jov<strong>em</strong> acadêmico, então com 19 anos. Conforme a notícia<br />

<strong>do</strong> <strong>em</strong>issário, Joaquim Pedreira era filho <strong>do</strong> comandante <strong>do</strong> Regimento policial da<br />

Bahia, Afonso Pedreira, o qual também se encontrava no <strong>front</strong> ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> filho. O<br />

aluno, medica<strong>do</strong> pelo major José Marques <strong>do</strong>s Reis e pelo capitão Martins Chagas, foi<br />

um <strong>do</strong>s primeiros a se oferecer à partir <strong>em</strong> direção ao sertão. 239 Talvez ali, por ser um<br />

acadêmico inexperiente, pu<strong>de</strong>sse o jov<strong>em</strong> aluno exercer seu tirocínio, mas sucumbiu à<br />

<strong>do</strong>ença.<br />

Alguns alunos da primeira turma chegaram a Canu<strong>do</strong>s <strong>em</strong> 06 <strong>de</strong> agosto e os<br />

outros da segunda, dia 23 <strong>de</strong>ste mesmo mês. Set<strong>em</strong>bro e outubro, como <strong>de</strong>linea<strong>do</strong> no<br />

capítulo anterior, <strong>de</strong>senrolaram-se o massacre à população <strong>do</strong> Belo Monte. Quan<strong>do</strong> da<br />

marcha <strong>de</strong> retirada, os alunos acompanharam, da mesma forma que foram, os militares<br />

ali presentes. Des<strong>em</strong>barcaram na capital da Bahia no dia 25 <strong>de</strong> outubro. Ali obtiveram<br />

as honrarias <strong>do</strong>s heróis <strong>em</strong> Campanha, almoços, atos solenes <strong>de</strong> toda or<strong>de</strong>m e um aviso:<br />

as provas <strong>de</strong> final <strong>de</strong> curso se realizariam no dia 15 <strong>de</strong> nov<strong>em</strong>bro.<br />

Não encontramos qualquer <strong>do</strong>cumento no <strong>de</strong>curso <strong>de</strong> nossas leituras sobre a<br />

reação <strong>do</strong>s alunos perante o comportamento <strong>do</strong> diretor da Faculda<strong>de</strong> <strong>em</strong> normalizar o<br />

ano letivo, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> acontecimento da guerra. Aliás, atitu<strong>de</strong> esta lavrada <strong>em</strong> ata<br />

da Congregação. Aplicar provas aos expedicionários que há três meses haviam<br />

238 GALVÃO, Walnice Nogueira. (1994). Op. cit. p. 432.<br />

239 HORCADES, Alvim Martins. (1996). Op. cit. 42. Em nota o autor comenta que: Joaquim Pedreira foi<br />

um <strong>do</strong>s primeiros acadêmicos que se offereceram ao governo, a fim <strong>de</strong> seguir para Canu<strong>do</strong>s. Antes<br />

mesmo <strong>de</strong> resolvermos seguir para lá elle já tinha se offereci<strong>do</strong> ao Governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> para seguir até<br />

como enfermeiro por estar ainda no 1º anno <strong>do</strong> curso medico.<br />

110


convivi<strong>do</strong> com as atrocida<strong>de</strong>s da guerra? Foram os alunos envia<strong>do</strong>s à zona <strong>de</strong> combate<br />

dispensa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> prestar os exames?<br />

Ao que consta no Livro <strong>de</strong> Atas da Congregação <strong>em</strong> 28 <strong>de</strong> julho, os alunos<br />

seriam dispensa<strong>do</strong>s das aulas <strong>de</strong> laboratório, da ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> obstetrícia ou qualquer outra<br />

<strong>em</strong> que fosse exigi<strong>do</strong> o atesta<strong>do</strong> <strong>de</strong> freqüência, mas seriam submeti<strong>do</strong>s aos exames nas<br />

épocas regulares. O quadro abaixo, extraí<strong>do</strong> da Relação <strong>do</strong>s estudantes que <strong>de</strong>v<strong>em</strong> fazer<br />

exame das diversas séries <strong>do</strong>s cursos <strong>de</strong>sta faculda<strong>de</strong> <strong>em</strong> nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897 240 ,<br />

perceb<strong>em</strong>os que alguns <strong>do</strong>s agora ex-combatentes da Faculda<strong>de</strong> obtiveram – no<br />

montante geral, excetuan<strong>do</strong> os alunos da 6ª série e o caso <strong>de</strong> reprovação – média<br />

mo<strong>de</strong>rada <strong>em</strong> seus exames <strong>de</strong> final <strong>de</strong> ano. As notas avaliativas dividiam-se entre P =<br />

plenamente, D = distinção, R = reprova<strong>do</strong>, S = sofrível, B = boa e M = má. Pass<strong>em</strong>os<br />

então ao quadro:<br />

240 AFMB – Caixa Ano 1897: nov<strong>em</strong>bro. Transcrev<strong>em</strong>os, parcialmente, somente alguns <strong>do</strong>s alunos que<br />

encontramos no espaço entre Queimadas e Canu<strong>do</strong>s. Não completamos a transcrição e leitura completa <strong>do</strong><br />

material <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à reforma pela qual passa o setor <strong>de</strong> pesquisa <strong>do</strong> AFMB. Algumas partes <strong>do</strong> <strong>do</strong>cumento,<br />

pelo menos <strong>em</strong> nossa leitura, estão ilegíveis. Os conceitos <strong>de</strong>staca<strong>do</strong>s abaixo <strong>em</strong> azul constam no<br />

<strong>do</strong>cumento na mesma tonalida<strong>de</strong>.<br />

111


Quadro – 7<br />

DESEMPENHO ACADÊMICO<br />

NOME DO ALUNO 1ª SÉRIE MÉDICA<br />

PHYSICA CHIMICA Botânica e Zoologia<br />

José Cor<strong>de</strong>iro <strong>do</strong>s<br />

Santos Filho<br />

S<br />

S<br />

B<br />

Cícero <strong>de</strong> Barros Corrêa S S B<br />

Hebreliano Mauricio<br />

Wan<strong>de</strong>rley<br />

S<br />

S<br />

S<br />

Alvim Martins Horca<strong>de</strong>s S S<br />

2ª SÉRIE MÉDICA<br />

S<br />

CHIMICA ANATOMIA HISTOLOGIA<br />

Aristarco Dantas B P B P<br />

3ª SÉRIE MÉDICA<br />

B P<br />

PATHOLOGIA<br />

GERAL<br />

PHYSICA ANATOMIA<br />

Sebastião Ivo Soares S S S<br />

Fausto <strong>de</strong> Araújo Gallo R R R S R<br />

Francisco Cavalcanti<br />

Mangabeira<br />

S<br />

S<br />

S<br />

Joaquim José Xavier S S<br />

4ª SÉRIE MÉDICA<br />

S<br />

PHARMACOLOGIA Pathologia Médica Pathol. Cirúrgica<br />

Caio Octavio Ferreira<br />

<strong>de</strong> Moura<br />

0<br />

P<br />

P<br />

Miguel <strong>de</strong> Lima Men<strong>de</strong>s B P P P<br />

Jerônimo Fernan<strong>de</strong>s<br />

Gesteria<br />

P<br />

P<br />

P<br />

Theotonio Martins <strong>de</strong><br />

Almeida<br />

0<br />

P<br />

5ª SÉRIE MÉDICA<br />

P<br />

OPERAÇ. Anatomia Cirúrgica Terapêutica<br />

Victor Francisco Gonçalves S S S<br />

Virgílio <strong>de</strong> Aquino Braga S S S<br />

Pedro <strong>de</strong> Barros Albernaz S S<br />

6ª SÉRIE MÉDICA<br />

S<br />

Medicina Legal Hygiene M OB<br />

Domingos M. P.<br />

Monteiro<br />

P<br />

P<br />

P<br />

P<br />

Virgílio <strong>do</strong> Rego Motta P B P P P<br />

Christiano Sellmann Jr. P B P D D<br />

Eduar<strong>do</strong> Britto S B S D D<br />

Tranquilino Hugo <strong>de</strong><br />

Carvalho<br />

P<br />

B P<br />

P<br />

P<br />

Benício Rodrigues<br />

Chaves<br />

P<br />

B P<br />

P<br />

P<br />

Antonio Nicanor<br />

Martins Barbosa<br />

S<br />

B P<br />

P<br />

P<br />

FONTE: AFMB – Caixa Ano 1897: Código 01.07.0574. Maço Documentação referente à Guerra <strong>de</strong><br />

Canu<strong>do</strong>s.<br />

112


Alguns <strong>de</strong>stes ‘solda<strong>do</strong>s’ da FMB que prestaram seus exames seriam obriga<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r tese <strong>de</strong> conclusão <strong>de</strong> curso para entrar na vida pública e, consequent<strong>em</strong>ente,<br />

atuar na profissão <strong>de</strong> médico, regra introduzida quan<strong>do</strong> da reforma <strong>do</strong> ensino médico <strong>em</strong><br />

3 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1832. Entre os 33 alunos que catalogamos, 7 apresentaram suas teses à<br />

banca argui<strong>do</strong>ra daquela instituição científica no ano fin<strong>do</strong> da guerra <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s. Suas<br />

<strong>de</strong>fesas se esten<strong>de</strong>ram pelos anos <strong>de</strong> 1898 (4 alunos <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ram), 1899 (7), 1900 (10)<br />

1902 (4) e 1909 (1). À exceção <strong>do</strong>s sessenta e <strong>do</strong>is ‘ex-combatentes’ que foram prestar<br />

seus serviços na guerra travada no interior <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>, muitos permaneceram <strong>em</strong><br />

Salva<strong>do</strong>r trabalhan<strong>do</strong> nas enfermarias provisórias montadas para aten<strong>de</strong>r os feri<strong>do</strong>s<br />

provenientes da frente <strong>de</strong> batalha e, ao mesmo t<strong>em</strong>po, esses estudantes, igualmente,<br />

sustentaram suas teses <strong>de</strong> <strong>do</strong>utoramento.<br />

Ainda neste ambiente <strong>de</strong> formatura, os vinte e seis alunos <strong>do</strong>utoran<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

medicina <strong>do</strong> ano <strong>de</strong> 1897, solicitaram que o ato <strong>de</strong> colação <strong>de</strong> grau, dia 10 <strong>de</strong> <strong>de</strong>z<strong>em</strong>bro,<br />

fosse efetua<strong>do</strong> s<strong>em</strong> solenida<strong>de</strong> <strong>em</strong> virtu<strong>de</strong> <strong>do</strong> falecimento <strong>de</strong> um colega. Apesar <strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>cumento não mencionar, talvez o ato <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> direcionou-se aos alunos<br />

Francisco <strong>do</strong>s Santos Pereira, Antonio Eustáquio da Silva ou Joaquim Pedreira, to<strong>do</strong>s<br />

eles faleceram “<strong>em</strong> combate”. 241<br />

3.3. Às theses <strong>de</strong> <strong>do</strong>utoramento<br />

Consta na primeira página <strong>de</strong> cada tese que analisamos a seguinte frase: a<br />

Faculda<strong>de</strong> não aprova n<strong>em</strong> reprova as opiniões <strong>em</strong>ittidas nas theses que lhes são<br />

apresentadas. Assim, po<strong>de</strong>mos rapidamente concluir que a liberda<strong>de</strong> era palavra <strong>de</strong><br />

or<strong>de</strong>m no espírito daquela instituição. Qualquer opinião po<strong>de</strong>ria ser <strong>em</strong>ittida sobre as<br />

disciplinas ministradas pelos professores, qualquer <strong>de</strong>talhe acerca <strong>do</strong>s acontecimentos<br />

políticos da ocasião, po<strong>de</strong>ria, igualmente, as teses levar <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração as<br />

transformações no âmbito científico que provinham <strong>de</strong> outros continentes ou ali,<br />

naquelas páginas, edificar ainda mais uma medicina genuinamente brasileira. Aliás, os<br />

objetivos das teses eram: primeiro, criar uma literatura médica brasileira; e, segun<strong>do</strong>,<br />

<strong>em</strong> alguns casos, permitir aos estudantes expor seus conhecimentos no que dizia<br />

respeito as disciplinas ministradas pelos professores da Faculda<strong>de</strong>.<br />

241 Relatório <strong>do</strong> Ministério da Justiça e Negócios Interiores – 1897 e 1898. p. 323. Disponível <strong>em</strong>:<br />

http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u1884/000327.html Acesso: 20/11/2008.<br />

113


No entanto, analisan<strong>do</strong> as idéias filosóficas nas teses inaugurais na Faculda<strong>de</strong><br />

(1838-1889), Dinorah D’Araújo Berbert <strong>de</strong> Castro, notara que o conteú<strong>do</strong> <strong>do</strong>s trabalhos<br />

<strong>do</strong>s alunos, era antes indica<strong>do</strong> pelos m<strong>em</strong>bros da Congregação, caben<strong>do</strong> ao futuro<br />

médico, escolher algum <strong>de</strong>ntre os ofereci<strong>do</strong>s. Na confecção das teses, entre <strong>de</strong>dicatórias<br />

à parentes, amigos, professores, citações <strong>em</strong> latim ou grego, a mesma autora percebera<br />

que, quan<strong>do</strong> concluída a tese, “o acadêmico a entregava ao secretário da Faculda<strong>de</strong>, que<br />

encaminhava à comissão revisora conforme os dispositivos estatutários, sen<strong>do</strong>, por fim,<br />

autorizada a sua impressão pelo diretor ou vice-diretor.” 242<br />

Um outro el<strong>em</strong>ento comenta<strong>do</strong> pela autora, refere-se ao apreço da<strong>do</strong> pelos<br />

alunos à construção das teses. Para alguns, o trabalho era a ferramenta <strong>de</strong> critica perante<br />

às precarieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong> ensino, mas, para outros, aquelas páginas não serviriam para mais<br />

que um cumprimento da legislação da Faculda<strong>de</strong>. Em <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s momentos <strong>de</strong> sua<br />

pesquisa, Dinorah <strong>de</strong> Castro observa que o número <strong>de</strong> páginas no que dizia respeito às<br />

<strong>de</strong>dicatórias, superava aos da própria tese. Neste caso específico a autora lançou mão <strong>do</strong><br />

trabalho <strong>do</strong> <strong>do</strong>utoran<strong>do</strong> Gustavo A<strong>do</strong>lfo <strong>de</strong> Sá, <strong>de</strong>fendi<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1858, no qual o estudante<br />

comentou que: “julgu<strong>em</strong> como quizer<strong>em</strong>; até porque quase ninguém lê these à menos<br />

que os offerecimentos.” 243<br />

Da leitura das M<strong>em</strong>órias Históricas produzidas a partir da segunda meta<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

século XIX até as suas primeiras décadas <strong>do</strong> XX, Marcos Augusto Pessoa Ribeiro<br />

extraíra mais características ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> elaboração das teses <strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>utoramento. Para este autor, o caráter supérfluo das teses, percebi<strong>do</strong> nas posições <strong>do</strong>s<br />

alunos quanto ao trabalho ali <strong>em</strong>prega<strong>do</strong>, ocorrera <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a reforma nos Estatutos da<br />

FMB <strong>em</strong> 28 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1854. Entre 1832 e 1854, as teses eram sustentadas <strong>em</strong> público,<br />

sobretu<strong>do</strong> com a presença da comunida<strong>de</strong> acadêmica, constituin<strong>do</strong>-se ali <strong>em</strong> espaço<br />

prestigioso da erudição.<br />

A partir <strong>do</strong> <strong>de</strong>creto n. 1387 <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1854, os novos estatutos<br />

direciona<strong>do</strong>s às escolas <strong>de</strong> medicina não mais mencionavam <strong>em</strong> seus artigos a<br />

apresentação pública no momento da <strong>de</strong>fesa da tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utoramento. Entre seus artigos<br />

119 e 127 da Coleção das Leis <strong>do</strong> Império <strong>do</strong> Brasil, especificamente o Capítulo VI<br />

intitula<strong>do</strong> Da <strong>de</strong>fesa das theses, nada mais constava sobre a explanação pública <strong>do</strong>s<br />

jovens arguentes à banca examina<strong>do</strong>ra. O artigo 124 ainda <strong>de</strong>terminava que <strong>em</strong> caso <strong>de</strong><br />

242 CASTRO, Dinorah D’Araújo Berbert <strong>de</strong>. Idéias filosóficas nas teses inaugurais da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Medicina da Bahia (1838-1889). Bahia: UFBA – Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Filosofia e Ciências Humanas. (Mestra<strong>do</strong><br />

<strong>em</strong> Ciências Sociais). 1973. p. 26.<br />

243 I<strong>de</strong>m. p. 12.<br />

114


approvação simples, o estudante não estava impedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> colar o grau <strong>de</strong> <strong>do</strong>utor, o que<br />

po<strong>de</strong>, a nosso ver, servir <strong>de</strong> el<strong>em</strong>ento adicional ao <strong>de</strong>scaso ante a confecção das teses. 244<br />

Mais um <strong>de</strong>talhe, se havia naquele intervalo <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po (1832 – 1854) uma simbologia<br />

acerca das coisas <strong>do</strong> saber ante os olhos <strong>do</strong>s ignorantes, após aquela data tu<strong>do</strong> passara à<br />

mera formalida<strong>de</strong>.<br />

Professores e m<strong>em</strong>orialistas, <strong>em</strong> alguns momentos daquela segunda meta<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

Oitocoentos, sugeriram até a supressão das teses. Marcos Ribeiro conclui sua análise<br />

levan<strong>do</strong> <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração que praticamente to<strong>do</strong>s os m<strong>em</strong>orialistas compactuavam da<br />

opinião que a falta <strong>de</strong> <strong>experiência</strong> médica <strong>do</strong> aluno atingia diretamente a estruturação <strong>do</strong><br />

trabalho <strong>de</strong> <strong>do</strong>utoramento. Ao mesmo t<strong>em</strong>po, havia ali além <strong>do</strong> <strong>de</strong>sinteresse <strong>do</strong>s alunos,<br />

plágios, encomenda <strong>de</strong> teses, ausência <strong>de</strong> professores no momento da <strong>de</strong>fesa, trabalhos<br />

mal escritos e carentes <strong>de</strong> meto<strong>do</strong>logia. Para minorar esses el<strong>em</strong>entos e motivar os<br />

estudantes à uma ponta <strong>de</strong> interesse na elaboração <strong>do</strong> trabalho <strong>de</strong> conclusão, a<br />

Faculda<strong>de</strong> instituiu os graus <strong>de</strong> Plenamente ou Distinção <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as feições<br />

excepcionais <strong>de</strong> alguns <strong>do</strong>utoran<strong>do</strong>s, o que não surtiu o efeito espera<strong>do</strong>. Em M<strong>em</strong>ória<br />

História <strong>de</strong> 1900, o professor Alfre<strong>do</strong> Brito comentou que “a gran<strong>de</strong> maioria das teses<br />

apenas <strong>de</strong>sobriga os <strong>do</strong>utoran<strong>do</strong>s <strong>de</strong> uma enfa<strong>do</strong>nha exigência legal, necessária à<br />

obtenção <strong>do</strong> diploma <strong>de</strong> médico.” 245<br />

Neste ambiente enfa<strong>do</strong>nho e burocrático <strong>de</strong> construção da tese, po<strong>de</strong>riam as<br />

dissertações conter menções, <strong>experiência</strong>s pessoais ou, até mesmo, comentários sobre a<br />

guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s? Ali seria o espaço <strong>de</strong> apresentar questões políticas sobre a<br />

campanha travada no interior <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>? Expressar a guerra nos seus <strong>de</strong>talhes por cada<br />

acadêmico ex-combatente? Denunciar as atrocida<strong>de</strong>s cometidas pelo Exército da<br />

república?<br />

Dois anos <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> con<strong>front</strong>o, Alvim Martins Horca<strong>de</strong>s, test<strong>em</strong>unha ocular da<br />

guerra, cont<strong>em</strong>porizou o discurso <strong>do</strong> heroísmo militar, da civilização e <strong>do</strong> êxito da<br />

sciencia contra àquela barbárie mestiça. Para o autor, agora estudante da terceira série<br />

da Faculda<strong>de</strong>, nas civilizações <strong>de</strong> antanho, <strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> guerra, os bens <strong>do</strong>s inimigos<br />

eram confisca<strong>do</strong>s, mas, cont<strong>em</strong>poraneamente, “quan<strong>do</strong> a sciencia progrediu e a<br />

civilisação não é mais incógnita, numa das partes <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> que diz ser civilizada não<br />

244<br />

Coleção das Leis <strong>do</strong> Império (1808 – 1889) - Índice da Coleção das Leis (Parte II - 1854). p. 217 e<br />

218. Disponível <strong>em</strong>:<br />

http://www.camara.gov.br/Internet/InfDoc/conteu<strong>do</strong>/colecoes/Legislacao/1854%20pronto/leis%201854/d<br />

ec%20n°1387%20à%201387-pg12-p25.pdf – Acesso <strong>em</strong> 20/11/2008.<br />

245<br />

RIBEIRO, Marcos Augusto Pessoa. (1997). Op. cit. p. 60.<br />

115


mais confisca-se, assassina-se, mata-se, como se <strong>de</strong>ssa forma extinguisse<br />

completamente e mania <strong>de</strong> revoluções! Bello ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> civismo e progredimento<br />

social.” 246<br />

Na Enfermaria Friedrich August Kekulé, localizada no Mosteiro <strong>de</strong> São Bento,<br />

trabalhara o acadêmico <strong>do</strong> primeiro ano <strong>do</strong> curso <strong>de</strong> medicina Alfre<strong>do</strong> <strong>de</strong> Barros<br />

Loureiro Brandão, alagoano e filho <strong>de</strong> Theotonio Torquato Brandão. Fora aprova<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />

1902 com distinção ao sustentar a tese intitulada Tabagismo. Ali nas páginas <strong>em</strong> que<br />

nada comentara sobre suas ativida<strong>de</strong>s na enfermaria por on<strong>de</strong> passara como auxiliar, o<br />

autor alagoano, que se formara no mesmo ano <strong>de</strong> Alvim Horca<strong>de</strong>s, na parte introdutória<br />

<strong>do</strong> texto, relatara o motivo pelo qual abordara o referi<strong>do</strong> t<strong>em</strong>a e igualmente mostrava-se<br />

<strong>de</strong>sesperança<strong>do</strong> com a suposta supr<strong>em</strong>acia da sciencia. Para ele, a <strong>de</strong>scoberta da<br />

máquina a vapor, <strong>do</strong> telegrafo elétrico, <strong>do</strong> telescópio e <strong>do</strong> microscópio, não<br />

representavam o ápice <strong>de</strong> uma humanida<strong>de</strong> civilizada. Esta mesma humanida<strong>de</strong>, nas<br />

palavras <strong>do</strong> jov<strong>em</strong> candidato, era ao mesmo t<strong>em</strong>po bárbara porque alimentava a guerra e<br />

a <strong>do</strong>minação <strong>de</strong> uma nação sobre as outras; esta humanida<strong>de</strong> produzia os ladrões,<br />

<strong>de</strong>vassos e assassinos <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. 247 Se havia, ao menos a partir <strong>de</strong> seus professores e no<br />

discurso corrente da época, consenso sobre para on<strong>de</strong> <strong>de</strong>veria caminhar as civilizações,<br />

não estava ali nas palavras daquele aluno a mesma idéia.<br />

O estudante paraibano Benício Rodrigues Chaves, filho <strong>de</strong> D. Mariana Pinheiro<br />

Chaves e [major] Augusto Rodrigues Chaves, formara-se <strong>em</strong> 1897, ano fin<strong>do</strong> da guerra<br />

sertaneja. A <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> sua tese com o título Bacia obliqua ovalar, seus principais<br />

caracteres obtivera aprovação plena perante a Banca da Faculda<strong>de</strong>. Benício Chaves fora<br />

aluno da primeira leva <strong>de</strong> acadêmicos que trabalhara nos hospitais <strong>de</strong> sangue <strong>em</strong><br />

Queimadas e Monte Santo, e na introdução <strong>de</strong> sua tese, isto é, “antes <strong>do</strong> assumpto”, o<br />

autor menciona que não teve mais algum interesse com àquele trabalho <strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>utoramento a não ser cumprir uma exigência da lei. Logo <strong>em</strong> seguida, alegou o futuro<br />

médico, que não estava prepara<strong>do</strong> a <strong>de</strong>senvolver uma boa apreciação quanto ao t<strong>em</strong>a<br />

escolhi<strong>do</strong> <strong>em</strong> razão <strong>do</strong> curto espaço <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po que teve para se <strong>de</strong>dicar aos estu<strong>do</strong>s<br />

concernentes ao objeto ali <strong>em</strong> análise, t<strong>em</strong>po este cheio <strong>de</strong> <strong>em</strong>baraços e difficulda<strong>de</strong>s. E<br />

segue o autor na introdução <strong>de</strong> sua redação:<br />

246 HORCADES, Alvim Martins. (1899). Op. cit. p. 103 e 104.<br />

247 BRANDÃO, Alfre<strong>do</strong> <strong>de</strong> Barros Loureiro. Ano: 1902. In: AFMB – THESES. Código da tese: 102 – E<br />

e 102 – J. Dividimos a leitura das teses entre os que foram à Canu<strong>do</strong>s e os que trabalharam nas<br />

enfermarias <strong>em</strong> Salva<strong>do</strong>r. Para mais <strong>de</strong>talhes, consultar material anexo.<br />

116


“Obriga<strong>do</strong> a ausentar-nos durante três mezes <strong>do</strong>s trabalhos escolares para prestar<br />

serviços, que nós, como um <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> civismo e carida<strong>de</strong>, offerec<strong>em</strong>os ao governo junto<br />

as forças <strong>em</strong> operações na campanha <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s, foi o nosso trabalho interrompi<strong>do</strong> por<br />

toda essa épocha <strong>de</strong> lucta cruenta e insana.<br />

D’este mo<strong>do</strong> concluída a nossa missão, t<strong>em</strong>po insufficiente restava para que<br />

po<strong>de</strong>ss<strong>em</strong>os completar com regularida<strong>de</strong> a nossa dissertação, que por esta razão não<br />

t<strong>em</strong>, nós o reconhec<strong>em</strong>os, a perfeição e <strong>de</strong>senvolvimento necessário.” 248<br />

Aí consta o único fragmento <strong>do</strong> autor sobre a guerra no <strong>de</strong>curso <strong>de</strong> toda sua<br />

redação. No transcorrer da tese, Benício Chaves iniciou as discussões teóricas sobre seu<br />

objeto <strong>de</strong> pesquisa e, <strong>em</strong> seguida, abor<strong>do</strong>u trabalhos <strong>de</strong> outros autores que se <strong>de</strong>dicaram<br />

a estudar o mesmo t<strong>em</strong>a, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong> ali os progressos científicos que ro<strong>de</strong>avam o<br />

assunto proposto para sua <strong>de</strong>fesa. Nada mencionara o médico paraibano <strong>em</strong> relação a<br />

qu<strong>em</strong> o obrigou a oferecer seus serviços ao governo, nada comentara sobre os conflitos<br />

com os médicos militares que permaneceram na zona <strong>de</strong> con<strong>front</strong>o. Menos ainda<br />

relatara sobre suas observações e práticas como auxiliar <strong>do</strong>s médicos militares, nos<br />

hospitais <strong>de</strong> sangue, nada consta <strong>em</strong> sua tese <strong>de</strong> conclusão <strong>de</strong> curso.<br />

A partir da narrativa introdutória <strong>de</strong> Benício Rodrigues Chaves, ao menos <strong>em</strong><br />

nossa reflexão, o jov<strong>em</strong> médico imbuiu-se da prática cívica <strong>de</strong> missionário da carida<strong>de</strong><br />

e, por conseguinte, seria ele um <strong>do</strong>s responsáveis pela manutenção da or<strong>de</strong>m<br />

republicana. Sua posição não <strong>de</strong>stoa <strong>do</strong>s i<strong>de</strong>ais professa<strong>do</strong>s por parte significativa da<br />

intelectualida<strong>de</strong> republicana a qual seus professores a integravam. Como <strong>de</strong>staca<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />

capítulo anterior, o arraial <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s era consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> aos olhos <strong>do</strong>s intelectuais como<br />

uma horda <strong>de</strong> bárbaros a ser liquidada, um povo afasta<strong>do</strong> da civilização e mergulha<strong>do</strong><br />

no fanatismo religioso.<br />

Dentro <strong>de</strong>ste universo da participação da FMB na guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s, é aqui<br />

cabível apresentar que, <strong>em</strong> alguns casos já aborda<strong>do</strong>s, alunos distantes da linha <strong>de</strong> fogo,<br />

mas que trabalharam nas enfermarias instaladas na capital, igualmente fizeram<br />

comentários <strong>em</strong> suas dissertações ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> conflito trava<strong>do</strong> no sertão baiano. Foi o<br />

caso <strong>do</strong> estudante alagoano Adriano Augusto <strong>de</strong> Araújo Jorge Filho que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u <strong>em</strong><br />

1900 a tese Alcoolismo e involução humana – repressão e prophilaxia <strong>do</strong> alcoolismo. 249<br />

Adriano Jorge Filho <strong>em</strong> seu trabalho comenta que não se põe como os que se<br />

afastam da obrigação <strong>de</strong> escrever a tese, não se comporta com rebeldia, como alguns<br />

alunos, perante a imposição <strong>do</strong>s estatutos da Faculda<strong>de</strong>. Com efeito, o médico alagoano<br />

248 CHAVES, Benício Rodrigues. Bacia obliqua ovalar, seus principais caracteres. Ano: 1897. In:<br />

AFMB – THESES. Código da tese: 097-E.<br />

249 JORGE Filho, Adriano Augusto <strong>de</strong> Araújo. Alcoolismo e involução humana. (1900). In: AFMB –<br />

THESES. Código da tese: 100-A.<br />

117


se classifica como aqueles autores força<strong>do</strong>s à incumbência <strong>do</strong> trabalho, <strong>de</strong>ntre os<br />

vai<strong>do</strong>sos e <strong>de</strong>dica<strong>do</strong>s. Suas pretensões com o trabalho são duas: primeiro, na<br />

justificativa <strong>de</strong> escolher àquele título, fora para não abraçar a idéia <strong>do</strong> médico francês<br />

Charles-Victor Dar<strong>em</strong>berg (1817-1872), cuja posição, segun<strong>do</strong> o autor, chegou a dizer<br />

que o que havia <strong>de</strong> menos tóxico nas bebidas alcoólicas era o álcool; e, segun<strong>do</strong>: expor<br />

naquelas linhas as conseqüências <strong>do</strong> alcoolismo na socieda<strong>de</strong> que, na opinião <strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>utoran<strong>do</strong>, arrastava-a a total <strong>de</strong>sgraça.<br />

Contu<strong>do</strong>, nossa atenção voltou-se à parte introdutória <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> trabalho,<br />

<strong>de</strong>scrito como “duas palavras”. Nas palavras introdutórias, o futuro médico, ante a<br />

banca argui<strong>do</strong>ra, sustentou a idéia <strong>de</strong> que a “Hygiene, a mais brilhante <strong>de</strong> todas as<br />

conquistas da acitiva<strong>de</strong> intellectual humana”, ao mesmo t<strong>em</strong>po o jov<strong>em</strong> autor ressaltou<br />

mais uma missão da medicina, era ela o único recurso capaz <strong>de</strong> promover o banimento<br />

<strong>do</strong> “sangue pobre das raças <strong>de</strong> hoje; como o mais po<strong>de</strong>roso e talvez o único<br />

reconstituinte para essa aglobulia univeral!” 250<br />

Seguin<strong>do</strong> as páginas iniciais <strong>do</strong> autor acima, caberia à Hygiene solucionar os<br />

transcen<strong>de</strong>ntes probl<strong>em</strong>as que afetavam as socieda<strong>de</strong>s naquela amargurada fase da<br />

evolução <strong>do</strong> hom<strong>em</strong> aon<strong>de</strong>,<br />

“se contrapõe encarniçadamente to<strong>do</strong>s os interesses e todas as paixões; <strong>em</strong> que<br />

fermentam to<strong>do</strong>s os vícios e <strong>em</strong> que a humanida<strong>de</strong>, a <strong>de</strong>generar e a apodrecer, se <strong>de</strong>bate<br />

ansiosamente no torvelino irresistível que a arrasta a <strong>de</strong>generação; nesta fase que abre<br />

<strong>em</strong> florescências tristes, a produzir <strong>do</strong>s [Alfred Louis Charles <strong>de</strong>] Musset, os [Charles]<br />

Bau<strong>de</strong>laire, os [Paul Marie] Verlaine, os [Henry René Albert Guy <strong>de</strong>] Maupassant, os<br />

[Oscar] Wild, os [François Claudios Koeningstein] Ravachol e os Antonio Conselheiro;<br />

nesta fase que <strong>de</strong> po<strong>de</strong>ria b<strong>em</strong> chamar phase <strong>de</strong> agonia humana...” 251 [grifo nosso]<br />

Nesta gama <strong>de</strong> políticos, escritores franceses e irlan<strong>de</strong>ses, está ali cita<strong>do</strong> o<br />

personag<strong>em</strong> lí<strong>de</strong>r <strong>do</strong> arraial <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s. Antonio Conselheiro ganhou, nas páginas <strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>utoran<strong>do</strong>, não a dimensão francesa <strong>do</strong> Iluminismo, tampouco a aura <strong>do</strong>s compêndios<br />

e livros direciona<strong>do</strong>s às inovações da medicina. O espectro <strong>do</strong> arraial <strong>do</strong> Belo Monte<br />

transcen<strong>de</strong>ra o 1897 e marcara as páginas <strong>do</strong> <strong>do</strong>utoran<strong>do</strong> com o discurso corrente da<br />

<strong>de</strong>generescência que alguns seres humanos carregavam.<br />

No <strong>de</strong>curso <strong>de</strong> seu trabalho com cento e <strong>de</strong>zoito páginas, isto é, um <strong>do</strong>s mais<br />

extensos, Adriano Augusto <strong>de</strong> Araújo Jorge Filho, nada mais mencionou sobre o lí<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s. Sua atenção, agora, no corpo <strong>de</strong> sua tese, esteve <strong>em</strong> apontar o que<br />

socialmente causava o alcoolismo e, repetidas vezes, utilizou-se da palavra<br />

250 JORGE Filho, Adriano Augusto <strong>de</strong> Araújo. (1900). Op. cit. p. 10.<br />

251 I<strong>de</strong>m. Introdução não paginada.<br />

118


<strong>de</strong>genera<strong>do</strong>s. O autor alagoano levou <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração que, <strong>em</strong> alguns casos, a<br />

<strong>de</strong>generescência é <strong>de</strong> caráter hereditário, con<strong>de</strong>nan<strong>do</strong> o indivíduo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> seus primeiros<br />

passos. Classificou, o aspirante a médico que, quase to<strong>do</strong>s os <strong>de</strong>genera<strong>do</strong>s apresentavam<br />

estigmas físico-psíquicos ou psíquicos e que po<strong>de</strong>riam estes infelizes ser dividi<strong>do</strong>s <strong>em</strong>:<br />

idiotas, imbecis, loucos moraes, <strong>de</strong>genera<strong>do</strong>s lúci<strong>do</strong>s e <strong>de</strong>genera<strong>do</strong>s superiores. 252<br />

No capítulo <strong>do</strong>is <strong>de</strong> Alcoolismo e involução humana – repressão e prophilaxia<br />

<strong>do</strong> alcoolismo, intitula<strong>do</strong> Alcoolismo e Criminalida<strong>de</strong>, o autor explicitou admiração<br />

pelos estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Cesare Lombroso e expôs a classificação <strong>do</strong>s criminosos <strong>de</strong> acor<strong>do</strong><br />

com os apontamentos <strong>do</strong> criminalista italiano Enrico Ferri. Assim, segue o parágrafo na<br />

tese:<br />

“ Criminosos instinctivos: é o assassino e é o ladrão. Estes criminosos se caracterizam<br />

pela insensibilida<strong>de</strong> physica e moral, pela indifferença com que praticam o crime, pela<br />

falta <strong>do</strong>s r<strong>em</strong>orsos e pelas imprudências que comett<strong>em</strong>, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> perceber claramente<br />

que são criminosos, <strong>de</strong>nuncian<strong>do</strong>-se com a mais surprehen<strong>de</strong>nte facilida<strong>de</strong>.<br />

Criminosos apaixona<strong>do</strong>s: Fundamentalmente diversos <strong>do</strong>s criminosos instinctivos, os<br />

criminosos apaixona<strong>do</strong>s são aquelles que consumman o crime impelli<strong>do</strong>s por um ultraje<br />

feito à sua honra, o ciúme, uma acabrunha<strong>do</strong>ra <strong>de</strong>sillusão <strong>em</strong> matéria <strong>de</strong> amor,<br />

sentimento que assume as proporções <strong>de</strong> uma paixão violenta.<br />

Criminosos <strong>de</strong> occasião: São fracos e por isso comet<strong>em</strong> crimes <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a<br />

occasião.<br />

Criminosos <strong>de</strong> habito: Não apresentan<strong>do</strong> caracteres psychologicos nitidamente<br />

<strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s, os criminosos habituaes manifestam no começo, analogias com os criminosos<br />

<strong>de</strong> occasião, ten<strong>do</strong>, porém, uma accentuação mais profunda da falta <strong>do</strong> senso moral. As<br />

reincidências no crime, a convivência <strong>de</strong> outros criminosos, o influxo a estes criminosos<br />

os mesmos caracteres instinctivos.<br />

Criminosos aliena<strong>do</strong>s: uns commet<strong>em</strong> o <strong>de</strong>licto <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma lenta elaboração da<br />

idéia criminosa; outros são leva<strong>do</strong>s a <strong>de</strong>linqüir <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> brusco, violento, impulsivo.” 253<br />

No terceiro capítulo <strong>de</strong> sua obra, o <strong>do</strong>utoran<strong>do</strong> centrou sua atenção às<br />

conseqüências sociais <strong>do</strong> alcoolismo e percebeu uma sutil ligação entre proletários,<br />

alcoolismo e <strong>de</strong>genera<strong>do</strong>s e conclui que a classe operária no Brasil era vagabunda e<br />

imoral, to<strong>do</strong>s ignorantes, cínicos, s<strong>em</strong> a idéia <strong>do</strong> <strong>de</strong>ver cívico e muito menos os<br />

escrúpulos da dignida<strong>de</strong> humana. 254 No transcorrer <strong>do</strong> trabalho, seu 4º capítulo, Causas<br />

<strong>do</strong> alcoolismo, <strong>de</strong>dica-se a explicar a ascendência <strong>do</strong> clima no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong><br />

alcoolismo, comentan<strong>do</strong> que não há um ambiente específico para a proliferação <strong>do</strong><br />

consumo da aguar<strong>de</strong>nte, para ele, a influência <strong>do</strong> clima sobre o consumo <strong>do</strong> álcool não<br />

passava <strong>de</strong> mera ilusão.<br />

252 I<strong>de</strong>m. p. 28 a 32.<br />

253 Op. cit. p. 37, 38 e 39.<br />

254 Op. cit. p. 54.<br />

119


Araújo Jorge Filho finalizou a tese com o capitulo Representação e Prophilaxia<br />

<strong>do</strong> Alcoolismo, ressaltan<strong>do</strong> que algumas medidas para conter o avanço tanto da<br />

produção quanto <strong>do</strong> consumo fracassaram: multas, redução <strong>do</strong> número <strong>de</strong> tavernas,<br />

tributação na produção <strong>de</strong> álcool, monopólio da venda. Sua última frase, acerca <strong>do</strong>s<br />

méto<strong>do</strong>s profiláticos, entregava aos médicos ou a Deus, as ferramentas da árdua missão:<br />

é principalmente aos padres e aos médicos, por ser<strong>em</strong> os que maior influencia exerc<strong>em</strong><br />

sobre o povo, que cabe o papel <strong>de</strong> propagandista. 255<br />

Em artigo Canu<strong>do</strong>s na perspectiva científica, a antropóloga Luitgar<strong>de</strong> Oliveira<br />

Cavalcanti Barros comenta que no universo da intelectualida<strong>de</strong> brasileira, a qual abarca<br />

as socieda<strong>de</strong>s científicas e, por conseguinte, os médicos, havia uma atmosfera amistosa<br />

às idéias <strong>de</strong> Herbert Spencer, Cesare Lombroso, Joseph Gobineau, <strong>de</strong>ntre outros<br />

cientistas comprometi<strong>do</strong>s <strong>em</strong> encaminhar as questões sociais, particularmente as<br />

transformações, para o campo frenologista. 256<br />

Deste mo<strong>do</strong>, a tese <strong>de</strong> Araújo Jorge Filho, imersa no pensamento da época,<br />

esten<strong>de</strong>u seu preconceito não somente a Antonio Conselheiro e seus segui<strong>do</strong>res, mas a<br />

todas àquelas vítimas <strong>do</strong> alcoolismo. Em nenhum momento a autor tocou <strong>em</strong> motivos<br />

sociais que levavam uns à involução humana e outros à <strong>em</strong>briaguez; latifúndio, miséria<br />

e s<strong>em</strong>i-escravidão não aparec<strong>em</strong> <strong>em</strong> sua tese, esses conceitos foram transforma<strong>do</strong>s <strong>em</strong><br />

hereditários <strong>de</strong>genera<strong>do</strong>s, indivíduos predispostos e aliena<strong>do</strong>s.<br />

Feridas por projectis e seu tratamento <strong>em</strong> Campanha, foi a tese <strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>utoramento <strong>de</strong>fendida com plenitu<strong>de</strong> por Alci<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Britto Torres, baiano, filho <strong>de</strong><br />

João Nepomuceno Torres 257 , cujo trabalho foi sustenta<strong>do</strong> cinco anos distante <strong>do</strong><br />

episódio <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s, <strong>em</strong> 1902. Para escrever a dissertação, o então candidato ao grau<br />

<strong>de</strong> <strong>do</strong>utor lançou mão <strong>de</strong> duas bibliotecas particulares: primeiro, a <strong>do</strong>s seus professores,<br />

drs. José Olympio <strong>de</strong> Azeve<strong>do</strong> e Antonio Pacheco Men<strong>de</strong>s; e, outra, consultara o<br />

<strong>do</strong>utoran<strong>do</strong> o acervo que pertencia ao Capitão <strong>do</strong> 5º <strong>de</strong> artilharia Martins Pereira,<br />

localiza<strong>do</strong> no Forte <strong>do</strong> Barbalho. 258<br />

255 Op. cit. p. 118.<br />

256 BARROS, Luitgar<strong>de</strong> Oliveira Cavalcanti. Canu<strong>do</strong>s na perspectiva científica. s/d. p. 1. Material<br />

consulta<strong>do</strong> <strong>em</strong>: http://www.portfolium.com.br/sites/Canu<strong>do</strong>s/conteu<strong>do</strong>.asp?IDPublicacao=72 – Acesso<br />

<strong>em</strong> 21/11/2008.<br />

257 Não conseguirmos completar a revisão <strong>de</strong> algumas teses <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à reforma pela qual passa o setor <strong>de</strong><br />

pesquisa <strong>do</strong> Arquivo da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia entre os meses <strong>de</strong> julho, agosto, set<strong>em</strong>bro,<br />

outubro, nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2008.<br />

258 TORRES, Alci<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Britto. Feridas por projectis e seu tratamento <strong>em</strong> Campanha. (1902). Op. cit. p.<br />

98. O autor não menciona o nome completo <strong>do</strong> militar <strong>em</strong> <strong>de</strong>staque.<br />

120


Para lidar com seu objeto <strong>de</strong> pesquisa, o <strong>do</strong>utoran<strong>do</strong> Alci<strong>de</strong>s Britto fizera um<br />

levantamento abrangen<strong>do</strong> mais <strong>de</strong> cinquenta autores que trabalharam <strong>em</strong> expedições<br />

militares ou escreveram a respeito <strong>do</strong> seu t<strong>em</strong>a. Em espaços dividi<strong>do</strong>s entre a<br />

antiguida<strong>de</strong> greco-romana, Ida<strong>de</strong> Média, Renascimento, e parte significativa <strong>do</strong>s séculos<br />

XVIII e XIX, sua tese menciona nomes como Ambroise Pare e Alfred-Armand-Louis-<br />

Marie Velpeau [cirurgiões franceses]; Jean Dominique Larrey e René Bertholet [o<br />

primeiro, cirurgião, o segun<strong>do</strong>, químico; os <strong>do</strong>is narraram suas <strong>experiência</strong>s práticas<br />

quan<strong>do</strong> as tropas napoleônicas estiveram no Egito <strong>em</strong> 1798]; George Friedrich Louis<br />

Stromeyer [cirurgião al<strong>em</strong>ão na guerra envolven<strong>do</strong> a Dinamarca, Áustria e Prússia entre<br />

1848 e 1851]; Nikolai Ivanovich Pirogoff [cirurgião russo que atuara na Guerra da<br />

Criméia].<br />

Nesses autores, o jov<strong>em</strong> arguente encontrara o ‘arsenal teórico’ para recompor o<br />

cenário <strong>de</strong> uma l<strong>em</strong>brança. Preocupou-se com seu trabalho <strong>em</strong> <strong>de</strong>screver a formação das<br />

feridas, com as modificações no formato e na t<strong>em</strong>peratura <strong>do</strong> projétil quan<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu<br />

<strong>de</strong>slocamento até o ponto <strong>de</strong> colisão com o corpo, <strong>de</strong>dicou-se a analisar sintomas,<br />

inflamações, focos purulentos, vasos, nervos, ossos, articulações, cavida<strong>de</strong>s viscerais e<br />

infecções <strong>em</strong> ambientes <strong>de</strong> guerra. Corpos estranhos que se enquistam nos teci<strong>do</strong>s e<br />

suas complicações no procedimento cirúrgico, características das feridas por granadas,<br />

morteiros, minas, análise da munição utilizada pelo Exército brasileiro com seus<br />

respectivos calibres, composição química <strong>do</strong>s explosivos, da pólvora e, por fim, tratou<br />

<strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s cont<strong>em</strong>porâneos da prática médica <strong>em</strong> Campanha.<br />

Em 1897, ano da guerra <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s, Alci<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Britto Torres, então no<br />

primeiro ano <strong>do</strong> curso <strong>de</strong> medicina, fora auxiliar <strong>do</strong> professor Jorge da Moraes na<br />

Enfermaria Tillaux, estruturada no Mosteiro <strong>de</strong> São Bento da capital baiana. Suas<br />

observações, l<strong>em</strong>branças e práticas quan<strong>do</strong> aluno, aparec<strong>em</strong> <strong>em</strong> suas tese <strong>de</strong> conclusão<br />

<strong>de</strong> curso. Tal <strong>experiência</strong> lhe permitiu estabelecer um estu<strong>do</strong> comparativo com as<br />

práticas cirúrgicas das guerras <strong>de</strong> outrora.<br />

Observou o estudante no hospital <strong>em</strong> que trabalhou um caso curioso: o solda<strong>do</strong><br />

“A...”, pois seu nome não é menciona<strong>do</strong> na tese, havia recebi<strong>do</strong> um tiro <strong>de</strong> fuzil Mauser<br />

que lhe varou o peito e os <strong>do</strong>is orifícios – o da entrada e o da saída – caminhavam para o<br />

processo <strong>de</strong> cicatrização. Apesar <strong>do</strong> aspecto letal <strong>do</strong> ferimento por parecer comprometer<br />

vasos importantes <strong>do</strong> coração, o aluno notou que o solda<strong>do</strong> <strong>de</strong> nada sofria, nenhum<br />

sintoma apresentava a não ser as marcas da bala. Compl<strong>em</strong>entou sua observação<br />

supon<strong>do</strong> que se este caso fosse único entre os feri<strong>do</strong>s que para seu hospital <strong>de</strong>ram<br />

121


entrada, po<strong>de</strong>ria ele concluir que havia ali um caso singular. Todavia, recebera inúmeros<br />

feri<strong>do</strong>s <strong>em</strong> que esta situação se repetira. Para <strong>em</strong>basar suas observações <strong>em</strong> Campanha,<br />

trouxe os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s trabalhos <strong>do</strong>s cirurgiões ingleses quan<strong>do</strong> da segunda Guerra<br />

<strong>do</strong>s Boërs (1899 – 1902), travada na África <strong>do</strong> Sul, <strong>em</strong> que o mesmo tiro <strong>do</strong> fuzil<br />

Mauser atravessara o peito <strong>do</strong>s solda<strong>do</strong>s, mas s<strong>em</strong> causar maiores aci<strong>de</strong>ntes. 259<br />

No capítulo <strong>de</strong>dica<strong>do</strong> a estudar projectis propriamente ditos, isto é, se munição<br />

<strong>de</strong> artilharia ou infantaria e seu efeito explosivo, o estudante apresentou mais alguns<br />

ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> sua <strong>experiência</strong> como interno no hospital e <strong>de</strong>talhou a atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> um<br />

solda<strong>do</strong> ante o terror da guerra. Aliás, muitos solda<strong>do</strong>s a<strong>do</strong>taram a mesma conduta <strong>em</strong><br />

todas as quatro expedições enviadas a Canu<strong>do</strong>s.<br />

“Ten<strong>do</strong> observa<strong>do</strong> no Hospital <strong>de</strong> S. Bento, <strong>do</strong> qual era interno, <strong>em</strong> feri<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s,<br />

balas <strong>de</strong>formadas <strong>de</strong> Mannlincher e Mauser, notei quase s<strong>em</strong>pre rupturas da couraça, ou<br />

fendas com fraco achatamento da ponta, algumas esmagadas, com núcleo <strong>de</strong>struí<strong>do</strong>,<br />

outras fican<strong>do</strong> somente com uma parte da camisa.<br />

Não posso, sob pena <strong>de</strong> tornar-me fastidioso, <strong>de</strong>screver as <strong>de</strong>formações possíveis das<br />

balas encamisadas; basta dizer que n<strong>em</strong> mesmo as <strong>de</strong> fraco calibre 6,5 mm , escapam a<br />

<strong>de</strong>formação. Nas balas <strong>de</strong> calote <strong>de</strong> ação como a suissa, sua <strong>de</strong>formação e fragmentação<br />

são facílimas, <strong>de</strong>vidas a sua forma; ao choque encurva-se no nível da cobertura,<br />

po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> esta por sua vez aban<strong>do</strong>nar o núcleo.<br />

Na clínica hospitalar, raramente observei effeitos explosivos. L<strong>em</strong>bro-me <strong>de</strong> um caso<br />

typico, <strong>em</strong> um solda<strong>do</strong> feri<strong>do</strong> na palma da mão, cujo orifício <strong>de</strong> sahida era no <strong>do</strong>rso<br />

menor que o <strong>de</strong> entrada, apresentan<strong>do</strong> aquella forma estrellada, característica.<br />

Despertada minha attenção para tal ferida, procurei informar-me cautelosamente, <strong>de</strong>lle e<br />

<strong>de</strong> seus camaradas, concluin<strong>do</strong> que se tratava <strong>de</strong> um covar<strong>de</strong>, o qual tinha <strong>de</strong>scarrega<strong>do</strong><br />

a arma a queima roupa, com o fim <strong>de</strong> se retirar <strong>do</strong> fogo; ora, o caso explicava-se, era o<br />

effeito da expansibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s gazes, e não da bala.” 260 [grifo <strong>do</strong> texto]<br />

Mais duas passagens <strong>em</strong> seu texto possu<strong>em</strong> menção <strong>de</strong> sua <strong>experiência</strong> quan<strong>do</strong><br />

aluno primeiranista <strong>do</strong> curso <strong>de</strong> medicina. No capítulo intitula<strong>do</strong> Complicações, o autor<br />

<strong>de</strong>dicou-se a analisar os ferimentos por arma <strong>de</strong> fogo, sobretu<strong>do</strong>, fragmentos metálicos<br />

que eram arrasta<strong>do</strong>s aci<strong>de</strong>ntalmente para <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> corpo. Mais, instruiu os leitores <strong>de</strong><br />

seu trabalho que os corpos estranhos <strong>de</strong>veriam ser retira<strong>do</strong>s <strong>do</strong> corpo rapidamente e com<br />

total cuida<strong>do</strong>. Concluiu dizen<strong>do</strong> que “não é raro a cirurgiões pouco hábeis proce<strong>de</strong>r<strong>em</strong><br />

às explorações que taxo <strong>de</strong> bárbaras, como eu tenho visto, provocan<strong>do</strong> h<strong>em</strong>orragias,<br />

irritan<strong>do</strong> a ferida, causan<strong>do</strong> <strong>do</strong>res intoleráveis ao feri<strong>do</strong>, com fim, muitas vezes, <strong>de</strong> balas<br />

imaginárias...” 261<br />

Para corroborar o procedimento acima, Alci<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Britto Torres trouxe à sua<br />

dissertação um praça, cujo nome consta somente a letra inicial, ‘C’, cor preta,<br />

259 TORRES, Alci<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Britto. (1902). Op. cit. p. 58 e 59.<br />

260 I<strong>de</strong>m. Op. cit. p. 27 a 30.<br />

261 I<strong>de</strong>m. Op. cit. p. 64 e 65.<br />

122


fort<strong>em</strong>ente musculoso, alto, recebeu <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s uma ferida cul-<strong>de</strong>-sac 262 no <strong>do</strong>rso, por<br />

bala Mauser, que ficara nas massas musculares, s<strong>em</strong> siquer suspeitarmos. Quan<strong>do</strong><br />

exerceu a função <strong>de</strong> auxiliar, Alci<strong>de</strong>s Torres registrou os processos <strong>de</strong> anti-sepsia,<br />

drenag<strong>em</strong> e cicatrização <strong>do</strong> feri<strong>do</strong> e concluiu: “observamos freqüent<strong>em</strong>ente no referi<strong>do</strong><br />

Hospital muitos casos <strong>de</strong> eliminação <strong>do</strong>s corpos extranhos. Po<strong>de</strong> o projectil encravar-se<br />

ou enkystar-se e produzir taes irritações que torna-se preciso extrahil-o.” 263<br />

Outra test<strong>em</strong>unha ocular da linha <strong>de</strong> fogo, o sextanista Christiano Selmann Jr.<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ra com distinção a tese Qual o tratamento cirúgico mais racional da<br />

Hypermetrophia da próstata no ano <strong>de</strong> 1897. Pesquisan<strong>do</strong> entre suas páginas, nada fora<br />

diretamente menciona<strong>do</strong> relativo à guerra ou ao hospital <strong>de</strong> sangue <strong>de</strong> Queimadas, on<strong>de</strong><br />

participara como auxiliar <strong>do</strong>s médicos militares. O mesmo se repetiu quan<strong>do</strong> analisamos<br />

o trabalho <strong>de</strong> <strong>do</strong>utoramento <strong>do</strong> acadêmico baiano Eduar<strong>do</strong> Britto, seu colega <strong>de</strong> turma e<br />

<strong>de</strong> hospital <strong>de</strong> sangue.<br />

Eduar<strong>do</strong> Britto, sextanista quan<strong>do</strong> da guerra contra o arraial <strong>do</strong> Conselheiro,<br />

sustentara com plenitu<strong>de</strong> a tese com o título Hypo<strong>em</strong>ia Intertropical. Consta <strong>em</strong> sua tese<br />

<strong>de</strong> <strong>do</strong>utoramento, na parte introdutória, que a confecção <strong>do</strong> trabalho não teve como<br />

objetivo apresentar uma reflexão científica ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> t<strong>em</strong>a proposto, mas satisfazer a<br />

disposição regulamentar da Faculda<strong>de</strong>. E segue o autor: “b<strong>em</strong> sab<strong>em</strong>, os illustres<br />

mestres, que não é possível a um acadêmico <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> seis annos <strong>do</strong> trabalhoso curso e<br />

com as sérias, ocupações <strong>do</strong> internato no hospital, apresentar um trabalho completo e<br />

livre <strong>de</strong> lacunas.” 264<br />

Os capítulos <strong>do</strong> sextanista se divi<strong>de</strong>m <strong>em</strong> Esboço histórico, Synonimia,<br />

Definição, Etiologia, Symptomatologia, Diagnóstico e Tratamento. No transcorrer <strong>de</strong><br />

seu texto nada há relativo à sua passag<strong>em</strong> pelo hospital <strong>de</strong> sangue estabeleci<strong>do</strong> na vila<br />

<strong>de</strong> Queimadas. O acadêmico conclui seu texto ressaltan<strong>do</strong> que o papel <strong>do</strong> médico é<br />

investir to<strong>do</strong>s os esforços para propagar a vida e, consequent<strong>em</strong>ente, jamais fraquejar<br />

ante qualquer <strong>do</strong>ença que comprometa o <strong>do</strong>ente. 265<br />

Consta na capa da tese <strong>de</strong> Theotonio Martins <strong>de</strong> Almeida, quartanista <strong>de</strong><br />

medicina quan<strong>do</strong> <strong>do</strong> quartel das operações <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s, a seguinte frase: ex-interno <strong>do</strong><br />

Hospital Santa Isabel, ex-auxiliar <strong>do</strong> Chefe <strong>do</strong> Serviço Sanitário e Favellas (Canu<strong>do</strong>s).<br />

262 Significa que o projétil não atravessara o corpo.<br />

263 TORRES, Alci<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Britto. (1902). Op. cit. p. 66.<br />

264 BRITTO, Eduar<strong>do</strong>. Hypo<strong>em</strong>ia Intertropical. Ano: 1897. In: AFMB – THESES. Código da tese: 097 –<br />

E.<br />

265 I<strong>de</strong>m. p. 34.<br />

123


Theotonio <strong>de</strong> Almeida fizera parte da primeira turma enviada a guerra, passara o<br />

acadêmico pelo hospital da linha <strong>de</strong> fogo, mas, também, os da retaguarda instala<strong>do</strong>s <strong>em</strong><br />

Queimadas e Monte Santo.<br />

Em 1899, Theotonio <strong>de</strong> Almeida recebera, com distinção, o grau <strong>de</strong> Doutor <strong>em</strong><br />

Sciencias Medico-Cirurgicas sustentan<strong>do</strong> à Faculda<strong>de</strong> um estu<strong>do</strong> a respeito <strong>de</strong> um<br />

medicamento chama<strong>do</strong> Protargol. Suas observações a respeito <strong>do</strong> medicamento<br />

centraram-se <strong>em</strong> suas ativida<strong>de</strong>s quan<strong>do</strong> interno no Hospital Santa Izabel, e nada foi<br />

relata<strong>do</strong> sobre sua passag<strong>em</strong> pelos hospitais <strong>de</strong> sangue <strong>do</strong> Exército há <strong>do</strong>is anos dali.<br />

Vitor Francisco Gonçalves, filho <strong>de</strong> Cândida Augusta Nogueira Gonçalves e<br />

Joaquim Francisco Gonçalves, era aluno da 6ª série <strong>do</strong> curso <strong>de</strong> medicina e fora com a<br />

primeira turma <strong>de</strong> expedicionários da FMB ao hospital <strong>de</strong> sangue <strong>em</strong> Monte Santo. Na<br />

capa <strong>de</strong> sua tese lê-se a seguinte sentença: Pharmaceutico pela mesma Faculda<strong>de</strong>,<br />

Interno <strong>do</strong>s Hospitais <strong>de</strong> Sangue <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s na expedição Artur Oscar. Vitor<br />

Gonçalves <strong>do</strong>utorou-se com distinção <strong>em</strong> 1898, um ano após a guerra, e sua tese<br />

intitula-se A conservação <strong>do</strong>s gran<strong>de</strong>s traumatismos <strong>do</strong>s m<strong>em</strong>bros.<br />

No transcorrer <strong>do</strong> seu prólogo, Vitor Francisco Gonçalves relatou que ao<br />

concluir o tirocínio acadêmico, não possuía uma soma <strong>de</strong> conhecimento capaz <strong>de</strong><br />

elaborar uma dissertação <strong>de</strong> tamanha importância sobre cirurgia ou medicina e, na<br />

obrigação da tese, resolveu o autor lançar às páginas <strong>do</strong> trabalho algumas consi<strong>de</strong>rações<br />

sobre suas observações no Hospital, mas não revelou o nome <strong>do</strong> estabelecimento.<br />

Dentre suas observações, nada fora comenta<strong>do</strong> sobre suas práticas como auxiliar <strong>do</strong>s<br />

médicos-militares na vila <strong>de</strong> Monte Santo.<br />

A<strong>do</strong>lpho Vianna, test<strong>em</strong>unha ocular já <strong>de</strong>stacada no capítulo anterior, registrou,<br />

<strong>em</strong> sua tese Hygiene nos Hospitaes, que na Bahia não havia hospitais permanentes e<br />

exclusivamente <strong>de</strong>dica<strong>do</strong>s à população acometida por varíola e febre amarela.<br />

Comentou o autor que no ano <strong>de</strong> 1987, isto é, ano da guerra <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s, a epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong><br />

varíola pre<strong>do</strong>minou na capital baiana e apesar <strong>do</strong>s esforços <strong>do</strong> governo Luis Viana, das<br />

secretarias, <strong>do</strong>s médicos e das comissões <strong>de</strong> higiene, parcos foram os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s.<br />

De acor<strong>do</strong> com o <strong>do</strong>utoran<strong>do</strong>, mais sucessos teriam as medidas se ali houvesse um<br />

hospital <strong>de</strong> isolamento b<strong>em</strong> organiza<strong>do</strong> e com um pessoal apto à prestar serviços aos<br />

epidêmicos. 266<br />

266 VIANNA, A<strong>do</strong>lpho. Hygiene <strong>do</strong>s Hospitaes. Ano: 1898. p. 50 e 51. In: AFMB – THESES. Código da<br />

tese: 098 – E.<br />

124


No capítulo V <strong>de</strong> sua dissertação, A<strong>do</strong>lpho Vianna comenta que durante os três<br />

últimos annos <strong>de</strong> tirocínio escholar fequentara com assiduida<strong>de</strong> o Hospital Santa Izabel,<br />

localiza<strong>do</strong> na capital baiana. Embora nada apareça <strong>em</strong> sua tese sobre a Campanha <strong>de</strong><br />

Canu<strong>do</strong>s, transcrev<strong>em</strong>os inúmeros casos <strong>de</strong> transferências <strong>de</strong> militares ao referi<strong>do</strong><br />

hospital que constam nos relatórios <strong>do</strong>s professores da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina naquele<br />

ano <strong>de</strong> 1897, por ex<strong>em</strong>plo, o relatório entregue ao diretor da FMB pelo professor<br />

Fortunato da Silva, lente da disciplina <strong>de</strong> Operações e aparelhos, o médico relatou que:<br />

“sahiram cura<strong>do</strong>s, no dia 4 <strong>do</strong> corrente [set<strong>em</strong>bro], os <strong>do</strong>entes que occuparam os leitos<br />

n. os 14, 52, 62, 71 e hoje <strong>do</strong>us outros, também cura<strong>do</strong>s, que estavam nos leitos n.º 41 e<br />

60. Foi transferi<strong>do</strong> para o hospital <strong>de</strong> Santa Izabel, a fim <strong>de</strong> tratar-se <strong>de</strong> uma afecção<br />

occular, o <strong>do</strong>ente <strong>do</strong> leito n.º 61.” 267 [grifo nosso]<br />

Deo<strong>do</strong>ro Álvares Soares, baiano, filho <strong>de</strong> Joaquina Mame<strong>de</strong> <strong>de</strong> Araújo Soares e<br />

Álvaro Ernestino Soares, cursava a 4ª serie e trabalhara na Enfermaria Kekulé quan<strong>do</strong><br />

irrompeu a quarta expedição ao vilarejo conselheirista. Forma<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1899, apresentara à<br />

Faculda<strong>de</strong> a tese Alguns traços <strong>de</strong> nossa população sob o ponto <strong>de</strong> vista higiênico e<br />

evolucionista. Em suas páginas iniciais, ao estudar os <strong>de</strong>lineamentos étnicos e<br />

antropológicos <strong>do</strong> Brasil, <strong>em</strong>basa<strong>do</strong> na literatura <strong>do</strong> jurista sergipano Silvio Romero 268 ,<br />

Deo<strong>do</strong>ro Soares afirmou que o brasileiro era um ser leviano, mais <strong>de</strong>dica<strong>do</strong> à querela<br />

que propriamente à capacida<strong>de</strong> inventiva; mais lunático que afeito às idéias científicas.<br />

Comentou, ainda, que entre os brasileiros não havia ciência, muitos menos a existência<br />

<strong>de</strong> um célebre Shakespeare ou Goethe... Estávamos então mergulha<strong>do</strong>s no mais<br />

profun<strong>do</strong> universo fantástico e com ouvi<strong>do</strong>s atentos a “mystica ridícula <strong>do</strong> beato<br />

enfermo e fanático.” 269<br />

O século XIX projetara a ciência como responsável pela explicação <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> e<br />

no que concerne ao Brasil, as comunida<strong>de</strong>s científicas seriam as responsáveis por<br />

projetar uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>em</strong>inent<strong>em</strong>ente brasileira e, análogo a isso, lançar um país<br />

mo<strong>de</strong>rno ao cenário internacional, essencialmente europeu. Nos gabinetes <strong>em</strong> que se<br />

discutiam a chamada missão civilizatória da ciência que, <strong>de</strong>ntre outros intelectuais,<br />

inclui a figura <strong>de</strong> Sylvio Romero, havia o consenso <strong>de</strong> que o futuro étnico <strong>do</strong> país<br />

<strong>de</strong>pendia <strong>do</strong>s intelectuais, responsáveis por interpretar a diversida<strong>de</strong> brasileira.<br />

267<br />

AFMB – Caixa Ano 1897: código. 01.07.0574. Maço <strong>do</strong>cumentação referente à Guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s.<br />

268<br />

ROMERO, Sylvio. A Phylosophia no Brasil – ensaio critico. Porto Alegre: Typographia da “Deutche<br />

Zeitung”, 1878.<br />

269<br />

SOARES, Deo<strong>do</strong>ro Álvares. Alguns traços <strong>de</strong> nossa população sob o ponto <strong>de</strong> vista higiênico e<br />

evolucionista. Ano: 1899. In: AFMB – THESES. Código da tese: 099 – E.<br />

125


Estabelecer uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> genuinamente nacional, como já <strong>de</strong>stacamos, era<br />

pauta nos gabinetes <strong>do</strong>s bacharéis da república, não só, mas essencialmente entre as<br />

faculda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> medicina e <strong>de</strong> direito. Dentro <strong>do</strong>s espaços acadêmicos eram<br />

diagnostica<strong>do</strong>s os probl<strong>em</strong>as <strong>do</strong> Brasil e os méto<strong>do</strong>s a ser<strong>em</strong> <strong>em</strong>prega<strong>do</strong>s para que o<br />

país caminhasse <strong>em</strong> direção ao progresso, fosse por b<strong>em</strong> ou por mal.<br />

Entre idiossincráticos, fanáticos, <strong>de</strong>genera<strong>do</strong>s, criminosos e bêba<strong>do</strong>s,... Antonio<br />

Vicente Men<strong>de</strong>s Maciel e seus segui<strong>do</strong>res saíram da caatinga e ganharam as páginas das<br />

dissertações <strong>de</strong> <strong>do</strong>utoramento <strong>de</strong> alguns alunos da faculda<strong>de</strong>. As teses, apesar <strong>de</strong> alguns<br />

forman<strong>do</strong>s a consi<strong>de</strong>rar<strong>em</strong> fastidiosa, se apresentaram como uma outra ferramenta <strong>de</strong><br />

manifestação <strong>do</strong>s estudantes, isto é, um outro espaço <strong>de</strong> produção intelectual, junto com<br />

jornais e outras formas <strong>de</strong> divulgação <strong>de</strong> idéias.<br />

Em alguns casos, os alunos carregaram suas observações e práticas adquiridas<br />

com os feri<strong>do</strong>s da guerra para o campo da história da medicina militar, fez-se ali<br />

pre<strong>do</strong>minar a idéia <strong>de</strong> Roy Porter <strong>em</strong> que “muitos cirurgiões apren<strong>de</strong>ram ou<br />

<strong>de</strong>senvolveram a arte <strong>de</strong> cortar no exército – o campo <strong>de</strong> batalha era, proverbialmente, a<br />

escola <strong>de</strong> cirurgia.” 270<br />

Outros estudantes apontaram que o t<strong>em</strong>po <strong>de</strong>sprendi<strong>do</strong> para trabalho nas<br />

enfermarias, fosse <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s ou <strong>em</strong> Salva<strong>do</strong>r, constitui um <strong>em</strong>pecilho à confecção da<br />

dissertação. Ao analisar as teses e suas teorias supracitadas, ao menos as poucas que<br />

conseguimos transcrever, notamos que, para alguns acadêmicos, Canu<strong>do</strong>s significou um<br />

<strong>do</strong>s vários probl<strong>em</strong>as sociais <strong>em</strong> evidência no final <strong>do</strong> século XIX e, ao mesmo t<strong>em</strong>po,<br />

um <strong>em</strong>pecilho para confecção <strong>do</strong> trabalho <strong>de</strong> conclusão <strong>de</strong> curso.<br />

Perceb<strong>em</strong>os <strong>em</strong> alguns trabalhos supracita<strong>do</strong>s que havia uma tentativa <strong>de</strong> pensar<br />

cientificamente o Brasil, ou melhor, <strong>de</strong>terminar como <strong>de</strong>veria ser socialmente composto<br />

o país sob o manto <strong>de</strong> Cesare Lombro e Enrico Ferri. Escrever um trabalho <strong>de</strong> final <strong>de</strong><br />

curso propon<strong>do</strong> analisar os aspectos sociais que proporcionaram a gênese <strong>do</strong> arraial <strong>de</strong><br />

Canu<strong>do</strong>s, ou seja, latifúndio, s<strong>em</strong>i-escravidão e miséria, o aluno po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>stoar da<br />

or<strong>de</strong>m natural das coisas.<br />

Centenas <strong>de</strong> teses <strong>de</strong> <strong>do</strong>utoramento da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina <strong>de</strong>veriam ser<br />

analisadas para que categoricamente pudéss<strong>em</strong>os apontar um consenso entre os<br />

estudantes que participaram <strong>do</strong> episódio Canu<strong>do</strong>s, tanto os que auxiliaram seus<br />

professores na capital, quanto os que foram à linha <strong>de</strong> fogo. O que conseguimos<br />

270 PORTER, Roy. Das tripas coração – uma breve história da medicina. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Record, 2004.<br />

p. 140.<br />

126


sublinhar é que muitos <strong>do</strong>s acadêmicos <strong>em</strong> processo <strong>de</strong> formatura e outros ainda<br />

inexperientes, propagaram o que havia <strong>de</strong> corrente na literatura científica acerca <strong>do</strong>s<br />

homens e mulheres que viviam no arraial <strong>do</strong> Conselheiro, subscreveram a idéia da<br />

Canu<strong>do</strong>s bárbara. Caminharam os alunos pelas mesmas estradas teóricas <strong>de</strong> seus<br />

professores, se não to<strong>do</strong>s, ao menos alguns. Aliás, qu<strong>em</strong> ali faria o contrário? Se houve,<br />

só ouvin<strong>do</strong> aquelas centenas <strong>de</strong> vozes que ainda carec<strong>em</strong> <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>...<br />

127


CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Des<strong>de</strong> já é aqui cabível frisar que nosso interesse, no <strong>de</strong>curso <strong>de</strong>ste trabalho, foi<br />

estudar a participação da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia no conflito trava<strong>do</strong> no<br />

interior <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> da Bahia. Aqui não preten<strong>de</strong>mos, <strong>em</strong> nenhum momento, estabelecer<br />

comparação ou comentários sobre as práticas tanto <strong>do</strong>s professores quanto <strong>do</strong>s alunos<br />

daquela instituição. Não possuímos nenhuma formação técnica que permita expor<br />

alguma alusão ao assunto. Nosso interesse é extrair o que <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s fora percebi<strong>do</strong><br />

tanto por seus diretores e professores quanto por seus acadêmicos ou no transcorrer da<br />

guerra ou <strong>em</strong> seus anos subsequentes.<br />

No momento <strong>em</strong> que iniciamos nossos estu<strong>do</strong>s ao re<strong>do</strong>r da FMB encontramos<br />

uma bibliografia centrada <strong>em</strong>, basicamente, três focos: (A) a Guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s, ou<br />

melhor, a versão <strong>de</strong> Antonio Vicente Men<strong>de</strong>s Maciel a partir da Medicina Legal <strong>do</strong><br />

professor Raymun<strong>do</strong> Nina Rodrigues, particularmente <strong>em</strong> As collectivida<strong>de</strong> anormaes;<br />

(B) a Faculda<strong>de</strong> a partir o uso intenso <strong>do</strong> aparelho <strong>de</strong> Raio X, aplica<strong>do</strong> aos solda<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />

<strong>front</strong> e (C) narrativas <strong>de</strong> alguns acadêmicos que visitaram o arraial e algumas biografias<br />

a respeito <strong>de</strong>stes mesmos alunos. Nossa pretensão fora a <strong>de</strong> ir um pouco além <strong>de</strong>stes<br />

itens.<br />

A vastidão <strong>do</strong> nosso objeto é tamanha que nossa consciência pesa. Primeiro, para<br />

expandir a visão “médica” que incidiu <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s, seria interessante pesquisar se cada<br />

médico <strong>do</strong> Exército escreveu algum relatório no final <strong>do</strong> combate, ou se compôs uma<br />

versão pessoal sobre o quê encontrara no <strong>front</strong>. Segun<strong>do</strong>, esquadrinhar o que os<br />

professores da FMB escreveram a posteriori, na vida privada, sobre a Campanha, isto é,<br />

penetrar <strong>em</strong> seus arquivos pessoais e, talvez, ler suas cartas, para ao menos lançar mais<br />

luz à m<strong>em</strong>ória <strong>do</strong>s letra<strong>do</strong>s da República. Terceiro, na 3ª expedição enviada a cida<strong>de</strong>la<br />

<strong>do</strong> beato Conselheiro, sob o coman<strong>do</strong> <strong>do</strong> coronel Antonio Moreira César, também havia<br />

uma linha <strong>de</strong> médicos <strong>de</strong>dica<strong>do</strong>s aos feri<strong>do</strong>s e <strong>do</strong>entes <strong>em</strong> Campanha. O que há escrito<br />

sobre eles?<br />

Dentre várias, nossa dissertação <strong>de</strong>ixou as lacunas acima. É, a nosso ver, um<br />

trabalho <strong>em</strong>brionário. Um outro <strong>de</strong>talhe, não conseguimos abordar especificamente a<br />

Faculda<strong>de</strong> a não ser a partir <strong>do</strong> transcorrer da guerra. A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> primeiro<br />

compreen<strong>de</strong>r os caminhos contextuais que levaram a formação <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s e seu<br />

<strong>de</strong>senvolvimento, assim como mostrar a dimensão que tomava o movimento <strong>do</strong><br />

128


Conselheiro no interior <strong>do</strong> sertão foi importante para construirmos algumas linhas sobre<br />

as investidas <strong>do</strong> diretor, vice-diretor, professores, corpo administrativo e discente no<br />

con<strong>front</strong>o.<br />

Ao mesmo t<strong>em</strong>po, notamos que a Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia esteve tanto<br />

na linha <strong>de</strong> fogo quanto <strong>em</strong> Salva<strong>do</strong>r. Apesar <strong>do</strong>s professores não se prontificar<strong>em</strong> <strong>em</strong><br />

marchar <strong>em</strong> direção à mira <strong>do</strong>s mannlinchers e comblains, os alunos se lançaram ao<br />

<strong>front</strong>, talvez por obrigação, promessa, necessida<strong>de</strong> financeira, amor a República, ou<br />

<strong>de</strong>voção à medicina... Aqui somente relacionamos os vestígios.<br />

Ao que nos parece nenhuma das autorida<strong>de</strong>s – fosse o presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />

Moraes, fosse o Exército, fosse o governa<strong>do</strong>r Luis Vianna, muito menos a Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Medicina – imaginavam a proporção que tomaria o combate. A visão <strong>do</strong> litoral, mesmo<br />

que <strong>de</strong>senhada pela vastidão azulada <strong>do</strong> Atlântico, era extr<strong>em</strong>amente limitada, ou seja,<br />

entre os homens da sciencia, poucos enxergavam além <strong>de</strong> seus gabinetes, e se<br />

percebiam algum mun<strong>do</strong> após suas mesas, este mun<strong>do</strong> não cont<strong>em</strong>plava Canu<strong>do</strong>s.<br />

A imersão da Faculda<strong>de</strong> na guerra, <strong>em</strong> nossa opinião, liga-se à escassa percepção<br />

<strong>do</strong> Exército ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> fenômeno Canu<strong>do</strong>s e, igualmente, da ignorância <strong>do</strong> que havia<br />

sobre interior <strong>do</strong> Brasil por parte das autorida<strong>de</strong>s citadinas. Como ressaltamos no<br />

Capítulo II, os <strong>do</strong>utores da Faculda<strong>de</strong> entraram na batalha para saciar um chama<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

Ministério da Guerra, não imaginavam os médicos militares que para o sertão <strong>de</strong>veriam<br />

ser <strong>de</strong>spendi<strong>do</strong>s gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> r<strong>em</strong>édios e pessoal especializa<strong>do</strong> para lidar com<br />

a solda<strong>de</strong>sca. Nos parece que a morte <strong>do</strong> coronel Antonio Moreira César recru<strong>de</strong>sceu<br />

ainda mais o olhar nacional a respeito da resistência conselheirista, mas exist<strong>em</strong><br />

ressalvas, como notamos.<br />

Entre o movimento <strong>do</strong> Hospital <strong>de</strong> Sangue <strong>de</strong> Monte Santo, como aborda<strong>do</strong><br />

anteriormente, 4193 combatentes <strong>de</strong>ram entrada ao hospital, e 3570 foram transferi<strong>do</strong>s<br />

para outras unida<strong>de</strong>s ali por perto ou se <strong>de</strong>slocaram até Salva<strong>do</strong>r, o que quer dizer que<br />

os médicos <strong>do</strong> Exército <strong>de</strong>ram solução a 0,085% das questões <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que por lá<br />

apareceram, s<strong>em</strong> mencionar os <strong>do</strong>utores que <strong>de</strong>sertaram. A Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina foi<br />

chamada para cobrir àquela insuficiência, um erro <strong>de</strong> cálculo.<br />

Os professores da FMB, igualmente, enfrentaram dificulda<strong>de</strong>s materiais, porque<br />

algumas unida<strong>de</strong>s não possuíam sequer leitos para os feri<strong>do</strong>s, cobertores para os <strong>do</strong>entes<br />

<strong>de</strong>ita<strong>do</strong>s pelo chão e, paralelo a isso, o pre<strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> um ambiente insalubre entre<br />

enfermarias. A maior parte <strong>do</strong> suprimento das enfermarias, ao menos os que<br />

verificamos, esteve relacionada às visitas da Comissão <strong>do</strong> Comitê Patriótico da Bahia,<br />

129


cuja função era i<strong>de</strong>ntificar e encaminhar soluções materiais às unida<strong>de</strong>s provisórias da<br />

capital baiana.<br />

A Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia, o governo estadual e fe<strong>de</strong>ral, o Ministério da<br />

Guerra, o Ministério da Justiça, o Ministério da Fazenda... Todas estas instituições não<br />

escaparam a Canu<strong>do</strong>s. A FMB <strong>de</strong>u suporte intelectual à trama anti-Canu<strong>do</strong>s, legitimou<br />

a sciencia na linha <strong>de</strong> fogo, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u a República, mesmo sen<strong>do</strong> integrante <strong>do</strong> último<br />

Esta<strong>do</strong> que a reconheceu, levou alunos ao laboratório que não possuía, mostrou-lhes os<br />

cadáveres e os procedimentos cirúrgicos que apenas estavam nos compêndios à espera<br />

<strong>de</strong> qu<strong>em</strong> os less<strong>em</strong>, os lentes.<br />

Nada se ganha numa guerra a não ser <strong>experiência</strong> <strong>de</strong> não repeti-la; e, na maior<br />

parte das vezes, pairam sombras a ser<strong>em</strong> <strong>de</strong>scortinadas. A <strong>experiência</strong> pela qual passara<br />

a FMB, fosse na capital baiana ou na linha <strong>de</strong> frente, é ainda um campo <strong>em</strong> aberto.<br />

Talvez, <strong>em</strong> mais uma arriscada opinião, não sab<strong>em</strong>os se há uma Faculda<strong>de</strong> antes da<br />

guerra, e outra <strong>de</strong>pois, porque <strong>de</strong>veríamos analisar um mar <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos para<br />

cientificar esta suposição. Mas ninguém ali <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s corre<strong>do</strong>res da Faculda<strong>de</strong> passou<br />

indiferente à t<strong>em</strong>pesta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s.<br />

Observamos que seus alunos, anos <strong>de</strong>pois da permanência no teatro bélico, ainda<br />

comentavam sobre o que presenciaram entre mortos e feri<strong>do</strong>s nas enfermarias. Aliás,<br />

mais teses <strong>de</strong> <strong>do</strong>utoramento percebiam a mancha nacional que <strong>de</strong>ixara o Exército no<br />

arraial <strong>do</strong> Belo Monte. No calor da hora, apareceram os heróis da guerra e a Faculda<strong>de</strong><br />

não se <strong>em</strong>baraçou <strong>em</strong> imortalizá-los <strong>em</strong> platina <strong>em</strong>bl<strong>em</strong>ática. To<strong>do</strong>s, nas com<strong>em</strong>orações<br />

pós-guerra, reuni<strong>do</strong>s no Salão Nobre, falavam <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>, viviam o presente e, qu<strong>em</strong><br />

sabe, projetavam o futuro, agora s<strong>em</strong> uma Canu<strong>do</strong>s, a <strong>de</strong>les, mas outras existiam e<br />

existirão.<br />

Este trabalho nasceu da nossa necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r a Guerra <strong>de</strong><br />

Canu<strong>do</strong>s, sentir sua atmosfera, caminhar pela caatinga e ver mais entre o céu e a terra<br />

que uma gama <strong>de</strong> livros. Foi uma tentativa <strong>de</strong> perceber suas dimensões, e quais as vozes<br />

<strong>de</strong> cada uma <strong>de</strong>las. Provavelmente este trabalho mostre uma das vozes, forneça mais<br />

pluralida<strong>de</strong> às histórias daquela guerra, mas nada mais que isso. As marcas da guerra<br />

ficaram pelas histórias <strong>do</strong>s que lutaram por sua vez no mun<strong>do</strong>, pelas suas escolhas e<br />

crença nas virtu<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s homens.<br />

Portanto, esperamos ter contribuí<strong>do</strong> para a vastidão historiográfica sobre o t<strong>em</strong>a<br />

Canu<strong>do</strong>s, e que a partir <strong>de</strong>stas linhas transcritas, mais interpretações venham suprir<br />

nossos vazios, que mais biografias germin<strong>em</strong>, que mais personagens ganh<strong>em</strong> vez para<br />

130


que as interrogações sejam o fio condutor <strong>de</strong>sta história, imortalizada pela sua<br />

representação à história brasileira, e <strong>de</strong>lineada pela esperança <strong>do</strong>s que caíram no <strong>front</strong>.<br />

131


LISTA DE FONTES<br />

ARQUIVO DA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA<br />

BARBOSA, Antonio Nicanor Martins. Breves consi<strong>de</strong>rações sobre as epi<strong>de</strong>mias. 1897. In:<br />

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JORGE Filho, Adriano Augusto <strong>de</strong> Araújo. Alcoolismo e involução humana – repressão e<br />

prophilaxia <strong>do</strong> alcoolismo (Hygiene social). 1900. In: AFMB – THESES. Código da tese: 100 –<br />

A.<br />

LIVRO DE ACTAS DA CONGREGAÇÃO (1889 – 1897).<br />

REGISTRO DE DIPLOMAS (1897-1904) – Livro 6. Arquivo da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da<br />

Bahia.<br />

SOARES, Deo<strong>do</strong>ro Álvares. Alguns traços <strong>de</strong> nossa população sob o ponto <strong>de</strong> vista hygienico<br />

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VIANNA, A<strong>do</strong>lpho. Hygiene <strong>do</strong>s hospitaes. 1898. In: AFMB – THESES. Código da tese: 098 –<br />

E.<br />

ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DA BAHIA<br />

Seção Republicana – Pacote 2854: Revolução <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s (Relação <strong>do</strong>s oficiais inferiores e<br />

praças feri<strong>do</strong>s <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s).<br />

BIBLIOTECA PÚBLICA DO ESTADO DA BAHIA<br />

ALMEIDA, Felix Gaspar <strong>de</strong> Barros. Secretaria <strong>de</strong> Polícia e Segurança Pública – Relatório<br />

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Imprensa Oficial <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />

132


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137


ANEXOS 271<br />

- Relatórios médicos<br />

- Mapas <strong>de</strong> algumas enfermarias<br />

- Catalogação das teses <strong>de</strong> alguns acadêmicos que participaram da Guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s<br />

- Doenças - glossário<br />

- Mapa da região <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s com a localização <strong>do</strong>s Hospitais <strong>de</strong> Sangue<br />

- os <strong>do</strong>cumentos acima foram separa<strong>do</strong>s por uma folha a cada troca <strong>de</strong> relatório ou mapa<br />

<strong>de</strong> enfermaria<br />

271 Material transcrito <strong>do</strong> AFMB por Alexan<strong>de</strong>r Magnus Silva Pinheiro. Última revisão <strong>em</strong> 4/07/2008.<br />

138


Illustre Cidadão Dr. Director da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina 272<br />

Juncto com este r<strong>em</strong>etto-vos o Mappa <strong>do</strong>s <strong>do</strong>entes entra<strong>do</strong>s e sahi<strong>do</strong>s n’esta<br />

enfermaria <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o dia 6 até 19 <strong>de</strong> Agosto <strong>do</strong> anno vigente, <strong>em</strong> vista <strong>do</strong> qual<br />

verificareis – haver<strong>em</strong> entra<strong>do</strong> até esta data 83 <strong>do</strong>entes e sahi<strong>do</strong> 19; existin<strong>do</strong><br />

atualmente 9 leitos vazios.<br />

Aproveito a opportunida<strong>de</strong> para apresentar-vos os sentimentos <strong>de</strong> súbita<br />

estima e alta consi<strong>de</strong>ração.<br />

Enfermaria à cargo <strong>do</strong> Dr. Fortunato Augusto da Silva Jr., 19<br />

<strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Dr. Fortunato Augusto da Silva Jr.<br />

___________________________________________________________________<br />

Illustre Cidadão Dr. Director da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina<br />

Communico-vos que hoje tiverão altas 2 <strong>do</strong>entes, sen<strong>do</strong> 1 por cura<strong>do</strong> e<br />

outros transferi<strong>do</strong>s para o hospital Santa Isabel.<br />

Há portanto 11 leitos vazios, estan<strong>do</strong> esta Directoria sciente <strong>de</strong> 9 leitos vazios<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> hont<strong>em</strong> por officio com que encaminhava eu o Mappa e 2 por communicação<br />

agora feita.<br />

Aproveito a occasião para apresentar-vos os meus sentimentos <strong>de</strong> súbita<br />

estima.<br />

Bahia e Enfermaria a cargo <strong>do</strong> Dr. Fortunato da Silva Jr, 20 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Dr. Fortunato da Silva.<br />

___________________________________________________________________<br />

Illustre Dr. Director da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina<br />

Communico-vos que hoje vagou-se mais um leito, o sob nº 2, por ter si<strong>do</strong><br />

transferi<strong>do</strong> o <strong>do</strong>ente que o occupava, <strong>em</strong> vista <strong>de</strong> estar ataca<strong>do</strong> <strong>de</strong> varíola.<br />

Bahia, 24 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Dr. Fortunato da Silva.<br />

___________________________________________________________________<br />

Illustre cidadão Dr. Director da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina<br />

272 Arquivo da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia. Caixa 1897 – 01.07.0574. Maço Canu<strong>do</strong>s.<br />

Communico-vos que ten<strong>do</strong> ti<strong>do</strong> alta hoje mais 10 <strong>do</strong>entes por cura<strong>do</strong>s a<br />

enfermaria possue mais 10 leitos vazios.<br />

Bahia, 26 <strong>de</strong> ag. to. <strong>de</strong> 1897.<br />

Dr. Fortunato da Silva.<br />

___________________________________________________________________<br />

Illustre cidadão Dr. Director da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina<br />

Communico-vos que <strong>de</strong>i hont<strong>em</strong> alta por cura<strong>do</strong> a um <strong>do</strong>ente que pcopava o<br />

leito nº.<br />

B a , 28 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Dr. Fortunato da Silva.<br />

___________________________________________________________________<br />

Ill. mo. Snr. Dr. Director da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina<br />

Communico-vos <strong>de</strong>i alta hoje a um <strong>do</strong>ente que occupava o leito nº 3. Foi<br />

cura<strong>do</strong>.<br />

B a , 30 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Dr. Fortunato da Silva.<br />

___________________________________________________________________<br />

Illustre cidadão Dr. Director da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia<br />

Cammunico-vos que tiverão alta hoje os <strong>do</strong>entes que occuparão os leitos 54<br />

e 52, e que portanto há mais estes 2 leitos vazios.<br />

Bahia, 31 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Dr. Fortunato da Silva.<br />

___________________________________________________________________<br />

Communico-vos que sahiram cura<strong>do</strong>s, no dia 4 <strong>do</strong> corrente, os <strong>do</strong>entes que<br />

occuparam os leitos n. os 14, 52, 62, 71 e hoje <strong>do</strong>us outros, também cura<strong>do</strong>s, que<br />

estavam nos leitos n.º 41 e 60. Foi transferi<strong>do</strong> para o hospital <strong>de</strong> Santa Izabel, afim <strong>de</strong><br />

tratar-se <strong>de</strong> uma afecção occular, o <strong>do</strong>ente <strong>do</strong> leito n.º 61.<br />

Bahia, 6 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897.<br />

Dr. Fortunato da Silva.<br />

___________________________________________________________________<br />

139


Illustre cidadão Dr. Director da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina<br />

Surprehen<strong>de</strong>n<strong>do</strong>-me o vosso officio sob n.º 312 <strong>de</strong> hont<strong>em</strong> data<strong>do</strong> solicitan<strong>do</strong><br />

informações sobre os pedi<strong>do</strong>s, feitos por mim e meus distinctos collegas assistentes,<br />

<strong>de</strong> medicamentos ao laboratório pharmaceutico d’esta Faculda<strong>de</strong>, tenho a <strong>de</strong>clararvos<br />

que a excepção menthol e [ilegível] e <strong>de</strong> água <strong>de</strong> Vichy –, que o laboratório não<br />

possuía então, conforme pessoalmente refiro-me o illustra<strong>do</strong> collega que<br />

superinten<strong>de</strong> a pharmácia, fazen<strong>do</strong> <strong>em</strong> mesmo a substituição das substancias<br />

supracitadas, tu<strong>do</strong> mais t<strong>em</strong> servi<strong>do</strong> a nosso contato, feito com a maior perícia e<br />

[ilegível] para esta Enfermaria com a promptidão e brevida<strong>de</strong> possível.<br />

Forçoso é confessar-vos que eu e meus <strong>do</strong>is collegas assistentes assim não<br />

trepidamos <strong>em</strong> <strong>de</strong>clarar que reconhec<strong>em</strong>os como factor importantíssimo para a boa<br />

marcha <strong>do</strong>s trabalhos <strong>de</strong>sta enfermaria e nosso pelo qual s<strong>em</strong>pre se t<strong>em</strong> havi<strong>do</strong> o<br />

laboratório d’esta Faculda<strong>de</strong>.<br />

Aproveito a occasião para apresentar-vos os meus sentimentos <strong>de</strong> súbita<br />

estima.<br />

Bahia, 23 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Dr. Fortunato Silva Jr.<br />

___________________________________________________________________<br />

Ill. mo Snr. D r. Director da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina<br />

De posse <strong>do</strong> vosso officio data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 24 e recebi<strong>do</strong> <strong>em</strong> 27, venho <strong>de</strong>clarar-vos<br />

que, juntamente com os collegas e alunnos que comigo serviram, me tenho retira<strong>do</strong><br />

da enfermaria que acha-se sob a minha direcção e estou prompto para o serviço da<br />

Faculda<strong>de</strong>, ten<strong>do</strong> passa<strong>do</strong> a direcção por vós <strong>de</strong>signa<strong>do</strong>s.<br />

Devo comunicar-vos que to<strong>do</strong>s os <strong>do</strong>entes até então a meu cargo, ficam nas<br />

melhores e mais lisongeiras condições possíveis, folgan<strong>do</strong> <strong>em</strong> <strong>de</strong>clarar-vos que,<br />

durante a minha administração, não tive a registrar felizmente um só caso <strong>de</strong> óbito.<br />

Saú<strong>de</strong> e Fraternida<strong>de</strong>.<br />

Bahia, 30 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897.<br />

Dr. Fortunato da Silva Junior.<br />

Professor <strong>de</strong> Opperações e apparelhos.<br />

___________________________________________________________________<br />

140


Números<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

8<br />

9<br />

10<br />

MAPPA<br />

Enfermaria a cargo <strong>do</strong> Dr. Fortunato Augusto da Silva Junior - Entradas e sahidas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 6 <strong>de</strong> agosto a 19 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1897<br />

Nomes<br />

Silvério Manoel<br />

Ferreira<br />

Gregório Pinto<br />

Ban<strong>de</strong>ira<br />

Antonio José <strong>do</strong>s<br />

Santos<br />

Joaquim Ignacio<br />

Laurin<strong>do</strong><br />

Carlos Magno da<br />

Trinda<strong>de</strong><br />

Francisco Bernar<strong>do</strong><br />

Thomé Francisco<br />

Xavier<br />

Florisbello Luiz <strong>do</strong><br />

Couto<br />

Manoel João <strong>do</strong><br />

Nascimento<br />

Francisco Tertuliano<br />

Batalhão<br />

12<br />

12<br />

32<br />

25<br />

12<br />

30<br />

30<br />

12<br />

12<br />

31<br />

Se<strong>de</strong> <strong>do</strong> Ferimento<br />

(arma <strong>de</strong> fogo)<br />

Região <strong>do</strong>rsal <strong>do</strong> pé<br />

esquer<strong>do</strong><br />

Região anterior da<br />

perna esquerda<br />

Região glútea direita<br />

Região anterior <strong>do</strong><br />

braço esquer<strong>do</strong><br />

Região palpebral<br />

superior esquerda<br />

Região (ilegível)<br />

esquerda<br />

Região tibial posterior<br />

direita<br />

Região (ilegível)<br />

anterior esquerda<br />

Regiões clavicular<br />

esquerda e lateral <strong>do</strong><br />

thorax esquer<strong>do</strong><br />

Região super-scapular<br />

esquerda<br />

Operações<br />

praticadas<br />

Entradas<br />

Agosto 6<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

Sahidas<br />

Agosto<br />

10<br />

//<br />

//<br />

//<br />

Esta<strong>do</strong><br />

Cura<strong>do</strong><br />

//<br />

//<br />

//<br />

Observações<br />

Transferi<strong>do</strong> para o Hospital <strong>de</strong><br />

Santa Isabel para fazer<br />

tratamento da affecção <strong>do</strong><br />

globo ocular<br />

141


Números<br />

11<br />

12<br />

13<br />

14<br />

15<br />

16<br />

17<br />

18<br />

19<br />

20<br />

Nomes<br />

Marcos Gomes <strong>do</strong>s<br />

Santos<br />

Manoel <strong>de</strong> Sant’Anna<br />

Francisco Philippe <strong>de</strong><br />

Lima<br />

José Alves <strong>de</strong> Lima<br />

João Ribeiro Campos<br />

<strong>do</strong> Rego<br />

Manoel <strong>de</strong> Freitas<br />

Azeve<strong>do</strong><br />

Anísio Manoel <strong>de</strong><br />

Souza<br />

Prudêncio Amaro<br />

Mace<strong>do</strong><br />

João Baptista Correa<br />

José Firmino <strong>de</strong><br />

Sant’Anna<br />

Batalhão<br />

31<br />

31<br />

25<br />

25<br />

25<br />

25<br />

12<br />

31<br />

5<br />

32<br />

Se<strong>de</strong> <strong>do</strong> Ferimento<br />

(arma <strong>de</strong> fogo)<br />

Regiões peitoral direita<br />

e branquial interna<br />

direita<br />

Região scapular direita<br />

Região brachial<br />

posterior esquerda<br />

Região antero-externa<br />

da perna esquerda<br />

Regiões anteriores da<br />

coxa esquerda e braço<br />

direito<br />

Regiões lateral <strong>do</strong><br />

thorax esquer<strong>do</strong> e<br />

<strong>do</strong>rsal direito<br />

Região brachial<br />

posterior direita<br />

Braço direito, abdômen<br />

e mão esquerda<br />

Região brachial<br />

anterior direita com<br />

fractura<br />

Região maxilar inferior<br />

direita e fistular<br />

Operações<br />

praticadas<br />

Abertura <strong>de</strong> 2 focos da<br />

região antero posterior<br />

<strong>do</strong> cotovello direito e<br />

(ilegível) <strong>de</strong> fístula da<br />

região antero externa<br />

<strong>do</strong> antebraço direito<br />

Abertura <strong>de</strong> foco<br />

purulento no braço<br />

Entradas<br />

Agosto 6<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

Sahidas<br />

Agosto<br />

Agosto<br />

17<br />

Agosto<br />

17<br />

Esta<strong>do</strong><br />

Cura<strong>do</strong><br />

Cura<strong>do</strong><br />

Observações<br />

Rheumatismo articular e<br />

muscular<br />

142


Números<br />

21<br />

22<br />

23<br />

24<br />

25<br />

26<br />

27<br />

28<br />

29<br />

30<br />

Nomes<br />

Francisco Salles <strong>de</strong><br />

Oliveira<br />

Antonio Heleo<strong>do</strong>ro<br />

<strong>do</strong>s Santos Passos<br />

João Santo <strong>de</strong><br />

Menezes<br />

Manoel Alves<br />

Cavalcanti<br />

Alcasíbar Medina<br />

Hosper<br />

Manoel Agostinho <strong>do</strong>s<br />

Santos<br />

Sebastião Alves <strong>de</strong><br />

Men<strong>do</strong>nça<br />

José Fortunato da<br />

Silva<br />

Manoel Pereira<br />

Bastos<br />

João Philippe <strong>do</strong>s<br />

Santos<br />

Batalhão<br />

34<br />

14<br />

30<br />

35<br />

5<br />

33<br />

25<br />

27<br />

9<br />

5<br />

Se<strong>de</strong> <strong>do</strong> Ferimento<br />

(arma <strong>de</strong> fogo)<br />

Região braquial<br />

anterior direita<br />

Região externa da<br />

perna<br />

Região maxilar inferior<br />

direita com fractura e<br />

fístula<br />

Região <strong>de</strong>ltoidiana<br />

esquerda<br />

Região anterior <strong>do</strong><br />

thorax direito e fistula<br />

Regiões clavicular<br />

esquerda e a lateral <strong>do</strong><br />

thorax esquer<strong>do</strong><br />

Região portero-externa<br />

<strong>do</strong> ante-braço direito<br />

Fractura com calo<br />

vicia<strong>do</strong> <strong>do</strong> radius<br />

esquer<strong>do</strong> e ferimento<br />

da região anterior <strong>do</strong><br />

braço<br />

Fractura dupla <strong>do</strong> antebraço<br />

esquer<strong>do</strong><br />

complicada.<br />

Fractura consolidada<br />

<strong>do</strong> braço direito e<br />

ankylose <strong>do</strong> cotovello<br />

Operações<br />

praticadas<br />

Extração <strong>de</strong> bala<br />

manulicher na região<br />

anterior <strong>do</strong> braço,<br />

abaixo <strong>do</strong> biceps<br />

Extração <strong>de</strong> bala<br />

manulicher na região<br />

lateral esquerda <strong>do</strong><br />

thorax<br />

Extração <strong>de</strong> bala <strong>de</strong><br />

Manulicher na região<br />

lateral <strong>do</strong> thorax<br />

esquer<strong>do</strong><br />

Entradas<br />

Agosto 6<br />

Agosto<br />

14<br />

Agosto 6<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

Sahidas<br />

Agosto<br />

17<br />

Agosto<br />

Esta<strong>do</strong><br />

Cura<strong>do</strong><br />

Observações<br />

143


Números<br />

31<br />

32<br />

33<br />

34<br />

35<br />

36<br />

37<br />

38<br />

39<br />

40<br />

41<br />

Nomes<br />

Francisco José <strong>de</strong><br />

Andra<strong>de</strong><br />

Manoel Francisco<br />

Mattos<br />

Leandro Macha<strong>do</strong><br />

Manoel Alves <strong>de</strong><br />

Albuquerque<br />

Hermin<strong>do</strong> Alves <strong>de</strong><br />

Souza<br />

João Manoel <strong>do</strong>s<br />

Santos<br />

José Laurentino<br />

Accioli<br />

Phila<strong>de</strong>lpho Luca <strong>de</strong><br />

Fontoura<br />

Olympio Bezerra Lima<br />

João Baptista Dutra<br />

Antonio Manoel<br />

Francisco<br />

Batalhão<br />

30<br />

31<br />

30<br />

9<br />

9<br />

14<br />

1<br />

30<br />

12<br />

9<br />

25<br />

Se<strong>de</strong> <strong>do</strong> Ferimento<br />

(arma <strong>de</strong> fogo)<br />

Regiões <strong>do</strong>rsal e<br />

palmar esquerdas<br />

Regiões posterior <strong>do</strong><br />

thorax esquer<strong>do</strong> e<br />

lateral <strong>do</strong> direito<br />

Região geniana<br />

esquerda<br />

Regiões da nuca e<br />

posterior da perna<br />

direita<br />

Flanco direito<br />

Região (ilegível)<br />

anterior esquerda e<br />

cotovello esquer<strong>do</strong><br />

Regiões glútea e<br />

(ilegível) externa direita<br />

Região <strong>do</strong>rsal <strong>do</strong> pé<br />

esquer<strong>do</strong><br />

Região tibial anterior<br />

direita<br />

Região super-scapular<br />

direita<br />

Palex direito<br />

Operações<br />

praticadas<br />

Abertura <strong>de</strong> um foco<br />

na região <strong>do</strong>rsal <strong>do</strong> pé<br />

esquer<strong>do</strong><br />

Extração <strong>de</strong> bala<br />

manulicher na região<br />

anterior da perna<br />

direita<br />

Extracção <strong>de</strong> bala<br />

manulicher na região<br />

lateral direita <strong>do</strong> thorax<br />

Extração <strong>de</strong> chumbo<br />

na região <strong>do</strong>rsal da<br />

mão direita<br />

Entradas<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

Agosto 6<br />

Sahidas<br />

Agosto<br />

19 (+)<br />

Esta<strong>do</strong><br />

Observações<br />

Transferi<strong>do</strong> para o Arsenal<br />

por castigo<br />

144


Números<br />

42<br />

43<br />

44<br />

45<br />

46<br />

47<br />

48<br />

49<br />

50<br />

51<br />

52<br />

53<br />

Nomes<br />

? da Costa Martins<br />

Antonio Rafael<br />

Borges<br />

Antonio Cal<strong>de</strong>ira<br />

Marinho<br />

João Estevão<br />

Octaviano Martins<br />

L<strong>em</strong>os<br />

José Hygino <strong>de</strong><br />

Souza<br />

Ignácio Antonio <strong>de</strong><br />

Freitas Lyra<br />

Pedro Rochin <strong>de</strong><br />

Moura<br />

Antonio Ferreira da<br />

Silva<br />

Pedro <strong>do</strong>s Santos da<br />

Silva<br />

Luiz Gonzaga da<br />

Costa<br />

Antonio Salustiano<br />

Pereira<br />

Batalhão<br />

25<br />

5<br />

30<br />

32<br />

31<br />

31<br />

32<br />

25<br />

14<br />

30<br />

16<br />

33<br />

Se<strong>de</strong> <strong>do</strong> Ferimento<br />

(arma <strong>de</strong> fogo)<br />

In<strong>de</strong>x direito<br />

Região anti-braquial<br />

posterior direita<br />

Região infra-hysi<strong>de</strong>a<br />

Região antero-externa<br />

da perna esquerda<br />

Região <strong>do</strong>rsal <strong>do</strong> pé<br />

direito<br />

Região facial direita e<br />

labial esquerda<br />

Região <strong>do</strong>rsal <strong>do</strong> pé<br />

esquer<strong>do</strong><br />

Região anterior <strong>do</strong><br />

ante-braço direito<br />

Regiões postero-lateral<br />

<strong>do</strong> thorax direito e<br />

brachial anterior direita<br />

Região scapular<br />

esquerda<br />

Região (ilegível)<br />

interna e politéa<br />

esquerda<br />

Região <strong>do</strong>rsal da mão<br />

direita<br />

Operações<br />

praticadas<br />

Entradas<br />

Agosto 6<br />

Agosto 6<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

Sahidas<br />

Agosto<br />

15<br />

Agosto<br />

15<br />

Agosto<br />

18<br />

Agosto<br />

17<br />

Agosto<br />

19<br />

Esta<strong>do</strong><br />

Cura<strong>do</strong><br />

Cura<strong>do</strong><br />

Cura<strong>do</strong><br />

Cura<strong>do</strong><br />

Cura<strong>do</strong><br />

Observações<br />

145


Números<br />

54<br />

55<br />

56<br />

57<br />

58<br />

59<br />

60<br />

61<br />

62<br />

63<br />

64<br />

65<br />

Nomes<br />

Benjamim Martins<br />

Monteiro<br />

Cl<strong>em</strong>ente Ferreira da<br />

Silva<br />

Fernan<strong>do</strong> <strong>de</strong> Pinho<br />

Oliveira<br />

Sebastião Tavares<br />

Bastos<br />

João Ferreira Lima<br />

José Antonio <strong>de</strong><br />

Olivera<br />

José Maria <strong>de</strong><br />

Andra<strong>de</strong><br />

José Ignácio Ramos<br />

Raymun<strong>do</strong> Ferreira<br />

da Silva<br />

Francisco Domingos<br />

<strong>do</strong> Nascimento<br />

Manoel João<br />

Francisco <strong>do</strong>s Santos<br />

Thiago <strong>de</strong> Oliveira<br />

Batalhão<br />

33<br />

1<br />

16<br />

5<br />

30<br />

12<br />

12<br />

12<br />

125<br />

25<br />

31<br />

25<br />

Se<strong>de</strong> <strong>do</strong> Ferimento<br />

(arma <strong>de</strong> fogo)<br />

Região anterior <strong>do</strong><br />

braço direito<br />

Regiões infra-clavicular<br />

esquerda e infrascapular<br />

esquerda<br />

Regiões (ilegível)<br />

posterior direita e<br />

anterior esquerda<br />

Regiões <strong>de</strong>ltoidiana<br />

direita, brachial<br />

posterior direita e<br />

t<strong>em</strong>poral direita<br />

Região posteriorexterna<br />

da perna<br />

direita<br />

Região super-clavicular<br />

direita<br />

Regiões brachial<br />

anterior e anti-brachial<br />

externa esquerda<br />

Regiões superclavicular<br />

e superscapular<br />

esquerdas<br />

Regiões geniana<br />

esquerda e t<strong>em</strong>poral<br />

esquerda<br />

Região scapulohumeral<br />

Região hypoth<strong>em</strong>ar<br />

esquerda<br />

Região tibial anteroposterior<br />

Operações<br />

praticadas<br />

Abertura <strong>de</strong> foco<br />

purulento no períneo<br />

Entradas<br />

//<br />

Agosto 6<br />

//<br />

//<br />

Agosto<br />

14<br />

Agosto 6<br />

//<br />

Agosto<br />

14<br />

Agosto 6<br />

//<br />

//<br />

//<br />

Sahidas<br />

Esta<strong>do</strong><br />

Observações<br />

Arterio-sclerose e cirrhose.<br />

Hipertrofia <strong>do</strong> fíga<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

natureza alcoólica<br />

146


Números<br />

66<br />

67<br />

68<br />

69<br />

70<br />

71<br />

72<br />

73<br />

74<br />

75<br />

76<br />

77<br />

Nomes<br />

José Amâncio da<br />

Silva<br />

Alfre<strong>do</strong> Francisco das<br />

Chagas<br />

Severo Raymun<strong>do</strong> da<br />

Silva<br />

José Ferreira da Silva<br />

José Antonio <strong>de</strong><br />

L<strong>em</strong>os<br />

Ângelo Victor<br />

Delphino Vieira <strong>do</strong><br />

Nascimento<br />

Galdino Pereira <strong>de</strong><br />

Castro<br />

João Antonio da Silva<br />

Antonio Fabrício<br />

Gomes <strong>do</strong>s Santos<br />

Francisco José<br />

Damasceno<br />

Raphael Ferreira da<br />

Silva<br />

Batalhão<br />

12<br />

30<br />

9<br />

7<br />

31<br />

31<br />

32<br />

35<br />

30<br />

30<br />

12<br />

31<br />

Se<strong>de</strong> <strong>do</strong> Ferimento<br />

(arma <strong>de</strong> fogo)<br />

Regiões superhypidiana<br />

esquerda e<br />

(ilegível) direita<br />

Região externa da<br />

perna direita<br />

Região (ilegível)<br />

posterior esquerda<br />

Região (ilegível)<br />

posterior direita<br />

Thorax<br />

Região tibial posterior<br />

direita<br />

Região occipital e<br />

polex? direito<br />

Regiões superclavicular<br />

e infrascapular<br />

direitas<br />

Regiões peitoral e<br />

<strong>do</strong>rsal direitas<br />

Regiões superscapular<br />

Região plantar<br />

esquerda<br />

(+)<br />

Operações<br />

praticadas<br />

Abertura <strong>de</strong> abscesso<br />

no períneo e<br />

<strong>de</strong>sbridamento <strong>de</strong><br />

fístula <strong>do</strong> polex direito<br />

Entradas<br />

Agosto 6<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

Sahidas<br />

Agosto<br />

17<br />

Agosto<br />

15<br />

Agosto<br />

15<br />

Agosto<br />

19<br />

Agosto<br />

19<br />

Esta<strong>do</strong><br />

Cura<strong>do</strong><br />

Cura<strong>do</strong><br />

Cura<strong>do</strong><br />

Cura<strong>do</strong><br />

Cura<strong>do</strong><br />

Observações<br />

(+) Impaludismo e<br />

rheumatismo<br />

147


Números<br />

78<br />

79<br />

80<br />

81<br />

82<br />

83<br />

Nomes<br />

Viríssimo Felix <strong>de</strong><br />

Moura Oliveira<br />

Onofre José<br />

Rodrigues<br />

Alves <strong>de</strong> Oliveira<br />

João Francisco <strong>do</strong><br />

Nascimento<br />

Vicente Ferreira<br />

Oscar <strong>de</strong> Araújo<br />

Batalhão<br />

Observação – a enfermaria só t<strong>em</strong> 73 leitos.<br />

35<br />

15<br />

32<br />

40<br />

30<br />

30<br />

Se<strong>de</strong> <strong>do</strong> Ferimento<br />

(arma <strong>de</strong> fogo)<br />

Regiões <strong>de</strong>ltoidiana<br />

esquerda e infraclavicular<br />

direita<br />

Região crural anterointerna<br />

direita<br />

Região crural posterior<br />

esquerda<br />

Regiões superscapulares<br />

(+)<br />

(+)<br />

Operações<br />

praticadas<br />

Entradas<br />

//<br />

Agosto<br />

16<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

Sahidas<br />

Esta<strong>do</strong><br />

Observações<br />

(+) Ulcerações syphiliticas<br />

da perna<br />

(+) Rheumatismo<br />

Bahia, 19 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Dr. Fortunato da Silva Junior<br />

148


Enfermaria Cl. Bernard, 6 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1897 273<br />

Ill mo e Ex mo Snr.<br />

Communico a VEx. cia. que falleceu ante-hont<strong>em</strong> nesta Enfermaria, <strong>de</strong> febre<br />

biliosa, o solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 40 Batalhão <strong>de</strong> Infantaria José <strong>do</strong>s Santos Moraes, e que entrou<br />

para a mesma Enfermaria no dia 9 <strong>de</strong> Agosto ultimo, com um ferimento por bala<br />

Manulicher na região costo-clavicular esquerda, ten<strong>do</strong> o projecctil fractura<strong>do</strong> a<br />

clavícula e a segunda costella, cujo corpo atravessou <strong>de</strong> la<strong>do</strong> a la<strong>do</strong>, e penetra<strong>do</strong> no<br />

interior da cavida<strong>de</strong> thoraxica, conforme consta <strong>do</strong> mappa que tive a occazião <strong>de</strong><br />

r<strong>em</strong>eter a VEx. cia .<br />

Des<strong>de</strong> sua entrada para esta Enfermaria o <strong>do</strong>ente apresentou alguns<br />

acci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> impaludismo chronico, que a 4 dias <strong>de</strong>ram lugar a explosão <strong>de</strong> [ilegível]<br />

biliozos francos, que o levaram a sepultura.<br />

A autopsia, que foi por mim feita <strong>em</strong> companhia <strong>de</strong> meu illustre collega Dr.<br />

Gonçalo Muniz, auxilia<strong>do</strong> pelos internos Almerin<strong>do</strong> Bacellar, Eustáchio <strong>de</strong> Carvalho,<br />

Luiz Pedro e Mesquita Junior, conforme o diagnóstico, n<strong>em</strong> só <strong>em</strong> relação as lesões<br />

<strong>do</strong> ferimento, como ainda <strong>em</strong> relação a moléstia <strong>de</strong> que foi victima<strong>do</strong> o referi<strong>do</strong><br />

solda<strong>do</strong>.<br />

As lezões encontradas ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> ferimento foram as seguintes: fractura da<br />

chlavicula e da 2ª costella, ten<strong>do</strong> o projectil atravessa<strong>do</strong> <strong>do</strong> corpo d’esta e se aloja<strong>do</strong><br />

na cavida<strong>de</strong> pleural, no ponto correspon<strong>de</strong>nte a parte media da face posterior <strong>do</strong><br />

tronco, aon<strong>de</strong> foi encontra<strong>do</strong>. O pulmão e a pleura nada offereciam <strong>de</strong> notável,<br />

encontran<strong>do</strong>-se apenas nesta ultima algumas falas m<strong>em</strong>branas na área<br />

correspon<strong>de</strong>nte a situação <strong>do</strong> projectil.<br />

Pelo exame da cavida<strong>de</strong> ab<strong>do</strong>minal, foram encontra<strong>do</strong>s o fíga<strong>do</strong> e o baço<br />

[ilegível] e enorm<strong>em</strong>ente <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s e b<strong>em</strong> assim to<strong>do</strong>s os líqui<strong>do</strong>s orgânicos<br />

impregna<strong>do</strong>s <strong>de</strong> bílis. Esta ultima [ilegível], estan<strong>do</strong> <strong>em</strong> pleno acor<strong>do</strong> com a<br />

symptomatologia da moléstia nestes últimos dias, e não po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a lesão pleural, pela<br />

sua pequena extensão e grão <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong>, ter si<strong>do</strong> a causal <strong>do</strong> sofrimento <strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>ente nos últimos dias, é o que nos leva a afirmar que o diagnóstico <strong>de</strong> febre biliosa,<br />

feito, foi sanciona<strong>do</strong> pelo exame cadavérico.<br />

Ill mo e Ex mo Sr. Dr. Director<br />

Dng mo Director da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina<br />

Dr. Manoel José <strong>de</strong> Araújo<br />

Director <strong>do</strong> Serviço<br />

___________________________________________________________________<br />

Laboratório <strong>de</strong> Phisiologia, na Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina, 30 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897<br />

273 Arquivo da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia. Caixa 1897 – 01.07.0574. Maço Canu<strong>do</strong>s.<br />

Ill mo e Ex mo Sr.<br />

Cumpro o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> communicar a VEx. cia. , que nesta data foram transferi<strong>do</strong>s<br />

para outra enfermaria os 5 (cinco) <strong>do</strong>entes restantes <strong>em</strong> tratamento n’esta; pelo que<br />

acha-se o salão d’este laboratório completamente <strong>de</strong>s<strong>em</strong>baraça<strong>do</strong> para o serviço das<br />

aulas, conforme o disposto no officio ultimo a mim dirigi<strong>do</strong> por VEx. cia. , e ao qual<br />

respon<strong>do</strong>.<br />

Brev<strong>em</strong>ente terei occasião <strong>de</strong> r<strong>em</strong>etter a VEx. cia. , uma mappa <strong>de</strong>monstrativo<br />

<strong>do</strong> movimento d’esta enfermaria com todas as <strong>de</strong>clarações indispensáveis ao<br />

conhecimento exacto da natureza <strong>do</strong>s ferimentos e das moléstias <strong>do</strong>s <strong>do</strong>entes que<br />

estiverão entregues aos meus cuida<strong>do</strong>s, e b<strong>em</strong> assim os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s.<br />

Apenas um óbito tiv<strong>em</strong>os a registrar nos 29 <strong>do</strong>entes que aqui <strong>de</strong>rão entrada,<br />

<strong>do</strong> qual VEx. cia. já teve conhecimento <strong>em</strong> officio por mim dirigi<strong>do</strong>, relatan<strong>do</strong> as<br />

condições especiais <strong>do</strong> <strong>do</strong>ente.<br />

Ao terminar, permitto V. Ex. cia. que por minha parte apresente sinceros<br />

agra<strong>de</strong>cimentos pela promptidão, com que s<strong>em</strong>pre atendi as solicitações feitas <strong>em</strong><br />

b<strong>em</strong> <strong>do</strong> serviço da enfermaria a meu cargo.<br />

Ill mo e Ex mo Sr. Dr. Antonio Pacifico Pereira<br />

Dng mo Professor e Director da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina<br />

Dr. Manoel José d’Araújo<br />

Professor <strong>de</strong> Physiologia<br />

___________________________________________________________________<br />

Laboratório <strong>de</strong> Physiologia da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia <strong>em</strong> 3 <strong>de</strong><br />

nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897<br />

Ill mo e Ex mo Snr.<br />

Cumpro hoje o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> apresentar a V.Ex.<br />

149<br />

cia. – o incluso mappa <strong>do</strong>s <strong>do</strong>entes<br />

entra<strong>do</strong>s para a Enfermaria, cuja direção me foi por V.Ex. cia. confiada <strong>em</strong> 9 <strong>de</strong> agosto<br />

<strong>do</strong> corrente anno.<br />

Por elle se po<strong>de</strong>rá ajuizar <strong>do</strong> movimento da mesma enfermaria relativo<br />

ao numero <strong>de</strong> <strong>do</strong>entes entra<strong>do</strong>s <strong>em</strong> dias diferentes, natureza <strong>do</strong>s ferimentos<br />

recebi<strong>do</strong>s, moléstias adquiridas, e outras circunstancias mais, cujo conhecimento<br />

julguei <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> consignar.<br />

Dos 29 <strong>do</strong>entes entra<strong>do</strong>s <strong>em</strong> tratamento, retirarão-se <strong>em</strong> dias<br />

diversos, 23 completamente restabeleci<strong>do</strong>s, passarão 5 para outra enfermaria <strong>em</strong> 30<br />

<strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro, in<strong>do</strong> 3 quase restabeleci<strong>do</strong>s e 2, que soffrião <strong>de</strong> moléstias incuráveis,<br />

como a tuberculose <strong>em</strong> um e no outro a cardio-scleroze, <strong>em</strong> esta<strong>do</strong> serio e grave.<br />

Infelizmente tiv<strong>em</strong>os a lamentar a morte <strong>de</strong> um <strong>do</strong>ente, por nome José<br />

Francisco <strong>de</strong> Moraes, occorrida <strong>em</strong> 4 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro, por circunstancias que <strong>em</strong> officio


anterior, foi minuciosamente relata<strong>do</strong> a V.Ex. cia. – foi o único óbito a registrar d’entre os<br />

<strong>do</strong>entes que tive aos meus cuida<strong>do</strong>s, alguns <strong>do</strong>s quaes tiverão o esta<strong>do</strong> local e geral<br />

bastante comprometti<strong>do</strong>s por ferimentos graves e moléstias sérias.<br />

Permitta V.Ex. cia. , que aqui consigne os nomes <strong>do</strong> meu digno<br />

auxiliar Dr. Gonçalo Muniz Sodré <strong>de</strong> Araújo e <strong>do</strong>s alunnos = Eustachio Daniel <strong>de</strong><br />

Carvalho, Almerin<strong>do</strong> Bacellar, Luiz Pedro Pereira <strong>de</strong> Souza, Manoel Pereira <strong>de</strong><br />

Mesquita Jr., que tornaram-se dignos <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o louvor, haven<strong>do</strong> a cada um d’elles<br />

dirigin<strong>do</strong> uma carta officio, <strong>em</strong> que expressava o meu reconhecimento pelos<br />

importantes serviços presta<strong>do</strong>s à causa nobre, que levou-nos a transformar os salões<br />

<strong>de</strong> nossas conferencias scientificas <strong>em</strong> enfermarias <strong>de</strong> feri<strong>do</strong>s.<br />

Folgo <strong>em</strong> <strong>de</strong>clarar que a patriótica direcção <strong>de</strong> V.Ex. cia. na organização <strong>do</strong><br />

serviço hospitalar acadêmico, que a to<strong>do</strong>s surprehen<strong>de</strong>o pela rapi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> sua<br />

installação e correcção, se <strong>de</strong>ve <strong>em</strong> parte a brilhantes resulta<strong>do</strong>s colhi<strong>do</strong>s nesta e <strong>em</strong><br />

outras enfermarias, pois a attitu<strong>de</strong> tomada e activida<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvida por V.Ex. cia. ,<br />

seguidas <strong>de</strong> provi<strong>de</strong>ncias promptas e acertadas no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> satisfazer as multyplas<br />

solicitações e numerozas exigências feitas e b<strong>em</strong> <strong>do</strong> serviço e trabalho d’um hospital,<br />

quase <strong>de</strong> sangue, não podia <strong>de</strong>ixar-se <strong>de</strong> contribuir para o resulta<strong>do</strong> explendi<strong>do</strong> obti<strong>do</strong>.<br />

Por minha parte, summamente<br />

reconheci<strong>do</strong> a distinção com que me honrou, entregan<strong>do</strong>-me a direção d’uma das<br />

referidas enfermarias, cumpro o ultimo <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> apresentar a V.Ex. cia. os meus<br />

sinceros agra<strong>de</strong>cimentos, com a conzciencia por<strong>em</strong> segura <strong>de</strong> não haver um só<br />

momento <strong>de</strong>smereci<strong>do</strong> da confiança tão generosamente <strong>em</strong> mim <strong>de</strong>positada.<br />

Julgo ter respondi<strong>do</strong> com o presente o ultimo officio <strong>de</strong> V.<br />

Ex cia. , data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro, cujos termos muito penhorarão a mim e aos meus<br />

dignos auxiliares <strong>de</strong> trabalho.<br />

Ill mo e Ex mo Sr. Dr. Antonio Pacifico Pereira<br />

Dng mo Director da Faculda<strong>de</strong><br />

Dr. Manoel José d’Araújo<br />

150


Enfermaria Cl. Bernard (Laboratório <strong>de</strong> Physiologia) à cargo <strong>do</strong> Dr. Manoel José d’Araújo 274<br />

aberta <strong>em</strong> 9 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1897<br />

Nº Nomes Batalhões Ferimentos e Moléstias Observações<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

Romual<strong>do</strong> Antonio <strong>de</strong> Oliveira,<br />

par<strong>do</strong>, 20 annos, solteiro, natural <strong>do</strong><br />

Pará, filho <strong>de</strong> João Onofre Ramos<br />

Fernan<strong>do</strong> Mario <strong>de</strong> Carvalho,<br />

caboclo, 20 annos, solteiro, natural<br />

<strong>do</strong> Pará, filho <strong>de</strong> João Mario <strong>de</strong><br />

Carvalho<br />

José Francisco <strong>do</strong> Nascimento,<br />

par<strong>do</strong>, 20 annos, solteiro, natural <strong>de</strong><br />

Pernambuco, filho <strong>de</strong> Francisco José<br />

<strong>do</strong> Nascimento<br />

João Augusto <strong>de</strong> Souza, par<strong>do</strong>, 17<br />

annos, solteiro, natural da Capital<br />

Fe<strong>de</strong>ral, filho <strong>de</strong> Carlos Augusto <strong>de</strong><br />

Souza<br />

José Luiz da Silva, par<strong>do</strong>, 18 annos,<br />

solteiro, natural <strong>de</strong> Sergipe, filho <strong>de</strong><br />

José Luiz<br />

Eduar<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Santos Pereira, branco,<br />

24 annos, solteiro, natural <strong>de</strong><br />

Pernambuco, filho <strong>de</strong> André Dias<br />

Pereira<br />

João Pinto <strong>do</strong>s Santos, preto, 26<br />

annos, viúvo, natural da Bahia<br />

Solda<strong>do</strong> da 1ª Companhia<br />

<strong>do</strong> 4º <strong>de</strong> Infantaria<br />

Cabo da 2ª Companhia <strong>do</strong><br />

4º <strong>de</strong> infantaria<br />

Cabo da 3ª Compnahia <strong>do</strong><br />

27 <strong>de</strong> Infantaria<br />

Solda<strong>do</strong> da 1ª Companhia<br />

<strong>do</strong> 24 <strong>de</strong> Infantaria<br />

Solda<strong>do</strong> da 4ª Companhia<br />

<strong>do</strong> 26 <strong>de</strong> Infantaria<br />

Solda<strong>do</strong> da 2ª Companhia<br />

<strong>do</strong> 14 <strong>de</strong> Infantaria<br />

Solda<strong>do</strong> da 4ª Companhia<br />

<strong>do</strong> 30 <strong>de</strong> Infantaria<br />

Ferimento por bala Manulicher – na face interna <strong>do</strong><br />

terço inferior da coxa direita, não penetran<strong>do</strong> o<br />

projectil, por<strong>em</strong> causan<strong>do</strong> gran<strong>de</strong> escoriação e<br />

dilaceração <strong>do</strong>s teci<strong>do</strong>s molles correspon<strong>de</strong>ntes.<br />

Ferimento por bala Manulicher – haven<strong>do</strong> o projectil<br />

penetra<strong>do</strong> pela face interior <strong>do</strong> abdômen e sahi<strong>do</strong> pela<br />

face posterior da ná<strong>de</strong>ga direita, s<strong>em</strong> lesão <strong>do</strong>s órgãos<br />

ab<strong>do</strong>minaes, porém com dilaceração <strong>do</strong>s teci<strong>do</strong>s, que<br />

<strong>de</strong>ram passag<strong>em</strong> ao referi<strong>do</strong> projectil.<br />

Duplo ferimento penetrante por bala Manulicher –<br />

haven<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s projectis atravessa<strong>do</strong> a mão direita,<br />

obliquamente <strong>de</strong> seu bor<strong>do</strong> interno à face palmar, com<br />

dilaceração <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os teci<strong>do</strong>s molles e <strong>do</strong> 5º<br />

metacarpiano; e o outro atravessa<strong>do</strong> as partes molles da<br />

espa<strong>do</strong>a direita <strong>de</strong> cima para baixo e <strong>de</strong> fora para<br />

<strong>de</strong>ntro s<strong>em</strong> lezão <strong>de</strong> osso. Abscessos consecutivos ao<br />

ferimento da mão, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> os mesmos abertos com<br />

resulta<strong>do</strong>s.<br />

Abscesso quente na região parotidiana direita,<br />

esten<strong>de</strong>n<strong>do</strong>-se a quase toda região cervical <strong>do</strong> mesmo<br />

la<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> a operação feita com o melhor resulta<strong>do</strong>.<br />

Ferimento por bala Manulicher – haven<strong>do</strong> o projectil<br />

penetra<strong>do</strong> pela parte superior da face anterior <strong>do</strong><br />

thoraxe, la<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong>, e sahi<strong>do</strong> pela parte inferior da<br />

face posterior, s<strong>em</strong> lezão <strong>do</strong> pulmão respectivo e das<br />

costellas correspon<strong>de</strong>ntes.<br />

S<strong>em</strong> ferimento. Febre typho-malarica <strong>de</strong> fórma<br />

adynamica.<br />

Ferimento por bala Combalin – ten<strong>do</strong> o projectl<br />

<strong>de</strong>struí<strong>do</strong> quase toda a phalangeta <strong>do</strong> <strong>de</strong><strong>do</strong> médio da<br />

mão direita.<br />

274 Arquivo da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia. Caixa 1897 – 01.07.0574. Maço Canu<strong>do</strong>s – Laboratório <strong>de</strong> Physiologia.<br />

Entra<strong>do</strong> <strong>em</strong> 9 <strong>de</strong> agosto, vacina<strong>do</strong> <strong>em</strong> 10 <strong>de</strong> agosto,<br />

revaccina<strong>do</strong> logo <strong>de</strong>pois (10 dias) s<strong>em</strong> resulta<strong>do</strong>.<br />

Obteve alta <strong>em</strong> 4 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro completamente<br />

restabeleci<strong>do</strong>.<br />

Entra<strong>do</strong> <strong>em</strong> 9 <strong>de</strong> agosto. Vaccina<strong>do</strong> <strong>em</strong> 10 <strong>de</strong> agosto<br />

com proveito. Obteve alta <strong>em</strong> 29 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro<br />

completamente restabeleci<strong>do</strong>.<br />

Entra<strong>do</strong> <strong>em</strong> 9 <strong>de</strong> agosto. Vaccina<strong>do</strong> <strong>em</strong> 18 <strong>de</strong> agosto<br />

com proveito. Obteve alta <strong>em</strong> 29 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro –<br />

completamente restabeleci<strong>do</strong>.<br />

Entra<strong>do</strong> <strong>em</strong> 9 <strong>de</strong> agosto. Vaccina<strong>do</strong> <strong>em</strong> 10 <strong>de</strong> agosto<br />

com proveito. Obteve alta <strong>em</strong> 4 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro<br />

completamente restabeleci<strong>do</strong>.<br />

Vaccina<strong>do</strong> <strong>em</strong> 18 <strong>de</strong> agosto com proveito. Entra<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />

9 <strong>de</strong> agosto. Obteve alta por cura<strong>do</strong> <strong>em</strong> 15 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro.<br />

Entra<strong>do</strong> <strong>em</strong> 9 <strong>de</strong> agosto. Revaccina<strong>do</strong> <strong>em</strong> 18 <strong>de</strong> agosto<br />

com proveito. Obteve alta por cura<strong>do</strong> <strong>em</strong> 4 <strong>de</strong><br />

set<strong>em</strong>bro.<br />

151


Nº Nomes Batalhões Ferimentos e Moléstias Observações<br />

8<br />

9<br />

10<br />

11<br />

12<br />

13<br />

14<br />

Ovídio Correia <strong>de</strong> Lacerda, par<strong>do</strong>, 23<br />

annos, solteiro, natural da Bahia,<br />

filho <strong>de</strong> Severiano Correia <strong>de</strong><br />

Lacerda<br />

Fortunato Francisco <strong>do</strong>s Santos,<br />

par<strong>do</strong> 25 anos, casa<strong>do</strong>, natural da<br />

Parahyba, filho <strong>de</strong> Marcolino<br />

Francisco <strong>do</strong>s Santos<br />

Severino Luiz <strong>do</strong>s Santos, preto, 22<br />

annos, solteiro, natural <strong>de</strong><br />

Pernambuco, filho <strong>de</strong> Manuel <strong>do</strong>s<br />

Santos<br />

Manoel Sant’Anna <strong>do</strong> Nascimento,<br />

par<strong>do</strong>, 28 annos, casa<strong>do</strong>, natural da<br />

Parahyba, filho <strong>de</strong> João José <strong>de</strong><br />

Sant’Anna<br />

Lino Rodrigues da Silva, par<strong>do</strong>, 21<br />

annos, solteiro, natural <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro, filho <strong>de</strong> Theo<strong>do</strong>lino<br />

Rodrigues da Silva<br />

Pedro Antonio <strong>do</strong>s Santos, par<strong>do</strong>, 20<br />

annos, solteiro, natural <strong>de</strong><br />

Pernambuco, filho <strong>de</strong> Martinho<br />

Antonio <strong>do</strong>s Santos<br />

Raymun<strong>do</strong> <strong>de</strong> Paiva Rocha, branco,<br />

25 annos, solteiro, natural <strong>do</strong> Rio<br />

Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte, filho <strong>de</strong> Mariano<br />

<strong>de</strong> Paiva<br />

Solda<strong>do</strong> da 3ª Companhia<br />

<strong>do</strong> 31 <strong>de</strong> infantaria<br />

Corneta – da 4ª<br />

Companhia <strong>do</strong> 25 <strong>de</strong><br />

infantaria<br />

Solda<strong>do</strong> da 3ª Companhia<br />

<strong>do</strong> 25 <strong>de</strong> infantaria<br />

Anspeçada <strong>do</strong> 2º<br />

Esquadrão <strong>do</strong> 9º<br />

Regimento <strong>de</strong> Cavallaria<br />

Solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 2º Esquadrão<br />

<strong>do</strong> 9 Regimento <strong>de</strong><br />

cavallaria<br />

Solda<strong>do</strong> da 2ª Companhia<br />

<strong>do</strong> 32 <strong>de</strong> infantaria<br />

Solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 1º Esquadrão<br />

<strong>do</strong> 9 Regimento <strong>de</strong><br />

cavallaria<br />

Ferimento por bala Manulicher – ten<strong>do</strong> o projectil<br />

penetra<strong>do</strong> pela fase anterior <strong>do</strong> terço inferior <strong>do</strong> antebraço<br />

direito e sahi<strong>do</strong> pelo la<strong>do</strong> opposto, accarretan<strong>do</strong><br />

gran<strong>de</strong> dilaceração <strong>do</strong>s teci<strong>do</strong>s e fractura <strong>do</strong>s ossos<br />

correspon<strong>de</strong>ntes.<br />

Ferimento por bala Manulicher – ten<strong>do</strong> o projectil<br />

penetra<strong>do</strong> pela parte lateral da face, la<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong>, e<br />

sahi<strong>do</strong> pela parte inferior, <strong>do</strong> la<strong>do</strong> opposto, com lezão<br />

<strong>do</strong> corpo maxillar inferior e dilaceração das partes<br />

molles. Abscesso ósseo consecutivo.<br />

Ferimento penetrante por bala Manulicher –<br />

penetran<strong>do</strong> o projectil pelo bor<strong>do</strong> interno <strong>do</strong> punho<br />

esquer<strong>do</strong> e se encravan<strong>do</strong> --------------- <strong>do</strong> corpo, <strong>de</strong><br />

on<strong>de</strong> foi extrahi<strong>do</strong>.<br />

Ferimento por bala Manulicher – haven<strong>do</strong> o projectil<br />

penetra<strong>do</strong> pela parte superior da face posterior da perna<br />

direita, e sahi<strong>do</strong> pela parte superior da face interior,<br />

com dilaceração <strong>do</strong>s teci<strong>do</strong>s que atravessou.<br />

Ferimento por bala Manulicher – haven<strong>do</strong> o projectil<br />

penetra<strong>do</strong> pela parte superior da face anterior da coxa<br />

esquerda, e sahi<strong>do</strong>, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> curto trajecto, pela face<br />

interna da mesma coxa, --------------- implantar-se no<br />

eschrôto, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> foi extrahi<strong>do</strong>.<br />

Ferimento por bala Manulicher – ten<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s<br />

projectis penetra<strong>do</strong> pela parte posterior da região<br />

mostoydéa direita, e, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> curto trajecto, <strong>em</strong> que<br />

contornou a apophyse respectiva, sahi<strong>do</strong><br />

imediatamente adiante, abaixo <strong>do</strong> pavilhão da orelha<br />

correspon<strong>de</strong>nte, e ten<strong>do</strong> o outro dilacera<strong>do</strong> (mesoton?)<br />

Ferimento por bala Manulicher – ten<strong>do</strong> o projectil<br />

penetra<strong>do</strong> pela parte inferior da região glútea <strong>do</strong> la<strong>do</strong><br />

esquer<strong>do</strong> e sahi<strong>do</strong> pela parte superior, causan<strong>do</strong> a<br />

dilaceração <strong>do</strong>s teci<strong>do</strong>s molles d’esta vasta região.<br />

Abscesso no braço esquer<strong>do</strong>.<br />

Entra<strong>do</strong> <strong>em</strong> 9 <strong>de</strong> agosto. Vaccina<strong>do</strong> <strong>em</strong> 10 <strong>de</strong> agosto<br />

com proveito. Obteve alta <strong>em</strong> 29 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro<br />

completamente restabeleci<strong>do</strong>.<br />

Entra<strong>do</strong> <strong>em</strong> 9 <strong>de</strong> agosto. Vaccina<strong>do</strong> <strong>em</strong> 10 <strong>de</strong> agosto<br />

com proveito. Obteve alta <strong>em</strong> 29 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro por<br />

cura<strong>do</strong>. Neste (ilegível) foram abertas diversas<br />

collações purulentas.<br />

Entra<strong>do</strong> <strong>em</strong> 9 <strong>de</strong> agosto. Vaccina<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1895,<br />

revacina<strong>do</strong> <strong>em</strong> 10 <strong>de</strong> agosto s<strong>em</strong> resulta<strong>do</strong>. Alta <strong>em</strong> 25<br />

<strong>de</strong> agosto.<br />

Entra<strong>do</strong> <strong>em</strong> 9 <strong>de</strong> agosto. Vaccina<strong>do</strong> <strong>em</strong> 10 <strong>de</strong> agosto<br />

com proveito. Obteve alta <strong>em</strong> 6 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro por<br />

cura<strong>do</strong>.<br />

Entra<strong>do</strong> <strong>em</strong> 9 <strong>de</strong> agosto. Vaccina<strong>do</strong> <strong>em</strong> 10 <strong>de</strong> agosto<br />

com proveito. Obteve alto e <strong>de</strong>ixou a enfermaria<br />

completamente restabeleci<strong>do</strong> <strong>em</strong> 30 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro.<br />

Entra<strong>do</strong> <strong>em</strong> 9 <strong>de</strong> agosto com proveito. Foi feita a<br />

operação da abertura <strong>do</strong> abscesso com resulta<strong>do</strong><br />

(abscesso profun<strong>do</strong>). Passou para outra enfermaria <strong>em</strong><br />

30 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro.<br />

152


Nº Nomes Batalhões Ferimentos e Moléstias Observações<br />

15<br />

16<br />

17<br />

18<br />

19<br />

20<br />

21<br />

Genuíno Barbosa da Silva, branco,<br />

21 annos, solteiro, natural <strong>de</strong><br />

Pernambuco, filho <strong>de</strong> Manoel<br />

Francisco da Silva<br />

Antonio Pereira da Silva, branco, 19<br />

annos, solteiro, natural da capital<br />

fe<strong>de</strong>ral, filho <strong>de</strong> Antonio Jose da<br />

Silva<br />

Miguel Cysmeiro <strong>de</strong> Albuquerque,<br />

par<strong>do</strong>, 29 annos, solteiro, natural <strong>do</strong><br />

Ceará, filho <strong>de</strong> Justino Casimiro <strong>de</strong><br />

Albuquerque<br />

José <strong>do</strong>s Santos Moares, caboclo, 20<br />

anos, solteiro, natural <strong>do</strong> Pará, filho<br />

<strong>de</strong> José <strong>do</strong>s Santos Moraes<br />

Jeronymo Pereira da Conceição,<br />

par<strong>do</strong>, 18 annos, solteiro, natural da<br />

Bahia, filho <strong>de</strong> Maximiano Pereira<br />

Francisco Pereira da Silva, creoulo,<br />

29 annos, solteiro, natural <strong>do</strong> Ceará,<br />

filho <strong>de</strong> Gonçalo Pereira<br />

Francisco Bispo Amâncio, caboclo,<br />

25 annos, natural <strong>do</strong> Ceará, filho <strong>de</strong><br />

Cosme da Silva<br />

Cabo da 3ª Companhia <strong>do</strong><br />

14 <strong>de</strong> infantaria<br />

Solda<strong>do</strong> da 4ª Companhia<br />

<strong>do</strong> 25 <strong>de</strong> infantaria<br />

Solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 3º Esquadrão<br />

<strong>do</strong> 1º Regimento <strong>de</strong><br />

cavallaria<br />

Solda<strong>do</strong> da 4ª Companhia<br />

<strong>do</strong> 30 <strong>de</strong> infantaria<br />

Solda<strong>do</strong> da 3ª Companhia<br />

<strong>do</strong> 30 <strong>de</strong> infantaria<br />

Anspeçada da 3ª<br />

Companhia <strong>do</strong> 25 <strong>de</strong><br />

infantaria<br />

Solda<strong>do</strong> da 1ª Companhia<br />

<strong>do</strong> 25 <strong>de</strong> infantaria<br />

Ferimento por bala Manulicher – haven<strong>do</strong> o projectil<br />

penetra<strong>do</strong> pela cavida<strong>de</strong> bucal, aon<strong>de</strong> fracturou os <strong>do</strong>is<br />

(2) incigivas medias <strong>do</strong> maxillar superior, e, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

ter atravessa<strong>do</strong> obliquamente a mesma cavida<strong>de</strong>,<br />

arrancou a coroa <strong>do</strong>s três gran<strong>de</strong>s molares da região<br />

bucal. Em seguida o mesmo projectil penetrou na<br />

região supra-clavicular e foi sahir na parte media da<br />

face lateral direita <strong>do</strong> thronco, <strong>de</strong>terminan<strong>do</strong> este<br />

singular trajecto a dilaceração <strong>de</strong> todas as partes molles<br />

atravessadas, com formação <strong>de</strong> collecções purulentas e<br />

etc<br />

Ferimento por bala Manulicher – que contundio e<br />

excoriou a face <strong>do</strong> hombro direito. Gran<strong>de</strong> contuzão na<br />

face anterior <strong>do</strong> thorax, acompanhada <strong>de</strong> congestão<br />

pulmonar [promovida] pelo choque e queda <strong>de</strong> um<br />

sacco <strong>de</strong> areia.<br />

Ferimento por bala Manulicher – ten<strong>do</strong> o projectil<br />

penetra<strong>do</strong> pela parte media da face anterior <strong>do</strong> thorax,<br />

la<strong>do</strong> direito, e sahi<strong>do</strong> pela parte inferior da face<br />

posterior <strong>do</strong> mesmo la<strong>do</strong>. Gastro-enterite,<br />

manifestan<strong>do</strong>-se logo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> sua entrada para<br />

enfermaria.<br />

Ferimento por bala Manulicher – ten<strong>do</strong> o projectil<br />

penetra<strong>do</strong> pela parte externa da região cósto-clavicular<br />

esquerda, fracturan<strong>do</strong> a chlavícula correspon<strong>de</strong>nte,<br />

atravessa<strong>do</strong> o corpo da 2ª costella e se aloja<strong>do</strong> na<br />

cavida<strong>de</strong> pleural aon<strong>de</strong> foi encontrada pela autopsia, no<br />

ponto correspon<strong>de</strong>nte, a parte media da face posterior<br />

<strong>do</strong> thronco.<br />

Ferimento por bala Manulicher, haven<strong>do</strong> o projectil,<br />

não penetrante, dilacera<strong>do</strong> a face externa da região<br />

glútea Gastro-interite com symptomas chloriformes<br />

graves. Bronchite[ilegível].<br />

Ferimento por bala Manulicher – penetran<strong>do</strong> o projectil<br />

pela parte media da região anterior <strong>do</strong> braço esquer<strong>do</strong> e<br />

sahin<strong>do</strong> por ponto diametralmente opposto, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

ter dillacera<strong>do</strong> os teci<strong>do</strong>s molles e fractura<strong>do</strong> o<br />

humessos.<br />

Ligeiro ferimento na <strong>front</strong>e por estilhaço <strong>de</strong> bala.<br />

Ferimento por Manulicher sobre a articulação carpometacarpiana<br />

<strong>do</strong> 1º <strong>de</strong><strong>do</strong> da mão esquerda.<br />

Entra<strong>do</strong> <strong>em</strong> 9 <strong>de</strong> agosto. Vaccina<strong>do</strong> <strong>em</strong> 10 <strong>de</strong> agosto<br />

com proveito. Obteve alta <strong>em</strong> 3 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro<br />

completamente restabeleci<strong>do</strong> das feridas e <strong>do</strong>s<br />

abscessos.<br />

Entra<strong>do</strong> <strong>em</strong> 9 <strong>de</strong> agosto. Vaccina<strong>do</strong> <strong>em</strong> 10 <strong>de</strong> agosto e<br />

revacciona<strong>do</strong> 18 s<strong>em</strong> resultato. Alta por cura<strong>do</strong> <strong>em</strong> 6 <strong>de</strong><br />

set<strong>em</strong>bro.<br />

Entra<strong>do</strong> <strong>em</strong> 9 <strong>de</strong> agosto. Vaccina<strong>do</strong> <strong>em</strong> 10 <strong>de</strong> agosto<br />

s<strong>em</strong> proveito. Revaccina<strong>do</strong> <strong>em</strong> 18 com resulta<strong>do</strong>. Alta<br />

<strong>em</strong> 4 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro completamente restabeleci<strong>do</strong>. Teve<br />

vaccina <strong>em</strong> 1893.<br />

Entra<strong>do</strong> <strong>em</strong> 9 <strong>de</strong> agosto. Vaccina<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1896. O feri<strong>do</strong><br />

foi submetti<strong>do</strong> ao exame radioscópico pelo aparelho<br />

Bentgm s<strong>em</strong> resulta<strong>do</strong>. Diversos fragmentos ósseos<br />

foram extrahi<strong>do</strong>s. Falleceu <strong>em</strong> 4 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro, sen<strong>do</strong> a<br />

autopsia feita <strong>em</strong> 5, confirmação das lezoes <strong>do</strong><br />

ferimento e da febre bilioza.<br />

Entra<strong>do</strong> <strong>em</strong> 9 <strong>de</strong> agosto. Revaccina<strong>do</strong> <strong>em</strong> 18 <strong>de</strong> agosto<br />

com proveito. Obteve alta <strong>em</strong> 4 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro por<br />

cura<strong>do</strong>.<br />

Entra<strong>do</strong> <strong>em</strong> 9 <strong>de</strong> agosto. Vaccina<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1892,<br />

revaccina<strong>do</strong> <strong>em</strong> 10 <strong>de</strong> agosto s<strong>em</strong> resulta<strong>do</strong>. Alta <strong>em</strong> 4<br />

<strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro completamente cura<strong>do</strong>.<br />

Entra<strong>do</strong> <strong>em</strong> 9 <strong>de</strong> agosto. Vaccina<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1893. Obteve<br />

alta <strong>em</strong> 4 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro.<br />

153


Nº Nomes Batalhões Ferimentos e Moléstias Observações<br />

22<br />

23<br />

24<br />

25<br />

26<br />

27<br />

28<br />

29<br />

João Francisco das Chagas, branco,<br />

21 anos, solteiro, natural <strong>de</strong> Minas<br />

Geraes, filho <strong>de</strong> Carlos Francisco das<br />

Chagas<br />

Laurin<strong>do</strong> <strong>de</strong> Gusmão Castello-<br />

Branco, branco, 18 annos, solteiro,<br />

natural <strong>de</strong> Pernambuco, filho <strong>de</strong><br />

Antonio Castello-Branco<br />

Manoel Francisco Fagun<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

Oliveira, caboclo, 18 annos, solteiro,<br />

natural <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul, filho<br />

<strong>de</strong> Francisco Fagun<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Oliveira<br />

Manoel Salviano <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros,<br />

branco, 27 annos, solteiro, natural da<br />

Parahyba, Salviano José <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros<br />

Manoel Rodrigues <strong>de</strong> Carvalho,<br />

par<strong>do</strong>, 17 annos, solteiro, natural da<br />

Parahyba, filho <strong>de</strong> Firmino Licinio da<br />

Silva<br />

Leopol<strong>do</strong> Mo<strong>de</strong>sto Soares, branco,<br />

22 anos, solteiro, natural <strong>do</strong> Piauhy,<br />

filho <strong>de</strong> Firmino Licinio da Silva.<br />

André Ferreira da Costa, branco, 23<br />

annos, solteiro, natural da Parahyba,<br />

filho <strong>de</strong> Sargino <strong>de</strong> Souza<br />

Olympio José <strong>de</strong> Souza, 20 annos,<br />

par<strong>do</strong>, natural da Bahia, filho <strong>de</strong><br />

Olympio <strong>de</strong> Souza, solteiro<br />

Cabo da 3ª Companhia <strong>do</strong><br />

7º <strong>de</strong> infantaria<br />

Cabo da 4ª Companhia <strong>do</strong><br />

14 <strong>de</strong> infantaria<br />

Solda<strong>do</strong> a 4ª Companhia<br />

<strong>do</strong> 31 <strong>de</strong> infantaria<br />

Solda<strong>do</strong> da 1ª Companhia<br />

<strong>do</strong> 27 <strong>de</strong> infantaria<br />

Solda<strong>do</strong> da 1ª Companhia<br />

<strong>do</strong> 15 <strong>de</strong> infantaria<br />

Solda<strong>do</strong> da 1ª Compnahia<br />

<strong>do</strong> 32 <strong>de</strong> infantaria<br />

Solda<strong>do</strong> da 1ª Companhia<br />

<strong>do</strong> 5º <strong>de</strong> artilheria<br />

Solda<strong>do</strong> da 1ª Companhia<br />

<strong>do</strong> 33 <strong>de</strong> infantaria<br />

Bahia, Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina <strong>em</strong> 3 <strong>de</strong> nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897.<br />

Dr. Manoel José <strong>de</strong> Araújo.<br />

Ferimento por bala Manulicher, digo, Comblain,<br />

penetran<strong>do</strong> o projectil pela face conteso-lateral <strong>do</strong> terço<br />

inferior da coxa esquerda e sahi<strong>do</strong> pela face posterior<br />

da mesma coxa, parte superior <strong>do</strong> losango popoliteo.<br />

S<strong>em</strong> ferimento. Inanição. Gastro-interite.<br />

Gastro-interite. S<strong>em</strong> ferimento. Inanição.<br />

S<strong>em</strong> ferimento. Inanição. Gastro-enterite. Cardioscleróze.<br />

S<strong>em</strong> ferimento. Inanição. Gastro-enterite – bronchite<br />

simples<br />

S<strong>em</strong> ferimento. Gastro-enterite simples. Bronchopneumonia<br />

<strong>de</strong> orig<strong>em</strong> tuberculosa no terço suprior <strong>do</strong><br />

pulmão esquer<strong>do</strong>.<br />

Pleuro-pneumonia <strong>de</strong> orig<strong>em</strong> traumática, por effeito <strong>de</strong><br />

um coice leva<strong>do</strong> a parte anterior da meta<strong>de</strong> esquerda <strong>do</strong><br />

thorax. Gastro-enterite.<br />

Ferimento por Kropat – na região glutea <strong>do</strong> la<strong>do</strong><br />

esquer<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> o projectil encontra<strong>do</strong> e extrahi<strong>do</strong> na<br />

parte mais profunda da mesma região.<br />

Entra<strong>do</strong> <strong>em</strong> 25 <strong>de</strong> agosto. Vaccina<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1896. Obteve<br />

alta <strong>em</strong> 15 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro cura<strong>do</strong>.<br />

Entra<strong>do</strong> <strong>em</strong> 5 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro. Vaccina<strong>do</strong> com proveito <strong>em</strong><br />

18 <strong>do</strong> mesmo mez. Passa<strong>do</strong> a outra enfermaria <strong>em</strong> 30<br />

<strong>do</strong> referi<strong>do</strong> mez.<br />

Entra<strong>do</strong> <strong>em</strong> 5 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro. Vaccina<strong>do</strong> com resulta<strong>do</strong><br />

<strong>em</strong> 13. Alta <strong>em</strong> 28 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro por cura<strong>do</strong>.<br />

Entra<strong>do</strong> <strong>em</strong> 5 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro. Vaccina<strong>do</strong> com proveito e<br />

passa<strong>do</strong> a outra enfermaria <strong>em</strong> 30 <strong>do</strong> mesmo mez.<br />

Entra<strong>do</strong> <strong>em</strong> 5 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro. Vaccina<strong>do</strong> com proveito <strong>em</strong><br />

6 <strong>do</strong> mesmo mez. Obteve alta por cura<strong>do</strong> <strong>em</strong> 30 <strong>de</strong><br />

set<strong>em</strong>bro.<br />

Entra<strong>do</strong> <strong>em</strong> 8 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro. Vaccina<strong>do</strong><strong>em</strong> 13 com<br />

proveito. Passa<strong>do</strong> a outra enfermaria <strong>em</strong> 30.<br />

Entra<strong>do</strong> <strong>em</strong> 8 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro. Vaccina<strong>do</strong> <strong>em</strong> 13 com<br />

proveito. Obteve alta por cura<strong>do</strong> <strong>em</strong> 30 <strong>de</strong> [ ].<br />

Entra<strong>do</strong> <strong>em</strong> 16 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro e sahi<strong>do</strong> <strong>em</strong> 18 <strong>do</strong> mesmo<br />

mez, quase restabeleci<strong>do</strong>.<br />

154


MAPPA DOS SOLDADOS EM TRATAMENTO NA ENFERMARIA SOB A DIREÇÃO DO DR. AUGUSTO CESAR VIANNA 275<br />

NOMES<br />

Antonio<br />

Raymun<strong>do</strong> Lima<br />

Gomes<br />

Possi<strong>do</strong>nio José<br />

da Silva<br />

Anspençada<br />

Rymun<strong>do</strong><br />

Laurin<strong>do</strong><br />

Leopoldino José<br />

<strong>de</strong> Almeida<br />

Prelidiano Arthur<br />

da Silva<br />

Belmiro<br />

Alexandrino<br />

Herculano José<br />

<strong>do</strong>s Santos<br />

Anspençada<br />

Ernesto Nery <strong>do</strong>s<br />

Santos<br />

Evaristo Santiago<br />

Barbosa<br />

Severiano Ivo da<br />

Silva<br />

Manoel Lucas<br />

Car<strong>do</strong>so<br />

BATALHÕES<br />

1ª Cia. – 5º <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

2ª Cia. – 7º <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

3ª Cia. – 7º <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

4ª Cia. – 7º <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

1ª Cia. – 9º <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

3ª Cia. – 9º <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

4ª Cia. – 9º <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

1ª Cia. – 14º <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

2ª Cia. – 14 <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

3ª Cia – 14 <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

3ª Cia. – 14º <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

IDADES<br />

54 annos<br />

25 annos<br />

20 annos<br />

20 annos<br />

20 annos<br />

48 annos<br />

23 annos<br />

22 annos<br />

22 annos<br />

22 anos<br />

36 annos<br />

NATURALIDADE<br />

Maranhão<br />

Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte<br />

Ceará<br />

Sergipe<br />

Bahia<br />

Bahia<br />

Alagoas<br />

Pernambuco<br />

Pernambuco<br />

Pernambuco<br />

Parahyba<br />

NATUREZA<br />

DAS<br />

MOLESTIAS<br />

Beribéri mixto<br />

Ferimento por arma<br />

<strong>de</strong> fogo<br />

Ferimento por arma<br />

<strong>de</strong> fogo<br />

Ferimento por arma<br />

<strong>de</strong> fogo<br />

Bronchite<br />

Rheumatismo e<br />

cancros<br />

Ferimento por arma<br />

<strong>de</strong> fogo<br />

Ferimento por arma<br />

<strong>de</strong> fogo<br />

Ferimento por arma<br />

<strong>de</strong> fogo<br />

Ferimento por arma<br />

<strong>de</strong> fogo<br />

Ferimento por arma<br />

<strong>de</strong> fogo<br />

275 Arquivo da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia. Caixa 1897 – 01.07.0574 – maço Documentos da Guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s.<br />

SEDE DOS<br />

FERIMENTOS<br />

-<br />

Região occipital<br />

Região escapular<br />

esquerda<br />

Terço médio da<br />

coxa esquerda<br />

(face externa)<br />

-<br />

-<br />

Terço superior da<br />

perna esquerda<br />

Terço superior <strong>do</strong><br />

braço esquer<strong>do</strong><br />

fractura<br />

Terço médio <strong>do</strong><br />

braço esquer<strong>do</strong><br />

Terço inferior da<br />

coxa esquerda<br />

Região escapular<br />

direita<br />

ALTAS<br />

transferi<strong>do</strong><br />

Cura<strong>do</strong> à 4 <strong>de</strong><br />

set<strong>em</strong>bro<br />

Cura<strong>do</strong> <strong>em</strong> 15 <strong>de</strong><br />

set<strong>em</strong>bro<br />

Cura<strong>do</strong> a 27 <strong>de</strong><br />

set<strong>em</strong>bro<br />

Cura<strong>do</strong> <strong>em</strong> 25 <strong>de</strong><br />

set<strong>em</strong>bro<br />

Cura<strong>do</strong> <strong>em</strong> 25 <strong>de</strong><br />

agosto<br />

-<br />

Cura<strong>do</strong> <strong>em</strong> 15 <strong>de</strong><br />

set<strong>em</strong>bro<br />

Cura<strong>do</strong> a 4 <strong>de</strong><br />

set<strong>em</strong>bro<br />

Cura<strong>do</strong> a 4 <strong>de</strong><br />

set<strong>em</strong>bro<br />

Cura<strong>do</strong> a 4 <strong>de</strong><br />

set<strong>em</strong>bro<br />

ENTRADAS<br />

14 <strong>de</strong> agosto<br />

I<strong>de</strong>m<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

OBS.<br />

Passou para a<br />

enfermaria <strong>do</strong><br />

Dr.Braz<br />

d’Amaral <strong>em</strong><br />

27<strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro<br />

nada consta.<br />

Sahiu com 8<br />

dias <strong>de</strong><br />

dispensa <strong>do</strong><br />

serviço<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

Fez-se<br />

aplicação <strong>do</strong><br />

apparelho<br />

Sahiu com 8<br />

dias <strong>de</strong><br />

dispensa <strong>do</strong><br />

serviço<br />

//<br />

// (ferimento <strong>em</strong><br />

via <strong>de</strong><br />

cicatrização)<br />

155


NOMES<br />

Alexandre<br />

Tiburtino da<br />

França<br />

Manoel Joaquim<br />

da Silva<br />

Manoel Guerra <strong>de</strong><br />

Souza<br />

José Marinho<br />

Dias<br />

Antonio Francisco<br />

da Costa<br />

Raymun<strong>do</strong> José <strong>de</strong><br />

Britto<br />

Leôncio Olympio<br />

da Costa Gama<br />

Corneteiro –<br />

Fernan<strong>do</strong> Juheira<br />

Joaquim Lucio<br />

Soares<br />

Anspeçada –<br />

Benedicto<br />

Francisco<br />

Músico – Rufino<br />

Francisco Ayres<br />

BATALHÕES<br />

3ª Cia. – 14 <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

3ª Cia. – 14 <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

1ª Cia. – 25º <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

1ª Cia. – 25º <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

4ª Cia. – 27º <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

4ª Cia. – 27º <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

3ª Cia. – 30º <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

4ª Cia. – 30º <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

3ª Cia. – 31 <strong>de</strong><br />

infantaria<br />

2ª Cia. – 32º <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

1ª Cia. – 33º <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

IDADES<br />

26 annos<br />

23 annos<br />

26 annos<br />

24 annos<br />

22 annos<br />

24 annos<br />

20 annos<br />

22 annos<br />

21 annos<br />

20 annos<br />

22 annos<br />

NATURALIDADE<br />

Pernambu<strong>do</strong><br />

Pernambuco<br />

Alagoas<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

Parahyba<br />

Ceará<br />

Pernambuco<br />

Hespanha<br />

Pernambuco<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

Sergipe<br />

NATUREZA<br />

DAS<br />

MOLESTIAS<br />

Ferimento por arma<br />

<strong>de</strong> fogo<br />

Ferimento por arma<br />

<strong>de</strong> fogo<br />

Ferimento por arma<br />

<strong>de</strong> fogo<br />

Ferimento por arma<br />

<strong>de</strong> fogo<br />

Ferimento por<br />

armas <strong>de</strong> fogo<br />

Ferimento por arma<br />

<strong>de</strong> fogo<br />

Impaludismo<br />

chronico<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

SEDE DOS<br />

FERIMENTOS<br />

Terço médio da<br />

perna esquerda<br />

Região occipito<strong>front</strong>al<br />

Região<br />

espegastrica<br />

De<strong>do</strong> médio da<br />

mão esquerda<br />

Terço inferior <strong>do</strong><br />

braço direito<br />

Terço médio da<br />

perna direita<br />

Feri<strong>do</strong> no terço<br />

superior <strong>do</strong> braço<br />

direito<br />

Feri<strong>do</strong> no terço<br />

médio da coxa<br />

direita<br />

Feri<strong>do</strong> no terço<br />

superior da perna<br />

direita<br />

Feri<strong>do</strong> na região<br />

<strong>do</strong> calcanhar, pé<br />

esquer<strong>do</strong><br />

Feri<strong>do</strong> no <strong>de</strong><strong>do</strong><br />

duricular da mão<br />

esquerda<br />

ALTAS<br />

Cura<strong>do</strong><br />

transferi<strong>do</strong><br />

Cura<strong>do</strong> a 9 <strong>de</strong><br />

set<strong>em</strong>bro<br />

Cura<strong>do</strong> a 6 <strong>de</strong><br />

s<strong>em</strong>t<strong>em</strong>bro<br />

Cura<strong>do</strong> <strong>em</strong> 15 <strong>de</strong><br />

set<strong>em</strong>bro<br />

Cura<strong>do</strong> a 4 <strong>de</strong><br />

set<strong>em</strong>bro<br />

Cura<strong>do</strong> a 18 <strong>de</strong><br />

set<strong>em</strong>bro<br />

Cura<strong>do</strong> a 25 <strong>de</strong><br />

agosto<br />

Cura<strong>do</strong> a 17 <strong>de</strong><br />

agosto<br />

Cura<strong>do</strong> a 17 <strong>de</strong><br />

set<strong>em</strong>bro<br />

transferi<strong>do</strong><br />

ENTRADAS<br />

14 <strong>de</strong> Agosto<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

OBS.<br />

//<br />

Passou para a<br />

enfermaria <strong>do</strong><br />

Dr. Braz<br />

d’Amaral, <strong>em</strong><br />

27 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro<br />

Sahiu com 8<br />

dias <strong>de</strong><br />

dispensa <strong>do</strong><br />

serviço<br />

//<br />

//<br />

//<br />

fez-se<br />

applicações <strong>de</strong><br />

apparelho na<br />

fractura que<br />

apresentou<br />

Sahiu com 8<br />

dias <strong>de</strong><br />

dispensa <strong>do</strong><br />

serviço<br />

//<br />

Nada consta<br />

Fez-se<br />

<strong>de</strong>sarticulações<br />

à chloroformio<br />

a 16 <strong>de</strong> agosto<br />

156


NOMES<br />

José Satyro<br />

Manoel José <strong>do</strong><br />

Nascimento<br />

Minervino Ferrão<br />

<strong>de</strong> Gusmão Lima<br />

Arthur Emigdio <strong>de</strong><br />

Almeida<br />

José Martinho <strong>de</strong><br />

Oliveira<br />

Joaquim Antonio<br />

<strong>de</strong> Lima<br />

Severo Pereira da<br />

Silva<br />

Seraphim Antonio<br />

da Silva<br />

Antonio Custodio<br />

<strong>do</strong>s Santos<br />

Cabo – Mame<strong>de</strong><br />

Candi<strong>do</strong> <strong>de</strong> Faria<br />

Bahia, 30 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897.<br />

Dr. Augusto Vianna<br />

BATALHÕES<br />

4ª Cia. – 33º <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

2ª Cia. – 35º <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

1º Esquadrão – 1ª.<br />

Reg. Cavalleria<br />

1º Esquadrão - !º<br />

Regimento <strong>de</strong><br />

Cavalleria<br />

4ª Cia. – 5ª <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

1ª Cia. – 16º <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

4ª Cia. – 16º <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

4ª Cia. – 25º <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

1ª Cia. – 33º <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

3ª Cia. <strong>do</strong> 12º <strong>de</strong><br />

infantaria<br />

IDADES<br />

17 annos<br />

17 annos<br />

17 annos<br />

27 annos<br />

22 annos<br />

18 annos<br />

26 annos<br />

24 annos<br />

20 annos<br />

26 annos<br />

NATURALIDADE<br />

Bahia<br />

Pernambuco<br />

Alagoas<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

Maranhão<br />

Bahia<br />

Piauhy<br />

Piauhy<br />

Alagoas<br />

Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul<br />

NATUREZA<br />

DAS<br />

MOLESTIAS<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

Ferimento por arma<br />

<strong>de</strong> fogo<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

Ferimento por arma<br />

<strong>de</strong> fogo<br />

SEDE DOS<br />

FERIMENTOS<br />

Feri<strong>do</strong> na região<br />

t<strong>em</strong>poral direita<br />

Feri<strong>do</strong> na região<br />

escapular<br />

esquerda<br />

Feri<strong>do</strong> na face<br />

<strong>do</strong>rsal <strong>do</strong> pé<br />

direito<br />

Feri<strong>do</strong> na parte<br />

<strong>do</strong>rsal d pé<br />

esquer<strong>do</strong><br />

Região <strong>do</strong>rsal da<br />

mão<br />

Terço médio e<br />

inferior da perna<br />

Região <strong>do</strong>rsal da<br />

mão<br />

Região axillar<br />

Região epigástrica<br />

e flancor direito e<br />

esquer<strong>do</strong><br />

Região <strong>do</strong>rsal da<br />

mão<br />

ALTAS<br />

Cura<strong>do</strong> a 17 <strong>de</strong><br />

agosto<br />

Cura<strong>do</strong> a 25 <strong>de</strong><br />

agosto<br />

transferi<strong>do</strong><br />

Cura<strong>do</strong> a 10 <strong>de</strong><br />

set<strong>em</strong>bro<br />

Cura<strong>do</strong> a 21 <strong>de</strong><br />

set<strong>em</strong>bro<br />

transferi<strong>do</strong><br />

transferi<strong>do</strong><br />

//<br />

Cura<strong>do</strong> a 22 <strong>de</strong><br />

set<strong>em</strong>bro<br />

Cura<strong>do</strong> a 21 <strong>de</strong><br />

set<strong>em</strong>bro<br />

ENTRADAS<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

25 d’agosto<br />

//<br />

//<br />

//<br />

//<br />

25 <strong>de</strong> agosto<br />

OBS.<br />

Sahiu com 15<br />

dias <strong>de</strong><br />

dispensa <strong>do</strong><br />

serviço<br />

//<br />

Fez-se a<br />

curetag<strong>em</strong> à<br />

chloroformio,<br />

<strong>em</strong> 16 <strong>de</strong> agosto<br />

Sahiu com 8<br />

dias <strong>de</strong><br />

dispensa <strong>do</strong><br />

serviço<br />

//<br />

nada consta<br />

//<br />

//<br />

Em via <strong>de</strong><br />

cicatrisações<br />

Sahida com 8<br />

dias <strong>de</strong><br />

dispensa <strong>do</strong><br />

serviço.<br />

157


N.º<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

8<br />

9<br />

<strong>Graduação</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

RELAÇÃO DOS DOENTES RECOLHIDOS A 6ª ENFERMARIA DO HOSPITAL DE SÃO BENTO 276<br />

Nome<br />

José Maria<br />

Baptista<br />

Pedro José<br />

Divino<br />

João<br />

Pereira<br />

Cor<strong>do</strong>lino<br />

Sebastião<br />

Ferreira<br />

Lima<br />

Bernardino<br />

Dias <strong>de</strong><br />

Oliveira<br />

Pedro José<br />

da Rocha<br />

José<br />

Lourenço<br />

Lopez<br />

José<br />

Antonio <strong>do</strong><br />

Nascimento<br />

Vicente<br />

Severino<br />

Batalhão<br />

1º Regimento<br />

<strong>de</strong> Cavallaria<br />

5º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

5º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

9º Regimento<br />

<strong>de</strong> Cavallaria<br />

7º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

40º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

14º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

31º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

30º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

Cia.<br />

3ª<br />

3ª<br />

3ª<br />

1º<br />

Esquadrão<br />

1ª<br />

Ida<strong>de</strong><br />

276 Arquivo da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia. Caixa 1897 – 01.07.0574. Maço Canu<strong>do</strong>s.<br />

2ª<br />

2ª<br />

3ª<br />

1ª<br />

25<br />

23<br />

46<br />

23<br />

24<br />

24<br />

23<br />

36<br />

26<br />

Naturalida<strong>de</strong><br />

Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

Norte<br />

Sergipe<br />

Piauhy<br />

Ceará<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

Ceará<br />

Pernambuco<br />

Parahyba <strong>do</strong><br />

Norte<br />

Bagé<br />

Moléstia<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na<br />

região t<strong>em</strong>poral esquerda<br />

Ecz<strong>em</strong>a humi<strong>do</strong> nas pernas<br />

Hepato splenite chronica e<br />

an<strong>em</strong>ia palustre.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no<br />

segun<strong>do</strong> espaço interdigital<br />

esquer<strong>do</strong>.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na<br />

região <strong>de</strong>ltoidiana direita.<br />

Ecz<strong>em</strong>a das pernas – beribéri<br />

incipiente.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na<br />

região brachial anterior e<br />

região externa <strong>do</strong> ante-braço<br />

direito<br />

Fractura comminutivo exposta<br />

da extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong> inferior <strong>do</strong><br />

cubitos e radio, consolidação<br />

viciosa, ankilose da<br />

articulação.<br />

Ferimento <strong>do</strong> 4º <strong>de</strong><strong>do</strong> direito –<br />

epilepsia<br />

Observações<br />

Entrou no dia 15 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 25 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Entrou no dia 15 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897 Foi<br />

solicitada sua r<strong>em</strong>oção para Itaparica no<br />

dia 6 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro, por estar sofren<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

beribéri. Falleceu no dia 8 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro.<br />

Entrou no dia 15 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu no dia 7 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 15 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> <strong>em</strong> 14 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 15 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 14 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Entrou no dia 18 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Teve alta para ser transferi<strong>do</strong> para outro<br />

Hospital por estar soffren<strong>do</strong> <strong>de</strong> beribéri<br />

incipiente.<br />

Entrou no dia 18 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 15 <strong>de</strong> sept<strong>em</strong>bro <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Entrou no dia 18 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu (muito?) melhora<strong>do</strong> <strong>em</strong> 14 <strong>de</strong><br />

Outubro <strong>de</strong> 1897. Fez-se extração<br />

(d’esquiro... - ilegível)<br />

Entrou no dia 14 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> <strong>do</strong> ferimento <strong>em</strong> 16 <strong>de</strong><br />

Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

158


N.º<br />

10<br />

11<br />

12<br />

13<br />

14<br />

15<br />

16<br />

17<br />

18<br />

<strong>Graduação</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Nome<br />

Porfírio José<br />

da Silva<br />

Manoel<br />

Cypriano <strong>de</strong><br />

Jesus<br />

Manuel<br />

Marques da<br />

Silva<br />

Germano<br />

Vieira <strong>de</strong><br />

Mello<br />

Luiz Feliciano<br />

da França<br />

Silvino José<br />

<strong>do</strong>s Santos<br />

Leão da Silva<br />

Jacques<br />

Arthur<br />

Napoleão<br />

Balthasar da<br />

Silveira<br />

Ladislau José<br />

<strong>do</strong>s Santos<br />

Batalhão<br />

35 Batalhão<br />

d’infantaria<br />

9º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

16º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

16º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

15º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

33º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

30º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

14º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

14º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

Cia.<br />

2ª<br />

3ª<br />

1ª<br />

1ª<br />

1ª<br />

1ª<br />

1ª<br />

1ª<br />

1ª<br />

Ida<strong>de</strong><br />

39<br />

22<br />

19<br />

24<br />

23<br />

20<br />

18<br />

19<br />

30<br />

Naturalida<strong>de</strong><br />

Pernambuco<br />

Bahia<br />

Alagoas<br />

Bahia<br />

Parahyba <strong>do</strong><br />

Norte<br />

Sergipe<br />

Uruguaiana<br />

Bahia<br />

Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

Norte<br />

Moléstia<br />

Ulcera syphilitica na região<br />

antero externa da perna.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região <strong>do</strong>rsal da mão<br />

esquerda<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

no quarto <strong>de</strong><strong>do</strong> esquer<strong>do</strong>.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região palmar esquerda<br />

com perda <strong>do</strong> metacarpo <strong>do</strong><br />

primeiro <strong>de</strong><strong>do</strong>.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região anterior abdômen<br />

(ilegível) sahida <strong>do</strong> projectil<br />

(subcutâneo)<br />

Ferimento na região <strong>do</strong><br />

cotovello esquer<strong>do</strong><br />

interessan<strong>do</strong> a articulação<br />

(ankilose).<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

nas regiões interna e externa<br />

<strong>do</strong> joelho esquer<strong>do</strong>.<br />

Bronchite<br />

Fractura <strong>do</strong> terço médio <strong>do</strong><br />

braço esquer<strong>do</strong> consolidação<br />

viciosa – asthma<br />

Observações<br />

Entrou no dia 18 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> <strong>em</strong> 4 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Entrou no dia 14 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 15 <strong>de</strong> Sept<strong>em</strong>bro<br />

<strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 18 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 11 <strong>de</strong> Sept<strong>em</strong>bro<br />

<strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 18 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 10 <strong>de</strong> Sept<strong>em</strong>bro<br />

<strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 18 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 3 <strong>de</strong> Sept<strong>em</strong>bro <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Entrou no dia 18 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> <strong>em</strong> 6 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Entrou no dia 15 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 22 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Entrou no dia 15 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu curan<strong>do</strong> <strong>em</strong> 10 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Entrou no dia 18 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> <strong>do</strong> ferimento e da<br />

fractura, continua a soffrer <strong>de</strong> asthma,<br />

que é incurável.<br />

159


N.º<br />

19<br />

20<br />

21<br />

22<br />

23<br />

24<br />

25<br />

26<br />

27<br />

<strong>Graduação</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Anspeçada<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cabo<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Nome<br />

Idalino<br />

Florentino<br />

<strong>do</strong>s Santos<br />

Orlan<strong>do</strong><br />

Gonsalves da<br />

Silva<br />

Joaquim<br />

Vieira <strong>de</strong><br />

Carvalho<br />

Agostinho<br />

Pedro<br />

Portella<br />

Fausto<br />

Pereira <strong>de</strong><br />

Oliveira<br />

Antonio Luiz<br />

Tiburcio<br />

José<br />

Gonsalves <strong>de</strong><br />

Souza<br />

Liberino<br />

Costa Paulo<br />

Aurélio<br />

Antunes <strong>de</strong><br />

Siqueira<br />

Batalhão<br />

30º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

30º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

35º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

9º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

40º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

40º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

40º Batalhão<br />

d’Infantaria<br />

30º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

32º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

Cia.<br />

1ª<br />

1ª<br />

2ª<br />

3ª<br />

2ª<br />

1ª<br />

4ª<br />

3ª<br />

3ª<br />

Ida<strong>de</strong><br />

21<br />

17<br />

30<br />

20<br />

21<br />

23<br />

24<br />

25<br />

29<br />

Naturalida<strong>de</strong><br />

Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

Sul<br />

Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

Sul<br />

Piauhy<br />

Bahia<br />

Piauhy<br />

Pará<br />

Ceará<br />

Bahia<br />

Espírito Santo<br />

Moléstia<br />

Orchite traumática e<br />

tuberculose pulmonar.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região brachial externa<br />

(parte media) e bronchite.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região scapulo humeral,<br />

interessan<strong>do</strong> a articulação<br />

(ankilose)<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região brachial esquerda,<br />

la<strong>do</strong> antero externo.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região superclavicular<br />

direita com sahida <strong>de</strong> projectil<br />

na região super scapular e<br />

bronchite.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região glútea direita.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região scapular esquerda<br />

e bronchite.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região <strong>de</strong>ltoidiana parte<br />

anterior e região externa<br />

parte media.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região anterior e externa<br />

da coxa direita (terço médio)<br />

e região interna e externa da<br />

coxa esquerda, in<strong>do</strong> alojar-se<br />

o projectil na região externa<br />

<strong>do</strong> joelho.<br />

Observações<br />

Entrou no dia 15 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 14 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 28 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Entrou no dia 18 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> <strong>em</strong> 6 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Entrou no dia 15 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 14 <strong>de</strong> Sept<strong>em</strong>bro<br />

<strong>de</strong> 1897. Extrahiu-se cápsula <strong>de</strong> bala<br />

comblain.<br />

Entrou no dia 15 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Fez-se extracção <strong>de</strong> squirelas ósseas.<br />

Entrou no dia 15 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 15 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Entrou no dia 18 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 14 <strong>de</strong> Sept<strong>em</strong>bro<br />

<strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 15 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 20 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Entrou no dia 15 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Fez-se extração <strong>do</strong> projectil <strong>em</strong> 23 <strong>de</strong><br />

Agosto. Sahiu cura<strong>do</strong> <strong>em</strong> 7 <strong>de</strong> Outubro<br />

<strong>de</strong> 1897.<br />

160


N.º<br />

28<br />

29<br />

30<br />

31<br />

32<br />

33<br />

34<br />

35<br />

36<br />

<strong>Graduação</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cabo<br />

Cabo<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Nome<br />

Manoel<br />

Barbosa<br />

Pinheiro<br />

Cláudio<br />

Joaquim<br />

Guimarães<br />

Domingos<br />

Barbosa<br />

Alencar<br />

Manuel <strong>de</strong><br />

Barros<br />

Cavalcante<br />

Manuel<br />

Thomaz <strong>de</strong><br />

Souza<br />

João <strong>de</strong><br />

Deus Militão<br />

José<br />

Francisco <strong>de</strong><br />

Oliveira<br />

Amâncio<br />

José<br />

Domingues<br />

Camillo<br />

Gomes da<br />

Silva<br />

Batalhão<br />

7º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

32º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

40º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

7º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

14º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

30º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

9º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

(ilegível)<br />

Batalhão <strong>de</strong><br />

d’infantaria<br />

(ilegível)<br />

Batalhão<br />

d’infantaria<br />

Cia.<br />

4ª<br />

3ª<br />

1ª<br />

4ª<br />

3ª<br />

1ª<br />

4ª<br />

3ª<br />

2ª<br />

Ida<strong>de</strong><br />

20<br />

23<br />

21<br />

18<br />

25<br />

16<br />

20<br />

31<br />

34<br />

Naturalida<strong>de</strong><br />

Pernambuco<br />

S. Paulo<br />

Ceará<br />

Pernambuco<br />

Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

Norte<br />

Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

Sul<br />

Parahyba <strong>do</strong><br />

Norte<br />

Pernambuco<br />

Parahyba <strong>do</strong><br />

Norte<br />

Moléstia<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região lateral esquerda da<br />

face e bronchite.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

no terço inferior da região<br />

antero externa da coxa direita<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

entran<strong>do</strong> o projectil na região<br />

latteral direita da face,<br />

sahin<strong>do</strong> na cummissura labial<br />

esquerda.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

abaixo <strong>do</strong> mamillo esquer<strong>do</strong><br />

e bronchite<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região glútea esquerda<br />

Contusão na região thoraxica<br />

anterior e bronchite.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região <strong>do</strong>rsal da mão<br />

direita com perda <strong>do</strong>s <strong>de</strong><strong>do</strong>s<br />

médio e quarto. Abertura <strong>de</strong><br />

abcesso subaponevrotico.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região externa da coxa<br />

esquerda, terço inferior.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região thenar da mão<br />

esqueda, haven<strong>do</strong> sahida <strong>do</strong><br />

projectil<br />

Observações<br />

Entrou no dia 15 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 27 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Entrou no dia 15 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 20 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Entrou no dia 15 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 25 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Entrou no dia 15 <strong>de</strong> Agosto e sahiu<br />

cura<strong>do</strong> no dia 27 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 15 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 20 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Entrou no dia 20 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Foi r<strong>em</strong>ovi<strong>do</strong> para o Hospital <strong>de</strong><br />

variolosos no dia 21 <strong>de</strong> Agosto por terse<br />

manifesta<strong>do</strong> a varíola.<br />

Entrou no dia 20 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> <strong>do</strong> ferimento <strong>em</strong> 4 <strong>de</strong><br />

Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 25 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 7 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Entrou no dia 20 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 31 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong><br />

1897.<br />

161


N.º<br />

37<br />

38<br />

39<br />

40<br />

41<br />

42<br />

43<br />

44<br />

45<br />

<strong>Graduação</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Anspeçada<br />

Corneteiro<br />

Cabo<br />

Nome<br />

Maximo da<br />

Rosa<br />

Manoel José<br />

Ferreira<br />

Francisco<br />

Bittencourt<br />

Faustino <strong>de</strong><br />

Araújo<br />

Napoleão<br />

Manoel<br />

Ignácio<br />

Ascellino<br />

Soares da<br />

Silva<br />

Norberto<br />

Felizar<strong>do</strong><br />

Pinheiro<br />

A<strong>de</strong>lino<br />

Soares<br />

Izi<strong>do</strong>ro<br />

Peixoto<br />

Batalhão<br />

25º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

12º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

12º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

25º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

25º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

35º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

25º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

7º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

25º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

Cia.<br />

3ª<br />

3ª<br />

2ª<br />

3ª<br />

2ª<br />

2ª<br />

4ª<br />

4ª<br />

3ª<br />

Ida<strong>de</strong><br />

22<br />

24<br />

24<br />

23<br />

24<br />

19<br />

22<br />

21<br />

28<br />

Naturalida<strong>de</strong><br />

Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

Sul<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

Bahia<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

Piauhy<br />

Parahyba <strong>do</strong><br />

Norte<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

Moléstia<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região antero lateral da<br />

coxa direita<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região lombar direita com<br />

sahida <strong>de</strong> projectil na região<br />

<strong>do</strong> flanco correspon<strong>de</strong>nte.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região palmar esquerda<br />

interessan<strong>do</strong> o segun<strong>do</strong><br />

espaço inter-digital<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na face <strong>do</strong>rsal <strong>do</strong> pé direito<br />

com sahida <strong>do</strong> projectil<br />

(subcutâneo)<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região maleolar esquerda,<br />

la<strong>do</strong> externo.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região brachial anterior.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região <strong>do</strong>rsal da mão<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região <strong>do</strong> cotovello<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região anterior <strong>do</strong> thorax<br />

com sahida <strong>do</strong> projectil<br />

Observações<br />

Entrou no dia 20 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 11 <strong>de</strong> Sept<strong>em</strong>bro<br />

<strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou <strong>em</strong> 20 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897. Fezse<br />

extracção <strong>de</strong> esquírolas ósseas.<br />

Sahiu muito melhora<strong>do</strong> por or<strong>de</strong>m<br />

superior <strong>em</strong> 14 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 20 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 20 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 2 <strong>de</strong> Sept<strong>em</strong>bro <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Entrou no dia 20 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 13 <strong>de</strong> Sept<strong>em</strong>bro<br />

<strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 20 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 11 <strong>de</strong> Sept<strong>em</strong>bro<br />

<strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 20 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 11 <strong>de</strong> Sept<strong>em</strong>bro<br />

<strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 20 <strong>de</strong> Agosto. Sahiu<br />

cura<strong>do</strong> no dia 14 <strong>de</strong> Sept<strong>em</strong>bro <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Entrou no dia 20 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 2 <strong>de</strong> Sept<strong>em</strong>bro <strong>de</strong><br />

1897.<br />

162


N.º<br />

46<br />

47<br />

48<br />

49<br />

50<br />

51<br />

52<br />

53<br />

54<br />

<strong>Graduação</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Anspeçada<br />

Cabo<br />

Anspeçada<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Musico<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Musico<br />

Nome<br />

Antonio<br />

Francisco<br />

José Soares<br />

da Silva<br />

Affonso<br />

Antonio da<br />

Silva<br />

Francisco<br />

José da Silva<br />

Manuel<br />

Ferreira da<br />

Silva<br />

Albino da<br />

Silva<br />

Marciano<br />

Gomes<br />

Pereira<br />

Antonio<br />

Lopes<br />

Irac<strong>em</strong>a<br />

Firmo<br />

Eugenio <strong>de</strong><br />

Santiago<br />

Batalhão<br />

26º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

25º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

25º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

25º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

26º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

25º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

25º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

12º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

33º Batalhão<br />

d’infataria<br />

Cia.<br />

3ª<br />

4ª<br />

3ª<br />

2ª<br />

1ª<br />

1ª<br />

3ª<br />

1ª<br />

1ª<br />

Ida<strong>de</strong><br />

18<br />

23<br />

26<br />

23<br />

19<br />

25<br />

34<br />

20<br />

24<br />

Naturalida<strong>de</strong><br />

Sergipe<br />

Pernambuco<br />

Santa<br />

Catharina<br />

Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

Norte<br />

Alagoas<br />

Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

Sul<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

Sergipe<br />

Moléstia<br />

Fractura comminutiva <strong>do</strong><br />

médio quarto metacarpianos<br />

da mão esquerda, por arma<br />

<strong>de</strong> fogo, necrose <strong>do</strong>s<br />

mesmos<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região <strong>de</strong>ltoidiana<br />

esquerda<br />

Fractura no terço médio <strong>do</strong><br />

braço esquer<strong>do</strong><br />

(consolidação viciosa)<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região scapular esquerda<br />

e na região <strong>de</strong>ltoidiana<br />

esquerda com sahida <strong>do</strong><br />

projectil<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região palmar<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região <strong>do</strong>rsal da mão com<br />

sahida <strong>do</strong> projectil na região<br />

palmar<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

interessan<strong>do</strong> a região<br />

superciliar esquerda, <strong>do</strong>rso<br />

<strong>do</strong> nariz e região lacrimal<br />

direita com <strong>de</strong>struição <strong>do</strong><br />

globo ocular direito completa<br />

e incompleta <strong>do</strong> globo<br />

esquer<strong>do</strong>; perda da visão.<br />

Fractura <strong>do</strong> tíbia esquer<strong>do</strong> /<br />

terço inferior<br />

Rheumatismo polyarticular e<br />

rim móvel<br />

Observações<br />

Entrou no dia 20 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Fez-se extracção <strong>de</strong> esquírolas ósseas,<br />

está impossibilita<strong>do</strong> para o serviço.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> <strong>do</strong> ferimento <strong>em</strong> 25 <strong>de</strong><br />

Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 20 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 14 <strong>de</strong> Sept<strong>em</strong>bro<br />

<strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 20 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 20 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 12 <strong>de</strong> Sept<strong>em</strong>bro<br />

<strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 20 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia11 <strong>de</strong> Sept<strong>em</strong>bro<br />

<strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 20 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 11 <strong>de</strong> Sept<strong>em</strong>bro<br />

<strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 23 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Teve alta <strong>em</strong> 6 <strong>de</strong> Outubro por não<br />

po<strong>de</strong>r continuar na enfermaria.<br />

Entrou no dia 23 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Fez-se extracção <strong>de</strong> esquírolas ósseas.<br />

Entrou no dia 28 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

163


N.º<br />

55<br />

56<br />

57<br />

58<br />

59<br />

60<br />

61<br />

62<br />

63<br />

64<br />

65<br />

<strong>Graduação</strong><br />

Cabo<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Anspeçada<br />

Nome<br />

Thomaz da<br />

Silva Moreira<br />

José Xavier<br />

Pereira<br />

Antonio<br />

Furta<strong>do</strong><br />

Sergio José<br />

<strong>do</strong>s Santos<br />

José Galdino<br />

<strong>do</strong> Espírito<br />

Santo<br />

Balbino<br />

Ferreira <strong>de</strong><br />

Mello<br />

Antonio<br />

Augusto da<br />

Silva<br />

Manuel Braz<br />

<strong>de</strong> Lima<br />

Mannuel<br />

Raymun<strong>do</strong><br />

da Silva<br />

Presciliano<br />

da Costa<br />

Pedro<br />

Lourenço da<br />

Cruz<br />

Batalhão<br />

40º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

1º Regimento<br />

<strong>de</strong> Cavallaria<br />

30º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

4º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

25º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

35º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

15º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

2º Regimento<br />

d’artilharia<br />

15º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

26º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

27º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

Cia.<br />

3ª<br />

4º<br />

Esquadrão<br />

2ª<br />

3ª<br />

2ª<br />

1ª<br />

4ª<br />

4ª bateria<br />

1ª<br />

3ª<br />

3ª<br />

Ida<strong>de</strong><br />

24<br />

28<br />

24<br />

20<br />

42<br />

24<br />

20<br />

20<br />

22<br />

18<br />

34<br />

Naturalida<strong>de</strong><br />

Piauhy<br />

Pernambuco<br />

Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

Sul<br />

Sergipe<br />

Ceará<br />

Piauhy<br />

Pará<br />

Alagoas<br />

Maranhão<br />

Sergipe<br />

Parahyba <strong>do</strong><br />

Norte<br />

Moléstia<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

nas regiões anterior e<br />

posterior da coxa esquerda e<br />

bronchite<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região tibial interna com<br />

fractura <strong>do</strong> tíbia / terço<br />

inferior<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região palmar esquerda,<br />

com perda <strong>do</strong> <strong>de</strong><strong>do</strong> médio<br />

que foi opera<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />

Queimadas<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região f<strong>em</strong>oral direita,<br />

terço inferior<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

trocanteriana direita com<br />

sahida <strong>de</strong> projectil<br />

Febre palustre complicada <strong>de</strong><br />

bronchite.<br />

Panarício no <strong>de</strong><strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r<br />

da mão esquerda<br />

Engorgitamento hepatico<br />

Bronchite simples.<br />

Bronchite asthmatica<br />

Observações<br />

Entrou no dia 28 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu curan<strong>do</strong> <strong>em</strong> 7 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Entrou <strong>em</strong> 28 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897. Shiu<br />

cura<strong>do</strong> no dia 14 <strong>de</strong> Sept<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 20 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 28 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 28 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 31 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Entrou dia 5 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897.<br />

Retirou-se por or<strong>de</strong>m superior.<br />

Entrou no dia 5 <strong>de</strong> Sept<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 15 <strong>de</strong> Sept<strong>em</strong>bro<br />

<strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 28 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 4 <strong>de</strong> Sept<strong>em</strong>bro <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Entrou no dia 4 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 30 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Entrou no dia 4 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 4 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu melhora<strong>do</strong> <strong>em</strong> 26 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Está impossibilita<strong>do</strong> para o serviço<br />

activo.<br />

164


N.º<br />

66<br />

67<br />

68<br />

69<br />

70<br />

71<br />

72<br />

73<br />

74<br />

75<br />

76<br />

<strong>Graduação</strong><br />

Corneteiro<br />

Anspeçada<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Musico<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Musico<br />

Nome<br />

David José<br />

Canabrava<br />

Cezario José<br />

Pereira<br />

Francisco<br />

José<br />

Raymun<strong>do</strong><br />

Camillo<br />

Carmo<br />

Pereira <strong>de</strong><br />

Souza<br />

Ignácio<br />

Maciel<br />

Joaquim<br />

Pinto<br />

Alvarenga<br />

Antonio<br />

Gomes<br />

Ferreira da<br />

Silva<br />

Felintro <strong>de</strong><br />

Sant’Anna<br />

Cavalcanti<br />

Francisco<br />

Leonar<strong>do</strong> da<br />

Silva<br />

Pedro<br />

Car<strong>do</strong>so<br />

Archanjo<br />

Lourenço<br />

Batalhão<br />

16º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

27º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

27º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

35º Batalhão<br />

d’infataria<br />

34º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

32º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

22º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

27º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

7º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

22º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

24º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

Cia.<br />

3ª<br />

1ª<br />

3ª<br />

3ª<br />

2ª<br />

1ª<br />

3ª<br />

4ª<br />

2ª<br />

4ª<br />

1ª<br />

Ida<strong>de</strong><br />

24<br />

29<br />

29<br />

22<br />

22<br />

27<br />

18<br />

34<br />

33<br />

23<br />

22<br />

Naturalida<strong>de</strong><br />

Sergipe<br />

Parahyba <strong>do</strong><br />

Norte<br />

Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

Norte<br />

Ceará<br />

Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

Norte<br />

Espírito Santo<br />

Parahyba <strong>do</strong><br />

Norte<br />

Parahyba <strong>do</strong><br />

Norte<br />

Ouro Preto<br />

Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

Norte<br />

Pará<br />

Moléstia<br />

Rheumatismo subagu<strong>do</strong> e<br />

bronchite simples.<br />

Engorgiamento hepatico<br />

Laryngite<br />

Bronchite simples<br />

Tuberculose pulmonar<br />

Rheumatismo subagu<strong>do</strong><br />

Bronchite simples<br />

Bronchite simples<br />

Diarrhéa, engorgitamentlo <strong>do</strong><br />

fíga<strong>do</strong> e ferimento na região<br />

scapular esquerda<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região <strong>do</strong> corpo thyroi<strong>de</strong><br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região scapular posterior<br />

esquerda<br />

Observações<br />

Entrou no dia 4 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 4 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu muito melhora<strong>do</strong> no dia 26 <strong>de</strong><br />

Outubro por ter <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcar para a<br />

Parahyba <strong>do</strong> Norte.<br />

Entrou no dia 4 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 26 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Entrou no dia 4 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 25 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Entrou no dia 4 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 4 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 12 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Entrou no dia 4 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 25 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Entrou no dia 4 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Shiu cura<strong>do</strong> no dia 26 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Entrou no dia 11 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu no dia 29 <strong>de</strong> Outubro, para seguir<br />

para Capital Fe<strong>de</strong>ral<br />

Entrou no dia 11 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 11 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> <strong>em</strong> 23 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong><br />

1897.<br />

165


N.º<br />

77<br />

78<br />

79<br />

80<br />

81<br />

82<br />

83<br />

84<br />

85<br />

86<br />

87<br />

<strong>Graduação</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cabo<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Anspeçada<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cabo<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Nome<br />

José<br />

Monteiro da<br />

Silva<br />

João Bento<br />

<strong>de</strong> Menezes<br />

Vicente <strong>de</strong><br />

Castro<br />

Manuel Luiz<br />

da Silva<br />

Heitor<br />

Ignácio<br />

Pouza<strong>do</strong><br />

Erico Dias<br />

Lima<br />

Francisco da<br />

Cunha<br />

Moreno<br />

João Paulo<br />

da Silva<br />

Manuel<br />

Marcolino <strong>de</strong><br />

Oliveira<br />

Antonio <strong>de</strong><br />

Castro<br />

Guimarães<br />

Achilles<br />

Ribeiro <strong>de</strong><br />

Moraes<br />

Batalhão<br />

34º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

29º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

7º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

14º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

27º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

27º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

22º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

15º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

5º Regimento<br />

<strong>de</strong> Artilharia<br />

24º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

39º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

Cia.<br />

4ª<br />

3ª<br />

2ª<br />

4ª<br />

4ª<br />

1ª<br />

1ª<br />

3ª<br />

3ª<br />

Bateria<br />

4ª<br />

4ª<br />

Ida<strong>de</strong><br />

23<br />

24<br />

23<br />

38<br />

19<br />

18<br />

18<br />

22<br />

20<br />

19<br />

24<br />

Naturalida<strong>de</strong><br />

Pernambuco<br />

Porto Alegre<br />

Ceará<br />

Pernambuco<br />

Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

Sul<br />

Bahia<br />

Matto Grosso<br />

Piauhy<br />

Pernambuco<br />

São Paulo<br />

Maranhão<br />

Moléstia<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região <strong>do</strong> cotovello direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

no <strong>de</strong><strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r esquer<strong>do</strong> e<br />

na região super clavicular<br />

esquerda<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

no braço esquer<strong>do</strong><br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região brachial posterior,<br />

terço médio<br />

Febre palustre,<br />

engorgitamento hepático e<br />

diarrhea<br />

Diarrhea<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região maleolar esquerda,<br />

externa e bronchite<br />

Febre palustre e beribéri<br />

incipiente<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região glútea, com sahida<br />

<strong>do</strong> projectil na região<br />

trocantheriana esquerda<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região <strong>do</strong> joelho esquer<strong>do</strong><br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região masseterina, com<br />

sahida <strong>de</strong> projectil na região<br />

parotidiana<br />

Observações<br />

Entrou no dia 11 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 11 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 11 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu no dia 29 <strong>de</strong> Outubro per ter <strong>de</strong><br />

seguir para a Capital Fe<strong>de</strong>ral<br />

Entrou no dia 11 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu muito melhora<strong>do</strong> no dia 26 <strong>de</strong><br />

Outubro <strong>de</strong> 1897, por ter <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcar<br />

para Pernambuco.<br />

Entrou no dia 13 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 26 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Entrou no dia 15 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> <strong>em</strong> 26 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Entrou no dia 13 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 13 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Teve alta no dia 26 para seguir para<br />

Itaparica por estar soffren<strong>do</strong> <strong>de</strong> beriberi<br />

Entrou no dia 15 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 15 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 15 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

166


N.º<br />

88<br />

89<br />

90<br />

91<br />

92<br />

93<br />

94<br />

95<br />

96<br />

97<br />

98<br />

<strong>Graduação</strong><br />

Cabo<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cabo<br />

Anspeçada<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Musico<br />

Cabo<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Corneteiro<br />

Nome<br />

Artur Augusto<br />

<strong>de</strong><br />

Vasconcellos<br />

João Manoel<br />

Martins<br />

Antonio <strong>de</strong><br />

Paula<br />

Braz<br />

Severino<br />

Roza<br />

Manuel Lino<br />

<strong>de</strong> Souza<br />

Castro<br />

Manuel<br />

Francisco <strong>de</strong><br />

Assis<br />

José Soares<br />

da Silva<br />

Luiz José <strong>de</strong><br />

Andra<strong>de</strong><br />

Graciano<br />

Pragana<br />

Joaquim<br />

Antonio da<br />

Cruz<br />

Manoel<br />

Francisco da<br />

Silva<br />

Batalhão<br />

39º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

39º Batalhão<br />

d’infantaria<br />

1º Corpo <strong>de</strong><br />

Policia <strong>de</strong> São<br />

Paulo<br />

1º Corpo <strong>de</strong><br />

Polícia <strong>de</strong> São<br />

Paulo<br />

1º Corpo <strong>de</strong><br />

Policia <strong>do</strong> Pará<br />

1º Corpo <strong>de</strong><br />

Polícia <strong>do</strong><br />

Amazonas<br />

1º Corpo <strong>de</strong><br />

Policia <strong>de</strong> São<br />

Paulo<br />

2º Corpo <strong>de</strong><br />

Policia <strong>do</strong> Pará<br />

2º Corpo <strong>de</strong><br />

Polícia <strong>do</strong> Pará<br />

2º Corpo <strong>de</strong><br />

Polícia <strong>do</strong> Pará<br />

2º Corpo <strong>de</strong><br />

Polícia <strong>do</strong> Pará<br />

Cia.<br />

3ª<br />

1ª<br />

3ª<br />

1ª<br />

2ª<br />

3ª<br />

4ª<br />

1ª<br />

2ª<br />

3ª<br />

3ª<br />

Ida<strong>de</strong><br />

21<br />

34<br />

31<br />

21<br />

26<br />

23<br />

29<br />

45<br />

43<br />

38<br />

39<br />

Naturalida<strong>de</strong><br />

Pernambuco<br />

Parahyba <strong>do</strong><br />

Norte<br />

São Paulo<br />

São Paulo<br />

Pará<br />

Pernambuco<br />

Ceará<br />

Ceará<br />

Parahyba <strong>do</strong><br />

Norte<br />

Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

Norte<br />

Amazonas<br />

Moléstia<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região tibial posterior<br />

direita<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região f<strong>em</strong>oral esquerda,<br />

terço medio<br />

Diarrhéa e bronchite<br />

Diarrhea<br />

Dysenteria<br />

Diarrhea<br />

Ulcera infectuosa da córnea<br />

<strong>do</strong> olho direito com<br />

<strong>de</strong>struição <strong>de</strong> parte da<br />

mesma<br />

Abcesso da região <strong>do</strong>rsal <strong>do</strong><br />

grosso <strong>de</strong><strong>do</strong> esquer<strong>do</strong><br />

Diarrhea<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

na região anterior <strong>do</strong><br />

antebraço com sahida <strong>do</strong><br />

projectil na região posterior<br />

<strong>do</strong> antebraço<br />

Diarrhea<br />

Observações<br />

Entrou no dia 15 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> <strong>em</strong> 30 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Entrou no dia 15 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 18 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 18 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu no mesmo esta<strong>do</strong> por ter <strong>de</strong><br />

<strong>em</strong>barcar para o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo<br />

Entrou no dia 18 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 18 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> no dia 29 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Entrou no dia 18 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu melhora<strong>do</strong> <strong>em</strong> 20 <strong>de</strong> Outubro por<br />

ter <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcar para o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo.<br />

Entrou no dia 18 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu muito melhora<strong>do</strong> <strong>em</strong> 23 <strong>de</strong><br />

Outubro por ter <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcar para o<br />

Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Pará.<br />

Entrou no dia 18 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> <strong>em</strong> 29 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Entrou no dia 18 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu melhora<strong>do</strong> por ter <strong>de</strong> <strong>em</strong>barcar<br />

para o Pará.<br />

Entrou no dia 18 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

167


N.º<br />

99<br />

100<br />

101<br />

102<br />

103<br />

<strong>Graduação</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

---<br />

Nome<br />

José<br />

Francisco<br />

Agostinho<br />

Francisco <strong>de</strong><br />

Almeida<br />

Florêncio<br />

Rodrigues da<br />

Silva<br />

Raymun<strong>do</strong><br />

Ferreira Lima<br />

---<br />

Bahia, 16 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897.<br />

Dr. Ignácio Monteiro <strong>de</strong> Almeida Gouvea<br />

Batalhão<br />

2º Corpo <strong>de</strong><br />

Polícia <strong>do</strong> Pará<br />

1º Corpo <strong>de</strong><br />

Polícia <strong>do</strong><br />

Amazonas<br />

1º Corpo <strong>de</strong><br />

Polícia <strong>do</strong> Pará<br />

1º Corpo <strong>de</strong><br />

Polícia <strong>do</strong> Pará<br />

---<br />

Cia.<br />

4ª<br />

3ª<br />

4ª<br />

1ª<br />

---<br />

Ida<strong>de</strong><br />

22<br />

56<br />

44<br />

32<br />

---<br />

Naturalida<strong>de</strong><br />

Amazonas<br />

Bahia<br />

Pará<br />

Ceará<br />

---<br />

Moléstia<br />

Febre intermitente palustre<br />

Diarrhéa septica<br />

Diarrhea<br />

Diarrhea<br />

---<br />

Observações<br />

Entrou no dia 18 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Sahiu cura<strong>do</strong> <strong>em</strong> 6 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Entrou no dia 18 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 18 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Entrou no dia 21 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

---<br />

168


2ª Enfermaria TILLAUX<br />

Bahia, 24 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897<br />

Ill. mo Snr. Dr. José Olympio d’Azeve<strong>do</strong><br />

Em resposta ao vosso gentil officio, tenho a <strong>de</strong>clarar-vos quaes os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s na enfermaria a<br />

meu cargo, no Hospital provisório que com tanto tino, illustração e critério dirigistis no perío<strong>do</strong> <strong>do</strong>loroso <strong>em</strong><br />

que, os <strong>de</strong>fensores da Pátria Brazileira, <strong>em</strong> incessantes e numerosas levas traziam a esta Capital os vivos e<br />

angustiosos attesta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> sacrosanto amor a República.<br />

O movimento pressuroso com que acudistes a direcção <strong>do</strong> Hospital S. Bento foi mais uma inviolável<br />

affirmativa <strong>de</strong> vosso patriotismo e inconteste saber, bello ex<strong>em</strong>plo a illuminar intensamente o caminho para<br />

aquelles que collocan<strong>do</strong> a Pátria sobre to<strong>do</strong>s os interesses, queiram <strong>de</strong>dicar as suas energias ao cumprimento<br />

<strong>do</strong>s <strong>de</strong>veres cívicos <strong>de</strong> um completo cidadão.<br />

Antes <strong>de</strong> passar as minúcias <strong>do</strong> serviço clinico, cabe-me agra<strong>de</strong>cer-vos penhora<strong>do</strong> as amáveis<br />

referencias que fizestes ao trabalho da enfermaria “Tillaux” pedin<strong>do</strong>-vos permissão para fazel-as refletir<br />

sobre os meus <strong>de</strong>dica<strong>do</strong>s internos que com tanto zelo e amor me auxiliaram <strong>em</strong> minorar e curar os<br />

soffrimentos <strong>do</strong> heróico solda<strong>do</strong> brazileiro, <strong>do</strong>s quaes por <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> justiça salientarei por maior freqüência e<br />

<strong>de</strong>dicação os Snr. s acadêmicos: Antonio Ribeiro <strong>de</strong> Barros, Oscar Freire <strong>de</strong> Carvalho, Lucio Marinho <strong>do</strong>s<br />

Santos Guerra, Alci<strong>de</strong>s Britto Torres, Aurélio Ferreira Caldas e Pru<strong>de</strong>nte Cunha.<br />

E meu preclaro mestre, mais uma vez vos apresento os meus protestos <strong>de</strong> subida consi<strong>de</strong>ração e<br />

estima.<br />

Saú<strong>de</strong> e Fraternida<strong>de</strong>.<br />

Bahia, 23 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897.<br />

Dr. Jorge <strong>de</strong> Moraes<br />

Chefe da Enfermaria “Tillaux”<br />

169


HOSPITAL DE SÃO BENTO<br />

RELAÇÃO DAS OPERAÇÕES REALISADAS NA ENFERMARIA TILLAUX (2ª)<br />

1º - Curettag<strong>em</strong> <strong>de</strong> ulceras syphiliticas, <strong>em</strong> Manoel Estevão <strong>do</strong> Nascimento, solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 5º Batalhão <strong>de</strong> Artilharia da Campanha,<br />

praticada pelo Dr. Jorge <strong>de</strong> Moraes, sen<strong>do</strong> chloroformiza<strong>do</strong>r o acadêmico Adriano Vianna e auxiliares os acadêmicos Antonio<br />

Ribeiro <strong>de</strong> Barros e Antonio Ferreira Guimarães.<br />

2º - Extracção <strong>de</strong> um kisto <strong>de</strong> substancia calcarea no la<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong> da porção superior <strong>do</strong> corpo cavernoso no trajecto <strong>de</strong> uma<br />

bala, <strong>em</strong> Raymun<strong>do</strong> Papa-Borboleta, cabo <strong>do</strong> 40 B. am <strong>de</strong> Infanteria, praticada pelos Drs. Pacheco Men<strong>de</strong>s e Jorge <strong>de</strong> Moraes.<br />

3º - Desarticulação da phalaginha <strong>do</strong> <strong>de</strong><strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r da mão direita, <strong>em</strong> Benedicto José Luiz, solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 33 Bam. <strong>de</strong> Infanteria,<br />

praticada pelo pelo Dr. Jorge <strong>de</strong> Moraes, sen<strong>do</strong> chloroformisa<strong>do</strong>r o acadêmico Antonio Ribeiro <strong>de</strong> Barros, e auxiliares os<br />

acadêmicos Antonio Guimarães e Oscar Freire <strong>de</strong> Carvalho.<br />

4º - Extração <strong>de</strong> um estilhaço <strong>de</strong> cápsula (cobre) no flanco direito, <strong>em</strong> Luiz Soares Raposo da Camara, solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 34º Bam. <strong>de</strong><br />

Infanteria, praticada pelo Dr. Jorge <strong>de</strong> Moraes, sen<strong>do</strong> chloroformisa<strong>do</strong>r o acadêmico Alci<strong>de</strong>s Torres e auxiliar os acadêmicos<br />

Lucio Guerra e Oscar Freire.<br />

5º - Desarticulação <strong>do</strong> 4º metacarpianno, ten<strong>do</strong> o <strong>do</strong>ente perdi<strong>do</strong> o <strong>de</strong><strong>do</strong> respectivo na occasião <strong>em</strong> que recebeo o projectil <strong>em</strong><br />

João José <strong>de</strong> Souza, solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 25º Bam. <strong>de</strong> Infanteria, praticada pelo Dr. Jorge <strong>de</strong> Moraes, sen<strong>do</strong> chloroformisa<strong>do</strong>r o acadêmico<br />

Antonio Barros e auxiliares Oscar Freire <strong>de</strong> Carvalho e Lucio Guerra.<br />

6º - Extracção <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> (ilegível) <strong>do</strong> cotovello esquer<strong>do</strong>, <strong>em</strong> Aristi<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Carvalho Dantas, cabo <strong>do</strong> 25º Bam. <strong>de</strong> Infanteria,<br />

praticada pelo Dr. Jorge <strong>de</strong> Moraes, sen<strong>do</strong> auxiliares os acadêmicos Alci<strong>de</strong>s Torres e Aurélio Caldas.<br />

7º - Extracção <strong>de</strong> um seqüestro <strong>do</strong> osso molar direito <strong>em</strong> Antonio Thomaz <strong>de</strong> Britto Filho, solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 33º Bam. <strong>de</strong> Infanteria,<br />

praticada pelo Dr. Jorge <strong>de</strong> Moraes.<br />

8º - Extracção <strong>de</strong> um estilhaço <strong>de</strong> bala na região lombar direita, <strong>em</strong> Francisco Candi<strong>do</strong> Rodrigues, solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 12º Bam. <strong>de</strong><br />

Infanteria, praticada pelo Dr. Jorge <strong>de</strong> Moraes, sen<strong>do</strong> auxiliar o acadêmico Lucio Guerra.<br />

9º - Resecção e curettag<strong>em</strong> <strong>do</strong> osso scaphoidi, <strong>em</strong> Leopol<strong>do</strong> Rufino <strong>de</strong> Cerqueira, solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 31 Bam. <strong>de</strong> Infanteria, praticada<br />

pelo Dr. Jorge <strong>de</strong> Moraes, sen<strong>do</strong> auxiliares os acadêmicos Lucio Guerra e Oscar Freite, chloroformisa<strong>do</strong>r o acadêmico Antonio<br />

Ayres <strong>de</strong> Almeida Freitas.<br />

10º - Extracção <strong>de</strong> um seqüestro <strong>do</strong> 3º metacarpiano, <strong>em</strong> José Francisco <strong>do</strong> Nascimento solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 2º <strong>de</strong> Artilharia <strong>de</strong> Campanha,<br />

praticada pelo Dr. Jorge <strong>de</strong> Moraes.<br />

11º - Curettag<strong>em</strong> e tratamento operativo <strong>de</strong> uma fistula anal cega externa, pelo processo <strong>do</strong> Dr. Pacheco Men<strong>de</strong>s, <strong>em</strong> Antonio<br />

Lucio da Silva, solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 14 Bam. <strong>de</strong> Infanteria, pratica<strong>do</strong> pelo Dr. Jorge <strong>de</strong> Moraes, sen<strong>do</strong> auxiliares <strong>do</strong>s acadêmicos Aurélio<br />

Ferreira Caldas e Pru<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Oliveira Cunha.<br />

12º - Extracção <strong>de</strong> um kysto cartilaginoso no cotovello esquer<strong>do</strong> <strong>de</strong> José Jacinto <strong>de</strong> Castro, solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 25 Bam. <strong>de</strong> Infanteria,<br />

praticada pelo Dr. Jorge <strong>de</strong> Moraes, sen<strong>do</strong> auxiliares os acadêmicos Antonio Barros, Lucio Guerra e Alci<strong>de</strong>s Torres.<br />

13º - Abertura <strong>de</strong> uma collecção purulenta na loja da glândula submaxillar, praticada pelo Dr. Jorge <strong>de</strong> Moraes, sen<strong>do</strong><br />

chloroformisa<strong>do</strong>res os acadêmicos Antonio Ayres <strong>de</strong> Almeida Freitas, Antonio Barros e auxiliares os acadêmicos Lucio Guerra,<br />

Oscar Freire, Alci<strong>de</strong>s Torres e Aurélio Caldas.<br />

14º - Extracção <strong>de</strong> um estilhaço <strong>de</strong> bala na face interna da coxa esquerda, <strong>em</strong> Benedicto Antonio Gomes cabo <strong>do</strong> 30 Bam. <strong>de</strong><br />

Infanteria, praticada pelo Dr. Jorge <strong>de</strong> Moraes, sen<strong>do</strong> auxiliar o acadêmico Alci<strong>de</strong>s Torres.<br />

15º - Extracção <strong>de</strong> uma bala manulicher, ao nível <strong>do</strong> ângulo superior <strong>do</strong> omoplata, <strong>em</strong> Marciano <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 4º Bam.<br />

<strong>de</strong> Infanteria, praticada pelo Dr. Jorge <strong>de</strong> Moraes, sen<strong>do</strong> auxiliar o acadêmico Lucio Guerra.<br />

B. a , 13 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897.<br />

170


ENFERMARIA TILLAUX<br />

MOVIMENTO DA ENFERMARIA TILLAUX DE 14 DE AGOSTO A 13 DE NOVEMBRO<br />

Entraram para o serviço --------------------------------------------- 109 <strong>do</strong>entes<br />

Tiveram alta por cura<strong>do</strong>s ------------------------------------------- 82 //<br />

Tiveram alta <strong>em</strong> convalescença ------------------------------------ 5 //<br />

Teve alta por <strong>de</strong>serção ----------------------------------------------- 1 //<br />

Teve alta por transferência para o Hospital Militar -------------- 8 //<br />

Ficaram <strong>em</strong> tratamento ---------------------------------------------- 4 //<br />

171


Enfermaria da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia, 3 <strong>de</strong> Des<strong>em</strong>bro e 1897<br />

Ex. mo Snr. Dr. Director<br />

Ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> extincta pelo Sr. General, commandante <strong>do</strong> Districto a enfermaria militar provisória sob minha direcção, a<br />

ultmada das instaladas na Faculda<strong>de</strong>, cumpro o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>ce <strong>em</strong> meu nome e no <strong>do</strong>s meus companheiros <strong>de</strong><br />

trabalho a confiança que se dignou V. Ex. a <strong>em</strong> nós <strong>de</strong>positar.<br />

Na presente data r<strong>em</strong>etto para a secretaria, on<strong>de</strong> ficará a disposição <strong>de</strong> V. Ex. a para lhe dar o <strong>de</strong>stino que enten<strong>de</strong>r<br />

conveniente, o material forneci<strong>do</strong> pela Faculda<strong>de</strong> e pelo Comitê Patriótico que conta <strong>de</strong> bal<strong>de</strong>s, bacias, escarra<strong>do</strong>res<br />

<strong>de</strong> metal, duas seringas <strong>de</strong> cuvutchouc, irriga<strong>do</strong>res, etc. A este acompanharam também a listo <strong>do</strong>s <strong>do</strong>entes que tiveram<br />

alta ou foram transferi<strong>do</strong>s para os hospitais militares e <strong>do</strong>s que entreguei ao Dr. Artur Rebello e que, por não se<br />

po<strong>de</strong>r<strong>em</strong> transportar, ainda aqui ficaram.<br />

Em t<strong>em</strong>po opportuno apresentarei a V. Ex. a , com os meus collegas <strong>de</strong> serviço, um relatório <strong>de</strong>monstrativo <strong>do</strong><br />

movimento completo da enfermaria, trabalho que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>do</strong>s registros clínicos <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os collegas que foram<br />

encarrega<strong>do</strong>s <strong>do</strong> tratamento <strong>do</strong>s <strong>do</strong>entes.<br />

Aproveito a opportunida<strong>de</strong> para apresentar a V. Ex.ª os meus protestos da mais elevada consi<strong>de</strong>ração e estima.<br />

Saú<strong>de</strong> e fraternida<strong>de</strong>.<br />

Dr. Braz <strong>do</strong> Amaral<br />

172


Tiveram alta <strong>em</strong> 24 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro<br />

Solda<strong>do</strong> Francisco Severino <strong>de</strong> Magalhães, da 4ª Companhia <strong>do</strong> 15º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria, com 25 annos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, natural<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ceará, filho <strong>de</strong> Joaquim Severino, por soffrer <strong>de</strong> h<strong>em</strong>orrhoidas.<br />

Solda<strong>do</strong> Benedicto José Villarim, da 4ª Companhia <strong>do</strong> 35º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria, com 18 annos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, natural <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> Piauhy, filho <strong>de</strong> Antonio José Villarim, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no gran<strong>de</strong> artelho <strong>do</strong> pé esquer<strong>do</strong>.<br />

Solda<strong>do</strong> Epaminondas Coelho Santiago, da 2ª Companhia <strong>do</strong> 39º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria, com 20 annos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, natural <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul, filho <strong>de</strong> Jorge Santiago, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na coxa esquerda.<br />

Solda<strong>do</strong> Joaquim Antonio <strong>de</strong> Lima, da 1ª Companhia <strong>do</strong> 16º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria, com 18 annos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, natural <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong> da Bahia, filho <strong>de</strong> Francisco Antonio <strong>de</strong> Lima, Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço médio da perna direita.<br />

Solda<strong>do</strong> Antonio Pereira Lima, da 3ª Companhia da polícia <strong>do</strong> Amazonas, com 29 annos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, natural <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

Pernambuco, filho <strong>de</strong> Raymun<strong>do</strong> <strong>de</strong> Lima, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na coxa esquerda.<br />

Cabo <strong>de</strong> esquadra José Antonio Vasconcellos da 3ª Companhia <strong>do</strong> 34º Batalhão <strong>de</strong> infantaria, com 24 annos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>,<br />

natural <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte, filho <strong>de</strong> Antonio José Vasconcellos, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na mão<br />

esquerda.<br />

Solda<strong>do</strong> Luiz José <strong>do</strong> Nascimento da 2ª Companhia <strong>do</strong> 15º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria, com 18 annos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, natural <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte, filho <strong>de</strong> José <strong>do</strong> Nascimento, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no braço esquer<strong>do</strong> <strong>de</strong> que<br />

resultou difficulda<strong>de</strong> na flexão e extenção.<br />

Solda<strong>do</strong> Manoel Marques Souza Britto da 2ª Companhia <strong>do</strong> 35º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria, com 40 annos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, natural <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Maranhão, filho <strong>de</strong> Antonio José <strong>de</strong> Britto Cidreira, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no quadril da perna direita e<br />

paralysia.<br />

Solda<strong>do</strong> José Alexandre da Cruz, da 1ª Campanhia <strong>do</strong> 12º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria, com 21 annos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, natural <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

da Bahia, filho <strong>de</strong> Manoel Alexandre, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo produzin<strong>do</strong> encurtamento da coxa.<br />

Solda<strong>do</strong> Pedro Vieira <strong>de</strong> Sá, da 3ª Companhia <strong>do</strong> 40º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria, com 25 annos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, natural <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

Piauhy, filho <strong>de</strong> Victor Antonio <strong>de</strong> Sá, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo, sen<strong>do</strong>-lhe amputa<strong>do</strong> o braço esquer<strong>do</strong>.<br />

Solda<strong>do</strong> Manoel José Cambraia, da 1ª Companhia <strong>do</strong> 30º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria, com 19 annos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, natural <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul, filho <strong>de</strong> outro <strong>de</strong> igual nome, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo, sen<strong>do</strong>-lhe amputada a coxa esquerda.<br />

Irineu Caetano da Silva, da 3ª Companhia <strong>do</strong> 22º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria, com 19 annos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, natural <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> S.<br />

Paulo, filho <strong>de</strong> Esperança Maria da Conceição.<br />

Solda<strong>do</strong> Manoel Leôncio Paciência, da 3ª Companhia <strong>do</strong> 30º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria, com 19 annos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, natural <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong> da Bahia, filho <strong>de</strong> Manoel José, ferimento no terço superior da coxa esquerda e paralysia da perna.<br />

Solda<strong>do</strong> João Baptista <strong>de</strong> Araújo, da 4ª Companhia <strong>do</strong> 27º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria, com 18 annos da ida<strong>de</strong>, natural <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

da Parahyba <strong>do</strong> Norte, filho <strong>de</strong> João Francisco <strong>de</strong> Araújo, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo que tornou necessário a amputação da<br />

mão esquerda.<br />

Solda<strong>do</strong> Agostinho <strong>de</strong> Oliveira Santos, da 3ª Companhia <strong>do</strong> 39º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria, com 22 annos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, natural <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Pernambuco, filho <strong>de</strong> Gonçalo Gomes <strong>do</strong>s Santos, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na coxa esquerda que resultou na<br />

paralysia <strong>do</strong>s extensores <strong>de</strong>ssa região.<br />

Solda<strong>do</strong> Antonio Bernar<strong>do</strong> da Cunha, da 1ª Companhia <strong>do</strong> 35º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria, com 25 annos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, natural <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauhy, filho <strong>de</strong> igual nome, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nos ossos <strong>do</strong> ante-braço próximo a articulação <strong>do</strong> punho<br />

esquer<strong>do</strong> <strong>de</strong> que resultou consolidação viciosa e difficulda<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s movimentos.<br />

Solda<strong>do</strong> Albertino Pereira Vianna, da 1ª Companhia <strong>do</strong> 5º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria, com 29 annos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, natural <strong>de</strong><br />

Piauhy, filho <strong>de</strong> Joaquim Vicente, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no braço direito.<br />

173


Musico Manoel Pereira Bastos, da 1ª Companhia <strong>do</strong> 9º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria, com 25 annos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, natural <strong>de</strong><br />

Pernambuco, filho <strong>de</strong> igual nome ferimento ante-braço esquer<strong>do</strong>.<br />

Solda<strong>do</strong> Manoel Pereira da Silva, da 1ª Companhia <strong>do</strong> 7º Batalhão <strong>de</strong> infantaria, com 20 annos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, natural <strong>do</strong> Rio<br />

Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte, filho <strong>de</strong> João Pereira <strong>de</strong> Araújo, ferimento no braço e na mão direita.<br />

Solda<strong>do</strong> José Fortunato da Silva, da 1ª Companhia <strong>do</strong> 27º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria, com 25 annos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, natural Parahyba,<br />

filho <strong>de</strong> igual nome, ferimento no braço e ante braço esquer<strong>do</strong>.<br />

Solda<strong>do</strong> Antonio Caetano da Silva, da 4ª Companhia <strong>do</strong> 7º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria, com 21 annos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, natural <strong>do</strong> Rio<br />

Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte, ferimento na perna esquerda.<br />

Solda<strong>do</strong> Manoel Pereira da Silva, da 4ª Companhia <strong>do</strong> 22º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria, com 35 annos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, natural <strong>de</strong><br />

Pernambuco, filho <strong>de</strong> Manoel Pereira da Silva, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no braço esquer<strong>do</strong>.<br />

Cabo <strong>de</strong> esquadra Raymun<strong>do</strong> d’Oliveira Bastos, da 4ª Companhia <strong>do</strong> 5º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria, com 18 annos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>,<br />

natural <strong>do</strong> Maranhão, filho <strong>de</strong> José Oliveira Bastos, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na mão direita, amputação <strong>do</strong> braço direito.<br />

Solda<strong>do</strong> Manoel Francisco <strong>de</strong> Lima, da 2ª Companhia <strong>do</strong> 7º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria, com 20 annos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, natural <strong>de</strong><br />

Alagoas, filho <strong>de</strong> Il<strong>de</strong>fonso Pereira <strong>de</strong> Lima, ferimento na perna esquerda.<br />

Anspeçada Fortunato Pereira da Silva, da 2ª Companhia <strong>do</strong> 30º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria, com 25 annos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, natural <strong>do</strong><br />

Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte, filho <strong>de</strong> Francisco Men<strong>de</strong>s <strong>do</strong> Nascimento, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo <strong>em</strong> ambas as penas.<br />

Solda<strong>do</strong> Theo<strong>do</strong>ro Meirelles, da 4ª Companhia <strong>do</strong> 40º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria, com 20 annos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, natural <strong>do</strong> Rio<br />

Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul, filho <strong>de</strong> Marcellino (Sario?), ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no ante-braço direito.<br />

Musico Cunegun<strong>de</strong>s Peres <strong>de</strong> Araújo, com 24 annos, natural <strong>do</strong> Maranhão, 1ª Companhia <strong>do</strong> 5º <strong>de</strong> Infantaria, feri<strong>do</strong> por<br />

arma <strong>de</strong> fogo no cotovello esquer<strong>do</strong>.<br />

Solda<strong>do</strong> Manoel Moreira <strong>do</strong> Nascimento, com 34 annos, natural <strong>de</strong> Alagoas, da 1ª Companhia <strong>do</strong> 32º <strong>de</strong> Infantaria, feri<strong>do</strong><br />

por arma <strong>de</strong> fogo na mão direita com fractura <strong>do</strong> 3º metacarpiano, ankylose <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r médios da mesma mão.<br />

Solda<strong>do</strong> João Caetano, com 21 annos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, natural <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte, da 4ª Companhia <strong>do</strong> 7º <strong>de</strong> Infantaria, feri<strong>do</strong><br />

por arma <strong>de</strong> fogo na perna esquerda.<br />

Cabo Manoel Pereira da Silva, com 35 annos, natural <strong>de</strong> Pernambuco, da 4ª Companhia <strong>do</strong> 22º, feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo no<br />

braço esquer<strong>do</strong> com fractura exposta <strong>do</strong> humero.<br />

Solda<strong>do</strong> Aprígio Antonio da Silveira, com 25 annos, natural <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte, da 4ª Companhia <strong>do</strong> 34º, gastrite<br />

diarrhea.<br />

2º sargento José Gomes da Silva, com 22 annos, natural <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte, da 1ª Bateria <strong>do</strong> 5º <strong>de</strong> Artilharia, feri<strong>do</strong><br />

por arma <strong>de</strong> fogo na perna direita.<br />

Cabo Lino Correia <strong>de</strong> Moura, com 29 annos, natural <strong>do</strong> Ceará, da 2ª Companhia <strong>do</strong> 40º?<br />

Solda<strong>do</strong> Artur Correia <strong>de</strong> Moura, com 25 annos, natural <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, da 2ª Companhia <strong>do</strong> 37º, feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong><br />

fogo no escroto.<br />

Solda<strong>do</strong> Francisco Manoel da Silva, com 32 annos, natural da Bahia, da 2ª Companhia <strong>do</strong> 32º, feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo na<br />

mão direita.<br />

Solda<strong>do</strong> Manoel F. <strong>de</strong> Lima, com 20 annos, natural <strong>de</strong> Alagoas, da 2ª Companhia <strong>do</strong> 7º, feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo na perna<br />

esquerda.<br />

174


Ficaram na enfermaria extincta os seguintes:<br />

Minervino Ferrão <strong>de</strong> Gusmão, solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 1º regimento <strong>de</strong> cavallaria, feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo no 5º metacarpiano. Foi<br />

extrahida a bala.<br />

Francisco <strong>de</strong> Souza Lima, solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 29º <strong>de</strong> infantaria, feri<strong>do</strong> no hombro esquer<strong>do</strong>. Fez-se a resecção <strong>do</strong> humero <strong>em</strong> sua<br />

extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong> superior.<br />

Luiz Fernan<strong>de</strong>s Dias, cabo <strong>do</strong> 7º feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo no braço direito e com luxação da espádua. Foi extrahida uma bala<br />

e raspa<strong>do</strong> o humero na sua extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong> superior on<strong>de</strong> estava caria<strong>do</strong>.<br />

José (Heinneitz?) Moreira Lima, solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 39º, tuberculose pulmonar, otite tuberculosa e ecx<strong>em</strong>a <strong>do</strong> pé esquer<strong>do</strong>.<br />

Hermin<strong>do</strong> Fernan<strong>de</strong>s Peixoto, musico <strong>do</strong> 22º, feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo na região lombar.<br />

Liberato <strong>do</strong> Nascimento, solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 22º, feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo no humero esquer<strong>do</strong>. Fez-se a <strong>de</strong>sarticulação.<br />

Antonio Caetano da Silva, solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 7º, feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo na perna direita.<br />

Bahia, 3 <strong>de</strong> Des<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897.<br />

Dr. Braz <strong>do</strong> Amaral.<br />

175


Cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Salva<strong>do</strong>r, Bahia <strong>de</strong> To<strong>do</strong>s os Santos, <strong>em</strong> 15 <strong>de</strong> Dez<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897<br />

Tenho o prazer <strong>de</strong> enviar a V. Ex. a uma relação, <strong>em</strong> forma <strong>de</strong> mappa, <strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong>entes da Enfermaria <strong>do</strong> Hospital Militar creada nas <strong>de</strong>pendências <strong>do</strong> Mosteiro <strong>de</strong><br />

São Bento, sob a direcção <strong>de</strong> V. Ex. a , para tratar <strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s,<br />

Enfermaria <strong>de</strong> que fui encarrega<strong>do</strong> como medico chefe, ten<strong>do</strong> por auxiliares os<br />

estudantes Evaristo e Araújo, Antonio Bastos e Joaquim da Matta Albuquerque.<br />

Na relação acham-se <strong>de</strong>scriptas, antes, <strong>de</strong>signadas as moléstias e algumas<br />

das operações praticadas por mim: verá V. Ex. a que quase to<strong>do</strong>s os <strong>do</strong>entes tiveram<br />

alta cura<strong>do</strong>s, só ten<strong>do</strong> falleci<strong>do</strong> <strong>do</strong>us, um <strong>de</strong> lesão cardíaca, que para lá entrou<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o dia da installação e o outro chega<strong>do</strong> já nos últimos t<strong>em</strong>pos, falleceu <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>syntheria séptica, com 3 dias apenas <strong>de</strong> estada; alguns outros tiveram alta s<strong>em</strong> se<br />

achar<strong>em</strong> completamente cura<strong>do</strong>s, por ter<strong>em</strong> si<strong>do</strong> requisita<strong>do</strong>s por seus superiores<br />

para seguir<strong>em</strong> os seus batalhões.<br />

Quase todas as operações foram feitas s<strong>em</strong> anesthesia geral, haven<strong>do</strong><br />

apenas quatro chloroformisações, que <strong>de</strong>ram-me ensejo <strong>de</strong> reconhecer a perícia e<br />

bonda<strong>de</strong> <strong>do</strong>s D. rs Jeorge <strong>de</strong> Moraes e Antonio <strong>de</strong> Barros, aos quais muito agra<strong>de</strong>ço<br />

o concurso que me prestaram.<br />

Peço a V. Ex. a permissão para lhe agra<strong>de</strong>cer, muito <strong>de</strong> coração, a<br />

benevolência com que atten<strong>de</strong>u s<strong>em</strong>pre qualquer pedi<strong>do</strong> ou reclamação para a<br />

Enfermaria a meu cargo, mais também a distincção com que tratou-me, e as<br />

palavras obsequiosas <strong>de</strong> seu officio <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro p.p.<br />

Aproveito a occasião para significar a V. Ex. a que me encontrará s<strong>em</strong>pre<br />

prompto a acompanhal-o <strong>em</strong> commissão como esta, e assegurar-lhe os protestos <strong>de</strong><br />

minha subida estima e alta consi<strong>de</strong>ração.<br />

Saú<strong>de</strong> e Fraternida<strong>de</strong>.<br />

Ex. mo Snr. Dr. José Olympio <strong>de</strong> Azeve<strong>do</strong>.<br />

Dr. Julio da Gama


N.º<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

8<br />

9<br />

10<br />

11<br />

12<br />

Nomes<br />

Joaquim José <strong>de</strong> S. t’ Anna<br />

Evaristo Pereira <strong>de</strong> Oliveira<br />

Vicente Alves da Silva Domingues<br />

Henrique José da Costa<br />

Cabo - Cl<strong>em</strong>ente Gonsalves <strong>de</strong><br />

Araújo<br />

Musico – Verissimo Reis da Silva<br />

I<strong>de</strong>m – Antonio José Rodrigues<br />

Joaquim Anselmo <strong>de</strong> Oliveira<br />

João Marciano<br />

Bernardino Pedro Siqueira<br />

Américo José <strong>do</strong>s Santos<br />

Sebastião José <strong>do</strong>s Santos<br />

Entradas<br />

11 Agosto<br />

14 Agosto<br />

14 Agosto<br />

14 Agosto<br />

// //<br />

// //<br />

// //<br />

11 //<br />

// //<br />

// //<br />

14 //<br />

// //<br />

Moléstias<br />

Feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo<br />

Dysenteria<br />

Rheumatismo<br />

Gastro-interite e rheumatismo<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na<br />

inf. <strong>do</strong> braço<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo e<br />

diarrhea<br />

Gastro-enterite chronica<br />

Rheumatismo<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no<br />

pé direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

Altas<br />

17 Agosto. Cura<strong>do</strong><br />

17 Agosto. Cura<strong>do</strong><br />

17 Agosto. Cura<strong>do</strong><br />

// // . Transferência<br />

// // Cura<strong>do</strong><br />

18 // Cura<strong>do</strong><br />

// // Transferência<br />

// // Cura<strong>do</strong><br />

// // Melhora<strong>do</strong><br />

// // Cura<strong>do</strong><br />

18 // Cura<strong>do</strong><br />

19 // Cura<strong>do</strong><br />

Operações<br />

Observações


N.º<br />

13<br />

14<br />

15<br />

16<br />

17<br />

18<br />

19<br />

20<br />

21<br />

22<br />

23<br />

24<br />

Nomes<br />

Raphael <strong>de</strong> Paula Vieira<br />

Vitalino Luiz da França<br />

Firmino José Ferreira<br />

Ezequiel José <strong>de</strong> Souza<br />

Corneta – Pedro Manoel da França<br />

Francisco Thomaz<br />

Manoel Formino <strong>do</strong> Nascimento<br />

Manoel Jorge <strong>de</strong> Souza<br />

Joaquim José Oliveira<br />

Hermelino Baptista Torres<br />

Lourenço Antonio da Silva<br />

Thomaz Leite Torres<br />

Entradas<br />

11 Agosto<br />

11 //<br />

// //<br />

14 Agosto<br />

// //<br />

11 //<br />

// //<br />

14 //<br />

// //<br />

// //<br />

// //<br />

// //<br />

Moléstias<br />

Ferimento na parte anterior <strong>do</strong><br />

joelho esquer<strong>do</strong><br />

Ferimento no pescoço e<br />

rheumatismo<br />

Ferimento na coxa esquerda e<br />

mão direita<br />

Ferimento na coxa direita<br />

Ferimento.<br />

Ferida na mão direita cortan<strong>do</strong><br />

os <strong>de</strong><strong>do</strong>s polex e ín<strong>de</strong>x<br />

I<strong>de</strong>m no hombro esquer<strong>do</strong><br />

Ferimento no braço esquer<strong>do</strong> e<br />

peito direito<br />

Ferimento na espádua direita e<br />

articulação humeral. On<strong>de</strong> o<br />

(ilegível) projectil atravessou o<br />

peito<br />

Ferimento na parte lateral <strong>do</strong><br />

peito e da espadua esquerda.<br />

(ilegível) o projectil<br />

Ferida na coxa direita<br />

Ferida no ante-braço (ilegível)<br />

Altas<br />

23 Agosto. Cura<strong>do</strong>.<br />

// // //<br />

// // //<br />

25 // //<br />

27 // //<br />

28 // //<br />

// // //<br />

// // //<br />

// // //<br />

31 // //<br />

// // //<br />

Fez-se a (ilegível)<br />

<strong>do</strong> cubitero<br />

Operações Observações<br />

Fez-se a curetag<strong>em</strong><br />

<strong>do</strong> cubitero<br />

Foi requisita<strong>do</strong> para<br />

seguir com o batalhão


N.º<br />

25<br />

26<br />

27<br />

28<br />

29<br />

30<br />

31<br />

32<br />

33<br />

34<br />

35<br />

36<br />

Nomes<br />

Paulino <strong>do</strong>s Santos<br />

Francisco Mangabeira da Silva<br />

Cabo d’esquadra José <strong>do</strong> Carmo<br />

Costa<br />

Thomaz José <strong>de</strong> Oliveira<br />

João Antonio Nunes<br />

José Francisco <strong>do</strong>s Santos<br />

José Ricar<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Santos<br />

João Francisco <strong>de</strong> Souza<br />

Venâncio Luis da Silva<br />

José Alves Brito<br />

Manoel Antonio <strong>do</strong> Nascimento<br />

Luiz I<strong>de</strong>lfonso Alves da França<br />

Entradas<br />

// //<br />

22 //<br />

28 //<br />

5 <strong>de</strong><br />

Set<strong>em</strong>bro<br />

22 Agosto<br />

22 Agosto<br />

// //<br />

// //<br />

14 //<br />

// //<br />

22 //<br />

12 //<br />

Moléstias<br />

Ferida no ante-braço direito<br />

Ferida no 3º inf. da perna<br />

esquerda<br />

Ferida no Joelho Direito<br />

Beribéri<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

Rheumatismo<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no<br />

3º sup. da coxa direita<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no<br />

pé direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na<br />

coxa esquerda e no excroto<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no<br />

ante-braço esquer<strong>do</strong><br />

Febre palustre intermittente<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no<br />

(hypochardio?) direito, ten<strong>do</strong> o<br />

projectil atravessa<strong>do</strong> <strong>de</strong> traz<br />

pra diante<br />

Altas<br />

2 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro –<br />

melhora<strong>do</strong><br />

10 // - cura<strong>do</strong><br />

// // //<br />

// // por<br />

transferência<br />

11 // - melhora<strong>do</strong><br />

11 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro –<br />

cura<strong>do</strong><br />

// // //<br />

// // //<br />

// // //<br />

// // //<br />

12 // - melhora<strong>do</strong><br />

21 // - cura<strong>do</strong><br />

Operações Observações<br />

Fez-se a operação da<br />

fístula que existia no<br />

trajecto da bala no<br />

escroto<br />

Foi requisita<strong>do</strong> para<br />

seguir com o batalhão


N.º<br />

37<br />

38<br />

39<br />

40<br />

41<br />

42<br />

43<br />

44<br />

45<br />

46<br />

47<br />

48<br />

Nomes<br />

Manoel Pedro <strong>de</strong> Barros Lima<br />

Julio Pereira <strong>de</strong> Castro<br />

José (David?) Cavalcanti<br />

Anspeçada João Olympio<br />

Manoel (ilegível)<br />

Musico – João Geronimo da Silva<br />

I<strong>de</strong>m – Luiz Francisco <strong>de</strong> Men<strong>do</strong>nça<br />

I<strong>de</strong>m – José Luiz<br />

Belmiro Severo das Neves<br />

Anspeçada Melchia<strong>de</strong>s Bento<br />

Cabo Pedro José <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong><br />

Diogo Brandão<br />

Entradas<br />

14 //<br />

22 //<br />

11 <strong>de</strong><br />

Outubro<br />

11 //<br />

11 //<br />

8 //<br />

5 //<br />

// //<br />

14 <strong>de</strong><br />

Agosto<br />

11 <strong>de</strong><br />

Outubro<br />

13 <strong>de</strong><br />

Outubro<br />

5 <strong>de</strong><br />

Outubro<br />

Moléstias<br />

I<strong>de</strong>m no ante-braço esquer<strong>do</strong>,<br />

3º médio<br />

I<strong>de</strong>m e uma ulcera syphilitica<br />

I<strong>de</strong>m na parte esquerda <strong>do</strong><br />

maxillar inferior e no joelho<br />

esquer<strong>do</strong><br />

I<strong>de</strong>m no peitoral esquer<strong>do</strong><br />

I<strong>de</strong>m no peitoral direito<br />

I<strong>de</strong>m no terço inferior da coxa<br />

esquerda<br />

I<strong>de</strong>m no joelho direito,<br />

erypsella, hepatite<br />

Hepatite<br />

Gran<strong>de</strong>s ulcerações por<br />

ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas<br />

regiões anterior e externa da<br />

extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong> inferior da perna<br />

direita<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no<br />

joelho direito<br />

I<strong>de</strong>m no hombro esquer<strong>do</strong><br />

Tuberculose pulmonar<br />

Altas<br />

1º <strong>de</strong> Outubro -<br />

cura<strong>do</strong><br />

4 // - cura<strong>do</strong><br />

13 // //<br />

// // //<br />

// // //<br />

16 // //<br />

// // //<br />

// // //<br />

// // //<br />

17 // //<br />

18 // - melhora<strong>do</strong><br />

// // //<br />

Operações Observações<br />

Fez-se a operação da<br />

curetag<strong>em</strong> da ulcera<br />

Foi requisita<strong>do</strong> pelo<br />

superior para seguir<br />

com o batalhão


N.º<br />

49<br />

50<br />

51<br />

52<br />

53<br />

54<br />

55<br />

56<br />

57<br />

58<br />

59<br />

Nomes<br />

Anspeçada Thelmo Soares<br />

Cabo Raymun<strong>do</strong> José <strong>de</strong> Queiroz<br />

I<strong>de</strong>m – João Rodrigues<br />

Bernardino Gomes<br />

Francisco Magello da Silva<br />

Marcellino da Silva<br />

Cl<strong>em</strong>entino Roiz Souza<br />

Sargento <strong>do</strong> Regimento <strong>do</strong> Pará –<br />

José (ilegível) da Silva<br />

I<strong>de</strong>m – Raimun<strong>do</strong> Alberto <strong>de</strong><br />

Vasconcellos<br />

Anspeçada Melchia<strong>de</strong>s Porfírio da<br />

Costa<br />

Manoel Francisco da Silva<br />

Entradas<br />

15 <strong>de</strong><br />

Outubro<br />

8 <strong>de</strong><br />

Outubro<br />

18 //<br />

11 //<br />

8 //<br />

14 Agosto<br />

13 <strong>de</strong><br />

Outubro<br />

13 <strong>de</strong><br />

Outubro<br />

// //<br />

28 <strong>de</strong><br />

Agosto<br />

14 <strong>de</strong><br />

Agosto<br />

Moléstias<br />

Dysenteria séptica<br />

Syphilis – (<strong>do</strong>res orteocapas?)<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no<br />

<strong>do</strong>rso <strong>do</strong> pé esquer<strong>do</strong><br />

I<strong>de</strong>m no ante-braço direito<br />

Febre intermittente<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na<br />

mão e no ante-braço direito,<br />

hepatite com infiltração<br />

Febre palustre inttermitente<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na<br />

coxa direita e na região<br />

h<strong>em</strong>oplaetana esquerda<br />

I<strong>de</strong>m na parte lateral direita da<br />

região <strong>front</strong>al<br />

I<strong>de</strong>m na parte anterior e inferior<br />

da coxa e (ilegível) <strong>do</strong> joelho<br />

(esquer<strong>do</strong>?)<br />

I<strong>de</strong>m no <strong>de</strong><strong>do</strong> médio <strong>do</strong> pé.<br />

Dysenteria e rheumatismo<br />

Altas<br />

// // - morte<br />

19 // - cura<strong>do</strong><br />

// // //<br />

20 // - não cura<strong>do</strong><br />

// // - cura<strong>do</strong><br />

21 // //<br />

21 // - cura<strong>do</strong><br />

22 <strong>de</strong> Outubro -<br />

cura<strong>do</strong><br />

// // //<br />

24 // //<br />

26 // //<br />

Operações Observações<br />

Extração <strong>de</strong> um<br />

(ilegível) na região<br />

t<strong>em</strong>poral direita<br />

Fizeram-se<br />

<strong>de</strong>sbridamento,<br />

abertura <strong>de</strong> trajectos<br />

fistulosos e applicaçao<br />

<strong>de</strong> drenos<br />

Teve alta não<br />

completamente<br />

cura<strong>do</strong> por ter que<br />

seguir com o batalhão<br />

<strong>de</strong> Policia <strong>de</strong> São<br />

Paulo


N.º<br />

60<br />

61<br />

62<br />

63<br />

64<br />

65<br />

66<br />

67<br />

68<br />

69<br />

70<br />

71<br />

Nomes<br />

Anspeçada Paulino Dias da Luz<br />

Miguel Evangelista Santos<br />

Anspeçada Etelário Manoel <strong>do</strong>s<br />

Santos<br />

Cabo Américo Duarte<br />

Luiz Gonzaga Fernan<strong>de</strong>s<br />

Thomaz <strong>do</strong> Couto<br />

Musico - Francisco <strong>do</strong>s Passos<br />

Xavier<br />

Anspeçada Antonio Roiz Magalhães<br />

Simplicio da Silva<br />

Hermenegil<strong>do</strong> José <strong>de</strong> Oliveira<br />

José <strong>de</strong> Mesquita<br />

Francisco Alves da Silva<br />

Entradas<br />

23 <strong>de</strong><br />

Outubro<br />

8 <strong>de</strong><br />

Outubro<br />

// //<br />

13 //<br />

8 //<br />

15 //<br />

15 //<br />

8 //<br />

13 <strong>de</strong><br />

Outubro<br />

// //<br />

// //<br />

8 //<br />

Moléstias<br />

Ferimento por queda no joelho<br />

direito<br />

I<strong>de</strong>m por arma <strong>de</strong> fogo<br />

Hérnia inguinal direita<br />

Rheumatismo (ilegível) agu<strong>do</strong> e<br />

(ilegível)<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no<br />

3º superior <strong>do</strong> ante-braço<br />

direito<br />

I<strong>de</strong>m na face antero-superior<br />

da coxa direita<br />

I<strong>de</strong>m nas regiões lombares<br />

I<strong>de</strong>m na coxa e na planta <strong>do</strong> pé<br />

direito. Rheumatismo e Gastrointerite<br />

Dysenteria e tuberculose<br />

incipiente2 // - melhora<strong>do</strong><br />

Febre palustre intermitente e<br />

abscesso <strong>do</strong> escroto<br />

Broncho-pneumonia<br />

Ferimento na região anterosuperior<br />

da coxa direita e<br />

rheumatismo articular<br />

Altas<br />

25 // - melhora<strong>do</strong><br />

// // - cura<strong>do</strong><br />

27 <strong>de</strong> Outubro<br />

// // - cura<strong>do</strong><br />

// // - quase cura<strong>do</strong><br />

29 // - cura<strong>do</strong><br />

1º <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro –<br />

cura<strong>do</strong><br />

2 // - melhora<strong>do</strong><br />

3 // - cura<strong>do</strong><br />

// // //<br />

6 // //<br />

Operações Observações<br />

Abrio-se o trajecto da<br />

bala para evacuar as<br />

collecções purulentas<br />

(ilegível) que se<br />

formavam<br />

Abriu-se o abscesso<br />

Extracção <strong>de</strong> bala na<br />

ná<strong>de</strong>ga<br />

Requisita<strong>do</strong> por or<strong>de</strong>m<br />

superior para seguir<br />

com o batalhão<br />

Não se fez operação a<br />

operação radical pela<br />

natureza <strong>do</strong> hospital e<br />

a sua condição<br />

Foi requisita<strong>do</strong> antes<br />

<strong>do</strong> restabelecimento<br />

completo<br />

Cura<strong>do</strong> da dysenteria


N.º<br />

72<br />

73<br />

74<br />

75<br />

76<br />

77<br />

Nomes<br />

Cabo Archanjo Luiz da Silva<br />

José Felippe<br />

Ramos Cor<strong>de</strong>iro<br />

Manoel <strong>de</strong> Oliveira<br />

Salva<strong>do</strong>r Vicente Ferreira<br />

George Leopoldino Santos<br />

Entradas<br />

// //<br />

22 <strong>de</strong><br />

Agosto<br />

1º <strong>de</strong><br />

Nov<strong>em</strong>bro<br />

14 <strong>de</strong><br />

Agosto<br />

14 <strong>de</strong><br />

Agosto<br />

8 <strong>de</strong><br />

Outubro<br />

Moléstias<br />

I<strong>de</strong>m na região <strong>do</strong>rsal<br />

I<strong>de</strong>m na região anterior <strong>do</strong><br />

pescoço<br />

Arthrite (ilegível)-maxillar por<br />

contusão. Abscesso nas<br />

gengivas e na bochecha<br />

esquerda<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na<br />

região (ilegível) esquerda<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na<br />

articulação <strong>do</strong> cotovello direito,<br />

com fractura <strong>do</strong>s ossos <strong>do</strong><br />

ante-braço<br />

Diarrhéa<br />

Altas<br />

9 // //<br />

// // - melhora<strong>do</strong><br />

12 // - cura<strong>do</strong><br />

12 // - não cura<strong>do</strong><br />

14 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro -<br />

cura<strong>do</strong><br />

Deixei ainda na<br />

enfermaria a 14 <strong>de</strong><br />

Nov<strong>em</strong>bro por não<br />

estar<br />

completamente<br />

cura<strong>do</strong><br />

Operações Observações<br />

Fez-se extracção das<br />

esquírolas ósseas.Na<br />

tar<strong>de</strong> fez-se a<br />

raspag<strong>em</strong> <strong>do</strong>s ossos;<br />

porém sen<strong>do</strong> tu<strong>do</strong><br />

improficuo, fez-se<br />

amputação <strong>do</strong> braço<br />

na união <strong>do</strong> 3º médio<br />

com o 3º inferior;<br />

ten<strong>do</strong> este <strong>do</strong>ente<br />

soffri<strong>do</strong> três<br />

operações, sen<strong>do</strong><br />

duas sob acção <strong>do</strong><br />

chloroformio<br />

Foi requisita<strong>do</strong> para<br />

seguir com o batalhão<br />

Foi requisita<strong>do</strong> por<br />

or<strong>de</strong>m superior para<br />

seguir com o batalhão<br />

O <strong>do</strong>ente apezar <strong>de</strong><br />

cura<strong>do</strong> ficou na<br />

enfermaria para seguir<br />

<strong>de</strong>pois para o asilo<br />

A.B. Nesta enfermaria<br />

foram feitas quatro<br />

chloroformisações, a<br />

maioria das operações<br />

sen<strong>do</strong> feitas s<strong>em</strong><br />

anesthesia geral.


ENFERMARIA Nº 4 277<br />

19 (ilegível) a esta enfermaria <strong>em</strong> 29 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

1. Manoel Luiz <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> – anspeçada da 4ª Comp. Do 15º Batalhão, feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo na perna esquerda e<br />

na região <strong>front</strong>o-parietal esquerda.<br />

2. Antonio Ferreira Lima – solda<strong>do</strong> da 2ª Bateria <strong>do</strong> 5º Regimento – ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na espa<strong>do</strong>a direita.<br />

3. Manoel Torquato <strong>do</strong>s Santos – cabo da 3ª Comp. Do 33º Batalhão – ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região <strong>do</strong><br />

cotovello esquer<strong>do</strong>.<br />

4. Martim Rosa da Silva – solda<strong>do</strong> da 3ª Comp. Do 27º Batalhão – ferimento por arma <strong>de</strong> fogo <strong>em</strong> ambas as<br />

espa<strong>do</strong>as.<br />

Foi transferi<strong>do</strong> para a enfermaria <strong>de</strong> variolosos:<br />

5. Antonio Francisco da Silva – solda<strong>do</strong> da ?ª Companhia <strong>do</strong> 15º Batalhão – ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no (ilegível)<br />

direito fican<strong>do</strong> <strong>de</strong>struída a (ilegível) e parte da phalange. Cura<strong>do</strong> cirurgicamente.<br />

Em 30 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Dr. Braz <strong>do</strong> Amaral<br />

_____________________________________________________________________________________________<br />

Enfermaria <strong>do</strong> Dr. Braz <strong>do</strong> Amaral (nº 4)<br />

Tiverão alta no dia 25 <strong>de</strong> Agosto:<br />

- Fortunato Alves, 1 <strong>de</strong> cavalaria – feri<strong>do</strong> no ante-braço esquer<strong>do</strong>.<br />

- Martinho Walraven Filho, 32 <strong>de</strong> Infantaria – ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no pé direito.<br />

- José André Bispo – ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço inferior <strong>do</strong> braço esquer<strong>do</strong>.<br />

- Gentil Rodrigues da Silveira, 12 <strong>de</strong> Infantaria – ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no braço esquer<strong>do</strong>.<br />

- Chrispin <strong>do</strong>s Santos, 12 <strong>de</strong> Infantaria – transferi<strong>do</strong> para a enfermaria <strong>do</strong>s variolosos.<br />

- Agostinho Ferreira Gomes – transferi<strong>do</strong> para o Hospital Militar por provocar <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m (cabo), ferimento da região<br />

superciliar, por arma <strong>de</strong> fogo.<br />

Entrarão no dia 25 <strong>de</strong> Agosto:<br />

- Tertuliano José das Neves, 33 <strong>de</strong> Infantaria – ferimento por bala no cotovello.<br />

- João Baptista Lima, 33 <strong>de</strong> Infantaria – ferimento por bala na coxa esquerda.<br />

- Julio Augusto Vianna, 14 <strong>de</strong> Infantaria – ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na perna esquerda.<br />

- Manoel das Neves S. Anna, 13 <strong>de</strong> Infantaria – ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no <strong>do</strong>rso direito.<br />

- Jorge Pereira da Silva, 7 <strong>de</strong> Infantaria – ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no braço direito.<br />

- Deolin<strong>do</strong> <strong>de</strong> Souza Caldas, 33 <strong>de</strong> Infantaria – ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na perna esquerda.<br />

Tiverão alta no dia 26 <strong>de</strong> Agosto:<br />

- Isi<strong>do</strong>ro Marques <strong>de</strong> Alencar, 31 <strong>de</strong> Infantaria – ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na coxa esquerda.<br />

277 Arquivo da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia. Caixa Ano 1897. Código 01.07.0574. Maço Documentação referente à Guerra <strong>de</strong><br />

Canu<strong>do</strong>s.


- José Nativida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s Santos, 26 <strong>de</strong> Infantaria – ferimento no antebraço direito, por arma <strong>de</strong> fogo.<br />

- Manoel Gonçalves Ferreira <strong>de</strong> Deus, 25 <strong>de</strong> Infantaria – ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na virilha direita.<br />

- Hyppolito José <strong>do</strong>s Santos, 31 <strong>de</strong> Infantaria – ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região sternal.<br />

- Antonio Sebastião, 32 <strong>de</strong> Infantaria – ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no couro cabelu<strong>do</strong>.<br />

Em 26 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Dr. Braz <strong>do</strong> Amaral<br />

_____________________________________________________________________________________________<br />

Enfermaria nº 4<br />

Serviço <strong>do</strong> Dr. Juliano Moreira<br />

1. João Gomes Pereira – solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 7º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria. Ferimento por bala no braço esquer<strong>do</strong>. Febre<br />

Palustre intermittente, typo quotidiano.<br />

2. Lino José <strong>do</strong>s Santos – solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 30º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria. Ferimento por bala na raiz <strong>do</strong> nariz.<br />

3. Virgilio da Silva Carvalho – solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 33º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria. Ferimento por bala na mão esquerda.<br />

4. Antonio Rodrigues <strong>de</strong> Menezes – Corneta <strong>do</strong> 31º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria. Ferimento por bala na região retroparotidiana.<br />

5. João Alfre<strong>do</strong> Bezerra – anspeçada <strong>do</strong> 32º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria. Ferimento por bala na região super-espinhosa.<br />

6. Vicente Alves Correa – cabo <strong>do</strong> 30º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria. Ferimento por bala na face externa da coxa.<br />

7. Abel Vicente <strong>de</strong> Oliv a. Pernambuco – musico <strong>do</strong> 27º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria. Ferimento por estilhaços <strong>de</strong> bala na<br />

face externa da perna.<br />

8. Umbelino Lopez Vianna – solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 33º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria. Ferimento por bala na mão direita. Acarus.<br />

9. Fre<strong>de</strong>rico Luiz – anspeçada <strong>do</strong> 12º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria. Ferimento por bala na mão esquerda.<br />

10. Joaquim Cabral <strong>do</strong>s Santos – solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 35º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria. Ferimento por bala no pé direito.<br />

11. Cláudio Custodio <strong>de</strong> Moraes – solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 35º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria. Ferimento por bala na face externa da<br />

coxa.<br />

12. José Domingos Bispo <strong>do</strong>s Santos – solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 1º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria. Ferimento por bala na mão esquerda.<br />

13. Benedicto Simplício – solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 12º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria. Ferimento por bala na região super-espinhosa.<br />

14. Candi<strong>do</strong> <strong>de</strong> Paiva Araújo – cabo <strong>do</strong> 35º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria. Ferimento por bala no terço superior e face<br />

anterior da coxa.<br />

15. João Martin da Silva – solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 30º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria. Ferimento por bala na regiãosub-scapular.<br />

16. Francisco <strong>de</strong> Aguiar Talim – solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 30º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria. Ferimento por bala na face posterior da coxa.<br />

17. Felix Phillipe <strong>de</strong> Albuquerque – solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 1º Regimento <strong>de</strong> Cavalaria. Ferimento por bala na região <strong>do</strong> cotovello.<br />

Ferimento por bala no terço inferior e face anterior da coxa.<br />

Enfermaria nº 4 – Serviço Clinico <strong>do</strong> Dr. Braz Hermenegil<strong>do</strong> <strong>do</strong> Amaral<br />

1. Luiz <strong>de</strong> Avellar – solda<strong>do</strong> da 2ª. Comp. nº 168 <strong>do</strong> Batalhão – feri<strong>do</strong> no quadril ten<strong>do</strong>-se a bala perdi<strong>do</strong> nos teci<strong>do</strong>s<br />

profun<strong>do</strong>s.<br />

2. Antonio Francisco da Silva – solda<strong>do</strong> da 2ª Comp. nº. 342 <strong>do</strong> 15 Batalhão – feri<strong>do</strong> no pollex direito, fican<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>struída a segunda phalange e parte da primeira.


3. Pedro VIctalino – anspeçada da 2ª Comp. nº. 155 <strong>do</strong> 32º Batalhão – feri<strong>do</strong> na cabeça sen<strong>do</strong> interessa<strong>do</strong> o couro<br />

cabellu<strong>do</strong> na região <strong>front</strong>o-perietal direita<br />

4. Irineo Fernan<strong>de</strong>s da Costa – solda<strong>do</strong> da 3ª Comp. nº. 134 <strong>do</strong> 32º Batalhão – feri<strong>do</strong> no braço direito haven<strong>do</strong><br />

fractura <strong>do</strong> humerus<br />

5. Batholomeu Thaumaturgo <strong>de</strong> Souza – solda<strong>do</strong> da 4ª Bateria nº. 367 <strong>do</strong> 2º Regimento <strong>de</strong> Artilharia <strong>de</strong> Campanha –<br />

feri<strong>do</strong> nas regiões: scapulo humeral esquerda e costal.<br />

6. Francisco Alves Corgosinho – anspeçada da 3ª Comp. nº 34 <strong>do</strong> 31 Batalhão – feri<strong>do</strong> superficialmente na região<br />

thoraxica direita.<br />

7. João Baptista da Silva – solda<strong>do</strong> da 2ª Comp. nº. 215 <strong>do</strong> 12º Batalhão feri<strong>do</strong> na patê superior e externa <strong>do</strong> quadril<br />

esquer<strong>do</strong>.<br />

8. Adão Baptista <strong>de</strong> Oliveira – solda<strong>do</strong> da 2ª Comp. nº. 287 <strong>do</strong> 12º Batalhão – feri<strong>do</strong> na mão direita e no terço médio<br />

da coxa esquerda<br />

9. Manoel Nunes <strong>de</strong> Souza – solda<strong>do</strong> da 2ª Comp. nº. 36 <strong>do</strong> 25 Batalhão – feri<strong>do</strong> no joelho esquer<strong>do</strong> sen<strong>do</strong><br />

interessa<strong>do</strong>s apenas os tegumentos<br />

10. Antonio José Teixeira – solda<strong>do</strong> da 2ª Comp. nº. 32 <strong>do</strong> 25º Batalhão – feri<strong>do</strong> no terço inferior <strong>do</strong> braço esquer<strong>do</strong>,<br />

haven<strong>do</strong> fractura <strong>do</strong> humerus e na região <strong>do</strong> joelho interessan<strong>do</strong> apenas os teci<strong>do</strong>s molles.<br />

11. Boaventura José Alves Rodrigues – solda<strong>do</strong> da 4ª Comp. nº. 73 <strong>do</strong> 25º Batalhão – feri<strong>do</strong> no terço médio da perna<br />

direita interessan<strong>do</strong> teci<strong>do</strong>s molles e o osso<br />

12. Antonio Bernar<strong>do</strong> da Cunha – solda<strong>do</strong> da 1ª Comp. nº. 409 <strong>do</strong> 35º Batalhão – feri<strong>do</strong> no punho esquer<strong>do</strong> haven<strong>do</strong><br />

fractura <strong>do</strong>s ossos <strong>do</strong>s ante-braços <strong>em</strong> suas extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong>s inferiores.<br />

13. Virgilio <strong>do</strong> Nascimento – solda<strong>do</strong> da 3ª Comp. nº. 359 <strong>do</strong> 12º Batalhão – feri<strong>do</strong> na palma da mão e na primeira<br />

phalange <strong>do</strong> in<strong>de</strong>x direito.<br />

14. Platão Plycarpo <strong>do</strong> Nascimento – solda<strong>do</strong> da 3ª Comp. nº. 31 <strong>do</strong> 25º Batalhão – feri<strong>do</strong> no quadril esquer<strong>do</strong>.<br />

15. Lourenço <strong>do</strong> Nascimento – solda<strong>do</strong> da 4ª. Comp. nº. 364 <strong>do</strong> 12º Batalhão – feri<strong>do</strong> no <strong>de</strong><strong>do</strong> médio da mão direita.<br />

16. Marcellino José <strong>de</strong> Souza – solda<strong>do</strong> da 4ª Comp. nº. 342 <strong>do</strong> 35º Batalhão – feri<strong>do</strong> no terço inferior da perna<br />

direita ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> lesa<strong>do</strong>s teci<strong>do</strong>s molles.<br />

17. Vicente Ferreira Lan<strong>de</strong>ll <strong>do</strong>s Santos – cabo da 2ª Comp. nº. 125 <strong>do</strong> 30º Batalhão – feri<strong>do</strong> na parte posteior da<br />

coxa esquerda.<br />

18. Theo<strong>do</strong>sio Pereira da Silva – cabo da 4ª Comp. nº. 350 <strong>do</strong> 12º Batalhão – feri<strong>do</strong> nas regiões infra-clavicular e<br />

scapular direitas.<br />

19. Manoel Constantino <strong>de</strong> Mello Ribeiro – cabo da 4ª Comp. n 2 <strong>do</strong> 25º Batalhão – feri<strong>do</strong> na região scapular<br />

esquerda.<br />

20. Manoel Marques Professor – solda<strong>do</strong> da 1ª Comp. nº. 156 <strong>do</strong> 30º Batalhão – feri<strong>do</strong> no flanco direito.<br />

_____________________________________________________________________________________________<br />

Enfermaria nº. 4 – Serviço <strong>do</strong> Dr. Juliano Moreira<br />

1. João Gomes Pereira – Solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 7º Batalhão <strong>de</strong> infantaria. Ferimento por bala no braço esquer<strong>do</strong>. Febre<br />

palustre intermittente, typo quotidiano.<br />

2. Lino José <strong>do</strong> Santos – Solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 30º Batalhão <strong>de</strong> infantaria. Ferimento por bala na raiz <strong>do</strong> nariz.<br />

3. Virgilio da Silva Carvalho – Solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 35º Bat. <strong>de</strong> infantaria. Ferimento por bala na mão esquerda.<br />

4. Antonio Rodrigues <strong>de</strong> Menezes – Corneta <strong>do</strong> 31º Bat. <strong>de</strong> infantaria. Ferimento por bala na região retro-parotidiana.<br />

5. João Alfre<strong>do</strong> Bezerra – Anspeçada <strong>do</strong> 32º Batalhão <strong>de</strong> Inf. Ferimento por bala na região super-espinhosa.


6. Vicente Alves Correa – Cabo <strong>do</strong> 30º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria. Ferimento por bala na face externa da coxa.<br />

7. Abel Vicente <strong>de</strong> Oliveira Pernambuco – musico <strong>do</strong> 27º Bat. <strong>de</strong> Inf. Ferimento por estilhaço <strong>de</strong> bala na face externa<br />

da perna.<br />

8.Umbelino Lopez Vianna – Solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 33º Batalhão <strong>de</strong> Inf. Ferimento por bala na mão direita. Acarus.<br />

9. Fre<strong>de</strong>rico Luiz – Anspeçada <strong>do</strong> 12º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria. Ferimento por bala na mão esquerda.<br />

10. Joaquim Cabral <strong>do</strong>s Santos – Solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 35º Batalhão <strong>de</strong> Inf. Ferimento por bala no pé direito.<br />

11. Claudino Custodio <strong>de</strong> Moares – Solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 30º Batalhão <strong>de</strong> Inf. Ferimento por bala na face externa da coxa.<br />

12. José Domingos Bispo <strong>do</strong>s Santos – Solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 1º Batalhão <strong>de</strong> Art. <strong>de</strong> Posição. Ferimento por bala na mão<br />

esquerda.<br />

13. Benedicto Simplicio – Solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 12º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria. Ferimento por bala na região super-espinhosa.<br />

14. Candi<strong>do</strong> <strong>de</strong> Paiva Araújo – Cabo <strong>do</strong> 35º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria. Ferimento por bala no terço superior e face<br />

anterior da coxa.<br />

15. João Martins da Silva – Solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 30º Bat. <strong>de</strong> Infantaria. Ferimento por bala na região sub-scapular.<br />

16 – Francisco <strong>de</strong> Aguiar Talim – Solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 30º Batalhão <strong>de</strong> Inf. Ferimento por bala na face posterior da coxa.<br />

17. Felix Phillippe <strong>de</strong> Albuquerque – Solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 1º Regimento <strong>de</strong> Cavallaria. Ferimento por bala na região <strong>do</strong><br />

cotovello. Ferimento por bala no terço médio inferior e face anterior da coxa.<br />

_____________________________________________________________________________________________<br />

Enfermaria nº. 4 – Serviço clinico <strong>do</strong> Dr. Carlos Ferreira Santos<br />

1. Francellino Manoel da Trinda<strong>de</strong> – solda<strong>do</strong> da 1º Comp. <strong>do</strong> 30º Batalhão – apresenta um ferimento por bala no<br />

hombro direito produzin<strong>do</strong> este uma <strong>de</strong>rmite traumática.<br />

2. Anacleto Rosa – corneta da 1ª Comp. <strong>do</strong> 12º Batalhão, apresenta 2 ferimentos: um na região antero-latteral <strong>do</strong><br />

thorax (la<strong>do</strong> direito) na altura da 1ª costella e outro na região <strong>do</strong>rsal (la<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong>) um pouco abaixo <strong>do</strong> prece<strong>de</strong>nte<br />

s<strong>em</strong> grave alteração da saú<strong>de</strong>. Teve alta no dia 10 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

3. Chrispim <strong>do</strong>s Santos – anspeçada da 3ª Comp. <strong>do</strong> 12º Batalhão, apresenta <strong>do</strong>is ferimentos: um na região anterior<br />

<strong>do</strong> thorax, outra na região anterior <strong>do</strong> braço.<br />

4. Gentil Rodrigues da Silveira – solda<strong>do</strong> da 4ª. Comp. <strong>do</strong> 12º Batalhão, apresenta um ferimento na região anterior<br />

<strong>do</strong> braço.<br />

5. Maximo Manoel <strong>do</strong>s Santos – cabo da 4ª Comp. <strong>do</strong> 12º Batalhão, apresenta ferimento <strong>em</strong> <strong>do</strong>is <strong>de</strong><strong>do</strong>s da mão.<br />

6. Eduviges <strong>de</strong> Oliveira – musico <strong>do</strong> 7º Batalhão, com uma <strong>de</strong>rmite putulosa <strong>em</strong> ambos os braços.<br />

7. Francisco <strong>de</strong> Assis Pereira – corneta <strong>do</strong> 31º Batalhão, apresenta um ferimento na região anterior da coxa, s<strong>em</strong><br />

grave alteração da saú<strong>de</strong>. Teve alto no dia 11 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

8. Francisco das Chagas – solda<strong>do</strong> da 2ª Comp. <strong>do</strong> 40º Batalhão, apresenta 2 ferimentos: um na regia <strong>do</strong>rsal e outro<br />

no pescoço (la<strong>do</strong> direito).<br />

9. Joaquim Paulo das Virgens – solda<strong>do</strong> da 4ª Comp. <strong>do</strong> 12º Batalhão, apresenta um ferimento na região hypothena<br />

da mão s<strong>em</strong> grave alteração da saú<strong>de</strong>. Teve alta no dia 10 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

10. Basílio Rodrigues <strong>do</strong>s Anjos – solda<strong>do</strong> da 2ª Comp. <strong>do</strong> 12º Batalhão, apresenta <strong>do</strong>is ferimentos: um na região<br />

posterior <strong>do</strong> braço direito e outro na pare<strong>de</strong> ab<strong>do</strong>minal.<br />

11. Manoel Ribeiro – solda<strong>do</strong> da 3ª Comp. <strong>do</strong> 31º Batalhão com um engorgitamento epático. Teve alta no dia 12 <strong>de</strong><br />

Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

12. João Petronilio <strong>do</strong>s Santos – solda<strong>do</strong> da 2ª Comp. <strong>do</strong> 5º Batalhão, apresenta 2 ferimentos: um na região <strong>do</strong>rsal e<br />

outro na região antero-latteral <strong>do</strong> la<strong>do</strong> direito <strong>do</strong> thorax.


13. Isi<strong>do</strong>ro Virginio – solda<strong>do</strong> da 1ª Comp. <strong>do</strong> 12º Batalhão, apresenta um ferimento na região occipital s<strong>em</strong> grave<br />

alteração da saú<strong>de</strong>. Teve alta no dia 11 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

14. Luiz <strong>de</strong> Souza Martins – solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 3º Batalhão, apresenta <strong>do</strong>is ferimentos por bala na região da perna direita.<br />

15. Alexandrino Pereira da Silva – solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 12º Batalhão, apresenta um ferimento na região hypothena da mão,<br />

digo, na região anterior <strong>do</strong> thorax.<br />

16. Gorgonio Leite Pereira – cabo <strong>do</strong> 12º Batalhão, apresenta um ferimento na região hypothena da mão.<br />

_____________________________________________________________________________________________<br />

Enfermaria nº. 4 – Serviço clinico <strong>do</strong> Dr. Alfre<strong>do</strong> Magalhães<br />

1. Nicolau Alves Ferreira – cabo <strong>do</strong> 33º Batalhão <strong>de</strong> infantaria, foi feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo (Manulicher) na região<br />

externa da perna direita.<br />

2. Cezar Ferreira – anspeçada <strong>do</strong> 5º Batalhão <strong>de</strong> infantaria, foi feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo (Manulicher) na união das<br />

vértebras <strong>do</strong>rsais com as lombares.<br />

3. Henrique Gomes – corneteiro-mor <strong>do</strong> 33º Batalhão <strong>de</strong> infantaria, foi feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo (Manulicher) na<br />

colunna vertebral.<br />

4. Bonifácio Francisco da Paz – solda<strong>do</strong>, foi feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo (Manulicher) no braço direito.<br />

5. Aristarco José <strong>do</strong>s Santos – solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 40º Batalhão, foi feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo (Manulicher) no braço esquer<strong>do</strong><br />

haven<strong>do</strong> fractura exposta <strong>do</strong>s humerus.<br />

6. Manoel Francisco <strong>de</strong> Campos – cabo <strong>do</strong> 33º Batalhão, foi feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo (Manulicher) na região<br />

<strong>de</strong>ltoidiana.<br />

7. Manoel Antonio Ferreira – anspeçada <strong>do</strong> 26º Batalhão, foi feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo (Manulicher) na região anteroexterna<br />

da perna.<br />

8. Pacifico Severino da Silva, solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 9º Batalhão, foi feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo (Manulicher) na região masseterina<br />

9. Pedro João (Ourique?), solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 25º Batalhão, foi feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo (Manulicher) na face <strong>do</strong>rsal <strong>do</strong> pé<br />

direito.<br />

10. Luiz Gomes da Silva, solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 25º Batalhão, foi feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo (Manulicher) na mão direita.<br />

11. José Estevam <strong>de</strong> Oliveira – solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 5º Regimento <strong>de</strong> artilharia, foi feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo (Manulicher) na<br />

face interna da perna direita.<br />

12. Antonio <strong>de</strong> Almeida – solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 31º Batalhão, entrou para o Hospital com febre palu<strong>do</strong>sa, typo quotidiana e<br />

hypertrophia epática.<br />

13. Joaquim Cezario – anspeçada <strong>do</strong> 34º Batalhão, foi feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo (Manulicher) no in<strong>de</strong>x direito.<br />

14. José Ferreira da Silva – solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 35º Batalhão, foi feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo (Manulicher) na nuca.<br />

15. Agostinho Manoel <strong>do</strong>s Anjos, anspeçada <strong>do</strong> 25º Batalhão, foi feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo (Manulicher) ten<strong>do</strong><br />

penetra<strong>do</strong> a bala na fossa super-clavicular, sahin<strong>do</strong> na região externa <strong>do</strong> braço. Foi transferi<strong>do</strong> para o Hospital <strong>de</strong><br />

variolosos.<br />

16. José Pereira da Silva, solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 35º Batalhão, foi feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo (Manulicher) na nuca.<br />

17. Thomé <strong>de</strong> Freitas, solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 35º Batalhão, foi feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo (Manulicher) na perna direita.<br />

18. João Ribeiro Lima – solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 12º Batalhão, foi feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo (Manulicher) nas costas, sahin<strong>do</strong> a bala<br />

no braço esquer<strong>do</strong>.<br />

19. Manoel Gonçalves Ferreira <strong>de</strong> Deus, solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 25º Batalhão, foi feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo (Manulicher) na orelha<br />

direita.<br />

20. Miguel Gomes, solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 31º Batalhão, foi feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo (Manulicher) na perna direita.


Serviço <strong>do</strong> Dr. Pedro Celestino<br />

- Antonio Alves <strong>de</strong> Oliveira, 12 <strong>de</strong> Infantaria, ferida <strong>do</strong> thorax<br />

- Cabo Felippe Nery Santiago, 30 <strong>de</strong> Infantaria, maxillar inferior<br />

- João Anísio <strong>do</strong>s Santos Rosa, 40 <strong>de</strong> Infantaria, mão direita<br />

- Olympio José <strong>do</strong>s Santos, 33 <strong>de</strong> Infantaria, região lombar<br />

- João Baptista <strong>de</strong> Almeida, 9º <strong>de</strong> Infantaria, (maxillar?) inferior<br />

- Manoel Carminio <strong>de</strong> Lira, 40º <strong>de</strong> Infantaria, cotovello<br />

- Jacintho Manoel (ilegível), 12º <strong>de</strong> Infataria, mão esquerda<br />

- Domingos Leopol<strong>do</strong> Pino, 26 <strong>de</strong> Infantaria, ambas as pernas<br />

- Isi<strong>do</strong>ro Marques <strong>de</strong> Alencar, 31º <strong>de</strong> Infantaria, coxa esquerda<br />

- Simão Geral<strong>do</strong> <strong>de</strong> Souza, 25 <strong>de</strong> Infantaria, espádua direita<br />

- Bento Felisberto da Silva, 12º <strong>de</strong> Infantaria, (bubão)<br />

- Dyonisio Monteiro, 31º da Infantaria, espádua esquerda<br />

- Julio Borba, 12º <strong>de</strong> Infantaria, mão direita<br />

- (Nodario?) Ribeiro, 12º <strong>de</strong> Infantaria, mão direita<br />

- Manoel Rodrigues <strong>de</strong> Souza, 33º <strong>de</strong> Infantaria, perna esquerda<br />

- Antonio Alves <strong>de</strong> Souza, 33º <strong>de</strong> Infantaria, perna esquerda<br />

- Miguel Arcanjo <strong>do</strong>s Santos, 26º <strong>de</strong> Infantaria, thorax<br />

- José da Silva Cerqueira, 25 <strong>de</strong> Infantaria, mão esquerda<br />

- Anspeçada Antonio <strong>do</strong>s Santos Pereira, 30º <strong>de</strong> Infantaria, braço esquer<strong>do</strong><br />

- (A<strong>de</strong>rbo?) Ferreira Lopez, 25 <strong>de</strong> Infantaria, perna esquerda<br />

Enfermaria nº 4 – No dia 14 <strong>de</strong> Agosto (ilegível) a esta enfermaria os seguintes <strong>do</strong>entes<br />

1. Martinho Walraven, solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 32º Batalhão – feri<strong>do</strong> por bala no pé direito<br />

2. Braz Gomes <strong>de</strong> Carvalho, solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 7º Batalhão – feri<strong>do</strong> na mão esquerda<br />

3. João Ramos, solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 12º Batalhão – feri<strong>do</strong> no cotovello esquer<strong>do</strong><br />

4. Hypolito José <strong>do</strong>s Santos, solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 31 Batalhão – feri<strong>do</strong> na região esternal<br />

5. Porphyrio José <strong>de</strong> Sant’Anna, solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 26º - feri<strong>do</strong> na perna esquerda<br />

6. Antonio Francisco Ferreira, solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 7º - feri<strong>do</strong> na região supra-clavicular<br />

7. José André Bispo, solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 26º Batalhão – feri<strong>do</strong> no braço esquer<strong>do</strong><br />

8. Nicolau <strong>de</strong> Souza, solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 12º Batalhão – feri<strong>do</strong> na perna direita<br />

9. José Severino, solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 14º Batalhão – feri<strong>do</strong> na região <strong>front</strong>al<br />

Floro Andra<strong>de</strong> (Interno)


10. Jose Lopez Damasceno, solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 14 Batalhão – feri<strong>do</strong> na mão direita<br />

11. José Francisco <strong>de</strong> Souza, solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 9º Batalhão – feri<strong>do</strong> no pé esquer<strong>do</strong><br />

12. Antonio Sebastião, cabo <strong>do</strong> 32º Batalhão, feri<strong>do</strong> por bala no alto da cabeça<br />

Enfermaria nº 4 – Tiverão alta no dia 16:<br />

- João Pereira Lima, 12 <strong>de</strong> Infantaria, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na borda <strong>do</strong> omoplata direito<br />

- Thomé <strong>de</strong> Freitas, 35 <strong>de</strong> Infantaria, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na perna direita<br />

Tiverão alta no dia 17<br />

- Marcelino Correa da Rosa, 31 <strong>de</strong> Infantaria, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na mão direita<br />

- Abel Vicente <strong>de</strong> Oliveira, 27 <strong>de</strong> Infantaria, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na perna direita. Febre palustre<br />

- Vicente Nery Santiago, 30 <strong>de</strong> Infantaria, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no maxillar inferior<br />

- Manoel (ilegível) <strong>de</strong> Souza, 35 <strong>de</strong> Infantaria, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no (ilegível) direito<br />

- Marcolino José Rodrigues, 26 <strong>de</strong> Infantaria, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no hypocardio direito<br />

- José Pereira da Silva, 35 <strong>de</strong> Infantaria, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na nuca<br />

- José Estevão Oliveira, 5º <strong>de</strong> artilharia, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na perna direita. Foi extrahida a bala.<br />

- Pedro Vitalino, 32 <strong>de</strong> Infantaria, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região <strong>front</strong>o-parietal direita<br />

- Aberbo Ferreira Lopes, 14 <strong>de</strong> Infantaria, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço médio da perna esquerda. Congestão<br />

hepática.<br />

- Antonio <strong>do</strong>s Santos Pereira, 30 <strong>de</strong> Infantaria, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço superior <strong>do</strong> braço esquer<strong>do</strong><br />

- Lino José <strong>do</strong>s Santos, 30 <strong>de</strong> Infantaria, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na raiz <strong>do</strong> nariz<br />

- João Gomes Pereira, 7 <strong>de</strong> Infantaria, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no braço esquer<strong>do</strong>. Syphilis secun<strong>do</strong>-terciarias.<br />

Impaludismo.<br />

- João Martins da Silva, 30 <strong>de</strong> Infantaria, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região sub-scapular esquerda<br />

- Antonio <strong>de</strong> Almeida, 31 <strong>de</strong> Infantaria, febre palustre. Hypertrophia <strong>do</strong> fíga<strong>do</strong><br />

- João Alfre<strong>do</strong> Bezerra, 32 <strong>de</strong> Infantaria, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no thorax (pleurisia)<br />

- Manoel Marques Professor, 30 <strong>de</strong> Infantaria, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no hypocardio direito<br />

- Jeronymo Moreira, 25 <strong>de</strong> Infantaria, ferida penetrante <strong>do</strong> pulmão direito, por arma <strong>de</strong> fogo. Arthrite <strong>do</strong> cotevello<br />

direito. Tuberculose pulmonar incipiente.<br />

- Miguel Arcanjo <strong>do</strong>s Santos, 26 <strong>de</strong> Infantaria, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região t<strong>em</strong>poral direita<br />

- Alcino Correia da Rosa, 31 <strong>de</strong> Infantaria, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no in<strong>de</strong>x da mão direita.<br />

- Bonifácio Francisco da Paz, 27 <strong>de</strong> Infantaria, ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região anterior <strong>do</strong> braço direito. Foi<br />

extrahi<strong>do</strong> o projectil.<br />

- Manoel Ribeiro, 31 batalhão, engorgitamento hepático.


Enfermaria nº 4<br />

Tiveram alta:<br />

1. Candi<strong>do</strong> Paiva Araújo – solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 35º Batalhão – feri<strong>do</strong> por bala na face anterior e terço superior da coxa<br />

2. Luiz Gomes da Silva – solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 25º Batalhão – feri<strong>do</strong> por bala na região <strong>do</strong>rsal da mão direita<br />

3. Emilio Pereira Lima – solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 15º Batalhão – feri<strong>do</strong> por bala na face interna <strong>do</strong> joelho direito<br />

4. (Alexandro?) Pereira da Silva – solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 12º Batalhão, feri<strong>do</strong> por bala na região super-clavicular direita<br />

5. Francisco Chagas – solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 40º Batalhão, feri<strong>do</strong> por bala na região da nuca e região/carotidiana direita<br />

6. Luiz <strong>de</strong> Souza Martins – solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 30º Batalhão, feri<strong>do</strong> por bala no terço superior da coxa esquerda<br />

13 (ilegível), 18 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.


1º Borrão 278<br />

Relação <strong>do</strong>s Oficiais inferiores e praças que tiveram tratamento nas enfermarias <strong>do</strong>s Drs. Cerqueira Lima, Agripino Dorea, Raymun<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> Mesquita e Clo<strong>do</strong>al<strong>do</strong> <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, <strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> julho até a presente data<br />

Nº<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

19<br />

20<br />

21<br />

22<br />

24<br />

25<br />

29<br />

30<br />

Corpos<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Artilharia<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Artilharia <strong>de</strong><br />

Campanha<br />

7º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

9º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

37º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

15º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

31º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

40º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Graduações<br />

Cabo <strong>de</strong><br />

Esquadra<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

2º Sargento<br />

Alferes<br />

2º Ca<strong>de</strong>te<br />

2º Sargento<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Cia.<br />

3ª<br />

1ª Bateria<br />

1ª<br />

3ª<br />

---<br />

2ª<br />

---<br />

---<br />

Nomes<br />

José O. Ribeiro<br />

José Antonio <strong>de</strong><br />

Souza<br />

Gregório Sacramento<br />

<strong>do</strong>s Santos<br />

José Carlos <strong>de</strong><br />

Araújo<br />

Joaquim Theotonio<br />

<strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros<br />

Francisco José<br />

Pereira Pacheco<br />

Francisco <strong>de</strong> José <strong>de</strong><br />

Mello<br />

Francisco Pereira<br />

Maia<br />

Diagnósticos<br />

Fractura <strong>do</strong> peroneo na união <strong>do</strong> terço médio<br />

com o terço inferior; callo viciozo, carie<br />

consecutiva. Opera<strong>do</strong> <strong>de</strong> sequestrotomia a 1º<br />

<strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897<br />

Luxação coxo-f<strong>em</strong>ural esquerda – irreductivel.<br />

Não pô<strong>de</strong> ser chloroformiza<strong>do</strong> por sofrer <strong>de</strong><br />

insufficiencia mitral adiantada. (incapaz)<br />

Seqüestro invagina<strong>do</strong> <strong>do</strong> cúbitos, <strong>em</strong><br />

conseqüência <strong>de</strong> ferida por arma <strong>de</strong> fogo<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

glútea esquerda, e externa da perna, mesmo<br />

la<strong>do</strong> terço inferior<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na articulação da<br />

phalange com a phalangina <strong>do</strong> <strong>de</strong><strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r<br />

da mão direita<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região mollar<br />

direita com fractura <strong>do</strong> mesmo osso<br />

(opera<strong>do</strong> duas vezes). Ferimento por arma <strong>de</strong><br />

fogo na região <strong>de</strong>ltoidiana <strong>do</strong> braço direito<br />

com 3 projectis (ilegível), uma na fossa infrascapular,<br />

outro no osso e o 3º no ângulo<br />

axillar<br />

Opera<strong>do</strong> no dia 5. Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

no terço médio da coxa esquerda (fez<br />

extração <strong>de</strong> projectil)<br />

Observações<br />

Baixou a 26 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1897 e alta<br />

por cura<strong>do</strong> a 2 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro <strong>do</strong><br />

corrente anno<br />

Baixou a 20 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1897 e alta<br />

por transferência para o Hospital<br />

Militar <strong>em</strong> 15 <strong>de</strong> Agosto <strong>do</strong> corrente<br />

anno<br />

Baixou a 30 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1897 e alta<br />

por cura<strong>do</strong> a 20 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897.<br />

Opera<strong>do</strong> se sequestrotomia a 22 <strong>de</strong><br />

Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Baixou a 31 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1897 e alta<br />

por transferência para o Hospital<br />

Militar a 16 <strong>de</strong> Agosto <strong>do</strong> corrente<br />

anno<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897 e alta<br />

para tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família<br />

a 15 <strong>de</strong> Agosto <strong>do</strong> corrente anno<br />

Baixou a 2 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897 e alta<br />

por or<strong>de</strong>m superior para tratar-se <strong>em</strong><br />

caza <strong>de</strong> sua família a 14 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

<strong>do</strong> corrente anno<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897 e alta<br />

por or<strong>de</strong>m superior para tratar-se <strong>em</strong><br />

caza <strong>de</strong> sua família a 20 <strong>de</strong> Agosto<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 20<br />

<strong>de</strong> Agosto <strong>do</strong> corrente anno<br />

278 APEB – Arquivo Público <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> da Bahia [Pacote 2854 – Revolução <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s]. No cabeçalho <strong>do</strong> mapa consta: Ofereço o <strong>do</strong>cumento junto a relação <strong>do</strong>s <strong>do</strong>entes feri<strong>do</strong>s <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s –<br />

relação feita pelo Dr. Raymun<strong>do</strong> <strong>de</strong> Mesquita e que foi guardada com carinho pelos seus <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes. Repito apreço ao Arquivo Público da Bahia, 16-XII-1954. Dr. Otávio Torres.


Nº<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

31<br />

32<br />

33<br />

34<br />

35<br />

36<br />

37<br />

38<br />

39<br />

40<br />

41<br />

Corpos<br />

7º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

40º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

15º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

32º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Regimento<br />

<strong>de</strong> Artilharia <strong>de</strong><br />

Campanha<br />

27º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

27º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

33º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

34º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

7º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

Graduações<br />

Tenente<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Capitão<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Cia.<br />

---<br />

---<br />

---<br />

---<br />

---<br />

---<br />

---<br />

---<br />

---<br />

3ª<br />

1ª<br />

Nomes<br />

Camillo Eusébio <strong>de</strong><br />

Carpes<br />

Corbiniano da<br />

Soleda<strong>de</strong> Lima<br />

Luiz <strong>de</strong> França<br />

Carvalho<br />

Matheus Marques <strong>de</strong><br />

Souza<br />

Francelino Martins da<br />

Silva<br />

Henrique da Silva<br />

Pereira<br />

Abrahão Ephygenio<br />

Roiz Chaves<br />

Vicente Gomes<br />

Jardim Filho<br />

Francisco Freitas<br />

Nestor da Silva Britto<br />

Francisco Tavares <strong>de</strong><br />

Couto Sobrinho<br />

Diagnósticos<br />

Opera<strong>do</strong> a 7 <strong>de</strong> Agosto. Ressecção parcial <strong>do</strong><br />

(ilegível) inferior. Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo<br />

no maxillar inferior la<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong><br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

posterior <strong>do</strong> ante-braço esquer<strong>do</strong>, e lateral <strong>do</strong><br />

thorax<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na articulação <strong>do</strong><br />

cotovello direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

posterior da coxa esquerda (fez abertura e<br />

drenag<strong>em</strong> <strong>do</strong>s orifícios) e avulsos <strong>de</strong> duas<br />

unhas encravadas<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região <strong>do</strong>rsal<br />

da mão direita<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no braço<br />

esquer<strong>do</strong> com fractura no terço médio <strong>do</strong><br />

humero <strong>do</strong> mesmo braço, callo viciozo e<br />

paresia <strong>do</strong>s extensores<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região cervical<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região <strong>do</strong>rsal<br />

<strong>do</strong> pé esquer<strong>do</strong><br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

calcânea<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região interna<br />

e externa <strong>do</strong> ante-braço esquer<strong>do</strong><br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

esquerda <strong>do</strong> thorax<br />

Observações<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897 e alta<br />

por transferência para tratar-se <strong>em</strong><br />

caza <strong>de</strong> sua família <strong>em</strong> 10 <strong>de</strong><br />

Set<strong>em</strong>bro <strong>do</strong> corrente anno.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897 e alta<br />

para tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família<br />

a 10 <strong>de</strong> Agosto <strong>do</strong> corrente anno.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 2 <strong>de</strong><br />

Set<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 20<br />

<strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 10<br />

<strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto. Alta ara tratarse<br />

<strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 20 <strong>de</strong><br />

Agosto.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 10<br />

<strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 10<br />

<strong>do</strong> mesmo.<br />

Baixou a 5 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 14<br />

<strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 6 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 15<br />

<strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 6 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 14<br />

<strong>de</strong> Agosto.


Nº<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

42<br />

43<br />

44<br />

45<br />

46<br />

47<br />

48<br />

49<br />

50<br />

51<br />

52<br />

53<br />

Corpos<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

12º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

32º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

32º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Regimento<br />

<strong>de</strong> Artilharia <strong>de</strong><br />

Campanha<br />

35º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

35º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

33º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

31º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Graduações<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Tenente<br />

Alferes<br />

Capitão<br />

Alumno<br />

2º Tenente<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Alumno<br />

Cia.<br />

3ª<br />

3ª<br />

1ª<br />

3ª<br />

1ª<br />

---<br />

---<br />

1ª<br />

1ª<br />

---<br />

3ª<br />

---<br />

Nomes<br />

Ataliba Jacinto Ozório<br />

Chananeo Antonio da<br />

Fontoura<br />

Tácito Moraes Vernes<br />

Thimotheo Pereira<br />

Reis<br />

Antonio Carlos<br />

Chachá Pereira<br />

Lídio <strong>de</strong> Souto Lima<br />

Severino Carlos <strong>de</strong><br />

Almeida<br />

José Raymun<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

Moraes<br />

Jer<strong>em</strong>ias José <strong>de</strong><br />

Oliveira<br />

Vicente d’Alencar<br />

Lima<br />

Antonio Duarte da<br />

Costa Vidal<br />

Thomaz da Cunha<br />

Lima<br />

Diagnósticos<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

genitaes<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

interna e externa da coxa esquerda<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

lateral e direita <strong>do</strong> thorax<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

esquerda <strong>do</strong> thorax<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nos (artilhos?) <strong>do</strong><br />

pé esquer<strong>do</strong><br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões e<br />

mammaria esquerda com inflamação da<br />

pleura (pleurisia secca)<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região <strong>do</strong>rsal<br />

<strong>do</strong> pé direito<br />

Opera<strong>do</strong> no dia 12. Ferimento por arma <strong>de</strong><br />

fogo no terço inferior da coxa esquerda (com<br />

projectil).<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço inferior<br />

da coxa direita<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região anterior<br />

e posterior <strong>do</strong> braço esquer<strong>do</strong> com lesão <strong>do</strong><br />

nervo circunflexo<br />

Fez abertura e drenag<strong>em</strong> a 7/8/97. Ferimento<br />

por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões interna e<br />

externa <strong>do</strong> terço superior da perna esquerda<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região direita<br />

<strong>do</strong> thorax (rheumatismo poly articular<br />

chronico). Incapaz. Abertura e drenag<strong>em</strong> a<br />

11/08/1897<br />

Observações<br />

Baixou a 6 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 10<br />

<strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 6 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 10<br />

<strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 6 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> sua caza <strong>de</strong> sua família a<br />

10 <strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 6 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 20<br />

<strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 6 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 10<br />

<strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 6 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a 14 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 6 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 20<br />

<strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 6 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 20<br />

<strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 6 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 20<br />

<strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 6 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 13<br />

<strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 7 <strong>de</strong> Agosto e alta para tratase<br />

<strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 20 <strong>de</strong><br />

Agosto.<br />

Baixou a 7 <strong>de</strong> Agosto e alta por<br />

incapacida<strong>de</strong> physica a 10 <strong>de</strong><br />

Set<strong>em</strong>bro.


Nº<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

54<br />

55<br />

56<br />

57<br />

58<br />

59<br />

60<br />

63<br />

64<br />

65<br />

66<br />

67<br />

Corpos<br />

5º Regimento<br />

<strong>de</strong> Artilharia <strong>de</strong><br />

Campanha<br />

31º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

12º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

38º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

18º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

30º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

34º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

16º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

35º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Graduações<br />

Alumno<br />

Capitão<br />

Tenente<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Anspeçada<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cabo <strong>de</strong><br />

Esquadra<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Anspeçada<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cia.<br />

1ª Bateria<br />

---<br />

---<br />

2ª<br />

1ª<br />

3ª<br />

2ª<br />

3ª<br />

4ª<br />

3ª<br />

1ª<br />

1ª<br />

Nomes<br />

Augusto Gentil <strong>de</strong><br />

Albuquerque Falcão<br />

Antonio Luiz<br />

Fagun<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Souza<br />

Antonio Peralis<br />

Melanio das Neves<br />

Joaquim Napoleão<br />

Epaminan<strong>do</strong> Arruda<br />

Filho<br />

João Floriano<br />

Sampaio<br />

João Ferreira <strong>do</strong><br />

Nascimento<br />

Antonio Roja<br />

Juvenal Rodrigues<br />

Pereira<br />

Belarmino da Silva<br />

Pestana<br />

Antonio Joaquim <strong>do</strong><br />

Carmo<br />

João Duarte Lopez<br />

Frazão<br />

Diagnósticos<br />

Abertura e drenag<strong>em</strong> a 14/08/97. Ferimento<br />

por arma <strong>de</strong> fogo no terço inferior <strong>do</strong> braço<br />

direito, com fractura no mesmo ponto.<br />

Osteotomia a 2/11/97.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região direita<br />

<strong>do</strong> thorax<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região supra-<br />

(ilegível) e scapular esquerda<br />

Abscessos quentes nas regiões cervical e<br />

glútea esquerda. Abertura e drenag<strong>em</strong> a<br />

9/08/97<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região externa<br />

da perna esquerda<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região <strong>do</strong><br />

punho esquer<strong>do</strong> e flanco esquer<strong>do</strong><br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço superior<br />

<strong>do</strong> antebraço direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

mollares<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

<strong>do</strong>rso-pelar e no olho direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço superior<br />

<strong>do</strong> braço esquer<strong>do</strong><br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região anterior<br />

<strong>do</strong> thorax, e <strong>do</strong>s antebraços (terço inferior)<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

calcâneas e malleolares <strong>do</strong> pé direito<br />

Observações<br />

Baixou 9 <strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 9 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 16<br />

<strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 9 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 20<br />

<strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 9 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a 24 <strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 9 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 20<br />

<strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a 14 <strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a 26 <strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a 24 <strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a 30 <strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto, alta por cura<strong>do</strong><br />

a 31 <strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a 7 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a 14 <strong>de</strong> Agosto.


Nº<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

68<br />

69<br />

70<br />

71<br />

72<br />

73<br />

74<br />

75<br />

79<br />

80<br />

82<br />

83<br />

84<br />

Corpos<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

27º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

21º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Paisano<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

37º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

37º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Corpo <strong>de</strong><br />

Polícia<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

35º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

30º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Regimento<br />

<strong>de</strong> Artilharia <strong>de</strong><br />

Campanha<br />

Graduações<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

---<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cabo <strong>de</strong><br />

Esquadra<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Sargento<br />

Ajudante<br />

Cia.<br />

4ª<br />

2ª<br />

3ª<br />

---<br />

2ª<br />

2ª<br />

3ª<br />

3ª<br />

3ª<br />

3ª<br />

4ª<br />

2ª<br />

1ª Bateria<br />

Nomes<br />

Francisco João<br />

Evaristo<br />

José Ribeiro Gomes<br />

<strong>do</strong> Pra<strong>do</strong><br />

Ludgero José <strong>de</strong><br />

Oliveira<br />

Severino Men<strong>de</strong>s<br />

João Pedro <strong>do</strong><br />

Nascimento<br />

Claudiano José<br />

Barros<br />

Ezequiel Elias Dantas<br />

Joaquim Bento da<br />

Costa<br />

Manuel (ilegível) <strong>de</strong><br />

Jesus<br />

Venceslau Pereira da<br />

Silva<br />

Aureliano Felix<br />

Pereira<br />

Henrique Camillo<br />

Germínio Moreira <strong>do</strong>s<br />

Santos<br />

Diagnósticos<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço inferior<br />

<strong>do</strong> antebraço direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região <strong>do</strong>rsal<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região axillare<br />

scapular esquerda<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço media da<br />

perna esquerda<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região interna<br />

<strong>do</strong> braço direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no testículo direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço médio <strong>do</strong><br />

antebraço direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço médio <strong>de</strong><br />

ambos os braços<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

scapular esquerda e <strong>do</strong>rsal direita<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no polegar da<br />

mão direita<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço superior<br />

da perna esquerda<br />

A 11/7/97 fez <strong>de</strong>sarticulação <strong>do</strong> <strong>de</strong><strong>do</strong> mínimo.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no <strong>de</strong><strong>do</strong> mínimo<br />

da mão direita (dilatação _______). Incapaz.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região interna<br />

<strong>do</strong> braço esquer<strong>do</strong><br />

Observações<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a 6 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a 14 <strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta a 14 <strong>de</strong><br />

Agosto por cura<strong>do</strong>.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a 14 <strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a 26 <strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a 5 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a 28 <strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto por cura<strong>do</strong> a 28<br />

<strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a 8 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a 20 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a 20 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por<br />

incapacida<strong>de</strong> physica <strong>em</strong> 18 <strong>de</strong><br />

Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a 17 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro.


Nº<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

85<br />

86<br />

87<br />

88<br />

89<br />

90<br />

91<br />

92<br />

93<br />

102<br />

103<br />

104<br />

106<br />

Corpos<br />

33º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

32º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

31º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

27º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

31º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

30º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

35º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

Graduações<br />

Anspeçada<br />

Anspeçada<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

2º Sargento<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cia.<br />

2ª<br />

2ª<br />

3ª<br />

3ª<br />

1ª<br />

2ª<br />

2ª<br />

2ª<br />

3ª<br />

4ª<br />

4ª<br />

3ª<br />

3ª<br />

Nomes<br />

João Pereira da Silva<br />

Lauriano Monteiro <strong>de</strong><br />

Almeida<br />

Francisco da Cunha<br />

Rebouças<br />

Antonio Luiz Tavares<br />

<strong>de</strong> Souza<br />

João Xavier da Costa<br />

Antonio Mathias <strong>de</strong><br />

Souza<br />

João Felix <strong>de</strong> Araújo<br />

João Antonio <strong>de</strong><br />

Vasconcellos<br />

Antonio Eucly<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

(ilegível)<br />

José Jacintho <strong>de</strong><br />

Castro<br />

Eurico Ferreira da<br />

Silva<br />

Joaquim José <strong>de</strong><br />

Carvalho<br />

Pedro Celestino <strong>de</strong><br />

Oliveira<br />

Diagnósticos<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no <strong>de</strong><strong>do</strong> médio da<br />

mão esquerda (fez <strong>de</strong>sarticulação <strong>do</strong> mesmo<br />

<strong>de</strong><strong>do</strong> dia 6/7/97)<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço médio <strong>do</strong><br />

antebraço direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço superior<br />

da coxa esquerda<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço médio <strong>do</strong><br />

antebraço direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no joelho<br />

esquer<strong>do</strong><br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

lateral esquerda <strong>do</strong> thorax e axillar direita<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço inferior<br />

<strong>do</strong> braço esquer<strong>do</strong>. (Epilepsia essencial).<br />

(Incapaz).<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na mão esquerda<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

calcânea direita, (ilegível) <strong>do</strong> olho direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no braço direito<br />

(terço médio) e posterior <strong>do</strong> thorax<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na phalange <strong>do</strong><br />

polegar da mão esquerda<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço inferior<br />

<strong>do</strong> antebraço esquer<strong>do</strong> e mão direita<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no punho direito<br />

Observações<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a 5 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto. Transferência<br />

para o Hospital <strong>de</strong> variolosos <strong>em</strong> Mont<br />

Serrat <strong>em</strong> 21 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a 5 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a 2 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a 7 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a 2 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

aguardar o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua inspecção<br />

<strong>em</strong> seu quartel a _____.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a 9 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto por cura<strong>do</strong> a 27<br />

<strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a 14 <strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a 20 <strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a _______ <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a 25 <strong>de</strong> Agosto.


Nº<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

114<br />

115<br />

116<br />

117<br />

118<br />

119<br />

120<br />

169<br />

263<br />

258<br />

275<br />

175<br />

192<br />

Corpos<br />

12º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Regimento<br />

<strong>de</strong> Artilharia <strong>de</strong><br />

Campanha<br />

35º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

31º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

12º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

31º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

38º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

7º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

16º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

27º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Graduações<br />

2º Sargento<br />

Musico<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Anspeçada<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Corneta<br />

Musico<br />

Musico<br />

Musico<br />

Alferes<br />

Cia.<br />

1ª<br />

1ª Bateria<br />

1ª<br />

4ª<br />

2ª<br />

1ª<br />

2ª<br />

4ª<br />

3ª<br />

1ª<br />

1ª<br />

1ª<br />

---<br />

Nomes<br />

Filis<strong>do</strong>nio Gomes da<br />

Silva<br />

Taciano <strong>de</strong> Mello<br />

Lima<br />

Roseno Francisco <strong>do</strong><br />

Nascimento<br />

Pedro Ernesto da<br />

Silva<br />

João Pereira da Silva<br />

Thiago José Romeu<br />

Antonio Martins <strong>de</strong><br />

Abreu<br />

Moyzes Novaes Pinto<br />

Juvenal José da<br />

Rosa<br />

Romeu Rato<br />

Alberto Pinto <strong>de</strong><br />

Campos<br />

João Claudino da<br />

Silva<br />

José Alves <strong>de</strong><br />

Oliveira Car<strong>do</strong>zo<br />

Diagnósticos<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço superior<br />

<strong>do</strong> antebraço direito (insufficiencia mitral).<br />

(Incapaz)<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região superclavicular<br />

direita<br />

(ijncapaz). Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no<br />

terço médio da coxa direita (Rheumatismo<br />

poly-articular chronico)<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço inferior<br />

da perna direita<br />

(incapaz). Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nos<br />

artelhos <strong>do</strong> pé esquer<strong>do</strong> (Epilepsia essencial)<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço superior<br />

da perna direita<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço inferior<br />

<strong>do</strong> braço direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

<strong>do</strong>rsal, e (ilegível) plantar <strong>do</strong> pé direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no polegar da<br />

mão direita<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço inferior<br />

da perna esquerda<br />

Impaludismo<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região <strong>do</strong>rso<br />

palmar da mão esquerda<br />

Estreitamento fibrozo da porção m<strong>em</strong>branoza<br />

da urethra – (foi opera<strong>do</strong> a 22/7/97 –<br />

urethrotomia interna)<br />

Observações<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por<br />

incapacida<strong>de</strong> physica a 16 <strong>de</strong> Outubro<br />

<strong>de</strong> 1897.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a 20 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Baixou a 6 <strong>de</strong> Agosto e alta por<br />

incapacida<strong>de</strong> physica para aguardar o<br />

resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua inspecção.<br />

Baixou a 6 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a 30 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por<br />

incapacida<strong>de</strong> physica para aguardar o<br />

resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua inspecção a ______.<br />

Baixou a 6 <strong>de</strong> Agosto e alta por or<strong>de</strong>m<br />

superior a 15 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a 28 <strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 6 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a 4 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 3 <strong>de</strong> Outubro e alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 15 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 3 <strong>de</strong> Outubro e alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 11 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 3 <strong>de</strong> Outubro e alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 15 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a 5 <strong>de</strong> Outubro. Fez amputação <strong>do</strong><br />

antebraço esquer<strong>do</strong> <strong>do</strong> terço médio.<br />

Baixou a 20 <strong>de</strong> Agosto e alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 27 <strong>de</strong> Agosto.


Nº<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

191<br />

190<br />

189<br />

187<br />

184<br />

183<br />

Corpos<br />

37º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

32º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

35º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

16º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

16º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Graduações<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Major<br />

2º Sargento<br />

Tenente<br />

Cia.<br />

2ª<br />

2ª<br />

4ª<br />

---<br />

3ª<br />

---<br />

Nomes<br />

Colimero Lubambo<br />

Horacio F. Sucupira<br />

Joaquim Cantalice <strong>de</strong><br />

Souza<br />

Olegário Antonio<br />

Sampaio<br />

Raphael Albuquerque<br />

Galvão<br />

Manuel Ortencio da<br />

Fonseca<br />

Diagnósticos<br />

Tuberculose testicular. (fez castração parcial).<br />

_________ a 22/7/97.<br />

Abscesso pútri<strong>do</strong> <strong>do</strong> coto amputa<strong>do</strong> (fez<br />

abertura e drenag<strong>em</strong> no dia 20/7/97)<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

infra(ilegível), e super clavicular esquerda.<br />

(Fractura da clavícula) – (viciozo).<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na córnea <strong>do</strong> olho<br />

esquer<strong>do</strong> (estilhaço)<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

posterior e externa da perna esquerda (com<br />

paresia). Estreitamento ártico.<br />

Foi opera<strong>do</strong> no dia 19/7/97. Ferimento por<br />

arma <strong>de</strong> fogo no terço médio da coxa direita<br />

com fractura <strong>do</strong> fêmur. Callo viciozo.<br />

(Osteotomia)<br />

Observações<br />

Baixou a 20 <strong>de</strong> Agosto e alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 14 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 20 <strong>de</strong> Agosto e alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior para tratar-se <strong>em</strong> caza<br />

<strong>de</strong> sua família a 20 <strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 20 <strong>de</strong> Agosto e alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior para tratar-se <strong>em</strong> caza<br />

<strong>de</strong> sua familia a 13 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bo.<br />

Baixou a 14 <strong>de</strong> Agosto e alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior para tratar-se <strong>em</strong> caza<br />

<strong>de</strong> sua família a 20 <strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 14 <strong>de</strong> Agosto e alta por<br />

incapacida<strong>de</strong> physica para aguardar o<br />

resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua inspecção a 14 <strong>de</strong><br />

Outubro.<br />

Baixou a 16 <strong>de</strong> Agosto e alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior para tratar-se <strong>em</strong> caza<br />

<strong>de</strong> sua família a 13 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro.


2º Borrão<br />

Relação <strong>do</strong>s Officiaes, inferiores e praças que tiveram tratamento nas Enfermarias <strong>do</strong>s Dr.s [Pedro Emílio <strong>de</strong>] Cerqueira Lima, [João]<br />

Aggripino Dorea e Raymun<strong>do</strong> [Eustaqio <strong>de</strong>] Mesquita <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> Agosto até a presente data 279<br />

Nº<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

8<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

19<br />

20<br />

21<br />

22<br />

24<br />

25<br />

29<br />

30<br />

Corpos<br />

3º Batalhão <strong>de</strong><br />

Artilharia <strong>de</strong><br />

Posição<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Artilharia <strong>de</strong><br />

Posição<br />

7º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

9º Batalhão e<br />

Infantaria<br />

37º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

15ºBatalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

31º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

40º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Graduações<br />

Cabo <strong>de</strong><br />

esquadra<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

2º Sargento<br />

Alferes<br />

2º Cadête<br />

2º Sargento<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Cia.<br />

1ª Bateria<br />

1ª Bateria<br />

4ª Cia.<br />

3ª<br />

---<br />

2ª<br />

---<br />

---<br />

Nomes<br />

José Ribeiro<br />

José Antonio <strong>de</strong><br />

Souza<br />

Gregório Sacramento<br />

<strong>do</strong>s Santos<br />

José Carlos d’Araujo<br />

Joaquim Theotonio<br />

<strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros<br />

Francisco José<br />

Pereira Pacheco<br />

Francisco José <strong>de</strong><br />

Mello<br />

Francisco Pereira<br />

Maia<br />

Diagnósticos<br />

Fractura <strong>do</strong> perônio, na união <strong>do</strong> terço médio,<br />

com o inferior. Callo viciozo, (carie<br />

consecutiva) – opera<strong>do</strong> <strong>de</strong> sequestrotomia.<br />

Foi chloroformiza<strong>do</strong>.<br />

Luxação coxo f<strong>em</strong>ural esquerda irreductivel,<br />

<strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> <strong>de</strong> ser opera<strong>do</strong> por não po<strong>de</strong>r ser<br />

chloroformiza<strong>do</strong> <strong>em</strong> vista da insufficiencia<br />

mitral adiantada<br />

Seqüestro imaginan<strong>do</strong> ser cúbito e<br />

conseqüência <strong>de</strong> ferida por arma <strong>de</strong> fogo –<br />

opera<strong>do</strong> <strong>de</strong> sequestrotomia <strong>em</strong> 2-8-97. Foi<br />

chloroformisa<strong>do</strong><br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região glútea<br />

esquerda externa da perna esquerda terço<br />

inferior<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na articulação da<br />

phalange com a phalangina <strong>do</strong> dê<strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r<br />

da mão direita<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região mollar<br />

direita com fractura <strong>do</strong> mesmo osso (fez auto<br />

plastia no dia 8-8-97)<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

<strong>de</strong>ltoidiana direita com tres projetis; sen<strong>do</strong> um<br />

na fossa infra-scapular,um no osso e outro no<br />

ângulo da axilla. Foi opera<strong>do</strong> no dia 4-9-97 e<br />

no dia 5-8-97 com drenag<strong>em</strong>. Chloroformiza<strong>do</strong><br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região da coxa<br />

esquerda. Fez extração <strong>de</strong> projectil à 5-8-97<br />

279 APEB – Arquivo Público <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> da Bahia - Pacote 2854 – Revolução <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s [Relação <strong>do</strong>s oficiais inferiores e praças feri<strong>do</strong>s <strong>em</strong> Canu<strong>do</strong>s].<br />

Observações<br />

Baixou a 26 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1897 e Alta<br />

por cura<strong>do</strong> a 2 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro <strong>do</strong><br />

corrente anno<br />

Baixou a 26 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1897 e Alta<br />

por transferência para o Hospital<br />

Militar a 15 <strong>de</strong> Agosto <strong>do</strong> corrente<br />

anno<br />

Baixou a 30 <strong>de</strong> Julho e Alta por cura<strong>do</strong><br />

a 2 e Set<strong>em</strong>bro <strong>do</strong> corrente anno.<br />

Baixou a 31 <strong>de</strong> Julho e Alta por<br />

transferência para o Hospital Militar a<br />

16 <strong>de</strong> Agosto <strong>do</strong> corrente anno<br />

Baixou a 2 <strong>de</strong> agosto e Alta por or<strong>de</strong>m<br />

superior para tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong><br />

sua família a 15 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 2 <strong>de</strong> Agosto e alta por or<strong>de</strong>m<br />

superior para tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua<br />

família a 14 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro<br />

Baixo a 2 <strong>de</strong> Agosto e alta por or<strong>de</strong>m<br />

superior para tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua<br />

família a 20 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto para tratar-se<br />

<strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 20 <strong>do</strong><br />

mesmo


Nº<br />

9<br />

10<br />

11<br />

12<br />

13<br />

14<br />

15<br />

16<br />

17<br />

18<br />

19<br />

20<br />

21<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

31<br />

32<br />

33<br />

34<br />

35<br />

36<br />

37<br />

38<br />

39<br />

40<br />

41<br />

42<br />

43<br />

Corpos<br />

7º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

40º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

15º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

32º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Regimento<br />

<strong>de</strong> Artilharia <strong>de</strong><br />

Campanha<br />

27º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

27º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

32º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

34º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

9º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Graduações<br />

Tenente<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Capitão<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Cia.<br />

---<br />

---<br />

---<br />

---<br />

---<br />

---<br />

---<br />

---<br />

---<br />

3ª<br />

1ª<br />

3ª<br />

3ª<br />

Nomes<br />

Camillo Eusébio <strong>de</strong><br />

Carpes<br />

Corbiniano da<br />

Soleda<strong>de</strong> Lima<br />

Luiz da França<br />

Carvalho<br />

Matheus Marques<br />

Souza<br />

Francelino Martins da<br />

Silva<br />

Henrique da Silva<br />

Pereira<br />

Abrahão Ephygenio<br />

Roiz Chaves<br />

Vicente Gomes<br />

Jardim Filho<br />

Francisco Freitas<br />

Nestor da Silva Britto<br />

Francisco Tavares <strong>de</strong><br />

Couto Sobrinho<br />

Ataliba Gacintho<br />

Ozório<br />

Chananeo Antonio da<br />

Fontoura<br />

Diagnósticos<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no la<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong><br />

maxillar inferior. Fez ressecção parcial a 7-8-<br />

97. Foi chloroformiza<strong>do</strong>.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

posterior <strong>do</strong> antebraço esquer<strong>do</strong> e lateral <strong>do</strong><br />

thorax<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na articulação <strong>do</strong><br />

cotovello direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

posterior da coxa esquerda. Fez abertura e<br />

drenag<strong>em</strong> <strong>do</strong>s orifícios e avulsos <strong>de</strong> duas<br />

unhas encravadas. Foi chloroformiza<strong>do</strong><br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região <strong>do</strong>rsal<br />

da mão direita<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no braço<br />

esquer<strong>do</strong> com fractura <strong>de</strong> terço médio <strong>do</strong><br />

humero <strong>do</strong> mesmo braço; callo viciozo e<br />

parezia <strong>do</strong>s extensores. Massag<strong>em</strong>.<br />

Apparelho <strong>de</strong> (ilegível)<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região cervica<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região <strong>do</strong>rsal<br />

<strong>do</strong> pé esquer<strong>do</strong><br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região <strong>do</strong><br />

calcâneo<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região interna<br />

e externa <strong>do</strong> antebraço esquer<strong>do</strong> Fez<br />

massagens e choques elétricos<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região lateral<br />

<strong>do</strong> thorax<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

glúteas. Fez massag<strong>em</strong> a aplicação <strong>de</strong><br />

choques eléctricos<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

interna e externa da coxa esquerda<br />

Observações<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 10<br />

<strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por tratarse<br />

<strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 10 <strong>de</strong><br />

Agosto<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por tratarse<br />

<strong>em</strong> casa <strong>de</strong> sua família a 2 <strong>de</strong><br />

set<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por tratarse<br />

<strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 2 <strong>de</strong><br />

set<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por tratarse<br />

<strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 10 <strong>do</strong><br />

mesmo<br />

Baixo a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta pra tratarse<br />

<strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 20 <strong>do</strong><br />

mesmo<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> casa <strong>de</strong> sua família a 10<br />

<strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 5 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> casa <strong>de</strong> sua família a 10<br />

<strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 5 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> casa <strong>de</strong> sua família a 14<br />

<strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 6 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> casa <strong>de</strong> sua família a 15<br />

<strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 6 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> casa <strong>de</strong> sua família a 14<br />

<strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 6 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> casa <strong>de</strong> sua família a 10<br />

<strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 6 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> casa <strong>de</strong> sua família a 10<br />

<strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro


Nº<br />

22<br />

23<br />

24<br />

25<br />

26<br />

27<br />

28<br />

29<br />

30<br />

31<br />

32<br />

33<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

44<br />

45<br />

46<br />

47<br />

48<br />

49<br />

50<br />

51<br />

52<br />

53<br />

54<br />

55<br />

Corpos<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

12º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

32º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

32º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Regimento<br />

<strong>de</strong> Artilharia <strong>de</strong><br />

Campanha<br />

35º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

35º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

33º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

31º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Regimento<br />

<strong>de</strong> Artilharia <strong>de</strong><br />

Campanha<br />

31º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Graduações<br />

Tenente<br />

Alferes<br />

Capitão<br />

Alumno<br />

2º Tenente<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Alumno<br />

Alumno<br />

Capitão<br />

Cia.<br />

1ª<br />

3ª<br />

1ª<br />

---<br />

---<br />

1ª<br />

1ª<br />

---<br />

3ª<br />

---<br />

1ª Bateria<br />

---<br />

Nomes<br />

Tácito <strong>de</strong> Moraes<br />

Virgnes<br />

Timothio Pereira Reis<br />

Antonio Carlos<br />

Chachá Pereira<br />

Lydio <strong>de</strong> Souto Lima<br />

Severiano Carlos<br />

d’Almeida<br />

José Raymun<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

Moraes<br />

Jer<strong>em</strong>ias José <strong>de</strong><br />

Oliveira<br />

Vicente d’Alencar<br />

Lima<br />

Antonio Duarte da<br />

Costa Vidal<br />

Thomaz da Cunha<br />

Lima<br />

Augusto Gentil <strong>de</strong><br />

Albuquerque Falcão<br />

Antonio Luiz<br />

Facun<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Souza<br />

Diagnósticos<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região lateral<br />

direita <strong>do</strong> thorax<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região lateral<br />

esquerda <strong>do</strong> thorax; impaludismo.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nos artilhos <strong>do</strong> pé<br />

esquer<strong>do</strong>. Fez incizões (ilegível)<br />

<strong>de</strong>sbridamento a 6-8-97.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

<strong>do</strong>rsal e mammaria esquerda com inflamação<br />

da pleura. Pleurizia secca.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região <strong>do</strong>rsal<br />

<strong>do</strong> pé direito.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço inferior<br />

da coxa esquerda com projectil. Foi opera<strong>do</strong> a<br />

12-8-97. Anesthesia local pelo chloreto <strong>de</strong><br />

ethylo<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço inferior<br />

da coxa direita<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na anterior e<br />

posterior <strong>do</strong> braço esquer<strong>do</strong>, com lesão <strong>do</strong><br />

nervo circunflexo<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

interna e externa <strong>do</strong> terço superior da perna<br />

esquerda. Fez abertura e drenag<strong>em</strong> no dia 7<br />

<strong>de</strong> Agosto<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região lateral<br />

direita <strong>do</strong> thorax (Rheumatismo poly articularchronico<br />

(incapaz). Fez abertura e drenag<strong>em</strong><br />

a 11 <strong>de</strong> Agosto.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço inferior<br />

<strong>do</strong> braço direito com fractura no mesmo ponto.<br />

Fez abertura e drenag<strong>em</strong> <strong>de</strong> <strong>do</strong>is abcessos 14<br />

e 20 <strong>de</strong> Agosto e osteotomia <strong>do</strong> humerus a 2<br />

<strong>de</strong> nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897. Chloroformiza<strong>do</strong>. Fez<br />

massag<strong>em</strong>, electrisação e apparelho <strong>de</strong> talas<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região lateral<br />

direita <strong>do</strong> thorax<br />

Observações<br />

Baixou a 6 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> casa <strong>de</strong> sua família a 10<br />

<strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 6 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> casa <strong>de</strong> sua família a 20<br />

<strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 6 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> casa <strong>de</strong> sua família a 10<br />

<strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 6 <strong>de</strong> Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

<strong>em</strong> 14 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 6 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> casa <strong>de</strong> sua família a 20<br />

<strong>de</strong> Agosto<br />

Baixou a 6 <strong>de</strong> Agosto e alta por tratarse<br />

<strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 20 <strong>do</strong><br />

mesmo<br />

Baixou a 6 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 20<br />

<strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 6 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 13<br />

<strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 7 <strong>de</strong> Agosto e Alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 20<br />

<strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 7 <strong>de</strong> Agosto e alta por<br />

incapacida<strong>de</strong> physica a 10 <strong>de</strong><br />

Set<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 9 <strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 7 <strong>de</strong> Agosto e Alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 16<br />

<strong>do</strong> mesmo


Nº<br />

34<br />

35<br />

36<br />

37<br />

38<br />

39<br />

40<br />

41<br />

42<br />

43<br />

44<br />

45<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

56<br />

57<br />

58<br />

59<br />

60<br />

63<br />

64<br />

65<br />

66<br />

67<br />

68<br />

69<br />

Corpos<br />

12º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

38º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

18º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

30º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

34º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

16º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

35º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

27º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Graduações<br />

Tenente<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Anspeçada<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cabo d’esquadra<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Anspeçada<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cia.<br />

---<br />

2ª<br />

1ª<br />

3ª<br />

2ª<br />

3ª<br />

4ª<br />

3ª<br />

1ª<br />

1ª<br />

4ª<br />

2ª<br />

Nomes<br />

Antonio Seralis<br />

Melanio das Neves<br />

Joaquim Napoleão<br />

Epaminan<strong>do</strong> Arruda<br />

Filho<br />

João Floriano<br />

Sampaio<br />

João Ferreira <strong>do</strong><br />

Nascimento<br />

Antonino Roja<br />

Juvenal Rodrigues<br />

Pereira<br />

Belarmino da Silva<br />

Pestana<br />

Antonio Joaquim <strong>do</strong><br />

Carmo<br />

José Duarte Lopez<br />

Frazão<br />

Francisco João<br />

Evaristo<br />

José Ribeiro Gomes<br />

<strong>do</strong> Pra<strong>do</strong><br />

Diagnósticos<br />

Ferimento por armas <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

super-clavicular e escapular esquerda<br />

Abscessos quentes nas regiões cervical e<br />

glútea esquerda. Fez abertura e drenag<strong>em</strong> a 9<br />

<strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1897<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região externa<br />

da perna esquerda<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões <strong>do</strong><br />

punho esquer<strong>do</strong> e flanco esquer<strong>do</strong><br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço superior<br />

<strong>do</strong> antebraço direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

molares<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões <strong>do</strong>rso<br />

palmar da mão direita e <strong>do</strong> olho direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço superior<br />

<strong>do</strong> braço esquer<strong>do</strong><br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região anterior<br />

<strong>do</strong> thorax, e <strong>do</strong>s ante-braços terço inferior<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

calcaneana, (maleolores?) <strong>do</strong> pé direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço inferior<br />

<strong>do</strong> ante-braço direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região <strong>do</strong>rsal<br />

Observações<br />

Baixou a 9 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 20<br />

<strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 9 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 24 <strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 9 <strong>de</strong> Agosto e Alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 20<br />

<strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 14 <strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 20 <strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 24 <strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 30 <strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 31 <strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 7 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 14 <strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 6 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 14 <strong>do</strong> mesmo


Nº<br />

46<br />

47<br />

48<br />

49<br />

50<br />

51<br />

52<br />

53<br />

54<br />

55<br />

56<br />

57<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

70<br />

71<br />

72<br />

73<br />

74<br />

75<br />

79<br />

80<br />

82<br />

83<br />

84<br />

85<br />

Corpos<br />

31º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Paisano<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

37º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

37º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Corpo <strong>de</strong><br />

Polícia<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

35º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

30º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Regimento<br />

<strong>de</strong> Artilharia <strong>de</strong><br />

Campanha<br />

33º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Graduações<br />

Solda<strong>do</strong><br />

---<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cabo d’esquadra<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Sargento<br />

Ajudante<br />

Anspeçada<br />

Cia.<br />

3ª<br />

----<br />

2ª<br />

2ª<br />

3ª<br />

3ª<br />

3ª<br />

3ª<br />

4ª<br />

2ª<br />

1ª Bateria<br />

2ª<br />

Nomes<br />

Ludgero José <strong>de</strong><br />

Oliveira<br />

Severino Men<strong>de</strong>s<br />

João Pedro <strong>do</strong><br />

Nascimento<br />

Claudiano José<br />

Barros<br />

Ezequiel Elias Dantas<br />

Joaquim Bento da<br />

Costa<br />

Manuel Lima <strong>de</strong><br />

Jesus<br />

Venceslau Pereira da<br />

Silva<br />

Aureliano Felix<br />

Pereira<br />

Henrique Camillo<br />

Germinio Moreira <strong>do</strong>s<br />

Santos<br />

João Pereira da Silva<br />

Diagnósticos<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

axillar, e scapular esquerda<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço médio da<br />

perna esquerda<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região interna<br />

<strong>do</strong> braço direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no testículo<br />

direito. Fez ressecção da túnica vaginal e<br />

curetag<strong>em</strong>. Foi chloroformisa<strong>do</strong><br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço médio <strong>do</strong><br />

ante-braço direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço médio <strong>de</strong><br />

ambos os braços<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

scapular esquerda, e <strong>do</strong>rsal direita<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no polegar da<br />

mão direita<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço superior<br />

da perna esquerda<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no <strong>de</strong><strong>do</strong> mínimo<br />

da mão direita. Dilatação ahorta (incapaz). Fez<br />

<strong>de</strong>sarticulação <strong>do</strong> <strong>de</strong><strong>do</strong> mínimo a 12 <strong>de</strong><br />

Agosto <strong>de</strong> 1897<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região interna<br />

<strong>do</strong> braço esquer<strong>do</strong><br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no <strong>de</strong><strong>do</strong> médio da<br />

mão esquerda. Fez <strong>de</strong>sarticulação no dia 6-7-<br />

97. Foi chloroformisa<strong>do</strong>.<br />

Observações<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 14 <strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 14 <strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 26 <strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 5 <strong>de</strong> outubro<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 28 <strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 28 <strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 8 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 20 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 20 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

incapacida<strong>de</strong> physica a 18 <strong>de</strong><br />

Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 17 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 5 <strong>de</strong> Outubro


Nº<br />

58<br />

59<br />

60<br />

61<br />

62<br />

63<br />

64<br />

65<br />

66<br />

67<br />

68<br />

69<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

86<br />

87<br />

88<br />

89<br />

90<br />

91<br />

92<br />

93<br />

102<br />

103<br />

104<br />

106<br />

Corpos<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

32º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

31º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

27º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

31º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

30º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

35º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

Graduações<br />

Anspeçada<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

2º Sargento<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

2º Sargento<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cia.<br />

2ª<br />

3ª<br />

3ª<br />

1ª<br />

2ª<br />

2ª<br />

2ª<br />

3ª<br />

4ª<br />

4ª<br />

1ª<br />

3ª<br />

Nomes<br />

Lauriano Monteiro <strong>de</strong><br />

Almeida<br />

Francisco da Cunha<br />

Rebouças<br />

Antonio Luiz Tavares<br />

<strong>de</strong> Souza<br />

João Xavier da Costa<br />

Antonio Mathias <strong>de</strong><br />

Souza<br />

João Felix <strong>de</strong> Araújo<br />

João Antonio <strong>de</strong><br />

Vasconcellos<br />

Antonio Eucly<strong>de</strong>s da<br />

(rasura<strong>do</strong>)<br />

José Jacintho <strong>de</strong><br />

Castro<br />

Eurico Ferreira da<br />

Silva<br />

Joaquim José <strong>de</strong><br />

Carvalho<br />

Pedro Celestino <strong>de</strong><br />

Oliveira<br />

Diagnósticos<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço médio <strong>do</strong><br />

ante-braço direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço superior<br />

da coxa esquerda<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço médio <strong>do</strong><br />

ante-braço direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no joelho<br />

esquer<strong>do</strong><br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

lateral esquerda <strong>do</strong> thorax e axilla direita<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço inferior<br />

<strong>do</strong> braço esquer<strong>do</strong> – Epilepsia essencial<br />

(incapaz).<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na mão esquerda<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

calcaneana direita – (ilegível) <strong>do</strong> olho direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço médio <strong>do</strong><br />

braço direito e posterior <strong>do</strong> thorax<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na phalange <strong>do</strong><br />

polegar da mão esquerda<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço inferior<br />

<strong>do</strong> antebraço esquerda e mão direita. Fez<br />

<strong>de</strong>sarticulação <strong>do</strong> <strong>de</strong><strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r direito,<br />

extracção <strong>de</strong> projectil. Foi chloroformiza<strong>do</strong>.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no punho direito<br />

Observações<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

transferência para o Hospital <strong>de</strong><br />

Varíola <strong>de</strong> Monte Serrat <strong>em</strong> 21 <strong>de</strong><br />

Set<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 5 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 2 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 7 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 2 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta para<br />

aguardar o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua inspecção<br />

no seu quartel a 17 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 9 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 27 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 4 e Agosto e Alta por cura<strong>do</strong><br />

a 14 <strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 30 <strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 5 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 25 <strong>do</strong> mesmo


Nº<br />

70<br />

71<br />

72<br />

73<br />

74<br />

75<br />

76<br />

77<br />

78<br />

79<br />

80<br />

81<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

114<br />

115<br />

116<br />

117<br />

118<br />

119<br />

120<br />

169<br />

263<br />

258<br />

275<br />

173<br />

Corpos<br />

12º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Regimento<br />

<strong>de</strong> Artilharia <strong>de</strong><br />

Campanha<br />

35º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

31º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

12º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

31º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

38º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

7º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

16º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

28 Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

Graduações<br />

2º Sargento<br />

Musico<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Anspeçada<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Corneta<br />

Musico<br />

Musico<br />

Musico<br />

Cia.<br />

1ª<br />

1ª Bateria<br />

1ª<br />

4ª<br />

2ª<br />

1ª<br />

2ª<br />

4ª<br />

3ª<br />

1ª<br />

1ª<br />

1ª<br />

Nomes<br />

Filis<strong>do</strong>nio Gomes da<br />

Silva<br />

Taciano <strong>de</strong> Mello<br />

Lima<br />

Roseno Francisco <strong>do</strong><br />

Nascimento<br />

Pedro Ernesto da<br />

Silva<br />

João Pereira da Silva<br />

Thiago José Romeu<br />

Antonio Martins<br />

d’Abreu<br />

Moyzes Novaes Pinto<br />

Juvenal José da<br />

Rosa<br />

Romeu Rato<br />

Alberto Pinto <strong>de</strong><br />

Campos<br />

João Claudino da<br />

Silva<br />

Diagnósticos<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço superior<br />

<strong>do</strong> ante-braço direito. Insufficiencia mitral<br />

(incapaz)<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região super -<br />

clavicular direita<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço médio da<br />

coxa direita – Rheumatismo poly-articular<br />

chronico<br />

Ferimento por aram <strong>de</strong> fogo no terço inferior<br />

da perna direita<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nos astilhos <strong>do</strong> pé<br />

esquer<strong>do</strong>. Epilepsia essencial. Incapaz.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço superior<br />

da perna direita<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço inferior<br />

<strong>do</strong> braço direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

<strong>do</strong>rsal e plantas <strong>do</strong> pé direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no polegar da<br />

mão direita<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço superior<br />

da perna esquerda<br />

Impaludismo<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região <strong>do</strong>rsopalmar<br />

da mão esquerda. Fez amputação <strong>do</strong><br />

antebraço esquer<strong>do</strong> no terço médio. Foi<br />

chloroformiza<strong>do</strong>.<br />

Observações<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

incapacida<strong>de</strong> physica a 16 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 20 <strong>de</strong> Agosto<br />

Baixou a 6 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

incapacida<strong>de</strong> physica para agurardar o<br />

resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua inspecção <strong>em</strong> 15 <strong>de</strong><br />

Outubro<br />

Baixou a 6 e Agosto e Alta por cura<strong>do</strong><br />

a 13 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

incapacida<strong>de</strong> physica para aguardar<br />

resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua inspecção <strong>em</strong> 14 <strong>de</strong><br />

Outubro<br />

Baixou a 6 <strong>de</strong> Agosto e alta por or<strong>de</strong>m<br />

superior a 15 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 28 <strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 6 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 4 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 3 <strong>de</strong> Outubro a Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 15 <strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 3 <strong>de</strong> Outubro e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 11 <strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 3 <strong>de</strong> Outubro e Alta por<br />

cura<strong>do</strong><br />

a 16 <strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 5 <strong>de</strong> Outubro


Nº<br />

82<br />

83<br />

84<br />

85<br />

86<br />

87<br />

88<br />

89<br />

90<br />

91<br />

92<br />

93<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

192<br />

191<br />

190<br />

189<br />

187<br />

184<br />

183<br />

224<br />

222<br />

210<br />

209<br />

206<br />

Corpos<br />

27º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

37º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

32º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

35º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

16º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

16º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

7º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

7º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

12º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Regimento<br />

<strong>de</strong> Artilharia <strong>de</strong><br />

Campanha<br />

15º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Graduações<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Major<br />

2º Sargento<br />

Tenente<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Ca<strong>de</strong>te,<br />

Sargento e<br />

Ajudante<br />

Alumno<br />

1º Sargento<br />

Cia.<br />

---<br />

2ª<br />

2ª<br />

4ª<br />

---<br />

3ª<br />

4ª<br />

3ª<br />

Esta<strong>do</strong><br />

Menor - 1ª<br />

4ª Bateria<br />

4ª<br />

Nomes<br />

José Alves <strong>de</strong><br />

Oliveira Car<strong>do</strong>zo<br />

Colinero Lub<strong>em</strong>bo<br />

Horácio F. Sucupira<br />

Joaquim Cantalice <strong>de</strong><br />

Souza<br />

Olegário Antonio<br />

Sampaio<br />

Raphael Albuquerque<br />

Galvão<br />

Manuel Ortencio da<br />

Fonseca<br />

Olegário Avelino<br />

Ramos<br />

Satiro José <strong>do</strong>s<br />

Santos Ferreira<br />

Hermoje. O. Costa<br />

Antonio <strong>de</strong> Almeida<br />

Santos<br />

Miguel <strong>de</strong> Souza<br />

Borges<br />

Diagnósticos<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo, digo,<br />

estreitamento fibrozo da porção m<strong>em</strong>branosa<br />

da urethra. Fez urethrotomia interna <strong>em</strong> 12-7-<br />

97.<br />

Tuberculose testicular. Fez castração parcial<br />

<strong>do</strong> la<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong> <strong>em</strong> 22-7-97. Foi<br />

chloroformiza<strong>do</strong><br />

Abcesso pútri<strong>do</strong> <strong>do</strong> coto amputa<strong>do</strong>. Fez<br />

abertura e drenag<strong>em</strong> no dia 20-7-97<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões infra<br />

(ilegível) e super clavicular esquerda, callo<br />

viciozo e fractura da clavicula<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na córnea <strong>do</strong> olho<br />

esquer<strong>do</strong> (estilhaço)<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

posterior e externa da perna esquerda com<br />

parezia – Estreitamento (ilegível) – Massag<strong>em</strong><br />

e electrisação<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço médio da<br />

coxa esquerda, digo, direita, com fractura da<br />

perna, callo viciozo. Fez osteotomia <strong>em</strong> 19 <strong>de</strong><br />

Agosto <strong>de</strong> 1897. Foi chloroformiza<strong>do</strong><br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

interna e externa <strong>do</strong> braço esquer<strong>do</strong><br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

anterior e posterior da perna direita<br />

Contusão na região <strong>do</strong>rsal; aplicou ventosas<br />

seccas<br />

Diarrhéa hepática, impaludismo<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na articulação <strong>do</strong><br />

joelho direito. Foi opera<strong>do</strong> <strong>de</strong> ressecção <strong>do</strong><br />

joelho no dia 5 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1897. (Tétano<br />

intermitente). Foi chloroformiza<strong>do</strong>. Galteismo.<br />

Observações<br />

Baixou a 20 <strong>de</strong> Agosto e Alto por<br />

cura<strong>do</strong> a 27 <strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 20 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 14 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 20 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior para tratar-se <strong>em</strong> caza<br />

<strong>de</strong> sua família a 20 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 20 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior para tratar-se <strong>em</strong> caza<br />

<strong>de</strong> sua família a 13 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 14 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior para tratar-se <strong>em</strong> caza<br />

<strong>de</strong> sua família a 20 <strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 14 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

incapacida<strong>de</strong> physica para aguardar o<br />

resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua inspecção a 14 <strong>de</strong><br />

Outubro<br />

Baixou a 16 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior para tratar-se <strong>em</strong> caza<br />

<strong>de</strong> sua família a 13 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 28 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 15 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 28 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 15 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 27 <strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 5 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

fallecimento a 15 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897<br />

Falleceu a tétanos intermitentes, por<br />

imprudência <strong>de</strong> ter <strong>do</strong>rmi<strong>do</strong> com a<br />

porta aberta <strong>em</strong> noite t<strong>em</strong>pestuosa<br />

(ilegível).


Nº<br />

94<br />

95<br />

96<br />

97<br />

98<br />

99<br />

100<br />

101<br />

102<br />

103<br />

104<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

204<br />

203<br />

181<br />

182<br />

143<br />

234<br />

235<br />

236<br />

237<br />

238<br />

239<br />

Corpos<br />

27º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

12º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

1º Regimento<br />

<strong>de</strong> Cavallaria<br />

34º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

1º Regimento<br />

<strong>de</strong> Cavallaria<br />

33º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

28º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Graduações<br />

Capitão<br />

Capitão<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Musico<br />

Capitão<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Cabo d’esquadra<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Cia.<br />

2ª<br />

2ª<br />

2ª<br />

3ª<br />

1ª<br />

3ª<br />

4ª<br />

2ª<br />

3º<br />

Esquadrão<br />

2ª<br />

3ª<br />

Nomes<br />

Cypriano Alci<strong>de</strong>s<br />

José Luiz Bücheb<br />

Antonio Freire <strong>do</strong><br />

Nascimento<br />

Silvestre <strong>de</strong> Assis<br />

Chaves<br />

João Claudino da<br />

Silva<br />

João <strong>de</strong> Souza<br />

Franco<br />

Vicente Henrique <strong>de</strong><br />

Moura<br />

Alípio Lopes Lima<br />

Barros<br />

Alfre<strong>do</strong> Men<strong>de</strong>s da<br />

Silva<br />

Manuel Joaquim <strong>do</strong><br />

Rego<br />

Ros<strong>em</strong>iro Francisco<br />

Guerreiro<br />

Diagnósticos<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

internas <strong>de</strong> ambas as coxas<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões infrascapular<br />

e axillar direita, com lesão <strong>do</strong><br />

circunflexo. Fez massag<strong>em</strong> e electrisação<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

<strong>do</strong>rsal e plantar <strong>do</strong> pé esquer<strong>do</strong><br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

anterior e posterior da perna esquerda<br />

Já se acha incluí<strong>do</strong> nesta relação<br />

Broncho-pneumonia dupla, complicada <strong>de</strong><br />

diarrhéa séptica<br />

Tumor da região popletea, curável mediante<br />

operação (a qual não quis sujeitar-se)<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

lombar glutea, e no terço inferior da coxa<br />

esquerda com lesão da articulação <strong>do</strong> joelho.<br />

Massag<strong>em</strong>.<br />

Impaluidismo<br />

Abscesso flegmonoso na região posterior <strong>do</strong><br />

antebraço. Já ulcera<strong>do</strong>.<br />

Estreitamento fibroso da porção m<strong>em</strong>branoza<br />

da urethra. Foi opera<strong>do</strong> <strong>de</strong> urethrotomia<br />

interna no dia 16 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897,<br />

dilatação pelos (ilegível) <strong>de</strong> Guyon.<br />

Observações<br />

Baixou a 23 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior para tratar-se <strong>em</strong><br />

caza <strong>de</strong> sua família a 13 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 23 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior para tratar-se <strong>em</strong><br />

caza <strong>de</strong> sua família a 13 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 14 <strong>de</strong> Agosto e Alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 31<br />

<strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 15 <strong>de</strong> Agosto e Alta para<br />

tratar-se <strong>em</strong> caza <strong>de</strong> sua família a 7<br />

<strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 5 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 3 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro e Alta por<br />

fallecimento a 4 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 3 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 14 <strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 3 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro a Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior para tratar-se <strong>em</strong><br />

caza <strong>de</strong> sua família a 21 <strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro a Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 20 <strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 14 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 29 <strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 14<strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897


Nº<br />

105<br />

106<br />

107<br />

108<br />

109<br />

110<br />

111<br />

112<br />

113<br />

114<br />

115<br />

116<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

243<br />

247<br />

264<br />

270<br />

274<br />

261<br />

262<br />

260<br />

259<br />

249<br />

244<br />

241<br />

Corpos<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Artilharia <strong>de</strong><br />

Posição<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

28º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

7º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

33º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

40º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Regimento<br />

<strong>de</strong> Artilharia <strong>de</strong><br />

Campanha<br />

5º Regimento<br />

<strong>de</strong> Artilharia <strong>de</strong><br />

Campanha<br />

12º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

35º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

2º Regimento<br />

<strong>de</strong> Artilharia <strong>de</strong><br />

Campanha<br />

Graduações<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Anspeçada<br />

2º Sargento<br />

Solda<strong>do</strong><br />

2º Sargento<br />

Sargento<br />

Ajudante<br />

Alumno<br />

Alumno<br />

1º Sargento<br />

2º Sargento<br />

1º Sargento<br />

Cia.<br />

4ª Bateria<br />

2ª<br />

2ª<br />

2ª<br />

4ª<br />

4ª<br />

Esta<strong>do</strong><br />

Menor<br />

2ª Bateria<br />

2ª Bateria<br />

4ª<br />

4ª<br />

4ª Bateria<br />

Nomes<br />

Boaventura Gomes<br />

da Silva<br />

Firmino Ferreira Leite<br />

Procópio Joaquim<br />

Manoel Marinho<br />

Ribeiro<br />

João Rodrigues <strong>de</strong><br />

Oliveria<br />

Sebastião <strong>de</strong> Souza<br />

Mello<br />

Espiridiano Mesquita<br />

Pinto<br />

João Evangelista <strong>de</strong><br />

Oliveira Pene<strong>do</strong><br />

Matheus Albino<br />

Ciqueira<br />

João da Silveira Ávila<br />

Aureliano José <strong>de</strong><br />

Carvalho<br />

Ernane Barrozo <strong>de</strong><br />

Cerqueira<br />

Diagnósticos<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

posterior da coxa direita<br />

(ilegível) <strong>do</strong> omoplata direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço inferior<br />

<strong>do</strong> braço direito, e amputa<strong>do</strong> <strong>do</strong> terço inferior<br />

<strong>do</strong> antebraço esquer<strong>do</strong>. Já veio amputa<strong>do</strong><br />

Rheumatismo agu<strong>do</strong><br />

Bronchite aguda<br />

Feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões anterior e<br />

posterior da perna direita<br />

Feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo na região anterior da<br />

perna esquerda<br />

Feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo na região da coxa<br />

direita. Projectil enchista<strong>do</strong> na base <strong>do</strong> pulmão<br />

esquer<strong>do</strong> recebi<strong>do</strong> durante a revolta <strong>de</strong> 6 <strong>de</strong><br />

Set<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1893<br />

Feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo no la<strong>do</strong> direito<br />

ab<strong>do</strong>minal<br />

Infecção palustre. Dyspepsia gastralgiana<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região anterior<br />

e posterior da coxa direita. Atrofia <strong>do</strong> meato<br />

urinário e estreitamento da porção – bulbo -<br />

m<strong>em</strong>branoza da urethra e phymosis. Foi<br />

chloroformiza<strong>do</strong>, dilatação.<br />

Estreitamento fibrozo das porções<br />

m<strong>em</strong>branoza e peniana da urethra; fístula<br />

(ilegível) e atrofia <strong>do</strong> meato. Projectil no terço<br />

inferior da coxa direita (dilatação)<br />

Observações<br />

Baixou a 23 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 15 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 28 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro e alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 15 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 3 <strong>de</strong> Outubro e alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 15 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 3 <strong>de</strong> Outubro e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 15 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 3 <strong>de</strong> Outubro e alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 15 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 3 <strong>de</strong> Outubro e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 4 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897<br />

Baixou a 3 <strong>de</strong> Outubro e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 5 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 3 <strong>de</strong> Outubro e Alta por<br />

fallecimento a 27 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro. Foi<br />

autopsia<strong>do</strong> no mesmo dia. Apoplexia<br />

fulminante, Pneumonia intersticial e<br />

projectil enchista<strong>do</strong> no pancreas<br />

Baixou a 3 <strong>de</strong> Outubro e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 29 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 30 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 2 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 26 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 28 <strong>de</strong> Outubro. Fez<br />

mictotomia, circunsizão e<br />

urethrotomia interna e opera<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

phymosis (ilegível) no dia 27-9-1897<br />

Baixou a 19 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 2 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro. Foi<br />

opera<strong>do</strong> <strong>de</strong> urethrotomia no dia 21-7-<br />

97. Fez extracção <strong>do</strong> projectil no<br />

terço inferior da coxa direita no dia12-<br />

10-1897


Nº<br />

117<br />

118<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

208<br />

205<br />

---<br />

188<br />

194<br />

14<br />

76<br />

78<br />

94<br />

101<br />

113<br />

135<br />

Corpos<br />

30º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

27º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

32º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

9º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

35º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

31º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

12º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

23º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

12º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Graduações<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Alferes<br />

Anspeçada<br />

Alumno<br />

1º Sargento<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cabo<br />

d’esquradra<br />

Anspeçada<br />

Anspeçada<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cia.<br />

3ª<br />

4ª<br />

3ª<br />

1ª<br />

2ª<br />

1ª<br />

1ª<br />

1ª<br />

3ª<br />

1ª<br />

4ª<br />

3ª<br />

Nomes<br />

Benedito <strong>do</strong>s Passos<br />

Pereira<br />

José Alves <strong>de</strong> Moura<br />

Agra<br />

Pedro Antonio <strong>de</strong><br />

Cerqueira<br />

Dacio Macha<strong>do</strong><br />

Guimarães<br />

João <strong>de</strong> Oliveira<br />

Alves<br />

João Ignácio da<br />

Conceição<br />

Antonio Xavier Freira<br />

M el . Pereira <strong>de</strong><br />

Santiago<br />

Amaro Joaquim<br />

Monteiro<br />

José Bernardino <strong>de</strong><br />

Mello<br />

João Francisco Silva<br />

Manoel José <strong>do</strong>s<br />

Santos<br />

Diagnósticos<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região lateral<br />

<strong>do</strong> ab<strong>do</strong>m<strong>em</strong><br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região sacra.<br />

Sequestramento e curetag<strong>em</strong> <strong>em</strong> 3/12/97. Fez<br />

massag<strong>em</strong> e electrização<br />

Febre palustre, Rheumatismo poly (ilegível)<br />

chronicoe hepatite chronica (incapaz)<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região interna<br />

<strong>do</strong> pé esquer<strong>do</strong>, com (paresia?) da perna.<br />

An<strong>em</strong>ia profunda<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço superior<br />

da perna direita, com fractura da cabeça <strong>do</strong><br />

períneo<br />

Aneurysma traumátco da artéria f<strong>em</strong>oral<br />

produzida por arma <strong>de</strong> fogo<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço superior<br />

<strong>do</strong> ante-braço direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no olho direito<br />

com perda da visão<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no maxillar<br />

inferior<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

(massaterismo?) direita<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região <strong>front</strong>al<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

interna e externa <strong>do</strong> ante-braço esquer<strong>do</strong><br />

Observações<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 2 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong><br />

1897<br />

Baixou a 24 <strong>de</strong> Agosto e Alta ______.<br />

Baixou a 31 <strong>de</strong> Maio e Alta por<br />

incapacida<strong>de</strong> physica para aguardar<br />

o resulta<strong>do</strong> da infecção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>em</strong><br />

seu quartel a 14 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 14 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior para tratar-se <strong>em</strong><br />

caza <strong>de</strong> sua família a 22 <strong>de</strong><br />

Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897<br />

Baixou a 23 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior para aguardar o<br />

resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua infecção <strong>em</strong> 28-10-<br />

97. (ilegível)<br />

Baixou a 26 <strong>de</strong> Julho e Alta por<br />

fallecimento a 27 <strong>de</strong> Julho. Fez-se<br />

abertura <strong>do</strong> (fógo?), eliminação <strong>do</strong>s<br />

coágulos e ligaduras da artéria no<br />

triangulo da scarpa no mesmo dia.<br />

Baixou a 2 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 5 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 2 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 20 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro. Fez<br />

ressecção parcial e sequestrotomia<br />

<strong>do</strong> maxillar inferior (la<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong>)<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 26 <strong>de</strong> Agosto<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 27 <strong>de</strong> Agosto<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 15 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro


Nº<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

162<br />

180<br />

186<br />

193<br />

207<br />

211<br />

212<br />

216<br />

217<br />

221<br />

223<br />

242<br />

Corpos<br />

5º Regimento<br />

<strong>de</strong> Artilharia <strong>de</strong><br />

Campanha<br />

12º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

30º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Artilharia<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

12º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

7º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

7º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

40º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

30º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Graduações<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

1º Sargento<br />

Cabo d’esquadra<br />

2º Sargento<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cabo d’esquadra<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Anspeçada<br />

Cia.<br />

3ª<br />

2ª<br />

1ª<br />

1ª Bateria<br />

1ª<br />

3ª<br />

3ª<br />

4ª<br />

3ª<br />

2ª<br />

1ª<br />

4ª<br />

Nomes<br />

Vicente Ferreira da<br />

Costa<br />

Florentino José da<br />

Silva<br />

Julio Cezar <strong>de</strong> Castro<br />

Moraes<br />

João Ferreira<br />

Baptista<br />

Amaro <strong>de</strong> Souza<br />

Gomes<br />

João da Silva<br />

Carneiro<br />

José Malaquias <strong>de</strong><br />

Souza<br />

Francisco A.<br />

Cavalcanti<br />

João Joaquim <strong>do</strong>s<br />

Santos<br />

Eufrásio Joaquim <strong>do</strong><br />

Nascimento<br />

José Buiques<br />

João Soares da Silva<br />

Diagnósticos<br />

Impaludismo<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na borda interna<br />

<strong>do</strong> pé direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

umbilical e flanco direito. Anus contra<br />

natureza. Tuberculose pulmonar<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na articulação<br />

tíbio-astragaliana esquerda<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo já cicatriza<strong>do</strong>.<br />

Tuberculose pulmonar no 3º perío<strong>do</strong><br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região anterior<br />

da coxa com fractura e callo viciozo<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

glúteas<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço médio da<br />

perna com fractura e <strong>de</strong>formida<strong>de</strong><br />

Feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo nas fasces interna e<br />

externa da perna esquerda<br />

Bronchite aguda<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região tíbio<br />

(ilegível) da perna esquerda Abcesso<br />

gagrenozo no terço médio da perna esquerda<br />

Tuberculoze testicular. Estreitamento da<br />

porção m<strong>em</strong>branoza da urethra e catarrho da<br />

bexiga<br />

Observações<br />

Baixou a 8 d Agosto e alta por cura<strong>do</strong><br />

a 30 <strong>de</strong> Agosto<br />

Baixou a 15 <strong>de</strong> Agosto e alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 2 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 15 <strong>de</strong> Agosto e alta por<br />

incapacida<strong>de</strong> physica a 22 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 20 <strong>de</strong> Agosto e alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 15 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Agosto e alta por<br />

incapacida<strong>de</strong> physica 2 22 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Agosto e alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 2 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Agosto e alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 28 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 28 <strong>de</strong> Agosto a alta por<br />

transferência para o Hospital <strong>de</strong><br />

variolosos a 25 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 28 <strong>de</strong> Agosto e alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 29 <strong>de</strong> Outubro. Fez<br />

raspag<strong>em</strong> da tibia<br />

Baixou a 28 <strong>de</strong> Agosto e alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 29 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 28 <strong>de</strong> Agosto e alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 5 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro. Fez<br />

dilatação <strong>do</strong> foco e drenag<strong>em</strong> a 28-8-<br />

97<br />

Baixou a 20 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro e alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 2 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro. Fez<br />

castração unilateral – urethrotomia e<br />

dilatação gradual e progressiva


Nº<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

225<br />

228<br />

231<br />

232<br />

245<br />

248<br />

265<br />

266<br />

Corpos<br />

30º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

16º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

35º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

31º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Graduações<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cabo d’esquadra<br />

Solda<strong>do</strong><br />

2º Ca<strong>de</strong>te e 1º<br />

Ajudante<br />

2º Sargento<br />

Anspeçada<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cia.<br />

1ª<br />

2ª<br />

1ª<br />

4ª<br />

3ª<br />

2ª<br />

4ª<br />

4ª<br />

Nomes<br />

Roque Antonio<br />

Men<strong>de</strong>s<br />

Manoel Francisco <strong>de</strong><br />

Oliveira<br />

João Barbosa<br />

Car<strong>do</strong>so<br />

Manoel Francisco <strong>de</strong><br />

Souza<br />

Theonilho Antonio da<br />

Silva Reis<br />

Samuel Munahin<br />

Cl<strong>em</strong>ente Baptista<br />

Neiva<br />

Benedicto Cosme<br />

Diagnósticos<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

interna e externa da coxa direita e interna e<br />

externa <strong>do</strong> braço esquer<strong>do</strong><br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na articulação <strong>do</strong><br />

joelho e na região <strong>do</strong>rsal esquerda<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região glútea e<br />

(ilegível) direita<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região interna<br />

<strong>do</strong> pé esquer<strong>do</strong><br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

<strong>de</strong>lthoidiana direita com lesão <strong>do</strong> osso<br />

circunflexo a atrophia muscular<br />

Rheumatismo. Estreitamento fibroso da<br />

porção m<strong>em</strong>branosa da urethra e <strong>do</strong> meato<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na articulação <strong>do</strong><br />

cotovello direito; Tuberculose pulmonar.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no polegar da<br />

mão direita<br />

Observações<br />

Baixou a 28 <strong>de</strong> Agosto e alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 2 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 20 <strong>de</strong> Agosto e alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 5 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 30 <strong>de</strong> Agosto a alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 25 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 30 <strong>de</strong> Agosto e alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 2 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 23 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro e alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 26 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 30 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro e alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 27 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Fezurethrotomia interna e dilatação<br />

gradual – e meatotomia no dia 25-9-97<br />

Baixou a 3 <strong>de</strong> Outubro e alta por<br />

fallecimento a 27 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 3 <strong>de</strong> Outubro e alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 20 <strong>de</strong> Outubro


Nº<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

271<br />

272<br />

307<br />

308<br />

317<br />

318<br />

319<br />

323<br />

324<br />

326<br />

328<br />

334<br />

Corpos<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Regimento<br />

<strong>de</strong> Artilharia <strong>de</strong><br />

Campanha<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

1º Corpo <strong>de</strong><br />

Policia <strong>do</strong><br />

Amazonas<br />

22º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

38º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

34º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

30º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Regimento<br />

<strong>de</strong> Artilharia <strong>de</strong><br />

Campanha<br />

40º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

37º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

39º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Graduações<br />

2º Sargento<br />

Alumno<br />

Anspeçada<br />

Anspeçada<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

2º Ca<strong>de</strong>te<br />

Alumno<br />

2º Sargento<br />

Cabo d’esquadra<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cia.<br />

1ª<br />

---<br />

2ª<br />

3ª<br />

3ª<br />

2ª<br />

3ª<br />

4ª<br />

---<br />

2ª<br />

2ª<br />

4ª<br />

Nomes<br />

João Cavalcanti da<br />

Silva<br />

José Constancio da<br />

França<br />

João Francisco<br />

Pereira<br />

Guilherme Bento<br />

Ramos<br />

Cl<strong>em</strong>entino Antonio<br />

<strong>de</strong> Albuquerque<br />

Francisco <strong>de</strong> Paula<br />

Alves Rangel<br />

José Domingos<br />

Nogueira<br />

Carlos Dessexanty<br />

Cantuária<br />

João Baptista<br />

Farmigarthi<br />

Sebastião da Costa e<br />

Silva<br />

Marcos José da Silva<br />

Pedro Carneiro da<br />

Cunha<br />

Diagnósticos<br />

(Ilegível)<br />

Impaludismo, Diarrhéa; avulsos <strong>de</strong> um <strong>de</strong>nte<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

posterior <strong>do</strong> ante-braço direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região na<br />

anterior <strong>do</strong> braço direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

posterior <strong>do</strong> ante-braço esquer<strong>do</strong><br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo na região posterior <strong>do</strong><br />

braço esquer<strong>do</strong><br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

<strong>de</strong>ltoidiana direita<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região <strong>front</strong>al<br />

direita<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região <strong>do</strong>rsal,<br />

com projectil na fossa illiaca esquerda. Não<br />

quis extrair o projectil<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

occipeto-parieta esquerda<br />

Ferimento nas regiões anterior e posterior <strong>do</strong><br />

braço direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço médio da<br />

face interna da coxa<br />

Observações<br />

Baixou a e <strong>de</strong> outubro e alta por<br />

cura<strong>do</strong> <strong>em</strong> 22 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 3 <strong>de</strong> Outubro e alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 21 <strong>de</strong> Outubro. Extrahiu um<br />

<strong>de</strong>nte no dia 21 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 11 <strong>de</strong> Outubro e alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 22 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 11 <strong>de</strong> Outubro e alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 21 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 11 <strong>de</strong> Outubro e alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 25 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 11 <strong>de</strong> Outubro e alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 25 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 11 <strong>de</strong> Outubro e alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 5 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 13 <strong>de</strong> Outubro e alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 21 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 14 <strong>de</strong> Outubro e alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 22 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 17 <strong>de</strong> Outubro e alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 20 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 17 <strong>de</strong> Outubro e alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 2 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 14 <strong>de</strong> Outubro e alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 6 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro


Nº<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

335<br />

345<br />

379<br />

348<br />

349<br />

356<br />

365<br />

127<br />

215<br />

233<br />

206<br />

384<br />

Corpos<br />

40º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

34º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

27º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

1º Corpo <strong>de</strong><br />

Policia <strong>de</strong> São<br />

Paulo<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Artilharia <strong>de</strong><br />

Posição<br />

27º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

30º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Artilharia <strong>de</strong><br />

Posição<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

29º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

27º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Graduações<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Corneteiro-mor<br />

Cabo d’esquadra<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Anspeçada<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Anspeçada<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Anspeçada<br />

Alferes<br />

Cia.<br />

4ª<br />

1ª<br />

4ª<br />

1ª<br />

2ª Bateria<br />

4ª<br />

2ª<br />

1ª<br />

2ª Bateria<br />

4ª<br />

2ª<br />

4ª<br />

Nomes<br />

Camillo Pinto da Silva<br />

Bellarmino José<br />

Rodrigues<br />

Antonio Lourenço da<br />

Silva<br />

João Car<strong>do</strong>zo da<br />

Silva<br />

José Alves <strong>do</strong>s<br />

Santos<br />

Francisco Caza<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

Oliveira<br />

Avelino Soares da<br />

Silva<br />

Julio Men<strong>de</strong>s<br />

Abílio Marques<br />

d’Olivera<br />

Firmino Ferreira<br />

Guimarães<br />

Francisco Luiz da<br />

França<br />

Caio Tavares da<br />

Costa<br />

Diagnósticos<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no polegar da<br />

mão esquerda<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço inferior<br />

<strong>do</strong> ante-braço esquer<strong>do</strong>, região masseterina<br />

esquerda – <strong>do</strong>res lombar esquerda. (Kistho<br />

sebáceo na região (ilegível) esquerda<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo no pé esquer<strong>do</strong> com<br />

<strong>de</strong>struição <strong>do</strong>s ossos metatharsos<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

interna e posterior da coxa esquerda<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no indica<strong>do</strong>r da<br />

mão esquerda, com <strong>de</strong>struição da phalangeta<br />

Ferida por estilhaço <strong>de</strong> projectil no olho<br />

esquer<strong>do</strong><br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões interna e<br />

externa, com fractura e callo viciozo<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo com perda <strong>do</strong> <strong>de</strong><strong>do</strong><br />

annullar. Hérnia inguinal esquerda<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo na região <strong>do</strong><br />

calcâneo, com <strong>de</strong>struição <strong>do</strong> mesmo<br />

(esquer<strong>do</strong>). Fez ressecção <strong>do</strong> mesmo,<br />

incapaz. Foi chloroformiza<strong>do</strong><br />

Anus aci<strong>de</strong>ntal <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a ferida por arma <strong>de</strong><br />

fogo na pare<strong>de</strong> ab<strong>do</strong>minal, Hérnia umbilical.<br />

Fez laporo-entrotomia a 28-9-97, incapaz. Foi<br />

chloroformiza<strong>do</strong><br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

<strong>de</strong>ltoidiana direita, e <strong>do</strong>rsal direita, com<br />

projectil. Fez extração a 12-10-97<br />

Abscesso da parótida e Diarrhéa séptica. (Já<br />

veio opera<strong>do</strong>)<br />

Observações<br />

Baixou a 17 <strong>de</strong> Outubro e alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 30 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 17 <strong>de</strong> Outubro e alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 5 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro. Fez<br />

extirpação <strong>do</strong> kistho no dia 30 <strong>de</strong><br />

Outubro<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Outubro e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 29 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 18 <strong>de</strong> Outubro e alta por<br />

or<strong>em</strong> superior a 20 <strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 20 <strong>de</strong> Outubro e alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 2 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 22 <strong>de</strong> Outubro e alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 26 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 22 <strong>de</strong> Outubro e alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 2 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

aguardar o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> inspecção <strong>em</strong><br />

seu quartel a 3 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

aguardar o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua infecção<br />

<strong>em</strong> seu quartel a 23 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 30 <strong>de</strong> Agosto e alta para<br />

aguardar o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua inspecção<br />

<strong>em</strong> seu quartel a 28 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 11 <strong>de</strong> Outubro e alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 24 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro. Fez<br />

extração <strong>do</strong> projectil no dia 12 <strong>de</strong><br />

Outubro<br />

Baixou a 28 <strong>de</strong> Outubro e alta por<br />

fallecimento a 21 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro


Nº<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

392<br />

393<br />

402<br />

404<br />

407<br />

408<br />

371<br />

373<br />

369<br />

375<br />

351<br />

Corpos<br />

39º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

4º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

22º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

1º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

33º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

22º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

26º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

---<br />

39º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

Graduações<br />

Alferes<br />

Capitão<br />

Anspeçada<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

1º Sargento<br />

Sargento<br />

Ajudante<br />

Cia.<br />

2ª<br />

1ª<br />

2ª<br />

4ª<br />

1ª<br />

2ª<br />

4ª<br />

1ª<br />

---<br />

3ª<br />

Esta<strong>do</strong><br />

Menor –<br />

1ª Cia.<br />

Nomes<br />

Francisco Solermo<br />

Moreira<br />

Leopol<strong>do</strong> <strong>de</strong> Barros<br />

Vasconsellos<br />

Marciano Me<strong>de</strong>iros<br />

Lindulpho José <strong>de</strong><br />

Campos<br />

André Pereira<br />

Mace<strong>do</strong><br />

Antonio Thomaz <strong>de</strong><br />

Britto Filho<br />

Cincle<strong>de</strong> d’Assis<br />

Castro<br />

Felix Riachão Araújo<br />

Manuel João <strong>de</strong><br />

Oliveira<br />

Antonio Gabriel <strong>de</strong><br />

Azeve<strong>do</strong><br />

João Pedro Smith<br />

Diagnósticos<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo na perna esquerda, já<br />

veio amputa<strong>do</strong>, porém com o osso a<br />

<strong>de</strong>scoberto. Fez ressecção a 4-11-97.<br />

(Chloroformiza<strong>do</strong>)<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

(orbiterial?) esquerda e mollar, com perda <strong>do</strong><br />

globo occular<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo na região <strong>do</strong>rsal<br />

direta<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

__craneana esquerda, ankylose <strong>do</strong> cotovello<br />

atrophia muscular. Incapaz.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

<strong>de</strong>ltoidiana e masseterina direita com<br />

<strong>de</strong>struição da abobada palatina <strong>do</strong>s ossos e<br />

cartilagens <strong>do</strong> nariz<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

mollar esquerda, t<strong>em</strong>poral direita, <strong>de</strong>struição<br />

da abobada (ilegível)<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço médio da<br />

coxa esquerda com fractura (callo viciozo)<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

glúteas esquerda e inguinal esquerda, com<br />

fractura da cabeça <strong>do</strong> fêmur (callo febrozo)<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço superior<br />

da coxa direita, callo viciozo.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região anterior<br />

da coxa esquerda com fractura (projectil)<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço inferior<br />

da perna esquerda<br />

Observações<br />

Baixou a 29 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 29 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 18 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 18 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro e alta a 29<br />

<strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro para aguardar o<br />

resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua inspecção <strong>em</strong> seu<br />

quartel<br />

Baixou a 18 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 18 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Outubro. Fez<br />

amputação da coxa no terço superior<br />

da coxa no dia 23 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Outubro. Foi opera<strong>do</strong>.<br />

Baixou a 22 <strong>de</strong> Outubro. Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 5 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro


Nº<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

372<br />

374<br />

376<br />

377<br />

368<br />

350<br />

352<br />

353<br />

302<br />

246<br />

224<br />

264<br />

268<br />

Corpos<br />

24º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

35º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

39º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

1º Corpo <strong>de</strong><br />

Policia <strong>do</strong><br />

Amazonas<br />

33º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

28º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

38º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

33º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Graduações<br />

Anspeçada<br />

Alferes<br />

2º Sargento<br />

Ca<strong>de</strong>te<br />

Cabo d’esquadra<br />

2º Sargento<br />

2º Sargento<br />

2º Sargento<br />

2º Sargento<br />

1º Sargento<br />

Tenente<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cia.<br />

4ª<br />

2ª<br />

3ª<br />

2ª<br />

1ª<br />

4ª<br />

3ª<br />

3ª<br />

1ª<br />

4ª<br />

2ª<br />

4ª<br />

2ª<br />

Nomes<br />

José Victalino da<br />

Silva<br />

Olimpio Capistrano<br />

<strong>de</strong> Oliveira<br />

Epaminondas<br />

Pedro José Munis<br />

José Eugenio<br />

Car<strong>do</strong>zo<br />

Antonio Gomes Faria<br />

Manuel Luiz da Paz<br />

Pio Nono Moraes<br />

Rego<br />

Hygino Honorato Will<br />

José Henrique <strong>de</strong><br />

Vasconcellos<br />

Carlos Augusto da<br />

Cunha<br />

Thomaz Wright-Hall<br />

<strong>de</strong> Jesus Meirelles<br />

Carlos Alberto <strong>de</strong><br />

Vasconcellos<br />

Luiz Benjamin Pereira<br />

Lima<br />

Diagnósticos<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço médio da<br />

coxa direita, com fractura – callo viciozo.<br />

(Aneurisma traumático. Fez amputação da<br />

coxa no terço superior 11/11/97<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

posterior da coxa direita<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região bucal<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

(ilegível) externa direita, terço inferior da perna<br />

esquerda – <strong>do</strong>rsal e lombar.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço inferior<br />

da perna esquerda com fractura<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço médio da<br />

coxa direita e terço inferior da perna i<strong>de</strong>m.<br />

Callo viciozo, gran<strong>de</strong> encurtamento.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região <strong>do</strong>rsal<br />

<strong>do</strong> pé esquer<strong>do</strong>.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região externa<br />

da coxa direita<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na articulação <strong>do</strong><br />

joelho esquer<strong>do</strong> (com falsa ankylose)<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região <strong>do</strong><br />

meato (com coccia <strong>do</strong> osso)<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no braço direito,<br />

com lesão <strong>do</strong> antero-humeral<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região axillar<br />

esquerda<br />

Feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo na phalange <strong>do</strong> <strong>de</strong><strong>do</strong><br />

annular da mão esquerda. Tuberculose<br />

pulmonar. (ilegível)<br />

Observações<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Outubro. Fez ligadura<br />

na baze <strong>do</strong> triangulo <strong>do</strong> scarpo a<br />

28/10/97.<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Outubro. Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 2 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Outubro. Alta por<br />

fallecimento a 3 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Outubro. Fez<br />

amputação da perna no ponto <strong>de</strong><br />

(ilegível) no dia 31 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 22 <strong>de</strong> Outubro. Fez<br />

amputação da coxa no terço superior<br />

no dia 1º <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 22 <strong>de</strong> Outubro. Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 5 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 22 <strong>de</strong> Outubro. Alta por<br />

cura<strong>do</strong> por or<strong>de</strong>m superior a 5 <strong>de</strong><br />

Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 10 <strong>de</strong> Outubro. Fez redução<br />

da ankylose no dia 3/11/97. Abertura e<br />

drenag<strong>em</strong> <strong>em</strong> 12/11/97.<br />

Baixou a 26 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro. Fez<br />

ressecço (ilegível) no dia 1/11/97.<br />

Baixou a 29 <strong>de</strong> Agosto e alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 13 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 3 <strong>de</strong> Outubro. Alta por or<strong>de</strong>m<br />

superior no dia 3 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 3 <strong>de</strong> Outubro. Alta por<br />

incapacida<strong>de</strong> physica a 18 <strong>de</strong><br />

Nov<strong>em</strong>bro. Fez <strong>de</strong>sarticulação no dia<br />

31 <strong>de</strong> Outubro.


Nº<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

269<br />

276<br />

303<br />

301<br />

327<br />

325<br />

367<br />

322<br />

337<br />

336<br />

355<br />

370<br />

371<br />

Corpos<br />

22º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Regimento<br />

<strong>de</strong> Artilharia <strong>de</strong><br />

Campanha<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Regimento<br />

<strong>de</strong> Artilharia <strong>de</strong><br />

Campanha<br />

4º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

35º Batalhão<br />

<strong>de</strong> infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Regimento<br />

<strong>de</strong> Artilharia <strong>de</strong><br />

Campanha<br />

22º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

15º Batalhão<br />

<strong>de</strong> infantaria<br />

40º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

32º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

22º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Graduações<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Alumno<br />

Furriel<br />

Alumno<br />

2º Sargento<br />

Musico<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Alumno<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Corneteiro<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cia.<br />

1ª<br />

3ª Bateria<br />

3ª<br />

3ª Bateria<br />

4ª<br />

1ª<br />

2ª<br />

3ª Bateria<br />

3ª<br />

3ª<br />

4ª<br />

2ª<br />

4ª<br />

Nomes<br />

Lin<strong>do</strong>lpho Ramos da<br />

Silva<br />

José Augusto Aguiar<br />

Pimenta<br />

Ounorival Barreto <strong>de</strong><br />

Me<strong>de</strong>iros<br />

Othon <strong>de</strong> Oliveira<br />

Santos<br />

José Valentino <strong>de</strong><br />

Cerqueira<br />

João Luiz Pantaleão<br />

José <strong>de</strong> Men<strong>do</strong>nça<br />

Mesquita<br />

Moyses Augusto <strong>de</strong><br />

Santana<br />

Miguel Felizar<strong>do</strong> <strong>do</strong>s<br />

Santos<br />

Joaquim Bernar<strong>do</strong><br />

Gomes<br />

Candi<strong>do</strong> Antonio<br />

Pereira da Silva<br />

Sebastião José <strong>de</strong><br />

Oliveira<br />

Concle<strong>de</strong> d’Assis<br />

Castro<br />

Diagnósticos<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo na região anterior <strong>do</strong><br />

antebraço esquer<strong>do</strong>.<br />

Diarrhéa e impaludismo chronico.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço superior<br />

da perna direita – com projectil<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região anterior<br />

e posterior da perna direita no terço médio.<br />

Abscessos.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço inferior<br />

<strong>do</strong> braço direito e região <strong>do</strong>rsal da mesma<br />

mão<br />

Estreitamento fibrozo da porção m<strong>em</strong>branoza<br />

da urethra. Fez urethrotomia interna <strong>em</strong><br />

3/11/97.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região da coxa<br />

e glútea esquerda.<br />

Impaludismo e diarrhéa.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

anterior e posterior <strong>do</strong> antebraço esquer<strong>do</strong><br />

com fractura <strong>do</strong> radio.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região glútea<br />

direita.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no antebraço<br />

esquer<strong>do</strong>.<br />

Ferimento por estilhaço <strong>de</strong> granada no braço<br />

esquer<strong>do</strong>, com fractura – (ilegível) – da<br />

cabeça <strong>do</strong> humero.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço médio da<br />

coxa esquerda. Com fractura cominutiva (callo<br />

viciozo). Fez amputação da coxa no terço<br />

médio superior no dia 23/11/97. Foi<br />

chloroformiza<strong>do</strong>.<br />

Observações<br />

Baixou a 3 <strong>de</strong> Outubro. Alta por or<strong>de</strong>m<br />

superior a 3 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 3 <strong>de</strong> Outubro. Alta por or<strong>de</strong>m<br />

superior a 26 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 10 <strong>de</strong> Outubro. Fez extração<br />

no dia 30 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 10 <strong>de</strong> Outubro. Fez abertura<br />

e drenag<strong>em</strong> no dia 10/10/97.<br />

Abscesso quente na região posterior<br />

da coxa esquerda.<br />

Baixou a 17 <strong>de</strong> Outubro. Fez extração<br />

<strong>do</strong> projectil no dia 20 d’Outubro <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Baixou a 14 <strong>de</strong> Outubro. Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 25 <strong>de</strong> Outubro, digo,<br />

Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 22 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 13 <strong>de</strong> Outubro. Alta por<br />

incapacida<strong>de</strong> physica a 30 <strong>de</strong><br />

Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 17 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 17 <strong>de</strong> Outubro. Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior <strong>em</strong> 5 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 17 <strong>de</strong> Outubro. Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 30 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Outubro. Fez<br />

<strong>de</strong>sarticulação no dia 26 <strong>de</strong> Outubro<br />

<strong>de</strong> 1897.<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Outubro.


Nº<br />

135<br />

136<br />

137<br />

138<br />

139<br />

140<br />

141<br />

142<br />

143<br />

144<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

373<br />

369<br />

375<br />

351<br />

372<br />

374<br />

376<br />

377<br />

368<br />

350<br />

Corpos<br />

26º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

35º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

39º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

24º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

35º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

39º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

1º Corpo <strong>de</strong><br />

Policia <strong>do</strong><br />

Amazonas<br />

33º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Graduações<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

1º Sargento<br />

Sargento<br />

Ajudante<br />

Anspeçada<br />

Alferes<br />

2º Sargento<br />

Alumno<br />

Cabo d’esquadra<br />

2º Sargento<br />

Cia.<br />

1ª<br />

1ª<br />

3ª<br />

Esta<strong>do</strong><br />

Menor –<br />

1ª<br />

4ª<br />

2ª<br />

3ª<br />

2ª<br />

1ª<br />

4ª<br />

Nomes<br />

Felix Riachão Araújo<br />

Manuel João <strong>de</strong><br />

Oliveira<br />

Antonio Gabriel <strong>de</strong><br />

Azeve<strong>do</strong><br />

João Pedro Smith<br />

José Victalino da<br />

Silva<br />

Olimpio Capistrano<br />

d’Oliveira<br />

Epaminondas<br />

Pedro José Muniz<br />

José Eugenio<br />

Car<strong>do</strong>zo<br />

Antonio Gomes<br />

Farias<br />

Manuel Luiz da Paz<br />

Diagnósticos<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região glútea<br />

esquerda e inguinal com fractura da cabeça<br />

<strong>do</strong> fêmur; callo viciozo.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço superior<br />

da coxa direita. Callo viciozo.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região anterior<br />

da coxa esquerda, com fractura e projectil<br />

enkysta<strong>do</strong> no osso. Fez extracção <strong>do</strong> projectil<br />

no dia 3/12/97.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço inferior<br />

da perna esquerda<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo no terço médio da<br />

coxa direita, com fractura – callo viciozo.<br />

Aneurisma traumático; fez ligadura na baze <strong>do</strong><br />

triangulo <strong>de</strong> (ilegível) a 28/10/97. Foi<br />

chloroformiza<strong>do</strong> duas vezes. Gangrena secca<br />

da perna – amputação da coxa no terço<br />

superior 11/11/97<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

posterior da coxa direita.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região bucal<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região illiaca<br />

externa direita, terço superior da perna<br />

esquerda, <strong>do</strong>rsal e lombar. Fez dilatação e<br />

curetag<strong>em</strong> a 3/12/97.<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo no terço inferior da<br />

perna esquerda, com fractura. Fez amputação<br />

no ponto (ilegível) no dia 31/10/97. Foi<br />

chloroformiza<strong>do</strong>.<br />

Feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo no terço médio da<br />

coxa direita, terço inferior da perna direita,<br />

callo viciozo e gran<strong>de</strong> encurtamento. Fez<br />

amputação no dia 1/11/97 no terço superior da<br />

coxa. Foi cloroformiza<strong>do</strong>.<br />

Observações<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 22 <strong>de</strong> Outubro. Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 5 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Outubro. Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 2 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897.<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Outubro. Alta por<br />

fallecimento a 3 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Outubro. Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 4 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 22 <strong>de</strong> Outubro.


Nº<br />

145<br />

146<br />

147<br />

148<br />

119<br />

120<br />

121<br />

122<br />

123<br />

124<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

352<br />

353<br />

302<br />

246<br />

227<br />

267<br />

268<br />

269<br />

276<br />

303<br />

Corpos<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

12º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

28º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

38º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

33º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

22º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Regimento<br />

<strong>de</strong> Artilharia <strong>de</strong><br />

Campanha<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Graduações<br />

2º Sargento<br />

2º Sargento<br />

2º Sargento<br />

1º Sargento<br />

Tenente<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Alumno<br />

Furriel<br />

Cia.<br />

3ª<br />

3ª<br />

1ª<br />

4ª<br />

2ª<br />

4ª<br />

2ª<br />

1ª<br />

3ª Bateria<br />

3ª<br />

Nomes<br />

Pio Nono <strong>de</strong> Moraes<br />

Rego<br />

Hygino Honorato Will<br />

José Henrique <strong>de</strong><br />

Vasconcellos<br />

Carlos Augusto da<br />

Cunha<br />

Thomaz Wright-Halli<br />

<strong>de</strong> Jesus<br />

Carlos Alberto <strong>de</strong><br />

Vasconcellos<br />

Luiz Benjamin Pereira<br />

Lima<br />

Lin<strong>do</strong>lpho Ramos da<br />

Silva<br />

João Augusto <strong>de</strong><br />

Aguiar Pimenta<br />

Ounorival Barreto <strong>de</strong><br />

Me<strong>de</strong>iros<br />

Diagnósticos<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região <strong>do</strong>rsal<br />

<strong>do</strong> pé esquer<strong>do</strong><br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região externa<br />

da coxa direita.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na articulação <strong>do</strong><br />

joelho esquer<strong>do</strong>, falsa ankylose. Fez reducção<br />

no dia 3/11/97. Abertura e drenag<strong>em</strong> a<br />

12/11/97 <strong>de</strong> um abscesso na coxa.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região <strong>do</strong><br />

meato com carie <strong>do</strong> osso. Fez (ilegível) parcial<br />

no dia 1/11/97. Foi chloroformiza<strong>do</strong>.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no braço direito<br />

com lesão artéria humeral.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região axillar<br />

esquerda.<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo na phalange <strong>do</strong> <strong>de</strong><strong>do</strong><br />

annullar da mão esquerda. Tuberculose<br />

pulmonar perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> fuzão. Foi<br />

chloroformisa<strong>do</strong>.<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo na região anterior <strong>do</strong><br />

antebraço esquer<strong>do</strong><br />

Diarrhéa e impaludismo chronico<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço superior<br />

da perna direita, com projectil. Fez extracção<br />

<strong>do</strong> projectil no dia 31 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Trepanação da tíbia. Foi chloroformisa<strong>do</strong>.<br />

Observações<br />

Baixou a 22 <strong>de</strong> Outubro e alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior no dia 5 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro<br />

<strong>de</strong> 1897.<br />

Baixou a 22 <strong>de</strong> Outubro. Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 5 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Baixou a 10 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 26 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 29 <strong>de</strong> Agosto e alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 13 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 3 <strong>de</strong> Outubro. Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 3 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Baixou a 3 <strong>de</strong> Outubro. Alta por<br />

incapacida<strong>de</strong> physica a 18 <strong>de</strong><br />

nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897. Fez<br />

<strong>de</strong>sarticulação no dia 31 <strong>de</strong> Outubro<br />

<strong>de</strong> 1897.<br />

Baixou a 3 <strong>de</strong> Outubro. Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 3 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 3 <strong>de</strong> Outubro. Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 26 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Baixou a 10 <strong>de</strong> Outubro.


Nº<br />

125<br />

126<br />

127<br />

128<br />

129<br />

130<br />

131<br />

132<br />

133<br />

149<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

301<br />

327<br />

325<br />

367<br />

322<br />

337<br />

336<br />

355<br />

370<br />

---<br />

Corpos<br />

5º Regimento<br />

<strong>de</strong> Artilharia <strong>de</strong><br />

Campanha<br />

4º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

35º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Artilharia <strong>de</strong><br />

Posição<br />

22º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

15º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

40º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

32º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

44º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Graduações<br />

Alumno<br />

2º Sargento<br />

Musico<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Alumno<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Corneteiro<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Anspeçada<br />

Cia.<br />

3ª Bateria<br />

4ª<br />

1ª<br />

2ª<br />

3ª<br />

3ª<br />

3ª<br />

4ª<br />

2ª<br />

3ª<br />

Nomes<br />

Othon <strong>de</strong> Oliveira<br />

Santos<br />

José Valentino <strong>de</strong><br />

Cerqueira<br />

João Luiz Pantaleão<br />

José <strong>de</strong> Men<strong>do</strong>nça<br />

Mesquita<br />

Moyses Augusto <strong>de</strong><br />

Sant’Anna<br />

Miguel Felisar<strong>do</strong> <strong>do</strong>s<br />

Santos<br />

Joaquim Bernar<strong>do</strong><br />

Gomes<br />

Candi<strong>do</strong> Antonio<br />

Pereira da Silva<br />

Sebastião José <strong>de</strong><br />

Oliveira<br />

Pedro Antonio <strong>de</strong><br />

Cerqueira<br />

Diagnósticos<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

anterior e posterior da perna direita terço<br />

médio. Fez abertura e drenag<strong>em</strong> a 10/10/97.<br />

Fez massag<strong>em</strong>. Abscesso quente na região<br />

posterior da coxa esquerda e abertura e<br />

drenag<strong>em</strong> a 24 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço inferior<br />

<strong>do</strong> braço direito, e <strong>do</strong>rsal da mesma mão. Fez<br />

extracção <strong>do</strong> projectil a 20 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong><br />

1897. Extracção <strong>do</strong> projectil a 10/12/97.<br />

Estreitamento fibrozo da porção m<strong>em</strong>branoza<br />

da urethra. Fez urethrotomia interna dia 3 <strong>de</strong><br />

Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região sacra, e<br />

glútea esquerda com ruptura <strong>do</strong> (ilegível) e<br />

incontinência <strong>de</strong> fezes.<br />

Diarrhéa e impaludismo, hérnia inguinal<br />

esquerda<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

anterior e posterior <strong>do</strong> antebraço esquer<strong>do</strong><br />

com fractura <strong>do</strong> radius.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região glútea<br />

direita<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no antebraço<br />

esque<strong>do</strong><br />

Ferimento por estilhaço <strong>de</strong> granada no braço<br />

esquer<strong>do</strong>, com fractura com (ilegível) da<br />

cabeça <strong>do</strong> humerus. Fez <strong>de</strong>sarticulação <strong>do</strong><br />

braço no dia 26/10/97. Foi chloroformisa<strong>do</strong>.<br />

Febre palustre. Rheumatismo poly-articular<br />

chronico. Hepatite chronica.<br />

Observações<br />

Baixou a 10 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 17 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 14 <strong>de</strong> Outubro. Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 25 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897.<br />

Baixou a 22 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 13 <strong>de</strong> Outubro. Alta por<br />

incapacida<strong>de</strong> physica a 30 <strong>de</strong><br />

Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897.<br />

Baixou a 17 <strong>de</strong> Outubro. Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 18 <strong>de</strong> Dez<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 17 <strong>de</strong> Outubro. Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior <strong>em</strong> 5 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 17 <strong>de</strong> Outubro. Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 30 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1897.<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 31 <strong>de</strong> maio e alta por<br />

incapacida<strong>de</strong> physica para aguardar<br />

o resulta<strong>do</strong>s da inspecção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

<strong>em</strong> seu quartel a 14 <strong>de</strong> Outubro.


Nº<br />

150<br />

151<br />

152<br />

153<br />

154<br />

155<br />

156<br />

157<br />

158<br />

159<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

188<br />

194<br />

17<br />

76<br />

78<br />

94<br />

161<br />

113<br />

135<br />

162<br />

Corpos<br />

32º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

9º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

35º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

31º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

12º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

12º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Regimento<br />

<strong>de</strong> Artilharia <strong>de</strong><br />

Campanha<br />

Graduações<br />

Alumno<br />

1º Sargento<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cabo d’esquadra<br />

Anspeçada<br />

Anspeçada<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cia.<br />

1ª<br />

2ª<br />

1ª<br />

3ª<br />

1ª<br />

3ª<br />

1ª<br />

4ª<br />

3ª<br />

3ª Bateria<br />

Nomes<br />

Dacio Macha<strong>do</strong><br />

Guimarães<br />

João <strong>de</strong> Oliveira<br />

Alves<br />

João Inácio da<br />

Conceição<br />

Antonio Xavier Freire<br />

Manuel Pereira <strong>de</strong><br />

Santiago<br />

Amaro Joaquim<br />

Monteiro<br />

José Bernardino <strong>de</strong><br />

Mello<br />

João Francisco Silva<br />

Manoel José <strong>do</strong>s<br />

Santos<br />

Vicente Ferreira da<br />

Costa<br />

Diagnósticos<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região interna<br />

<strong>do</strong> pé esquer<strong>do</strong> com parezia da perna.<br />

An<strong>em</strong>ia profunda. Fez abertura e drenag<strong>em</strong><br />

no dia 14/08/97.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço superior<br />

da perna direita, com fractura da cabeça <strong>do</strong><br />

perônio. Tirou esquírola ossos no dia 30/9/97.<br />

Aneurysma traumático produzi<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong><br />

fogo (artéria f<strong>em</strong>ural). Fez ligadura no<br />

triângulo <strong>de</strong> scarpo <strong>em</strong> 27/7/97. Foi<br />

chloroformisa<strong>do</strong>.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço superior<br />

<strong>do</strong> antebraço direito.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no olho direito –<br />

perda da visão.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no maxillar<br />

inferior (la<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong>). Fez ressessão<br />

(ilegível) e sequestrotomia <strong>do</strong> maxllar inferior.<br />

Foi chloroformiza<strong>do</strong>.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

masseterina direita.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região <strong>front</strong>al<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região interna<br />

e externa <strong>do</strong> antebraço esquer<strong>do</strong><br />

Impaludismo<br />

Observações<br />

Baixou a 14 <strong>de</strong> Agosto. Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior para tratar-se <strong>em</strong><br />

caza <strong>de</strong> sua família <strong>em</strong> 22 <strong>de</strong><br />

Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 23 <strong>de</strong> Agosto. Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior para aguardar o<br />

resulta<strong>do</strong> da inspecção no dia 28 <strong>de</strong><br />

Outubro.<br />

Baixou a 26 <strong>de</strong> Julho e alta por<br />

fallecimento a 27 <strong>de</strong> Julho.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 5 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 2 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 20 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 26 <strong>do</strong> mesmo.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 27 <strong>do</strong> mesmo<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 15 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 8 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 20 <strong>do</strong> mesmo


Nº<br />

160<br />

161<br />

162<br />

163<br />

164<br />

165<br />

166<br />

167<br />

168<br />

169<br />

170<br />

171<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

180<br />

186<br />

193<br />

207<br />

211<br />

212<br />

216<br />

217<br />

221<br />

223<br />

242<br />

225<br />

Corpos<br />

12º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

30º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Artilharia <strong>de</strong><br />

Campanha<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

12º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

7º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

7º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

40º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

35º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

30º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Graduações<br />

Solda<strong>do</strong><br />

1º Sargento<br />

Cabo d’esquadra<br />

2º Sargento<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cabo d’esquadra<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Anspeçada<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cia.<br />

2ª<br />

1ª<br />

1ª Bateria<br />

1ª<br />

3ª<br />

3ª<br />

4ª<br />

3ª<br />

2ª<br />

1ª<br />

4ª<br />

1ª<br />

Nomes<br />

Florentino José da<br />

Silva<br />

Julio César da Costa<br />

Moraes<br />

João Ferreira<br />

Baptista<br />

Amaro <strong>de</strong> Souza<br />

Gomes<br />

João da Silva<br />

Carneiro<br />

José Malaquias <strong>de</strong><br />

Souza<br />

Francisco A.<br />

Cavalcanti<br />

João Joaquim <strong>do</strong>s<br />

Santos<br />

Eufrásio Joaquim <strong>do</strong><br />

Nascimento<br />

José Buyques<br />

João Soares da Silva<br />

Roque Antonio<br />

Men<strong>de</strong>s<br />

Diagnósticos<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no bor<strong>do</strong> interno<br />

<strong>do</strong> pé direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

umbilical e flanco direito. Anus contra a<br />

natureza. Tuberculose pulmonar<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na articulação<br />

tíbio-astragaliana esquerda<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo já cicatriza<strong>do</strong>.<br />

Tuberculose pulmonar no 3º perío<strong>do</strong><br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região da coxa<br />

com fractura e callo viciozo<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região glútea<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço médio da<br />

perna com fractura e <strong>de</strong>fformida<strong>de</strong><br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas faces interna<br />

e externa da perna esquerda. Fez curetag<strong>em</strong>.<br />

Foi chloroformiza<strong>do</strong>.<br />

Bronchite aguda<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região tíbioterciana<br />

da perna esquerda. Abscesso<br />

gangrenoso no terço médio da perna<br />

esquerda. Fez abertura e drenag<strong>em</strong> a 28/8/97.<br />

Tuberculose pulmonar – Estreitamento da<br />

porção m<strong>em</strong>branosa da urethra e catarro da<br />

bexiga. Fez castração unilateral, urethrotomia<br />

interna e dilatação gradual. Foi<br />

chloroformiza<strong>do</strong>.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

interna e externa da coxa direita a interna e<br />

externa <strong>do</strong> braço esquer<strong>do</strong><br />

Observações<br />

Baixou a 15 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 2 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 15 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

incapacida<strong>de</strong> physica a 22 <strong>de</strong><br />

Outubro<br />

Baixou a 20 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 15 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

incapacida<strong>de</strong> physica a 22 <strong>de</strong><br />

Outubro<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 2 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 28 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 28 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

transferência para Hospital <strong>de</strong><br />

variolosos a 25 <strong>de</strong> Outubro<br />

Baixou a 28 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 29 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 28 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 29 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 28 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 5 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 20 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 2 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 28 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 2 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro


Nº<br />

172<br />

173<br />

174<br />

175<br />

176<br />

177<br />

178<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

228<br />

231<br />

232<br />

245<br />

248<br />

265<br />

266<br />

---<br />

188<br />

194<br />

17<br />

Corpos<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

16º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

35º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

31º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

32º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

9º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

Graduações<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cabo d’esquadra<br />

Solda<strong>do</strong><br />

2º Ca<strong>de</strong>te 1º<br />

Sargento<br />

2º Sargento<br />

Anspeçada<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Anspeçada<br />

Alumno<br />

1º Sargento<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cia.<br />

2ª<br />

1ª<br />

4ª<br />

3ª<br />

2ª<br />

4ª<br />

4ª<br />

3ª<br />

1ª<br />

2ª<br />

1ª<br />

Nomes<br />

Manuel Francisco <strong>de</strong><br />

Oliveira<br />

João Barbosa<br />

Cor<strong>de</strong>iro<br />

Manuel Francisco <strong>de</strong><br />

Souza<br />

Theomillo Antonio da<br />

Silva Reis<br />

Samuel Minalmin<br />

Cl<strong>em</strong>ente Baptista<br />

Neiva<br />

Benedicto Cosme<br />

Pedro Antonio <strong>de</strong><br />

Cerqueira<br />

Dácio Macha<strong>do</strong><br />

Guimarães<br />

João <strong>de</strong> Oliveira<br />

Alves<br />

João Ignácio<br />

Conceição<br />

Diagnósticos<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na articulação <strong>do</strong><br />

joelho e na região <strong>do</strong>rsal esquerda<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região glútea e<br />

inguinal direita.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região sist<strong>em</strong>a<br />

<strong>do</strong> pé esquer<strong>do</strong>.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

<strong>de</strong>ltoidiana direita com lesão <strong>do</strong> nervo<br />

circunflexo e atrophia muscular<br />

Rheumatismo. Estreitamento fibrozo da<br />

porção m<strong>em</strong>branoza da urethra e <strong>do</strong> meato.<br />

Fez urethrotomia interna e meatotomia no dia<br />

25/9/97. Dilatação.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na articulação <strong>do</strong><br />

cotovello direito. Tuberculose pulmonar.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no pollegar da<br />

mão direita.<br />

Febre palustre, rheumatismo poly-articular<br />

chronico e hepatite chronica.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região interna<br />

<strong>do</strong> pé esquer<strong>do</strong>, com paresia da perna.<br />

An<strong>em</strong>ia profunda.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço superior<br />

da perna direita, com fractura da cabeça <strong>do</strong><br />

fêmur.<br />

Aneurysma traumático da artéria fumeral<br />

produzida por arma <strong>de</strong> fogo.<br />

Observações<br />

Baixou a 30 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 5 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 30 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 26 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 30 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 26 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 26 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 26 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 30 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 27 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 3 <strong>de</strong> Outubro e Alta por<br />

fallecimento a 27 <strong>de</strong> mesmo.<br />

Baixou a 3 <strong>de</strong> Outubro e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 20 <strong>do</strong> mesmo.<br />

Baixou a 31 <strong>de</strong> Maio e Alta por<br />

incapacida<strong>de</strong> physica para aguardar<br />

o resulta<strong>do</strong> da inspeção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>em</strong><br />

seu quartel a 14 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior para tratar-se <strong>em</strong><br />

caza <strong>de</strong> sua família a 22 <strong>de</strong><br />

Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 23 <strong>de</strong> Agosto. Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior para aguardar o<br />

resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua inspeção <strong>em</strong><br />

28/10/97. Tirou esquírola <strong>do</strong> osso no<br />

dia 30/9/97.<br />

Baixou a 26 <strong>de</strong> Julho e Alta por<br />

fallecimento a 27 <strong>de</strong> Julho. Fez-se<br />

abertura <strong>do</strong> fogo, eliminação <strong>do</strong>s<br />

coágulos e ligadura da articulação no<br />

triângulo <strong>de</strong> scarpa (no mesmo dia).


Nº<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

76<br />

78<br />

94<br />

101<br />

113<br />

135<br />

162<br />

180<br />

186<br />

193<br />

207<br />

211<br />

Corpos<br />

35º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

31º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

12º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

12º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Regimento<br />

<strong>de</strong> Artilharia <strong>de</strong><br />

Campanha<br />

12º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

30º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Artilharia<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

12º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Graduações<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cabo d’esquadra<br />

Anspeçada<br />

Anspeçada<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

1º Sargento<br />

Cabo d’esquadra<br />

2º Sargento<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cia.<br />

3ª<br />

1ª<br />

3ª<br />

1ª<br />

4ª<br />

3ª<br />

3ª Bateria<br />

2ª<br />

1ª<br />

1ª Bateria<br />

1ª<br />

3ª<br />

Nomes<br />

Antonio Xavier Freire<br />

Manuel Pereira<br />

Santiago<br />

Amaro Joaquim<br />

Monteiro<br />

José Bernardino <strong>de</strong><br />

Mello<br />

João Francisco Silva<br />

Manoel José <strong>do</strong>s<br />

Santos<br />

Vicente Ferreira da<br />

Costa<br />

Florentino José da<br />

Silva<br />

Julio César <strong>de</strong> Castro<br />

Morais<br />

João Ferreira<br />

Baptista<br />

Amaro <strong>de</strong> Souza<br />

Gomes<br />

João da Silva<br />

Carneiro<br />

Diagnósticos<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço superior<br />

<strong>do</strong> antebraço direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no olho direito<br />

com perda da visão<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no maxillar<br />

inferior<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

masseterina direita<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região <strong>front</strong>al<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região interna<br />

e externa <strong>do</strong> antebraço esquer<strong>do</strong><br />

Impaludismo<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no bor<strong>do</strong> interno<br />

<strong>do</strong> pé direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo umbilical, flanco<br />

direito. Anus contra natureza. Tuberculose<br />

pulmonar.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na articulação<br />

tíbio-astragaliana esquerda<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo já cicatriza<strong>do</strong>.<br />

Tuberculose pulmonar no 3º perío<strong>do</strong><br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região anterior<br />

da coxa com fractura e callo viciozo<br />

Observações<br />

Baixou a 2 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 5 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 2 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 20 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro. Fez<br />

ressessão parcial e sequestrotomia<br />

<strong>do</strong> maxillar inferior (la<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong>).<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 26 <strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 27 <strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 15 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 8 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 30 <strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 15 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 2 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 15 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

incapacida<strong>de</strong> physica a 22 <strong>de</strong><br />

Outubro.<br />

Baixou a 20 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 15 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

incapacida<strong>de</strong> physica a 22 <strong>de</strong><br />

Outubro.<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 2 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.


Nº<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

8<br />

9<br />

10<br />

11<br />

Nº <strong>de</strong><br />

Corpos<br />

papelêtas<br />

JEQUITAIA<br />

409<br />

410<br />

412<br />

413<br />

414<br />

415<br />

418<br />

419<br />

421<br />

423<br />

425<br />

33º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

7º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

39º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

31º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

16º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

40º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

31º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

4º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

Graduações<br />

2º Sargento<br />

Furriel<br />

Cabo d’esquadra<br />

Cabo d’esquadra<br />

Cabo d’esquadra<br />

Cabo d’esquadra<br />

Cabo d’esquadra<br />

Anspeçada<br />

Anspeçada<br />

Anspeçada<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cia.<br />

1ª<br />

1ª<br />

2ª<br />

1ª<br />

4ª<br />

1ª<br />

4ª<br />

3ª<br />

3ª<br />

1ª<br />

4ª<br />

Nomes<br />

Bento Thomaz R.<br />

d’Aquino<br />

Raphael Archanjo<br />

d’Azeve<strong>do</strong><br />

Estanislau Príncipe<br />

<strong>de</strong> Moraes<br />

Reginal<strong>do</strong> Francisco<br />

da Silva<br />

Reginal<strong>do</strong> d’Oliveira<br />

Bastos<br />

Alfre<strong>do</strong> Gouveia <strong>do</strong><br />

Amaral<br />

José Dionysio da<br />

Silva<br />

Fortunato Pereira da<br />

Silva<br />

Amacio José Ramillo<br />

Serafino José<br />

Cavalehiro<br />

Theo<strong>do</strong>ro Meirelles<br />

Diagnósticos<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço inferior e<br />

médio da coxa esquerda, fleugmão difuso, e<br />

começo <strong>de</strong> gangrena<br />

Queimaduras <strong>de</strong> segun<strong>do</strong> grão, com cicatriz<br />

retractil no m<strong>em</strong>bro esquer<strong>do</strong> (inferior)<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo na perna esquerda.<br />

Já veio amputa<strong>do</strong> com o osso <strong>de</strong>scoberto<br />

Feridas por arma <strong>de</strong> fogo nos terços<br />

superiores e faces anteriores <strong>de</strong> ambas as<br />

coxas<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo no braço direito. J[a<br />

veio amputa<strong>do</strong> no terço superior<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo no terço superior da<br />

coxa esquerda com fractura comminutiva <strong>do</strong><br />

osso, callo viciozo e (fluymão?) difuso da<br />

mesma<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo no terço médio das<br />

faces interna e externa da coxa dirieta com<br />

fractura<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo nas faces posterior e<br />

<strong>do</strong>rsal da mão esquerda, com fractura <strong>do</strong>s<br />

ossos <strong>do</strong> carpo e metacarpo, e da phalange<br />

<strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r da mão esquerda e região<br />

(ilegível)<br />

Feridas por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões <strong>do</strong><br />

omoplata esquer<strong>do</strong> e nas (ilegível)<br />

Ferida por arma... [<strong>do</strong>cumento mutila<strong>do</strong>]<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo [<strong>do</strong>cumento<br />

mutila<strong>do</strong>] das faces internas e posterior<br />

[<strong>do</strong>cumento mutila<strong>do</strong>] com retracção <strong>do</strong><br />

bíceps.<br />

Observações<br />

Baixou a 10 <strong>de</strong> Dez<strong>em</strong>bro e Alta ___.<br />

Fez amputação no terço médio da<br />

coxa no dia 11/12/97.<br />

Chloroformiza<strong>do</strong>.<br />

Baixou a 10 <strong>de</strong> Dez<strong>em</strong>bro e Alta ___.<br />

Baixou a 10 <strong>de</strong> Agosto e Alta ___.<br />

Fez nova amputação no ponto <strong>de</strong><br />

ligação no dia 13/12/97.<br />

Chloroformiza<strong>do</strong>.<br />

Baixou a 10 <strong>de</strong> Dez<strong>em</strong>bro e Alta ___.<br />

<strong>do</strong>cumento mutila<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>cumento mutila<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>cumento mutila<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>cumento mutila<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>cumento mutila<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>cumento mutila<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>cumento mutila<strong>do</strong>


Nº<br />

12<br />

13<br />

14<br />

15<br />

16<br />

17<br />

18<br />

19<br />

20<br />

254<br />

255<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

427<br />

428<br />

429<br />

430<br />

432<br />

433<br />

434<br />

435<br />

444<br />

159<br />

161<br />

Corpos<br />

7º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

34º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

27º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

35º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

9º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

22º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

37º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

39º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25 Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

12º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Graduações<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Corneteiro<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

[<strong>do</strong>cumento<br />

mutila<strong>do</strong>]<br />

Anspeçada<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cia.<br />

2ª<br />

3ª<br />

4ª<br />

2ª<br />

1ª<br />

ilegível<br />

2ª<br />

2ª<br />

3ª<br />

2ª<br />

4ª<br />

Nomes<br />

Manuel Francisco <strong>de</strong><br />

Lima<br />

João Soares d’Araújo<br />

Tranquilino Roiz da<br />

Silva<br />

Galdino Antonio<br />

Paixão<br />

Jeronymo Barúma<br />

Antonio Pereira da<br />

Victoria<br />

Manoel Pereira da<br />

Silva<br />

Arman<strong>do</strong> d’Azeve<strong>do</strong><br />

José Júlio <strong>do</strong>s Santos<br />

José Candi<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

Souza<br />

Casimiro José da<br />

Silva<br />

Diagnósticos<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo na [<strong>do</strong>cumento<br />

mutila<strong>do</strong>] coxa direita e sacco escrotal<br />

Ferida por ama <strong>de</strong> fogo da coxa esquerda<br />

(face interna com fractura <strong>do</strong> fêmur; callo<br />

viciozo)<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo no terço da perna<br />

direita com fractura [<strong>do</strong>cumento mutila<strong>do</strong>]<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo nas [<strong>do</strong>cumento<br />

mutila<strong>do</strong>] e posterior da coxa direita<br />

Feri<strong>do</strong> por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões glúteas<br />

esquerda.<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo na região <strong>de</strong>ltoidana<br />

direita<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo, nas faces interna e<br />

externa <strong>do</strong> terço médio <strong>do</strong> braço esquer<strong>do</strong>, e<br />

nas polpas digitaes <strong>do</strong>s terciários e quatro<br />

<strong>de</strong><strong>do</strong>s da mão esquerda<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo no terço médio das<br />

faces interna e externa <strong>do</strong> braço esquer<strong>do</strong><br />

Feira por arma <strong>de</strong> fogo na face externa da<br />

coxa esquerda, com projectil.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na regia t<strong>em</strong>poral<br />

direita<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região <strong>do</strong><br />

cotovello esquer<strong>do</strong>, com retracção <strong>do</strong>s<br />

músculos extensores<br />

Observações<br />

<strong>do</strong>cumento mutila<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>cumento mutila<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>cumento mutila<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>cumento mutila<strong>do</strong><br />

Baixou a 10 <strong>de</strong> Dez<strong>em</strong>bro e alta por<br />

_______.<br />

Baixou a 10 <strong>de</strong> Dez<strong>em</strong>bro e alta por<br />

cura<strong>do</strong> ______.<br />

Baixou a 10 <strong>de</strong> Dez<strong>em</strong>bro e alta por<br />

[<strong>do</strong>cumento mutila<strong>do</strong>]<br />

Baixou a 10 <strong>de</strong> Dez<strong>em</strong>bro e alta<br />

[<strong>do</strong>cumento mutila<strong>do</strong>]<br />

Baixou a 10 <strong>de</strong> Dez<strong>em</strong>bro e alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 15 <strong>do</strong> mesmo. Fez<br />

extracção <strong>do</strong> projectil <strong>em</strong> 12/12/97.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 13 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897.<br />

Baixou a 6 <strong>de</strong> Agosto e alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 15 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong><br />

1897. Fez abertura e drenag<strong>em</strong>.


Nº<br />

256<br />

257<br />

258<br />

259<br />

260<br />

261<br />

262<br />

263<br />

264<br />

265<br />

266<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

163<br />

164<br />

165<br />

166<br />

167<br />

175<br />

174<br />

176<br />

177<br />

178<br />

195<br />

Corpos<br />

30º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

30º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

31º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

31º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

24º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

12º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

7º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

27º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

40º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Graduações<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cabo d’esquadra<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cabo d’esquadra<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cabo d’esquadra<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cabo d’esquadra<br />

Anspeçada<br />

Cia.<br />

4ª<br />

4ª<br />

4ª<br />

3ª<br />

4ª<br />

4ª<br />

3ª<br />

2ª<br />

4ª<br />

3ª<br />

1ª<br />

Nomes<br />

Manoel José Pereira<br />

C.<br />

Antonio João da Silva<br />

Antonio Rioz <strong>de</strong><br />

Mattos<br />

Francisco José <strong>de</strong><br />

Sant’Anna<br />

Belizário <strong>de</strong> Souza<br />

Britto<br />

Mauricio da Silva<br />

Alves<br />

João Vicente<br />

Francisco d’Oliveira<br />

Manuel Cavalcanti da<br />

Silva<br />

João <strong>do</strong>s Santos<br />

Silva<br />

Thirso José <strong>do</strong><br />

Nascimento<br />

Manuel Bento<br />

d’Oliveira<br />

Diagnósticos<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço médio <strong>do</strong><br />

braço esquer<strong>do</strong>, com formação <strong>de</strong> aneurisma<br />

traumático<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço inferior<br />

da perna direita, ecz<strong>em</strong>a consecutivo.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço inferior<br />

da coxa esquerda, ecz<strong>em</strong>a <strong>em</strong> ambas as<br />

pernas.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no joelho direito<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço superior<br />

da perna esquerda <strong>de</strong>terminan<strong>do</strong> amputação<br />

da mesma.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no pavimento da<br />

bocca. Septic<strong>em</strong>ia consecutiva.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo produzin<strong>do</strong><br />

fractura exposta <strong>do</strong> terço inferior da tíbia<br />

esquerda.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no <strong>do</strong>rso <strong>do</strong> pé<br />

direito.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo, produzin<strong>do</strong><br />

fractura <strong>do</strong> terço médio <strong>do</strong> tíbia direito; callo<br />

viciozo.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço superior<br />

da coxa esquerda.<br />

Observações<br />

Baixou a 9 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 22 <strong>do</strong> mesmo.<br />

Baixou a 9 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 15 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong><br />

1897. Fez-se a ligadura da [ilegível]<br />

humeral e extracção <strong>do</strong> [ilegível] <strong>em</strong><br />

10/8/97. Chloroformiza<strong>do</strong>.<br />

Baixou a 9 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 2 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Baixou a 9 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 13 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1897.<br />

Baixou a 9 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 29 <strong>do</strong> mesmo.<br />

Baixou a 14 <strong>de</strong> Agosto e Alta para<br />

aguardar o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua<br />

inspecção a 23 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro. Fez<br />

amputação no terço superior da coxa<br />

no dia 15/11/97. Chloroformização.<br />

Incapaz.<br />

Baixou a 14 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

fallecimento a 14 <strong>de</strong> Agosto, quatro<br />

horas <strong>de</strong> pois da entrada.<br />

Baixou a 14 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 30 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 14 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 21 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 14 <strong>de</strong> Agosto por or<strong>de</strong>m<br />

superior para reunir-se a seu<br />

batalhão a 26 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 23 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 23 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.


Nº<br />

267<br />

268<br />

239<br />

240<br />

241<br />

242<br />

243<br />

244<br />

245<br />

246<br />

247<br />

248<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

196<br />

197<br />

141<br />

142<br />

143<br />

147<br />

148<br />

150<br />

157<br />

152<br />

153<br />

154<br />

Corpos<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

35º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

7º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

12º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

16º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

35º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

30º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

12º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Graduações<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cabo d’esquadra<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Corneteiro<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cabo d’esquadra<br />

Anspeçada<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cia.<br />

3ª<br />

1ª<br />

2ª<br />

4ª<br />

4ª<br />

3ª<br />

4ª<br />

3ª<br />

3ª<br />

2ª<br />

3ª<br />

4ª<br />

Nomes<br />

Geral<strong>do</strong> José<br />

[Alcafora<strong>do</strong>?]<br />

Vicente José Muniz<br />

Ângelo José Dos<br />

Santos<br />

José Antonio da Silva<br />

José Car<strong>do</strong>zo<br />

d’Araújo<br />

João Luiz <strong>de</strong> França<br />

Francisco Titto<br />

Car<strong>do</strong>zo<br />

José Antonio Maia<br />

Francisco José<br />

Doura<strong>do</strong><br />

Alexandre José<br />

Gonsalves<br />

José Sabino da Silva<br />

Sebastião Antonio<br />

<strong>do</strong>s Santos<br />

Diagnósticos<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

scapular direita e <strong>do</strong>rso <strong>do</strong> pé esquer<strong>do</strong>.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo sobre o terço<br />

médio da coxa esquerda.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região supraorbitaria.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região glútea.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região lateral<br />

direita <strong>do</strong> tronco.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região anterior<br />

<strong>do</strong> braço.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no <strong>de</strong><strong>do</strong> médio da<br />

mão esquerda.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço superior<br />

<strong>do</strong> humerus.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo com cicatriz<br />

retractil no segun<strong>do</strong> <strong>de</strong><strong>do</strong> da mão direita.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

<strong>de</strong>ltoidiana esquerda.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região interior<br />

<strong>do</strong> cotovello direito.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na espádua<br />

esquerda.<br />

Observações<br />

Baixou a 23 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior para reunir-se a seu<br />

Batalhão a 28 <strong>de</strong> Outubro. Fez<br />

abertura e drenag<strong>em</strong>.<br />

Baixou a 23 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

transferência para a Enfermaria <strong>de</strong><br />

variolosos a 18 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 10 <strong>do</strong> mesmo. Fez<br />

extracção <strong>do</strong> seqüestro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 10 <strong>do</strong> mesmo.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 27 <strong>do</strong> mesmo.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 21 <strong>do</strong> mesmo.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 22 <strong>do</strong> mesmo. Fez<br />

sequestrotomia.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 25 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 15 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 15 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 13 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 11 <strong>de</strong> Outubro.


Nº<br />

249<br />

250<br />

251<br />

252<br />

253<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

155<br />

156<br />

157<br />

158<br />

166<br />

394<br />

395<br />

296<br />

400<br />

407<br />

405<br />

Corpos<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> infantaria<br />

30º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Regimento<br />

<strong>de</strong> Artilharia <strong>de</strong><br />

Campanha<br />

15º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

29º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

39º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

9º Batalhão <strong>de</strong><br />

Cavallaria<br />

33º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

29º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Graduações<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Anspeçada<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Sargento<br />

Ajudante<br />

Alferes<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Alferes<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cia.<br />

1ª<br />

4ª<br />

1ª Bateria<br />

1ª<br />

3ª<br />

1ª<br />

---<br />

3º<br />

Esquadrão<br />

1ª<br />

1ª<br />

1ª<br />

Nomes<br />

José Manuel Guerino<br />

Virgilio Francisco<br />

Xavier<br />

José Rofino <strong>de</strong><br />

Almeida<br />

Primitivo Augusto <strong>de</strong><br />

Menezes<br />

Victorio José da<br />

Costa<br />

Eduar<strong>do</strong> Cornestst<br />

Onório Camilo<br />

Rangel<br />

Thomaz <strong>de</strong> Aquino<br />

Florêncio<br />

Donaciano Cosme<br />

Mello e Silva<br />

Ricar<strong>do</strong> Adriano<br />

Salva<strong>do</strong>r Vicente<br />

Ferreira<br />

Diagnósticos<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região <strong>do</strong><br />

punho direito, acompanhada <strong>de</strong> retracção.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no polex da mão<br />

esquerda.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

glúteas esquerda, peitoral esquerda e super-<br />

[ilegível] direita.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no la<strong>do</strong> externo<br />

da coxa esquerda<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

hypotena <strong>de</strong> ambas as mãos.<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo na região lombar,<br />

interessan<strong>do</strong> o apophysis espinhoza das<br />

respectivas vértebras.<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo <strong>em</strong> ambas as coxas<br />

Destruição <strong>do</strong> tympano [ilegível] <strong>do</strong> acústico,<br />

sur<strong>de</strong>z por explosão <strong>de</strong> projectil.<br />

Orchite supurada. [ilegível] da cabeça <strong>do</strong><br />

epidídimo. Fez abertura e curetag<strong>em</strong> a<br />

10/11/97.<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo na região [ilegível]<br />

com projectil. Fez extracção <strong>do</strong> projectil a<br />

12/11/97.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região <strong>do</strong><br />

cotovello direito, a amputação <strong>do</strong> braço direito.<br />

[Já veio amputa<strong>do</strong>].<br />

Observações<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 15 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 29 <strong>do</strong> mesmo. Fez<br />

extracção <strong>de</strong> seqüestro a 4/8/97.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior <strong>em</strong> 11 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Fez raspag<strong>em</strong> <strong>do</strong> maxillar inferior,<br />

la<strong>do</strong> direito. Chloroformização.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 2 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.<br />

[ilegível] <strong>de</strong> teci<strong>do</strong>s gangrena<strong>do</strong>s.<br />

Baixou a 6 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 22 <strong>do</strong> mesmo.<br />

Baixou a 29 <strong>de</strong> Outubro e Alta<br />

_______.<br />

Baixou a 29 <strong>de</strong> Outubro e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 26 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 29 <strong>de</strong> Outubro e Alta para<br />

aguardar resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua inspecção<br />

a 23 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 10 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior para aguardar o<br />

resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua inspecção <strong>em</strong> caza<br />

<strong>de</strong> sua família a 22 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 12 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 15 <strong>do</strong> mesmo.<br />

Baixou a 18 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro e Alta para<br />

aguardar o resulta<strong>do</strong> da sua<br />

inspecção <strong>em</strong> seu quartel a ______.


Nº<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

406<br />

213<br />

280<br />

305<br />

347<br />

361<br />

366<br />

378<br />

380<br />

382<br />

1<br />

12<br />

Corpos<br />

39º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

22º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

7º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

38º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

4º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

35º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

7º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

29º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

32º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Graduações<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cabo d’esquadra<br />

Cabo d’esquadra<br />

Cabo d’esquadra<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Musico<br />

Corneteiro<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Anspeçada<br />

Cabo d’esquadra<br />

Armeiro<br />

Cia.<br />

1ª<br />

1ª<br />

1ª<br />

2ª<br />

2ª<br />

2ª<br />

1ª<br />

2ª<br />

1ª<br />

3ª<br />

---<br />

1ª<br />

Nomes<br />

João Manoel Martins<br />

José Domingos Bispo<br />

João Eugenio<br />

Rumferranch<br />

Benvenuto Augusto<br />

Magalhães<br />

Manuel Antunes<br />

Loureiro<br />

Damião Henrique <strong>do</strong><br />

Nascimento<br />

Marcellino Quadros<br />

Figueire<strong>do</strong><br />

Onório Joaquim<br />

Palmeira<br />

Joaquim Vicente<br />

Pessoa<br />

Manuel Delphino <strong>do</strong><br />

Nascimento<br />

Emiliano Alves <strong>de</strong><br />

Oliveira<br />

Josino Vieira<br />

Diagnósticos<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo no terço médio da<br />

face externa da coxa esquerda<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo, com fractura exposta<br />

<strong>do</strong> tíbia e períneo terço superior da perna<br />

esquerda, falsa anchylose, fez reducção a<br />

8/8/97. Chloroformiza<strong>do</strong>.<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo na face externa <strong>do</strong><br />

antebraço esquer<strong>do</strong>.<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo <strong>em</strong> ambas as mãos.<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

masseterina, com fractura comminutiva <strong>do</strong>s<br />

maxillares.<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo no terço inferior <strong>do</strong><br />

braço esquer<strong>do</strong> e superior <strong>do</strong> antebraço<br />

direito, na região anterior <strong>do</strong> thorax, com<br />

parezia e atrophia muscular <strong>de</strong> ambos os<br />

braços. Fez extração <strong>do</strong>s esquírolas ósseos<br />

no dia 23/10/97. Incapaz.<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo no terço médio da<br />

face anterior e posterior da coxa esquerda<br />

com fractura e pseu<strong>do</strong> arthrose. (Fez abertura<br />

e drenag<strong>em</strong> a 22/10/97). Incapaz.<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo no terço médio da<br />

coxa esquerda com fractura comminutiva,<br />

amputação no terço superior a 11/11/97.<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões glúteas,<br />

callexia palustre.<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo no terço médio da<br />

coxa esquerda, com fractura comminutiva.<br />

(Fez amputação <strong>do</strong> terço superior a 22/11/97).<br />

Diarrheia séptica.<br />

Rheumatismo poly-articular sub-agu<strong>do</strong>.<br />

Diarrhéa.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo sobre o <strong>do</strong>rso <strong>do</strong><br />

pé esquer<strong>do</strong>.<br />

Observações<br />

Baixou a 18 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 24 <strong>do</strong> mesmo.<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

_______.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 11 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 17 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 22 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 22 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Outubro e Alta por<br />

fallecimento a 5 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong><br />

1897.<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Junho e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 10 <strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 12 <strong>de</strong> Julho e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 7 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro.


Nº<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

16<br />

18<br />

26<br />

27<br />

28<br />

96<br />

97<br />

98<br />

99<br />

100<br />

105<br />

379<br />

Corpos<br />

36º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

31º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

31º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

7ª Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

7º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

12º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

7º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

31º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

12º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

27º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Graduações<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cabo d’esquadra<br />

Cia.<br />

1ª<br />

1ª<br />

4ª<br />

4ª<br />

3ª<br />

1ª<br />

4ª<br />

2ª<br />

3ª<br />

4ª<br />

2ª<br />

4ª<br />

Nomes<br />

Salustiano Elisio da<br />

Conceição<br />

João <strong>de</strong> Sá<br />

Albuquerque<br />

Rasberge Augusto<br />

Oliveira<br />

João Camargo<br />

Simplício Car<strong>do</strong>zo<br />

João Baptista Torres<br />

José Carneiro <strong>de</strong><br />

Freitas<br />

Manuel Paes <strong>do</strong><br />

Nascimento<br />

Alfre<strong>do</strong> Borges da<br />

Silveira<br />

Victorino José <strong>do</strong>s<br />

Santos<br />

Luiz Ribeiro da Silva<br />

Antonio Lourenço <strong>de</strong><br />

Souza<br />

Diagnósticos<br />

Vegetações syphiliticas no anus.<br />

Ferida contusa na região scapular direita,<br />

tuberculose pulmonar.<br />

Nevralgia <strong>do</strong> trig<strong>em</strong>io.<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões glúteas<br />

esquerda.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo sobre o (ilegível)<br />

interno esquer<strong>do</strong>.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região externa<br />

da perna esquerda.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

t<strong>em</strong>poral esquerda.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região <strong>do</strong> terço<br />

superior da perna esquerda.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região lateral<br />

esquerda <strong>do</strong> tronco.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo sobre a região<br />

media da coxa direita.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo sobre a espádua<br />

esquerda.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região sacra.<br />

Observações<br />

Baixou a 13 <strong>de</strong> Julho e Alta por<br />

transferência para o Hospital Militar a<br />

10 <strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 26 <strong>de</strong> Julho e Alta por<br />

transferência para o Hospital Militar a<br />

10 <strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 2 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 4 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 2 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 7 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 2 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 30 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 13 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 15 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 26 <strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 27 <strong>do</strong> mesmo.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 8 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta por<br />

transferência para Enfermaria<br />

(ilegível).<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Outubro e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 29 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.


Nº<br />

314<br />

315<br />

316<br />

317<br />

318<br />

319<br />

320<br />

321<br />

322<br />

323<br />

324<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

398<br />

399<br />

Corpos<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

27º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Regimento<br />

<strong>de</strong> Artilharia <strong>de</strong><br />

Campanha<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

30º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

7º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

53º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

53º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

33º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Graduações<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cabo d’esquadra<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cia.<br />

3ª<br />

2ª<br />

3ª<br />

4ª Bateria<br />

2ª<br />

4ª<br />

4ª<br />

1ª<br />

Nomes<br />

Julião <strong>do</strong>s Santos<br />

Silvério da Silva Lima<br />

Il<strong>de</strong>fonso Coimbra<br />

Francisco <strong>de</strong> Paula<br />

Tertuliano Cerico <strong>do</strong>s<br />

Santos<br />

Antonio Belizário da<br />

Silva<br />

João José <strong>de</strong> Freitas<br />

Raymun<strong>do</strong> Pereira <strong>de</strong><br />

Souza<br />

Bernardino José <strong>de</strong><br />

Lima<br />

Manuel Chaves<br />

Men<strong>do</strong>nça<br />

Manuel Francisco da<br />

Silva<br />

Diagnósticos<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no cotovello<br />

esquer<strong>do</strong>.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo, produzin<strong>do</strong><br />

fractura comminutiva <strong>do</strong> humerus esquer<strong>do</strong>.<br />

Febre palustre.<br />

Impaludismo, tuberculose pulmonar.<br />

Tuberculose pulmonar.<br />

Tuberculose pulmonar.<br />

Diathese purulante.<br />

Retracção <strong>do</strong> tendão d’Achilles consecutiva a<br />

ferimento por arme <strong>de</strong> fogo.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo com cicatriz<br />

retractil e perda <strong>do</strong> pavillão da orelha direita.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no pé com<br />

retracção <strong>do</strong>s músculos, flexões e atrophia<br />

consecutiva.<br />

Falsa ankilose <strong>do</strong> cotovello <strong>em</strong> conseqüência<br />

<strong>de</strong> ferimento por arma <strong>de</strong> fogo. Fez reducção<br />

<strong>em</strong> 18/7/97. Foi chloroformiza<strong>do</strong>.<br />

Observações<br />

Baixou a 8 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro. Fez<br />

abertura e drenag<strong>em</strong> a 7/12/97.<br />

Baixou a 8 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 7 <strong>de</strong> Junho e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 26 <strong>de</strong> Julho.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Junho e Alta por<br />

fallecimento a 4 <strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 19 <strong>de</strong> Maio e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 26 <strong>de</strong> Julho, digo, por<br />

transferência para o Hospital Militar.<br />

Baixou a 31 <strong>de</strong> Mario e Alta por<br />

transferência para o Hospital Militar a<br />

10 <strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 13 <strong>de</strong> Maio e Alta por<br />

fallecimento a 3 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 31 <strong>de</strong> Maio e Alta por or<strong>de</strong>m<br />

superior para aguardar o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

sua inspecção <strong>em</strong> seu quartel a 7 <strong>de</strong><br />

Agosto.<br />

Baixou a 14 <strong>de</strong> Abril e Alta para<br />

aguardar o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua<br />

inspecção a 16 <strong>de</strong> Agosto (por or<strong>de</strong>m<br />

superior).<br />

Baixou a 15 <strong>de</strong> Março e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior para aguardar<br />

resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua inspecção <strong>em</strong> seu<br />

quartel a 7 <strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 15 <strong>de</strong> Maio e Alta por<br />

transferência para o Hospital Militar a<br />

15 <strong>de</strong> Agosto.


Nº<br />

325<br />

326<br />

327<br />

179<br />

180<br />

181<br />

182<br />

183<br />

184<br />

233<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

174<br />

348<br />

349<br />

356<br />

365<br />

127<br />

215<br />

233<br />

366<br />

Corpos<br />

7º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

33º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

33º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Corpo <strong>de</strong><br />

Polícia <strong>de</strong> São<br />

Paulo<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Artilharia <strong>de</strong><br />

Posição<br />

27º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

30º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

25º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Artilharia <strong>de</strong><br />

Campanha<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

29º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Graduações<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cabo d’esquadra<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Anspeçada<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Anspeçada<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Anspeçada<br />

Cia.<br />

4ª<br />

---<br />

2ª<br />

1ª<br />

2ª Bateria<br />

4ª<br />

2ª<br />

1ª<br />

3ª Bateria<br />

4ª<br />

4ª<br />

Nomes<br />

Álvaro Augusto <strong>de</strong><br />

Oliveira<br />

Manuel Domingues<br />

Feitosa<br />

José Francisco <strong>de</strong><br />

Lima<br />

João Car<strong>do</strong>zo da<br />

Silva<br />

José Alves <strong>do</strong>s<br />

Santos<br />

Francisco Caza<strong>do</strong><br />

d’Oliveira<br />

Avelino Soares da<br />

Silva<br />

Julio Men<strong>de</strong>s<br />

Abílio Marques<br />

d’Oliveira<br />

Firmino Ferreira<br />

Guimarães<br />

Francisco Luiz da<br />

França<br />

Diagnósticos<br />

Perda <strong>do</strong> olho direito com cicatriz retractil <strong>em</strong><br />

conseqüência <strong>de</strong> ferimento por arma <strong>de</strong> fogo.<br />

Ankilose na articulação <strong>do</strong> joelho esquer<strong>do</strong>,<br />

arthrite syphilitica.<br />

Dysenteria.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

interna e posterior da coxa esquerda.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no <strong>de</strong><strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r<br />

da mão esquerda; com <strong>de</strong>struição da<br />

phalangeta.<br />

Ferimento por estilhaço <strong>de</strong> projectil no olho<br />

esquer<strong>do</strong>.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

interna e externa da coxa direita com fracturas<br />

e callo viciozo.<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo, com perda <strong>do</strong> <strong>de</strong><strong>do</strong><br />

annullar. Hérnia inguinal esquerda.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no calcâneo<br />

esquer<strong>do</strong>, com <strong>de</strong>struição <strong>do</strong> mesmo. Fez<br />

ressecço <strong>do</strong> calcâneo, incapaz. Foi<br />

chloroformiza<strong>do</strong>.<br />

Anus aci<strong>de</strong>ntal <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a ferida por arma <strong>de</strong><br />

fogo na pare<strong>de</strong> ab<strong>do</strong>minal, e hérnia umbilical.<br />

(Fez “laporo-enterotomia”? a 28 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro<br />

<strong>de</strong> 1897). Incapaz. Foi chloroformiza<strong>do</strong>.<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

<strong>de</strong>ltoidiana dirieta, e <strong>do</strong>rsal direita, com<br />

projectil. Fez extração a 12/10/97.<br />

Observações<br />

Baixou a 11 <strong>de</strong> Março e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior para aguardar o<br />

resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua inspecção a 7 <strong>de</strong><br />

Agosto. Incapaz.<br />

Baixou a 25 <strong>de</strong> Março e Alta para<br />

aguardar o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua<br />

inspecção a 7 <strong>de</strong> Agosto. Incapaz.<br />

Baixou a 14 <strong>de</strong> Agosto e Alta para o<br />

Hospital Militar por transferência a 16<br />

<strong>de</strong> Agosto.<br />

Baixou a 18 <strong>de</strong> Outubro e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 20 <strong>do</strong> mesmo.<br />

Baixou a 20 <strong>de</strong> Outubro e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m supeior a 5 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 22 <strong>de</strong> Outubro e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 26 <strong>do</strong> mesmo.<br />

Baixou a 22 <strong>de</strong> Outubro e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 2 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 4 <strong>de</strong> Agosto e Alta para<br />

aguardar o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua<br />

inspecção <strong>em</strong> seu quartel a 3 <strong>de</strong><br />

Nov<strong>em</strong>bro. Incapaz.<br />

Baixou a 28 <strong>de</strong> Agosto e Alta para<br />

aguardar o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua<br />

inspecção <strong>em</strong> seu quartel a 23 <strong>de</strong><br />

Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 30 <strong>de</strong> Agosto e Alta para<br />

aguardar o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua<br />

inspecção <strong>em</strong> seu quartel a 23 <strong>de</strong><br />

Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 11 <strong>de</strong> Outubro e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 24 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.


Nº<br />

187<br />

188<br />

189<br />

190<br />

191<br />

192<br />

193<br />

194<br />

195<br />

196<br />

197<br />

198<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

384<br />

392<br />

393<br />

402<br />

404<br />

407<br />

408<br />

271<br />

272<br />

307<br />

308<br />

317<br />

Corpos<br />

27º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

39º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

4º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

22º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

7º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

33º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Regimento<br />

<strong>de</strong> Artilharia <strong>de</strong><br />

Campanha<br />

14º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

1º Corpo <strong>de</strong><br />

Polícia <strong>do</strong><br />

Amazonas<br />

22º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

Graduações<br />

Alferes<br />

Alferes<br />

Capitão<br />

Anspeçada<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

2º Sargento<br />

Alumno<br />

Anspeçada<br />

Anspeçada<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Cia.<br />

4ª<br />

2ª<br />

1ª<br />

2ª<br />

4ª<br />

1ª<br />

2ª<br />

1ª<br />

---<br />

2ª<br />

---<br />

3ª<br />

Nomes<br />

Caio Tavares da<br />

Costa<br />

Francisco Solerno<br />

Moreira<br />

Leopol<strong>do</strong> <strong>de</strong> Barros<br />

Vasconcellos<br />

Marciano Me<strong>de</strong>iros<br />

Cindulpho José <strong>de</strong><br />

Campos<br />

André Pereira<br />

Mace<strong>do</strong><br />

Antonio Thomaz <strong>de</strong><br />

Britto Filho<br />

João Cavalcanti<br />

José Constancia<br />

Barbosa da França<br />

João Francisco<br />

Pereira<br />

Guilherme Bento<br />

Ramos<br />

Cl<strong>em</strong>entino Antonio<br />

d’Albuquerque<br />

Diagnósticos<br />

Abscesso da paróti<strong>de</strong>, e Diarrhéa séptica. (Já<br />

veio opera<strong>do</strong>).<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo na perna esquerda,<br />

(já veio amputa<strong>do</strong>, porém com o osso<br />

<strong>de</strong>scoberto). Fez ressecção <strong>do</strong> coto <strong>em</strong><br />

4/11/97. Foi chloroformiza<strong>do</strong>.<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões orbitária<br />

e mollar esquerda. Com perda <strong>do</strong> globo<br />

occular.<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo na região <strong>do</strong>rsal<br />

direita.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

(ilegível) esquerda, ankylose <strong>do</strong> cotovello,<br />

atrophia muscular. Incapaz.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo nas regiões<br />

<strong>de</strong>ltoidiana direita, e masseterina direita com<br />

<strong>de</strong>struição da abobada palotina <strong>do</strong>s ossos e<br />

cartilag<strong>em</strong> <strong>do</strong> nariz.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região molar<br />

esquerda, t<strong>em</strong>poral direita com <strong>de</strong>struição da<br />

abóbada palatina.<br />

‘’Blenhmagia’’?<br />

Impaludismo, diarrhea e avulsão <strong>de</strong> um <strong>de</strong>nte.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

posterior <strong>do</strong> antebraço direito.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região anterior<br />

<strong>do</strong> braço direito.<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo na mão esquerda na<br />

região posterior <strong>do</strong> antebraço esquer<strong>do</strong>.<br />

Observações<br />

Baixou a 28 <strong>de</strong> Outubro e Alta por<br />

falleci<strong>em</strong>ento a 21 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 29 <strong>de</strong> Outubro e Alta _____.<br />

Baixou a 29 <strong>de</strong> Outubro e Alta<br />

______.<br />

Baixou a 18 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 18 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro e Alta para<br />

aguardar o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua<br />

inspecção <strong>em</strong> seu quartel a 29 <strong>de</strong><br />

Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 18 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 18 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 3 <strong>de</strong> Outubro e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 22 <strong>do</strong> mesmo.<br />

Baixou a 3 <strong>de</strong> Outubro e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 25 <strong>do</strong> mesmo.<br />

Baixou a 11 <strong>de</strong> Outubro e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 25 <strong>do</strong> mesmo.<br />

Baixou a 11 <strong>de</strong> Outubro e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 21 <strong>do</strong> mesmo.<br />

Baixou a 11 <strong>de</strong> Outubro e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 25 <strong>do</strong> mesmo.


Nº<br />

199<br />

200<br />

201<br />

202<br />

203<br />

204<br />

205<br />

206<br />

207<br />

208<br />

Nº <strong>de</strong><br />

papelêtas<br />

318<br />

319<br />

323<br />

324<br />

326<br />

328<br />

334<br />

335<br />

345<br />

321<br />

Corpos<br />

38º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

34º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

30º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

5º Regimento<br />

<strong>de</strong> Artilharia <strong>de</strong><br />

Campanha<br />

40º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

37º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

39º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

4º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

34º Batalhão<br />

<strong>de</strong> Infantaria<br />

9º Batalhão <strong>de</strong><br />

Infantaria<br />

Graduações<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

2º Ca<strong>de</strong>te<br />

Alumno<br />

2º Sargento<br />

Cabo d’esquadra<br />

Solda<strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong><br />

Corneteiro<br />

Anspeçada<br />

Cia.<br />

2ª<br />

3ª<br />

4ª<br />

---<br />

3ª<br />

2ª<br />

2ª<br />

4ª<br />

1ª<br />

2ª<br />

Nomes<br />

Francisco <strong>de</strong> Paula<br />

Alves Rangel<br />

José Domingos<br />

Nogueira<br />

Carlos Pessessarty<br />

Cantuária<br />

João Baptista<br />

Parmigartz<br />

Sebastião da Costa<br />

Silva<br />

Marcos José da Silva<br />

Pedro Carneiro da<br />

Cunha<br />

Camillo Pinto da Silva<br />

Bellarmino José<br />

Rodrigues<br />

Luiz Pereira Chavez<br />

Diagnósticos<br />

Ferida por arma <strong>de</strong> fogo na região posterior <strong>do</strong><br />

braço esquer<strong>do</strong><br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

<strong>de</strong>ltoidiana direita.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região <strong>front</strong>al<br />

direita.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região <strong>do</strong>rsal<br />

com projectil na fossa illiaca esquerda. (não<br />

quiz extrair).<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região<br />

scarpeto-parietal esquerda.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo na região anterior<br />

e posterior <strong>do</strong> braço direito.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço médio da<br />

face interna da coxa.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no pollegar da<br />

mão esquerda.<br />

Ferimento por arma <strong>de</strong> fogo no terço inferior<br />

<strong>do</strong> antebraço esquer<strong>do</strong>, região hipothenar<br />

esquerda e <strong>do</strong>rso-lombar esquerda. Kysto<br />

sebáceo na região masseterina esquerda.<br />

Ferida contusa no pé esquer<strong>do</strong>, com<br />

<strong>de</strong>struição <strong>do</strong> ossos <strong>do</strong> metatarso.<br />

Observações<br />

Baixou a 11 <strong>de</strong> Outubro e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 25 <strong>do</strong> mesmo.<br />

Baixou a 11 <strong>de</strong> Outubro e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 5 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 13 <strong>de</strong> Outubro e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 21 <strong>do</strong> mesmo.<br />

Baixou a 14 <strong>de</strong> Outubro e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 22 <strong>do</strong> mesmo.<br />

Baixou a 17 <strong>de</strong> Outubro e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 20 <strong>do</strong> mesmo.<br />

Baixou a 17 <strong>de</strong> Outubro e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 2 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Baixou a 17 <strong>de</strong> Outubro e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 16 <strong>do</strong> mesmo.<br />

Baixou a 17 <strong>de</strong> Outubro e Alta por<br />

cura<strong>do</strong> a 30 <strong>de</strong> Outubro.<br />

Baixou a 17 <strong>de</strong> Outubro e Alta por<br />

or<strong>de</strong>m superior a 5 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro. Fez<br />

extirpação <strong>do</strong> kysto no dia 30/10/97.<br />

Baixou a 2 <strong>de</strong> Outubro.


ANNEXO N. 1<br />

PRISIONEIROS DE CANUDOS RECOLHIDOS A CADEIA DA CIDADE DE ALAGOINHAS<br />

Nº. NOMES IDADES ESTADO NATURALIDADE ENFERMIDADES<br />

1 André Cursino da Silva 26 annos Casa<strong>do</strong> Cumbe Dois ferimentos por bala nas costas<br />

2 Manoel Dias <strong>do</strong>s Anjos 55 annos Casa<strong>do</strong> Entre-Rios<br />

3 Manoel Felippe São Thiago 48 annos Casa<strong>do</strong> Bom Conselho<br />

4 Henrique Gomes <strong>de</strong> Souza 48 annos Casa<strong>do</strong> Itapicuru<br />

5 Anselmo Pires 55 annos Casa<strong>do</strong> Pombal Bronquite asthmatica<br />

6 Manoel Vicente <strong>do</strong>s Santos 25 annos Viúvo Bom Conselho Um ferimento no cotovelo direito (curou-se)<br />

7 Jose Francisco <strong>do</strong> Nascimento 26 annos Casa<strong>do</strong> Joaseiro Fractura exposta no braço esquer<strong>do</strong><br />

8 Felippe Nery José <strong>do</strong>s Santos 37 annos Casa<strong>do</strong> Entre-Rios Diarrhéia<br />

9 Manoel da Conceição 40 annos Casa<strong>do</strong> Tucano Dysenteria<br />

10 Joaquim Marques da Luz 30 annos Casa<strong>do</strong> Jerú (Sergipe) Dois ferimentos na mão direita; diarrhéia<br />

11 Manoel <strong>do</strong>s Reis da Conceição 35 annos Casa<strong>do</strong> Tucano Fortes escoriações por corda no braço direito<br />

12 Antonio Francisco <strong>do</strong>s Santos 40 annos Casa<strong>do</strong> Itaporanga (Sergipe) Diarrheia<br />

13 Manoel Bellarmino <strong>do</strong>s Santos 28 annos Solteiro Entre-Rios<br />

14 Manoel Antonio <strong>do</strong>s Santos 15 annos Ribeira <strong>do</strong> Pão Gran<strong>de</strong> Diarrheia<br />

15 Martiniano Antonio <strong>do</strong>s Santos 12 annos Ribeira <strong>do</strong> Pão Gran<strong>de</strong><br />

16 Fernan<strong>do</strong> Manoel <strong>do</strong> Carmo 15 annos Bom Conselho<br />

17 Dyonisio Martins da Silva 14 annos Cumbe<br />

18 Lucio Simões <strong>de</strong> Mattos 16 annos Ribeira <strong>do</strong> Pão Gran<strong>de</strong><br />

19 José Avelino 15 annos Missão da Saú<strong>de</strong> Gastro-Enterite<br />

20 Nicolao Domingos <strong>do</strong>s Anjos 12 annos Sipó Um ferimento sobre o olho; escoriações nas costas<br />

21 João <strong>de</strong> Tal 14 annos Ribeira <strong>do</strong> Pão Gran<strong>de</strong> Diarrheia<br />

22 Miguel <strong>de</strong> Tal 16 annos Anatuba 1 ferimento no pé direito, 1 na coxa esquerda<br />

23 Auto Jose Severo 19 annos Solteiro Bom Conselho 1 ferimento no braço direito, 1 na perna esquerda<br />

Alagoinhas, 30 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1898. – Dr. Américo Barreira.


ANNEXO N. 2<br />

PRISIONEIROS DE CANUDOS RECOLHIDOS A ENFERMARIA Nº. 1<br />

Nº. NOMES IDADES ESTADO NATURALIDADE ENFERMIDADES<br />

1 Umbelina Maria <strong>de</strong> Souza 24 annos Viúva Itabaianinha (Sergipe) Diarrhéa; três ferim. no hombro, na axilla e na região costal esquerda<br />

2 Anna Josepha <strong>de</strong> Jesus 22 annos Solteira Ribeira <strong>do</strong> Pau Diarrhéa; três ferim. no hombro, na axilla e na região costal esquerda<br />

3 Maria Prima <strong>de</strong> Souza 21 annos Casada Itabaianinha (Sergipe) Diarrhéa; três ferim. no hombro, na axilla e na região costal esquerda<br />

4 Thereza <strong>de</strong> Jesus 60 annos Viúva Inhambupe Ferida profunda no hombro direito com fractura na clavícula<br />

5 Maria Thomazia <strong>de</strong> Jesus 58 annos Não sabe mari<strong>do</strong> Tucano Escoriações larga nas costas, por pancadas<br />

6 Francisca X. <strong>do</strong>s Santos 28 annos Não sabe mari<strong>do</strong> Riachão <strong>do</strong> Dantas (SE) Ferimento na mão esquerda com fractura no <strong>de</strong><strong>do</strong> mínimo<br />

7 Maria <strong>de</strong> Jesus 280 18 annos Solteira Sobra<strong>do</strong> Diarrhéa, ferimento na região <strong>front</strong>o-pariental<br />

8 Balbina Maria <strong>de</strong> Jesus 30 annos Viúva Timbosinho Diarrhéa, teve um aborto no dia 7 <strong>de</strong> outubro<br />

9 Maria Sabina <strong>do</strong> Espírito Santo 26 annos Não sabe mari<strong>do</strong> Soure Ophtalmia purulenta<br />

10 Anna 02 annos Canu<strong>do</strong>s Dois ferimentos na cabeça<br />

11 Anna Maria da Conceição 12 annos Pombal Largo ferimento no braço esquer<strong>do</strong><br />

12 Francisca <strong>de</strong> Jesus 30 annos Não sabe mari<strong>do</strong> Monte Santo Dois ferimentos no braço e na perna esquerda<br />

13 Thereza Maria <strong>de</strong> Jesus 35 annos // // Ferimento no braço direito<br />

14 Engracia Fructuosa das Virgens 50 annos Solteira // // Diarrhéa, largo ferimento na região costal direita<br />

15 Anna Maria 19 annos Solteira Pombal Ferimento por bala na região <strong>front</strong>al<br />

16 Carolina 35 annos Viúva Missão <strong>do</strong> Soure Diarrhéa<br />

17 Anna Francisca 38 annos Casada Campos (Sergipe) Ferimento sobre o homoplata esquer<strong>do</strong><br />

18 Joanna <strong>de</strong> Jesus 24 annos // Tucano Diarrhéa<br />

19 Vicencia M. das Virgens 30 annos Viúva // Ferimento a bala na região <strong>front</strong>al<br />

20 João Ferreira Loyola 07 annos Monte Santo Um ferimento por bala na perna, outro na região glútea esquerda<br />

21 Josepha T. <strong>de</strong> Jesus 21 annos Solteira Tucano Um ferimento na cabeça e outro na mamma esquerda<br />

22 Roza M. da Conceição 30 annos Viúva // Diarrhéa<br />

23 Maria Joaquina da Conceição 23 annos Solteira // Um ferimento nas costas e outro na mamma esquerda<br />

24 Saturnina Annunciação 50 annos Solteira // Diarrhéa e Bronchite<br />

25 Anna Maria da Conceição 30 annos Casada Inhambupe Diarrhéa<br />

26 Bárbara Maria da Conceição 60 annos Viúva Rio São Francisco Diarrhéa<br />

27 Joanna Rainha <strong>do</strong>s Anjos 25 annos Viúva Joaseiro Diarrhéa<br />

28 José Venceslau 08 annos Solteiro Ger<strong>em</strong>oabo Um ferimento largo no sacro.<br />

280 Seria Maria <strong>de</strong> Jesus <strong>do</strong>s Santos casada com Antonio Marciano <strong>do</strong>s Santos, o Marciano <strong>de</strong> Sergipe? p. 51 [Quase biografia <strong>de</strong> jagunços]<br />

Alagoinhas, 30 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1898. – Dr. Américo Barreira


ANNEXO N. 3<br />

PRISIONEIROS DE CANUDOS RECOLHIDOS NA ENFERMARIA DE VARIOLOSOS DE ALAGOINHAS DE 22 DE OUTUBRO DE 1897 A<br />

JANEIRO DE 1898<br />

Ns. NOMES ESTADO IDADE NATURALIDADE RESULTADO<br />

1 Maria Joaquina ----------------------- Viúva - Tucano --------------------------- Falleceu<br />

2 Maria Pereira ------------------------- // 30 annos Missão da Saú<strong>de</strong> ---------------- //<br />

3 Maria Pires <strong>de</strong> Almeida ------------- // 22 annos Soure ----------------------------- Falleceu <strong>de</strong> inanição, já curada da varíola.<br />

4 Josepha Maria <strong>de</strong> Jesus ------------- // 25 annos // ---------------------------------- Teve alta.<br />

5 Maria Florência <strong>de</strong> Jesus ------------ // 35 annos Tucano --------------------------- Teve alta e foi entregue ao Comitê.<br />

6 Balbina <strong>de</strong> Jesus --------------------- // 22 annos // ---------------------------------- Falleceu <strong>de</strong> inanição, já curada da varíola.<br />

7 Maria Francisca <strong>de</strong> Jesus ----------- Solteira 20 annos Campos (Sergipe) -------------- Teve alta e foi entregue ao Comitê.<br />

8 Pulicania da Glória ------------------ // 10 annos Monte Santo --------------------- Falleceu.<br />

9 Maria Marciana ---------------------- // 5 annos Campos (Sergipe) -------------- Teve alta, e foi entregue ao Comitê.<br />

10 Theo<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> Jesus ------------------- // 4 annos Tucano --------------------------- Teve alta, e sahiu para companhia <strong>de</strong> sua mãe.<br />

11 Joanna Maria <strong>de</strong> Jesus --------------- Casada 25 annos Canu<strong>do</strong>s -------------------------- Teve alta, e foi entregue ao Comitê.<br />

12 Clara Maria --------------------------- // 21 annos Pombal --------------------------- Teve alta.<br />

13 Alcida Maria <strong>de</strong> Jesus --------------- // 24 annos Canu<strong>do</strong>s -------------------------- Falleceu.<br />

14 Ricarda da Silva ---------------------- Solteira 45 annos Missão da Saú<strong>de</strong> ---------------- I<strong>de</strong>m.<br />

15 Rosa da Luz -------------------------- Viúva 24 annos Jirú (Sergipe) -------------------- I<strong>de</strong>m.<br />

16 Maria Josepha <strong>de</strong> Mattos ----------- Casada 30 annos Missão da Saú<strong>de</strong> ---------------- I<strong>de</strong>m.<br />

17 Maria Isabel -------------------------- // 41 annos Timbó ---------------------------- I<strong>de</strong>m.<br />

18 Carolina Francisca <strong>de</strong> Jesus -------- Solteira 22 annos Anatuba -------------------------- Teve alta.<br />

19 Maria Francisca <strong>do</strong>s Santos -------- // 20 annos Ribeira <strong>do</strong> Pau Gran<strong>de</strong> --------- Falleceu.<br />

20 Maria Alexandrina ------------------- // 30 annos // // // // ------------------------- I<strong>de</strong>m.<br />

21 Maria Beatriz (Beatinha) ----------- // 22 annos Anatuba -------------------------- I<strong>de</strong>m.<br />

22 Dyonizia Maria <strong>de</strong> Jesus ------------ // 21 annos // ---------------------------------- I<strong>de</strong>m.<br />

23 Conrada Gomes <strong>de</strong> Oliveira -------- Viúva 38 annos - I<strong>de</strong>m.<br />

24 Eugenia Pereira ---------------------- Solteirea 25 annos Missão da Saú<strong>de</strong> ---------------- Teve alta, e foi entregue a um parente.<br />

25 Joanna Rosa <strong>do</strong>s Anjos -------------- - 5 annos // // // --------------------------- Teve alta, e foi entregue ao Comitê.<br />

26 Josepha Pereira <strong>de</strong> Jesus ------------ Solteira 22 annos Tucano --------------------------- Falleceu.<br />

27 Maria Joaquina da Costa ------------ // 23 annos // ---------------------------------- I<strong>de</strong>m.<br />

28 Francisca Malaquias ----------------- - 6 annos Pombal --------------------------- Teve alta, e foi entregue ao Comitê.<br />

29 José (filho <strong>de</strong> Clara Maria) --------- - 2 mezes // ---------------------------------- Falleceu.<br />

30 Alexandrina Maria <strong>de</strong> Jesus -------- Solteira 55 annos Anatuba -------------------------- I<strong>de</strong>m.


Ns. NOMES ESTADO IDADE NATURALIDADE RESULTADO<br />

31 Maria <strong>de</strong> Jesus Viúva 45 annos Razo I<strong>de</strong>m.<br />

32 Maria da Conceição Viúva 40 annos Ger<strong>em</strong>oabo I<strong>de</strong>m.<br />

33 Constancia <strong>de</strong> Souza Casada 40 annos Sobra<strong>do</strong> I<strong>de</strong>m.<br />

34 Maria Magdalena - 42 annos Ribeira <strong>do</strong> Pau Gran<strong>de</strong> Teve alta, e foi entregue ao Dr. Passos.<br />

35 Germiniana <strong>de</strong> Jesus Viúva 50 annos Sobra<strong>do</strong> Falleceu.<br />

36 Maria <strong>do</strong> Nascimento // 25 annos Anatuba Teve alta.<br />

37 Anna Rosa Casada 27 annos Sobra<strong>do</strong> Teve alta e foi entregue a família.<br />

38 Izabel Maria Viúva 60 annos São Salva<strong>do</strong>r Falleceu.<br />

39 Anna Maria <strong>de</strong> Jesus Casada 25 annos Ribeira <strong>do</strong> Pau Gran<strong>de</strong> I<strong>de</strong>m.<br />

40 Anna Maria Solteira 22 annos Bom Conselho I<strong>de</strong>m.<br />

41 Vicência Maria <strong>de</strong> Jesus Viúva 31 annos Anatuba I<strong>de</strong>m.<br />

42 Maria Prima <strong>de</strong> Souza // 24 annos Sergipe I<strong>de</strong>m.<br />

43 Maria <strong>do</strong>s Passos Casada 40 annos Campos (Sergipe) Teve alta, e foi entregue ao Comitê.<br />

44 Maria Marcolina <strong>de</strong> Jesus Solteira 18 annos Sobra<strong>do</strong> Falleceu.<br />

45 Maria <strong>do</strong>s Anjos // 16 annos Campos (Sergipe) Falleceu <strong>de</strong> beribéri, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> curada da varíola.<br />

46 Bárbara Maria da Conceição Viúva 60 annos Rio <strong>de</strong> S. Francisco Falleceu.<br />

47 Francisca Maria da Conceição Casada 23 annos Itapicuru I<strong>de</strong>m <strong>de</strong> beribéri, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> boa da varíola.<br />

Solda<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Regimento Policial<br />

49 Antonio Bernar<strong>do</strong> Santos Solteiro 22 annos Falleceu.<br />

50 Luiz <strong>do</strong> Carmo // 20 annos I<strong>de</strong>m.<br />

51 Manoel José <strong>do</strong>s Santos // 20 annos Teve alta.<br />

Falleci<strong>do</strong>s (inclusive 2 solda<strong>do</strong>s) 35<br />

Tiveram alta (inclusive 1 solda<strong>do</strong>) 16<br />

Tinham falleci<strong>do</strong> antes da minha posse 6<br />

57<br />

Alagoinhas, 30 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1898.<br />

Dr. Americo Barreira.


BREVE RELAÇÃO DOS ACADÊMICOS DE MEDICINA DA FACULDADE DE MEDICINA E PHARMACIA DA BAHIA<br />

NA CAMPANHA DE CANUDOS [4ª EXPEDIÇÃO] 281<br />

Nº<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

Nome<br />

Alvim Martins<br />

Horca<strong>de</strong>s<br />

João Silvério da<br />

Costa Oliveira<br />

Victor Francisco<br />

Gonçalves<br />

[farmacêutico]<br />

Agostinho <strong>de</strong><br />

Araújo Jorge<br />

Caio Otávio<br />

Ferreira <strong>de</strong> Moura*<br />

Domingos Martins<br />

Pereira Monteiro<br />

[farmacêutico]<br />

Ernesto Pereira<br />

Teixeira<br />

Registro <strong>de</strong><br />

Diploma:<br />

AP ou AD<br />

Livro 7 fl.<br />

146 - AP<br />

Livro 6 fl.<br />

166 - AP<br />

Livro 6 fl. 58<br />

- AD<br />

Livro 6 fl. 83<br />

- AP<br />

Livro 6 fl. 98<br />

- AD<br />

Livro 6 fl. 13<br />

- AD<br />

Livro 6 fl.<br />

130 - AP<br />

Formatura<br />

1903<br />

1900<br />

1898<br />

1899<br />

1899<br />

1897<br />

1900<br />

Título da<br />

Tese<br />

Das estruturas<br />

intestinaes<br />

A<br />

conservação<br />

<strong>do</strong>s gran<strong>de</strong>s<br />

traumatismos<br />

<strong>do</strong>s m<strong>em</strong>bros<br />

Contribuição<br />

ao estu<strong>do</strong> da<br />

água potável<br />

Do hímen no<br />

<strong>de</strong>florameno<br />

Analyse das<br />

águas<br />

potáveis sob o<br />

ponto <strong>de</strong> vista<br />

chlinico,<br />

bacteriológico<br />

e hygienico<br />

Operação<br />

Cesariana<br />

281 Tabela elaborada por Alexan<strong>de</strong>r Magnus Silva Pinheiro. Última atualização <strong>em</strong> 04/07/2008.<br />

Código da<br />

Tese<br />

100 – C<br />

098 – E<br />

099 – D<br />

097 – D<br />

100 – D /<br />

100 – F<br />

Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

orig<strong>em</strong><br />

BA<br />

PE<br />

BA<br />

PE<br />

BA<br />

PE<br />

BA<br />

Turma<br />

enviada a<br />

guerra<br />

1ª<br />

27/07/1897<br />

1ª<br />

1ª<br />

1ª<br />

2ª<br />

3/08/1897<br />

2ª<br />

2ª<br />

Atuação<br />

Monte Santo<br />

Monte Santo<br />

e Canu<strong>do</strong>s<br />

Monte Santo<br />

Queimadas e<br />

Monte Santo<br />

Queimadas<br />

Queimadas e<br />

Monte Santo<br />

Queimadas,<br />

Monte Santo<br />

e Canu<strong>do</strong>s<br />

Mãe<br />

Cândida<br />

Augusta<br />

Nogueira<br />

Gonçalves<br />

Pai<br />

Francisco<br />

Martins<br />

Horca<strong>de</strong>s<br />

Manoel <strong>de</strong><br />

Cunha<br />

Oliveira<br />

Joaquim<br />

Francisco<br />

Gonçalves<br />

Silvério<br />

Fernan<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> Araújo<br />

Jorge Filho<br />

Consº. João<br />

Ferreira <strong>de</strong><br />

Moura<br />

Domingos<br />

Martins<br />

Pereira<br />

Monteiro<br />

Capitão<br />

Henrique<br />

Pereira<br />

Teixeira


Nº<br />

8<br />

9<br />

10<br />

11<br />

12<br />

13<br />

14<br />

15<br />

Nome<br />

Emilio <strong>de</strong> Castro<br />

Britto*<br />

Francisco Xavier <strong>de</strong><br />

Oliveira<br />

Fausto <strong>de</strong> Araújo<br />

Gallo<br />

Jerônimo Fernan<strong>de</strong>s<br />

Gesteria<br />

Josefino Moreira <strong>de</strong><br />

Castro<br />

João <strong>de</strong> Souza<br />

Pondé<br />

Joaquim José<br />

Xavier<br />

Miguel <strong>de</strong> Lima<br />

Men<strong>de</strong>s<br />

Registro <strong>de</strong><br />

Diploma:<br />

AP ou AD<br />

Livro 6 fl.<br />

135 - AP<br />

Livro 6 fl. 89<br />

- AP<br />

Livro 6 fl. 88<br />

- AD<br />

Livro 18 fl.<br />

126<br />

Livro 6 fl.<br />

128 - AD<br />

Livro 6 fl.<br />

130 - AP<br />

Formatura<br />

1899<br />

1899<br />

1899<br />

1900<br />

1897<br />

1900<br />

1899<br />

Título da<br />

Tese<br />

Tratamento <strong>do</strong><br />

Mal <strong>de</strong> Pott<br />

Albuminura e<br />

seo valor<br />

chlinico<br />

(breves<br />

consi<strong>de</strong>rações)<br />

Mo<strong>do</strong>s da<br />

administração<br />

<strong>do</strong> Creosoto <strong>de</strong><br />

Paia na<br />

Tuberculose<br />

Pulmonar<br />

ISCHIO-<br />

PUBIOTOMIA<br />

Ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong><br />

Clinica<br />

Dermatológica e<br />

Syphiligraphica<br />

Defesa e<br />

reparação <strong>do</strong><br />

períneo no<br />

puerpério<br />

Fracturas da<br />

clavícula e seu<br />

tratamento<br />

Código da<br />

Tese<br />

099 – E<br />

0202<br />

100 – G<br />

097-E<br />

100<br />

099 – A<br />

Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

orig<strong>em</strong><br />

BA<br />

BA<br />

BA<br />

BA<br />

BA<br />

BA<br />

BA<br />

Turma<br />

enviada a<br />

guerra<br />

2ª<br />

2ª<br />

2ª<br />

2ª<br />

2ª<br />

2ª<br />

1ª<br />

Atuação<br />

Queimadas<br />

Queimadas,<br />

Monte Santo<br />

e Canu<strong>do</strong>s<br />

Queimadas e<br />

Monte Santo<br />

Queimadas,<br />

Monte Santo<br />

e Canu<strong>do</strong>s<br />

Queimadas,<br />

Monte Santo<br />

e Canu<strong>do</strong>s<br />

Queimadas,<br />

Monte Santo<br />

e Canu<strong>do</strong>s<br />

Queimadas,<br />

Monte Santo<br />

e Canu<strong>do</strong>s<br />

Mãe<br />

D. Maria<br />

Herminda<br />

<strong>de</strong> Castro<br />

Britto<br />

Pai<br />

Estanislau<br />

Emilio <strong>de</strong><br />

Britto<br />

João<br />

Xavier <strong>de</strong><br />

Oliveira<br />

Crysogno<br />

José<br />

Fernan<strong>de</strong>s<br />

Faustino <strong>de</strong><br />

Souza<br />

Pondé<br />

José<br />

Candi<strong>do</strong><br />

Xavier


Nº<br />

16<br />

17<br />

18<br />

19<br />

20<br />

21<br />

22<br />

23<br />

Nome<br />

Pedro <strong>de</strong> Barros<br />

Albernaz<br />

Virgilio <strong>do</strong> Rego<br />

Motta<br />

Antonio Nicanor<br />

Martins Barbosa<br />

Christiano Selmann<br />

Jr*<br />

Eduar<strong>do</strong> Britto<br />

Tranquilino Hugo<br />

<strong>de</strong> Carvalho<br />

Francisco<br />

Cavalcanti<br />

Mangabeira<br />

Hebreliano<br />

Maurício Wan<strong>de</strong>rlei<br />

Registro <strong>de</strong><br />

Diploma:<br />

AP ou AD<br />

Livro 6 fl. 65<br />

- AP<br />

Livro 6 fl.<br />

130 - AD<br />

Livro 6 fl. 18<br />

- AP<br />

Livro 6 fl. 12<br />

- AD<br />

Livro 6 fl. 15<br />

- AP<br />

Livro 6 fl. 15<br />

- AP<br />

Livro 7 fl.<br />

172<br />

Formatura<br />

1898<br />

1897<br />

1897<br />

1897<br />

1897<br />

1897<br />

1900<br />

1909<br />

Título da<br />

Tese<br />

Primeira<br />

Infância –<br />

Hygiene e<br />

aleitamento<br />

Omphaloceles –<br />

sua cura<br />

operatória<br />

Breve<br />

consi<strong>de</strong>rações<br />

sobre as<br />

epi<strong>de</strong>mias<br />

Qual o<br />

tratamento<br />

cirúrgico mais<br />

racional da<br />

Hypermetrophia<br />

da próstata<br />

Hypo<strong>em</strong>ia<br />

Intertropical<br />

Contribuição<br />

para o estu<strong>do</strong> da<br />

spina ventosa<br />

Impedimentos<br />

<strong>de</strong> casamento<br />

relativo ao<br />

parentesco<br />

Infecções <strong>de</strong><br />

orig<strong>em</strong> cutânea<br />

nas creanças<br />

Código da<br />

Tese<br />

098 – E<br />

097 – D<br />

097 – C<br />

097 – E<br />

097 – E<br />

097 – E<br />

100 – G<br />

109 – G<br />

Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

orig<strong>em</strong><br />

BA<br />

PE<br />

BA<br />

BA<br />

BA<br />

PE<br />

BA<br />

RJ<br />

Turma<br />

enviada a<br />

guerra<br />

2ª<br />

2ª<br />

2ª<br />

2ª<br />

2ª<br />

2ª<br />

1ª<br />

1ª<br />

Atuação<br />

Queimadas,<br />

Monte Santo<br />

e Canu<strong>do</strong>s<br />

Queimadas e<br />

Monte Santo<br />

Queimadas<br />

Queimadas<br />

Queimadas<br />

Queimadas<br />

Queimadas,<br />

Monte Santo<br />

e Canu<strong>do</strong>s<br />

Queimadas e<br />

Monte Santo<br />

Mãe<br />

Pai<br />

Paulo<br />

Garcia<br />

Albernaz<br />

Miguel<br />

José da<br />

Motta<br />

Coronel<br />

Antonio<br />

Martins<br />

Barbosa<br />

Christiano<br />

Selmann<br />

Francisco<br />

<strong>de</strong> Oliveira<br />

Capitão<br />

Theo<strong>do</strong>ro<br />

Mauricio<br />

Wan<strong>de</strong>rlei


Nº<br />

24<br />

25<br />

26<br />

27<br />

28<br />

29<br />

30<br />

Nome<br />

Sebastião Ivo<br />

Soares*<br />

José Cor<strong>de</strong>iro <strong>do</strong>s<br />

Santos<br />

Filho[farmacêutico]<br />

A<strong>do</strong>lpho Vianna<br />

[farmacêutico]<br />

Virgílio <strong>de</strong> Aquino<br />

Braga<br />

Theotonio Martins<br />

<strong>de</strong> Almeida<br />

Antonio Bonfim <strong>de</strong><br />

Andra<strong>de</strong> 282<br />

Aristarco Dantas 283<br />

Registro<br />

<strong>de</strong><br />

Diploma:<br />

AP ou AD<br />

Livro 6 fl.<br />

127 - AP<br />

Livro 7 fl. 3<br />

- AP<br />

Livro 6 fl.<br />

30<br />

Livro 6 fl<br />

170 - AP<br />

Livro 6 fl.<br />

86 - AD<br />

Livro 6 fl.<br />

27<br />

Livro 6 fl.<br />

116 - AD<br />

Formatura<br />

1900<br />

1902<br />

1898<br />

1898<br />

1899<br />

1902<br />

1900<br />

Título da Tese<br />

Tracheometria –<br />

suas indicações e<br />

acci<strong>de</strong>ntes<br />

Da radiodiagnose<br />

no<br />

processo<br />

qhymico<br />

Hygiene <strong>do</strong>s<br />

hospitaes<br />

Da observação<br />

sobre os reflexos<br />

puppilar e córneo<br />

durante a<br />

chloroformização<br />

Protargol<br />

Moléstia <strong>de</strong><br />

Banti<br />

Cirurgia<br />

Cholecystica<br />

Código da<br />

Tese<br />

100 – E<br />

102 – F<br />

098 – E<br />

098 – E<br />

099 – E<br />

102 – J<br />

099 – A<br />

Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

orig<strong>em</strong><br />

PA<br />

PE<br />

BA<br />

AL<br />

BA<br />

BA<br />

BA<br />

Turma<br />

enviada a<br />

guerra<br />

1ª<br />

1ª<br />

1ª<br />

1ª<br />

1ª<br />

1ª<br />

1ª<br />

Atuação<br />

Queimadas e<br />

Monte Santo<br />

Queimadas,<br />

Monte Santo<br />

e Canu<strong>do</strong>s<br />

Queimadas,<br />

Monte Santo<br />

e Canu<strong>do</strong>s<br />

Queimadas,<br />

Monte Santo<br />

e Canu<strong>do</strong>s<br />

Queimadas e<br />

Monte Santo<br />

Queimadas,<br />

Monte Santo<br />

e Canu<strong>do</strong>s<br />

Queimadas,<br />

Monte Santo<br />

e Canu<strong>do</strong>s<br />

Mãe<br />

D.<br />

Marcolina<br />

Vianna<br />

D.<br />

Francelina<br />

<strong>de</strong> Aquino<br />

Braga<br />

D.<br />

Leonilda<br />

<strong>de</strong><br />

Almeida<br />

Pai<br />

A<strong>do</strong>lpho<br />

Soares<br />

Capitão José<br />

Cor<strong>de</strong>iro <strong>do</strong>s<br />

Santos<br />

Dr. A<strong>do</strong>lpho<br />

Vianna<br />

José Francisco<br />

da Silva<br />

Braga<br />

[farmacêutico]<br />

Bellarmino<br />

Soares <strong>de</strong><br />

Andra<strong>de</strong><br />

Dr. Teodósio<br />

Souza Dantas<br />

282 Formou-se <strong>em</strong> Farmácia após <strong>do</strong>is anos <strong>de</strong> suspensão.<br />

283 Seu pai atuou nas enfermarias da Guerra <strong>do</strong> Paraguai. In: BARREIRA, Américo. Alagoinhas e seu município – notas e apontamentos para o futuro. Editor André Costa. Typographia d’o<br />

Popular, - Alagoinhas. 1902. !902. p.41.


Nº<br />

31<br />

32<br />

33<br />

34<br />

35<br />

36<br />

37<br />

Nome<br />

Benício Rodrigues<br />

Chaves<br />

Cícero <strong>de</strong> Barros<br />

Correa<br />

Theofilo <strong>de</strong><br />

Holanda Cavalcanti<br />

Vital Car<strong>do</strong>so <strong>do</strong><br />

Rego<br />

Augusto Couto<br />

Maia<br />

Clo<strong>do</strong>reu Lins<br />

Coelho Paz<br />

Joaquim David<br />

Ferreira Lima<br />

Registro<br />

<strong>de</strong><br />

Diploma:<br />

AP ou AD<br />

Livro 6 fl.<br />

14 - AP<br />

Livro 6 fl.<br />

93 - AD<br />

Livro 6 fl.<br />

60 - AD<br />

Livro 9 fl.<br />

54<br />

Livro 6 fl.<br />

52 - AD<br />

Formatura<br />

1897<br />

1900<br />

1897<br />

1898<br />

1898<br />

1898<br />

Título da Tese<br />

Bacia obliqua<br />

ovalar, seus<br />

principais<br />

caracteres<br />

Relações da<br />

activida<strong>de</strong><br />

intelectual com a<br />

composição da<br />

urina<br />

Consi<strong>de</strong>rações<br />

sobre as<br />

polynevrites<br />

encaradas a luz<br />

da mo<strong>de</strong>rna<br />

concepção <strong>do</strong><br />

syst<strong>em</strong>a nervoso<br />

Breves<br />

consi<strong>de</strong>rações<br />

sobre a<br />

hydrophobia<br />

rabica<br />

Do cancro da<br />

pella e seu<br />

tratamento<br />

Código da<br />

Tese<br />

097 – E<br />

097 – B /<br />

097 – C<br />

098 – A<br />

098 – E<br />

098 – C<br />

Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

orig<strong>em</strong><br />

PA<br />

PE<br />

BA<br />

BA<br />

AL<br />

BA<br />

Turma<br />

enviada a<br />

guerra<br />

1ª<br />

1ª<br />

1ª<br />

---<br />

---<br />

---<br />

---<br />

Atuação<br />

Queimadas e<br />

Monte Santo<br />

Queimadas e<br />

Monte Santo<br />

Monte Santo<br />

FMB –<br />

Wirchow<br />

FMB –<br />

Wirchow<br />

FMB –<br />

Wirchow<br />

FMB –<br />

Wirchow<br />

Mãe<br />

D.<br />

Marianna<br />

Pinheiro<br />

Chaves<br />

D.<br />

Escolastia<br />

Maria <strong>do</strong>s<br />

Anjos<br />

D. Maria<br />

Calheiros<br />

Lins<br />

Coelho<br />

Pai<br />

Major<br />

Augusto<br />

Rodrigues<br />

Chaves<br />

Dr. Augusto<br />

Freire Maia<br />

Bittencourt<br />

Francisco<br />

Coelho Paz<br />

David Ferreira<br />

Lima


Nº<br />

38<br />

39<br />

40<br />

41<br />

42<br />

43<br />

44<br />

45<br />

46<br />

Nome<br />

Herculano José<br />

Rodriguez Pinheiro<br />

Netto<br />

Antonio Pereira da<br />

Silva Moacyr<br />

Joaquim Augusto<br />

Tanajura<br />

Venâncio Castro<br />

Olimpio Américo<br />

<strong>de</strong> Lélis Ferreira<br />

Gustavo Eduar<strong>do</strong><br />

Hasselmann<br />

Olinto <strong>de</strong> Abreu e<br />

Silva<br />

Joaquim Pedro<br />

Rosas<br />

Raul Januário<br />

Car<strong>do</strong>so da Costa<br />

Registro<br />

<strong>de</strong><br />

Diploma:<br />

AP ou AD<br />

Livro 6 fl.<br />

91 - AD<br />

Livro 6 fl.<br />

122 - AD<br />

Livro 7 fl.<br />

88 - AD<br />

Livro 7 fl.<br />

69 - AP<br />

Livro 6 fl.<br />

159 - AD<br />

Livro 6 fl.<br />

91 - AP<br />

Livro 6 fl.<br />

17 - AD<br />

Formatura<br />

1899<br />

1900<br />

1900<br />

1900<br />

1902<br />

1899<br />

1897<br />

284 Dedicada ao químico al<strong>em</strong>ão Friedrich August Kekulé (1829 – 1896).<br />

Título da Tese<br />

Ortho<strong>do</strong>ntia ou<br />

tratamento das<br />

caries <strong>de</strong>ntarias<br />

Ulcera infectuosa<br />

e seu tratamento<br />

Letalida<strong>de</strong><br />

infantil e suas<br />

causas<br />

Das pneumonias<br />

profissionais ou<br />

[ilegível]<br />

Um novo<br />

material <strong>de</strong><br />

ligadura<br />

Do mecanismo<br />

<strong>do</strong> parto nas<br />

operações <strong>do</strong> feto<br />

Sarna e<br />

manifestação<br />

para-sarnosa<br />

Código da<br />

Tese<br />

100 – F<br />

100 – D<br />

102 – E<br />

097 – E<br />

Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

orig<strong>em</strong><br />

PE<br />

BA<br />

BA<br />

MG<br />

BA<br />

MG<br />

BA<br />

Turma<br />

enviada a<br />

guerra<br />

---<br />

---<br />

---<br />

---<br />

---<br />

---<br />

---<br />

---<br />

---<br />

Atuação<br />

FMB –<br />

Wirchow<br />

FMB –<br />

Wirchow<br />

FMB –<br />

Wirchow<br />

FMB –<br />

Wirchow<br />

FMB –<br />

Wirchow<br />

FMB –<br />

Wirchow<br />

FMB –<br />

Wirchow<br />

FMB –<br />

Wirchow<br />

Mosteiro <strong>de</strong><br />

São Bento –<br />

Kekulé 284<br />

Mãe<br />

D. Maria<br />

José<br />

Car<strong>do</strong>so<br />

Costa<br />

Pai<br />

IIº Tenente da<br />

Armada<br />

Francisco<br />

Xavier<br />

Rodriguez<br />

João Pereira<br />

da Silva<br />

José <strong>de</strong><br />

Aquino<br />

Tanajura<br />

Capitão<br />

Camillo <strong>de</strong><br />

Lellis Ferreira<br />

Gustavo<br />

Américo<br />

Hasselmann<br />

Antonio José<br />

Rosas<br />

Dr. Herique<br />

<strong>de</strong> Almeida<br />

Costa


Nº<br />

47<br />

48<br />

49<br />

50<br />

51<br />

52<br />

53<br />

54<br />

Nome<br />

Manoel Dias<br />

Pereira Filho<br />

Antonio Gonçalves<br />

Moreira<br />

Pedro Bento<br />

Urbano Martins<br />

João Ribeiro <strong>de</strong><br />

Souza Vianna<br />

João Joaquim<br />

Ferreira Gírio<br />

Luiz Eucli<strong>de</strong>s<br />

Campos<br />

José <strong>de</strong> Olympio <strong>de</strong><br />

Azeve<strong>do</strong> Filho<br />

Pedro Emilio<br />

Gomes da Silva<br />

Registro<br />

<strong>de</strong><br />

Diploma:<br />

AP ou AD<br />

Livro 6 fl.<br />

170 - AP<br />

Livro 6 fl.<br />

160 - AP<br />

Livro 6 fl.<br />

235 - AD<br />

Livro 6 fl.<br />

39 - AD<br />

Livro 6 fl.<br />

132 - AD<br />

Formatura<br />

1900<br />

1900<br />

1903<br />

1897<br />

1897<br />

1899<br />

Título da Tese<br />

Estu<strong>do</strong> chlinico<br />

<strong>do</strong> Herpes-Zoster<br />

A carne – estu<strong>do</strong><br />

crítico<br />

Quinina e<br />

Cayaponia no<br />

paludismo<br />

Spina Bifida<br />

Breves<br />

consi<strong>de</strong>rações<br />

sobre as<br />

cardiopathias<br />

congênitas na<br />

infância<br />

Telepathia<br />

Código da<br />

Tese<br />

100 – E<br />

100 – B<br />

103 – H<br />

097 – E<br />

097 – B<br />

099 – E<br />

Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

orig<strong>em</strong><br />

BA<br />

MG<br />

PE<br />

BA<br />

BA<br />

Turma<br />

enviada a<br />

guerra<br />

---<br />

---<br />

---<br />

---<br />

---<br />

---<br />

---<br />

Atuação<br />

Mosteiro <strong>de</strong><br />

São Bento –<br />

Kekulé<br />

Mosteiro <strong>de</strong><br />

São Bento –<br />

Kekulé<br />

Mosteiro <strong>de</strong><br />

São Bento –<br />

Kekulé<br />

Mosteiro <strong>de</strong><br />

São Bento –<br />

Kekulé<br />

Mosteiro <strong>de</strong><br />

São Bento –<br />

Kekulé<br />

Mosteiro <strong>de</strong><br />

São Bento –<br />

Kekulé<br />

Mosteiro <strong>de</strong><br />

São Bento –<br />

Kekulé<br />

Mosteiro <strong>de</strong><br />

São Bento –<br />

Kekulé<br />

Mãe<br />

D. Maria<br />

Conceição<br />

Ferreira<br />

Girio<br />

D. Emilia<br />

Augusta<br />

Carigé<br />

Gomes<br />

Pai<br />

Manoel Dias<br />

Pereira<br />

[farmacêutico]<br />

Joaquim<br />

Gonçalves<br />

Pereira<br />

José Ribeiro<br />

da Fonseca<br />

Vianna<br />

Antonio da<br />

Silva Girio<br />

José Olympio<br />

<strong>de</strong> Azeve<strong>do</strong><br />

[vice-diretor<br />

da FMB]<br />

Augusto<br />

Pedro Gomes<br />

da Silva


Nº<br />

55<br />

56<br />

57<br />

58<br />

59<br />

60<br />

61<br />

Nome<br />

Alfre<strong>do</strong> <strong>de</strong> Barros<br />

Loureiro Brandão<br />

Manoel<br />

Alexandrino da<br />

Rocha<br />

Adriano Rodrigues<br />

Vianna<br />

Alexandre <strong>de</strong><br />

Carvalho Drumond<br />

Manoel Brandão<br />

Oscar Pereira <strong>de</strong><br />

Carvalho<br />

José Eduar<strong>do</strong> Freire<br />

<strong>de</strong> Carvalho<br />

Registro<br />

<strong>de</strong><br />

Diploma:<br />

AP ou AD<br />

Livro 6 fl.<br />

171 - AD<br />

Livro 6 fl.<br />

22 - AP<br />

Livro 12 fl.<br />

73 - AP<br />

Livro 6 fl.<br />

84 - AD<br />

Formatura<br />

1902<br />

1897<br />

1902<br />

1902<br />

1899<br />

Título da Tese<br />

Tabagismo<br />

Forma aguda da<br />

otite média <strong>do</strong>s<br />

esclerosos<br />

Etio-pathogenia<br />

e prophilaxia da<br />

here<strong>do</strong>-syfilis<br />

Analgesia<br />

cirúrgica por<br />

meio das<br />

injeções subarachnoi<strong>de</strong>anas<br />

com bases <strong>de</strong><br />

cocaína<br />

Estu<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

ziziphus joazeiro<br />

<strong>em</strong> suas<br />

applicações na<br />

medicina<br />

Código da<br />

Tese<br />

102 – E /<br />

102 – J<br />

097 – D<br />

102 – E<br />

102 – I<br />

099 – A<br />

Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

orig<strong>em</strong><br />

AL<br />

BA<br />

AL<br />

AL<br />

BA<br />

Turma<br />

enviada a<br />

guerra<br />

---<br />

---<br />

---<br />

---<br />

---<br />

Atuação<br />

Mosteiro <strong>de</strong><br />

São Bento –<br />

Kekulé<br />

Mosteiro <strong>de</strong><br />

São Bento –<br />

Kekulé<br />

Mosteiro <strong>de</strong><br />

São Bento –<br />

Kekulé<br />

Mosteiro <strong>de</strong><br />

São Bento –<br />

Kekulé<br />

Mosteiro <strong>de</strong><br />

São Bento –<br />

Kekulé<br />

Mosteiro <strong>de</strong><br />

São Bento –<br />

Kekulé<br />

Mosteiro <strong>de</strong><br />

São Bento –<br />

Kekulé<br />

Mãe<br />

Pai<br />

Teotônio<br />

Torquato<br />

Brandão<br />

Bernardino da<br />

Costa<br />

Rodrigues<br />

Vianna<br />

Teotônio<br />

Torquato<br />

Brandão<br />

Dr. José<br />

Eduar<strong>do</strong><br />

Freire <strong>de</strong><br />

Carvalho<br />

Filho


Nº<br />

62<br />

63<br />

64<br />

65<br />

66<br />

67<br />

68<br />

69<br />

Nome<br />

Pedro Calixto <strong>de</strong><br />

Mello<br />

Alci<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Britto<br />

Torres<br />

Oscar Freire <strong>de</strong><br />

Carvalho<br />

José Novais<br />

Álvaro Ribeiro<br />

Alfre<strong>do</strong> Octaviano<br />

Dantas<br />

Teo<strong>do</strong>ro Mace<strong>do</strong><br />

José Penalva <strong>de</strong><br />

Faria<br />

Registro<br />

<strong>de</strong><br />

Diploma:<br />

AP ou AD<br />

Livro 6 fl.<br />

154 - AD<br />

Livro 6 fl.<br />

180 - AP<br />

Livro 7 fl.<br />

133 - AD<br />

Livro 6 fl.<br />

200 - AD<br />

Livro 6 fl.<br />

244 - AD<br />

Livro 6 fl.<br />

61 - AP<br />

Formatura<br />

1902<br />

1902<br />

1902<br />

1902<br />

1903<br />

1899<br />

Título da Tese<br />

Estu<strong>do</strong> sobre a<br />

etio-pathogenia e<br />

o tratamento da<br />

ophtalmasia<br />

sympathica<br />

Feridas por<br />

projectis e seu<br />

tratamento <strong>em</strong><br />

Campanha<br />

Etiologia das<br />

formas concretas<br />

da religiosida<strong>de</strong><br />

no norte <strong>do</strong><br />

Brasil<br />

Pelvi-Rachitismo<br />

Estu<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

Trachoma e seu<br />

tratamento<br />

O Sulfonal é um<br />

medicamento<br />

innocuo<br />

Código da<br />

Tese<br />

102 – P<br />

102 – H<br />

102 – B<br />

103 – G<br />

099 – C<br />

Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

orig<strong>em</strong><br />

BA<br />

BA<br />

BA<br />

BA<br />

BA<br />

BA<br />

Turma<br />

enviada a<br />

guerra<br />

---<br />

---<br />

---<br />

---<br />

---<br />

---<br />

---<br />

Atuação<br />

Mosteiro <strong>de</strong><br />

São Bento –<br />

Kekulé<br />

Mosteiro <strong>de</strong><br />

São Bento –<br />

Kekulé<br />

Mosteiro <strong>de</strong><br />

São Bento –<br />

Kekulé<br />

Mosteiro <strong>de</strong><br />

São Bento –<br />

Kekulé<br />

Mosteiro <strong>de</strong><br />

São Bento –<br />

Kekulé<br />

Mosteiro <strong>de</strong><br />

São Bento –<br />

Kekulé<br />

Mosteiro <strong>de</strong><br />

São Bento –<br />

Kekulé<br />

Mosteiro <strong>de</strong><br />

São Bento –<br />

Kekulé<br />

Mãe<br />

Pai<br />

Calixto José<br />

<strong>de</strong> Mello<br />

Dr. João<br />

Nepomuceno<br />

Torres<br />

Dr. Manoel<br />

Freire <strong>de</strong><br />

Carvalho<br />

Tenente<br />

Almin<br />

Leandro da<br />

Silva Ribeiro<br />

Capitão<br />

Francisco<br />

Barreto<br />

Dantas<br />

Benício<br />

Penalva <strong>de</strong><br />

Faria


Nº<br />

70<br />

71<br />

72<br />

73<br />

74<br />

75<br />

76<br />

Nome<br />

Deo<strong>do</strong>ro Álvares<br />

Soares<br />

Eduar<strong>do</strong> Albertazzi<br />

Diniz Gonçalves<br />

Francisco Xavier <strong>de</strong><br />

Carvalho Júnior<br />

Climério Ribeiro<br />

Guimarães<br />

Arthur Novis<br />

Carlos Antonio<br />

Pitombo<br />

Joviniano Alves da<br />

Costa<br />

Registro<br />

<strong>de</strong><br />

Diploma:<br />

AP ou AD<br />

Livro 7 fl.<br />

83 - AD<br />

Livro 7 fl.<br />

144 - AD<br />

Livro 7 fl.<br />

144 - AD<br />

Livro 6 fl.<br />

117 - AP<br />

Livro 6 fl.<br />

140 - AD<br />

Livro 6 fl.<br />

39 - AP<br />

Formatura<br />

1899<br />

1902<br />

1902<br />

1906<br />

1900<br />

1900<br />

1897<br />

Título da Tese<br />

Alguns traços <strong>de</strong><br />

nossa população<br />

sob o ponto <strong>de</strong><br />

vista hygienico e<br />

evolucionista<br />

Das feridas<br />

penetrantes <strong>do</strong><br />

útero grávi<strong>do</strong> e<br />

seu tratamento<br />

Da operação <strong>de</strong><br />

Wladimiroff –<br />

Mikulicz<br />

Consi<strong>de</strong>rações<br />

hygienicas<br />

relativas ao<br />

trabalho<br />

Estigmas da<br />

syphilis<br />

hereditária tardia<br />

Apreciações<br />

acerca <strong>do</strong>s<br />

exercícios<br />

phisicos nos<br />

internatos e sua<br />

importância<br />

prophylatica<br />

Dystolia materna<br />

e seu tratamento<br />

Código da<br />

Tese<br />

099 – E<br />

102 – L<br />

106 – E<br />

100 – A<br />

099 – E<br />

097 – B<br />

Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

orig<strong>em</strong><br />

BA<br />

BA<br />

MA<br />

BA<br />

MT<br />

BA<br />

BA<br />

Turma<br />

enviada a<br />

guerra<br />

---<br />

---<br />

---<br />

---<br />

---<br />

---<br />

---<br />

Atuação<br />

Mosteiro <strong>de</strong><br />

São Bento –<br />

Kekulé<br />

Mosteiro <strong>de</strong><br />

São Bento –<br />

Kekulé<br />

Mosteiro <strong>de</strong><br />

São Bento –<br />

Kekulé<br />

Mosteiro <strong>de</strong><br />

São Bento –<br />

Kekulé<br />

Mosteiro <strong>de</strong><br />

São Bento –<br />

Kekulé<br />

Forte <strong>de</strong><br />

Jequitaia –<br />

Hebra<br />

Forte <strong>de</strong><br />

Jequitaia –<br />

Hebra<br />

Mãe<br />

D.<br />

Joaquina<br />

Mame<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Araújo<br />

Soares<br />

D. Joanna<br />

Maria da<br />

Cruz <strong>de</strong><br />

Jesus<br />

Pai<br />

Álvaro<br />

Ernestino<br />

Soares<br />

Ernesto Diniz<br />

Gonçalves<br />

[farmacêutico]<br />

Francisco<br />

Xavier <strong>de</strong><br />

Carvalho<br />

José<br />

Almachio<br />

Ribeiro<br />

Guimarães<br />

Dr. Augusto<br />

Novis<br />

Dr. Carlos<br />

Antonio <strong>de</strong><br />

Jesus<br />

Antonio Alves<br />

<strong>de</strong> Souza


Nº<br />

77<br />

78<br />

79<br />

80<br />

81<br />

Nome<br />

Adriano Araújo<br />

Jorge Filho<br />

Eustachio Daniel <strong>de</strong><br />

Carvalho<br />

José Mariano da<br />

Rocha<br />

Antonio Ayres <strong>de</strong><br />

Almeida Freitas<br />

José da Silva Neves<br />

Manta<br />

Registro<br />

<strong>de</strong><br />

Diploma:<br />

AP ou AD<br />

Formatura<br />

1900<br />

1900<br />

1898<br />

1899<br />

1899<br />

Título da Tese<br />

Alcoolismo e<br />

involução –<br />

Repressão e<br />

prophylaxia <strong>do</strong><br />

alcoolismo<br />

(Hygiene social)<br />

Estu<strong>do</strong><br />

physiologico <strong>do</strong><br />

sonho<br />

Tratamento da<br />

Melancolia<br />

Da<br />

arthrosyphilose<br />

constitucional<br />

Etiologia e<br />

tratamento da<br />

chlorose<br />

Código da<br />

Tese<br />

100 – A<br />

100 – A<br />

098 – C<br />

098 – C<br />

098 – H<br />

Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

orig<strong>em</strong><br />

AL<br />

Parahyba <strong>do</strong><br />

Norte<br />

RS<br />

BA<br />

PE<br />

Turma<br />

enviada a<br />

guerra<br />

---<br />

Atuação<br />

Salva<strong>do</strong>r<br />

[tese não<br />

menciona a<br />

enfermaria]<br />

Salva<strong>do</strong>r<br />

[tese não<br />

menciona a<br />

enfermaria]<br />

Salva<strong>do</strong>r<br />

[tese não<br />

menciona a<br />

enfermaria]<br />

Mãe<br />

Pai<br />

Caetano<br />

Daniel <strong>de</strong><br />

Carvalho<br />

Salva<strong>do</strong>r<br />

Ayres <strong>de</strong><br />

Almeida<br />

Freitas<br />

Joviniano<br />

Manta


BIBLIOGRAFIA<br />

HORCADES, Alvim Martins. Descrição <strong>de</strong> uma viag<strong>em</strong> a Canu<strong>do</strong>s.<br />

EDUFBA: Salva<strong>do</strong>r, 1996.<br />

OLIVEIRA, Eduar<strong>do</strong> <strong>de</strong> Sá. M<strong>em</strong>ória Histórica da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da<br />

Bahia – Concernente ao ano <strong>de</strong> 1942. EDUFBA, 1992.<br />

OLIVEIRA, Francisco Xavier. R<strong>em</strong>iniscências da Guerra <strong>de</strong> Canu<strong>do</strong>s. In:<br />

Revista <strong>do</strong> Instituto Geográfico e Histórico da Bahia. N. 68 [1942] e n. 69<br />

[1943]. UFBA – CEB / Núcleo Sertão<br />

ÍNDICE GERAL DOS GRADUADOS – 1820 a 1936. Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Medicina da Bahia, localizada na Pça. XV <strong>de</strong> nov<strong>em</strong>bro, s/n. Terreiro <strong>de</strong> Jesus<br />

(Centro Histórico) – Salva<strong>do</strong>r / Bahia / Brasil. CEP 40.026.010<br />

REGISTRO DE DIPLOMAS (1890-1897) – Livro 5, REGISTRO DE<br />

DIPLOMAS (1897-1904) – Livro 6, REGISTRO DE DIPLOMAS (1903-<br />

1908) – Livro 7. Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Bahia, localizada na Pça. XV <strong>de</strong><br />

nov<strong>em</strong>bro, s/n. Terreiro <strong>de</strong> Jesus (Centro Histórico) – Salva<strong>do</strong>r / Bahia / Brasil.<br />

CEP 40.026.010<br />

- os acadêmicos <strong>de</strong> farmácia não eram obriga<strong>do</strong>s a apresentar tese para concluir<br />

o curso: Antonio Romão Cavalcanti, Antonio Epaminondas <strong>de</strong> Gouvêa, Pio Artur <strong>de</strong><br />

Souza, Carlos Cavalcanti Mangabeira, João Sabino <strong>de</strong> Lima Pinho Filho, Adriano <strong>de</strong><br />

Magalhães Fontoura, Francisco Eduar<strong>do</strong> Cox, Akilles <strong>de</strong> Farias Lisboa, Cezar<br />

Francisco Gonçalves, Álvaro Guimarães Maia, Aurélio Ferreira Caldas, Pru<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />

Oliveira Cunha e Pedro Emílio Cerqueira <strong>de</strong> Lima.<br />

- estes acadêmicos cita<strong>do</strong>s por Francisco Xavier <strong>de</strong> Oliveira: Benjamim Coelho,<br />

Bento Galvão, Alfre<strong>do</strong> Teixeira, Lopes Pontes, Paulo Martins e Arthur Janson, que<br />

atuaram <strong>em</strong> Salva<strong>do</strong>r, seus nomes não estão no Índice Geral <strong>do</strong>s Gradua<strong>do</strong>s.<br />

Lista atualizada <strong>em</strong> 18/05/2008.<br />

AP = Aprova<strong>do</strong> Plenamente e AD = Aprova<strong>do</strong> com distinção<br />

* Cita<strong>do</strong> no PIEDADE, Lélis (Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r). Histórico e Relatório <strong>do</strong> Comitê<br />

Patriótico da Bahia (1897 – 1901). 2ª edição organiza por Antônio Olavo.<br />

Portfolium Editora. Salva<strong>do</strong>r – Bahia, 2002.


GLOSSÁRIO DE ALGUMAS DOENÇAS 285<br />

Bronchite – assim se chama a inflammação da<br />

m<strong>em</strong>brana que cobre os bronchios; vulgarmente se dá<br />

a esta molestia o nome <strong>de</strong> catarrho pulmonar. p. 235.<br />

_____________________________________<br />

Coqueluche – dá-se esse nome a uma tosse violenta e<br />

convulsiva que torna a aparecer com intervalos mais<br />

ou menos longos, e que consiste <strong>em</strong> muitas expirações<br />

sucessivas, seguidas <strong>de</strong> uma inspiração sonora.<br />

Causas: nada t<strong>em</strong>os <strong>de</strong> positivo sobre as causas da<br />

coqueluche. É raro que não acometta ao mesmo t<strong>em</strong>po<br />

um gran<strong>de</strong> numero <strong>de</strong> indivíduos; sobrevém<br />

particularmente as crianças <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o nascimento até<br />

<strong>de</strong>pois da segunda <strong>de</strong>ntição; observa-se as vezes nos<br />

adultos, e principalmente nos <strong>de</strong> um t<strong>em</strong>peramento<br />

nervoso; mui poço nos velhos. No mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> se<br />

propagar parece observa-se alguma cousa <strong>de</strong><br />

contagioso. Communica-se s<strong>em</strong>pre rapidamente as<br />

crianças da mesma casa, e esta communicação não t<strong>em</strong><br />

lugar se se afastam umas das outras e <strong>de</strong> todas as<br />

crianças <strong>do</strong>entes. Symptomas: os primeiros<br />

symptomas da coqueluche não differ<strong>em</strong> <strong>do</strong>s <strong>de</strong> um<br />

<strong>de</strong>fluxo ordinário, mas não tardão a tomar o caráter<br />

especial que os dintingue. A tosse torna-se mui sonora,<br />

e succe<strong>de</strong>n<strong>do</strong> com rapi<strong>de</strong>z, permitte apenas a criança<br />

fazer inspirações curtas, incompletas e sibilantes, que<br />

dão um caráter particular a molestia com effeito<br />

parec<strong>em</strong>-se algum tanto com o canto <strong>do</strong> gallo, pelo<br />

que qualquer pessoa po<strong>de</strong> reconhecer facilmente a<br />

coqueluche. A criança parece suffocar-se, agita-se com<br />

ansieda<strong>de</strong> para respirar o ar que lhe falta, e que não<br />

penetra momentaneamente nos pulmões senão com a<br />

maior dificulda<strong>de</strong>; o rosto e o pescoço ficam incha<strong>do</strong>s<br />

e roxos, os olhos se esbugalham e <strong>em</strong>ch<strong>em</strong>-se <strong>de</strong><br />

lagrimas. O accesso acaba pela sahida <strong>de</strong> uma<br />

mucosida<strong>de</strong> viscosa, frequent<strong>em</strong>ente acompanhada <strong>de</strong><br />

vomito <strong>do</strong>s alimentos, e as vezes pela expectoração ou<br />

vomito <strong>de</strong> um pouco <strong>de</strong> sangue puro ou mistura<strong>do</strong> com<br />

mucosida<strong>de</strong> ou com alimentos. Não é raro ver o<br />

sangue sahir pelo nariz durante o abalo da tosse; as<br />

vezes a criança ourina e expulsa involuntariamente as<br />

matérias fecaes. Acaba<strong>do</strong> o accesso, tu<strong>do</strong> entra <strong>em</strong> sua<br />

or<strong>de</strong>m, a criança volta ordinariamente a seus<br />

brinque<strong>do</strong>s, como se não estivesse <strong>do</strong>ente; as vezes,<br />

entretanto, acha-se um pouco cançada, outras vezes<br />

experimenta peso <strong>de</strong> cabeça e vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>do</strong>rmir.<br />

Raras vezes a duração <strong>do</strong>s accessos exce<strong>de</strong> alguns<br />

minutos; o seu numero é frequent<strong>em</strong>ente consi<strong>de</strong>rável<br />

no mesmo dia; torna-se menor a proporção que a<br />

285 CHERNOVIZ, Pedro Luiz Napoleão. Diccionario <strong>de</strong><br />

Medicina Popular. vol. 1. 2ª edição. RJ: Eduar<strong>do</strong> &<br />

Henrique La<strong>em</strong>mert, 1851. (A – C).<br />

CHERNOVIZ, Pedro Luiz Napoleão. Diccionario <strong>de</strong><br />

Medicina Popular. vol. 2 e 3. 3ª edição. RJ: Eduar<strong>do</strong> &<br />

Henrique La<strong>em</strong>mert, 1862. (E – Z).<br />

molestia se aproxima <strong>do</strong> fim. Causas variadas influ<strong>em</strong><br />

sobre a volta <strong>do</strong>s accessos, taes são: o frio, uma<br />

digestão difficil, os cheiros fortes, a poeira, a fumaça,<br />

as affecções moraes e sobretu<strong>do</strong> a ira. Estes accessos<br />

são ordinariamente precedi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> uma anxieda<strong>de</strong>, <strong>de</strong><br />

uma titillação da garganta, que obrigão as crianças a<br />

correr<strong>em</strong> para as pessoas que lhes po<strong>de</strong>m acudir;<br />

gostão geralmente <strong>de</strong> que lhes segur<strong>em</strong> a cabeça para<br />

ajudar a expectoração ou os vomitos. A coqueluche<br />

não é acompanhada ordinariamente <strong>de</strong> frequência <strong>de</strong><br />

pulso, <strong>de</strong> fastio, <strong>de</strong> se<strong>de</strong>, n<strong>em</strong> <strong>de</strong> calor da pelle.<br />

Prognostico: A coqueluche dura ordinariamente <strong>de</strong><br />

um a <strong>do</strong>us mezes; po<strong>de</strong>-se prolongar ás vezes durante<br />

seis mezes e mais. Po<strong>de</strong> tornar <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter cessa<strong>do</strong><br />

completamente.<br />

A coqueluche simples, <strong>em</strong> um indivíduo <strong>de</strong><br />

boa constituição, é molestia pouco grave. Mas se o<br />

<strong>do</strong>ente é fraco, o prognostico não é tão favorável. Nas<br />

crianças que mamão a coqueluche é perigosa; põe-as<br />

<strong>em</strong> verda<strong>de</strong>iro esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> asphyxia. Quan<strong>do</strong> esta<br />

molestia ataca um gran<strong>de</strong> numero <strong>de</strong> crianças <strong>em</strong> uma<br />

cida<strong>de</strong>, então occasiona frequent<strong>em</strong>ente a morte, é<br />

muito mais suscetível <strong>de</strong> cura quan<strong>do</strong> não reina<br />

epi<strong>de</strong>micamente. Tratamento durante o accesso da<br />

coqueluche, se a criança está <strong>de</strong>itada, é preciso<br />

assenta-la, e dar-lhe um ponto <strong>de</strong> apoio, applican<strong>do</strong>lhe<br />

fort<strong>em</strong>ente a mão na testa. Quan<strong>do</strong> durante o<br />

accesso se po<strong>de</strong> dar a beber ao <strong>do</strong>ente algumas<br />

colheres <strong>de</strong> água fria ou <strong>de</strong> alguma bebida <strong>em</strong>olliente,<br />

diminue-se sensivelmente a intensida<strong>de</strong> e a duração da<br />

tosse. É útil tirar com os <strong>de</strong><strong>do</strong>s ou com um lenço as<br />

mucosida<strong>de</strong>s que se ajuntão no fun<strong>do</strong> da bocca. Se o<br />

accesso aturar, será preciso applicar sinapismos nos<br />

pés e pernas, e por na cabeça pannos molha<strong>do</strong>s n’agua<br />

fria e vinagre. No intervallo <strong>do</strong>s accessos. A primeira<br />

cousa que se <strong>de</strong>ve fazer para curar o coqueluche é dar<br />

um vomitório. Dissolve-se então 1 grão <strong>de</strong> tártaro<br />

<strong>em</strong>ético <strong>em</strong> meia chícara d’agua fria, e dão-se <strong>de</strong><br />

manhã <strong>em</strong> jejum duas colheres <strong>de</strong> sopa <strong>de</strong>sta<br />

dissolução, <strong>de</strong> quarto <strong>em</strong> quarto <strong>de</strong> hora, até provocar<br />

bastantes vomitos. Po<strong>de</strong>m-se dar <strong>de</strong>pois alguns<br />

alimentos, e pelo dia adiante dá-se por colheres chá <strong>de</strong><br />

flores <strong>de</strong> malvas, <strong>de</strong> violas, ou <strong>de</strong> perpetua, a<strong>do</strong>ça<strong>do</strong><br />

com assucar, ou ainda melhor com xarope diacodio;<br />

basta uma colher <strong>de</strong> sopa <strong>de</strong> xarope diacodio para uma<br />

chicara <strong>de</strong> chá <strong>de</strong>stas flores, e esta <strong>do</strong>se é sufficiente<br />

para um dia.<br />

No dia seguinte dá-se a poção preparada segun<strong>do</strong> esta<br />

receita:<br />

Raiz <strong>de</strong> valeriana 1 oitava<br />

Água ferven<strong>do</strong>, quanto baste para ter 6 onças <strong>de</strong><br />

infusão. Ajunte:<br />

Ether sulfúrico 20 gottas.<br />

Tintura <strong>de</strong> bella<strong>do</strong>na 10 gottas.<br />

Láudano <strong>de</strong> Sy<strong>de</strong>nham 10 gottas.<br />

Xarope <strong>de</strong> quina 2 onças.<br />

Para as crianças <strong>de</strong> um anno, dá-se uma colher <strong>de</strong><br />

sopa, quatro vezes ao dia.


Para as crianças <strong>de</strong> 2 annos, 2 colheres <strong>de</strong> sopa, quatro<br />

vezes ao dia.<br />

Para as crianças <strong>de</strong> 3 annos, 3 colheres <strong>de</strong> sopa, quatro<br />

vezes ao dia.<br />

Para as crianças <strong>de</strong> 4 annos, 4 colheres <strong>de</strong> sopa, quatro<br />

vezes ao dia. E assim por diante, dão-se quatro vezes<br />

por dia tantas colheres <strong>de</strong> sopa quantos for<strong>em</strong> os annos<br />

que tiver a criança.<br />

Esta poção se continua por três dias, e no<br />

quarto dia <strong>de</strong> manhã dá-se um vomitório <strong>de</strong> poaya <strong>em</strong><br />

uma pouca d’agua morna, 6 grãos <strong>de</strong> poaya para uma<br />

criança <strong>de</strong> um anno; 8 grãos para a <strong>de</strong> 2 annos; 10<br />

grãos para a <strong>de</strong> 3 annos, 12 grãos para a <strong>de</strong> 4 annos, 14<br />

grãos para a <strong>de</strong> 5 annos, 15 grãos para a <strong>de</strong> 6 annos,<br />

augmentan<strong>do</strong> <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>sta ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um grão <strong>de</strong> poaya<br />

para cada anno.<br />

Dous ou tres dias <strong>de</strong>pois po<strong>de</strong>-se dar um<br />

purgante d’oleo <strong>de</strong> rícino ou <strong>de</strong> manna, dissolvi<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />

leite. A <strong>do</strong>se d’oleo <strong>de</strong> rícino ou <strong>de</strong> manna é <strong>de</strong> meia<br />

onça até 2 onças, conforme a ida<strong>de</strong>.<br />

Os vomitórios e purgantes <strong>de</strong>v<strong>em</strong>-se repetir<br />

três ou quatro vezes durante o curso da molestia,<br />

pon<strong>do</strong> o intervallo <strong>de</strong> oito a <strong>de</strong>z dias para cada<br />

vomitório ou purgante.<br />

Se o coqueluche não ce<strong>de</strong>r a estes meios, é<br />

preciso <strong>em</strong>pregar o lambe<strong>do</strong>r seguinte:<br />

Xarope diacodio 1 onça.<br />

Xarope <strong>de</strong> poaya 1 onça.<br />

Xarope <strong>de</strong> quina 1 onça.<br />

Mistura e dê-se 3 vezes ao dia as crianças <strong>de</strong> 1<br />

anno, uma colher <strong>de</strong> chá; as crianças <strong>de</strong> 2 annos duas<br />

colheres <strong>de</strong> chá; as <strong>de</strong> 3 annos e colheres <strong>de</strong> chá; <strong>em</strong><br />

uma palavra, tantas colheres quantos annos tiver a<br />

criança. Este lambe<strong>do</strong>r dá-se durante <strong>do</strong>us ou tres dias.<br />

Quan<strong>do</strong> este tratamento não exercer influencia<br />

alguma na marcha da coqueluche, <strong>de</strong>ve-se applicar um<br />

caustico no braço.<br />

Banhos frios <strong>de</strong> mar ou d’agua corrente t<strong>em</strong><br />

si<strong>do</strong> úteis quan<strong>do</strong> a coqueluche t<strong>em</strong> resisti<strong>do</strong> a outros<br />

tratamentos.<br />

Ao mesmo t<strong>em</strong>po que se <strong>em</strong>pregão estes<br />

meios <strong>de</strong>ve o <strong>do</strong>ente observar alguma dieta, comer<br />

gallinha, arroz, leite, pão; po<strong>de</strong>rá beber chá da Índia e<br />

café, usará <strong>de</strong> bebidas <strong>em</strong>ollientes, como chá <strong>de</strong> flores<br />

<strong>de</strong> malvas, <strong>de</strong> hyssopo, d’hera terrestre.<br />

Mas <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os meios, o que se t<strong>em</strong> mostra<strong>do</strong><br />

mais efficaz é a mudança frequente <strong>de</strong> ar e <strong>de</strong> roupa. É<br />

preciso portanto transportar a miú<strong>do</strong> os pequenos<br />

<strong>do</strong>entes <strong>de</strong> um para outro lugar, muda-los muitas vezes<br />

<strong>de</strong> roupa, e não tornar a leva-los para o mesmo lugar<br />

senão <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> muito b<strong>em</strong> areja<strong>do</strong>, n<strong>em</strong> tornar a<br />

vestir-lhes a mesma roupa senão <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> muito b<strong>em</strong><br />

lavada. Também é bom colocar um vaso com água <strong>de</strong><br />

Labarraque no quarto que habitão. O t<strong>em</strong>po é <strong>em</strong><br />

muitos casos o melhor r<strong>em</strong>édio coqueluche; a maior<br />

parte das crianças dão-se b<strong>em</strong> <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> a cida<strong>de</strong> pela<br />

roça no fim da molestia. A mudança <strong>do</strong> ar opera assim<br />

as vezes a cura que não se podia obter com<br />

medicamentos.<br />

É s<strong>em</strong>pre pru<strong>de</strong>nte separar as crianças sãas das<br />

que t<strong>em</strong> coqueluche, porque parece b<strong>em</strong> prova<strong>do</strong> que a<br />

molestia po<strong>de</strong>-se communicar <strong>de</strong> umas a outras. Ainda<br />

os adultos não estão livres <strong>de</strong> contagio, sobretu<strong>do</strong><br />

quan<strong>do</strong> sua persistência ao pé <strong>do</strong> <strong>do</strong>ente é prolongada.<br />

Dev<strong>em</strong>, <strong>em</strong> s<strong>em</strong>elhante caso, fazer to<strong>do</strong>s os dias um<br />

exercício exterior, e evitar ficar<strong>em</strong> continuamente com<br />

o <strong>do</strong>ente.<br />

Como meio preservativo da coqueluche,<br />

aconselhar<strong>em</strong>os que se afast<strong>em</strong> cuida<strong>do</strong>samente as<br />

crianças <strong>do</strong>s lugares <strong>em</strong> que reina esta molestia, e se<br />

evite communica-las com as crianças que <strong>de</strong>lla estejão<br />

affectadas. p. 438 , 439, 440, 441, 442 e 443.<br />

_____________________________________<br />

Hepatite – Moléstias <strong>do</strong> fíga<strong>do</strong>. Inflammação aguda<br />

<strong>do</strong> fíga<strong>do</strong> ou Hepatite aguda. Esta molestia é<br />

sobretu<strong>do</strong> frequente nos paises intertropicaes. Suas<br />

causas são: o abuso das bebidas espirituosas e <strong>do</strong>s<br />

purgantes; a supressão súbita d’alguma molestia da<br />

pelle, <strong>do</strong> fluxo menstrual ou h<strong>em</strong>orrhoidal; uma vida<br />

inactiva e se<strong>de</strong>ntária, os trabalhos <strong>de</strong> espírito, paixões<br />

violentas, como a cólera, ou prazer profun<strong>do</strong>. Po<strong>de</strong> ser<br />

também <strong>de</strong>terminada por pancadas ou quedas sobre a<br />

região <strong>do</strong> fíga<strong>do</strong>, e até por qualquer queda <strong>em</strong> que o<br />

corpo soffra uma forte sacudidura. Symptomas da<br />

inflammação aguda <strong>do</strong> fíga<strong>do</strong>. A molestia principia<br />

por uns calafrios segui<strong>do</strong> <strong>de</strong> calor nas entranhas; logo<br />

manifesta-se uma <strong>do</strong>r no la<strong>do</strong> direito <strong>do</strong> ventre n’um<br />

<strong>do</strong>s pontos da região <strong>do</strong> fíga<strong>do</strong>; as vezes esta <strong>do</strong>r se<br />

propaga até o hombro direito; frequent<strong>em</strong>ente a parte<br />

direita e superior <strong>do</strong> ventre fica um pouco inchada, e<br />

não é possível ao <strong>do</strong>ente <strong>de</strong>itar-se <strong>de</strong>ste la<strong>do</strong>. A <strong>do</strong>r<br />

torna-se mais sensível quan<strong>do</strong> se apalpa o fíga<strong>do</strong>. Com<br />

esta <strong>do</strong>r, único symptoma quan<strong>do</strong> a molestia é leve,<br />

apparece, quan<strong>do</strong> a inflammação é mais intensa,<br />

frequência <strong>do</strong> pulso, um calor secco da pelle, <strong>em</strong><br />

alguns casos icterícia, língua branca, se<strong>de</strong>, fastio,<br />

amargor da bocca, náuseas, vomitos, prisão <strong>do</strong> ventre e<br />

ourinas poucas, mui amarellas e carregadas. Enfim, na<br />

inflammação <strong>do</strong> fíga<strong>do</strong> <strong>de</strong> maior grão, manifesta-se,<br />

além <strong>do</strong>s symptomas indica<strong>do</strong>s, oppressão na<br />

respiração, <strong>do</strong>r agudíssima no la<strong>do</strong> direito <strong>do</strong> ventre e<br />

<strong>do</strong> peito; sobrev<strong>em</strong> as vezes soluços e uma pequena<br />

tosse secca; as ancias são extr<strong>em</strong>as, <strong>de</strong>clara-se o<br />

<strong>de</strong>lírio, o rosto offerece um aspecto lívi<strong>do</strong>, a se<strong>de</strong> é<br />

inextinguível, a língua fica secca e rachada, o pulso<br />

torna-se mui fraco e mui frequente, sobrev<strong>em</strong><br />

finalmente os symptomas que acompanhão a<br />

terminação funesta da maior parte das inflammações<br />

agudas.<br />

A inflammação aguda <strong>do</strong> fíga<strong>do</strong> termina-se as<br />

vezes por suppuração. Po<strong>de</strong>-se julgar da formação da<br />

post<strong>em</strong>a no fíga<strong>do</strong> pelos phenomenos seguintes: a <strong>do</strong>r<br />

torna-se latejante, o <strong>do</strong>ente sente um peso no mesmo<br />

lugar, a difficulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> respiração augmenta,<br />

sobrev<strong>em</strong> calefrios e suores, as palmas das mãos estão<br />

mui quentes e o somno é agita<strong>do</strong>. Outras vezes estas<br />

post<strong>em</strong>as formão-se lenta e surdamente, s<strong>em</strong> que nada<br />

possa fazer suspeitar o seu <strong>de</strong>senvolvimento. Depois


d’estes symptomas durar<strong>em</strong> alguns dias, se a post<strong>em</strong>a<br />

existir na superfície convexa <strong>do</strong> fíga<strong>do</strong>, forma-se um<br />

tumor duro na sua circunferência com fluctuação no<br />

centro, e cerca<strong>do</strong> duma inchação consi<strong>de</strong>rável: po<strong>de</strong>-se<br />

então abrir o tumor e curar a molestia. Quan<strong>do</strong> a<br />

post<strong>em</strong>a está situada na parte côncava ou inferior <strong>do</strong><br />

fíga<strong>do</strong>, o tumor não é saliente para fora; n<strong>em</strong> possível<br />

é então abri-lo com bisturi, mas elle mesmo arrebenta<br />

por si e o pus corre as vezes para os intestinos, <strong>do</strong>n<strong>de</strong><br />

se expelle com os excr<strong>em</strong>entos.<br />

Tratamento da inflammação aguda <strong>do</strong> fíga<strong>do</strong>. Se o<br />

<strong>do</strong>ente for robusto, o pulso forte e a molestia intensa,<br />

conv<strong>em</strong> se pratique uma sangria no braço; applicar<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong>z a quinze bichas no lugar <strong>do</strong>loroso, e cobrir<br />

esta parte com cataplasma <strong>de</strong> linhaça. Se a molestia for<br />

leve e a febre pouca, basta que o <strong>do</strong>ente se limite as<br />

bichas e cataplasmas, e se abstenha da sangria. Se a<br />

<strong>do</strong>r continuar com a mesma intensida<strong>de</strong>, é preciso<br />

repetir a applicação das bichas duas e mais vezes.<br />

Depois das <strong>em</strong>issões sanguineas, o <strong>do</strong>ente<br />

tomará um purgante, tal como 2 onças (64 gram.) <strong>de</strong><br />

óleo <strong>de</strong> ricino ou 2 onças <strong>de</strong> sal d’Epsom.<br />

Depois <strong>do</strong> purgante, usará o cozimento<br />

seguinte:<br />

Decocção <strong>de</strong> parietaria 24 onças<br />

(750 grammas)<br />

Nitro 36 grãos (2 grammas)<br />

Assucar 1 onça (32 grammas)<br />

Misture-se administre-se uma chicara <strong>de</strong> duas<br />

<strong>em</strong> duas horas.<br />

Para bebida ordinária dar-se-lhe-há limonada<br />

<strong>de</strong> limão ou <strong>de</strong> laranja, água panada ou água fria,<br />

conforme o seu gosto. A dieta será rigorosa; nos<br />

primeiros dias só se po<strong>de</strong>m permitir cal<strong>do</strong>s <strong>de</strong> frango<br />

ou <strong>de</strong> gallinha.<br />

S<strong>em</strong>icupios d’agua quente são também mui<br />

úteis; o <strong>do</strong>ente tomará um ou <strong>do</strong>us banhos por dia, e<br />

<strong>de</strong>morar-se-há n’agua pelo menos meia hora.<br />

To<strong>do</strong>s os dias tomará um ou <strong>do</strong>is clysteres <strong>de</strong><br />

cozimento <strong>de</strong> s<strong>em</strong>entes <strong>de</strong> linhaça.<br />

Se <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> continuar este tratamento três ou<br />

quatro dias a <strong>do</strong>r e a febre não diminuír<strong>em</strong>, com<strong>em</strong><br />

tom<strong>em</strong> os pós seguintes:<br />

Calomelanos ..... 18 grãos (1 gramma)<br />

Divida-se <strong>em</strong> seis papeis e administre-se um<br />

papel <strong>de</strong> três <strong>em</strong> três horas n’uma colher d’água fria<br />

com assucar.<br />

Oito ou <strong>de</strong>z dias <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> começo da<br />

molestia, se a <strong>do</strong>r ainda continuar, applique-se um<br />

caustico na região <strong>do</strong> fíga<strong>do</strong>.<br />

Tratamento da post<strong>em</strong>a <strong>do</strong> fíga<strong>do</strong>. A inflammação<br />

<strong>do</strong> fíga<strong>do</strong>, como disse, acaba as vezes por suppuração,<br />

e indiquei os symptomas que annuncião a formação da<br />

post<strong>em</strong>a. Quan<strong>do</strong> a post<strong>em</strong>a é situada profundamente,<br />

não há gran<strong>de</strong> cousa que fazer, conv<strong>em</strong> só se continue<br />

com as cataplasmas da linhaça; é necessário dar<br />

poucos alimentos ao <strong>do</strong>ente e esperar. Ma quan<strong>do</strong> a<br />

collecção purulenta é superficial, o cirurgião dará<br />

sahida ao pus, pratican<strong>do</strong> uma incisão com o bistori.<br />

Inflammação chronica <strong>do</strong> fíga<strong>do</strong>. Chama-se também<br />

esta molestia obstrucção, encalhe, induração ou<br />

engurgitamento <strong>do</strong> fíga<strong>do</strong>.<br />

Causas. A inflammação chronica <strong>do</strong> fíga<strong>do</strong> succe<strong>de</strong><br />

muitas vezes á inflammação aguda; mas<br />

frequent<strong>em</strong>ente principia pela forma chronica. O uso<br />

continuo <strong>de</strong> comidas mui fortes, mui salgadas e mui<br />

adubadas, o abuso <strong>do</strong>s licores alcoólicos, as affecções<br />

moraes tristes e vivas, as quedas, as pancadas sobre o<br />

fíga<strong>do</strong>, os ataques das febres intermitentes, a<br />

suppressão das h<strong>em</strong>orrhoidas, são causas mais<br />

frequentes. Symptomas. <strong>Uma</strong> <strong>do</strong>r surda <strong>do</strong> la<strong>do</strong><br />

direito da parte superior <strong>do</strong> ventre, que augmenta pela<br />

pressão, pelo andar um pouco forte e <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> jantar,<br />

eis o principal symptoma da inflammação chornica <strong>do</strong><br />

fíga<strong>do</strong>. No mesmo t<strong>em</strong>po a pelle é amarellada, as<br />

evacuações alvinas brancas e <strong>de</strong>scoradas, as ourinas<br />

mui amarelladas e com sedimento abundante. Quan<strong>do</strong><br />

a inflammação existe já <strong>de</strong>s<strong>de</strong> certo t<strong>em</strong>po, sente-se<br />

apalpan<strong>do</strong>, o fíga<strong>do</strong> mais grosso e mais duro que <strong>de</strong><br />

costume, e o la<strong>do</strong> direito <strong>do</strong> ventre está mais eleva<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> que o esquer<strong>do</strong>. Raras vezes existe febre.<br />

A duração da inflammação chronica <strong>do</strong> fíga<strong>do</strong><br />

é mui incerta; <strong>de</strong> ordinário caminha lentamente e dura<br />

muitos annos.<br />

Tratamento. Deve-se principiar o curativo da<br />

inflammação chronica <strong>do</strong> fíga<strong>do</strong> pela applicação <strong>de</strong><br />

oito a <strong>do</strong>ze bichas no lugar <strong>do</strong>loroso <strong>do</strong> ventre ou no<br />

anus. De vez <strong>em</strong> quan<strong>do</strong> conv<strong>em</strong> se tome um purgante<br />

<strong>de</strong> sal d’Epsom ou <strong>de</strong> magnésia calcinada. Os<br />

cáusticos ou as fricções na região <strong>do</strong> fíga<strong>do</strong> com<br />

pomada stibiada são úteis.<br />

Recommendamos o uso das pílulas seguintes:<br />

Sabão medicinal ............ 3 grãos (15 centigr.).<br />

Nitro .............................. 1 grão (5 centigr.).<br />

Extracto <strong>de</strong> Zimbro ....... 2 grãos (10 centigr.).<br />

Faça-se 1 pilula e com esta mais 35. O <strong>do</strong>ente<br />

tomara duas pílulas por dia, uma <strong>de</strong> manhã, outra <strong>de</strong><br />

noite, e sobre a pílula <strong>de</strong> manhã beberá uma chicará <strong>de</strong><br />

cozimento d’herva tostão ou <strong>de</strong> parietaria.<br />

O bicarbonato <strong>de</strong> soda goza também <strong>de</strong><br />

reputação nesta molestia. Administra-se este sal na<br />

<strong>do</strong>se <strong>de</strong> 15 grãos (75 centigr.), e progressivamente até<br />

2 oitavas (8 gram.) por dia, numa chicara <strong>de</strong> cozimento<br />

<strong>de</strong> gramma.<br />

Águas minaraes sulfurais são também úteis<br />

contra o enfarte <strong>do</strong> fíga<strong>do</strong>.<br />

Os outros medicamentos usa<strong>do</strong>s pelos<br />

facultativos nesta molestia são: calomelanos,<br />

rhuibar<strong>do</strong>, jalapa, gommagutta, cicuta e outros muitos<br />

que impossível é mencionar aqui.<br />

Estes meios po<strong>de</strong>m curar a molestia, sen<strong>do</strong><br />

<strong>em</strong>prega<strong>do</strong>s com perseverança, e ajuda<strong>do</strong>s por uma<br />

alimentação composta principalmente <strong>de</strong> vegetaes,<br />

leite, ovos, peixe, pouca carne, abstinência <strong>de</strong> vinho<br />

puro e <strong>de</strong> bebidas espirituosas, pelo uso <strong>do</strong>s banhos<br />

mornos e <strong>do</strong> exercício mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>. p. 302, 303, 304,<br />

305 e 306.<br />

_____________________________________


Rheumatismo – Affecção cujo principal principal<br />

caracter consiste <strong>em</strong> uma <strong>do</strong>r viva nos músculos ou<br />

nas articulações (juntas), <strong>do</strong>n<strong>de</strong> v<strong>em</strong> os nomes <strong>de</strong><br />

rheumatismo muscular e rheumatismo articular. O<br />

rheumatismo é agu<strong>do</strong> ou chronico. O rheumatismo<br />

articular agu<strong>do</strong> apresenta analogia com a gota, e por<br />

isso foi chama<strong>do</strong> rheumatismo gotoso; mas não<br />

occupa senão as gran<strong>de</strong>s articulações, entretanto que a<br />

gota é mui freqüente nas pequenas, e principia quase<br />

s<strong>em</strong>pre pela articulação <strong>do</strong> <strong>de</strong><strong>do</strong> <strong>do</strong> pé. Causas. O frio<br />

humi<strong>do</strong> é a causa mais ordinária <strong>do</strong> rheumatismo. Esta<br />

molestia é frequent<strong>em</strong>ente produzida pelas mudanças<br />

súbitas <strong>de</strong> uma t<strong>em</strong>peratura mui elevada para uma<br />

t<strong>em</strong>peratura baixa; por <strong>de</strong>itar-se a gente sobre a terra<br />

humida e fria ou <strong>em</strong> um lugar que reúne estas duas<br />

condições nocivas, e pelo contacto <strong>de</strong> um ar frio sobre<br />

uma parte <strong>do</strong> corpo, quan<strong>do</strong> o resto está quente ou<br />

suan<strong>do</strong>, e especialmente durante o somno. Depois<br />

<strong>de</strong>stas causas v<strong>em</strong> as fadigas excessivas, o abuso <strong>do</strong>s<br />

licores alcoólicos, o uso e alimentos mui excitantes, a<br />

suppressão <strong>de</strong> h<strong>em</strong>orrhagias habituais; enfim, o<br />

rheumatismo <strong>de</strong>clara-se as vezes s<strong>em</strong> causa apparente.<br />

Esta molestia raramente se observa nas<br />

crianças. Os indivíduos que t<strong>em</strong> si<strong>do</strong> affecta<strong>do</strong>s uma<br />

vez <strong>de</strong> <strong>do</strong>res rheumatismaes estão sujeitos a vê-las<br />

novamente apparecer <strong>em</strong> épocas mais ou menos<br />

<strong>de</strong>moradas. Os homens são mais a ellas que as<br />

mulheres. Os homens, com effeito, entregão-se a<br />

trabalhos penosos, a marchas forçadas; supportão<br />

todas as int<strong>em</strong>péries <strong>do</strong> ar e as fadigas da guerra: não<br />

é, por conseguinte, extraordinário que, submetti<strong>do</strong>s<br />

mais ordinariamente as causas occasionaes da<br />

molestia, a soffrão mais frequent<strong>em</strong>ente que as<br />

mulheres, às quaes pertenc<strong>em</strong> os trabalhos menos<br />

laboriosos. O rheumatismo é mais comum nos paizes<br />

frios que nos paizes quentes. Entre as profissões que<br />

mais <strong>de</strong>tterminão a sua apparição, sobresah<strong>em</strong> as <strong>de</strong><br />

marinheiro, militar, pesca<strong>do</strong>r, lavan<strong>de</strong>ira, pa<strong>de</strong>iro, etc.<br />

Symptomas. A <strong>do</strong>r é quase o único caráter <strong>do</strong><br />

rheumatismo muscular. É viva e dilacerante <strong>do</strong> esta<strong>do</strong><br />

agu<strong>do</strong>; augmenta pelo mais leve contacto, pelos<br />

movimentos; torna as vezes estes movimentos<br />

impossíveis. Enfim, quan<strong>do</strong> a molestia e intensa, esta<br />

<strong>do</strong>r é ordinariamente fixa; é, pelo contrario, vaga, e<br />

muda-se rapidamente <strong>de</strong> um para outro lugar quan<strong>do</strong> a<br />

molestia é leve. A pelle correspon<strong>de</strong> ao lugar <strong>do</strong>loroso<br />

não apresenta mudança <strong>de</strong> cor n<strong>em</strong> inchação: a febre<br />

só existe se o rheumatismo muscular é agu<strong>do</strong>. Quan<strong>do</strong><br />

a molestia principia <strong>de</strong>baixo da forma chronica, ou<br />

passa a este esta<strong>do</strong>, não há frequência <strong>do</strong> pulso, e só<br />

exist<strong>em</strong> symptomas locaes. O rheumatismo muscular<br />

toma nomes differentes conforme as partes que<br />

occupa: chama-se torcicollo quan<strong>do</strong> se mostra no<br />

pescoço, lumbago quan<strong>do</strong> está nas ca<strong>de</strong>iras,<br />

pleurodinia quan<strong>do</strong> se fixa nos músculos que cobr<strong>em</strong><br />

o peito.<br />

O rheumatismo articular agu<strong>do</strong> principia<br />

ordinariamente por um calafrio, pela acceleração <strong>do</strong><br />

pulso, calor da pelle e <strong>do</strong>r <strong>de</strong> cabeça. Após algumas<br />

horas <strong>de</strong> duração <strong>de</strong>stes symptomas, uma ou mais<br />

juntas tornão-se <strong>do</strong>lorosas e inchão, a pelle que as<br />

cobre é mui quente, e toma as vezes uma cor rosácea;<br />

o movimento <strong>de</strong>stas partes é diffícil, <strong>do</strong>loroso e logo<br />

impossível; a <strong>do</strong>r augmenta e adquire ás vezes uma tal<br />

violência, que o menor movimento imprimi<strong>do</strong> aos<br />

m<strong>em</strong>bros, o simples peso <strong>do</strong> cobertor, é insupportavel.<br />

Os <strong>do</strong>entes comparão-a á sensação que po<strong>de</strong>rião<br />

causar mor<strong>de</strong>duras ou picadas através da articulação.<br />

Esta <strong>do</strong>r po<strong>de</strong> atacar muitas articulações, até po<strong>de</strong><br />

occupa-las quasi todas. Então o <strong>do</strong>ente está<br />

verda<strong>de</strong>iramente <strong>em</strong> uma horrorosa posição. Não po<strong>de</strong><br />

mover parte alguma s<strong>em</strong> dar gritos; t<strong>em</strong>e os socorros<br />

das pessoas que o quer<strong>em</strong> ajudar a mover-se, visto que<br />

não o po<strong>de</strong>m tocar s<strong>em</strong> lhe exasperar os soffrimentos.<br />

O movimento <strong>do</strong> soalho occasiona<strong>do</strong> pelo andar no<br />

quarto basta para augmentar as <strong>do</strong>res.<br />

Os symptomas geraes da febre, que prece<strong>de</strong>rão<br />

a apparição <strong>do</strong> rheumatismo, apresentão alternativas<br />

continuas <strong>de</strong> exacerbação e r<strong>em</strong>ittencia. A duração <strong>do</strong><br />

rheumatismo articular agu<strong>do</strong> varia <strong>de</strong> quinze dias até<br />

<strong>do</strong>us ou três mezes: <strong>em</strong> alguns casos raros <strong>de</strong>sapparece<br />

<strong>em</strong> tres ou quatro dias, diminue gradualmente e<br />

termina <strong>em</strong> geral por uma resolução completa. Os<br />

symptomas tornão-se <strong>de</strong> dia <strong>em</strong> dia menos intensos:<br />

uma rijeza <strong>do</strong>s movimentos substitue a <strong>do</strong>r, e as partes<br />

recobrão pouco a pouco o livre exercício <strong>de</strong> suas<br />

funções. As vezes a molestia <strong>de</strong>sapparece <strong>de</strong> repente,<br />

outras vezes passa ao esta<strong>do</strong> chronico.<br />

No rheumatismo articular chronico a <strong>do</strong>r é <strong>em</strong><br />

geral o único symptoma que se mostra ao principio, as<br />

articulações affectadas não se acham vermelhas, a<br />

inchação não v<strong>em</strong> senão mui lentamente. Por mais<br />

violenta que seja a <strong>do</strong>r, quasi nunca provoca a febre; a<br />

impressão <strong>do</strong> frio augmenta-a, o calor parece acalmala,<br />

aggrava-se nos dias humi<strong>do</strong>s, diminue <strong>em</strong> sua<br />

atmosfera secca. O rheumatismo articular chronico,<br />

haven<strong>do</strong> dura<strong>do</strong> algum t<strong>em</strong>po, <strong>de</strong>sapparece<br />

repentinamente, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> por muitos mezes os <strong>do</strong>entes<br />

<strong>em</strong> tranqullida<strong>de</strong>; mas <strong>de</strong>pois torna a apparecer<br />

espontaneamente, ou pelo effeito <strong>de</strong> uma mudança <strong>de</strong><br />

estação, <strong>de</strong> uma impressão <strong>do</strong> frio, ou <strong>de</strong> um excesso<br />

no regimen. Tratamento. No rheumatismo articular<br />

agu<strong>do</strong>, acompanha<strong>do</strong> <strong>de</strong> muita febre, é preciso recorrer<br />

ao tártaro <strong>em</strong>ético, segun<strong>do</strong> a receita seguinte:<br />

Água comum .................. 5 onças (156 gram.)<br />

Tártaro <strong>em</strong>ético .............. 4 grãos (20 centigr.)<br />

Xarope diacodio ............. ½ onça (16 gram.).<br />

Misture e administre-se duas colheres <strong>de</strong> sopa<br />

<strong>de</strong> duas <strong>em</strong> duas horas até acabar a poção.<br />

Nos dias seguintes o <strong>do</strong>ente tomará estas<br />

pílulas:<br />

Ópio ...................... 3 grãos (15 centig.)<br />

Extracto <strong>de</strong> zimbro 15 grãos (75 centig.)<br />

Facão-se 18 pilulas. O <strong>do</strong>ente tomará uma<br />

pílula <strong>de</strong> 2 <strong>em</strong> 2 horas, e por cima <strong>de</strong> cada pílula<br />

beberá uma chicara <strong>do</strong> cozimento seguinte:<br />

Infusão <strong>de</strong> folhas<br />

<strong>de</strong> laranjeira ................. 20 onças (625 gram.)<br />

Nitro ............................ 2 oitavas (8 gram.)<br />

Assucar ........................ 1 onça (32 gram.).


Emquanto durar a febre, o <strong>do</strong>ente só usará <strong>de</strong><br />

cal<strong>do</strong>s <strong>de</strong> frango ou <strong>de</strong> gallinha; não lhe po<strong>de</strong>rá ser<br />

permittida nenhuma comida sólida.<br />

Sobre o lugar <strong>do</strong>loroso applicão-se<br />

cataplasmas <strong>de</strong> farinha <strong>de</strong> linhaça, que se continuão<br />

alguns dias. Mas, comquanto certos <strong>do</strong>entes sent<strong>em</strong><br />

allivio com a cataplasma <strong>de</strong> linhaça, outros não o t<strong>em</strong>,<br />

porque há um gran<strong>de</strong> numero <strong>de</strong> pessoas que não<br />

po<strong>de</strong>m supportar corpo algum pesa<strong>do</strong> sobre os pontos<br />

affecta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> rheumatismo, e então o único recurso<br />

será envolver a parte <strong>em</strong> baeta.<br />

Antes <strong>de</strong> se applicar a cataplasma, é bom<br />

friccionar a junta <strong>do</strong>lorosa com o linimento seguinte:<br />

Óleo canphora<strong>do</strong> ............... 1 onça (32 gram.).<br />

Láudano <strong>de</strong> Sy<strong>de</strong>nham ...... 1 onça (32 gram.).<br />

Óleo canphora<strong>do</strong> ............... 1 onça (32 gram.).<br />

Misture-se.<br />

To<strong>do</strong> este tratamento que acaba <strong>de</strong> ser<br />

indica<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve ser segui<strong>do</strong> durante a febre; mas quan<strong>do</strong><br />

o pulso diminue <strong>de</strong> frequencia, isto é quan<strong>do</strong> o<br />

rheumatismo passa ao esta<strong>do</strong> chronico, é preciso que<br />

se recorra as applicações seguintes:<br />

1º Sinapismos, que se applicão nas juntas<br />

<strong>do</strong>lorosas, durante <strong>de</strong>z a quinze minutos.<br />

2º Fricções com um <strong>do</strong>s linimentos cujas<br />

receitas segu<strong>em</strong>:<br />

Linimento terebenthina<strong>do</strong> e camphora<strong>do</strong>.<br />

Essência <strong>de</strong> terebenthina . 2 onças (64 gram.).<br />

Óleo camphora<strong>do</strong> ............ 2 onças (64 gram.).<br />

Misture-se.<br />

Linimento volátil.<br />

Álcali volátil .................... 2 oitavas (8 gram.)<br />

Óleo <strong>de</strong> amên<strong>do</strong>as <strong>do</strong>ces .. 2 onças (64 gram.)<br />

Misture-se.<br />

Os banhos d’agua morna, os <strong>de</strong> vapor e as fumigações<br />

<strong>de</strong> alcanfor <strong>em</strong>pregão-se também com vantag<strong>em</strong> nesta<br />

molestia. Indicamos a maneira <strong>de</strong> sua administração<br />

no artigo FUMIGAÇÃO.<br />

Os cáusticos applica<strong>do</strong>s sobre os lugares<br />

<strong>do</strong>lorosos são geralmente segui<strong>do</strong>s <strong>de</strong> bons resulta<strong>do</strong>s.<br />

Tratamento <strong>do</strong> rheumatismo muscular. O<br />

rheumatismo muscular não é tão grave como o<br />

rheumatismo articular; não há vermelhidão n<strong>em</strong><br />

inchação; a <strong>do</strong>r é seu único signal; ella muda<br />

facilmente <strong>de</strong> sitio. O tratamento <strong>em</strong>prega<strong>do</strong> contra o<br />

rheumatismo muscular compõ<strong>em</strong>-se <strong>de</strong> sinapismos,<br />

fricções com linimento terebenthina<strong>do</strong> camphora<strong>do</strong>,<br />

ou com linimento volátil acima indica<strong>do</strong>s; e no caso<br />

que a molestia resista a estes meios, é preciso que se<br />

applique um caustico no lugar <strong>do</strong>loroso. p. 380, 381,<br />

382, 383 e 384.<br />

_____________________________________<br />

Sarampo ou sarampão – Esta molestia é uma febre<br />

acompanhada <strong>de</strong> tosse, vermelhidão <strong>do</strong>s olhos, e<br />

caracterisada pela erupção sobre a pelle <strong>de</strong> pequenas<br />

pintas vermelhas, s<strong>em</strong>elhantes as mor<strong>de</strong>duras <strong>de</strong><br />

pulgas. Causas. O sarampo é produzi<strong>do</strong> por uma causa<br />

que não é conehcida; reina ordinariamente <strong>de</strong> uma<br />

maneira epidêmica; isto é, ataca um gran<strong>de</strong> numero <strong>de</strong><br />

indivíduos ao mesmo t<strong>em</strong>po. Transmitte-se facilmente<br />

entre as pessoas que habitão a mesma casa; entretanto,<br />

como acontece <strong>em</strong> todas as moléstias contagiosas, não<br />

se po<strong>de</strong> contrahir s<strong>em</strong> uma certa predisposição.<br />

Observa-se <strong>de</strong> ordinário nas crianças, b<strong>em</strong> que possa<br />

manifestar-se <strong>em</strong> todas as ida<strong>de</strong>s; ataca raramente duas<br />

vezes o mesmo individuo: comtu<strong>do</strong> houve pessoas que<br />

tiverão esta molestia tres vezes. Desenvolve-se <strong>em</strong><br />

to<strong>do</strong>s os climas; segun<strong>do</strong> Anghiera, não era conhecida<br />

na América, e foi importada no novo mun<strong>do</strong> no anno<br />

<strong>de</strong> 1518. Symptomas. Um olho exercita<strong>do</strong> reconhece<br />

frequent<strong>em</strong>ente a invasão <strong>do</strong> sarampo pelos primeiros<br />

symptomas que o distingu<strong>em</strong>. Assim, no <strong>de</strong>curso <strong>de</strong><br />

uma epi<strong>de</strong>mia, quan<strong>do</strong> se vê uma criança, que t<strong>em</strong> ti<strong>do</strong><br />

algumas relações com um individuo affecta<strong>do</strong> da<br />

molestia, ser atacada <strong>de</strong> fastio calafrios, <strong>do</strong>r <strong>de</strong> cabeça,<br />

sensibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s olhos, espirros, tosse, etc., é pouco<br />

mais ou menos certo que esta criança está affectada <strong>de</strong><br />

sarampo. Entretanto, precipitan<strong>do</strong> nosso juízo,<br />

corr<strong>em</strong>os o risco <strong>de</strong> enganar-nos, visto que uma<br />

simples febre <strong>de</strong> <strong>de</strong>fluxo, ou qualquer outra molestia,<br />

po<strong>de</strong> offerecer todas as invasões <strong>do</strong> sarampo. Eis-aqui<br />

os seus caracteres mais ordinários.<br />

A molestia principia por alternativas <strong>de</strong> frio e<br />

calor, por fastio, lassidão nos m<strong>em</strong>bros, e um<br />

sentimento <strong>de</strong> <strong>do</strong>r e peso nos olhos e na testa,<br />

acompanha<strong>do</strong> <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>do</strong>rmir. Logo o pulso se<br />

accelera, a pelle torna-se quente, a superfície da língua<br />

fica branca, entretanto que sua ponta e margens estão<br />

<strong>de</strong> uma cor vermelha: existe se<strong>de</strong>, manifestão-se<br />

náuseas, as vezes vomitos, e o ventre fica as vezes<br />

<strong>do</strong>loroso. No segun<strong>do</strong> dia da invasão, to<strong>do</strong>s estes<br />

symptomas se pronunciam com mais intensida<strong>de</strong>: os<br />

olhos ficam vermelhos e cheios <strong>de</strong> lágrimas, o <strong>do</strong>ente<br />

espirra a miú<strong>do</strong>, experimenta comichão no nariz, um<br />

sentimento <strong>de</strong> peso na bocca <strong>do</strong> estomago. A garganta<br />

torna-se um pouco <strong>do</strong>lorosa, manifesta-se uma tosse<br />

mais ou menos violenta; e nas crianças a somnolencia,<br />

e até convulsões passageiras se ajuntam as vezes a<br />

estes fenômenos. No terceiro dia, a intensida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />

symptomas vai s<strong>em</strong>pre crescen<strong>do</strong>, os olhos tornão-se<br />

sensíveis e inflamma<strong>do</strong>s, as pálpebras e suas margens<br />

parec<strong>em</strong> um pouco inchadas; uma tosse secca, um<br />

sentimento <strong>de</strong> constricção no peito, as vezes <strong>de</strong>lírio,<br />

prece<strong>de</strong>m a apparição da erupção, que se <strong>de</strong>clara<br />

ordinariamente no quarto dia da molestia. Pequenas<br />

pintas vermelhas, pouco resaltadas, <strong>de</strong> forma e<br />

dimensão <strong>de</strong> mor<strong>de</strong>duras <strong>de</strong> pulga, apparec<strong>em</strong><br />

primeiramente sobre a testa, nariz, faces, e se espalhão<br />

successivamente pelo pescoço, peitos e m<strong>em</strong>bros. Esta<br />

erupção é quasi s<strong>em</strong>pre acompanhada <strong>de</strong> comichão e<br />

vivo calor na pelle. Estas pintas augmentão, reún<strong>em</strong>-se<br />

umas com outras, e exce<strong>de</strong>m um pouco o nível da<br />

pelle; o que mais se reconhece pelo tacto <strong>do</strong> que pela<br />

vista. Logo que os sarampos acabarão se sahir, a<br />

freqüência <strong>do</strong> pulso, o calor, a se<strong>de</strong>, a vermelhidão <strong>do</strong>s<br />

olhos, o <strong>de</strong>fluxo, a <strong>do</strong>r <strong>de</strong> garganta, etc., diminu<strong>em</strong> <strong>de</strong><br />

intensida<strong>de</strong>, e <strong>de</strong>sapparec<strong>em</strong> as vezes completamente;<br />

só a oppressão <strong>do</strong> peito e a tosse persist<strong>em</strong> <strong>em</strong> alguns<br />

indivíduos. Depois <strong>de</strong> tres ou quatro dias <strong>de</strong> duração;


isto é, no sétimo ou oitavo dia da molestia, estas pintas<br />

principião a <strong>de</strong>smaiar na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> sua invasão; isto é,<br />

primeiro as <strong>do</strong> rosto, e <strong>de</strong>pois successivamente as das<br />

outras partes <strong>do</strong> corpo. A pelle torna-se rugosa, e a<br />

epi<strong>de</strong>rme, <strong>de</strong>spega-se por escamas. As vezes,<br />

entretanto, a <strong>de</strong>scamação é nulla ou invisível, ao<br />

menos <strong>em</strong> algumas regiões <strong>do</strong> corpo. Se fica ainda<br />

nesta época frequência <strong>do</strong> pulso, calor e tosse, tu<strong>do</strong><br />

isto <strong>de</strong>sapparece <strong>em</strong> geral <strong>do</strong> nono ao undécimo dia.<br />

Marcha, duração e prognóstico. A marcha <strong>de</strong>sta<br />

molestia, tal qual acabamos <strong>de</strong> <strong>de</strong>screve-la, é a mais<br />

ordinária, porém não é constante: a erupção faz-se as<br />

vezes mais ce<strong>do</strong>, outras mais tar<strong>de</strong>: as pintas,<br />

ordinariamente <strong>de</strong> uma cor vermelha viva, são, <strong>em</strong><br />

alguns casos, pallidas, lívidas, ou preta; o que, <strong>em</strong><br />

geral, é <strong>de</strong> mao agouro: symptomas graves <strong>de</strong><br />

inflamação <strong>do</strong> peito manifestão-se as vezes; <strong>em</strong>fim, a<br />

inflammação das vias digestivas, po<strong>de</strong> ser levada ao<br />

mais alto grao <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong>, e impedir que a erupção<br />

seja completa. Quanto mais moços são os indivíduos<br />

que o sarampo ataca, tanto mais receio <strong>de</strong>ve inspirar<br />

esta molestia; mas não conv<strong>em</strong> per<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vista que<br />

nunca é a erupção que compromette a vida, mas sim a<br />

inflammação <strong>do</strong>s órgãos internos que a acompanham<br />

ou lhe succe<strong>de</strong>m. Tratamento. Quan<strong>do</strong> a febre é<br />

pouco intensa e a erupção percorre com facilida<strong>de</strong> e<br />

regularida<strong>de</strong> os seus perío<strong>do</strong>s, o tratamento <strong>do</strong><br />

sarampo é um <strong>do</strong>s mais simples. Por o <strong>do</strong>ente <strong>em</strong> uma<br />

t<strong>em</strong>peratura n<strong>em</strong> fria n<strong>em</strong> quente; cobri-lo<br />

bastant<strong>em</strong>ente para preserva-lo <strong>do</strong> frio, s<strong>em</strong> fatiga-lo<br />

com um calor incommo<strong>do</strong>; fazer-lhe observar uma<br />

dieta completa; administrar-lhes bebidas <strong>em</strong>ollientes<br />

mornas, como a <strong>de</strong>cocção <strong>de</strong> althéa, <strong>de</strong> arroz, <strong>de</strong><br />

cevada com assucar; dar-lhes algumas colheres <strong>de</strong><br />

loock ou xarope <strong>de</strong> gomma contra a tosse; <strong>em</strong>fim,<br />

preservar-lhes os olhos <strong>de</strong> uma luz mui viva, taes são<br />

os meios que é preciso <strong>em</strong>pregar contra esta affecção.<br />

A opressão, a anxieda<strong>de</strong>, a agitação que se observão<br />

no terceiro, quarto e quinto dias <strong>do</strong>s sarampos, não<br />

reclamam <strong>de</strong> nenhum mo<strong>do</strong> a applicação das bichas;<br />

ce<strong>de</strong>m pouco a pouco pelo uso das bebidas<br />

<strong>em</strong>ollientes.<br />

Se a erupção viesse a <strong>de</strong>sapparecer <strong>de</strong> repente,<br />

seria preciso metter o <strong>do</strong>ente n’um banho morno,<br />

applicar sinapismos nas pernas e braços, e até (se os<br />

symptomas foss<strong>em</strong> graves) pôr cáusticos nas mesmas<br />

regiões.<br />

Se sobrevier<strong>em</strong> convulsões nas crianças<br />

atacadas <strong>de</strong> sarampos, será urgente applicar bichas<br />

atrás das orelhas, pôr sinapismos nas pernas.<br />

Quan<strong>do</strong> há diarrhea abundante, <strong>de</strong>ve ser<br />

combatida pelas cataplasmas <strong>de</strong> farinha <strong>de</strong> linhaça<br />

sobre o ventre, e por clysteres <strong>de</strong> <strong>de</strong>cocção <strong>de</strong> raiz <strong>de</strong><br />

althéa ou <strong>de</strong> s<strong>em</strong>entes <strong>de</strong> linhaça.<br />

A inflammação <strong>do</strong>s olhos <strong>de</strong>ve ser aban<strong>do</strong>nada<br />

a si mesma, se for leve; conv<strong>em</strong> que seja combatida<br />

pelos lavatórios com <strong>de</strong>cocção <strong>de</strong> s<strong>em</strong>entes <strong>de</strong> linhaça,<br />

se for mais intensa: um caustico na nuca e purgantes<br />

são necessários, se ella persistir na convalescença.<br />

Emfim, quan<strong>do</strong> as pintas são pallidas, ou<br />

quan<strong>do</strong> o pulso está fraco e accelera<strong>do</strong>, a pelle apenas<br />

quente, e quan<strong>do</strong> existe fraqueza extr<strong>em</strong>a, administrarse-há<br />

xarope <strong>de</strong> quina ou vinho <strong>de</strong> quina por colheres,<br />

<strong>de</strong> hora <strong>em</strong> hora, e applicar-se-hão sinapismo, e mais<br />

tar<strong>de</strong> caustico nas pernas.<br />

Na convalescença <strong>do</strong>s sarampos, muitas<br />

pessoas julgão que um purgante <strong>de</strong>ve ser<br />

necessariamente administra<strong>do</strong>: este metho<strong>do</strong> é inútil<br />

<strong>em</strong> muitos casos, e conv<strong>em</strong> só quan<strong>do</strong> persiste a tosse,<br />

e então este purgante <strong>de</strong>ve ser ou manná ou óleo <strong>de</strong><br />

rícino.<br />

A época <strong>em</strong> que o contagio já não é para t<strong>em</strong>er<br />

não está rigorosamente <strong>de</strong>terminada. A isolação, único<br />

meio preservativo, <strong>de</strong>ve ser prolongada até o vigésimo<br />

dia. Nas epi<strong>de</strong>mias <strong>do</strong>s sarampos graves e malignos a<br />

prudência aconselha que se afast<strong>em</strong> as crianças <strong>do</strong><br />

theatro da epi<strong>de</strong>mia. p. 428, 429, 430, 431 e 432.<br />

_____________________________________<br />

Sífilis – Syphilis, mal syphilitico, mal venereo, galico,<br />

taes são os diversos nomes <strong>de</strong> uma molestia<br />

caracterisada por vários symptomas <strong>de</strong> que nos vamos<br />

occupar no presente artigo. Esta molestia é<br />

<strong>em</strong>inent<strong>em</strong>ente contagiosa. E <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> um vírus,<br />

cuja natureza intima, como a <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os outros vírus,<br />

não é conhecida, mas cuja influencia <strong>de</strong>leteria se<br />

manisfesta sufficient<strong>em</strong>ente na economia, pelos<br />

diversos effeitos que occasiona. Transmitte-se mais<br />

ordinariamente pela approximação <strong>do</strong>s sexos; mas<br />

contrahe-se também por qualquer outra espécie <strong>de</strong><br />

contacto immediato, comtanto que as partes que<br />

corr<strong>em</strong> este risco sejão simplesmente cobertas <strong>de</strong><br />

m<strong>em</strong>brana mucosa, como a glan<strong>de</strong>, os lábios, etc., ou<br />

então que, sen<strong>do</strong> cobertas pela pelle, esta ultima se<br />

ache <strong>de</strong>spida <strong>de</strong> sua epi<strong>de</strong>rme por qualquer ferida.<br />

Resultão disso mui frequentes ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong><br />

s<strong>em</strong>elhantes moléstias contrahidas pela amamentação,<br />

por beijos, ou pela applicação da materia virulenta nos<br />

olhos, ventas, anus, e até nos <strong>de</strong><strong>do</strong>s, quan<strong>do</strong> nelles<br />

exist<strong>em</strong> esfoladuras. Um copo, uma colher, um<br />

cachimbo communs a muitos indivíduos, po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>sta<br />

maneira communicar a molestia: o mesmo se enten<strong>de</strong><br />

com o apertar a mão; mas é preciso que o objecto<br />

esteja impregna<strong>do</strong> <strong>de</strong> materia virulenta para que<br />

aconteça esta <strong>de</strong>sgraça.<br />

Os primeiros autores que <strong>de</strong>screverão os<br />

effeitos <strong>de</strong>ste contagio sob o nome <strong>de</strong> syphilis datão<br />

<strong>do</strong> fim <strong>do</strong> XV século. Na época este mal, que<br />

provavelmente há existi<strong>do</strong> <strong>em</strong> to<strong>do</strong>s os t<strong>em</strong>pos, tomou<br />

um aspecto tão violento, que todas as classes da<br />

socieda<strong>de</strong> seriamente se assustarão <strong>de</strong>lle. Depois <strong>de</strong><br />

ter<strong>em</strong> feito muitas conjecturas sobre a orig<strong>em</strong> <strong>de</strong>ste<br />

flagello, a gran<strong>de</strong> maioria <strong>do</strong>s médicos e <strong>do</strong>s<br />

historia<strong>do</strong>res a<strong>do</strong>ptou a opinião <strong>em</strong>itida por Gonzalves<br />

Fernan<strong>de</strong>z <strong>de</strong> Ovie<strong>do</strong>, que a attribuia aos indígenas das<br />

Antilhas. Segun<strong>do</strong> este historia<strong>do</strong>r, os companheiros<br />

<strong>de</strong> Cristóvão Colombo, <strong>de</strong>s<strong>em</strong>barca<strong>do</strong>s no reino <strong>de</strong><br />

Nápoles <strong>em</strong> 1495, forão os que ahi espalharam esta<br />

molestia. Em 1596, o exercito francez fora inficiona<strong>do</strong>


da syphilis no sitio <strong>de</strong> Nápoles, segun<strong>do</strong> refere outro<br />

autor, Coradin Gilini, e communicará por toda a<br />

Europa a molestia, que <strong>em</strong> muitas línguas recebeu o<br />

nome <strong>de</strong> gallico ou mal francez, b<strong>em</strong> que os Francezes<br />

ao principio o chamass<strong>em</strong> mal italiano ou mal <strong>de</strong><br />

Nápoles. Esta opinião foi quasi geralmente admitida<br />

na Europa. Mas os autores que se t<strong>em</strong> occupa<strong>do</strong> <strong>de</strong>ste<br />

ponto <strong>de</strong> historia t<strong>em</strong> restringi<strong>do</strong> muito a questão, não<br />

investigan<strong>do</strong> senão o que é relativo à importação ou á<br />

diffusão da molestia. Não se trata aqui <strong>de</strong> saber<br />

quan<strong>do</strong> é que a syphilis appareceu na Europa; o que<br />

cumpre é conhecer como ella se <strong>de</strong>senvolveu. Quan<strong>do</strong><br />

se chegasse a fixar <strong>de</strong> uma maneira positiva seu<br />

itinerário, suppon<strong>do</strong>-se, por ex<strong>em</strong>plo, que<br />

effectivamente, foi da América para a Europa, restaria<br />

ainda a <strong>de</strong>cidir como se produzira na América; isto é,<br />

seria necessário propor-se esta questão: qual foi o<br />

principio ou a causa da syphilis? Esta questão<br />

provavelmente nunca será resolvida. Mas<br />

relativamente á orig<strong>em</strong> da syphilis, é provável que esta<br />

molestia tenha existi<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> e<br />

<strong>em</strong> toda a parte ao mesmo t<strong>em</strong>po. Porquanto, se n’um<br />

momento se apresentou com tal frequência que se<br />

podia crer na invasão recente <strong>de</strong> uma affecção até<br />

então ignorada, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> isso <strong>de</strong> um certo numero <strong>de</strong><br />

circunstancias difficeis <strong>de</strong> penetrar, mas sobretu<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

se ter então fixa<strong>do</strong> mais a attenção sobre esta molestia.<br />

Há com effeito provas que a syphilis existia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os<br />

t<strong>em</strong>pos mais antigos entre os Ju<strong>de</strong>os, Gregos e<br />

Romanos: estas provas são: 1º algumas passagens <strong>do</strong><br />

livro <strong>de</strong> Moysés, <strong>em</strong> que este legisla<strong>do</strong>r recommenda<br />

as purificações por causa <strong>de</strong> escorrimentos <strong>de</strong> um e <strong>de</strong><br />

outro sexo; 2º as obras <strong>de</strong> muitos médicos antigos, e<br />

principalmente as <strong>de</strong> Hippocrates e <strong>de</strong> Celso, que<br />

<strong>de</strong>screve oito espécies <strong>de</strong> ulceras das partes genitaes;<br />

3º finalmente diversos <strong>do</strong>cumentos históricos, taes<br />

como muitos regulamentos relativos ás casas <strong>de</strong><br />

alcouce, to<strong>do</strong>s <strong>de</strong> uma data mui anterior à <strong>de</strong>scoberta<br />

da América. Sobrão autores para corroborar<strong>em</strong> esta<br />

opinião, que já t<strong>em</strong> por si muito <strong>de</strong> racional a primeira<br />

vista.<br />

Os symptomas da syphilis são primitivos ou<br />

consecutivos. Os primitivos são os que se <strong>de</strong>clarão<br />

poucos dias <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter<strong>em</strong> si<strong>do</strong> communica<strong>do</strong>s, e<br />

que se mostram nas partes <strong>em</strong> que o vírus foi<br />

applica<strong>do</strong>: taes são os cavallos, as mulas, os<br />

esquentamentos, e as vezes diversas excrescencias que<br />

se <strong>de</strong>senvolv<strong>em</strong> nas partes genitaes. Quan<strong>do</strong> estes<br />

symptomas se t<strong>em</strong> espontaneamente dissipa<strong>do</strong>, ou<br />

quan<strong>do</strong> o seu tratamento foi incomleto, resultõo disso<br />

frequent<strong>em</strong>ente, symptomas consecutivos; sua reunião<br />

forma uma molestia syphilitica constitucional. Po<strong>de</strong>m<br />

patentear-se alguns mezes ou até alguns annos <strong>de</strong>pois<br />

da cura da molestia primitiva. Estes symptomas são:<br />

ulceras que tornão a apparecer nas partes sexuaes, ou<br />

que sobrev<strong>em</strong> na garganta, nos beiços, nas ventas, no<br />

céo da bocca, nas pernas ou nos braços, feridas na<br />

vizinhança <strong>do</strong> anus que entret<strong>em</strong> a humida<strong>de</strong> nesta<br />

parte; excrescências, vegetações nas partes genitaes ou<br />

<strong>em</strong> roda <strong>do</strong> anus, differentes erupções cutâneas, <strong>do</strong>res<br />

nocturnas nos ossos, tumores que se <strong>de</strong>senvolv<strong>em</strong> nos<br />

mesmo órgãos; a queda <strong>do</strong> cabello, das unhas; os<br />

zuni<strong>do</strong>s <strong>de</strong> ouvi<strong>do</strong>s, a sur<strong>de</strong>z; e <strong>em</strong>fim um gran<strong>de</strong><br />

numero <strong>de</strong> outros symptomas, que são os effeitos <strong>de</strong><br />

uma inffecção geral mais ou menos antiga.<br />

D<strong>em</strong>or<strong>em</strong>o-nos um pouco sobre cada um <strong>de</strong>stes<br />

symptomas.<br />

SYMPTOMAS DE SYPHILIS RECENTE OU<br />

LEVE. 1º Esquentamento, purgação, Blennorrhagia<br />

ou Gonorrhea. Esta molestia é caracterisada por um<br />

escorrimento mucoso, puriforme, que provém <strong>do</strong> canal<br />

da uretra no hom<strong>em</strong>, ou na vagina da mulher, e que é<br />

acompanha<strong>do</strong> <strong>de</strong> calor, e ar<strong>do</strong>r excessivo, sobretu<strong>do</strong><br />

durante a <strong>em</strong>issão <strong>de</strong> ourinas.<br />

2º Cavallos ou Cancros venéreos. Pequenas<br />

ulcerações syphiliticas, que principião commummente<br />

por pequenas no<strong>do</strong>as vermelhas que causão uma<br />

comichão incommoda, e que se transformão logo <strong>em</strong><br />

um pequeno botão. O ápice <strong>de</strong>ste botão fica branco,<br />

torna-se transparente, abre-se e <strong>de</strong>ixa sahir um liqui<strong>do</strong><br />

claro. Pouco a pouco a ulceração se cava, <strong>de</strong>ixa sair<br />

uma materia, purulenta, viscosa, fétida, e mui<br />

virulenta, e transforma-se <strong>em</strong> verda<strong>de</strong>iro cavallo. Os<br />

lugares <strong>em</strong> que este symptoma se manifesta mais<br />

frequent<strong>em</strong>ente são, no hom<strong>em</strong>, a glan<strong>de</strong> e o prepúcio,<br />

e na mulher, a face interna da vulva. Os cavallos<br />

po<strong>de</strong>m as vezes apparecer nos beiços, nas margens <strong>do</strong><br />

anus, no bico <strong>do</strong> peito, na bocca, e até na pelle <strong>do</strong><br />

escroto e <strong>do</strong> m<strong>em</strong>bro viril, quan<strong>do</strong> estas partes<br />

estiverão <strong>em</strong> contacto immediato com o vírus. Os<br />

cavallos t<strong>em</strong> caracteres que serv<strong>em</strong> a distingui-los das<br />

ulcerações não syphiliticas que se po<strong>de</strong>m encontrar<br />

nos órgãos genitaes: sua superfície é <strong>de</strong> cor parda ou<br />

amarellada, suas margens são vermelhas e cortadas<br />

perpendicularmente.<br />

3º Mula ou Bubão. O bubão é um tumor mais<br />

ou menos consi<strong>de</strong>rável, forma<strong>do</strong> pelo engurgitamento<br />

das gladulas linfáticas da virilha.<br />

Estes três symptomas forão já discriptos <strong>em</strong><br />

artigos separa<strong>do</strong>s; referimo-nos, por coonseguinte, ás<br />

palavras ESQUENTAMENTO, CAVALLOS,<br />

MULAS, e passamos a outros symptomas da syphilis<br />

recente, <strong>de</strong> que ainda não tratamos nesta obra.<br />

4º Phimosis. Existe phimosis todas as vezes<br />

que o prepúcio, estreita<strong>do</strong> na sua abertura por uma<br />

causa qualquer, não po<strong>de</strong> ser puxa<strong>do</strong> para trás afim <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scobrir a glan<strong>de</strong>. Este esta<strong>do</strong> po<strong>de</strong> ser resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

uma conformação natural, e então não constitui<br />

molestia; mas po<strong>de</strong> também ser acci<strong>de</strong>ntalmente<br />

produzi<strong>do</strong> pela inflammação da parte que reconhece<br />

commummente o vírus syphilitico por causa. É<br />

ordinariamente occasiona<strong>do</strong> por esquentamento ou por<br />

cavallos <strong>do</strong> prepúcio ou da glan<strong>de</strong>, os quaes<br />

<strong>de</strong>terminão a inchação <strong>de</strong> um <strong>de</strong>stes <strong>do</strong>us órgãos, e ás<br />

vezes <strong>de</strong> ambos.<br />

Quan<strong>do</strong> o phimosis é acompanha<strong>do</strong> <strong>de</strong> pouca<br />

inflammação, não é necessário que os cavallos estejão<br />

<strong>de</strong>scobertos para se obter a cura; basta fazer-se<br />

injecções <strong>de</strong> <strong>de</strong>cocção <strong>de</strong> linhaça entre a glan<strong>de</strong> e o<br />

prupúcio, afim <strong>de</strong> se expellir a suppuração; e


finalmente <strong>em</strong>pregar-se-hão banhos, bebidas<br />

refrigerantes, um regim<strong>em</strong> vegetal, conjuntamente<br />

com o tratamento mercurial interno. Será, além disso,<br />

vantajoso que se banhe frequent<strong>em</strong>ente o m<strong>em</strong>bro<br />

<strong>do</strong>ente, e que seja elle manti<strong>do</strong> applica<strong>do</strong> contra o<br />

ventre, afim <strong>de</strong> favorecer a volta <strong>do</strong>s líqui<strong>do</strong>s, e será<br />

preciso envolve-lo com cataplasma <strong>de</strong> farinha <strong>de</strong><br />

linhaça.<br />

A mesma marcha <strong>de</strong>ve ser seguida no<br />

princípio quan<strong>do</strong> a inflammação for pouco activa; mas<br />

os symptomas são ás vezes tão intensos que exig<strong>em</strong> a<br />

applicação <strong>de</strong> algumas bichas no anus ou no baixoventre.<br />

Nunca se <strong>de</strong>v<strong>em</strong> applicar as bichas no próprio<br />

lugar inflamma<strong>do</strong>, porque então a irritação <strong>em</strong> vez <strong>de</strong><br />

diminuir, augmentaria.<br />

Quan<strong>do</strong>, apezar <strong>de</strong> todas estas precauções, a<br />

inflammação cresce cada vez mais, chegan<strong>do</strong> ás vezes<br />

a tal grao <strong>de</strong> violencia que occasiona <strong>do</strong>res horríveis,<br />

então o cirurgião faz cessar o extr<strong>em</strong>o aperto <strong>do</strong><br />

prepúcio, dividin<strong>do</strong>-o longitudinalmente com o bisturi,<br />

e <strong>de</strong>ste mo<strong>do</strong> faz <strong>de</strong>sapparecer os acci<strong>de</strong>ntes. Cura-se<br />

<strong>de</strong>pois a ferida com ceroto ou com unguento<br />

mercurial.<br />

5º Paraphimosis. O paraphimosis é<br />

absolutamente o contrario <strong>do</strong> phimosis: t<strong>em</strong> lugar<br />

quan<strong>do</strong> o prepúcio não po<strong>de</strong> cobrir a glan<strong>de</strong>. Este<br />

acci<strong>de</strong>nte sobrev<strong>em</strong> ás vezes a indivíduos sãos que,<br />

ten<strong>do</strong> a glan<strong>de</strong> habitualmente coberta, <strong>de</strong>scobr<strong>em</strong>-a, ou<br />

por curiosida<strong>de</strong>, ou para fazer<strong>em</strong> lavatórios, e esperão<br />

longo t<strong>em</strong>po para reconduzir<strong>em</strong> as partes a seu esta<strong>do</strong><br />

natural; a glan<strong>de</strong> então incha e torna-se mui volumosa<br />

para po<strong>de</strong>r passar <strong>de</strong> novo pela abertura estreita <strong>do</strong><br />

prepúcio. Este acci<strong>de</strong>nte po<strong>de</strong> também ter lugar<br />

durante os esforços <strong>do</strong> coito, sobretu<strong>do</strong> com uma<br />

virg<strong>em</strong>. Assim, alguns recém-casa<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>m contrahir<br />

uma paraphimosis na primeira noite <strong>de</strong> suas bodas.<br />

T<strong>em</strong> havi<strong>do</strong> pessoas tão ignorantes que accusavão tão<br />

injustamente, por esta causa, suas esposas <strong>de</strong> lhe ter<strong>em</strong><br />

communica<strong>do</strong> uma molestia syphilitica. Mas o<br />

paraphimosis é também produzi<strong>do</strong> pela presença <strong>de</strong><br />

cavallos na glan<strong>de</strong>, e principalmente pela propagação<br />

da inflammação que existe na uretra quan<strong>do</strong> este canal<br />

esta affecta<strong>do</strong> <strong>de</strong> blenorrhagia.<br />

Qualquer que seja a causa <strong>do</strong> paraphimosis,<br />

eis-aqui as consequências <strong>de</strong>ste acci<strong>de</strong>nte. A abertura<br />

<strong>do</strong> prepúcio, applicada circularmente sobre o m<strong>em</strong>bro<br />

viril, aperta fort<strong>em</strong>ente este órgão e causa um<br />

obstáculo não só a circulação <strong>do</strong> sangue da glan<strong>de</strong>,<br />

mas ainda á <strong>do</strong> da m<strong>em</strong>brana interna <strong>do</strong> mesmo<br />

prepúcio, que incha e forma muitos anneis, <strong>de</strong>siguaes,<br />

vermelhos e luzidios. A glan<strong>de</strong> torna-se também<br />

vermelha e luzidia, todas as partes ficão mui<br />

<strong>do</strong>lorosas; os cavallos, se exist<strong>em</strong>, augmentão e<br />

inflammão-se. Quan<strong>do</strong> a constrição é pouco<br />

consi<strong>de</strong>rável, a vermelhidão e a <strong>do</strong>r <strong>de</strong>sapparec<strong>em</strong> ás<br />

vezes; então existe só inchação da m<strong>em</strong>brana interna<br />

<strong>do</strong> prepúcio, e neste esta<strong>do</strong> ficão as cousas por tanto<br />

t<strong>em</strong>po quanto for a <strong>de</strong>mora <strong>em</strong> se acudir ao<br />

paraphimosis; mas <strong>de</strong> ordinario o prepúcio e a glan<strong>de</strong><br />

inflammão-se, o <strong>do</strong>ente experimenta anxieda<strong>de</strong>,<br />

agitação e <strong>do</strong>res vivas, que não cessam senão quan<strong>do</strong> a<br />

gangrena t<strong>em</strong> <strong>de</strong>struí<strong>do</strong> o prepucio e seu freio. Depois<br />

da queda das partes mortificadas, a pelle cicatrisa-se<br />

pouco a pouco, e como felizmente é mui rara a<br />

gangrena da glan<strong>de</strong>, o <strong>do</strong>ente acha-se, <strong>de</strong>pois da cura,<br />

reduzi<strong>do</strong> ao esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> um hom<strong>em</strong> <strong>em</strong> qu<strong>em</strong> se tenha<br />

pratica<strong>do</strong> a operação da circumcisão; isto é, fica com a<br />

glan<strong>de</strong> s<strong>em</strong>pre <strong>de</strong>scoberta.<br />

Para prevenir estes acci<strong>de</strong>ntes, o <strong>do</strong>ente <strong>de</strong>ve<br />

recorrer immediatamente a um cirurgião, que reduzirá<br />

o prepúcio da maneira seguinte: Estan<strong>do</strong> o <strong>do</strong>ente <strong>em</strong><br />

pé e encosta<strong>do</strong> a uma pare<strong>de</strong>, o opera<strong>do</strong>r applica o<br />

<strong>de</strong><strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r <strong>de</strong> cada mão atrás da glan<strong>de</strong> e puxa a<br />

pelle <strong>do</strong> prepúcio para diante entretanto que os <strong>do</strong>us<br />

<strong>de</strong><strong>do</strong>s pollegares, firma<strong>do</strong>s sobre a glan<strong>de</strong>, a repell<strong>em</strong><br />

para trás. Ao mesmo t<strong>em</strong>po outra pessoa <strong>de</strong>ita<br />

continuamente água fria sobre a glan<strong>de</strong>. A reducção<br />

faz-se <strong>de</strong> ordinário com facilida<strong>de</strong>; mas as vezes são<br />

necessários bastantes esforços. <strong>Uma</strong> vez restabelecidas<br />

as partes nas suas relações naturaes, o <strong>do</strong>ente<br />

experimenta um allivio prompto, a inchação e to<strong>do</strong>s os<br />

acci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>sapparec<strong>em</strong>, e tu<strong>do</strong> entra no esta<strong>do</strong><br />

normal. Se exit<strong>em</strong> cavallos e outros symptomas<br />

venéreos, recobrão uma marcha mais regular; apenas é<br />

necessários ajudar-se a cura, que se obt<strong>em</strong> <strong>em</strong> alguns<br />

dias, pelos lavatórios <strong>em</strong>ollientes e pela posição <strong>do</strong><br />

m<strong>em</strong>bro viril, que <strong>de</strong>ve ser applica<strong>do</strong> contra o ventre.<br />

Quan<strong>do</strong>, <strong>em</strong>fim, a inflammação estiver acalmada,<br />

conv<strong>em</strong> que se continue o tratamento anti-venereo, se<br />

exist<strong>em</strong> cavallos ou alguns outros symptomas<br />

venéreos.<br />

6º Pústulas syphiliticas primitivas. São excrescências<br />

humidas, largas, chatas, <strong>de</strong> cor vermelha mais ou<br />

menos escura, arre<strong>do</strong>ndadas, extensas <strong>de</strong> três a seis<br />

linhas, e cuja superfície dá um flui<strong>do</strong> viscoso assaz<br />

abundante. Sobrev<strong>em</strong> nas partes genitaes, seis ou oito<br />

dias <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um coito impuro; mas as vezes não<br />

apparec<strong>em</strong> senão <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> quinze dias, ou mesmo<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um mez. Curão-se da mesma maneira que os<br />

cavallos.<br />

SYMPTOMAS DE SYPHILIS CONSECUTIVA. – 1º<br />

Ulceras. Estas ulceras, que apparec<strong>em</strong> quase s<strong>em</strong>pre<br />

longe <strong>do</strong> lugar que occupavão os symptomas<br />

primitivos da infecção, <strong>de</strong>clarão-se, quan<strong>do</strong> ce<strong>do</strong>,<br />

algumas s<strong>em</strong>anas <strong>de</strong>pois da cura <strong>de</strong>stes últimos: as<br />

mais das vezes só <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> muitos mezes, e até <strong>de</strong><br />

muitos annos. Encontrão-se na garganta, no interior<br />

das faces, na língua, nas ventas e nos m<strong>em</strong>bros. As<br />

partes genitaes, sé<strong>de</strong> ordinária <strong>do</strong>s cavallos primitivos,<br />

não são entretanto s<strong>em</strong>pre isentas <strong>de</strong>llas. Acima<br />

diss<strong>em</strong>os que os cavallos primitivos são s<strong>em</strong>pre<br />

occasiona<strong>do</strong>s por uma materia contagiosa vinda <strong>de</strong><br />

fóra e applicada á parte <strong>em</strong> que estes cavallos se<br />

<strong>de</strong>senvolv<strong>em</strong>: pelo contrario as ulceras venéreas<br />

consecutivas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m constant<strong>em</strong>ente <strong>de</strong> uma<br />

infecção interna, constitucional; isto é, <strong>de</strong>rramada <strong>em</strong><br />

toda a economia. Estas ulceras são s<strong>em</strong>elhantes, <strong>em</strong><br />

geral, aos cavallos primitivos. Como elles, principião<br />

ordinariamente por uma no<strong>do</strong>a vermelha, que incha e<br />

abre-se, ou por escoriações que se esten<strong>de</strong>m, cavão-se


e tomão, <strong>em</strong>fim, os caracteres syphiliticos. Sua<br />

superfície é <strong>de</strong>sigual, <strong>de</strong> cor parda mais ou menos<br />

escura, ou amarellada. Sua circumferencia é orlada por<br />

uma vermelhidão erysipelatosa. São mais ou menos<br />

re<strong>do</strong>n<strong>do</strong>s, profun<strong>do</strong>s, e mais ou menos extensos. Suas<br />

margens são duras, engorgitadas e cortadas<br />

perpendicularmente.<br />

Todas as ulceras syphiliticas consecutivas<br />

reclamão um tratamento interno <strong>de</strong> que fallar<strong>em</strong>os<br />

logo. Quanto ao tratamento externo, que somente <strong>de</strong>ve<br />

ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> como accessorio, taes como gargarejos<br />

<strong>de</strong> leite, <strong>de</strong> cevada com mel rosa<strong>do</strong>, para as ulceras da<br />

boca; cataplasmas <strong>de</strong> farinha <strong>de</strong> linhaça, para as<br />

ulceras <strong>do</strong>s m<strong>em</strong>bros; mais tar<strong>de</strong> conv<strong>em</strong> toca-las <strong>de</strong><br />

espaço <strong>em</strong> espaço com pedra infernal, e cura-las com<br />

unguentos estimulantes ou com fios molha<strong>do</strong>s <strong>em</strong><br />

água <strong>de</strong> Labarraque.<br />

2º Rhagadias ou Gretas. Chamão-se assim pequenas<br />

ulceras compridas e estreitas que mais frequent<strong>em</strong>ente<br />

t<strong>em</strong> sua sé<strong>de</strong> nos interstícios das rugas <strong>do</strong> anus: neste<br />

caso, incommodão o <strong>do</strong>ente a ponto <strong>de</strong> não po<strong>de</strong>r<br />

andar, sentar-se, montar a cavallo. Raras vezes estas<br />

rachas resist<strong>em</strong> á administração methódica <strong>do</strong><br />

tratamento interno, ajuda<strong>do</strong> <strong>do</strong>s cuida<strong>do</strong>s <strong>do</strong> asseio e<br />

da applicação da pomada mercurial. Sen<strong>do</strong> mui<br />

<strong>do</strong>lorosas, curão-se com coreto opiaceo; insiste-se no<br />

uso <strong>de</strong> banhos, e entrete-se o ventre livre mediante<br />

clysteres <strong>em</strong>ollientes. Quan<strong>do</strong> a cura <strong>de</strong>ste symptoma<br />

venéreo é retardada pelo esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> in<strong>do</strong>lencia das<br />

superfícies ulceradas, po<strong>de</strong>-se estimula-las tocan<strong>do</strong>-as<br />

com pedra infernal.<br />

B<strong>em</strong> que <strong>em</strong> geral as rhagadias sejão<br />

acci<strong>de</strong>ntes consecutivos da molestia venerea, exist<strong>em</strong><br />

entretanto, exist<strong>em</strong> entretanto casos <strong>em</strong> que são<br />

resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma afecção recent<strong>em</strong>ente contrahida<br />

pela applicação immediata <strong>do</strong> vírus sobre o lugar<br />

affecta<strong>do</strong>. Encontrão-se principalmente entre as<br />

pessoas a qu<strong>em</strong> a <strong>de</strong>pravação <strong>do</strong>s costumes inspira<br />

gostos contrários ao fim da natureza. Neste caso, a<br />

affecção <strong>de</strong>ve ser ass<strong>em</strong>elhada aos soutros signaes<br />

primitivos da syphilis, e exige um tratamento<br />

antisyphilitico mais bran<strong>do</strong>. O <strong>do</strong>ente <strong>de</strong>ve também<br />

submetter-se aos mesmos cuida<strong>do</strong>s <strong>de</strong> asseio e aos<br />

mesmos curativos que para as rhagadias consecutivas:<br />

mas, queren<strong>do</strong>-se seriamente obter a cura <strong>de</strong>sta<br />

molestia, será preciso também renunciar para s<strong>em</strong>pre<br />

as vergonhosas praticas que a occasionarão.<br />

Sobrev<strong>em</strong> ás vezes entre os <strong>de</strong><strong>do</strong>s e na palma<br />

das mãos, na sola <strong>do</strong>s pés, entre os <strong>de</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong>s pés e no<br />

escroto, rachas venéreas que se chamão rhagadias. São<br />

<strong>de</strong> ordinário menos <strong>do</strong>lorosas e menos incommodas<br />

que as <strong>do</strong> anus. O tratamento geral <strong>de</strong>ve ser<br />

exactamente s<strong>em</strong>elhante para todas estas ulceras, seja<br />

qual for o lugar <strong>em</strong> que se manifest<strong>em</strong>. Os curativos<br />

locaes consist<strong>em</strong> <strong>em</strong> pequenas mechas <strong>de</strong> fios<br />

molha<strong>do</strong>s n’uma <strong>de</strong>cocção <strong>de</strong> linhaça, a que se ajunta<br />

no fim <strong>do</strong> tratamento uma maior ou menor quantida<strong>de</strong><br />

d’agua <strong>de</strong> Labarreque: estas mechas applicão-se entre<br />

as margens das ulceras.<br />

3º Pustulas syphiliticas consecutivas. Estas pústulas<br />

reconhec<strong>em</strong>-se por botões e outros pequenos tumores<br />

que se <strong>de</strong>senvolv<strong>em</strong> principalmente na pelle <strong>do</strong> tronco,<br />

<strong>do</strong>s m<strong>em</strong>bros, e t<strong>em</strong>, pela maior parte, a cor roxa <strong>do</strong><br />

cobre; algumas são cobertas <strong>de</strong> crostas que se soltão,<br />

cah<strong>em</strong>, e são substituídas por outras. Apresentão-se<br />

sob formas mui variadas, e não há effectivamente<br />

quase nenhuma affecção cutânea á qual não possão ser<br />

ás vezes s<strong>em</strong>elhantes. Só ao médico é da<strong>do</strong> distinguir<br />

as que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>do</strong> vírus syphilitico das que <strong>de</strong>v<strong>em</strong><br />

ser attribuidas a uma simples affecção dartrosa.<br />

4º Dartros venéreos. São <strong>em</strong>pigens <strong>de</strong> forma e aspecto<br />

mui varia<strong>do</strong>s, que as vezes não po<strong>de</strong>m ser mui<br />

facilmente distinguidas das affecções não syphiliticas<br />

da pelle, visto não apresentar<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre caracteres<br />

específicos. A duvida po<strong>de</strong> ser tirada pela existencia<br />

prece<strong>de</strong>nte da molestia syphilitica, pela maneira<br />

incompleta com que esta foi tratada, ou, pela<br />

coexistencia <strong>de</strong> outros signaes <strong>de</strong> infecção mais<br />

positivos, taes como as <strong>do</strong>res nocturnas, tumores nos<br />

ossos, ulceras, etc.<br />

5º Manchas ou no<strong>do</strong>as syphiliticas. Esta mudança da<br />

cor natural da pelle é mui s<strong>em</strong>elhante á que é<br />

<strong>de</strong>terminada, <strong>em</strong> certas mulheres, pelo esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

prenhez. É <strong>de</strong>vida a existência <strong>do</strong> vírus syphilitico, que<br />

obra por muito t<strong>em</strong>po sobre o organismo. Estas<br />

manchas t<strong>em</strong> a cor <strong>de</strong> cobre, são amarellas-roxas ou<br />

cor <strong>de</strong> café com leite, frequent<strong>em</strong>ente mais escuras na<br />

circumferencia que no centro. São brandas ao tacto;<br />

quan<strong>do</strong> exist<strong>em</strong> há muito t<strong>em</strong>po, <strong>de</strong>spegão-se <strong>de</strong>llas<br />

escamasinhas furfuraceas. Não offerec<strong>em</strong> todavia<br />

caracter algum específico e exclusivo que as possa<br />

fazer distinguir com certeza das que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> uma<br />

simples disposição dartrosa. Entretanto, quanto mais<br />

escura for sua cor, tanto mais consi<strong>de</strong>radas <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser<br />

como <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da infecção venerea, s<strong>em</strong> comtu<strong>do</strong><br />

se <strong>de</strong>sprezar<strong>em</strong> as outras circumstancias que possão<br />

r<strong>em</strong>over todas as duvidas, taes como a affecção<br />

syphilitica primitiva que existia e que foi mal curada, e<br />

a presença <strong>de</strong> outros symptomas syphiliticos sobre<br />

cuja natureza haja menos incerteza. As manchas<br />

syphiliticas dissipão-se tanto mais facilmente pelo uso<br />

<strong>do</strong>s antivenereos geraes e banhos mornos repeti<strong>do</strong>s,<br />

quanto menos antigas são. Se resist<strong>em</strong>, pó<strong>de</strong>-se esperar<br />

o seu <strong>de</strong>sapparecimento pelo uso <strong>do</strong>s banhos d’agua<br />

<strong>do</strong> mar e das fricções com pomadas sulfurosas.<br />

6º Vegetações Syphiliticas. Chamão-se assim<br />

pequenos tumores que se <strong>de</strong>senvolv<strong>em</strong> nos órgãos<br />

genitaes <strong>em</strong> consequencia da influencia <strong>do</strong> vírus<br />

venereo. Sua sé<strong>de</strong> mais ordinária é nas m<strong>em</strong>branas<br />

mucosas: também se encontrão na glan<strong>de</strong> e face<br />

interna <strong>do</strong> prepúcio; ás vezes mostrão-se no canal da<br />

uretra, perto <strong>do</strong> seu orifício. O que t<strong>em</strong> <strong>de</strong> mais<br />

singular estes pequenos tumores é que o seu ápice<br />

apresenta quase s<strong>em</strong>pre sulcos que o divi<strong>de</strong>m <strong>em</strong><br />

muitas separações, e que lhes fizerão dar o nome <strong>de</strong><br />

verrugas quan<strong>do</strong> são pequenos, e os <strong>de</strong> couve-flores e<br />

esponjas quan<strong>do</strong> t<strong>em</strong> maior volume. As verrugas são<br />

mais brancas que a parte sobre que se <strong>de</strong>senvolv<strong>em</strong>.<br />

As couve-flores são <strong>de</strong> cor mui vermelha. Todas as


vegetações são, <strong>em</strong> geral, pouco <strong>do</strong>lorosas, salvo nos<br />

casos <strong>em</strong> que são irritadas por fricções impru<strong>de</strong>ntes,<br />

por applicações causticas, ou então por tracções<br />

repetidas feitas para arranca-las.<br />

Em muitos casos, as vegetações indicão uma<br />

infecção antiga e manifestão-se muitos mezes e até<br />

muitos annos <strong>de</strong>pois <strong>do</strong>s cavallos ou <strong>de</strong> outros<br />

symptomas primitivos: há entretanto ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong><br />

sobrevir<strong>em</strong> quinze dias ou um mez <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> coito<br />

suspeito. Comtu<strong>do</strong>, a molestia n<strong>em</strong> por isso <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong><br />

exigir o uso <strong>do</strong> mercúrio; mas o medicamento <strong>de</strong>ve ser<br />

proporciona<strong>do</strong> á antiguida<strong>de</strong> e á extensão <strong>do</strong><br />

symptoma.<br />

Porém os symptomas <strong>de</strong> que fallamos n<strong>em</strong><br />

s<strong>em</strong>pre são <strong>de</strong> natureza syphilitica. Em certos casos,<br />

sobrev<strong>em</strong>, nas mesmas regiões, vegetações que<br />

offerec<strong>em</strong> formas s<strong>em</strong>elhantes, b<strong>em</strong> que não possam<br />

ser attribuidas senão a causas estranhas ao contagio<br />

venereo. As pessoas mais sãs e que nunca tiverão a<br />

molestia syphilitica po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>llas affectadas.<br />

Resulta disto, até para o medico, uma gran<strong>de</strong><br />

perplexida<strong>de</strong> quan<strong>do</strong> é chama<strong>do</strong> a pronunciar<br />

<strong>de</strong>finitivamente sobra a natureza real <strong>de</strong>ste symptoma.<br />

Somente as circumstancias anteriores po<strong>de</strong>m dirigir<br />

seu juízo. Se o <strong>do</strong>ente diz que nunca foi affecta<strong>do</strong> se<br />

syphilis, ou que se a teve, foi trata<strong>do</strong> segun<strong>do</strong> os<br />

preceitos da arte, não há-duvida <strong>de</strong> que as suas<br />

vegetações sejam estranhas ao vírus. Mas se os<br />

cavallos <strong>de</strong> que foi affecta<strong>do</strong> prece<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente forão<br />

somente cauterisa<strong>do</strong>s e não cura<strong>do</strong>s pelo tratamento<br />

antisyphilitico interno, ou se com as vegetações<br />

exist<strong>em</strong> outros symptomas venéreos, po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>duzir<br />

que ellas são da mesma natureza venérea.<br />

Quan<strong>do</strong>, <strong>em</strong>fim, as vegetações for<strong>em</strong><br />

reconhecidas syphiliticas, é preciso que o <strong>do</strong>ente se<br />

submetta ao uso <strong>do</strong>s medicamentos mercuriaes.<br />

Durante este tratamento, as vegetações muitas vezes se<br />

<strong>de</strong>scorão, murchão e cah<strong>em</strong> s<strong>em</strong> que seja necessário<br />

fazer-se uso <strong>de</strong> applicação alguma local. Mas quan<strong>do</strong><br />

persist<strong>em</strong>, b<strong>em</strong> que o tratamento interno chegue ao<br />

fim, é indispensável que se recorra a uma medicação<br />

directa. Consiste ella no <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> um <strong>do</strong>s meios<br />

seguintes: 1º applicações d’agua vegeto-mineral ou<br />

d’agua salgada; 2º cauterisaçao com pedra infernal; 3º<br />

laqueação com um fio; 4º arrancadura; 5º excisão.<br />

Qualquer que seja o metho<strong>do</strong> a<strong>do</strong>pat<strong>do</strong> para <strong>de</strong>struir as<br />

vegetações syphiliticas, é mister saber que ellas t<strong>em</strong>,<br />

como as que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> outra causa, uma ten<strong>de</strong>ncia<br />

particular a apparecer<strong>em</strong> <strong>de</strong> novo. Os <strong>do</strong>entes nunca<br />

<strong>de</strong>v<strong>em</strong>, neste caso, dar-se a novos tratamentos<br />

antivenéreos; pois que a molestia é só local, e <strong>de</strong>ve ser<br />

exclusivamente tratada pelos meios externos que<br />

acabamos <strong>de</strong> indicar.<br />

As vegetações que não são syphiliticas não<br />

reclamão tratamento algum interno; é preciso que o<br />

<strong>do</strong>ente se limite ao uso <strong>de</strong> banhos; e se não cahir<strong>em</strong><br />

por si no fim <strong>de</strong> certo t<strong>em</strong>po, cumpre que recorra a um<br />

<strong>do</strong>s meios acima referi<strong>do</strong>s.<br />

7º Além das vegetações, <strong>de</strong>senvolv<strong>em</strong>-se também<br />

perto <strong>do</strong> orifício <strong>do</strong> anus excrescencias syphiliticas<br />

que t<strong>em</strong> formas variadas. Quan<strong>do</strong> são longitudinaes,<br />

achatadas, e entre as duas ná<strong>de</strong>gas chamão-se<br />

condylomas. Quan<strong>do</strong> são sulcadas por fendas<br />

transversaes, <strong>de</strong>nominão-se cristas-<strong>de</strong>-gallo. Em geral,<br />

estes symptomas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m quase s<strong>em</strong>pre <strong>de</strong> um vicio<br />

interno mais ou menos invetera<strong>do</strong>, mas po<strong>de</strong>m<br />

também manifestar-se como phenomenos primitivos<br />

<strong>de</strong> infecção, quan<strong>do</strong> a região <strong>do</strong> anus foi posta <strong>em</strong><br />

contacto com o vírus. Estes tumores são <strong>de</strong> ordinário<br />

pouco <strong>do</strong>lorosos, b<strong>em</strong> que <strong>de</strong> cor mais viva que a pelle<br />

ou a m<strong>em</strong>brana mucosa sobre a qual se mostrão. As<br />

vezes, entretanto, adquir<strong>em</strong> uma gran<strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong>,<br />

tornão-se <strong>de</strong> uma cor vermelha muito mais animada, e<br />

<strong>de</strong>ixão sahir <strong>de</strong> sua superfície um flui<strong>do</strong> mucoso, e<br />

mais ou menos féti<strong>do</strong>. Este esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> irritação é<br />

sobretu<strong>do</strong> provoca<strong>do</strong> por gran<strong>de</strong>s fadigas e marchas<br />

forçadas. Os condylomas incommodão singularmente<br />

os <strong>do</strong>entes durante o andar, a equitação, e tornão as<br />

vezes mui penosa a funcção <strong>de</strong> <strong>de</strong>fecação.<br />

O tratamento mercurial interno é igualmente<br />

tão applicavel ás excrescencias syphiliticas como aos<br />

outros symptomas consecutivos. Ao mesmo t<strong>em</strong>po<br />

faz<strong>em</strong>-se unturas, <strong>de</strong> manhãa e <strong>de</strong> tar<strong>de</strong>, sobre ellas<br />

com unguento mercurial. Mas se for<strong>em</strong> <strong>do</strong>lorosas e<br />

mui vermelhas, antes <strong>de</strong> se lançar mão <strong>de</strong>sta<br />

applicação local convém primeiro acalmar a irritação<br />

com banhos mornos, cataplasmas <strong>de</strong> farinha <strong>de</strong><br />

linhaça, e unturas <strong>de</strong> ceroto opiaceo. Se no fim <strong>de</strong> <strong>do</strong>us<br />

mezes <strong>de</strong> tratamento mercurial interno as<br />

excrescências <strong>de</strong> que tratamos não <strong>de</strong>sapparecer<strong>em</strong>, é<br />

necessário <strong>de</strong>struí-las pela cauterisação ou excisão.<br />

8º Dores osteocopas. O vírus syphilitico, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> se<br />

ter <strong>de</strong>mora<strong>do</strong> mais ou menos t<strong>em</strong>po na economia<br />

animal, anuncia frequent<strong>em</strong>ente sua presença atacan<strong>do</strong><br />

os ossos, que se tornão a sé<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>do</strong>res e<br />

tumefacções mais ou menos consi<strong>de</strong>ráveis. Este vírus<br />

po<strong>de</strong> também <strong>de</strong>terminar <strong>do</strong>res nos músculos, ás quaes<br />

é inteiramente applicável tu<strong>do</strong> o que se disser neste<br />

paragrapho. As <strong>do</strong>res osteocopas (tal é seu nome)<br />

apresentão <strong>de</strong> particular, o ser<strong>em</strong> mais vivas no fim <strong>do</strong><br />

dia e durante as três ou quatro primeiras horas da noite<br />

que <strong>em</strong> to<strong>do</strong>s os outros momentos. Esta circumstacia,<br />

junta á sua resistencia obstinada aos meios ordinarios,<br />

as fará facilmente distinguir das <strong>do</strong>res rheumatismaes<br />

e sciaticas: estas, com effeito, <strong>em</strong> vez <strong>de</strong> ser<strong>em</strong><br />

augmentadas pelo calor da cama como ás <strong>de</strong>vidas a<br />

syphilis, per<strong>de</strong>m, pelo contrario, neste caso, quasi<br />

s<strong>em</strong>pre sua força, e acabão até por dar algum repouso<br />

aos <strong>do</strong>entes. Entretanto, o medico não po<strong>de</strong> julgar<br />

exclusivamente, só por este único caracter, da natureza<br />

das <strong>do</strong>res; visto que alguns factos t<strong>em</strong> <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong><br />

que as que são evi<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente venereas são ás vezes<br />

tão violentas <strong>de</strong> dia como <strong>de</strong> noite, <strong>em</strong>tanto que as<br />

<strong>do</strong>res rheumatismaes, longe <strong>de</strong> se acalmar<strong>em</strong>, como<br />

lhes é ordinário, pelo calo da cama, adquir<strong>em</strong> nella,<br />

pelo contrario, maior intensida<strong>de</strong>. Conseguint<strong>em</strong>ente o<br />

medico nunca se refere ao que um primeiro exame lhe<br />

sugerio, e indaga se não exist<strong>em</strong> outros symptomas<br />

syphiliticos que possão dissipar a incerteza; e aqui é o<br />

momento <strong>de</strong> dizer que, <strong>em</strong> muitas circumstancias,


achão-se ao mesmo t<strong>em</strong>po no indivíduo affecta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>res esteocopas, pustulas, ulceras consecutivas,<br />

exostoses e outros signaes <strong>de</strong> infecção mui próprios a<br />

caracterisar<strong>em</strong> a natureza da molestia. Com tu<strong>do</strong> isso,<br />

não se <strong>de</strong>ve crer que as excepções <strong>de</strong> que acabamos <strong>de</strong><br />

fallar, e que é bom que s<strong>em</strong>pre se conheção, sejão<br />

bastante comuns para <strong>de</strong>struír<strong>em</strong> a importância que<br />

com justiça se dá a este caracter das <strong>do</strong>res venereas<br />

<strong>do</strong>s ossos, <strong>de</strong> ser<strong>em</strong> principalmente sentidas durante a<br />

noite. Dir<strong>em</strong>os até que este symptoma é<br />

frequent<strong>em</strong>ente mui útil, para os médicos, quan<strong>do</strong> t<strong>em</strong><br />

<strong>de</strong> caracterisar as ulcerações <strong>de</strong> garganta e outras<br />

affecções <strong>de</strong>terminadas pelo mesmo vírus, e cuja<br />

orig<strong>em</strong> s<strong>em</strong> elle teria si<strong>do</strong> ainda longo t<strong>em</strong>po ignorada.<br />

As <strong>do</strong>res veneras atacão particularmente os<br />

ossos <strong>do</strong>s m<strong>em</strong>bros e os <strong>do</strong> craneo. B<strong>em</strong> que<br />

ordinariamente fixas sobre tal ou tal parte <strong>do</strong> corpo,<br />

são entretanto susceptíveis <strong>de</strong> mudar <strong>de</strong> sitio para<br />

passar<strong>em</strong> a outras regiões. Muitas vezes exist<strong>em</strong> s<strong>em</strong><br />

alteração apparente <strong>do</strong>s ossos; mas, <strong>em</strong> alguns casos,<br />

estes ossos inchão e apresentão tumores chama<strong>do</strong>s<br />

exostoses. Habitualmente estas <strong>do</strong>res são tão leves, tão<br />

vagas durante o dia, que os <strong>do</strong>entes as sent<strong>em</strong> apenas,<br />

e se entregão ás suas occupações. Mas logo que se põe<br />

o sol, ás vezes um pouco mais tar<strong>de</strong>, as <strong>do</strong>res<br />

principião a <strong>de</strong>spertar, e tomão um crescimento<br />

progressivo até a meia noite, pouco mais ou menos.<br />

Então são lancinantes, atrozes, e arrancão gritos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sesperação ao <strong>do</strong>ente durante muitas horas. A aurora<br />

traz uma diminuição aos soffrimentos, e o somno volta<br />

com os primeiros raios <strong>do</strong> sol, instante <strong>em</strong> que são<br />

commummente quasi nullas. Comtu<strong>do</strong>, n<strong>em</strong> to<strong>do</strong>s os<br />

casos são tão graves.<br />

As <strong>do</strong>res syphiliticas <strong>do</strong>s ossos ce<strong>de</strong>m, <strong>de</strong><br />

ordinário, mui facilmente à acção <strong>do</strong> tratamento<br />

antivenéreo geral, e especialmente daquelle cuja base é<br />

o sublima<strong>do</strong> e o cozimento <strong>de</strong> salsaparrilha.<br />

Fallar<strong>em</strong>os disto mais abaixo, quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>screvermos o<br />

tratamento geral da syphilis. A este tratamento pó<strong>de</strong>-se<br />

accrescentar algum calmante para diminuir a violência<br />

<strong>do</strong>s soffrimentos tanto quanto for possível. Tal é o<br />

ópio toma<strong>do</strong> ao principio na <strong>do</strong>se <strong>de</strong> meio grão ao<br />

<strong>de</strong>itar-se, e <strong>de</strong>pois na <strong>do</strong>se <strong>de</strong> 1, 2, 4 e mais grãos,<br />

progressvamente. Se o ópio não produz o effeito<br />

<strong>de</strong>seja<strong>do</strong>, recorra ao <strong>do</strong>ente acetato <strong>de</strong> morphina na<br />

<strong>do</strong>se <strong>de</strong> meio a um grão, ou ao xarope <strong>de</strong> thridacio na<br />

<strong>do</strong>se <strong>de</strong> uma a duas onças, s<strong>em</strong>pre ao <strong>de</strong>itar-se. Mas,<br />

quaesquer que sejão os meios <strong>de</strong>sta natureza que se<br />

ponhão <strong>em</strong> uso, elle não <strong>de</strong>ve esperar que se extingão<br />

logo totalmente as vivas <strong>do</strong>res que experimenta. T<strong>em</strong><br />

duas ou três horas <strong>de</strong> repouso, após o que é novamente<br />

atormenta<strong>do</strong>. Entretanto, esta pequena vantag<strong>em</strong> o<br />

tranquilisa, faz-lhe ter paciencia, e, durante esse t<strong>em</strong>po<br />

o tratamento anti-venereo, o verda<strong>de</strong>iro e único<br />

calmante cujos effeitos são duráveis contra os<br />

soffrim<strong>em</strong>tos <strong>de</strong>sta especie, adianta-se e acaba por<br />

<strong>de</strong>struir irrevogavelmente sua causa primaria.<br />

Mui frequent<strong>em</strong>ente a medicação mercurial,<br />

ajudada pelos fracos auxiliares que acabão <strong>de</strong> ser<br />

menciona<strong>do</strong>s, basta para acalmar as <strong>do</strong>res e prevenir-<br />

lhes a volta pela <strong>de</strong>struição completa <strong>do</strong> vírus que as<br />

produzi<strong>do</strong>, s<strong>em</strong> que seja necessário recorrer-se a<br />

nenhum tratamento local. Todavia, há circumstancias<br />

<strong>em</strong> que as applicações immediatas po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> soccorro. Isto acontece quan<strong>do</strong> as <strong>do</strong>res são<br />

violentas, intoleráveis, e sobretu<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> tardão<br />

muito <strong>em</strong> ser<strong>em</strong> influídas <strong>de</strong> uma maneira vantajosa<br />

pelo <strong>em</strong>prego <strong>do</strong>s r<strong>em</strong>édios acima indica<strong>do</strong>s. Os meios<br />

que se t<strong>em</strong> mostra<strong>do</strong> mais úteis neste caso são as<br />

cataplasmas <strong>de</strong> farinhas <strong>de</strong> linhaça borrifadas com<br />

láudano, as fricções com bálsamo tranqüilo, os<br />

sinapismos, e os cáusticos.<br />

9º Exostoses, Tumores gommosos, Caries <strong>de</strong> natureza<br />

syphilitica. As exostoses venéreas são tumores<br />

forma<strong>do</strong>s pela inchação total ou parcial <strong>do</strong>s ossos <strong>em</strong><br />

certos indivíduos affecta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> syphilis consecutiva.<br />

São duras, s<strong>em</strong> alteração da cor natural da pelle, e<br />

ordinariamente pouco <strong>do</strong>lorosas ou s<strong>em</strong> <strong>do</strong>r alguma:<br />

são immoveis e adher<strong>em</strong> fort<strong>em</strong>ente ao osso. Os<br />

tumores gomosos, ou simplesmente gommas, são<br />

também espécies <strong>de</strong> exosteses, porém muito mais<br />

molles que os prece<strong>de</strong>ntes. Formão-se não somente<br />

sobre os ossos, mas também nos músculos, sob a pelle:<br />

contém uma matéria viscosa, transparente, comparável<br />

a solução <strong>de</strong> gomma arábica. Resolv<strong>em</strong>-se ás vezes<br />

mui promptamente pelo único beneficio <strong>do</strong> tratamento<br />

mercurial: outras vezes abr<strong>em</strong>-se e <strong>de</strong>ixão sahir a<br />

materia que cont<strong>em</strong>. As ulceras que resultam <strong>de</strong>ssas<br />

aberturas curão-se como as outras feridas venéreas.<br />

A carie venerea reclama o tratamento<br />

antisyphilitico interno, ajuda<strong>do</strong> <strong>do</strong>s meios indica<strong>do</strong>s<br />

nesta affecção, quan<strong>do</strong> é simples.<br />

10º A queda <strong>do</strong> cabello é assaz commummente um<br />

symptoma da affecção venérea chegada a seu ultimo<br />

grão. Quan<strong>do</strong> não se lhe previn<strong>em</strong> os progressos, é<br />

acompanhada da queda das sobrancelhas, das pestanas,<br />

da barba e <strong>do</strong>s pellos das outras partes <strong>do</strong> corpo. Esta<br />

molestia exige o mais prompto <strong>em</strong>prego <strong>do</strong>s<br />

mercuriaes, ajuda<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s meios locaes indica<strong>do</strong>s nas<br />

calvícies que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> outras causas.<br />

11º A sur<strong>de</strong>z, e até o simples zuni<strong>do</strong> <strong>do</strong>s ouvi<strong>do</strong>s, são<br />

ás vezes occasiona<strong>do</strong>s pela syphilis constitucional. O<br />

meio melhor e mais eficaz a <strong>em</strong>pregar contra esta<br />

affecção e o tratamento antivenéreo geral, composto<br />

<strong>de</strong> preparações mercuriaes different<strong>em</strong>ente<br />

modificadas, e combinadas com salsaparrilha. As<br />

applicações <strong>de</strong> bichas atraz das orelhas, fumigações<br />

com vapores <strong>de</strong> <strong>de</strong>cocção <strong>de</strong> althéa, cáusticos na nuca,<br />

escalda-pés sinapisa<strong>do</strong>s, purgantes repeti<strong>do</strong>s, só<br />

constituirão uma medicação accessoria.<br />

Tratamento geral da syphilis. Descreven<strong>do</strong> os<br />

symptomas da syphilis, t<strong>em</strong>os já menciona<strong>do</strong> seu<br />

tratamento local; resta-nos fallar <strong>do</strong> tratamento geral<br />

ou interno.<br />

As moléstias syphiliticas, ás quaes outr’ora se<br />

<strong>de</strong>ixava adquirir um gran<strong>de</strong> acréscimo, por<br />

negligencia, e talvez porque não se conhecia ainda<br />

uma medicação efficaz, assignalavão-se <strong>de</strong> ordinário<br />

por pústulas cutâneas. Ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong>, por muito t<strong>em</strong>po,<br />

ass<strong>em</strong>elhadas as affecções da pelle, forão, como a


maior parte <strong>de</strong>stas ultimas, combatidas pelo mercúrio,<br />

e só <strong>de</strong>ssa época <strong>em</strong> diante principiou a acalmar-se<br />

esta molestia virulenta. Da<strong>do</strong> no começo com mui b<strong>em</strong><br />

êxito, este material per<strong>de</strong>u <strong>de</strong>pois muito <strong>de</strong> sua<br />

reputação, por causa das gran<strong>de</strong>s <strong>do</strong>ses <strong>em</strong> que era<br />

administra<strong>do</strong>. O guáiaco, a raiz da China e a<br />

salsaparilha, que lhe foram substituí<strong>do</strong>s, tiverão nos<br />

primeiros momentos algumas vantagens; mas sua<br />

insufficiencia no maior numero <strong>de</strong> casos obrigou a que<br />

se voltasse ás preparações mercuriaes, que não<br />

tornarão a ser aban<strong>do</strong>nadas, ten<strong>do</strong> a <strong>experiência</strong><br />

ensina<strong>do</strong> a dá-las <strong>de</strong> maneira que se possão obter quasi<br />

constant<strong>em</strong>ente seus effeitos salutares, s<strong>em</strong> que nunca<br />

se t<strong>em</strong>ão os acci<strong>de</strong>ntes que antigamente provocava sua<br />

administração forte e mal dirigida. Só os charlatães,<br />

para não diminuír<strong>em</strong> seus lucros, assegurão que o<br />

mercúrio é o verda<strong>de</strong>iro inimigo <strong>do</strong> hom<strong>em</strong>, e<br />

promett<strong>em</strong> a cura <strong>de</strong>stas moléstias s<strong>em</strong> esse metal:<br />

mas a mor parte <strong>de</strong> seus pretendi<strong>do</strong>s específicos<br />

vegetaes, <strong>de</strong>purantes, xaropes, arrobés, vinhos, etc.,<br />

que annuncião com profusão, são meros cozimentos <strong>de</strong><br />

salsaparillha ou <strong>de</strong> guáiaco, com addição secreta <strong>do</strong><br />

sublima<strong>do</strong> (<strong>de</strong>uto-chlorureto <strong>de</strong> mercúrio). Deve-se,<br />

por conseguinte, contar principalmente com as<br />

differentes preparações <strong>do</strong> mercúrio no tratamento da<br />

syphilis. O mercúrio administra-se externa e<br />

internamente. Os numerosos inconvenientes annexos<br />

ao metho<strong>do</strong>s <strong>de</strong> fricções, e com particularida<strong>de</strong> a<br />

salivação que provoca frequent<strong>em</strong>ente, fizerão com<br />

que hoje quasi se renunciasse a este mo<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

tratamento, á excepção <strong>de</strong> casos particulares que só<br />

po<strong>de</strong>m ser aprecia<strong>do</strong>s pela sagacida<strong>de</strong> <strong>do</strong> medico.<br />

Quan<strong>do</strong>, além disso, for necessário recorrer a ellas,<br />

<strong>de</strong>ver-se-há proce<strong>de</strong>r com a maior prudência e<br />

mo<strong>de</strong>reação. Internamente, administra-se o mercúrio<br />

<strong>em</strong> pílulas, cuja composição varia muito. Eis-aqui uma<br />

das receitas mais simples e mais usadas:<br />

Mercúrio metallico ..... 2 oitavas (8 grammas)<br />

Conserva <strong>de</strong> rosas ...... 3 oitavas (12 gramm.)<br />

Alcaçuz <strong>em</strong> pó ........... 1 oitava (4 gramm.)<br />

Fação-se 144 pílulas. (Cada uma contém um grão (5<br />

centigrammas) <strong>de</strong> mercurio metallico). Ellas<br />

administrão-se, nos primeiros dias, uma para cada<br />

<strong>do</strong>se, duas vezes por dia: no fim <strong>de</strong> cinco a seis dias, a<br />

<strong>do</strong>se augmenta até que o <strong>do</strong>ente tome três por dia;<br />

cinco dias <strong>de</strong>pois, dão-se quatro por dia, e continuãose<br />

quatro por dia e até o fim da cura <strong>do</strong>s symptomas da<br />

syphilis; o que dura um a <strong>do</strong>us mezes para os<br />

symptomas da syphilis constitucional.<br />

Para se prevenir a salivação, é preciso tomar<br />

um purgante <strong>de</strong> oito <strong>em</strong> oito dias, e lavar a bocca com<br />

água e um pouco <strong>de</strong> vinagre, duas ou três vezes por<br />

dia. Se, apezar <strong>de</strong>stas precauções, se manifestas um<br />

gosto metallico e uma leve <strong>do</strong>r nas gengivas ou a<br />

inchação <strong>de</strong>stas partes, suspen<strong>de</strong>n<strong>do</strong>-se o uso <strong>do</strong><br />

mercúrio por alguns dias, para voltar a elle quan<strong>do</strong>s os<br />

symptomas da irritação da bocca tiver<strong>em</strong><br />

<strong>de</strong>sappareci<strong>do</strong>.<br />

O sublima<strong>do</strong> ou o <strong>de</strong>uto-chlorureto <strong>de</strong><br />

mercúrio é uma preparação que também se <strong>em</strong>prega<br />

frequent<strong>em</strong>ente. Este medicamento obra com muita<br />

energia, e offerece a vantag<strong>em</strong> <strong>de</strong> produzir<br />

difficilmente a salivação. Administra-se na <strong>do</strong>se ¼ a ½<br />

grão por dia. Em maior <strong>do</strong>se, po<strong>de</strong>ria produzir vomitos<br />

e inflammação <strong>do</strong>s intestinos; <strong>em</strong> alta <strong>do</strong>se, (10 a 15<br />

grãos), occasiona a morte. Eis-aqui a formula <strong>em</strong> que<br />

se receita: - Sublima<strong>do</strong> 18 grãos (1 gramma); alccol, 3<br />

onças (100 gramas) água distillada, 29 onças (900<br />

grammas). Misture. – Esta preparação chama-se licor<br />

<strong>de</strong> Van-Swieten, e administra-se na <strong>do</strong>se <strong>de</strong> meia a<br />

uma colher <strong>de</strong> sopa, <strong>em</strong> um copo <strong>de</strong> cozimento <strong>de</strong><br />

salsaparilha, duas vezes ao dia. (Cada colher contém ¼<br />

<strong>de</strong> grão <strong>de</strong> sublima<strong>do</strong>). A raiz <strong>de</strong> salsaparilha <strong>em</strong>pregase<br />

como accessorio no tratamento da syphilis.<br />

Entre os succedaneos <strong>do</strong> mercúrio conta-se<br />

também o ouro. Administra-se principal<strong>em</strong>te <strong>em</strong><br />

fricções sobre a língua, e conv<strong>em</strong> nos casos<br />

inveterea<strong>do</strong>s que t<strong>em</strong> resisti<strong>do</strong> ao mercúrio.<br />

O iodureto <strong>de</strong> potássio <strong>em</strong>prega-se igualmente<br />

contra a syphilis constitucional. Administra-se na <strong>do</strong>se<br />

<strong>de</strong> 2 grãos (10 centigrammas), e progressivamente até<br />

uma oitava (4 grammas) por dia, dissolvi<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />

cozimento <strong>de</strong> salsaparilha.<br />

Não nos alargar<strong>em</strong>os mais sobre o tratamento<br />

<strong>do</strong> gallico. Saiba pois o leitor que, <strong>de</strong> todas as<br />

moléstias, nenhuma há que reclame mais<br />

imperiosamente que a syphilis os conselhos <strong>de</strong> um<br />

medico hábil e conscencioso.<br />

Meios preservativos da syphilis. Os estragos<br />

que occasionava a syphilis excitarão alguns espíritos a<br />

investigar os meios que <strong>de</strong>lla possão preservar. Hoje<br />

mesmo ainda os médicos se occupão <strong>de</strong>ste objecto, o<br />

que nos impõe a obrigação <strong>de</strong> lhe consagrarmos<br />

algumas linhas. Fá-lo-h<strong>em</strong>os pois s<strong>em</strong> <strong>em</strong>bargo <strong>do</strong>s<br />

escrúpulos <strong>de</strong> algumas pessoas que, pouco<br />

esclarecidas, s<strong>em</strong> duvida, pela observação, julgão que<br />

o me<strong>do</strong> da syphilis põe um freio a libertinag<strong>em</strong>, e por<br />

conseguinte consi<strong>de</strong>rão como immoral toda a tentativa<br />

que ten<strong>de</strong> a preservar <strong>de</strong>sta molestia.<br />

Os saquinhos m<strong>em</strong>branosos, chama<strong>do</strong>s<br />

vulgarmente camisas <strong>de</strong> Venus, que impe<strong>de</strong>m o<br />

contacto das partes sãas com as <strong>do</strong>entes, serião<br />

efficazes se não se rasgass<strong>em</strong> e <strong>de</strong>slocass<strong>em</strong>, o que é<br />

excessivamente raro. Com effeito existe um gran<strong>de</strong><br />

numero <strong>de</strong> factos <strong>em</strong> que a infecção teve lugar não<br />

obstante seu uso. Não <strong>de</strong>v<strong>em</strong>, por conseguinte, ser<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s senão como accessorios, e não po<strong>de</strong>m<br />

dispensar <strong>do</strong>s lavatórios, <strong>do</strong>s quaes logo fallar<strong>em</strong>os.<br />

As unturas, feitas antes <strong>do</strong> coito, com azeite <strong>do</strong>ce ou<br />

algum outro corpo gorduroso, occupão o termo médio<br />

entre o meio prece<strong>de</strong>nte e o seguinte, pois que há<br />

interposição <strong>de</strong> um corpo estranho, próprio a tapar os<br />

orifícios absorventes. Os lavatórios feitos após o coito<br />

com líqui<strong>do</strong>s mais ou menos excitantes, e até um<br />

pouco causticos, forão há muito t<strong>em</strong>po<br />

recommenda<strong>do</strong>s, e são com effeito muito efficazes. É<br />

inútil indicar todas as substancias que forão propostas.<br />

O vinho quente, o vinagre, o sumo <strong>de</strong> limão, a água<br />

salgada, a sua mistura com a <strong>de</strong> Labarraque, e<br />

principalmente a água com sabão, são mais


proveitosos. A ourina, que muitas pessoas, <strong>em</strong>pregão<br />

por um feliz instincto, t<strong>em</strong> todas as qualida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>sejáveis; t<strong>em</strong> <strong>de</strong> mais a vantag<strong>em</strong>, que só ella<br />

possue, <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r lavar o canal <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro para fora, e<br />

ainda ourta, não menos importante, <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<br />

<strong>em</strong>pregada s<strong>em</strong> nenhuma <strong>de</strong>mora. To<strong>do</strong>s estes meios<br />

são igualmente bons, comtanto que sejão <strong>em</strong>prega<strong>do</strong>s<br />

convenient<strong>em</strong>ente. A <strong>experiência</strong> t<strong>em</strong> <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong>,<br />

com effeito, que os lavatórios, d’água simples são<br />

infinitamente úteis, quan<strong>do</strong> b<strong>em</strong> feitos, entretanto que<br />

os mais activos se mallogrão quan<strong>do</strong> se fazer<br />

superficialmente e com negligencia. O melhor meio é<br />

o que se achar mais pronto, e se possa <strong>em</strong>pregar s<strong>em</strong><br />

<strong>de</strong>mora, <strong>de</strong> maneira que não permita que o vírus se<br />

arraigue nas partes <strong>em</strong> cuja superfícies for <strong>de</strong>posto,<br />

pois que quanto mais <strong>de</strong>mora houver, tanto mais risco<br />

correrá a pessoa <strong>de</strong> ser infectada. Comtu<strong>do</strong>, o melhor<br />

meio preservativo consiste <strong>em</strong> lavatórios com água e<br />

sabão. To<strong>do</strong>s sab<strong>em</strong> que o prepúcio forma rugas<br />

anfractuosas, e nellas é que se po<strong>de</strong> escon<strong>de</strong>r uma<br />

molécula infinitamente pequena <strong>do</strong> pus contagioso<br />

(vírus). Do conhecimento <strong>de</strong>sta disposição anatômica<br />

resulta a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolver<strong>em</strong> todas as<br />

rugas, <strong>de</strong> se exercer<strong>em</strong> pressões sobre as partes, afim<br />

<strong>de</strong> se fazer sahir a materia virulenta; <strong>de</strong> se repetir<strong>em</strong> os<br />

lavatórios <strong>de</strong> maneira que nenhum ponto seja <strong>de</strong>lles<br />

isento; <strong>em</strong>fim, <strong>de</strong> se enxugar<strong>em</strong> as partes com um<br />

panno mui limpo. Quan<strong>do</strong> as circumstancias não<br />

permitt<strong>em</strong> o <strong>em</strong>prego immediato <strong>de</strong>stes meios, n<strong>em</strong><br />

por isso se <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> recorrer a elles, mesmo no<br />

da seguinte, pois se ignora o momento exacto <strong>em</strong> que<br />

principia a germinação <strong>do</strong> mal. p. 498 a 518.<br />

____________________________________________<br />

Varíola – É synonymo <strong>de</strong> bexigas. Bexigas – Com<br />

este nome se <strong>de</strong>signa uma erupção geral <strong>de</strong> botões na<br />

pella, que se convert<strong>em</strong> <strong>em</strong> grossas pústulas re<strong>do</strong>ndas,<br />

purulentas; acabão pela <strong>de</strong>seccação, e <strong>de</strong>ixão no<strong>do</strong>as<br />

vermelhas, ás quaes succe<strong>de</strong>m cicatrizes mais ou<br />

menos apparentes. Esta molestia chama-se <strong>em</strong><br />

linguag<strong>em</strong> medica varíola. É <strong>em</strong>inent<strong>em</strong>ente<br />

contagiosa, mas <strong>em</strong> geral não a contrahe o individuo<br />

que já t<strong>em</strong> si<strong>do</strong> <strong>de</strong>lla affecta<strong>do</strong> uma vez. Algumas<br />

pessoas entretanto a t<strong>em</strong> duas vezes, mas estes casos<br />

são mui raros. Poucas pessoas são isentas <strong>de</strong>lla no<br />

<strong>de</strong>curso <strong>de</strong> sua vida, se não foram vaccinadas. Esta<br />

calamida<strong>de</strong> parece ter vin<strong>do</strong> da Arábia aos outros<br />

paizes, <strong>em</strong> consequencia das conquistas <strong>de</strong> Mahomet.<br />

Rhazes, autor árabe <strong>do</strong> Xº século, foi o primeiro que a<br />

<strong>de</strong>screveu. No XIIIº as ilhas britannicas forão por<br />

muito t<strong>em</strong>po <strong>de</strong>vastadas pelas bexigas. A América não<br />

foi infectada <strong>de</strong>llas senão mais tar<strong>de</strong>, <strong>de</strong>pois da<br />

chegada <strong>do</strong>s Europeos. Hoje não há paiz que não<br />

conheça esta molestia; mas <strong>em</strong> alguns a vaccina fez<br />

completamente <strong>de</strong>sapparecer os seus vestígios.<br />

As causas das bexigas não são conhecidas; só<br />

se sabe que esta molestia se communica não só pelo<br />

contacto, pela simples approximação, mas até pela<br />

habitação nos mesmos lugares. Frequent<strong>em</strong>ente reina<br />

epi<strong>de</strong>micamente sobre muitas crianças e pessoas<br />

jovens da mesma cida<strong>de</strong>s; mas estas epi<strong>de</strong>mias,<br />

geralmente mui mortíferas, só se observão nos paizes<br />

<strong>em</strong> que a ignorância ou as abusões se oppo<strong>em</strong> a<br />

propagação da vaccina.<br />

Distingu<strong>em</strong>-se duas espécies <strong>de</strong> bexigas:<br />

benignas ou discretas, e graves ou confluentes: estas<br />

últimas chamão-se vulgarmente pelle <strong>de</strong> lixa, e olho <strong>de</strong><br />

polvo. Nas primeiras as pústulas são mais ou menos<br />

numerosas, mais isoladas umas das outras. Nas<br />

segundas são tão numerosas, que <strong>em</strong> muitos lugares se<br />

confun<strong>de</strong>m com as outras.<br />

Symptomas das bexigas benignas. Calafrios<br />

mais ou menos vivos abr<strong>em</strong> ordinariamente a scena.<br />

São logo segui<strong>do</strong>s <strong>de</strong> calor vivo na pelle, <strong>de</strong> frequencia<br />

<strong>do</strong> pulso, sensibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ventre, náuseas, vomitos,<br />

sê<strong>de</strong> viva, perda <strong>do</strong> appetite, rubor da língua, <strong>do</strong>res <strong>de</strong><br />

cabeça, cansaço <strong>do</strong>loroso, <strong>em</strong> uma palavra, <strong>do</strong>s<br />

symptomas da inflammação das vias digestivas. Estas<br />

symptomas são mais ou menos pronuncia<strong>do</strong>s, e nas<br />

crianças são frequent<strong>em</strong>ente acompanha<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>lírio.<br />

Ao quarto dia a erupção principia ordinariamente no<br />

rosto, <strong>de</strong>baixo da forma <strong>de</strong> pequenas no<strong>do</strong>as<br />

vermelhas, ganha successivamente o pescoço, o peito,<br />

os m<strong>em</strong>bros, e á medida que se opera, os symptomas<br />

da inflammação intestinal diminu<strong>em</strong> ou <strong>de</strong>sapparec<strong>em</strong><br />

totalmente. Não se tarda a ver levantar<strong>em</strong>-se <strong>em</strong> cima<br />

da pelle pequenos botões vermelhos. Estes botões<br />

engrossam, a pelle fica quente e <strong>do</strong>lorosa, o rosto se<br />

entumesce, as pálpebras inchão a ponto <strong>de</strong> fechar os<br />

olhos, ás vezes por muitos dias; as mãos, <strong>de</strong><strong>do</strong>s e pés<br />

ficão igualmente incha<strong>do</strong>s. Ao terceiro ou quarto dia,<br />

conta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> começo da erupção, sétimo ou oitavo da<br />

data da molestia, as pústulas <strong>do</strong> rosto começão a<br />

<strong>em</strong>palli<strong>de</strong>cer, a branquear na ponta; a serosida<strong>de</strong> que<br />

cont<strong>em</strong> toma o caracter purulento, tornão-se <strong>de</strong>pois<br />

amarellas e <strong>de</strong>ixão sahir o pus. Os mesmos<br />

phenomenos se passão nas outras partes <strong>do</strong> corpo,<br />

successivamente e na mesma or<strong>de</strong>m segun<strong>do</strong> a qual se<br />

fez a erupção. Os symptomas da irritação intestinal,<br />

que <strong>de</strong>sapparecerão com a erupção, se reanimão<br />

ordinariamente no principio <strong>de</strong>ste perío<strong>do</strong>, isto é, da<br />

suppuração, e se dissipão <strong>de</strong> novo no fim <strong>de</strong> 24 a 48<br />

horas. Emfim, no décimo primeiro dia da molestia,<br />

pouco mais ou menos, o rosto <strong>de</strong>sincha, as pústulas<br />

seccão, romp<strong>em</strong>-se, e cah<strong>em</strong> as crostas <strong>do</strong> décimo<br />

quarto ao décimo quinto dia; o mesmo acontece nas<br />

outras partes <strong>do</strong> corpo. As pústulas <strong>de</strong>ixão <strong>em</strong> seu<br />

lugar no<strong>do</strong>as vermelhas, que persist<strong>em</strong> largo espaço <strong>de</strong><br />

t<strong>em</strong>po com <strong>de</strong>squamação <strong>do</strong> epi<strong>de</strong>rme. Á proporção<br />

que estas no<strong>do</strong>as <strong>de</strong>sapparec<strong>em</strong>, mastrão-se muitas<br />

vezes <strong>em</strong> seu lugar pequenas cicatrizes <strong>de</strong>primidas,<br />

que são a marca in<strong>de</strong>lével da existência da molestia.<br />

Há entretanto bexigas que não <strong>de</strong>ixão signal.<br />

Symptomas das bexigas graves, vulgarmente pelle <strong>de</strong><br />

lixa. Nas bexigas graves to<strong>do</strong>s os phenomenos que<br />

acabamos <strong>de</strong> <strong>de</strong>screver se manifestão com maior<br />

intensida<strong>de</strong>. A febre dura <strong>em</strong> to<strong>do</strong> o curso da molestia;<br />

os botões são tão multiplica<strong>do</strong>s e tão conchega<strong>do</strong>s, que<br />

é ás vezes difficil ver os interstícios; sobre o rosto<br />

parec<strong>em</strong> formar uma só pústula com superfície


<strong>de</strong>sigual. Depois da erupção não diminue a violência<br />

<strong>do</strong>s symptomas; quasi s<strong>em</strong>pre, pelo contrario, a febre<br />

augmenta. As crostas, quan<strong>do</strong> cah<strong>em</strong>, <strong>de</strong>ixão cicatrizes<br />

que <strong>de</strong>sfiguram os mais bellos rostos. As bexigas<br />

chamadas vulgarmente olho <strong>de</strong> polvo são aquellas que<br />

logo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> sua apparição ficão chatas e apresentão<br />

uma <strong>de</strong>pressão central, com fórma <strong>de</strong> <strong>em</strong>bigo.<br />

Prognostico das bexigas. As bexigas benignas,<br />

isentas <strong>de</strong> acci<strong>de</strong>ntes nervosos, <strong>de</strong> <strong>de</strong>lírio, <strong>de</strong><br />

dysenteria, &c., se terminão quasi s<strong>em</strong>pre <strong>de</strong> maneira<br />

favorável, <strong>em</strong> quatorze até vinte e um dias. A duração<br />

das bexigas <strong>de</strong> pelle <strong>de</strong> lixa, e <strong>de</strong> olho <strong>de</strong> polvo, é<br />

muito mais comprida, quan<strong>do</strong> a morte não sobrev<strong>em</strong><br />

este fim funesto, acontece muitas vezes sobrevir a<br />

perda da vista, <strong>de</strong>formida<strong>de</strong>, sur<strong>de</strong>z, suppurações<br />

abundantes, &c. Quanto mais numerosas são as<br />

pústulas, sobretu<strong>do</strong> no rosto, tanto maior é o perigo, e<br />

vice-versa. Se se <strong>de</strong>clara um pleuriz ou uma<br />

inflammação cerebral caracterisada por mo<strong>do</strong>rra e<br />

<strong>de</strong>lírio continuo, <strong>de</strong>ve-se t<strong>em</strong>er um êxito funesto. A<br />

pequenhez das pústulas, a irregularida<strong>de</strong> no seu<br />

<strong>de</strong>senvolvimento, a sua complicação com no<strong>do</strong>as<br />

roxas da pelle, to<strong>do</strong>s estes signaes são <strong>de</strong> um sinistro<br />

presagio. O perigo <strong>em</strong>fim é extr<strong>em</strong>o quanto as<br />

pústulas cont<strong>em</strong>, <strong>em</strong> lugar <strong>de</strong> pus, serosida<strong>de</strong>, ou<br />

quan<strong>do</strong> se ench<strong>em</strong> <strong>de</strong> sangue negro. Todas as<br />

h<strong>em</strong>orrhagias que se mostrão durante o perío<strong>do</strong> da<br />

suppuração são <strong>de</strong> mao agouro. As diarrhéas<br />

excessivas po<strong>de</strong>m exhaurir os <strong>do</strong>entes. Em todas as<br />

circumstancias oppostas ás que acabei <strong>de</strong> enumerar, o<br />

prognostico é favorável.<br />

Tratamento. O tratamento varia segun<strong>do</strong> a<br />

forma da molestia e suas complicações. Nas bexigas<br />

simples ou discretas, basta ordinariamente prescrever<br />

bebidas a<strong>do</strong>çantes frias, como <strong>de</strong>cocção <strong>de</strong> arroz, <strong>de</strong><br />

cevada, cha <strong>de</strong> flores <strong>de</strong> malvas, etc.; cristeis com<br />

<strong>de</strong>cocçao <strong>de</strong> linhaça, e alguns cal<strong>do</strong>s <strong>de</strong> gallinha.<br />

É preciso por o <strong>do</strong>ente n’um quarto vasto,<br />

muda-lo frequent<strong>em</strong>ente <strong>de</strong> roupa, cobri-lo<br />

mo<strong>de</strong>radamente, e renovar o ar que respira abrin<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

vez <strong>em</strong> quan<strong>do</strong> as portas e as janellas.<br />

Encerrar o <strong>do</strong>ente affecta<strong>do</strong> <strong>de</strong> bexigas <strong>em</strong> um<br />

quarto b<strong>em</strong> quente e b<strong>em</strong> fecha<strong>do</strong>, cobri-lo com<br />

espessos cobertores, é o mais certo <strong>de</strong> augmentar a<br />

febre, <strong>de</strong> provocar estas erupções abundantes e estes<br />

symptomas inflammatorios, que tão t<strong>em</strong>íveis são nesta<br />

molestia.<br />

Quan<strong>do</strong> existe <strong>do</strong>r forte na bocca <strong>do</strong> estomago<br />

ou no ventre, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>-se applicar bichas e <strong>de</strong>pois<br />

cataplasmas <strong>de</strong> linhaça no ventre. Se sobrev<strong>em</strong><br />

convulsões, <strong>de</strong>lírios, escarros <strong>de</strong> sangue ou uma forte<br />

pontada no peito, é preciso praticar uma sangria no<br />

braço.<br />

Logo que a erupão estiver completa, e não<br />

sen<strong>do</strong> abundante, só se <strong>de</strong>ve cuidar no regim<strong>em</strong> <strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>ente, e preserva-lo <strong>do</strong> frio, s<strong>em</strong> abafa-lo com<br />

cobertas. Mas se as pústulas for<strong>em</strong> mui numerosas,<br />

po<strong>de</strong>-se as vezes praticar uma sangria, ou applicar<br />

bichas no pescoço ou atrás <strong>do</strong>s ouvi<strong>do</strong>s, afim <strong>de</strong><br />

impedir a inflammação cerebral. É preciso lavar os<br />

olhos com <strong>de</strong>cocções mornas <strong>de</strong> linhaça ou <strong>de</strong> raiz <strong>de</strong><br />

althéa; fazer aos <strong>do</strong>entes gargarejos com água morna e<br />

mel rosa<strong>do</strong>, ou dar-lhes <strong>de</strong> beber frequent<strong>em</strong>ente, afim<br />

<strong>de</strong> diminuir o calor que existe no interior da bocca;<br />

oppor-se tanto quanto for possível a que os <strong>do</strong>entes se<br />

coc<strong>em</strong>, e não sen<strong>do</strong> isto possível, ou estan<strong>do</strong> as<br />

pústulas ulceradas, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>-se apolvilhar com polvilho<br />

todas as partes que estiver<strong>em</strong> com chaga viva. Durante<br />

o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>secacção, recorrer-se-há aos banhos<br />

mornos repeti<strong>do</strong>s; mas é preciso que estes banhos<br />

sejão toma<strong>do</strong>s com todas as precauções convenientes<br />

para evitar o resfriamento. Se a febre persiste nesta<br />

época, <strong>de</strong>ve-se indagar se ella não proce<strong>de</strong> <strong>de</strong> alguma<br />

inflammação interna que se <strong>de</strong>ve combater, como se as<br />

bexigas não existiss<strong>em</strong>. No caso <strong>de</strong> prostração<br />

evi<strong>de</strong>nte, é necessário applicar vesicatorios nas pernas<br />

e administrar bebidas tônicas, como <strong>de</strong>cocção <strong>de</strong><br />

quina, vinho puro. Dev<strong>em</strong>-se receitar bebidas acidas,<br />

como água com vinagre, limonada, etc., se o <strong>do</strong>ente<br />

<strong>de</strong>itar sangue pela bocca, pelas evacuações intestinaes<br />

ou ourinarias. A erupção <strong>de</strong>sapparece algumas vezes<br />

<strong>de</strong>repente; <strong>de</strong>ve-se então usar banho quente, <strong>de</strong><br />

bebidas su<strong>do</strong>rificas, como chá da Índia, mate, folhas<br />

<strong>de</strong> laranjeira, <strong>de</strong> sabugueiro, e mesmo applicar<br />

sinapismos ou vesicatorios. Julgára-se indispensável<br />

outr’ora administrar um purgante aos convalescentes.<br />

Esta pratica não po<strong>de</strong> ser útil senão quan<strong>do</strong> há prisão<br />

<strong>de</strong> ventre; po<strong>de</strong>ria tornar-se nociva, pelo contrario, se<br />

existisse diarrhéa. Se a estação é rigorosa, importa que<br />

o convalescente não se exponha mui ce<strong>do</strong> a impressão<br />

<strong>do</strong> ar exterior. As pessoas que não tinham si<strong>do</strong><br />

affectadas da molestia <strong>de</strong>v<strong>em</strong> privar-se <strong>de</strong> toda a<br />

communicação com elle por espaço <strong>de</strong> muito t<strong>em</strong>po;<br />

parece com effeito que o contagio das bexigas é<br />

susceptível <strong>de</strong> se fazer, não somente durante a<br />

intensida<strong>de</strong> da molestia, mas ainda muitas s<strong>em</strong>anas<br />

<strong>de</strong>pois da formação das crostas.<br />

Em to<strong>do</strong>s os t<strong>em</strong>pos occuparão-se os médicos<br />

<strong>em</strong> achar um preservaivo das bexigas. A inoculação<br />

foi por algum t<strong>em</strong>po <strong>em</strong>pregada neste intuito com<br />

alguma vantag<strong>em</strong>. Consistia <strong>em</strong> colher sobre botões<br />

das bexigas benignas o pus, e inocula-lo pelos<br />

processos análogos aos <strong>em</strong>prega<strong>do</strong>s hoje para a<br />

vaccina. Antes <strong>de</strong> se fazer esta operação preparava-se<br />

o individuo com banhos, purgantes brancos, bebida<br />

refrigerantes e dieta. Praticada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> t<strong>em</strong>po<br />

imm<strong>em</strong>orial na África e na Ásia, para diminuir a<br />

intensida<strong>de</strong> das bexigas expontaneas, a inoculação foi<br />

introduzida <strong>em</strong> Constantinopla por Tomini e Pilarino,<br />

durante a epi<strong>de</strong>mia variólica que <strong>de</strong>vastava essa cida<strong>de</strong><br />

<strong>em</strong> 1673. Importa<strong>do</strong> <strong>de</strong> lá para Inglaterra, este<br />

metho<strong>do</strong> não tar<strong>do</strong>u muito <strong>em</strong> se espalhar pelo resto da<br />

Europa. O ex<strong>em</strong>plo da família real, a primeira que se<br />

submetteu a esta pratica, contribuio po<strong>de</strong>rosamente<br />

para propaga-la <strong>em</strong> França; e a inoculação, que se<br />

tornou popular, continuou a ser praticada muitos annos<br />

ainda <strong>de</strong>pois da introducção da vaccina. A’s vezes a<br />

inoculação não produzia botões se não no lugar das<br />

picadas, e os symptomas geraes que os acompanhavão<br />

forão mui benignos. Infelizmente este bom resulta<strong>do</strong>


não foi constante: acontecia frequent<strong>em</strong>ente que,<br />

quan<strong>do</strong> os botões <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s nos lugares pica<strong>do</strong>s<br />

tinhão chega<strong>do</strong> ao seu perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> madureza, a febre se<br />

accendia, e uma reupção secundaria, mais ou menos<br />

geral, succedia á primeira. T<strong>em</strong>-se mesmo visto esta<br />

erupção occasionar a morte, ou pelo menos <strong>de</strong>ixar<br />

marcas tão profundas e tão disformes como as das<br />

bexigas ordinárias, e por esta razão t<strong>em</strong>-se renuncia<strong>do</strong><br />

a este meio pela vaccina, cujas vantagens sobre a<br />

inoculação são inquestionáveis. p. 203 a 208.

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