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Livro: Mentes Perigosas - O Psicopata Mora ao Lado - ceapp

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afinal é muito difícil um psicopata "subcriminal", ou seja, aquele que nunca foi preso ou<br />

internado em instituições psiquiátricas, falar espontaneamente sobre seus atos ilícitos.<br />

Na grande maioria das vezes, eles não possuem nenhum interesse em revelar algo<br />

significativo para os pesquisadores ou mesmo para os funcionários do presídio e quando<br />

o fazem tentam manipular a verdade somente para obter vantagens, como a redução da<br />

pena por "bom comportamento" e "colaborações de cunho social".<br />

O primeiro estudo sobre psicopatas só foi publicado em 1941, com o livro The Mask of<br />

Sanity (A Máscara da Sanidade), de autoria do psiquiatra americano Hervey Cleckley.<br />

Na introdução do livro, Cleckley deixa claro que sua obra aborda um problema "muito<br />

conhecido, mas <strong>ao</strong> mesmo tempo ignorado pela sociedade como um todo".<br />

Ele cita diversos casos de pacientes que apresentavam um charme acima da média, uma<br />

capacidade de convencimento muito alta e ausência de remorso ou arrependimento em<br />

relação às suas atitudes.<br />

Com base nos estudos de Cleckley, o psiquiatra canadense Robert Hare (professor da<br />

University of British Columbia) dedicou anos de sua vida profissional reunindo<br />

características comuns de pessoas com esse tipo de perfil, até conseguir montar, em<br />

1991, um sofisticado questionário denominado escala Hare e que hoje se constitui no<br />

método mais confiável na identificação de psicopatas.<br />

Com esse instrumento, o diagnóstico da psicopatia ganhou uma ferramenta altamente<br />

confiável que pode ser aplicada por qualquer profissional da área de saúde mental,<br />

desde que esteja bastante familiarizado e treinado para sua aplicabilidade. A escala Hare<br />

também recebe o nome de psychopathy checklist, ou PCL, e<br />

Página 63<br />

sua aceitação e relevância têm levado diversos países de todo o mundo a utilizá-la como<br />

um instrumento de grande valor no combate à violência e na melhoria ética da<br />

sociedade.<br />

O PCL examina de forma detalhada diversos aspectos da personalidade psicopática,<br />

desde os ligados <strong>ao</strong>s sentimentos e relacionamentos interpessoais até o estilo de vida<br />

dos psicopatas e seus comportamentos evidentemente anti-sociais (transgressores).<br />

Atenção! O PCL é uma complexa ferramenta cuja utilização clínica somente deve ser<br />

feita por profissionais ou serviços qualificados. O que me proponho a apresentar neste e<br />

no próximo capítulo são apenas as características-chave que sinalizam o perfil<br />

psicopático, com exemplificações práticas e de fácil entendimento. A simples<br />

identificação de alguns sintomas não são suficientes para a realização do diagnóstico da<br />

psicopatia. Muitas pessoas podem ser sedutoras, impulsivas, pouco afetivas ou até<br />

mesmo terem cometido atos ilegais, mas nem por isso são psicopatas.<br />

Aspectos ligados <strong>ao</strong>s sentimentos e relacionamentos interpessoais Superficialidade e<br />

eloqüência<br />

Os psicopatas costumam ser espirituosos e muito bem articulados, tornando uma<br />

conversa divertida e agradável. Geralmente contam histórias inusitadas, mas

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