SONDAGEM NASOGÁSTRICA (colocação e remoção) - Hospital ...

GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO
NORTE
SECRETARIA DE SAÚDE PÚBLICA
HOSPITAL MONSENHOR
WALFREDO GURGEL
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
Procedimento
Operacional Padrão:
SONDAGEM
NASOGÁSTRICA
(colocação e remoção)
Nº.13
Data da
emissão:
Maio/2009
Revisado em
Abril/2010.
AGENTE:
Enfermeiro.
DEFINIÇÃO:
Inserção de uma sonda nasogástrica para descompressão do estômago.
OBJETIVOS:
Prevenir vômito depois de uma cirurgia importante, aliviar o desconforto da distensão
gástrica, avaliação e tratamento de sangramento do trato gastrointestinal, coleta de
conteúdo gástrico para análise, realização de lavagem gástrica, aspiração de secreções
gástricas e administração de medicamentos e nutrientes.
OBSERVAÇÃO:
Inspecione a sonda nasogástrica em busca de defeitos, como por exemplo, bordas
irregulares ou lumens parcialmente fechados.
Para facilitar a inserção, aumente a flexibilidade da sonda rígida enrolando-a em torno
de seus dedos enluvados durante alguns segundos.
MATERIAL NECESSÁRIO:
Sonda (habitualmente nº 12, 14,16 ou 18 French para adulto normal e nº 04,
06,08 ou 10 para crianças dependendo da idade).
Proteção de roupa para cama contra derramamentos (travessa).
Cuba rim.
Esparadrapo hipoalergênico de 1 cm ou 2 cm.
Estetoscópio.
Luvas
Lubrificante hidrossolúvel (xilocaína gel).
Xícara ou copo de água com canudinho (se for cabível).
Abaixador de língua.
Seringa de 20 cc.
Aspirador.
Para remoção:
Estetoscópio.
Seringa de 20 cc.
Gazes (01 pacote).
Soro fisiológico a 0,9%.
Removedor de adesivos.
Luvas de procedimento não estéril.

PROCEDIMENTO: Colocação da Sonda
1. Explicar o procedimento ao cliente, incentivando-o a relaxar. Informe
ao cliente que ele poderá sentir algum desconforto nasal, poderá ter
ânsia de vomito e que seus olhos poderão lacrimejar. Enfatize que a
deglutição facilitará o avanço da sonda.
2. Combinar com o cliente um sinal que ele poderá fazer, caso queira
que você interrompa o procedimento.
3. Levar todo o equipamento para junto da cama do cliente, proporcione
privacidade, e lave as mãos.
4. Ajudar o cliente a assumir a posição Fowler alta, a menos que haja
contra-indicação.
5. Ficar de pé ao lado direito do cliente, caso você seja destro, ou ao lado
esquerdo, se for canhoto, para facilitar a inserção.
6. Colocar a toalha ou proteção para roupa de cama, sobre o tórax do
cliente, para proteger sua roupa lençóis de cama contra sujidades.
7. Colocar a cuba rim em local de fácil acesso pelo cliente.
8. Ajudar o cliente a posicionar a face para frente, com o pescoço na
posição neutra.
9. Segurar a sonda junto à ponta do nariz do cliente. Estender a sonda até
o lobo auricular do cliente e, em seguida, inferiormente até o apêndice
xifóide. Para determinar o comprimento correto da sonda nasogástrica
para que chegue até o estômago.
10. Marcar essa distância no tubo com o esparadrapo. (em média, as
medidas para clientes adultos variam de 56 a 66 cm.). Pode haver
necessidade de adicionar 5 cm a essa medida em todos os indivíduos,
para assegurar o ingresso no estômago.
11. Inspecionar quanto a desvio de septo ou outras anormalidades para
determinar qual a narina que permitirá uma cesso mais fácil.
12. Lubrificar os primeiros 8 cm da sonda com um gel hidrossolúvel para
reduzir o potencial de lesão às vias nasais. O uso de lubrificante
hidrossolúvel previne pneumonia lipóide, que pode ser decorrente da
aspiração de um lubrificante de base oleosa, ou do deslizamento
acidental da sonda até a traquéia.
13. Instruir o cliente a manter a cabeça reta e ereta.
14. Segurar a sonda com a ponta voltada para baixo; encurve-a se
necessário, e insira-a cuidadosamente na narina mais desobstruída.
15. Direcionar a sonda para baixo e para a orelha mais próxima da narina
escolhida. Empurrar a sonda lentamente, para evitar pressão no canal
nasal e, resultantes dor e sangramento.
16. Instruir o cliente a baixar ligeiramente a cabeça, para fechamento da
traquéia e abertura do esôfago, se houver resistência. Em seguida gire
a sonda 180° na direção da narina oposta, para redirecioná-la de modo
que não penetre na boca do cliente.
17. Oferecer ao cliente uma xícara ou copo de água com um canudinho
(se não houver contra-indicação).
18. Orientar o cliente a engolir aos poucos enquanto a sonda vai
lentamente avançando. Esse procedimento ajuda na passagem da
sonda pelo esôfago. (Se você não estiver usando água, peça ao cliente
para engolir.)

19. Usar um abaixador de língua para examinar a boca e a garganta do
cliente em busca de sinais de alguma seção enrolada da sonda
(especialmente em cliente inconsciente).
20. Observar se há sinais de angústia respiratória, enquanto você avança
cuidadosamente a sonda e o cliente engole o que pode significar que a
sonda está em um brônquio e deve ser imediatamente retirada.
21. Interromper o avanço da sonda quando a marca do esparadrapo chegar
à narina do cliente.
22. Acoplar uma seringa à sonda e tente aspirar o conteúdo gástrico. Se
não for possível obter conteúdo gástrico, posicione o cliente sobre o
lado esquerdo para movimentar o conteúdo até a curvatura maior do
estômago, e aspirar novamente.
23. Empurrar a sonda por 2,5 a 5 cm se ainda não for possível aspirar
conteúdo gástrico. Em seguida, injete 10cc de ar na sonda. Ao mesmo
tempo, ausculte em busca de som de ar com o estetoscópio
posicionado sobre a região epigástrica. Se a sonda estiver
desobstruída e adequadamente posicionada no estomago, você deverá
auscultar um som rápido.
24. Verificar o pH do líquido aspirado (se houver disponibilidade), com
uma fita para medida de pH (pH < 7 sugere líquido gástrico).
25. Verificar através de radiografia se ainda houver dúvida sobre o
posicionamento.
26. Retirar as luvas.
27. Prender a sonda nasogástrica ao nariz do cliente com esparadrapo
hipoalergênico ou outro material disponível. Se a pele do cliente
estiver oleosa, limpe a ponte nasal com uma gaze com álcool a 70%, e
deixe secar. Haverá necessidade de 10 cm de um esparadrapo de 2
cm. Divida uma das pontas do esparadrapo até o centro, por cerca de
3,8 cm. Faça abas nas pontas dividas (juntando os lados adesivos).
Prenda a ponta não-dividida do esparadrapo no nariz do cliente, de
modo que a divisão no esparadrapo comece entre 1,0 e 3,0 cm da
ponta do nariz. Cruze as pontas em aba do esparadrapo em torno da
sonda. Em seguida, aplique outro pedaço de esparadrapo sobre a
ponte nasal, para prender a sonda.
28. Reduzir o desconforto causado pelo peso da sonda enrolando outro
pedaço de esparadrapo em torno da ponta da sonda e deixe uma aba.
Em seguida, prenda a aba de esparadrapo à camisola do cliente.
29. Proporcionar cuidados nasais e bucais freqüentemente, enquanto a
sonda estiver aplicada.
30. Anotar a data e a hora de inserção da sonda.
31. Anotar o volume, a cor e a consistência de qualquer matéria
eliminada.
PROCEDIMENTO: Retirada da Sonda
Explicar o procedimento ao cliente, informando-lhe que ele poderá sentir algum
desconforto nasal e espirros ou ânsia de vômito.
Avaliar o funcionamento intestinal auscultando para ver se há peristaltismo ou
flatos.

Ajudar o cliente a assumir a posição semi-Fowler. Em seguida coloque em seu
tórax uma toalha ou travessa.
Higienizar as mãos
Calçar luvas.
Usar uma seringa, irrigar a sonda com 10 ml de soro fisiológico a 0,9%, para se
certificar de que a sonda não está com conteúdo gástrico que poderia irritar os
tecidos durante a retirada da sonda.
Soltar a sonda do nariz do cliente (retirando o esparadrapo).
Fechar a sonda, dobrando-a em sua mão.
Pedir ao cliente para prender a respiração, para fechar a epiglote.
Retire a sonda com um movimento suave e contínuo. (quando a ponta distal da
sonda atingir a nasofaringe, a sonda poderá ser puxada com rapidez.)
Cobrir e retirar imediatamente a sonda, porque o aspecto e o odor da sonda
podem nausear o cliente.
Ajudar o cliente a fazer uma higiene bucal completa, e limpar os resíduos
deixados pelo esparadrapo do nariz.
Monitorar o cliente durante as 48 h seguintes,em busca de sinais de disfunção
gastrointestinal, como: náuseas, vômitos, distensão abdominal e intolerância
alimentar. Em caso de disfunção gastrointestinal, talvez haja necessidade de
inserir novamente a sonda.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Archer E... et al;. Procedimentos e Protocolos; revisão técnica Marléa
Chagas Moreira e Sônia Regina e Souza. – Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2005.
Preparado por:
Enfª Edna Marta Mendes da Silva
Aprovado pelo SCIH:
COREN – 37665