titular, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> saldadas com a CODIPLAN – Contabilida<strong>de</strong> e Planejamento S/C Ltda., todas as <strong>de</strong>spesas administrativas da dissolução societária. No dia seguinte, Krieger fez chegar às mãos <strong>de</strong> padre Nelson Apareci<strong>do</strong> Maia, reitor <strong>do</strong> Seminário Arquidiocesano Nossa Senhora da Glória <strong>de</strong> Maringá, o cheque nº 096413, <strong>do</strong> Banco Real, no valor <strong>do</strong> sal<strong>do</strong> <strong>de</strong> poupança acima, cumprin<strong>do</strong> assim o objetivo para o qual fora fundada a Editora Folha <strong>do</strong> Norte <strong>do</strong> Paraná, em 1961. 26 Encerrou-se, <strong>de</strong>ssa forma, vibrante etapa <strong>do</strong> jornalismo da jovem cida<strong>de</strong>, que acalentou o sonho <strong>de</strong> uma tribuna in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte a proclamar os princípios cristãos <strong>de</strong> justiça e <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, revelan<strong>do</strong>, ao mesmo tempo, a face <strong>de</strong> uma <strong>Igreja</strong> comprometida com o seu tempo, disposta a servir-se <strong>do</strong>s meios <strong>de</strong> comunicação para anunciar o Evangelho. No arquivo pessoal <strong>do</strong> primeiro bispo <strong>de</strong> Maringá, manti<strong>do</strong> no 4º piso da catedral, conserva-se a coleção completa da Folha <strong>do</strong> Norte impressa, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro número, <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1962, até à edição nº 3.305, <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1974. De coleção semelhante <strong>do</strong>m Jaime fez <strong>do</strong>ação à Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Maringá, para memória <strong>do</strong>cumental <strong>de</strong> um perío<strong>do</strong> histórico <strong>de</strong> nossa cida<strong>de</strong>. Primeira edição, 25 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1962. Folha <strong>do</strong> Norte <strong>do</strong> Paraná 26 Documentos disponíveis na Cúria Metropolitana <strong>de</strong> Maringá, na Avenida Tira<strong>de</strong>ntes, 740. Última edição, 30 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1974. 215 Os 50 anos da Diocese <strong>de</strong> Maringá
216 A <strong>Igreja</strong> que brotou da mata Também na gênese da televisão em Maringá a <strong>Igreja</strong> Católica fez sentir sua <strong>presença</strong> não por prepo- tência, mas pelo <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> bispo como lí<strong>de</strong>r religioso e cidadão comprometi<strong>do</strong> com os interesses da comunida<strong>de</strong>. Quan<strong>do</strong>, no final <strong>do</strong>s anos 60, o Norte <strong>do</strong> Paraná só conhecia a TV Coroa<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> Londrina, pessoas <strong>do</strong> ramo anteviram a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vultosos lucros à disposição <strong>de</strong> quem chegasse primeiro na instalação <strong>de</strong> novo canal <strong>de</strong> TV para cobrir o imenso campo <strong>do</strong> Noroeste paranaense. Ainda nos anos iniciais <strong>do</strong> Grupo Paulo Pimentel, hoje auto<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> como “um <strong>do</strong>s maiores complexos <strong>de</strong> comunicação <strong>do</strong> Sul <strong>do</strong> país”, conta-se que seu funda<strong>do</strong>r teria revela<strong>do</strong>: “Jornal é bom negócio, mas o que dá dinheiro mesmo é televisão”. A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Maringá oferecia-se como base natural para implantação da segunda emissora <strong>de</strong> TV <strong>do</strong> Norte <strong>do</strong> Paraná. Descontente com a mobilização <strong>de</strong> <strong>do</strong>is grupos, que entendia representar interesses alheios à cida<strong>de</strong> – Empresa TV O Jornal <strong>de</strong> Maringá Ltda. e Televisão Ivaí Ltda. –, <strong>do</strong>m Jaime pôs-se a contatar empresários para a formação <strong>de</strong> um terceiro consórcio integra<strong>do</strong> só por maringaenses, com o objetivo <strong>de</strong> disputar a concessão <strong>de</strong> um canal <strong>de</strong> TV para Maringá. No dia 1º <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1968 constituiu-se a empresa Televisão Cultura <strong>de</strong> Maringá Ltda., formada por brasileiros natos, to<strong>do</strong>s resi<strong>de</strong>ntes e atuantes em Maringá, com o propósito <strong>de</strong> obter direito à “instalação <strong>de</strong> estações televisoras nesta cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Maringá”, ten<strong>do</strong> por objetivos “fins educacionais, cívicos e patrióticos”. A TV Cultura <strong>de</strong> Maringá apresentava diretoria composta por <strong>do</strong>m Jaime Luiz Coelho, diretor-presi<strong>de</strong>nte; Samuel Silveira, diretor-superinten<strong>de</strong>nte, e Joaquim Dutra, diretor-gerente. O contrato social foi arquiva<strong>do</strong> na Junta Comercial <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná sob nº 90.735, por <strong>de</strong>spacho em sessão <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1968. O grupo era composto por 25 cidadãos maringaenses: <strong>do</strong>m Jaime Luiz Coelho, Samuel Silveira, Joaquim Dutra, Francisco Dias Rocamora, Carlos Piovezan Filho, Paulo Okamoto, Wilson Saenz Surita, José Sanches Filho, Antônio Augusto <strong>de</strong> Assis, Célio Verolli, Wla<strong>de</strong>mir Pipino, Antônio Guilherme Schreiner, Ulisses Bru<strong>de</strong>r, Atair Niero, José Gonçalves <strong>de</strong> Britto, Antenor Matiolli, Jancer Nunes Reinal<strong>de</strong>t, Ro<strong>do</strong>lfo Purpur, José Dutra, Oswal<strong>do</strong> José Rodrigues, Hélio Moreira, Ermelin<strong>do</strong> Bolfer, Jasson Rodrigues <strong>de</strong> Figueire<strong>do</strong>, Alci<strong>de</strong>s Parizotto e Donaldi Serra. Em audiência, na capital fe<strong>de</strong>ral, com o presi<strong>de</strong>nte Arthur da Costa e Silva, no dia 14 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1968, acompanha<strong>do</strong> por Joaquim Dutra e Ulisses Bru<strong>de</strong>r, <strong>do</strong>m Jaime advogou ar<strong>do</strong>rosamente a conveniência <strong>de</strong> a nova empresa ser contemplada com a concessão. Depois disso, inclusive com apoio <strong>do</strong>s bispos <strong>de</strong> Campo Mourão, <strong>do</strong>m Eliseu Simões Men<strong>de</strong>s, e <strong>de</strong> Paranavaí, <strong>do</strong>m Benjamin <strong>de</strong> Sousa Gomes, continuou com pertinácia a sustentar, em todas as áreas, o pleito <strong>do</strong> grupo <strong>de</strong> Maringá. O segun<strong>do</strong> canal <strong>de</strong> TV da região foi cria<strong>do</strong> no dia 26 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1969, em Apucarana, com o nome <strong>de</strong> TV Tibagi e concedi<strong>do</strong> ao Grupo Paulo Pimentel. Atualmente, é afilia<strong>do</strong> ao Sistema Brasileiro <strong>de</strong> Televisão. A partir <strong>de</strong> então, intensificaram-se as ativida<strong>de</strong>s para a implantação da emissora <strong>de</strong> TV em Maringá, que foi conseguida, finalmente, através <strong>do</strong> <strong>de</strong>creto fe<strong>de</strong>ral nº 70.814, <strong>de</strong> 7 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1972. Não obstante a aprovação recebida, a TV Cultura teria ainda que enfrentar dificulda<strong>de</strong>s suscitadas pelos grupos preteri<strong>do</strong>s, que tentaram, por várias formas, obstruir a sua instalação. No dia 25 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1974, junto ao DENTEL – Departamento Nacional <strong>de</strong> Telecomunicações foi solicitada alteração <strong>do</strong> contrato social para admissão <strong>de</strong> três sócios <strong>de</strong> Curitiba, <strong>do</strong>utores Francisco Cunha Pereira (que assumiu a função <strong>de</strong> diretor-gerente, até então exercida por Joaquim Dutra), Edmun<strong>do</strong> Lemanski e A<strong>do</strong>lpho <strong>de</strong> Oliveira Franco, os quais adquiriram os direitos <strong>de</strong> <strong>de</strong>zessete antigos cotistas, fican<strong>do</strong> a nova socieda<strong>de</strong> composta por onze sócios, oito <strong>de</strong> Maringá e três <strong>de</strong> Curitiba. Em 30 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1975, <strong>de</strong>u-se a conhecer a programação da TV Cultura <strong>de</strong> Maringá. Menos <strong>de</strong> um mês mais tar<strong>de</strong>, no dia 25 <strong>de</strong> setembro, aconteceu a inauguração oficial da TV Cultura, canal 8 <strong>de</strong> Maringá. Por apenas alguns meses o bispo permaneceu à frente da TV Cultura <strong>de</strong> Maringá como diretor-presi<strong>de</strong>nte. A nova configuração da empresa fez com que seu posto fosse ocupa<strong>do</strong> por empresários <strong>do</strong> setor <strong>de</strong> comunicação. Nova alteração contratual, em 25 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1978, admitiu como sócio, com quantida<strong>de</strong> maior <strong>de</strong> quotas, o empresário José Roberto Marinho, <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, integrante da Re<strong>de</strong> Globo <strong>de</strong> Televisão da qual a TV Cultura passou a afiliada. Apesar <strong>do</strong> gigantismo da Re<strong>de</strong> Globo, <strong>do</strong>m Jaime garantiu à diocese a franquia, na emissora <strong>de</strong> Marin-