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16<br />
O<br />
gestão<br />
PLANEJAMENTO<br />
PARA UM LEGADO SUSTENTáVEL DA<br />
COPA DE 2014<br />
Juan Quirós é presidente<br />
do Grupo Advento e<br />
membro do Conselho<br />
Global de Construção<br />
Sustentável do World<br />
Economic Forum - WEF.<br />
direito de sediar a Copa<br />
do Mundo de 2014, em 12<br />
cidades, e a Olimpíada de<br />
2016, no Rio de Janeiro, somente<br />
irá concretizar-se como grande e<br />
positiva conquista se viabilizar o resgate<br />
dos gargalos da infraestrutura<br />
e, ao mesmo tempo, consolidar o<br />
conceito de construções verdes no<br />
Brasil. Essas duas metas devem ser<br />
contempladas pelos investimentos<br />
realizados em estádios, estradas, aeroportos e ferrovias,<br />
dentre outras obras, pois o mais importante das duas<br />
competições é o legado para o País e o seu impacto de<br />
longo prazo.<br />
Assim, é necessário fazer com precisão a lição de casa<br />
preparatória à realização dos dois maiores eventos do calendário<br />
esportivo mundial, a começar pelo cumprimento<br />
das exigências da Fifa. Neste sentido, é sempre pertinente<br />
enfatizar que, desde 2006, quando ocorreu a Copa da<br />
Alemanha, a entidade maior do futebol estabeleceu como<br />
regra geral para toda a infraestrutura, em especial de estádios,<br />
os princípios da construção civil sustentável. Que<br />
2014, portanto, seja um marco para a defi nitiva disseminação<br />
e consolidação desse conceito no País. Esta, sem<br />
dúvida, seria uma preciosa herança!<br />
O signifi cado das construções verdes tornase<br />
mais evidente neste momento que se segue<br />
à realização da Conferência do Clima de Cancun<br />
(COP 16), no México. Não será possível<br />
celebrar um acordo multilateral para reverter o<br />
aquecimento terrestre sem a adoção em larga<br />
escala do conceito de sustentabilidade pelo<br />
setor da construção civil. Afi nal, sabe-se que<br />
cerca de 40% das emissões mundiais de Co2<br />
advêm dos edifícios. No Brasil, as construções<br />
são responsáveis por 44% de toda a energia<br />
consumida (22% são relativos ao uso residencial;<br />
14%, comercial; e 8%, prédios públicos).<br />
Por juan Quirós*<br />
Segundo o Conselho Brasileiro<br />
de Construção Sustentável<br />
(CBCS), os chamados prédios<br />
verdes podem gerar economia<br />
de até 40% no volume de<br />
água e 30% na eletricidade.<br />
Segundo o Conselho<br />
Brasileiro de Construção<br />
Sustentável (CBCS), os<br />
chamados prédios verdes<br />
podem gerar economia<br />
de até 40% no<br />
volume de água e 30% na<br />
eletricidade. Para isso, é<br />
preciso investimento em<br />
tecnologias ambientais<br />
equivalente a cerca de<br />
5% do valor da edifi cação. Além dos ganhos<br />
ecológicos para os indivíduos e a sociedade,<br />
estudo do Banco Mundial demonstra que a<br />
melhoria da efi ciência energética nas construções<br />
pode diminuir em 25% o consumo<br />
de eletricidade no Brasil, Índia e China. Isso<br />
signifi caria imensa economia de recursos e<br />
evitaria expressiva emissão dos gases de efeito<br />
estufa.<br />
Os dados são claros para se entender que<br />
a importância da Copa do Mundo e da Olimpíada<br />
para o Brasil transcende à mera circunstância<br />
das competições. Por isso, é motivo de<br />
preocupação o fato de ainda estar incipiente<br />
o processo de preparação, em especial se<br />
considerarmos que faltam apenas três anos e<br />
meio para a bola da Fifa rolar em gramados<br />
nacionais. Quando se observa a pândega relativa<br />
ao estádio a ser construído em São Paulo, o<br />
risco de colapso aeroportuário, dúvidas quanto<br />
à viabilidade do trem-bala entre as capitais<br />
paulista e fl uminense e a falta de sincronia no<br />
cronograma das obras, fi ca evidente a necessidade<br />
de um planejamento efi caz. Sem isso,<br />
o anacrônico improviso irá encarregar-se de<br />
prover estádios bonitos para a Copa do Mundo,<br />
mas o legado, que é o fundamental, seria<br />
catastrófi co ME<br />
Divulgação