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mercado empresarial<br />
Construir e reformar está mais caro. O<br />
preço de alguns materiais de construção<br />
subiu mais do que a infl ação no período<br />
de novembro de 2009 a outubro deste ano. A<br />
areia foi o produto que registrou a maior alta,<br />
de 37,97% nesse intervalo de tempo, segundo<br />
levantamento do Departamento Intersindical<br />
de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos<br />
(Dieese), referente a cidade de São Paulo. No<br />
mesmo período, a infl ação medida pelo ICV<br />
foi de 5,85%.<br />
De acordo com o presidente da Associação<br />
Nacional dos Comerciantes de Material de<br />
Construção (Anamaco), Claudio Conz, o encarecimento<br />
da areia é explicado pela questão<br />
geográfi ca. “Cada vez mais esse material precisa<br />
ser transportado de locais mais distantes dos<br />
grandes centros consumidores, o que faz com<br />
que ele fi que mais caro. E com a demanda<br />
aquecida, o que chega é areia de longe de São<br />
Paulo”, diz.<br />
Outros materiais básicos também subiram<br />
de preço como o cimento e o tijolo, 7,46% e<br />
13,89% respectivamente. Para Conz, há ainda<br />
um problema logístico enfrentado pela capital.<br />
“Com restrição de horário de circulação e de<br />
vias em que os caminhões passam, o preço<br />
dos produtos para obra tem subido na cidade<br />
consideravelmente. O frete para entrega desse<br />
mercado<br />
REFORMAR ESTá ATÉ<br />
37% Mais caro<br />
material, tanto nas lojas quanto para o consumidor, fi cou mais<br />
caro por causa dessa limitação, pois os caminhões só podem<br />
circular à noite, o que aumenta custos”, diz. “E para o material<br />
básico isso é pior, pois o consumidor não pode comprar e<br />
colocar no carro. Não tem como”, comenta.<br />
Para o presidente do conselho do Programa de Administração<br />
de Varejo (Provar), da Fundação Instituto de Administração<br />
(FIA), Claudio Felisoni de Angelo, o encarecimento do<br />
material de construção também está<br />
relacionado ao aumento da demanda.<br />
“A massa real de salário cresceu 8,5%<br />
no último ano e a parcela que mais<br />
sofreu esse impacto foi a classe intermediária<br />
de renda. E eles respondem<br />
por 70% do consumo de material de<br />
Areia foi o produto<br />
que registrou maior<br />
alta<br />
construção no varejo. Com a melhora do salário, eles estão<br />
consumindo mais e a oferta de produto se reduz, o que faz os<br />
preços subirem”, afi rma ele.<br />
Segundo Felisoni, o que pesa contra o consumidor desses<br />
produtos é a necessidade de transporte do material. “Por mais<br />
que o consumidor faça pesquisa de preço, ele acaba tendo que<br />
escolher uma loja perto de casa por causa do valor do frete.<br />
Quando se olha preço de material, o custo da entrega também<br />
precisa ser levado em consideração”, diz.<br />
Outro custo que subiu para a construção foi a de mão de<br />
obra: 8,51% nos últimos 12 meses. Soma-se a isso a escassez<br />
de profi ssionais qualifi cados, afi rmam representantes do setor.<br />
(Fonte: Acomac) ME<br />
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