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Pág . 2 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCr EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS - EPAMIG - DIRETORI/>. EXECUTIVA Presidente Miguel José Afonso Neto Diretor de Operações Técnicas Alberto Duque Portugal Diretor de Administração e Finanças . Asdrubal Teixeira de Souza ÓRGÃOS COLEGIADOS CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO - COA0 EFETIVOS Dalton . Collares de Araújo Moreira Arnaldo Rosa Prata Miguel José Afonso Neto Afrânio de Avellar Marques Ferreira Mário Ramos Vilela Geraldo Gonçalves Carneiro Egladson João Campos Jonas Carlos Campos Pereira Emílio Elias Mouchereck Filho Paulo Piau Nogueira SUPLENTES Laura de Sanctis Viana Antônio Stocker Barbosa Maria Inês Leão Alan F. Wolfschoon-Pombo Alberto Valentim Munck Edson Clemente dos Santos José Jésus de Abreu Francisco Rafael Ottono Teatini Mário José Fernandes Roberto Abramo CONSELHO FISCAL EFETIVOS Emane Ferreira Villela Jairo Ronan da Silva Ewaldo Damas da Costa SUPLENTES Mário Gomes Carneiro Ernani Torres Cordeiro He.loísio Ângelo [)ominitini Che fe do CEPE/ILCT Geraldo Gomes Pimenta Chefe Adjunto do CEPE/IL CT Edson Clemente dos Santos Encarregado da Área de Divulgação Hobbes Albuquerque COMISSÃO DE REDAÇ ÃO Múcio Mansur Furtado Otacílio Lqpes V'1lrgas Ronaldo Figueiredo Ventura Hobbes Albuqu,erque Sérgio Casadini Villela José Mauro de Moraes Valter Esteves Júnior EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS - EPAMIG - Re . vista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes", n. 1 - 1946 - JUIZ de Fora, Instituto de Laticínios "Cândido Tostes" , 1946. v. ilust. 23 em · n. 1-19 (1946-48), 27 em, com o nome de Felctiano, n. 20QS (1948-57) 23 em. com o nome de Felctiano. A partir de setembro 1958, com o nome de Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes". 1. Zootecnia - Brasil - Periódlcos •• 2. Laticínios - Brasil - Periódi cos. Empresa de Pesquisa Agropec"uária de Minas Gerais, Juiz de Fóra, MG, ed. o . CDU 636/637(81 )(05) . Revista do ILCT 39(235): 3-6 (1984) QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DO LEITE CRU OBTIDO POR MEIO DA ORDENHA MAN UAL E MECÂN ICA, NA FONTE DE PRODUÇÃO* Microbiological Quality of Raw Milk Obtained by. Manual manual. and Mechanical Milking at Production Plac Luiz Carlos Gonçalves Costa·· Eliana Pinheiro de Carvalho·· Augusto Silva de Carvalho··· RESU MO - No presente trabalho verificou-se a carga bacteriana do leite bem como o seu índice de sujidade, obtido em condições de ordenha mànual e mecânica, na fonte de produção. Os leites obtidos, tanto pela ordenha manual como pela mecânica, apresentaram contagens elevadas de microrganismos, principalmente coliformes. As ordenhas manual e mecânica não se diferencia ram significativamente quanto ao fndice de sujidade do leite. O leite obtido por ordenha mecânica apresentou valor médio de contagem de microrganismós coliformes ligeiramente mais elevado do que o obtido por ordenha manual; Termos para indexixação: Qualidade mícrobiológica do leite cru, ordenha mecânica, ordnhà ABSTRACT- The present work verified bacteriological contamination.of milk as well as its impurities index ovtained on manual and mechanical milking at production place. T:1e milks from manual and mechanical milking presented elevÇlted index of contamination, mainly coliforms. 80th milk types did not differentiate significantly in relation to impurities indexo The milk obtained from mechanical milking presented an average coliform contamination slowly higher than marlUal milking. Index terms: Raw milk microbiological quality, mechanical milking, manual milking. 1. INTRODUÇÃO A limpeza efetiva dós recipientes utensílios e equipamentos usados na ordenha, o estado sanitário do rebanho e da água usada na limpeza, conjuntamente com a limpeza cuidadosa do local e a higiene do pessoal, são todos fatores de grande importância para a qualidade do leite. HUHN et alii (1 0) afirmam que a qualidade e durabilidade de um produto dependem, em grande parte, da qualidade da matéria-prima usada na sué) fabricação. Segundo os mesmos. autores é pratica mente impossível melhorar as proprieda des de um produto derivado, se o número de microrganismos inicialmente presente no leite "in natura" é elevado. BALLARIN (3), define a higiene. do lei te, como sendo. a sua obtenção mais efi ciente possível, conservando-o e. transpor tando-o satisfatoriamente para assegurar um alimento sadio e higiênico. A má qualidade do leite cru, reduz o tempo de vida útil do produto pasteurizado e dificulta a padronização de produtos derivados de alta qualidade. • ;Trabalho apresentado à 39.· Semana do laticlnista -Julho/1983. •• iProfessores do Depto. de Ciência dos Alimentos da ESAL. C.P. 37 -37.200 -lavras, MG. ••• Professor da Escola de Veterinària da Universidade Federal de Goiàs. digitalizado por arvoredoleite.org
1 , Pág. 4 Setembro/Outubro de 1984 Re vista do IL CT ABELE (1 ) afirma que as causas de contaminação do leite pasteurizado são de várias origens, entretanto muito freqüente e geralmente ignorada é a presença de uma grande população de coliformes no leite cru, cuja destruição através de pasteurização eficaz, é {:le 99,5%, e ainda permite a sobrevivência de um número de microrganismos suficientemente grande para dar resultado positivo no ensaio. , 0000 & NEAVE (6), FLORES (7), HOY LE (9), OLlVER et alii, (12), RANDOLPH (13), WAITE & SMITH (17), preocupados com as infecções do úbere da vaca " atribuiram como causa principal, a falta de manejo adequado e sobretudo a má higiene da ordenha, incluindo-se a inadequada higienização das ordenhadoras mecânicas. CLAIDON (5), estudando os fatores que influenciam na condição sanitária das ordenhadoras mecânicas, mencionou a importância do estado fisico adequado das tubulações de borracha e conecção destas máquinas. Desgastes nas . superfícies fprmam focos de microrganismos,)nating;'" veis pelos sanitizantes. , THIEL et alii (15) e MAGNUS (11 ) citam a eficiência da imersão de todas as peças da ordenhadora em solução bactericida após a convencional higienização e, que a imersão deve ser por espaço de tempo adequado. Os mesmos autores afirmam que o material poderá ficar em imersão nos intervalos das ordenhas em uma solução não corrosiva. Face ao exposto, e considerando a necessidade de se obter um produto final de boa qualidade, o presente trabalho teve como objetivo verificar a carga bacteriana do leite e o seu indice de sujidade obtidp em condição de orden/lamanual e mecâ" nica, na fonte de produção. 2 . . MATERIAL E MÉTODO: O trabalho foi realizado no município de Lavras, situado na regiãô " Sul do Estado de Minas Gerais. ' Para 'determinar a qualidade higiênica do leite obtido sob condição de ordenha manual e mecânica, procedeu-se um I vantamento de todas as propriedades pro dutoras de leite no. município. de Lavras, num total de 230 propriedades, dentre elas foram sort,eadas ao acaso 69 produtores, 12 dos quais possuiam ordenhadoras me cânicas. As amostras foram coletadas se manalmente, imediatamente após a. orde nha da manhã, no período entre 01 /10/77 a 08/02/78. As coletas foram realizadas uti lizando-se frascos esterilizados que logo após eram acondicionados em caixa de isopor éontendo gelo triturado, e transpor tado para o laboratório de microbiologia do DCA da ESAL, em tempo não superior a uma hora após a ordenha. Foram realizados os seguintes exames bacteriológicos: contagem total de mesó filos e NMP (número mais provável) de coliformes; prova de lactofiltração através do filtro de "Minit', para determinar a sujidade do léite como indicador de higie ne. Para os exames bacteriológicos foram utilizadas as técnicas preconizadas pelo AMERICAN PUBLlC HEAL TH ASSOCIA TION - STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF DAIRY PRODUCTS (2) e para a prova de lactofiltração a técnica indicada pelo STANDARD METHODS OF MILK ANAL YSIS (14j. Foram feita's -a-naITses de variância e histograma, segundo GOMES (8). 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Pelos resultados do Quadro 1, verifica -se contagem mais alta de coliformes na ordenha mecânica, o que não era. esperado. Por outro lado, vê-se que na ordenha manual a contagem de mesófilos foi maior. Observa-se que estes resultados médios, considerando as caracteristicas da amostragem, expressam uma contagem bastante elevada. Presume-se que este lei te ao ser transporta.do para a indústria, submetido aos fatores tempo e temperatu ra possa alcançar contagens muito eleva das. . ·· ···· Os resultados eXlJressos no Quadro 1 e Figura 1 evidenciam não haver diferen , ças significativas entredndices de sujidade do leite ordenhado por ordenha manual e mecânica. Observa-se assim, ao contrário do es perado, que a utilização ,da ordenhadora mecânica não melhorou significativamente o indice de sujidade do leite;. As.ordenhadoras mecânicas; são re cursos tecnológicos eficientes na obten-. ção de um leite higiênico, todavia, deman damo cuidados especiais deJimpeza e sani tização, pouco assimilado pelo homem do campo. s firmas encarregadàs da fabricação das ordenhadoras, distribuiem instruções e se preoóúpam com a higiene das máqui:- ' nas. Entretanto; segundo CLAIDON (5) há detalhes importantes, que passam desper cebidos por aqueles que, manuseiam as instalações da ordenhadora. Cita () mesmó, autor, que as condições físicas das super:- Re vista do ILCT Se tembro/Outubro. de 1984 P á g. 5 fícies das tubulações de borracha podem apresentaram contagens elevadas de mi- armazenar resíduos de leite nas ranhuras, crorganismos, principalmente de colifor- com formação de foco,s microbianos ina- mes. QUADRO 1 - Re sultados médios do índice de sujidade e dos exames bacte riológicos de Orde nha Mecânica Manual C.V. (%) 15,28 me sófilos e NMP de coliforme s, em condições de orde nha me cânica e ma nual, no município de Lavras, de outubro de '1977 a fe ve reiro de 1978. indice de sujidade mg/I 0,28 0,30 Me sófilos por ml 5,5.101 8,3.10 NMP de Coliformes por.ml 4 6,1.10 "4 5,8.10 " tingiveis pelos sanitizantes. A presença de bactérias coliformes po- Pelos resultados expressos no Quadro de ser considerada como indicadora de 1 comparados com os obtidos por BAR- qualidade do leite. B ' OSA (4) o qual encontrou 323.000 m . i- - VIEIRA (1 6) cita que os organismos crorganismos por ml de leit, sem o . s CUI- coliformes prevalecem no esterco do' gado dados higiênicos e 2.000 mlcrorImos leiteiro e outros animais de granja (tampor ml, com todos os cuidados hlglemcos, bém nas moscas), no solo {e portanto em podemos afirmar que ambas as ordenhas muitas fontes de agua) e nos vegetais e FIGURA 1 - Histograma re presentativo do índice médio de suidade o . le ite no município de Lavras, obtido através das orde nhas manual e me caOlca, de outubro de 1977 a fe ve reiro de 1978. -' .... . '" E '" !: '" -' o 0.20 OJO digitalizado por MA.NUAL MECÂNICA arvoredoleite.org '
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