quantificação da influência da espessura da mama na ... - SBIS
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QUANTIFICAÇÃO DA INFLUÊNCIA DA ESPESSURA DA MAMA NA<br />
QUALIDADE DA IMAGEM MAMOGRÁFICA<br />
Alécio Fiel Filho, Silvia C. M. Rodrigues<br />
Engenharia Biomédica<br />
Universi<strong>da</strong>de de Mogi <strong>da</strong>s Cruzes (UMC), Brasil<br />
Resumo - A compressão mamária é fun<strong>da</strong>mental <strong>na</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> imagem mamográfica. Ela é responsável<br />
pelo posicio<strong>na</strong>mento <strong>da</strong>s estruturas <strong>da</strong> <strong>mama</strong> o mais próximo possível do filme reduzindo a dispersão e a<br />
magnificação <strong>da</strong> estrutura mamária. Este trabalho tem o objetivo de quantificar o quanto à compressão<br />
<strong>influência</strong> <strong>na</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> imagem mamográfica. Para isso foram obti<strong>da</strong>s imagens no Mamógrafo senographe<br />
500T utilizando o fantoma Breast Phanton RMI 169 “Rachel”, placa de lucite simulando microcalcificações e<br />
construiu-se bolsas de gordura para simular o material orgânico. As microcalcificações foram simula<strong>da</strong>s com<br />
fragmentos de ossos corticais cujas dimensões variavam de 0,1 a 3,0mm. Esses materiais foram combi<strong>na</strong>dos e<br />
posicio<strong>na</strong>dos no mamógrafo respeitando sempre as mesmas posições <strong>da</strong>s microcalcificações, <strong>da</strong> gordura em<br />
relação ao fantoma. As imagens radiográficas obti<strong>da</strong>s nos testes foram a<strong>na</strong>lisa<strong>da</strong>s com auxílio do software<br />
ImageJ, estatística descritiva (média, media<strong>na</strong>, desvio padrão e amplitude) e análise visual por especialistas. Os<br />
resultados <strong>da</strong>s avaliações mostraram um aumento de 45% para 75% no número de “microcalcificações” visíveis<br />
e de 38,7% <strong>na</strong> dispersão <strong>da</strong> distribuição dos níveis de cinza quando a compressão era máxima. Os resultados<br />
demonstraram também que em casos onde a <strong>espessura</strong> <strong>da</strong> <strong>mama</strong>, variou de 5 e 6cm, a <strong>espessura</strong> não<br />
influenciou <strong>na</strong> visualização de peque<strong>na</strong>s estruturas.<br />
Palavras-chave: Processamento de Imagem, quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> imagem mamográfica, simulação mamográfica.<br />
Abstract - The breast compression is crucial in the quality of the mammographyc image. It is responsible for the<br />
positioning of structures of the breast nearest the film reducing the dispersion and mammary magnification of the<br />
structure. This study aimed to quantify how much compression to influence the quality of the image<br />
mammographyc. For that were images obtained in Mammography Senographe 500T using phantom breast RMI<br />
169 "Rachel", lucite plate of simulating microcalcifications and a built up pockets of fat to simulate the organic<br />
tissue. The microcalcifications were simulated with fragments of cortical bone whose size ranged from 0.1 to 3.0<br />
mm. These materials were combined and placed in mammography respecting the same positions of<br />
microcalcifications and the fat in relation to phantom. The radiographic images obtained in the test were<br />
a<strong>na</strong>lyzed with the software Image J, descriptive statistics (mean, median, stan<strong>da</strong>rd deviation and amplitude) and<br />
visual a<strong>na</strong>lysis by expert radiologists. The results of the assessments showed an increase of 45% to 75% in the<br />
number of microcalcifications visible and 38.7% in the dispersion of the distribution of gray levels of compression<br />
when the thickness was maximum. The results also showed that in cases where the thickness of the breast,<br />
ranged from 5 to 6 cm, the thickness did not influence the visualization of small structures.<br />
Key-words: Image Processing, mammography quality image, mammography simulation<br />
Introdução<br />
O câncer de <strong>mama</strong> é o segundo tipo de<br />
câncer mais freqüente no mundo e o primeiro entre<br />
as mulheres. O número de casos novos de câncer<br />
de <strong>mama</strong> esperados para o Brasil em 2008 é de<br />
49.400, com um risco estimado de 51 casos a ca<strong>da</strong><br />
100 mil mulheres. Apesar do câncer de <strong>mama</strong> ser<br />
de bom prognóstico se diagnosticado e tratado<br />
precocemente, as taxas de mortali<strong>da</strong>de são altas<br />
no Brasil, muito provavelmente porque a doença<br />
ain<strong>da</strong> seja diagnostica em estágios avançados [1].<br />
Para isso, tor<strong>na</strong>-se necessário que as mulheres<br />
façam o exame mamográfico periodicamente.<br />
Até o momento a mamografia é o método<br />
mais eficaz de diagnóstico para detecção de câncer<br />
de <strong>mama</strong>. Por meio dela, pode-se detectar um<br />
câncer de <strong>mama</strong> até dois anos antes de ser<br />
palpável. A detecção do câncer precocemente<br />
aumenta muito as chances de um tratamento bem<br />
sucedido.Um dos fatores que afetam a regulari<strong>da</strong>de<br />
<strong>da</strong> execução desse exame é segundo [2] a<br />
compressão <strong>da</strong> <strong>mama</strong>. Ela provoca um desconforto<br />
para 90% <strong>da</strong>s pacientes, sendo que 12% a<br />
consideram um desconforto intenso ou<br />
insuportável.<br />
Segundo [3], a compressão <strong>da</strong> <strong>mama</strong><br />
durante a mamografia é um dos componentes
essenciais para melhorar a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> imagem<br />
para o diagnóstico, possibilitando a visualização de<br />
peque<strong>na</strong>s lesões. A compressão tem como<br />
principais objetivos à diminuição <strong>da</strong> <strong>espessura</strong><br />
mamária e a colocação <strong>da</strong>s estruturas mamárias o<br />
mais próximo possível do filme mamográfico.<br />
O posicio<strong>na</strong>mento correto <strong>da</strong> <strong>mama</strong> sobre o<br />
suporte do mamógrafo é muito importante, pois um<br />
posicio<strong>na</strong>mento adequado pode resultar numa<br />
maior redução <strong>da</strong> <strong>espessura</strong> <strong>da</strong> <strong>mama</strong> com menor<br />
força de compressão evitando assim o excessivo<br />
desconforto e dor além de menor dose a paciente e<br />
melhor quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> imagem. Estes dois fatores<br />
melhoram a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> imagem mediante a<br />
redução <strong>da</strong> dispersão dos raios X e também por<br />
redução <strong>da</strong> magnificação de estrutura mamária [4].<br />
Este cenário levou-nos a pesquisar a<br />
<strong>influência</strong> <strong>da</strong> compressão através de simuladores<br />
de <strong>mama</strong> com diferentes <strong>espessura</strong>s e a<br />
<strong>quantificação</strong> desta <strong>influência</strong> <strong>na</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />
imagem mamográfica.<br />
Metodologia<br />
A comparação e <strong>quantificação</strong> <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de<br />
<strong>da</strong>s imagens mamográficas foi feita em função <strong>da</strong><br />
compressão de diversas <strong>espessura</strong>s de <strong>mama</strong>s<br />
simula<strong>da</strong>s.<br />
Utilizou-se o mamógrafo Senographe 500T.<br />
As imagens resultantes foram digitaliza<strong>da</strong>s no<br />
DiagnosticPro (Vi<strong>da</strong>r) com 300dpi e 12 bits de<br />
quantização.<br />
Os materiais utilizados para estabelecer essa<br />
<strong>quantificação</strong> foram:<br />
• Tecido adiposo- O material deveria apresentar<br />
deformação similar quando aplica<strong>da</strong> à força de<br />
compressão e a densi<strong>da</strong>de radiográfica deveria<br />
permanecer muito semelhante à encontra<strong>da</strong> pela<br />
mamografia huma<strong>na</strong>. Foram testa<strong>da</strong>s gorduras de<br />
três áreas diferentes do porco; lombar, mamária e<br />
<strong>da</strong> região inter<strong>na</strong> <strong>da</strong> barriga do porco. O simulador<br />
do tecido <strong>da</strong> <strong>mama</strong> foi feito com gordura de porco,<br />
corta<strong>da</strong> em pe<strong>da</strong>cinhos de aproxima<strong>da</strong>mente 0,5 x<br />
0,5 x 0,5cm embala<strong>da</strong>s em preservativo masculino<br />
(Figura 1), formando uma massa pareci<strong>da</strong> com o<br />
formato <strong>da</strong> <strong>mama</strong> com base circular de diâmetro de<br />
aproxima<strong>da</strong>mente 9 cm e altura de 6cm.<br />
• Estruturas mamárias – Utilizou-se o fantoma<br />
antropomórfico “Rachel” Anthropomorphic Breast<br />
Phanton RMI 169 Gammex, que simula uma <strong>mama</strong><br />
com <strong>espessura</strong> de 5cm, composta de 50% de<br />
tecido adiposo e 50% de tecido fibroglandular, para<br />
dificultar a visualização <strong>da</strong>s estruturas <strong>da</strong> estrela de<br />
alumínio.<br />
• Microcalcificações - Utilizou-se uma placa de<br />
lucite (Figura 2), com “microcalcificações”<br />
simula<strong>da</strong>s com ossos corticais em pe<strong>da</strong>cinhos com<br />
dimensões variando de 0,1mm a 3,0mm. Os<br />
diversos tamanhos foram dispostos <strong>na</strong> placa em 4<br />
quadrantes em ordem crescente de acordo com<br />
ca<strong>da</strong> tamanho (1, 2, 3 e 4 quadrantes). Na<br />
avaliação foram utilizados somente os quadrantes 1<br />
e 2, sendo que no quadrante 1 existem 20<br />
microcalcificações menores e no quadrante 2, 19<br />
microcalcificações ligeiramente maiores que as do<br />
quadrante 1.<br />
Os valores de mAs e de kVp mais adequados<br />
foram estabelecidos através <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s de<br />
densi<strong>da</strong>des radiográficas realiza<strong>da</strong>s com<br />
densitômetro (Models 07 – 443- Victoreen).<br />
Os materiais a serem comprimidos foram<br />
colocados sobre a bandeja do mamógrafo para<br />
serem radiografados. O fantoma “Rachel” ficou<br />
próximo ao cassete, sobre ele a placa de lucite<br />
contendo as microcalcificações. Em segui<strong>da</strong> foram<br />
obti<strong>da</strong>s três imagens para ca<strong>da</strong> valor de <strong>espessura</strong><br />
com diferentes porcentagens entre tecido adiposo e<br />
fibroglandular. Para a simulação de <strong>mama</strong> com 5cm<br />
de <strong>espessura</strong>, o material que simulava o tecido<br />
adiposo era retirado e a imagem era obti<strong>da</strong> sem<br />
compressão, pois o fantoma não permitia esse<br />
procedimento.<br />
As imagens radiográficas obti<strong>da</strong>s nos testes,<br />
18 imagens, foram digitaliza<strong>da</strong>s e a<strong>na</strong>lisa<strong>da</strong>s pelo<br />
software ImageJ [5]. O ImageJ foi utilizado para<br />
obtenção de <strong>da</strong>dos estatísticos a<strong>na</strong>lisando os níveis<br />
de cinza <strong>na</strong>s imagens, como por exemplo,<br />
amplitude, media<strong>na</strong> e desvio padrão. Em segui<strong>da</strong>,<br />
as mesmas foram apresenta<strong>da</strong>s a três profissio<strong>na</strong>is<br />
experientes <strong>da</strong> área, onde foram obtidos os<br />
números de microcalcificações visíveis dos<br />
quadrantes 1 e 2 <strong>da</strong> placa de lucite.<br />
Resultados<br />
A gordura <strong>da</strong> parte inter<strong>na</strong> <strong>da</strong> barriga do<br />
corpo corta<strong>da</strong> em pe<strong>da</strong>ços, apresentou deformação<br />
25% maior com a mesma compressão quando<br />
compara<strong>da</strong> com os pe<strong>da</strong>ços de gordura <strong>da</strong>s regiões<br />
mamária e lombar do porco. Em decorrência dessa<br />
melhor deformação, essa gordura foi considera<strong>da</strong> a<br />
mais adequa<strong>da</strong>. A Figura 1 apresenta a simulação<br />
do tecido adiposo construído com gordura de porco,<br />
corta<strong>da</strong> em pe<strong>da</strong>cinhos de aproxima<strong>da</strong>mente 0,5 x<br />
0,5 x 0,5cm embala<strong>da</strong>s em preservativo masculino.
a)<br />
Figura 1 - a) Vista lateral <strong>da</strong> simulação <strong>da</strong> <strong>mama</strong> através<br />
<strong>da</strong> gordura de porco.<br />
A Figura 2 apresenta a placa de lucite com<br />
“microcalcificações” simula<strong>da</strong>s com ossos corticais<br />
em pe<strong>da</strong>cinhos com dimensões variando de 0,1mm<br />
a 3,0mm.<br />
3 4<br />
2<br />
a)<br />
b)<br />
Figura 2 a) Placa de lucite com microcalcificações<br />
identificando quadrante 1, 2, 3 e 4.<br />
b) Placa de lucite sobre o Simulador “Rachel”.<br />
Para o cálculo <strong>da</strong> variação percentual do<br />
desvio padrão e <strong>da</strong> amplitude, foi considerado<br />
como 100% os valores médios dessas grandezas<br />
<strong>na</strong>s <strong>espessura</strong>s de 5 cm.<br />
As Figuras 3 e 4 apresentam os histogramas<br />
obtidos com o ImageJ para comprovação estatística<br />
de que à medi<strong>da</strong> que se aumentou à <strong>espessura</strong> do<br />
1<br />
material radiografado foi-se reduzindo o contraste<br />
entre o objeto (placa de lucite) e o fundo, as<br />
imagens representam <strong>mama</strong>s com <strong>espessura</strong>s de 5<br />
e 10cm. O histograma <strong>da</strong> distribuição do nível de<br />
cinza representa a região demarca<strong>da</strong> <strong>na</strong> <strong>mama</strong><br />
onde se encontrava a placa de lucite.<br />
a)<br />
b)<br />
Figura 3 a) Mama com 5cm de <strong>espessura</strong> apresentando<br />
a região demarca<strong>da</strong> para análise <strong>da</strong> imagem pelo<br />
software ImageJ<br />
b) Histograma <strong>da</strong> distribuição do nível de cinza referente<br />
à região demarca<strong>da</strong>.
a)<br />
b)<br />
Figura 4 a) Mama com 10 cm de apresentando a região<br />
demarca<strong>da</strong> para análise <strong>da</strong> imagem pelo software<br />
ImageJ<br />
b) Histograma <strong>da</strong> distribuição do nível de cinza referente<br />
à região demarca<strong>da</strong>.<br />
O valor de amplitude é menor <strong>na</strong> Figura 4b,<br />
mostrando a dificul<strong>da</strong>de de visualizar as<br />
microcalcificações quando a <strong>espessura</strong> é<br />
aumenta<strong>da</strong>, os valores de nível de cinza estão<br />
agrupados, representando que a região demarca<strong>da</strong><br />
apresenta estruturas muito pareci<strong>da</strong>s. A Figura 4a<br />
mostra um pequeno vale separando as<br />
microcalcificações <strong>da</strong> região do tecido adiposo<br />
(seta vermelha), há presença de estruturas<br />
diferentes <strong>da</strong> região de fundo, ou seja,<br />
microcalcificações mais visíveis.<br />
A avaliação feita pelos 3 radiologistas<br />
experientes (especialistas) foi encontrar <strong>na</strong>s<br />
imagens to<strong>da</strong>s as microcalcificações existentes nos<br />
quadrantes 1 e 2, sendo que no quadrante 1<br />
existiam 20 microcalcificações e no 2, ape<strong>na</strong>s 19<br />
microcalcificações. A Tabela 1 apresenta os valores<br />
encontrados pelos especialistas <strong>na</strong> detecção <strong>da</strong>s<br />
microcalcificações quando a <strong>espessura</strong> <strong>da</strong> <strong>mama</strong><br />
simula<strong>da</strong> e as porcentagens do tecido adiposo e<br />
fibroglandular foram variando.<br />
Tabela 1- Número de microcalcificações para os<br />
quadrantes 1 e 2 por três especialistas.<br />
Espessura<br />
(cm)<br />
Adiposo<br />
% Tecido<br />
Mamário<br />
Fibroglandular<br />
N°. de microcalcificações<br />
Quadrante 1 Quadrante 2<br />
Especialistas<br />
(*)<br />
%<br />
Especialistas<br />
(*)<br />
%<br />
5 50 50 15 75 18 95<br />
6 58 42 14 70 18 95<br />
7 64 36 14 70 18 95<br />
8 69 31 13 65 17 90<br />
9 72 28 11 55 16 84<br />
10 75 25 9 45 16 84<br />
(*) Os valores apresentados <strong>na</strong>s colu<strong>na</strong>s identifica<strong>da</strong>s<br />
com asterisco referem-se à media<strong>na</strong> dos valores<br />
observados <strong>da</strong>s microcalcificações para os quadrantes 1<br />
e 2 pelos 3 profissio<strong>na</strong>is <strong>da</strong> área para ca<strong>da</strong> radiografia.<br />
Haviam 20 microcalcificações no quadrante 1 e 19 no 2.<br />
Pode-se observar que em uma <strong>mama</strong> com<br />
5cm de <strong>espessura</strong> e 50% de tecido adiposo e 50%<br />
de tecido fibroglandular consegue-se observar 75%<br />
<strong>da</strong>s microcalcificações do quadrante 1 e 95% do<br />
quadrante 2. Mamas com 6cm de <strong>espessura</strong> e 58%<br />
de tecido adiposo e 42% de tecido fibroglandular<br />
consegue-se observar 70% <strong>da</strong>s microcalcificações<br />
do quadrante 1 e 95% do quadrante 2. Mamas com<br />
7 cm de <strong>espessura</strong> 64% de tecido adiposo e 36%<br />
de tecido fibroglandular consegue-se observar 70%<br />
<strong>da</strong>s microcalcificações do quadrante 1 e 95% do<br />
quadrante 2. Mamas com 8 cm de <strong>espessura</strong> 69%<br />
de tecido adiposo e 31% de tecido fibroglandular<br />
consegue-se observar 65% <strong>da</strong>s microcalcificações<br />
do quadrante 1 e 90% do quadrante 2. Mamas com<br />
9 cm de <strong>espessura</strong> 55% de tecido adiposo e 28%<br />
de tecido fibroglandular consegue-se observar 70%<br />
<strong>da</strong>s microcalcificações do quadrante 1 e 84% do<br />
quadrante 2. Mamas com 10 cm de <strong>espessura</strong> 75%<br />
de tecido adiposo e 25% de tecido fibroglandular<br />
consegue-se observar 45% <strong>da</strong>s microcalcificações<br />
do quadrante 1 e 84% do quadrante 2. O desvio<br />
padrão obtido entre as respostas dos radiologistas<br />
experientes foi de 1,57.<br />
As Figuras 5 e 6 representam a variação do<br />
número de microcalcificações visualiza<strong>da</strong>s pelos<br />
radiologistas no quadrante 1 e 2 em função <strong>da</strong>
<strong>espessura</strong>, esses valores foram obtidos <strong>da</strong> Tabela<br />
1.<br />
Porcentagem de<br />
Microcalcificaçõ<br />
es visualiza<strong>da</strong>s<br />
(%)<br />
Porcentagem de Microcalcificações<br />
visualiza<strong>da</strong>s pelos Especialistas em<br />
função <strong>da</strong> <strong>espessura</strong> <strong>da</strong> <strong>mama</strong><br />
(Quadrante1)<br />
80<br />
60<br />
40<br />
20<br />
0<br />
0 2 4 6 8 10 12<br />
Espessura <strong>da</strong> <strong>mama</strong><br />
Figura 5 - Gráfico <strong>da</strong> variação do número de<br />
microcalcificações visualiza<strong>da</strong>s em função <strong>da</strong><br />
<strong>espessura</strong> para o quadrante 1.<br />
Pode-se observar <strong>na</strong> Figura 5 que para as<br />
microcalcificações do quadrante 1 quando a<br />
<strong>espessura</strong> <strong>da</strong> <strong>mama</strong> simula<strong>da</strong> foi de 5cm,<br />
conseguiu-se visualizar 75% <strong>da</strong> microcalcificações,<br />
à medi<strong>da</strong> que a <strong>espessura</strong> <strong>da</strong> <strong>mama</strong> aumenta o<br />
percentual <strong>da</strong> microcalcificações visualiza<strong>da</strong>s foi-se<br />
reduzindo, chegando a ser visualizado somente<br />
45% quando a <strong>espessura</strong> <strong>da</strong> <strong>mama</strong> foi de 10cm.<br />
Porcentagem de<br />
Microcaclcificaçòes<br />
visualiza<strong>da</strong>s (%)<br />
Porcentagem de Microcalcificações<br />
visualiza<strong>da</strong>s pelos Especialistas em função <strong>da</strong><br />
<strong>espessura</strong> <strong>da</strong> <strong>mama</strong> (Quadrante 2)<br />
100<br />
95<br />
90<br />
85<br />
80<br />
0 2 4 6 8 10 12<br />
Espessura <strong>da</strong> <strong>mama</strong><br />
Figura 6 - Gráfico <strong>da</strong> variação do número de<br />
microcalcificações visualiza<strong>da</strong>s em função <strong>da</strong><br />
<strong>espessura</strong> para o quadrante 2.<br />
Com base <strong>na</strong> Figura 6 pode-se perceber um<br />
aumento no número de microcalcificações<br />
visualiza<strong>da</strong>s pelos Especialistas no quadrante 2, o<br />
número de microcalcificações visualiza<strong>da</strong>s foi o<br />
mesmo para as <strong>espessura</strong>s 5, 6 e 7 com diferentes<br />
porcentagens de tecido adiposo e fibroglandular,<br />
mostrando que a compressão não influenciou para<br />
esse tamanho de microcalcificações (quadrante 2).<br />
Para comprovar estatisticamente que à<br />
medi<strong>da</strong> que se aumentou à <strong>espessura</strong> do material<br />
radiografado o contraste entre o objeto<br />
(microcalcificações) e o fundo foi-se reduzindo,<br />
conseqüentemente reduzindo o número de<br />
microcalcificações visíveis, fez-se um estudo de<br />
correlação linear entre as <strong>espessura</strong>s <strong>da</strong>s <strong>mama</strong>s<br />
simula<strong>da</strong>s e a media<strong>na</strong> <strong>da</strong>s microcalcificações<br />
visíveis para o quadrante 1 e 2. Foram encontrados<br />
os seguintes valores:<br />
• Correlação linear entre a <strong>espessura</strong> <strong>da</strong><br />
<strong>mama</strong> simula<strong>da</strong> e o número médio de<br />
microcalcificações do quadrante 1: r = - 0,86<br />
• Correlação linear entre a <strong>espessura</strong> <strong>da</strong><br />
<strong>mama</strong> simula<strong>da</strong> e o número médio de<br />
microcalcificações do quadrante 2 : r = - 0,80<br />
Existe uma correlação forte entre o número<br />
de microcalcificações visíveis quando se aumenta a<br />
<strong>espessura</strong> <strong>da</strong> <strong>mama</strong>.<br />
Discussão e Conclusões<br />
Com base nos resultados <strong>da</strong> análise feita<br />
<strong>na</strong>s radiografias obti<strong>da</strong>s com a gordura de porco, a<br />
placa de lucite contendo microcalcificações e o<br />
fantoma “Rachel”, concluiu-se que à medi<strong>da</strong> que a<br />
<strong>espessura</strong> do material radiografado aumentou, ou<br />
seja, diminuiu-se a compressão, o número de<br />
microcalcificações visíveis foi se reduzindo, tanto<br />
para as microcalcificações do quadrante 1 quanto<br />
do quadrante 2 <strong>da</strong> placa de lucite, mesmo sendo as<br />
do quadrante 2 maiores que as do quadrante 1.<br />
Comprovou-se que existe uma forte<br />
correlação linear quando se correlacio<strong>na</strong> o aumento<br />
<strong>da</strong> <strong>espessura</strong> <strong>da</strong> <strong>mama</strong> simula<strong>da</strong> com o número de<br />
microcalcificações visíveis tanto para o quadrante 1<br />
como para quadrante 2.<br />
Este estudo também comprovou que o<br />
aumento <strong>da</strong> <strong>espessura</strong> do material radiografado<br />
provoca dificul<strong>da</strong>des em visualizar peque<strong>na</strong>s<br />
microcalcificações, principalmente se a densi<strong>da</strong>de<br />
delas for muito próxima <strong>da</strong> densi<strong>da</strong>de do material<br />
radiografado.<br />
Essa redução <strong>da</strong> nitidez <strong>da</strong> imagem dos<br />
pontos de microcalcificações à medi<strong>da</strong> que se<br />
aumentou à <strong>espessura</strong> foi conseqüência <strong>da</strong><br />
radiação espalha<strong>da</strong>. Na prática <strong>da</strong> realização <strong>da</strong>s<br />
mamografias isso representa um aumento <strong>da</strong><br />
probabili<strong>da</strong>de de não visualização de peque<strong>na</strong>s<br />
microcalcificações <strong>na</strong>s <strong>mama</strong>s.
Agradecimentos<br />
A FAEP (Fun<strong>da</strong>ção de Amparo ao Ensino e<br />
Pesquisa) <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de de Mogi <strong>da</strong>s Cruzes.<br />
Referências<br />
[1] Instituto Nacio<strong>na</strong>l do Câncer 2008 Disponível em<br />
http://www.inca.gov.br/estimativa/2008/index.asp?li<br />
nk=conteudo_view.asp&ID=5 Acesso em 20 maio<br />
2008.<br />
[2] Ruffo F J, Fiori W F, Ramos F J, Godinho E,<br />
Rahal R M S, Oliveira J G. Desconforto e dor<br />
durante realização <strong>da</strong> mamografia. Revista <strong>da</strong><br />
Associação Médica Brasileira 2006 52: 5. São<br />
Paulo. Set/out.<br />
[3] Barnes GT, Wu X, Wagner AJ. “Scanning Slit<br />
mammography”, Medical Progress Through<br />
Technology 1993 19: 17 – 12.<br />
[4] Bontrager, K. L. Tratado de Técnica Radiológica<br />
e Base A<strong>na</strong>tômica. Rio de Janeiro: Editora<br />
Gua<strong>na</strong>bara Koogan S.A.1999.<br />
[5] ImageJ 2007 Disponível em: IMAGEJ<br />
http://rsb.info.nih.gov/ij .Acesso em: 04 jun. 2007.<br />
Contato<br />
Alécio Fiel Filho – alecio_filho@bol.com.br - Universi<strong>da</strong>de<br />
de Mogi <strong>da</strong>s Cruzes (11) 4798 7105.<br />
Silvia C. M. Rodrigues – silviac@umc.br -Universi<strong>da</strong>de de<br />
Mogi <strong>da</strong>s Cruzes (11) 4798 7105.