repetição e clínica na neurose obsessiva - pgpsa/uerj

elação entre satisfação pulsional e objeto da pulsão, abordando os conceitos de Tiquê -
encontro faltoso com o real, e Autômaton - automatismo simbólico, presente na repetição
através da insistência da cadeia significante Por fim, vamos inserir o conceito de das Ding,
enquanto o que não se inscreve simbolicamente para o sujeito, e sua articulação com o ato
sublimatório.
2.1 - Compulsão à Repetição e Pulsão de Morte.
Vamos encontrar a noção de repetição na obra freudiana, pela primeira vez, em seu
texto Recordar, repetir e elaborar (1914) 63 , embora não com a dimensão dada a ela por Freud
em Mais além do princípio do prazer (1920) 64 .
Nesse texto de 1914, a repetição surge ainda como uma forma específica de
rememoração, onde os elementos que não foram rememorados pelo sujeito e, por isso, foram
mantidos fora do campo do discurso, se expressariam através de atos, ou seja, seriam
rememorados através de sua repetição nos atos. Aqui, a repetição surge como uma
consequência da resistência do sujeito em permitir que os impulsos pulsionais recalcados
possam ser simbolizados pela via da fala, ou seja, a repetição se daria, na esfera transferencial,
no lugar da rememoração.
Já a elaboração, seria um recurso da experiência analítica para fazer frente às
resistências mais fortes, ou seja, pela elaboração o sujeito poderia vencer suas resistências e
inserir o material recalcado no campo do discurso.
No entanto, em O Estranho (Unheimlich) (1919) 65 , Freud já faz menção ao que viria
desenvolver um ano depois em Mais-além do princípio de prazer (1920), ou seja, a
63 - Freud, S. – Recordar, Repetir e Elaborar [1914]; in ESB das Obras Completas, Rio de Janeiro, Imago Ed.,
v. XII; (1976).
64
- Freud, S. – Mais-Além do Princípio de Prazer [1920]; in ESB das Obras Completas, Rio de Janeiro, Imago
Ed., v. XVIII; (1976).
65 - Freud, S. – O Estranho [1919]; in ESB das Obras Completas, Rio de Janeiro, Imago Ed., v. XVII; (1976).
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