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Industrialização dependente e teorias do desenvolvimento na ...

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C<br />

C<br />

66<br />

aptura<br />

Revista Discente <strong>do</strong> Curso de Pós-Graduação em Direito<br />

ríptica Universidade Federal de Santa Catari<strong>na</strong><br />

“Partin<strong>do</strong> então <strong>do</strong> mo<strong>do</strong> de circulação que caracteriza a economia exporta<strong>do</strong>ra, a<br />

economia industrial <strong>dependente</strong> reproduz, de forma específica, a acumulação de<br />

capital baseada <strong>na</strong> super-exploração <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r. Em consequência, reproduz<br />

também o mo<strong>do</strong> de circulação que corresponde a esse tipo de acumulação, ainda<br />

que de maneira modificada: já não é a dissociação entre a produção e a circulação<br />

de merca<strong>do</strong>rias em função <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> mundial o que opera, mas a separação<br />

entre a esfera alta e a esfera baixa da circulação no interior mesmo da economia,<br />

separação que, ao não ser contraposta pelos fatores que atuam <strong>na</strong> economia<br />

capitalista clássica, adquire um caráter muito mais radical” (MARINI, 2005, p.<br />

171).<br />

Feita esta brevíssima descrição <strong>do</strong> movimento inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l de capital<br />

que impulsio<strong>na</strong> <strong>na</strong> economia brasileira o processo de industrialização, veremos,<br />

a seguir, como este processo se relacio<strong>na</strong>, em três enfoques teóricos muito<br />

particulares, com a questão <strong>do</strong> <strong>desenvolvimento</strong> econômico no Brasil enquanto<br />

país subordi<strong>na</strong><strong>do</strong>.<br />

2.2) <strong>Industrialização</strong> e <strong>teorias</strong> <strong>do</strong> <strong>desenvolvimento</strong> econômico<br />

Para além das <strong>teorias</strong> de <strong>desenvolvimento</strong> baseadas em uma visão<br />

etapista e linear da história, como a de Rostow e a da orto<strong>do</strong>xia<br />

macroeconômica, trabalharemos nesta seção com três enfoques sobre o papel da<br />

industrialização no <strong>desenvolvimento</strong> econômico brasileiro. O terceiro enfoque<br />

(teoria da dependência) será estuda<strong>do</strong> como superação histórica <strong>do</strong>s enfoques<br />

anteriores. A crítica a estes se dará sempre a partir das condições concretas da<br />

economia brasileira.<br />

O primeiro enfoque é aqueles representa<strong>do</strong>, <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong>, pelos<br />

Parti<strong>do</strong>s Comunistas vincula<strong>do</strong>s à Terceira Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l Socialista e, no Brasil<br />

em especial, pelo Parti<strong>do</strong> Comunista Brasileiro, funda<strong>do</strong> em 1922. Para este<br />

enfoque teórico (e prático, já que o chama<strong>do</strong> Partidão tinha um programa de luta<br />

política deriva<strong>do</strong> de sua concepção teórica), a industrialização teria uma função<br />

nevrálgica <strong>na</strong> construção de uma sociedade comunista no senti<strong>do</strong> em que<br />

permitira o <strong>desenvolvimento</strong> das forças produtivas e a superação <strong>do</strong> atraso<br />

econômico, identifica<strong>do</strong> este como a manutenção de restos feudais <strong>na</strong> economia<br />

brasileira e a existência de uma burguesia comercial comprometida com o<br />

imperialismo. Para este enfoque teórico, a industrialização modernizaria a<br />

CAPTURA CRÍPTICA: direito, política, atualidade. Florianópolis, n.2., v.1., jul./dez. 2009

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