Industrialização dependente e teorias do desenvolvimento na ...
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C<br />
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aptura<br />
Revista Discente <strong>do</strong> Curso de Pós-Graduação em Direito<br />
ríptica Universidade Federal de Santa Catari<strong>na</strong><br />
outra tese, de uma burguesia comercial em contraponto a uma burguesia<br />
<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, Caio Pra<strong>do</strong> Jr. critica com a evidenciação de que ambas, e não<br />
somente a primeira, se associam com o capital estrangeiro pois somente desta<br />
forma encontram possibilidades de expansão e realização da mais-valia criada<br />
inter<strong>na</strong>mente, da<strong>do</strong> que o merca<strong>do</strong> interno é limita<strong>do</strong>.<br />
Ou seja, o enfoque coloniza<strong>do</strong> <strong>do</strong> PCB não corresponde ao real, pois<br />
parte de premissas meto<strong>do</strong>lógicas i<strong>na</strong>dequadas (teorização às avessas), procura<br />
<strong>na</strong> sociedade brasileira restos feudais e classes sociais tais como haviam no<br />
capitalismo europeu e, por fim, preconiza um programa de aliança de classes e<br />
de revolução democrático-burguesa absolutamente incondizente com a<br />
realidade de um país <strong>dependente</strong>, em que suas elites <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is são sócias <strong>do</strong><br />
capital estrangeiro e, portanto, lucram com o imperialismo, além de não se<br />
contraporem às oligarquias rurais em razão <strong>do</strong> modelo econômico exporta<strong>do</strong>r.<br />
Com a criação da CEPAL (Comissão Econômica para América Lati<strong>na</strong> e<br />
Caribe) se i<strong>na</strong>ugura, <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong>, aquilo que podemos chamar de sua<br />
Economia Clássica, ou seja, sua primeira interpretação particular sobre suas<br />
economias. Partin<strong>do</strong> de uma profunda crítica à Economia Clássica européia, em<br />
especial à Teoria das Vantagens Comparativas de David Ricar<strong>do</strong>, a CEPAL,<br />
através de seus principais expoentes (como o argentino Raul Prebisch e o<br />
brasileiro Celso Furta<strong>do</strong>), começa a pensar o <strong>desenvolvimento</strong> capitalista da<br />
América Lati<strong>na</strong> como limita<strong>do</strong> em razão de uma inserção exter<strong>na</strong> desfavorável e<br />
de uma timidez <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> em estabelecer programas de expansão da demanda<br />
agregada através da modernização produtiva. Para este enfoque teórico,<br />
portanto, a função da industrialização como instrumento de modernização seria<br />
extremamente necessária, pois permitiria um novo modelo de inserção da<br />
economia brasileira no merca<strong>do</strong> mundial. Exportan<strong>do</strong> bens industrializa<strong>do</strong>s, a<br />
economia brasileira poderia reverter o processo de deterioração <strong>do</strong>s termos de<br />
troca. Raul Prebisch, aliás, ao a<strong>na</strong>lisar 65 anos <strong>do</strong> comércio exterior da América<br />
Lati<strong>na</strong>, chega ao seguinte resulta<strong>do</strong>, no livro “A Dinâmica <strong>do</strong> Capitalismo <strong>na</strong><br />
América Lati<strong>na</strong>”:<br />
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CAPTURA CRÍPTICA: direito, política, atualidade. Florianópolis, n.2., v.1., jul./dez. 2009