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estratégia de avaliação de ferramentas manuais focada na ...

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ESTRATÉGIA DE AVALIAÇÃO DE FERRAMENTAS MANUAIS<br />

FOCADA NA PERCEPÇÃO DOS TRABALHADORES<br />

Túlio Oliveira <strong>de</strong> Souza, M.Sc. Nilton Luiz Menegon, M.Sc.<br />

Grupo Ergo&Ação/ D.E.P./ Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Carlos<br />

Rod. Washigton Luiz, Km 235 – 13565-905 – São Carlos – SP - Brasil.<br />

túlio@simucad.<strong>de</strong>p.ufscar.br<br />

Palavras-chave: <strong>ferramentas</strong> <strong>manuais</strong>, <strong>avaliação</strong> subjetiva, projeto ergonômico.<br />

O propósito <strong>de</strong>ste estudo foi o <strong>de</strong> avaliar, a partir da percepção dos trabalhadores, a usabilida<strong>de</strong>, eficácia e<br />

impacto <strong>na</strong> carga <strong>de</strong> trabalho da introdução <strong>de</strong> duas novas espátulas utilizadas no processo <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção<br />

artefatos <strong>de</strong> material composto. Participaram 41 sujeitos, estes receberam duas novas espátulas, e as utilizaram<br />

por duas sema<strong>na</strong>s em ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção, após este período os lami<strong>na</strong>dores respon<strong>de</strong>ram um questionário<br />

<strong>de</strong> <strong>avaliação</strong> das espátulas introduzidas. Os resultados apontaram para uma diminuição do esforço e<br />

<strong>de</strong>sconforto percebido, sem comprometer a qualida<strong>de</strong> da lami<strong>na</strong>ção. Pô<strong>de</strong>-se i<strong>de</strong>ntificar a presença <strong>de</strong> variáveis<br />

relacio<strong>na</strong>das à diminuição da flexibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uso.<br />

Keywords: hand tools, subjective assesment,ergonomics <strong>de</strong>sign.<br />

The objetive of this study was to evaluate two ergonomically <strong>de</strong>signed handle in comparison with a standard<br />

type of the spatula used in lami<strong>na</strong>tion process of composite material. 41 subjects received two news spatula.<br />

Subjectives ratings of effort, discomfort, quality and handlle were recor<strong>de</strong>d. The results of this studys indicates<br />

a <strong>de</strong>crease of effort and discomfort, without commiting the quality of lami<strong>na</strong>tion. Also could i<strong>de</strong>ntify the<br />

presence of variables related to <strong>de</strong>crease of flexibilty use tool.<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

O presente estudo surge em um contexto <strong>de</strong> produção<br />

<strong>de</strong> artefatos <strong>de</strong> material composto. Os chamados<br />

materiais compostos compreen<strong>de</strong>m peças formadas por<br />

matérias primas como fibras <strong>de</strong> vidro, <strong>de</strong> carbono,<br />

kevlar e aramida. As peças são formadas pela<br />

superposição <strong>de</strong> camadas das diferentes matérias<br />

primas que irão compor a peça fi<strong>na</strong>l. Esta superposição<br />

chamada <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção consiste basicamente <strong>na</strong><br />

acomodação das camadas sobre um gabarito <strong>de</strong><br />

moldagem. Para que não ocorra a presença <strong>de</strong> espaços<br />

entre as camadas, estas são comprimidas uma sobre as<br />

outras com o auxílio <strong>de</strong> espátulas.<br />

A partir <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> ergonomia foram<br />

<strong>de</strong>senvolvidas, em um momento anterior, espátulas que<br />

incorporaram em sua concepção, princípios<br />

ergonômicos <strong>de</strong> pega. Desenvolvidos os protótipos <strong>de</strong><br />

espátulas, foi-nos colocada a seguinte <strong>de</strong>manda:<br />

Como integrar a proposta <strong>de</strong> projeto, baseada em<br />

recomendações ergonômicas, com os diferentes<br />

aspectos que <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>m a situação <strong>de</strong> trabalho, <strong>de</strong><br />

modo que pu<strong>de</strong>ssem ser avaliadas diversas dimensões<br />

da ativida<strong>de</strong> real <strong>de</strong> trabalho que po<strong>de</strong>riam ser<br />

influenciadas pela introdução das novas <strong>ferramentas</strong>?<br />

Qual o impacto, <strong>na</strong> carga <strong>de</strong> trabalho, da introdução das<br />

novas espátulas?<br />

Qual a usabilida<strong>de</strong> e eficácia das novas espátulas?<br />

O presente estudo teve o propósito <strong>de</strong> avaliar, sob<br />

ponto <strong>de</strong> vista da percepção do trabalhador, duas novas<br />

<strong>ferramentas</strong> que introduzem conceitos <strong>de</strong> empunhadura<br />

e cabo em espátulas utilizadas no processo <strong>de</strong><br />

lami<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> peças <strong>de</strong> material composto.<br />

A utilização <strong>de</strong> métodos psicofísicos em ergonomia<br />

parte do pressuposto <strong>de</strong> que os trabalhadores po<strong>de</strong>m ser<br />

capazes <strong>de</strong> discernir sensações associadas com<br />

sobrecarga e potencial <strong>de</strong> lesão aos tecidos durante o<br />

trabalho (CORLETT & BISHOP, 1976; HAGBERG,<br />

1995).<br />

Em <strong>ferramentas</strong> <strong>manuais</strong>, especificamente, a forma e<br />

proprieda<strong>de</strong>s da superfície têm um importante efeito<br />

sobre a pressão produzida sobre a mão, sendo esta<br />

pressão positivamente relacio<strong>na</strong>da com a percepção <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sconforto (HALL, 1997).<br />

Consi<strong>de</strong>rando que um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

ferramental pressupõe a introdução <strong>de</strong> novos elementos<br />

ao longo tempo, foi preconizado, ainda, o<br />

estabelecimento <strong>de</strong> uma base comum para a<br />

comparação das situações, <strong>de</strong> modo que a evolução<br />

possa ser claramente avaliada ao longo do tempo.


2. MÉTODO<br />

Participaram voluntariamente <strong>de</strong>ste estudo quarenta e<br />

um sujeitos, <strong>de</strong> ambos os sexos, escolhidos<br />

aleatoriamente. Os sujeitos possuíam experiência<br />

superior a um ano no processo <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção com as<br />

espátulas convencio<strong>na</strong>is, receberam duas novas<br />

espátulas, e as utilizaram por duas sema<strong>na</strong>s em suas<br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção. Os dois tipos <strong>de</strong> espátulas<br />

introduzidas foram:<br />

a) espátulas com cabo tipo revólver, caracterizada<br />

pela introdução <strong>de</strong> cabo e empunhadura com orientação<br />

<strong>de</strong> 120º/60º em relação ao eixo longitudi<strong>na</strong>l da espátula<br />

convencio<strong>na</strong>l;<br />

b) espátulas com cabo reto, caracterizada pela<br />

introdução <strong>de</strong> empunhadura <strong>na</strong> espátula<br />

convencio<strong>na</strong>l.<br />

Após um período <strong>de</strong> <strong>de</strong>z dias, com uma jor<strong>na</strong>da diária<br />

<strong>de</strong> oito horas <strong>de</strong> trabalho, os lami<strong>na</strong>dores foram<br />

convidados a respon<strong>de</strong>r um questionário <strong>de</strong> <strong>avaliação</strong><br />

das espátulas introduzidas.<br />

O questionário incluiu dados relativos a sexo, turno <strong>de</strong><br />

trabalho e tempo <strong>na</strong> ativida<strong>de</strong>, foram abordadas, ainda,<br />

variáveis relativas ao:<br />

1. esforço necessário para a realização do<br />

trabalho;<br />

2. o conforto com que o mesmo é realizado;<br />

3. aplicação;<br />

4. critérios relativos à eficácia da ferramenta;<br />

5. e análise do cabo.<br />

Para a <strong>avaliação</strong> do esforço foram consi<strong>de</strong>rados três<br />

elementos: a i<strong>de</strong>ntificação da presença <strong>de</strong> redução do<br />

esforço, um comentário <strong>de</strong>scritivo, e a classificação do<br />

esforço por meio da aplicação <strong>de</strong> uma escala <strong>de</strong><br />

percepção <strong>de</strong> esforço. Para a confecção da escala foram<br />

utilizados os <strong>de</strong>scritores verbais da escala CR10/Borg<br />

(BORG, 1998).<br />

Para a <strong>avaliação</strong> do conforto foram consi<strong>de</strong>rados três<br />

elementos: a i<strong>de</strong>ntificação da presença <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong><br />

conforto, um comentário <strong>de</strong>scritivo, e a classificação do<br />

<strong>de</strong>sconforto por meio da aplicação <strong>de</strong> uma escala <strong>de</strong><br />

percepção <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconforto. Foi utilizada uma escala <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sconforto com onze intervalos, numerados <strong>de</strong> 0 a 10,<br />

aos números correspondia um <strong>de</strong>scritor verbal: 0<br />

correspon<strong>de</strong>u a uma situação confortável, <strong>de</strong> 1 a 3<br />

<strong>de</strong>sconforto leve, 4 a 6 <strong>de</strong>sconforto mo<strong>de</strong>rado, 7 a 9<br />

<strong>de</strong>sconforto forte e 10 <strong>de</strong>sconforto insuportável<br />

(CORLETT & BISHOP, 1976; CAMERON, 1996).<br />

Quanto as variáveis relativas à aplicação das espátulas<br />

introduzidas, foram pesquisados três aspectos:<br />

substituição integral da ferramenta convencio<strong>na</strong>l; se<br />

existem situações em que a ferramenta proposta<br />

dificulta a realização das ativida<strong>de</strong>s; e indicação do<br />

percentual <strong>de</strong> tempo que é possível utilizar a nova<br />

ferramenta.<br />

A eficácia das espátulas foi acessada pela percepção <strong>de</strong><br />

melhora e classificação da qualida<strong>de</strong> da lami<strong>na</strong>ção<br />

obtida com o uso das respectivas espátulas.<br />

Os cabos introduzidos foram avaliados quanto as suas<br />

dimensões. O uso das espátulas introduzidas foi<br />

avaliado ainda, em relação a cada uma das peças<br />

lami<strong>na</strong>das durante o período <strong>de</strong> teste.<br />

3. RESULTADOS<br />

3.1 Esforço<br />

Po<strong>de</strong>-se observar <strong>na</strong> Figura 1, que a classificação<br />

realizada pelos lami<strong>na</strong>dores segue distribuição normal,<br />

com classe <strong>de</strong> maior freqüência localizada <strong>na</strong> categoria<br />

<strong>de</strong> esforço forte, para a Espátula Convencio<strong>na</strong>l (EC) e<br />

<strong>de</strong> esforço mo<strong>de</strong>rado para as espátulas propostas, seja a<br />

Espátula com Cabo tipo “Revólver” (ECRevólver), seja<br />

a Espátula com Cabo “Reto” (ECReto). Há um<br />

<strong>de</strong>slocamento para a esquerda da curva em relação à<br />

escala <strong>de</strong> classificação do esforço realizado. A curva <strong>de</strong><br />

distribuição do esforço realizado apresenta forma<br />

similar para ambos os tipos <strong>de</strong> espátulas.<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

NENHUM<br />

ESFORÇO<br />

MUITO LEVE<br />

MODERADO<br />

MUITO FORTE<br />

EC<br />

ECRevólver<br />

ECReto<br />

Figura 1 - Comparação da percepção <strong>de</strong> esforço entre<br />

espátula convencio<strong>na</strong>l (EC), Espátula com Cabo<br />

“Revólver” (ECRevólver), e a Espátula com Cabo<br />

“Reto” (ECReto).<br />

Consi<strong>de</strong>rando os esforços percebidos como sendo<br />

mo<strong>de</strong>rados ou menor, observou-se que para a espátula<br />

com cabo revólver 89% dos eventos foram<br />

classificados nesta categoria, com a espátula com cabo<br />

reto este índice foi <strong>de</strong> 79%, enquanto que para a<br />

espátula convencio<strong>na</strong>l ape<strong>na</strong>s 29%.


3.2 Desconforto<br />

Po<strong>de</strong>-se observar <strong>na</strong> Figura 2, que ocorreu uma<br />

diminuição no <strong>de</strong>sconforto sentido.<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

EC<br />

ECRevólver<br />

ECReto<br />

Figura 2 – Comparação da percepção <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconforto<br />

entre espátula convencio<strong>na</strong>l (EC), Espátula com Cabo<br />

“Revólver” (ECRevólver), e a Espátula com Cabo<br />

“Reto” (ECReto).<br />

Consi<strong>de</strong>rando as situações em que a lami<strong>na</strong>ção foi<br />

classificada enquanto uma ativida<strong>de</strong> confortável ou <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sconforto leve (0–3). Observou-se que para a<br />

espátula com cabo “reto” em 50% dos eventos a<br />

lami<strong>na</strong>ção foi classificada nesta faixa. Com a espátula<br />

com cabo “revólver” este índice foi <strong>de</strong> 79%, enquanto<br />

que para a espátula convencio<strong>na</strong>l ape<strong>na</strong>s 3%.<br />

3.3 Aplicação<br />

De maneira geral os dados não apontam para uma<br />

substituição integral da espátula convencio<strong>na</strong>l pelas<br />

espátulas propostas, principalmente no que refere à<br />

espátula com cabo “revólver”.<br />

%<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

tipo "revólver" cabo "reto"<br />

SIM NÃO<br />

Figura 3 - Substituição integral da espátula<br />

convencio<strong>na</strong>l.<br />

De maneira geral os dados não apontam para uma<br />

substituição integral da espátula convencio<strong>na</strong>l pelas<br />

espátulas propostas, principalmente no que refere à<br />

espátula com cabo “revólver”. Mesmo sendo bem<br />

avaliada no que refere a esforço e conforto, a espátula<br />

com cabo “revólver” apresentou uma menor<br />

flexibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uso restringindo as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

aplicação e, conseqüentemente, <strong>de</strong> substituição integral<br />

das espátulas convencio<strong>na</strong>is.<br />

Ambas as <strong>ferramentas</strong> introduzidas, impuseram, <strong>de</strong><br />

maneira importante, novas dificulda<strong>de</strong>s <strong>na</strong> ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

lami<strong>na</strong>ção.<br />

%<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

cabo "reto" tipo "revólver"<br />

SIM NÃO<br />

Figura 4 – Introdução <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s impostas pela<br />

nova ferramenta.<br />

3.4 Eficácia<br />

Quanto à eficácia, foi a<strong>na</strong>lisada a qualida<strong>de</strong> percebida<br />

da lami<strong>na</strong>ção. No que refere à qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção,<br />

com a introdução das novas espátulas ocorreu uma<br />

preservação ou aumento <strong>de</strong>sta.<br />

O aspecto relatado pelos lami<strong>na</strong>dores foi <strong>de</strong> que a<br />

qualida<strong>de</strong> da lami<strong>na</strong>ção <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> muito mais do sujeito<br />

do que da ferramenta. A explicação para não ter sido<br />

apontada piora <strong>na</strong> qualida<strong>de</strong> da lami<strong>na</strong>ção foi <strong>de</strong> que a<br />

perfeita qualida<strong>de</strong> do produto é responsabilida<strong>de</strong> e<br />

garantia do operador, sendo um pressuposto <strong>de</strong><br />

produção <strong>de</strong> material composto.<br />

Para os casos em que foi apontada uma melhora <strong>na</strong><br />

qualida<strong>de</strong> da lami<strong>na</strong>ção, esta foi atribuída, <strong>na</strong> maioria<br />

das vezes, ao aumento do conforto e melhora da pega.


Comentários<br />

Em peças<br />

pla<strong>na</strong>s dificulta<br />

utilização<br />

No profundor<br />

não e possível<br />

utilizar a<br />

espátula no<br />

fechamento<br />

Nas peças mais<br />

complexas<br />

Há peças em<br />

que não é<br />

possível<br />

lami<strong>na</strong>r <strong>de</strong>vido<br />

à diversida<strong>de</strong><br />

da peças<br />

Em caso <strong>de</strong><br />

peças com<br />

rebaixos<br />

pequenos<br />

Algumas<br />

peças têm<br />

ângulos<br />

diferentes,<br />

isso dificulta.<br />

Mas há casos<br />

em que não é<br />

necessária<br />

Na hora <strong>de</strong><br />

lami<strong>na</strong>r alguns<br />

raios<br />

Dificulda<strong>de</strong>s para lami<strong>na</strong>ção<br />

Depen<strong>de</strong> da<br />

peça<br />

Em peças tipo<br />

care<strong>na</strong>gem as<br />

camadas são<br />

muito gran<strong>de</strong>s<br />

e acaba tendo<br />

que espatular<br />

mais<br />

Quase todas<br />

<strong>de</strong>vido estética<br />

e esforço<br />

Em peças com<br />

cavida<strong>de</strong>s<br />

profundas<br />

Não serve para<br />

peças pla<strong>na</strong>s ou<br />

ressaltos<br />

Em pecas com<br />

curvas<br />

complexas<br />

Em peças<br />

complexas<br />

Em<br />

<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>dos<br />

ângulos dificulta<br />

Tabela 1 - Situações em que a espátula proposta introduz dificulda<strong>de</strong>s para lami<strong>na</strong>ção<br />

3.5 Cabo<br />

Quanto à a<strong>de</strong>quação das dimensões do cabo, po<strong>de</strong>-se<br />

observar que os lami<strong>na</strong>dores realizaram uma <strong>avaliação</strong><br />

distinta entre as duas <strong>ferramentas</strong> propostas. Os<br />

resultados apontam para uma importante necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> redimensio<strong>na</strong>mento da espátula <strong>de</strong> cabo reto.<br />

%<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

cabo "reto" tipo "revólver"<br />

SIM NÃO<br />

Figura 5 – A<strong>de</strong>quação das dimensões do cabo.<br />

Um aspecto a ser consi<strong>de</strong>rado é que a relação entre<br />

a<strong>de</strong>quação e i<strong>na</strong><strong>de</strong>quação não <strong>de</strong>ve ser compreendida<br />

ape<strong>na</strong>s sob a perspectiva da maioria. Especial atenção<br />

Peças com<br />

variadas<br />

dimensões e<br />

cavida<strong>de</strong>s<br />

Em rasgos<br />

profundos<br />

seria<br />

necessária<br />

espátula mais<br />

comprida<br />

Tem peças<br />

que tem<br />

cavida<strong>de</strong>s<br />

on<strong>de</strong> ela não é<br />

acessível<br />

Peças do tipo<br />

mais fechadas<br />

que você<br />

espátula<br />

<strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong>ve ser dada ao contexto no qual surgem estas<br />

i<strong>na</strong><strong>de</strong>quações, neste sentido os dados contidos <strong>na</strong><br />

Tabela 1 indicam muito claramente o contexto em que<br />

surgem as i<strong>na</strong><strong>de</strong>quações.<br />

4 DISCUSSÃO/CONCLUSÃO<br />

Os resultados <strong>de</strong>ste estudo apontaram que as espátulas<br />

propostas acarretaram em uma diminuição do esforço e<br />

<strong>de</strong>sconforto percebido, sem comprometer a qualida<strong>de</strong><br />

da lami<strong>na</strong>ção. Quanto às consi<strong>de</strong>rações referentes às<br />

restrições, a espátula com cabo “revólver” apresentou<br />

menor flexibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uso, enquanto que a espátula<br />

com cabo reto apresentou necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

redimensio<strong>na</strong>mento do cabo.<br />

A análise dos comentários associados às respostas<br />

apresentadas no item aplicação permite uma melhor<br />

compreensão das características, inerentes ao trabalho<br />

(Real), subjacentes às respostas que apontam para a<br />

inconveniência <strong>de</strong> substituir integralmente a espátula<br />

convencio<strong>na</strong>l pela espátula proposta. Basicamente,<br />

po<strong>de</strong>-se i<strong>de</strong>ntificar a presença <strong>de</strong> variáveis relacio<strong>na</strong>das<br />

a diminuição da flexibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uso, o que acarreta <strong>na</strong><br />

i<strong>na</strong><strong>de</strong>quação para a lami<strong>na</strong>ção em algumas situações e<br />

conseqüentemente impossibilita a substituição integral


da espátula convencio<strong>na</strong>l, nos mol<strong>de</strong>s do indagado no<br />

questionário.<br />

Estes resultados são baseados <strong>na</strong> experiência pregressa<br />

dos trabalhadores com o uso da espátula convencio<strong>na</strong>l<br />

comparada com a experiência das novas espátulas<br />

adquirida durante o período experimental.<br />

Parece plausível indagar sobre qual a relação entre a<br />

carga <strong>de</strong> trabalho e a percepção <strong>de</strong>sta por parte dos<br />

trabalhadores? Ou ainda, até que ponto o conforto po<strong>de</strong><br />

ser usado para avaliar a a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> uma dada<br />

situação <strong>de</strong> trabalho?<br />

Estudos sobre o <strong>de</strong>sconforto têm sido utilizados para<br />

aumentar a compreensão dos fatores que afetam a<br />

relação da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho com o impacto sobre<br />

os trabalhadores, aten<strong>de</strong>ndo a diferentes propósitos, tais<br />

como: avaliar os efeitos da estação <strong>de</strong> trabalho e<br />

variáveis posturais sobre o <strong>de</strong>sconforto músculoesquelético<br />

(HAGBERG, 1995); para i<strong>de</strong>ntificar a<br />

origem do <strong>de</strong>sconforto relacio<strong>na</strong>do ao trabalho e servir<br />

<strong>de</strong> elemento para a priorização <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s para<br />

intervenção ergonômica (MARLEY & KUMAR,<br />

1994); e para avaliar a efetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> intervenções<br />

ergonômicas (BENDEN, 1994).<br />

Ao se estudar a relação entre variáveis antropométricas<br />

e posturais com a presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconforto músculoesquelético,<br />

submetendo os dados a uma análise <strong>de</strong><br />

regressão múltipla, observou-se uma influencia das<br />

variáveis ergonômicas sobre o <strong>de</strong>sconforto (CHUNG &<br />

CHOI, 1997).<br />

Avaliações subjetivas do esforço têm sido utilizadas,<br />

em ergonomia, para classificar a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

execução <strong>de</strong> <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>das tarefas <strong>de</strong> trabalho (BORG,<br />

1998).<br />

A Inter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l Organization for Standardization (ISO)<br />

recomenda a utilização <strong>de</strong> avaliações subjetivas como<br />

forma <strong>de</strong> <strong>avaliação</strong> do trabalho, no sentido <strong>de</strong> se<br />

garantir a saú<strong>de</strong> dos sujeitos (INTERNATIONAL<br />

ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION, apud<br />

BORG, 1998).<br />

Consi<strong>de</strong>rando que a percepção sobre as <strong>ferramentas</strong><br />

introduzidas refere-se ao contexto experimental e<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da história <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> cada um dos sujeitos<br />

(BORG, 1998), os resultados po<strong>de</strong>m vir ser diferentes<br />

em outras situações, ou seja, estas mesmas <strong>ferramentas</strong><br />

po<strong>de</strong>m vir a ser percebidas <strong>de</strong> uma outra maneira se<br />

avaliadas em um outro momento. Um dos aspectos que<br />

concorrem para isto, é que provavelmente <strong>na</strong> forma<br />

como as <strong>ferramentas</strong> são percebidas estão integrados<br />

diversos outros fatores que compõem o contexto <strong>de</strong><br />

análise (DUQUETTE et al, 1997).<br />

Isto posto, po<strong>de</strong>-se concluir que a abordagem <strong>de</strong><br />

<strong>avaliação</strong> centrada <strong>na</strong> percepção dos sujeitos cumpriu o<br />

propósito <strong>de</strong> integrar a proposta <strong>de</strong> projeto, baseada em<br />

recomendações ergonômicas, com os diferentes<br />

aspectos que <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>m a situação <strong>de</strong> trabalho, <strong>de</strong><br />

modo que pu<strong>de</strong>ssem ser avaliadas diversas dimensões<br />

da ativida<strong>de</strong> real <strong>de</strong> trabalho que po<strong>de</strong>riam ser<br />

influenciadas pela introdução das novas <strong>ferramentas</strong>.<br />

AGRADECIMENTOS<br />

Este trabalho foi apoiado pela CAPES.<br />

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

BENDEN, M. E. Creating the painless inspection<br />

station. Ergonomics in Design, p. 22-29, 1994.<br />

BORG, G. BORG’s perceived exertion and pain<br />

scales. Human Kinetics, 1998. 124 p.<br />

CAMERON, J. A. Assessing work-related body-part<br />

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oriented assesment tool. Inter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l Jour<strong>na</strong>l of<br />

Industrial Ergonomics, v. 18, p. 389-398, 1996.<br />

CHUNG, M. K.; CHOI, K. Ergonomics a<strong>na</strong>lysis of<br />

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4, p. 521-524, 1997.<br />

CORLETT, E. N.; BISHOP, R. P. A tecnique for<br />

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n. 2, p. 175-182, 1976.<br />

DUQUETTE, J.; LORTIE, M.; ROSSIGNOL, M.<br />

Perception of difficulties for the back related to<br />

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back health. Applied Ergonomics, v. 28, n. 5/6, p.<br />

389-396, 1997.<br />

INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR<br />

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apud: BORG, G. BORG’s perceived exertion and<br />

pain scales. Human Kinetics, 1998. 124 p.<br />

HAGBERG et al. Work Related Musculoskeletal<br />

Disor<strong>de</strong>rs (WRMD): A reference book of<br />

prevention. Taylor & Francis, 1995. 421 p.<br />

HALL, C. Exter<strong>na</strong>l pressure at the hand during object<br />

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Jour<strong>na</strong>l of Industrial Ergonomics, v. 20, p. 191-<br />

206, 1996.<br />

MARLEY, R. J. An improved musculoskeletal<br />

disconfort assessment tool. In: AGHAZADED, F.<br />

(Ed), Advances in Industrial Ergonomics and<br />

Safety VI. Taylor & Francis, p. 45-52, 1994.

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