8 HIDROLOGIA DE SUPERFÍCIE: escoamento superficial 8.1 ...
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Capítulo 8 – Hidrologia de Superfície: <strong>escoamento</strong> <strong>superficial</strong><br />
8.5.2 Propagação em rios<br />
A propagação em rios é realizada considerando-se algumas características do<br />
<strong>escoamento</strong>, especialmente relacionadas ao atrito. Durante um processo de<br />
propagação em rios, ocorrem os dois efeitos no <strong>escoamento</strong>: translação e uma<br />
pequena redução da vazão de pico. O primeiro ocorre devido às características do<br />
<strong>escoamento</strong>, especialmente a celeridade ou tempo de retardamento, o que caracteriza<br />
o comportamento do <strong>escoamento</strong> como de propagação de uma onda. O segundo<br />
efeito ocorre porque durante um evento de cheia, inevitavelmente ocorre<br />
armazenamento na calha do rio, não tendo a mesma dimensão de um efeito de<br />
armazenamento em um reservatório, mas capaz, em algumas circunstâncias, de<br />
redução da vazão máxima.<br />
Existem alguns modelos que são utilizados para simular o efeito de propagação<br />
do <strong>escoamento</strong> em rios, destacando-se o modelo Muskinghan, Muskinghan – Cunge<br />
linear e Muskinghan – Cunge não – linear. Aqui será descrito e apresentado apenas o<br />
segundo, que possui uma boa modelagem física do processo e relativamente simples<br />
do ponto de vista matemático. Independentemente do modelo, a aplicação e cálculo<br />
dos coeficientes é a mesma, mudando apenas a forma de estimativa dos parâmetros.<br />
O modelo Muskinghan é o mais tradicional, no entanto, deixa a desejar em termos das<br />
características físicas do <strong>escoamento</strong>, as quais não são abordadas devidamente. Já o<br />
modelo Muskinghan-Cunge linear possui uma estrutura física mais embasada que o<br />
Muskinghan, considerando características da hidráulica dos canais na sua formulação.<br />
O modelo Muskinghan – Cunge não-linear considera além das características físicas<br />
da versão linear, considera que os parâmetros estimados variam com a vazão. Esta<br />
característica confere a este modelo uma adicional complexidade matemática que<br />
pode não produzir resultados muito diferentes da sua versão linear.<br />
O cálculo geral da propagação é obtido pelas equações:<br />
t + 1 t + 1 t t<br />
Qs = C1<br />
⋅ Qe<br />
+ C2<br />
⋅ Qe<br />
+ C3<br />
⋅ Qs<br />
(75)<br />
Em que QS t+1 corresponde à vazão de saída do trecho de propagação no tempo<br />
t+1; Qe t+1 é a vazão de entrada no trecho de <strong>escoamento</strong> no tempo t+1; Qe t é a vazão<br />
de entrada no trecho no tempo t e Qs t é a vazão de saída no tempo t; C1, C2 e C3 são<br />
coeficientes, estimados, respectivamente por:<br />
C 1<br />
C 2<br />
2 ⋅K<br />
⋅ X + ∆t<br />
= (76)<br />
2 ⋅K<br />
⋅<br />
( 1−<br />
X)<br />
+ ∆t<br />
∆t<br />
− 2 ⋅ K ⋅ X<br />
= (77)<br />
2 ⋅K<br />
⋅<br />
( 1−<br />
X)<br />
+ ∆t