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^c^^ história Si - Centro de Documentação e Pesquisa Vergueiro

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16/08/82<br />

ANO II<br />

NUMERO<br />

^fomia a sráiía<br />

^ ^<br />

■^<br />

^<br />

í^^ 0<<br />

4'<br />

<strong>^c^^</strong> <strong>história</strong> <strong>Si</strong><br />

OQHím %


SINPICAÍ.ISMO<br />

Pelegos e reformistas<br />

divi<strong>de</strong>m o^movimento<br />

Realizou-se nos dias 31 <strong>de</strong> ju-<br />

lho e 01 <strong>de</strong> agosto o Encontro<br />

dos Trabalhadores do Estado <strong>de</strong><br />

São Paulo.<br />

O objetivo do encontro era<br />

juntar os trabalhadores da cida-<br />

<strong>de</strong> e do campos <strong>de</strong> todas as cate-<br />

gorias, para unir forças e. plane-<br />

jar lulas conjuntas.<br />

A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> unir nossos<br />

trabalhadores na luta contra os<br />

patrões apareceu claro em todas<br />

as greves que fizemos <strong>de</strong> 1978 pa-<br />

ra cá. Mas essa união é uma fer-<br />

ramenta que precisa ser construí-<br />

da. De dois anos para cá no movi-<br />

mento operário começa a se criar<br />

essa ferramenta. O Conclat do<br />

ano passado <strong>de</strong>veria ajudar para<br />

isso Mas pouco foi feito. O no-<br />

ve _onclat marcado para esse<br />

ano <strong>de</strong>veria caminhar nessa dire-<br />

ção.<br />

Mas a comissão Pró-CUT que<br />

foi eleita o ano passado está dan-<br />

do mil golpes para cancelar o<br />

Conclat e impedir essa união dos<br />

trabalhadores.<br />

PELEGOS E REFORMISTAS<br />

SÃO ELEMENTOS<br />

PATRONAIS<br />

Os trabalhadores querem a u-<br />

nião para a luta.Mas as direções<br />

pelegas <strong>de</strong> muitos sindicatos que-<br />

rem só ficar <strong>de</strong> bem com os pa-<br />

trões.<br />

Também muitos dirigentes<br />

sindicais, e alguns trabalhadores<br />

só pensam em controlar o movi-<br />

mento. Só querem dirigir por ci-<br />

ma, sem fazer a vonta<strong>de</strong> dos pró-<br />

prios trabalhadores: são os que<br />

chamamos <strong>de</strong> "reformistas" —<br />

Pelegos e reformistas andam jun-<br />

tos.<br />

No Enclat <strong>de</strong> São Paulo tenta-<br />

ram <strong>de</strong> todo o jeito impedir- o<br />

novo Conclat. Eles querem aca-<br />

bar com o Conclat e aos poucos<br />

construir uma máquina pelego-<br />

reformista, uma Centrai Única<br />

dos Trabalhadores dominada pe-<br />

los pelegos e pelos reformistas.<br />

LUTA SINDICAL agosto/82<br />

O ENCLAT SÃO PAULO<br />

DERROTA OS ELEMENTOS<br />

PATRONAIS<br />

A maioria dos <strong>de</strong>legados do<br />

Enclat <strong>de</strong>cidiu realizar o Conclat<br />

esse ano. Foi uma votação que<br />

ganhou apenas por dois votos.<br />

Após essa votação o bloco pelego-<br />

reformista tentou anular o en-<br />

contro e não aceitou participar<br />

da Comissão Inter-<strong>Si</strong>ndical Esta-<br />

dual que foi eleita em seguida.<br />

Os participantes do Enclat <strong>de</strong><br />

São Paulo apoiaram a proposta<br />

feita nos Enclat do Rio Gran<strong>de</strong><br />

do Sul e Goiás, <strong>de</strong> realizar um<br />

encontro nacinal em fim <strong>de</strong><br />

agosto com a presença <strong>de</strong> todos<br />

os membros das comissões Inter-<br />

sindicais dos vários Estados e<br />

com membros da antiga Pró-<br />

CUT.<br />

Nesse encontro se <strong>de</strong>cidirá so-<br />

bre a realização do Conclat e se<br />

escolherá uma nova comissão<br />

Pró-CUT que <strong>de</strong>verá cuidar <strong>de</strong><br />

encaminhar a luta conjunta no<br />

país todo e preparar a formação<br />

da CUT. •<br />

Enclat paulista aprova<br />

Congresso para este ano<br />

A disposição <strong>de</strong> realizar este àno<br />

o I Congresso Nacional das Classes<br />

Trabalhaxioras (1 Conclat), <strong>de</strong><br />

acordo com as resoluções da<br />

primeira Conferência Nacional das<br />

Classes Trabalhadoras, <strong>de</strong> 1981, na<br />

Praia Gran<strong>de</strong>, e a exemplo da<br />

maioria dos Enclats já realizados,<br />

foi a <strong>de</strong>cisão tomada pelo plenário<br />

do II Enclat (Encontro Estadual<br />

d"; Classes Trabalhadoras) paulis-<br />

L., realizado nos dias 30 e 31 <strong>de</strong><br />

julho e I;' <strong>de</strong> agosto, na Capital.<br />

Para viabilizar essa proposta —<br />

aprovada por 367 votos contra 365<br />

e muitas abstenções — o plenário<br />

<strong>de</strong>cidiu apoiar a realização da<br />

reunião, já <strong>de</strong>fendida pelos Enclals<br />

do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul e pela<br />

Comissão Estadual Pró-CUT <strong>de</strong><br />

Goiás, para os dias 28 e 29 <strong>de</strong><br />

agosto, em Brasília, com a partici-<br />

pação da atual Comissão Nacional<br />

Pró-CUT. Nessa reunião, que<br />

também <strong>de</strong>verá ter a presença dos<br />

<strong>de</strong>legados eleitos pelos Enclats, será<br />

dado o encaminhamento visando à<br />

realização do 1 Conclat.<br />

Apelo<br />

Além <strong>de</strong> um apelo à direção da<br />

Confe<strong>de</strong>ração Nacional dos Traba-<br />

lhadores na Agricultura (Contag)<br />

para que participe <strong>de</strong>ssa reunião, o<br />

plenário aprovou, também, uma<br />

proposta que <strong>de</strong>nuncia como<br />

ilegítima a reunião convocada pela<br />

Pró-CUT para os dias II e 1-2 <strong>de</strong><br />

setembro, lerabrancio que o man-<br />

JORNAL DOS TRABALHADORES 13/8/82<br />

dato conferido a essa comissão<br />

vence no dia 27 <strong>de</strong> agosto.<br />

Foram essas, assim, as respostas<br />

dadas pelos sindicalistas <strong>de</strong> São<br />

Paulo aos que aprovaram a <strong>de</strong>cisão<br />

<strong>de</strong> alguns integrantes da Pró-CUT,<br />

dias antes, <strong>de</strong> adiar o I Conclat para<br />

o ano que vem, à revelia do<br />

conjunto dos trabalhadores brasí'<br />

leiros, num golpe contra a sua<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> organização e<br />

mobilização.<br />

Plano <strong>de</strong> lutas<br />

,No plano <strong>de</strong> lutas aprovado no 1* /<br />

Enclat paulista inclui-se a necesST<br />

da<strong>de</strong> <strong>de</strong> unificação da luta contra ^<br />

ditadura, pelo fim da Lei o e<br />

-?


S1NV1CAL1SH0<br />

Continuação da página anterior<br />

ENCLAT PAULISTA...<br />

IBGE: AUMENTA O NUMERO<br />

DE EMPREGOS<br />

•tesofe"<br />

cMCoa)se>s<br />

Segurança Nacional (LSN), pela<br />

anistia aos dirigentes sindicajs^<br />

cassados e pela sindicalização dos<br />

funcionários públicos.<br />

Como formas <strong>de</strong> luta e mobili-<br />

zação, os <strong>de</strong>legados aprovaram a<br />

realização <strong>de</strong> campanhas nacionais<br />

contra o <strong>de</strong>semprego, pela reforma<br />

agrária e pela unificação das datas-<br />

base das categorias afins,. Decidiu-<br />

se, também, fazer imprimir um<br />

milhão <strong>de</strong> cópias contendo as<br />

resoluções do 11 Enclat Paulista<br />

para serem distribuídas em todo o<br />

Estado.<br />

Contra o imperialismo<br />

O plenário também aprovou<br />

propostas <strong>de</strong> apoio à filiação dos<br />

sindicatos a organizações interna-<br />

cionais, apesar da legislação em<br />

vigor proibir esses contatos.<br />

Outras resoluções na área da<br />

questão internacional foram levar<br />

para as bases as discussões <strong>de</strong><br />

caráter internacional, incrementar<br />

o intercâmbio entre os trabalhado-<br />

res <strong>de</strong> empresas multinacionais,<br />

apoiar as lutas dos povos palesti-<br />

nos, da Nicarágua e El Salvador e<br />

combater o imperialismo, o colo-<br />

nialismo e o racismo.<br />

Nova Comissão<br />

Os <strong>de</strong>legados elegeram, ao final<br />

da plenária, a Comissão <strong>Si</strong>ndical<br />

Única <strong>de</strong> São Paulo (CSU/SP) que<br />

ficou assim formada:<br />

Jair Meneghelli (metalúrgicos<br />

São Bernardo). Gilmar Carneiro<br />

dos Santos (bancários São Paulo),<br />

Clara Ant (arquitetos São Paulo),<br />

Miguel Rupp (metalúrgicos Santo<br />

André), Valdir Carlos Ferreira<br />

(vidreiros São Paulo), José Luís<br />

Gonçalves (metalúrgicos São José<br />

dos Campos), Paulo Otávio <strong>de</strong><br />

Azevedo Jr. (metroviários São<br />

Paulo). Manoel Lizan (metalúrgi-<br />

cos Itu), Wal<strong>de</strong>mar Rossi (base,<br />

metalúrgicos São Paulo), Gumer-<br />

cindo Milhomem (Apeoesp). Antô-<br />

nio José Alencar Ferreira (petro-<br />

leiros Campinas), Ginaldo Santos<br />

da Rocha (gráficos Santos), Paulo<br />

Skromov (coureiros São Paulo).<br />

Francisco Ivan Gutierrez Rodri-<br />

gues (motoristas <strong>de</strong> ônibus São<br />

Paulo), Cid Barbosa Lima Jr.<br />

(engenheiros São Paulo), Bertolai<br />

(rurais Angatuba), Eli da <strong>Si</strong>lva<br />

Ferreira (petroleiros Mauá), Edson<br />

Campos (base. bancários São<br />

Paulo). Vicente Paulo da <strong>Si</strong>lva<br />

(metalúrgicos São Bernardo),<br />

Agenor Narciso (químicos ABC),<br />

Magno <strong>de</strong> Carvalho (Fepasp), Joel<br />

Alves (marceneiros São Paulo),<br />

Vidor Jorge Faita (rurais Araras),<br />

Osvaldo Cruz Jr. (motoristas <strong>de</strong><br />

ônibus ABC) e Orlando Capacle<br />

Neto (metalúrgicos Ribeirão Preto).<br />

Dois blocos<br />

Mais uma vez, tal como já<br />

ocorreu na primeira Conclat, na<br />

Praia Gran<strong>de</strong>, em 1981, dois<br />

gran<strong>de</strong>s blocos se formaram,<br />

dividindo ao meio os <strong>de</strong>legados<br />

presentes ao 11 Encontro Estadual<br />

Ctabs k KJ* to\m<br />

BIBLIOTECA]<br />

das Classes Trabalhadoras <strong>de</strong> São<br />

Paulo: <strong>de</strong> um lado, o bloco<br />

combativo, encabeçado por si<br />

catos comprometidos com a luta<br />

dos trabalhadores, como é o caso<br />

dos metalúrgicos <strong>de</strong> São Bernardo<br />

e Santo André, bancários <strong>de</strong> São<br />

Paulo, petroleiros <strong>de</strong> Campinas, e<br />

constituído por sindicalistas vincu-<br />

lados ao PT, à Igreja, à Anampos e<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. Do outro, o bloco<br />

imobilista, constituído por sindica-<br />

listas ligados ao PMDB e aos<br />

jornais "Voz da Unida<strong>de</strong>", "Correio<br />

e Unida<strong>de</strong> <strong>Si</strong>ndical", "Tribuna da<br />

Luta Operária". "Hora do Povo", e<br />

as Fe<strong>de</strong>rações e Confe<strong>de</strong>rações.<br />

Além <strong>de</strong> siglas e simpatias<br />

i<strong>de</strong>ológicas e políticas, <strong>de</strong>fronta-<br />

ram-se duas concepções opostas <strong>de</strong><br />

prática sindical: a primeira, que<br />

exige e pratica o respeito às bases,<br />

submete-se às <strong>de</strong>cisões da maioria,<br />

quer a unida<strong>de</strong> dos trabalhadores<br />

como fruto do encaminhamento <strong>de</strong><br />

suas lutas cotidianas, e assume uma^<br />

postura intransigente ;.contra pab,<br />

trões e Estado, e combate efetiva-<br />

mente a estrutura sindical atrelada;<br />

a segunda, cupulista e manobrista,<br />

não respeita as <strong>de</strong>cisões da maioria,<br />

pauta-se pelo oportunismo e pela<br />

conciliação ou inércia diante dos<br />

patrões e do regime.<br />

A posição do bloco cenabetivo<br />

foi bem clara: repúdio à manoara<br />

da maioria da Comissão Pró-CUT,<br />

que resolveu, em reunião realizada<br />

no dia 17 <strong>de</strong> julho, em > Brasília,<br />

simplesmente passar por cima da<br />

<strong>de</strong>cisão dos 5.000 <strong>de</strong>legados que<br />

haviam marcado a realização do 1.°<br />

Conclat para agosto <strong>de</strong>ste ano. A<br />

maioria da Pró-CUT <strong>de</strong>srespeitou"<br />

até seus próprios casuísmos, como<br />

foi a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> consultar os Enclats<br />

estaduais sobre a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

manter a data (dos 2.400 trabalha-<br />

dores que participaram <strong>de</strong> <strong>de</strong>z<br />

Enclats, cerca <strong>de</strong> dois mil confir-<br />

maram a realização do Conclat,<br />

entre eles um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong><br />

trabalhadores rurais, como ocorreu<br />

no Pará, Goiás, Pernambuco e Rio<br />

Gran<strong>de</strong> do Sul, notadamente). •<br />

ttK 1<br />

ími k fctsni rcriflài<br />

N»<br />

BIBLIOTECA<br />

s + ■ ^ 'mão jfc<br />

i +1 +1 + i +1 + d i - 1 *£SZMPí(tíAt*)


SIWPICAUSKO<br />

Enclat paulista sãídmdídõ<br />

As manobras para di-<br />

vidir o movimento sin-<br />

dical tiveram um avanço<br />

temporário no Enclat<br />

(Encontro das Classes<br />

Trabalhadoras) <strong>de</strong> São<br />

Paulo, nos dias 30,31 e 1.°<br />

<strong>de</strong> agosto. O maior En-<br />

clat já realizado — com<br />

830 <strong>de</strong>legados e 113 enti-<br />

da<strong>de</strong>s sindicais — apro-<br />

vou, por apenas dois<br />

votos <strong>de</strong> diferença, reali-<br />

zar um congresso nacio-<br />

nal a todo custo este ano,<br />

passando por cima da<br />

Pró-Cut, como entida<strong>de</strong><br />

unitária do sindicalismo<br />

brasileiro, que havia <strong>de</strong>ci-<br />

dido adiar o Conclaí.<br />

A <strong>de</strong>cisão da Pró-CUT gerou<br />

a maior discussão do Enclat,<br />

sendo visíveis três posições<br />

distintas. A vitoriosa foi <strong>de</strong>fendi-<br />

da por sindicalistas ligados- ao<br />

PT, que só agora resolveram<br />

gritar pelo Congresso a qualquer<br />

preço este ano. Para isto mobili-<br />

zaram <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> associações <strong>de</strong><br />

funcionários públicos e entida-<br />

<strong>de</strong>s pré-sindicais e cinicamente<br />

atacaram os "pelegos" que<br />

adiaram o Conclat. Não critica-<br />

ram, no entanto, Lula e outros<br />

sindicalistas do PT que até o dia<br />

5 <strong>de</strong> julho eram contra o Conclat<br />

e o boicotaram abertamente,<br />

contribuindo oara a situação<br />

atual.<br />

Após a votação, que por dois<br />

votos aprovou o Congresso este<br />

ano, os próprios membros <strong>de</strong>sta<br />

corrente sindical reconheciam<br />

que já é inviável o Conclat. Jacó<br />

Bittar confessou: "Será quase<br />

impossível fazer o Congresso". E<br />

o professor Gumercindo abriu o<br />

jogo para a plenana: "Foi uma<br />

<strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>mocrática, o que não<br />

significa que vamos fazer o<br />

Conclat se não existem condi-<br />

ções propícias". Imediatamente<br />

foi rechaçado por centenas <strong>de</strong><br />

ativistas: "É ou não é piada <strong>de</strong><br />

Síí^O social-<strong>de</strong>mocracia fazei<br />

r^vulução!"<br />

VOLTA DO PLURALISMO<br />

O porquê da <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> uma<br />

proposta inviável ficou claro<br />

quando a mesma corrente sindi-<br />

cal passou a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o fim da<br />

Pró-CUT. Alegando que seu<br />

mandato expira em agosto, esses<br />

sindicalistas propuseram aos<br />

<strong>de</strong>legados que consi<strong>de</strong>rassem<br />

ilegítimas a Pró-CUT e sua<br />

reunião unitária dos dias 11 e 12<br />

<strong>de</strong> setembro, no que foram<br />

vitoriosos. E que a imçrsindical<br />

<strong>de</strong> São Paulo passe a<br />

convocar para os dias<br />

28 e 29 <strong>de</strong> agosto uma<br />

reunião paralela, em<br />

São Bernardo, para<br />

preparar um congres-<br />

so a todo custo.<br />

Esta postura obje-<br />

tiva criar na prática<br />

duas direções para o<br />

movimento sindical<br />

no país. São as idéias<br />

do pluralismo sindi-<br />

cal, que os cinco mil-<strong>de</strong>legados<br />

da Conferência da Praia Gran<strong>de</strong><br />

esmagaram, voltando à tona.<br />

VIGOR E PERSPECTIVA<br />

Uma outra corrente sindical se<br />

<strong>de</strong>stacou no Enclat, mostrando o<br />

seu vigor e perspectiva no<br />

sindicalismo. Formada por mais<br />

<strong>de</strong> uma centena <strong>de</strong> <strong>de</strong>legados da<br />

base c alguns dirigentes <strong>de</strong><br />

sindicatos, esta corrente criticou<br />

severamente a Pró-CUT por seu<br />

imobilismo e vacilação, critican-<br />

do tanto os pelegos e reformistas<br />

como os petistas que também<br />

nada fizeram pelo Conclat este<br />

ano. Mas consi<strong>de</strong>ravam, como<br />

<strong>de</strong>stacou o metroviário José<br />

Luís, que "é absurdo <strong>de</strong>sconhe-<br />

cer a legitimida<strong>de</strong> da Pró-CUT,<br />

que foi uma vitória da 1?<br />

Conclat no sentido da unificação<br />

do movimento sindical".<br />

Estes sindicalistas foram os<br />

mais ardorosos <strong>de</strong>fensores do<br />

Conclat este ano, para dar uma<br />

resposta ao governo — <strong>de</strong>rrotan-<br />

do o seu partido em novembro<br />

— e para brecar a investida<br />

patronal contra os salários dos<br />

trabalhadores. Mas a partir da<br />

<strong>de</strong>cisão da Pró-CUT <strong>de</strong> adiar o<br />

Conclat e da posição do sindica-<br />

lismo do campo e <strong>de</strong> várias<br />

cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> não participar do<br />

evento, eles souberam levar em<br />

conta a nova situação. Segundo<br />

o metalúrgico Eustáquio Vital,<br />

"temos que fazer uma avaliação<br />

realista da situação criada pela<br />

Pró-CUT. Ela inviabilizou o<br />

Congresso este ano. Não po<strong>de</strong>-<br />

mos <strong>de</strong>sconhecer que sua má<br />

atuação afastou os trabalhado-<br />

res rurais e os camponeses, que já<br />

<strong>de</strong>cidira:?^ não participar 'do<br />

TRIBUNA DA LUTA OPERARIA 9 a 15/8/82<br />

Conclat este ano. E é muito<br />

importante que eles, que estão<br />

pegando em armas para <strong>de</strong>fen-<br />

<strong>de</strong>r seus direitos, participem do<br />

Congresso. Realizá-lo hoje é<br />

dividir o movimento sindical, é'<br />

afastar os camponeses dos ope-<br />

rários". Ao concluir. Vital foi<br />

ovacionado: "Conclat <strong>de</strong> unida-<br />

<strong>de</strong> do campo e da cida<strong>de</strong>".<br />

CAIU A MÁSCARA<br />

No extremo oposto à corrente<br />

sindical petista, notou-se a<br />

tímida corrente dos sindicalistas<br />

que boicotaram o Conclat e que<br />

agora preten<strong>de</strong>m escon<strong>de</strong>r a sua<br />

responsabilida<strong>de</strong> pela situação<br />

criada. Encabeçada pelo cupulis-<br />

ta Arnaldo Gonçalves, esta<br />

corrente sindical acabou na<br />

prática <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo a divisão do<br />

movimento sindical. Quando<br />

ainda era posição da Pró-CUT<br />

realizar o Conclat este ano e nem<br />

os trabalhadores rurais haviam<br />

se <strong>de</strong>cidido por não participar do<br />

evento, eles já torpe<strong>de</strong>avam o<br />

Conclat. Arnaldo chegou a<br />

articular três reuniões paralelas<br />

para pressionar a débil Pró-CUT<br />

a adiar o Congresso.<br />

O oportunismo <strong>de</strong>sta corrente<br />

sindical ficou evi<strong>de</strong>nciado por<br />

uma trapaça <strong>de</strong> Arnaldo Gon-<br />

çalves. Na tentativa <strong>de</strong> impor na<br />

marra as suas opiniões, o sindi-<br />

calista <strong>de</strong> Santos inscreveu mais<br />

<strong>de</strong>legados do que podia. No<br />

Enclat do ano passado a catego-<br />

ria dos Metalúrgicos <strong>de</strong> Santos,<br />

segundo a ficha <strong>de</strong> inscrição,<br />

tinha 30 mil operários. Neste<br />

ano, mesmo com o <strong>de</strong>semprego e<br />

a recessão, tem 100 mil e um<br />

metalúrgicos! Porém segundo o<br />

Dieese, existem hoje 18 mil<br />

metalúrgicos na baixada santis-<br />

ta. Recebendo muitas vaias e<br />

pedidos <strong>de</strong> explicação, Arnaldo<br />

preferiu se retirar do plenário;<br />

<strong>de</strong>ixando em seu lugar uma<br />

mulher que nem metalúrgica era.<br />

Notou-se no Enclat a gran<strong>de</strong><br />

ausência dos trabalhadores ru-<br />

rais. Só se inscreveu um <strong>Si</strong>ndica-<br />

to, o <strong>de</strong> Pontal. A presença<br />

<strong>de</strong>stes trabalhadores po<strong>de</strong>ria<br />

ajudar a barrar as aventuras dos<br />

sindicalistas que se preparam<br />

para dividir o movimento sindi-<br />

cal.<br />

(Altamiro Borges]


SIWPICALISMO<br />

Enclat-SP foi prejudicado<br />

por interesses partidários<br />

R ealizar a Conclat em 82, participar da<br />

reunião nacional dos dias 28 e 29 <strong>de</strong><br />

agosto convocada pelos Enclats <strong>de</strong> Goiás<br />

e RS, <strong>de</strong>sautorizar a participação <strong>de</strong> São<br />

Paulo na reunião convocada pela Pró-<br />

CUT para os dias II e 12 <strong>de</strong> setembro,<br />

alterar a <strong>de</strong>nominação da direção estadual<br />

do movimento sindical paulista <strong>de</strong><br />

Comissão <strong>Si</strong>ndical Única para Comissão<br />

Estadual Inter-<strong>Si</strong>ndical Pró-CUT, a<br />

eleição <strong>de</strong> 25 sindicalistas — por nome.<br />

não por entida<strong>de</strong> — para compor a nova<br />

direção estadual, todos da corrente que<br />

expressa o Partido dos Trabalhadores no<br />

movimento sindicai, estas foram as<br />

principais resoluções do ENCLAT-SP,<br />

realizado nos últimos dias 30,31 <strong>de</strong>julho e<br />

1P <strong>de</strong> agosto.<br />

Representaram-se 113 entida<strong>de</strong>s, sendo<br />

71 sindicatos (63% das entida<strong>de</strong>s presen-<br />

tes), 40 associações (35%) e apenas 2<br />

fe<strong>de</strong>rações. Do campo, um único sindica-<br />

to compareceu. Foram cre<strong>de</strong>nciados,824<br />

<strong>de</strong>legados, sendo 639 dos sindicatos (77%<br />

do total) e 183 (22%) das associações.<br />

A <strong>de</strong>cisão mais polêmica foi sobre a<br />

realização da Conclat neste ou no<br />

próximo ano. Votaram na Conclat-82 367<br />

<strong>de</strong>legados e na Conclat-83 365 <strong>de</strong>legados.<br />

Os responsáveis pela proposta vitoriosa<br />

não apresentaram data, ao contrário dos<br />

<strong>de</strong>legados que propunham o adiamento,<br />

que fixavam 29.30 <strong>de</strong> abril e 19 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong><br />

1983.<br />

Sobre a conjuntura nacional foram<br />

reafirmadas as propostas da I Conclat do<br />

ano passado. Aprovou-se o voto dos<br />

trabalhadores contra o regime e seu PDS,<br />

e pelo sufrágio nos candidatos compro-<br />

missados com a <strong>de</strong>fesa das resoluções da 1<br />

Conclat.<br />

No terreno internacional foram apro-<br />

vadas resoluções <strong>de</strong> combate ao imperia-<br />

lismo, ao colonialismo e ao racismo, em<br />

<strong>de</strong>fesa da paz mundial e pelo <strong>de</strong>sarma-<br />

mento. Na solidarieda<strong>de</strong> aos povos em<br />

Com um pedido <strong>de</strong> esclarecimen-<br />

to à mesa sobre o cre<strong>de</strong>nciamento<br />

dos <strong>de</strong>legados do sindicato dos me-<br />

talúrgicos <strong>de</strong> Santos, Edson Cam-<br />

pos, membro da comissão nacional<br />

pró-rCUT e da Secretaria <strong>de</strong> Orga-<br />

nização do Enclat <strong>de</strong> São Paulo, pôs<br />

a nu um dos maiores escândalos do<br />

movimento sindical no período<br />

recente.<br />

Ao preencher a ficha <strong>de</strong> inscrição<br />

<strong>de</strong>. seu sindicato. Arnaldo ConçaJ-<br />

. vcs. um dos caciques do reformismo<br />

no mmimento sindical, indicou a<br />

luta pela sua emancipação, <strong>de</strong>stacou-sc o<br />

apoio aos palestinos, contra o genocídio<br />

promovido pela dupla Beguin-Reagan. O<br />

plenário aprovou também a participação<br />

<strong>de</strong> dirigentes sindicais na <strong>de</strong>legação<br />

proposta pela CNT uruguaia para visitar<br />

o pais vizinho e constatar in loco as duras<br />

condições <strong>de</strong> repressão a que estão<br />

submetidos os trabalhadores irmãos.<br />

No plano sindical, a Enciat-SP não<br />

priorizou nenhuma das gran<strong>de</strong>s questões<br />

concretas que infernizam a vida dos<br />

trabalhadores, tais como o <strong>de</strong>semprego,<br />

as ameaças <strong>de</strong> revogação-da legislação<br />

salarial, a aposentadoria apenas aos 60<br />

anos, a escalada infiacionária, a situação<br />

dos bóias-frias abundantes no interior <strong>de</strong><br />

São Paulo, etc.<br />

Na noite <strong>de</strong> domingo, com um plenário<br />

esvaziado pela retirada <strong>de</strong> <strong>de</strong>legados do<br />

interior <strong>de</strong>vido ao adiantado da hora e<br />

pelo clima <strong>de</strong> agressões aos <strong>de</strong>legados que<br />

divergiam das proposições aprovadas —<br />

tachados <strong>de</strong> "pelegos" e qualificativos<br />

semelhantes <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sexta-feira — foi<br />

rejeitada a composição da direção<br />

estadual por entida<strong>de</strong>s representativas. O<br />

plenário não só <strong>de</strong>liberou pela composi-<br />

ção <strong>de</strong> chapas compostas por nomes,<br />

como o fez aprovando o critério <strong>de</strong><br />

proporcionalida<strong>de</strong>. Os nomes indicados,<br />

além disso, não precisavam ser <strong>de</strong> <strong>de</strong>lega-<br />

dos ao Enclat, nem mesmo precisavam<br />

estar presentes.<br />

A certa altura, como apenas estavam<br />

inscritas chapas que expressavam unica-<br />

mente a corrente política ligada ao<br />

Partido dos Trabalhadores, foi proposta<br />

uma chapa <strong>de</strong> "unida<strong>de</strong>", on<strong>de</strong> 9 dos 25<br />

nomes representavam as propostas que<br />

estavam em minoria. Um a um, Arnaldo<br />

Gonçalves (presi<strong>de</strong>nte dos metalúrgicos<br />

<strong>de</strong> Santos). Hugo Perez (presi<strong>de</strong>nte da<br />

Fe<strong>de</strong>ração dos Eletricitários). Augusto<br />

Lopes (diretor da Fe<strong>de</strong>ração dos Quími-<br />

VOZ DA UNIDADE 5/8/82<br />

cos), David (diretor dos bancáriçs <strong>de</strong><br />

Campinas), Maria (diretora dos Gráficos<br />

e da Fe<strong>de</strong>ração), Maria <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s<br />

;diretora dos jornalistas), Raimundo<br />

Rosa (presi<strong>de</strong>nte dos pa<strong>de</strong>iros) e Jamil<br />

(diretor dos médicos) fizeram uso do<br />

microfone para <strong>de</strong>sautorizar a inclusão <strong>de</strong><br />

seus nomes numa chapa que seria eleita<br />

para encaminhar propostas que consi<strong>de</strong>-<br />

ravam contrárias à unida<strong>de</strong> do movimen-<br />

to sindical brasileiro. Particularmente<br />

Arnaldo e Raimundo estranharam a<br />

inclusão numa chapa <strong>de</strong> sindicalistas<br />

tachados até minutos antes <strong>de</strong> "pelegos".<br />

"traidores", "inimigos" "Sejam coerentes,<br />

dêem conseqüência ao que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m",<br />

frizou Arnaldo Gonçalves.<br />

Finalmente foi eleita uma chapa única<br />

composta por Jair Meneguelli (metalúr-<br />

gico, S. Bernardo), Gilmar (bancário, SP),<br />

Clara Ant (arquiteta, SP), Miguel Rupp<br />

(metalúrgico. St? André). Valdir (vidrei-<br />

ro, SP), José Luiz (metalúrgico, S. José<br />

dos Campos), Azevedo (metroviário, SP),<br />

lázaro (metalúrgico, itu). Rossi (metalúr-<br />

gico, SP). Gumercindo (professor. SP),<br />

Alencar (petroleiro. Paulinca), Ginaldo<br />

(gráfico. Santos), Scromov (coureiro,<br />

SP). Orlando (metalúrgico. Ribeirão<br />

Preto), Magno (funcionário público. .^P),<br />

Agenor (químico. St:' André). Vídor<br />

(trabalhador rural. Araras), Osvaldo<br />

(condutor, ABC). C id (engenheiro. SP).<br />

Ivan (condutor. SP). Berloiai (trabalhit-<br />

dor rural, Angatuba). Vicente (metalúr-<br />

gico. S. Bernardo). Edson (bancário. SP)<br />

Eli (petroleiro. Mauá) e Joel (marceneiro.<br />

SP).<br />

Enquanto esta chapa era eleita, uma<br />

passeata com a maioria dos <strong>de</strong>legados qut;<br />

votaram na Conclat-83, gritando em<br />

uníssono "É ou não é, piada <strong>de</strong> salão<br />

social-<strong>de</strong>mocracia fazer revolução" <strong>de</strong>ixa<br />

va o recinto do Enclat, a nova se<strong>de</strong> do<br />

<strong>Si</strong>ndicato dos Metalúrgicos <strong>de</strong> São Paulo<br />

Escândalo EM TEMPO 12 a 25/8/82<br />

Arnaldo e os cem mil e um<br />

existência <strong>de</strong> cem mil e um traba-<br />

lhadores na base. o que lhe daria<br />

direito a 20 <strong>de</strong>legados <strong>de</strong> base e seis<br />

da diretoria.<br />

Um crescimento surpreen<strong>de</strong>nte<br />

nesse período <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego e re-<br />

cessão, já que para o Enclat do ano<br />

passado os metalúrgicos <strong>de</strong> Santos<br />

registraram uma base <strong>de</strong> 30 mil tra-<br />

balhadores o que. mesmo assim, está<br />

muito acima da realida<strong>de</strong>, já que<br />

petos dados do DIEESE a categoria<br />

na região envolve apenas 18 mil tra-<br />

balhadores.<br />

Chamado pela mesa para explicar<br />

a situação Arnaldo fugiu, sob as<br />

vaias gerais do pienário, No dia<br />

seguinte, com a maior cara <strong>de</strong> pau e<br />

<strong>de</strong>boche dizia que "cem mil e um são<br />

apenas os combativos" e que, "tinha<br />

feito <strong>de</strong> propósito mesmo, para<br />

melar o Enclat que seria uma palha-<br />

çada".<br />

Por <strong>de</strong>cisão da Secretaria <strong>de</strong><br />

Organização foi cre<strong>de</strong>nciado apenas<br />

o número <strong>de</strong> <strong>de</strong>legados correspon-<br />

<strong>de</strong>nte à base real <strong>de</strong> 18 mil trabalha-<br />

dores.


SINUILALlòHV<br />

Com iodas as atenções voliachis para o seu<br />

resiiliado. o hulai <strong>de</strong> S. Paulo foi a expressão<br />

maior do impasse e.\isienie hoje no movimento.<br />

/>( ínítio, a eseolha da itiesa Jci mostrou o clima<br />

ile eonfroitio. <strong>de</strong> hloeo contra hloeo. em que se<br />

<strong>de</strong>senrolariam os truhalhos. Por uma pequena<br />

maioria <strong>de</strong> votos, a mesa foi eottiposta por<br />

Clara Ant, memhro da cotnissão naciottalpró-<br />

i L I. assessorada por Augusto fopes. da<br />

Ie<strong>de</strong>ia


SINDICALISMO<br />

Quem quebrou a unida<strong>de</strong>?<br />

A eleição da Comissão Estadual foi, após a<br />

<strong>de</strong>cisão do Coodat em 82, o ponto mais aho<br />

do Enclat/SP. Neste momento, todas as resls-<br />

tendas em manter a unida<strong>de</strong> do movimento<br />

slndical.na batalha pela constniçio da Cen-<br />

tral Única dos Trabidhadores, apareceram.<br />

Todos os esforços foram dispendldos para<br />

a <strong>de</strong>fesa da unida<strong>de</strong>. A votaçlo da Comissão<br />

foi feita em base à proporção dos votos, <strong>de</strong><br />

acordo com a <strong>de</strong>liberação do plenário. No<br />

entando, todos os sindicalistas que eram con-<br />

tra a realização do Conclat este ano se recusa-<br />

ram a apresentar a sua lista ou a participar <strong>de</strong><br />

um composição. Todas as propostas foram<br />

realizadas, até mesmo a divisão dos postos<br />

meio-a-meio. t t* I r<br />

Mesmo assim, somente a lista que fol^g^^<br />

apresentada por Luis Gushiken, secretario^ JJ,<br />

dos Bancários <strong>de</strong> São Paulo, foi votada. g^*<br />

Os esforços pela unida<strong>de</strong> chegaram ao » * -.<br />

ponto <strong>de</strong> Vicente Paulo, diretor dos Metalur-w/v*"<br />

gicos <strong>de</strong> São Bernardo, apresentar uma cba-/<br />

pa com a participação, <strong>de</strong>ntre outros, <strong>de</strong><br />

Arnaldo Gonçalves, Hugo Percz, Augusto<br />

Lopes, Raimundo Rosa, Maria <strong>de</strong> Lur<strong>de</strong>s<br />

Fernan<strong>de</strong>s e outros sindicalistas i<strong>de</strong>ntificados /.<br />

com a <strong>de</strong>fesa das posições da maioria da /<br />

Comissão Nacional Pró-CUT, pelo "Conclat7<br />

em 83". 41<br />

Um a um esses dirigentes retiraram sen» ^<br />

nomes da lista apresentada por Vicente, recn-<br />

sando a unida<strong>de</strong>, questionando com isso o .<br />

próprio encontro. (LAii^^<br />

1 As <strong>de</strong>clarações que fizeram (e das quais ^<br />

publicamos trechos) <strong>de</strong>monstram leves dife-<br />

renças entre suas posições. Alguns, como<br />

Arnaldo Gonçalves^ão escon<strong>de</strong>ram seu <strong>de</strong>s-<br />

prezo pelas <strong>de</strong>cisões e pelo próprio En-<br />

contro, <strong>de</strong>ixando daro que não reconhecem a<br />

Comissão eleita. Outros, apesar <strong>de</strong> não acel-<br />

itarem compor a lista <strong>de</strong> nomes, se colocaram<br />

à disposição da Comissão. Apenas o encami-<br />

nhamento real e unitário da luta dos traba-<br />

lhadores, em <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> suas reivindicações e<br />

pela sua organização in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte _ hoje, a<br />

realização do Conclat este ano _ vai revelar<br />

suas intenções.<br />

Arnaldo Gonçalves, pre-<br />

si<strong>de</strong>nte do <strong>Si</strong>ndicato dos<br />

Metalúrgicos <strong>de</strong> Santos, i-<br />

<strong>de</strong>ntificado com as posi-<br />

ções ddo jornal "Voz da<br />

Unida<strong>de</strong>" e membro da<br />

Comissão Nacional Pró-<br />

CUT, foi 'o primeiro a reti-<br />

brar seu nome da chapa <strong>de</strong> composição. Coe-<br />

rente com a posição que assumiu durante<br />

todo o Encontro, Arnaldo mostrou que está<br />

contra a unida<strong>de</strong>. Já duninte a inscrição <strong>de</strong><br />

sua <strong>de</strong>legação— conforme foi <strong>de</strong>nunciado<br />

em plenário por Edson, dos bancários <strong>de</strong> Slo<br />

Paulo — ele informou que sua categoria era<br />

composta <strong>de</strong> 100.001 trabalhadores. Com<br />

isso, ele pretendia aumentar em 12 o numere<br />

<strong>de</strong> seus <strong>de</strong>legados. Na verda<strong>de</strong>, como ficou<br />

esclarecido, não sâo mais do que 18 mil ps<br />

trabalhadores na base do seu <strong>Si</strong>ndicato!<br />

(D1EESE)<br />

A partir <strong>de</strong>sta <strong>de</strong>núncia, ele passou a ser<br />

chamado <strong>de</strong> "cem mil e um" pelo plenário,<br />

cada vez que subia no palco.<br />

O discurso final feito por Jair Meneguelli; o<br />

coro; "divisionista"; as vaias contínuas que<br />

foram ouvidas durante todas as suas falas<br />

neste Encontro <strong>de</strong>monstraram que os traba-<br />

lhadores reconhecem que Arnaldo Gonçalves<br />

está contra a unida<strong>de</strong>. Aqui, o seu pronuncia-<br />

0 TRABALHO 12 a 17/8/82<br />

mento, quando ele abria mao do seu nome na<br />

chapa unitária.<br />

"Durante estes três dias nós escutamos<br />

vários companheiros vir ac plenário e dizer<br />

que nós não po<strong>de</strong>mos conchavare coadunai<br />

com pelegos. Tá na hora <strong>de</strong> não se fechar com<br />

pelegos. Pelegos, fora <strong>de</strong> chapa! Ontem, vá-<br />

rios companheiros vêm aqui e chamam vários<br />

companheiros <strong>de</strong> pelegos e hoje propõem para<br />

fazer uma chapa juntos, Que é isso, compa-<br />

nheiros?! Não se po<strong>de</strong> mudar <strong>de</strong> opinião em í<br />

minutos! Esse Enclat tem que ser um Enclaí<br />

sério! Tem que se levar as coisas a sério! Tem<br />

que se fazer uma proposta completa e corre-<br />

ta. Companheiros, eu acho que os compa-<br />

nheiros erraram ao propor meu nome para<br />

esta chapa. Muitos aqui <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m a gente<br />

escutar as bases e discutir com as bases. Não<br />

tenho procuração das minhas bases para<br />

participar. Recuso-me a participar!<br />

Maria <strong>de</strong> Lur<strong>de</strong>s Fernan-<br />

<strong>de</strong>s: "Acho tao importante a<br />

unida<strong>de</strong> que antes da apre-<br />

sentação <strong>de</strong> chapas eu fui<br />

consultada para saber se<br />

aceitaria participar <strong>de</strong> uma<br />

chapa <strong>de</strong> unida<strong>de</strong> para que esse Enclat saísse<br />

unitário, e eu aceitei <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que' ela represen-<br />

tasse a correlação <strong>de</strong> forças que aqui existe<br />

h6je^.aí me foi colocado: não companheira, é<br />

a correlação <strong>de</strong> forças durante a votação das<br />

chapas".<br />

Enquanto a presi<strong>de</strong>nte interina do <strong>Si</strong>ndica-<br />

to dos Jornalistas <strong>de</strong> São Paulo falada, al-<br />

guém no plenário gritou: "é mentira", pois<br />

até mesmo uma composição <strong>de</strong> chapa com 12<br />

membros <strong>de</strong> cada uma das posições que<br />

foram <strong>de</strong>fendidas na principal votação —<br />

contra e a favor do adiamento do Condat<br />

para 83 — foi apresentada e mais <strong>de</strong> uma vez<br />

recusadas<br />

Maria <strong>de</strong> Luraes, apesar <strong>de</strong> se abster na 1<br />

votação, participou ativamente das manifes-<br />

tações ruidosas provocadas por aqueles que<br />

gostariam que o Enclat não concluísse os seus<br />

trabalhos^pós terem perdido na votação <strong>de</strong><br />

82 ou 83.<br />

Augusto Lopes;<br />

"Estou aqui representando<br />

a Fe<strong>de</strong>ração dos Químicos,<br />

Estou em fim <strong>de</strong> mandato e<br />

não tenho procuração da<br />

minha diretoria para parti-<br />

cipar <strong>de</strong> qualquer composição neste plenário.<br />

Inclusive, companheiros, para po<strong>de</strong>r partici-<br />

par da Comissão <strong>Si</strong>ndica) Ünica, enfrentei<br />

muitas dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ntro da minha diretoria<br />

e tenho companheiros aqui que po<strong>de</strong>m teste-<br />

munhar este fato. (...)<br />

Hugo Perez:<br />

Nós sempreprocuramos nos<br />

somar junto a todos os com-<br />

panheiros, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte-<br />

mente da corrente partidá-<br />

ria que representavam.<br />

Mas, <strong>de</strong>pois do que disse<br />

hoje à tar<strong>de</strong> aqm. eu faço uma autocrítica como<br />

participante dá Comissão Nacional Pró-CUT,<br />

Assumo a responsabilida<strong>de</strong> por todos os seus<br />

erros, junto com os <strong>de</strong>mais companheiros,<br />

mas assumo particularmente, aquilo que eu<br />

po<strong>de</strong>ria ter feito e não fiz, Ainda está na<br />

hora. Evi<strong>de</strong>nte que não como membro da<br />

Comissão Nacional Pró-CUT. Evi<strong>de</strong>nte que<br />

talvez não pertencendo à intersindicais. Mas<br />

sempre fui dirigente sindical que assumi<br />

meus próprios erros, a minha incompetênda,


SINDICALISMO 8<br />

continuação da pagina anterior: QUEM.<br />

a minha falta <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conduzir os<br />

companheiros à luta. Entretanto, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

receber — <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo uma entida<strong>de</strong>^ não o<br />

meu nome pessoal — recebi hoje as mais<br />

duras criticas. Não é o momento. Eu não sou,<br />

nome que soma neste movimento. Por isso,<br />

coloco meu cargo, honrosamente colocado<br />

nesta chapa, à disposição dos companheiros.!<br />

Preten<strong>de</strong>mos continuar na luta. Preten<strong>de</strong>mosj<br />

continuar todos nos somando com a Comissão]<br />

que será aqui eleita. Preten<strong>de</strong>mos participar <strong>de</strong>!<br />

reuniõesjreten<strong>de</strong>mos questionar companhei-}<br />

ros quando <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>rem propostas incorretas.!<br />

Apenas, não nos sentimos mais em condição<br />

<strong>de</strong> participar na direção <strong>de</strong>ssa comissão sindi-;<br />

cal". i.<br />

, As votações dos encontros<br />

contra o<br />

Ftogifio' adiamento ■ Fhwrinwla<br />

1. Bahia 300 . 74<br />

2. Par* . 180<br />

—<br />

3.Q0W3 350<br />

—<br />

4. Espirito Santo 243<br />

7<br />

S.Pamambtseo 85 82<br />

6. Rio da Janilro 1S1 17Í<br />

7. R.Q. Norta 44 118<br />

8.R.Q.SU! 594<br />

—.<br />

8. Mato Qroaao Fawxivel ta a Pró-CÜT concordai<br />

10.Cpai4 W<br />

—<br />

tl.Sant» Catarina 200<br />

' _<br />

12. <strong>Si</strong>o Paulo 387 365<br />

Total 2.S71 «23<br />

^^R4PÊ(


SINDICALISMO<br />

TRABALHADORES DECIDEM: CONCLAT 82<br />

O TRABALHO 5 a 11/8/82<br />

Com 1006 <strong>de</strong>legados inscritos <strong>de</strong> 112 entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tra-<br />

baibadores <strong>de</strong> todo o estado, dos quais aproximadamente 800 parti-<br />

dparam dos trabalhos, o II Encontro da Classe Trabalhadora <strong>de</strong> Sâo Panlo foi o<br />

maior e mais representativo que já ocorreu em todos os estados neste ano. Supe-<br />

rou em muito o do ano passado, que contou com a participação <strong>de</strong> 575<strong>de</strong>legados.<br />

Aberto na sexta-feiiMia 30 <strong>de</strong> agosto, o Endat/SP teve neste mesmo dia sua<br />

primeira votação, quando foi eleita por maioria a chapa que indicava Clara Ant<br />

para presidir os trabalhos do Encontro. Como vice-presi<strong>de</strong>ntes da Mesa ficaram<br />

Joel Alves, do <strong>Si</strong>ndicato dos Marceneiros <strong>de</strong> Sâo Paulo e Raimundo Rosas, dos<br />

Pa<strong>de</strong>iros. Como secretários estavam na mesa Augusto Lopes, secretário-eeral da<br />

Fe<strong>de</strong>ração dos Químicos <strong>de</strong> São Paulo e Gilmar Carneiro dos Santos vice-<br />

presi<strong>de</strong>nte do <strong>Si</strong>ndicato dos Bancários <strong>de</strong> São Paulo.<br />

A gran<strong>de</strong> discussão que tomou a maior parte dos trabalhos nos grupos durante<br />

o sábado e no domingo, na plenária final, foi sobre o cancelamento do Condat<br />

<strong>de</strong>cidido pela maioria a Comissão Nacional Pró-CUT em sua reunião d« dia 17<br />

<strong>de</strong> Julho.<br />

Junto com » maioria esmagadora dos trabalhadores dos outros estados que Já<br />

realizaram seus Enclats, a principal <strong>de</strong>cisão em São Paulo foi a <strong>de</strong> reafirmar a<br />

realização do Condat este ano por 367 a 365 votos. Após essa votação, foi<br />

<strong>de</strong>sautorizada, por ampla maioria;a <strong>de</strong>dsão da Comissão Pró-CUT <strong>de</strong> cancdar o<br />

Condat, consi<strong>de</strong>rando flcgUima a reunião dos dias 11 e 12 <strong>de</strong> setembro que esta<br />

convocou com a participação das Confe<strong>de</strong>rações e Fe<strong>de</strong>rações, Já que o mandato<br />

da atual Pró-CUT vai até 28 e 29 <strong>de</strong> agosto, confonnt <strong>de</strong>ddido na Condat do<br />

ano passado.<br />

Apoiando e "somando-se aos companheiros dos Endats do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul<br />

« Goiás".o Enctat <strong>de</strong> São Paulo <strong>de</strong>ddiu convocar conjuntamente com os Encon-<br />

tros <strong>de</strong>stes 2 estados a reunião <strong>de</strong> representantes <strong>de</strong> todas as íntersindicais eleitas<br />

para os dias 28 e 29 <strong>de</strong> agosto próximo para "dar os encaminhamenlos<br />

necessários á realização do Condat em 82". Abaixo, as <strong>de</strong>liberações do II En-<br />

dat/SP. A<br />

Por 367 • 365 Toto%o 11 Encontro da Classe Trabalhadora<br />

<strong>de</strong> São Paulo <strong>de</strong>cidia pela realização do Condat em 82. Foi a<br />

prindpal <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>ste Encontro que respon<strong>de</strong>u à maioria da<br />

Comissão Nacional Pró-CUT e à sua <strong>de</strong>dsão <strong>de</strong> cancdar o<br />

Condat.<br />

O Endat/SP se uniu à maioria esmagadora dos <strong>de</strong>legados<br />

reunido» em 11 Endats regionais (veja quadro na pg. 8) c,<br />

fundamentalmente, i <strong>de</strong>dsão <strong>de</strong> 5.200 d<strong>de</strong>gadós presentes<br />

no ano passado na Conferência da Prda Gran<strong>de</strong>.<br />

Evi<strong>de</strong>ntemente, ama <strong>de</strong>dsão Jésse porte somente po<strong>de</strong>ria<br />

ser tomada após Intensa discussão. As mais diferentes<br />

posições se <strong>de</strong>frontaram num plenário que, a cada fala,<br />

radicalizava seus gestos e pronondamentos.<br />

O Enclat ocorreu durante os dias 30, 31 <strong>de</strong> Julho e I o <strong>de</strong><br />

agosto, sendo que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro Instante essa questão _<br />

Os ENCLATS DOS ESTADOS DE RIO GRANDE DO SUL (com<br />

participação <strong>de</strong> 594 <strong>de</strong>legados do campo e da cida<strong>de</strong>) E DE GC' * S<br />

(com a participação <strong>de</strong> 350 <strong>de</strong>legados do campo e da cida<strong>de</strong>),<br />

<strong>de</strong>cidiram pela manutenção da <strong>de</strong>liberação anterior <strong>de</strong> realizar c<br />

CONCLAT este ano. Além disso estes dois estados <strong>de</strong>liberaram<br />

convocar as íntersindicais (e PrfrCUTS) Estaduais e a Comissão<br />

Nacional Pró-CUT para AVAUAR A SíTUAÇAO DO MOVIMENTO E<br />

ENCAMINHAMENTO DO CONCLAT.<br />

Neste sentido as íntersindicais <strong>de</strong>sses dois estados convocam<br />

todos os companheiros da Comissão Nacional Prò-CUT e das<br />

íntersindicais estaduais (e ou Pró-CUTs estaduais) para que con-<br />

juntamente, possamos avaliar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> COLOCAR EM<br />

PRÁTICA AS DELIBERAÇÕES,<br />

C<br />

CONVITE<br />

Este convite foi aceito pelo Enclat <strong>de</strong> São Paulo, que se dispôs a<br />

participar t preparar a reunllo nacional <strong>de</strong> 28/29 da agosto.<br />

"82 ou 83" — tomou conta do plenário. No dia 31, Já<br />

trabalhos <strong>de</strong> grupo, as votações mostravam a verda<strong>de</strong>ira<br />

batalha que <strong>de</strong>veria se travar no dia seguinte, dia da plenária<br />

geral: dos três grupos constituídos, dois <strong>de</strong>lea aprovaram a<br />

realização do Condat em 82, tendo que o terceiro concluiu<br />

pelo adiamento para 1983; No entanto, a soma total do»<br />

votos dava apenas uma pequena margem <strong>de</strong> vantagem para a<br />

proposta <strong>de</strong> "Condat em 82", cerca <strong>de</strong> 15 votos..<br />

No dia I o , na plenária final, todo o clima Já criado pelas<br />

discussões dos dois dias anteriores velo à tona e se ampllfl-.<br />

coo. Uma verda<strong>de</strong>ira guerra <strong>de</strong> palavras-<strong>de</strong>-or<strong>de</strong>m, <strong>de</strong> pan-<br />

fletos <strong>de</strong> todos os tipos se instalou.<br />

Vaias e aplausos se misturavam num plenário dlferendado,<br />

segundo as doas propostas: "82 ou 83". ^<br />

CRITÉRIOS DE PARTICIPAÇÃO:<br />

Sugerimos os segulrtjes critérios <strong>de</strong> participação:<br />

f. Membros da Comissão Nacional Pr^CUT (todos)<br />

2. Membros das Íntersindicais (atou PRÓCirrS) Estadual» máximo<br />

<strong>de</strong> 10 por estado..<br />

OBS: Nos estados on<strong>de</strong> nâo exIstalntersIndlcaMou Pr6.CUT)el6lta em<br />

Enclat, em 1982, recomendamos a realização <strong>de</strong> um encontro<br />

intersindicai para eleger os <strong>de</strong>legados (no máximo <strong>de</strong> 10).<br />

DIA — 28 e 29 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1962<br />

LOCAL Sáo Bernardo do Campo, Rua joáo Basso, 121, Sflo<br />

Paulo, fone 452.3922 (<strong>Si</strong>ndicato dos Metalúrgicos)<br />

INICIO DA REUNI AO — 9 horas do dia 28/8/62<br />

COMISSÃO ESTADUAL INTERSINDICAL DO RÔS, dbMISSAa<br />

ESTADUAL PRÓ-CUT DE GOIÁS-27/7/82 "**'Wm*t>*V<br />

D


SIWPICALISMO 30<br />

A <strong>de</strong>fesa da unida<strong>de</strong> do movimento<br />

sindical, no Brasü, não é privilégio <strong>de</strong><br />

uma ou outra corrente do bloco <strong>de</strong><br />

forças da classe operária (urbana c<br />

rural) e das outras camadas trabalha-<br />

doras. Defcie o aparecimento das<br />

instituições sindicais, inúmeras verten-<br />

tes operárias alcançaram a consciência<br />

<strong>de</strong> que a divisão no leque da represen-<br />

tação trabalhadora só serve aos<br />

inimigos do proletariado.<br />

No entanto, <strong>de</strong>ntre as forças do<br />

trabalho, os comunistas se constituí-<br />

ram, pelas suas batalhas no passado e<br />

pela sua luta presente, como a corrente<br />

<strong>de</strong> pensamento e ação mais com-<br />

promissada com a renovação, com a<br />

consolidação e com a ampliação da<br />

unida<strong>de</strong> sindical — e tanto é verda<strong>de</strong><br />

que a própria massa trabalhadora, às<br />

vezes <strong>de</strong> forma até apressada, i<strong>de</strong>ntifi-<br />

ca a exigência objetiva da unida<strong>de</strong> do<br />

movimento sindical com a política dos<br />

comunistas.<br />

Para os comunistas brasileiros, a<br />

unida<strong>de</strong> do movimento sindicai não é<br />

uma tática eventual, uma proposta<br />

episódica ou uma sugestão sujeita a<br />

injunções. Em razão da experiência<br />

mundial do movimento operário, em<br />

razão da própria <strong>história</strong> social<br />

brasileira, da sua prática mesma (entre<br />

1949 e 1952, quando <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ram uma<br />

política "purista" e estimularam<br />

alternativas estreitas ao "peleguismo'")<br />

e, e&tjeriatecnte, em razão dos seus<br />

objetivos, o-, comunistas advogam a<br />

umda<strong>de</strong> do movimento sindical como<br />

um prfndrio às «jío. £ não se trata <strong>de</strong><br />

um prindnio abstrato: enten<strong>de</strong>mos<br />

que a divisão do movimento sindical,<br />

sob quaisquer pretextos, enfraquece<br />

substancialmente a força real e<br />

potencial da ciasse operária, abre<br />

espaços para a intervenção dos seus<br />

inimigos e vulnerabiiiza o conjunto do<br />

movimento <strong>de</strong>mocrático.<br />

Por outro íado, não enten<strong>de</strong>mos a<br />

luta pela unida<strong>de</strong> como direção<br />

exdtt<strong>de</strong>Rte, do movimento sindical,<br />

por qualquer tendência ou fração.<br />

Entcnd?ncs que o movimento sindi-<br />

cal, por sua nott^ez» dasista, <strong>de</strong>ve<br />

comportar diferenciações que se<br />

resolvem c respeitam no âmbito da<br />

hesccwnki que, nos combates concre-<br />

tos e particulares, uma ou outra<br />

tendência é capaz <strong>de</strong> conquistar pela<br />

sua vocação representativa. Recusa-<br />

mos, portanto, conotações partidá-<br />

rias, confessionais ou corporativas<br />

jkara *um movimento que, se não<br />

quiser abastardar-se, <strong>de</strong>ve ser amplo,<br />

abrangente e compreensivo.<br />

É na estrita aplicação <strong>de</strong>sta concep-<br />

ção <strong>de</strong> fundo que nos solidarizamos<br />

com a recente <strong>de</strong>cisão da Comissão<br />

Nacional Pró-CUT <strong>de</strong> realizar o<br />

Conclat em 1983. Como a massa dos<br />

trabalhadores <strong>de</strong>ste país, vemos que a<br />

Pró-CUT tem a mais plena e legítima<br />

MOVIMENTO SINDICAL: OUEM PAPA A CONTA<br />

VOZ DA UNIDADE 5/8/82<br />

autorida<strong>de</strong> para tomar esta <strong>de</strong>libera-<br />

ção. E vemos, sobretudo, o seu acerto<br />

e a sua maturida<strong>de</strong>: o empenho para<br />

realizar um Conclat representativo,<br />

mobilizador, liberador dos constrangi-<br />

mentos político-partidários que sao<br />

inevitáveis no curso <strong>de</strong> um processo<br />

eleitoral <strong>de</strong> caráter nacional (como o<br />

que culminará em novembro pró-<br />

ximo).<br />

Na mesma perspectiva, não po<strong>de</strong>-<br />

mos omitir a nossa mais profunda<br />

preocupação em face dos métodos que<br />

marcaram a realização, no último fim<br />

<strong>de</strong> semana, do ENCLAT/SP, bem<br />

como dos seus resultados. Assistiu-se<br />

neste evento — que, pelo simples fato<br />

<strong>de</strong> reunir o sindicalismo do estado<br />

mais industrializado e avançado da<br />

fe<strong>de</strong>ração, <strong>de</strong>veria colocar-se como<br />

exemplo <strong>de</strong> intervenção, consciência e<br />

solidarieda<strong>de</strong> operárias — a um triste<br />

espetáculo <strong>de</strong> instrumentalização<br />

grosseira da mobilização sindical,<br />

eivado <strong>de</strong> vícios e que aponta para a<br />

fratura e a divisão,<br />

Não vacilamos em responsabilizar<br />

alguns companheiros do PT pelo<br />

singular <strong>de</strong>senvolvimento e <strong>de</strong>sfecho<br />

do ENCLAT/SP. Forças sindicais<br />

afetas a este partido estimularam a<br />

polarização e a <strong>de</strong>gradação do nível<br />

do encontro, instaurando nele um clima<br />

<strong>de</strong> confronto c discriminação que<br />

<strong>de</strong>rivou na "eleição" <strong>de</strong> uma Comissão<br />

Estadual Pró-CUT absolutamente<br />

homogênea, inteiramente inexpressi-<br />

va c que representa uma parcela<br />

incrivelmente minoritária do movi-<br />

mento sindical paulista. Dirigentes<br />

aletos ao PT introduziram nos<br />

trabalhos a agressão e o radicalismo<br />

baratos, valendo-se inclusive <strong>de</strong><br />

acusações e manobras que não<br />

<strong>de</strong>veram muito ao anti-comunismo<br />

policialesco que lê/, escola neste país.<br />

Mas, ao mesmo tempo, acredita-<br />

mos que o isolamento e a divisão <strong>de</strong><br />

que está ameaçado o movimento<br />

sindical paulista também <strong>de</strong>riva da<br />

falta <strong>de</strong> mobilização e da apatia <strong>de</strong><br />

outros segmentos do movimento<br />

operário. <strong>Si</strong>ndicatos importantes<br />

subestimaram o ENCLAT/SP e, com<br />

a sua inércia, permitiram que o<br />

encontro fosse essencialmente prejudi-<br />

cado por manobras equivocadas.<br />

Consi<strong>de</strong>ramos, entretanto, que a<br />

ameaça da divisão, prenunciada<br />

concretamente no ENCLAT/SP.<br />

po<strong>de</strong> ser conjurada. Isto <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> iniciativa das bases e<br />

dos dirigentes responsáveis, que<br />

po<strong>de</strong>m impedir aventuras e vanguar-<br />

dismos. E <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, também, <strong>de</strong> uma<br />

reflexão corajosa que <strong>de</strong>ve ser condu-<br />

zida pelos companheiros do PT: cabe-<br />

lhes avaliar o resultado do ENCLAT/<br />

SP e, numa análise honesta e pensada<br />

a largo prazo, pon<strong>de</strong>rar se é compatí-<br />

vel com o seu projeto <strong>de</strong> partido<br />

operário o patrocínio <strong>de</strong> uma divisüo<br />

que fratura o movimento operário e<br />

sindical <strong>de</strong> alto a baixo.<br />

Julgamos, ainda, que idêntica<br />

reflexão autocrítica <strong>de</strong>ve ser praticada<br />

por segmentos sindicais que se dizem<br />

vinculados à Igreja Católica — é<br />

muito estranho que a postura ecumê-<br />

nica da Igreja apareça comprometida,<br />

no movimento sindical, com um<br />

projeto político-partidário facilmente<br />

i<strong>de</strong>ntificável.<br />

Conjurar a ameaça da divisão é, no<br />

plano nacional, lutar por um Conclat<br />

que reúna todos os trabalhadores,<br />

através das representações nas quais<br />

eles se reconhecem — e não apenas<br />

daquelas que um punhado <strong>de</strong> eleitos<br />

qualifique <strong>de</strong> "autênticas". <strong>Si</strong>gnifica<br />

preparar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já o próximo Conclat,<br />

a ser realizado cm 1983, <strong>de</strong> modo a<br />

trazer para ele a massa <strong>de</strong> organiza-<br />

ções que não participou do encontro<br />

<strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1981. Eqüivale a dar todo<br />

o apoio à Pró-CUT, eleita na Praia<br />

Gran<strong>de</strong> por mais <strong>de</strong> 5.000 <strong>de</strong>legados.<br />

E quer dizer, ainda, evitar a superpo-<br />

sição <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s e organizações<br />

criadas aleatoriamente, ao sabor <strong>de</strong><br />

interesses grupistas e irrelevantes<br />

(como as "associações" que pululam<br />

aos ventos das menores convenien*<br />

cias).<br />

Conjurar a ameaça da divisão não c<br />

assumir retórica e <strong>de</strong>magogicamente a<br />

ban<strong>de</strong>ira da "unida<strong>de</strong>" com aqueles<br />

que pensam como nós - e tratar o<br />

aliado divergente como "traidor",<br />

"pclego" ou. assombrosamente, "co-<br />

munista". Não é atrelar a "unida<strong>de</strong>" a<br />

um projeto poiitico-partidário. Não é<br />

hipotecar a "unida<strong>de</strong>" a maiorias<br />

eventuais ou a direções <strong>de</strong>terminadas.<br />

Bem ao contrário: conjurar a ameaça<br />

da divisão é reconhecer que a unida<strong>de</strong><br />

é um processo dialético <strong>de</strong> conver-<br />

gência e síntese, <strong>de</strong> elaboração e luta<br />

na prática efetiva dos combates<br />

particulares. É enten<strong>de</strong>r que a segmen-<br />

tação e a estratificação levam à<br />

exclusão, ao isolamento e à <strong>de</strong>rrota. É<br />

investir a longo prazo, estrategica-<br />

mente, para e pela organização <strong>de</strong><br />

todos os trabalhadores, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n-<br />

temente <strong>de</strong> suas opções partidárias e<br />

i<strong>de</strong>ológicas.<br />

Nós, os comunistas, apostamos e<br />

investimos na unida<strong>de</strong> sindical —<br />

fizemo-lo no passado, fazemo-lo no<br />

presente, fá-lo-emos no futuro. A<br />

nossa experiência nos permite com-<br />

preen<strong>de</strong>r que a divisão joga contra a<br />

classe operária e contra todas as<br />

correntes que expressam as 'as<br />

vonta<strong>de</strong>s políticas. Conhecemos oem<br />

quem aposta e investe na divisão<br />

são os inimigos do proletariado.<br />

Também sabemos que, às vezes,<br />

dirigentes honestos, preten<strong>de</strong>ndo<br />

servir ao proletariado, servem-se <strong>de</strong>le c<br />

favorecem ao inimigo. •


SlNVlCALlSliO<br />

continuação da pagina<br />

anterior: MOVIMENTO...<br />

Não nos cabe, porém, emitir<br />

sentenças ou julgamentos <strong>de</strong> feição<br />

processual. Quem paga a conta da<br />

divisão, sempre, é a classe operária<br />

e só a ela compete julgar os promo-<br />

tores da fratura, da cizânia, da<br />

discórdia. È ela que, na sua dolorida<br />

experiência, paga — mas também c<br />

cia quem i<strong>de</strong>ntifica os divisionistas.<br />

Unida<strong>de</strong> sindical<br />

corre risco<br />

TRIBUNA DA LUTA OPERARIA<br />

9 a 15/8/82<br />

As <strong>de</strong>cisões do Enclat<br />

paulista colocam em<br />

risco a já precária uni-<br />

da<strong>de</strong> do movimento sindical no<br />

pais. É praticamente certo que<br />

o congresso não se realize este<br />

ano, já que não terá a partici-<br />

pação da maioria dos sindica-<br />

tos <strong>de</strong> trabalhadores rurais e<br />

urbanas e não conta nem com o<br />

empenho dos irresponsáveis<br />

sindicalistas do PT. O gran<strong>de</strong><br />

perigo é a reunião dos dias 28 e<br />

29 <strong>de</strong> agosto, que era duas<br />

cabeças para o sindicalismo. E<br />

uma reunião divisiomsta, pu-<br />

xada pela íacção petista do<br />

movimento sindical e para<br />

fortalecê-la. Qualquer proposta<br />

que <strong>de</strong>la saia caminha no rumo<br />

do plurisindicalismo.<br />

Para barrar esta propos-<br />

ta aventureira e sectá-<br />

ria, as faitersindicais <strong>de</strong><br />

cada Estado precisam <strong>de</strong>sauto-<br />

rizar a intenção da intersindícal<br />

paulista, <strong>de</strong> agir como se fosse a<br />

entida<strong>de</strong> nacional e unitária<br />

dos trabalhadores brasileiros.<br />

Não participar da reunião <strong>de</strong><br />

agosto em São Bernardo é um<br />

primeiro passo, mas não é<br />

suficiente. Os sindicalistas<br />

conseqüentes têm que estar<br />

presentes, prestigiando a reu-<br />

nião da Pró-CUT <strong>de</strong> setembro<br />

para dinamizar a entida<strong>de</strong> e<br />

preparar um verda<strong>de</strong>iro Con-<br />

ciat. Precisam tomar a frente<br />

Jesta entida<strong>de</strong>, combatendo os<br />

reformistas e pelcgos. Com isso<br />

não se dará mais brecha ao<br />

divisionismo no movimento<br />

sindical. •<br />

VEJA A REAÇÃO DAS LIDERANÇAS<br />

VOZ DA UNIDADE 5/8/82<br />

O resultado do !! Enclat paulada evi<strong>de</strong>nciou, na opinião <strong>de</strong> Antônio Crispim.<br />

coor<strong>de</strong>nador da Fe<strong>de</strong>ração dos Trabalhadores na Agricultura do Estado <strong>de</strong> Sâo<br />

Paulo para a região da Alta Mogiana, a política essencialmente divisionista<br />

aplicada por militantes do Partido dos Trabalhadores: "Com esses elementos do<br />

PT é impossível tentar a unida<strong>de</strong> do movimento sindicaT. afirma taxativo. Crispim<br />

vai mais além:<br />

— Quando o Lula esteve aqui em RibeirSo Preto para um comício, <strong>de</strong>clarou para<br />

a imprensa local que o sindicalismo estava infiltrado pelas esquerdas, essa prática<br />

<strong>de</strong>monstra muito bem o divisionismo do PT. Os trabalhadores, tenho certeza, não<br />

concordam com isso.<br />

O sindicalista do campo diz que o movimento sindical tem o<strong>de</strong>ver<strong>de</strong> recusar-se a<br />

participar <strong>de</strong>sse Conclat, "pois está claro que as implicações eleitorais <strong>de</strong> um Con-<br />

gresso esse ano só servirão para prejudicar a classe trabalhadora", e <strong>de</strong>sabafa em<br />

tôm irônico:<br />

— Já que esse pessoal do PT está a fim <strong>de</strong> levar o movimento do jeito <strong>de</strong>les, eles<br />

que organizem e assumam a responsabilida<strong>de</strong>. Nós não somos a todo momento<br />

homenageados com o epiteto <strong>de</strong> pelego? Pois os autênticos que se encarreguem <strong>de</strong><br />

encaminhar as lutas.<br />

Indignado com as resoluções tiradas pelo Encontro, Arnaldo Gonçalves, presi-<br />

<strong>de</strong>nte do <strong>Si</strong>ndicato dos Metalúrgicos <strong>de</strong> Santos e membro da Pró-CUT, foi<br />

lacônico: "O nosso compromisso é com o avanço da luta dos trabalhadores, não<br />

com o que se viu nesse Enclat, que para mim, foi frustrante".<br />

- - A <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> realirar o Conclat esse ano - conclui Arnaldo põe a nu nossa<br />

divisão para os patrões. Precisamos encontrar um caminho que esteja acima das<br />

correntes políticas, e que favoreça a toda a classe trabalhadora.<br />

Irritação profunda<br />

Um fato provocou uma profunda irritação cm Hugo Pcrez, presi<strong>de</strong>nte da<br />

Fe<strong>de</strong>ração dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas <strong>de</strong> São Paulo e também<br />

membro da Pró-CUT. Segundo ele. a <strong>de</strong>cisão e os pronunciamentos feitos na<br />

plenária "<strong>de</strong>srespeitam a Comissão Pró-CUT enquanto entida<strong>de</strong> constituída por<br />

mais <strong>de</strong> cinco mil sindicalistas em Praia Gran<strong>de</strong>".<br />

— Críticas aos membros da Pró-CUT cabem sim — acrescenta Hugo Perez— e<br />

não po<strong>de</strong>mos escamotear essa questão. Mas o que não <strong>de</strong>veriam ter feito foi colocar<br />

a entida<strong>de</strong> sob suspeita, porque, <strong>de</strong> fato. é ela o que<strong>de</strong> mais representativo existe no<br />

movimento sindical nacional.<br />

As farpas lançadas pelos sindicalistas que se auto<strong>de</strong>nominam <strong>de</strong> "autênticos" ~<br />

todos ligados ao PT — à atuação da Comissão Pró-CUT perturbou a Raimundo<br />

Rosa <strong>de</strong> l ima. presi<strong>de</strong>nte do <strong>Si</strong>ndicato dos Pa<strong>de</strong>iros e integrante da Comissão<br />

Nacional. "O que me repugnou - - conta Raimundo Rosa - foi que esses sindi-<br />

calistas revelaram que não estão lutando por melhores condições <strong>de</strong> vida. ou<br />

lutando para que todo trabalhador carregue com uma só mão a ban<strong>de</strong>ira do m<br />

mento operário; estão, isso sim, lutando contra a Pró-CUT. a quem consi<strong>de</strong>ram seu<br />

maior inimigo".<br />

A divisão <strong>de</strong>monstrada pelos participantes do II Enclat.jiara Raimundo Rosa, *'é<br />

um verda<strong>de</strong>iro câncer, uma lepra, que <strong>de</strong>ve ser extinguida Ido .movimento sindical.<br />

Enquanto a situação persistir, o patrão e o governo, que são os nossos reais<br />

inimigos, estarão se divertindo c rindo às nossas custas" •<br />

11


SIWPICÂLISMC»<br />

EM TEMPO 12 a 25/8/82<br />

Augusto Cisar <strong>de</strong> Franco, secretário da comissão estadual pr&CUT <strong>de</strong> Goiás.<br />

Não queremos uma centrai apoiada nas cúpulas do<br />

sindicalismo atrelado<br />

— Por que • comissão pró-CUT <strong>de</strong><br />

Goiás e a Intenindical do RS resolve-<br />

ram convocar a rcunBo <strong>de</strong> 28-29 <strong>de</strong><br />

abasto?<br />

Augusto — Em primeiro lugar<br />

porque o Enclat <strong>de</strong> Goiás, contando<br />

com a participação <strong>de</strong> 194 camponeses<br />

e <strong>de</strong> 156 sindicalistas urbanos, <strong>de</strong>libe-<br />

rou esta providência caso a atual<br />

comissão nacional pró-CUT resolvesse<br />

<strong>de</strong>smarcar o Conclat/82. Depois<br />

porque fomos procurados por mem-<br />

bros da Intersindical do RS, cujo<br />

Enclat <strong>de</strong>liberou a mesma coisa, no<br />

sentido <strong>de</strong> assumirmos juntos a convo-<br />

cação para esta reunião' nacional das<br />

intersindicais estaduais com a C.N. pró-<br />

CUT.<br />

— Como você está vendo a reunião<br />

dos dias 11 c 12 <strong>de</strong> setembro?<br />

Aufusto — Pessoalmente, eu acho<br />

que <strong>de</strong>veria mos discutir esta questão na<br />

reunião nacional <strong>de</strong> 28 c 29 <strong>de</strong> agosto<br />

em São Bernardo, pesando bem as<br />

conseqüências que a atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> partici-<br />

par ou não teriam para o nosso objetivo<br />

<strong>de</strong> construção pela base <strong>de</strong> uma Central<br />

Única dos Trabalhadores, realmente<br />

representativa.<br />

— A Maioria tf os Eaclatt te<br />

tf<br />

a C.N. Pró-CUT tem seu mandato<br />

encerrado no dia 28/08 (1 ano após a I<br />

'Conclat). A reunião do dia 28-29<br />

po<strong>de</strong>ria tirar uma nova C.N. Pró-CUT?<br />

Augusto — Indiscutivelmente, esta<br />

atual C.N. Pró-CUT encerra seu<br />

mandato no dia 28 <strong>de</strong> agosto. A rigor,<br />

quem teria legitimida<strong>de</strong> para tirar uma<br />

outra C.N. Pró-CUT seria o Conclat.<br />

Todavia, uma reunião <strong>de</strong>mocrática<br />

como a que se realizará em Sâo<br />

Bernardo, contando com a participa-<br />

i ção <strong>de</strong> setores representativos do<br />

movimento sindical brasileiro, rão<br />

po<strong>de</strong>rá, cm hipótese alguma, <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong><br />

fazer propostas, no sentido <strong>de</strong> continui-<br />

da<strong>de</strong> do encaminhamento do nosso<br />

plano <strong>de</strong> lutas pela construção da CUT.<br />

— Inclusive remarcar o Conciat?<br />

Augusto — Na realida<strong>de</strong>, a <strong>de</strong>libera-<br />

ção <strong>de</strong> realizar o Conclat/ 82 não foi <strong>de</strong><br />

nenhum setor do movimento sindical,<br />

mas da 1 Conciat. Creio que o gran<strong>de</strong><br />

papel da reunião <strong>de</strong> São Bernardo será,<br />

como diz o próprio convite para esta<br />

reunião, discutir a "possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

colocar em prática as <strong>de</strong>liberações da<br />

Conclat/81 e da esmagadora maioria<br />

dos Endats realizados em 82*. E a<br />

realização do Canclat/82 foi uma<br />

<strong>de</strong>stas <strong>de</strong>liberações.<br />

— Como i


S1HVJCAL1SH0<br />

Continuação da pagina anterior: ENCLAT ESTADUAL.<br />

Pró-CUT <strong>de</strong>verá per<strong>de</strong>r o seu mandato, já<br />

que ela foi eleita apenas por um ano, não<br />

<strong>de</strong>vendo passar a ser biônica.<br />

Em São Paulo foi aprovada uma pro-<br />

posta que está sendo encaminhada pela<br />

Comissão Intcrsindical paulista, que é a <strong>de</strong><br />

realizar nos dias 27,28 e 29 próximos, uma<br />

reunião da atual comissão Pró-CUT, com<br />

a presença <strong>de</strong> 10 representantes <strong>de</strong> cada<br />

um dos Estados que já elegeram suas<br />

comissões locais. Serão discutidas as bases<br />

para a criação <strong>de</strong> uma nova comissão<br />

nacional c será acertada a data para reali-<br />

zação da CONCLAT e da fundação da<br />

CUT.<br />

A posição da diretoria do <strong>Si</strong>ndicato dos<br />

Metalúrgicos <strong>de</strong> São José dos Campos é a<br />

<strong>de</strong> jogar toda força para que, daqui pra<br />

frente, o processo <strong>de</strong> criação da nossa<br />

O temàrio e as Resoluções òo II<br />

Enclat/SP estão divididos em três:<br />

1 — A questão nacional; H — Mo-<br />

vimento <strong>Si</strong>ndical; Conctat e Pró-<br />

CUT e IH — A questSo interna-<br />

cional.<br />

/ — í (jiivstão<br />

nnrional c tt iivitnrt*<br />

dns lulns (In clusse<br />

triihidluidont<br />

Consi<strong>de</strong>rando que a crise do re-<br />

gime militar se aprofunda e os<br />

patrOes e o çovemo procuram<br />

jogar o ônus <strong>de</strong>sta crise sobre<br />

as costas da classe trabalha-<br />

dora;<br />

Consi<strong>de</strong>rando que os trabalha-<br />

dores tèm resistido, mas as suas<br />

mobilizações ainda carecem <strong>de</strong><br />

uma direção nacional para se ge-<br />

neralizarem; '<br />

Os trabalhadores reunidos no II<br />

Enclat <strong>de</strong> Sflo Paulo: reafirmam o<br />

plano <strong>de</strong> lutas aprovado pela V<br />

Conclat, com a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

unificar as lutas e as campanhas<br />

salariais.<br />

Propõem campanhas, formas<br />

<strong>de</strong> luta e meios <strong>de</strong> mobllizaç&o,<br />

conclamando todos os trabalha-<br />

dores a levarem como ban<strong>de</strong>ira<br />

a luta contra a ditadura militar.<br />

1 — PLANO DE LUTAS<br />

a) Contra o <strong>de</strong>semprego<br />

1) Estabilida<strong>de</strong> no emprego<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o 1° dia <strong>de</strong> trabalho, fim dos<br />

empregos temporários e dos con-<br />

tratos <strong>de</strong> experiência;<br />

2) — Salarto


SIWPTCALISMO M<br />

continuação da pagina anterior:<br />

Pr6CUT — cujo mandato<br />

vence a 28 <strong>de</strong> agosto —<br />

reunião para a qual a Co-<br />

missão não recebeu qual-<br />

quer mandato<br />

/// — . 1 ({itostãi)<br />

interfuirional<br />

1) — Luta pela extinção do <strong>de</strong>-<br />

creto-Lei n" 1.149 e <strong>de</strong>cre"i n'<br />

68/^5 que proíbem a 'i Ilação das<br />

entida<strong>de</strong>s sindicais a qualquer or-<br />

ganismo Inter-sindical internacio-<br />

nal.<br />

2) — Levar o» prottemas in-<br />

ternacionais para as bases discu-<br />

tirem;<br />

3) — Intercâmbio entre os tra-<br />

balhadores que trabalham em em-<br />

AS RESOLUÇÕES<br />

presas multinacionais.<br />

4) — Apoio è iufa dos trabalha-<br />

dores e dos povos <strong>de</strong> El Salvador<br />

e aos palestinos e povo libanês,<br />

Inicuslve no plano multar. Nestes<br />

países, o povo <strong>de</strong>senvolveu uma<br />

encarniçada luta armada contra<br />

o imperialismo e seus represen-<br />

tantes locais, seja o governo tite-<br />

re <strong>de</strong> Ei Salvador, seja o sionismo<br />

fascista que promove o genocí-<br />

dio do povo palestino e libanês.<br />

5) — Estreitar a solidarieda<strong>de</strong><br />

entre os trabalhadores;<br />

6) — Lutar por uma nova or<strong>de</strong>m<br />

econômica internacional, mais<br />

Justa e que atenda às necessida<strong>de</strong>s<br />

dos povos por uma vida melhor;<br />

7) — Apoiar a luta <strong>de</strong> todos os<br />

povos contra o imperialismo, o<br />

colonialismo e o raci 5mo;<br />

0 TRABALHO 5 a 11/8/82<br />

Com a <strong>de</strong>bandada dos pelegos, a Tribuna<br />

ficou sem rumo<br />

A <strong>de</strong>fesa do cancelamento do Conclat em<br />

82 é uma» tarefa difícil.. A única saída é<br />

inverter as posições, falsificar as informações,<br />

confundir e, principalmente, ignorar que a<br />

maioria esmagadora dos <strong>de</strong>legados nos En-<br />

clats regionais foi totalmente a favor da <strong>de</strong>ci-<br />

são tomada no ano passado na Praia Gran<strong>de</strong>:<br />

Conclat em 82; Por isso mesmo, para <strong>de</strong>fen-<br />

<strong>de</strong>r o "Conclat em 83", os pelegos e burocra-<br />

tas <strong>de</strong> ofício,precisavam <strong>de</strong> mâo-<strong>de</strong>-obra es-<br />

pecializada, com uma fala radical, aguerrida<br />

e provocadora.<br />

A fonte <strong>de</strong>ssa matéria foi o jornal Tribuna<br />

Operária, cujos colaboradores foram, o tem-<br />

po todo, a voz da pelegada.<br />

Primeiro, editaram um número especial do<br />

seu jornal sem falar se eram contra ou s favor<br />

do realização do Conclat em 82. Segundo,<br />

apesar <strong>de</strong> criticarem a Comissão Nacional<br />

Pró-CUT, em nome da "unida<strong>de</strong>", atacavam<br />

duramente todos aqueles que <strong>de</strong>fendiam as<br />

<strong>de</strong>liberações da base sindical.<br />

Golpearam continuamente a mesa. Grita-<br />

ram, juntamente com Rogério Magri (presi-<br />

<strong>de</strong>nte do <strong>Si</strong>ndicato dos Eletricitários <strong>de</strong> SP,,.<br />

freqüentemente chamado <strong>de</strong> pelego e contrá-<br />

rio à CUT e ao Conclat em qualquer ano),<br />

acusando — que ironia — os dirigentes do<br />

ABC <strong>de</strong> pelegos. E, <strong>de</strong>pois da <strong>de</strong>rrota <strong>de</strong> sua<br />

posição — "Conclat/83'— tentaram impedir<br />

a continuida<strong>de</strong> dos trabalhos, <strong>de</strong>sprezando e<br />

provocando o plenário.<br />

Em vão. Com a <strong>de</strong>bandada dos pelegos e<br />

seus clientes, ficaram reduzidos a um grupe-<br />

lho sem rumo, mal-humorado e estranho aos<br />

trabalhadores •<br />

Adivinhe:<strong>de</strong> que lado ficou a Convergência?<br />

A estréia da Convergência Socialista (CS) se transformou rapidamente nujna nova lista,<br />

foi marcada pela <strong>de</strong>fesa da posição: "que o agora com 8 nomes <strong>de</strong> seus colaboradores,<br />

Enclat se posicione pelo voto PT em novem- apresentados como militantes <strong>de</strong> base.<br />

bro". Isto é, quando todas as forças contrá- Como a composição da Comissão seria<br />

rias aos trabalhadores se concentravan no proporcional ao número <strong>de</strong> votos recebidos, o<br />

senado <strong>de</strong> evitar que o Enclat chegasse ao seu leitor po<strong>de</strong> fazer umá idéia do que significaria<br />

final utilizando-se para isso inclusive <strong>de</strong> ata- uma Comissão Estadual Pró-CUT <strong>de</strong> SP com<br />

ques ao PT, essa proposta da CS <strong>de</strong>u ânimo esse bloco <strong>de</strong> simpatizantes da CS..<br />

aos pelegos pra multiplicarem seus at?ques Seria <strong>de</strong> fato, o golpe do século. Só que<br />

verbais e dificultar os trabalhos.<br />

<strong>de</strong>sta vez, não um golpe nos banqueiros, mas<br />

Mas até aí, po<strong>de</strong>ria parecer um arroubo nos trabalhadores pauMstas. E tudo isso,"com<br />

juvenil. O pior estaria por vir. Quando o o voto dos pelegos, stalinistas e tribuneiros.<br />

plenário <strong>de</strong>veria votar a Comissão Estadual Sensata foi a posição dos dirigentes sindi-<br />

Pró-CUT, a CS apresentou uma lista idêntica<br />

cais que se retiraram da lista da CS. E,<br />

X apresentada por Luis Gushiken dos bancáconforme<br />

<strong>de</strong>cisão do plenário, por não ter 25<br />

rios <strong>de</strong> SP, com a inclusão <strong>de</strong> um nome, <strong>de</strong> nomes,, somente foi colocada em votação a<br />

um militante <strong>de</strong> base metalúrgico <strong>de</strong> S.Anlista<br />

apresentada por Gushiken, e que foi<br />

d^, colaborador da CS. O plenário aplaudiu,<br />

eleita.<br />

ou melhor, parte <strong>de</strong>le, justamente a parcela<br />

Esses mesmos colaboradores da CS, então,<br />

qi e se postava <strong>de</strong> pé, ostensivamente contra o se abstiveram da votação. Voz da Unida<strong>de</strong>,<br />

Etcontro, os tribuneiros, burocratas em seus Tribuna Operária, Hora do Povo, os pelegos<br />

clientes, que gritaram: "os pelegos racha- e a Convergência não aprovaram a nova<br />

ram."<br />

Comissão Estadual.<br />

Cada um escolhe o seu lugar. A CS está<br />

Percebendo o apoio recebido, a lista da CS escolhendo o <strong>de</strong>la.<br />

8) — Apoio a todos os povos<br />

que lutam pela sua libertação e<br />

in<strong>de</strong>pendência nacional como o*<br />

<strong>de</strong> El Salvador e Guatemala;<br />

9) — Defesa da Revoluçfto Ni-<br />

caraguense;<br />

10) — Pelo direito do povo Pa-<br />

lestino á sua pétria. Repúdio ao<br />

ataque <strong>de</strong> Israel contra o povo<br />

palestino e libanês; «<br />

11) — Aprofundar, estreitar a<br />

solidarieda<strong>de</strong> e unida<strong>de</strong> da Améri-<br />

ca Latina na luta antl-lmperiallsta<br />

e pela <strong>de</strong>mocracia, pela libertação<br />

dos presos políticos;<br />

12) — Pela libertação dos pre-<br />

sos poiitlcos e anistia a todos os<br />

perseguidos no'Uruguai, Chile. Ar-<br />

gentina, BollVIa a <strong>de</strong>mais países. ^


SJHVICAL1SH0 15<br />

A mo<strong>de</strong>rnização dos "pelegos"<br />

dos petistas e a política<br />

Por Réflis Moraes<br />

J'i há algum tempo estamos di/endo<br />

que a recomposaçio do movimento<br />

operário passa por duas Unhas <strong>de</strong><br />

ação: pela revitalização das lutas localizadas<br />

contra a política <strong>de</strong> recessão das empresas e do<br />

governo e, por outro lado. pelo avanço das<br />

artkulaçSes intersindicais. Essas duas linhas<br />

U combinam muitas veies <strong>de</strong> modo contra-<br />

ditório.<br />

Os resultados dos Enclats tèm mosirado,<br />

por exemplo, um avanço do sindicalismo<br />

combativo, anti-burocrático e anti-pelcgo. Ao<br />

mesmo tempo, os sindicatos controlados ou<br />

inlluenciados por correntes reformistas lem<br />

sido levados a uma "mo<strong>de</strong>rnização" visivel.<br />

Quem olha a imprensa do sindicato metalúrgi-<br />

co da capitai paulista, por exemplo, nolaasua<br />

lentirtiva <strong>de</strong> reproduzir, ã sua maneira, as<br />

iniciativas <strong>de</strong> sindicatos "autênticos" como o<br />

<strong>de</strong> S. Bernardo, por exemplo.<br />

O mesmo se po<strong>de</strong> di/er <strong>de</strong> sua prática <strong>de</strong><br />

organi/nção e sustentação <strong>de</strong> lulas locali/a-<br />

.las. como é o caso da Haupt, lelelunken,<br />

Sharp, Hei etc. £ sem dúvida uma política<br />

contraditória. Por um lado, evi<strong>de</strong>ntemente.<br />

Ia/ subir a estrela dos reformistas e mesmo <strong>de</strong><br />

tradicionais pelegos, reforçando sua posição<br />

nas intersindicais. Por outro htdo. o preçoque<br />

eles tem que pagar c assumir um estilo <strong>de</strong><br />

trabalho que. em certa medida, significa u<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um avanço do movlmemo<br />

uperárlo. o que implica no reforço <strong>de</strong> uma<br />

política slr^lical autemica.<br />

Sem dúvida, para essa iranslormação foi<br />

impor!;;mlssima" ^r pTessânr sentida-pchis<br />

iclormiNtas diante do peso da oposição sindical<br />

nos votos que as fábricas <strong>de</strong>positaram nas<br />

últimas eleições. Foi.igualmente Importante o<br />

fato <strong>de</strong> que eles sentiram o impacto <strong>de</strong> lutas<br />

locall/adas. como é o caso da Masscy<br />

I erguson. on<strong>de</strong> a diretoria do sindicato foi<br />

marginaIr/ad.i -c- repMdiíida- pelos-rtperáriov<br />

Importante ainda a repúdio da categoria à<br />

proposta <strong>de</strong> pacto social da última campanha<br />

salarial. Sem essa pressão tinto <strong>de</strong> uma<br />

política agressiva <strong>de</strong> oposição sindical e sem<br />

a pressão da luta <strong>de</strong> classes, c impossível<br />

compreen<strong>de</strong>r a "mudança" <strong>de</strong>ssas direções<br />

■sindicais. Quem não percebe íSM. corre o rbco<br />

<strong>de</strong> atribuir as mudanças apenas às ihtençõésT<br />

dos reformistas.<br />

À necessida<strong>de</strong> da direção /<br />

Mas essa "mo<strong>de</strong>rnização" só conseguirá ser<br />

positiva para o avanço <strong>de</strong> iima potítica<br />

sindical conseqüente se for acompanhada dtr<br />

SM TEMPO 12 a 25/8/82<br />

uma direção conseqüente, planejada e<br />

organizada do sindicalismo combativo. Uma<br />

política <strong>de</strong> oposição não se faz. exclusivamente<br />

em cima <strong>de</strong> nomes, mas em cima <strong>de</strong> posiçôese<br />

práticas, a partir <strong>de</strong> um principio <strong>de</strong> repudiará<br />

estrutura sindical, nas mais elementaresi,<br />

normas que enforcam as entida<strong>de</strong>s e nas.<br />

iniciativas <strong>de</strong> organi/ar, unificar e generalizai'<br />

as lutas. Uma outra política, <strong>de</strong> ausência,seria<br />

imobilista e portanto reforçaria o peleguismo.<br />

mesmo que essa não fosse a nossa intenção.<br />

Muitos <strong>de</strong>sses sindicatos como o dos<br />

metalúrgicos da capital paulista entram<br />

agora na reta <strong>de</strong> chegada <strong>de</strong> campanhas<br />

salariais. í urgente a realização <strong>de</strong> plenárias<br />

dos militantes petistas <strong>de</strong>ssas categorias, no<br />

sentido <strong>de</strong> lormular uma política clara, sem<br />

segredos <strong>de</strong> bastidores, que possa polarizar o>,<br />

sindicalistas combalivos. Abandonar essa<br />

iniciativa, significa <strong>de</strong>ixai ao sabor dos<br />

acontceiineiuos e às or<strong>de</strong>ns da política.<br />

reformista a condução do movimento. K<br />

portanto, abrir a porta a um retrocesso. Nfti»<br />

existe avanço unitário c combativo do<br />

movimentooperário sem <strong>de</strong>mocracia sindical,.<br />

F. a <strong>de</strong>mocracia se conquista e mantém com<br />

uma política (não apenas nomes) oposicionis-<br />

ta oruani/ada e clara-. -•.,_. t<br />

Em todo o pais, a <strong>de</strong>cisão:<br />

Conclat em 82<br />

Sem maiores comentários da gran<strong>de</strong><br />

imprensa, sem as promoçOes cotidianas das<br />

agências <strong>de</strong> notícia, mais preocupadas em<br />

alar<strong>de</strong>ar os banquetes dos empresários com<br />

os ministros dos generais, o movimento<br />

sindical brasileiro viveu um <strong>de</strong> seus<br />

momentos mais importantes dos últimos<br />

anos.<br />

Realizou-se em <strong>Si</strong>o Paulc^o II Encontro<br />

Estadual da Classe Trabalhadora<br />

(Enclat/SP), que <strong>de</strong>cidiu pela realização do<br />

Congresso Nacional da Classe Trabalhadora<br />

(Conclat) neste ano <strong>de</strong> 1982.<br />

Juntamente com o Encontro <strong>de</strong> Santa<br />

Catarina, o Enclat <strong>de</strong> Sáo Paulo foi o 12°<br />

Encontro estadual que tomou essa <strong>de</strong>cisão.<br />

Depois do golpe promovido pela maioria<br />

da Comissão Nacional Pró-Central Única dos<br />

Trabalhadores (Pró-CUT) que, em sua<br />

reunião dia 17 último^ancelou o Conclat, a<br />

<strong>de</strong>cisão dos sindicalistas paulistas foi a mais<br />

contun<strong>de</strong>nte ,e <strong>de</strong>cisiva resposta dada em<br />

<strong>de</strong>fesa da <strong>de</strong>mocracia e da in<strong>de</strong>pendência do<br />

movimento operário.<br />

É a própria luta pela construção da CUT<br />

pela base que está em jogo. Ê o direito dos<br />

trabalhadores apresentarem suas próprias<br />

reivindicações num ano eleitoral como este,<br />

em que o regime militar faz o possível e o<br />

0 TRABALHO 5 a 11/8/82<br />

impossível para fraudar o pleito. Ê a<br />

afirmação da soberania do movimento<br />

sindical, recusando a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> cúpula <strong>de</strong><br />

um grupo <strong>de</strong> dirigentes, que arrogam para si<br />

o "direito" <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir pelos — e contra — os<br />

trabalhadores.<br />

O Enclat <strong>de</strong> São Paulo foi claro: os<br />

trabalhadores têm o direito <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir pelo<br />

curso <strong>de</strong> seu movimento. Chega <strong>de</strong><br />

manipulação: <strong>de</strong>mocracia e in<strong>de</strong>pendência<br />

para que possamos construir o nosso <strong>de</strong>stino.<br />

A tensão que se estabeleceu no movimento<br />

sindical <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a <strong>de</strong>cisão ilegítima da Comissão<br />

Pró-CUT exige um <strong>de</strong>senlace positivo. E os<br />

trabalhadores reunidos em São Paulo <strong>de</strong>ram<br />

seu parecer: não reconhecemos a <strong>de</strong>cisão do<br />

cancelamento do Conclat; não reconhecemos<br />

a reunião <strong>de</strong> 11/12 <strong>de</strong> setembro, convocada<br />

pela Pró-CUT para reformular a sua<br />

composição, reor<strong>de</strong>nar seus trabalhos<br />

ignorando as <strong>de</strong>cisões da Conclat da Praia<br />

Gran<strong>de</strong> do ano passadq,e cooptar as<br />

Confe<strong>de</strong>rações pára a Pró-CUT. Tudo isso,<br />

numa <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> gabinete, que pensa po<strong>de</strong>r<br />

fazer e <strong>de</strong>sfazer em nome dos trabalhadores.<br />

A Comissão Nacional Pró-CUT foi eleita<br />

em agosto do ano passado e seu mandato<br />

<strong>de</strong>ve se extinguir no final <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong>ste ano<br />

Somente um Congresso Nacional tem o<br />

direito <strong>de</strong> constituir uma direção para o


SIWPICALISMO 16<br />

Continuação da pagina<br />

anterior: EM TODO 0...<br />

<strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> 11 Enclats estaduais, aos quais<br />

veio se somar o <strong>de</strong> São Paulo, exigem que a<br />

continuida<strong>de</strong> da luta dos trabalhadores<br />

permaneça sob seu estrito controle.<br />

Por isso mesmo, o Enclat <strong>de</strong> São Paulo<br />

respon<strong>de</strong>u afirmativamente ao convite feito<br />

pelas Intersindicais do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul e<br />

<strong>de</strong> Goiás, para à realização <strong>de</strong> uma Reunião<br />

Nacional em 28/29 <strong>de</strong> agosto, para discutir a<br />

realização do Conclat este ano.<br />

TOdas as forças encasteladas no<br />

sindicalismo oficial, parasitas <strong>de</strong> carreira,<br />

burocratas, procuram mostrar que a<br />

"unida<strong>de</strong> é a cúpula". Todas as forças<br />

comprometidas com o movimento operário,<br />

que têm lutado pela sua sobrevivência contra<br />

os ataques incessantes do regime militar<br />

afirmam que a unida<strong>de</strong> só po<strong>de</strong> ser realizada<br />

sem o sacrifício da <strong>de</strong>mocracia e da<br />

in<strong>de</strong>pendência do movimento.<br />

A reunião <strong>de</strong> 28/29 <strong>de</strong> agosto adquire<br />

assim enorme importância: ela vai discutir a<br />

soberania das <strong>de</strong>cisões dos trabalhadores.<br />

Diante <strong>de</strong>la, cada Intersindical, cada<br />

dirigente, nacional ou regional, cada<br />

militante sindical <strong>de</strong>ve escolher seu lugar.<br />

Ou construiremos a CUT pela base,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e <strong>de</strong>mocrática, ou aceitaremos<br />

que a minoria manipule a maioria, como tem<br />

ocorrido com a classe trabalhadora em quase<br />

toda a sua <strong>história</strong>. - 4<br />

O RECADO DE<br />

fiumercindo<br />

NOTICIAS POPULARES 4/8/82<br />

O nENCLAT-SP foi uma vitória doMorliMoto <strong>Si</strong>ndi-<br />

cal, contando com « p«rtki(Hicf o <strong>de</strong> cerc* <strong>de</strong> 900 dd»-<br />

p4», representantes <strong>de</strong> praticam«tte todas Mcatofo-<br />

rias proossionais <strong>de</strong> todos os pontos do Estado. Ls-<br />

meotivel apenas, neste aspecto, que a Fe<strong>de</strong>raçio dos<br />

Trabalhadores na Agricultura, cuto presi<strong>de</strong>nte era<br />

membro da Omissão NadonalPróCUT.niotstí» fei-<br />

to qualquer esforço para que os trabalhadores rurais es-<br />

A principal votação-CONCLAT em «Sou CONCLAT<br />

ms3 —resultou em apenas dois votos <strong>de</strong> (Sfcrencs pa-<br />

ra a primeira proposta (387 a 368).<br />

Nada mais natural, em um ambiente ota<strong>de</strong> w resol-<br />

vem as coisss pelo voto. O aspecto <strong>de</strong> divisão foi criado<br />

pelos qoe »ó enten<strong>de</strong>m a unida<strong>de</strong> quando ela se dá em<br />

torno <strong>de</strong> suas propostas, não reconhecendo a daoiocra-<br />

da do movimento dos trabalhadores.<br />

Elegendo, pela primeira vez em São Pado, a Comis-<br />

são Estadual pró-CUT, o Movimento <strong>Si</strong>ndical <strong>de</strong>u im-<br />

portante passo na luta contra o sindicallsnw) atrelado e<br />

oqxilistae pela construção da Central Única dos Traba-<br />

lhadores. Dez sindicaUstas recusaram-se a partidpar<br />

da comissão que é composta <strong>de</strong> 25 membros, embora<br />

«onstassem da chapa única apresentada ao plenário.<br />

Não reconheciam os resultado» das votações •queriam<br />

estar em maioria.<br />

Este procedimento cria, sem dúvida, unut gran<strong>de</strong> dfi-<br />

culda<strong>de</strong> para o movimento sindical. No entanto, como<br />

haviam iddo indicados indivídaateente, agiram no seu<br />

direito político <strong>de</strong> aceitar apenas a composição que COD-<br />

sí<strong>de</strong>rassem melhor.<br />

Da mesma maneira, é legitimo o direito <strong>de</strong> psrüdpa-<br />

çâo <strong>de</strong> todos os sindicatos e assodaçfie no plenário <strong>de</strong><br />

entídadn que, sem dúvida, será ocovocadopela Comis-<br />

são Estadual e ninguém po<strong>de</strong>rá tojpedir essa partíclps-<br />

çêo sete qual for o sen cargo na diretoria <strong>de</strong> qualquer<br />

entida<strong>de</strong>. Q<br />

GumerciiKio Minwmsm Neta é pntl<strong>de</strong>nic d» Aaaoctacto dos ProfMw-<br />

ret


SINDICALISMO 17<br />

Azevedo, membro da diretoria do sindicato dos Metroviários e<br />

membro da comissão pró-CVT/SP<br />

CM<br />

00<br />

00<br />

cs<br />

«8<br />

cs<br />

o<br />

eu<br />

23<br />

Cd<br />

H<br />

X<br />

O que me preocupa é o que po<strong>de</strong> vif a acontecer<br />

com os trabalhadores após as eleições<br />

Minha avaliação do Enclal <strong>de</strong><br />

São Paulo, apesar dos <strong>de</strong>senconuos<br />

havidos, i posiiiva. CK <strong>de</strong>legados<br />

(tvcfam uma posição firme, negan-<br />

do o adiamemo do Conciat para 83.<br />

fico. porém, preocupado com o<br />

resultado final. A unida<strong>de</strong> do movi-<br />

mento sindical em São Paulo está<br />

ameaçada. Temos, portanto, ijue<br />

encontrar um <strong>de</strong>nominador co-<br />

mum, que impeça a nossa divisão.<br />

Acho, por exemplo, que o Con-<br />

ciat po<strong>de</strong>ria se realizar ainda este<br />

ano, <strong>de</strong>pois das eleições, em <strong>de</strong>zem-<br />

bro, embora <strong>de</strong> meu ponto <strong>de</strong> vista<br />

as eleições não são fator impeditivo<br />

da realização do Congresso. O que<br />

me preocupa é o que po<strong>de</strong> acontecer<br />

aos trabalhadores passadas as elei-<br />

ções Teremos novos pacotes, o fim<br />

dos reajustes semestrais, por exem-<br />

plo, e nós estaremos <strong>de</strong>sorganiza-<br />

dos, débeis.<br />

1 ..^Jos os componentes da pró-<br />

CUT eleita estão preocupados com<br />

a unida<strong>de</strong>, procurando o seu cami-<br />

nho. Embora, ninguém negue a legi-<br />

timida<strong>de</strong> da comissão, pots ha uma<br />

situação <strong>de</strong> fato e <strong>de</strong> direito,<br />

f.mbora alguns possam não concor-<br />

dar, nós fomos eleitos em plenário.<br />

E eu acho, que politicamente vai<br />

ser muito ruim para aqueles que<br />

saíram, se negaram a participar,<br />

principalmente se eles insistirem em<br />

não trabalhar junto conosco. É<br />

cedo, porém, para se saber se eles<br />

vão ou não querer trabalhar junto.<br />

Nós os estamos procurando. Não<br />

vamos ser nós que ficaremos com a<br />

pecha <strong>de</strong> diusiouistas.<br />

Sobre a plenária intersindical do<br />

dia 28 29 <strong>de</strong> agosto, estamos<br />

enviando convites para todos os<br />

Estados para virem participar, Ao<br />

contrário, nossa participação na<br />

reunião do dia 11; l2<strong>de</strong>sctembrosó<br />

viria legitimá-ia. jjor isso não <strong>de</strong>ve-<br />

mos ir, Mas esta e uma questão para<br />

ser discutida. Precisamos solucionar<br />

a questão, o impasse que po<strong>de</strong>rá se<br />

verificar, <strong>de</strong> forma a mais política-<br />

possível. •<br />

Gilmar Santos, vice presi<strong>de</strong>nte 4o <strong>Si</strong>ndicato dos Bancários, membro da Comissão<br />

Pró-CUT estadual, eleita no Enclat-SP<br />

Não nos subordinaremos às <strong>de</strong>cisões<br />

das fe<strong>de</strong>rações e confe<strong>de</strong>rações<br />

Os impasses do movimento sindi-<br />

cal se aprofundaram na Enclat <strong>de</strong> S.<br />

Paulo. A maioria da comissão<br />

nacional pró-CUT tem uma propos-<br />

ta clara <strong>de</strong> submeter o movimento<br />

sindical brasileiro a estrutura sindi-<br />

cal, vinculando a direção nacional<br />

às fe<strong>de</strong>rações e confe<strong>de</strong>rações. Ê o<br />

caso da mobilização contra o pacote<br />

da previdência, levado junto às con-<br />

fe<strong>de</strong>rações e o I? <strong>de</strong> maio, contro-<br />

lado pelas fe<strong>de</strong>rações.<br />

Esse impasse, no Enclat <strong>de</strong> S.<br />

Paulo, surgiu na disputa entre a rea-<br />

lização do Conciat em 82 ou seu<br />

adiamento para 83 <strong>de</strong>fendido pela<br />

maioria da comissão nacional pró-<br />

CUT. Estavam tentando <strong>de</strong>rrottr os<br />

sindicatos mais combativos que<br />

<strong>de</strong>vido a sua composição ampla e<br />

hctcrogèoca, carecem d« uma dire-<br />

ção mais sólida.<br />

Per<strong>de</strong>ram e foram iníbeis ao se<br />

retirarem da direção estadual por-<br />

que, querendo ou não, S Paulo é o<br />

centro do movimento operário bra-<br />

sileiro e a sua direção hoje está na<br />

mão do pessoal que tem uma polí-<br />

tica <strong>de</strong> enfrentamento aos patrões e<br />

ao governo.<br />

Possível ínente na reunião plená-<br />

ria imer-smdical dos dias 28 e 29<br />

agora convocada também por S.<br />

Paulo, os reformistas e pelegos não<br />

virão e é provável que a CONTAG<br />

também não venha. E se vierem<br />

setores «ignificativos das intór-sín-<br />

dtcais eleitas nos estados? Porowtro<br />

lado, nós não vamos na reunião do<br />

dia M e 12 <strong>de</strong> setembro, convocada<br />

pela wó-CUT nacional junto com<br />

as fe<strong>de</strong>rações e confe<strong>de</strong>rações, O im-<br />

passe te aprofundará ainda mais. E<br />

te o iK»oetl resoiver fuer o Conciat<br />

sem «s reformistas e pelegos. ai o<br />

movimemo sindicai et» rs dividido.<br />

Hoje nenhum dos setores po<strong>de</strong> te<br />

reivindicar da direção e da unida<strong>de</strong><br />

do movimento. Ninguém tem a dire-<br />

ção geral e unitária sobre o conjunto<br />

do movimento. A única alternativa<br />

que temos é os dois lados tomarem<br />

vergonha na cara e sentarem para<br />

conversar, como ocorreu na prepa-<br />

ração do Conciat em 81. Isso não<br />

ocorreu agora. O que houve foi uma<br />

tentativa <strong>de</strong> confronto.<br />

Temos a certeza que a reunião do<br />

dia 28 e 29 estará representando a<br />

<strong>de</strong>cisão da maioria dos <strong>de</strong>legados da<br />

maioria dos Enclats já realizados no<br />

país, mas mesmo assim isso não é<br />

garantia <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>. Não nos subor-<br />

dinaremos às fe<strong>de</strong>rações e confe<strong>de</strong>-<br />

rações. A plenária das intef-tindí-<br />

cais terá por objetivo avaliar os<br />

rumos do movimento e <strong>de</strong>finir os<br />

encaminhamentos da Conciat.<br />

Enten<strong>de</strong>mos c|ue a única forma <strong>de</strong><br />

recompor a direção nacional é um<br />

Congresso %<br />

Luiz Antônio, secretário Geral do <strong>Si</strong>ndicato dos Metalúrgicos <strong>de</strong> S. Paulo,<br />

Jt<br />

Não participamos da pró-CUT estadual porque sua<br />

composição visa imptodir a pró-CUT nacional<br />

Uma avaliação mais precisa da<br />

Enclat <strong>de</strong> S. Paulo ainda está por se<br />

fazer, quando acalmarem-se os<br />

ânimos e baixar a poeira. O <strong>Si</strong>ndi-<br />

cato dos metalúrgicos <strong>de</strong> S. Paulo<br />

ainda não fez esta avaliação. O que<br />

eu posso dizer é que concretizou<br />

uma gran<strong>de</strong> divisão no movimento<br />

sindical. Esta divisão não ocorre ao<br />

nível das reivindicações do movi-<br />

mento sindica! nem mesmo ao nível<br />

da prática sindical, mas sim por<br />

motivos político partidários. Hoje<br />

não há diferença entre a prática do<br />

sindicato dos metalúrgicos <strong>de</strong> S.<br />

Paulo e |a prática dos sindicatos<br />

mais combativos.<br />

A divisão ocorre porque não<br />

sentamos para discutir coisas con-<br />

cretas. O Enclat mostrou uma divi-<br />

são do movimento e a pró-CUT<br />

estadual eleita representa apenas um<br />

setor do movimento.<br />

Não participamos da pró-CUT<br />

estadual porque sua composição<br />

majoritária visa implodir a pró-<br />

CUT nacional. Mas não abandona-<br />

mos o encontro estadual: reconhe-<br />

cemos a comissão eleita c temos<br />

toda a disposição necessária para<br />

trabalharmos juntos.<br />

As resoluções <strong>de</strong> realizar a Con-<br />

ciat em 82. do encerramento do<br />

mandato cia,'pró-CUT dia 28 <strong>de</strong><br />

agosto e da reunião para os dias Í8 e<br />

29 <strong>de</strong> agosto, enten<strong>de</strong>mos apenas<br />

como indicativas para a comissão<br />

nacional pf)ô-CUT. Ninguém, a não<br />

ser um Conciat. po<strong>de</strong> cassar manda-<br />

tos da pró-CUT. Por outro lado.<br />

enten<strong>de</strong>mos a reunião das inter-sin-<br />

dicais convocada para os dias 28 c<br />

29 <strong>de</strong> agosto como di visionista e não<br />

participa remos <strong>de</strong>la. Reconhecemos<br />

apenas a reunião do dia II e 12 <strong>de</strong><br />

setembro, convocada pela própria<br />

pró-CUT. O objetivo <strong>de</strong>ssa reunião<br />

c analisar a situação do movimento<br />

sindical, marcar a data da Conciat e<br />

criar alguns esquemas <strong>de</strong> trabalho.<br />

Não po<strong>de</strong> alterar a composição da<br />

pró-CUT, já que a comissão não<br />

po<strong>de</strong> restnngir-se ou ampliar-se.<br />

não tem po<strong>de</strong>res para dar mandato<br />

a ninguém. Tem que permanecer os<br />

mesmos elementos até um novo<br />

Conciat. •


SIN0ICALISM0<br />

Enclat <strong>de</strong> Minas esmaga<br />

proposta divisionista<br />

ü principal resultado do Enctal<br />

mineiro foi a completa <strong>de</strong>rrota <strong>de</strong><br />

todas as tentativas <strong>de</strong> dividir o<br />

movimento sindical. A primeira<br />

gran<strong>de</strong> polêmica foi quanto a reali-<br />

zação ou não do Congresso Nacio-<br />

nal das Classes Trabalhadoras<br />

(Conclat) este ano. Por ampla<br />

maioria os <strong>de</strong>legados se posiciona-<br />

ram contra a realização <strong>de</strong> um<br />

congresso divisionista este ano.;<br />

Como explicou o metalúrgico<br />

José Vieira, <strong>de</strong>legado <strong>de</strong> base. "Se<br />

o Enclat tivesse se realizado antes<br />

da <strong>de</strong>cisão da Pró-CUT. <strong>de</strong> adiar o<br />

Conclat. e antes da Confe<strong>de</strong>ração<br />

Nacional dos Trabalhadores na<br />

Agricultura (Contag) tomar a posi-<br />

ção <strong>de</strong> não participar do Congres-<br />

so este ano. a nossa posição seria<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa intransigente <strong>de</strong> sua reali-<br />

zação «ml 982. como forma <strong>de</strong><br />

pressão.' O quadro porém é outro.<br />

Realizar o Conclat a qualquer<br />

custo agora significa não contar<br />

com a participação <strong>de</strong> boa parte do<br />

movimento sindical, principalmen-<br />

te do sindicalismo rural. <strong>Si</strong>gnifi-<br />

ca dividir o movimento. Por isso<br />

<strong>de</strong>fendi e votei pelo Conclat em<br />

1983".<br />

REPÚDIO À DIVISÃO<br />

Outra gran<strong>de</strong> discussão foi<br />

quanto às reuniões <strong>de</strong> articulação<br />

do movimento sindical nacional. A<br />

pró-CUT convocou uma reunião<br />

unitária para Brasília nos dias 11 e<br />

12 <strong>de</strong> setembro. Já o Enclat <strong>de</strong> São<br />

Paulo resolveu convocar uma<br />

reunião paralela em São Bernardo.<br />

No Enclat mineiro uma ala <strong>de</strong> sin-<br />

dicalistas do PT. junto com o<br />

metalúrgico João Paulo . Pires,<br />

propôs uma terceira reunião cm<br />

Belo Horizonte. Esta proposta,<br />

aparentemente conciliatória, no<br />

fundo também <strong>de</strong>struia a já frágil<br />

unida<strong>de</strong> do sindicalismo brasileiro,<br />

pois passava por cima da Pró-<br />

CUT.<br />

A» duas reuniões paralelas<br />

loram repudiadas pelo Encontro <strong>de</strong><br />

Minas, que apoiou a reunião da<br />

Pró-CUT em Brasília. Um sindi-<br />

calista <strong>de</strong> base foi feliz ao afirmar.<br />

"A Pró-CUT cometeu muitos er-<br />

ros, foi imobilista. Porém é o úni-<br />

co fórum <strong>de</strong> <strong>de</strong>liberação <strong>de</strong>mocra-<br />

ticamente eleito que temos no<br />

movimento sindical. Por mais frá-<br />

gil que seja. c o nosso ponto <strong>de</strong><br />

unificação. DeNConhcccr a Pró-<br />

CUT e convocar reuniões parale-<br />

las, seja on<strong>de</strong> for. é dividir, é abrir<br />

brechas para articulações divisio-<br />

nistas".<br />

Outro <strong>de</strong>legado <strong>de</strong> base comple-<br />

tou: "Propõem reuniões paralelas<br />

dizendo que em Brasília irão parti-<br />

cipar as Confe<strong>de</strong>rações dos pele-<br />

gos, do Ari Campista. Isto c uma<br />

falsa idéia para escon<strong>de</strong>ra divisão.<br />

Em primeiro lugar porque são<br />

apenas oito Confe<strong>de</strong>rações, que<br />

não altera a correlação <strong>de</strong> forças.<br />

E, o que é mais importante, trazer<br />

estas Confe<strong>de</strong>rações para uma arti-<br />

culação unitária c <strong>de</strong>mocrática é<br />

uma forma <strong>de</strong> diminuir o espaço <strong>de</strong><br />

atuação <strong>de</strong>las.<br />

Realizado Enclat em Minas^<br />

Com 374 <strong>de</strong>legados e 97 ob-<br />

servadores <strong>de</strong> um total <strong>de</strong> 100<br />

entida<strong>de</strong>s, realizou-se nos últi-<br />

mos dias 7 e 8, em Belo Hori-<br />

zonte, o II Encontro da Classe<br />

Trabalhadora <strong>de</strong> Minas Gerais.<br />

Por maioria, os <strong>de</strong>legados posi-<br />

cionaram-se pelo adiamento do<br />

Congresso da Classe Trabalha-<br />

dora para 83. Em votação tu-<br />

multuada, foi <strong>de</strong>cidido também<br />

por 182 votos contra 128 o envio<br />

<strong>de</strong> três representantes dos sindi-<br />

calistas <strong>de</strong> Minas à reunião con-<br />

vocada pela maioria do Pró-<br />

CUT para os dias 11 e 12 <strong>de</strong><br />

setembro, com a participação<br />

das Confe<strong>de</strong>rações.<br />

Na discussão sobre a partici-<br />

pação das Confe<strong>de</strong>rações nesta<br />

reunião, falaram Til<strong>de</strong>m San-<br />

tiago, do <strong>Si</strong>ndicato dos Jornalis-<br />

tas <strong>de</strong> Minas e João Paulo Pires<br />

<strong>de</strong> Vasconcelos, dos metalúrgi-<br />

cos <strong>de</strong> João Monleva<strong>de</strong>, que <strong>de</strong>-<br />

fen<strong>de</strong>ram a realização <strong>de</strong> uma<br />

reunião em Minas para realizar<br />

a unida<strong>de</strong> do movimento sindi-<br />

cal, sem a participação das<br />

Confe<strong>de</strong>rações. Isto porque a<br />

proposta da realização <strong>de</strong> uma<br />

reunião nos dias 28 e 29 chama-<br />

da pelos Enclats <strong>de</strong> Goiás, Rio<br />

Gran<strong>de</strong> do Sul e São Paulo para<br />

São Bernardo do Campo era<br />

caracterizada como "divisionis-<br />

ta".<br />

Na abertura dos trabalhos, o<br />

presi<strong>de</strong>nte do <strong>Si</strong>ndicato dos<br />

Metalúrgicos <strong>de</strong> São Bernardo,<br />

e membro da Pró-CUT Esta-<br />

dual <strong>de</strong> São Paulo, Jair Mene-<br />

guelli, que fazia parte <strong>de</strong> uma<br />

18<br />

TRIBUNA DA LUTA<br />

OPERARIA 16 a 28/8/82<br />

O Ari Campista não<br />

terá <strong>de</strong>pois como convocar reu-<br />

niões paralelas sem ser <strong>de</strong>smasca-<br />

rado"<br />

PRESENÇA DO CAMPO<br />

O Enclat mineiro também teve o<br />

mérito <strong>de</strong> eleger uma nova Comis-<br />

são Intersindical, bem mais ampla<br />

e representativa. Ela c formada por<br />

25 entida<strong>de</strong>s sindicais, com inte-<br />

grantes da antiga Pró-CUT Esta-<br />

dual, <strong>de</strong> novos <strong>Si</strong>ndicatos como o<br />

dos Médicos e <strong>de</strong> <strong>Si</strong>ndicatos do<br />

interior. Foram tirados também os<br />

três <strong>Si</strong>ndicatos que participarão da<br />

reunião <strong>de</strong> setembro, compondo a<br />

Pró-CUT Nacional: <strong>Si</strong>ndicato dos<br />

Médicos. Associação dos Servi-<br />

dores do DER e <strong>Si</strong>ndipetro.<br />

Sem dúvida a presença dos sin-<br />

dicalistas rurais, que faltou em São<br />

Paulo, abrilhantou o encontro <strong>de</strong><br />

Minas. Eles votaram em bloco cm<br />

todas as propostas <strong>de</strong> unida<strong>de</strong> do<br />

movimento sindical. Segundo<br />

André Montalvão. presi<strong>de</strong>nte da<br />

Fe<strong>de</strong>ração dos Trabalhadores Ru-<br />

rais <strong>de</strong> Minas, "o Enclat foi vito-<br />

rioso. Ele tirou um piano <strong>de</strong> lutas<br />

mais unificado entre os trabalha-<br />

dores urbanos e rurais. Um com-<br />

promisso foi assumido pelas enti-<br />

da<strong>de</strong>s: o <strong>de</strong> lutar pelas datas-bases<br />

unificadas por categoria". O Enclat<br />

ainda aprovou um programa <strong>de</strong><br />

lutas unitário contra o <strong>de</strong>sem-<br />

prego e o Pacote da Previdência.<br />

Posicionou-se contra o pacto anti-<br />

inflacionário do governo e pela<br />

<strong>de</strong>rrota do PDS nas eleições <strong>de</strong><br />

.novembro. •<br />

0 TRABALHO 12 a 17/8/82<br />

<strong>de</strong>legação <strong>de</strong> S.P. ao Enclat/<br />

MG, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u a realização da<br />

reunião <strong>de</strong> 28 e 29 e repudiou a<br />

reunião convocada pela maioria<br />

da Nacional Prò-CUT para 11 e<br />

12 <strong>de</strong> setembro, que ele caracte-<br />

rizou como ilegítima, conforme<br />

<strong>de</strong>cisão adotada pela maioria<br />

dos participantes do Enclat/<strong>de</strong><br />

São Paulo.<br />

No final dos seus trabalhos, o<br />

Encontro dos Trabalhadores<br />

mineiros elegeu uma comissão<br />

intersindical estadual composta<br />

por25membros, sendo 6 sindica-<br />

tos <strong>de</strong> Belo Horizonte, as Fe<strong>de</strong>-<br />

rações dos bancários e dos Me-<br />

talúrgicos, cinco membros da<br />

Comissão Nacional Pró-CUT<br />

do Estado <strong>de</strong> Minas e mais 2<br />

sindicatos <strong>de</strong> cada região do<br />

estado. 9


SJNVJCALJSHO 19<br />

Bom-senso prevalece no Enclat<br />

mineiro<br />

VOZ DA UNIDADE<br />

12/8/82<br />

"Conjuror a divido i lutar por um<br />

Conclat Que reúna todos os<br />

trabalhadores, e não apenas<br />

aqueles que se auío^ualifiquem<br />

<strong>de</strong> autênticos".<br />

fEtütorla/ VU n." 116).<br />

Se já era improvável a reali-<br />

zação do Conclat nesse ano —<br />

mesmo com a teimosa pressão<br />

dos militantes sindicais do PT<br />

—, <strong>de</strong>pois da <strong>de</strong>cisão do U En-<br />

clat mineiro, <strong>de</strong> adiá-lo por<br />

imensa maioria <strong>de</strong> votos, a<br />

questão está praticamente <strong>de</strong>fi-<br />

nida: Congresso <strong>de</strong> Trabalhado-<br />

res só mesmo cm 83. A posição<br />

dos trabalhadores rurais teve<br />

peso <strong>de</strong>cisivo para o calçamento<br />

da resolução da última reunião<br />

da Pró-CUT <strong>de</strong> não fazer um<br />

Conclat sem infra-estrutura e<br />

em período eleitoral.<br />

Das 100 entida<strong>de</strong>s sindicais<br />

representadas no Enclat <strong>de</strong><br />

Minas Gerais — efetivado no<br />

último fim <strong>de</strong> semana na Asso-<br />

ciação das Obras Sociais do<br />

Padre Aguinaldo <strong>de</strong> Belo Hori-<br />

zonte — 52 eram rurais, as quais<br />

<strong>de</strong>monstraram uma invejável<br />

organização, votando suas pro-<br />

postas em bloco, fazendo com<br />

que quase todas as suas teses<br />

fossem aprovadas.<br />

A palavra <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m entoada<br />

predominantemente pc ,os ^<br />

<strong>de</strong>legados presentes no plenário<br />

era "operário camponês. Con-<br />

Por maioria, os <strong>de</strong>legados do<br />

Enclat <strong>de</strong> Minas Gerais resolveram<br />

apoiar a proposta <strong>de</strong> adiamento do<br />

I Conclat para o ano <strong>de</strong> 1983. A<br />

<strong>de</strong>cisão da plenária mineira foi<br />

tomada sem que houvesse necessi-<br />

da<strong>de</strong> <strong>de</strong> contagem <strong>de</strong> votos.<br />

O Enclat mineiro elegeu também<br />

a nova Comissão Estadual Pró-<br />

CUT, que terá como principal<br />

novida<strong>de</strong> a participação <strong>de</strong> seis<br />

regiões do Interior do Estado, que<br />

enviarão sempre dois representan-<br />

tes <strong>de</strong> cada uma. eleitos pelas<br />

próprias bases regionais: um dos<br />

trabalhadores rurais e outro dos<br />

trabalhadores urbanos.<br />

A reunião nacional<br />

No encontro <strong>de</strong> Minas Gerais,<br />

também foi discutida a questão da<br />

próxima reunião da Comissão Pro-<br />

CUT Nacional. Como se sabe, foi<br />

marcada a data <strong>de</strong> H e 12 <strong>de</strong><br />

setembro pela própria Comissão,<br />

clat-8.r. Segundo alguns diri-<br />

gentes sindicais do campo, "é<br />

inadmissível que se queira reali-<br />

zar um Congresso <strong>de</strong> trabalha-<br />

dores sem a participação dos<br />

homens do campo, mais ainda, é<br />

uma irresponsabilida<strong>de</strong>".<br />

Sentido unitário<br />

Os sindicalistas petistas insis-<br />

tiram em atacar acintosamente o<br />

presi<strong>de</strong>nte da ConUsg (Confe<strong>de</strong>-<br />

ração Nacional dos Trabalhado-<br />

res na Agricultura), José Fran-<br />

cisco da <strong>Si</strong>lva, pela sua postura<br />

<strong>de</strong> transferir a data do Congres-<br />

so. André Montalvão. presi<strong>de</strong>n-<br />

te da Fe<strong>de</strong>ração dos Trabalha-<br />

dores na Agricultura <strong>de</strong> Minas<br />

(Fetaemg), <strong>de</strong>monstrou o notá-<br />

vel sentido unitário que norteia o<br />

movimento sindical do campo,<br />

saindo em <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> José Fran-<br />

cisco. "As acusações contra o<br />

presi<strong>de</strong>nte da Contag são impro-<br />

ce<strong>de</strong>ntes. Devem ser dirigidas<br />

contra todas as fe<strong>de</strong>rações <strong>de</strong><br />

trabalhadores rurais e eu estou<br />

aqui para ievar pauladas. Nossa<br />

<strong>de</strong>cisão c unitária, somos unâ-<br />

nimes cm represar o Conclat<br />

esse an»)". conlta-alucou.<br />

O presi<strong>de</strong>m^ do <strong>Si</strong>ndicato dos<br />

Médicos. Célio <strong>de</strong> Castro, con-<br />

si<strong>de</strong>rou o resultado do f nelat<br />

extremameme positivo. poi> a<br />

"não participação dos traba-<br />

lhadores rurais po<strong>de</strong>na eníra-<br />

Minas aprova adiamemo<br />

em Brasília. Mas os Enclatsdo Rio<br />

Gran<strong>de</strong> do Sul e <strong>de</strong> São Paulo, e a<br />

Comissão <strong>de</strong> Goiás, nãc aceitaram<br />

a data, o local e os critérios <strong>de</strong><br />

representação e convocaram outra<br />

reunião, para Brasília ou São<br />

Bernardo do Campo., nos dias 27,<br />

28 e 29 <strong>de</strong> agosto, com a participa-<br />

ção <strong>de</strong> 10 representantes <strong>de</strong> cada<br />

intersindical.<br />

No Enclat mineiro um grupo<br />

propôs a convocação da próxima<br />

reunião para Belo Horizonte, nos<br />

dias 2K c 29 <strong>de</strong> setembro. Contudo,<br />

por 1X2 votos contra 128. a posição<br />

assumida pelo Enclat <strong>de</strong> Minas<br />

Gerais íoi a «Sc reforçara <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong><br />

realizar a reunião cm Brasília nos<br />

dias 11 c 12 <strong>de</strong> setembro.<br />

Divisão<br />

Diversos lí<strong>de</strong>res sindicais mineiros<br />

ressaltaram sua preocupação<br />

com uma possível divisão do<br />

movimento sindical. Foi também<br />

<strong>de</strong>nunciado o caráter pelego e <strong>de</strong><br />

quecer o Congresso que preten-<br />

<strong>de</strong> organizar a luta operária e<br />

sindical". Além <strong>de</strong>ssa argumen-<br />

tação. Castro apontou a neces-<br />

sida<strong>de</strong> <strong>de</strong> maior tempo para a<br />

preparação <strong>de</strong> um evento <strong>de</strong>ssa<br />

envergadura, c disse; "Ano que<br />

vem po<strong>de</strong>remos ter um Congres-<br />

so digno, fortalecido pelas<br />

bases".<br />

Outra <strong>de</strong>liberação do tncon-<br />

tro <strong>de</strong> Trabalhadores mineiro»<br />

foi a ampliação do número <strong>de</strong><br />

mcmhros da Comissão Regional<br />

Pn^TT. com maior partiopa-<br />

çio <strong>de</strong> <strong>de</strong>legados do inienor do<br />

euado. medida peta qtuü *c<br />

preten<strong>de</strong> aummur o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

amcuUção inter-«tndical. •<br />

JORNAL DOS<br />

TRABALHADORES<br />

13/8/82<br />

cúpula da reunião convocada para<br />

Brasília, da qual participarão um<br />

representante <strong>de</strong> cada confe<strong>de</strong>ra-<br />

ção e três <strong>de</strong> cada intersindical<br />

estadual, sendo um dos três <strong>de</strong> uma<br />

fe<strong>de</strong>ração.<br />

Segundo essas <strong>de</strong>núncias, a<br />

reunião <strong>de</strong> Brasília, se for realizada<br />

com esse tipo <strong>de</strong> critério <strong>de</strong><br />

representativida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong> signifcar o<br />

embrião <strong>de</strong> uma CUT calcada nas<br />

confe<strong>de</strong>rações e re<strong>de</strong>rações,<br />

Paniciparam do Enclat <strong>de</strong><br />

Minas Gerais 360 <strong>de</strong>legados e 97<br />

obsenadores que representaram<br />

HXÍ entida<strong>de</strong>s, sendo >2 rurais. #<br />

SA OívíO/V<br />

pooe,A)e?


SWV1CALISM0<br />

Continua a luta pelo<br />

Conclat em 82<br />

Com » realtaçSo do II Encontro da Classe<br />

Trabalhadora <strong>de</strong> Min» Gerais — que <strong>de</strong>cidiu pelo<br />

adiamento do Condat para 83 — não muda o quadro<br />

aaterkmnente existente no movimento sindical: a<br />

maioria esmagadora dos trabalhadores chamados a se<br />

posicionar,nos 13 encontros estaduais realizados,quer a<br />

realização do Congresso este ano. Dos 13 Enciais,<br />

nove foram contra o adiamento; um acataria qualquer<br />

<strong>de</strong>cisão da pró-CUT (Mato Grosso) e três <strong>de</strong>ddiram-se<br />

pelo adiamento. Sem contar o Endat mineiro, 2671<br />

sindicalistas foram contra o adiamento e 823<br />

favorável, — sem falar nos 5000 trabalhadores que, na<br />

Conclat do ano passado haviam <strong>de</strong>liberado pelo Con-<br />

dat este ano. E, mesmo em MG, importantes figuras l<br />

do movimento sindical locai manifestaram-se pela<br />

realização do Congresso em 82 e peia necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

uma reunião sem as confe<strong>de</strong>rações para avançar na<br />

viabilização do Conclat.<br />

0 TRABALHO 12 a 17/8/82<br />

E é justamente para garantir a reunião convocada<br />

para São Bernardo pelos Enclats <strong>de</strong> Goiás, Rio Gran<strong>de</strong><br />

do Sol c São Paulo nos próximos dias 28 e 29 — para<br />

a qual estão sendo chamados representantes das inter-<br />

sindicais dos estados e os membros da pró-CUT com o<br />

objetivo <strong>de</strong> dar os encaminhamentos necessários para a<br />

realização do Condat este ano — que <strong>de</strong>vem se con-<br />

centrar as forças neste momento. Nos estados, é<br />

preciso garantir a convocação pdas intersindicais <strong>de</strong><br />

reuniões amplas <strong>de</strong> sindicalistas, visando a tirada <strong>de</strong><br />

representantes para a reunião <strong>de</strong> São Bernardo para<br />

que, encaminhando o Condaí, seja sepultada a<br />

manobra dos p<strong>de</strong>gos e burocratas contra a realização<br />

<strong>de</strong> um Congresso <strong>de</strong>mocrático este ano, capaz <strong>de</strong> ar-<br />

mar os trabalhadores contra os planos <strong>de</strong> miséria d»<br />

ditadura milhar. m<br />

SC: mais um estado<br />

a favor do Conclat-82<br />

No dia 31 <strong>de</strong> julho, mais um ENCLAT foi<br />

realizado. Precedido <strong>de</strong> Enclats regionais<br />

em Florianópolis, Lages, ^^usque, Criciú-<br />

ma, Joinville, Caçador, cerca <strong>de</strong> duzentos<br />

trabalhadores catarinenses do campo e da<br />

cida<strong>de</strong> reuniram-se no ENCLAT estadual.<br />

As discussões mais importantes do Encon-<br />

tro concentraram-se na organização nado-<br />

nal e estadual dos trabalhadores. Os <strong>de</strong>lega-<br />

dos foram unânimes na <strong>de</strong>cisão da necessi><br />

da<strong>de</strong> <strong>de</strong> se construir uma CUT pela base,<br />

que o CONCLAT seja realizado este ano e<br />

que dS membros da Pró-CUT estadual<br />

eleita na ocasião participem da reunião <strong>de</strong><br />

28 Ç/29 <strong>de</strong> agosto em São Bemardoc que<br />

para garantir o CONCLAT, esta reunião<br />

venha eleger uma comissão organizadora do<br />

congresso nacional.<br />

O encontro <strong>de</strong>legou ainda à Pró-CUT<br />

estadual a tarefa <strong>de</strong> redigir ura documento-<br />

0 TRABALHO 5 a 11/8/82<br />

moção <strong>de</strong> repúdio à atitu<strong>de</strong> da maioria da<br />

Pró-CUT <strong>de</strong>cancelaroCONCLAT, reafir-<br />

mando que é vonta<strong>de</strong> dos trabalhadores<br />

realizarem ó CONCLAT. Reafirmar ainda,<br />

que os trabalhadores têm o direito <strong>de</strong> se<br />

reunir quando assim o <strong>de</strong>cidirem, como<br />

aprovado ha CONCLAT/81, para discuti-<br />

rem e organizarem suas lutas, Frandsco<br />

Aluno, da Comissão Nacional Pró-CUT, par-<br />

ticipou do Encontro e endossou as propos-<br />

tas.<br />

A nível estadual foi constituída uma co-<br />

missão Pró-CUT composta pelas entida<strong>de</strong>s<br />

que compunham a antiga comissão organi-<br />

zadora do ENCLAT, mais uma entida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

cada regiào que participou do ENCLAT.<br />

Alem disso,.foi aprovada a constituição <strong>de</strong><br />

uma plenária estadual <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s, on<strong>de</strong><br />

participam todas as entida<strong>de</strong>s que a<strong>de</strong>rirem<br />

às resoluções do ENCLAT. A mesma estru-<br />

tura se repete a nível regional. •<br />

20


SIMPICAUSMO 21<br />

"Contra a divisão<br />

e o imobilismo"<br />

Nos dias 7 e 8 <strong>de</strong> agosto realizou-se em Minas ííerais o<br />

Encontro das Classes Trabalhadoras (Knclat), com 474<br />

<strong>de</strong>legados e 120 observadores. Apesar das dificulda<strong>de</strong>s<br />

encontradas pela Comissão Organizadora para prepará-<br />

lo, o número <strong>de</strong> <strong>de</strong>legados foi superior ao do ano passado,<br />

<strong>de</strong>stacando-se novamente a presença dos <strong>Si</strong>ndicatos dos<br />

Trabalhadores Rurais.<br />

Célio <strong>de</strong> Castro, preskíent«<br />

do <strong>Si</strong>ndicato dos Médicos,<br />

tem se <strong>de</strong>stacado como una<br />

dos mais atuantes e conse-<br />

qüentes sindicalista» d,e Minas<br />

Oerais. Ete exerceu papel<br />

ünificador na preparação do<br />

Éndat mineiro. Após a VTò-.<br />

CUT Estadual ter-se auto-<br />

dissohido, a realização do<br />

Encontro ficou ameaçada. Ao<br />

mesmo tempo iniciou-se uma<br />

articulação divisionista. Cé-<br />

lio. através do seu <strong>Si</strong>ndicato,<br />

encabeçou um abaixo-assina-<br />

do em conjunto com diversas<br />

entida<strong>de</strong>s sindicais e associa-<br />

ções propondo a formação dç<br />

uma Comissão para orgaair<br />

/ar e preparar o Enclat. Apój<br />

uma reunião das entidada<br />

sindicais, etc foi eleito para,<br />

presidir a Comissão <strong>de</strong> Orga^<br />

nização do Encfat.<br />

Para o presi<strong>de</strong>nte do <strong>Si</strong>sdí«><br />

calo dos Médicos "o Enclat<br />

TRIBUNA DA<br />

LUTA OPERARIA<br />

16 a 22/8/82<br />

representou um momcnlór<br />

muito valoroso na vida sindi-<br />

cal do Estado. Do ponto do<br />

vista político o acontecimento<br />

mais importante foi qtifr fjt<br />

sindicalismo mineiro^ se pfo*<br />

nunciou cSaramente a favõf<br />

da unida<strong>de</strong> e contra quafcjuer<br />

tentativa <strong>de</strong> divisão < Ímo&£<br />

lismo. Por outro lado ficofii<br />

mais fortalecida a união entre<br />

os tmbathadores do campo c<br />

os du cida<strong>de</strong>". •<br />

ÉnclatyMU EM TEKPO 12 a 25/8/82<br />

Um passo adiante, três passos atrás<br />

Formou-e uma intersindical unitária e <strong>de</strong>mocrática, mas<br />

venceu a proposta do adiamento do Conclat, não sé discutiu<br />

um plano <strong>de</strong> lutas e se endossou a reunião dos dias 11 e 12<br />

No último fim-<strong>de</strong>-semana, dias 7 e<br />

8 <strong>de</strong> agosto, foi reali/ado o li<br />

Enclat do Minas Gerais. Alguns<br />

aspectos do encontro foram importantes e<br />

significaram um avanço para o movimen-<br />

to sindical mineiro. Com 360 <strong>de</strong>legados<br />

inscritos. 120 entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> todas as regiões<br />

do Estado, o que é significativo, consi<strong>de</strong>-<br />

rando o impasse a nível da direção e<br />

coor<strong>de</strong>nação que o sindicalismo mineiro<br />

viveu este ano.<br />

Basta dizer .que o encontro foi convoca-<br />

do com pouco mais <strong>de</strong> um mês <strong>de</strong><br />

antecedência.<br />

Uma <strong>de</strong>cisão importante loi aeleiçãodc<br />

uma Comissão pró-CUT composta <strong>de</strong> 25<br />

membros sendo 13 do BH e 12 do interior,<br />

divididos em 6 regiões. Cada região<br />

<strong>de</strong>verá realizar mini-enclats e eleger dois<br />

representantes, sendo úm urbano e um<br />

rural para compor a pró-CUT. Alem<br />

disso, 'oi também apontada a criação <strong>de</strong><br />

prò-O 1, regionais e municipais, com-<br />

postas <strong>de</strong> um representante das diretorias<br />

dos sindicatos filiados à intersindical c<br />

representantes da base. eleitos proporcio-<br />

nalmcnic ao número <strong>de</strong> trabalhadores na<br />

categoria.<br />

Estrutura homontal<br />

A composição da Comissão eleita<br />

abarca todas as correntes do sindicalismo<br />

mineiro o que, além do falo <strong>de</strong> ter sido<br />

eleita por maioria <strong>de</strong> votos em um Enclat.<br />

impe<strong>de</strong> as manobras ocorridas no começo<br />

do ano. quando setores insatisfeitos com »<br />

composição <strong>de</strong> uma comissão eleita<br />

<strong>de</strong>ram um golpe para garantir a sua<br />

hegemonia. Finalmente, esta <strong>de</strong>cisão<br />

esboça uma estrutura sindical horizontal e<br />

abre espaço para o fortalecimento da<br />

organização do movimento sob uma ótica<br />

<strong>de</strong> setembro.<br />

<strong>de</strong>mocrática passando por cima das<br />

amarras da estrutura sindical vigente.<br />

Entretanto nem tudo são louros, pois se<br />

as <strong>de</strong>cisões expostas acima permitem ao<br />

movimento dar um passo adiante, o<br />

restante do Enclat seguiu outro curso. A<br />

discussão do plano <strong>de</strong> lulas ficou<br />

prejudicada dada a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> discutir<br />

o impasse em que a comissão nacional<br />

pró-CUT jogou o movimento sindical<br />

bóísilciro, quando adiou o Conclat c<br />

<strong>de</strong>cidiu se auto reformar.<br />

Esta discussão ocupou quase todo o<br />

encontro. Ao final, <strong>de</strong>cidiu-se. por<br />

expressiva maioria <strong>de</strong> votos, pelo adia-<br />

mento da Conclat para 1983 referendando<br />

a <strong>de</strong>cisão da comissão nacional. Urna<br />

estranha aliança foi formada no plenário<br />

durante esta discussão entre pelegos,<br />

apoiadores do jornal Tribuna Operária e,<br />

pasmem, setores significativos do PT.<br />

Radicalismo do discurso<br />

De parte dos pelegos não há nenhuma<br />

novida<strong>de</strong>, mas os setores ligados à<br />

Tribuna Operária, que foram os gran<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>fensores do adiamento do Conclat, até<br />

três semanas atrás <strong>de</strong>fendiam exatamente<br />

o contrário. Sua gran<strong>de</strong> argumentação foi<br />

a unida<strong>de</strong> do movimento, que neste<br />

momento se transforma numa conciliação<br />

aberta com o reformismo e numa<br />

"Combativa" capitulação diante da<br />

<strong>de</strong>cisão da Pró-CUT. Em síntese sob um<br />

discurso radical se pren<strong>de</strong>m a aspectos<br />

burocráticos <strong>de</strong> respeito a <strong>de</strong>cisões da<br />

cúpula do sindicalismo brasileiro.<br />

-' E mais, tentam atropelar as bases,<br />

priorizando a aliança com o reformismo,<br />

colocando-se-como seus porta-vozes já<br />

que nas Minas Gerais o*Honi do Povo<br />

ensaia seus últimos estertores e a Voz da<br />

Unida<strong>de</strong> é uma ilustre <strong>de</strong>sconhecida no<br />

movimento sindical.<br />

Os petistas, contrários ao Conclat 82<br />

argumentavam, junto com setores ligados<br />

à igreja, que ò,movimento não acumulou<br />

forças para realizar o Conclat neste ano.<br />

que seria prematuro, correndo riscos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>smoralização, Uma visão que simples-<br />

mente fecha os olhos aos Enclats<br />

reafizados em todo o pais que redamaram<br />

o Conclat este ano e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

retomar os rumos da construção da CUT<br />

apontados no ano passado.<br />

<strong>Si</strong>iMÜcates rurais<br />

Finalmente, cabe ressaltar o papel da<br />

Fe<strong>de</strong>ração dos Trabalhadores da Agricul-<br />

tura <strong>de</strong> Minas Gerais que fcab» 1/3 do<br />

plenário e conseguiu fechar eas um bloco<br />

todos os <strong>de</strong>legados rurais <strong>de</strong>ixando<br />

transparecerqae o voto pela reafaaçãodo<br />

Conclat este an« significaria um cafcenta-<br />

mento com a CONTAG. Otura <strong>de</strong>dsâo<br />

tomada foi o aval à reunião <strong>de</strong> Brasilianos<br />

dias H e 12 <strong>de</strong> setembro, vencendo pôr 50<br />

votos a proposta <strong>de</strong> comparedmento à<br />

otenária intersindical dos dias 28/29.


SJNVICALJSUO<br />

Repúdio à traição dos pelegos<br />

Mesmo já sabendo da resolução da Comissão Pró-CUT <strong>de</strong> adiar o Conclat para 83, os<br />

Enclats regionais <strong>de</strong> Ribeirão Preto, Guarulhos e São José dos Campos rejeitaram a<br />

manobra e endossaram a <strong>de</strong>cisão dos 5.200 <strong>de</strong>legados presentes ao 1° Congresso<br />

Nacional da Classe Trabalhadora. O Enclat estadual do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul foi ainda<br />

mais longe exigindo que a intersindical gaúcha articule a nível nacional a instalação do<br />

Conclat em agosto.<br />

CONVERGÊNCIA SOCIALISTA - agosto/82<br />

Decidiram continuar a luta pela realização do<br />

Conclat em agosto fazendo aprovar no Encontro<br />

estadual <strong>de</strong> São Paulo a realização <strong>de</strong> uma reu-<br />

nião <strong>de</strong> sindicalistas contrários ao adiamento.<br />

Caso o Conclat não aconteça mesmo em agos-<br />

to, os ativistas vão promover nesta época um en-<br />

contro regional <strong>de</strong> protesto para aprovar propos-<br />

tas <strong>de</strong> lutas para a região, criando uma intersindi-<br />

cal para discutir a formação da CUT pela base.<br />

Em <strong>Si</strong>o José dos Campos, um resultado positivo<br />

Ainda sob o clima da vitória conquistada pelos<br />

metalúrgicos da EMBRAER, o Enclat <strong>de</strong> São José<br />

dos Campos, no dia 18 <strong>de</strong> julho, foi muito impor-<br />

tante para a unificação das lutas na região.<br />

Participaram do Encontro 62 ativistas — nao<br />

eram <strong>de</strong>legados pois o Encontro foi aberto — em<br />

sua maioria metalúrgicos. As entida<strong>de</strong>s represen-<br />

tadas foram o <strong>Si</strong>ndicato dos Metalúrgicos, Asso-<br />

ciação dos Petroleiros, APEVALE —<br />

representando os economistas do Vale do Paraíba,<br />

e a Associação dos Jornalistas.<br />

A <strong>de</strong>cisão da Comissão Prô-CUT s6 contou com<br />

a aprovação <strong>de</strong> 4 dos participantes, e a manuten-<br />

ção do Conclat foi <strong>de</strong>fendida por Ary Russo, pre-<br />

si<strong>de</strong>nte do <strong>Si</strong>ndicato dos Metalúrgicos e Antônio<br />

Donizete Ferreira, ativista metalúrgico. Demons-<br />

trando o repúdio pela manobra, o Encontro <strong>de</strong>ci-<br />

diu lutar pela expulsão da atual direção da Pr6-<br />

CUT.<br />

Para encaminhar o plano <strong>de</strong> lutas aprovado, foi<br />

eleita uma intersindical da região composta pelos<br />

vários sindicatos e ativistas <strong>de</strong> base presentes.<br />

Para Antônio Donizeti Ferreira, o Toninho, "as<br />

resoluções tomadas po<strong>de</strong>m fazer avançar o mo-<br />

vimento em São José dos Campos \i que foi apro-<br />

vado um plano <strong>de</strong> lutas bem concreto e a existên-<br />

cia da intersindical po<strong>de</strong> levar à unificação das lu-<br />

tas na região. O fundamental é que os sindicatos<br />

assumam essas tarefas com serieda<strong>de</strong>."<br />

Manter a <strong>de</strong>cisão dos trabalhadores<br />

Reunindo 580 <strong>de</strong>legados, representando 102 en-<br />

tida<strong>de</strong>s, o Encontro da Classe Trabalhadora do<br />

Rio Gran<strong>de</strong> do Sul aprovou por unanimida<strong>de</strong> a<br />

realização do Conclat em agosto, repudiando a<br />

traição da Comissão Prô-CUT. Sua resposta foi o<br />

chamado à intersindical gaúcha a articular o Con-<br />

clat, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da <strong>de</strong>cisão dos burocratas.<br />

A <strong>de</strong>terminação dos gaúchos expressa bem o<br />

sentimento da gran<strong>de</strong> maioria dos trabalhadores<br />

e dos Enclats realizados até agora. Se os pelegos<br />

querem afastar a atenção dos trabalhadores <strong>de</strong><br />

suas lutas e do processo <strong>de</strong> reorganização<br />

acenando com as eleições, não vão consegui-lo<br />

tão facilmente. Os enclats realizados provam<br />

isso, A única nota discordante neste fim <strong>de</strong> se-<br />

mana aconteceu no Enclat <strong>de</strong> Santos, que sob a<br />

li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> Arnaldo Gonçalves, do sindicato dos<br />

metalúrgicos, referendou a traição da Comissão<br />

Pró-CUT.<br />

Foram aprovadas ainda a formação <strong>de</strong> uma Co-<br />

missão intersindical, composta por 2 membros <strong>de</strong><br />

cada categoria presente — 1 do sindicato e outro<br />

eleito na base — com o objetivo <strong>de</strong> encaminhar a<br />

eleição dos <strong>de</strong>legados para o Conclat, divulgar<br />

as resoluções aprovadas, e encaminhar a campa-<br />

nha salarial unificada dos metalúrgicos no próxi-<br />

mo semestre.<br />

A proposta <strong>de</strong> criação da CUT em 82 foi <strong>de</strong>rro-<br />

tada com os argumentos <strong>de</strong> sempre, apelando pa-<br />

ra a falta <strong>de</strong> representativtda<strong>de</strong>.<br />

Alguns minutos antes <strong>de</strong> se realizar a votação<br />

sobre a CUT, o presi<strong>de</strong>nte do <strong>Si</strong>ndicato dos meta-<br />

lúrgicos apresentou o resultado da reunião da<br />

Comissão Prô-CUT. provocando o protesto <strong>de</strong> to-<br />

dos os presentes, que, por unanimida<strong>de</strong>, aprova-<br />

ram uma moção <strong>de</strong> repúdio pela traição e covar-<br />

dia da Comissão.<br />

Carta <strong>de</strong> protesto em Ribeirão Prelo<br />

No Enclat <strong>de</strong> Ribeirão Preto, realizado no dia 17<br />

<strong>de</strong> julho, a discussão sobre a manutenção ou não<br />

do Conclat em agosto provocou a retirada das 7<br />

entida<strong>de</strong>s rurais presentes, que pressentiram a<br />

<strong>de</strong>rrota <strong>de</strong> sua proposta. Com a salda dos 25 <strong>de</strong>-<br />

legados os restantes 55, representando 13 cate-<br />

gorias, posicionaram-se contra o adiamento do<br />

Conclat e <strong>de</strong>cidiram enviar uma Carta <strong>de</strong> protesto<br />

à Comissão Prô-CUT.<br />

Guarulhos: moção contra a covardia<br />

Os 85 <strong>de</strong>legados reunidos no Enclat <strong>de</strong> Guaru-<br />

lhos. já sabendo da possível manobra da Comis-<br />

são Prô-CUT para adiar o Conclat, aprovaram logo<br />

<strong>de</strong> salda a proposta <strong>de</strong> Joel, operário metalúrgico<br />

da John Maggion: que o resultado da discussão<br />

sobre o adiamento fossa comunicado imediata-<br />

mente à Comissão Prô-CUT que se reunia naquele<br />

mesmo dia em Brasília. Muito triste, Edmilson,<br />

presi<strong>de</strong>nte do sindicato dos metalúrgicos <strong>de</strong> Gua-<br />

rulhos admitiu por telefone que por unanimida<strong>de</strong><br />

foi aprovada a manutenção da Conclat em agosto.<br />

Dando continuida<strong>de</strong> ao Encontro, os trabalha-<br />

dores discutiram as eleições <strong>de</strong> 82 e o apoio aos<br />

partidos. Como já é regra, apareceram três pro-<br />

postas: a primeira, <strong>de</strong>fendida por Joel e outros<br />

dois operários do PT, apontou o voto no Partido<br />

dos Trabalhadores, contra a ditadura e os patrões;<br />

a segunda, <strong>de</strong>fendida por Sadi, advogado do sindi-<br />

cato dos metalúrgicos, propunha o voto nas opo-<br />

siçOes e a terceira, <strong>de</strong>fendida também por militan-<br />

tes do PT e pela oposição sindical metalúrgica, di-<br />

zia que o Conclat só <strong>de</strong>ve discutir questões<br />

referentes ao movimento dos trabalhadores. Como<br />

se as eleições fossem alheias aos trabalhadores,<br />

que todos os dias são conclamados à votarem em<br />

partidos burgueses. A manobra da direção da me-<br />

sa <strong>de</strong>u fim à polêmica recusando-se a discutir o<br />

apoio aos partidos, llmltando-se a vagas interpre-<br />

tações sobre o 15 <strong>de</strong> novembro.<br />

No ponto referente ao plano <strong>de</strong> lulas foi referen-<br />

dada a plataforma'do 1° Conclat, além <strong>de</strong> aprova-<br />

das uma Campanha contra o <strong>de</strong>semprego e uma<br />

Moção pela unificação das campanhas salariais<br />

<strong>de</strong> categorias com datas base próximas. #<br />

22<br />

!


S1HV1CAUSH0<br />

Greve na Telefunken/SP EM TEMPO 12 a 25/8/82<br />

Luta Contra o <strong>de</strong>semprego<br />

Os trabalhadores paulistas dão mais<br />

um passo na luta contra o <strong>de</strong>sempre-<br />

go. Dessa vez foi a greve na fábrica<br />

da Telefunken, na zona sul <strong>de</strong> São Paulo,<br />

região da mais importante concentração<br />

operária da cida<strong>de</strong>.<br />

Durante três dias. a partir do dia 30 <strong>de</strong><br />

agosto, os trabalhadores sustentaram seu<br />

movimento, tendo pela frente um ostensivo<br />

cerco policial e no interior da fábrica a<br />

violenta segurança interna. Na segunda-feira<br />

pela manhã, cerca <strong>de</strong> 150 policiais impediam a<br />

passagem <strong>de</strong> qualquer pessoa pelas imedia-<br />

ções da fábrica, fechando o quarteitâo e<br />

provocando os trabalhadores, principalmente<br />

as mulheres, com dizeres do tipo: "que tai dar<br />

uma trepada comigo", com a clara intenção <strong>de</strong><br />

tumultuar c abrir eSpaço para a pancadaria<br />

bem ao gosto <strong>de</strong>stes servidores da "lei".<br />

O Medo do "Facão"<br />

O clima <strong>de</strong> insegurança <strong>de</strong>ntro da Tele-<br />

funken já vem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>de</strong> 81, com as<br />

primeiras gran<strong>de</strong>s levas <strong>de</strong> <strong>de</strong>missões,<br />

iniciando o processo <strong>de</strong> transferência da<br />

fábrica para a zona franca <strong>de</strong> Manaus. Até<br />

<strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 80, havia 3651 trabalhadores que<br />

hoje não passam <strong>de</strong> nnit O "facão" tem sido<br />

uma constante <strong>de</strong>ste então. A noticia que<br />

corria à boca pequena é que <strong>de</strong>sta vez seriam<br />

mais <strong>de</strong> 600 <strong>de</strong>missões, ou seja, 60% dos<br />

trabalhadores, embota a Telefunken afirmas-<br />

se que apenas 80 iriam pra rua, com a<br />

transferência <strong>de</strong> seu setor <strong>de</strong> televisores branco<br />

e preto.<br />

Dispostos a não <strong>de</strong>ixar barato <strong>de</strong>ssa vez. os<br />

trabalhadores dirigidos pelo grupo <strong>de</strong> fábrica<br />

que vem ae organizando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>de</strong> 8!<br />

procuraram o sindicato dos metalúrgicos e<br />

exigiram, seu apoio <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o inicio do<br />

movimento e <strong>de</strong>ssa vez q sindicato não negou<br />

fogo, esteve todos os dias' na portada fábricae<br />

recusou-se a negociar em separado coro os<br />

patrões nas duas vezes em que foi procurado.<br />

Segundo os próprios trabalhadores, o<br />

positivo nas retações com o sindicato durante<br />

esta greve é que houve uma <strong>de</strong>mocratização <strong>de</strong><br />

sua atuação, diferente <strong>de</strong> outros momentos <strong>de</strong><br />

sua <strong>história</strong>. Tudo foi discutido e <strong>de</strong>cidido as<br />

claras, nas assembléias ou nas discussões <strong>de</strong><br />

avaliação com o grupo <strong>de</strong> fábrica, com o<br />

sindicato colocando pelo menos parte <strong>de</strong> sua<br />

''jráquina" a disposição dos grevistas. Foram<br />

lançados por exemplo, dois jornais "O<br />

Metalúrgico" em edição extra durante o<br />

conflito.<br />

Os trabalhadores mostram mais uma ve? que contra o<br />

<strong>de</strong>semprego não adianta medo e espinha dobrada. O melhor<br />

remédio é a luta. E o <strong>Si</strong>ndicato, <strong>de</strong>ssa vez<br />

pressionado pelas bases assumiu o movimento.<br />

Por Elvira <strong>de</strong> Oliveira<br />

Dos 20 trabalhadores que estiveram à frente<br />

da luta, a maioria era dos membros do grupo<br />

<strong>de</strong> fábrica, que também vem sofrendo baixas<br />

com as sucessivas <strong>de</strong>missões e outros,<br />

li<strong>de</strong>ranças que surgiram no processo da grevp.<br />

A Greve no dia a dia<br />

Na sexta-feira, o primeiro dia, numa<br />

manobra em que a surpresa foi essencial, a<br />

fábrica já amanheceu em greve, com o grupo<br />

<strong>de</strong> fábrica, diretores do sindicato e antigos<br />

operários da Telefunken, li<strong>de</strong>ranças reconhe-<br />

cidas pelos trabalhadores no pátio <strong>de</strong> entrada,<br />

tentando convencer os ainda in<strong>de</strong>cisos a não<br />

trabalhar. Pondo em prática o que eles<br />

chamavam <strong>de</strong> aliciamento pacifico. Até o final<br />

da tar<strong>de</strong>, segundo os trabalhadores, a fábrica<br />

estava totalmente paralisada, A terceira<br />

assembléia do dia <strong>de</strong>cidiu pela continuida<strong>de</strong><br />

do movimento na segunda-feira.<br />

Nesse dia, a barra pesou para os trabalha-<br />

dores: forte esquema policial, a fábrica sitiada,<br />

os ônibus com os trabalhadores tendo que<br />

entrar direto no pátio interno. Dentro da<br />

fábrica a coisa também estava preta, quem<br />

entrava era imediatamente consi<strong>de</strong>rado<br />

"prisioneiro", não saía nem para almoçar. A<br />

presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>putadosdo PTe do PM DB e <strong>de</strong><br />

vários jornalistas foi importante para que a<br />

segunda-feira não acabasse em pancadaria.<br />

Apenas alguns trabalhadores <strong>de</strong> base e dois<br />

sindicalistas trocaram tapas com a policia.<br />

Da fábrica, ninguém podia nem se<br />

aproximar e as assembléias com os trabalha-<br />

dores foram impedidas na marra. Os diretores<br />

da fábrica se recusavam a negociar.<br />

Na terça-feira se iniciaram as negociações,<br />

na DRT e até aquela altura ainda não havia<br />

nenhuma dispensa, nem dos 80 trabalhadores<br />

reconhecidos pela Telefunken. Na mesa <strong>de</strong><br />

negociações se sentaram representantes dos<br />

patrões, do sindicato e o grup > <strong>de</strong> fábrica. A<br />

negociação foi feita, já com a fábrica<br />

funcionando, o que segundo os trabalhadores<br />

diminuiu sua margem <strong>de</strong> conquistas.<br />

"Se ainda estivéssemos parados, tínhamos<br />

ganho mais, mas com toda If repressão não<br />

<strong>de</strong>u pra segurar". Mas o clima <strong>de</strong>ntro da<br />

fábrica é <strong>de</strong> contentamento. Todos avaliam o<br />

movimento como vitorioso. Conseguiu-se<br />

sustar as <strong>de</strong>missões por um tempo, novos<br />

companheiros <strong>de</strong>spertaram para a luta e,<br />

principalmente/ foi a primeira luta que São<br />

Paulo levou centra o <strong>de</strong>semprego, respaldada<br />

O BIC^O J<br />

23<br />

pelo <strong>Si</strong>ndicato, o que dá mais segurança para<br />

a categoria. A falha mais séria apontada pela<br />

li<strong>de</strong>rança dos trabalhadores é que o sindicato<br />

não reivindicou a formação <strong>de</strong> uma otgani-<br />

zaçâo permanente, uma comissão <strong>de</strong> fábrica<br />

permanente para a fábrica.<br />

FrartCiSbo Carlos, <strong>de</strong> Souza, ex-<br />

empregado da firma e candidato a <strong>de</strong>putado<br />

estadual pelo PT, que esteve na direção da<br />

greve avalia, que <strong>de</strong>sta vez o <strong>Si</strong>ndicato "tomou<br />

medidas imediatas porque a Telefunken não é<br />

um caso isolado. O aetor elctro-elcirônico<br />

correspon<strong>de</strong> a 23% da categoria e vero<br />

sofrendo transferências continuas para<br />

Manaus, E <strong>de</strong>semprego nesta indústria causa<br />

uma bota <strong>de</strong> neve, pois muitas empresai<br />

trabalham para ela".<br />

As Rdvfcdkaçfes doa<br />

Avaliando que não adianuria lutar contra a<br />

transferência da fábrica para Manaus e<br />

coniequente» <strong>de</strong>missões, os trabalhadores<br />

<strong>de</strong>cidirem lutar por avao prévio (te sat meses c<br />

meio pra os <strong>de</strong>mitidos e assistinoa médica<br />

garantida por mais um ano, além da estabili-<br />

da<strong>de</strong> <strong>de</strong> um ano para ot operários que<br />

permanecessem na fábrica, assim como para os<br />

funcionários da <strong>Si</strong><strong>de</strong>ltra, empresa, d* mesmo<br />

grupo.<br />

O Acordo Conquistado<br />

Após três horas e meia <strong>de</strong> negociações os<br />

trabalhadores conseguiram: a empresa abrira<br />

uma lista <strong>de</strong> voluntários para as 80 <strong>de</strong>missões<br />

que fará. Caso os voluntários nâo atinjam os 80.<br />

a Telefunken completará as <strong>de</strong>missões por seus<br />

próprios critérios, mas assegurara aos <strong>de</strong>mitidos<br />

emprego em outras fábricas do mesmo grupo.<br />

Para os voluntários, a empresa garante uma<br />

in<strong>de</strong>ni/açao<strong>de</strong> um salário, além do aviso prévio.<br />

Para os que tem mais <strong>de</strong> 10 anos <strong>de</strong> firma ou<br />

mais <strong>de</strong> 50 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> a in<strong>de</strong>nização será <strong>de</strong><br />

um mês c meio. A Telefunken se comprnmeic<br />

também a nâo dispensar mais nenhum horista<br />

até <strong>de</strong>/embro e assegurar assistência médica por<br />

mais um mês. aos que scráo <strong>de</strong>mitidos agora.<br />

Este acordo não é extensivo á <strong>Si</strong><strong>de</strong>ltra. que não<br />

participou da greve.<br />

5t<br />

/ St ÜAJIR \<br />

( OBIC«0 )<br />

íVfv-'<br />

)


ECÕHCUIA Z«<br />

FOLHA DE S. PAULO 9/8/82<br />

Dívida externa <strong>de</strong>ve<br />

atingir US$ 88 bi<br />

até o final do ano<br />

AIOVSIO tiONCH<br />

A divida externa brasileira<br />

<strong>de</strong>verá chegar a 75 bilhões <strong>de</strong><br />

dólares no final <strong>de</strong>ste ano, com<br />

um salto <strong>de</strong> 20% sobre o total <strong>de</strong><br />

61,4 bilhões <strong>de</strong> dólares regis-<br />

trado oo ílnal <strong>de</strong> 1981, superando<br />

largamente as previsões <strong>de</strong> um<br />

aumento Inferior a 15%, feitas<br />

pelo governo no começo do ano.<br />

Em lugar <strong>de</strong> crescer 9 bilhões <strong>de</strong><br />

dólares, a divida externa terá<br />

então engordado em mais 13<br />

bilhões <strong>de</strong> dólares, em 1982.<br />

Além <strong>de</strong>sses compromissos<br />

reconhecidos como "divida ex-<br />

terna" pelo governo brasileiro,<br />

o Brasil <strong>de</strong>via ainda mais 12,9 •.<br />

bilhões <strong>de</strong> dólares no final <strong>de</strong><br />

1961, como débitos <strong>de</strong> curto<br />

prazo, isto é. para pagamento no<br />

prazo máximo <strong>de</strong> ura ano - e<br />

que por isso nflo s&o incluídos na<br />

"divida oficial". Mesmo que es-<br />

ses compromissos a curto prazo<br />

nâo sofram nenhum acréscimo<br />

em 1982, a soma entre eles e a<br />

divida oficial revelará um dé-<br />

bito total <strong>de</strong> quase 88 bilhões <strong>de</strong><br />

dólares para o Brasil, no final<br />

O rápido agravamento da<br />

situação cambial do Pais vinha<br />

sendo apontado, há meses, por<br />

economistas e li<strong>de</strong>res empre-<br />

sariais que sugerem a rene-<br />

gociação da divida externa —<br />

sem que o governo admitisse<br />

oficialmente a extenso do<br />

problema. Nas últimas sema-<br />

nas, contudo, o tema tem pro-<br />

vocado preocupação crescente<br />

em áreas oficiais ou páraofi-<br />

clais, com a circulação <strong>de</strong><br />

relatórios reservados e estudos<br />

em que se discute, exaustiva-<br />

mente, as alternativas <strong>de</strong> que o<br />

Brasil dispõe para enfrentar a<br />

<strong>de</strong>terioração <strong>de</strong> suas contas ex-<br />

ternfls<br />

Aponta-se, nesses estudos, que<br />

o Brasil está extremamente vul-<br />

nerável diante dos problemas<br />

que. vêm atingindo a economia<br />

mundial, com número crescente<br />

<strong>de</strong> países enfrentando a impos-<br />

siblida<strong>de</strong> <strong>de</strong> continuar pagando<br />

seus compromissos externos —<br />

o que leva os banqueiros a uma<br />

cautela cada vez maior, na con-<br />

cessão <strong>de</strong> novos empréstimos.<br />

As ameaças à segurança do<br />

Pais, nessa área, sôo reforçadas<br />

pelo tamanho da divida <strong>de</strong> curto<br />

prazo, apresentada, como apon-<br />

ta uma <strong>de</strong>ssas, análises, por<br />

"compromissos a serem pagos<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um ano se nâo bouver<br />

renovação dos créditos. Em<br />

uma situação <strong>de</strong> crise <strong>de</strong> li-<br />

qui<strong>de</strong>z (internacional) estas<br />

linhas <strong>de</strong> crédito po<strong>de</strong>m nâo ser<br />

renovadas... e se essa divida for<br />

muito elevada, o Pais verée-á<br />

Impossibilitado <strong>de</strong> fazer frente a<br />

seus compromissos externos''.<br />

COMO A DIVIDA EXTERNA DISPAROU<br />

(Previsões no começo do ano erevisáofeita em julho)<br />

SdcrimlnacAo<br />

I. AtntnMU<strong>de</strong>ttUurM<br />

•) Saldo d«tMüaata<br />

coraercli;<br />

b) InvwttaninW»<br />

ertrangrtrns<br />

c) Totais<br />

I. A «üd* <strong>de</strong> dólares<br />

•) Jurw<br />

b) OMdandM<br />

c) Sanricot<br />

d) Totais<br />

3. CntdmentodadtvMa<br />

(CntnMlat menot MMM<br />

<strong>de</strong>dUarw)<br />

vm<br />

vm<br />

EmUUXkc<strong>de</strong>dMarM<br />

Prevlíío<br />

do começo<br />

<strong>de</strong>ltn<br />

l.o<br />

a.o<br />

3,0<br />

»,5<br />

34<br />

- 9,0<br />

Nov* previsto<br />

cora base mi<br />

resultado» do<br />

1."<br />

t,e<br />

IA<br />

u,o<br />

u<br />

15.S<br />

- HA<br />

Diferença<br />

-1,8<br />

-0J<br />

-M<br />

ENDIVIDAMENTO OFICIAL CRESCE 20% EM 1982<br />

(Evoluçâoda divida externa em bilhões <strong>de</strong> dólares)<br />

DMdaOndal,<br />

<strong>de</strong> médio e<br />

loar> prazo<br />

S2.Ü<br />

43.$<br />

494<br />

■ S3.e<br />

•1.4<br />

74.4<br />

Dtvsda<strong>de</strong><br />

curto<br />

1,1<br />

IA<br />

14<br />

9,4<br />

134<br />

13.9<br />

ti<br />

4.0<br />

DlvMa<br />

total<br />

Í4.1<br />

404<br />

534<br />

«4<br />

744<br />

•74<br />

(») «rttanattvas teltaa por eccnomlsus. ]i que o Banco Caotrai nSo fflvxdg» mal»<br />

Mmrtlini.<br />

O AGRAVAMENTO<br />

No começo <strong>de</strong>ste ano, os<br />

ministros da área econômica<br />

divulgaram projeções <strong>de</strong> longo<br />

prazo — até 1990 — para a<br />

evolução da divida externa<br />

brasileira. Consi<strong>de</strong>rava-se. nes-<br />

sas estimativas, que ela ainda<br />

cresceria no máximo à taxa <strong>de</strong><br />

15% em 1982, mas Iria reduzindo<br />

gradativamente o seu ritmo <strong>de</strong><br />

expansão, ano a ano, evoluindo<br />

finalmente a 10% ou 11% ao ano.<br />

Tais projeções, otimistas, se<br />

baseavam em análises, também<br />

otimistas, dos técnicos oficiais,<br />

para as áreas <strong>de</strong> exportações e<br />

Investimentos estrangeiros.,<br />

bem como para o nível dos juros<br />

internacionais.<br />

Nenhuma <strong>de</strong>ssas estimativas<br />

se confirmou no primeiro se-<br />

mestre, e nâo há perspectivas <strong>de</strong><br />

mudanças bruscas no quadro,<br />

pois elas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>riam funda-<br />

mentalmente da reativação da<br />

economia mundial — e solução<br />

dos problemas dos países, como<br />

o Brasil, em dificulda<strong>de</strong>s para<br />

pagar seus comprimlssos exter-<br />

nos.<br />

Arsim, <strong>de</strong>ntro das condições<br />

atuais, e com base nos resul-<br />

tados do primeiro semestre,<br />

po<strong>de</strong>-se prever que a divida ex-<br />

terna brasileira crescerá W<br />

bllbóes <strong>de</strong> dólares, e não 9<br />

bilhões como estava previsto<br />

(ver tabela),<br />

E importante en<strong>de</strong>nter que es-<br />

se problema nâo aparecerá<br />

apenas no final do ano: na ver-<br />

da<strong>de</strong>, como os ingressos <strong>de</strong><br />

dólares tém sido inferiores às<br />

estimativas, e as saldas tém<br />

sido maiores do que se es-<br />

perava, é evi<strong>de</strong>nte que o gover-<br />

no já vem enfrentando pro-<br />

blemas espinhosos, na adminis-<br />

tração das contas externas (v.<br />

tabela)<br />

Ponto por ponto, eis o atual<br />

quadro da dívida externa do<br />

Pais:<br />

• Balança comercial — pre-<br />

viu-se Inicialmente um saldo <strong>de</strong><br />

3 bilhões <strong>de</strong> dólares, isto é, as ex-<br />

portações superariam as impor-<br />

tações em 3 bilhões <strong>de</strong> dólares.<br />

Po<strong>de</strong>-se supor que havia es-<br />

perança <strong>de</strong> um saldo <strong>de</strong> 1,5<br />

bilhão <strong>de</strong> dólares a caída se-<br />

mestre. Ce jrneiro a Junho, ele<br />

foi <strong>de</strong> aperra 250 mlínSes <strong>de</strong><br />

dólares, isto c. o govem? contou<br />

com 1,2 bilhão <strong>de</strong> dólares a<br />

menos para aten<strong>de</strong>r aos *>"»-<br />

promiasos externos. A -ú-<br />

matlva <strong>de</strong> um superávit <strong>de</strong> 3<br />

bilhões <strong>de</strong> dólares foi revista<br />

para um hllbâo <strong>de</strong> dólares (v.<br />

tabela), que ainda po<strong>de</strong> ser con-<br />

si<strong>de</strong>rada ctimist?. já que as ex-<br />

portações braseiras estão cain-<br />

do cada vez nu is, num mercado<br />

mundial cada vez mais difícil:<br />

até março, seu recuo havia sido<br />

<strong>de</strong> 4,4%; em junho, a queda em<br />

relação ao primeiro semcslre <strong>de</strong><br />

1981 já subia a 8,5%.<br />

* Investimentos estraogelroa<br />

— o relatório semestral do Ban-<br />

co Central forteoe os dados<br />

relativos apenas ao período dè<br />

janeiro a rifirço <strong>de</strong> 1982, isto é,<br />

ao primeiro trimestre do ano, O<br />

resultado é ultra<strong>de</strong>cepclonante:<br />

a entrada <strong>de</strong> capitais estran-<br />

geiros teria alcançado apenas<br />

500 mUUtes <strong>de</strong> dólares e. como<br />

empresas brasileiras Inves-<br />

tiram no exterior (Banco do<br />

Brasil, basicamente), houve<br />

ainda uma saida <strong>de</strong> 200 milhões<br />

<strong>de</strong> dólares. Assim, no trimestre,<br />

o saldo <strong>de</strong> investimentos exter-<br />

nos foi <strong>de</strong> apenas SOO milhões <strong>de</strong><br />

dólares. Mesmo que nos outros<br />

três trimestres a entrada <strong>de</strong><br />

capitais se mantivesse em 500<br />

milhões <strong>de</strong> dólares, as. saldas<br />

caíssem para -100 milhões <strong>de</strong><br />

dólares, o «aldo seria <strong>de</strong> 400<br />

milhões por trimestre, ou 1.2<br />

biIh£o em nove meses que,<br />

somados aos 300 milhões do<br />

primeiro trimestre. ' 11-<br />

zariam l.S bilhão <strong>de</strong> d6.~es.<br />

Melo büi.So <strong>de</strong> dólares abaixo<br />

dos 2 bilhões previstos — e bem<br />

longe dos 3 b^hões a que'minis-<br />

tros oa área econômica fazem<br />

mençío frequeníemente. Es-<br />

taria ai um rombo <strong>de</strong> 500<br />

milhões <strong>de</strong> dólares, em relação<br />

à estimativa oficial — e que na<br />

prática <strong>de</strong>ve ser multo maior.<br />

Por quê ? Porque os 300 milhOes<br />

"investidos" no primeiro trimes-<br />

tre nem sempre representaram<br />

"entrada" real <strong>de</strong> dólares: nes-<br />

sa cifra, ejtá englobado também<br />

o valor ãe relnvosUmentos, Isto<br />

é, rc.^iicfijão <strong>de</strong> lucros (em<br />

cruzeiros) cbtios por multina-<br />

cionais que creram no Brasil.<br />

* Juras — prevla-se que o pais<br />

gastaria 9,5 bühCss <strong>de</strong> ãU&res,<br />

er le ano, no pagan-ento <strong>de</strong> Juros.<br />

No primeiro É«jnestre, houve<br />

um "c.íTjrt" íe um btibão <strong>de</strong><br />

d, lares. As taxas <strong>de</strong> juros inter-<br />

nais, (libor) caíram em<br />

JuWw, íHZS «M rJval nu'Abaixo<br />

séraen'5 Mrt jcfcr«.cto a partir<br />

da renovação <strong>de</strong> c«ia contrato<br />

<strong>de</strong> íin&ndamwnto (o que ocorre<br />

a .cada s^ls meses). Assim,<br />

aintífc nef te sepmtío semestre os<br />

erüprè&fmos ao Erasll estarão<br />

rendtaacb OP mesmos juros<br />

elevados da r-rlmelra meta<strong>de</strong> do<br />

ano, Na mclbor das hipóteses, o<br />

estouro do ãégundo semestre<br />

serü <strong>de</strong> SòO ralüiõcs <strong>de</strong> dólares,<br />

que, sema<strong>de</strong> á <strong>de</strong>spesa extra <strong>de</strong><br />

um büaio na primeira i ta<strong>de</strong><br />

do ano, representarão uma<br />

salda imprevista Cs mais 1,5<br />

bühâo <strong>de</strong> dólares.<br />

âomandose a redução do<br />

superávit da balança comerciai<br />

ao aumento na salda <strong>de</strong> dólares


INTERNACIONAL<br />

Os <strong>de</strong>bates<br />

na imprensa clan<strong>de</strong>stina<br />

Aqui, a palpitante evolução do <strong>de</strong>bate dos operários sobre<br />

a tomada do po<strong>de</strong>r.<br />

EM TEMPO 12 a 25/8/82<br />

• 17 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1982<br />

"Nossas ações são ainda caóticas. Em<br />

gerai, elas não ultrapassam o quadro das<br />

empresas tomadas isoladamente e muito<br />

menos .as regiões. Nos ressentimos <strong>de</strong><br />

uma coor<strong>de</strong>naçáo em uma escala supe-<br />

rior. Nos falta uma concepção, uma es-<br />

tratégia a longo prazo. Olhemos a ver-<br />

da<strong>de</strong> <strong>de</strong> frente: c impossível restaurar na<br />

Polônia as liberda<strong>de</strong>s cívicas elementa-<br />

res, é impossível reconstituir o Solida-<br />

rieda<strong>de</strong> sem <strong>de</strong>rrubar a ditadura instau-<br />

rada no dia 13 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro. A possibi-<br />

lida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um acordo nacional já foi ani-<br />

quilado pelo po<strong>de</strong>r. E se ainda existe a<br />

idéia <strong>de</strong> um acordo, ele não po<strong>de</strong> se<br />

realizar a partir <strong>de</strong> hoje senão contra este<br />

po<strong>de</strong>r (...) Nós <strong>de</strong>vemos saber como levar<br />

a cabo a revolução polonesa iniciada em<br />

agosto". Extraído <strong>de</strong> C£>/V número 2,<br />

órgío do Comkl Opeiirio inter-empre-<br />

sa» do Solidarieda<strong>de</strong> em Varsóví».<br />

• 7 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1982<br />

"Eu participei com representantes das<br />

gran<strong>de</strong>s fábrica <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões tomadas<br />

durante a reunião da comissão provisó-<br />

ria <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação e apresentei a opinião<br />

<strong>de</strong> quatro regiões sobre a estratégia e a<br />

tática a adotar. Elas provocaram cons-<br />

ternação. Todos <strong>de</strong>clararam que se algum<br />

passo <strong>de</strong>cisivo não fosse dado, se as<br />

pessoas não tivessem a certeza que nos<br />

preparamos jpara realüar a greve geral<br />

com o objetivo <strong>de</strong> chegar a um acordo<br />

baseado sobre um compromisso, nós não<br />

teríamos nenhum apoio. As greves curtas<br />

e as outras ações sâo seguidas pela<br />

repressão. A longo prazo, com o aumen-<br />

to <strong>de</strong> riscos <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes e a ausência <strong>de</strong><br />

perspectivas claras quanto ao fim vito-<br />

ioso da luta, será provocado um <strong>de</strong>sen-<br />

courajaroento dos sindicalistas, uma<br />

apatia e uma piora da repressão contra a<br />

qual nenhuma pessoa po<strong>de</strong>rá se <strong>de</strong>fen-<br />

<strong>de</strong>r (...) Extraído <strong>de</strong> uma carta <strong>de</strong> Bodan<br />

ÍM a Zifbnfcw **&, pubVcada no<br />

Tygodnik Mazowsze n? 15, <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> maio<br />

<strong>de</strong> 1982.<br />

• 21 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1982<br />

"Eu me alegro <strong>de</strong> saber que as fabricas<br />

são <strong>de</strong>ssa opinião (no que diz respeito à<br />

greve geral). Entretanto é importante as-<br />

sinalar que, tendo em visto a característi-<br />

ca da greve — <strong>de</strong>fesa ativa — isto será<br />

uma revolução (<strong>de</strong>rrubada do po<strong>de</strong>r<br />

atual). Se eles tiverem consciência disso,<br />

assegure a eles que a comissão provisória<br />

<strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação está pronta a assumir a<br />

direção <strong>de</strong> uma tal greve e a prepará-ía;<br />

mas, pessoalmente, eu não os convocarei<br />

à greve. Seta o mesmo que enviar milha-<br />

res <strong>de</strong> pessoas ao massacre e eu não vou<br />

assumir a responsabilida<strong>de</strong> (...) Extraído<br />

da itspoito <strong>de</strong> Z. Bi#k a B. Lis, publi-<br />

cada no mesmo número do Tygodnik<br />

Mazowsze.<br />

• 27 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1982<br />

"Eu não constato nenhum sinal <strong>de</strong> boa<br />

vonta<strong>de</strong> da parte das autorida<strong>de</strong>s. Ao<br />

contrário, o <strong>de</strong>sprezo diante da situação<br />

social, a multiplicação dos atos repres-<br />

sivos, a ameaça <strong>de</strong> manter o Solidarieda-<br />

<strong>de</strong> na ilegalida<strong>de</strong>, a piora crescente da<br />

situação material, o <strong>de</strong>semprego: tudo<br />

isto conduz inevitavelmente a uma radi-<br />

calização dos trabalhadores e à greve<br />

geral. Algumas <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />

empresas <strong>de</strong> Mazovie já exigiram da<br />

RKW que marque a data <strong>de</strong>sta greve.<br />

Uma explosão espontânea será antes <strong>de</strong><br />

tudo menos eficaz. De outro lado, ela será<br />

maií perigosa. É por isso que uma<br />

preparação ao nível sindical para a greve<br />

geral <strong>de</strong>ve ser um <strong>de</strong>safio para todos os<br />

níveis <strong>de</strong> nossa organização. Nós pedi-<br />

mos aos comitês <strong>de</strong> empresa provisórios<br />

para criar células para organizar a gre-<br />

ve (...)" Extraído <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>claração da<br />

comissão executiva reeioraü (RKW) do<br />

Solidarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Vanóvia.<br />

• 2 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1982<br />

"A greve geral colocará a questão polo-<br />

nesa no centro das preocupações inter-<br />

nacionais. Deve ser uma greve geral em<br />

toda a Polônia com a <strong>de</strong>fesa ativa das<br />

fábricas. Em Varsóvia, <strong>de</strong>ve haver uma<br />

greve com ocupação em pelo menos<br />

trinta fábricas, as outras se mobilizando<br />

para uma greve sem ocupação mas com<br />

manifestações e passeatas para ocupar<br />

uma parte das foiças <strong>de</strong> repressão: Se a<br />

situação se tomar verda<strong>de</strong>iramente séria<br />

as autorida<strong>de</strong>s não po<strong>de</strong>rão, segundo o<br />

meu pensamento, contar com Exército<br />

ou mesmo com as milícias. Quando um<br />

só batalhão se recusa a atirar... Foi este o<br />

caso em fevereiro <strong>de</strong> 1917 logo que uma<br />

pequena unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cossacos passou para<br />

o lado dos manifestantes e, ao finai <strong>de</strong> um<br />

mês, não havia um czar". Extraído <strong>de</strong><br />

uma entrevista com Z. Ronmszeiwki,<br />

membro da direção do Solidarieda<strong>de</strong><br />

pela refSta <strong>de</strong> Vanóvia. A<br />

ECONOMIA<br />

25<br />

Continuação da<br />

pagina anterior:<br />

A DIVIDA EXTERNA<br />

via juros (e mesmo que as <strong>de</strong>-<br />

mais <strong>de</strong>spesas não cresçam),<br />

tem-se uma diferença <strong>de</strong> 4<br />

btihôes <strong>de</strong> dólares, sobre o au-<br />

mento <strong>de</strong> 9 bilhões <strong>de</strong> dólares<br />

Inicialmente previstos para a<br />

divida externa brasileira em<br />

1963, totalizando o ereocimento<br />

<strong>de</strong> 13 bilhões no endividamento<br />

externo do Pais.<br />

SEM RESERVAS<br />

Além <strong>de</strong> precisar <strong>de</strong> 13 bilhões<br />

<strong>de</strong> dólares em novos emprés-<br />

timos para cobrir esse rombo, o<br />

Brasil necessitaria levantar<br />

mais 8 bilhões <strong>de</strong> dólares, no<br />

transcorra- do ano, para pagar<br />

as amortizações (prestações) da<br />

divida antiga.<br />

Total <strong>de</strong> dinheiro que o Brasil<br />

precisa conseguir no Exterior<br />

em 82: 21 bilhões <strong>de</strong> dólares.<br />

Uma ctlra ainda mais preo-<br />

cupante porque o nivel das re-<br />

servas cambiais brasileiras —<br />

que podariam ser utilizadas em<br />

situações <strong>de</strong> emergência, para<br />

salvar compromissos—estão ao<br />

baixo nlvei <strong>de</strong> 6,9 bUbôes <strong>de</strong><br />

dólares, segundo o governo. •


IWTERWACIOWAL 26<br />

A recente medida <strong>de</strong> "anistia parcial"<br />

<strong>de</strong>clarada em 21 <strong>de</strong> julho último, em<br />

nada serviu para "acalmar os<br />

ânimos" do povo. Centenas <strong>de</strong> presos foram<br />

libertados dos cárceres e dos campos <strong>de</strong><br />

concentração, mas nenhum <strong>de</strong>les fazia parte<br />

dos dingcntes médios do Solidarieda<strong>de</strong>.<br />

Mas, a "Polônia clan<strong>de</strong>stina", com bem diz<br />

Zbigniew Bujak, um <strong>de</strong> seus principais<br />

dirigentes, continua agindo. Um sinal disso,<br />

foi o anúncio por parte do governo, há umas<br />

quatro semanas, através da televisão <strong>de</strong><br />

Varsôvja, <strong>de</strong> que "conseguira <strong>de</strong>smantelar a<br />

Rádio-Soüdaricdadc. Uma semana <strong>de</strong>pois,<br />

essa emissora clan<strong>de</strong>stina que transmite para<br />

toda a região da capital, voltava a funcionar,<br />

com um programa anunciado por milhares <strong>de</strong><br />

panfletos impressos pelo sindicato. Outro fato<br />

igualmente expressivo, foi a <strong>de</strong>claração do<br />

ministro do Interior, o general Kiszcalc, nas<br />

páginas da revista semanal do POUP.<br />

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