^c^^ história Si - Centro de Documentação e Pesquisa Vergueiro
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16/08/82<br />
ANO II<br />
NUMERO<br />
^fomia a sráiía<br />
^ ^<br />
■^<br />
^<br />
í^^ 0<<br />
4'<br />
<strong>^c^^</strong> <strong>história</strong> <strong>Si</strong><br />
OQHím %
SINPICAÍ.ISMO<br />
Pelegos e reformistas<br />
divi<strong>de</strong>m o^movimento<br />
Realizou-se nos dias 31 <strong>de</strong> ju-<br />
lho e 01 <strong>de</strong> agosto o Encontro<br />
dos Trabalhadores do Estado <strong>de</strong><br />
São Paulo.<br />
O objetivo do encontro era<br />
juntar os trabalhadores da cida-<br />
<strong>de</strong> e do campos <strong>de</strong> todas as cate-<br />
gorias, para unir forças e. plane-<br />
jar lulas conjuntas.<br />
A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> unir nossos<br />
trabalhadores na luta contra os<br />
patrões apareceu claro em todas<br />
as greves que fizemos <strong>de</strong> 1978 pa-<br />
ra cá. Mas essa união é uma fer-<br />
ramenta que precisa ser construí-<br />
da. De dois anos para cá no movi-<br />
mento operário começa a se criar<br />
essa ferramenta. O Conclat do<br />
ano passado <strong>de</strong>veria ajudar para<br />
isso Mas pouco foi feito. O no-<br />
ve _onclat marcado para esse<br />
ano <strong>de</strong>veria caminhar nessa dire-<br />
ção.<br />
Mas a comissão Pró-CUT que<br />
foi eleita o ano passado está dan-<br />
do mil golpes para cancelar o<br />
Conclat e impedir essa união dos<br />
trabalhadores.<br />
PELEGOS E REFORMISTAS<br />
SÃO ELEMENTOS<br />
PATRONAIS<br />
Os trabalhadores querem a u-<br />
nião para a luta.Mas as direções<br />
pelegas <strong>de</strong> muitos sindicatos que-<br />
rem só ficar <strong>de</strong> bem com os pa-<br />
trões.<br />
Também muitos dirigentes<br />
sindicais, e alguns trabalhadores<br />
só pensam em controlar o movi-<br />
mento. Só querem dirigir por ci-<br />
ma, sem fazer a vonta<strong>de</strong> dos pró-<br />
prios trabalhadores: são os que<br />
chamamos <strong>de</strong> "reformistas" —<br />
Pelegos e reformistas andam jun-<br />
tos.<br />
No Enclat <strong>de</strong> São Paulo tenta-<br />
ram <strong>de</strong> todo o jeito impedir- o<br />
novo Conclat. Eles querem aca-<br />
bar com o Conclat e aos poucos<br />
construir uma máquina pelego-<br />
reformista, uma Centrai Única<br />
dos Trabalhadores dominada pe-<br />
los pelegos e pelos reformistas.<br />
LUTA SINDICAL agosto/82<br />
O ENCLAT SÃO PAULO<br />
DERROTA OS ELEMENTOS<br />
PATRONAIS<br />
A maioria dos <strong>de</strong>legados do<br />
Enclat <strong>de</strong>cidiu realizar o Conclat<br />
esse ano. Foi uma votação que<br />
ganhou apenas por dois votos.<br />
Após essa votação o bloco pelego-<br />
reformista tentou anular o en-<br />
contro e não aceitou participar<br />
da Comissão Inter-<strong>Si</strong>ndical Esta-<br />
dual que foi eleita em seguida.<br />
Os participantes do Enclat <strong>de</strong><br />
São Paulo apoiaram a proposta<br />
feita nos Enclat do Rio Gran<strong>de</strong><br />
do Sul e Goiás, <strong>de</strong> realizar um<br />
encontro nacinal em fim <strong>de</strong><br />
agosto com a presença <strong>de</strong> todos<br />
os membros das comissões Inter-<br />
sindicais dos vários Estados e<br />
com membros da antiga Pró-<br />
CUT.<br />
Nesse encontro se <strong>de</strong>cidirá so-<br />
bre a realização do Conclat e se<br />
escolherá uma nova comissão<br />
Pró-CUT que <strong>de</strong>verá cuidar <strong>de</strong><br />
encaminhar a luta conjunta no<br />
país todo e preparar a formação<br />
da CUT. •<br />
Enclat paulista aprova<br />
Congresso para este ano<br />
A disposição <strong>de</strong> realizar este àno<br />
o I Congresso Nacional das Classes<br />
Trabalhaxioras (1 Conclat), <strong>de</strong><br />
acordo com as resoluções da<br />
primeira Conferência Nacional das<br />
Classes Trabalhadoras, <strong>de</strong> 1981, na<br />
Praia Gran<strong>de</strong>, e a exemplo da<br />
maioria dos Enclats já realizados,<br />
foi a <strong>de</strong>cisão tomada pelo plenário<br />
do II Enclat (Encontro Estadual<br />
d"; Classes Trabalhadoras) paulis-<br />
L., realizado nos dias 30 e 31 <strong>de</strong><br />
julho e I;' <strong>de</strong> agosto, na Capital.<br />
Para viabilizar essa proposta —<br />
aprovada por 367 votos contra 365<br />
e muitas abstenções — o plenário<br />
<strong>de</strong>cidiu apoiar a realização da<br />
reunião, já <strong>de</strong>fendida pelos Enclals<br />
do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul e pela<br />
Comissão Estadual Pró-CUT <strong>de</strong><br />
Goiás, para os dias 28 e 29 <strong>de</strong><br />
agosto, em Brasília, com a partici-<br />
pação da atual Comissão Nacional<br />
Pró-CUT. Nessa reunião, que<br />
também <strong>de</strong>verá ter a presença dos<br />
<strong>de</strong>legados eleitos pelos Enclats, será<br />
dado o encaminhamento visando à<br />
realização do 1 Conclat.<br />
Apelo<br />
Além <strong>de</strong> um apelo à direção da<br />
Confe<strong>de</strong>ração Nacional dos Traba-<br />
lhadores na Agricultura (Contag)<br />
para que participe <strong>de</strong>ssa reunião, o<br />
plenário aprovou, também, uma<br />
proposta que <strong>de</strong>nuncia como<br />
ilegítima a reunião convocada pela<br />
Pró-CUT para os dias II e 1-2 <strong>de</strong><br />
setembro, lerabrancio que o man-<br />
JORNAL DOS TRABALHADORES 13/8/82<br />
dato conferido a essa comissão<br />
vence no dia 27 <strong>de</strong> agosto.<br />
Foram essas, assim, as respostas<br />
dadas pelos sindicalistas <strong>de</strong> São<br />
Paulo aos que aprovaram a <strong>de</strong>cisão<br />
<strong>de</strong> alguns integrantes da Pró-CUT,<br />
dias antes, <strong>de</strong> adiar o I Conclat para<br />
o ano que vem, à revelia do<br />
conjunto dos trabalhadores brasí'<br />
leiros, num golpe contra a sua<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> organização e<br />
mobilização.<br />
Plano <strong>de</strong> lutas<br />
,No plano <strong>de</strong> lutas aprovado no 1* /<br />
Enclat paulista inclui-se a necesST<br />
da<strong>de</strong> <strong>de</strong> unificação da luta contra ^<br />
ditadura, pelo fim da Lei o e<br />
-?
S1NV1CAL1SH0<br />
Continuação da página anterior<br />
ENCLAT PAULISTA...<br />
IBGE: AUMENTA O NUMERO<br />
DE EMPREGOS<br />
•tesofe"<br />
cMCoa)se>s<br />
Segurança Nacional (LSN), pela<br />
anistia aos dirigentes sindicajs^<br />
cassados e pela sindicalização dos<br />
funcionários públicos.<br />
Como formas <strong>de</strong> luta e mobili-<br />
zação, os <strong>de</strong>legados aprovaram a<br />
realização <strong>de</strong> campanhas nacionais<br />
contra o <strong>de</strong>semprego, pela reforma<br />
agrária e pela unificação das datas-<br />
base das categorias afins,. Decidiu-<br />
se, também, fazer imprimir um<br />
milhão <strong>de</strong> cópias contendo as<br />
resoluções do 11 Enclat Paulista<br />
para serem distribuídas em todo o<br />
Estado.<br />
Contra o imperialismo<br />
O plenário também aprovou<br />
propostas <strong>de</strong> apoio à filiação dos<br />
sindicatos a organizações interna-<br />
cionais, apesar da legislação em<br />
vigor proibir esses contatos.<br />
Outras resoluções na área da<br />
questão internacional foram levar<br />
para as bases as discussões <strong>de</strong><br />
caráter internacional, incrementar<br />
o intercâmbio entre os trabalhado-<br />
res <strong>de</strong> empresas multinacionais,<br />
apoiar as lutas dos povos palesti-<br />
nos, da Nicarágua e El Salvador e<br />
combater o imperialismo, o colo-<br />
nialismo e o racismo.<br />
Nova Comissão<br />
Os <strong>de</strong>legados elegeram, ao final<br />
da plenária, a Comissão <strong>Si</strong>ndical<br />
Única <strong>de</strong> São Paulo (CSU/SP) que<br />
ficou assim formada:<br />
Jair Meneghelli (metalúrgicos<br />
São Bernardo). Gilmar Carneiro<br />
dos Santos (bancários São Paulo),<br />
Clara Ant (arquitetos São Paulo),<br />
Miguel Rupp (metalúrgicos Santo<br />
André), Valdir Carlos Ferreira<br />
(vidreiros São Paulo), José Luís<br />
Gonçalves (metalúrgicos São José<br />
dos Campos), Paulo Otávio <strong>de</strong><br />
Azevedo Jr. (metroviários São<br />
Paulo). Manoel Lizan (metalúrgi-<br />
cos Itu), Wal<strong>de</strong>mar Rossi (base,<br />
metalúrgicos São Paulo), Gumer-<br />
cindo Milhomem (Apeoesp). Antô-<br />
nio José Alencar Ferreira (petro-<br />
leiros Campinas), Ginaldo Santos<br />
da Rocha (gráficos Santos), Paulo<br />
Skromov (coureiros São Paulo).<br />
Francisco Ivan Gutierrez Rodri-<br />
gues (motoristas <strong>de</strong> ônibus São<br />
Paulo), Cid Barbosa Lima Jr.<br />
(engenheiros São Paulo), Bertolai<br />
(rurais Angatuba), Eli da <strong>Si</strong>lva<br />
Ferreira (petroleiros Mauá), Edson<br />
Campos (base. bancários São<br />
Paulo). Vicente Paulo da <strong>Si</strong>lva<br />
(metalúrgicos São Bernardo),<br />
Agenor Narciso (químicos ABC),<br />
Magno <strong>de</strong> Carvalho (Fepasp), Joel<br />
Alves (marceneiros São Paulo),<br />
Vidor Jorge Faita (rurais Araras),<br />
Osvaldo Cruz Jr. (motoristas <strong>de</strong><br />
ônibus ABC) e Orlando Capacle<br />
Neto (metalúrgicos Ribeirão Preto).<br />
Dois blocos<br />
Mais uma vez, tal como já<br />
ocorreu na primeira Conclat, na<br />
Praia Gran<strong>de</strong>, em 1981, dois<br />
gran<strong>de</strong>s blocos se formaram,<br />
dividindo ao meio os <strong>de</strong>legados<br />
presentes ao 11 Encontro Estadual<br />
Ctabs k KJ* to\m<br />
BIBLIOTECA]<br />
das Classes Trabalhadoras <strong>de</strong> São<br />
Paulo: <strong>de</strong> um lado, o bloco<br />
combativo, encabeçado por si<br />
catos comprometidos com a luta<br />
dos trabalhadores, como é o caso<br />
dos metalúrgicos <strong>de</strong> São Bernardo<br />
e Santo André, bancários <strong>de</strong> São<br />
Paulo, petroleiros <strong>de</strong> Campinas, e<br />
constituído por sindicalistas vincu-<br />
lados ao PT, à Igreja, à Anampos e<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. Do outro, o bloco<br />
imobilista, constituído por sindica-<br />
listas ligados ao PMDB e aos<br />
jornais "Voz da Unida<strong>de</strong>", "Correio<br />
e Unida<strong>de</strong> <strong>Si</strong>ndical", "Tribuna da<br />
Luta Operária". "Hora do Povo", e<br />
as Fe<strong>de</strong>rações e Confe<strong>de</strong>rações.<br />
Além <strong>de</strong> siglas e simpatias<br />
i<strong>de</strong>ológicas e políticas, <strong>de</strong>fronta-<br />
ram-se duas concepções opostas <strong>de</strong><br />
prática sindical: a primeira, que<br />
exige e pratica o respeito às bases,<br />
submete-se às <strong>de</strong>cisões da maioria,<br />
quer a unida<strong>de</strong> dos trabalhadores<br />
como fruto do encaminhamento <strong>de</strong><br />
suas lutas cotidianas, e assume uma^<br />
postura intransigente ;.contra pab,<br />
trões e Estado, e combate efetiva-<br />
mente a estrutura sindical atrelada;<br />
a segunda, cupulista e manobrista,<br />
não respeita as <strong>de</strong>cisões da maioria,<br />
pauta-se pelo oportunismo e pela<br />
conciliação ou inércia diante dos<br />
patrões e do regime.<br />
A posição do bloco cenabetivo<br />
foi bem clara: repúdio à manoara<br />
da maioria da Comissão Pró-CUT,<br />
que resolveu, em reunião realizada<br />
no dia 17 <strong>de</strong> julho, em > Brasília,<br />
simplesmente passar por cima da<br />
<strong>de</strong>cisão dos 5.000 <strong>de</strong>legados que<br />
haviam marcado a realização do 1.°<br />
Conclat para agosto <strong>de</strong>ste ano. A<br />
maioria da Pró-CUT <strong>de</strong>srespeitou"<br />
até seus próprios casuísmos, como<br />
foi a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> consultar os Enclats<br />
estaduais sobre a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
manter a data (dos 2.400 trabalha-<br />
dores que participaram <strong>de</strong> <strong>de</strong>z<br />
Enclats, cerca <strong>de</strong> dois mil confir-<br />
maram a realização do Conclat,<br />
entre eles um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong><br />
trabalhadores rurais, como ocorreu<br />
no Pará, Goiás, Pernambuco e Rio<br />
Gran<strong>de</strong> do Sul, notadamente). •<br />
ttK 1<br />
ími k fctsni rcriflài<br />
N»<br />
BIBLIOTECA<br />
s + ■ ^ 'mão jfc<br />
i +1 +1 + i +1 + d i - 1 *£SZMPí(tíAt*)
SIWPICAUSKO<br />
Enclat paulista sãídmdídõ<br />
As manobras para di-<br />
vidir o movimento sin-<br />
dical tiveram um avanço<br />
temporário no Enclat<br />
(Encontro das Classes<br />
Trabalhadoras) <strong>de</strong> São<br />
Paulo, nos dias 30,31 e 1.°<br />
<strong>de</strong> agosto. O maior En-<br />
clat já realizado — com<br />
830 <strong>de</strong>legados e 113 enti-<br />
da<strong>de</strong>s sindicais — apro-<br />
vou, por apenas dois<br />
votos <strong>de</strong> diferença, reali-<br />
zar um congresso nacio-<br />
nal a todo custo este ano,<br />
passando por cima da<br />
Pró-Cut, como entida<strong>de</strong><br />
unitária do sindicalismo<br />
brasileiro, que havia <strong>de</strong>ci-<br />
dido adiar o Conclaí.<br />
A <strong>de</strong>cisão da Pró-CUT gerou<br />
a maior discussão do Enclat,<br />
sendo visíveis três posições<br />
distintas. A vitoriosa foi <strong>de</strong>fendi-<br />
da por sindicalistas ligados- ao<br />
PT, que só agora resolveram<br />
gritar pelo Congresso a qualquer<br />
preço este ano. Para isto mobili-<br />
zaram <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> associações <strong>de</strong><br />
funcionários públicos e entida-<br />
<strong>de</strong>s pré-sindicais e cinicamente<br />
atacaram os "pelegos" que<br />
adiaram o Conclat. Não critica-<br />
ram, no entanto, Lula e outros<br />
sindicalistas do PT que até o dia<br />
5 <strong>de</strong> julho eram contra o Conclat<br />
e o boicotaram abertamente,<br />
contribuindo oara a situação<br />
atual.<br />
Após a votação, que por dois<br />
votos aprovou o Congresso este<br />
ano, os próprios membros <strong>de</strong>sta<br />
corrente sindical reconheciam<br />
que já é inviável o Conclat. Jacó<br />
Bittar confessou: "Será quase<br />
impossível fazer o Congresso". E<br />
o professor Gumercindo abriu o<br />
jogo para a plenana: "Foi uma<br />
<strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>mocrática, o que não<br />
significa que vamos fazer o<br />
Conclat se não existem condi-<br />
ções propícias". Imediatamente<br />
foi rechaçado por centenas <strong>de</strong><br />
ativistas: "É ou não é piada <strong>de</strong><br />
Síí^O social-<strong>de</strong>mocracia fazei<br />
r^vulução!"<br />
VOLTA DO PLURALISMO<br />
O porquê da <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> uma<br />
proposta inviável ficou claro<br />
quando a mesma corrente sindi-<br />
cal passou a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o fim da<br />
Pró-CUT. Alegando que seu<br />
mandato expira em agosto, esses<br />
sindicalistas propuseram aos<br />
<strong>de</strong>legados que consi<strong>de</strong>rassem<br />
ilegítimas a Pró-CUT e sua<br />
reunião unitária dos dias 11 e 12<br />
<strong>de</strong> setembro, no que foram<br />
vitoriosos. E que a imçrsindical<br />
<strong>de</strong> São Paulo passe a<br />
convocar para os dias<br />
28 e 29 <strong>de</strong> agosto uma<br />
reunião paralela, em<br />
São Bernardo, para<br />
preparar um congres-<br />
so a todo custo.<br />
Esta postura obje-<br />
tiva criar na prática<br />
duas direções para o<br />
movimento sindical<br />
no país. São as idéias<br />
do pluralismo sindi-<br />
cal, que os cinco mil-<strong>de</strong>legados<br />
da Conferência da Praia Gran<strong>de</strong><br />
esmagaram, voltando à tona.<br />
VIGOR E PERSPECTIVA<br />
Uma outra corrente sindical se<br />
<strong>de</strong>stacou no Enclat, mostrando o<br />
seu vigor e perspectiva no<br />
sindicalismo. Formada por mais<br />
<strong>de</strong> uma centena <strong>de</strong> <strong>de</strong>legados da<br />
base c alguns dirigentes <strong>de</strong><br />
sindicatos, esta corrente criticou<br />
severamente a Pró-CUT por seu<br />
imobilismo e vacilação, critican-<br />
do tanto os pelegos e reformistas<br />
como os petistas que também<br />
nada fizeram pelo Conclat este<br />
ano. Mas consi<strong>de</strong>ravam, como<br />
<strong>de</strong>stacou o metroviário José<br />
Luís, que "é absurdo <strong>de</strong>sconhe-<br />
cer a legitimida<strong>de</strong> da Pró-CUT,<br />
que foi uma vitória da 1?<br />
Conclat no sentido da unificação<br />
do movimento sindical".<br />
Estes sindicalistas foram os<br />
mais ardorosos <strong>de</strong>fensores do<br />
Conclat este ano, para dar uma<br />
resposta ao governo — <strong>de</strong>rrotan-<br />
do o seu partido em novembro<br />
— e para brecar a investida<br />
patronal contra os salários dos<br />
trabalhadores. Mas a partir da<br />
<strong>de</strong>cisão da Pró-CUT <strong>de</strong> adiar o<br />
Conclat e da posição do sindica-<br />
lismo do campo e <strong>de</strong> várias<br />
cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> não participar do<br />
evento, eles souberam levar em<br />
conta a nova situação. Segundo<br />
o metalúrgico Eustáquio Vital,<br />
"temos que fazer uma avaliação<br />
realista da situação criada pela<br />
Pró-CUT. Ela inviabilizou o<br />
Congresso este ano. Não po<strong>de</strong>-<br />
mos <strong>de</strong>sconhecer que sua má<br />
atuação afastou os trabalhado-<br />
res rurais e os camponeses, que já<br />
<strong>de</strong>cidira:?^ não participar 'do<br />
TRIBUNA DA LUTA OPERARIA 9 a 15/8/82<br />
Conclat este ano. E é muito<br />
importante que eles, que estão<br />
pegando em armas para <strong>de</strong>fen-<br />
<strong>de</strong>r seus direitos, participem do<br />
Congresso. Realizá-lo hoje é<br />
dividir o movimento sindical, é'<br />
afastar os camponeses dos ope-<br />
rários". Ao concluir. Vital foi<br />
ovacionado: "Conclat <strong>de</strong> unida-<br />
<strong>de</strong> do campo e da cida<strong>de</strong>".<br />
CAIU A MÁSCARA<br />
No extremo oposto à corrente<br />
sindical petista, notou-se a<br />
tímida corrente dos sindicalistas<br />
que boicotaram o Conclat e que<br />
agora preten<strong>de</strong>m escon<strong>de</strong>r a sua<br />
responsabilida<strong>de</strong> pela situação<br />
criada. Encabeçada pelo cupulis-<br />
ta Arnaldo Gonçalves, esta<br />
corrente sindical acabou na<br />
prática <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo a divisão do<br />
movimento sindical. Quando<br />
ainda era posição da Pró-CUT<br />
realizar o Conclat este ano e nem<br />
os trabalhadores rurais haviam<br />
se <strong>de</strong>cidido por não participar do<br />
evento, eles já torpe<strong>de</strong>avam o<br />
Conclat. Arnaldo chegou a<br />
articular três reuniões paralelas<br />
para pressionar a débil Pró-CUT<br />
a adiar o Congresso.<br />
O oportunismo <strong>de</strong>sta corrente<br />
sindical ficou evi<strong>de</strong>nciado por<br />
uma trapaça <strong>de</strong> Arnaldo Gon-<br />
çalves. Na tentativa <strong>de</strong> impor na<br />
marra as suas opiniões, o sindi-<br />
calista <strong>de</strong> Santos inscreveu mais<br />
<strong>de</strong>legados do que podia. No<br />
Enclat do ano passado a catego-<br />
ria dos Metalúrgicos <strong>de</strong> Santos,<br />
segundo a ficha <strong>de</strong> inscrição,<br />
tinha 30 mil operários. Neste<br />
ano, mesmo com o <strong>de</strong>semprego e<br />
a recessão, tem 100 mil e um<br />
metalúrgicos! Porém segundo o<br />
Dieese, existem hoje 18 mil<br />
metalúrgicos na baixada santis-<br />
ta. Recebendo muitas vaias e<br />
pedidos <strong>de</strong> explicação, Arnaldo<br />
preferiu se retirar do plenário;<br />
<strong>de</strong>ixando em seu lugar uma<br />
mulher que nem metalúrgica era.<br />
Notou-se no Enclat a gran<strong>de</strong><br />
ausência dos trabalhadores ru-<br />
rais. Só se inscreveu um <strong>Si</strong>ndica-<br />
to, o <strong>de</strong> Pontal. A presença<br />
<strong>de</strong>stes trabalhadores po<strong>de</strong>ria<br />
ajudar a barrar as aventuras dos<br />
sindicalistas que se preparam<br />
para dividir o movimento sindi-<br />
cal.<br />
(Altamiro Borges]
SIWPICALISMO<br />
Enclat-SP foi prejudicado<br />
por interesses partidários<br />
R ealizar a Conclat em 82, participar da<br />
reunião nacional dos dias 28 e 29 <strong>de</strong><br />
agosto convocada pelos Enclats <strong>de</strong> Goiás<br />
e RS, <strong>de</strong>sautorizar a participação <strong>de</strong> São<br />
Paulo na reunião convocada pela Pró-<br />
CUT para os dias II e 12 <strong>de</strong> setembro,<br />
alterar a <strong>de</strong>nominação da direção estadual<br />
do movimento sindical paulista <strong>de</strong><br />
Comissão <strong>Si</strong>ndical Única para Comissão<br />
Estadual Inter-<strong>Si</strong>ndical Pró-CUT, a<br />
eleição <strong>de</strong> 25 sindicalistas — por nome.<br />
não por entida<strong>de</strong> — para compor a nova<br />
direção estadual, todos da corrente que<br />
expressa o Partido dos Trabalhadores no<br />
movimento sindicai, estas foram as<br />
principais resoluções do ENCLAT-SP,<br />
realizado nos últimos dias 30,31 <strong>de</strong>julho e<br />
1P <strong>de</strong> agosto.<br />
Representaram-se 113 entida<strong>de</strong>s, sendo<br />
71 sindicatos (63% das entida<strong>de</strong>s presen-<br />
tes), 40 associações (35%) e apenas 2<br />
fe<strong>de</strong>rações. Do campo, um único sindica-<br />
to compareceu. Foram cre<strong>de</strong>nciados,824<br />
<strong>de</strong>legados, sendo 639 dos sindicatos (77%<br />
do total) e 183 (22%) das associações.<br />
A <strong>de</strong>cisão mais polêmica foi sobre a<br />
realização da Conclat neste ou no<br />
próximo ano. Votaram na Conclat-82 367<br />
<strong>de</strong>legados e na Conclat-83 365 <strong>de</strong>legados.<br />
Os responsáveis pela proposta vitoriosa<br />
não apresentaram data, ao contrário dos<br />
<strong>de</strong>legados que propunham o adiamento,<br />
que fixavam 29.30 <strong>de</strong> abril e 19 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong><br />
1983.<br />
Sobre a conjuntura nacional foram<br />
reafirmadas as propostas da I Conclat do<br />
ano passado. Aprovou-se o voto dos<br />
trabalhadores contra o regime e seu PDS,<br />
e pelo sufrágio nos candidatos compro-<br />
missados com a <strong>de</strong>fesa das resoluções da 1<br />
Conclat.<br />
No terreno internacional foram apro-<br />
vadas resoluções <strong>de</strong> combate ao imperia-<br />
lismo, ao colonialismo e ao racismo, em<br />
<strong>de</strong>fesa da paz mundial e pelo <strong>de</strong>sarma-<br />
mento. Na solidarieda<strong>de</strong> aos povos em<br />
Com um pedido <strong>de</strong> esclarecimen-<br />
to à mesa sobre o cre<strong>de</strong>nciamento<br />
dos <strong>de</strong>legados do sindicato dos me-<br />
talúrgicos <strong>de</strong> Santos, Edson Cam-<br />
pos, membro da comissão nacional<br />
pró-rCUT e da Secretaria <strong>de</strong> Orga-<br />
nização do Enclat <strong>de</strong> São Paulo, pôs<br />
a nu um dos maiores escândalos do<br />
movimento sindical no período<br />
recente.<br />
Ao preencher a ficha <strong>de</strong> inscrição<br />
<strong>de</strong>. seu sindicato. Arnaldo ConçaJ-<br />
. vcs. um dos caciques do reformismo<br />
no mmimento sindical, indicou a<br />
luta pela sua emancipação, <strong>de</strong>stacou-sc o<br />
apoio aos palestinos, contra o genocídio<br />
promovido pela dupla Beguin-Reagan. O<br />
plenário aprovou também a participação<br />
<strong>de</strong> dirigentes sindicais na <strong>de</strong>legação<br />
proposta pela CNT uruguaia para visitar<br />
o pais vizinho e constatar in loco as duras<br />
condições <strong>de</strong> repressão a que estão<br />
submetidos os trabalhadores irmãos.<br />
No plano sindical, a Enciat-SP não<br />
priorizou nenhuma das gran<strong>de</strong>s questões<br />
concretas que infernizam a vida dos<br />
trabalhadores, tais como o <strong>de</strong>semprego,<br />
as ameaças <strong>de</strong> revogação-da legislação<br />
salarial, a aposentadoria apenas aos 60<br />
anos, a escalada infiacionária, a situação<br />
dos bóias-frias abundantes no interior <strong>de</strong><br />
São Paulo, etc.<br />
Na noite <strong>de</strong> domingo, com um plenário<br />
esvaziado pela retirada <strong>de</strong> <strong>de</strong>legados do<br />
interior <strong>de</strong>vido ao adiantado da hora e<br />
pelo clima <strong>de</strong> agressões aos <strong>de</strong>legados que<br />
divergiam das proposições aprovadas —<br />
tachados <strong>de</strong> "pelegos" e qualificativos<br />
semelhantes <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sexta-feira — foi<br />
rejeitada a composição da direção<br />
estadual por entida<strong>de</strong>s representativas. O<br />
plenário não só <strong>de</strong>liberou pela composi-<br />
ção <strong>de</strong> chapas compostas por nomes,<br />
como o fez aprovando o critério <strong>de</strong><br />
proporcionalida<strong>de</strong>. Os nomes indicados,<br />
além disso, não precisavam ser <strong>de</strong> <strong>de</strong>lega-<br />
dos ao Enclat, nem mesmo precisavam<br />
estar presentes.<br />
A certa altura, como apenas estavam<br />
inscritas chapas que expressavam unica-<br />
mente a corrente política ligada ao<br />
Partido dos Trabalhadores, foi proposta<br />
uma chapa <strong>de</strong> "unida<strong>de</strong>", on<strong>de</strong> 9 dos 25<br />
nomes representavam as propostas que<br />
estavam em minoria. Um a um, Arnaldo<br />
Gonçalves (presi<strong>de</strong>nte dos metalúrgicos<br />
<strong>de</strong> Santos). Hugo Perez (presi<strong>de</strong>nte da<br />
Fe<strong>de</strong>ração dos Eletricitários). Augusto<br />
Lopes (diretor da Fe<strong>de</strong>ração dos Quími-<br />
VOZ DA UNIDADE 5/8/82<br />
cos), David (diretor dos bancáriçs <strong>de</strong><br />
Campinas), Maria (diretora dos Gráficos<br />
e da Fe<strong>de</strong>ração), Maria <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s<br />
;diretora dos jornalistas), Raimundo<br />
Rosa (presi<strong>de</strong>nte dos pa<strong>de</strong>iros) e Jamil<br />
(diretor dos médicos) fizeram uso do<br />
microfone para <strong>de</strong>sautorizar a inclusão <strong>de</strong><br />
seus nomes numa chapa que seria eleita<br />
para encaminhar propostas que consi<strong>de</strong>-<br />
ravam contrárias à unida<strong>de</strong> do movimen-<br />
to sindical brasileiro. Particularmente<br />
Arnaldo e Raimundo estranharam a<br />
inclusão numa chapa <strong>de</strong> sindicalistas<br />
tachados até minutos antes <strong>de</strong> "pelegos".<br />
"traidores", "inimigos" "Sejam coerentes,<br />
dêem conseqüência ao que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m",<br />
frizou Arnaldo Gonçalves.<br />
Finalmente foi eleita uma chapa única<br />
composta por Jair Meneguelli (metalúr-<br />
gico, S. Bernardo), Gilmar (bancário, SP),<br />
Clara Ant (arquiteta, SP), Miguel Rupp<br />
(metalúrgico. St? André). Valdir (vidrei-<br />
ro, SP), José Luiz (metalúrgico, S. José<br />
dos Campos), Azevedo (metroviário, SP),<br />
lázaro (metalúrgico, itu). Rossi (metalúr-<br />
gico, SP). Gumercindo (professor. SP),<br />
Alencar (petroleiro. Paulinca), Ginaldo<br />
(gráfico. Santos), Scromov (coureiro,<br />
SP). Orlando (metalúrgico. Ribeirão<br />
Preto), Magno (funcionário público. .^P),<br />
Agenor (químico. St:' André). Vídor<br />
(trabalhador rural. Araras), Osvaldo<br />
(condutor, ABC). C id (engenheiro. SP).<br />
Ivan (condutor. SP). Berloiai (trabalhit-<br />
dor rural, Angatuba). Vicente (metalúr-<br />
gico. S. Bernardo). Edson (bancário. SP)<br />
Eli (petroleiro. Mauá) e Joel (marceneiro.<br />
SP).<br />
Enquanto esta chapa era eleita, uma<br />
passeata com a maioria dos <strong>de</strong>legados qut;<br />
votaram na Conclat-83, gritando em<br />
uníssono "É ou não é, piada <strong>de</strong> salão<br />
social-<strong>de</strong>mocracia fazer revolução" <strong>de</strong>ixa<br />
va o recinto do Enclat, a nova se<strong>de</strong> do<br />
<strong>Si</strong>ndicato dos Metalúrgicos <strong>de</strong> São Paulo<br />
Escândalo EM TEMPO 12 a 25/8/82<br />
Arnaldo e os cem mil e um<br />
existência <strong>de</strong> cem mil e um traba-<br />
lhadores na base. o que lhe daria<br />
direito a 20 <strong>de</strong>legados <strong>de</strong> base e seis<br />
da diretoria.<br />
Um crescimento surpreen<strong>de</strong>nte<br />
nesse período <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego e re-<br />
cessão, já que para o Enclat do ano<br />
passado os metalúrgicos <strong>de</strong> Santos<br />
registraram uma base <strong>de</strong> 30 mil tra-<br />
balhadores o que. mesmo assim, está<br />
muito acima da realida<strong>de</strong>, já que<br />
petos dados do DIEESE a categoria<br />
na região envolve apenas 18 mil tra-<br />
balhadores.<br />
Chamado pela mesa para explicar<br />
a situação Arnaldo fugiu, sob as<br />
vaias gerais do pienário, No dia<br />
seguinte, com a maior cara <strong>de</strong> pau e<br />
<strong>de</strong>boche dizia que "cem mil e um são<br />
apenas os combativos" e que, "tinha<br />
feito <strong>de</strong> propósito mesmo, para<br />
melar o Enclat que seria uma palha-<br />
çada".<br />
Por <strong>de</strong>cisão da Secretaria <strong>de</strong><br />
Organização foi cre<strong>de</strong>nciado apenas<br />
o número <strong>de</strong> <strong>de</strong>legados correspon-<br />
<strong>de</strong>nte à base real <strong>de</strong> 18 mil trabalha-<br />
dores.
SINUILALlòHV<br />
Com iodas as atenções voliachis para o seu<br />
resiiliado. o hulai <strong>de</strong> S. Paulo foi a expressão<br />
maior do impasse e.\isienie hoje no movimento.<br />
/>( ínítio, a eseolha da itiesa Jci mostrou o clima<br />
ile eonfroitio. <strong>de</strong> hloeo contra hloeo. em que se<br />
<strong>de</strong>senrolariam os truhalhos. Por uma pequena<br />
maioria <strong>de</strong> votos, a mesa foi eottiposta por<br />
Clara Ant, memhro da cotnissão naciottalpró-<br />
i L I. assessorada por Augusto fopes. da<br />
Ie<strong>de</strong>ia
SINDICALISMO<br />
Quem quebrou a unida<strong>de</strong>?<br />
A eleição da Comissão Estadual foi, após a<br />
<strong>de</strong>cisão do Coodat em 82, o ponto mais aho<br />
do Enclat/SP. Neste momento, todas as resls-<br />
tendas em manter a unida<strong>de</strong> do movimento<br />
slndical.na batalha pela constniçio da Cen-<br />
tral Única dos Trabidhadores, apareceram.<br />
Todos os esforços foram dispendldos para<br />
a <strong>de</strong>fesa da unida<strong>de</strong>. A votaçlo da Comissão<br />
foi feita em base à proporção dos votos, <strong>de</strong><br />
acordo com a <strong>de</strong>liberação do plenário. No<br />
entando, todos os sindicalistas que eram con-<br />
tra a realização do Conclat este ano se recusa-<br />
ram a apresentar a sua lista ou a participar <strong>de</strong><br />
um composição. Todas as propostas foram<br />
realizadas, até mesmo a divisão dos postos<br />
meio-a-meio. t t* I r<br />
Mesmo assim, somente a lista que fol^g^^<br />
apresentada por Luis Gushiken, secretario^ JJ,<br />
dos Bancários <strong>de</strong> São Paulo, foi votada. g^*<br />
Os esforços pela unida<strong>de</strong> chegaram ao » * -.<br />
ponto <strong>de</strong> Vicente Paulo, diretor dos Metalur-w/v*"<br />
gicos <strong>de</strong> São Bernardo, apresentar uma cba-/<br />
pa com a participação, <strong>de</strong>ntre outros, <strong>de</strong><br />
Arnaldo Gonçalves, Hugo Percz, Augusto<br />
Lopes, Raimundo Rosa, Maria <strong>de</strong> Lur<strong>de</strong>s<br />
Fernan<strong>de</strong>s e outros sindicalistas i<strong>de</strong>ntificados /.<br />
com a <strong>de</strong>fesa das posições da maioria da /<br />
Comissão Nacional Pró-CUT, pelo "Conclat7<br />
em 83". 41<br />
Um a um esses dirigentes retiraram sen» ^<br />
nomes da lista apresentada por Vicente, recn-<br />
sando a unida<strong>de</strong>, questionando com isso o .<br />
próprio encontro. (LAii^^<br />
1 As <strong>de</strong>clarações que fizeram (e das quais ^<br />
publicamos trechos) <strong>de</strong>monstram leves dife-<br />
renças entre suas posições. Alguns, como<br />
Arnaldo Gonçalves^ão escon<strong>de</strong>ram seu <strong>de</strong>s-<br />
prezo pelas <strong>de</strong>cisões e pelo próprio En-<br />
contro, <strong>de</strong>ixando daro que não reconhecem a<br />
Comissão eleita. Outros, apesar <strong>de</strong> não acel-<br />
itarem compor a lista <strong>de</strong> nomes, se colocaram<br />
à disposição da Comissão. Apenas o encami-<br />
nhamento real e unitário da luta dos traba-<br />
lhadores, em <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> suas reivindicações e<br />
pela sua organização in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte _ hoje, a<br />
realização do Conclat este ano _ vai revelar<br />
suas intenções.<br />
Arnaldo Gonçalves, pre-<br />
si<strong>de</strong>nte do <strong>Si</strong>ndicato dos<br />
Metalúrgicos <strong>de</strong> Santos, i-<br />
<strong>de</strong>ntificado com as posi-<br />
ções ddo jornal "Voz da<br />
Unida<strong>de</strong>" e membro da<br />
Comissão Nacional Pró-<br />
CUT, foi 'o primeiro a reti-<br />
brar seu nome da chapa <strong>de</strong> composição. Coe-<br />
rente com a posição que assumiu durante<br />
todo o Encontro, Arnaldo mostrou que está<br />
contra a unida<strong>de</strong>. Já duninte a inscrição <strong>de</strong><br />
sua <strong>de</strong>legação— conforme foi <strong>de</strong>nunciado<br />
em plenário por Edson, dos bancários <strong>de</strong> Slo<br />
Paulo — ele informou que sua categoria era<br />
composta <strong>de</strong> 100.001 trabalhadores. Com<br />
isso, ele pretendia aumentar em 12 o numere<br />
<strong>de</strong> seus <strong>de</strong>legados. Na verda<strong>de</strong>, como ficou<br />
esclarecido, não sâo mais do que 18 mil ps<br />
trabalhadores na base do seu <strong>Si</strong>ndicato!<br />
(D1EESE)<br />
A partir <strong>de</strong>sta <strong>de</strong>núncia, ele passou a ser<br />
chamado <strong>de</strong> "cem mil e um" pelo plenário,<br />
cada vez que subia no palco.<br />
O discurso final feito por Jair Meneguelli; o<br />
coro; "divisionista"; as vaias contínuas que<br />
foram ouvidas durante todas as suas falas<br />
neste Encontro <strong>de</strong>monstraram que os traba-<br />
lhadores reconhecem que Arnaldo Gonçalves<br />
está contra a unida<strong>de</strong>. Aqui, o seu pronuncia-<br />
0 TRABALHO 12 a 17/8/82<br />
mento, quando ele abria mao do seu nome na<br />
chapa unitária.<br />
"Durante estes três dias nós escutamos<br />
vários companheiros vir ac plenário e dizer<br />
que nós não po<strong>de</strong>mos conchavare coadunai<br />
com pelegos. Tá na hora <strong>de</strong> não se fechar com<br />
pelegos. Pelegos, fora <strong>de</strong> chapa! Ontem, vá-<br />
rios companheiros vêm aqui e chamam vários<br />
companheiros <strong>de</strong> pelegos e hoje propõem para<br />
fazer uma chapa juntos, Que é isso, compa-<br />
nheiros?! Não se po<strong>de</strong> mudar <strong>de</strong> opinião em í<br />
minutos! Esse Enclat tem que ser um Enclaí<br />
sério! Tem que se levar as coisas a sério! Tem<br />
que se fazer uma proposta completa e corre-<br />
ta. Companheiros, eu acho que os compa-<br />
nheiros erraram ao propor meu nome para<br />
esta chapa. Muitos aqui <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m a gente<br />
escutar as bases e discutir com as bases. Não<br />
tenho procuração das minhas bases para<br />
participar. Recuso-me a participar!<br />
Maria <strong>de</strong> Lur<strong>de</strong>s Fernan-<br />
<strong>de</strong>s: "Acho tao importante a<br />
unida<strong>de</strong> que antes da apre-<br />
sentação <strong>de</strong> chapas eu fui<br />
consultada para saber se<br />
aceitaria participar <strong>de</strong> uma<br />
chapa <strong>de</strong> unida<strong>de</strong> para que esse Enclat saísse<br />
unitário, e eu aceitei <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que' ela represen-<br />
tasse a correlação <strong>de</strong> forças que aqui existe<br />
h6je^.aí me foi colocado: não companheira, é<br />
a correlação <strong>de</strong> forças durante a votação das<br />
chapas".<br />
Enquanto a presi<strong>de</strong>nte interina do <strong>Si</strong>ndica-<br />
to dos Jornalistas <strong>de</strong> São Paulo falada, al-<br />
guém no plenário gritou: "é mentira", pois<br />
até mesmo uma composição <strong>de</strong> chapa com 12<br />
membros <strong>de</strong> cada uma das posições que<br />
foram <strong>de</strong>fendidas na principal votação —<br />
contra e a favor do adiamento do Condat<br />
para 83 — foi apresentada e mais <strong>de</strong> uma vez<br />
recusadas<br />
Maria <strong>de</strong> Luraes, apesar <strong>de</strong> se abster na 1<br />
votação, participou ativamente das manifes-<br />
tações ruidosas provocadas por aqueles que<br />
gostariam que o Enclat não concluísse os seus<br />
trabalhos^pós terem perdido na votação <strong>de</strong><br />
82 ou 83.<br />
Augusto Lopes;<br />
"Estou aqui representando<br />
a Fe<strong>de</strong>ração dos Químicos,<br />
Estou em fim <strong>de</strong> mandato e<br />
não tenho procuração da<br />
minha diretoria para parti-<br />
cipar <strong>de</strong> qualquer composição neste plenário.<br />
Inclusive, companheiros, para po<strong>de</strong>r partici-<br />
par da Comissão <strong>Si</strong>ndica) Ünica, enfrentei<br />
muitas dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ntro da minha diretoria<br />
e tenho companheiros aqui que po<strong>de</strong>m teste-<br />
munhar este fato. (...)<br />
Hugo Perez:<br />
Nós sempreprocuramos nos<br />
somar junto a todos os com-<br />
panheiros, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte-<br />
mente da corrente partidá-<br />
ria que representavam.<br />
Mas, <strong>de</strong>pois do que disse<br />
hoje à tar<strong>de</strong> aqm. eu faço uma autocrítica como<br />
participante dá Comissão Nacional Pró-CUT,<br />
Assumo a responsabilida<strong>de</strong> por todos os seus<br />
erros, junto com os <strong>de</strong>mais companheiros,<br />
mas assumo particularmente, aquilo que eu<br />
po<strong>de</strong>ria ter feito e não fiz, Ainda está na<br />
hora. Evi<strong>de</strong>nte que não como membro da<br />
Comissão Nacional Pró-CUT. Evi<strong>de</strong>nte que<br />
talvez não pertencendo à intersindicais. Mas<br />
sempre fui dirigente sindical que assumi<br />
meus próprios erros, a minha incompetênda,
SINDICALISMO 8<br />
continuação da pagina anterior: QUEM.<br />
a minha falta <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conduzir os<br />
companheiros à luta. Entretanto, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />
receber — <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo uma entida<strong>de</strong>^ não o<br />
meu nome pessoal — recebi hoje as mais<br />
duras criticas. Não é o momento. Eu não sou,<br />
nome que soma neste movimento. Por isso,<br />
coloco meu cargo, honrosamente colocado<br />
nesta chapa, à disposição dos companheiros.!<br />
Preten<strong>de</strong>mos continuar na luta. Preten<strong>de</strong>mosj<br />
continuar todos nos somando com a Comissão]<br />
que será aqui eleita. Preten<strong>de</strong>mos participar <strong>de</strong>!<br />
reuniõesjreten<strong>de</strong>mos questionar companhei-}<br />
ros quando <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>rem propostas incorretas.!<br />
Apenas, não nos sentimos mais em condição<br />
<strong>de</strong> participar na direção <strong>de</strong>ssa comissão sindi-;<br />
cal". i.<br />
, As votações dos encontros<br />
contra o<br />
Ftogifio' adiamento ■ Fhwrinwla<br />
1. Bahia 300 . 74<br />
2. Par* . 180<br />
—<br />
3.Q0W3 350<br />
—<br />
4. Espirito Santo 243<br />
7<br />
S.Pamambtseo 85 82<br />
6. Rio da Janilro 1S1 17Í<br />
7. R.Q. Norta 44 118<br />
8.R.Q.SU! 594<br />
—.<br />
8. Mato Qroaao Fawxivel ta a Pró-CÜT concordai<br />
10.Cpai4 W<br />
—<br />
tl.Sant» Catarina 200<br />
' _<br />
12. <strong>Si</strong>o Paulo 387 365<br />
Total 2.S71 «23<br />
^^R4PÊ(
SINDICALISMO<br />
TRABALHADORES DECIDEM: CONCLAT 82<br />
O TRABALHO 5 a 11/8/82<br />
Com 1006 <strong>de</strong>legados inscritos <strong>de</strong> 112 entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tra-<br />
baibadores <strong>de</strong> todo o estado, dos quais aproximadamente 800 parti-<br />
dparam dos trabalhos, o II Encontro da Classe Trabalhadora <strong>de</strong> Sâo Panlo foi o<br />
maior e mais representativo que já ocorreu em todos os estados neste ano. Supe-<br />
rou em muito o do ano passado, que contou com a participação <strong>de</strong> 575<strong>de</strong>legados.<br />
Aberto na sexta-feiiMia 30 <strong>de</strong> agosto, o Endat/SP teve neste mesmo dia sua<br />
primeira votação, quando foi eleita por maioria a chapa que indicava Clara Ant<br />
para presidir os trabalhos do Encontro. Como vice-presi<strong>de</strong>ntes da Mesa ficaram<br />
Joel Alves, do <strong>Si</strong>ndicato dos Marceneiros <strong>de</strong> Sâo Paulo e Raimundo Rosas, dos<br />
Pa<strong>de</strong>iros. Como secretários estavam na mesa Augusto Lopes, secretário-eeral da<br />
Fe<strong>de</strong>ração dos Químicos <strong>de</strong> São Paulo e Gilmar Carneiro dos Santos vice-<br />
presi<strong>de</strong>nte do <strong>Si</strong>ndicato dos Bancários <strong>de</strong> São Paulo.<br />
A gran<strong>de</strong> discussão que tomou a maior parte dos trabalhos nos grupos durante<br />
o sábado e no domingo, na plenária final, foi sobre o cancelamento do Condat<br />
<strong>de</strong>cidido pela maioria a Comissão Nacional Pró-CUT em sua reunião d« dia 17<br />
<strong>de</strong> Julho.<br />
Junto com » maioria esmagadora dos trabalhadores dos outros estados que Já<br />
realizaram seus Enclats, a principal <strong>de</strong>cisão em São Paulo foi a <strong>de</strong> reafirmar a<br />
realização do Condat este ano por 367 a 365 votos. Após essa votação, foi<br />
<strong>de</strong>sautorizada, por ampla maioria;a <strong>de</strong>dsão da Comissão Pró-CUT <strong>de</strong> cancdar o<br />
Condat, consi<strong>de</strong>rando flcgUima a reunião dos dias 11 e 12 <strong>de</strong> setembro que esta<br />
convocou com a participação das Confe<strong>de</strong>rações e Fe<strong>de</strong>rações, Já que o mandato<br />
da atual Pró-CUT vai até 28 e 29 <strong>de</strong> agosto, confonnt <strong>de</strong>ddido na Condat do<br />
ano passado.<br />
Apoiando e "somando-se aos companheiros dos Endats do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul<br />
« Goiás".o Enctat <strong>de</strong> São Paulo <strong>de</strong>ddiu convocar conjuntamente com os Encon-<br />
tros <strong>de</strong>stes 2 estados a reunião <strong>de</strong> representantes <strong>de</strong> todas as íntersindicais eleitas<br />
para os dias 28 e 29 <strong>de</strong> agosto próximo para "dar os encaminhamenlos<br />
necessários á realização do Condat em 82". Abaixo, as <strong>de</strong>liberações do II En-<br />
dat/SP. A<br />
Por 367 • 365 Toto%o 11 Encontro da Classe Trabalhadora<br />
<strong>de</strong> São Paulo <strong>de</strong>cidia pela realização do Condat em 82. Foi a<br />
prindpal <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>ste Encontro que respon<strong>de</strong>u à maioria da<br />
Comissão Nacional Pró-CUT e à sua <strong>de</strong>dsão <strong>de</strong> cancdar o<br />
Condat.<br />
O Endat/SP se uniu à maioria esmagadora dos <strong>de</strong>legados<br />
reunido» em 11 Endats regionais (veja quadro na pg. 8) c,<br />
fundamentalmente, i <strong>de</strong>dsão <strong>de</strong> 5.200 d<strong>de</strong>gadós presentes<br />
no ano passado na Conferência da Prda Gran<strong>de</strong>.<br />
Evi<strong>de</strong>ntemente, ama <strong>de</strong>dsão Jésse porte somente po<strong>de</strong>ria<br />
ser tomada após Intensa discussão. As mais diferentes<br />
posições se <strong>de</strong>frontaram num plenário que, a cada fala,<br />
radicalizava seus gestos e pronondamentos.<br />
O Enclat ocorreu durante os dias 30, 31 <strong>de</strong> Julho e I o <strong>de</strong><br />
agosto, sendo que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro Instante essa questão _<br />
Os ENCLATS DOS ESTADOS DE RIO GRANDE DO SUL (com<br />
participação <strong>de</strong> 594 <strong>de</strong>legados do campo e da cida<strong>de</strong>) E DE GC' * S<br />
(com a participação <strong>de</strong> 350 <strong>de</strong>legados do campo e da cida<strong>de</strong>),<br />
<strong>de</strong>cidiram pela manutenção da <strong>de</strong>liberação anterior <strong>de</strong> realizar c<br />
CONCLAT este ano. Além disso estes dois estados <strong>de</strong>liberaram<br />
convocar as íntersindicais (e PrfrCUTS) Estaduais e a Comissão<br />
Nacional Pró-CUT para AVAUAR A SíTUAÇAO DO MOVIMENTO E<br />
ENCAMINHAMENTO DO CONCLAT.<br />
Neste sentido as íntersindicais <strong>de</strong>sses dois estados convocam<br />
todos os companheiros da Comissão Nacional Prò-CUT e das<br />
íntersindicais estaduais (e ou Pró-CUTs estaduais) para que con-<br />
juntamente, possamos avaliar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> COLOCAR EM<br />
PRÁTICA AS DELIBERAÇÕES,<br />
C<br />
CONVITE<br />
Este convite foi aceito pelo Enclat <strong>de</strong> São Paulo, que se dispôs a<br />
participar t preparar a reunllo nacional <strong>de</strong> 28/29 da agosto.<br />
"82 ou 83" — tomou conta do plenário. No dia 31, Já<br />
trabalhos <strong>de</strong> grupo, as votações mostravam a verda<strong>de</strong>ira<br />
batalha que <strong>de</strong>veria se travar no dia seguinte, dia da plenária<br />
geral: dos três grupos constituídos, dois <strong>de</strong>lea aprovaram a<br />
realização do Condat em 82, tendo que o terceiro concluiu<br />
pelo adiamento para 1983; No entanto, a soma total do»<br />
votos dava apenas uma pequena margem <strong>de</strong> vantagem para a<br />
proposta <strong>de</strong> "Condat em 82", cerca <strong>de</strong> 15 votos..<br />
No dia I o , na plenária final, todo o clima Já criado pelas<br />
discussões dos dois dias anteriores velo à tona e se ampllfl-.<br />
coo. Uma verda<strong>de</strong>ira guerra <strong>de</strong> palavras-<strong>de</strong>-or<strong>de</strong>m, <strong>de</strong> pan-<br />
fletos <strong>de</strong> todos os tipos se instalou.<br />
Vaias e aplausos se misturavam num plenário dlferendado,<br />
segundo as doas propostas: "82 ou 83". ^<br />
CRITÉRIOS DE PARTICIPAÇÃO:<br />
Sugerimos os segulrtjes critérios <strong>de</strong> participação:<br />
f. Membros da Comissão Nacional Pr^CUT (todos)<br />
2. Membros das Íntersindicais (atou PRÓCirrS) Estadual» máximo<br />
<strong>de</strong> 10 por estado..<br />
OBS: Nos estados on<strong>de</strong> nâo exIstalntersIndlcaMou Pr6.CUT)el6lta em<br />
Enclat, em 1982, recomendamos a realização <strong>de</strong> um encontro<br />
intersindicai para eleger os <strong>de</strong>legados (no máximo <strong>de</strong> 10).<br />
DIA — 28 e 29 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1962<br />
LOCAL Sáo Bernardo do Campo, Rua joáo Basso, 121, Sflo<br />
Paulo, fone 452.3922 (<strong>Si</strong>ndicato dos Metalúrgicos)<br />
INICIO DA REUNI AO — 9 horas do dia 28/8/62<br />
COMISSÃO ESTADUAL INTERSINDICAL DO RÔS, dbMISSAa<br />
ESTADUAL PRÓ-CUT DE GOIÁS-27/7/82 "**'Wm*t>*V<br />
D
SIWPICALISMO 30<br />
A <strong>de</strong>fesa da unida<strong>de</strong> do movimento<br />
sindical, no Brasü, não é privilégio <strong>de</strong><br />
uma ou outra corrente do bloco <strong>de</strong><br />
forças da classe operária (urbana c<br />
rural) e das outras camadas trabalha-<br />
doras. Defcie o aparecimento das<br />
instituições sindicais, inúmeras verten-<br />
tes operárias alcançaram a consciência<br />
<strong>de</strong> que a divisão no leque da represen-<br />
tação trabalhadora só serve aos<br />
inimigos do proletariado.<br />
No entanto, <strong>de</strong>ntre as forças do<br />
trabalho, os comunistas se constituí-<br />
ram, pelas suas batalhas no passado e<br />
pela sua luta presente, como a corrente<br />
<strong>de</strong> pensamento e ação mais com-<br />
promissada com a renovação, com a<br />
consolidação e com a ampliação da<br />
unida<strong>de</strong> sindical — e tanto é verda<strong>de</strong><br />
que a própria massa trabalhadora, às<br />
vezes <strong>de</strong> forma até apressada, i<strong>de</strong>ntifi-<br />
ca a exigência objetiva da unida<strong>de</strong> do<br />
movimento sindical com a política dos<br />
comunistas.<br />
Para os comunistas brasileiros, a<br />
unida<strong>de</strong> do movimento sindicai não é<br />
uma tática eventual, uma proposta<br />
episódica ou uma sugestão sujeita a<br />
injunções. Em razão da experiência<br />
mundial do movimento operário, em<br />
razão da própria <strong>história</strong> social<br />
brasileira, da sua prática mesma (entre<br />
1949 e 1952, quando <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ram uma<br />
política "purista" e estimularam<br />
alternativas estreitas ao "peleguismo'")<br />
e, e&tjeriatecnte, em razão dos seus<br />
objetivos, o-, comunistas advogam a<br />
umda<strong>de</strong> do movimento sindical como<br />
um prfndrio às «jío. £ não se trata <strong>de</strong><br />
um prindnio abstrato: enten<strong>de</strong>mos<br />
que a divisão do movimento sindical,<br />
sob quaisquer pretextos, enfraquece<br />
substancialmente a força real e<br />
potencial da ciasse operária, abre<br />
espaços para a intervenção dos seus<br />
inimigos e vulnerabiiiza o conjunto do<br />
movimento <strong>de</strong>mocrático.<br />
Por outro íado, não enten<strong>de</strong>mos a<br />
luta pela unida<strong>de</strong> como direção<br />
exdtt<strong>de</strong>Rte, do movimento sindical,<br />
por qualquer tendência ou fração.<br />
Entcnd?ncs que o movimento sindi-<br />
cal, por sua nott^ez» dasista, <strong>de</strong>ve<br />
comportar diferenciações que se<br />
resolvem c respeitam no âmbito da<br />
hesccwnki que, nos combates concre-<br />
tos e particulares, uma ou outra<br />
tendência é capaz <strong>de</strong> conquistar pela<br />
sua vocação representativa. Recusa-<br />
mos, portanto, conotações partidá-<br />
rias, confessionais ou corporativas<br />
jkara *um movimento que, se não<br />
quiser abastardar-se, <strong>de</strong>ve ser amplo,<br />
abrangente e compreensivo.<br />
É na estrita aplicação <strong>de</strong>sta concep-<br />
ção <strong>de</strong> fundo que nos solidarizamos<br />
com a recente <strong>de</strong>cisão da Comissão<br />
Nacional Pró-CUT <strong>de</strong> realizar o<br />
Conclat em 1983. Como a massa dos<br />
trabalhadores <strong>de</strong>ste país, vemos que a<br />
Pró-CUT tem a mais plena e legítima<br />
MOVIMENTO SINDICAL: OUEM PAPA A CONTA<br />
VOZ DA UNIDADE 5/8/82<br />
autorida<strong>de</strong> para tomar esta <strong>de</strong>libera-<br />
ção. E vemos, sobretudo, o seu acerto<br />
e a sua maturida<strong>de</strong>: o empenho para<br />
realizar um Conclat representativo,<br />
mobilizador, liberador dos constrangi-<br />
mentos político-partidários que sao<br />
inevitáveis no curso <strong>de</strong> um processo<br />
eleitoral <strong>de</strong> caráter nacional (como o<br />
que culminará em novembro pró-<br />
ximo).<br />
Na mesma perspectiva, não po<strong>de</strong>-<br />
mos omitir a nossa mais profunda<br />
preocupação em face dos métodos que<br />
marcaram a realização, no último fim<br />
<strong>de</strong> semana, do ENCLAT/SP, bem<br />
como dos seus resultados. Assistiu-se<br />
neste evento — que, pelo simples fato<br />
<strong>de</strong> reunir o sindicalismo do estado<br />
mais industrializado e avançado da<br />
fe<strong>de</strong>ração, <strong>de</strong>veria colocar-se como<br />
exemplo <strong>de</strong> intervenção, consciência e<br />
solidarieda<strong>de</strong> operárias — a um triste<br />
espetáculo <strong>de</strong> instrumentalização<br />
grosseira da mobilização sindical,<br />
eivado <strong>de</strong> vícios e que aponta para a<br />
fratura e a divisão,<br />
Não vacilamos em responsabilizar<br />
alguns companheiros do PT pelo<br />
singular <strong>de</strong>senvolvimento e <strong>de</strong>sfecho<br />
do ENCLAT/SP. Forças sindicais<br />
afetas a este partido estimularam a<br />
polarização e a <strong>de</strong>gradação do nível<br />
do encontro, instaurando nele um clima<br />
<strong>de</strong> confronto c discriminação que<br />
<strong>de</strong>rivou na "eleição" <strong>de</strong> uma Comissão<br />
Estadual Pró-CUT absolutamente<br />
homogênea, inteiramente inexpressi-<br />
va c que representa uma parcela<br />
incrivelmente minoritária do movi-<br />
mento sindical paulista. Dirigentes<br />
aletos ao PT introduziram nos<br />
trabalhos a agressão e o radicalismo<br />
baratos, valendo-se inclusive <strong>de</strong><br />
acusações e manobras que não<br />
<strong>de</strong>veram muito ao anti-comunismo<br />
policialesco que lê/, escola neste país.<br />
Mas, ao mesmo tempo, acredita-<br />
mos que o isolamento e a divisão <strong>de</strong><br />
que está ameaçado o movimento<br />
sindical paulista também <strong>de</strong>riva da<br />
falta <strong>de</strong> mobilização e da apatia <strong>de</strong><br />
outros segmentos do movimento<br />
operário. <strong>Si</strong>ndicatos importantes<br />
subestimaram o ENCLAT/SP e, com<br />
a sua inércia, permitiram que o<br />
encontro fosse essencialmente prejudi-<br />
cado por manobras equivocadas.<br />
Consi<strong>de</strong>ramos, entretanto, que a<br />
ameaça da divisão, prenunciada<br />
concretamente no ENCLAT/SP.<br />
po<strong>de</strong> ser conjurada. Isto <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> iniciativa das bases e<br />
dos dirigentes responsáveis, que<br />
po<strong>de</strong>m impedir aventuras e vanguar-<br />
dismos. E <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, também, <strong>de</strong> uma<br />
reflexão corajosa que <strong>de</strong>ve ser condu-<br />
zida pelos companheiros do PT: cabe-<br />
lhes avaliar o resultado do ENCLAT/<br />
SP e, numa análise honesta e pensada<br />
a largo prazo, pon<strong>de</strong>rar se é compatí-<br />
vel com o seu projeto <strong>de</strong> partido<br />
operário o patrocínio <strong>de</strong> uma divisüo<br />
que fratura o movimento operário e<br />
sindical <strong>de</strong> alto a baixo.<br />
Julgamos, ainda, que idêntica<br />
reflexão autocrítica <strong>de</strong>ve ser praticada<br />
por segmentos sindicais que se dizem<br />
vinculados à Igreja Católica — é<br />
muito estranho que a postura ecumê-<br />
nica da Igreja apareça comprometida,<br />
no movimento sindical, com um<br />
projeto político-partidário facilmente<br />
i<strong>de</strong>ntificável.<br />
Conjurar a ameaça da divisão é, no<br />
plano nacional, lutar por um Conclat<br />
que reúna todos os trabalhadores,<br />
através das representações nas quais<br />
eles se reconhecem — e não apenas<br />
daquelas que um punhado <strong>de</strong> eleitos<br />
qualifique <strong>de</strong> "autênticas". <strong>Si</strong>gnifica<br />
preparar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já o próximo Conclat,<br />
a ser realizado cm 1983, <strong>de</strong> modo a<br />
trazer para ele a massa <strong>de</strong> organiza-<br />
ções que não participou do encontro<br />
<strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1981. Eqüivale a dar todo<br />
o apoio à Pró-CUT, eleita na Praia<br />
Gran<strong>de</strong> por mais <strong>de</strong> 5.000 <strong>de</strong>legados.<br />
E quer dizer, ainda, evitar a superpo-<br />
sição <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s e organizações<br />
criadas aleatoriamente, ao sabor <strong>de</strong><br />
interesses grupistas e irrelevantes<br />
(como as "associações" que pululam<br />
aos ventos das menores convenien*<br />
cias).<br />
Conjurar a ameaça da divisão não c<br />
assumir retórica e <strong>de</strong>magogicamente a<br />
ban<strong>de</strong>ira da "unida<strong>de</strong>" com aqueles<br />
que pensam como nós - e tratar o<br />
aliado divergente como "traidor",<br />
"pclego" ou. assombrosamente, "co-<br />
munista". Não é atrelar a "unida<strong>de</strong>" a<br />
um projeto poiitico-partidário. Não é<br />
hipotecar a "unida<strong>de</strong>" a maiorias<br />
eventuais ou a direções <strong>de</strong>terminadas.<br />
Bem ao contrário: conjurar a ameaça<br />
da divisão é reconhecer que a unida<strong>de</strong><br />
é um processo dialético <strong>de</strong> conver-<br />
gência e síntese, <strong>de</strong> elaboração e luta<br />
na prática efetiva dos combates<br />
particulares. É enten<strong>de</strong>r que a segmen-<br />
tação e a estratificação levam à<br />
exclusão, ao isolamento e à <strong>de</strong>rrota. É<br />
investir a longo prazo, estrategica-<br />
mente, para e pela organização <strong>de</strong><br />
todos os trabalhadores, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n-<br />
temente <strong>de</strong> suas opções partidárias e<br />
i<strong>de</strong>ológicas.<br />
Nós, os comunistas, apostamos e<br />
investimos na unida<strong>de</strong> sindical —<br />
fizemo-lo no passado, fazemo-lo no<br />
presente, fá-lo-emos no futuro. A<br />
nossa experiência nos permite com-<br />
preen<strong>de</strong>r que a divisão joga contra a<br />
classe operária e contra todas as<br />
correntes que expressam as 'as<br />
vonta<strong>de</strong>s políticas. Conhecemos oem<br />
quem aposta e investe na divisão<br />
são os inimigos do proletariado.<br />
Também sabemos que, às vezes,<br />
dirigentes honestos, preten<strong>de</strong>ndo<br />
servir ao proletariado, servem-se <strong>de</strong>le c<br />
favorecem ao inimigo. •
SlNVlCALlSliO<br />
continuação da pagina<br />
anterior: MOVIMENTO...<br />
Não nos cabe, porém, emitir<br />
sentenças ou julgamentos <strong>de</strong> feição<br />
processual. Quem paga a conta da<br />
divisão, sempre, é a classe operária<br />
e só a ela compete julgar os promo-<br />
tores da fratura, da cizânia, da<br />
discórdia. È ela que, na sua dolorida<br />
experiência, paga — mas também c<br />
cia quem i<strong>de</strong>ntifica os divisionistas.<br />
Unida<strong>de</strong> sindical<br />
corre risco<br />
TRIBUNA DA LUTA OPERARIA<br />
9 a 15/8/82<br />
As <strong>de</strong>cisões do Enclat<br />
paulista colocam em<br />
risco a já precária uni-<br />
da<strong>de</strong> do movimento sindical no<br />
pais. É praticamente certo que<br />
o congresso não se realize este<br />
ano, já que não terá a partici-<br />
pação da maioria dos sindica-<br />
tos <strong>de</strong> trabalhadores rurais e<br />
urbanas e não conta nem com o<br />
empenho dos irresponsáveis<br />
sindicalistas do PT. O gran<strong>de</strong><br />
perigo é a reunião dos dias 28 e<br />
29 <strong>de</strong> agosto, que era duas<br />
cabeças para o sindicalismo. E<br />
uma reunião divisiomsta, pu-<br />
xada pela íacção petista do<br />
movimento sindical e para<br />
fortalecê-la. Qualquer proposta<br />
que <strong>de</strong>la saia caminha no rumo<br />
do plurisindicalismo.<br />
Para barrar esta propos-<br />
ta aventureira e sectá-<br />
ria, as faitersindicais <strong>de</strong><br />
cada Estado precisam <strong>de</strong>sauto-<br />
rizar a intenção da intersindícal<br />
paulista, <strong>de</strong> agir como se fosse a<br />
entida<strong>de</strong> nacional e unitária<br />
dos trabalhadores brasileiros.<br />
Não participar da reunião <strong>de</strong><br />
agosto em São Bernardo é um<br />
primeiro passo, mas não é<br />
suficiente. Os sindicalistas<br />
conseqüentes têm que estar<br />
presentes, prestigiando a reu-<br />
nião da Pró-CUT <strong>de</strong> setembro<br />
para dinamizar a entida<strong>de</strong> e<br />
preparar um verda<strong>de</strong>iro Con-<br />
ciat. Precisam tomar a frente<br />
Jesta entida<strong>de</strong>, combatendo os<br />
reformistas e pelcgos. Com isso<br />
não se dará mais brecha ao<br />
divisionismo no movimento<br />
sindical. •<br />
VEJA A REAÇÃO DAS LIDERANÇAS<br />
VOZ DA UNIDADE 5/8/82<br />
O resultado do !! Enclat paulada evi<strong>de</strong>nciou, na opinião <strong>de</strong> Antônio Crispim.<br />
coor<strong>de</strong>nador da Fe<strong>de</strong>ração dos Trabalhadores na Agricultura do Estado <strong>de</strong> Sâo<br />
Paulo para a região da Alta Mogiana, a política essencialmente divisionista<br />
aplicada por militantes do Partido dos Trabalhadores: "Com esses elementos do<br />
PT é impossível tentar a unida<strong>de</strong> do movimento sindicaT. afirma taxativo. Crispim<br />
vai mais além:<br />
— Quando o Lula esteve aqui em RibeirSo Preto para um comício, <strong>de</strong>clarou para<br />
a imprensa local que o sindicalismo estava infiltrado pelas esquerdas, essa prática<br />
<strong>de</strong>monstra muito bem o divisionismo do PT. Os trabalhadores, tenho certeza, não<br />
concordam com isso.<br />
O sindicalista do campo diz que o movimento sindical tem o<strong>de</strong>ver<strong>de</strong> recusar-se a<br />
participar <strong>de</strong>sse Conclat, "pois está claro que as implicações eleitorais <strong>de</strong> um Con-<br />
gresso esse ano só servirão para prejudicar a classe trabalhadora", e <strong>de</strong>sabafa em<br />
tôm irônico:<br />
— Já que esse pessoal do PT está a fim <strong>de</strong> levar o movimento do jeito <strong>de</strong>les, eles<br />
que organizem e assumam a responsabilida<strong>de</strong>. Nós não somos a todo momento<br />
homenageados com o epiteto <strong>de</strong> pelego? Pois os autênticos que se encarreguem <strong>de</strong><br />
encaminhar as lutas.<br />
Indignado com as resoluções tiradas pelo Encontro, Arnaldo Gonçalves, presi-<br />
<strong>de</strong>nte do <strong>Si</strong>ndicato dos Metalúrgicos <strong>de</strong> Santos e membro da Pró-CUT, foi<br />
lacônico: "O nosso compromisso é com o avanço da luta dos trabalhadores, não<br />
com o que se viu nesse Enclat, que para mim, foi frustrante".<br />
- - A <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> realirar o Conclat esse ano - conclui Arnaldo põe a nu nossa<br />
divisão para os patrões. Precisamos encontrar um caminho que esteja acima das<br />
correntes políticas, e que favoreça a toda a classe trabalhadora.<br />
Irritação profunda<br />
Um fato provocou uma profunda irritação cm Hugo Pcrez, presi<strong>de</strong>nte da<br />
Fe<strong>de</strong>ração dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas <strong>de</strong> São Paulo e também<br />
membro da Pró-CUT. Segundo ele. a <strong>de</strong>cisão e os pronunciamentos feitos na<br />
plenária "<strong>de</strong>srespeitam a Comissão Pró-CUT enquanto entida<strong>de</strong> constituída por<br />
mais <strong>de</strong> cinco mil sindicalistas em Praia Gran<strong>de</strong>".<br />
— Críticas aos membros da Pró-CUT cabem sim — acrescenta Hugo Perez— e<br />
não po<strong>de</strong>mos escamotear essa questão. Mas o que não <strong>de</strong>veriam ter feito foi colocar<br />
a entida<strong>de</strong> sob suspeita, porque, <strong>de</strong> fato. é ela o que<strong>de</strong> mais representativo existe no<br />
movimento sindical nacional.<br />
As farpas lançadas pelos sindicalistas que se auto<strong>de</strong>nominam <strong>de</strong> "autênticos" ~<br />
todos ligados ao PT — à atuação da Comissão Pró-CUT perturbou a Raimundo<br />
Rosa <strong>de</strong> l ima. presi<strong>de</strong>nte do <strong>Si</strong>ndicato dos Pa<strong>de</strong>iros e integrante da Comissão<br />
Nacional. "O que me repugnou - - conta Raimundo Rosa - foi que esses sindi-<br />
calistas revelaram que não estão lutando por melhores condições <strong>de</strong> vida. ou<br />
lutando para que todo trabalhador carregue com uma só mão a ban<strong>de</strong>ira do m<br />
mento operário; estão, isso sim, lutando contra a Pró-CUT. a quem consi<strong>de</strong>ram seu<br />
maior inimigo".<br />
A divisão <strong>de</strong>monstrada pelos participantes do II Enclat.jiara Raimundo Rosa, *'é<br />
um verda<strong>de</strong>iro câncer, uma lepra, que <strong>de</strong>ve ser extinguida Ido .movimento sindical.<br />
Enquanto a situação persistir, o patrão e o governo, que são os nossos reais<br />
inimigos, estarão se divertindo c rindo às nossas custas" •<br />
11
SIWPICÂLISMC»<br />
EM TEMPO 12 a 25/8/82<br />
Augusto Cisar <strong>de</strong> Franco, secretário da comissão estadual pr&CUT <strong>de</strong> Goiás.<br />
Não queremos uma centrai apoiada nas cúpulas do<br />
sindicalismo atrelado<br />
— Por que • comissão pró-CUT <strong>de</strong><br />
Goiás e a Intenindical do RS resolve-<br />
ram convocar a rcunBo <strong>de</strong> 28-29 <strong>de</strong><br />
abasto?<br />
Augusto — Em primeiro lugar<br />
porque o Enclat <strong>de</strong> Goiás, contando<br />
com a participação <strong>de</strong> 194 camponeses<br />
e <strong>de</strong> 156 sindicalistas urbanos, <strong>de</strong>libe-<br />
rou esta providência caso a atual<br />
comissão nacional pró-CUT resolvesse<br />
<strong>de</strong>smarcar o Conclat/82. Depois<br />
porque fomos procurados por mem-<br />
bros da Intersindical do RS, cujo<br />
Enclat <strong>de</strong>liberou a mesma coisa, no<br />
sentido <strong>de</strong> assumirmos juntos a convo-<br />
cação para esta reunião' nacional das<br />
intersindicais estaduais com a C.N. pró-<br />
CUT.<br />
— Como você está vendo a reunião<br />
dos dias 11 c 12 <strong>de</strong> setembro?<br />
Aufusto — Pessoalmente, eu acho<br />
que <strong>de</strong>veria mos discutir esta questão na<br />
reunião nacional <strong>de</strong> 28 c 29 <strong>de</strong> agosto<br />
em São Bernardo, pesando bem as<br />
conseqüências que a atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> partici-<br />
par ou não teriam para o nosso objetivo<br />
<strong>de</strong> construção pela base <strong>de</strong> uma Central<br />
Única dos Trabalhadores, realmente<br />
representativa.<br />
— A Maioria tf os Eaclatt te<br />
tf<br />
a C.N. Pró-CUT tem seu mandato<br />
encerrado no dia 28/08 (1 ano após a I<br />
'Conclat). A reunião do dia 28-29<br />
po<strong>de</strong>ria tirar uma nova C.N. Pró-CUT?<br />
Augusto — Indiscutivelmente, esta<br />
atual C.N. Pró-CUT encerra seu<br />
mandato no dia 28 <strong>de</strong> agosto. A rigor,<br />
quem teria legitimida<strong>de</strong> para tirar uma<br />
outra C.N. Pró-CUT seria o Conclat.<br />
Todavia, uma reunião <strong>de</strong>mocrática<br />
como a que se realizará em Sâo<br />
Bernardo, contando com a participa-<br />
i ção <strong>de</strong> setores representativos do<br />
movimento sindical brasileiro, rão<br />
po<strong>de</strong>rá, cm hipótese alguma, <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong><br />
fazer propostas, no sentido <strong>de</strong> continui-<br />
da<strong>de</strong> do encaminhamento do nosso<br />
plano <strong>de</strong> lutas pela construção da CUT.<br />
— Inclusive remarcar o Conciat?<br />
Augusto — Na realida<strong>de</strong>, a <strong>de</strong>libera-<br />
ção <strong>de</strong> realizar o Conclat/ 82 não foi <strong>de</strong><br />
nenhum setor do movimento sindical,<br />
mas da 1 Conciat. Creio que o gran<strong>de</strong><br />
papel da reunião <strong>de</strong> São Bernardo será,<br />
como diz o próprio convite para esta<br />
reunião, discutir a "possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
colocar em prática as <strong>de</strong>liberações da<br />
Conclat/81 e da esmagadora maioria<br />
dos Endats realizados em 82*. E a<br />
realização do Canclat/82 foi uma<br />
<strong>de</strong>stas <strong>de</strong>liberações.<br />
— Como i
S1HVJCAL1SH0<br />
Continuação da pagina anterior: ENCLAT ESTADUAL.<br />
Pró-CUT <strong>de</strong>verá per<strong>de</strong>r o seu mandato, já<br />
que ela foi eleita apenas por um ano, não<br />
<strong>de</strong>vendo passar a ser biônica.<br />
Em São Paulo foi aprovada uma pro-<br />
posta que está sendo encaminhada pela<br />
Comissão Intcrsindical paulista, que é a <strong>de</strong><br />
realizar nos dias 27,28 e 29 próximos, uma<br />
reunião da atual comissão Pró-CUT, com<br />
a presença <strong>de</strong> 10 representantes <strong>de</strong> cada<br />
um dos Estados que já elegeram suas<br />
comissões locais. Serão discutidas as bases<br />
para a criação <strong>de</strong> uma nova comissão<br />
nacional c será acertada a data para reali-<br />
zação da CONCLAT e da fundação da<br />
CUT.<br />
A posição da diretoria do <strong>Si</strong>ndicato dos<br />
Metalúrgicos <strong>de</strong> São José dos Campos é a<br />
<strong>de</strong> jogar toda força para que, daqui pra<br />
frente, o processo <strong>de</strong> criação da nossa<br />
O temàrio e as Resoluções òo II<br />
Enclat/SP estão divididos em três:<br />
1 — A questão nacional; H — Mo-<br />
vimento <strong>Si</strong>ndical; Conctat e Pró-<br />
CUT e IH — A questSo interna-<br />
cional.<br />
/ — í (jiivstão<br />
nnrional c tt iivitnrt*<br />
dns lulns (In clusse<br />
triihidluidont<br />
Consi<strong>de</strong>rando que a crise do re-<br />
gime militar se aprofunda e os<br />
patrOes e o çovemo procuram<br />
jogar o ônus <strong>de</strong>sta crise sobre<br />
as costas da classe trabalha-<br />
dora;<br />
Consi<strong>de</strong>rando que os trabalha-<br />
dores tèm resistido, mas as suas<br />
mobilizações ainda carecem <strong>de</strong><br />
uma direção nacional para se ge-<br />
neralizarem; '<br />
Os trabalhadores reunidos no II<br />
Enclat <strong>de</strong> Sflo Paulo: reafirmam o<br />
plano <strong>de</strong> lutas aprovado pela V<br />
Conclat, com a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
unificar as lutas e as campanhas<br />
salariais.<br />
Propõem campanhas, formas<br />
<strong>de</strong> luta e meios <strong>de</strong> mobllizaç&o,<br />
conclamando todos os trabalha-<br />
dores a levarem como ban<strong>de</strong>ira<br />
a luta contra a ditadura militar.<br />
1 — PLANO DE LUTAS<br />
a) Contra o <strong>de</strong>semprego<br />
1) Estabilida<strong>de</strong> no emprego<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o 1° dia <strong>de</strong> trabalho, fim dos<br />
empregos temporários e dos con-<br />
tratos <strong>de</strong> experiência;<br />
2) — Salarto
SIWPTCALISMO M<br />
continuação da pagina anterior:<br />
Pr6CUT — cujo mandato<br />
vence a 28 <strong>de</strong> agosto —<br />
reunião para a qual a Co-<br />
missão não recebeu qual-<br />
quer mandato<br />
/// — . 1 ({itostãi)<br />
interfuirional<br />
1) — Luta pela extinção do <strong>de</strong>-<br />
creto-Lei n" 1.149 e <strong>de</strong>cre"i n'<br />
68/^5 que proíbem a 'i Ilação das<br />
entida<strong>de</strong>s sindicais a qualquer or-<br />
ganismo Inter-sindical internacio-<br />
nal.<br />
2) — Levar o» prottemas in-<br />
ternacionais para as bases discu-<br />
tirem;<br />
3) — Intercâmbio entre os tra-<br />
balhadores que trabalham em em-<br />
AS RESOLUÇÕES<br />
presas multinacionais.<br />
4) — Apoio è iufa dos trabalha-<br />
dores e dos povos <strong>de</strong> El Salvador<br />
e aos palestinos e povo libanês,<br />
Inicuslve no plano multar. Nestes<br />
países, o povo <strong>de</strong>senvolveu uma<br />
encarniçada luta armada contra<br />
o imperialismo e seus represen-<br />
tantes locais, seja o governo tite-<br />
re <strong>de</strong> Ei Salvador, seja o sionismo<br />
fascista que promove o genocí-<br />
dio do povo palestino e libanês.<br />
5) — Estreitar a solidarieda<strong>de</strong><br />
entre os trabalhadores;<br />
6) — Lutar por uma nova or<strong>de</strong>m<br />
econômica internacional, mais<br />
Justa e que atenda às necessida<strong>de</strong>s<br />
dos povos por uma vida melhor;<br />
7) — Apoiar a luta <strong>de</strong> todos os<br />
povos contra o imperialismo, o<br />
colonialismo e o raci 5mo;<br />
0 TRABALHO 5 a 11/8/82<br />
Com a <strong>de</strong>bandada dos pelegos, a Tribuna<br />
ficou sem rumo<br />
A <strong>de</strong>fesa do cancelamento do Conclat em<br />
82 é uma» tarefa difícil.. A única saída é<br />
inverter as posições, falsificar as informações,<br />
confundir e, principalmente, ignorar que a<br />
maioria esmagadora dos <strong>de</strong>legados nos En-<br />
clats regionais foi totalmente a favor da <strong>de</strong>ci-<br />
são tomada no ano passado na Praia Gran<strong>de</strong>:<br />
Conclat em 82; Por isso mesmo, para <strong>de</strong>fen-<br />
<strong>de</strong>r o "Conclat em 83", os pelegos e burocra-<br />
tas <strong>de</strong> ofício,precisavam <strong>de</strong> mâo-<strong>de</strong>-obra es-<br />
pecializada, com uma fala radical, aguerrida<br />
e provocadora.<br />
A fonte <strong>de</strong>ssa matéria foi o jornal Tribuna<br />
Operária, cujos colaboradores foram, o tem-<br />
po todo, a voz da pelegada.<br />
Primeiro, editaram um número especial do<br />
seu jornal sem falar se eram contra ou s favor<br />
do realização do Conclat em 82. Segundo,<br />
apesar <strong>de</strong> criticarem a Comissão Nacional<br />
Pró-CUT, em nome da "unida<strong>de</strong>", atacavam<br />
duramente todos aqueles que <strong>de</strong>fendiam as<br />
<strong>de</strong>liberações da base sindical.<br />
Golpearam continuamente a mesa. Grita-<br />
ram, juntamente com Rogério Magri (presi-<br />
<strong>de</strong>nte do <strong>Si</strong>ndicato dos Eletricitários <strong>de</strong> SP,,.<br />
freqüentemente chamado <strong>de</strong> pelego e contrá-<br />
rio à CUT e ao Conclat em qualquer ano),<br />
acusando — que ironia — os dirigentes do<br />
ABC <strong>de</strong> pelegos. E, <strong>de</strong>pois da <strong>de</strong>rrota <strong>de</strong> sua<br />
posição — "Conclat/83'— tentaram impedir<br />
a continuida<strong>de</strong> dos trabalhos, <strong>de</strong>sprezando e<br />
provocando o plenário.<br />
Em vão. Com a <strong>de</strong>bandada dos pelegos e<br />
seus clientes, ficaram reduzidos a um grupe-<br />
lho sem rumo, mal-humorado e estranho aos<br />
trabalhadores •<br />
Adivinhe:<strong>de</strong> que lado ficou a Convergência?<br />
A estréia da Convergência Socialista (CS) se transformou rapidamente nujna nova lista,<br />
foi marcada pela <strong>de</strong>fesa da posição: "que o agora com 8 nomes <strong>de</strong> seus colaboradores,<br />
Enclat se posicione pelo voto PT em novem- apresentados como militantes <strong>de</strong> base.<br />
bro". Isto é, quando todas as forças contrá- Como a composição da Comissão seria<br />
rias aos trabalhadores se concentravan no proporcional ao número <strong>de</strong> votos recebidos, o<br />
senado <strong>de</strong> evitar que o Enclat chegasse ao seu leitor po<strong>de</strong> fazer umá idéia do que significaria<br />
final utilizando-se para isso inclusive <strong>de</strong> ata- uma Comissão Estadual Pró-CUT <strong>de</strong> SP com<br />
ques ao PT, essa proposta da CS <strong>de</strong>u ânimo esse bloco <strong>de</strong> simpatizantes da CS..<br />
aos pelegos pra multiplicarem seus at?ques Seria <strong>de</strong> fato, o golpe do século. Só que<br />
verbais e dificultar os trabalhos.<br />
<strong>de</strong>sta vez, não um golpe nos banqueiros, mas<br />
Mas até aí, po<strong>de</strong>ria parecer um arroubo nos trabalhadores pauMstas. E tudo isso,"com<br />
juvenil. O pior estaria por vir. Quando o o voto dos pelegos, stalinistas e tribuneiros.<br />
plenário <strong>de</strong>veria votar a Comissão Estadual Sensata foi a posição dos dirigentes sindi-<br />
Pró-CUT, a CS apresentou uma lista idêntica<br />
cais que se retiraram da lista da CS. E,<br />
X apresentada por Luis Gushiken dos bancáconforme<br />
<strong>de</strong>cisão do plenário, por não ter 25<br />
rios <strong>de</strong> SP, com a inclusão <strong>de</strong> um nome, <strong>de</strong> nomes,, somente foi colocada em votação a<br />
um militante <strong>de</strong> base metalúrgico <strong>de</strong> S.Anlista<br />
apresentada por Gushiken, e que foi<br />
d^, colaborador da CS. O plenário aplaudiu,<br />
eleita.<br />
ou melhor, parte <strong>de</strong>le, justamente a parcela<br />
Esses mesmos colaboradores da CS, então,<br />
qi e se postava <strong>de</strong> pé, ostensivamente contra o se abstiveram da votação. Voz da Unida<strong>de</strong>,<br />
Etcontro, os tribuneiros, burocratas em seus Tribuna Operária, Hora do Povo, os pelegos<br />
clientes, que gritaram: "os pelegos racha- e a Convergência não aprovaram a nova<br />
ram."<br />
Comissão Estadual.<br />
Cada um escolhe o seu lugar. A CS está<br />
Percebendo o apoio recebido, a lista da CS escolhendo o <strong>de</strong>la.<br />
8) — Apoio a todos os povos<br />
que lutam pela sua libertação e<br />
in<strong>de</strong>pendência nacional como o*<br />
<strong>de</strong> El Salvador e Guatemala;<br />
9) — Defesa da Revoluçfto Ni-<br />
caraguense;<br />
10) — Pelo direito do povo Pa-<br />
lestino á sua pétria. Repúdio ao<br />
ataque <strong>de</strong> Israel contra o povo<br />
palestino e libanês; «<br />
11) — Aprofundar, estreitar a<br />
solidarieda<strong>de</strong> e unida<strong>de</strong> da Améri-<br />
ca Latina na luta antl-lmperiallsta<br />
e pela <strong>de</strong>mocracia, pela libertação<br />
dos presos políticos;<br />
12) — Pela libertação dos pre-<br />
sos poiitlcos e anistia a todos os<br />
perseguidos no'Uruguai, Chile. Ar-<br />
gentina, BollVIa a <strong>de</strong>mais países. ^
SJHVICAL1SH0 15<br />
A mo<strong>de</strong>rnização dos "pelegos"<br />
dos petistas e a política<br />
Por Réflis Moraes<br />
J'i há algum tempo estamos di/endo<br />
que a recomposaçio do movimento<br />
operário passa por duas Unhas <strong>de</strong><br />
ação: pela revitalização das lutas localizadas<br />
contra a política <strong>de</strong> recessão das empresas e do<br />
governo e, por outro lado. pelo avanço das<br />
artkulaçSes intersindicais. Essas duas linhas<br />
U combinam muitas veies <strong>de</strong> modo contra-<br />
ditório.<br />
Os resultados dos Enclats tèm mosirado,<br />
por exemplo, um avanço do sindicalismo<br />
combativo, anti-burocrático e anti-pelcgo. Ao<br />
mesmo tempo, os sindicatos controlados ou<br />
inlluenciados por correntes reformistas lem<br />
sido levados a uma "mo<strong>de</strong>rnização" visivel.<br />
Quem olha a imprensa do sindicato metalúrgi-<br />
co da capitai paulista, por exemplo, nolaasua<br />
lentirtiva <strong>de</strong> reproduzir, ã sua maneira, as<br />
iniciativas <strong>de</strong> sindicatos "autênticos" como o<br />
<strong>de</strong> S. Bernardo, por exemplo.<br />
O mesmo se po<strong>de</strong> di/er <strong>de</strong> sua prática <strong>de</strong><br />
organi/nção e sustentação <strong>de</strong> lulas locali/a-<br />
.las. como é o caso da Haupt, lelelunken,<br />
Sharp, Hei etc. £ sem dúvida uma política<br />
contraditória. Por um lado, evi<strong>de</strong>ntemente.<br />
Ia/ subir a estrela dos reformistas e mesmo <strong>de</strong><br />
tradicionais pelegos, reforçando sua posição<br />
nas intersindicais. Por outro htdo. o preçoque<br />
eles tem que pagar c assumir um estilo <strong>de</strong><br />
trabalho que. em certa medida, significa u<br />
possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um avanço do movlmemo<br />
uperárlo. o que implica no reforço <strong>de</strong> uma<br />
política slr^lical autemica.<br />
Sem dúvida, para essa iranslormação foi<br />
impor!;;mlssima" ^r pTessânr sentida-pchis<br />
iclormiNtas diante do peso da oposição sindical<br />
nos votos que as fábricas <strong>de</strong>positaram nas<br />
últimas eleições. Foi.igualmente Importante o<br />
fato <strong>de</strong> que eles sentiram o impacto <strong>de</strong> lutas<br />
locall/adas. como é o caso da Masscy<br />
I erguson. on<strong>de</strong> a diretoria do sindicato foi<br />
marginaIr/ad.i -c- repMdiíida- pelos-rtperáriov<br />
Importante ainda a repúdio da categoria à<br />
proposta <strong>de</strong> pacto social da última campanha<br />
salarial. Sem essa pressão tinto <strong>de</strong> uma<br />
política agressiva <strong>de</strong> oposição sindical e sem<br />
a pressão da luta <strong>de</strong> classes, c impossível<br />
compreen<strong>de</strong>r a "mudança" <strong>de</strong>ssas direções<br />
■sindicais. Quem não percebe íSM. corre o rbco<br />
<strong>de</strong> atribuir as mudanças apenas às ihtençõésT<br />
dos reformistas.<br />
À necessida<strong>de</strong> da direção /<br />
Mas essa "mo<strong>de</strong>rnização" só conseguirá ser<br />
positiva para o avanço <strong>de</strong> iima potítica<br />
sindical conseqüente se for acompanhada dtr<br />
SM TEMPO 12 a 25/8/82<br />
uma direção conseqüente, planejada e<br />
organizada do sindicalismo combativo. Uma<br />
política <strong>de</strong> oposição não se faz. exclusivamente<br />
em cima <strong>de</strong> nomes, mas em cima <strong>de</strong> posiçôese<br />
práticas, a partir <strong>de</strong> um principio <strong>de</strong> repudiará<br />
estrutura sindical, nas mais elementaresi,<br />
normas que enforcam as entida<strong>de</strong>s e nas.<br />
iniciativas <strong>de</strong> organi/ar, unificar e generalizai'<br />
as lutas. Uma outra política, <strong>de</strong> ausência,seria<br />
imobilista e portanto reforçaria o peleguismo.<br />
mesmo que essa não fosse a nossa intenção.<br />
Muitos <strong>de</strong>sses sindicatos como o dos<br />
metalúrgicos da capital paulista entram<br />
agora na reta <strong>de</strong> chegada <strong>de</strong> campanhas<br />
salariais. í urgente a realização <strong>de</strong> plenárias<br />
dos militantes petistas <strong>de</strong>ssas categorias, no<br />
sentido <strong>de</strong> lormular uma política clara, sem<br />
segredos <strong>de</strong> bastidores, que possa polarizar o>,<br />
sindicalistas combalivos. Abandonar essa<br />
iniciativa, significa <strong>de</strong>ixai ao sabor dos<br />
acontceiineiuos e às or<strong>de</strong>ns da política.<br />
reformista a condução do movimento. K<br />
portanto, abrir a porta a um retrocesso. Nfti»<br />
existe avanço unitário c combativo do<br />
movimentooperário sem <strong>de</strong>mocracia sindical,.<br />
F. a <strong>de</strong>mocracia se conquista e mantém com<br />
uma política (não apenas nomes) oposicionis-<br />
ta oruani/ada e clara-. -•.,_. t<br />
Em todo o pais, a <strong>de</strong>cisão:<br />
Conclat em 82<br />
Sem maiores comentários da gran<strong>de</strong><br />
imprensa, sem as promoçOes cotidianas das<br />
agências <strong>de</strong> notícia, mais preocupadas em<br />
alar<strong>de</strong>ar os banquetes dos empresários com<br />
os ministros dos generais, o movimento<br />
sindical brasileiro viveu um <strong>de</strong> seus<br />
momentos mais importantes dos últimos<br />
anos.<br />
Realizou-se em <strong>Si</strong>o Paulc^o II Encontro<br />
Estadual da Classe Trabalhadora<br />
(Enclat/SP), que <strong>de</strong>cidiu pela realização do<br />
Congresso Nacional da Classe Trabalhadora<br />
(Conclat) neste ano <strong>de</strong> 1982.<br />
Juntamente com o Encontro <strong>de</strong> Santa<br />
Catarina, o Enclat <strong>de</strong> Sáo Paulo foi o 12°<br />
Encontro estadual que tomou essa <strong>de</strong>cisão.<br />
Depois do golpe promovido pela maioria<br />
da Comissão Nacional Pró-Central Única dos<br />
Trabalhadores (Pró-CUT) que, em sua<br />
reunião dia 17 último^ancelou o Conclat, a<br />
<strong>de</strong>cisão dos sindicalistas paulistas foi a mais<br />
contun<strong>de</strong>nte ,e <strong>de</strong>cisiva resposta dada em<br />
<strong>de</strong>fesa da <strong>de</strong>mocracia e da in<strong>de</strong>pendência do<br />
movimento operário.<br />
É a própria luta pela construção da CUT<br />
pela base que está em jogo. Ê o direito dos<br />
trabalhadores apresentarem suas próprias<br />
reivindicações num ano eleitoral como este,<br />
em que o regime militar faz o possível e o<br />
0 TRABALHO 5 a 11/8/82<br />
impossível para fraudar o pleito. Ê a<br />
afirmação da soberania do movimento<br />
sindical, recusando a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> cúpula <strong>de</strong><br />
um grupo <strong>de</strong> dirigentes, que arrogam para si<br />
o "direito" <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir pelos — e contra — os<br />
trabalhadores.<br />
O Enclat <strong>de</strong> São Paulo foi claro: os<br />
trabalhadores têm o direito <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir pelo<br />
curso <strong>de</strong> seu movimento. Chega <strong>de</strong><br />
manipulação: <strong>de</strong>mocracia e in<strong>de</strong>pendência<br />
para que possamos construir o nosso <strong>de</strong>stino.<br />
A tensão que se estabeleceu no movimento<br />
sindical <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a <strong>de</strong>cisão ilegítima da Comissão<br />
Pró-CUT exige um <strong>de</strong>senlace positivo. E os<br />
trabalhadores reunidos em São Paulo <strong>de</strong>ram<br />
seu parecer: não reconhecemos a <strong>de</strong>cisão do<br />
cancelamento do Conclat; não reconhecemos<br />
a reunião <strong>de</strong> 11/12 <strong>de</strong> setembro, convocada<br />
pela Pró-CUT para reformular a sua<br />
composição, reor<strong>de</strong>nar seus trabalhos<br />
ignorando as <strong>de</strong>cisões da Conclat da Praia<br />
Gran<strong>de</strong> do ano passadq,e cooptar as<br />
Confe<strong>de</strong>rações pára a Pró-CUT. Tudo isso,<br />
numa <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> gabinete, que pensa po<strong>de</strong>r<br />
fazer e <strong>de</strong>sfazer em nome dos trabalhadores.<br />
A Comissão Nacional Pró-CUT foi eleita<br />
em agosto do ano passado e seu mandato<br />
<strong>de</strong>ve se extinguir no final <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong>ste ano<br />
Somente um Congresso Nacional tem o<br />
direito <strong>de</strong> constituir uma direção para o
SIWPICALISMO 16<br />
Continuação da pagina<br />
anterior: EM TODO 0...<br />
<strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> 11 Enclats estaduais, aos quais<br />
veio se somar o <strong>de</strong> São Paulo, exigem que a<br />
continuida<strong>de</strong> da luta dos trabalhadores<br />
permaneça sob seu estrito controle.<br />
Por isso mesmo, o Enclat <strong>de</strong> São Paulo<br />
respon<strong>de</strong>u afirmativamente ao convite feito<br />
pelas Intersindicais do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul e<br />
<strong>de</strong> Goiás, para à realização <strong>de</strong> uma Reunião<br />
Nacional em 28/29 <strong>de</strong> agosto, para discutir a<br />
realização do Conclat este ano.<br />
TOdas as forças encasteladas no<br />
sindicalismo oficial, parasitas <strong>de</strong> carreira,<br />
burocratas, procuram mostrar que a<br />
"unida<strong>de</strong> é a cúpula". Todas as forças<br />
comprometidas com o movimento operário,<br />
que têm lutado pela sua sobrevivência contra<br />
os ataques incessantes do regime militar<br />
afirmam que a unida<strong>de</strong> só po<strong>de</strong> ser realizada<br />
sem o sacrifício da <strong>de</strong>mocracia e da<br />
in<strong>de</strong>pendência do movimento.<br />
A reunião <strong>de</strong> 28/29 <strong>de</strong> agosto adquire<br />
assim enorme importância: ela vai discutir a<br />
soberania das <strong>de</strong>cisões dos trabalhadores.<br />
Diante <strong>de</strong>la, cada Intersindical, cada<br />
dirigente, nacional ou regional, cada<br />
militante sindical <strong>de</strong>ve escolher seu lugar.<br />
Ou construiremos a CUT pela base,<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e <strong>de</strong>mocrática, ou aceitaremos<br />
que a minoria manipule a maioria, como tem<br />
ocorrido com a classe trabalhadora em quase<br />
toda a sua <strong>história</strong>. - 4<br />
O RECADO DE<br />
fiumercindo<br />
NOTICIAS POPULARES 4/8/82<br />
O nENCLAT-SP foi uma vitória doMorliMoto <strong>Si</strong>ndi-<br />
cal, contando com « p«rtki(Hicf o <strong>de</strong> cerc* <strong>de</strong> 900 dd»-<br />
p4», representantes <strong>de</strong> praticam«tte todas Mcatofo-<br />
rias proossionais <strong>de</strong> todos os pontos do Estado. Ls-<br />
meotivel apenas, neste aspecto, que a Fe<strong>de</strong>raçio dos<br />
Trabalhadores na Agricultura, cuto presi<strong>de</strong>nte era<br />
membro da Omissão NadonalPróCUT.niotstí» fei-<br />
to qualquer esforço para que os trabalhadores rurais es-<br />
A principal votação-CONCLAT em «Sou CONCLAT<br />
ms3 —resultou em apenas dois votos <strong>de</strong> (Sfcrencs pa-<br />
ra a primeira proposta (387 a 368).<br />
Nada mais natural, em um ambiente ota<strong>de</strong> w resol-<br />
vem as coisss pelo voto. O aspecto <strong>de</strong> divisão foi criado<br />
pelos qoe »ó enten<strong>de</strong>m a unida<strong>de</strong> quando ela se dá em<br />
torno <strong>de</strong> suas propostas, não reconhecendo a daoiocra-<br />
da do movimento dos trabalhadores.<br />
Elegendo, pela primeira vez em São Pado, a Comis-<br />
são Estadual pró-CUT, o Movimento <strong>Si</strong>ndical <strong>de</strong>u im-<br />
portante passo na luta contra o sindicallsnw) atrelado e<br />
oqxilistae pela construção da Central Única dos Traba-<br />
lhadores. Dez sindicaUstas recusaram-se a partidpar<br />
da comissão que é composta <strong>de</strong> 25 membros, embora<br />
«onstassem da chapa única apresentada ao plenário.<br />
Não reconheciam os resultado» das votações •queriam<br />
estar em maioria.<br />
Este procedimento cria, sem dúvida, unut gran<strong>de</strong> dfi-<br />
culda<strong>de</strong> para o movimento sindical. No entanto, como<br />
haviam iddo indicados indivídaateente, agiram no seu<br />
direito político <strong>de</strong> aceitar apenas a composição que COD-<br />
sí<strong>de</strong>rassem melhor.<br />
Da mesma maneira, é legitimo o direito <strong>de</strong> psrüdpa-<br />
çâo <strong>de</strong> todos os sindicatos e assodaçfie no plenário <strong>de</strong><br />
entídadn que, sem dúvida, será ocovocadopela Comis-<br />
são Estadual e ninguém po<strong>de</strong>rá tojpedir essa partíclps-<br />
çêo sete qual for o sen cargo na diretoria <strong>de</strong> qualquer<br />
entida<strong>de</strong>. Q<br />
GumerciiKio Minwmsm Neta é pntl<strong>de</strong>nic d» Aaaoctacto dos ProfMw-<br />
ret
SINDICALISMO 17<br />
Azevedo, membro da diretoria do sindicato dos Metroviários e<br />
membro da comissão pró-CVT/SP<br />
CM<br />
00<br />
00<br />
cs<br />
«8<br />
cs<br />
o<br />
eu<br />
23<br />
Cd<br />
H<br />
X<br />
O que me preocupa é o que po<strong>de</strong> vif a acontecer<br />
com os trabalhadores após as eleições<br />
Minha avaliação do Enclal <strong>de</strong><br />
São Paulo, apesar dos <strong>de</strong>senconuos<br />
havidos, i posiiiva. CK <strong>de</strong>legados<br />
(tvcfam uma posição firme, negan-<br />
do o adiamemo do Conciat para 83.<br />
fico. porém, preocupado com o<br />
resultado final. A unida<strong>de</strong> do movi-<br />
mento sindical em São Paulo está<br />
ameaçada. Temos, portanto, ijue<br />
encontrar um <strong>de</strong>nominador co-<br />
mum, que impeça a nossa divisão.<br />
Acho, por exemplo, que o Con-<br />
ciat po<strong>de</strong>ria se realizar ainda este<br />
ano, <strong>de</strong>pois das eleições, em <strong>de</strong>zem-<br />
bro, embora <strong>de</strong> meu ponto <strong>de</strong> vista<br />
as eleições não são fator impeditivo<br />
da realização do Congresso. O que<br />
me preocupa é o que po<strong>de</strong> acontecer<br />
aos trabalhadores passadas as elei-<br />
ções Teremos novos pacotes, o fim<br />
dos reajustes semestrais, por exem-<br />
plo, e nós estaremos <strong>de</strong>sorganiza-<br />
dos, débeis.<br />
1 ..^Jos os componentes da pró-<br />
CUT eleita estão preocupados com<br />
a unida<strong>de</strong>, procurando o seu cami-<br />
nho. Embora, ninguém negue a legi-<br />
timida<strong>de</strong> da comissão, pots ha uma<br />
situação <strong>de</strong> fato e <strong>de</strong> direito,<br />
f.mbora alguns possam não concor-<br />
dar, nós fomos eleitos em plenário.<br />
E eu acho, que politicamente vai<br />
ser muito ruim para aqueles que<br />
saíram, se negaram a participar,<br />
principalmente se eles insistirem em<br />
não trabalhar junto conosco. É<br />
cedo, porém, para se saber se eles<br />
vão ou não querer trabalhar junto.<br />
Nós os estamos procurando. Não<br />
vamos ser nós que ficaremos com a<br />
pecha <strong>de</strong> diusiouistas.<br />
Sobre a plenária intersindical do<br />
dia 28 29 <strong>de</strong> agosto, estamos<br />
enviando convites para todos os<br />
Estados para virem participar, Ao<br />
contrário, nossa participação na<br />
reunião do dia 11; l2<strong>de</strong>sctembrosó<br />
viria legitimá-ia. jjor isso não <strong>de</strong>ve-<br />
mos ir, Mas esta e uma questão para<br />
ser discutida. Precisamos solucionar<br />
a questão, o impasse que po<strong>de</strong>rá se<br />
verificar, <strong>de</strong> forma a mais política-<br />
possível. •<br />
Gilmar Santos, vice presi<strong>de</strong>nte 4o <strong>Si</strong>ndicato dos Bancários, membro da Comissão<br />
Pró-CUT estadual, eleita no Enclat-SP<br />
Não nos subordinaremos às <strong>de</strong>cisões<br />
das fe<strong>de</strong>rações e confe<strong>de</strong>rações<br />
Os impasses do movimento sindi-<br />
cal se aprofundaram na Enclat <strong>de</strong> S.<br />
Paulo. A maioria da comissão<br />
nacional pró-CUT tem uma propos-<br />
ta clara <strong>de</strong> submeter o movimento<br />
sindical brasileiro a estrutura sindi-<br />
cal, vinculando a direção nacional<br />
às fe<strong>de</strong>rações e confe<strong>de</strong>rações. Ê o<br />
caso da mobilização contra o pacote<br />
da previdência, levado junto às con-<br />
fe<strong>de</strong>rações e o I? <strong>de</strong> maio, contro-<br />
lado pelas fe<strong>de</strong>rações.<br />
Esse impasse, no Enclat <strong>de</strong> S.<br />
Paulo, surgiu na disputa entre a rea-<br />
lização do Conciat em 82 ou seu<br />
adiamento para 83 <strong>de</strong>fendido pela<br />
maioria da comissão nacional pró-<br />
CUT. Estavam tentando <strong>de</strong>rrottr os<br />
sindicatos mais combativos que<br />
<strong>de</strong>vido a sua composição ampla e<br />
hctcrogèoca, carecem d« uma dire-<br />
ção mais sólida.<br />
Per<strong>de</strong>ram e foram iníbeis ao se<br />
retirarem da direção estadual por-<br />
que, querendo ou não, S Paulo é o<br />
centro do movimento operário bra-<br />
sileiro e a sua direção hoje está na<br />
mão do pessoal que tem uma polí-<br />
tica <strong>de</strong> enfrentamento aos patrões e<br />
ao governo.<br />
Possível ínente na reunião plená-<br />
ria imer-smdical dos dias 28 e 29<br />
agora convocada também por S.<br />
Paulo, os reformistas e pelegos não<br />
virão e é provável que a CONTAG<br />
também não venha. E se vierem<br />
setores «ignificativos das intór-sín-<br />
dtcais eleitas nos estados? Porowtro<br />
lado, nós não vamos na reunião do<br />
dia M e 12 <strong>de</strong> setembro, convocada<br />
pela wó-CUT nacional junto com<br />
as fe<strong>de</strong>rações e confe<strong>de</strong>rações, O im-<br />
passe te aprofundará ainda mais. E<br />
te o iK»oetl resoiver fuer o Conciat<br />
sem «s reformistas e pelegos. ai o<br />
movimemo sindicai et» rs dividido.<br />
Hoje nenhum dos setores po<strong>de</strong> te<br />
reivindicar da direção e da unida<strong>de</strong><br />
do movimento. Ninguém tem a dire-<br />
ção geral e unitária sobre o conjunto<br />
do movimento. A única alternativa<br />
que temos é os dois lados tomarem<br />
vergonha na cara e sentarem para<br />
conversar, como ocorreu na prepa-<br />
ração do Conciat em 81. Isso não<br />
ocorreu agora. O que houve foi uma<br />
tentativa <strong>de</strong> confronto.<br />
Temos a certeza que a reunião do<br />
dia 28 e 29 estará representando a<br />
<strong>de</strong>cisão da maioria dos <strong>de</strong>legados da<br />
maioria dos Enclats já realizados no<br />
país, mas mesmo assim isso não é<br />
garantia <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>. Não nos subor-<br />
dinaremos às fe<strong>de</strong>rações e confe<strong>de</strong>-<br />
rações. A plenária das intef-tindí-<br />
cais terá por objetivo avaliar os<br />
rumos do movimento e <strong>de</strong>finir os<br />
encaminhamentos da Conciat.<br />
Enten<strong>de</strong>mos c|ue a única forma <strong>de</strong><br />
recompor a direção nacional é um<br />
Congresso %<br />
Luiz Antônio, secretário Geral do <strong>Si</strong>ndicato dos Metalúrgicos <strong>de</strong> S. Paulo,<br />
Jt<br />
Não participamos da pró-CUT estadual porque sua<br />
composição visa imptodir a pró-CUT nacional<br />
Uma avaliação mais precisa da<br />
Enclat <strong>de</strong> S. Paulo ainda está por se<br />
fazer, quando acalmarem-se os<br />
ânimos e baixar a poeira. O <strong>Si</strong>ndi-<br />
cato dos metalúrgicos <strong>de</strong> S. Paulo<br />
ainda não fez esta avaliação. O que<br />
eu posso dizer é que concretizou<br />
uma gran<strong>de</strong> divisão no movimento<br />
sindical. Esta divisão não ocorre ao<br />
nível das reivindicações do movi-<br />
mento sindica! nem mesmo ao nível<br />
da prática sindical, mas sim por<br />
motivos político partidários. Hoje<br />
não há diferença entre a prática do<br />
sindicato dos metalúrgicos <strong>de</strong> S.<br />
Paulo e |a prática dos sindicatos<br />
mais combativos.<br />
A divisão ocorre porque não<br />
sentamos para discutir coisas con-<br />
cretas. O Enclat mostrou uma divi-<br />
são do movimento e a pró-CUT<br />
estadual eleita representa apenas um<br />
setor do movimento.<br />
Não participamos da pró-CUT<br />
estadual porque sua composição<br />
majoritária visa implodir a pró-<br />
CUT nacional. Mas não abandona-<br />
mos o encontro estadual: reconhe-<br />
cemos a comissão eleita c temos<br />
toda a disposição necessária para<br />
trabalharmos juntos.<br />
As resoluções <strong>de</strong> realizar a Con-<br />
ciat em 82. do encerramento do<br />
mandato cia,'pró-CUT dia 28 <strong>de</strong><br />
agosto e da reunião para os dias Í8 e<br />
29 <strong>de</strong> agosto, enten<strong>de</strong>mos apenas<br />
como indicativas para a comissão<br />
nacional pf)ô-CUT. Ninguém, a não<br />
ser um Conciat. po<strong>de</strong> cassar manda-<br />
tos da pró-CUT. Por outro lado.<br />
enten<strong>de</strong>mos a reunião das inter-sin-<br />
dicais convocada para os dias 28 c<br />
29 <strong>de</strong> agosto como di visionista e não<br />
participa remos <strong>de</strong>la. Reconhecemos<br />
apenas a reunião do dia II e 12 <strong>de</strong><br />
setembro, convocada pela própria<br />
pró-CUT. O objetivo <strong>de</strong>ssa reunião<br />
c analisar a situação do movimento<br />
sindical, marcar a data da Conciat e<br />
criar alguns esquemas <strong>de</strong> trabalho.<br />
Não po<strong>de</strong> alterar a composição da<br />
pró-CUT, já que a comissão não<br />
po<strong>de</strong> restnngir-se ou ampliar-se.<br />
não tem po<strong>de</strong>res para dar mandato<br />
a ninguém. Tem que permanecer os<br />
mesmos elementos até um novo<br />
Conciat. •
SIN0ICALISM0<br />
Enclat <strong>de</strong> Minas esmaga<br />
proposta divisionista<br />
ü principal resultado do Enctal<br />
mineiro foi a completa <strong>de</strong>rrota <strong>de</strong><br />
todas as tentativas <strong>de</strong> dividir o<br />
movimento sindical. A primeira<br />
gran<strong>de</strong> polêmica foi quanto a reali-<br />
zação ou não do Congresso Nacio-<br />
nal das Classes Trabalhadoras<br />
(Conclat) este ano. Por ampla<br />
maioria os <strong>de</strong>legados se posiciona-<br />
ram contra a realização <strong>de</strong> um<br />
congresso divisionista este ano.;<br />
Como explicou o metalúrgico<br />
José Vieira, <strong>de</strong>legado <strong>de</strong> base. "Se<br />
o Enclat tivesse se realizado antes<br />
da <strong>de</strong>cisão da Pró-CUT. <strong>de</strong> adiar o<br />
Conclat. e antes da Confe<strong>de</strong>ração<br />
Nacional dos Trabalhadores na<br />
Agricultura (Contag) tomar a posi-<br />
ção <strong>de</strong> não participar do Congres-<br />
so este ano. a nossa posição seria<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa intransigente <strong>de</strong> sua reali-<br />
zação «ml 982. como forma <strong>de</strong><br />
pressão.' O quadro porém é outro.<br />
Realizar o Conclat a qualquer<br />
custo agora significa não contar<br />
com a participação <strong>de</strong> boa parte do<br />
movimento sindical, principalmen-<br />
te do sindicalismo rural. <strong>Si</strong>gnifi-<br />
ca dividir o movimento. Por isso<br />
<strong>de</strong>fendi e votei pelo Conclat em<br />
1983".<br />
REPÚDIO À DIVISÃO<br />
Outra gran<strong>de</strong> discussão foi<br />
quanto às reuniões <strong>de</strong> articulação<br />
do movimento sindical nacional. A<br />
pró-CUT convocou uma reunião<br />
unitária para Brasília nos dias 11 e<br />
12 <strong>de</strong> setembro. Já o Enclat <strong>de</strong> São<br />
Paulo resolveu convocar uma<br />
reunião paralela em São Bernardo.<br />
No Enclat mineiro uma ala <strong>de</strong> sin-<br />
dicalistas do PT. junto com o<br />
metalúrgico João Paulo . Pires,<br />
propôs uma terceira reunião cm<br />
Belo Horizonte. Esta proposta,<br />
aparentemente conciliatória, no<br />
fundo também <strong>de</strong>struia a já frágil<br />
unida<strong>de</strong> do sindicalismo brasileiro,<br />
pois passava por cima da Pró-<br />
CUT.<br />
A» duas reuniões paralelas<br />
loram repudiadas pelo Encontro <strong>de</strong><br />
Minas, que apoiou a reunião da<br />
Pró-CUT em Brasília. Um sindi-<br />
calista <strong>de</strong> base foi feliz ao afirmar.<br />
"A Pró-CUT cometeu muitos er-<br />
ros, foi imobilista. Porém é o úni-<br />
co fórum <strong>de</strong> <strong>de</strong>liberação <strong>de</strong>mocra-<br />
ticamente eleito que temos no<br />
movimento sindical. Por mais frá-<br />
gil que seja. c o nosso ponto <strong>de</strong><br />
unificação. DeNConhcccr a Pró-<br />
CUT e convocar reuniões parale-<br />
las, seja on<strong>de</strong> for. é dividir, é abrir<br />
brechas para articulações divisio-<br />
nistas".<br />
Outro <strong>de</strong>legado <strong>de</strong> base comple-<br />
tou: "Propõem reuniões paralelas<br />
dizendo que em Brasília irão parti-<br />
cipar as Confe<strong>de</strong>rações dos pele-<br />
gos, do Ari Campista. Isto c uma<br />
falsa idéia para escon<strong>de</strong>ra divisão.<br />
Em primeiro lugar porque são<br />
apenas oito Confe<strong>de</strong>rações, que<br />
não altera a correlação <strong>de</strong> forças.<br />
E, o que é mais importante, trazer<br />
estas Confe<strong>de</strong>rações para uma arti-<br />
culação unitária c <strong>de</strong>mocrática é<br />
uma forma <strong>de</strong> diminuir o espaço <strong>de</strong><br />
atuação <strong>de</strong>las.<br />
Realizado Enclat em Minas^<br />
Com 374 <strong>de</strong>legados e 97 ob-<br />
servadores <strong>de</strong> um total <strong>de</strong> 100<br />
entida<strong>de</strong>s, realizou-se nos últi-<br />
mos dias 7 e 8, em Belo Hori-<br />
zonte, o II Encontro da Classe<br />
Trabalhadora <strong>de</strong> Minas Gerais.<br />
Por maioria, os <strong>de</strong>legados posi-<br />
cionaram-se pelo adiamento do<br />
Congresso da Classe Trabalha-<br />
dora para 83. Em votação tu-<br />
multuada, foi <strong>de</strong>cidido também<br />
por 182 votos contra 128 o envio<br />
<strong>de</strong> três representantes dos sindi-<br />
calistas <strong>de</strong> Minas à reunião con-<br />
vocada pela maioria do Pró-<br />
CUT para os dias 11 e 12 <strong>de</strong><br />
setembro, com a participação<br />
das Confe<strong>de</strong>rações.<br />
Na discussão sobre a partici-<br />
pação das Confe<strong>de</strong>rações nesta<br />
reunião, falaram Til<strong>de</strong>m San-<br />
tiago, do <strong>Si</strong>ndicato dos Jornalis-<br />
tas <strong>de</strong> Minas e João Paulo Pires<br />
<strong>de</strong> Vasconcelos, dos metalúrgi-<br />
cos <strong>de</strong> João Monleva<strong>de</strong>, que <strong>de</strong>-<br />
fen<strong>de</strong>ram a realização <strong>de</strong> uma<br />
reunião em Minas para realizar<br />
a unida<strong>de</strong> do movimento sindi-<br />
cal, sem a participação das<br />
Confe<strong>de</strong>rações. Isto porque a<br />
proposta da realização <strong>de</strong> uma<br />
reunião nos dias 28 e 29 chama-<br />
da pelos Enclats <strong>de</strong> Goiás, Rio<br />
Gran<strong>de</strong> do Sul e São Paulo para<br />
São Bernardo do Campo era<br />
caracterizada como "divisionis-<br />
ta".<br />
Na abertura dos trabalhos, o<br />
presi<strong>de</strong>nte do <strong>Si</strong>ndicato dos<br />
Metalúrgicos <strong>de</strong> São Bernardo,<br />
e membro da Pró-CUT Esta-<br />
dual <strong>de</strong> São Paulo, Jair Mene-<br />
guelli, que fazia parte <strong>de</strong> uma<br />
18<br />
TRIBUNA DA LUTA<br />
OPERARIA 16 a 28/8/82<br />
O Ari Campista não<br />
terá <strong>de</strong>pois como convocar reu-<br />
niões paralelas sem ser <strong>de</strong>smasca-<br />
rado"<br />
PRESENÇA DO CAMPO<br />
O Enclat mineiro também teve o<br />
mérito <strong>de</strong> eleger uma nova Comis-<br />
são Intersindical, bem mais ampla<br />
e representativa. Ela c formada por<br />
25 entida<strong>de</strong>s sindicais, com inte-<br />
grantes da antiga Pró-CUT Esta-<br />
dual, <strong>de</strong> novos <strong>Si</strong>ndicatos como o<br />
dos Médicos e <strong>de</strong> <strong>Si</strong>ndicatos do<br />
interior. Foram tirados também os<br />
três <strong>Si</strong>ndicatos que participarão da<br />
reunião <strong>de</strong> setembro, compondo a<br />
Pró-CUT Nacional: <strong>Si</strong>ndicato dos<br />
Médicos. Associação dos Servi-<br />
dores do DER e <strong>Si</strong>ndipetro.<br />
Sem dúvida a presença dos sin-<br />
dicalistas rurais, que faltou em São<br />
Paulo, abrilhantou o encontro <strong>de</strong><br />
Minas. Eles votaram em bloco cm<br />
todas as propostas <strong>de</strong> unida<strong>de</strong> do<br />
movimento sindical. Segundo<br />
André Montalvão. presi<strong>de</strong>nte da<br />
Fe<strong>de</strong>ração dos Trabalhadores Ru-<br />
rais <strong>de</strong> Minas, "o Enclat foi vito-<br />
rioso. Ele tirou um piano <strong>de</strong> lutas<br />
mais unificado entre os trabalha-<br />
dores urbanos e rurais. Um com-<br />
promisso foi assumido pelas enti-<br />
da<strong>de</strong>s: o <strong>de</strong> lutar pelas datas-bases<br />
unificadas por categoria". O Enclat<br />
ainda aprovou um programa <strong>de</strong><br />
lutas unitário contra o <strong>de</strong>sem-<br />
prego e o Pacote da Previdência.<br />
Posicionou-se contra o pacto anti-<br />
inflacionário do governo e pela<br />
<strong>de</strong>rrota do PDS nas eleições <strong>de</strong><br />
.novembro. •<br />
0 TRABALHO 12 a 17/8/82<br />
<strong>de</strong>legação <strong>de</strong> S.P. ao Enclat/<br />
MG, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u a realização da<br />
reunião <strong>de</strong> 28 e 29 e repudiou a<br />
reunião convocada pela maioria<br />
da Nacional Prò-CUT para 11 e<br />
12 <strong>de</strong> setembro, que ele caracte-<br />
rizou como ilegítima, conforme<br />
<strong>de</strong>cisão adotada pela maioria<br />
dos participantes do Enclat/<strong>de</strong><br />
São Paulo.<br />
No final dos seus trabalhos, o<br />
Encontro dos Trabalhadores<br />
mineiros elegeu uma comissão<br />
intersindical estadual composta<br />
por25membros, sendo 6 sindica-<br />
tos <strong>de</strong> Belo Horizonte, as Fe<strong>de</strong>-<br />
rações dos bancários e dos Me-<br />
talúrgicos, cinco membros da<br />
Comissão Nacional Pró-CUT<br />
do Estado <strong>de</strong> Minas e mais 2<br />
sindicatos <strong>de</strong> cada região do<br />
estado. 9
SJNVJCALJSHO 19<br />
Bom-senso prevalece no Enclat<br />
mineiro<br />
VOZ DA UNIDADE<br />
12/8/82<br />
"Conjuror a divido i lutar por um<br />
Conclat Que reúna todos os<br />
trabalhadores, e não apenas<br />
aqueles que se auío^ualifiquem<br />
<strong>de</strong> autênticos".<br />
fEtütorla/ VU n." 116).<br />
Se já era improvável a reali-<br />
zação do Conclat nesse ano —<br />
mesmo com a teimosa pressão<br />
dos militantes sindicais do PT<br />
—, <strong>de</strong>pois da <strong>de</strong>cisão do U En-<br />
clat mineiro, <strong>de</strong> adiá-lo por<br />
imensa maioria <strong>de</strong> votos, a<br />
questão está praticamente <strong>de</strong>fi-<br />
nida: Congresso <strong>de</strong> Trabalhado-<br />
res só mesmo cm 83. A posição<br />
dos trabalhadores rurais teve<br />
peso <strong>de</strong>cisivo para o calçamento<br />
da resolução da última reunião<br />
da Pró-CUT <strong>de</strong> não fazer um<br />
Conclat sem infra-estrutura e<br />
em período eleitoral.<br />
Das 100 entida<strong>de</strong>s sindicais<br />
representadas no Enclat <strong>de</strong><br />
Minas Gerais — efetivado no<br />
último fim <strong>de</strong> semana na Asso-<br />
ciação das Obras Sociais do<br />
Padre Aguinaldo <strong>de</strong> Belo Hori-<br />
zonte — 52 eram rurais, as quais<br />
<strong>de</strong>monstraram uma invejável<br />
organização, votando suas pro-<br />
postas em bloco, fazendo com<br />
que quase todas as suas teses<br />
fossem aprovadas.<br />
A palavra <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m entoada<br />
predominantemente pc ,os ^<br />
<strong>de</strong>legados presentes no plenário<br />
era "operário camponês. Con-<br />
Por maioria, os <strong>de</strong>legados do<br />
Enclat <strong>de</strong> Minas Gerais resolveram<br />
apoiar a proposta <strong>de</strong> adiamento do<br />
I Conclat para o ano <strong>de</strong> 1983. A<br />
<strong>de</strong>cisão da plenária mineira foi<br />
tomada sem que houvesse necessi-<br />
da<strong>de</strong> <strong>de</strong> contagem <strong>de</strong> votos.<br />
O Enclat mineiro elegeu também<br />
a nova Comissão Estadual Pró-<br />
CUT, que terá como principal<br />
novida<strong>de</strong> a participação <strong>de</strong> seis<br />
regiões do Interior do Estado, que<br />
enviarão sempre dois representan-<br />
tes <strong>de</strong> cada uma. eleitos pelas<br />
próprias bases regionais: um dos<br />
trabalhadores rurais e outro dos<br />
trabalhadores urbanos.<br />
A reunião nacional<br />
No encontro <strong>de</strong> Minas Gerais,<br />
também foi discutida a questão da<br />
próxima reunião da Comissão Pro-<br />
CUT Nacional. Como se sabe, foi<br />
marcada a data <strong>de</strong> H e 12 <strong>de</strong><br />
setembro pela própria Comissão,<br />
clat-8.r. Segundo alguns diri-<br />
gentes sindicais do campo, "é<br />
inadmissível que se queira reali-<br />
zar um Congresso <strong>de</strong> trabalha-<br />
dores sem a participação dos<br />
homens do campo, mais ainda, é<br />
uma irresponsabilida<strong>de</strong>".<br />
Sentido unitário<br />
Os sindicalistas petistas insis-<br />
tiram em atacar acintosamente o<br />
presi<strong>de</strong>nte da ConUsg (Confe<strong>de</strong>-<br />
ração Nacional dos Trabalhado-<br />
res na Agricultura), José Fran-<br />
cisco da <strong>Si</strong>lva, pela sua postura<br />
<strong>de</strong> transferir a data do Congres-<br />
so. André Montalvão. presi<strong>de</strong>n-<br />
te da Fe<strong>de</strong>ração dos Trabalha-<br />
dores na Agricultura <strong>de</strong> Minas<br />
(Fetaemg), <strong>de</strong>monstrou o notá-<br />
vel sentido unitário que norteia o<br />
movimento sindical do campo,<br />
saindo em <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> José Fran-<br />
cisco. "As acusações contra o<br />
presi<strong>de</strong>nte da Contag são impro-<br />
ce<strong>de</strong>ntes. Devem ser dirigidas<br />
contra todas as fe<strong>de</strong>rações <strong>de</strong><br />
trabalhadores rurais e eu estou<br />
aqui para ievar pauladas. Nossa<br />
<strong>de</strong>cisão c unitária, somos unâ-<br />
nimes cm represar o Conclat<br />
esse an»)". conlta-alucou.<br />
O presi<strong>de</strong>m^ do <strong>Si</strong>ndicato dos<br />
Médicos. Célio <strong>de</strong> Castro, con-<br />
si<strong>de</strong>rou o resultado do f nelat<br />
extremameme positivo. poi> a<br />
"não participação dos traba-<br />
lhadores rurais po<strong>de</strong>na eníra-<br />
Minas aprova adiamemo<br />
em Brasília. Mas os Enclatsdo Rio<br />
Gran<strong>de</strong> do Sul e <strong>de</strong> São Paulo, e a<br />
Comissão <strong>de</strong> Goiás, nãc aceitaram<br />
a data, o local e os critérios <strong>de</strong><br />
representação e convocaram outra<br />
reunião, para Brasília ou São<br />
Bernardo do Campo., nos dias 27,<br />
28 e 29 <strong>de</strong> agosto, com a participa-<br />
ção <strong>de</strong> 10 representantes <strong>de</strong> cada<br />
intersindical.<br />
No Enclat mineiro um grupo<br />
propôs a convocação da próxima<br />
reunião para Belo Horizonte, nos<br />
dias 2K c 29 <strong>de</strong> setembro. Contudo,<br />
por 1X2 votos contra 128. a posição<br />
assumida pelo Enclat <strong>de</strong> Minas<br />
Gerais íoi a «Sc reforçara <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong><br />
realizar a reunião cm Brasília nos<br />
dias 11 c 12 <strong>de</strong> setembro.<br />
Divisão<br />
Diversos lí<strong>de</strong>res sindicais mineiros<br />
ressaltaram sua preocupação<br />
com uma possível divisão do<br />
movimento sindical. Foi também<br />
<strong>de</strong>nunciado o caráter pelego e <strong>de</strong><br />
quecer o Congresso que preten-<br />
<strong>de</strong> organizar a luta operária e<br />
sindical". Além <strong>de</strong>ssa argumen-<br />
tação. Castro apontou a neces-<br />
sida<strong>de</strong> <strong>de</strong> maior tempo para a<br />
preparação <strong>de</strong> um evento <strong>de</strong>ssa<br />
envergadura, c disse; "Ano que<br />
vem po<strong>de</strong>remos ter um Congres-<br />
so digno, fortalecido pelas<br />
bases".<br />
Outra <strong>de</strong>liberação do tncon-<br />
tro <strong>de</strong> Trabalhadores mineiro»<br />
foi a ampliação do número <strong>de</strong><br />
mcmhros da Comissão Regional<br />
Pn^TT. com maior partiopa-<br />
çio <strong>de</strong> <strong>de</strong>legados do inienor do<br />
euado. medida peta qtuü *c<br />
preten<strong>de</strong> aummur o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />
amcuUção inter-«tndical. •<br />
JORNAL DOS<br />
TRABALHADORES<br />
13/8/82<br />
cúpula da reunião convocada para<br />
Brasília, da qual participarão um<br />
representante <strong>de</strong> cada confe<strong>de</strong>ra-<br />
ção e três <strong>de</strong> cada intersindical<br />
estadual, sendo um dos três <strong>de</strong> uma<br />
fe<strong>de</strong>ração.<br />
Segundo essas <strong>de</strong>núncias, a<br />
reunião <strong>de</strong> Brasília, se for realizada<br />
com esse tipo <strong>de</strong> critério <strong>de</strong><br />
representativida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong> signifcar o<br />
embrião <strong>de</strong> uma CUT calcada nas<br />
confe<strong>de</strong>rações e re<strong>de</strong>rações,<br />
Paniciparam do Enclat <strong>de</strong><br />
Minas Gerais 360 <strong>de</strong>legados e 97<br />
obsenadores que representaram<br />
HXÍ entida<strong>de</strong>s, sendo >2 rurais. #<br />
SA OívíO/V<br />
pooe,A)e?
SWV1CALISM0<br />
Continua a luta pelo<br />
Conclat em 82<br />
Com » realtaçSo do II Encontro da Classe<br />
Trabalhadora <strong>de</strong> Min» Gerais — que <strong>de</strong>cidiu pelo<br />
adiamento do Condat para 83 — não muda o quadro<br />
aaterkmnente existente no movimento sindical: a<br />
maioria esmagadora dos trabalhadores chamados a se<br />
posicionar,nos 13 encontros estaduais realizados,quer a<br />
realização do Congresso este ano. Dos 13 Enciais,<br />
nove foram contra o adiamento; um acataria qualquer<br />
<strong>de</strong>cisão da pró-CUT (Mato Grosso) e três <strong>de</strong>ddiram-se<br />
pelo adiamento. Sem contar o Endat mineiro, 2671<br />
sindicalistas foram contra o adiamento e 823<br />
favorável, — sem falar nos 5000 trabalhadores que, na<br />
Conclat do ano passado haviam <strong>de</strong>liberado pelo Con-<br />
dat este ano. E, mesmo em MG, importantes figuras l<br />
do movimento sindical locai manifestaram-se pela<br />
realização do Congresso em 82 e peia necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
uma reunião sem as confe<strong>de</strong>rações para avançar na<br />
viabilização do Conclat.<br />
0 TRABALHO 12 a 17/8/82<br />
E é justamente para garantir a reunião convocada<br />
para São Bernardo pelos Enclats <strong>de</strong> Goiás, Rio Gran<strong>de</strong><br />
do Sol c São Paulo nos próximos dias 28 e 29 — para<br />
a qual estão sendo chamados representantes das inter-<br />
sindicais dos estados e os membros da pró-CUT com o<br />
objetivo <strong>de</strong> dar os encaminhamentos necessários para a<br />
realização do Condat este ano — que <strong>de</strong>vem se con-<br />
centrar as forças neste momento. Nos estados, é<br />
preciso garantir a convocação pdas intersindicais <strong>de</strong><br />
reuniões amplas <strong>de</strong> sindicalistas, visando a tirada <strong>de</strong><br />
representantes para a reunião <strong>de</strong> São Bernardo para<br />
que, encaminhando o Condaí, seja sepultada a<br />
manobra dos p<strong>de</strong>gos e burocratas contra a realização<br />
<strong>de</strong> um Congresso <strong>de</strong>mocrático este ano, capaz <strong>de</strong> ar-<br />
mar os trabalhadores contra os planos <strong>de</strong> miséria d»<br />
ditadura milhar. m<br />
SC: mais um estado<br />
a favor do Conclat-82<br />
No dia 31 <strong>de</strong> julho, mais um ENCLAT foi<br />
realizado. Precedido <strong>de</strong> Enclats regionais<br />
em Florianópolis, Lages, ^^usque, Criciú-<br />
ma, Joinville, Caçador, cerca <strong>de</strong> duzentos<br />
trabalhadores catarinenses do campo e da<br />
cida<strong>de</strong> reuniram-se no ENCLAT estadual.<br />
As discussões mais importantes do Encon-<br />
tro concentraram-se na organização nado-<br />
nal e estadual dos trabalhadores. Os <strong>de</strong>lega-<br />
dos foram unânimes na <strong>de</strong>cisão da necessi><br />
da<strong>de</strong> <strong>de</strong> se construir uma CUT pela base,<br />
que o CONCLAT seja realizado este ano e<br />
que dS membros da Pró-CUT estadual<br />
eleita na ocasião participem da reunião <strong>de</strong><br />
28 Ç/29 <strong>de</strong> agosto em São Bemardoc que<br />
para garantir o CONCLAT, esta reunião<br />
venha eleger uma comissão organizadora do<br />
congresso nacional.<br />
O encontro <strong>de</strong>legou ainda à Pró-CUT<br />
estadual a tarefa <strong>de</strong> redigir ura documento-<br />
0 TRABALHO 5 a 11/8/82<br />
moção <strong>de</strong> repúdio à atitu<strong>de</strong> da maioria da<br />
Pró-CUT <strong>de</strong>cancelaroCONCLAT, reafir-<br />
mando que é vonta<strong>de</strong> dos trabalhadores<br />
realizarem ó CONCLAT. Reafirmar ainda,<br />
que os trabalhadores têm o direito <strong>de</strong> se<br />
reunir quando assim o <strong>de</strong>cidirem, como<br />
aprovado ha CONCLAT/81, para discuti-<br />
rem e organizarem suas lutas, Frandsco<br />
Aluno, da Comissão Nacional Pró-CUT, par-<br />
ticipou do Encontro e endossou as propos-<br />
tas.<br />
A nível estadual foi constituída uma co-<br />
missão Pró-CUT composta pelas entida<strong>de</strong>s<br />
que compunham a antiga comissão organi-<br />
zadora do ENCLAT, mais uma entida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
cada regiào que participou do ENCLAT.<br />
Alem disso,.foi aprovada a constituição <strong>de</strong><br />
uma plenária estadual <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s, on<strong>de</strong><br />
participam todas as entida<strong>de</strong>s que a<strong>de</strong>rirem<br />
às resoluções do ENCLAT. A mesma estru-<br />
tura se repete a nível regional. •<br />
20
SIMPICAUSMO 21<br />
"Contra a divisão<br />
e o imobilismo"<br />
Nos dias 7 e 8 <strong>de</strong> agosto realizou-se em Minas ííerais o<br />
Encontro das Classes Trabalhadoras (Knclat), com 474<br />
<strong>de</strong>legados e 120 observadores. Apesar das dificulda<strong>de</strong>s<br />
encontradas pela Comissão Organizadora para prepará-<br />
lo, o número <strong>de</strong> <strong>de</strong>legados foi superior ao do ano passado,<br />
<strong>de</strong>stacando-se novamente a presença dos <strong>Si</strong>ndicatos dos<br />
Trabalhadores Rurais.<br />
Célio <strong>de</strong> Castro, preskíent«<br />
do <strong>Si</strong>ndicato dos Médicos,<br />
tem se <strong>de</strong>stacado como una<br />
dos mais atuantes e conse-<br />
qüentes sindicalista» d,e Minas<br />
Oerais. Ete exerceu papel<br />
ünificador na preparação do<br />
Éndat mineiro. Após a VTò-.<br />
CUT Estadual ter-se auto-<br />
dissohido, a realização do<br />
Encontro ficou ameaçada. Ao<br />
mesmo tempo iniciou-se uma<br />
articulação divisionista. Cé-<br />
lio. através do seu <strong>Si</strong>ndicato,<br />
encabeçou um abaixo-assina-<br />
do em conjunto com diversas<br />
entida<strong>de</strong>s sindicais e associa-<br />
ções propondo a formação dç<br />
uma Comissão para orgaair<br />
/ar e preparar o Enclat. Apój<br />
uma reunião das entidada<br />
sindicais, etc foi eleito para,<br />
presidir a Comissão <strong>de</strong> Orga^<br />
nização do Encfat.<br />
Para o presi<strong>de</strong>nte do <strong>Si</strong>sdí«><br />
calo dos Médicos "o Enclat<br />
TRIBUNA DA<br />
LUTA OPERARIA<br />
16 a 22/8/82<br />
representou um momcnlór<br />
muito valoroso na vida sindi-<br />
cal do Estado. Do ponto do<br />
vista político o acontecimento<br />
mais importante foi qtifr fjt<br />
sindicalismo mineiro^ se pfo*<br />
nunciou cSaramente a favõf<br />
da unida<strong>de</strong> e contra quafcjuer<br />
tentativa <strong>de</strong> divisão < Ímo&£<br />
lismo. Por outro lado ficofii<br />
mais fortalecida a união entre<br />
os tmbathadores do campo c<br />
os du cida<strong>de</strong>". •<br />
ÉnclatyMU EM TEKPO 12 a 25/8/82<br />
Um passo adiante, três passos atrás<br />
Formou-e uma intersindical unitária e <strong>de</strong>mocrática, mas<br />
venceu a proposta do adiamento do Conclat, não sé discutiu<br />
um plano <strong>de</strong> lutas e se endossou a reunião dos dias 11 e 12<br />
No último fim-<strong>de</strong>-semana, dias 7 e<br />
8 <strong>de</strong> agosto, foi reali/ado o li<br />
Enclat do Minas Gerais. Alguns<br />
aspectos do encontro foram importantes e<br />
significaram um avanço para o movimen-<br />
to sindical mineiro. Com 360 <strong>de</strong>legados<br />
inscritos. 120 entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> todas as regiões<br />
do Estado, o que é significativo, consi<strong>de</strong>-<br />
rando o impasse a nível da direção e<br />
coor<strong>de</strong>nação que o sindicalismo mineiro<br />
viveu este ano.<br />
Basta dizer .que o encontro foi convoca-<br />
do com pouco mais <strong>de</strong> um mês <strong>de</strong><br />
antecedência.<br />
Uma <strong>de</strong>cisão importante loi aeleiçãodc<br />
uma Comissão pró-CUT composta <strong>de</strong> 25<br />
membros sendo 13 do BH e 12 do interior,<br />
divididos em 6 regiões. Cada região<br />
<strong>de</strong>verá realizar mini-enclats e eleger dois<br />
representantes, sendo úm urbano e um<br />
rural para compor a pró-CUT. Alem<br />
disso, 'oi também apontada a criação <strong>de</strong><br />
prò-O 1, regionais e municipais, com-<br />
postas <strong>de</strong> um representante das diretorias<br />
dos sindicatos filiados à intersindical c<br />
representantes da base. eleitos proporcio-<br />
nalmcnic ao número <strong>de</strong> trabalhadores na<br />
categoria.<br />
Estrutura homontal<br />
A composição da Comissão eleita<br />
abarca todas as correntes do sindicalismo<br />
mineiro o que, além do falo <strong>de</strong> ter sido<br />
eleita por maioria <strong>de</strong> votos em um Enclat.<br />
impe<strong>de</strong> as manobras ocorridas no começo<br />
do ano. quando setores insatisfeitos com »<br />
composição <strong>de</strong> uma comissão eleita<br />
<strong>de</strong>ram um golpe para garantir a sua<br />
hegemonia. Finalmente, esta <strong>de</strong>cisão<br />
esboça uma estrutura sindical horizontal e<br />
abre espaço para o fortalecimento da<br />
organização do movimento sob uma ótica<br />
<strong>de</strong> setembro.<br />
<strong>de</strong>mocrática passando por cima das<br />
amarras da estrutura sindical vigente.<br />
Entretanto nem tudo são louros, pois se<br />
as <strong>de</strong>cisões expostas acima permitem ao<br />
movimento dar um passo adiante, o<br />
restante do Enclat seguiu outro curso. A<br />
discussão do plano <strong>de</strong> lulas ficou<br />
prejudicada dada a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> discutir<br />
o impasse em que a comissão nacional<br />
pró-CUT jogou o movimento sindical<br />
bóísilciro, quando adiou o Conclat c<br />
<strong>de</strong>cidiu se auto reformar.<br />
Esta discussão ocupou quase todo o<br />
encontro. Ao final, <strong>de</strong>cidiu-se. por<br />
expressiva maioria <strong>de</strong> votos, pelo adia-<br />
mento da Conclat para 1983 referendando<br />
a <strong>de</strong>cisão da comissão nacional. Urna<br />
estranha aliança foi formada no plenário<br />
durante esta discussão entre pelegos,<br />
apoiadores do jornal Tribuna Operária e,<br />
pasmem, setores significativos do PT.<br />
Radicalismo do discurso<br />
De parte dos pelegos não há nenhuma<br />
novida<strong>de</strong>, mas os setores ligados à<br />
Tribuna Operária, que foram os gran<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong>fensores do adiamento do Conclat, até<br />
três semanas atrás <strong>de</strong>fendiam exatamente<br />
o contrário. Sua gran<strong>de</strong> argumentação foi<br />
a unida<strong>de</strong> do movimento, que neste<br />
momento se transforma numa conciliação<br />
aberta com o reformismo e numa<br />
"Combativa" capitulação diante da<br />
<strong>de</strong>cisão da Pró-CUT. Em síntese sob um<br />
discurso radical se pren<strong>de</strong>m a aspectos<br />
burocráticos <strong>de</strong> respeito a <strong>de</strong>cisões da<br />
cúpula do sindicalismo brasileiro.<br />
-' E mais, tentam atropelar as bases,<br />
priorizando a aliança com o reformismo,<br />
colocando-se-como seus porta-vozes já<br />
que nas Minas Gerais o*Honi do Povo<br />
ensaia seus últimos estertores e a Voz da<br />
Unida<strong>de</strong> é uma ilustre <strong>de</strong>sconhecida no<br />
movimento sindical.<br />
Os petistas, contrários ao Conclat 82<br />
argumentavam, junto com setores ligados<br />
à igreja, que ò,movimento não acumulou<br />
forças para realizar o Conclat neste ano.<br />
que seria prematuro, correndo riscos <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>smoralização, Uma visão que simples-<br />
mente fecha os olhos aos Enclats<br />
reafizados em todo o pais que redamaram<br />
o Conclat este ano e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
retomar os rumos da construção da CUT<br />
apontados no ano passado.<br />
<strong>Si</strong>iMÜcates rurais<br />
Finalmente, cabe ressaltar o papel da<br />
Fe<strong>de</strong>ração dos Trabalhadores da Agricul-<br />
tura <strong>de</strong> Minas Gerais que fcab» 1/3 do<br />
plenário e conseguiu fechar eas um bloco<br />
todos os <strong>de</strong>legados rurais <strong>de</strong>ixando<br />
transparecerqae o voto pela reafaaçãodo<br />
Conclat este an« significaria um cafcenta-<br />
mento com a CONTAG. Otura <strong>de</strong>dsâo<br />
tomada foi o aval à reunião <strong>de</strong> Brasilianos<br />
dias H e 12 <strong>de</strong> setembro, vencendo pôr 50<br />
votos a proposta <strong>de</strong> comparedmento à<br />
otenária intersindical dos dias 28/29.
SJNVICALJSUO<br />
Repúdio à traição dos pelegos<br />
Mesmo já sabendo da resolução da Comissão Pró-CUT <strong>de</strong> adiar o Conclat para 83, os<br />
Enclats regionais <strong>de</strong> Ribeirão Preto, Guarulhos e São José dos Campos rejeitaram a<br />
manobra e endossaram a <strong>de</strong>cisão dos 5.200 <strong>de</strong>legados presentes ao 1° Congresso<br />
Nacional da Classe Trabalhadora. O Enclat estadual do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul foi ainda<br />
mais longe exigindo que a intersindical gaúcha articule a nível nacional a instalação do<br />
Conclat em agosto.<br />
CONVERGÊNCIA SOCIALISTA - agosto/82<br />
Decidiram continuar a luta pela realização do<br />
Conclat em agosto fazendo aprovar no Encontro<br />
estadual <strong>de</strong> São Paulo a realização <strong>de</strong> uma reu-<br />
nião <strong>de</strong> sindicalistas contrários ao adiamento.<br />
Caso o Conclat não aconteça mesmo em agos-<br />
to, os ativistas vão promover nesta época um en-<br />
contro regional <strong>de</strong> protesto para aprovar propos-<br />
tas <strong>de</strong> lutas para a região, criando uma intersindi-<br />
cal para discutir a formação da CUT pela base.<br />
Em <strong>Si</strong>o José dos Campos, um resultado positivo<br />
Ainda sob o clima da vitória conquistada pelos<br />
metalúrgicos da EMBRAER, o Enclat <strong>de</strong> São José<br />
dos Campos, no dia 18 <strong>de</strong> julho, foi muito impor-<br />
tante para a unificação das lutas na região.<br />
Participaram do Encontro 62 ativistas — nao<br />
eram <strong>de</strong>legados pois o Encontro foi aberto — em<br />
sua maioria metalúrgicos. As entida<strong>de</strong>s represen-<br />
tadas foram o <strong>Si</strong>ndicato dos Metalúrgicos, Asso-<br />
ciação dos Petroleiros, APEVALE —<br />
representando os economistas do Vale do Paraíba,<br />
e a Associação dos Jornalistas.<br />
A <strong>de</strong>cisão da Comissão Prô-CUT s6 contou com<br />
a aprovação <strong>de</strong> 4 dos participantes, e a manuten-<br />
ção do Conclat foi <strong>de</strong>fendida por Ary Russo, pre-<br />
si<strong>de</strong>nte do <strong>Si</strong>ndicato dos Metalúrgicos e Antônio<br />
Donizete Ferreira, ativista metalúrgico. Demons-<br />
trando o repúdio pela manobra, o Encontro <strong>de</strong>ci-<br />
diu lutar pela expulsão da atual direção da Pr6-<br />
CUT.<br />
Para encaminhar o plano <strong>de</strong> lutas aprovado, foi<br />
eleita uma intersindical da região composta pelos<br />
vários sindicatos e ativistas <strong>de</strong> base presentes.<br />
Para Antônio Donizeti Ferreira, o Toninho, "as<br />
resoluções tomadas po<strong>de</strong>m fazer avançar o mo-<br />
vimento em São José dos Campos \i que foi apro-<br />
vado um plano <strong>de</strong> lutas bem concreto e a existên-<br />
cia da intersindical po<strong>de</strong> levar à unificação das lu-<br />
tas na região. O fundamental é que os sindicatos<br />
assumam essas tarefas com serieda<strong>de</strong>."<br />
Manter a <strong>de</strong>cisão dos trabalhadores<br />
Reunindo 580 <strong>de</strong>legados, representando 102 en-<br />
tida<strong>de</strong>s, o Encontro da Classe Trabalhadora do<br />
Rio Gran<strong>de</strong> do Sul aprovou por unanimida<strong>de</strong> a<br />
realização do Conclat em agosto, repudiando a<br />
traição da Comissão Prô-CUT. Sua resposta foi o<br />
chamado à intersindical gaúcha a articular o Con-<br />
clat, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da <strong>de</strong>cisão dos burocratas.<br />
A <strong>de</strong>terminação dos gaúchos expressa bem o<br />
sentimento da gran<strong>de</strong> maioria dos trabalhadores<br />
e dos Enclats realizados até agora. Se os pelegos<br />
querem afastar a atenção dos trabalhadores <strong>de</strong><br />
suas lutas e do processo <strong>de</strong> reorganização<br />
acenando com as eleições, não vão consegui-lo<br />
tão facilmente. Os enclats realizados provam<br />
isso, A única nota discordante neste fim <strong>de</strong> se-<br />
mana aconteceu no Enclat <strong>de</strong> Santos, que sob a<br />
li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> Arnaldo Gonçalves, do sindicato dos<br />
metalúrgicos, referendou a traição da Comissão<br />
Pró-CUT.<br />
Foram aprovadas ainda a formação <strong>de</strong> uma Co-<br />
missão intersindical, composta por 2 membros <strong>de</strong><br />
cada categoria presente — 1 do sindicato e outro<br />
eleito na base — com o objetivo <strong>de</strong> encaminhar a<br />
eleição dos <strong>de</strong>legados para o Conclat, divulgar<br />
as resoluções aprovadas, e encaminhar a campa-<br />
nha salarial unificada dos metalúrgicos no próxi-<br />
mo semestre.<br />
A proposta <strong>de</strong> criação da CUT em 82 foi <strong>de</strong>rro-<br />
tada com os argumentos <strong>de</strong> sempre, apelando pa-<br />
ra a falta <strong>de</strong> representativtda<strong>de</strong>.<br />
Alguns minutos antes <strong>de</strong> se realizar a votação<br />
sobre a CUT, o presi<strong>de</strong>nte do <strong>Si</strong>ndicato dos meta-<br />
lúrgicos apresentou o resultado da reunião da<br />
Comissão Prô-CUT. provocando o protesto <strong>de</strong> to-<br />
dos os presentes, que, por unanimida<strong>de</strong>, aprova-<br />
ram uma moção <strong>de</strong> repúdio pela traição e covar-<br />
dia da Comissão.<br />
Carta <strong>de</strong> protesto em Ribeirão Prelo<br />
No Enclat <strong>de</strong> Ribeirão Preto, realizado no dia 17<br />
<strong>de</strong> julho, a discussão sobre a manutenção ou não<br />
do Conclat em agosto provocou a retirada das 7<br />
entida<strong>de</strong>s rurais presentes, que pressentiram a<br />
<strong>de</strong>rrota <strong>de</strong> sua proposta. Com a salda dos 25 <strong>de</strong>-<br />
legados os restantes 55, representando 13 cate-<br />
gorias, posicionaram-se contra o adiamento do<br />
Conclat e <strong>de</strong>cidiram enviar uma Carta <strong>de</strong> protesto<br />
à Comissão Prô-CUT.<br />
Guarulhos: moção contra a covardia<br />
Os 85 <strong>de</strong>legados reunidos no Enclat <strong>de</strong> Guaru-<br />
lhos. já sabendo da possível manobra da Comis-<br />
são Prô-CUT para adiar o Conclat, aprovaram logo<br />
<strong>de</strong> salda a proposta <strong>de</strong> Joel, operário metalúrgico<br />
da John Maggion: que o resultado da discussão<br />
sobre o adiamento fossa comunicado imediata-<br />
mente à Comissão Prô-CUT que se reunia naquele<br />
mesmo dia em Brasília. Muito triste, Edmilson,<br />
presi<strong>de</strong>nte do sindicato dos metalúrgicos <strong>de</strong> Gua-<br />
rulhos admitiu por telefone que por unanimida<strong>de</strong><br />
foi aprovada a manutenção da Conclat em agosto.<br />
Dando continuida<strong>de</strong> ao Encontro, os trabalha-<br />
dores discutiram as eleições <strong>de</strong> 82 e o apoio aos<br />
partidos. Como já é regra, apareceram três pro-<br />
postas: a primeira, <strong>de</strong>fendida por Joel e outros<br />
dois operários do PT, apontou o voto no Partido<br />
dos Trabalhadores, contra a ditadura e os patrões;<br />
a segunda, <strong>de</strong>fendida por Sadi, advogado do sindi-<br />
cato dos metalúrgicos, propunha o voto nas opo-<br />
siçOes e a terceira, <strong>de</strong>fendida também por militan-<br />
tes do PT e pela oposição sindical metalúrgica, di-<br />
zia que o Conclat só <strong>de</strong>ve discutir questões<br />
referentes ao movimento dos trabalhadores. Como<br />
se as eleições fossem alheias aos trabalhadores,<br />
que todos os dias são conclamados à votarem em<br />
partidos burgueses. A manobra da direção da me-<br />
sa <strong>de</strong>u fim à polêmica recusando-se a discutir o<br />
apoio aos partidos, llmltando-se a vagas interpre-<br />
tações sobre o 15 <strong>de</strong> novembro.<br />
No ponto referente ao plano <strong>de</strong> lulas foi referen-<br />
dada a plataforma'do 1° Conclat, além <strong>de</strong> aprova-<br />
das uma Campanha contra o <strong>de</strong>semprego e uma<br />
Moção pela unificação das campanhas salariais<br />
<strong>de</strong> categorias com datas base próximas. #<br />
22<br />
!
S1HV1CAUSH0<br />
Greve na Telefunken/SP EM TEMPO 12 a 25/8/82<br />
Luta Contra o <strong>de</strong>semprego<br />
Os trabalhadores paulistas dão mais<br />
um passo na luta contra o <strong>de</strong>sempre-<br />
go. Dessa vez foi a greve na fábrica<br />
da Telefunken, na zona sul <strong>de</strong> São Paulo,<br />
região da mais importante concentração<br />
operária da cida<strong>de</strong>.<br />
Durante três dias. a partir do dia 30 <strong>de</strong><br />
agosto, os trabalhadores sustentaram seu<br />
movimento, tendo pela frente um ostensivo<br />
cerco policial e no interior da fábrica a<br />
violenta segurança interna. Na segunda-feira<br />
pela manhã, cerca <strong>de</strong> 150 policiais impediam a<br />
passagem <strong>de</strong> qualquer pessoa pelas imedia-<br />
ções da fábrica, fechando o quarteitâo e<br />
provocando os trabalhadores, principalmente<br />
as mulheres, com dizeres do tipo: "que tai dar<br />
uma trepada comigo", com a clara intenção <strong>de</strong><br />
tumultuar c abrir eSpaço para a pancadaria<br />
bem ao gosto <strong>de</strong>stes servidores da "lei".<br />
O Medo do "Facão"<br />
O clima <strong>de</strong> insegurança <strong>de</strong>ntro da Tele-<br />
funken já vem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>de</strong> 81, com as<br />
primeiras gran<strong>de</strong>s levas <strong>de</strong> <strong>de</strong>missões,<br />
iniciando o processo <strong>de</strong> transferência da<br />
fábrica para a zona franca <strong>de</strong> Manaus. Até<br />
<strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 80, havia 3651 trabalhadores que<br />
hoje não passam <strong>de</strong> nnit O "facão" tem sido<br />
uma constante <strong>de</strong>ste então. A noticia que<br />
corria à boca pequena é que <strong>de</strong>sta vez seriam<br />
mais <strong>de</strong> 600 <strong>de</strong>missões, ou seja, 60% dos<br />
trabalhadores, embota a Telefunken afirmas-<br />
se que apenas 80 iriam pra rua, com a<br />
transferência <strong>de</strong> seu setor <strong>de</strong> televisores branco<br />
e preto.<br />
Dispostos a não <strong>de</strong>ixar barato <strong>de</strong>ssa vez. os<br />
trabalhadores dirigidos pelo grupo <strong>de</strong> fábrica<br />
que vem ae organizando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>de</strong> 8!<br />
procuraram o sindicato dos metalúrgicos e<br />
exigiram, seu apoio <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o inicio do<br />
movimento e <strong>de</strong>ssa vez q sindicato não negou<br />
fogo, esteve todos os dias' na portada fábricae<br />
recusou-se a negociar em separado coro os<br />
patrões nas duas vezes em que foi procurado.<br />
Segundo os próprios trabalhadores, o<br />
positivo nas retações com o sindicato durante<br />
esta greve é que houve uma <strong>de</strong>mocratização <strong>de</strong><br />
sua atuação, diferente <strong>de</strong> outros momentos <strong>de</strong><br />
sua <strong>história</strong>. Tudo foi discutido e <strong>de</strong>cidido as<br />
claras, nas assembléias ou nas discussões <strong>de</strong><br />
avaliação com o grupo <strong>de</strong> fábrica, com o<br />
sindicato colocando pelo menos parte <strong>de</strong> sua<br />
''jráquina" a disposição dos grevistas. Foram<br />
lançados por exemplo, dois jornais "O<br />
Metalúrgico" em edição extra durante o<br />
conflito.<br />
Os trabalhadores mostram mais uma ve? que contra o<br />
<strong>de</strong>semprego não adianta medo e espinha dobrada. O melhor<br />
remédio é a luta. E o <strong>Si</strong>ndicato, <strong>de</strong>ssa vez<br />
pressionado pelas bases assumiu o movimento.<br />
Por Elvira <strong>de</strong> Oliveira<br />
Dos 20 trabalhadores que estiveram à frente<br />
da luta, a maioria era dos membros do grupo<br />
<strong>de</strong> fábrica, que também vem sofrendo baixas<br />
com as sucessivas <strong>de</strong>missões e outros,<br />
li<strong>de</strong>ranças que surgiram no processo da grevp.<br />
A Greve no dia a dia<br />
Na sexta-feira, o primeiro dia, numa<br />
manobra em que a surpresa foi essencial, a<br />
fábrica já amanheceu em greve, com o grupo<br />
<strong>de</strong> fábrica, diretores do sindicato e antigos<br />
operários da Telefunken, li<strong>de</strong>ranças reconhe-<br />
cidas pelos trabalhadores no pátio <strong>de</strong> entrada,<br />
tentando convencer os ainda in<strong>de</strong>cisos a não<br />
trabalhar. Pondo em prática o que eles<br />
chamavam <strong>de</strong> aliciamento pacifico. Até o final<br />
da tar<strong>de</strong>, segundo os trabalhadores, a fábrica<br />
estava totalmente paralisada, A terceira<br />
assembléia do dia <strong>de</strong>cidiu pela continuida<strong>de</strong><br />
do movimento na segunda-feira.<br />
Nesse dia, a barra pesou para os trabalha-<br />
dores: forte esquema policial, a fábrica sitiada,<br />
os ônibus com os trabalhadores tendo que<br />
entrar direto no pátio interno. Dentro da<br />
fábrica a coisa também estava preta, quem<br />
entrava era imediatamente consi<strong>de</strong>rado<br />
"prisioneiro", não saía nem para almoçar. A<br />
presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>putadosdo PTe do PM DB e <strong>de</strong><br />
vários jornalistas foi importante para que a<br />
segunda-feira não acabasse em pancadaria.<br />
Apenas alguns trabalhadores <strong>de</strong> base e dois<br />
sindicalistas trocaram tapas com a policia.<br />
Da fábrica, ninguém podia nem se<br />
aproximar e as assembléias com os trabalha-<br />
dores foram impedidas na marra. Os diretores<br />
da fábrica se recusavam a negociar.<br />
Na terça-feira se iniciaram as negociações,<br />
na DRT e até aquela altura ainda não havia<br />
nenhuma dispensa, nem dos 80 trabalhadores<br />
reconhecidos pela Telefunken. Na mesa <strong>de</strong><br />
negociações se sentaram representantes dos<br />
patrões, do sindicato e o grup > <strong>de</strong> fábrica. A<br />
negociação foi feita, já com a fábrica<br />
funcionando, o que segundo os trabalhadores<br />
diminuiu sua margem <strong>de</strong> conquistas.<br />
"Se ainda estivéssemos parados, tínhamos<br />
ganho mais, mas com toda If repressão não<br />
<strong>de</strong>u pra segurar". Mas o clima <strong>de</strong>ntro da<br />
fábrica é <strong>de</strong> contentamento. Todos avaliam o<br />
movimento como vitorioso. Conseguiu-se<br />
sustar as <strong>de</strong>missões por um tempo, novos<br />
companheiros <strong>de</strong>spertaram para a luta e,<br />
principalmente/ foi a primeira luta que São<br />
Paulo levou centra o <strong>de</strong>semprego, respaldada<br />
O BIC^O J<br />
23<br />
pelo <strong>Si</strong>ndicato, o que dá mais segurança para<br />
a categoria. A falha mais séria apontada pela<br />
li<strong>de</strong>rança dos trabalhadores é que o sindicato<br />
não reivindicou a formação <strong>de</strong> uma otgani-<br />
zaçâo permanente, uma comissão <strong>de</strong> fábrica<br />
permanente para a fábrica.<br />
FrartCiSbo Carlos, <strong>de</strong> Souza, ex-<br />
empregado da firma e candidato a <strong>de</strong>putado<br />
estadual pelo PT, que esteve na direção da<br />
greve avalia, que <strong>de</strong>sta vez o <strong>Si</strong>ndicato "tomou<br />
medidas imediatas porque a Telefunken não é<br />
um caso isolado. O aetor elctro-elcirônico<br />
correspon<strong>de</strong> a 23% da categoria e vero<br />
sofrendo transferências continuas para<br />
Manaus, E <strong>de</strong>semprego nesta indústria causa<br />
uma bota <strong>de</strong> neve, pois muitas empresai<br />
trabalham para ela".<br />
As Rdvfcdkaçfes doa<br />
Avaliando que não adianuria lutar contra a<br />
transferência da fábrica para Manaus e<br />
coniequente» <strong>de</strong>missões, os trabalhadores<br />
<strong>de</strong>cidirem lutar por avao prévio (te sat meses c<br />
meio pra os <strong>de</strong>mitidos e assistinoa médica<br />
garantida por mais um ano, além da estabili-<br />
da<strong>de</strong> <strong>de</strong> um ano para ot operários que<br />
permanecessem na fábrica, assim como para os<br />
funcionários da <strong>Si</strong><strong>de</strong>ltra, empresa, d* mesmo<br />
grupo.<br />
O Acordo Conquistado<br />
Após três horas e meia <strong>de</strong> negociações os<br />
trabalhadores conseguiram: a empresa abrira<br />
uma lista <strong>de</strong> voluntários para as 80 <strong>de</strong>missões<br />
que fará. Caso os voluntários nâo atinjam os 80.<br />
a Telefunken completará as <strong>de</strong>missões por seus<br />
próprios critérios, mas assegurara aos <strong>de</strong>mitidos<br />
emprego em outras fábricas do mesmo grupo.<br />
Para os voluntários, a empresa garante uma<br />
in<strong>de</strong>ni/açao<strong>de</strong> um salário, além do aviso prévio.<br />
Para os que tem mais <strong>de</strong> 10 anos <strong>de</strong> firma ou<br />
mais <strong>de</strong> 50 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> a in<strong>de</strong>nização será <strong>de</strong><br />
um mês c meio. A Telefunken se comprnmeic<br />
também a nâo dispensar mais nenhum horista<br />
até <strong>de</strong>/embro e assegurar assistência médica por<br />
mais um mês. aos que scráo <strong>de</strong>mitidos agora.<br />
Este acordo não é extensivo á <strong>Si</strong><strong>de</strong>ltra. que não<br />
participou da greve.<br />
5t<br />
/ St ÜAJIR \<br />
( OBIC«0 )<br />
íVfv-'<br />
)
ECÕHCUIA Z«<br />
FOLHA DE S. PAULO 9/8/82<br />
Dívida externa <strong>de</strong>ve<br />
atingir US$ 88 bi<br />
até o final do ano<br />
AIOVSIO tiONCH<br />
A divida externa brasileira<br />
<strong>de</strong>verá chegar a 75 bilhões <strong>de</strong><br />
dólares no final <strong>de</strong>ste ano, com<br />
um salto <strong>de</strong> 20% sobre o total <strong>de</strong><br />
61,4 bilhões <strong>de</strong> dólares regis-<br />
trado oo ílnal <strong>de</strong> 1981, superando<br />
largamente as previsões <strong>de</strong> um<br />
aumento Inferior a 15%, feitas<br />
pelo governo no começo do ano.<br />
Em lugar <strong>de</strong> crescer 9 bilhões <strong>de</strong><br />
dólares, a divida externa terá<br />
então engordado em mais 13<br />
bilhões <strong>de</strong> dólares, em 1982.<br />
Além <strong>de</strong>sses compromissos<br />
reconhecidos como "divida ex-<br />
terna" pelo governo brasileiro,<br />
o Brasil <strong>de</strong>via ainda mais 12,9 •.<br />
bilhões <strong>de</strong> dólares no final <strong>de</strong><br />
1961, como débitos <strong>de</strong> curto<br />
prazo, isto é. para pagamento no<br />
prazo máximo <strong>de</strong> ura ano - e<br />
que por isso nflo s&o incluídos na<br />
"divida oficial". Mesmo que es-<br />
ses compromissos a curto prazo<br />
nâo sofram nenhum acréscimo<br />
em 1982, a soma entre eles e a<br />
divida oficial revelará um dé-<br />
bito total <strong>de</strong> quase 88 bilhões <strong>de</strong><br />
dólares para o Brasil, no final<br />
O rápido agravamento da<br />
situação cambial do Pais vinha<br />
sendo apontado, há meses, por<br />
economistas e li<strong>de</strong>res empre-<br />
sariais que sugerem a rene-<br />
gociação da divida externa —<br />
sem que o governo admitisse<br />
oficialmente a extenso do<br />
problema. Nas últimas sema-<br />
nas, contudo, o tema tem pro-<br />
vocado preocupação crescente<br />
em áreas oficiais ou páraofi-<br />
clais, com a circulação <strong>de</strong><br />
relatórios reservados e estudos<br />
em que se discute, exaustiva-<br />
mente, as alternativas <strong>de</strong> que o<br />
Brasil dispõe para enfrentar a<br />
<strong>de</strong>terioração <strong>de</strong> suas contas ex-<br />
ternfls<br />
Aponta-se, nesses estudos, que<br />
o Brasil está extremamente vul-<br />
nerável diante dos problemas<br />
que. vêm atingindo a economia<br />
mundial, com número crescente<br />
<strong>de</strong> países enfrentando a impos-<br />
siblida<strong>de</strong> <strong>de</strong> continuar pagando<br />
seus compromissos externos —<br />
o que leva os banqueiros a uma<br />
cautela cada vez maior, na con-<br />
cessão <strong>de</strong> novos empréstimos.<br />
As ameaças à segurança do<br />
Pais, nessa área, sôo reforçadas<br />
pelo tamanho da divida <strong>de</strong> curto<br />
prazo, apresentada, como apon-<br />
ta uma <strong>de</strong>ssas, análises, por<br />
"compromissos a serem pagos<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um ano se nâo bouver<br />
renovação dos créditos. Em<br />
uma situação <strong>de</strong> crise <strong>de</strong> li-<br />
qui<strong>de</strong>z (internacional) estas<br />
linhas <strong>de</strong> crédito po<strong>de</strong>m nâo ser<br />
renovadas... e se essa divida for<br />
muito elevada, o Pais verée-á<br />
Impossibilitado <strong>de</strong> fazer frente a<br />
seus compromissos externos''.<br />
COMO A DIVIDA EXTERNA DISPAROU<br />
(Previsões no começo do ano erevisáofeita em julho)<br />
SdcrimlnacAo<br />
I. AtntnMU<strong>de</strong>ttUurM<br />
•) Saldo d«tMüaata<br />
coraercli;<br />
b) InvwttaninW»<br />
ertrangrtrns<br />
c) Totais<br />
I. A «üd* <strong>de</strong> dólares<br />
•) Jurw<br />
b) OMdandM<br />
c) Sanricot<br />
d) Totais<br />
3. CntdmentodadtvMa<br />
(CntnMlat menot MMM<br />
<strong>de</strong>dUarw)<br />
vm<br />
vm<br />
EmUUXkc<strong>de</strong>dMarM<br />
Prevlíío<br />
do começo<br />
<strong>de</strong>ltn<br />
l.o<br />
a.o<br />
3,0<br />
»,5<br />
34<br />
- 9,0<br />
Nov* previsto<br />
cora base mi<br />
resultado» do<br />
1."<br />
t,e<br />
IA<br />
u,o<br />
u<br />
15.S<br />
- HA<br />
Diferença<br />
-1,8<br />
-0J<br />
-M<br />
ENDIVIDAMENTO OFICIAL CRESCE 20% EM 1982<br />
(Evoluçâoda divida externa em bilhões <strong>de</strong> dólares)<br />
DMdaOndal,<br />
<strong>de</strong> médio e<br />
loar> prazo<br />
S2.Ü<br />
43.$<br />
494<br />
■ S3.e<br />
•1.4<br />
74.4<br />
Dtvsda<strong>de</strong><br />
curto<br />
1,1<br />
IA<br />
14<br />
9,4<br />
134<br />
13.9<br />
ti<br />
4.0<br />
DlvMa<br />
total<br />
Í4.1<br />
404<br />
534<br />
«4<br />
744<br />
•74<br />
(») «rttanattvas teltaa por eccnomlsus. ]i que o Banco Caotrai nSo fflvxdg» mal»<br />
Mmrtlini.<br />
O AGRAVAMENTO<br />
No começo <strong>de</strong>ste ano, os<br />
ministros da área econômica<br />
divulgaram projeções <strong>de</strong> longo<br />
prazo — até 1990 — para a<br />
evolução da divida externa<br />
brasileira. Consi<strong>de</strong>rava-se. nes-<br />
sas estimativas, que ela ainda<br />
cresceria no máximo à taxa <strong>de</strong><br />
15% em 1982, mas Iria reduzindo<br />
gradativamente o seu ritmo <strong>de</strong><br />
expansão, ano a ano, evoluindo<br />
finalmente a 10% ou 11% ao ano.<br />
Tais projeções, otimistas, se<br />
baseavam em análises, também<br />
otimistas, dos técnicos oficiais,<br />
para as áreas <strong>de</strong> exportações e<br />
Investimentos estrangeiros.,<br />
bem como para o nível dos juros<br />
internacionais.<br />
Nenhuma <strong>de</strong>ssas estimativas<br />
se confirmou no primeiro se-<br />
mestre, e nâo há perspectivas <strong>de</strong><br />
mudanças bruscas no quadro,<br />
pois elas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>riam funda-<br />
mentalmente da reativação da<br />
economia mundial — e solução<br />
dos problemas dos países, como<br />
o Brasil, em dificulda<strong>de</strong>s para<br />
pagar seus comprimlssos exter-<br />
nos.<br />
Arsim, <strong>de</strong>ntro das condições<br />
atuais, e com base nos resul-<br />
tados do primeiro semestre,<br />
po<strong>de</strong>-se prever que a divida ex-<br />
terna brasileira crescerá W<br />
bllbóes <strong>de</strong> dólares, e não 9<br />
bilhões como estava previsto<br />
(ver tabela),<br />
E importante en<strong>de</strong>nter que es-<br />
se problema nâo aparecerá<br />
apenas no final do ano: na ver-<br />
da<strong>de</strong>, como os ingressos <strong>de</strong><br />
dólares tém sido inferiores às<br />
estimativas, e as saldas tém<br />
sido maiores do que se es-<br />
perava, é evi<strong>de</strong>nte que o gover-<br />
no já vem enfrentando pro-<br />
blemas espinhosos, na adminis-<br />
tração das contas externas (v.<br />
tabela)<br />
Ponto por ponto, eis o atual<br />
quadro da dívida externa do<br />
Pais:<br />
• Balança comercial — pre-<br />
viu-se Inicialmente um saldo <strong>de</strong><br />
3 bilhões <strong>de</strong> dólares, isto é, as ex-<br />
portações superariam as impor-<br />
tações em 3 bilhões <strong>de</strong> dólares.<br />
Po<strong>de</strong>-se supor que havia es-<br />
perança <strong>de</strong> um saldo <strong>de</strong> 1,5<br />
bilhão <strong>de</strong> dólares a caída se-<br />
mestre. Ce jrneiro a Junho, ele<br />
foi <strong>de</strong> aperra 250 mlínSes <strong>de</strong><br />
dólares, isto c. o govem? contou<br />
com 1,2 bilhão <strong>de</strong> dólares a<br />
menos para aten<strong>de</strong>r aos *>"»-<br />
promiasos externos. A -ú-<br />
matlva <strong>de</strong> um superávit <strong>de</strong> 3<br />
bilhões <strong>de</strong> dólares foi revista<br />
para um hllbâo <strong>de</strong> dólares (v.<br />
tabela), que ainda po<strong>de</strong> ser con-<br />
si<strong>de</strong>rada ctimist?. já que as ex-<br />
portações braseiras estão cain-<br />
do cada vez nu is, num mercado<br />
mundial cada vez mais difícil:<br />
até março, seu recuo havia sido<br />
<strong>de</strong> 4,4%; em junho, a queda em<br />
relação ao primeiro semcslre <strong>de</strong><br />
1981 já subia a 8,5%.<br />
* Investimentos estraogelroa<br />
— o relatório semestral do Ban-<br />
co Central forteoe os dados<br />
relativos apenas ao período dè<br />
janeiro a rifirço <strong>de</strong> 1982, isto é,<br />
ao primeiro trimestre do ano, O<br />
resultado é ultra<strong>de</strong>cepclonante:<br />
a entrada <strong>de</strong> capitais estran-<br />
geiros teria alcançado apenas<br />
500 mUUtes <strong>de</strong> dólares e. como<br />
empresas brasileiras Inves-<br />
tiram no exterior (Banco do<br />
Brasil, basicamente), houve<br />
ainda uma saida <strong>de</strong> 200 milhões<br />
<strong>de</strong> dólares. Assim, no trimestre,<br />
o saldo <strong>de</strong> investimentos exter-<br />
nos foi <strong>de</strong> apenas SOO milhões <strong>de</strong><br />
dólares. Mesmo que nos outros<br />
três trimestres a entrada <strong>de</strong><br />
capitais se mantivesse em 500<br />
milhões <strong>de</strong> dólares, as. saldas<br />
caíssem para -100 milhões <strong>de</strong><br />
dólares, o «aldo seria <strong>de</strong> 400<br />
milhões por trimestre, ou 1.2<br />
biIh£o em nove meses que,<br />
somados aos 300 milhões do<br />
primeiro trimestre. ' 11-<br />
zariam l.S bilhão <strong>de</strong> d6.~es.<br />
Melo büi.So <strong>de</strong> dólares abaixo<br />
dos 2 bilhões previstos — e bem<br />
longe dos 3 b^hões a que'minis-<br />
tros oa área econômica fazem<br />
mençío frequeníemente. Es-<br />
taria ai um rombo <strong>de</strong> 500<br />
milhões <strong>de</strong> dólares, em relação<br />
à estimativa oficial — e que na<br />
prática <strong>de</strong>ve ser multo maior.<br />
Por quê ? Porque os 300 milhOes<br />
"investidos" no primeiro trimes-<br />
tre nem sempre representaram<br />
"entrada" real <strong>de</strong> dólares: nes-<br />
sa cifra, ejtá englobado também<br />
o valor ãe relnvosUmentos, Isto<br />
é, rc.^iicfijão <strong>de</strong> lucros (em<br />
cruzeiros) cbtios por multina-<br />
cionais que creram no Brasil.<br />
* Juras — prevla-se que o pais<br />
gastaria 9,5 bühCss <strong>de</strong> ãU&res,<br />
er le ano, no pagan-ento <strong>de</strong> Juros.<br />
No primeiro É«jnestre, houve<br />
um "c.íTjrt" íe um btibão <strong>de</strong><br />
d, lares. As taxas <strong>de</strong> juros inter-<br />
nais, (libor) caíram em<br />
JuWw, íHZS «M rJval nu'Abaixo<br />
séraen'5 Mrt jcfcr«.cto a partir<br />
da renovação <strong>de</strong> c«ia contrato<br />
<strong>de</strong> íin&ndamwnto (o que ocorre<br />
a .cada s^ls meses). Assim,<br />
aintífc nef te sepmtío semestre os<br />
erüprè&fmos ao Erasll estarão<br />
rendtaacb OP mesmos juros<br />
elevados da r-rlmelra meta<strong>de</strong> do<br />
ano, Na mclbor das hipóteses, o<br />
estouro do ãégundo semestre<br />
serü <strong>de</strong> SòO ralüiõcs <strong>de</strong> dólares,<br />
que, sema<strong>de</strong> á <strong>de</strong>spesa extra <strong>de</strong><br />
um büaio na primeira i ta<strong>de</strong><br />
do ano, representarão uma<br />
salda imprevista Cs mais 1,5<br />
bühâo <strong>de</strong> dólares.<br />
âomandose a redução do<br />
superávit da balança comerciai<br />
ao aumento na salda <strong>de</strong> dólares
INTERNACIONAL<br />
Os <strong>de</strong>bates<br />
na imprensa clan<strong>de</strong>stina<br />
Aqui, a palpitante evolução do <strong>de</strong>bate dos operários sobre<br />
a tomada do po<strong>de</strong>r.<br />
EM TEMPO 12 a 25/8/82<br />
• 17 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1982<br />
"Nossas ações são ainda caóticas. Em<br />
gerai, elas não ultrapassam o quadro das<br />
empresas tomadas isoladamente e muito<br />
menos .as regiões. Nos ressentimos <strong>de</strong><br />
uma coor<strong>de</strong>naçáo em uma escala supe-<br />
rior. Nos falta uma concepção, uma es-<br />
tratégia a longo prazo. Olhemos a ver-<br />
da<strong>de</strong> <strong>de</strong> frente: c impossível restaurar na<br />
Polônia as liberda<strong>de</strong>s cívicas elementa-<br />
res, é impossível reconstituir o Solida-<br />
rieda<strong>de</strong> sem <strong>de</strong>rrubar a ditadura instau-<br />
rada no dia 13 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro. A possibi-<br />
lida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um acordo nacional já foi ani-<br />
quilado pelo po<strong>de</strong>r. E se ainda existe a<br />
idéia <strong>de</strong> um acordo, ele não po<strong>de</strong> se<br />
realizar a partir <strong>de</strong> hoje senão contra este<br />
po<strong>de</strong>r (...) Nós <strong>de</strong>vemos saber como levar<br />
a cabo a revolução polonesa iniciada em<br />
agosto". Extraído <strong>de</strong> C£>/V número 2,<br />
órgío do Comkl Opeiirio inter-empre-<br />
sa» do Solidarieda<strong>de</strong> em Varsóví».<br />
• 7 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1982<br />
"Eu participei com representantes das<br />
gran<strong>de</strong>s fábrica <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões tomadas<br />
durante a reunião da comissão provisó-<br />
ria <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação e apresentei a opinião<br />
<strong>de</strong> quatro regiões sobre a estratégia e a<br />
tática a adotar. Elas provocaram cons-<br />
ternação. Todos <strong>de</strong>clararam que se algum<br />
passo <strong>de</strong>cisivo não fosse dado, se as<br />
pessoas não tivessem a certeza que nos<br />
preparamos jpara realüar a greve geral<br />
com o objetivo <strong>de</strong> chegar a um acordo<br />
baseado sobre um compromisso, nós não<br />
teríamos nenhum apoio. As greves curtas<br />
e as outras ações sâo seguidas pela<br />
repressão. A longo prazo, com o aumen-<br />
to <strong>de</strong> riscos <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes e a ausência <strong>de</strong><br />
perspectivas claras quanto ao fim vito-<br />
ioso da luta, será provocado um <strong>de</strong>sen-<br />
courajaroento dos sindicalistas, uma<br />
apatia e uma piora da repressão contra a<br />
qual nenhuma pessoa po<strong>de</strong>rá se <strong>de</strong>fen-<br />
<strong>de</strong>r (...) Extraído <strong>de</strong> uma carta <strong>de</strong> Bodan<br />
ÍM a Zifbnfcw **&, pubVcada no<br />
Tygodnik Mazowsze n? 15, <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> maio<br />
<strong>de</strong> 1982.<br />
• 21 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1982<br />
"Eu me alegro <strong>de</strong> saber que as fabricas<br />
são <strong>de</strong>ssa opinião (no que diz respeito à<br />
greve geral). Entretanto é importante as-<br />
sinalar que, tendo em visto a característi-<br />
ca da greve — <strong>de</strong>fesa ativa — isto será<br />
uma revolução (<strong>de</strong>rrubada do po<strong>de</strong>r<br />
atual). Se eles tiverem consciência disso,<br />
assegure a eles que a comissão provisória<br />
<strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação está pronta a assumir a<br />
direção <strong>de</strong> uma tal greve e a prepará-ía;<br />
mas, pessoalmente, eu não os convocarei<br />
à greve. Seta o mesmo que enviar milha-<br />
res <strong>de</strong> pessoas ao massacre e eu não vou<br />
assumir a responsabilida<strong>de</strong> (...) Extraído<br />
da itspoito <strong>de</strong> Z. Bi#k a B. Lis, publi-<br />
cada no mesmo número do Tygodnik<br />
Mazowsze.<br />
• 27 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1982<br />
"Eu não constato nenhum sinal <strong>de</strong> boa<br />
vonta<strong>de</strong> da parte das autorida<strong>de</strong>s. Ao<br />
contrário, o <strong>de</strong>sprezo diante da situação<br />
social, a multiplicação dos atos repres-<br />
sivos, a ameaça <strong>de</strong> manter o Solidarieda-<br />
<strong>de</strong> na ilegalida<strong>de</strong>, a piora crescente da<br />
situação material, o <strong>de</strong>semprego: tudo<br />
isto conduz inevitavelmente a uma radi-<br />
calização dos trabalhadores e à greve<br />
geral. Algumas <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />
empresas <strong>de</strong> Mazovie já exigiram da<br />
RKW que marque a data <strong>de</strong>sta greve.<br />
Uma explosão espontânea será antes <strong>de</strong><br />
tudo menos eficaz. De outro lado, ela será<br />
maií perigosa. É por isso que uma<br />
preparação ao nível sindical para a greve<br />
geral <strong>de</strong>ve ser um <strong>de</strong>safio para todos os<br />
níveis <strong>de</strong> nossa organização. Nós pedi-<br />
mos aos comitês <strong>de</strong> empresa provisórios<br />
para criar células para organizar a gre-<br />
ve (...)" Extraído <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>claração da<br />
comissão executiva reeioraü (RKW) do<br />
Solidarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Vanóvia.<br />
• 2 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1982<br />
"A greve geral colocará a questão polo-<br />
nesa no centro das preocupações inter-<br />
nacionais. Deve ser uma greve geral em<br />
toda a Polônia com a <strong>de</strong>fesa ativa das<br />
fábricas. Em Varsóvia, <strong>de</strong>ve haver uma<br />
greve com ocupação em pelo menos<br />
trinta fábricas, as outras se mobilizando<br />
para uma greve sem ocupação mas com<br />
manifestações e passeatas para ocupar<br />
uma parte das foiças <strong>de</strong> repressão: Se a<br />
situação se tomar verda<strong>de</strong>iramente séria<br />
as autorida<strong>de</strong>s não po<strong>de</strong>rão, segundo o<br />
meu pensamento, contar com Exército<br />
ou mesmo com as milícias. Quando um<br />
só batalhão se recusa a atirar... Foi este o<br />
caso em fevereiro <strong>de</strong> 1917 logo que uma<br />
pequena unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cossacos passou para<br />
o lado dos manifestantes e, ao finai <strong>de</strong> um<br />
mês, não havia um czar". Extraído <strong>de</strong><br />
uma entrevista com Z. Ronmszeiwki,<br />
membro da direção do Solidarieda<strong>de</strong><br />
pela refSta <strong>de</strong> Vanóvia. A<br />
ECONOMIA<br />
25<br />
Continuação da<br />
pagina anterior:<br />
A DIVIDA EXTERNA<br />
via juros (e mesmo que as <strong>de</strong>-<br />
mais <strong>de</strong>spesas não cresçam),<br />
tem-se uma diferença <strong>de</strong> 4<br />
btihôes <strong>de</strong> dólares, sobre o au-<br />
mento <strong>de</strong> 9 bilhões <strong>de</strong> dólares<br />
Inicialmente previstos para a<br />
divida externa brasileira em<br />
1963, totalizando o ereocimento<br />
<strong>de</strong> 13 bilhões no endividamento<br />
externo do Pais.<br />
SEM RESERVAS<br />
Além <strong>de</strong> precisar <strong>de</strong> 13 bilhões<br />
<strong>de</strong> dólares em novos emprés-<br />
timos para cobrir esse rombo, o<br />
Brasil necessitaria levantar<br />
mais 8 bilhões <strong>de</strong> dólares, no<br />
transcorra- do ano, para pagar<br />
as amortizações (prestações) da<br />
divida antiga.<br />
Total <strong>de</strong> dinheiro que o Brasil<br />
precisa conseguir no Exterior<br />
em 82: 21 bilhões <strong>de</strong> dólares.<br />
Uma ctlra ainda mais preo-<br />
cupante porque o nivel das re-<br />
servas cambiais brasileiras —<br />
que podariam ser utilizadas em<br />
situações <strong>de</strong> emergência, para<br />
salvar compromissos—estão ao<br />
baixo nlvei <strong>de</strong> 6,9 bUbôes <strong>de</strong><br />
dólares, segundo o governo. •
IWTERWACIOWAL 26<br />
A recente medida <strong>de</strong> "anistia parcial"<br />
<strong>de</strong>clarada em 21 <strong>de</strong> julho último, em<br />
nada serviu para "acalmar os<br />
ânimos" do povo. Centenas <strong>de</strong> presos foram<br />
libertados dos cárceres e dos campos <strong>de</strong><br />
concentração, mas nenhum <strong>de</strong>les fazia parte<br />
dos dingcntes médios do Solidarieda<strong>de</strong>.<br />
Mas, a "Polônia clan<strong>de</strong>stina", com bem diz<br />
Zbigniew Bujak, um <strong>de</strong> seus principais<br />
dirigentes, continua agindo. Um sinal disso,<br />
foi o anúncio por parte do governo, há umas<br />
quatro semanas, através da televisão <strong>de</strong><br />
Varsôvja, <strong>de</strong> que "conseguira <strong>de</strong>smantelar a<br />
Rádio-Soüdaricdadc. Uma semana <strong>de</strong>pois,<br />
essa emissora clan<strong>de</strong>stina que transmite para<br />
toda a região da capital, voltava a funcionar,<br />
com um programa anunciado por milhares <strong>de</strong><br />
panfletos impressos pelo sindicato. Outro fato<br />
igualmente expressivo, foi a <strong>de</strong>claração do<br />
ministro do Interior, o general Kiszcalc, nas<br />
páginas da revista semanal do POUP.<br />
Mjrfftft» dizendo