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O ego e o ID e outros trabalhos VOLUME XIX - ceapp

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ao Pcs. vínculos intermediários, mediante o trabalho de análise. A consciência permanece,<br />

portanto, onde está, mas, por outro lado, o Ics. não aflora no Cs.<br />

Enquanto que a relação das percepções externas com o <strong>ego</strong> é bastante perspícua, a<br />

das percepções internas com o mesmo exige uma investigação especial. Ela mais uma vez dá<br />

origem à dúvida quanto a saber se estamos realmente com razão em referir a totalidade da<br />

consciência ao único sistema superficial Pcpt.-Cs.<br />

As percepções internas produzem sensações de processo que surgem nos mais<br />

diversos, e, também, certamente, nos mais profundos estratos do aparelho mental. Muito pouco<br />

se conhece sobre essas sensações e sentimentos; os que pertencem à série prazer-desprazer<br />

ainda podem ser considerados como os melhores exemplos deles. São mais primordiais, mais<br />

elementares, do que as percepções que surgem externamente, e podem ocorrer mesmo quando<br />

a consciência se acha enevoada. Expressei em outro lugar meus pontos de vista sobre sua<br />

importância econômica maior e as razões metapsicológicas para isto. Essas sensações são<br />

multilocalizadas, como as percepções externas; podem vir simultaneamente de diferentes<br />

lugares e terem assim qualidades diferentes ou mesmo opostas.<br />

As sensações de natureza prazerosa não têm nada de inerentemente impelente nelas,<br />

enquanto que as desprazerosas o têm no mais alto grau. As últimas impelem no sentido da<br />

mudança, da descarga, e é por isso que interpretamos o desprazer como implicando uma<br />

elevação e o prazer uma redução da catexia energética. Chamemos o que se torna consciente<br />

como prazer e desprazer um ‘algo’ quantitativo e qualitativo no curso dos eventos mentais; a<br />

questão, então, é saber se este ‘algo’ pode tornar-se consciente no lugar onde está ou se deve<br />

ser primeiro transmitido ao sistema Pcpt.<br />

A experiência clínica decide em favor do último. Ela nos demonstra que esse ‘algo’ se<br />

comporta como um impulso reprimido. Ele pode exercer força impulsiva sem que o <strong>ego</strong> note a<br />

compulsão. Somente quando se dá resistência a esta, uma detenção na reação de descarga, é<br />

que o ‘algo’ se torna consciente como desprazer. Assim como as tensões que surgem de<br />

necessidades físicas podem permanecer inconscientes, também o pode o sofrimento - algo<br />

intermediário entre a percepção externa e interna, que se comporta como uma percepção<br />

interna, mesmo quando sua fonte se encontra no mundo externo. Permanece verdade, portanto,<br />

que também as sensações e os sentimentos só se tornam conscientes atingindo o sistema Pcpt.;<br />

se o caminho para a frente é barrado, elas não chegam a existir como sensações, embora o<br />

‘algo’ que lhes corresponde no curso da excitação seja o mesmo que se elas chegassem a<br />

existir. Passamos então a falar, de maneira condensada e não inteiramente correta, de<br />

‘sentimentos inconscientes’, mantendo uma analogia com as idéias inconscientes que não é<br />

inteiramente justificável. Na realidade, a diferença é que, enquanto que com as idéias Ics. devem<br />

ser criados vínculos de ligação antes que elas possam ser trazidas para o Cs., com os<br />

sentimentos, que são transmitidos diretamente, isto não ocorre. Em outras palavras: a distinção

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