11.05.2013 Views

LIV T35162 (com OCR).pdf

LIV T35162 (com OCR).pdf

LIV T35162 (com OCR).pdf

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

(ni)<br />

ARVORES E PLANTAS<br />

ÚTEIS<br />

Reservados os direitos do traducç&o<br />

o roproducçáo.


Do mesmo autor:<br />

CARTE du COURS «le L'AMAZONE, U*p«b "'Océan Jusqu' à Manáos et<br />

de la Guyane Brésilienne.<br />

I<br />

1906-Au- Edlt. Armand Colin — Paris. (Exgotada).<br />

2.000.000<br />

CARTE O" BAS AMAZONE, de Santarém ù Parlntlns.<br />

I<br />

1911 — Au- Archlvo publico do Estado do Pará.<br />

250.000<br />

L'AMAZONIE BRESILIENNE — '•«* pays — Ses habitants — Ses ressources<br />

192» 2 vol. ln.-8.° — 1025 p. — Gl photogravures et une carte.<br />

Edlt. Soc. d'Editions Géographiques, Maritimes et Coloniales. 17. rue Ja-<br />

cob — Paris.<br />

Trabalhos premiados prias Sociedades de Geographla de Pa-<br />

ris (Med. PRA.-1904 — Pr. LOGEROT-1920 — .Med. CREVAI X-<br />

1923) e pelo Instituto de França (Academia das Sclenclas, Pr. líl-<br />

NOUX-1923).<br />

\PONTAMENTOS SOBRE AS SEMENTES OLEAGINOSAS — BALSA-<br />

MOS — RESINAS — ESSENCIAS — BORRACHAS — GUTTAS<br />

e BALATAS «la Floresta amazônica. Publicado pelo Ministério d« Traba-<br />

lho. Industria e Commerclo. 4* Edição (1931) — I11.-8.® Ü0 p.—<br />

A CULTURA DO CACAU NA AMAZÔNIA. Publicado pelo Ministério da<br />

Agricultura - 2.» Edição (1931) _ ln.-8.«—50 p. (Imprlmlndo-se).


PAUL LE COINTE<br />

.Director do Museu Commercial do Pará e da<br />

Escola annexa de Chimica Industrial<br />

A AMAZONIA<br />

BRASILEIRA<br />

— III —<br />

ARVORES E PLANTAS<br />

ÚTEIS<br />

(Indígenas e acclimadas)<br />

Nomes vernáculos e nomes vulgares<br />

Classificação botanica<br />

Habitat<br />

Principaes applicações e propriedades<br />

1934-<br />

<strong>LIV</strong>RARIA CLASSICA<br />

Bolem-Para<br />

• •


S Ã O •<br />

o g v<br />

HiStfricJ<br />

Principaes" obras consultadas<br />

Publicações de J. HUBER, no w Boletim do Museu paraense<br />

E. Goeldi" e no ''Bulletin de l'herbier Boissier"<br />

de Paris.<br />

Publicações de AD. DUCKE, no 44 Boletim do Museu paraense<br />

E. Goeldi", nos 41 Archivos do Jardim Botânico"<br />

de Rio de Janeiro e na 44 Revue de Botanique Appliquée",<br />

de Paris.<br />

Histoire des plantes de la Guiane française, de F. AUBLET.<br />

Plantes usuelles des Brésiliens, de AUG. de SAINT-HI-<br />

LAIRE.<br />

Elementos de Botanica, de J. M. CAMIXHOA.<br />

Historia das plantas medicinaes e úteis do Brasil, de TH. e<br />

GUST. PECKOLT.<br />

Diccionario das plantas úteis do Brasil (Vol. l.° e 2.°, da<br />

letra A á letra E), de M. PIO CORRÊA.<br />

Flora amazônica, de A. da MATTA.<br />

Publicações nos 44 Archivos do Jardim Botânico" e identificações<br />

de Malvaceas, de J. G. KUHLMANN.<br />

Revista 14 Tropical Woods" (Yale University) - Identificações<br />

do material botânico colleccionado na concessão<br />

Ford, no Rio Tapajoz, p. R.*> MONTEIRO da COSTA.<br />

• * a<br />

1


ABREVIAÇÕES<br />

SVN" Synonymos, ou nomes em paizes vizinhos.<br />

CAR Caracteres notáveis Á primeira vista.<br />

HAB Habitat.<br />

Loc Localidades ou regiões onde tem sido identificado.<br />

Mad Informações sobre a madeira.<br />

D = Densidade•( Peso especifico médio ).<br />

Ind. Applicações industriaes.<br />

Ali tu Utilidade na alimentação do homem.<br />

Alini. anim... Utilidade na alimentação dos animaes.<br />

Med... Applicações na therapeutica.<br />

Med. pop Uso na medicina caseira, no interior amazonico.<br />

Orn Utilidade na ornamentação.<br />

M. C. P Observação feita no Museu Commercial do<br />

Pará.<br />

(a.) Arbusto.<br />

(a. g.) Arbusto grande.<br />

; PI. h.) Planta herbacea.<br />

( Cip.) Cipó.<br />

(A. p.) Arvore pequena.<br />

(A. m.) Arvore mediana.<br />

(A. g.) Arvore grande.<br />

(A. G.) Arvore muito grande.<br />

T. f Terra firme (terrenos não inundáveis).<br />

V Varzea (terrenos de alluvião).<br />

( G. fr. ) Na Guyana franceza.<br />

( Ingl.) Na Inglaterra.<br />

( Ali.) Na Allemanha.<br />

(Fr.)<br />

Ig<br />

Na França.<br />

Igarapé ( riacho).<br />

Igap Iírapó (Matta inundada).<br />

R<br />

A. R<br />

Rio.<br />

Alto rio.<br />

• 9<br />

•U. R Médio rio.<br />

B. R Baixo rio.<br />

L Lago<br />

J


VI A AMAZÔNIA BRASILEIRA<br />

C Campo.<br />

( L. g.) Hm língua geral (Tupi). •<br />

Ale Alcalóide.<br />

Gluc Glucoside.<br />

(Alcobaça)... Localidade onde o nome anterior é empregado.<br />

Os nomes scientificos diversos dados á mesma planta<br />

são separados pelo signal = . As especies diversas que correspondem<br />

ao mesmo nome vulgar são separadas pela palavra<br />

e.<br />

Algumas plantas interessantes que não têm nome vulgar<br />

figuram <strong>com</strong> o nome scientifico, em tvpo differente no<br />

respectivo logar da ordem alphabetica.


INTRODUCÇÃO<br />

Este pequeno diccionario das plantas úteis, ou, antes,<br />

já de alguma forma utilisadas, da Amazônia brasileira, não<br />

tem a pretenção de constituir um elemento de documentação<br />

botanica; é um simples manual, <strong>com</strong>plemento do meu<br />

livro tl L'AMAZONIE BRESILIENNE" ( 1922), cujo fim<br />

principal é estabelecer, relativamente á Hora amazônica, tão<br />

variada e tão rica, uma ligação mais estreita entre os estudos<br />

puramente scicntificos dos especialistas e os conhecimentos<br />

práticos da população local.<br />

As obras magistraes dos scientistas que, successivamente,<br />

têm percorrido as diversas partes da immensa bacia do<br />

Rio Mar, ficam ignoradas do grande publico, em quanto,<br />

nas observações esparsas em relações de viagens ou artigos<br />

de revistas, mais á seu alcance, nota-se uma confusão enorme<br />

na determinação das especies vegetaes correspondente<br />

aos nomes vulgares, estes mesmos variaveis de um logar a<br />

outro, ou applicados, segundo a região, a plantas <strong>com</strong>pletamente<br />

differentes, sem contar a publicação frequente de<br />

classificações errôneas, baseadas somente numa supposta<br />

identidade <strong>com</strong> plantas, parecidas ou aparentadas, dos Estados<br />

do Sul do Brasil.<br />

Não obstante estar, ha mais de quarenta annos, lidando<br />

intimamente <strong>com</strong> a floresta amazônica, estudando-lhe o<br />

valor economico, não me teria sido possível fazer uma selecção<br />

rigorosa entre os dados, colhidos em fontes muito<br />

diversas e nem sempre insuspeitas, si a maior autoridade<br />

nesse assunto, meu muito distineto amigo Dr. Adolfo Ducke,<br />

não tivesse tido a gentileza de revêr o prcaeiTte trabalho,<br />

•especialmente no que toca á classificação das dicotyledoneas<br />

arbóreas. Seguindo os conselhos do eminente botânico,<br />

foram rectificadas muitas identificações e eliminadas as que<br />

pareciam por demais duvidosas, limitando-se ao minimo a


VIII<br />

^.•or.HfirAç mm a suporessãü dos<br />

tanto duvidosas, mas que merecem ser verincauas, tratando<br />

de plantas cujas propriedades medicmaes são assinaladas<br />

pelo povo, embora ás vezes por mera confusão <strong>com</strong> outras<br />

ou por abusão infantil, porque, em muitos casos também,<br />

as crenças populares poderão indicar o caminho para futuras<br />

pesquisas scientificas.<br />

Meu desejo é que, auxiliados por estas notas, possam<br />

mais rapidamente se familiarisar <strong>com</strong> a Grande Floresta<br />

tanto os que a percorrem em reconhecimentos geographicos,<br />

<strong>com</strong>o os que têm em vista a exploração dos innumeros produetos<br />

que ella offerece ao <strong>com</strong>mercio, á industria, á medicina<br />

e á alimentação.<br />

Naturalmente, um trabalho deste genero não podia<br />

sahir logo <strong>com</strong>pleto nem expurgado de qualquer engano;<br />

peço a collaboração dos meus leitores para que enxertem<br />

nas linhas deste primeiro esboço as emendas e os accrescimos<br />

que, reunidos, permittirão, mais tarde, organisar uma<br />

obra mais perfeita.<br />

As gravuras que illustram este livro e representam<br />

alguns vegetaes typicos da Amazônia, são reproducçôes de<br />

photographias tiradas, á meu pedido, nos arredores da cidade<br />

de Belcrn, pelo Sr. Louis H. Cordelier a quem apresento<br />

meus sinceros agradecimentos.<br />

I<br />

O<br />

Belem, 1 de Julho de 1932.<br />

ePauf â


A<br />

ABACATE — PERSEA GRATÍSSIMA Gaertn. (Lauraceas)<br />

Origin. do México onde é chamado Ahuacatl.—<br />

Cultivado<br />

(A. m j— Svn*. Avocai (Fr.) — AUigator pear (Ingl.)<br />

Alim.— O fructo é uma grossa baga pyriforme, verde<br />

lustroso ou roxo escuro» polpa abundante, semente volumosa.<br />

A polpa é amarello claro, butyrosa, <strong>com</strong>estível, saborosa;<br />

pode se <strong>com</strong>er só ou <strong>com</strong> sal, assucar, limão, vinho de Madeira,<br />

kirsch. &<br />

Ind.— O caroço contém 1,6 %> de tanino (E. Serfaty—<br />

M. C. P. —1929). O succo da semente pode servir para marcar<br />

a roupa branca.<br />

Med.— O chá das folhas é diurético e preconisado contra<br />

a inflammação do ligado.—O emplastro da massa ralada<br />

da semente tem propriedades cicatrisantes muito notáveis.<br />

— Com a semente cortada em fatias delgadas, torradas e<br />

moidas, prepara se um chá de gosto agradavel, considerado<br />

<strong>com</strong>o levemente aphrodisiaco e util nas dysenterias e doenças<br />

do fígado.<br />

ABACAXI—ANANÁS SAT1VUS Schult. var. PY<br />

RAM IDA LIS Arr. Cam. (Bromei iaceas).<br />

Alim.— Variedade de ananás muito estimada.<br />

Abacaxi amarello: fructo granel«. pyramiciafr; parte cariy>sa<br />

amarella, succulenta. aromatic^, de sabor muito doce,<br />

agradavel.<br />

Abacaxi branco: A parte carnosa é branca, succulenta.<br />

de sabor doce, agradavel.


ABATI - v. MILHO<br />

XVI A AMAZÔNIA BRASILEIRA<br />

A<br />

ABATI-MIRIM, OU ABAXI — ORIZA<br />

var SUBÜLATA Nees. (Gramíneas)<br />

Sw. - Arroz silvestre<br />

SATIVA L.<br />

Variedade de arroz, de grão pequeno e avermchado,<br />

que parece ser indígena.<br />

ABIHY (Manaos) - v. PAO DOCE (Faro).<br />

ABIORY (R. Tapajoz) — MABEA PANICULATA<br />

Benth. (Euphorbiaceas).<br />

ABÍÜ— LUCUMA CAI MITO (Ruiz e Pavon) Roem<br />

e Schulth. (Sapotaceas). Orig. do Peru — Acclimado.<br />

Etym. (L. g.): amby — catarro e uá — frueto<br />

Sv.v. - Caimito (no* Peru).<br />

Alim.— Frueto ovoide, da grossura de um ovo de pata,<br />

ou espherico <strong>com</strong>o uma laranja — Pelle lisa, amarella quando<br />

maduro —polpa gelatinosa, de sabor adocicado, de cor branca<br />

esverdeada.<br />

Mad.— Madeira rósea pardacenta, <strong>com</strong>pacta, de dureza<br />

media, fácil a trabalhar, própria para cabos de ferramenta.<br />

D = 0,89.<br />

Lid.— Das feridas do tronco escorre um látex que contem<br />

gutta.<br />

ABÍU GRANDE —(R. Tapajoz) LUCUMA PARAEN-<br />

SIS Standl. (Sapotaceas).<br />

(A. g.) HAB. — Matta da t. f.<br />

Loc. - Bôa Vista (R. Tapajoz).<br />

Mad. — Empregada somente <strong>com</strong>o <strong>com</strong>bustível.<br />

Alim. — Frueto <strong>com</strong>estível.<br />

ABÍU-RANA — (Teffé) - (?) LUCUMA LASIOCARl<br />

A Mart. (Sapotaceas). Esta classificação é incerta; o nome<br />

«abíu-rana» pertence a numerosas sapotaceas amazônicas,<br />

principalmente do genero Luctima.<br />

CAR.— Fructos globosos, amarellos, cobertos de pellos.<br />

^J^HAB. - Nautas inundáveis.<br />

rnassj<br />

terra<br />

D = 1.19.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

Med. - Casca adstringente.<br />

Ind. — Dá látex que contem gutta.<br />

ABÍ URANA GRANDE — LUC UMA DISSEP ALA<br />

(Krause) Ducke (Sapotaceas).<br />

SY.W— Cutitiribá-rana — Guajará (Beiern) — Abiorana<br />

preta (R. Tapajoz).<br />

(A. g.) HAB. - Na terra firme arenosa.<br />

Loc. - Óbidos, Oriximiná, Faro. Rio Tapajoz.<br />

Aliai.— Fructos grandes, verde azulado, contem uma<br />

massa farinhenta, analoga a do cutitiribá, pouco aproveitável.<br />

Ma d. — Cor castanha avermelhada — parecida <strong>com</strong> maparajuba,<br />

mas inferior.— D=1,16.<br />

ABÍU-RANA MUCURA (Rio Jacundá) - LUCUMA<br />

(Sapotaceas).<br />

ABÍU-RANA GUTTA — ?<br />

Com o nome de abíu-rana têm sido assignaladas em diversas<br />

regiões da bacia amazônica arvores cujo látex é rico em<br />

gutta. O Snr. Raymundo Monteiro da Costa observou duas<br />

especies, no R. Tapajoz e no Rio Purús. A abíu-rana do<br />

Purüs é a mais leiteira; o látex de ambas as especies foi<br />

estudado no Museu Commercial do Pará; a proporção de<br />

gutta encontrada varia de 88 a 96 %> do produeto de coagulação<br />

secco no vácuo.<br />

ABOBORA— CUCURBITA PEPO L. (CucurbitaceasV<br />

Orig. da Africa.<br />

Na Amazônia reserva-se este nome á abobora de carne<br />

branca.<br />

Al im. — Legume ou doce.<br />

ABOBRINHA do MATTO — v. TAYUYA<br />

ABRICÒ— MAMMEA AMERICANA }acq. (Guttiferas).—Orig.<br />

das Antilhas.<br />

(A. m. ou g.) — Flor de perfume agradavel (Agaa dos<br />

creoulos, nas Antilhas) e folhagem muito densa.<br />

Vita.— Fructo globoso, pardo «imarellatfc)*quando maduro.<br />

de 8 a 16 cm. de diâmetro; cgsca espessa e resistente,<br />

polpa <strong>com</strong>pacta, amarella alaranjada, envolvendo 2 — 4 sementes<br />

volumosas.—Não se <strong>com</strong>e ao natural, mas excellente<br />

11


10 A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

.Ipnois de macerado em assucar e também em <strong>com</strong>potas.<br />

i^Temento Indispensável de uma boa "salada de fructas":<br />

ananás, laranja. mamão, abncó. bacury.<br />

\íed - A decocção da casca e do pericarpo é utilisada<br />

no tratamento das affecçôes parasitarias.- As sementes são<br />

anthelminticas.— O succo leitoso da arvore e do fructo é<br />

util contra as mordeduras de insectos.<br />

ABUTA ou ABUTUA verdadeira —<br />

ABU TA CONCOLOR Poepp. (Menispermaceas).<br />

ABUTA DUCKEI Diels. . id<br />

e, provavelmente, outras especies próximas.<br />

(Cip.) SYN. — Parreira brava — Caapeba (o verdadeiro<br />

"Caápeba" é o Pi per peltatuni).<br />

HAB. — Amazônia.<br />

Med.— A raiz tem casca violacea; o interior é amarello;<br />

ralada, serve a preparar cataplasmas resolutivos contra inflammações,<br />

contusões. — E' tônica, diurética (contra os<br />

cálculos renaes) e febrífuga.<br />

ABUTUA — v. PARREIRA BRAVA.<br />

ABUTUA PEQUENA— CISSAMPELOS OVALIFO-<br />

LIA D. C. (Menispermaceas).<br />

(a.) SYN. — Orelha de onça (Campos de S. José, de<br />

Óbidos).<br />

HAB.— NOS campos seccos, de Monte Alegre, Santarém,<br />

Óbidos.<br />

Med. — Mesmas propriedades da anterior, mas muito<br />

menos energicas.<br />

ABURIDAN ou ABORIDAN — v. ANDIROBA .<br />

E' o nome "andiroba" escripto ás avéssas <strong>com</strong> o fim de<br />

frustrar a fiscalisação no <strong>com</strong>mercio da madeira.<br />

ACAPORY-. POGONOPHORA SCHOMBURG-<br />

KIANA Miers (Luphorbiaceas).<br />

HAB. — Mattas de terras altas, seccas, no Baixo-Amazonas,<br />

frequente no Estado do Amazonas.<br />

Loc. — Faro.<br />

(A. v.)\\kid.-Madeira branca amarellada. bastante dura.<br />

(LegurSe^? UAbAP0UA AMnR,CANA AubT -


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

SYX. — Angelina ou Bois de perdvix, na G. Fr.— Brain-<br />

'wart, ou Partridge wood, na lngl.<br />

HAB. — Matta grande de t. f. <strong>com</strong> solo silico-argilToso<br />

ou argilloso.<br />

Loc. — Belem — E. de F. de Br.— Anajaz — R. Capim —<br />

R. Tocantins — Gurupá — Volta do Xingu — W. da I. de<br />

Marajó — R. Cussarv — R. Curuá do Sul — Almeirim — Alto<br />

Curuá de Alemquer — R. Erepecurú — R. Ariramba — R.<br />

Acapú.<br />

Mad. (A. m.) — Madeira de primeira qualidade; fibras<br />

grossas, apparentes, formando estrias apertadas (espigo de<br />

trigo) castanho escuro sobre pardo, virando ao preto pardacenta,<br />

<strong>com</strong> o tempo—dura, inalteravel— propria para a<br />

construcçào civil e naval, tanoaria, marcenaria, estacas e dormentes.<br />

D = l.— Muito empregada <strong>com</strong> o páo amarello, para<br />

fazer soalhos — Chamado algumas vezes: Teck brasileiro.<br />

(O nome de "acapú" é applicado, em Manáos, ao Vouacapoua<br />

pallidior Ducke; no Solimões, applica-se a uma<br />

Olacacea ainda não classificada).<br />

ACAPli (Manáos e M. rio Negro) — VOUACAPOUA<br />

PALLIDIOR Ducke (Legum. caesalp.).<br />

(A. m.) Mad. — A côr da madeira é castanho claro.<br />

ACAPU-RANA <strong>com</strong>mum — CAMPSIANDRA LAURI-<br />

FO LI A Benth. (Legum. caesalp.).<br />

SYX. — Manaidra — Comandd-assú ( Rio Negro) ou<br />

Cumandd—Capoerana ( R. Tocantins ) — Acapú-rana vermelha<br />

(R. Tapajoz).<br />

(A. p. ou m.) CAR — Flores róseas vistosas, em grandes<br />

bouquets.—O fructo é uma vagem alongada e chata.<br />

Loc.— Nas margens inundáveis de rios ou lagos, cm<br />

toda a Amazonia.<br />

Mad.— Madeira vermelho castanho claro, <strong>com</strong> veias<br />

quasi pretas. Para construcçào civil, marcenaria, dormentes.<br />

D =1,15.<br />

Med. pop. — A infusão concentrada do fructo addicionada<br />

de sal e vinagre é applicada sobre as empigens para<br />

curai-as radicalmente.<br />

ACAPÚ-RANA da T. f. — BATEfclA FLO KI BUN DA<br />

Ifcínth. (Leg. caes.) •<br />

SYX.— Tenteiro (em Faro)<br />

HAB. — Na t. f., em solo silico-humoso.<br />

11


10 A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

Loc. - Estuário - Gurupá - Faro - Alto R. Negro -<br />

Solimões.— . . , ,<br />

iw íA ei-Madeira parda, virando ao castanho<br />

vermelho escuroT fácil de se trabalhar. D = 0,60.<br />

Sementes duras, vermelhas.<br />

ACAPli-RANA fedorenta — GALIPEA<br />

(Rutaceas).<br />

(A.) -<br />

ACARÀ-üASSü —SYMMERIA PANICULATA Benth.<br />

(Polygonaceas). .<br />

' (A. p.) HAB. — Nas margens alagadas dos nos d aguas<br />

estagnadas e dos lagos.<br />

Loc. — Óbidos — Faro — etc.<br />

Mad.— Madeira escura, flexível, para obras internas.<br />

ACARIQUÀRA—(Beiern — E. de F. de Br. e Estado<br />

do Amazonas), v. ACARIUBA<br />

ACARIQUÀRA — (Alcobaça)-- C ENOSTIGM A TO-<br />

CANTINUM Ducke (Leg. caes.)<br />

SYN.—Acarinha falsa.<br />

HAB.— Muito frequente nas mattas de t. f., no R. Tocantins,<br />

de Alcobaça a Itaboca.<br />

CAR. (A. M.) — Tronco semelhante ao da Acariuba.<br />

Mad.— Madeira castanho escuro, pesada, resistente, mas<br />

dando somente peças pequenas - para obras hydraulicas e<br />

externas — lenha excellente para fogo.— D = 1,22.<br />

ACARIUBA — (Baixo Amazonas) - MIN QUA RTIA<br />

GUIANENSIS Aubl. (Olacaceas).<br />

SYN. — Acariqnára (Beiern e E. do Amazonas) — Manwood<br />

(Ingl.) — Minqiiar (G. Fr.).<br />

HAB. — Na matta grande húmida da t. f. em toda a<br />

Amazônia.<br />

CAR.— O tronco é cavado de depressões irregulares<br />

e, mesmo, ás vezes, esburacado. (A. g).<br />

J/w/.—Madeira pardo claro, absolutamente incorruptível<br />

mas íífr» da peças grandes perfeitas. - Para estacas,<br />

cioi mentes. J) = 0,89. ,<br />

. Ca ^ C0S da mad e»a, fervidos, dào uma tinta<br />

pi eta para o algodão.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

ACARI-RANA — (Óbidos) - GEISSOSPERMUM SERI-<br />

CEUM Benth. e Hook (Apocynaceas). •<br />

Svx. — Qtiin i-rana (Gurupá) — raras vezes, Pereira<br />

(Gurupá).<br />

( A. p. ou m.) HAB. — Matta da t. f. cm todo o Estado.<br />

Loc.- E. de F. de Br. — Gurupá — Almeirim ~Med.<br />

Tapajoz — Óbidos — Faro.<br />

CAR. — Tror.co cavado <strong>com</strong>o o da Acariuba.<br />

Mad.— Sem valor.<br />

Me d. — Casca amarga, empregada contra as febres.<br />

ACAÚA, ou ACAIJ — (Gurupá) —FE R DINA ND USIA<br />

PA RAENS1S Ducke (Rubiaceas).<br />

Svx — Acaháa — Aca/aí.<br />

HAB. Na t. f.<br />

Loc. Belém — Gurupá — R. Xingu -E de F. de Br.<br />

(A. m.) Mad. - Madeira boa. para marcenaria.<br />

ACAYACÀ — v. CEDRO VERMELHO.<br />

ACHUÁ— SACCOGLOTTIS GUIANENSIS Benth.<br />

var. DOLICHOCARPA Ducke (Humiríaceas).<br />

Svx. - Parará (Salinas) — Uachiiá — Uaxuá — Axuá.<br />

(A. p. ou M.) — HAB. Nas campinas e nas praias.<br />

Mad.— Vermelho pardo escuro.<strong>com</strong> tons violáceos, dureza<br />

media. D =1.05 - para construcçáo civil e dormentes.<br />

Aliai.—Fructos maduros verde amarellado, <strong>com</strong>estíveis.<br />

Iad — A casca contém 4.1 °/o de tannino(E. Serfaty —<br />

M. C. P. 1929). No interior, extrahe-se da casca uma tinta<br />

vermelho escuro que vira ao preto brilhante pelo amoníaco<br />

e é empregada para tingir as cuias.<br />

ACHUÀ — SACCOGLOTTIS GUIANENSIS Benth.<br />

var. SPHAEROCARPA Ducke (Humiriaceas).<br />

Svx.— Caniaté (em Faro).<br />

(A p. ou m.) — HAB. Em capoeiras e matta secca.<br />

Mad. e Iad. — Mesmas applicações que a variedade<br />

precedente.<br />

Aliai. — Fructos mais seccos, não ou apenas <strong>com</strong>estíveis.<br />

ACHUÀ-RANA — SACCOGLCy TIS C US PI DAT A<br />

(Benth.) Urb. (Humiriaceas)<br />

Svx.— Ac/iud ( na E. de F. de Br. ).<br />

(A, g.)— HAB. Na terra firme húmida.<br />

11


A AMAZÔNIA BRASILEIRA<br />

O - '*<br />

Loc.-E. de F. de Br. - Ilhas altas de Breves - Sul<br />

do Estuário— R. Negro. . .<br />

Aliai.- Fructos não <strong>com</strong>estíveis.<br />

ACHUÂ-RANA — VANTANEA CÜPÜLARIS Hub.<br />

(Humiriaceas). .<br />

1 ( \. M. OU g.) — SYN. Uchy-rana.<br />

HAB.-Nas mattas húmidas. . . . . . D _<br />

Loc.-E. de F. de Br.- Gurupá—Almeirim—R. Ir<br />

betas—Maués—Manáos - Solimòes.<br />

om-<br />

ACHUÂ-RANA - VANTANEA GUIANENS1S Aubl.<br />

íHumiriaceas>.<br />

SYN.— Uchyrana.<br />


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

SYN.— Estrella (no K. Branco de Óbidos).<br />

ia.) — HAB. Nas margens de certos rios. •<br />

Loc.— Rio Branco de Óbidos — M. rio Tapajoz (R.<br />

Cupary) — Cultivada em Belem.<br />

Õ/v/.— Flores abundantes, brancas, em forma de est<br />

rei la, de perfume suave.<br />

ACUCENA d*AGUA ( Marajó )<br />

CR IN UM ERUBESCENS Soland. (Amaryllidaceas) e<br />

CRI NUM UNDULATUM Mook, em Belem. "<br />

ACUCENA cr AGUA (Marajó) - PANCRATIUM GUIA-<br />

NENSE Ker. (Amaryllidaceas). v. CEBOLA BRAVA do<br />

PARA'<br />

AÇUCENA DO MATTO - POSOQUERIA LATI FO-<br />

LIA Roem e Schult. (Rubiaceas).<br />

(A. p.)<br />

0/7/.— Mores grandes, numerosas, muito aromaticas.<br />

ADIMA — v. HERVA de S. MARTINHO<br />

AGRIÃO da FONTE — NASTURTIUM OFFICINALE<br />

R. Bronn. (Cruciferas).<br />

HAB.—Originário da Europa — cultivado.<br />

Ali DL— Comestível, cru, em salada<br />

Meã. — Depurativo, antiscorbutico.<br />

AG RI AO do PARA — SPILANTHES OLERACEA L.<br />

(Compostas).<br />

SYN. - Jawbit-assú.<br />

HAB. — Espontâneo nos logares húmidos; ás vezes cultivado.<br />

(P. h.).<br />

Alini. - Toda a planta tem sabor acre; provoca a salivação<br />

quando mastigada — as folhas são empregadas na<br />

alimentação; <strong>com</strong>em-se cruas, misturadas <strong>com</strong> outras saladas,<br />

ou cozidas <strong>com</strong> a carne.<br />

Med — As flores são aromalicas; toda planta é antiscorbutica;<br />

utilisada contra as dores de dentes.<br />

AGROGANO — (Marajó) — (?; POLYPpilPHOLYX<br />

LACIXIATA Benj. (Lentibulariaceas).<br />

* ( P. h.— Om 15 a 0M2Õ) — HAB. NOS terrenos altos, mas<br />

encharcados.<br />

CAR.— Flôr amarella.<br />

11


10<br />

A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

AGUANO — ( Peru ) — SWIETENIA TESSMANNII<br />

Harms. I.Meliaceas), proximo da SW. macrophylla.<br />

cvv — Moeno do rent. ,<br />

Loc! — Iquitos — R. Ucayali - Cabec. do Gy-parand-<br />

Alt ° J/ffrf. — E' um verdadeiro mogno (Acajou, em Fr.).<br />

AGUAPÉ - = UAPÉ<br />

AGUAPÉ - EI C H H O R NIA Dl VERSIFOLIA Urb.<br />

( Pontederiaceas ).<br />

SVN.— Violeta d'agua - miiniré.<br />

Mim. anim — Bôa forragem.<br />

AGUAPÉ-EICHHORNIA AZUREA Kunth (Pontederiaceas).<br />

, _ ,f<br />

SVN.— Mur u/é de flôr roxa—Mururé Ovelha de Veado<br />

— Rainha dos lagos.<br />

HAB.- Regos e baixas profundas; ilhas fluctuantes do<br />

Amazonas.-<br />

Alim. anim — Bôa forragem de inverno.<br />

Orn.— Flores violaceas delicadas e bel las. — Ornamental<br />

e util para tanques e lagoas de jardins.<br />

AGUAPÉ-EICHHORNIA CRASSIPES Solms. (Pontederiaceas).<br />

SVN. — Mururé de canudo - Murerú.<br />

HAB. — Planta aquatica, fluctuante.<br />

CAR.—Forma grandes tapagens.—Introduzida accidental<br />

mente no Tonkin, em 1903, ella invadiu os lagos e os<br />

canaes, cobrindo-os e embaraçando a navegação até em<br />

Cochinchina.<br />

Alim. anim.— Bôa forragem de inverno.<br />

AGUAPÉ —v. GOLPHO.<br />

da MEIA NOITE — v. GOLPHO - NYM-<br />

PHAEA RUDGEANA G. F. W. Meyer (Nymphaeaceas)<br />

AGUARAQUYIA -- V. HERVA MOURA<br />

AGUAXIMA - v. CAÀ PELA<br />

AIPÉ — v. IPE


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 11<br />

AIPO - APIUM GRAVEOLENS L. (Um bel li feras)<br />

HAB.— Originaria da Europa oriental e meridional -<br />

cultivado.<br />

Aliai.— As folhas são utilisadas <strong>com</strong>o condimento.<br />

AIPY — v. MACAXEIRA<br />

AITA — BROSIMUM LE COINTEI Ducke (Moraceas).<br />

(A. m.) —HAB. Em terra firme alta ou baixa, <strong>com</strong> solo<br />

silico argilloso.<br />

Loc.- Ilhas altas de Breves — Gurupá — R. Xingu - R.<br />

Tapajoz — R. Trombetas — Óbidos.<br />

SVN.— Uai tá — Cainibérana (Daquary, de Faro). Bois<br />

de lettres blanc, de Aublet ( G. Fr.).<br />

Mad.— Cerne bonito, vermelho claro, de grão muito<br />

fino, excessivamente duro, susceptível de um polido perfeito,<br />

imputrescivel. Bom para ebanisteria e marchetaria, mas dá<br />

somente peças pequenas, o a mago se encontrando somente<br />

nas arvores velhas e não adquirindo grandes dimensões. O<br />

alburno é de um branco amarellado, duro. <strong>com</strong>pacto, proprio<br />

para ebanisteria. D. (do cerne) = 1,34 — D (do alburno) = 1,16.<br />

AIUBA—(?) AYDENDRON PERMOLLE Nees


10<br />

A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

A TTTRA — AIOUEA GUIANENSIS Aubl. (Lauraceas).<br />

, Loc- Gurupá, ( <strong>com</strong> o nome de -louro" )<br />

(A p.) Vfl«- Branca, <strong>com</strong>pacta, para carpintaria.<br />

AJURÚ - v. MACUCÚ-RANA<br />

AJURÚ-( Praias de Soure) - CHRYSOBALANUS<br />

ICACO L. g - ^ Des(Je o ljtoral até G Xingü< nas<br />

praias. . , _ v<br />

SYN— Uajimí — Pninter cotou, ou aes anses (G. Fr.).<br />

Alim.— Fructos pequenos, aroxeados, quasi pretos, <strong>com</strong>estíveis,<br />

insípidos.<br />

AJÜRÜ - (Faro) - LIÇA NI A H ETEROMO R PH A,<br />

Benth. (Rosáceas) - v. MACUCU.<br />

LICANIA PARVIFLORA Benth. (Roseaceas).<br />

LICANIA APETALA E. Meyer id.<br />

LICANIA PÊNDULA Benth. id.<br />

LICANIA INCANA Aubl. id.<br />

e outras especies.<br />

(A. m.)- SYN. Licania Caligni


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 11<br />

ALCATIFA — (Marajó) — TRICHOSPIRA MENTI IOI-<br />

DES M. B. K. (Compostas). •<br />

CAR.— Planta rasteira.<br />

HAB.— Terrenos argillosos atolentos.<br />

ALECRIM dANGOLA —VITEX AGNUS - CASTUS<br />

L. (Verbenaceas) - Exótica.<br />

Orn.— Cultivada nos jardins.<br />

ALFACE — LACTUCA SATIVA L. (Compostas).—<br />

Origin. da Europa.— Cultivada.<br />

Alim.— Folhas, para salada.<br />

ALFAVACA —OCIMUM GRATISSIMUM L. (Labiadas),<br />

e O. OVATUM Benth. Indígenas.<br />

OCIMUM BASILICUM L. (Labiadas).-Cultivada.<br />

(PI. h.)— SYX. Mangericão de folha larga — (irand<br />

Basilio (Fr.).<br />

Alim — As folhas são muito empregadas <strong>com</strong>o condimento.<br />

MedAs folhas são aromaticas, estimulantes, carminativas,<br />

antiemeticas, sudoríficas e diuréticas.<br />

ALFAVACA do CAMPO —OCIMUM INCANESCENS<br />

M. (Labiadas).<br />

(P. h.) — SYX. Alfavaca de vaqueiro.<br />

Med. — Estimulante, carminativa; peitoral, sudorífica,<br />

aproveitada contra a coqueluche.<br />

ALFAVACA de COBRA — MONNIERA TRIPOLI A<br />

Aubl. (Rutaceas).<br />

(P. h.) — SYX. Jaborandi do Pará.—Jaborandi de 3<br />

folhas.<br />

HAB.—Commum nas capoeiras.<br />

CAR.—Cheiro forte.<br />

Med.— Amarga, tônica, sudorífica e diurética.<br />

ALGODAO— GOSSYPIUM esp. div. (Malvaceas).<br />

Svs.— Amaniií (L. g.). # #<br />

hid.— As sementes dão oleo que, depois de purificado,<br />

sTibstitue o azeite doce na alimentação.<br />

As fibras que envolvem as sementes são as de maior<br />

consumo na industria da tecelagem.


. 14 A AMAZÔNIA BRASILEIRA<br />

w "<br />

l.o — Algodoeiros de folhas grandes (de ori<br />

« cem americana) :<br />

GOSSYPIUM BARBADENSE L.- Origin.<br />

das Antilhas.<br />

SYN- Algodão de Barbados (Marajó)- Algodão<br />

seridóy ou Mocó (meio norte).<br />

* (p ht —CAR. Face inferior das folhas glabre,<br />

flores amarellas, fibras longas e finas, sem<br />

lanugem, sementes separadas, pretas.<br />

GOSSYPIUM PERUVIANUM DC. ou G.<br />

RELIGIOSUM L. ,<br />

SYN.— Algodão do Peru. (Alto Amazonas),<br />

(a.) —CAR. Fibras longas, sem lanugem; sementes<br />

agglomeracias, pretas. Flores amarellas.<br />

GOSSYPIUM HIRSUTUM L.- Origin. da<br />

America central.<br />

(a. de 2m.) — CAR. Face inferior das folhas<br />

e peciolos pubescentes — fibras curtas e lanugem<br />

esverdinhada ou cinzenta, adhérente ás sementes.<br />

— Sementes pretas. Flores brancas ou róseas.<br />

2.° — Algodoeiros de folhas pequenas ( de<br />

origem asiatica ) :<br />

GOSSYPIUM HERBACEUM L.-Origin.<br />

da índia ou da China.<br />

(a. p.) — CAR. Flores amarellas, <strong>com</strong> mancha<br />

purpurea na base.— Fibras curtas e lanugem<br />

adherente ás sementes.<br />

Med.— As raizes são diuréticas.<br />

GOSSYPIUM ARBOREUM L.-Origin.<br />

do golfo Persico.<br />

(a. de 4 a 6m.).— CAR. Flores vermelhas —<br />

sementes pretas. Fibras longas e lanugem adherente<br />

ás sementes.<br />

Med. pop.-Sementes galactogenas.- Casca<br />

da raiz contra a dysmenorrheia e a amenorrheia<br />

c—hemostajico uterino, abortivo; excellente emmenagogo.<br />

L O S A ^ a T ^ I P 0 M A E A FIS -


Aguapé, on M» ni ré de flor roxa (Eichkornia azur ca]


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

SYN. Majoram (Monte Alegre).- Canado (Sul e Ma<br />

rajój — Campainha de canudo. *<br />

(P. h. — lm 20) — HAB. NOS campos temporariamente<br />

inundados.<br />

CAR.—E' uma planta herbacea dos campos baixos, de<br />

caule grosso; ílores róseas—látex branco, amargo.—Aguenta<br />

o rigor da secca; é uma planta praga que invade os campos<br />

matando as outras hervas.<br />

Med.—Toxica para o gado (?).— Purgativa. O principio<br />

activo parece ser um glucoside: a orizabina, ou jalapina.<br />

lnd.— Do caule fazem-se tubos para cachimbo.<br />

ALGODÃO BRAVO — ( Marajó) - HIBISCUS FUR-<br />

CELLATUS Desr. (Malvaceas).<br />

(a.) — CAR. Flores róseas, <strong>com</strong> mancha vermelha na<br />

base das pétalas.<br />

ALGODAO BRAVO —v. PERIQUITEIRA.<br />

ALGODAO-RANA — PAVONIA PANICULATA Cav.<br />

(Malvaceas).<br />

SYN. — Malva algodão-rana.<br />

(a.) — CAR. Folhas alternas serradas, trilobadas.—Flores<br />

amarellas (15-22 mm.de diam).<br />

Loc.—Murutucú (no R. Guamá).<br />

lnd.— Dá bôas fibras (rendimento 5 °.'o — R. Monteiro<br />

da Costa).<br />

ALGODOEIRO BRAVO — v. FANFAN.<br />

ALGODOEIRO do BREJO —v. FANFAN<br />

ALGODOEIRO da PRAIA — v. UACIMA da PRAIA.<br />

ALIAMBA — v. LIAMBA<br />

ALMECEGUEIRA — v. BREU, div.<br />

ALMÍSCAR —v. AMBRETA.<br />

ALVARADO — (Marajó) — SCLÉRIA Hllfll-LLA Sw.<br />

e*S. TENELLA Kth. (Cyperaceas). #<br />

(P. h.) — HAB. NOS campos arenosos.<br />

Alini. anim.— Forragem de má qualidade.<br />

11


10 A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

\LLAiMANDA de FLÔit GRANDE (Marajó)- ALL.A-<br />

\I w\"D \ C XTHARTICA L. (Apocynaceas).<br />

SYN "Santa Maria (Gurupá)-£/////>67/ (Belem) - Cipó<br />

de leite '-- Camendara (R. I apajozj.<br />

(Cio ) — HAB. Nas capoeiras húmidas, na beira d'agua.<br />

C\K —Notável pelas flores grandes isoladas, amarellas<br />

— o frueto é uma capsula verde, ovoide, eriçada de pontas<br />

rígidas.<br />

Med. />op'— Toxica. O látex e emeto catarthico, re<strong>com</strong>mendâdo<br />

contra as cólicas saturninas; o extracto da<br />

casca e a infusAo das folhas são drásticos; o cosimento c<br />

usado em banhos contra as sarnas, piolhos..<br />

Qm. — Cultiva-se nos jardins pelo bello aspecto da<br />

planta e a abundancia das suas flores côr de ouro.<br />

AMA — THUMBERGIA COCCINEA (Acanthaceas).<br />

Exótica.<br />

(a)—O/v/. As flores são escarlatas e as antheras parecem<br />

formar as letras da palavra "ama' ; cultivada nos<br />

jardins.<br />

AMAIÚA — v. GOIABEIRA PRETA.<br />

AMAJOUVA— (?) A IO UE A BRASILIENSIS Meissn.<br />

(Lauraceas) —(Classific. m. duvidosa),<br />

(a.)<br />

AMANIÜ — v. ALGODAO<br />

AMAXOA — AMANOA GUIANENSIS Aubl. (Euphorbiaceas).<br />

In(i<br />

' dementes oleaginosas.<br />

•io flr l J r r a branCa ' muit0 coni Pacta, escurecendo<br />

ao ar, propna para construcçòes.<br />

AMAXDURAXA — (Marajó) — v. FANFAX<br />

AMAPA' (Hub.)<br />

zonas: ti. t0d ° ° Estad0 d0 Pará e n °<br />

te-A e


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

Alim. — O fructo é da grossura de uma maçã regular,<br />

roxo escuro quando maduro; a pelle contém um succo*leitoso,<br />

pegajoso; a polpa é doce, <strong>com</strong>estível, saborosa (mez<br />

de Março).<br />

Mcd.-*- Da casca cortada escorre um látex abundante,<br />

branco, amargo, usado <strong>com</strong>o peitoral e cicatrisante, contra<br />

a debilidade geral e <strong>com</strong>o resolutivo (em emplastros) das<br />

contusões.<br />

AMAPÁ DOCE — (Belém) MACOUBEA GUIANEN-<br />

SIS Aubl. (Apocynaceas).<br />

SYN. Moloagô (Almeirim, Gurupá).<br />

(A. m.) — HAB. Na matta húmida.<br />

Loc. Belem — Gurupá — Faro — B. R. Xingu — Almeirim<br />

— R. Tapajoz — I\. Solimões.<br />

CAR — Fructos da grossura de uma laranja, ocos no<br />

centro e contendo grande numero de sementes presas na<br />

parte interna da casca.— Toda a arvore dá um succo leitoso.<br />

Mad.— Côr amarella esverdeada, de cheiro agradavel<br />

quando não está secco.<br />

AMAPÁ DOCE — ( Faro) - BROSIMUM POTABILE<br />

Ducke (Moraceas).<br />

(A. g.) — HAB. Na terra firme.<br />

Loc.—Faro — R. Tapajoz.<br />

Me d. A casca, ferida, dá um látex branco muito abundante<br />

que se pode beber em pequena quantidade. Este látex<br />

não tem gosto especial; é considerado <strong>com</strong>o tonico.<br />

AMAPÁ DOCE — í Gurupá ) - BROSIMUM OVATI-<br />

FOLIUM Ducke (Moraceas).<br />

(A. g.) — HAB. Terra firme.<br />

Moi. pof).— Dá látex branco abundante <strong>com</strong> propriedades<br />

iguaes ás do látex de amapá doce de Faro.<br />

AMAPAIMA —V. CASCA PRECIOSA.<br />

AMAPÁ-RANA — (Rio Branco de Óbidos) — v. TATA<br />

JUBA de BELEM.<br />

• • o<br />

• AMAPÁ-RANA — (Óbidos) • BROSIMUM PARINARI-<br />

OIDES Ducke (Moraceas).<br />

Svx. — Mimiré-rami (Óbidos) — Amapá (Manáos).<br />

11


(<br />

10 A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

( A q ) _ HAB. Na terra firme alta, em terreno silico-<br />

argÍ! Loc - R. Tapajoz - R. Xingu - Óbidos - R. Trom-<br />

betaS ^-Brane"amelada. - Os troncos velhos têm<br />

um cerne vermelho, duro. <strong>com</strong>pacto, ás vezes disposto em<br />

camada annular e formando <strong>com</strong>o um tubo que envolve a<br />

parte central constituída de madeira branca, molle. .<br />

Med. pop. - Dá látex abundante <strong>com</strong> as propriedades<br />

do látex de amapá.<br />

AMARGOSO (R. Tapajoz) — TI PU AN A FUSCA Ducke<br />

(Legum. pap. dalb.K<br />

(A. g.) - HAB. Matta da t. f. do M. 1 apajoz.<br />

AMBAITINGA - v. IMBAÍTINGA<br />

AMBE — v. IMBE.<br />

AMBRETA — HIBISCUS ABELMOSCHUS L. (Malvaceas).<br />

Origin da índia.<br />

(P. h.) — Cultivada.—SVN. Quigombô de cheiro —Almíscar<br />

— Malva-algodão.<br />

CAR. — As sementes esfregadas exhalam cheiro de almíscar.<br />

Ind.— Das sementes extrahe se um oleo essencial estimado.—<br />

A casca fornece fibras fortes, de boa qualidade.<br />

AMEIJU — v. MEIJU.<br />

„AMEIXA do PARA — XIMENIA AMERICANA L. ou<br />

HEYMASSOLI SPINOSA Aubl. (Olacaceas).<br />

< \. p.)- SVN. Ameixieira de espinhos.<br />

CAR.—Flores <strong>com</strong> cheiro de cravo da índia.-Casca<br />

da arvore coberta de espinhos.<br />

Mad — Rósea, <strong>com</strong>pacta e leve, elastica, fácil de trabalhar.<br />

Alim.-O frueto é uma baga amarella, do feitio e ta-<br />

tTvel docV ,iP,a a/C,lon ' a; a amêndoa do caroço é <strong>com</strong>es-<br />

Ind.—As amendoís dão 70o/o de oleo.<br />

nfln , ° nome \ esta a, *vore, do sertão do Ceará,<br />

nao tem sido encontrada na Amazônia).


AMENDOEIRO — TERMINALIA C A T A P P A L.<br />

(Combretaceas). •<br />

(A. p.) - Originaria da Asia merid. e de Madagascar.—<br />

Cultivada no Brasil.<br />

SYN.— Chapéu de sol.—Badamier (G.Fr.).— Myrobolan<br />

ou myrobalan (Senegal e Antilhas fr.).<br />

Mad.— Própria para pequenas embarcações.<br />

Alim.— Amêndoas <strong>com</strong>estíveis.<br />

Itid.— A madeira dá matéria corante preta.—O pericarpo<br />

do fructo é rico em tannino.<br />

Med. popCasca adstringente contra febres biliosas<br />

e dysenteria.<br />

Oni.— A arvore ú cultivada para sombra; as folhas<br />

são grandes e os galhos dispostos horizontalmente, em verticilios<br />

regulares.<br />

AMENDOIM <strong>com</strong>mum — v. MENDUBI.<br />

AMENDOIM indígena (do limite sul da Amazônia)<br />

-ARACHIS NAMBYQUARAE Hoehne (Leg. Pap.).<br />

Alim.— Os grãos são 3 vezes maiores que os da A.<br />

Hypogaea L. geralmente cultivada.<br />

AMOR CRESCIDO—PO RTUL AC A PILOSA L.<br />

(Portulacaceas).<br />

(P. h ) — Med. A planta machucada é applicada sobre<br />

queimaduras: util também nas erysipelas.— O succo contra<br />

as hemoptvsis.<br />

AMOR DOS HOMENS —Hl BISCUS MUTABILIS L.<br />

(Malvaceas).—Origin da G. fr.—Cultivada nos jardins.—<br />

v. FIRMEZA DOS HOMENS.<br />

AMOR PERFEITO inglez - TORENIA FOURNIERI<br />

I Jnd. (Scrophulariaceas).<br />

(P. h.) — Oni. Cultivada nos jardins; flores numerosas,<br />

eorolla tubular; cores branca, rósea e roxa.<br />

AMOR de VAQUEIRO — ( Marajó ) - DES.MODIUM<br />

ASPERUM Desv. (Leg. pap. ). * #<br />

• (P. h —lm 70;. — CAR. O fruct£ é uma vagem chataa<br />

face superior da folha applicada sobre a roupa a ella<br />

adhere.<br />

19


10<br />

A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

HAB- Na beira de campos altos e em certas capoeiras<br />

«ecoas, no Baixo Amaz.<br />

AMOREIRA- MORUS NIGRA L. e MORUS ALBA<br />

L ' (N ÍA a m!) S) ' Originarios da Pérsia e da China.-Cultivâdos<br />

i<br />

4 Mim - O fructo do M nigra é uma drupa <strong>com</strong>posta,<br />

carnuda, vermelho escuro, de sabor acida, fresca e agradavel.-0<br />

fructo do M. alba (i branco ou róseo.<br />

/„,/ — \s folhas, principalmente as do Al. alba, servem<br />

para alimentar o 44 bicho de sêda " ( Bombyx mori.).-A<br />

casca dá fibras. . .<br />

Med.-- Os fructos do M. nigra constituem a base do<br />

"xarope peitoral de amoras". A casca da raiz é purgativa<br />

e vermífuga.—O sumo das folhas e a seiva fresca dos ramos<br />

são usados contra as conjunctivites.<br />

ANABI—POTALIA AMARA Aubl. (Loganiaceas).<br />

Sv.v— Pdo de cobra (R. Solimôes).<br />

HAB.— Frequente na submatta da t. f., no Pará e<br />

Amazonas.<br />

(a. p.)— CAR. Folhas muito grandes, coriaceas — Toda<br />

a planta, principalmente a casca, é muito amarga.— A haste<br />

deixa exsudar uma resina amarella, <strong>com</strong> cheiro de benjoim.<br />

Med.- Toxica.— As folhas e hastes novas, em infusão,<br />

são antisyphiliticas.— O cozimento das folhas usa-se em banhos<br />

contra as ophtalmias.—O chá das folhas ú vomitivo<br />

cm dóse forte e emprega-se para <strong>com</strong>bater o envenenamento<br />

pela mandioca. No Solimôes a raiz é re<strong>com</strong>mendada contra<br />

as mordeduras de cobra; o Dr. Vital Brasil não obteve<br />

nenhum resuitado <strong>com</strong> as raizes seccas.<br />

ANANAHY - ANANAS SATIVUS Schult. (Bromeliaceas).—<br />

hspontaneo.<br />

(P. h.)— HAB. Nas campinhas seccas de terra firme,<br />

ou no meio da matta rala, em terreno arenoso; cobre algumas<br />

vezes grandes extensões (ananahysaes) difliceis de se<br />

atravessar.<br />

A/tm.jr-p fructo çé pequeno, porém muito perfumoso.<br />

r^,f X *n A Z ~ AXAN!vS SATIVUS Schult. (Bromel.W<br />

ceas).— Origin. americana.<br />

Svx.— Pine applc (Ingl.).


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 11<br />

(P. h.) — Cultivada; numerosas variedades.<br />

Alint.- Fructo grande e saboroso; e um dos melhores<br />

fruetos do mundo.--Pode pesar até 2 k.—A melhor variedade<br />

é o "abacaxi".<br />

lad. — As folhas dão fibras texteis, sedosas, finas, muito<br />

resistentes, próprias para a confecção de tecidos finos e de<br />

rendas.<br />

Mcd. - Fructo estomachico e digestivo; <strong>com</strong>bate a dyspepsia<br />

flatulenta.— O succo de ananaz aproveita no tratamento<br />

da diphteria e outras doenças da garganta, dissolvendo<br />

as membranas mórbidas.— Útil contra os cálculos na<br />

bexiga.<br />

ANANA AMARELLA—(Amazonas) — ?<br />

Mari.-- Castanho amarello claro, brilhante.— Dureza<br />

media.-Bella madeira para marcenaria.<br />

ANANI— SYMPHONIA GLOBULIFERA L. f. (Guttiferaceas).<br />

(A. m.) — Svx. Uanani. — Mani, Matiil, ou Moronobo,<br />

na G. Fr.<br />

CAR.—Arvore notável pelas suas flores escarlatas muito<br />

abundantes e pelas suas sapupemas em forma de joelhos.<br />

HAB.— NOS igapós, em toda a Amazônia.<br />

Maci.— Amarellada, tenra, de boa conservação nagua<br />

e na terra húmida; própria para tanoaria (estanca em todos<br />

os sentidos), marcenaria, molduras. D = 0.54.<br />

Ia d. — Todas as partes da arvore dão um látex resinoso<br />

amarello virando ao preto quando secca; esta resina<br />

serve a preparar um breu chamado " cerolproprio para<br />

calafetar as embarcações e substituir o pêz dos sapateiros.<br />

Madeira aproveitável para fabricação do papel: <strong>com</strong>prim.<br />

das fibras, lmmóó — diam. 0,022 = 7 75 (Art. Bastos<br />

M. C. P.).<br />

ANANI da Terra Firme — (Óbidos) — TOVOMITA sp.<br />

(Guttiferaceas).<br />

T. MACROPHYLLA Wallp. e T. AMAZÔNICA<br />

Wallp.<br />

(A. m.) — SYN. Paxiubarana, ou Mangue-rana (Gurupá<br />

e Breves). • •<br />

• HAB.— Na t. f. humosa e pant.aiosa.<br />

Mad.— Bõa madeira de cor.strucção.<br />

lad.— Látex idêntico ao do anani verdadeiro.


22<br />

A AMAZÔNIA BRASILEIRA<br />

ANA NI da T. f. (Manáos) - MORONOBEA COCCI-<br />

^ ^ t l j ^ K s roseo saturado.<br />

;iIad - Pardo amarello claro, boa.<br />

ANANI-UANANI — V. AN ANI.<br />

AN AU ERA (Solimões) — ?<br />

(Lauraceas).<br />

CAR.— Fructos grandes.<br />

ANAUERA — LICANIA M AC RO PH Y L LA Benth.<br />

(Rosaceas)^. ^ ^ ^ ^ Frequente nas mattas alagadas do litoral<br />

e do estuário, até a foz do R. Xingu, <strong>com</strong>o no Município<br />

de Almeirim. .<br />

Qyti.— Arvore vistosa, frondosa, que se presta para a<br />

ornamentação. . .<br />

Mad— Vermelha, para construcçoes civis e navaes.-<br />

Dormentes.—Inatacavel pelo "turú ".<br />

ANAVINGA (Perú)-CASEARIA OVATA Willd.<br />

(Flacourtiaceas).<br />

HAB.— Alto Amazonas.<br />

Med. pop.— Casca tônica e amarga. — Infusão das folhas<br />

contra os rheumatismos.— Fructos diuréticos.<br />

ANDIRÂ-POAMPÊ — ( Amazônia ) —B1GNONIA YES-<br />

PERTILIA Barb. Rodr. (Bignoniaceas).<br />

(Cip.) — Sv.\ T . Unha de morcego.<br />

Med. pop.— As folhas são re<strong>com</strong>mendadas, em tintura,<br />

contra o rheumatismo chronico.<br />

ANDIRÀ-UCHY — AN DI RA INERMIS H. B. K. (Leg.<br />

pap. dalb.).<br />

g)~ Sv.v Angelim da varzea — St. Martin rouge,<br />

A\, br -— Q ! f T nanírana (Óbidos). - Avineira (Macapá).—<br />

Cabbage tree (Ingl.).<br />

HAB.- Xa matta de varzea ou t. f. baixa.<br />

Loc.-j Marajó - Macapá — Monte Alegre — Santarém.<br />

u H j~~ n cí l sca * cheiro de couve podre.<br />

r,rni;! • /r , a avefmelhada clara.—Forte.- Boa pafa<br />

ff; (Cubos de rodas - soalhos - embarcações-trabalhos<br />

de torno - bengalas e cabos de chapeos de sol).


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

Me d.— A semente (amêndoa) é emetica e vermífuga.—<br />

A casca é purgativa e vermífuga, amarga, toxica, em alta<br />

dose; contém um alcalóide, a "berberina" (D. Schoer) e<br />

um glucoside, a " andirina " ( Bocquillon ).<br />

ANDIRÁ-UCHY — (Óbidos) — ANDIRÁ RETUSA<br />

(Lam.) H. B K. (Leg. dalb. ).<br />

(A. m. ou g.»—SYN. Morcegaeira — Uchy-rana — Aagelim<br />

( Marajó e litoral).— Lonibrigueira (Óbidos) — Andiroba<br />

jar eua.<br />

HAB. - Matta de várzea alta ou t. f. baixa, nas margens<br />

de rios e lagos e beirada de campo de varzea. (Amazonia)<br />

Mad.— Parecida <strong>com</strong> acapú, mas mais avermelhada e<br />

mais grosseira; fibras grossas muito apparentes -dura. nodosa.<br />

diflicil de se trabalhar. — Resiste bem á humidade;<br />

aproveitada para construcçào civil e marcenaria. D =0,90.<br />

Me d.— As amêndoas são vermífugas, mas, em alta<br />

dóse, produzem vomitos e dejecções alvinas abundantes.<br />

ANDIROBA—CARAPA GUIANENSIS Aubl. (Meliaceas<br />

>.<br />

SVN.— Aadiroba ai aba, ou A. saruba. — Carapd, cia<br />

G. Fr.— Crabwood, (Ingl.).<br />

(A. g.) - HAB. Nas várzeas e nos igapós; muito frequente<br />

no litoral norte do E. do Pará.<br />

Loc.—Litoral -Ilhas - Baixo R. Tocantins — B. Amazonas<br />

— R. Solimòes.<br />

CAR.- Ramificação vizinha da vertical; grandes folhas<br />

pennadas, escuras e pendentes.<br />

Mad. - Castanho vermelho brilhante, parecida <strong>com</strong> o<br />

cedro, mas mais <strong>com</strong>pacta e mais pesada — de qualidade<br />

superior; succcdaneo do mogno — não atacada pelo cupim —<br />

propria para marcenaria.—Assinalada <strong>com</strong>o "lire resisting",<br />

tendo ponto de inflammação elevado e <strong>com</strong>bustão lente.<br />

D = 0.70.<br />

lad — O frueto. capsula dchiscente de 7-8 cm. de diam.<br />

encerra varias amêndoas oleaginosas; o oleo (63 %>) é espesso,<br />

amareliaço e muito amargo, excellente para saboaria<br />

e illuminação.— Este oleo, misturado #<strong>com</strong> UI IK^Í. é utilisado<br />

em fricções pelos índios para se preservar das picadas dos<br />

insectos e da penetração do " bicho ?lo pé".— A casca contém<br />

5% de tanninos (E. Serfaty — M. C. P.). — Safra dos<br />

fruetos: em fevereiro e de junho a julho.<br />

11


24<br />

1íed 1)0t) - A casca, muito amarga, e, <strong>com</strong>o as folhas,<br />

utilfeada em cozimento <strong>com</strong>o febrífuga e anthelmint.ea ou.<br />

externamente, para lavagem das ulceras, contra o euipetigo<br />

e outras moléstias da pelle.<br />

ANDIROBA GRANDE OU ANDIROBA FALSA (R.<br />

Tapajoz) v. MACACO-CASTANHA.<br />

f<br />

ANDIROBA-JAREUA — v. ANDIRA-UCIIY (Andirá re-<br />

tusa).<br />

ANDIROBA-SARÚBA — v. ANDIROBA.<br />

ANDIROBINHA — GONIODISCUS ELAEOSPER-<br />

MUS Kuhlm. (Celastraceas).<br />

SVN.— Cabeça de cotia — Ma pui.<br />

(A. p.) — HAB. NOS igapós centraes de Mauhés e Canumá.<br />

CAH.— Fructo <strong>com</strong> uma amêndoa oleosa muito amarga.<br />

ANDORINHA — AMANOA<br />

(Euphorbiaceas).<br />

Ind. — Os fructos são capsulas dehiscentes que encerram<br />

tres sementes em forma de coração contendo, cada uma,<br />

uma pequena amêndoa oleaginosa: 55%. de gordura branca.<br />

ANDREQUICE — v. CAPIM CENEüÀUA.<br />

ANGELICA do IGAFÓ -(Belem - Bragança) v. MO-<br />

LONGO' (Ambelania).<br />

(Pernambuco)- GUETTARDA SPE-<br />

CIOSA Aubl. (Rubiaceas).<br />

(a. ou A p.).- HAB. Terra firme, em matta baixa.<br />

Mad — Branca e pouco <strong>com</strong>pacta; amarga.<br />

v i l<br />

fr ?,? lo . é uma ba « a de sabor doce, <strong>com</strong>estível.<br />

,Lflc ^ 1 onica (?' adstringente ; decocção das folhas<br />

contra as inchações.<br />

BU\DA G ^ A d A JA < PA -°r STEPHANOTIS FLORI-<br />

KUNUA Brogn. (Ascíepiadaceas).<br />

O r r ~ l<br />

d e Mada ascar<br />

" - Cultivada.<br />

fumada? J «nL iuhu] " v * s (,e branco puro, muito periumaoas,<br />

em numerosos bouquets".


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

ANGELICA dos JARDINS — POLYANTHES TU HE-<br />

ROS A L. (Amaryllideas).<br />

(P. h.) — Originaria da índia.— Cultivada.<br />

SVNJacinlho das índias.<br />

Orn.—Haste <strong>com</strong>prida <strong>com</strong> espigo de flores brancas,<br />

de perfume penetrante; estas flores dào oleo essencial para<br />

a perfumaria.<br />

ANGELICA do PARA — DICO R YNIA PARAENSIS<br />

Benth. (Legum. caesalp.).<br />

(A. G.)— Proximo do Angelique Jranc, ou Angélique<br />

rouge e A. gris, da G. fr.— Não se encontra no E. do Pará.<br />

Loc. — Commum por todo o R. Negro.<br />

Mad.- Côr vermelho castanho violáceo escuro — Substituto<br />

do teck.— Imputrescivel.— Bôa para construcção civil<br />

e naval, carpintaria, segeria, estacas, obras hydraulicas,<br />

dormentes; especial para tanoaria; flexível, elastica, estanca;<br />

não dá nem côr, nem gosto.— mais forte do que o carvalho<br />

(para cuvas e toneis».—Não varia <strong>com</strong> a humidade.— Resiste<br />

ao turú, mas enferruja os pregos.<br />

ANGÉLICO — v. URUBU -CAA.<br />

ANGELIM grande—HYMENOLOBIUM ELATUM<br />

Ducke. ( Legum. pap. dalb.).<br />

SYN.— Algumas vezes: Angelim pedra (Belem).<br />

(A. G.) — HAB. Na matta de terra firme.<br />

Mad.—Amarella pardacenta, <strong>com</strong> fibras grossas, muito<br />

apparentes; de côr vermelho castanho claro.— A madeira<br />

húmida tem um cheiro nauseabundo — própria para construcção<br />

civil e naval, marcenaria, dormentes.— D = 0.80.<br />

ANGELIM <strong>com</strong>mum— HYMENOLOBIUM EXCEL-<br />

SUM Ducke ( Leg. pap. dalb.).<br />

(A.G.) —CAR.- Uma das arvores maiores da Amazônia.<br />

HAB.— Na matta de terra firme.<br />

Loc.— Belem - R. Tocantins—Faro — Oriximiná.—Frequente<br />

no R. Trombetas.<br />

Mad.— Fibras grossas, trançadas, formando ondas vermelho<br />

castanho sobre fundo amarello pardacento claro, de<br />

b?>nito effeito, dura, própria para Carpintaria, marcenaria,<br />

construcção civil e naval, dormentes.— Dá peças de grandes<br />

dimensões.— D = 1,00.<br />

11


10<br />

A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

ANGELIM P E D R A - H Y M E N O L O B I U M PETRA.<br />

E17M Ducke (Leg. pap..dalb ).<br />

Svx. - Murarêna ( Macapa).<br />

(A G ) — HAB.- Matta da terra nrme.<br />

Loc - Belem - Óbidos - Faro - Manáos.<br />

C\K - Fructos: vagens vermelho cie sangue; a copa<br />

é magnifica quando, despida das folhas, ella está coberta de<br />

fructos.<br />

Mad.- Dura, nodosa; fibras menos apparentes, mas<br />

ANGELIM—HYMENOLOBIUM MODESTUM Ducke<br />

(Leg. pap. dalb.).<br />

(A. m. ou g.) —HAB.- I erra firme.<br />

Loc.—Óbidos Faro — R. Tapajoz.<br />

Mad.— Semelhante á do H. excelsum, mas fibras menos<br />

grossas e mais direitas, castanho avermelhado claro, pouco<br />

apparentes sobre o fundo amarello pardacento — dura; bôa<br />

para construcçAo civil.<br />

ANGELIM— HYMENOLOBIUM PULCHERRIMUM<br />

Ducke (Leg. pap. dalb.).<br />

Svx. Sapu pira amarei!a (Manáos ).<br />

(A. G ) - HAB. Terra firme; em matta geral.<br />

Loc.—Sapucuá — Faro.—Frequente nos arredores de<br />

Manáos.<br />

CAR.—Fructos roseo-violaceò; a copa É linda durante<br />

a fructificaçáo.<br />

Mad. Parecida <strong>com</strong> a precedente, mas menos dura e<br />

libras mais amarelladas, <strong>com</strong> manchas irregulares castanho<br />

escuro que exhalam c heiro desagradavel quando se trabalha<br />

a madeira húmida.— 13 = 0,79.<br />

ANGELIM— HYMENOLOBIUM COMPLICATUM<br />

Ducke (Leg. pap. dalb.).<br />

\i -p^' ou (jr - 1 — HAB.- Na matta de terra firme húmida<br />

(Al. I apajoz ).<br />

Mad, -- Parecida <strong>com</strong> a do H. modestum, mas menos<br />

duia, castanho avermelhado claro. D = 0,80.<br />

ANGELIM — (Marajó e litoral) v. AXDIRA-UCHY (Anuna<br />

retusa).


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

ANGELIM da varzea — v. ANDIRA-UCHY (Andirá<br />

i n e r m is). •<br />

ANGELIM falso — (Gurupá) — DINIZIA EXCELSA<br />

Ducke (Legum. mim.).<br />

(A. G.) — Altura de 55-60 m.<br />

SVN*. — Faveira grande ( R. Tapajoz. » — Favcira<br />

preta (?) (Estuário)- Angelim (Manáos e Mauhés).<br />

HAB. - Matta grande de t. f.<br />

Loc. - Gurupá — R. Xingu - R. Tapajoz — R. Trombetas—<br />

Faro — Manáos.<br />

Mad.— Cor castanho; fibras grossas; muito dura; imputrescivel.—<br />

Difficil de trabalhar, mas podendo dar peças de<br />

grandes dimensões. Construcçào civil, dormentes.— D = 1,15.<br />

ANGELIM RAJADO — PITHECOLOBIUM RACE-<br />

MOSUM Ducke (Legum. mim.).<br />

SYx—Ingá caetitú — Ingarana da T.f. — Bois serpent,<br />

da G. Fr.<br />

(A. m.; —HAB. Terra firme secca.<br />

Loc. - E. de F. de Br. - Baixo Amazonas —R. Trombetas<br />

- Médio Tapajoz —Almeirim — Gurupá — R. Ariramba<br />

— Faro — Manáos.<br />

Mad.— Bella madeira, <strong>com</strong>pacta, mas de fibras grossas,<br />

apparentes, castanho amarello claro sobre fundo amarello<br />

pardacento, <strong>com</strong> largos veios irregulares, sinuosos, de cor<br />

castanho violáceo escuro.— dura, trabalhando-se bem, muito<br />

resistente — para marcenaria e ebanisteria—As partes<br />

coloradas escuras, quando ainda verdes, tem cheiro repugnante.—D<br />

= 1,00.<br />

ANGICO — v. PARICÁ da T. f.<br />

ANGUSTURA VENENOSA — CUSPARIA TOXICA-<br />

RIA íSpr.) Engl. (Rutaccas).<br />

Loc.— S. Gabriel, do R. Negro.<br />

Med.-- Toxica — febrífuga e emmenagoga, em pequena<br />

dose.<br />

ANHAUINÁ — (?) A IO UE A t)ENSlFVORA Nees.<br />

(Lauraceas). — Classif. m. duvidosa?<br />

(A. p.) —IIAB. Amazônia (raro).<br />

Mad.- Madeira para construcçào e marcenaria.<br />

11


10<br />

A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

ANIL TREPADOR - VITIS SICYOIDES Bak. var.<br />

CORDATA Bak. (Ampelidaceas)<br />

(PI. trep.).- Flores amarellas.<br />

Loc.-R. Counany.<br />

ANIL dc flores amarellas — C ROT AL ARI A ANAGY-<br />

ROIDES H B. K. (Leg. pap.).<br />

HAB. —Frequente em roças abandonadas.<br />

galeg.).<br />

ANIL verdadeiro-IN DI GO FE RA ANIL L. (Leg.<br />

SYN.— Caá-chica (Amazonas).<br />

(a. p.) —HAB. Muito <strong>com</strong>mum nos terrenos abandonados,<br />

depois de cultura.<br />

CAR.—Flores róseas.<br />

Ind. — Com esta planta prepara-se a matéria corante<br />

denominada indigô ( O principal fornecedor de indigó é o<br />

Indigofera tinetoria L., da índia).<br />

Med. pop.- A raiz é util contra a epilepsia e contra<br />

a icterícia. As folhas são antispasmodicas e sedativas, stomachicas,<br />

febrífugas, diuréticas e purgativas, <strong>com</strong> acção<br />

especial sobre a ultima parte do intestino; usadas ccntra as<br />

blenorrhagias.— As raízes e as sementes pulverisadas são<br />

insectifugas.—A planta é reputada antidota do mercúrio e<br />

do arsênico.<br />

ANINGA — MONTRICHARDIA ARBORESCENS<br />

Schott. (Araceas).<br />

f P. h., até 4-5 m. de altura e Om. 20 de diam.).<br />

S VN. • - An ingá • uba.<br />

HAB.—Abundante nas margens pantanosas dos lagos<br />

e rios e nas depressões dos campos de varzea (aningaes).<br />

Ind. — A massa esponjosa do tronco é atravessada longitudinalmente<br />

por fibras grossas e <strong>com</strong>pridas empregadas,<br />

ás vezes, na fabricação de cordas.<br />

/////;/. - As flores e os fruetos servem para isca, na<br />

pescaria.<br />

Med. pop.—A seiva é acre e caustica — as folhas contusas.<br />

em .cataplasma, são resolutivas — a raiz, em pó, é<br />

empregada <strong>com</strong>o diurético e drástico.<br />

C<br />

A NI NG A- PARA - DIEFFENBACHIA PICTA Schott.<br />

(Araceas).


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

( P. h.— Om 50 a LM.) — HAB. Terrenos pantanosos<br />

abertos. •<br />

CAR.— Cresce sempre torta.<br />

Meei.— Toxica ( succo cáustico ).<br />

ANINGA-PÀRA — DIEFFENBACHIA SEGUINE<br />

Schott. (Araceas).<br />

Svx.— Caiu ia niaroua.<br />

(P. h.) — HAB.- NOS terrenos pantanosos abertos.<br />

Med. pop.— Nas folhas tem um succo acre, corrosivo,<br />

produzindo inflammação e erupção quando applicado sobre<br />

o epiderme; este succo é toxico.—O cozimento das folhas<br />

é usado em gargarejos na angina e util em loções para inflammações<br />

edematosas.— A tintura da raiz é util em loções<br />

contra o prurigo das partes genitaes.<br />

In d. — O succo da planta serve para marcar a roupa.<br />

ANICA-CAA — (?)<br />

Loc. — S. Caetano de Odivellas.<br />

(A.) — Mad.- Castanho roseo claro; dureza media.<br />

ANZOL de LONTRA— STRYCHNOS ERICETINA<br />

Barb. Rodr. ( Loganiaceas ).<br />

(Cip.)— Svx. Uirari tarerem — Yuakáka-pindd (L.g.).<br />

bui.— A casca da raiz contém uma matéria tinctorial<br />

vermelha. ( Somente encontrado por Bar. Rodr., em Manáos).<br />

ANONA — (Perú) — v. BIRIBA<br />

APÀ ou APAZEIRO — ( Cunani) — EPERUA FAL-<br />

CATA Aubl. ( Legum. caesalp.).<br />

SYN. — Uapd— Espadeira ( R. Trombetas).— Vou a pá<br />

tabaco, da G. Fr.- Wallaba, na G. Ingl. — Wallaba tree,<br />

(Ingl.) — Pois sabre ((i. Fr.).<br />

(A. p. ou m.) — HAB.- Margens dos rios e igarapés;<br />

<strong>com</strong>mum nas Guianas, mas somente encontrado no Pará no<br />

Aricary e no alto R. Trombetas.<br />

CAR.— O frueto é uma vagem dehiscente, <strong>com</strong> 15 cm.<br />

de <strong>com</strong>prido, 5 cm. de largura, em forma de foice acuminada.<br />

Mad.— Madeira avermelhada, Acura, dufa, <strong>com</strong>pacta,<br />

oíeosa, imputrescivel; excellente j&ra obras hydraulicas,<br />

estacas, dormentes.<br />

Mcd.— Casca amarga, emetica.<br />

11


10 A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

APAPA - (Terra-Santa)- EL VA SI A CALOPHYL-<br />

APE — (Marajó — v. UAPE.<br />

Terra firme, na margem dos lagos.<br />

APÈ — UROSPATHA CAUDATA Schott. (Araceas).<br />

pjAB _ Pará e Amazonas — ( P. h. ).<br />

Alim.— O rhizoma contem um succo acre, mas é <strong>com</strong>estível<br />

depois de cozido.<br />

Med. pop.— O succo do rhizoma é util contra as em<br />

pigens.<br />

APERANA - ( Marajó ) - LIMNANTHEMUM HUM-<br />

BOLDTIANUM Griseb. (Gentianaceas).<br />

Planta aquatica.<br />

SYN.— Soldanella d 'agmi.<br />

HAB.— Regos e terrenos baixos, nos campos de várzea.<br />

CAR.— Flor branca, cotonosa, lembrando o " edel weis"<br />

dos Alpes.<br />

Alim. anim.— Forragem regular.<br />

APIHY, ou APEHY, ou APII — v. CAAPlÀ.<br />

APIRANGA — (Santarém )-MOURIRIA A PIRANGA<br />

Spruce (Melastomaceas).<br />

(A. p.)—HAB.- Nas praias da foz do R. Tapajoz —<br />

Maués.<br />

Mo d.— Madeira dura.<br />

Alim— Fructo <strong>com</strong>estível, adocicado, mas adstringente.<br />

' o<br />

APIRANGA — (Óbidos) v. SOCOROZEIRO.<br />

APIRANGA - (Almeirim)-MAYTENUS<br />

(Lelastraceas).<br />

Tntnhíw P -r ] } AB ir n lat V} . secca c,as serras c,e Aramum e<br />

Jutahy (região da Velha Pobre).<br />

APIXUNA — v. PIXUNA.<br />

APIXUNA - SFDEROXYLON (?)<br />

v ;<br />

{Sapotaceas). <<br />

////i,, m ) p n } B ' Terras altas, ao norte de Faro<br />

Almi.-Fructos pequenos, doces, apreciados.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

A PO CU IT A — v. MEMBY.<br />

APOLÓ — v. MAIRÀ.<br />

APUHY — v. APUÍ.<br />

APUÍ-ASSU — v. CAXÍNGUBA.<br />

APUÍ CLUSIA INSIGNIS Mart. (Guttiferaceas )<br />

c CL. GRANDIFLORA Splitg.<br />

Svx. — Guapo-y — Apuhy — Cebola grande da malta.<br />

(a. trep.)—HAB.- Epiphyta, nas arvores altas, em matutas<br />

húmidas, ou pequenas arvores semiepiphyticas em capoeiras<br />

velhas.<br />

Ora. - Flores grandes e bonitas, de côr roseo-pallido,<br />

perfume persistente.<br />

Med. pop.— Das flores extrahe-se uma resina amarella<br />

avermelhada aromatica, usada, <strong>com</strong> banha de cacao, para<br />

curar as rachas do bico do peito. — Bolbo emetico e diurético.<br />

APUÍ — (R. Tapajoz) — FICUS TAPAJOZENSIS P.<br />

Standley (Moraceas).<br />

(Ã. m.) —HAB.- Matta de terra firme.<br />

Loc.—Bôa Vista (R.Tapajós).<br />

APUÍ—FICUSs. g. UROSTIGMA Miq. (Moraceas).<br />

(Cip. e, depois, A. g.)- E' uma planta epiphyta que<br />

se desenvolve sobre outras arvores, entrelaçando suas longas<br />

raizes aereas em redor dos troncos que mata; chegando<br />

até o solo, estas raizes engrossam, unem-se lateralmente,<br />

constituindo, mais tarde, um verdadeiro tronco independente.<br />

— Látex esbranquiçado abundante.<br />

Svx.— Uapuini — Apuhy.<br />

APUHY GRANDE - (R. Tapajoz) — COUSSAPOA NÍ-<br />

TIDA Miquel. (Moraceas).<br />

Planta epiphyta.<br />

APUI-RANA — ( Furos de Breves) — STRYCHNOS<br />

ROUHAMON Benth. (Loganiaceas<br />

# = ROUHAMON GUIANENSjS Aubl.<br />

(Cip.) — Frequente na Amazônia.<br />

SYN.— Urariuva.<br />

Med.—Toxica. — Contem estrychnina (?).<br />

11


39 A AMAZÔNIA BRASII.KIRA<br />

APURUHY - V. PURUHY.<br />

' AQUIQUY (R. Tapajoz) v. FACHEIRO —<br />

ARÁ —CALADIUM BICOLOR Vent. (Araceas).<br />

(p h ) - Tajâ cie folhas longamente pecioladas, ovaes,<br />

lanceoladas, manchadas de vermelho.<br />

ARAÇÀ <strong>com</strong>mum, do Pará — BRITO A ACIDA Berg.<br />

(Myrtaceas). . .<br />

(A. p. ou a.) — HAB.- Em toda a Amazônia.— Cultivado.<br />

Mad — Madeira forte, para pequenas peças; cabos de<br />

ferramentas, moitões, obras de torno — Boa lenha e carvão.<br />

Ali tu.— Fructo amarei lo pallido, globoso; polpa amarello<br />

claro, saborosa.<br />

ARAÇÀ do CAMPO — P SIDIU M A R A Ç Á R a d d i<br />

(Myrtaceas).<br />

(a. ou A. p.) —SYN.- Araçd iba —Araçá pedra—Araçd-i<br />

— Araçá-mirim.<br />

Mad.— Própria para moitões e cabos de ferramentas.<br />

Alim.— Fructos excellentes, parecidos <strong>com</strong> goiabas, mas<br />

mais ácidos; muito apreciados para doces.<br />

Ind. — Os renovos dão matéria tinctorial. — A casca<br />

pode ser utilisada para cortume.— Lenha e carvão de alto<br />

poder calorífico.<br />

Med-Folhas adstringentes.<br />

ARAÇÁ — (R. Branco de Óbidos) - PSIDIUM<br />

._.< Myrtaceas).<br />

Alim. - Fructos grandes, <strong>com</strong>estíveis.<br />

KM S t , -(Belém) - BELLUCIA IMPE-<br />

Ki.VLià bald. e Cogn. (Melastomaceas) e outras especies<br />

cio mesmo genero.<br />

Sv.v- Goiaba de anta-Muhuba (Rio Tapajoz).<br />

HAB.- Capoeiras velhas da t. f.- ( A. p.).<br />

bastame saborosa Ct ° é Uma baga amare,,a ' <strong>com</strong>estível,<br />

ARAÇ^ do Igap^ ( R. Tapajoz} _ Eugenia esp.<br />

Myrtaceas).<br />

taceas K AÇA " PKBA ~ PSIDIUM ARBOREUM Vell. (Myr-


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

(A. m.) — Tronco geralmente achatado e <strong>com</strong> leve<br />

torsão. •<br />

Mad.— Bôa madeira para marcenaria.<br />

Jad.— Casca rica em tannino.<br />

ARAÇÀ PIRANGA — v. GOIABARANA.<br />

ARACA-LIMA — v. PALILLO.<br />

ARAÇÁ-RANA — PSIDIUM div. e EUGENIA div.<br />

í Myrtaceas).<br />

Araçás diversos, nas praias e margens de rios de<br />

aguas limpas, de fructos muito azedos, pouco ou não <strong>com</strong>estíveis.<br />

ARAÇÀ-RANA — BEL LÚCIA<br />

esp. div (Melastomaceas).<br />

ARAÇANDEUA — v. GGIABARANA —<br />

ARAM IN A — (Sul) — v UACIMA (Urena lobata ).<br />

ARAPABACA — SPIGELIA ANTHELMIA L. ( Loganiaceas).<br />

( a. p.-de Om 50 a 0m 80 ).<br />

SY.W— I/erva lombrigiieira — Brinvillière, em Fr.<br />

Med. pop.— Toda a planta é vermífuga ( principalmente<br />

a raiz).— As folhas frescas espalhadas no chão afugentam<br />

as baratas. Em dose forte é venenosa; principio toxico<br />

(ale.): spigelina (Dudley).<br />

ARAPAPA - LU EH EOPSIS VIOLACEA Standl.<br />

(Tiliaceas).<br />

(A. M.) — HAB. - na t. f.<br />

Loc.—Bôa Vista ( R. Tapajoz).<br />

Mad.— Somente <strong>com</strong>o <strong>com</strong>bustível.<br />

ARAPARY da VARZEA - (B. Amazonas) - MACRO-<br />

LOBIUM ACACIAEFOLIUM Benth. (Leg. caesalp.).<br />

Svx.— Faveira ( Cach. do R. JTapajoz )«— Fava dc<br />

Tqjnbaqui. #<br />

(A. m. ou g. ).— HAB. - Margens dos rios c lagos.<br />

Mad.— Madeira ruiva, porosa, para caixas e cellulose<br />

para papel. - D = 0,43.<br />

11


10<br />

A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

Mim. anim. — Os fructos silo procurados pelas tarta-<br />

rUS


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

ARAPOCA de CHEIRO— RAPUTIA<br />

( Rutaceas ). •<br />

(a.). — HAB. - No alto amazonas.<br />

Meti. pop.-- Casca c amêndoas aromaticas. — Casca estomachica<br />

e febrífuga; os seringueiros do A. Amazonas<br />

usam, ás vezes, mascar as folhas, em substituição das de<br />

coca.<br />

ARARA-TUCUPY. ou A. TUCUPE — v. JAPACANIM e<br />

VISGUEIRO. —<br />

ARARACANGA — AS PI DOS PE RMA DESMAN<br />

TH UM Mucll. Arg. (Apocynaceas).<br />

SYNArarauba da T. F. (Mauhés).<br />

(A. g.) — HAB. - Terra firme húmida.<br />

Loc.— Frequente na região do estuário, nas mattas<br />

altas.— Salgado, E. de F. de Br., R. Tapajoz, R. Trombetas<br />

(I .ago Salgado).<br />

Ma d. - Castanho amarello claro, fibras trançadas, grão<br />

fino, dureza media; é uma verdadeira "peroba". Própria<br />

para construcção civil e naval, marcenaria, dormentes (de<br />

bôa conservação). D = 0.90.<br />

Med— As folhas são amargas, febrífugas.<br />

Ind.— A madeira pode servir para fabricação de pasta<br />

de cellulose para papel; <strong>com</strong>pr. das fibras, lmm. 76—diam.,<br />

0,026 D/C = 1.75 ( A. Bastos - M C. P.).<br />

ARARANDEUA — PITHECOLOBIUM CAULIFLO-<br />

RUM Mart. ( Legum. mim).<br />

(A. p.) — SYN. - Ingarana ( Pará ).—Jarandetia.<br />

Mad. — Madeira branco amarellado, <strong>com</strong>pacta —dura —<br />

de bôa conservação.<br />

ARARAUBA da T. F. (Mauhés) — v. ARARACANGA. -<br />

ARAREUA — v. P.VO de ARARA — (Sickingia ).<br />

ARARI U A — v. PA O de ARARA ( Sickingia ).<br />

ARARUTA—MAR ANTA ARUSDINACfcA L. ( Maragtaceas).<br />

#<br />

(P. h.—1 m ) — HAB. • Originaria das Antilhas. — Cultivada.<br />

Alini.— Dos rhizomas, brancos, <strong>com</strong>pridos de 25 a 30<br />

11


10 A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

cm e x t r a h e - s e a tapioca chamada arrow root , especial<br />

para alimentação de creanças c enfermos.- Estes rh.zomas<br />

contém um principio acre que é considerado <strong>com</strong>o antídoto<br />

do veneno dos insectos e das frechas, mas tornam-se <strong>com</strong>estíveis<br />

depois de cozidos ou assados.<br />

AIMKY — MUCUNA ROSTRATA Benth. (Leg. pap.).<br />

(Cipó) HAB. - Nas margens dos nos.<br />

I oc. - Macapá — Mazagào — K. Solimoes.<br />

CAK.— Flores grandes, cor de fogo.<br />

ARATACIU - SAGOTIA RACEMOSA Baill. (Euphorbiaceas).<br />

SYN - Urataciú.<br />

{\ g.) __ HAB.-Na rnatta grande de t. f. húmida, em<br />

todo o E. do Pará.<br />

lnd.— A raiz cheirosa de plantinhas novas se vende<br />

em Belem.<br />

ARATICÚ manso — v. JACA DO PARA.<br />

ARATICÚ do BREJO — í Marajó ) — ANONA GLA-<br />

BRA L. = ANONA PALUSTRIS L. ( Anonaccas >.<br />

SYN. — Araticú pana — Araticií-cortiça — Arati aí da<br />

praia (nos mangaes da Costa).— Corossol sauvage, da G. Fr.<br />

(a. ou A. p.) - Loc. • Bragança, Litoral, Marajó.<br />

Mad. — Pardo escuro, <strong>com</strong> veias amarelladas, flexível;<br />

bôa para carpintaria, caixotaria, para mastros pequenos e<br />

remos.<br />

Ind. — As raizes são esponjosas, substituindo a cortiça,<br />

menos para rolhas (demasiadamente porosas). — E' o "Corkwood<br />

' dos Ingl.<br />

Mim, - O fructo parece-se <strong>com</strong> a 44 jaca do Pará<br />

ou "graviola". mas é aredondado e muito menor; tem um<br />

cheiro muito forte, ethereo, sabor especial, deixando um<br />

gosto de menthol; é amarello quando maduro.<br />

LR, A R , ATI d0 MAT0 — ROLLINIA SILVATICA (St.<br />

nu.) M. (^Xnonaceq^ ).<br />

( A. ) — Mad.- Madeira branca, bôa para gravar (pranchas<br />

de impressão de tecidos) e esculpir.--Tenra, leve. r<br />

. K f w -Pructo da grossura de uma maçã, aveludado,<br />

coberto de escamas achatadas, espaçosas. - Com estes fruc-


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 11<br />

tos fermentados, prepara-se uma bebida refrigerante e estomachica.<br />

m<br />

AR ATI CIJ do MATO — (?) ANONA LONGIFOLIA<br />

Aubl. (Anonaceas).<br />

(A. m.) —SYN. - Envireira — Corossol pinai ou a, da G. Fr.<br />

Loc. - R. Cuminá-mirim.<br />

Alim.— Fructo da grossura de uma maçã, <strong>com</strong> epiderme<br />

fino cobrindo uma carne vermelha, delicada, viscosa,<br />

de gosto excellente.<br />

Mad.— Madeira branca, bastante dura.<br />

Me d. pop.— Folhas e fructos verdes silo usados <strong>com</strong>o<br />

anti-rheumaticos.<br />

ARATICU do PARA — (?) ANONA SERICEA Dun.<br />

( Anonaceas ).<br />

(A. p.) — SYN. - Guimané savane, da G. Fr.<br />

Med. pop.— Casca e folhas antirheumaticas.<br />

ARATICU GRANDE — ANONA MONTANA Macf. =<br />

ANONA MARCGRAVII Mart. (Anonaceas).<br />

SYN.— Arati cinn- ponhè.<br />

Aliai.— Fructo grande, <strong>com</strong>estível, de cheiro penetrante.<br />

— As vezes cultivado. (Fructo parecido <strong>com</strong> o da A. muricata,<br />

mas redondo e de sabor inferior).<br />

ARENARIA — ( Marajó) - CALYPTROCARYA<br />

(Cyperaceas).<br />

(P. h. rasteira). - Aliai, aniai. Pasto medíocre.<br />

ARENARENA — ?<br />

Mact.— Còv de rosa; para moveis e construcçôes.—<br />

Dormentes.<br />

ARIÀ — TH A LI A LUTEA Stend. = MARANTA<br />

LUTE A .lacq. (Marantaceas ).<br />

(P. h.) — Aliai O rhizoma dá pequenos tubérculos em<br />

forma dc peras, brancos, muito apreciados depois de cozidos.<br />

ARIAUÀ — (Mte. Alegre ).-Q m J ALEA* GRAN DI-<br />

FLORA Mart. (Vochvsiaceas). •<br />

IIAB.— Commum nos campos de t. f. em todo o 15.<br />

Amazonas.


10 A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

Mad.- Madeira tenra, usada para construir pequenas<br />

embarcações.<br />

ARIAUÁ — V. PAOARI -<br />

ARIMARU (?) —STRYCHNOS COGENS Schomb.<br />

(Loganiaceas).<br />

Loc. - E. do Amazonas. . . ,<br />

(Cip.) — Med. - Toxico; um dos pnncipaes elementos<br />

do 41 uirari" ou "curare".<br />

AROEIRA — (Mte Alegre) — v. GONÇALO ALVES.<br />

AROUROU — (?) BURSERA (PROTIUM* SCHOM-<br />

BURGKIANUM Engl. ( Burseraceas ), = ICICA ENNEAN-<br />

DRA Aubl. (Classif. m. duvidosa).<br />

( A.) -- SYN. - Arurú.<br />

Mad.- Boa madeira de construcçào.<br />

Jnd — A resina é o "incenso de Cay ena", ou "chipa".<br />

Med.— Esta resina é antiblennorrhagica.<br />

ARRANCA PEDRAS — PHYLLANTHUS NIRURI L.<br />

(Euphorbiaceas). = P. BRASILIENSIS Muell. Arg.<br />

( P. h.) — SYN. - Quebra pedras (Bahia ) — J/erva pombinha<br />

( R. de J.).<br />

Med. pop.— O succo dos fruetos e sementes preconisados<br />

contra o diabetes e a pedra da bexiga — o decocto<br />

da raiz é anti ictérico, diurético e purgativo — o cozimento<br />

das folhas e das sementes <strong>com</strong> xarope de laranjas, é indicado<br />

contra o diabetes e <strong>com</strong>o anti ictérico.<br />

ARROZ COMMUM - (Marajó - Lagos do Cuminá)-<br />

ORIZA SÜBULATA Nees.,= ORIZA SATIVA L. var.<br />

SUBULATA (Gramíneas).<br />

(P. h.) — O typo é originário da índia: foi importado<br />

no 1 ara em 1//2; esta variedade é espontanea.<br />

SYN. - Arroz silvestre - Arroz do mato -<br />

(L. g.).<br />

Abati-mirim<br />

HAB. NOS baixos atolentos, ou formando sociedades<br />

quasi puras nos lagos pouco fundos e cujas praias argillosas<br />

descobrem em temjfb de secca.<br />

c<br />

do Cuminá" Campos baixos cle Mte - - Marajó-Lagos


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

Aliai, aaiai. — E' boa forragem antes de fructificar; depois<br />

torna-se perigoso para o gado por causa das pragafrias<br />

muito desenvolvidas.<br />

O arroz typo é cultivado em grande escala para a<br />

alimentação.<br />

ARROZ BRAVO — v. CAPIM ANDREQUICE.<br />

ARROZ do CAMPO — < Marajó) — TRACHYPOGON<br />

PO L Y .\ IO R PH US Hack. (Gramíneas).<br />

( P. h.) — HAB. - Nos campos altos, meio arenosos.<br />

Alini. aaiai. Forragem coriacea.<br />

ARRUDA —RUTA GRAVEOLENS L. (Rutaceas).<br />

( P. h.) • HAB. - Originaria da região mediterrânea —<br />

cultivada.<br />

CAR. — Cheiro forte, desagradavel; sabor aromatico,<br />

amargo.<br />

Me d. Irritante do tubo digestivo e perigosa, podendo<br />

causar accidentes mortaes - emmenagoga e abortiva—utilisada<br />

na chlorose, amenorrhea e hysterismo.<br />

ARTEMIJA — ou ARTEMÍSIA — AMBROSIA AR-<br />

TEMISIAEFOLIA L. (Compostas).<br />

(P. h.) — HAB. • Abundante nos terrenos argillosos alagadiços<br />

da planície quando ficam fora da agua.<br />

CAR.—Cheiro forte, penetrante, desenvolvendo-se logo<br />

que se esbarra nella.<br />

Mc d. pop. — As summidades floridas e as folhas são tônicas,<br />

aromaticas. febrífugas, lombricidas e antileucorrheicas.—As<br />

fumigações provocam a menstruação.<br />

ARimiA — ISCHNOSIPHON OVATUS Kcke (Marantaceas).<br />

SVX. - Caeté—Banancirinha do aiato — ( P. h. ) —<br />

ARUMÁ-ASSli — ISCHNOSIPHON OBLIQUUS<br />

(Rudge) Koern (Marantaceas).<br />

(a. g.) —HAB. - Nos logares húmidos ou pantanosos<br />

(Baixo R. Ucayali). # #<br />

SYN T . — Uaraaid—Guarunui.<br />

• •<br />

ARUMÁ MEMBECA — ISCHNOSIPHON A R U M A<br />

(Aubl.) Koern. (Marantaceas).<br />

11


10 A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

• &Í~-As hastes, partidas, fornecem bom material para<br />

tecer paneiros, tipitis, peneiras, esteiras... &; esta especie<br />

de arumá é a melhor para este fim.<br />

Alim.-O rhizoma é <strong>com</strong>estível.<br />

ARUMA- MIRIM - ISCHNOSIPHON SIMPLEX<br />

Hub. (Marantaceas).<br />

(a. p.)—Loc.—Nas mattas das margens do K. Arama-<br />

miry.<br />

bui.-Mesmos empregos.<br />

ARUMÁ-RANA — (Marajó) TH A LIA GENICLLATA<br />

L. var. PUBESCENS (Marantaceas).<br />

(a. de 2 m. a 3 m.)<br />

Alim— O rhizoma, assado, é <strong>com</strong>estível; elle da uma<br />

tapioca igual ao "arrow-root' - As folhas novas são<br />

também <strong>com</strong>estíveis; para o gado, ellas constituem uma<br />

bôa forragem.<br />

Ind.—As hastes servem para fazer frechas.<br />

Oni.—E' planta ornamental.<br />

ARUMA-RANA mirim. —THALIA GENICULATA L.<br />

(Marantaceas).<br />

(P. h.) — SYN. — Campará.<br />

HAB.—Abundante em campos inundados na região do<br />

estuário.<br />

Loc.-Mazagão - Gurupá—Marajó,<br />

/j/tf.—Poderia ser utilisada na fabricação dc papel.<br />

Alim. anim. — Bôa forragem, principalmente para os<br />

cavallos.<br />

ARVORE dos FEITICEIROS — CONNARUS PATRI-<br />

SII Planch. (Connaraceas).<br />

(A. p.)—Loc.- Sul da Amazônia—Goyaz.<br />

Med. pop.—E' planta inoffensiva (superstições)—As sementes<br />

são úteis contra a fraqueza geral, o abatimento.<br />

ARVORE de MACACO -v. ESPONJEIRA. —<br />

ARVORE dc TROMBETAS - v. IMBAUBEIRAS.<br />

ARVORE de S. SEBASTIÃO - EUPHORBIA TIRÜ-<br />

CALLl (huphorbiaceas), da índia.<br />

#


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

SYN.—Arvore de cor (d.<br />

CAR—Ramos verdes, sem folhas; látex branco, cáustico.—Cultivada<br />

no Pará.<br />

ARVORE de UMBELLA — CORDIA UMBRACULl-<br />

FERA DC. ( Borraginaceas).<br />

(A. p. ou m )—SYN. - Par d par d (Amazonas).<br />

HAB.—Beira dos rios e terras dos campos (Marajó).<br />

iMad. Madeira para construcção civil e marcenaria.<br />

Med. pop.—Usam da casca queimada para desinfectar<br />

as casas; a fumaça tem cheiro desagradavel.—O succo das<br />

folhas serve para lavar o globo ocular nas conjunctivites.<br />

—As raizes drenam o solo húmido.<br />

Ora.—Presta se para arborização das ruas.<br />

ARVORE de VELAS — PARMEXT1ERA CEREIFERA<br />

Secm. (Bignoniaceas).<br />

(A. p.)-Originaria de Panamá—Cultivada nos jardins<br />

Ora — Os fructos parecem uma quantidade de velas de<br />

cera amarella penduradas nos galhos pelo morrão.<br />

ASSACli — HURA CREPITANS L. (Euphorbiaceas).<br />

(A. g.)—Commum na varzea argillosa alagadiça.<br />

Sv.w- Sablicr, da G. Fr .—Possuía ivood, ou saudbox,<br />

dos Ingl. -Catauá (Perú)—Ra Kuda ivood (Estados Unidos).<br />

Mad.—Branca pardacenta, resistindo bem á humidade;<br />

própria para soalhos e forros, tamancos — deve se deixar<br />

alguns mezes n'agua. antes de serral-a, senão a poeira da<br />

serragem irrita os olhos. Também, antes de derrubar a arvore,<br />

convém sangral-a, cortando um annel da casca e deixando<br />

escorrer o látex. — D =0,50.<br />

Med.—Seiva muito caustica e venenosa, produzindo<br />

ulcerações quando cm contacto <strong>com</strong> as mucosas e até <strong>com</strong><br />

a pelle. O principio activo do látex é a "Hurina", ou "Crepitina"<br />

(Ch. Richet). Não tem fundamento a reputação que<br />

tem esta seiva de curar a morphea.<br />

Iad. O leite de assacú é, ás vezes, utilizado para tiaguijar<br />

peixe. O fructo é uma capsula dehiscente que. quando<br />

"madura e secca, arrebenta <strong>com</strong> uma pequena detonação,<br />

espalhando as sementes que são#oleagino^as (em junhojulho);<br />

as amêndoas limpas dão 40° o de oleo amarello, claro,<br />

inodoro—este oleo é venenoso nfi dose de 4 gr.—As sementes<br />

provocam vomitos, constricção da garganta, diarrhea,<br />

tenesmo e syneope.<br />

11


10<br />

A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

ASSACÚ-RANA - ERYTHRINA GLAUCA Willü.<br />

Legum. P a P-u' m }_Hab.-Margens do Amazonas, na var-<br />

zea. ^ . ,<br />

SYN.—Suma. , , n .<br />

CAR.—Tronco aculeado, <strong>com</strong>o o do assacu — Bonitas<br />

flores alaranjadas.<br />

Mad.- Madeira branca, molle, leve para forros, ga-<br />

mellas... &• ,<br />

Med - Util contra as doenças hepaticas, mas narcotico<br />

—o chá das raizeséantirheumatico; purgativo em alta dose.<br />

ASSACU-Y - EUPHORBIÀ COTINOIDES Miq. (Euphorbiaceas).<br />

CAR.—Folhas quasi côr de cobre; látex branco, cáustico,<br />

(a. p. ).-SYN. -Maleiteira-Leiteira.<br />

Med— A raiz é purgativa, o succo leitoso das folhas,<br />

addicionado de mel,


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

(A. g. ou M.) HAB. - Frequente na T. f. de Beiern, Guru<br />

pá. „<br />

Mad. - Castanho claro, grosseira, porosa. D = 0,68.<br />

Orn — Esta arvore convém para arborisação publica.<br />

As flores são em espigas <strong>com</strong>pridas, vermelhas.<br />

ATEREUA — v. ATERIBA.<br />

ATERIBA — ESCH WEILER A, div. esp<br />

(Lecythidaceas).<br />

(A.)—Na região do Salgado.<br />

SYN.— Tiribá (E. F. Br.) —Aterebd—Atereua — Jatereua.<br />

ATURIÀ — MACHAERIUM LUNATUM (L.) Ducke,<br />

= DREPANOCARPUS LUNATUS Mcy. (Legum. dalberg.)<br />

(a. <strong>com</strong> longos ramos tortuosos). Loc. - No litoral e no<br />

estuário. No B. Amazonas até Mte. Alegre.<br />

CAR.—Espinhoso—Estende-se, ás vezes, na frente da<br />

matta marginal dos rios e furos, no estuário.<br />

ATURIÀ — DREPANOCARPUS FEROX. Mart. (Leg.<br />

dalb. ).= MACHAERIUM FEROX (Mart.) Ducke. (Leg.<br />

dalb.).<br />

(Cip.) — Em toda a Amazônia - SYN. - Juquiry.<br />

CAR.—Verdadeira peste que invade os campos de varzea<br />

quando se deixa florescer e fructificar. Os indivíduos<br />

velhos trepam em arvores <strong>com</strong>o cipós.<br />

Med— As folhas são resolutivas.<br />

AUATI — v, MILIIO.<br />

AUIBA (?) — X1LOSMA BENTHAMI Griseb., e X.<br />

DIGYNUM Benth. ( Flacourtiaceas).<br />

(A. p.)—SYN. - Aui-tiva.<br />

Loc.—Pará e Amazonas.<br />

Mg d.—Muito resistente, mas de pequenas dimensões.<br />

Bom <strong>com</strong>bustível.<br />

Med. - Aromatica— Casca adstringente.<br />

AVENCA — GYMNOGRAMMA^ CALOMELANOS<br />

Kaulf. (Polypodiaceas).<br />

# (P. h.). .<br />

Loc.—R. Anauerá-pucú.<br />

Ora.—Folhas brancas, orladas de verde e vermelho<br />

11


10<br />

A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

AVENCA - LYGODIUM VOLUBILE Sw. (Fetos).-<br />

• Loc. - Rio Counany.<br />

AVENCA miuda - ADIANTUM C UNE ATUM Fischer<br />

(Filicineas). ,<br />

Med.- A infusão das folhas e peitoral.<br />

Ont,—As folhas são delicadas, muito recortadas.<br />

AVENCA grande — ALSOPHILA FEROX Presl. Cvatheaceas)<br />

e HEMITELIA MULTIFLORA R. Br. (Cyatheaceas).<br />

r, N<br />

SYN. — Sa mamba ia grande — ronge re arborescente,<br />

em Fr.<br />

CAR.—Raras vezes chegam a ter um pequeno tronco<br />

de menos de 1 m. de altura ; nas cabeceiras do lago de<br />

Mariapixy (M. de Faro) encontram-se alguns exemplares<br />

<strong>com</strong> troncos de lm.70 a 2 m.<br />

AVI NEIRA — (Macapá) —v. ANDIRÁ-UCHY (Andirá<br />

inermis).<br />

AYAPÁNA — EUPATORIUM AYAPANA Vent.<br />

(Compostas).<br />

(a. p.—de lmõO a 2m.) — Espontâneo ou cultivado nos<br />

jardins.<br />

SYN .—Japona ou Ia pana (Amazonas) — I/erva de cobra.<br />

CAR.—Flores de cheiro agradavel.<br />

Med.—Antiscorbutico, tonico, estomachico, aromatico—<br />

adstringente energico contra a diarrhea c a dysenteria — A<br />

infusão das folhas é um poderoso sudorífico—As folhas frescas,<br />

ou o seu succo, ajudam a cicatrização das feridas—Empregada<br />

contra o veneno das cobras.<br />

AYOU — v. CANELLA PRETA.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 45


A AMAZOXIA BRASILEIRA


B<br />

BACOPA — BACOPA AQU ATIÇA Aubl. (Scrophulariaccas).<br />

(PI. h. rasteira).—HAB.- Nas margens dos rios.<br />

Med. pop.—Vulneraria—Em banhos contra rheumatismos;<br />

em gargarejos contra anginas e stomatitas—Applicam<br />

as folhas nas queimaduras.<br />

BACUPARY — SALACIA MICRANTHA Peyr. (Hippocrateaceas).<br />

(a. p.-0m30).<br />

BACUPARY—SALACIA COGNATA Peyr. (Hippocrateaceas).<br />

( a.).<br />

BACUPARY—SALACIA LAXIFLORA Peyr. (Hippocrateaceas).<br />

( a. ).<br />

BACUPARY—SALACIA COR YM BOS A Hub. (Hippocrateaceas).<br />

(A. p. ou a.) —Loc. - Alto Amazonas.<br />

BACUPARY — RHEEDIA MACROPHYI^LA (Mart.)<br />

PI. e I r. (Guttiferaceas).<br />

* (A. p.)—SYN. • Dacury-pary (BelCm-Baixo Amazonas).<br />

Mad.—Para marcenaria (obras pequenas).<br />

Ind.—A casca serve para cortume.


10 64 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Mim -Fructo amarelio, liso, de grossura de um peqüfeno<br />

ovo de gallinha; polpa mais acida do que a doba-<br />

cury.—<br />

E outras especies do mesmo genero Rhecdia, <strong>com</strong><br />

fructos lisos ou ásperos, todos <strong>com</strong>estíveis.<br />

BACURY BRAVO -MORONOBEA CANDIDA Ducke<br />

(Guttifuaccas^^^ \|attas não inundáveis.<br />

Loc.—Mauhés, Juruty Velho.<br />

BACURUBIJ — (de Rio de Janeiro) — SCHIZOLOBI-<br />

ÜM EXCELSÜM Vogel (Leg, çaes )<br />

Na Amazônia (T. f. de Óbidos), encontra-se a especic<br />

SCHIZOLOBIÜM AMAZONICÜM Ducke - v. PARICA'.<br />

BACURY— PLATONIA INSIGNIS Mart. (Guttifera-<br />

CCÍLS.<br />

SYIx.-lbá-ciiry (L. g.)—Parcouri (G. Fr.) ou parcourisoufre.<br />

CAR.—Copa em forma de cone virado <strong>com</strong> a ponta<br />

para baixo.<br />

(A. g.).—HAB. - Mattas de T. f., de preferencia não<br />

muito afastadas de campos naturaes.<br />

Loc.—Salgado—Bragança—Costa S. E. de Marajó-R.<br />

Capim - R. Tocantins.<br />

Mo.d.—Madeira amarellajbôa para construcção naval,<br />

soalhos, carpintaria; própria para tanoaria e segeria.—<br />

D = 0.90.<br />

In d—As sementes são oleaginosas; as amêndoas dão<br />

65°/o de uma gordura de cor castanha avermelhada escura.<br />

Alim.—Fructos grandes, redondos, da grossura de<br />

uma laranja; a pelle, grossa, é resinosa, mas a polpa branca<br />

que envolve as sementes é agri-doce, perfumada, de<br />

gosto agradavel, utilisada para fabricar doces, <strong>com</strong>potas,<br />

xaropes e sorvetes saborosos.<br />

Ora.—A arvore é frondosa, magnifica quando coberta<br />

de flores róseas ou raramente brancas.<br />

M \ - r ' P A R * selvagem — RHEEDIA aff. ACUMI-<br />

INAIA 1 lanch. e l r. # (Guttiferaceas). •<br />

"Estr. de F. de Bragança.<br />

Mad.—resinosa; óptima lenha—carpintaria.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 49<br />

Ali ni— Fructos menores do que os do Rh. macrophylla;<br />

peile coriacea, rugosa ; polpa <strong>com</strong>estível, azeda. \<br />

BAGACEIRA — v. TATAJUBA, de Bclcm.—<br />

BALATA verdadeira — MIMUSOPS BIDENTATA DC.<br />

(Sapotaceas) = MANILKARA BIDENTATA (A. DC.) A.<br />

Chev.<br />

(A. G.)—SVN. - Balata franc, ou Balata rouge (G. Fr.)<br />

— Bullet tree (Ingl.)<br />

HAB.-Matta de T. f., numa zona bastante larga que<br />

se estende de cada lado das serras que separam do Brasil<br />

a Venezuela e as Guyanas.<br />

Loc. Altos R. Erepecurú, Curuá, Maicurú e Paru.<br />

— Rio Branco (nos limites <strong>com</strong> a Guyana Ingl.).<br />

yiad. — Vermelha, quasi roxa, muito <strong>com</strong>pacta e resistente;<br />

de primeira qualidade para construcçáo civil e naval,<br />

obras hydraulicas. dormentes—<strong>com</strong>bustível de alto poder calorífico<br />

(queimando, desprende cheiro de canella da índia).<br />

— D = 1,10.<br />

Ind.—O látex, branco, abundante, dá a verdadeira "balata'<br />

do <strong>com</strong>mercio, succedaneo da "Gutta - percha".<br />

BALATA ROSADA— SIDEROXYLON RESINIFE-<br />

RUM Ducke (Sapotaceas).<br />

SVN. - Rosadinha (Tonantins).<br />

(A. (}.)- Loc.-Matta não inundavel perto de Tonantins<br />

(Amazonas).<br />

Ind.— Dá uma balata de qualidade visinha da "coquirana",<br />

mas pouco abundante.<br />

BALATA ROSADA —SIDEROXYLON CYRTOBO-<br />

TRYUM Miq. (Sapotaceas).<br />

SYN — Rosadinha.<br />

(A. G.) —Loc.- Manáos, em matta não inundavel.<br />

lad.— Produz em pequena quantidade um succedaneo<br />

da balata, de qualidade inferior.<br />

BALATINIIA — Ao que parece, este nome é dado a<br />

varias Sapotaceas (conforme a localidade).<br />

• BALSAMINA—IMPATIENS BALSAMINA L. (Balsaminaceas).—Orig.<br />

da índia.<br />

(PI. h.) - Cultivada nos jardins.


50 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

SYN - Beijo de frade - Meli adro.<br />

orn — Muitas variedades, <strong>com</strong> flores bonitas, simples<br />

ou dobradas.<br />

BALSAMO - (R. Acre) - MYROXYLON PE RUI FE-<br />

R U M ( A L ' g ( V i g s K ^ m ^ (Estados do Sul) - /*,/.<br />

santo (Serras do Ceará). , D .<br />

Loc.— Não se encontra nos Estados do Pará e do<br />

Amazonas. . .<br />

Med — Dá um succo balsamico, de cor rubra-escura,<br />

cheiro agradavel, empregado <strong>com</strong>o peitoral e contra os catarrhos<br />

da bexiga.<br />

Mad.— Bonita madeira vermelha <strong>com</strong> manchas escuras,<br />

para obras de luxo.<br />

BALSAMO - ( R. Madeira ) - OGEODEIA AMARA<br />

Ducke ( Moraceas).<br />

SY.W— Quina<br />

BAMBU e BAMBUSINHO — v. TABOCA. —<br />

BANANEIRA—MUSA esp. div. que se dividem em<br />

numerosas variedades. (Musaceas) —Origin. da Asia meridional.<br />

I o . — Bananeira de fructos <strong>com</strong>estíveis:<br />

lad.— Do tronco pode se extrahir fibras fortes, mas<br />

cm muito pequena quantidade e deve notar-se que o melhor<br />

rendimento somente é obtido cortando a bananeira na época<br />

da florescência, não se podendo assim aproveitar os fructos.<br />

Aliai — Os fructos das bananeiras silo dos melhores e<br />

dos mais úteis; maduros, constituem uma excellente sobremesa<br />

e <strong>com</strong> elles preparam-se doces e <strong>com</strong>potas saborosas;<br />

verdes, as bananas grandes, cozidas ou fritas, são um legume<br />

apreciado, mas não de valor alimentar tão grande<br />

<strong>com</strong>o se acredita geralmente.<br />

a— Banana pequena — MUSA SAPIENTIUM L.<br />

r ~ ^ l u a n a fgo — Sweel plantain (Ingl.)<br />

LAR.—No cacholas bananas são viradas para cima.<br />

Aliai.—Os fructos se <strong>com</strong>em maduros c crus.<br />

Muitas variedades:


Cumaru (Cournarouna odorata)


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 51<br />

BANANA MAÇA ou BANANA BRANCA<br />

CAR.-- Tronco verde roseo ou verde amarello, tom<br />

manchas castanho — peciolos roseos — frueto quasi cylindrico;<br />

pelle fina, amarello claro quando maduro; polpa<br />

branca, sabor doce e agradavel; peso de 100 a 200 grs.-cacho<br />

de 10 a 30 ks. <strong>com</strong> 60 a 150 fruetos.<br />

BANANA PRATA -<br />

CAR.—Tronco verde claro—frueto <strong>com</strong> cinco quinas<br />

bem visíveis, amarello quando maduro—polpa branca, lustrosa,<br />

perfumada.<br />

BANANA INAJÁ —<br />

CAR. -Tronco vermelho escuro; folhas quasi verticaes<br />

—frueto pequeno, pesa de 30 a 60 grs, roliço; amarello vivo<br />

<strong>com</strong> pequenas manchas quasi pretas, quando maduro —<br />

polpa amarella de ouro, aromatica, doce, saborosa. E' talvez,<br />

a melhor banana de sobremesa e a que dá os doces<br />

mais delicados.<br />

BANANA PIRAUÁ —<br />

SYN —B. de Barbados—B. de Cayenna — B. chorona -<br />

B. de Tapaná.— Gros Michel, das Antilhas.<br />

CAR. - Tronco largamente manchado de castanho escuro<br />

; peciolo vermelho escuro nas margens — Frueto verde<br />

amarei lado quando maduro, <strong>com</strong>prido, um pouco arqueado<br />

— polpa branco rosado claro, fortemente perfumada. Cachos<br />

de 15 a 25 ks. (120-160 fruetos) - Tendo a pelle bastante<br />

espessa, esta banana transporta-se bem, mesmo sem emballagem<br />

especial.<br />

BANANA S. THOMfi —<br />

CAR.— Peciolo e folha vermelho-castanho por baixo —<br />

frueto grosso, amarello esverdeado quando maduro—cacho<br />

grande, mas pouco apertado-polpa rósea, aromatica.<br />

BANANA ROXA —<br />

CAR.—Tronco e folha vermelho - castanho escuro T<br />

frueto vermelho arroxeado - polpa amarello carregado, muito<br />

aromatica. • •<br />

BANANA SAPO-<br />

SYN.—Banana jadia.<br />

CAR.—Tronco e peciolo verde claro—frueto grosso e


52<br />

A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

curto, <strong>com</strong> 5 quinas salientes-pelle muito espessa, dura -<br />

polpa doce mais pouco saborosa-Utilisada somente para a<br />

alimentação dos animaes.<br />

liAiUNA FIFI - _ , . ,<br />

Cachos de 100 a 130 bananas viradas para cima, pequeninas.<br />

<strong>com</strong> 5 quinas bem acentuadas.-Sem valor-A bananeira<br />

cresce muito: o tronco é alto, as folhas grandes.<br />

b- Banana grande - MUSA PARADISÍACA L.<br />

SYN. Banana pacova—plantam (Ingl.)<br />

CAR.—No cacho, os fructos estão virados para a ponta<br />

da espiga floral. .<br />

Álini.— Os fructos se <strong>com</strong>em cosidos, fritos ou assados<br />

quando ainda verdes e crûs quando maduros.<br />

Diversas variedades:<br />

HA NANA PACOVA COM M LM -<br />

CAR.—Tronco e peciolo verdes, tendo estes as margens<br />

levantadas, formando bainha—fructo de 20 a 30 cms.<br />

de <strong>com</strong>prido e 5 a 6 cms. de diâmetro, <strong>com</strong> 3 ou 4 quinas<br />

bem apparentes, um pouco arqueado —Pelle grossa, amarella<br />

na madureza- polpa um pouco dura, branca amarellada,<br />

pouco assucarada, mas de gosto agradavel—Peso do fructo<br />

de 250 a 400 grs.-cachos de 20 a 35 bananas, pesando de<br />

7 a 14 kilos.<br />

BANANA PACOVV —<br />

CAR.— Folhas muito largas—Fructo fortemente arqueado,<br />

alongado, menor do que a pacova, mas cachos enormes,<br />

muito apertados.<br />

c~ Banana anã - MUSA CAVENDISHII Lamb. = M.<br />

SINENSIS Sweet.<br />

, Sy^.-Banana caturra — Banana cambota — Banana<br />

da Uiiiia— Banana nanica.<br />

CAR.—Tronco pouco elevado (Im.), forte; folhas verde<br />

escuro por cima, verde mar por baixo—Peciolo formando<br />

bainha cacho grande (25 a 40 ks.) indo até o chão-Fructo<br />

parecido cogi a banana pirauá, arqueado, roliço, verde-amarello<br />

quando maduro (fité mais de 200 em cada cacho).-O<br />

crescimento desta bananeira


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 53<br />

2 o . — Bananeiras de fructos não <strong>com</strong>estíveis:<br />

Abaca-MUSA TEXTILIS Née. Das Ilhas Philippinas.<br />

—A cultura desta bananeira ainda não foi experimentada<br />

na Amazonia, li' a única bananeira que dá boa fibra < Manilla-Chanvre<br />

de Manille, em Fr.) em proporção vantajosa<br />

para a exploração industrial.<br />

BANANEIRA BRAVA ou BANANEIRA de LEQUE —<br />

v. PACOVA SOROROCA.<br />

BANANEIRA do MATTO — HELICONIA BIHAI L.<br />

(Musaceas).<br />

(PI. h. até 4 m. de alt.).-Svx. - Balisier (G. Fr.).<br />

íad. Dá boa cellulosa para a fabricação de papel.<br />

. Mim.—As sementes são <strong>com</strong>estíveis<br />

Meei. -As raizes são um brando adstringente.<br />

Ora. -Cultivada <strong>com</strong>o planta ornamental.<br />

BANANEIRINHA do MATTO — HELICONIA BRA-<br />

SILIENSIS Hook (Musaceas).<br />

(PI. h.) —SYN. • Balisier (na G. Fr.)—Canna.<br />

Meei. pop. - As sementes contusas n'agua são usadas<br />

contra as diarrhéas —O cosimento da raiz é empregado cm<br />

injecções nas gonorrhéas.<br />

BANANEIRINHA do MATTO — Este nome applica-se<br />

ainda a varias outras especies do mesmo genero Helicouia;<br />

a mais <strong>com</strong>mum é a H. PSITTACORUM.<br />

BANANEIRINHA do MATTO — v. ARUMA. (Ischno<br />

siphon ovatus).<br />

BARATINHA— ( Breves) - CARAIPA MACRO-<br />

PHYLLA Mart. (Guttiferaceas).<br />

(A. m.).<br />

lad.— A semente, achatada de côr castanho, contem<br />

uma amêndoa oleaginosa que dá 60° o xle oleo espesso, solidificando-se<br />

em parte, côr castanho-esveyieado escura, de cheiro<br />

desagradavel — safra (cm Belem) de fevereiro até abril.—<br />

E varias outras especies do mesmo género Caraipa.


*<br />

54 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

BARATINHA-CASSIA FASTUOSA Willd (Legum.<br />

CaeSa ( 1P 4 'm.) —Indígena nas mattas, em terreno argilloso.<br />

SYS— Angico (por confusão <strong>com</strong> Piptadenia) — Barbatimão<br />

(Amazonas).- Chuva de ouro (Belem) - Faveirinha<br />

( Rio Tapajoz). ..<br />

Loc — Belem — Bragança — R. Moju — Mazagao — Almeirim<br />

- R. Xingu — Santarém — R. Trombetas.<br />

Om — Cultivada em Belem: llores amarellas em grandes<br />

cachos pendentes.<br />

BARBA de BARATA- CAESALPINIA PÜLCHER-<br />

RIMA Svv. ( Legum. caesalp.). #<br />

í A.) — Origin. das Antilhas.—Cultivada.<br />

Med. pop.- Raizes toxicas.— A infusão das flores e das<br />

folhas 6 emmenagoga e considerada <strong>com</strong>o abortiva.<br />

BARBA de BODE — (Marajó) - ERAGROSTIS REP-<br />

TANS Nees (Gramíneas).<br />

( PI. h., de Om 22 a Om 35 ).<br />

Loc.—Commum no baixo Amazonas e estuário.<br />

Alirn. anim.—P'orragem excellente para os cavallos:<br />

macio, substancial. — Nos campos baixos, resiste aos mais<br />

longos verões.<br />

BARBA de BODE — (Campos de Cunani) - ONCOS-<br />

TYLIS sp.<br />

BARBA de BODE — CYPERUS RADIATUS Vahl.<br />

(Cyperaceas).<br />

Svx. Capim cortante (PavX)—Tiririca do caaipo.<br />

Aliai, aairn.— Forragem.<br />

Ind.—Utilisado para a fabricação de esteiras—Poderia<br />

dar pasta para papel.<br />

BARBA de BOI — v. PARATURA.<br />

BARBA de CABRA - ARUNCUS AMERICA NUS Rafin.<br />

(Rosaceas).-Exótica.<br />

(a p.)•-- Svx. - Rarba de paca.<br />

Med. pop -Adstringente, tônica e febrífuga. *<br />

U/7L—Cultivada <strong>com</strong>o planta ornamental/<br />

BARBA de PACA - v. BARBA de CABRA.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 55<br />

BARBA de PACA — NEPSERA AQUATICA (Aubl.)<br />

Naud. (Melastomaceas). 9<br />

(a.)—HAB. - Nas capoeiras novas e na beira dos caminhos.<br />

Loc.— Muito abundante em Belem.<br />

Mcd. pop.— Toxica (?).— As folhas são usadas contra<br />

a hematúria intertropical.<br />

BARBA de VELHO — TILLANDSIA RECURVATA<br />

L. { Bromeliaceas).<br />

CAR.— Planta epiphyta, lembrando pequenas moitas de<br />

gramíneas.<br />

A TILL ANDSI A USNEOIDES L., muitas vezes citada<br />

<strong>com</strong>o amazoniense não se encontra na Amazônia; foi<br />

encontrada unicamente no Gurupy.<br />

BARBA de VELHO — ANDROPOGON VIRGINICUS<br />

L. (Gramíneas).—v. CAPIM MEMBECA.—<br />

BARBADINHO — v. CARRAPICHINHO.<br />

BAI IBADINHO — (Marajó) — DESMODIUM BAR-<br />

BA'TUM Benth. (Leg. hedys. >.<br />

. Htm. anini. — Forragem.<br />

BARBASCO —CLIBADIUM BIOCARPUM Mart.<br />

( Compostas).<br />

Meu.— Narcotico; o principio activo é a Clibadina<br />

( Ale. ?).— Utilisado para " tinguijar " peixe.<br />

BARBATIMÃO—(Nome dado no Sul ás plantas deste<br />

genero) STRYPHNODENDRON ANGUSTUM Benth.<br />

( Legum. mim.).<br />

Loc — No Amazonas.<br />

(A. m ).<br />

BARBATIMÃO — ( Nome dado no Sul ás plantas deste<br />

gênero) STRYPHNOI)EXI)RON MICROSTACIIVUM<br />

Benth. ( Legum. mim.).<br />

» BARBATIMÃO—(Nome dado r*> Sul ás plantas deste<br />

genero) STRYPHNODENDRON GUYANENSE Benth.<br />

[ Legum. mim.).


56<br />

A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

RARBATIMÃO—(Nome dado no Sul ás plantas deste<br />

e«ero) STR Y PI-1NODEN D RON GUYANENSE var. FLO-<br />

RIBUNDUM Benth. (Legum. mim.).<br />

Svx — Paticarana (Pará<br />

Jfi'd — A casca pode servir para cortume.<br />

1 led pop.—A casca 6 adstringente e amarga; a decoccào<br />

6 empregada em lavagens contra a leucorrhéa; em<br />

pó sobre as ulceras; em chá contra as hemoptyses; é chamada<br />

ás vezes casca da virgindade devido á sua energica<br />

acção styptica.<br />

BARBATIMÃO — (Mte. Alegre — Almeirim ) — JACA-<br />

RANDA' BRASILIANA (Bignoniaceas ).<br />

BARBATIMÃO — (Amazonas) v.— BARATINHA.<br />

BARBATIMÃO (Monte Alegre) - VATAI REA MA-<br />

CROCARPA (Benth.) Ducke (Leg. caes.)<br />

(A. m.).—HAB.-Campos altos arenosos.<br />

Loc.—Alcobaça—Serras de Almeirim —Santarém.<br />

CAR.—Flores azul-roxo claro.<br />

BATATA da PRAIA — v. SALSA da PRAIA.<br />

BATATA de CABOCLO — BIG NO NI A EXOLETA<br />

\ ell. (Bignoniaceas).<br />

(Cip.).<br />

SVN.—Jeticarana— Unha de morcego.<br />

Ind.—Dos tubérculos extrahe-se tinta.<br />

BATATA de PURGA — OPERCULINA ALTÍSSIMA<br />

Meissn. (Convolvulaceas).<br />

(Cip.).<br />

Med.—Raiz drastica.<br />

nrr r S BRAVA - (R. Tapajoz) -STIGMAPH YLLON<br />

rULOENS (Lam.) Juss. (Malpighiaceas).<br />

-IPOMAEA BATATAS Lam. (Con-<br />

0n - m v ,a °u da America; acclimada e<br />

cultivada em terrenas húmidos).<br />

ü 1. h. rasteira)-Svx. - Palate douce (Fr.) Sweet potato


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 57<br />

CAR.—Fructifica raras vezes; multiplica-se pelos renovos<br />

nascidos dos tubérculos. •<br />

Aliai.- O peso dos tubérculos alongados pode variar<br />

de 200 grs. até 5 ks.-Cosidos, constituem um alimento delicado<br />

e saboroso, <strong>com</strong> gosto intermediário entre o da castanha<br />

e o da batata. — Os tubérculos não se conservam e<br />

devem ser utilisados pouco depois de arrancal-os.—As folhas<br />

novas podem substituir os espinafres.<br />

íiul — Os tubérculos contem amido e assucar; prestamse<br />

para a fabricação de álcool.<br />

BATATÃO AMARELLO (Marajó) — OPERCULINA<br />

PTERODES Meissn. (Convolvulaceas).<br />

(Cip.).— CAR. - Flores amarellas.<br />

Me d.—A raiz é um purgativo violento.<br />

BATATÃO ROXO (Marajó) - IPOMAEA PENTA-<br />

PHYLLA .lacq (Convolvulaceas).<br />

(Cip.) — SYX. - Campainha dos tintureiros.<br />

CAK.—Flor roxa.<br />

Med. pop.—Às flores são usadas em banhos contra as<br />

conjunctivites.<br />

Jad.—Á planta dá matéria corante vermelha.<br />

BATATA - RANA (Marajó ) — VIGNA LUTEOLA<br />

Her.th. (Legum phas.).<br />

(Cip.)—HAB. - Nos campos argilosos húmidos e praias<br />

marítimas.<br />

Aliai. anim. - Bôa forragem para os cavallos.<br />

BATATA - RANA — IPOMAEA SETIFERA Poir.<br />

(Convolvulaceas).<br />

(Cip.)—Flores purpureas.<br />

SYX.—Campainha vermelha.<br />

BAUNILHA - VANILLA A ROM ATIÇA Swartz.<br />

(Orchidaceas).<br />

VANILLA GUYANENSIS L. (Orchidaceas).<br />

VANILLA DUCKEI Hub. (Orchidaceas).<br />

e outras V. « •<br />

(Cip)-HAB. - Commum nas mattas de t. f. e. sobretudo*<br />

de varzea. conforme as especies.<br />

Os fructos seccos em condições determinadas contem<br />

"vanilina".<br />

t


*<br />

58 A AMAZÔNIA BRASILEIRA _ _ _<br />

AHm— Serve de condimento.<br />

Xled.—Estimulante e aromatica.<br />

« /,„/-Empregada em perfumaria<br />

As especies de baunilha que se encontram na Amazônia<br />

são relativamente pouco aromaticas; a baunilha do México<br />

(Vanilla planifolia Andr.), de qualidade superior, é<br />

acclimada na Amazônia onde sua cultura poderia se desenvolver.<br />

BAUNILHA do CAÇADOR — v. PARASITAS.—<br />

BAUNILHASINHA — v. PARASITAS.—<br />

BEBERU— v. BI BI RU.—<br />

BEGÔNIA — (Bcgoniaceas).<br />

SYN.-Coração de estudante (no Sul).<br />

Numerosas variedades cultivadas.<br />

Orn.—Notáveis pelas folhas grandes, variadas de forma<br />

e de coloração e os belios cachos de flores brancas ou<br />

côr de rosa.<br />

BEIJO de FRADE — v. BALSAMINA.<br />

BELDROEGA— PORTULACA OLERACEA L. (Portulacaceas)—<br />

Origin. da Asia occidental; subespontanea e<br />

cultivada na Amazônia.<br />

(PI. h.).<br />

Aliai.—As folhas <strong>com</strong>em-se em salada ou cozidas.<br />

Med.—As sementes são diuréticas e emmenagogas.<br />

BELDROEGA DA FLÔR GRANDE — P O R T U L A C A<br />

GRANDIFLORA Hook. (Portulacaceas).-Orig. dos Andes.<br />

Aliai.— A raiz tuberosa é <strong>com</strong>estível.<br />

Ora.—Flores de cores diversas.<br />

NTVT?N L í( E ? NHA - < Rio Trombetas)- LOPHOSTOMA<br />

UlíSiJ/U Ducke (Thvmelaeaceas).<br />

7T. Car ' Magnifica folhagem encarnada.<br />

Loc.-kio Mapuera—O ri ximin á.<br />

BELLA — v. FL&R DE S. JOÃO.—<br />

• r<br />

-P n'twin L ra.T PLUMBAGO CAPENSIS Thbg.,<br />

- P. GRANDIFLORA Ten. (Piumbaginaceas).


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 59<br />

(a.) - Orn. - Flores azul desmaiado abundantes e persistentes.<br />

BENJAMIN — FICUS BENJAMIN A L. (Moraceas)-<br />

Origin. da índia.<br />

(A. m.)—CAR. - Fructos muito pequenos, avermelhados<br />

<strong>com</strong> pontinhos brancos.<br />

Orn.— Muito aproveitado para arborisação das ruas e<br />

praças.<br />

BEQUE — TRICHANTERA GIGANTEA H. B. K.<br />

(Acanthaceas).<br />

BERINGELA — SOLANUM MELONGENA L. (Solanaceas).—Origin.<br />

da Índia.<br />

Cultivado.<br />

Alim.—O fructo é um bom legume; a variedade <strong>com</strong>prida,<br />

roxa, 6 a melhor. — Valor alimentar muito fraco. --<br />

Antes da madureza, a beringela contem uma proporção notável<br />

de "solanina", principio toxico bastante activo.<br />

BERTALHA — BASELLA RUBRA L. var CORDI-<br />

FOLIA (Chenopodiaceas). — Origin. da China.<br />

Alim— As largas folhas <strong>com</strong>em-se cosidas, <strong>com</strong>o espinafres.<br />

BETRE AROMATICO — v. JAMBU-RANA.<br />

BIBIRÚ — OCOTEA RODI A EI Mez. (Lauraceas).<br />

(A. g.) Ainda não foi identificada scientificamente<br />

Amazônia.<br />

na<br />

1<br />

SYN.—Ilauba branca (Amazônia)—Beberá-Louro bibirá<br />

— Jtauba<br />

(G. Fr.).<br />

vermelha — Greenheart (Ingl.) — Bois de fer<br />

Mad.—Madeira muito dura e densa, assetinada, de cor<br />

castanho esverdeado ou verde escuro, aromatica — de primeira<br />

qualidade para obras immersas (portas de represas,<br />

estacas, trapiches), construcções navaes; não é atacada pelo<br />

turá— marcenaria dormentes. .<br />

Med.-A casca é excitante, aromatica, tônica e febrífuga;<br />

contem os alcalóides beberina ^ nectandrina\ o sulfato<br />

de beberina 6 aconselhado nas febres intermittentes.<br />

BICUHYBA CHEIROSA — VIROLA THEIODORA<br />

Spruce (Myristicaceas).


#<br />

60 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Alim —As folhas seccas substituem o chá.<br />

. (A. .).<br />

BILIMBI—AVERRHO A BIL1MBI L. (Oxalidaceas)<br />

(A. p.) Origin. da Asia tropical. — Cultivada na Ama-<br />

zônia. ^<br />

SYN.-Limão de Cayenna<br />

Alim.—Fructos ovacs, de / cms. de <strong>com</strong>prido, parecidos<br />

<strong>com</strong> pequenos pepinos, de côr amarello-esverdeado;<br />

não se <strong>com</strong>em crus, mas prepara-se <strong>com</strong> elles doces, xarope,<br />

bebida fermentada e conserva 110 vinagre.<br />

M.-Com fructos verdes, limpa-se metaes e tira-se<br />

nodoas de ferrugem da roupa.<br />

BIRIBÀ — ROLLINIA aff. ORTHOPETALA A. DC.<br />

(Anonaceas).<br />

(A. m.).—Origem sul-americana — Cultivada na Amazônia.<br />

SYN . — Anona (Peru) — Fructa da Condessa (Rio de<br />

.Ian.)<br />

Aia d. — Dura. para esteios, pranchas, obras internas,<br />

caixas.<br />

Aliai. - Fructo do tamanho de uma laranja, de côr castanho-claro,<br />

de apparencia escamosa, polpa branca, <strong>com</strong>estível,<br />

acidulada, agradavel.<br />

BIRIBA-RANA — DUGUETIA SPIXIANA Mari. tAnonaceas).<br />

(A. m.)<br />

M(id.—Madeira branca amarellada. muito leve, para<br />

forros e caixas, bóias, jangadas, cellulose para papel.<br />

Alim.—Fructo <strong>com</strong>estível.<br />

BOA NOITE— IPOMAEA BONANOX L. (Convolvulaceas).<br />

(Cip.).<br />

Me d. pop. - Em banhos quentes <strong>com</strong>o antirheumatica.<br />

Um.-Flor bonita para jardins.<br />

BOCCA^de DRAGÃO - v. PARASITAS.<br />

• r<br />

BOCCA de LEÃO - ANTIRRHINUM M A .1 ü S L.<br />

(ocrophulanaceas).—Origin. da Europa


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

(PI. h.).<br />

Oni.—Flôr para jardins. •<br />

BOCHECHA de VELHO- (Amazonas) - SALACIA<br />

POLYANTHOM ANI ACA Barb. Rodr. (Hippocrateaceas).'<br />

SYN.— Tuyiié-tipi.<br />

(Cip.) — HAB. - Nos igapós.<br />

Alim — Fructo: drupa globosa.de cor alaranjada, <strong>com</strong><br />

polpa branca, esponjosa, <strong>com</strong>estível mas insípida.<br />

BOIA-CAA — v. PARACARY.<br />

BOIEIRA — SOLANUM<br />

Solanaceas).<br />

(a.).<br />

Mad.— O tecido da madeira 6 muito grosseiro, poroso,<br />

mas firme, de côr branco-pardacento, muito leve; ú utilisada<br />

para bóias de redes de pescar e para salva-vidas. D = 0,15.<br />

BOIUSSü— v. BUIUSSÜ.<br />

BOLAINA ( Amazonas) — (?) GUAZUMA RÓSEA<br />

Popp. e Endi. (Sterculiaceas).<br />

CAR.— Flores róseas.<br />

BOLOTEIRO — BOMBAX ?<br />

(Bombaceas).<br />

SYN. — Inibira-tanha. (Ceará).<br />

(A. G.) -CAR.- Parece <strong>com</strong> sumahumeira.<br />

Ind. — Dá kapok e oleo.<br />

Med. pop. -O cozimento da ca^ca é uzado para curar<br />

as queimaduras.<br />

BOLOTEIRO — v. VISGUEIRO.<br />

BOMBONASSA ( Amazonas ) — C A R L U D O V 1 C A<br />

PALM ATA R. e Pav. (Cyclanthaceas).<br />

SYN.— Jipijapá (Perú).<br />

Ind. - Com os grelos novos ou folhas do centro prepara-se<br />

uma palha para confecção de chapéus imos (de 1 anamá<br />

ou de Chile), v. JIPIJAPA.—<br />

BORBOLETA— HEDYCHIUM CORONARIUM Koen.<br />

(Zingiberaceas.).—Origin. da índia.<br />

61


62<br />

A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

SYN.— Lirio cio brejo (no Sul). . ... .<br />

, f p| h.)—HAB. - Alagadiços e margens dos rios. (Muito<br />

frequente^ hastes prestam-se para a fabricação do papel<br />

e dão boas fibras para tecelagem, tapeçaria, cordoalho.<br />

Alim.— Q rhizoma dá uma fécula alimentícia, <strong>com</strong> propriedades<br />

purgativas quando imperfeitamente lavada.<br />

Meei. />


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 63<br />

BOTA (R. Tapajoz) — PALICOUREA CORYMBIFE-<br />

RA (Muell. Arg.) Standl. (Rubiaceas).<br />

BOTÃO dc OURO — v. MAYACA.—<br />

BOTÃO de OURO— v. JUPICAHY—<br />

BOTÃO de OURO ( Marajó ) — X Y RIS PALLID A<br />

Mart. (Xyridaceas)<br />

(PI. h.)—HAB. - NOS solos argillosos encharcados.<br />

BOTÃO de OURO ( Marajó ) — X I RIS LAXIFOLIA<br />

Mart. (Xyridaceas)<br />

(PI. h.)-HAB.-Nos solos argillosos encharcados.<br />

() mesmo nome vulgar é applicado a outras especies<br />

do mesmo gênero. — v. JUPICAHY.—<br />

BOTUTO — v. PERIQUITEIRA (Cochlospermum orinocense).<br />

BOUGAINVILLA — BOUGAINVILLEA SPECTABI-<br />

LIS Willd. ( Nyctaginaceas ).<br />

SYN.—JRÍSO do prado.<br />

(Cip.) — Origin. do Brasil meridional.<br />

Ora. — Planta de adorno para parques em razão da<br />

belleza e duração das suas bracteas de côr violeta clara.<br />

BOUQUET de NOIVA — IXORA F1NLAYSONIA Wall.<br />

(Rubiaceas). — Exótica.<br />

(a. g.) - Ora.- Cultivada nos jardins.<br />

BRAZA — MARIPA SCANDENS Aubl. (Convolvulaceas).<br />

(Cip.) — HAB, - Matta pantanosa.<br />

Loc.- Estuário - Litoral — Porto de Moz — Mandos.<br />

Ora.— Flores róseas em grandes paniculas.<br />

BREU BRANCO verdadeiro— PROTIUM HEPTA-<br />

PHYLLUM (Aubl.) March. (Burseraceas), = ICICA HEP-<br />

TAPHYLLA Aubl.<br />

. SYN. - Cicaatad - ihuâ (L. g.) —éllaiecegacira - Brea<br />

braaco do caaipo (R. Tapajóz).<br />

(A. G.) - HAB. - Mattas da T. f. arenosa.<br />

Mad.— Madeira avermelhada, <strong>com</strong>pacta, bôa para mar-<br />

»


64 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

cenaria. construcçáo civil, torno-dá exccllente carvão.<br />

_Dá uma resina, a "resine tacamaqué jaune"<br />

da G Fr -Empregada no calafeto das embarcações.<br />

Aliai -O fructo é uma capsula vermelha contendo<br />

uma polpa branca de gosto bastante agradavel mas um<br />

pouco resinoso.<br />

BREU BRANCO ( Amazonas) - CREPIDOSPERMUM<br />

RHOIFOLIUM (Benth.) Tr. e Planch. < Burseraceas).<br />

(a.).-<br />

BREU BRANCO da malta (R. Tapajoz) — PROTIUM<br />

SAGOTIANUM March. (Burseraceas).<br />

BREU BRANCO da varzea — PROTIUM UNIFOLIA-<br />

TUM Engl. ( Burseraceas).<br />

(A. m.)— HAB.-Mattas de varzea do Baixo-Amazonas.<br />

Jnd. - O fructo dá um oleo semelhante ao azeite<br />

doce (?)<br />

BREU BRANCO dos campos de T. f. — P ROTI UM<br />

C O R D A T U M Hub. (Burseraceas).<br />

(a.)— Loc. - Campos de Faro.<br />

BREU JAUARICICA —PROTIUM ICICARIBA (D. C.)<br />

March. (Burseraceas).<br />

E outras especies do mesmo genero.<br />

(A. G.).<br />

Syx.— Almecegueira — Mescla — Arvore de incenso —<br />

Breu branco.<br />

fnd.- Dá resina aromatica, branca ou amareliada <strong>com</strong><br />

manchas esverdeadas e cheiro de funcho; é a "almecega",<br />

ou resina "elemi" do Brasil.<br />

A madeira, experimentada para preparar pasta para<br />

papel (M.C. P.) deu: humidade media 35 /o — cellulose<br />

48 o/o — <strong>com</strong>pr. das fibras 1,003 — -£- = .<br />

Med.— A resina serve a preparar emplastos e entra<br />

na <strong>com</strong>posição dos balsamos de Fioravanti e de Arceus.<br />

BREU*PRETO v. COQUILHEIRO (Protium spec.).<br />

BREU SUCURIUBA - v. COQUILHEIRO (Protium<br />

spec.).<br />

v


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 65<br />

BRUTO — ou PAO de RIPAS ? —<br />

BUCHA — (Marajó) LUFF A CYLINDRICA (L.) Roemer<br />

(Cucurbitaceas) = LUPI-A AEGYPTIACA Mill.<br />

(Cip.).— Origin. da índia.—Subespontanea no Brasil.<br />

SYN. - E' a "Courge torchon" das Antilhas — Gourd<br />

(Ingl.).<br />

HAB.—Solos argillosos.<br />

Ind. - Dá fruetos volumosos; depois de desembaraçado<br />

da polpa por maceração n'agua, o tecido reticular elástico<br />

e resistente que envolve as sementes é utilisado <strong>com</strong>o "esponja<br />

vegetal", fabricando-se <strong>com</strong> elle luvas para fricções,<br />

sandalias para banhos, chapéus etc.—As sementes dão oleo<br />

«siccativo.<br />

M ed.—A polpa do fructo maduro e a raiz são drásticos.<br />

Alini— O fructo é <strong>com</strong>estível quando ainda novo, antes<br />

da formação das fibras.<br />

BUCHEIRA — v. MUIRAJUSSÀRA verdadeira.<br />

BUCIIINHA— LUFFA OPERCULATA (L.) Cogn.<br />

(Cucurbitaceas)—Subespontanea no Brasil.<br />

(Cip. herb.) —Fruetos menores do que os da Bucha.<br />

SYN. - Cabacinha (Amazonas) — Bucha dos caçadores.<br />

HAB.—Nos terrenos altos, arenosos.<br />

Med. pop.—A polpa do fructo é re<strong>com</strong>mendada na hydropisia;<br />

o emprego deste medicamento exige cautela: é um<br />

drástico violento e inflamma as mucosas; o principio activo<br />

seria um alcalóide: a Buchinina (Soe. Pharm. Lusitana —<br />

1845).<br />

BUIUSSU — OK M OSI A COUTINHOI Ducke (Leg.<br />

pap soph.).<br />

SYN.—Boiussú — Tenteiro grande.<br />

(A. m.)—HAB.-No Salgado e no Estuário, até o Baixo<br />

Xingu, nos igapós e margens dos igarapés.<br />

Loc. - Cametá-Gurupá-Porto de Moz-Estuano-<br />

Belem—Estr. de F. de Br.—Furos. .<br />

CAR.-Sementes grossas, <strong>com</strong>primidas, vermelho pardo,<br />

corîl hilo preto semi-circular, parecidas <strong>com</strong> as favas do<br />

Mucuna altíssima, ou 4 Olho de boi"; encontram-se lluctuando.


66 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Mad —Madeira branco amarellada, fibrosa, grosseira;<br />

quando verde tem cheiro de cumaru. - D = 0,90.<br />

M Ò/v/.—Arvore de bello aspecto, <strong>com</strong> flores violáceo-<br />

escuro.<br />

BUIUSSU — v. ALLAMANDA.<br />

BURRA LEITEIRA— SAPIUM esp. div<br />

(Euphorbiaceas).<br />

(a.).—<br />

Svx.— Tapurú - Murupita—Burra de leite. - Estes nomes<br />

são dados ás diversas especies de "Sapium".<br />

CAR.- Látex abundante e toxico ( ? ).<br />

BUTEREIRO — BUETTNERIA AMAZÔNICA Poepp..<br />

(Sterculiaceas).<br />

(Cip.).—CAR. - Caule lenhoso pentágono.<br />

BUTUA CATINGUENTA - ( ? ) COCCULUS IMENE<br />

Mart. (Menispermaceas).<br />

(Cip.).<br />

Svx.—Imene - hncne ca d.<br />

Med. pop.—A raiz é considerada <strong>com</strong>o tônica, diurética<br />

(contra cálculos renaes) e resolutiva (contusões), mas é<br />

um emetico violento, toxico em dose elevada.<br />

A seiva e as sementes seccas são venenosos e servem<br />

para "tinguijar' peixe. — O principio activo, a %t cocculina"<br />

(Matta), é um alcalóide toxico; atraza o movimento cardiaco,<br />

produz a abolição dos movimentos dos musculos voluntários,<br />

convulções tetanicas e morte.<br />

Informam (Lacerda) que a casca é utilisada no R.<br />

Japurá e no alto R. Negro para a preparação do "curare".


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 67


68<br />

t<br />

f<br />

A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___


CAA-CAMBUHY —EUPHORBIA SERPENS fí. B. K<br />

( Euphorbiaceas ).<br />

( Pl. h. ).<br />

M ed. pop. — Hydragoga, diurética e drastica — Externamente<br />

contra as ulceras atônicas.<br />

CAÀ-CHICA — v. ANIL.<br />

CAA-CICA — v. MASTRUÇO.<br />

CAA-JUSSARA — (Amazonas) — DU ROI A SACCIFE-<br />

RA Benth. ( Rubiaceas ).<br />

( a. ). — SYN. - Folha de <strong>com</strong>ichão.<br />

CAR.— Planta myrmecophila (formigas «Azteca»).<br />

M ad. — Madeira dura, escura.<br />

CAA-JUSSARA — v. SACATRAPO. —<br />

CAÁ-MEMBECA — (Pará) — POLYGALA SPECTA-<br />

BÍLIS DC. ( Polygaiaceas ).<br />

( a. p. — I m. ).<br />

HAB. — Frequente nas capoeiras do estuário e do litoral<br />

paraense.<br />

Mcd. pop. — Expectorante, bechica e peitoral - refrigerante<br />

e util nas hemcrrhoidas. *<br />

CAÀ-PEBA do Norte — PIPER PELTATUM L. (Piperaceas).


#<br />

70 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

SYN. - Cad-peita—Malvar isco (Pará) — Catajé — Cadp) _ HAB. - Muito <strong>com</strong>mum nos Jogares húmidos, em<br />

terrenos cultivados. . .<br />

Med. pop.— Diurético, antiblennorhagico e tonico (bolhas<br />

é raiz). Folhas resolutivas — raiz aromatica, acre, estimulante,<br />

usada contra a opilaçào—succo da planta contra<br />

as queimaduras.<br />

CAÁ-PEBA — PIPER UMBELLATUM H. B. K. (Piperaceas)<br />

- P. SIDEFOL1UM LK.<br />

(a. p.— lm 20 a lm 50).<br />

SYN. - Aguaxima-Malvaisco.<br />

Med. pop. — Folhas emollientes—raiz sudorífica, estomachica,<br />

diurética e febrífuga, util nas moléstias do fígado<br />

e do baço e contra a icterícia—A raiz fresca


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 35<br />

que entra na <strong>com</strong>posição da beberragem preparada por<br />

algumas tribus de indios <strong>com</strong> o caápi. »<br />

CAR. — Flores em grandes paniculas pyramidaes. —<br />

Fructo: samara alada pilosa.<br />

Med.— Anesthesico local—Estimulante da memoria e<br />

das faculdades intellectuaes—Determina, cm estado de vigília,<br />

curiosas allucinações visuaes-O principio activo é um<br />

alcaloïde: a telepalhiua ( ou Yageina )% de E. Perrot e Rd.<br />

Hamet, ou Banisterina de Lewim ( 1928 ).<br />

CAÀPIÀ — DORSTENIA R ENI FOR M IS Pohl. (Moraceas.—Do<br />

Brasil central; cultivada na Amazônia.<br />

SYN. — Apihy, ou apii ( Pará).<br />

(PI. h. ) — CAR. -Folhas reniformes — Flores c fructos<br />

muito pequenos, grupados num receptáculo carnoso, achatado,<br />

orbicular, de 1 a 2cm. de diam. (svcono).<br />

Med pop. — A raiz ( rhizoma nodoso ) é excitante; empregase<br />

nas atonias do tubo digestivo, affecções gangrenosas,<br />

febre typhoïde, chlorose, e <strong>com</strong>o emmogagogo ; é<br />

também diurética; muito re<strong>com</strong>mendada contra as bronchites<br />

(infusão).<br />

CAÁ-PITIU — SI PA RUNA GUYANENSIS Aubl. (Monimiaceas<br />

), e especies afíins.<br />

SYN. — Vulnéraire ( G. Fr. )<br />

( A. p. ) — HAB. - Em matto de T. f.<br />

Loc. — Óbidos—Oriximiná—Faro.<br />

CAR.— Toda a planta tem um cheiro desagradavel.<br />

Med. pop. — Excitante, diffusiva, aromatica e carminativa.<br />

(Folhas e flores).<br />

CA.VPITlÙ — (Amazónia) - SIPARUNA MOLLI-<br />

COMA A. DC. ( Monimiaceas ).<br />

( A. p. ).<br />

Med. — Folhas e flores aromaticas.<br />

CAÀ-PITIÙ FEDORENTO - SIPARUNA FOETI-<br />

DA Barb. Rodr. (Monimiaceas).<br />

(a. i —CAR.-A casca é malodoro^a. #<br />

Mad. -Quando se corta, a madeira verde exhala um<br />

chefîo nauseoso de peixe; uma vez secca, cheira a mel de<br />

abelhas. E' parda, listada de preto pardacento ; presta-se para<br />

pequenos trabalhos de marcenaria.—D =0,95.<br />

89


72 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Me d. pop. — Util contra a cólica ventosa; antipasmodi%o<br />

poderoso. (Folhas e flores).<br />

CAÀ-PITIÚ - V. CAPITIU -<br />

CAÀ-POMONGA —(Amazônia) — PLUMBAGO SCA.V<br />

DENS L. (Plumbaginaceas).<br />

(Cip peq. ) — Sv.w - Caataya ( Amazonas ) — rolha de<br />

louco ou louco (Ceará) — Queimadeira - João de Mello -<br />

Herva do Diabo. .<br />

Mcd. — As folhas sào causticas, usadas para fazer<br />

abortar os panarícios e as unheiras; a tintura é empregada<br />

contra os rheumatismos • o succo é venenoso, cáustico (contra<br />

as verrugas)—a raiz é acre e vesicante, servindo de<br />

revulsivo enérgico - o principio activo é a pliimbagina<br />

(alcal. ?).<br />

Chamam louco, no Ceará, por pensar que as folhas<br />

applicadas na nuca das pessoas atacadas de doenças mentaes<br />

podem cural-as.<br />

CAÀ-POROROCA — ?<br />

(A. m.)-<br />

Syx. —Casca de anta — Casca de Winter (falsa ). —<br />

— Malambô (Amazonas)—Casca para tudo.<br />

- Me d.—A casca é um excellente estimulante e estornachico,<br />

antiscorbutico, util nas dyspepsias atônicas, catarrhos<br />

chronicos. fraqueza geral, anemia. — Substitue a verdadeira<br />

«casca de Winter»> (do Drimys winter Forst).<br />

Orn. — l ; lores grandes, brancas, numerosas.<br />

Alim. — A casca poderia ser empregada <strong>com</strong>o condimento.<br />

CAÁ-TAYA — V. CAÀ-POMONGO.<br />

CAÁ-UASSU — CALATHEA LUTEA G. F. W. Mey.<br />

(Marantaceas).<br />

Svx. - Cduassú<br />

(PI. h.) — HAB. - Na varzea alta (Gurupá e B. Amazonas).<br />

r<br />

C.AR.-1-olhas nfliito grandes e resistentes, empregadas<br />

para forrar os panei.f>s de farinha e os toldos (japás fios<br />

abrigos nas pequenas embarcações.<br />

Jnd. — A face inferior das folhas é coberta por uma


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 91<br />

pellicula de cera analoga á cera de carnaúba (ponto de fusão:<br />

7o° c.). o<br />

c." W AA " XI °, _,Paríi) - ' ? > CRYPTOCARIA GUIANEN-<br />

Sl=> Meissn. ( Lauraceas<br />

(A G.) — IIAB.<br />

Mad. - A madeira tem um cheiro agradavel* serve<br />

para marcenaria e construcção civil.<br />

Med. pop. — Fructos muito aromaticos, excitantes e<br />

carminativos.<br />

CABAÇA AMARGOSA— LAGENARIA VULGARIS<br />

Ser. (Cucurbitaceas).<br />

Svx. — Ciiicté— Taquêra —Piirunga—famará (var. de<br />

fructos grandes).<br />

(Cip.) — Originário das Molucas.<br />

Aliai. — A polpa dos fructos verdes e pequenos das<br />

variedades doces é <strong>com</strong>estível, mas de pouco sabor. As variedades<br />

amargas silo toxicas.<br />

Med. pop. -- A polpa verde é emolliente c maturativa;<br />

a polpa madura é amarga, purgativa—O cosimento das sementes<br />

usa se contra as nephritis.<br />

Jad. — A casca lenhosa dos fructos grandes (jamarús<br />

—até 8 litros ) serve para vasilhas de uso domestico.<br />

Ora. — A variedade de fructos pequenos é ornamental.<br />

CABACINIIA - (Amazonas) - v. BUCHINHA.<br />

CABARY - (A. Rio Negro) — v. TIMBO-PAO.<br />

CABEÇA I)E BOI - (Amazonas) — v. PARASITAS.<br />

CABEÇA DE CUTIA — v. ANDIROBINHA.<br />

CABECA DE NEGRO — v. TAYUYA.<br />

CABEÇA DE PREGUIÇA — (Pará) — APEIBA AL-<br />

BIFLORA Ducke (Tiliaceas).<br />

SYN. — Uaciaia (Óbidos). ,<br />

(A. m.).—HAB. - Na matta <strong>com</strong> solo argilloso.<br />

* Loc.-Est. de F. de Br. - R. Branco de Óbidos - k.<br />

Trombetas.<br />

CAR.—O fructo É parecido <strong>com</strong> os dos outros apeiba,<br />

c


74 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

mas coberto de longos filamentos sedosos e felpudos, esverdeados<br />

(Long. 2 a 3 cms.)- .<br />

Ind.-A casca dá fibras para cordoaria (superiores as<br />

do Pente de Macaco).<br />

CABEÇA DE URUBU — (Teffé)— THEOBROM A OBO-<br />

VATÜM Bern. (Sterculiaceas)<br />

Loc.-E. do Amazonas-R. Purus-Solimões.<br />

CAR.— Fructo pequeno, ovoide, de casca delgada e<br />

quebradiça. . .<br />

Alini.— Fructo: polpa <strong>com</strong>estível, doce mas sem aroma.<br />

CABEÇUDO -(Óbidos)<br />

CABUÇU -(Amazonas)-COCCOLOBA PANICULA-<br />

TA Meissn. (Polygonaceas).<br />

CABUÇU - (Pará )-COCCOLOBA MARTII Meissn.<br />

(Polygonaceas).<br />

(a ). .<br />

Med. pop.—A raiz é anti diarrhcica e anti-leucorrheica<br />

—util contra as anginas.—O succo dos fructos é refrigerante<br />

e levemente adstringente.<br />

CABUMBO DE AZEITE — (?) PROTIUM INSIGNE<br />

Engl. — (Burseraceas).<br />

(A. m.)—Loc. - Amazonas.<br />

Ittd.—Semente oleaginosa.<br />

CACÀOEIRO — THEOBROMA CACAO L. (Sterculia<br />

ceas)— Indígena na Amazónia.<br />

(A. p.)—SYN. - Cacáo verdadeiro.<br />

At/m. —O fructo tem a forma de um pepino mais ou<br />

menos alongado e sulcado, no <strong>com</strong>primento, de 6 a 10 depressões<br />

mais ou menos visíveis—10 a 25 cms. de <strong>com</strong>prido<br />

e / a 11 cms. de diâmetro; pesos de 300 a 1.100 grs.—<br />

casca espessa e carnuda, contendo 15 a 56 sementes envolvidas<br />

numa polpa branca. - A polpa é doce, acidulada, <strong>com</strong>estível;<br />

delia faz-se geleas, vinho, álcool e vinagre.-Das<br />

sementes torradas fa^-se o chocolate e extrae-se a "manteiga<br />

de cacáo".<br />

Med.—A "manteiga de cacáo" é usada contra as fÇridas<br />

dos lábios e do bico do peito, também no tratamento<br />

das hemorrhoides.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

Incl.- As sementes dão 45 a 55«/0 de uma gordura<br />

branca, de sabor doce e agradavel, a "manteiga de caoáo"<br />

\ ^ocrn tios fructos r rira Pm n^tocco • .i -<br />

CACAO AZUL - (Óbidos) — THEOBROMA SPRU-<br />

CEANUM Bern. iSterculiaceas).<br />

(A. p.) —Svx. • Cacdorana de fracto azul.<br />

CAR —Flores nos ramos, pequenas, de côr castanhoavermelhado<br />

claro, ou rósea.-Fructo verde-azulado quando<br />

maduro.<br />

Aliai. — Polpa escassa, <strong>com</strong>estível, doce, mas sem<br />

aroma.<br />

Mad.—Cerne pouco desenvolvido, duro, de grão fino,<br />

castanho-avermelhado. <strong>com</strong> manchas quasi brancas estriadas<br />

de castanho. D = 1,23.—Própria para marchetaria.<br />

CACÀO BRANCO - (Amazonas) — CARPOTROCHA<br />

LONGIFOLIA Benth. (Flacourtiaceas).<br />

(A. M.).—SYN. - Cacdoillo blaaco, do Perú—Fructa de<br />

cotia.<br />

CACÀO DO PERU —THEOBROMA BICOLOR H. e<br />

B. (Stercuiiaceas).<br />

(A. p.) — SYN. - Citftú -assa, na parte W. do E. do<br />

Amazonas—Ma cambo (Iquitosi— Cação de Caracas.<br />

Loc.—Solimões—R. Negro.» Cultivado na E. de F. de<br />

Bragança.<br />

CAR. — Folhas largas, cordiformas e fructo de casca<br />

lenhosa, grosseiramente reticulada, parecido <strong>com</strong> cupü-assú,<br />

mas não avelludado; polpa semelhante á da jaca da Bahia,<br />

aromatica, doce e enjoativa.<br />

Aliai.-- As sementes podem substituir o cacau verdadeiro<br />

para a fabricação do chocolate.<br />

CACÀO-RANA — THEOBROMA MICROCARPUM<br />

Bern. (Stercuiiaceas). . » i \<br />

SYN. — Macaca acau ( Cabeça de macaco, em L. g.).<br />

Câcáo-y. * i t r<br />

( A. p.). — HAB. - Frequente nas mattas de 1. t. no médio<br />

R. Tapajóz e no E. do Amazonas.<br />

c<br />

93


76 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

CAR. — Fructo quasi redondo ou elliptico, coberto de<br />

peitos, escamoso, pequeno. .<br />

4lim. - Sementes de qualidade superior para a fabricação<br />

de chocolate. - Polpa do fructo <strong>com</strong>estível, doce,<br />

mas sem aroma.<br />

bid. — A casca dá fibra para cordoalha.<br />

CACÁO-RANA — (R. Branco, de Óbidos )— TEOBRO-<br />

MA, Sub-gen. HERRANIA sp. (Sterculiaceas).<br />

CACÀO-RANA da V. — T H E O B R O M A (Sub. gen.<br />

HERRANIA) ATRORUBENS Hub. (Sterculiaceas).<br />

( PJ — SYN. - Cacáo-y—cacáo quadrado—cacdo jacaré.<br />

HAB. — Varzeas da Amazônia — (nas mattas das restingas<br />

).<br />

CAR. — Flores no tronco, de côr castanho-escuro—fructo<br />

pequeno, acuminado, anguloso ( <strong>com</strong> 5 sulcos profundos<br />

alternando <strong>com</strong> 5 pouco marcados).<br />

CACÁO-Y — THEOBROMA SPECIOSUM Spreng.<br />

(Sterculiaceas).<br />

SYN. - - Cacáo rana de fructo amarello.<br />

( A. p.) das mattas de T. f. — Loc. • Em toda a Amazônia.<br />

CAR. — Flores vermelho escuro, em cachos, no tronco,<br />

<strong>com</strong> cheiro de limão. - Fructo pequeno (8-10 x 6-8 ems.),<br />

elliptico, globoso, coberto de pellos curtos, de côr amarella,<br />

quando maduro, <strong>com</strong> sulcos pouco prefundos.<br />

Aliiíi. — As sementes dão excellente chocolate.-Polpa<br />

<strong>com</strong>estível, doce mas sem aroma.<br />

Mad —Cerne muito pouco desenvolvido, duro, de grão<br />

fino, côr castanha.<br />

CACHACEIRO-(Gurupá) - HORTIA EXCELSA Ducke<br />

(Rutaceas).<br />

SYN .—PD O amarello (Gurupá).<br />

(A. G.) — H AB.-Matta alta de T. f. humosa. — Pouco<br />

<strong>com</strong>mum.<br />

Mad. — Côr branco-amarellado - A casca, quando fresca,<br />

cheira a cachaça. •<br />

Ora. — Arvore de bello aspecto, cujas folhas attingem<br />

Im. de <strong>com</strong>primento.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

CACHACEIRO — ( B. Amazonas) — RHABDODEN-<br />

DRON AMAZONICUM (Benth). Hub. (Rutaceas).<br />

(A. p. ou a. ) — HAB.- Frequentes na matta de T. f., em<br />

capoeiras velhas e á margem dos campos, em terreno arenoso.<br />

CAR. —A casca também cheira a cachaça, quando<br />

fresca.<br />

CACHIMBO de JABOTS — v. JABOTY.<br />

CACHINCUBA — v. CAXINGUBA.<br />

CACHO VERMELHO — AMAZONIA PUNICEA Vahl.<br />

( Verbenaceas ).<br />

(a. p. — Im. ).<br />

O tu. — Planta bellissima para jardins: flores amarellas<br />

e bracteas escarlates.<br />

CACTUS — Diversos, dos generos CEREUS, OPUN-<br />

TIA e CACTUS. ( Cactaceas ).<br />

Os mais notáveis silo os seguintes:<br />

JARAMACARÚ — esp. div. ( CEREUS )<br />

CACTUS TREPADOR — (Cereus Wittei Schum. )<br />

PALMATÓRIA—< OPUNTIA, esp. div.).<br />

CAETÉ— v. ARUMÀ.<br />

CAETÉ— v. CANNA e BA N A N EI RINHA S DO MATTO.<br />

CAETÉ ou CAÀ-ETÈ — CALATHEA div. (Marantaceas<br />

).<br />

CAFÉ —COFFEA ARABICA L. (Rubiaceas) —Origin.<br />

da Abyssinia. Cultivado em toda a Amazonia.<br />

CAFÉ do DIABO — CASEARIA #GUIAN£NSIS Urb.<br />

( Flacourtiaceas ). .<br />

* ( a. gr. ou A. m. ) - Loc. - R. Ta^ajoz.<br />

Med. pop. - A casca é adstringente, usada contra os<br />

corrimentos.<br />

95


96 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

CAFÉ do MATTO — (Amazonas)-COR DI A SALICI<br />

F0LIA Cham. (Borraginaceas).<br />

(A. p. ) - OYN. - Laranja do aialto (Marajó).<br />

Mad. — Madeira branca, porosa.<br />

CAFE-RANA (nome errado) — TA CHI A GUIA-<br />

NENSIS Aubl. (Gentianaceas )<br />

SYX. _ Jacaré a rã ou facamar a -Quassia do Para -<br />

Oaiaa amargosa - Tachi (na G. Fr.).<br />

(a>_ i. 2m.) — Loc. - Gurupa -Amazonas.<br />

CAR—O tronco e os galhos são ocos e sempre habitados<br />

por formigas.—Flores amarellas.<br />

Med. pop.—Haste e raizes muito amargos; a infuzão<br />

é tônica e anti-febril—vermífuga e anti-dispeptica.<br />

CAFE-RANA — (Cunani-Santarém-Amazonas)—PICRO-<br />

LEMMA PSEUDOCOFFEA Ducke (Simarubaceas).<br />

(a. p.) —da T. f. — Loc. -Faro, Juruty velho, Sta. Julia,<br />

Parintins, Maués, Cunani, R. Tapajóz.<br />

CAR.— Raizes grossas, castanho amarello, muito amargas—<br />

fructo escarlate.<br />

Med. — E' o verdadeiro • cafcrana* do Pará e do <strong>com</strong>mercio<br />

do Rio.<br />

CAFE-RANA -(Óbidos) - FA R AME A<br />

(Rubiaceas).<br />

(A. p. ou a.) — Raizes brancas, insípidas. — As flores,<br />

brancas, cheirosas, parecem-se <strong>com</strong> as do café.<br />

Med. pop. — Haste e raizes em infusão: tonico e antifebril.<br />

CAFUZ -(Marajó )-SCIRPUS JUNCIFORMIS Poir.<br />

(Cyperaceas).<br />

(PI. h.) — 0m30 — HAB. • Nos terrenos altos arenosos.<br />

Aliai. anim. — Forragem ordinaria.<br />

npiií^ ü vT (Amazonas) - (?) FICUS RHODODEN-<br />

DRIFOLIA Kth. (Euphorbiaceas).<br />

(A.).<br />

Mad. * Madeira para marcenaria.<br />

niaceas*> IMBE CURATELLA AMERICANA L. (Dille-


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 97<br />

SYN. - Sambaiba (Ceará) - Folha de lixa - Carneiro<br />

bravo —Saad paper tree (Ingl.). 0<br />

(A. p.) —HAB.-Campos seccos e, ás vezes, campos<br />

de varzea alta.<br />

Mad. - Cor amarello-esverdeado, <strong>com</strong>pacta, incorruptível;<br />

própria para marcenaria, carpintaria, cavernas de<br />

canoas. — D = 0,71.<br />

lad. — Casca rica em tannino; folhas muito asperas,<br />

servindo de lixa. — Os fructos dão uma tinta escura.<br />

CAIMBÈ-RANA — COUSSAPOA ASPERIFOLIA Tréc.<br />

(Moraceas).<br />

(A. m. semiepiphy tica) — HAB. - Nos igapós de aguas<br />

escuras.<br />

Loc. — Ilhas, Matapy grande (Óbidos).<br />

Mad. — Madeira bôa para cavername, de côr amarellocastanho,<br />

dura, de grão fino, macia ao tocar, mas difficil<br />

de se trabalhar, cegando <strong>com</strong> rapidez a ferramenta.<br />

Med. pop. — Das feridas feitas ao tronco escoa uma<br />

seiva resinosa que tem propriedades detersivas e cicatrisantes.<br />

CAIMBÈ-RANA — ( Daquary, de Faro) — v. AITA.<br />

CAI MITO DO MONTE (W. do Amazonas e Peru)<br />

MOUTABEA ACULEATA Poepp. (Polygalaceas).<br />

(a.).<br />

Aliai. — Fructo <strong>com</strong>estível, da grossura de uma maçã<br />

e polpa amarella.<br />

CAIMITO — CHRYSOPHYLLUM CAINHO L. (Sapotaceas).<br />

— Origin. das Antilhas.<br />

SYN. — Caimitero - Camiquié—Cainitier ou Cainiitier<br />

{G. fr.) — Star apple (Ingl.).<br />

( A m.) - CAR. - folhas verde escuro na face superior,<br />

cobertas, na face inferior, de pellos curtos e sedosos, cor de<br />

ouro.<br />

Ali ai. — O fructo 6 uma baga arredondada que attinge<br />

a grossura de uma pequena laranja; a pelleé de,um branco<br />

esverdeado, ou purpureo escuro virando para o roxo escuro--A<br />

polpa é branca, gelatinosa, adocicada mas um pouco<br />

insulsa, saborosa para alguns—As amêndoas das sementes<br />

podem ser utilisadas em confeitaria.<br />

o


80 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Mad. — Serve para carpintaria.<br />

Ind. - O látex dá uma sorte de gutta.<br />

Med. — A casca é adstringente.<br />

CAJAZEIRO-(Ceará)- v. TAPERIBAZEIRO.<br />

CAJÁ MANGA — v. TA BE RIBA do SERTÃO.<br />

CAJU ou CAJUEIRO - ANACARDIUM OCCIDEX-<br />

TALE L. (Anacardiaceas).<br />

( A. M.) — Indígena. — HAB. - V cgeta em qualquer terreno<br />

secco.<br />

Aliai.— O fructo é o que chamam vulgarmente a «castanha»;<br />

contem uma amêndoa de gosto adocicado, agradavel,<br />

<strong>com</strong>estível (torrada — O pedunculo do fructo, hypertrophiado,<br />

em forma de pera, amarello ou vermelho, considerado<br />

pelo povo <strong>com</strong>o o verdadeiro fructo, é esponjoso,<br />

muito sumarento, doce e adstringente, <strong>com</strong>estível e serve<br />

para preparar bebidas fermentadas (vinho e álcool)<br />

Med. — O succo do pedunculo é um tonico do systema<br />

nervoso (A. da Matta); o vinho de caju e o succo passam<br />

por ser um depurativo energico (Salsaparilha dos pobres<br />

no Ceará,)—o macerato da casca é empregado contra o diabetes<br />

e, em gagarejos, contra o mau hálito — O pericarpo<br />

da «castanha» contem um succo oleoso, cáustico, rico em<br />

«cardol»; este succo é empregado para destruir os callos<br />

e as verrugas e applicado contra as dermatoses rebeldes,<br />

eczemas, acné, ulceras, lupo e mesmo a lepra — raiz purgativa.<br />

Iad. — Do tronco e dos galhos exsuda uma gomma<br />

analoga á goma arabica, pouco atacada pelos insectos—A<br />

amêndoa do fructo é oleaginosa; dá 42 a 48°/0 de oleo amarello<br />

claro, semelhante ao de amêndoas doces—A casca da<br />

arvore contem tannino (3,5 % —E. Serfaty — M. C. P.).<br />

—As cinzas da madeira são ricas em potassa.<br />

Mad. — Branca, molle, sem valor.<br />

Med. pop. — Attribuem ao caju a virtude de dar memoria<br />

aos que a perdem. (?).<br />

• »<br />

CAJÜ-ASSÜ .TXACARDIUM GIGANTEUM (IWnc.)<br />

bngl. (Anacardiaceas).<br />

Svx. - Cajá da matta-Caju-y (Belem).


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

(A. G.)- HAB. - Matta da terra firme húmida, em toda<br />

a Amazônia.<br />

IUU


CAJUEIRO BRAVO — v. CAIMBE.<br />

CAJUEIRO MAR AJO AR A - v. CAIMBE.<br />

CA JUÇARA — (Pará)—CROTON CAJUÇÁRA Benth.<br />

(Euphorbiaceas).<br />

(a. g.).<br />

CAJUÇÁRA - ( Marajó ) - STIGMAPHYLLON aff.<br />

FULGENS' Juss. (Malpighiaceas).<br />

CAJU-RANA —SIMABA GUIANENSIS (Aubl.) Engl.<br />

(Simarubaceas).<br />

SYN. — Pitombeira (Marajó).<br />

( A. p.) — HAB. - Margens dos lagos de I . f. do B. Amazonas.<br />

Al im. anim. — Os fruetos são dos preferidos pelos<br />

peixes -tambaquis».<br />

Mad. — Aniarello claro, muito leve, tenra, fácil a trabalhar,<br />

para marcenaria fina—D =0,36.<br />

Ind. — A madeira podia servir para a fabricação de<br />

cellulose para papel: <strong>com</strong>primento das fibras, Omm.Tò—diâmetro,<br />

0,023—§- = 1/33. — ( Arth. Bastos—M. C. P.).<br />

CALABURA — (Alto Amazonas )- v. CURUMI—<br />

CALANDRINI — ( Fazendas do Marajó ) — DACTY-<br />

LOCTENIUM AEGYPTIACUM VVilld.<br />

(Gramíneas).<br />

( PI. h.) — HAB. - Nos solos um pouco arenosos, altos;<br />

em torno das habitações.<br />

Ahm. anim. — Bôa forragem, procurada pelos cavallos.<br />

OÍ<br />

'ti. — Nos jardins de Belem, este capim c conhecido<br />

sob o nome de -grama».<br />

CALLIANDRA TENUIFLORA Benth. (Legum. mimos.)<br />

Mad. — Cor creme, <strong>com</strong>pacta, dureza media.<br />

CALUNGA — v. URUBU-CAÀ.<br />

• •<br />

CAMAÀ-PSEüniMA FRUTESCENS Radek (Satfndaceas).<br />

SYN. — Fr acto de anel.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

CAMAA — (Pará )— AEGIPHILA VILLOSA (Aubl)<br />

Vahl. (Verbenaceas). # -<br />

(a.) - SYN. - Bois tabac (G. Fr.) - Camar á-Cambará.<br />

CAMACAN — v. MUTAMBA.<br />

CAMAPU— PH YSA LIS ANGULATA L. (Solanaceas)<br />

(a. p.) — SYN.-Juá-poca.<br />

Alim. — Fructo <strong>com</strong>estível, de pouco valor.<br />

Med. pop. — A planta é um pouco narcótica—O succo<br />

é empregado nas dores de ouvido — A infusão das raízes é<br />

diurético activo, aproveitado contra rheumatismos e moléstias<br />

do fígado—Toda a planta contem um glucoside amargo,<br />

a physaliaa.<br />

CAMAPU — PHYSALIS PUBESCENS L. (Solanaceas<br />

).<br />

( a - P- ) —<br />

Alim. — Fructo <strong>com</strong>estível.<br />

Med. pop.—A seiva é usada nas doenças de ouvido —<br />

As folhas são diuréticas; empregam-se contra as inflammaçues<br />

da bexiga c contra a icterícia.<br />

CAMBARA AMARELLA — (R. Tapajóz) — WULFFIA<br />

BACCATA (L. f.) Kuntze. (Compostas).<br />

CAMARÁ, ou CAMBARÁ - LANTANA SPINOSA L.<br />

(Verbenaceas).<br />

SYN. - Herva sagrada—Cambará de folha grande.<br />

(a.) — HAB. - Commum nas capoeiras, na visinhança<br />

das habitações. , _ .<br />

Med. -Tônica (Affecções broncho-pulmonares)-Sudorifica-As<br />

folhas usam-se em banhos aromaticos.<br />

Toda a planta é amarga e, em 1886, Buiza isolou o<br />

principio activo, a «lantaaina>\ que se verificou, mais tarde,<br />

ser «indican».<br />

CAMBARÁ DE CHEIRO - ACRODICLIDIUM CA-<br />

MARA Schomb. (Lauraceas).<br />

* SYN. — Itauba camará. • .<br />

(A. m.)-Loc. - Conhecido na Guyana ingleza, existência<br />

ainda incerta na Amazônia.<br />

83


84 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Mad. — Madeira aromatica e amarga, escura, rija, para<br />

mafcenaria e vigamento. . .<br />

Med. pop. — Aromático, excitante, antipasmodico e<br />

antidvsentcrico.<br />

CAMBARÁ DE FOLHA GRANDE— LANTANA CA-<br />

MARA L. (Verbenaceas).<br />

SYN. — Camará de cheiro (Maraj6)—Chumbinho roxo<br />

(Bôa Vista, no R. Tapajóz).<br />

(a. - lm.20 a 2ms.).<br />

HAB. — Commum nas capoeiras.<br />

Med. pop. - As folhas, cheirosas, sáo empregadas em<br />

banhos contra as sarnas e contra o rheumatismo.<br />

CAMBOATÁ - (no Sul) GUAREA TRICHILIOI-<br />

DES L. (Meliaceas ). - v. JATUAUBA BRANCO.<br />

CAMBOATÁ -(Pará) - TRICHILIA EXCELSA<br />

Benh. (Meliaceas)<br />

(A. g.).<br />

CAMBUCÁ — EUGENIA EDU LIS Vell. (Myrtaceas).<br />

—Origin. do Sul do Brasil, cultivado, ás vezes, na Amazônia.<br />

( A- P- )• ^<br />

Alim. — Fructo espherico, de 6 a 9 cms. de diâmetro,<br />

amarello; polpa gelatinosa, amarello-avermelhado, espessa,<br />

doce e refrigerante. x<br />

CAMENDARA — ( R. Tapajóz) - v. ALLAMANDA de<br />

ílôr grande.—<br />

CAMIQUIE — v. CAINITO.—<br />

CAMPAINHA — MERREMIA CISSOIDES Hall. (Convolvulaeeas).<br />

(Cip.) — Flores brancas.<br />

CAMPAINHA AZJJI— I p O M A E A LONGICUSPIS<br />

Meissn. (Convolvulaceas). *<br />

(Cip.).<br />

CAR. —Flores roxas.


»<br />

Castanheira do Pará (BerthoUetia excelsa)


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 35<br />

Meei.-As sementes são drasticas; contem um alcalóide<br />

a «Pharbitina»>.<br />

au - a<br />

CAMPAINHA BRANCA - (Marajó)-IPOMAEA LIT-<br />

TORALLIS Choisy ( Convolvulaceas ).<br />

SVN. — Cipó da praia.<br />

(Cipó rasteiro)—E' de grande utilidade para fixar as<br />

dunas. Mcd. — Raízes feculentas e ligeiramente purgativas.<br />

CAMPAINHA de CANUDOS— v. ALGODÃO BRAVO.<br />

CAMPAINHA dos TINTUREIROS — v. BATATÃO<br />

KOXO.<br />

CAMPAINHA VERMELHA —(Marajó)- v. BATATA -<br />

RANA.<br />

CAMUCÁ — v. CUMACAÀ.<br />

CAMUTIM— (Gurupá)—MOURIRIA GR AN" DI ELO RA<br />

DC. (Melastomaceas).<br />

SYN.— Tuciuiaré niereçá (Breves).<br />

(A. p.)-HAB. - Varzea do Amazonas.<br />

Aliai. — Fructos <strong>com</strong>estíveis, mas insípidos.<br />

CANABEBY—(Ind.Mundurucús)—v. MATA-CACHORRO.<br />

CANARANA FLUVIAI<br />

TABILE Nees (Gramíneas).<br />

(Marajó) - PANICUM SPEC-<br />

SYN. - Capim<br />

Gramalotc (Peru).<br />

dc Angola — Capim de Pernambuco —<br />

(PI. H.)-CAR. - Forma tapagens ou "piriantans". nos<br />

igarapés da planície, e, no momento da enchente, verdadeiras<br />

jangadas ou<br />

do Amazonas.<br />

ilhas fluetuantes arrastadas pela corrente<br />

Aliai. aaim. — Forragem excellente para o gado bovino.<br />

medíocre para o equino — Sementes muito procuradas<br />

pelas marrecas.<br />

0 0<br />

CANARANA FINA - (Marajó)-PANICUM APPRES-<br />

SUM Lam., ou P. LAXUM Sw. (Gramíneas).<br />

1


86 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

HAB. — Em solos argilosos alagados.<br />

• (Pl. h.)-CAR.-Contribue á formação das ilhas fluctuantes<br />

do Amazonas. .<br />

Alim. anim.—Bòa forragem para o gado bovino e<br />

ca v aliar<br />

CANARANA DE FOLHA MIÚDA — (Marajó) - PANI-<br />

CUM AMPLEXICAULE Rudge (Gramíneas).<br />

SYN.—Rabo de raposa (B. Amaz.)-Capim camalote<br />

da agua. , .<br />

(PL h.)—HAB. - Sobrenada nas baixas, em tempo de<br />

inverno.<br />

Alim. anim — Forragem excellente para o gado bovino.<br />

CANARANA RASTEIRA —(Marajó)—PASPALUM RE-<br />

PENS Berg. (Gramíneas).<br />

SYN . — Capim pirimembeca—{ B. A maz. ).<br />

(PI. h.) — HAB. -Nas baixas ubertosas—Forma ilhas<br />

fluctuantes.<br />

Alim. anim. — Forragem excellente, tanto para o gado<br />

vaccum <strong>com</strong>o para o cavallar.<br />

CANARANA ROXA — (Marajó) - PANICUM ZIZA-<br />

NIOIDES H. B. K (Gramíneas).<br />

SYN. — Capim arroz.<br />

HAB. — Nas margens dos rios e nas baixas pouco alagadas.<br />

(PI. h. ím 50). — CAR.- Deitada—colmo roxo.<br />

Alim. anim. — Bôa forragem.<br />

CANARIA - (Marajó) - C ROT AL ARI A MAYPU-<br />

RENSIS H. B. K. (Legum. pap.).<br />

(a. — lm. 70) — HAB. - Nos tesos e campos altos arenosos<br />

e nas capoeiras em redor dos habitações.<br />

Loc.—Beiern, Marajó, Almeirim, Monte Alegre, Santarém.<br />

CAR.-«Flores anarellas.<br />

• •<br />

CANDEIA (?) - (Santarém) - SWARTZIA TOMEN-<br />

IOSA (Willd.) DC. (Legum. caes.— v. PANACOCO (G. fr.).


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 87<br />

CANDEIA — v. PAO DE CANDEIA.<br />

r CANDELABRO -( Marajó ) - POLYGALA HYGRO-<br />

PHILA H. B. K. (Polygalaceas).<br />

(PI. h.)—HAB -Terrenos húmidos.<br />

CAXELLA — v. CASCA PRECIOSA.<br />

CANELLA verdadeira (da índia) — CINNAMOMUM<br />

ZEYLANICUM L. (Lauraceas).—Origin. da índia, cultivada<br />

nos jardins.<br />

(A. m. ou p.)<br />

Ali/n. - A casca é um condimento saboroso.<br />

Med.— Estimulante e tônica; bom carminativo (nas dyspepsias<br />

flatulentes).<br />

CANELLA DE GARÇA - (Pará) - TRICHANTHERA<br />

GIGANTEA H. B. K. (Acanttíaceas*.<br />

(A. m.)—HAB. - Nas margens alagadas.<br />

SYX. - Beque.<br />

CANELLA DE JACAMIN —PIPER (ARTHANTE)<br />

(Piperaceas).<br />

SVN.— Corimbô uassií.<br />

CANELLA DE VEADO - ( Amazônia ? ) ACTINOSTE-<br />

MON LANCEOLATUS Said. (Euphorbiaceas).<br />

( A. p. ou m.).<br />

Mad — Bonita madeira branca ou vermelho pardacente,<br />

dura. para marcenaria, vigamento, cabos de ferramenta<br />

—poleame.<br />

CANELLA DE VELIIA— (Amazônia )—MICONIA SE-<br />

RIALIS DC. (Melastomaceas).<br />

E muitas outras especies do mesmo gcnero.<br />

(A. p.).<br />

Mad.—Madeira para construcçilo civil.<br />

Ind.—Casca rica em tannino.<br />

CANELLA DE VELHA - ( Marajó )-CASSlPOUREA<br />

FLtfVIATILIS Aubl. (Rhizophoraceaá).<br />

(A. m ).<br />

SYN.- Mangue rfagua doce<br />

o<br />

»


#<br />

88 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

jntt-Casca adstringente mas menos rica em tanino<br />

qtfe o mangue verdadeiro.<br />

% 1<br />

CANELLA DE VELHO — v. MARA-MARA.<br />

CANIÇO BRANCO— DUGUETIA sp<br />

(Anonaccas).<br />

CANIÇO PRETO— DUGUETIA sp<br />

(Anonaceas).<br />

CANINANA — v. CIPO CRUZ.<br />

CANNA — CANNA EDULIS Ker. í Cannaceas) - Origin.<br />

do Perú.<br />

(Pl. h )—De 2 a 3ms. de altura. — Mores vermelhas.<br />

Alim. — O rhizoma, tuberoso, quando novo e antes<br />

de crescer as hastes, é tenro, <strong>com</strong>estível; cozido, tem sabor<br />

de alcachofre—Dá uma fécula analoga ao «arrow-root».<br />

CANNA —CANNA DISCOLOR Lind. (Cannaceas) —<br />

Origin. da Trindade.<br />

Alim. — O rhizoma dá a fécula conhecida pelo nome<br />

de «canna root». Das diversas cannas 6 esta a melhor para<br />

a alimentação, mas produz menos que a «canna edulis».<br />

CANNA —CANNA INDICA Lind (Cannaceas).<br />

( PI. h. ) - Svx. - Balisier ( G. fr. ).<br />

Alim.— O rhizoma assado é <strong>com</strong>estível; dá também<br />

uma fécula semelhante ao «arrowrot».<br />

Med. pop. — O cozimento das folhas 6 usado para lavar<br />

as ulceras de mau caracter e, em banhos, contra o<br />

rheumatismo — O rhizoma, em infusão, ú diaphoretico e excitante;<br />

a tintura é tônica.<br />

CANNA de ASSUCAR — SACCHARUM OFFICINA-<br />

RUM Lin. (Gramíneas ). —Origin. da Asia meridional; importada<br />

no Pará em 1667 (da Ilha da Madeira).<br />

(PI. h.) — Cultivada em todo o Brasil tropical.<br />

Alim.•— Dá aguçar e alcool (cachaça).<br />

CANNA BRANCA — v. CANNA DE MACACO. ( Costus<br />

spiralis ) e outras especies.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 89<br />

CANNA BRAVA — ( Norte do Br. ) - G Y N E R I U M<br />

PARVIFLORUM Nees ( Gramíneas \ .<br />

( Pl. h. ) - SYN. - Ubá ( Sul ).<br />

Incl. — Com as hastes íloraes fazem-se flechas e rabos<br />

de foguetes.<br />

Orn. — Grandes paniculos de flores muito ornamentaes.<br />

CANNA BRAVA legitima — ( Marajó - B. Amazonas ) —<br />

v. FRECHA VERDADEIRA.<br />

CANNA FISTULA -( Amazónia )- CASSIA GRAN-<br />

DIS L. f. ( Legum. caesalp. ).<br />

( A. m.).<br />

Mad. — Bonita madeira, forte.<br />

CANNA FISTULA — ( m. R. Tapajoz ) - C A S S I A<br />

SPRUCEANA Benth. í Legum. caes ).<br />

SYN. — Marimary da T. f. ( Óbidos ).<br />

( A. m. ) — HAB. - Nas regiões centraes altas e em beirada<br />

de campos.<br />

CANNA FISTULA — (Mte. Alegre) - CASSIA AMA-<br />

ZÔNICA Ducke ( Legum. caesalp. ).<br />

CANNA I)E MACACO - COSTUS AN AC Hl RI Jacq.<br />

(Zingiberaceas).<br />

( PI h. ) — Loc.-Pará-R. Negro.<br />

CANNA DE MACACO — (Amazónia) — COSTUS<br />

CILIATUS Miq. Zingiberaceas).<br />

(PI. h.).<br />

SYN. — Canna branca—Perina.<br />

Med. pop. — O succo da haste nova é mucilaginoso e<br />

acido; misturado <strong>com</strong> agua e assucar é usado <strong>com</strong>o limonada<br />

refrigerante; o succo expresso das hastcas velhas e<br />

das folhas é antigonorrheico.<br />

CANNA DE MACACO — (Amazonas) —COSTUS SPI-<br />

CATUS Rose. (Zingiberaceas). #<br />

< PI. h. ).<br />

* SYN.— Jacuacanga— Ubacaia-Canna roxa.<br />

Med. pop. — O rnizoma é diurético, diaphoretico, tonico<br />

e emmenagoga; usa-se infusão ou tintura. O succo das<br />

o


*<br />

90 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

hastens frescas é usado contra as gonorrheas, em bebida, e<br />

contra as leucorrheas, em injecções; em bebida também<br />

contra as dores nephreticas. O rhizoma pode ser empregado<br />

nos mesmos casos.<br />

lad. — Dá fibras.<br />

CANNA DE MACACO -COSTUS SPIRALIS Rose.<br />

(Zingiberaceas).<br />

' (PI. h.).<br />

SYN.—Cadtinga—Catina branca-Catina do inatto.<br />

Mcd. pop. - As folhas frescas em cataplasmas para resolver<br />

os tumores; infusão das hasteas nas affecções dos<br />

rins e da bexiga. O succo das hasteas velhas e das folhas<br />

é um poderoso diurético, usado nas gonorrheas.<br />

CANNA ROXA— v. CANNA DE MACACO - (Costus<br />

spicatus ).<br />

CANSANÇÃO - (Amazônia) - URERA BACCIFERA<br />

Gand. ( Urticaceas ).<br />

( a. g. ) — SYN. • Urtiga o.<br />

CAR. — Caule e ramos aculeados; folhas cobertas de<br />

pellos urticantes na face inferior.<br />

Mcd pop. — A decocção das folhas é diurética e antileucorrheica—O<br />

cosimento da raiz aproveita-se contra a<br />

amenorrhea.<br />

CANSANÇÃO - ( Amazônia ) - U R E R A CA R ACA-<br />

SANA Griseb. (Urticaceas).<br />

SYN. — Caracasaaa (Venezuela).<br />

( a. ff-)" CAR. — Haste aculeada, ramos novas<br />

cobertos de pellos urticantes.<br />

lad. — O liber dá fibras sedosas e resistentes.<br />

Mcd. pop. — A infusão das folhas contra as affecções<br />

pulmonares; a infusão das cascas e das hastes é antisvphilítica-O<br />

cosimento das folhas em loções contra as moléstias<br />

da peile. 9<br />

#><br />

r<br />

CANSANÇÃO DE LEITE - ( Bahia ) - v. URTIGA<br />

(Jatropha urens).


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

CANT AN — (Pará) —MONOTAGMA CONTR ACTUM<br />

Hub. (Marantaceaes). _<br />

(PI. h.).<br />

Loc. — Furos.<br />

CANUDO DE PITO —MABEA OCCIDENTALIS Muell.<br />

Arg. (Euphorbiaceas).<br />

SVN. — Piriri.<br />

(A. p.) -CAR. - A casca ferida dá latex branco.<br />

Ind. — Os ramos sào fistulosos e servem para tubos<br />

de cachimbo.<br />

CANUDO DE PITO — v. TAQUARI.<br />

CANUDO - (Marajó) - v. ALGODÃO BRAVO.<br />

CAOPIÀ — v. LACRE.<br />

CAPA HOMEM — v. URUBÍJ-CAÁ.<br />

CAPANÇA —(Rio Acre) —PATRISIA sp<br />

i Flacourtiaceas).<br />

(a)—CAR. - Parecido <strong>com</strong> um pequeno cafezeiro; muito<br />

differente do «matta-cachorro» do R. Tapajoz (Patrisia acuminata<br />

).<br />

Med. pop. — Veneno violento—No Acre, dá-se também<br />

o nome de capança, ou capansa, a uma euphorbiacea venenosa.<br />

CAPARROSA -(Amazonas) - VISMIA ACUMINATA<br />

Pers. (Guttiferaceas ).<br />

( a.) — CAR. - Ramos quadrangulares.<br />

Ind. — Dá gomma resina chamada «Gomma gutta»<br />

da America.<br />

CAPIM AMARGOSO — ANDROPOGON BICORNIS<br />

L. = SPOROBOLUS ASPERIFOLIUS Nees (Gramíneas).<br />

(PI. h.<br />

° SVN. — Capim sapé (Marajó) —Zapim péba.<br />

Ind. — Serve para cobrir casas e fazer esteiras.<br />

Alim. anim. — Bôa forragem.<br />

91


92 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Meei. pop. - A raiz é um diurético energico, dissolverfte,<br />

sudorífico, empregado nas febres biliosas e no beriberi.<br />

CAPIM AGRESTE — (Marajó ) — C YPERÜS DIFFU-<br />

SUS Vahl. (Cyperaceas).<br />

(PI. h. - Om. 50) —HAB.-Nos tesos e pastos altos cobertos.<br />

_ . . .<br />

Alim. anim. — Forragem inferior.<br />

CAPIM ANDREQUICE — ou CAPIM ANDREKICE —<br />

v. C. CENEUAUA.—<br />

CAPIM de ANGOLA -(Marajó)— v. CAPIM de GUINE.<br />

CAPIM ARROZ— v. CANARANA ROXA.<br />

CAPIM ASSÚ - (Marajó)- PANICÜM MEGISTON<br />

Schulth. (Gramíneas).<br />

SYN. — Capim lixa—Capim taboquinha (Óbidos).<br />

(PI. h.) — Om. 70 a lm. 10<br />

Alim. anim. — Forragem robusta dos terrenos altos;<br />

resiste ao pisar do gado. Parecido <strong>com</strong> o Capim de Guiné,<br />

mas mais duro.<br />

CAPIM BALSA—PASPALUM RIPA RI UM Nees.<br />

(Gramíneas).<br />

Alim. anim. — Forragem.<br />

CAPIM BARBA DE BODE — (Baixo Amazonas) — v.<br />

BARBA DE BODE (Marajó).<br />

CAPIM BENGALA — v. UDUNGA (Marajó). —<br />

CAPIM DE BOLOTA — í Marajó)- RHYNCHOSPO-<br />

RA CEPHALOTES Vahl. (Cyperaceas).<br />

SYN. Pi/y. #<br />

(PI. h. — lm.) —HAB.-Nos terrenos elevados.<br />

Alim. anim. — rouco apreciado pelo gado. •<br />

Ind. — Material para esteiras, capas de garrafas, obras<br />

trançadas diversas, cellulose para papel.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

CAPIM DE BOTÃO - (Marajó) - CYPERUS LU-<br />

ZULAE Retz. (Cyperaceas).<br />

(PI. h.)— Om. 40) — HAB. - Nos campos altos e tesos.<br />

Alim. amai — Porragem inferior.<br />

•<br />

CAPIM DE UM SÒ BOTÃO — (Marajó) — KYL I IN-<br />

GA PUNGENS Link. (Cyperaceas) = KYLLINGA PUMI-<br />

LA Michaux.<br />

(PI. h. — 0m.20 a Om. 24) - HAB. - Nos campos altos.<br />

Ahm. atum. — Forragem inferior.<br />

Med. pop. — A raiz é aromatica. usada em infusáo ou<br />

tintura na grippe. constipações, febres.<br />

CAPIM DE BOTÃO GRANDE — v. CAPIM SERRA.<br />

CAPIM DE BURRO -CYNODOX DACTYLON<br />

Pcrs. (Gramíneas).<br />

SYN. — Capim da cidade - Graaia verdadeira — Chieadeat<br />

(Fr.) — Bera a ida grass (Ingl.).<br />

Plantado — Aguenta secca, mesmo cm terrenos arenosos.<br />

Aliai. aaim. — Bôa forragem, principalmente para cavai<br />

los.<br />

Iad. — A raiz secca ó utilisada na fabricação de escovas<br />

grosseiras.<br />

Med. pop. — A raiz é diurética.<br />

CAPIM CANNARONA — PASPALUM PUSILLUM<br />

Vent. (Gramíneas).<br />

CAPIM DE CHEIRO — ANDROPOGON NARDUS<br />

L. ( Gramíneas ).<br />

SYN. — Capim cheiroso—Capim santo—Capim marinho.<br />

Ind. — Dá, por distillação, o cleo de «citronella»; é o<br />

Lemon grass dos inglezes.<br />

CAPIM DE CHEIRO - KYLLINGA ODORATA<br />

Vahl. (Cyperaceas). , . , _ .<br />

SYN .-Capim cidreira-Capim limão-JaeA pó- Capim<br />

cheiroso 9 . .<br />

CAR. — O sabor e o aroma sáo iguaes aos da herva<br />

cidreira.<br />

93


»<br />

94 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Ind. — Pela distillaçfto dá um oleo para a perfumaria.<br />

—Serve a perfumar a roupa lavada.<br />

Med. -Aromático, antispasmodico, estomachico, sudorífico,<br />

diurético c óptimo carminativo (Dispepsia Hatulente);<br />

util no hysterismo e outras affecções nervosas.<br />

CAPIM CENÈUÀUA — (B. Amaz.) - LEERCIA HE-<br />

XANDRA Sw. (Gramíneas).<br />

(PI. h.-lm.). „ . . f<br />

SYN.— Capim peripomongo (Pará) - Capim andrekicé<br />

(Amazonas)—Arroz bravo-Arroz de Cayenna.<br />

Alim. anim. — Forragem excellente, muito nutritiva,<br />

mas resiste mal ao fogo e mesmo ao pisar do gado.<br />

CAPIM CHEIROSO — v. CAPIM DE CHEIRO.<br />

CAPIM CIDREIRA — v. CAPIM DE CHEIRO ( Kyllinga<br />

odorata ).<br />

CAPIM DA CIDADE — v. CAPIM DE BURRO<br />

CAPIM DE COLOXIA - - (Marajó) -PANICUM NIJMI-<br />

DIAXUM Lam. (Gramíneas).<br />

Plantado—Resiste pouco ao pisar do gado; é capim<br />

de varzeas, para campos cercados (para o corte).<br />

SYS.—Capim do Pará — Pará grass dos Ingl.<br />

Alim. anim. — Muito boa forragem, nutritiva e muito<br />

rendosa.<br />

CAPIM CORTANTE—(Marajó)— CYPERUS RADI-<br />

ATUS Yahl. (Cyperaceas).<br />

( PI. h.) — HAB. -Alagados e atoleiros.<br />

Alim. anim. — Forragem medíocre.<br />

CAPIM ELEPHANTE — PENNISETUM PURPUREUM<br />

Schumacher (Gramíneas).<br />

Herva de grandes dimensões e producçilo enorme.<br />

Alim. anim. — Forragem.<br />

r I I M c ^ ESTRELLA-(Marajó)- DICHROMENA<br />

CILIA TA Vahl. (Cyperaceas).<br />

( PI. h. rasteira ).<br />

Alim. anim. — Forragem pouco apreciada pelo gado.<br />

#


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

CAPIM FOICE - (Marajó) - PASPALUM<br />

(Gramíneas).<br />

7'(P1 h -0m.30 a 0m.40)-C.AR.- Espigas arqueadas em<br />

forma de foice.<br />

Ali tu. anim.—Forragem regular.<br />

CA? GIGANTE - (Marajó) -TR1PSACUM DAC-<br />

T VLOIDES L. (Gramíneas).<br />

(PI. h.— 3m.)<br />

Alini. anim. — Forragem excellente para o gado<br />

vaccum e cavallar.<br />

CAPIM GORDURA- PANICUM MELI NUS Trin.<br />

(Gramíneas). — De plantação.<br />

SYN.—Capim mcllado.<br />

Aliai, aaim.— Bôa forragem - Bôa, verde ou secca—<br />

engorda e augmenta a secreção do leite — cresce bem em<br />

qualquer terra firme, mas prefere terrenos graníticos.— Excellente<br />

para as terras pobres.<br />

CAPIM de GUINE — PANICUM MAXIMUM .lacq.<br />

(Gram 1 neas). — De piantação.<br />

(PI. h.—até lm.50).<br />

SYN.—Capim de Angola.<br />

Aliai, anim. — Uma cias melhores forragens dos paizes<br />

equatoriaes, principalmente para o corte. - Muito nutritiva—<br />

Apreciada pelo gado vaccum e cavallar; Diz-se que 1 Km.<br />

q. plantado desta gramínea sustenta 303 rezes —Serve também<br />

<strong>com</strong>o pasto livre. — Prefere a terra firme um pouco<br />

arenosa.<br />

CAPIM GRAMA verdadeiro — v. CAPIM DE BURRO.<br />

CAPIM JARAGUÁ — ANDROPOGON<br />

(Gramíneas). — De plantação.<br />

RUFUS Kunt.<br />

Aliai, anim.— Bôa forragem, muito robusta; nutritiva,<br />

secca ou verde. Cresce bem em terra firme; é a melhor<br />

para as terras ricas.— 4 cortes por anno: 35-40.;» ' ) K. por<br />

h. a o<br />

para cada corte.<br />

t<br />

CAPIM LIMÃO— v. CAPIM DE CHEIRO (Kyllinga<br />

odorata).<br />

95


% A AMAZÔNIA BRASILEIRA<br />

CAPIM LIMÃO- ANDROPOGON SCHOENAN-<br />

TflUS L. (Gramíneas).<br />

Ind. — Dá "oleo de citronella" —


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

CAPIM MORY PASPALUM FASCICULATUM<br />

Willd. (Gramíneas).<br />

(PI. h.-de 1 até 3ms.) -HAB. - Nos campos baixos da<br />

várzea.<br />

Uni dos capins mais <strong>com</strong>muns nas margens de lagos<br />

e de rios.<br />

SYN .—Murim.<br />

Aliai- anim. — Forragem medíocre.<br />

CAPIM PANCUAN — (Baixo Amazonas) —PASPALUM<br />

FURCATUM Flueg. (Gramíneas).<br />

Aliai, auiai. — Bôa forragem. Invade as plantações em<br />

várzea alta.<br />

CAPIM PE DE GALLIMIA — ELEUS1NE INDICA L.<br />

(Gramíneas).<br />

(PI. h.—0m60) — IIAB. - Vive em qualquer terreno ao<br />

abrigo das inundações—E' muito <strong>com</strong>mum nas ruas de Belem,<br />

entre os parallelipipedos.<br />

Aliai aaiai — Bôa forragem.<br />

CAPIM PEBA — v. CAPIM AMARGOSO.<br />

CAPIM DO PARÁ — v. CAPIM COLOMA.—<br />

CAPIM PERIPOMONGO — (Baixo Amazonas) — v.<br />

CAPIM CENÉUÀUA.<br />

CAPIM DA PRAIA — (Marajó) — PASPALUM LIT-<br />

TORALE — Rich. (Gramíneas).<br />

(PI. h.-Om. 35).<br />

Aliai, anim.—Forragem medíocre<br />

CAPIM DA PRAIA - (Marajó) - SPARTINA BR A SI -<br />

LIEXSIS Raddi. (Gramíneas).<br />

SYN.—Par atará.<br />

HAB.—Nas praias de areia cobertas pela maré.<br />

CAR.—Raizes profundas e resistentes que muito concorrem<br />

para fixar a areia das dunas. (Marajó).<br />

TEIRA.<br />

CAPIM PIRIMEMBECA — v. CANNA-RANA RAS-<br />

97


98 A AMAZÔNIA BRASILEIRA<br />

CAPIM RASTEIRO — (Marajó) — RH\N^HOSPORA<br />

SSTACEA Bckl., = R. HIRSUTA Vahl.. = SPERMO-<br />

DON SETACEUS Benuv. (Cyperaceas).<br />

(PI. h.—relvosa)—IIAB. - Nos tesos e pastos altos.<br />

Alim. anim.— Forragem bem acceita pelos gados.<br />

Om— Suas espigas produzem um bello effeito ornamental.<br />

CAPIM de ROSA - (Marajó) - CYPERUS SURINA-<br />

MENSIS Rottb. (Cyperaceas).<br />

Alim. anim.— Forragem.<br />

CAPIM ROXO—(Marajó) — PASPALUM PARVI-<br />

FOLIUM Lam, (Gramíneas).<br />

Alim. anim— Boa forragem.<br />

CAPIM SANTO— v. CAPIM de CHEIRO.—<br />

CAPIM SAPE — (Marajó) — v. CAPIM AMARGOSO.—<br />

CAPIM SERRA — (Marajó) — CYPERUS LIGULA-<br />

RIS L. (Cyperaceas).<br />

SYs.—Capim de botão grande.<br />

CAR.— Folhas asperas, dentadas e cortantes.<br />

Alim. anim.—Pasto ordinário.<br />

CAPIM TABOQUINHA — (Óbidos) — v. CAPIM ASSU.-<br />

CAPIM TAQUARY dAGUA — PANICUM OPPRES-<br />

SUM Lemck. (Gramíneas)<br />

Alim. anim.—Forragem, quando verde e novo.<br />

CAPIM TAQUARYSINHO — ANDROPOGON SPA-<br />

THIFLORUS Kunth. (Gramíneas).<br />

Alim. anim— Forragem, quando verde e novo.<br />

CAPIM TARIPUCU — (Baixo Amazonas) — P A S P A -<br />

L U M...... # # (Gramíneas).<br />

Alim. anim. - Forragem excellente dos campos altos.<br />

dc TARTARUGA — PANICUM ELEPHANTI-<br />

PES Nees. (Gramíneas).


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 119<br />

CAPIM da TERRA - PANICUM SETARIA<br />

(Gramineas).<br />

CAPIM dc TESO (Marajó) - PASPALUM SCOPA-<br />

RIUM Hugge. (Gramíneas).<br />

(PI- H. p.)—HAB - L esos de areia quasi pura.<br />

Alini anwi. -Bôa forragem.<br />

t<br />

CAPIM UAMA — (Baixo Amazonas) — LUZIDIA<br />

SPRUCEANA Benth. (Gramíneas).<br />

HAB. —Quando baixam as aguas, cresce nas margens<br />

dos lagos, cobrindo pouco a pouco grandes superfícies.<br />

Alini. aniai.—Tenro; produz primeiro no gado um<br />

effeito purgativo, sendo, depois, um dos melhores para<br />

engordai-o.<br />

CAPIM VILLOSO— (Marajó) — RHYNCHOSPORA<br />

HIRSUTA Vahl., e R. BARBATA K. (Cyperaceas).<br />

(PI. h.—Om. 40) HAB. - Nos campos altos húmidos<br />

Alii)i. ari////.—Forragem soffrivel.<br />

CAPIXORY — v. MUIRATINGA VERI). da V.<br />

CAPIRONA — (Perú) — v. PAO MULATO da VARZEA<br />

e P. M. da T. f. —<br />

CAPITARI — (Faro e E. do Amazonas) — COURALIA<br />

TOXOPHORA Benth. e Moock. ( Bignoniaceas),<br />

SYX.— Pão (farco branco.<br />

(a. ou A. p.) — HAB.-Margens das cabeceiras dos<br />

lagos.<br />

CAR.— Flores róseas.<br />

Ind. — As sementes fornecem um oleo siccativo.<br />

Mad. — Dura, castanho escuro—para marcenaria—D =<br />

1,03.<br />

CAPITIÚ ou CAÀ-PITIÚ — SIPARUNA sp. var. —<br />

(Monimiacias ). v>.<br />

A Siparaaa fétida (Barb. Rod.) tem madeira parda,<br />

listrada de preto pardacento; esta madeira exhala, quando<br />

se corta, um cheiro nauseoso de peixe; mas, quando secca,<br />

o cheiro lembra o de mel de abelhas. - D - 0,9o.


100 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

CAPITIU ou CAAPITIU - RENEALMIA OCCIDEX-<br />

TALIS Poepp. e Endt. (Zingiberaceas).<br />

( PI. h.).<br />

Med. - Sementes emmenagogas.<br />

CAPOERANA — (R. Tocantins) — v. ACAPURANA —<br />

(Campsiandra laurifolia).<br />

CAPOTE — (Gurupá —Estuário) — S T E R C U LI A<br />

SPECIOSA Schum. (Sterculiaceas).<br />

SYN. — Envira capote — Tacacaseiro.<br />

CAR. — Flores fétidas - Arvore muito frondosa.<br />

(A. G.) - HAH.-Nas mattas inundadas de varzeas (de<br />

Belem a Gurupá).<br />

Mad. — Pardoclaro, muito tenra e porosa, quasi esponjosa.<br />

de gráo grosseiro. — D = 0,45.<br />

Jad. — Dá boa envira.<br />

CAPUCHINA — TROPAEOLUM MAJUS L. (Tropaeolaceas<br />

). - Origin. do Perú.<br />

( Cip. herb.)—SVN.- Chagas (Bahia) — Cresson da Péroa<br />

(Fr.).<br />

Ora. — Grandes flores amarellas ou vermelhas.<br />

Aliai. — As flores <strong>com</strong>em-se em salada —Os botões e<br />

os fructos novos, em conserva no vinagre, são um bom succedaneo<br />

das alcaparras.<br />

Med. — Os renovos são antiscorbuticos.<br />

CAPYSCABA MIRIM — CYPERUS GRACILESCENS<br />

Roem. e Schult. (Cyperaceas).<br />

CARÁ— DIOSCOREA !<br />

div.— grande numero de especies e variedades.<br />

CARA do PARA — DIOSCORE A CAIE\ T NENSIS<br />

Lam. ( Dioscoreaceas)— Origin. da Africa<br />

d<br />

(Cip.) ~ CAR. - Caule cylindrico, aculeado.<br />

Aliai.- A raiz é um tubérculo alongado, <strong>com</strong>estível,<br />

de massa franca. *<br />

• «<br />

um í 1 ! - DIOSCOREA BRASILIENSIS<br />

\\ illa., = D. I RILOBA Lam. (Dioscoreaceas).


101<br />

(Cip.) — SYN. - Inhame—Cará doce.<br />

CAR. —Caule anguloso e, ás vezes, alado; folhas 2-ou<br />

5 lobadas.<br />

Aliai. — A raiz, de forma ovoide, é <strong>com</strong>estível, tenra,<br />

farinacea. —15 a 20cms. de <strong>com</strong>prido; a casca do tubérculo<br />

é quasi preta, mas, depois da primeira camada, é colorida<br />

de roxo.—Excellente qualidade. Principal especie cultivada.<br />

CARÁCHICIIÚ — v. HERVA MOURA. —<br />

CARAGUATÁ- BROMELIA Pinguin L. (Bromeliaceas).<br />

Svx. — Coroatd (Na Amazônia ).<br />

(PI. h. acaule) —CAR. - Folhas aculeadas, numerosas,<br />

de 2m. de <strong>com</strong>p. e 4cm. de largura.—Em terrenos seccos.<br />

Ind. — Dá fibras textis sedosas, <strong>com</strong>pridas, e muito<br />

resistentes.<br />

CARAIPÈ verdadeiro — LICANIA SCABRA Hoock.<br />

(Rosaceas) —Commum no Alto R. Capim e outros jogares<br />

do E. do Pará.<br />

LICANIA UTILIS Hook. Fritsch. = MO-<br />

QU1LEA UTILIS Hook.<br />

LICANIA MICROCARPA Hook.<br />

LICANIA SCLEROPHYLLA Mart.<br />

(A. m. ou g.) - SYN. - Caripè- Couépi ( G. fr.)<br />

Mad. — Castanho-vermelho claro, dura, boa para construcçào;<br />

a densidade da madeira de L. UTILIS é: D =0,80.<br />

Ind. — A casca é adstringente e contem tannino. A<br />

cinza da casca ú rica em potassa; mistura-se <strong>com</strong> a argilla<br />

destinada á fabricação dos potes para agua, das bilhas,<br />

das talhas, etc. para que não rachem no forno e se tornem<br />

mais porosos.<br />

CARAIPE-RANA — (Rio Tapajoz) — PA RI NA RI UM<br />

BARBATUM Ducke ( Rosaceas ).<br />

I A. M. )- HAB. - Em mattas não inundadas.<br />

Loc. -R. Tapajóz (Cach. Maranhãosinho-Bôa Vista).<br />

CARAIPE-RANA— ( Alto-Capim è Furos de Breves )—<br />

LICANIA (MOOUILEA) TURIUVA Hook (Rosaceas).<br />

( A. p. ou M.) — SYN.- Turiuva ( Óbidos).<br />

Med. — Casca adstringente.


102 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Mad. - Castanho avermelhado claro, dureza media,<br />

traftalhando-se bem; bôa para caibros de casa.<br />

Ind. — Lenha excellente (Is. de Breves); da carvão<br />

de superior qualidade.<br />

CARA IPE-R AXA — (O'oidos) — v. LICANIA.<br />

CARA IPE-R AN A — HIR T E L L A TENTACU LATA<br />

Poep. ( Rosaceas ), e outras especies do mesmo genero.<br />

CARA IPE-R AXA de FOLHAS LARGAS — LIC A XI A<br />

MICRANTHA Miq. (Rosaceas).<br />

Ind. — Dá carvão de grande poder calorifico.<br />

CARAÍ PE TARIIRA—LICANIA sp. (Rosaceas).<br />

CARAJURIJ — AR RABI DA EA CHICA (H. B. K.) Bur.<br />

( Bignoniaceas ).<br />

( a. p. trepad.) — SVN. - Piranga— Chica — Pariry ( Belem<br />

).<br />

lad.—Das folhas seccas extrahe-se, por maceração,<br />

(fermentação seguida de ebullição), uma tinta vermelha; é<br />

um pó encarnado, insolúvel n'agua, solúvel no alcool, no<br />

ether e no azeite; <strong>com</strong> elle e <strong>com</strong> azeite de andiroba, os<br />

índios fazem as suas pinturas nas faces e no corpo.<br />

Me d. />of>. — A tinta e as folhas são usadas contra a<br />

dysenteria e as empigens.—Considerado <strong>com</strong>o aphrodisiaco.<br />

CARAJURIJ da Costa — (Rio Tapajoz) — A R R A B I-<br />

DAEA sp.<br />

CARAMBOLA —A VER RH O A CARAMBOLA L.<br />

( Oxalidaceas) — Origin. da índia.<br />

( A. p. ) — Pouco cultivado na Amazônia.<br />

Aliai. — Fructo oblongo, côr de ambar, longo de 7 a<br />

12cms. <strong>com</strong> 5 gomos e saliências arrendondas longitudinaes;<br />

polpa muito succosa, acida, de sabor agradavel de groselha<br />

— Come-se cru, <strong>com</strong> assucar ou em <strong>com</strong>potas.<br />

lad.—succo#dos fruetos contem muito acido oxalico;<br />

tira as manchas Je tinta e de ferrugem dos tecidos e<br />

limpa o metal. •<br />

CARAMURU — v. JABOTY.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

CARAMURY - (Faro e Mauhés)- (Sapotaceas).<br />

SYN. - Guajará-çciraniurim.<br />

(A.) — HAB. - Matta grande da terra firme<br />

Loc— Gurupá, Faro, Med. Tapajoz, Mauhés.<br />

Mad. — Madeira muito leve (bóias para pescaria)<br />

Aliai.-Fructo <strong>com</strong>estível; de sabor delicado 'Março<br />

e Abril). — A casca da arvore e as sementes exhalam um<br />

cheiro desagradavel; as sementes dão á carne dos animaes<br />

que as <strong>com</strong>em um cheiro aliaceo muito desagradavel.<br />

CARAPANAUBA — ASPIDOSPERMA NITID U M<br />

Benth. (Apocynaceas).<br />

(A. g.) —HAB.-Nas florestas de T. f. de todo o Estado<br />

do Pará.<br />

SYs.-Pdo de vcaio-Sapapcaia (Rio Tapajóz) — Bois<br />

chapei Ir (G. fr.) —Paddle wood (Ingl.).<br />

CAR.—Tronco dividido longitudinalmente em lamellas<br />

delgadas.<br />

Mad — Côr pardo-amarellaço, amarga, resistente, não<br />

atacada pelos cupins; é uma verdadeira peroba, própria<br />

para marcenaria, cabos de ferramentas, remos.—D = 0,83.<br />

Med— Casca amargosa, febrífuga.<br />

CARAPANAUBA PRETA — LEPIDOCARDIA PUNC-<br />

TATA Ducke (Borraginaceas).<br />

(A. m.) -HAB. - Nas terras argillosas ferteis.<br />

Loc.—Rio Branco de Óbidos.<br />

CAR.—Tronco profundamente sulcado.<br />

CARAPARU — v. ARUMA-RANA mirim.—<br />

CARAPICU — v. UACIMA côr de rosa.—<br />

CARAUBA — JACARANDÁ COPAIA (Aubl.) D. Don.<br />

(Bignoniaceas). ..<br />

SYN. — Caroba-Pard-pará (B. Amazonas) — Mantpa<br />

falso—Co paia et Bois à piau ((r. fr.). .<br />

(A. g.) - HAB.-Matta da T. f. e capoenas velhas da<br />

T. f<br />

' Mad. - Branco-amarellado claro, pouco <strong>com</strong>pacto,<br />

para marcenaria; vendida, ás vezes, <strong>com</strong>o marupá (bimaruba<br />

amara), mas muito inferior.— D - 0,4-<br />

103


*<br />

104 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Ind.— A madeira pode servir para a fabricação do<br />

papel: <strong>com</strong>p. das fibras lmm.37, diâmetro 0,031 -f- = 1 44 (A.<br />

Bastos, M. C. P.). . ... . . .<br />

Meti. — A casca 6 um poderoso sudorífico, principalmente<br />

a casca da raiz que contem um alcalóide a carobina.<br />

A infusão das folhas é usada contra a syphilis e a<br />

decocção em lavatorios contra as boubas e as ulceras.<br />

Ora. — A arvore é linda quando coberta de flores de<br />

um azul violáceo.<br />

CARAUBA do CAMPO— TECOMA CARAÍBA Mart.<br />

Bignoniaceas).<br />

Svx. — Carobcira (Marajó) — Caroba ou caraubcira<br />

o campo.<br />

( A. p.) — HAB. - Campos firmes e de varzea alta, no<br />

litoral e no B. Amazonas.<br />

CAR. — Flores amarellas, grandes, vistosas.<br />

Med. pop. — Antisyphilitico.<br />

Mad — Branco pardacento, de textura bastante grosseira,<br />

mas trabalhando se bem e rachando dificilmente;<br />

muito empregada pelos vaqueiros para a armação das suas<br />

sellas. D = 0,71.<br />

CARDEIRO — (Manáos) — CATOSTEMMA MIC RA N-<br />

THUM Ducke (Bombaceas).<br />

( A. g.) — HAB - Matta da T. f. de Manáos.<br />

CARINIANA— Esp. div (Lecythidaceas) -Genero<br />

visinho do tauari.<br />

Svx. — Tauary (E. do Amazonas).<br />

CAR. — Os fruetos são receptáculos lenhosos de formas<br />

diversas, <strong>com</strong> tampa dehiscente. —(A. g.).<br />

Mad. — Boa para construcçáo civil.<br />

lad. — A casca dá estopa para calafetar embarcações.<br />

CARI PE — v. CARAIPE.—<br />

CAROÀ - (Meio Norte ) - NEOGL AZIOVIA VA-<br />

RIEGA I A #Mez. ( Bi/>meliaceas ).<br />

Planta fibrosa c^ue não deve ser confundida <strong>com</strong> o<br />

«curáuá». •<br />

CAROBA — v. CARAUBA.—


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

o<br />

105<br />

CAROBA do campo — CYBISTAX ANTISYPHII ITT<br />

CA Mart. (Bignoniaceas). M 1 1 , 1 U U -<br />

Loc. — Campos altos de Monte Alegre.<br />

CAR. — Flor verde pallido.<br />

Mad.— Branca; para obras internas, caixotaria e pasta<br />

para papel.<br />

Med. — Antisyphihtica (casca e renovos) e contra a<br />

moléstia chamada «bouba» ou «pian» (G. fr.).<br />

CAROBA DO CAMPO - v. CARAUBA DO CA."VIPO.<br />

CARQUEJA — (Marajó) - HYDROLEA SPINOSA L<br />

(Hydrophyllaceas).<br />

( a. p — 0m. 60 a lm. 30) — CAR. - Planta espinhosa, de<br />

lindas flores azul puro.<br />

HAB. - Nos terrenos baixos, humidos, argillosos (Marajó<br />

e B. Amaz.).<br />

CARRAPATEIRA — v. RÍCINO.<br />

CARRAPATINIIA — TRIC HOMAN ES REPTANS Sw.<br />

(Fetos).<br />

Loc. — Rio Capim.<br />

CARRAPETA — (Rio de Janeiro) — v. JATUAUBA<br />

(Belem).—<br />

CARRAPICHINHO branco — (RioTapajoz) — ?<br />

( Malvaceas).<br />

Loc. — Manáos—R. Tapajóz.'<br />

CAR.—Quando pequeno, parecido <strong>com</strong> a Urena lobata—Flores<br />

pequenas, amarellas, sementes <strong>com</strong>o as de<br />

paco-paco — folhas ovaes, lanceoladas, pardo-claro na face<br />

inferior.<br />

Ind. — Dá boas fibras.<br />

CARRAPICHINHO — (Marajó) — DESMODIUM BAR-<br />

BATUM L. (Lcgum. pap.).<br />

(PI. h.) —HAB.-Nos Jogares arenosos altos.<br />

Aliai. anim. — Forragem regular para o cavallo.<br />

> CARRAPICHINHO — (Belem) —- T RI U M F E T T A<br />

RHOMBOIDEA Jacq. (Tiliaceas). .<br />

SYN —Amor do campo-Barba de boi.


106 A AMAZônIA BRASILEIRA ___<br />

(a. até 2m.)—CAR. - Folhas verdes na face superior,<br />

esbranquiçadas e avelludadas na face inferior - Hores<br />

pequeninas, amarello alaranjado, em racimas axillares ou<br />

terminaes.<br />

Fructo: carrapicho <strong>com</strong> 3mm. de diam.<br />

Ind. — Dá fibras texteis resistentes.<br />

Med. pop — Folhas e raizes mucilagmosas e adstringentes<br />

(injecções contra as gonorrheas).<br />

CARRAPICHO— (Óbidos) —v. MALVA CARRAPICHO,<br />

CARRAPICHO do BREJO—(Belem) — v. MALVA<br />

CARRAPICHO.—<br />

CARRAPICHO de duas pontas— v. HERVA PICÃO.<br />

CARRAPICHO grande — TRIUMFETTA ALTII/EOI-<br />

DES Lamk. (Tiliaceas).<br />

(PI. h. ou a. até lm. 50) - Svx. - Malva preta (Belem)<br />

Carrapicho liso.<br />

HAB. — Logares abertos, ou cultivados.<br />

CAR.— Folhas grandes, verde escuro, lisas—Flores<br />

muito pequenas, amarello carregado, em bouquets—Fructo:<br />

carrapicho de 8 a lOmm. de diam.<br />

Ind. — Dá fibras finas, longas, luzentes e tenazes, para<br />

aniagem e confecção de cestinhos — Poderia servir para a<br />

fabricação de papel.<br />

Med. pop. — Folhas adstringentes; o cozimento é usado<br />

contra corrimentos purulentos.<br />

CARRAPICHO — CENCHRUS VIRIDIS Spreng. (Gramíneas).<br />

Svx. — Barbadinho.<br />

(PI. h.) —Loc. - Marajó.<br />

HAB. — Campos arenosos altos.<br />

Aliai, anini. - Forragem regular; o gado somente<br />

pode <strong>com</strong>ei-a antes da fructificação. As sementes ferem a<br />

bocca e agarram-se aos crinos dos animaes.<br />

CART^NlÈ — .v. PÀO RAINHA.—<br />

CARU-CAA - CORDIA MULTISPICATA Cham.<br />

(Borraginaceas).<br />

F


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

(a. p.) — SYN. - Cauariícad.<br />

W r A CaS A a s d ? ! \ haS 5 eS d Au ftbras P ara cordoaria.<br />

Meei. pop.~ A infusão das folhas é muito empregada<br />

corno tonico e fortificante e, também, nos casos de gripne<br />

pulmonar, bronchites. tosses rebeldes.-Nas folhas encontrouse<br />

um glycoside liquido de cheiro suave, a carucaina (D.<br />

Cl. Martins — M. C. P. 1929).<br />

v<br />

CARURU BRAVO — PH YTOLACCA DECANDRA L.<br />

(Phytolaccaceas).<br />

" (PI. h.). —Origin. da Amer. do Norte.<br />

SYN. - Carurú-assú - Caruru de cacho — Raisin<br />

dAmèriquc (Fr.).<br />

Ind. - Os fruetos maduros fornecem matéria corante<br />

violeta.<br />

Alita. -- Folhas <strong>com</strong>estíveis depois de cosidas e lavadas,<br />

venenosas quando verdes e cruas.—Os renovos podem<br />

substituir os espargos.<br />

Med. — Fruetos verdes purgativos.—Na raiz encontrase<br />

um alcalóide, a phytolaccimi, depurativo, mas toxico cm<br />

alta dose.<br />

CARURÚ AZEDO — v. VINAGREIRA.<br />

CARURU das CACHOEIRAS — (Rio Negro) —MOURE-<br />

RA FLUVIATILIS Aubl. (Podostemaceas).<br />

SYN. — Carerú ou carurô— Uapé de cachoeira ( E. e N.<br />

do Pará ).<br />

(PI. h.) — HAB.- Cresce nas pedras temporariamente<br />

cobertas pelas aguas, nas cachoeiras.<br />

CAR. — As folhas fluetuam na corrente; as llores róseas,<br />

<strong>com</strong> cheiro de violetas, emergem da agua.<br />

Aliai. — Os indios seccam a planta ao sói, queimamna<br />

e lavam as cinzas <strong>com</strong> agua; a lixívia, coada, é evaporada<br />

no fogo; o resíduo é um sal grosseiro que usam sem<br />

outra purificação.<br />

CARURÚ LÍNGUA de VACCA—TALINUM PATÉNS<br />

Jacq. (Portulacaceas).<br />

(PI. h.). . , • _ *<br />

Aliai. — Legume (folhas) superior a beldroega.<br />

CARURÚ MIÚDO COMMUM — AMARANTUS OLE-<br />

RACEUS L. (Amarantaceas).<br />

107


ias A AMAZÔNIA BRASILEIRA<br />

(PI. h.) — Sv.w - Carini -Brêdo íBahia).<br />

• Alim. — Cultivado—Legume (folhas e haste nova, cozidas<br />

).<br />

e AMARANTUS VIRIDIS L. (Amarantaceas).<br />

(PI. h.) — Svx. - Caruru de soldado.<br />

Aliai. — Legume (folhas ).<br />

Aliai, atiini. — As sementes servem para a alimentação<br />

dos passarinhos.<br />

Med. pop. — Favorece a secreção do leite.<br />

CARURU de SAPO — OXALIS MARTIANA Zuec.<br />

(Oxalidaceas).<br />

(PI. h.) — HAB. - Nos terrenos cultivados, jardins.<br />

Med. pop. — O decocto das folhas, em gargarejos, contra<br />

anginas —antithermica.<br />

CARURU de SOLDADO — v. CARURU MIÚDO.<br />

CARVÃO DE FERREIRO v. TACHY BRANCO da T. f.<br />

CASCA AÇUCENA— ANIBA sp (Lauraceas).<br />

Loc. — Na terra firme da Cach. Porteira ( R. Trombetas<br />

).<br />

lad.—A casca é aromatica; reduzida a pó grosseiro,<br />

é empregada em saquinhos de cheiro para perfumar a roupa<br />

nas gavetas.<br />

CASCA de ANTA — v. CAA-POROROCA.—<br />

CASCA DOCE — v. PAO DOCE.—<br />

CASCA GAIVOTA— (Óbidos) — CROTON sp. í Euphorbiaceas<br />

).<br />

Ind. — A casca é aromatica; entra na <strong>com</strong>posição dos<br />

saquinhos de cheiro para perfumar a roupa nas gavetas.<br />

CASCAtPARA-TVDO — v. CAA-POROROCA—<br />

CASCA PRECIOSA —ANIBA CANELILLA (II. B. K.<br />

Mez. (Lauraceas).<br />

Svx. — Canella (Belem)-Amapdima—Pereiord.


109<br />

(A. m. ou g.) —HAB. - Matta grande da T. f<br />

Loc: -R. Xingú-R Tapajóz-R. Trombetas-R. .íamunda—R.<br />

Negro-R. Madeira.<br />

Mad. — Pardo escuro ou amarello castanho. dura, de<br />

grão muno fino, aromatica, imputrescivel, para marcenaria<br />

e ebanisteria. — D = 1,00.<br />

Ind. — Por distillação da casca e do lenho, extrahe-se<br />

um oleo essencial perfumado.<br />

Med. pop. — A casca é aromatica (cheiro de canella<br />

e rosa misturadas)— a infusão é excitante, digestiva, antispasmodica<br />

c peitoral, util na chlorose e na cachexia palustre—As<br />

sementes raladas são usadas contra a dysenteria.<br />

CASCA SACACA — CROTON (Euphorbiaceas).<br />

( A. p.) — HAB. - No barro vermelho ( R. Branco de<br />

Óbidos).<br />

Sacaca significa feitiçaria, em L. g.—Cultivada em Manáos.<br />

Ind. — A casca é aromatica; entra na <strong>com</strong>posição dos<br />

saquinhos de cheiro para perfumar a roupa nas gavetas.<br />

CASCA de WINTER (falsa) — v. CAA-POROROCA.<br />

CASINGA CHEIROSA — (Amazonas) LAETI A<br />

SUAVEOLENS Benth. (Flacourtiaceas ).<br />

(a.).<br />

Ind. — Flores aromaticas, podem ser aproveitadas para<br />

a perfumaria (cheiro de flores de laranjeira).<br />

CASSIA de EMPIGENS — (Marajó) — CASSIA MI-<br />

MUSOIDES L. (Legum. caesalp.).<br />

(a. p.—LM.20a 1 M.40) — HAB. - Em terrenos pouco alagados.<br />

Med. — Planta antiherpetica.<br />

CASTANHA de ANTA— v. CUMARU-RANA.<br />

CASTANHA de ARARA - JOANNESIA HEVEOI-<br />

DES Ducke (Euphorbiaceas). » 5<br />

O (A. g.)—HAB. - Na matta da Terra firme<br />

Loc.—Santarém — R. Tapajoz-Juruty Velho-Mauhés<br />

CAR.—Fructos semelhantes aos da seringueira, <strong>com</strong> 14<br />

a 18 cms. de diâmetro-Safra de Dezembro a Abril.


ias A AMAZÔNIA BRASILEIRA<br />

Mad,-Branca, parecida <strong>com</strong> a da seringueira.<br />

* Ind.-As amêndoas dão 47 a 56°/o de oleo claro, um<br />

• pouco siccativo<br />

A madeira, branca, poderia dar cellulose para papel;<br />

Comprim. das fibras-1,43-diam. 0,025—f- = 1/58. (M.C.P.).<br />

Mcd. pop. - As amêndoas oleosas são vomitivas e purgativas;<br />

são <strong>com</strong>idas sem inconveniente pelas araras.<br />

CASTANHA CAYATK — v. COMADRE DE AZEITE —<br />

CASTANHA de COTIA — v. CUMARU-RANA.<br />

CASTANHA de COTIA —v. QUINQUlÒ. —<br />

CASTANHA de MACACO v. CUMARURANA.<br />

CASTANHA de MACACO v. MACACO-CASTANIIA.<br />

CASTANHA de MACACO — COUROÜPITA GUIA-<br />

NENSIS Aubl. ( Lecythidaceas ).<br />

SVN. — Boulet de cânon (G. fr.)— Cannon bali trec<br />

(Ingl.).<br />

( A. g.)— HAB.-NOS igapós do Salgado e do Estuário.<br />

CAR. — As flores nascem sobre o tronco e sobre os<br />

galhos; são côr de rosa, grandes, lindas, de cheiro suave.<br />

— Os fructos contem uma polpa <strong>com</strong>estível, mas pouco agravei,<br />

que, <strong>com</strong> alguns dias, torna-se liquida, de cheiro acido,<br />

côr vmosa.<br />

Mad. — Molle, sem valor.<br />

Ind. — O liber dá bôa estopa.<br />

Alini. — As sementes são <strong>com</strong>estíveis.<br />

CASTANHA de MACACO - COUROÜPITA SUBSES-<br />

SILIS Pilg. (Lecythidaceas).<br />

(A. g.) — HAB. - Varzeas do Amazonas.<br />

Loc. — Cacaoal Imperial (Óbidos).<br />

CAR Flores c*uasi brancas—Fructos volumosos.<br />

Mad. — Madeira#parda <strong>com</strong> veias castanho c^aro, jjara<br />

marcenaria.<br />

Alim. anini. — A polpa dos fructos é utilisada para a<br />

alimentação dos porcos e das gallinhas.<br />


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

CASTANHA SAPUCAIA — LECYTHIS PARAENSIS<br />

Hub. ( Lecythidaceas ).<br />

SYN - Quatelé ( G. fr ) - Marmite de singe ( G. fr. )<br />

notando-se que as «Lecythis» da Guiana são outras especies.<br />

I<br />

(A. g. ) — HAB.-V arzeas do B. Amazonas.<br />

Mad. - Vermelho-amarellado claro; resistente, mas fácil<br />

de se trabalhar, para construcção civil e naval, obras<br />

immersas, segeria. - D = 1,02.<br />

Ind. — As amêndoas contem 51 0 0 de oleo <strong>com</strong>estível.<br />

—A casca dá estopa e o liber pode substituir a mortalha<br />

de cigarros.<br />

Alint. — O frueto (ouriço), 6 uma capsula lenhosa,<br />

quasi espherica, de 18 a 22cms. de diâmetro, fechado por<br />

uma tampa dehiscer.te; contem de 35 a 40 nozes cujas<br />

amêndoas são <strong>com</strong>estíveis, muito apreciadas.<br />

Esta cspecie fornece a totalidade da Castanha sapucaia<br />

do <strong>com</strong>mercio, no E. do Pará.<br />

Med pop. — A casca em decocçáo 6 tónica e diurética<br />

(Icterícia, hepatite, depois de febres intermittentes) — A<br />

agua de maceração dos ouriços é utilisada contra o diabetes,<br />

as areias a albuminuria e o catarrho vesical; usam<br />

também para lavar o rosto e curar os pannos, empigens...<br />

CASTANHA SAPUCAIA — LECYTHIS USITATA<br />

Miers. ( Lecythidaceas ).<br />

E outras especies pouco estudadas do mesmo género.<br />

(A. g. )—HAB. - Matta da Terra firme alta.<br />

CAR.— As castanhas são pequenas, de pouco valor; a<br />

madeira é excellente.<br />

CASTANHA verdadeira, ou C. do PARA — BERTHOL-<br />

LETIA EXCELSA H. B. K. (Lecythidaceas).<br />

SYN . — Castanha do Maranhão-Tucary-Nhã — Noix<br />

du Brésil (Fr.)—Brasil nut (Ingl.)- Yuvid (Venezuela).<br />

(A. G.) —HAB. - Na matta grande da Terra firme alta,<br />

argillosa ou argillo-silicosa, em toda a Amazonia, desde o<br />

sul da Venezueia (alto Orenoco) até o alto Bem (13° a<br />

14o de Lat. S.).<br />

Segundo Miers, haveria duas esperes de Fíertholletia:<br />

a B? excelsa H. B. K., no sul da Venezuela, e a Berth, nobilis<br />

Miers, na Amazonia; esta distineção ainda não esta<br />

confirmada.<br />

111


112 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

CAR. —E' uma arvore de porte magnifico, de dimensões<br />

notáveis, <strong>com</strong>o grossura do tronco (até 4 m. de diam.)<br />

e altura (até 60 m.).<br />

Mu d. — Madeira castanho-claro, de pouco valor.<br />

bld. — Das amêndoas, extrahe-se 67°/o de oleo claro,<br />

inodoro, insípido, <strong>com</strong>estível quando fresco, excellente para<br />

saboaria fina. O liber da casca dá estopa excellente e fibras<br />

para a cordoaria.<br />

Ali m. — O fructo (ouriço) é esphenco, de 11 a 14 cm.<br />

de diam. <strong>com</strong> um peso de 0 k.700 a 1 k.500, contendo, numa<br />

casca lenhosa muito dura, 12 a 22 nozes, ou castanhas, angulosas,<br />

cujas amêndoas são <strong>com</strong>estíveis, saborosas, 1 hectol.<br />

de castanhas em casca = 50 kilos = 11 kilos de castanha<br />

descascada—de valor alimentício bastante elevado <strong>com</strong>o<br />

o das outras amêndoas (nozes, amêndoas, avelas).<br />

Med. pop. — O chá da casca é usado contra as moléstias<br />

chronicas do ligado.<br />

C AT AGE — v. CAAPEBA I)() NORTE.—<br />

CATAUA— (Alto Amazonas - Peru) — v. ASSACU.—<br />

CATAUARY — CRATAEVA BENTHAMI Eichl. (Capparidaceas).<br />

SYN. — 1rapid dos Cearenses, por confusão <strong>com</strong> outra<br />

especie de fructos <strong>com</strong>estíveis — Nina caspi (Peru).<br />

(A. p.) — HAB.• Margens inundadas.<br />

lad. - Sementes oleaginosas: oleo viscoso, de cheiro<br />

desagrada vel.<br />

Aliai anim. — O fructo tem gosto execrável, mas é<br />

procurado por certos peixes (tambaquis).<br />

Med. pop. — As folhas e as raízes são tónicas e estomachicas;<br />

o sumo das folhas é usado externamente contra<br />

dores rheumaticas.<br />

CATINGA DE MULATA — TANACETUM VULGARE<br />

L. (Compostas). —Origin. da Europa.<br />

(PI. hr) Svx.r 7asneira — Tanaisie (Fr.).<br />

Med. — Tónica, amarga, aromatica, emmenagoga,» ar.thelmintica,<br />

abortiva, de uso perigoso. —As folhas são insecti<br />

fugas.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

CATINGA DE MULATA — TAX ACHTUM BAI SA<br />

MIT A L. (Compostas) - Origin. da Huropa.<br />

( PI. h.) - Svx. • Balsamita vulgar—Atanasia dos jardins.<br />

Med. — Aromatica, antispasmodica.<br />

CATINGA DE MULATA - 1TXCAS MARTINICEN-<br />

S1S R. IV —(Labiadas). Cosmopolita tropical.<br />

( PI. h.) - Svx. - Cordão de frade.<br />

Med pop. — O cozimento é usado em banhos contra o<br />

rheumatismo gotoso e articular. - Aromatica, tónica e antispasmodica.<br />

CATINGA DE NEGRO — v. MUSSAMBE.—<br />

CATINGUEIRA — CAESALPIXIA P A R A E X SIS<br />

Ducke (Legum. caesalp.)— v. MUIRAPIXUNA.—<br />

113<br />

C AT IPÊ — ? (Anonaceas).<br />

(A p.) — Loc.-Campos geraes do Rio Erepecurú.<br />

CÀUASSÚ — v. CAA-UASSU.—<br />

CAUASSU — COCCOLOBA LATIFOLIA Lam. (Polygon<br />

aceas).<br />

(A. p.) — HAB.-NO litoral do Estado do Pará.<br />

Mad.— Madeira resistente e flexível, para arcos de<br />

barricas, de pipas.<br />

CAUCHO —CASTILLO A ULEI Warb. (Moraceas).<br />

(A. g.) - HAB.-Na matta grande das terras firmes,<br />

entre os grandes aflluentes meridionaes do Amazonas e<br />

entre os cursos inferiores do R. Trombetas e do R. Curuá<br />

(Rio Branco de Óbidos, Rio Mamiá).<br />

Mad. — Branca, molle. .<br />

Ind. —O látex, abundante, dá a borracha denominada<br />

«caucho». j<br />

Alim. anim. —Fructos pequenos, encarnados, doces,<br />

<strong>com</strong>estíveis, procurados pela caça. o •<br />

* CAUCHO MACHO - B R O SIM Ü M AMPLICOMA<br />

Ducke (Moraceas).<br />

(A. G.).


#<br />

114 A AMAZÔNIA BRASILEIRA _ _ _ _<br />

Loc. — Rio Solimòes, cm matta nâo inundada.<br />

• CAR. —Copa muito larga látex branco, espesso, abundante.<br />

Afad.—Branco -ama rei 1 ado.<br />

CAUCHO-RANA — PER EBE A GUIANENSIS Aubl.<br />

(Moraceas). _ , ^ _ . _,.<br />

(A. m.) — HAB. - Na matta de 1. f. (R. Branco de Óbidos<br />

e Almeirim.<br />

CAR.— Tem os raminhos caducos e as folhas parecidas<br />

<strong>com</strong> as do caucho.<br />

CAUCHO-RANA — v. MUIRATINGA da T. f. —<br />

CAURE — (Amazonas, Pará) — ?<br />

v. PÀO CABOCLO.—<br />

CAXINGUBA — FICUS (sub. gcn. PHARMACOSY-<br />

CEA) AN I HELMINTHICA Mart. (Moraceas).<br />

SYX. Cachingttba Ciiaxingiiba - Coajmguva—Guaxinguba<br />

— Lombrigucira — Uapuim-assú — Gamelleira<br />

(Ceará) - Ojé (Peru).<br />

(A. g.) — HAB. - Varzeas das margens do Amazonas.<br />

Aíad. — Muito branca e leve, fácil a trabalhar.<br />

Ind. - A casca serve para os índios do Rio Negro<br />

fazer tangas e mantas, raspando o epiderme e batendo o<br />

entrecasca para tornai o macio.<br />

Alim. — A amêndoa do fructo, assada e pelada é <strong>com</strong>estível.<br />

Afed. pop. — A amêndoa passa por ligeiramente aphrodisiaca<br />

e por activar a memoria—O látex (leite) é anthelmintico<br />

energico (Anchylostomiase), mas deve ser empregado<br />

<strong>com</strong> cuidado porque pode tornar-se drástico e mesmo<br />

cáustico. O principio activo parece ser um alcalóide (Caxinguvina,<br />

de D. Cl. Martins-M. C. P.-1929).<br />

CAYAPIÁ — v. CAAPlÀ.—<br />

CAYÁTE — vTCOMADRE DE AZEITE.—<br />

• »<br />

CAZUMBRA — (Marajó) — P A S P A L U M<br />

(Gramíneas).


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

(PI h. rasteira).<br />

Alim. atxiai. Parecido <strong>com</strong> o pancuan-Forragem regular.<br />

BRAVA doPARA — PANCRATIUM GUI-<br />

ANENbb Ker. (Amaryllidaceas).<br />

(PI. h.) - SYN. Sc/lla da terra — Acaçcaa d'agua (Marajó).<br />

Med. pop — O bulbo é emetico, espectorante e diurético.<br />

Ora.-Flores grandes, brancas.<br />

CEBOLA BRAVA — v. APUI. - (Clusia, esp. div.).<br />

CEBOLA CECEM- AMARYLLIS BELLADONA L.<br />

(Amary llidaceas).<br />

(PI. h.) — SYN. - Cebola do aiatto.<br />

Med. pop. - O bulbo é excitante, hydragogo e emetico;<br />

toxico em dose mais forte; util na asthma.<br />

CEBOLA GRANDE da matta — v. APUI. — (Clusia,<br />

esp. div.).<br />

CEBOLA DO MATTO — v. CEBOLA CECEM.—<br />

CEBOLINHA —ALLIUM FISTULOSUM L. (Liliaceas).<br />

— Origin. da Sibéria.<br />

( PI. h. )<br />

A cebola <strong>com</strong>mum não se acclima na Amazônia, mas<br />

a cebolinha cresce bem. — Condimento (as folhas têm gosto<br />

de cebola) para saladas.<br />

CEDRO BORDADO — (Belem) — CEDRELA ODO-<br />

RATA L. (Meliaceas).<br />

Mad. — Variedade de cedro vermelho <strong>com</strong> as fibras<br />

trançadas e brilho maior, ondeado.<br />

CEDRO BORDADO — (Óbidos) — ROUP A L A<br />

(Proteaceas).<br />

SYN.—Louro faia. '<br />

• (A. m.)-Loc. • Lago grande de Villafranca.<br />

Mad.-Vermelho-castanho claro, mosqueado de manchas<br />

pardo claro, brilhantes. Para marcenaria.-1 > - ü,0ü.<br />

115


t<br />

116 A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

CEDRO BRANCO — CEDRELA HUBERI Ducke (Meliacxas).<br />

.<br />

SYN -Cedro vermelho (R. Branco de Óbidos).<br />

(A. g.)—HAB. - Matta grande de terra firme alta.<br />

Loc. -R. Tapajóz—R. Xingu-R. Capim - R. Branco<br />

de Óbidos.<br />

Mad. —Avermelhada; para marcenaria.<br />

CEDRO BRANCO — (Varzeas de Óbidos) — GUAREA<br />

TRICHILIOIDES L. (Meliaceas).<br />

SYN.— Cedro rana (Óbidos) —Jatuauba (Belem) — Carrapeta<br />

(Sul)—Gitô.<br />

(A. g.)-HAB.-Em terrenos de varzea.<br />

Mad.—Parecida <strong>com</strong> a do cedro <strong>com</strong>mum, mas menos<br />

castanho, antes vermelho e pouco brilhante—Resiste mal aos<br />

insectos — Para marcenaria. — D = 0,60.<br />

CEDRO BRANCO — (R. Branco de Óbidos — L. do<br />

Salgado) - POUPARTIA AMAZÔNICA Ducke (Ar.acar<br />

diaceas).<br />

SYN. — Taperibd-assá (R. Trombetas) — Fructa de cedro—<br />

Cedro rana — Taperibd-cedro — Yacayacá.<br />

(A. g.) — IIAB.-Na matta virgem, em solo argilloso<br />

fértil.<br />

Loc. — Macapá — Muaná — Vigia — L. do Salgado (R.<br />

Trombetas)—R. Branco de Óbidos —R. Madeira.<br />

CAR.—Parecido <strong>com</strong> o cedro <strong>com</strong>mum.<br />

Mad.—Branco-pardacento, molle, fendendo-se difficilmentc,<br />

sem valor, de cheiro desagradavel.<br />

Mim. —Eructos (drupas) achatados, pentágonos, amarellos,<br />

<strong>com</strong>estíveis, de gosto acido e cheiro de taberibá.<br />

CEDRO BRANCO — (Arumanduba) — v. CEDRO<br />

VERMELHO (Cedrela macrocarpa).<br />

CEDRO FAIA — (Óbidos) — v. LOURO FAIA.<br />

CEDRO-RANA —POUPARTIA AMAZÔNICA Ducke<br />

(Anacardiaccas) — v. CEDRO BRANCO.<br />

D n rf; R A N A - , ( S a n t a r e m ) - VOCHYSIA FER-<br />

RUGINEA Mart. (V ochysiaceas)— v. QUARUBA.—


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

CEDRO-RANA — (Santarém) — VOCHYSI \ M \ \ I<br />

MA Ducke (Vochysiaceas) — v. QUARUBA.—<br />

CEDRO-RANA — (Óbidos) — v. LOI RO FAIA.<br />

CEDRO-RANA — v. CEDRO BRANCO (Guarea trichilioides).<br />

CEDRO-RANA — (Óbidos e R. Solimões) — r F D R F -<br />

LINGA CATENAEFORMIS Ducke (Legum. mim.).<br />

(A. G.)—HAB. - 1 . f. húmida, ao longo de riachos<br />

Loc.-Ba '.xo R. 1 rombetas—Óbidos —Gurupá—Breves<br />

R. Negro - R. Solimões.<br />

Mad. — Textura do cedro, mas grilo mais grosseiro,<br />

pardacento, brilhante, exhalando cheiro desagradavel quando<br />

húmida. — D = 0,65.<br />

Ind.-Cellulose para papel: <strong>com</strong>prim. das fibras, 1,17;<br />

diam. 0,026. -f- = 1/46.<br />

CEDRO-RANA do Igapó — (Santarém) — ANDRIPE-<br />

TALUM RUBESCENS Schott. (Proteaceas).<br />

Mad.— Analoga á do cedro-rana da T. f. (Gen. Roupala<br />

e Andripetalum), mas mais escura e tecido menos<br />

<strong>com</strong>pacto. — D. = 0,49.<br />

CEDRO VERMELHO — CEDRELA ODOR ATA L.<br />

(Meliaceas).<br />

SYX.- Acnjou femelle (G. fr.) — Odre acajou (G. fr.)—<br />

Cedar (Ingl.) — Cederholz (Aliem.).<br />

(A. G.) - HAB. - Matta da T. f. e da varzea alta.<br />

Loc.-Gurupá-R. Trombetas-R. Acre-R. Madeira—<br />

R. Ucayali — Belem — Bragança.<br />

.1/^/.—Vermelho - castanho claro, resinosa, aromatica,<br />

nào atacada pelos cupins, de sabor amarga, tenra; para<br />

marcenaria, caixas de charutos e de assucar,_ moveis (succedanço<br />

do mogno), embarcações leves. D = 0,55 a 0,64.<br />

Med. pof). A casca 6 aromatica, adstringente, tônica<br />

e febrífuga. O cosimento da madeira é re<strong>com</strong>irfendado nas<br />

orcllítes (uso externo) e, internamenie, age <strong>com</strong>o emetico<br />

violento; o oleo das sementes e a casca em pó servem para<br />

detergir as ulceras atônicas e as feridas gangrenosas.<br />

117


118 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

CEDRO VERMELHO — (Santarém — Monte Alegre —<br />

Aljneirim) — CEDRELA MA CROC ARPA Ducke iMeliaceas).<br />

Svx. — Cedro branco (Arumanduba).<br />

(A. g.) - HAB. - Terra firme montanhosa<br />

CAR. — A casca exala um forte cheiro aliaceo.<br />

Mad.—Avermelhada e aromatica.<br />

CEDRO ROXO — CEDRELA (Meliaceas).<br />

Mad.—Madeira de textura idêntica á do cedro vermelho,<br />

mas de côr roxo pardacento; apreciado para marcenaria<br />

fina.<br />

CEDRO-Y — (R. Tapajoz) — v. PAO POMBO.—<br />

CEDRO-Y, ou CEDROHY — G U A R E A G U A R A<br />

(Jacq.) P. Wilson (Meliaceas).<br />

(A. g.)-Loc. • Bôa Vista (R. Tapajóz).<br />

Mad. - Bonita madeira vermelha, imitando o mogno.<br />

CEGA-OLHO — v. PAINA.—<br />

CELIDÔNIA — v. SOLIDONIA.—<br />

CENOURA— DAUCUS CAROTTA L. (Ombelhferas)<br />

— Origin. da Europa Central.<br />

Alim. — Legume ainda pouco cultivado na Amazônia;<br />

o crescimento ú lento, irregular e as raizes apodrecem<br />

quando as chuvas sAo muito abundantes; nào fructiííca,<br />

sendo necessário importar as sementes.<br />

CEREJEIRA das Antilhas — (Belém) — MALPIGHIA<br />

PUNICIFOLIA L. (Malpighiaceas).<br />

(a. de 2m. 50 a 3m.) — Svx. - Cerejeira do Pard - Cerise<br />

carrée (Antilhas francezas).<br />

Mad. — Muito rica em tannino; dá uma matéria corante<br />

vermelha.<br />

Alim. — Fructos da apparencia de cerejas; <strong>com</strong>estíveis,mas<br />

laxativos em dose considerável; bons para confeitos.<br />

* •<br />

CEREJEIRA DA» ANTILHAS — (Belém) — \1 \ 1 •!> I-<br />

GHIA COCCIFERA L. (Malpighiaceas).<br />

(a. de 2m. 50 a 3m.).


119<br />

Aliai. — P ructos da apparencia de cerejas, <strong>com</strong>estíveis,<br />

de polpa succulenta, acidulada, adstringente e antidvsenterica-<br />

Flores róseas, procuradas pelas abelhas que fazem<br />

mel delicioso <strong>com</strong> iguaes propriedades.<br />

Orn. — Cultivada nos jardins <strong>com</strong>o planta ornamental.<br />

CERU—(Belem) — v. CHURU.—<br />

%<br />

CERUAIA — ( Monte Alegre ) v. MARIMARY da V.—<br />

CHÁ de MARAJÓ —CAPRA RI A BIFLORA L. (Scrophulariaceas).<br />

Med. f)0f>. — A infusão é sudorífica.<br />

CHAPÉU de NAPOLEÃO — v. JORRO-JORRO.—<br />

CHAPÉU de SOL— CORDIA TETRANDRA Aubl.<br />

Borraginaceasi.<br />

(A. g.) —HAB.-Na margem dos cursos de agua.<br />

Mad Madeira esbranquiçada, pouco <strong>com</strong>pacta, quebradiça<br />

Ora. — Copa larga — Arvore boa para arborisação.<br />

CHAYOTE— v. CHUCHU.—<br />

CHERIMOIA— v. ATA.—<br />

CHICA— v. CARAJURIJ.—<br />

CHICHA BRAVA — v. TACACAZEIRO.<br />

CHICLE — (Perú) — v. TAMANQUEIRA de LEITE.<br />

CH1COREA—CICHORIUM INTYBUS L. (Compostas)<br />

—Origin. da Europa, ou da índia (Ch. endiva L.).<br />

Alitn. — As C. endiva e C. crespa podem ser cultivadas<br />

durante a estação secca, para saladas.<br />

CHIQUE-CHIQUE — CROTALARIA RETUSA (Leg.<br />

papj— Cosmopolita tropical. ? •<br />

(PI. h., até lm.). ^<br />

° SYN. - Chocalho Guiso de cascavel.<br />

Ind. — Do caule extrahem-se fibras para cordoalha.<br />

Aliai. anim. — Forragem, quando nova.


120 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

CHOPE — (Peru) — GUSTAVIA LONG1FOLIA<br />

Potpp. (Lecvthidaceas). —-(A. p.)<br />

CHOCALHO— v. CHIQUE-CHIQUE.—<br />

CHORÃO— v. OEIRANA (Salix martiana).<br />

CHRYSANTHEMO —Cl IRYSANTHEMUM INDICUM<br />

L. (Compostas) — Origin. da índia e do Japfto.—Raras vezes<br />

cultivado na Amazônia.<br />

Orn. — As flores não se desenvolvem bem; as amar<br />

relias são as mais notáveis.<br />

CHUCHU— SECHIUM EDULE Sw. (Cucurbitaceas).<br />

Origin. do México e America Central.<br />

(PI. trepadeira) — SYN. - Chciyotte ( Fr.) — Vegetahle<br />

pear (Ingl.).<br />

Cultura fácil; produz muito (até 603 fruetos).-Plantase<br />

o frueto inteiro (uma só semente).<br />

bui. - Das hasteas seccas extrahe-se bonitas fibras<br />

prateadas (palha de chuchu), utilisadas para a fabricação de<br />

chapéus de luxo, muito leves. Para este fim, as hasteas novas<br />

(de 1 a 3 mezes) são simplesmente partidas de <strong>com</strong>prido<br />

entre os nós e raspadas depois de uma immersão em<br />

agua de sabão.<br />

Alim — Frueto grande, de 10 a 15 cm. de <strong>com</strong>prido,<br />

<strong>com</strong>estível crü ou cozido (gosto de feijão verde).—A raiz<br />

cresce muito e dá uma tapioca deliciosa; os tubérculos cozidos<br />

são saborosos <strong>com</strong>o a batata.<br />

CHUMBINHO ROXO— v. CAMBARA de FOLHA<br />

GRANDE.—<br />

CHUCHUHUASCA — (Alto Amazonas e Peru) — MAY-<br />

TENUS sp (Celastraceas).<br />

Me d. pop. — A casca é considerada <strong>com</strong>o estimulante.<br />

CHUPA-GUSTAVIA SPECIOSA DC. (Lecythida*<br />

ceas;.—Origin. da CoU>mbia; ás vezes indicada <strong>com</strong>o existindo<br />

nas Guianas e na Amazônia onde ainda não foi identificada<br />

(A. xx\.) —Alim.' Frueto <strong>com</strong>estível; dizem que depois


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

cie ter <strong>com</strong>ido fructos de chupa a pelle torna-se amarelia,<br />

voltando á cor natural depois de dois dias, sem provocar<br />

in<strong>com</strong>modos.<br />

CHURU - (Belem) - A L L A N T O M A LINEATA<br />

(Berg.) Miers. (Lecythidaceas).<br />

SYX.- Cherú—Cerú — lanary (Belem).<br />

(A. m.) —HAB -Igapós das margens, na região do estuário.<br />

Loc.-Belem-E. de Ferro de Bragança—Ilhas-E. do<br />

Amazonas.<br />

CAR. — Nas margens dos canaes de Breves e nos<br />

igapós de Utinga nota-se a folhagem nova, de bonita cor<br />

castanho-violáceo (abril).<br />

Mad. — Branco-roseo; para caixotaria.<br />

Alim. — Fructo: pyxidio lenhoso, cylindrico, de 10-15<br />

cm. de <strong>com</strong>pr. 5-6 cm. de diam., munido de tampa; sementes<br />

<strong>com</strong>estíveis.<br />

CHUVA de OURO — v. BARATINHA.—<br />

CHUVIRINGANA — VALLESIA CHIOCOCCOIDES<br />

Kth. (Apocynaceas).<br />

(a. ou A. p.).<br />

HAB. — No Estado do Amazonas (?).<br />

Mad. — Amarellada - fraca.<br />

lnd. — O látex contem um pouco de borracha.<br />

CICANTAÀ-IHUÁ — v. BREU.—<br />

CIDREIRA BRAVA — v. II KR VA CIDREIRA BRAVA.<br />

CINNAMOMO — v. LYRIO — (Melia azedarach).<br />

CINZEIRO — (Belem - Breves) — TER MIN ALI A TA-<br />

NIBOUCA Smith. (Combretaceas).<br />

SYX.-Cuia-rana— Tanibouca - Páo Joffrey IE. de t.<br />

de Bragança). , . ,<br />

(A. m. ou g.)—HAB. - Nas varzeas do estuário e da região<br />

costeira do Estado-No Alto Amazonas.<br />

Mad.—Imita o freijó.<br />

Med. pop.— Casca adstringente, utilisada contra a diarrhea.<br />

121


I<br />

122 A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

CIPO d'AGUA — (?) DOLIOCARPUS ROLANDRI<br />

Grifei. (Dilleniaccas) e outras Dilleniaceas.<br />

Svx — Cipó vermelho — Muiraqueleca — Murucutua —<br />

Sambahiba—Cipó caboclo venenoso.<br />

HAB.—Cipó grande da T. f. m<br />

Alim.-Cortando rapidamente pedaços (Om. 50 a 1 m.)<br />

dos grossos sarmentos e virando-os por cima de um recipiente<br />

qualquer, obtemse, em abundancia, uma agua fresca,<br />

clara e de gosto agradavel.<br />

Meei. pop. — A casca é adstringente e o pó passa por<br />

ser util nas febres palustres; a raiz é diurética e um pouco<br />

purgativa; os fructos são venenosos (r).<br />

CIPÓ d ALHO— ADENOCALYMNA ALLIACEUM<br />

Miers. (Bignoniaceas).<br />

(Cipó grande).<br />

CAR.—Toda a planta, quando machucada, exhala forte<br />

cheiro de alho — Bonitas flores róseas.<br />

Meei. pop.— Infusão das folhas <strong>com</strong>o febrífuga e contra<br />

os resfriados.<br />

CIPÓ AMARGOSO —(?) ABUTA CANDICANS Rich.<br />

(Menispermaceas).<br />

Me d. pop. — Raizes tónicas, diuréticas, usadas contra<br />

os cálculos renaes. — O caule e as raizes são venenosos<br />

em alta dose, entrando, ás vezes, na <strong>com</strong>posição do "curare".<br />

CIPO de AMBE— v. IM BE.—<br />

CIPO de BAMBURRAL — (Marajó) — CYDISTA AE-<br />

QUINOCTIALIS Mik. (Bignoniaceas).<br />

CAR. — Cipó de grandes dimensões que se cobre de<br />

flores brancas e lilaz, revestindo, ás vezes, em longas<br />

extensões, a frente das mattas marginaes de terra firme.<br />

CIPO da BEIRA MAR — (Litoral) —<br />

LYSTACHYA (L.) tyC (Leg. mim.).<br />

EN TADA PO-<br />

Cipó grande muito <strong>com</strong>mum.<br />

#<br />

Loc. — Estuário — Litoral — Marajó - Amazonas — R.<br />

Branco.


ou<br />

ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

C AR. —- Nu merosas espigas de pequenas flores brancas<br />

esverdeadas.<br />

Med. pop. Raiz usada contra as doenças venereas.<br />

Sch.eE SsS^S A S T R Ü M CLAUSUM ('•**><br />

Loc.—Rio I apajóz.<br />

CIPÓ CABELLUDO - MIKANIA SETIGERA Schult/<br />

(Compostas.)<br />

JAv/. pop— Bom diurético-antialbuminurico-Usa-se a<br />

infusão de toda a planta.<br />

CIPO CABOCLO- D A VILLA RUGOSA Poir. (Dilleniaceas).<br />

SY.W—Sambaibinha-Folha de lixa - Muiraqueteca—<br />

Capa-homem.<br />

CAR. — Cipó grande da T. f.—Flores amarello-pallido<br />

— Ramos cobertos de pellos ásperos.<br />

Ind.—0« galhos, muito flexíveis, servem para amarrar<br />

e poderiam substituir o vime.<br />

Med. pop. \s folhas são empregadas nas orchites e<br />

lymphatites, em banhos—A raiz é um purgativo drástico —<br />

i oda a planta passa por estimulante e aphrodisiaca.<br />

o<br />

123<br />

CIPO CABOCLO VENENOSO — v. CIPO d'AGUA.—<br />

CIPO CATINGA —MIK AMA AMARA Will. (Compostas).-Cultivado<br />

no Pará.<br />

SYN.—Gtiaco (no Sul).<br />

CAR. Folhas e ramos novos muito aromaticos quando<br />

frescos—Flores brancas, em capitulos.<br />

Med. pop. -Toda a planta em banhos aromaticos contra<br />

rheumatismos, gotta - Infusão contra syphilis, febres intermittentes,<br />

tosse, coqueluche.<br />

CIPÓ de CHUMBO - CUSCUTA UMBELLATA Kent.<br />

(Co*hvolvulaceas). , " ...<br />

Planta parasitaria, apresentando longos filamentos sem<br />

folhas, de cor verde passando ao amarello claro.


124 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Med. pop.—O pó é applicado sobre as feridas e ulceras-para<br />

cicatrisal-as-Adstringente e diurético, em infusfto<br />

-Usa-se contra as hemoptyses e a diarrhea sanguinolenta<br />

— Hm gargarejos nas amygdalites e laryngites.<br />

CIPO CRUZ — Nome dado a diversas Bignoniaceas<br />

cujo caule cortado transversalmente apresenta um desenho<br />

em forma de cruz de Malta.<br />

CIPÓ CRUZ — CHIQCOCCA BRACHIATA R. e P.<br />

(Rubiaceas).<br />

ía. sarmentoso, de 2 a 4 m.).<br />

SYX. — Raiz preta — Raiz fedorenta — Caninana —<br />

Cainca.<br />

Loc. — Arumateua (R. Tocantins) — Mte. Alegre, na<br />

matta marginal de campos.<br />

CAR.-Flores brancas pequenas, em racimos-o fructo<br />

é uma baga branca.<br />

Med. pop— Diurético, purgativo, emmenagoga, antihydropico;<br />

usado contra a hypoemia intertropical — Os Índios<br />

empregam a casca da raiz contusa na agua contra o<br />

veneno das cobras. Toxico em alta dose (Glycosidc: caincina).<br />

CIPO CURIMBÓ — TANAECIUM N O C T U R N U M<br />

(Barb. Rodr.) Bur. e Schum. (Bignoniaceas).<br />

SVN.—Cipó puré — Corimbô.<br />

HAB. e Loc. — Na matta de terras altas nos R. Capim—R.<br />

Tapajóz—R. Trombetas—N. de Óbidos.<br />

CAR. - Quando fresco, tem um cheiro forte de amêndoas<br />

amargas. Grandes flores brancas odoríferas que abrem<br />

somente de noite, de corolla cadaca desprendendo se ao<br />

despontar do dia.<br />

Med. pop. — A infusfto da casca é usada contra a gastralgia<br />

e a gastrite.<br />

CIPO CURURU—(?) ECHITES CU RU RU Mart.<br />

(Apocynaceas ).<br />

CAR. — Cipó lactescente — Flores grandes, campanuladas.<br />

Med. {top.—A infusão do caule 6 um purgativo drástico,<br />

de emprego perigoso. O leite ó venenoso; serve para #, tinguijar"<br />

peixe. O principio activo é um glycoside, a Cururina<br />

(Cl. Martins - M. C. P. — 1929).


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 125<br />

CIPO EM —SMILAX PAPYRACEA — v. SALSAPAR<br />

RILHA cio Pará.<br />

CIPÓ de FOGO—CISSUS EROSA L. C. Rich. (Ampelidaceas).<br />

E outras especies do mesmo genero.<br />

Loc. — Marajó. — No Amazonas, o nome de cipó de<br />

fogo parece ser dado a uma dilleniacea.<br />

CAR. — Ramos pubescentes — Flores vermelhas ou roxas,<br />

abundantes.<br />

CIPÓ de GATO — v. UNHA DE GATO.—<br />

CIPÓ de IMBÈ— v. IMBÉ.—<br />

CIPÓ de JABOTI — v. PACAPlÁ.—<br />

CIPÓ de JABOTI — v. ESCADA de JABOTI.—<br />

CIPO de LEITE— v. ALLAMANDA.—<br />

CIPÓ LÍNGUA — ELISSARRHENA GRANDIFOLIA<br />

(Eichl.) Diels (Menispermaceas).<br />

Loc. — R. Branco de Óbidos — R. Mamiá.<br />

CAR. — Cipó de grandes dimensões cuja madeira é formada<br />

de camadas concêntricas e se divide facilmente em<br />

laminas concavas, de espessura variavel, rigidas, cuja face<br />

interna é coberta de rugosidades formadas de concreções<br />

mineraes muito duras e que podem servir de ralo.<br />

CL'Ó MILHOMENS — v. URUBU-CAA.—<br />

CIPO de MORCEGO— v. UNHA DE MORCEGO.—<br />

CIPÓ PITOMBA— AEGIPHILA (Verbenaceas<br />

).<br />

* *<br />

" CIPÓ cie POITA — ADENOCALVMMA FOVEOLA-<br />

TUM Bur. ( Bignoniaceas).<br />

S/x. — Cipó de canôa.<br />

I


(<br />

126 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

CAR. - Flores vermelhas em pequenos racimos — O<br />

fructo é uma capsula ionga de 10-14 cms.<br />

Jnd.—Utilisado na espartaria e na cordoaria.<br />

CIPÓ da PRAIA— v. CAMPAINHA BRANCA.—<br />

CIPÓ de S. JOÃO — v. FLOR dc S. JOÃO.—<br />

CIPÓ TAIA—CAPPA RIS URENS Barb. Rodr. (Capparidaceasj.<br />

. .<br />

Cipó de flores brancas cuja raiz contem um principio<br />

activo, volátil e irritante, a capparina (A. Matta); as folhas<br />

sâo menos activas.<br />

Med. pop. - A raiz triturada, ou em pó. <strong>com</strong> agua. faz<br />

effeito de sinapismo — Para dores rheumaticas substitue o<br />

salicylato de methyla — Usado <strong>com</strong> êxito no Beribéri, junto<br />

<strong>com</strong> a mucura-caá — O succo <strong>com</strong> oleo de amêndoas contra<br />

a otite suppurada.<br />

CIPÓ TIMBÒ — v. TIMBO-ASSU.—<br />

CIPÓ TITICA — HETEROPSIS afl. JENMANI. Oliv.<br />

(Araceas)<br />

SVN.—Arame de lavadeira— Timbô titica.<br />

CAR.—Epiphyta.<br />

lad. — As raizes aereas são <strong>com</strong>pridas e delgadas,<br />

muito resistentes e flexíveis; servem para fazer paneiros,<br />

tipitis (os melhores), laço seguro para qualquer uso, não<br />

apodrecendo facilmente; fervido, descascado e partido em litas<br />

estreitas, serve á confecção de chapéus muito leves.<br />

CIPÓ TRACUA— PHILODENDROX MYRMECOPHI-<br />

LUM Engl. (Araceas).<br />

Loc.—Óbidos, Belem .etc<br />

CAR.-Epiphyta; raizes aereas pendentes e delgadas,<br />

muito <strong>com</strong>pridas — Habita os ninhos da formiga "tracuá"<br />

(Camponotus femoratus).<br />

CIPÓ de TUCÜNARÈ — (Obicos) — D A L B E R GI A<br />

INUNDATA Ben th' (Lcg. dalb.).<br />

(a. g. <strong>com</strong> ramos <strong>com</strong>pridos e escandentes).<br />

HAB. —Nas praias de lagos e rios.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 127<br />

Loc.—Santarém — M. R. Tapajóz— lg. do Sapucua —<br />

L. de Faro.<br />

CAR —Abundantes flores atropurpureas.<br />

CIPÓ TUIRA — ...? (Convolvulaceas).<br />

Loc.—Mandos — R. SolimOes.<br />

Me d. pop.-Adstringente; o cozimento usa-se em banhos<br />

contra a leucorrhea.<br />

CIPÓ UIRA, ou CIPÓ IRA —(Ilhas, Belem) — GUAT-<br />

TERIA SCANDENS Ducke (Anonaceas).<br />

Cipó aromatico.<br />

CIPÓ UNA —(L. de Mamahurü, de Óbidos) — ?<br />

Ind.— A raiz é um tubérculo alongado; serve para<br />

preparar uma tinta preta.<br />

CIPÓ de VAQUEIRO — (R. Tapajoz) — SABICEA AS-<br />

PERA Aubl. (Rubiaceas).<br />

Planta sarmentosa.<br />

CAR. — Folhas asperas <strong>com</strong> nervuras avermelhadas,<br />

flores tubulosas, brancas, felpudas; fructo: baga vermelha,<br />

molle, felpuda.<br />

CIPÓ VERMELHO— v. CIPO d AGUA.—<br />

CIRICÒ — (R. Tapajoz) — GUAREA PARAENSIS<br />

C. DC. (Meliaceas).<br />

Cl RI UB A — AVICEXXIA NÍTIDA Jacq. (Verbenaceas).<br />

SYX. — Siri ubá—Mangue am are/lo—Mangue branco—<br />

Guapird (G. fr.) Blak inangrove (Ingl.).<br />

(A. m.) — HA». - Predomina nos mangaes de Marajó e<br />

na parte septentrional do litoral paraense.<br />

Mad. — Pardo • escuro; para construcção civil, dormentes.<br />

D = 0,95 —O lenho é optimo <strong>com</strong>bustível.<br />

Ind. — A casca 6 rica em tannino.<br />

Me d. — Adstringente poderoso, antihemorrhagico, antidiarrheico.<br />

CIRUELA — (B. Amazonas)—BIJXCHOSIA sp<br />

(Malpighiaceas).<br />

Cultivada em toda a Amazônia.<br />

(a.) — Alini. - Fructos <strong>com</strong>estíveis.


I<br />

128 A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

COATA BRANCO — (Óbidos)<br />

0 Mad. — Branca, leve.<br />

COATA-QUICAUA — (Óbidos) — PELTOGVNE PÂ-<br />

NICO LATA Benth. í Leg. caesalp.).<br />

SYN.- Pão fervo (Cearenses, por confusão <strong>com</strong> a caesalpinia<br />

ferrea, ou jucá) — Pdo mulato da I. f (Manáos).<br />

(A. g)—HAB. - Mattas da T. f.<br />

Mad.—Castanho -avermelhado escuro, virando ao roxo<br />

escuro e. <strong>com</strong> o tempo, ao preto; muito dura. resistente, inputrescivel;<br />

excellente para construcção civil, estacas, segeria,<br />

dormentes. D = 1,20.<br />

COATÁ-QUICAUA — (Macapá — Almeirim — Monte<br />

Alegre ) — PELTOGVNE PARADOX A Ducke ( Leg.<br />

caesalp.).<br />

(A. g.) — Nas collinas, de Macapá até Mte. Alegre.-Estende<br />

seus ramos ferteis flexíveis acima da matta—Coatáquiçáua<br />

= rede de coatá, em L. g.<br />

Mad.- Madeira cinzenta violacca; no mais semelhante<br />

á precedente.<br />

COCA— v. IPADÚ.—<br />

COCO de COTIA — v. CUMARU-RANA.— ( C ouepia<br />

COEIRANA — CESTRUM POEPPIGII Steudt. (Solanaceas.<br />

(a ) — SYN. - Coerana.<br />

Med. pop — Fructos suspeitos — Folhas emollientes, sedativas.<br />

antispasmodicas (em cataplasmas e em banhos),<br />

contra os rheumatismos, contra a dificuldade de urinar<br />

(banhos) e contra diversas affeçòes cutaneas; antihemorrhoidarias<br />

(em banhos).<br />

COEIRANA— CESTRUM SALICIFOLIUM Kunth.<br />

(Solanace^s). #<br />

(a.)—CAR.-Extremamente fétida.<br />

Med. pop. - As folhas são parasiticidas e sedativas<br />

Bom eliminador de bilis nas congestões do fígado. (A. Matta).—Uso<br />

interno perigoso, contendo um principio tóxico.<br />

t


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 129<br />

COENTRO de CABOCLO — ERYNGIUM FOETIDUM<br />

(Umbelliferas).<br />

(Pl. h.) — CAR. -Toda a planta (princip. a raiz) tem<br />

cheiro forte e desagradavel.<br />

Med. pop. — Diurético, antihydropico; antidoto do veneno<br />

das cobras ().<br />

COLA ou KOLA— COLA ACUMINATA R. Br.<br />

(Sterculiaceas).<br />

Origin. da Africa — Acclimada, mas raras vezes cultivada<br />

na Amazónia.<br />

(A. m.) Med. - Os fructos (nozes de cola) são excitantes,<br />

aromaticos e estomachicos.<br />

COLHER I)E VAQUEIRO — v. FOLHA LARGA verdu -<br />

deira.<br />

COMADRE de AZEITE — OM PH A LEA DIA N D R A<br />

Aubl. ( Euphorbiaceas).<br />

SVN.—Castanha cayaté — Cayaté—Cast. caeté (Amazonas)—<br />

draine de /'anse. Liane papaye, Oiiabé ou Omp/ialier,<br />

na G. fr.<br />

(Cip. g.)—HAH. - Terrenos argillosos alagadiços.—Toda<br />

a Amazónia.<br />

bui.—Fructo espherico, de 10 a 14 cm. de diam., amarei<br />

lo, dchiscente, contendo 3 a 4 sementes cujas amêndoas<br />

são oleaginosas, dando 67 ° o de oleo claro, ambreado,<br />

excellente para a illuminação, a saponificação e a lubrificação<br />

das machinas delicadas — Safra : fevereiro a julho.<br />

Mim.— A massa branca que envolve as amêndoas é<br />

<strong>com</strong>estível e também as amêndoas, tendo o cuidado de separai-<br />

a radicula e os cotyledones que são purgativos. O<br />

oleo torna-se <strong>com</strong>estível pela ebullição.<br />

Med.—O oleo pode substituir o oleo de ricino <strong>com</strong>o<br />

purgativo, tendo a vantagem de não ter nem cheiro, nem<br />

sabor e de ser menos viscoso.<br />

COMANDA — v. C UM ANDA.— •<br />

• •<br />

COMANDA-ASSÙ — (B. Amazonas) — v. ACAPU-<br />

KANA (Campsiandra laurifolia).<br />

r


(<br />

130 A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

COMANDATUBA — HIRTELLA MARTIANA Hk.<br />

(Rcfsaceas), no Pará (?) e no Sul.<br />

(A. m.).<br />

Ind.—Casca adstringente; pode servir para cortume.<br />

Alim.- Fructo <strong>com</strong>estível.<br />

COMANDATUBA-MIRIM — (Amazônia) — HIRTEL-<br />

LA BRACTEATA Mart. e Zucc. (Rosaceas).<br />

(A. p.). .<br />

Ind — Casca adstringente.<br />

COMER de ARARA — (Almeirim) — v. JUTAHY PO-<br />

ROROCA.—<br />

COMPADRE de AZEITE—(Ilhas)—ELAEOPHORA<br />

ABUTAEFOLIA Ducke (Euphorbiaceas).<br />

(Cip.) - Loc. - Belem—Ilhas—Macapá—R. Xingu.<br />

Ind. — Fructo volumoso, de 8 a 11 cm. de diâmetro,<br />

<strong>com</strong> 4 gomos e arestas salientes — As amêndoas contem<br />

42°/o de oleo amarello, de cheiro desagradavel, que se solidifica<br />

somente na temperatura de (— 17°).<br />

CONABI — CLIBADIUM SURINAMEXSE L. (Compostas).<br />

SYN.— Couaambi (G. fr.) — Tinibô.<br />

( a.) — Loc. - Barcarena.<br />

CAR.—Flores de cheiro penetrante e desagradavel.<br />

Ind. — Toxico — Usam-se os galhos e as folhas para<br />

"tinguijar" peixe.<br />

CONABI —PHYLLANTHUS COXAMI (Aubl.) Muell.<br />

Arg., = COXAMI BRASILIENSIS Aubl. (Euphorbiaceas).<br />

( a.).<br />

SYN .—Cona mi • Pa rd — Conambi — Timbó.<br />

CAR.— Flores de cheiro penetrante e desagradavel.<br />

Ind—Toda a planta serve para "tinguijar" peixe.<br />

Med.—Raiz diurética e narcótica; a infusão é utilisada<br />

nas moléstias das vias urinarias.<br />

CONAMI — BAJLLIERIA ASPERA Aubl. (Compostas).<br />

SYN. —Conaaii franc (G. fr.)- Timbó— Tingal.<br />

CAR. —Flores brancas, folhas asperas, cheiro de aipo.<br />

Ind.— Toxico — Serve para "tinguijar" peixe.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 131<br />

CONDURU de SANGUE —(Conceição de Araguaya)v.<br />

MUIRAPIRANGA.—<br />

CONGONHA — (de Goyaz) — ILEX AFFINIS Gardn.<br />

(Aquifoliaceas).<br />

(a. g.).<br />

Alim. — Substitue a herva-niaíe; a infusão das folhas<br />

é tônica, diurética, alimentar, digestiva.<br />

CONTRA-COBRA — AEGIPHIL A S ALUT A RIS<br />

H. B. K. (Verbenaceas).<br />

Loc.—Amazonas.<br />

CAR.—'I oda a planta É fedorenta.<br />

Med. pop. — Passa por antídoto poderoso do veneno<br />

das cobras.<br />

CONTRA HERVA — v. CAAPlÀ.—<br />

COPAHYBA — (Alto Tapajóz) — COPAIFERA MUL-<br />

TIJUGA Hayne (Leg. caesalp.).<br />

SVN.—Copahyba marimary (Sta. Julia e Mauhés)—Copahyba<br />

angelini (Mauhés).<br />

(A. gO — HAB. - Matta de T. f.<br />

Loc.-A. e M. Tapajóz — R. Tocantins — Serra de Parintins—M.<br />

R. Madeira —R. Solimões.<br />

Mad.—Textura analoga a do cedro, pardo - amarellado<br />

<strong>com</strong> linhas onduladas castanho claro, quasi branco, fibrosa,<br />

mas não diflicil de se trabalhar, cheirando a cinnafina.<br />

Med. — Oleo abundante, muito liquido e claro, de cheiro<br />

mais agradavel do que o oleo das outras variedades; é<br />

a especie que predomina no mercado de Manáos.<br />

COPAHYBA MARIMARY — (E. do Pará) — COPA-<br />

IF ERA R ETIC U L A T A Ducke (Leg. caesalp.).<br />

SYX.—Copahyba mariniary (R. Trombetas)—Copahyba<br />

jutahx (Mauhés).<br />

Loc.—Óbidos—Alcobaça R. Tapajóz— R. Xingu — R.<br />

Cuminá-mirim—R. Solimões —R. Purús.<br />

Mad. — Analoga á precedente. — Cheiro resinoso.—<br />

D * 0,72.<br />

Med.—E' a copahybeira que dá a maior parte do "balsamo<br />

de copahyba' do Pará; o oleo-resina é grosso, de<br />

t


I<br />

A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

côr castanho amarellado, de cheiro forte e desagradavel,<br />

sabttr acre e amargo; é um excellente antiblennorrhagico;<br />

emprega - se nas gonorrheas agudas e chronicas, nas leucorrheas<br />

e, também, na bronchorrea. — Applica-se nas feridas<br />

<strong>com</strong>o detersivo e cicatrizante e contra a psoriasis.<br />

COPAHYBA BRANCA — (Foz do R. Jutahy) — COPA-<br />

IFERA GUIANENSIS Desf. (Leg. caesalp.).<br />

(A. g.)—HAB. - Na margem dos igapós.<br />

Loc. —R. .Iutahy-R. Negro (frequente em S. Izabel).<br />

Mad. — Madeira branca, de cheiro agradavel de cumarina.<br />

COPAHYBA CU IA RAN A — (Mauhés) — COPAI FERA<br />

GLYCYCARPA Ducke (Leg. caesalp.).<br />

SY.W - Copahvba preta (R. Tapajoz).<br />

(A. G.) -- HAB.-Na T. f. alta.<br />

Loc. -Mauhés-M. R. Tapajoz — M. R. Xingu - R. Ma<br />

deira.<br />

CAR.— O frueto é uma vagem ellipsoide que se abre<br />

em duas volvas lenhosas, parecidas <strong>com</strong> pequenas "cuias".<br />

Mad. — Branco, pardacento.<br />

Med. — Balsamo pouco abundante, espesso, viscoso,<br />

muito escuro.<br />

COPAHYBA JUTAHY— v. COP AI IY BA RANA.—<br />

COPAHYBA PRETA — (R. Taoajoz) — v. COPAHYBA<br />

CUIARANA.—<br />

COPAHYBA-RANA — (Santarém — Óbidos) — COPA-<br />

IFF. RA MARTI I Hayne (Leg. caesalp.).<br />

( A. m. ou g.)— Na T. f. arenosa do B. Amazonas.<br />

,. ~ Copahyba jatahy (Óbidos) — Jutahy pororoca<br />

(Mte. Alegre). •<br />

Mad—Vermelho escuro, oleosa, dura, absolutamente<br />

Ano 01 ' excellente para esteios, estacas, dormentes.—<br />

I) — (),Vo.<br />

Med.—Dú., em pequena quantidade, oleo liquido e claro.<br />

• •<br />

COPAHYBA-RANA — (A. rio Negro) — EP E R 4J \<br />

PURPUREA Benth (Leg. caesalp..<br />

SYN.— Yebaro (A. R. Negro).


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 133<br />

( A. g.) — CAR. - Notável quando coberto de flores<br />

roxo purpureo esplendidas. #<br />

Mad. — Muito resinosa, mas não fornece balsamo.<br />

COPA IA — v. M ARU PÁ FALSO.—<br />

COPUDA — (Marajó) — LICANIA PARINARIOIDES<br />

Hub. (Rosaceas).<br />

SYX. — Cutimandioca ( R. Capim) — Pajurd-rana (R.<br />

Tapajoz).<br />

( A. p.) — I IAB.- Praias e campos arenosos.<br />

Loc.— R. Jamundá — R. Mapuera — R. Trombetas —<br />

R. Tapajoz — R. Capim — Cametá — Marajó.<br />

CAR.— Copa escura, de folhas largas.<br />

Ind.— Sementes oleaginosas.<br />

Alim.— Sementes <strong>com</strong>estíveis.<br />

COPUDA MIÚDA — (Marajó) — LICANIA<br />

(Rosaceas).<br />

CO QU IDA — (R. Negro) — SWARTZIA CHRYSAN-<br />

THA Harb. Rodr. (Legum. caesalp.).<br />

(A. p.) - HAB.-Igapó da T. f.—Commum no R. Negro.<br />

Med. f>o/).— Cozimento para banhos contra a amenorrhea<br />

e a dysmenorrhea.<br />

COQUILHEIRO — (Óbidos) — PROT1UM spec.<br />

( Burseraceas ).<br />

Svx. - Sucurubeiro — Sucuriuba — Pdo de pombas —<br />

Breu preto.<br />

(A. g.) — HAB.-Na T. f.<br />

COQUILHO— v. CUMARU-RANA (Couepia).<br />

COQUILIIO— (Marajó) — CANNA GLAUCA Rose.<br />

(Cannaceas), v. HERVA DOS FERIDOS.—<br />

COQUIRANA — (B. Trombetas, L. de Faro, Juruty<br />

velho) — ECCLINUSIA BALATA Ducke (Sapotaceas).<br />

(A. m. ou g.) —SYN.- Ukukirana ( L. g.) ou Ucuquirana<br />

( Manáos) — Balata (R. Içá ) — Abi ura na \ R. Erepecuri».<br />

HAB. — Em mattas humosas, não inundadas mas húmidas,<br />

e, ás vezes, um pouco paludosas, ao longo dos igarapés.


134 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Loc. - Juruty Velho - R. Erepecuru - R. Trombetas,<br />

(Cax. Porteira) — R. Jamundá (Cab. Infiry) — Manáos -<br />

Borba — B. rio Içá — Tonantins.<br />

bid. - O latex dá uma pseudo-balata de qualidade regular,<br />

contendo cerca de 40 °/o de gutta.<br />

COQUIRANA BRAVO — (Manáos) — ECCLINUSIA<br />

SPURIA Ducke (Sapotaceas). .<br />

(A. M.)- HA».- Mattas não inundadas (Manaos — K.<br />

Tarumá).<br />

CAR.—Latex pouco abundante.<br />

bid. — O leite nAo é aproveitado.<br />

CORAÇÃO de BOI — ANONA RETICULATA L.<br />

(Anonaceas). — Orig. das Antilhas.<br />

( A. p. de 5-8 m.).<br />

SYX. — Fructa de Conde — Araticú — Uichiman ou Corosso/<br />

sauvage (G. fr.).<br />

Alim — Fructos globulosos de casca amarello-castanho<br />

ou amarellado, massa branca ou avermelhada, de sabor e<br />

perfume menos agradavel do que a ata, um pouco enjoativos.<br />

CORAÇÃO de NEGRO — (Breves) — v. MUIRAPA -<br />

XI UB A (Cassia adiantifolia).<br />

CORACÃO de NEGRO — ( Monte Alegre ) — v.<br />

ARAPARY da TERRA FIRME.—<br />

CORAÇÃO dc NEGRO — ( E. do Maranhão ) — v.<br />

MEMBY.—<br />

CORAÇÃO de NEGRO — ( R. Xingú ) — CASSIA<br />

SCLEROXYLOX Ducke (Leg. caesalp.).<br />

Svx.—Muirapixuna


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 135<br />

Loc.— R. Branco de Óbidos—R. Cuminá— Faro.<br />

Mad. — Vermelho • escuro, <strong>com</strong> largas manchas ca


I<br />

136 A AMAZÔNIA BRASILEIRA _<br />

CORÈ-MIRÀ— (Faro) — v. PAO CABOCLO.—<br />

COREOPSIS — COREOPSIS TINCTORIA (Compostas).<br />

— Origin. dos E. Unidos.<br />

(PI. h.).<br />

Oyn. — Flor para jardins.<br />

COROA de ESPINHOS — (Óbidos) — SM ILAX, var.<br />

esp. (Liliaceas).<br />

(Cipó).<br />

COROA de FRADE - MELOCACTUS iXERVI (Cactaceas).<br />

Loc. - Campos geraes do R. Erepecuru.<br />

COROATÀ — v. CURAUA —<br />

COROATÀ, ou CARAGUATÁ - v. GRAVATA de GAN-<br />

CHO.—<br />

CORONHA—(Cearenses)— v. ESPONJEIRA (Acacia<br />

farnesiana).<br />

CORTA-ASTHMA — PSYCHOTRIA TOXICA A. St.<br />

Hil. (Rubiaceas).<br />

SYN — Asier à Vastlime (G. fr.).<br />

Meã. pop.— A infusão das folhas passa por antiasthmatica,<br />

sendo que em dose elevada produz symptomas de envenenamento.<br />

CORTIÇA — v. PENTE de MACACO ( Apeiba tibourbou).<br />

CORTIÇA — v. ARATICÚ do BREJO—<br />

CORTIÇA — (Marajó e Belem) —v. PARICASINHO.—<br />

CORTICEIRA — (Belem) — PTEROCARPUS DRACO<br />

L. (Legunj dalb.). #<br />

SYN. - Mututy (greves) - Tinteira (Belem). .<br />

T m " ni ' " , ' ltoral e igapós do estuário.<br />

Loc.— Belem - Collares — Aramá -Gurupá —Bragança<br />

— Prequente nos mangaes do litoral.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 137<br />

CAR. — Vistosos racimos de flores amarellas alaranjadas.<br />

•<br />

Intl.— A casca e o alburno sào leves e retractis, podendo<br />

servir para fazer rolhas.<br />

Med.— Das incisões da casca escorre um liquido vermelho<br />

de sangue, limpido, cujas gottas coagulam-se e constituem<br />

o "sangue de drago", sang-dragon em Fr., resina<br />

empregada <strong>com</strong>o adstringente.<br />

CORTICEIRA do CAMPO — v. PARICASINHO.—<br />

COSMOS — ( Compostas ).<br />

( PI. h. ).<br />

Orn. - Flor para jardins.<br />

COSTUS PULCHRIFLORUS Ducke (Zingiberaceas<br />

).<br />

Origin. de Alcobaça {R. Tocantins).<br />

CAR.—Flor vermelho-salmão vivo, muito bonita, alta<br />

de 30 a 40 cm.<br />

F •<br />

COTO-COTO — (Nas fronteiras boliviana, peruana e<br />

colombiana ) — PALICOUREA DENSIFLORA Mart.<br />

(Rubiaceas) = RUDGEA V1BURXOIDES Benth.<br />

SY.W— Tangaracd-assú — Congonha de gentio e Cha<br />

de bugre, no Sul.<br />

Med. pop. ( Raiz e casca) - Contra a diarrhea, o rheumatismo,<br />

a gotta. os suores nocturnos dos tisicos.— Depurativa.—Contem<br />

os alcalóides: Cotoina e Paracotoina.<br />

Orn. - Planta muito ornamental, para jardins.<br />

COUVE — BRASSICA OLERACEA L. (Cruciferas.)<br />

— Origin. da Europa occidental e meridional.<br />

Alini. — Cultivam principalmente as couves verdes, as<br />

couves gallegas e a couve tronchuda; durante a estação<br />

secca pode se obter também pequenos repolhos, importando<br />

as sementes í c. Coração de boi e c. Joanet); a couve flor e<br />

a couve de Bruxellas desenvolvem-se mal e produzem pouco;<br />

o mesmo se dá <strong>com</strong> a couve-rabão ; a couve-nabo ( Brassica<br />

campestris L.) é de cultura mais fácil. #<br />

* COUVE da CHINA— BRASSICA CHINENSIS L.<br />

(Cruciferas).—Origin. do Extremo-Oriente.<br />

SYX.— Pé- 7sai. e a variedade inferior Pak-choï.<br />

c


138 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Mm.— Legume excellente; cresce rapidamente ( 2 a 3<br />

); se <strong>com</strong>e cru, em salada, ou cozido, preparado de<br />

diversos modos.<br />

CRAVINA do CAMPO, amarclla — (Marajó) —SCHUL-<br />

THESIA STENO PH Y1X A M. ( Gentianaceas ).<br />

(Pl. h.-0,18 a 0,30).<br />

SYN.— Fel da tetra - Centaurelle (G. fr.).<br />

Loc.— Nos campos altos de Marajó e do Matapi. —<br />

Encontra-se no Pará e no Amazonas.<br />

Meã. pof).— Amarga, tónica e febrífuga.<br />

Orn.— Flores bastante vistosas.<br />

CRAVINA do CAMPO, cor dc rosa — (Marajó) —<br />

SCHULTHESIA BRACHYPTERA Cham. (Gentianaceas).<br />

Como a precedente.<br />

CRAVINHO — DIANTHUS CHINENS1S L. (Caryophyllaceas).<br />

SYN.— Cravo da China.<br />

Ont.- Flôr para jardins; dá-se bem e fructifica.<br />

CRAVO — DIANTHUS CARYOPH YLLUS L. (Caryophyllaceas).-<br />

Origin. da Europa meridional.<br />

Orn.— Flôr para jardins. — As variedades que se cultivam<br />

mais facilmente são o cravo Margarita e o cravo<br />

perpetuo.<br />

E' preciso importar as sementes.<br />

CRAVO de DEFUNTO — TAGETES PATULA L. e<br />

T. ERECTA L. (Compostas).—Origin. do Mexico.<br />

( Pl. h. de 0m. 60) —Toda a planta tem um cheiro forte,<br />

desagrada vel.<br />

Ora. - Flores amarellas, ás vezes maculadas de castanho.<br />

dobradas.—As do T. patula são pequenas, as do T.<br />

erecta são maiores, amarello vivo. ( Rose d'Inde, em Fr. ).<br />

M ed.— As raízes são laxativas.<br />

CRAVO do MAxTO — v. PAO CRAVO.—<br />

CRISTA de GALLO — CELOSIA CRISTATA Moq.<br />

(Amarantaceas).— Origin. da Índia.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 139<br />

Ont. — As flores, de cores variadas, são de bello effeito<br />

nos jardins. •<br />

Ali m. — N'a índia, as folhas e os renovos são usados<br />

<strong>com</strong>o legumes.<br />

CRISTA de GALLO — (Marajó) — v. BORRAGEM<br />

BRAVA.—<br />

CROTON— CODIAEUM VARIEGATUM L. ( Euphorbiaceas<br />

).— Ongin. da índia,<br />

(a. ou A. p.) — Cultivado.<br />

0/7.'.— Folhas de colorido variado, de effeito muito<br />

decorativo.<br />

CROTON do CAMPO — CROTON CHAMAEDRY-<br />

FOLIÜS Griseb. (Euphorbiaceas).<br />

(Pl. h.).— HAB.- Commum nos logares abandonados.<br />

CROCUS — CROCUS VERNUS.<br />

(Pl. h. bulbosa).<br />

Ont — Flôr para jardins.— Numerosas variedades.<br />

CRUZ de MALTA — JUSS1AEA PILOSA H, B.. K.<br />

( Onagraceas ).<br />

( Pl. h. ).— Loc.- Marajó.<br />

/mi.— Dos fructos prepara-se uma matéria corante<br />

amarella; por maceração, toda a planta dá tinta.<br />

CRUZEIRO—EUPATORIUM ODORATUM L.<br />

(Compostas).<br />

(a) —Loc.- Boa Vista, no R. Tapajoz.<br />

CUANBÚ — v. HERVA PICÀO.— i<br />

CUANDÙ — v. GUANDU.—<br />

CUAXINGUBA — v. CAXINGUBA.—<br />

ÇUBÍU —SOLANUM SESSILIFl^ORUM Dun (Solanac^as).<br />

( a. ) — Loc. - Pará e Amazonas.<br />

Alim. — Os fructos são bagas polposas; servem para<br />

fazer conservas e doces.<br />

o<br />

• • s


I<br />

140 A AMAZÔNIA BRASILEIRA _<br />

CUBÍU — v. FAO I)E CUBIU.—<br />

CUCÍJRA - v. MAPATY.—<br />

CUIA de MACACO - JUGASTRUM OBTECTUM<br />

Miers. (Lecythidaceas). .<br />

(A. p.)—SYN. - Pdo de macaco—Cmarana.<br />

HAB.—Commum nas cabeceiras cios lagos <strong>com</strong> aguas<br />

estagnadas.<br />

Loc.— R. Trombetas-Óbidos—Faro.<br />

CUIARANA — (Marajó e litoral) — v. CINZEIRO.—<br />

CUIARANA — v. CUIA de MACACO.—<br />

CUIARANA — (Santarém) — v. MIRINDIBA. (Buchenavia<br />

grandis).<br />

CUIEIRA — CRESCENTIA CÜJETE L. (Bignoniaceas).<br />

SYN.—Cuité.<br />

(A. p.)—Loc. - Cultivada em toda a Amazônia.<br />

In d. — Os fructos sAo globulosos, podendo attingir 25<br />

cm. de diâmetro.—Da casca, dura e resistente, fazem-se diversos<br />

utensilios domésticos (cuias).<br />

Med. pop. - A polpa dos fructos é purgativa; quando<br />

verde, misturada <strong>com</strong> assucar, usa-se internamente <strong>com</strong>o<br />

febrífuga e expectorante; quando madura é usada em cataplasmas<br />

<strong>com</strong>o emolliente.<br />

CUITE — V. CUIEIRA.—<br />

CUJUBA — (R. Tapajoz) — AC ACI A GLOMEROSA<br />

Benth. (Legum. mim.).<br />

CUJUMARY AYDENDRON CUJUMARY Meissn.<br />

(Lauraceas).<br />

(A.).<br />

Mad.-Madeira para construcções civis e navaes; marcenaria.<br />

o ~ — As artlbndoas silo aromaticas e oleaginosas,<br />

semelhantes ás de puthuri. - Casca e sementes excitantes,<br />

ato^a imesfina^ eStlVaS ' bÔaS -appetencia e


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 141<br />

CU JU MA R Y-R A NA — v. LOURO TAMANCO.—<br />

CUMA — v. SORVA PEQUENA.—<br />

CUMÀ-ASSÚ— v. SORVA GRANDE.—<br />

CUMÀ-CAÀ — ELCOMARHYZA AMYLACEA Barb.<br />

Rodr. (Asclepiadaceas).<br />

SYN. — Camacá.<br />

(Cip.)— Loc. -1. de Marajó — Manáos.<br />

Me d.—O sueco leitoso da planta é empregado <strong>com</strong><br />

successo para curar o pterygion (carne crescida, nos olhos);<br />

este succo e a fécula resinosa (cumacaina) extrahidos das<br />

raizes, deram resultado contra as ulceras dos paizes quentes<br />

(leishmanioses). — O principio activo é a El<strong>com</strong>arhysina<br />

(A. Matta) que tem uma acção destruidora sobre os tecidos<br />

de neo-formação.<br />

CUM AC A-1 — LOPHOSTOMA CALOPI1YLLOIDES<br />

Meissn (Thymelaceas).<br />

(Cipó grande).<br />

HAB.—Mattos pantanosos de Beiern e das Ilhas.<br />

CAR.—Notável pelos seus paniculos de flores brancas<br />

esverdeadas, muito odoríferas.<br />

Ind. — Os fructos contêm uma amêndoa oleaginosa —<br />

oleo: 34°/o do peso dos fructos, ou 53° o do peso das amêndoas<br />

seccas (56,õ°/o pelos solventes).<br />

Med. pop. — O cosimento das folhas contra as caspas<br />

e a queda do Cabello.<br />

CUMAHY— v. MOLONGÓ.—<br />

CUMANDÀ-ASSÙ — (Rio Negro) — CAMPSIANDRA<br />

LAU RI FOLIA Benth. (Legum.) v. ACAPU'- RANA —<br />

CUMANDATlÁ — LABLAD VULGARIS Pinson (Legum.<br />

pap.) = DOLICHOS LABLAD L.<br />

Origin. da Africa tropical.<br />

(PI. h. trepadeira). — Cultivada. #<br />

Ali/n. Vagens verdes e feijões maduros, <strong>com</strong>estíveis.<br />

CUMANDÀ-Y — (R. Tapajoz) —SECURIDACA VO-<br />

LUBILIS L. (Polygalaceas).<br />

c


(<br />

142 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

CUMARU — COUMAROUNA ODORATA Aubl., =<br />

DI l TER IX ODORATA Willd. (Leg. dalb.).<br />

SYN. -Fève tonka e Gaiac em G. ir.-Cumbari (L. g.)<br />

—Muirapagé.<br />

Mad —Castanho amarellado escuro.--Compacta, muito<br />

dura, de cheiro agradavel de cumarina, diflicil de se trabalhar,<br />

imputrescivel; para ebanisteria, construcção naval,<br />

moitões, dormentes, carroçaria e eixos de moinhos.—D=l, 10.<br />

(A. g)-HAB. - Matta da T. f.—Em toda a Amazônia.<br />

Zn d.—As amêndoas (favas) dos fruetos têm um aroma<br />

delicioso e são utilisadas em perfumaria (Cumarina). — Extrahe<br />

se delias um oleo amarello claro, perfumado, que se<br />

altera rapidamente ao contacto do ar.-O frueto inteiro tem<br />

5-7 cm. de <strong>com</strong>prim.<br />

Med. — A tintura das favas é antispasmodica e tônica.<br />

—E' um moderador dos movimentos cardíacos.<br />

CUMARU FERRO — (R. Acre) — CO UM A ROUX A<br />

FERRE A Ducke (Leg. pap. dalb).<br />

(A. G.)-CAR.-AS amêndoas são parecidas <strong>com</strong> as do<br />

"Coumarouna odorata", mas inodoras e <strong>com</strong>estíveis.<br />

Mad.—Madeira muito dura.<br />

CUMARU — (Faro, Óbidos, R. Trombetas, Gurupá, E.<br />

do A mazonas — Mauhés) — CO UM A RO UN A PO L Y-<br />

PHYLLA. (Hub.) Ducke (Leg. dalb.) = DI PTE RYX<br />

POLYPHYLLA Hub.<br />

(A. g. ou A. G.).<br />

SYN\— Camar úrana da t. f. (Mauhés).<br />

CAR.— A copa cobre-se de llores de um bello roseo<br />

vivo.<br />

Mad.-O cerne é pardo escuro, pesado, duríssimo.<br />

Ind.— Fruetos menores: 4 cm. de <strong>com</strong>prim. inodoros.<br />

%<br />

(OWdos,Paro,R. Trombetas) — COUMA-<br />

# R T 0Ü NA ODORATA,<br />

(Leg. dalb.).<br />

var. TETRA PHYLLA Spruce r<br />

Mesmas propriedades que o Coumarouna odorata.<br />

CUMARU cie CHEIRO - TORRESIA...<br />

( Leg. pap. soph.).<br />

(A. g.).


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 143<br />

SYN.— Imburana de cheiro.<br />

CAR.—Todas as partes tem cheiro de cumarina. •<br />

Mad.— Branco-pardo-roseo; para marcenaria. — D =<br />

0,62.— Manchada de vermelho ao contacto da agua e virando<br />

ao amarello avermelhado claro.<br />

CUMARÚ-RANA — T A R A LEA O P P O SITIFO LI A<br />

Aubl. = DIPTERYX OPPOSITIFOLIA Willd. - (Leg. pap.<br />

gal.).<br />

SYN.— Tarale ou St. Martin gris, da G. fr.<br />

( A. g. ou m.). — Hab.- Nos igapós.<br />

Loc. - Estuário — M. rio Tapajoz — R. Xingu — Bragança<br />

— A. Amazonas.<br />

CAR.—Flores em bellos paniculos roxos, de cheiro<br />

agradavel que se espalha longe.<br />

Mad.— Brancoamarellado, dura, pesada e <strong>com</strong>pacta.<br />

Ind.-O fructo é uma fava grande, dehiscente; as<br />

amêndoas sAo inodoras, oleaginosas; o oleo é verde amarello<br />

escuro.<br />

CUMARÚ-RANA — ? (Rosaceas).<br />

SYN. - Castanha de a ata — Castanha de macaco—Coco<br />

de cotia - Coquiüo.<br />

Duas qualidades: a mais interessante provém do Alto-<br />

Amazonas; os íructos, ovoides alongados, tem 9 a 10 cm./<br />

5 a 6 cm. — e encerram uma grossa amêndoa branca que<br />

dá60°/ode oleo incolor, brilhante, inodoro.—No B. Amazonas,<br />

ha uma variedade menor, de 6 a 7 cm./4 cm.<br />

CUMARÚ-RANA — (R. Acro) — v. MUIRAJUBA.—<br />

CUMARÚ-RANA da V ARZE A (Óbidos) — v. ANDIRÁ-<br />

UCHY.—<br />

CUMARU de RATO — (E. de Ferro de Bragança) —<br />

AMPHIODON EFFUSUS Hub.- í Leg. pap. gal. ).<br />

A. P.)-HAB.- Matta da T. f.<br />

^oc.— Bragança — Santarém - R. Xingu — Itaituba —<br />

Cuminá-mirim.<br />

Mad. — Cor de laranja viva, teciil^» fino.<br />

• CUM ATE — (Serra de Paranaquára) — MAÇAI REA<br />

VISCOSA Ducke (Melastomaceas ).<br />

(A. p.) —HAB.- Em terrenos frescos.<br />

ê


144 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Mad.- Ruivo-violaceo. — Muito dura.<br />

» Ind.— A casca dá tinta preta.<br />

0,,L— Arvore de ornamento, para parques.<br />

CUMATE — (Manáos) — MYRCIA ATR A MENTI-<br />

FERA Barb. Rodr. (Myrtaceas).<br />

(A. m.) —Loc.- Manáos - B. Amazonas.<br />

Mad.— Escura, rija.<br />

Ind.— Com a casca prepara-se uma tinta roxo-escuro,<br />

virando ao preto pelo ammoniaco, solida, servindo de mordante<br />

para tingir as cuias <strong>com</strong> urucü, carajurú,<br />

ou simplesmente em preto brilhante.— A tinta extrahida<br />

da casca ó muito vizinha da do "cacluí" (do Acacia catechú,<br />

da índia), bastante empregada na tinturaria (A. Callier<br />

-M. C. R- 1930).<br />

CUMATÊ— (Faro) — v. ACHUÁ.—<br />

CUMATE — (Gurupá) — M ACA IR E A G L A B R ES-<br />

CENS Pilg. (Melastomaceas).<br />

(A. p.)—Loc.- Nos campos de Faro — em Gurupá —<br />

Manáos.<br />

Mad.— Vermelho-castanho-violaceo.— Grão íino, dureza<br />

media, trabalhando-se bem.— D = 0,90.<br />

Ind.— A casca dá tinta preta.<br />

CUMATERANA — (R. Tapajoz) — MYRCIA sp<br />

(Myrtaceas).<br />

CUNABI — ICHTHYOTHERA CUNABI Mart. (Compostas<br />

).<br />

(PI- h. >7 Loc.- Campos firmes do B. Amazonas.<br />

CAR.—Toda a planta tem um cheiro forte e désagradavel.—<br />

Toxica (Dr. J. B. de Lacerda ). —Serve para "tinguijar<br />

o peixe.<br />

CUMEEIRA — (Santarém) — v. ARAPARY da TERRA<br />

I' III ME.—<br />

CUMINHO BRAVO — PECTIS ELONGATA H. ft. K.<br />

( Compostas ).<br />

Loc.— Nos campos de Marajó — Prainha.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 145<br />

CUNURY — OUNURIA SPRUCEANA Baill. (Euphorbiaceas).<br />

•<br />

(A. G.) — Loc.- No alto R. Negro.<br />

CAR.— Enormes sapupemas.<br />

Alim.— Os fruetos sào parecidos <strong>com</strong> os da seringueira;<br />

as amêndoas são amargas e tidas <strong>com</strong>o venenosas;<br />

cs Índios as <strong>com</strong>em cozidas (A. Ducke).<br />

CUPAUBA — (Furos) — v. COPAIIYBA.<br />

CUPIUBA — GOUP1A GLABRA Aubl. (Celastraceas).<br />

(A. g.)—HAB. - Matta da T. f. em terreno arenoso.<br />

Loc. —Bolem - Gurupá — B. Amazonas.<br />

\lcid—Vermelho - castanho claro — dureza media, muito<br />

fácil de se trabalhar; exhala um cheiro desagradavel de<br />

cupim * principalmente quando molhada — Marcenaria, dormentes.<br />

D = 0,88.<br />

CUPUAHY — THEOBROMA SUBINCANÜM M.<br />

(Sterculiaceas).<br />

HAB. — Frequente em toda a Amazônia, na T. f. húmida.<br />

(A. p.) — Alim. - Fructo de lOcm./ócm.; serve para<br />

doces e <strong>com</strong>potas <strong>com</strong>o o cupú-assú, mas sem perfume—Sementes<br />

<strong>com</strong>estíveis, inferiores ás do cacáo.<br />

CUPÚ-ASSÚ — THEOBROMA GRANDIFLORUM<br />

(Spreng.) Schum. (Sterculiaceas).<br />

(A. p.)—HAB. - Matta da T. f.<br />

Loc.—M. R. Tapajóz—R. Xingu—Alcobaça-B. Amazonas—Bragança—Ourem—Alto<br />

R. Anapú (muito abundante<br />

e variedade de fruetos muito grandes).<br />

Ind. — As sementes dão 48 %> de gordura branca analoga<br />

á manteiga de cacáo.<br />

Alim.—Fruetos ellipticos grandes (24/12 cm.), pesando<br />

de 1 a 1,5 kgr. — Casca dura, lenhosa, de côr castanho<br />

escuro. A polpa que envolve as sementes é abundante e<br />

exhala, quando madura, um aroma agradavel; serve para<br />

preparar deliciosos refrescos, sorvetes,# <strong>com</strong>pota — Com as<br />

sementes pode-se fazer chocolate.<br />

CUPU-ASSÜ —(Alto Amazonas brasileiro)—v. CACAO<br />

do PERU'.


\<br />

14(J A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

CUPU-ASSÚ-RANA ou CUPU-RANA — (Estuário) —<br />

MTTISIA PARAENSIS Hub. (Bombaceas).<br />

(A. p.) - Loc.- Ilhas de Breves até Gurupá.<br />

— Fructo de mais de 0m.20 de <strong>com</strong>pr.<br />

friãd.— Branca e molle; para pasta de cellulose.<br />

íud. — \ casca dá uma fibra muito resistente, para<br />

cordoaria. O fructo, não <strong>com</strong>estível, contem numerosas sementes<br />

envoltas numa espessa camada lanuginosa de libras<br />

curtas e moiles; estas amêndoas dão 24,6 %> de um oleo<br />

amarello viscoso que somente se solidilica a uma temperatura<br />

inferior a ( — 15°).<br />

CUPU-ASSU-RANA — (Alto Amazonas) — MATISIA<br />

LASIOCALYX Schum. (Bombaceas).<br />

CUPUDA — v. COPUDA.—<br />

CURACY — (Manáos) — v. RABO DE ARARA.-<br />

(Belem).<br />

CURARE — v. URARI.—<br />

CURAUA — ANANASSA (Bromeliaceas).<br />

(PI. h.) -Matta de T. f., em terreno arenoso.<br />

CAR.-16-25 Folhas estreitas (4 5 cm.), longas de 2m.,<br />

sem espinhos lateraes.<br />

Ind. — Por maceração ou raspagem, extrahem-se das<br />

folhas fibras brancas, <strong>com</strong>pridas, de uma resistencia extraordinana.<br />

usadas, no interior, para a fabricação de cordas<br />

para redes e para arcos<br />

Mim.—O fructo é um pequeno ananaz (8 cm /5,5 cm.),<br />

amarello quando maduro — Na ponta do fructo, e não na<br />

base, os filhos em numero de 20-25, formam um volumoso<br />

bouquet.<br />

CURCUMA-CURCUMA TINCTORIA Gubi. Uingiberaceas).—Origin,<br />

da Asia Meridional.<br />

(* n. )•


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 147<br />

Ind.— A raiz (rhizoma) dá tinta amarella própria para<br />

tingir productos de alimentação, vernizes, papel. — Serve<br />

<strong>com</strong>o reactivo dos alcalis.<br />

CURICIUBA = CURUCIUBA — ?<br />

Loc.— Santarém — Mauhés.<br />

Mad.— Dura, vermelha <strong>com</strong>o a da muirapiranga.<br />

CURIMBO da MAITA— v. CIPO CURIMBO.—<br />

CURUMI — (Pará) — MUNTINGIA CALABURA L.<br />

( Tiliaceas).<br />

( A. m.).<br />

SYN. — PdO de seda — Calabura (A. Amazonas) -r-Jtois<br />

ramier (G. fr.).<br />

HAB.— Varzea do Amazonas e terrenos argillosos elevados.<br />

Mad.— Bôa para tanoaria.—Muito leve.<br />

hid. Liber para cordas: fibras sedosas.<br />

Mim.— Fructos <strong>com</strong>estíveis (bagos vermelhos).<br />

Med. pop.— Flores antispasmodicas.<br />

CURUPIRA — COUEPIA (Rosaceas).<br />

Loc. — Teffé.<br />

In d. — Fructos piriformes, de 6/4 cm., côr castanhoavermelhado<br />

escuro; encerram, numa casca lenhosa, uma<br />

grossa amêndoa oleaginosa que dá 61 °/o de um oleo muito<br />

espesso, viscoso, de côr amarelloavermelhado.<br />

CURUPITA— v. MURUPITA.—<br />

CURURU — (Óbidos) — CYLINDROSPERMA . .ANO-<br />

M A LU M (Muell. Arg.) Ducke (Apoc$*naceas).<br />

• (A. P.). ;<br />

HAB.— Matta da varzea inundada. ,<br />

Loc. — W. do E. do Pará, e até o R. Negro. i,.<br />

)


148 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Tnd __ As vergonteas, direitas e <strong>com</strong>pridas, descascando-^<br />

facilmente quando colhidas ha pouco, fendendo se <strong>com</strong><br />

regularidade e sem esforço, flexíveis, fortes, sao empregadas<br />

para fazer caniços de pescar e mesmo arcos para creanças.<br />

CURURÚ— v. CIPÓ CURURÚ.<br />

CURURÚ — (Faro) — v. POROROCA.—<br />

CÜRURU-APÈ— V. TIMBO CIPO —<br />

CUTIMANDIOCA — v. COPUDA.—<br />

CUTI MANDIOCA — LICANIA PARINARIOIDES<br />

Hub. (Rosaceas).<br />

(A. m.)—HAB. - Matta de V.-No alto R. Capim.<br />

CAR.—Copa escura; folhas largas.<br />

CUTITI, ou CUTITEIRO— v. CUTITIRIBÂ.—<br />

CUTITIRIBÀ — LUCUMA RI VICO A Gaertn. (Sapotaceas).<br />

SYN.—Cutiti—Cainilo ou jaune d'oeuf\ na G. fr.<br />

(A. g. ou m.)—HAB. - Nas mattas das restingas argillosas<br />

altas das varzeas do R. Amazonas.<br />

CAR.—Arvore muito frondosa.<br />

Mad— Para construcção, carpintaria, marcenaria. (Côr<br />

amarellada).<br />

Alim.—Fructos de côr verde, <strong>com</strong>estíveis; a massa interna<br />

parece se <strong>com</strong> gemma de ovo, é adocicada, saborosa,<br />

de cheiro forte.<br />

Med. pop. — Casca antidysenterica — A casca e as sementes,<br />

raladas e postas <strong>com</strong> agua morna ou leite num<br />

pouco de algodão, contra as otites.<br />

rPnrY»»!*^


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 149<br />

CUTITIRIBA-RANA — v. ABIU-RANA GRANDE.—<br />

C UTI UB A— ( Monte Alegre ) — v. SAPUPIRA do<br />

CAMPO.—<br />

CUTIUBA— (S. Caetano de Odivellas, Beiern) — QUA-<br />

LEA PARAE.MSIS Ducke (Vochysiaceas).<br />

(A. m.»—HAB. - Matta da T. f.<br />

SYx.—Quaruba (Gurupá).<br />

Mild. —V ermelho-pardo.<br />

CYCAS —CYCAS CIRCINALIS L. (Cycadaceas).-<br />

Origin. das Molucas e Ceylão.<br />

SYN.— Sagú das Molucas.<br />

Alim.— Os cycas contem na medula dos troncos uma<br />

fécula analoga ao Sagú (da Malasia), mas de qualidade um<br />

pouco inferior.<br />

Med.—As sementes contem um glucoside toxico a l\ikoina<br />

(Dongen—1903).<br />

O/'//.—Planta de ornamento, cultivada nos jardins.<br />

»


150


D<br />

DAHLIA —DAHLIA VARIA BÍLIS W. Desf. (Compostas<br />

) — Origin. do Mexico.<br />

(Pl. h.).<br />

Orn.— Flôr para jardins; numerosas variedades; perfeitamente<br />

acclimada.<br />

DAMIANA. — TU RN ER A DIFFUSA Willd. (Turneraceas).<br />

(a).— Med. pop.- Aromatica, cheiro e sabor de camphora;<br />

estimulante, tonico nervoso, aphrodisiaco, diurético.<br />

DEDOS de BRANCO — ALSTROEMERIA A M AZ O-<br />

N1C A Ducke ( Amaryliidaceas).<br />

(PI. h. ) —Loc.- R. Branco de Óbidos — R. Ariramba<br />

( R. Trombetas ).<br />

Oui.— As flores, de cor vermelho esverdeado, formam<br />

uma coroa na extremidade de uma haste <strong>com</strong>prida.<br />

DEDAL — v. PACARI. —<br />

DIAMBA — v. LIAMBA. —<br />

# DIAMBARANA — ( R. Tapajoz ) — COUT O U B EA<br />

R AM O S A Aublet ( Gentianaceas).<br />

( a ) — H AH.- Nas margens dos igarapés.<br />

Loc.— R. Tapajóz.<br />

ê


152 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

CAR.— Flores purpurinas; toda a planta É muito amarga.<br />

- Med pop.— \3sada nas doenças do estomago e contra<br />

os vermes.<br />

DIRIJO v. LIAMBA. —<br />

DOURADINHA - (Marajó) — LIN DER NI A CRUS-<br />

TÁCEAS F. v. Mull. (Scrophulariaceas), = VAN-<br />

DELIA CRUSTACEA Benth.<br />

e LIN DER NI A DIFFUSA Wittst., = VANDE-<br />

LIA DIFFUSA L.<br />

SYx.—Douradinha do campo (C. do Matapi)— Orelha<br />

de rato — Papa terra — Mata ca nua ( Bahia).<br />

CAR. e HAB.—Hervas pequenas, rasteiras, do campo<br />

e logares abertos. Flores azues.— Em campos argillosos<br />

seccos.<br />

Med. pop.— Diuréticas, purgativas, emeticas, emmenagogas<br />

e antibiliosas (as folhas). — Em alta dose são venenosas.—<br />

Perigosas para o gado, principalmente para os<br />

carneiros.<br />

DOURADINHA FALSA — BYRSONIMA VERBAS-<br />

Cl FOLIA Rich. (Malpighiaceas).—v. MURUCY.—<br />

DURÀCA — ?<br />

CAR.— Uma das arvores mais altas das mattas do R.<br />

Negro ( S. Gabriel).<br />

Mad.- - Avermelhada, lembrando a da maparajuba (Inf.<br />

F J<br />

A. Ducke, 1932).


E<br />

EMBAÚBA — v. IIUBAUBA. —<br />

E M BIR AT A N H A — v. BOLOTEIRO. —<br />

EMBIRA ou ENVIRA ou ENV1REIRA —Nome generico<br />

dado ás arvores cuja parte interna da casca é fibrosa e<br />

utilisada para cordas e ligaduras.<br />

ENVIRA - (Beiern) — v. TACACAZEIRO. (Sterculia<br />

pruriens).<br />

ENVIRA — (Marajó) — v. MUTAMBA ( Guazuma ulmifolia).<br />

ENVIRA - (Marajó) — v. UACIMA da PRAIA (Hibiscus<br />

tiliaceus).<br />

ENVIRA — (R. Cuminá mirim) — v. ARATICU do<br />

Matto (Anona longifolia).<br />

ENVIRA —(E. de F. de Bragança, R. Cuminá - mirim)<br />

-ANAXAGOREA PHAEOCARPA Mart. (Anonaceas.)<br />

ENVIRA - ( Faro ) -- XYLOPf V BRASILIENSIS<br />

Sprdfig. (Anonaceas).<br />

SY.W—Inibira -Pindahiba de folha pequena.<br />

Mad.—Leve e duradoura, para jangadas.


J54 A AMAZÔNIA BRASILEIRA<br />

Ind — Dá bôas fibras para cordoaria.<br />

Mim.-Os fructos são aromáticos e podem servir de<br />

condimento em vez de pimenta (to reino.<br />

Med. pop. — Sementes carminativas.<br />

EKVIRA - (Furos) - GUATTERIA OUREGOÜ<br />

(Aubl.) Dunel. (Anonaceas).<br />

(A. g)—SYN. - Ott regou (G. fr.).<br />

CAR.-AS folhas e os fructos tem um sabor picante e<br />

um pouco aromatico.<br />

Mad.-Alvacenta, dura e <strong>com</strong>pacta, ligeiramente aromatica.<br />

Ind- Dá fibras e estopa.<br />

ENVIRA — ROLLINIA, div. esp<br />

(Anonaceas).<br />

ENVIRA — XYLOPIA BENTHAMI Rob. Frics.<br />

( Anonaceas >.<br />

( A. da T. f.).<br />

Loc.— Faro.<br />

ENVIRA — XYLOPIA FRUTESCENS Aubl. (Anonaceas<br />

).<br />

SVN.— Pindahiba - Pindduba— Jejerecú — Pimenta de<br />

gentio.<br />

(A. m.) — Loc.- Rio de Faro.<br />

Mad.— Alvacenta.<br />

Ind.— A casca dá fibras para cordoaria e estopa.<br />

Mim.—Os fructos podem substituir a pimenta do reino:<br />

as sementes são picantes e aromaticas.<br />

Med. pop.— As sementes são carminativas; a casca é<br />

picante e aromatica.— Os fructos substituem o cubeba\ as<br />

capsulas encarnadas tem um gosto acre, picante, c cheiro<br />

de terebenthina.<br />

VNRMRFA.AMARGOSA -


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 155<br />

HAB.— Nas capoeiras (Óbidos, Faro).<br />

Ind.— Madeira própria para fabricação do papel; "rendimento<br />

em cellulose 41,8 %> (A. Bastos— M. C. P. ).<br />

Alini. — Os fructos podem substituir a pimenta do reino,<br />

<strong>com</strong>o condimento.<br />

.!/


c<br />

156 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

ENVIREIRA do CAMPO — v. AÇOITA CAVALLO. -<br />

ENXERTO, ou ENXERTO de PASSARINHO — v.<br />

HERVA de PASSARINHO. —<br />

ESCADA de JABOTY — BAUHINIA SPLENDENS<br />

H. B. K. (Leg. m | • a * » / I / .<br />

SYN. — Cipó de jcibotx — Cipo escada (Cearenses) —<br />

Matd-matd (Marajó)— Cipó florão-Cipó unha de boi.<br />

(Cip.)-RIAB. -Matta e capoeira de T. f.<br />

E' a especie mais frequente — Caule achatado e <strong>com</strong><br />

curvas alternadas dando o aspecto de uma escada.<br />

Loc.— Beiern -E. de F. de Br.—R. Tocantins—Santarém—R.<br />

Tapaioz—Óbidos - Faro.<br />

Mad. — O lenho dos caules velhos e grossos é escuro,<br />

duro, apresentando, nos cortes transversaes, veias e rosetas<br />

de lindo effeito; utilisado para fabricar diversos objectos<br />

curiosos (caixas, bandejas, etc.).<br />

ESCADA de JABOTY — B A U HINIA R ü TIL A X S<br />

Benth. (Leg. caesalp.).<br />

(Cipó da T. f.).<br />

Loc.—E. de F. de Br.—Beiern—Gurupá—M. R. Xingu.<br />

ESCOVA de MACACO — COMBRETUM AUBLETII<br />

DC. (Combretaceas).<br />

(Cipó) —Loc.- Nas margens do Amazonas—Almeirim.<br />

CAK.— Magnificas llores vermelhas.<br />

ESCOVA de MACACO — v. PENTE de MACACO. —<br />

ESPADANA - (Marajó)-SAGITTARIA ACUTIFO-<br />

L1A L. t. ( Alismaceas).<br />

( PI. h.) —HAB.- NOS alagados atolantcs.<br />

A/nu. a nun. - Os cavai los <strong>com</strong>em as llores.<br />

ESPADEIRA - (R. Mapuera) - EPERUA FALCATA<br />

.\ubl. (Leg. caesalp.).— v. APA'.<br />

ESPELINA FALSA — CLITORIA GUIANEÜSIS<br />

Benth. (Leg. pap. )<br />

(PI - h > Alim. anim.' Forragem procurada principalmente<br />

pelo gado equino, mas suspeita depois da florescência.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 157<br />

Med. pof).—Raiz e sementes consideradas <strong>com</strong>o cathartico<br />

muito util nos cystites e urethrites.<br />

ESPADEIRA— (Faro)-EPERUA BIJUGA Benth.<br />

A<br />

( Leg. caesalp.). — v. IPE.<br />

Loc.— Faro — nas Ilhas — Manáos.<br />

ESPERA PRIMEIRO — (Óbidos) — OUROUPAR1A<br />

GÜIANENSIS Aubl. (Rubiaceas).<br />

SYN.—Jupindâ ( Marajó ).<br />

(Cip.)—HAB.- Commum na várzea do Amazonas e<br />

logares de solo argilloso e temporariamente inundados.<br />

CAR.—Tem ganchos em forma de unhas, de ponta acerada.<br />

Alim.— O caule dá agua potável.<br />

ESPIGA de SANGUE — H E L O SIS GÜIANENSIS<br />

Rieh. (Balanophoraceas).<br />

Planta parasita das raizes de diversas arvoras (Imbaubeiras).<br />

CAR.—Succo adstringente e stiptico; flores vermelhas,<br />

pequenas.<br />

Alim. anim — Pedunculos. procurados pelas cotias.<br />

ESPINAFRE de CAYENNA ou da GOYANA— (Amazonas<br />

)- PHYTOLACCA OCTANDRA L. (Phytolaccaceas).<br />

(a. — até 3m.) — Cosmopolita. — Invasora das plantações.<br />

Alim.— As folhas são <strong>com</strong>estíveis.<br />

Med. pop.— O succo da raiz e dos fructos verdes é<br />

purgativo.<br />

ESPINHEIRO PRETO — (Mte Alegre) — v. PARICA<br />

BRANCO<br />

. ESPINHO de AGULHA — A C A NTHOS PE R M U M<br />

XANTI 1 ION )HS DC. (Compostas).<br />

Loc. —Tesos de Maguary (Marajó).<br />

Med. pop.— Folhas e raizes amargas e tónicas.


ias A AMAZÔNIA BRASILEIRA<br />

ESPONJA do MATTO - BOTRYTIS FOMENTARIA<br />

Mart. (Fungos). , . ,<br />

Svx - Isco do moto — Tabaco de judeu.<br />

Loc-Cabec. do Sellé (L. gr. de \ illafrança).<br />

CAR—Cogumelo em forma de grande esponja arredondada<br />

de eôr castanho-pardo, muito leve, de tacto macio,<br />

liso.— Attinge 12 a 15 cm. de diâmetro, pesando uma de<br />

11 cm. somente 10 gr.<br />

ESPONJEIRA - (Pará) -ACACIA FARNESIAXA<br />

Willd. (Leg. mim.).<br />

( A. m.) — Cultivada.<br />

Svx.—Coronha (dos Cearenses) — Cassier ( Fr.).<br />

Mad.— Amarellada, própria para segeria, construcçào<br />

civil.<br />

Ind.— A casca dá tannino.—Os fructos dão mutilagem<br />

emolliente. — Das flores extrahe-se oleo essencial para<br />

a perfumaria.— Da casca exsuda gomma.<br />

ESPONJEIRA — (Mte. Alegre) - PITHECOLOBIUM<br />

ACACIOIDES Ducke. (Leg. mim.).<br />

S\s.—Arapiraca (R. Tapajoz)—Jurema branca (Vizeu<br />

e Mte. Alegre)—Arvore de macaco.'<br />

(A. m.) — Matta de T. f., nos pontos mais seccos<br />

do Estado e de verão mais rigoroso, visinhos de campos<br />

arenosos.<br />

Loc. — Bragança—Vizeu — Mte. Alegre — Almeirim-<br />

Santarem-Óbidos.<br />

CAR.-Arvore espinhenta, de copa disposta em umbella<br />

grande, sem folhas no verão.<br />

Mad. Para carpintaria e marcenaria.<br />

Med.—Casca adstringente.<br />

Alim. anim.-Os macacos procuram muito os fructos.<br />

ESPONJEIRA - (Almeirim) — v. PARICA de ESPON<br />

JAS —<br />

lanacea S sT RAM n? 10 7 D ; V ?URA STRAMONIUM L.#.Solanaceas).<br />

-— Origin, da Asia.<br />

t| 1. h.)—Cultivada.<br />

SYx.-ligueira do inferno.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 159<br />

Med.-Toxica- Narcótica cm dose pequena; acção semelhante<br />

á da bdladona Preconisada contra o asthma a<br />

coqueluche, a epilepsia, as nevralgias e o rheumatismo.<br />

Contem os alcalóide: Hyoscyamina, d a tu ri na e scopo-<br />

Ia mind.<br />

ESTRELLA —RANDIA FORMOSA (Jacq.) Schum.<br />

(Rubiaceas).<br />

SYN.—Açucena,<br />

(a.)—Loc. - Margens do R. Branco de Óbidos — M. R.<br />

Tapaioz.<br />

CAR.—Flores brancas perfumadas.<br />

ESTRELLA do NORTE. — E U C H A RIS GR A N DI -<br />

FLORA Planch. (Amaryllidaceas).-Indígena (E. do Pará).<br />

(PI. bulbosa)—Orn. - Grandes flores brancas, aromaticas,<br />

em umbellas de 36 flores.—Muito ornamental; cultivada<br />

na Europa.<br />

EUCALYPTUS — EUCALYPTUS esp. div. (Myrtaceas).<br />

— Origin, da Australia.<br />

As especies E. GLOBULUS Labill. e E. CITRIODO-<br />

RA Hook podem ser cultivadas nos jardins, na Amazonia,<br />

mas não adquirem grande desenvolvimento.<br />

Med.—As folhas do E. GLOBULUS são usadas em<br />

infusões e tintura nas febres intermittentes, bronchites, e<br />

<strong>com</strong>o antiseptico do intestino.<br />

EUPHORBIAS — EUPHORBIA esp. div<br />

(Euphorbiaceas).<br />

EUPHORBIA PULCHERRIMA Willd., = POIN-<br />

S ET TI A PULCHERRIMA Grah.—Origin, do Mexico.<br />

( a.) — Orn.— Notável pelas suas largas bracteas escarlates.<br />

EUPHORBIA TIRUCALLI L. - Origin, da Africa<br />

ou da índia, cultivada na Amazonia.<br />

SYN. - Arvore de S. Sebastião.<br />

( a.) — CAR.—Tem o aspecto cie um pé de coral <strong>com</strong>posto<br />

de pequenas varinhas verdes<br />

Med — Latex branco, cáustico, purgativo e antisyphilitico,<br />

mas venenoso. #<br />

• Orn.— Arbusto elegante.


F<br />

FAGUEIRO - (Óbidos) — LONCHOCARPUS SPRU-<br />

CEANUS Benth. (Leg. pap. daib.).<br />

Svx. — Aquíquy (R. Tapajóz).<br />

(A. m. ou p. ) — HAB.- Em capoeiras e beira de campos.<br />

Loc.— Belem — Santarém — R. Tocantins — Óbidos.<br />

Mad. Branco-roseo-amarello claro. — Para marcenaria<br />

- D = 0.98.<br />

Orn — Flores róseas abundantes.<br />

FACHEIRO — XYLOPIA LIGUSTRIFOLIA Dunal<br />

í Anonaceas).<br />

(A. g.)—Loc.- R. Tapajóz (Bôa Vista).<br />

bui. — A madeira ú preferida para fazer fachos.<br />

FAIA — v. LOURO FAIA. —<br />

FALSA ESPELINA — CLITORIA GUIANENSIS<br />

Benth. ( Leg. pap.).<br />

Herva volúvel, de campos altos.<br />

Loc.— Mazagilo — Monte Alegre.<br />

Med. pop. — Raiz diurética; a infusão 6 empregada<br />

contra as cystites e urethrites.— Usam-se as sementes em<br />

pó <strong>com</strong>o purgativo.<br />

FANFAN - ( Marajó) — HIBISCUS BIFURCATUS<br />

Cav. (Malvaceas).


(<br />

162 A AMAZOXIA BRASILEIRA<br />

(a de 1 a 2 m. <strong>com</strong> longos galhos escandentes).<br />

f 3v'x _ \l


ARVORES E PLAnTAS LJTEIS 163<br />

Ind. — As amêndoas dão 50%> de oleo avermelhado,<br />

<strong>com</strong>estível. •<br />

Alim.—As amêndoas são <strong>com</strong>estíveis, mas ligeiramente<br />

amargas.—A safra é de fevereiro a julho.<br />

FAVA de BEZOURO — CASSIA XINGUENSIS<br />

Ducke (Leg. caesalp.).<br />

(A. p.)—HAB. - \*as capoeiras, em terrenos argillosos.<br />

Loc.—M. R. Xingu-M. R. Tapajoz.<br />

Mad.—Branca e molle.<br />

FAVA de S. IGNACIO FALSA— v. PACAPIA. —<br />

FAVEIRA- (R. Tocantins) — v. VISGUEIRO.—<br />

FA VEIRA — (Alcobaça) — v. PARICÀ (Schizolobium<br />

amazonicum).<br />

FAVEIRA - (Belem) — VATAIREA PARAENSIS<br />

Ducke (Leg. pap. dalb.).<br />

(A. g.)—HAB. - Matta da T. f.—Pouco frequente.<br />

FAVEIRA — (Cach. do R. Tapajóz) — v. ARAPARY<br />

da V ARZE A. —<br />

FAVEIRA — (R. Tapajóz) — v. ANGELIM FALSO. —<br />

FAVEIRA AMARELLA — v. FAVEIRA GRANDE do<br />

IGAPO' —<br />

FAVEIRA — (Óbidos) — P1THECOLOBIUM CORYM-<br />

BOSUM (Rich.) Benth. (Leg. mim.).<br />

FAVEIRA (Rio Tapajoz) — VATAIREA ERYTHRO-<br />

CA RPA Ducke (Leg. caesalp.) = TIPUANA ERYTHkO-<br />

CARPA Ducke.<br />

(A. g.) — HAB. - Na matta virgem da T. f. alta.<br />

" Loc. - Rio Tapajoz.<br />

Mad— Castanho, <strong>com</strong> vasos apparentes de um amareilo<br />

vivo, de grão muito grosseiro, dura e nodosa.—D = 1,10.


164 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

*<br />

FAVEIRA de EMPIGEM - (Belem, Estuário) - v.<br />

FAVEIRA GRANDE do IGAPO. —<br />

FAVEIRA BRANCA - (Rio Tapajóz) — v. VISGUEIRO<br />

(Parkia ingens.).<br />

FAVEIRA GRANDE do IGAPO — V AT AIR EA GUI-<br />

ANENSIS Aubl. (Leg. pap. dalb.). .<br />

Svx.-Fava de empigem (Belem) — Dartrier, ou Bois<br />

à dartres, da G. fr. — Faveira amareUa (Ilhas de Breves).<br />

(A. m. ou g.)—HAB.-Em todo o Estado, nas margens<br />

dos rios e nos igapós.—Muito frequente.<br />

Loc. — Gurupá — Belem -Ilhas-Almeirim —R. Xingú-<br />

M. Tapajoz — Cuminá— L. de Adauacá — E. do Amazonas.<br />

Mad. — Côr castanho claro, <strong>com</strong> estrias amarellas,<br />

para construcçAo civil, marcenaria; é resistente, mas de<br />

textura grosseira.-D = 0,80.<br />

Ind.— Por incisão da casca, obtem-se uma gomma vermelho-escuro,<br />

pouco solúvel nagua, adocicada e adstringente.<br />

Med.— As sementes piladas <strong>com</strong> banha, ou vinagre,<br />

constituem uma pomada usada para curar empigens; o<br />

succo acre do fructo emprega-se contra as ephelides.<br />

FAVEIRA do IGAPO — ( R. Tapajóz) — C RU DI A<br />

AMAZÔNICA Benth. (Legum. caesalp.).<br />

HAB.—Nas margens arenosas de alguns rios e lagos.<br />

Loc.—Almeirim — Santarém — Óbidos — B. rio Trombetas.<br />

t i p I R A do MATTO - PIT H ECO LO BIU M MUL-<br />

TIFLORUM Benth. (Leg. mim.).<br />

Loc.-Nos E. do Amazonas e do Pará—Nas varzeas<br />

dos grandes rios — Faro — Óbidos — Mte. Alegre.<br />

, r I>ara construcçAo civil, carpintaria, marcenaria<br />

e para lenha.<br />

Med. pop.— Cí^ca adstringente. — Passa por toxica (?)<br />

M \ \ w r n P S QlJENA DA T F - — CL1TORIA HOFF-<br />

MANSEGGII Benth. (Leg. pap.).


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 165<br />

( A. p.)— HAB.- Nas capoeiras velhas, em terrenos argillosos.<br />

•<br />

Loc.—K. Tocantins Almeirim — Mte. Alegre —Alemquer<br />

- Faro - E. do Amazonas.<br />

FA VEIRA PEQUENA da V. — CLITO RI A AMAZO-<br />

NUM (Mart.) Benth. (Leg. pap.).<br />

(a. g.)—HAB.- Commum nas margens dos rios e lagos.<br />

Loc.— B. rio Tapajoz — B. rio Trombetas — Faro.<br />

Mad.— Castanho avermelhado, de grão regular, fácil<br />

a trabalhar.<br />

FA VEIRA de ROSCA - (Óbidos) — ENTEROLOBIUM<br />

SCHOMBURGKII Benth. (Leg. mim.).<br />

Svx. — Timbô-rana, ou Timbô da malta ou Timbauba<br />

(Belem) — Acacia fraiic, ou poiricr — ( G. fr.).<br />

( A. G.) — HAB.- Matta da T. f.-- Frequente nos solos<br />

arenosos.<br />

CAR.—Favas pequenas, enroscadas.<br />

Mad.— Castanhoclaro —dureza media, fibrosa. -- Para<br />

construcçüo civil e naval, marcenaria, dormentes. D = 0,


(<br />

190 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

FEDEGOSO - (Óbidos) — v. CRISTA dc GALLO.<br />

(Marajó).—<br />

FEIJÃO - PHASEOLUS VULGARIS L. (Leg. pap.)<br />

—De Origem sul-americana. E' o feijão <strong>com</strong>mum.<br />

PHASEOLUS LUNATUS L., ou feijão de Lima, de<br />

origem americana. _ „„„,<br />

PHASEOLUS MULTIFLORUS Willd. - Chamado<br />

vulgarmente fava; sementes brancas ou pintadas de castanho<br />

escuro.<br />

DOLICHOS e VIGNA, numerosas variedades, de origem<br />

asiatica ou sul-americana.<br />

Alim.—Cultivam-se todo o anno.<br />

FEIJÃO BRAVO — CENTROSEMA BRASILIANUM<br />

(L) Benth. (Leg. pap phas.).<br />

(Cipó) — CAR. - Rasteiro no meio das hervas, ou trepando<br />

em pequenos arbustos — Flores roxas — Muito frequente.<br />

FEIJÃOSINHO RASTEIRO — CANA VALIA ALBI-<br />

FLORA Ducke (Leg.).<br />

(a. p. voluv.) — HAB.- Na argilla vermelha, em capoeiras<br />

da T. f.<br />

Loc.-R. Tapajoz—R. Tocantins—B. R. Trombetas—<br />

Mte. Alegre.<br />

FEIJÃO BRAVO — v. OLHO de BOI FALSO. —<br />

..... FEIJÃOSINHO da matta - CALOPOGON1UM CAL-<br />

KULbuM (Benth)—Hernsl. (Legum. pap. phas.).<br />

B ---Frequente em capoeiras húmidas.<br />

(^'PO-LOC. - R. Tapajoz-Marajó-Obidos.<br />

CAR.—Mores azues.<br />

FEL da TERRA — v. CRAVINA do CAMPO. —<br />

(PterKtaT, A S P I D I U M SUBQUINQUEFIDUM «Hook<br />

CAR.-Pequeno, mas muito elegante e delicado.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 167<br />

FETO — (Belem).— ADIANTUM POLYPHYLLUM<br />

(Pteridophytas). *<br />

Loc.—Muito <strong>com</strong>mum nas mattas do Pará.<br />

FETO ARBORESCENTE — (Cabeceiras nos campos de<br />

Mariapixy) — HEMITELIA MULTIFLORA R. Br. (Pteridophytas).<br />

CAR.—Tronco de 1 m. 60 a 2 m., nas margens das cabeceiras,<br />

nos campos do Mariapixy.<br />

FETO ARBORESCENTE — (B. Amazonas — Furos de<br />

Breves) - ALSOPHILA FEROX Presl. — v. AVENCA<br />

grando.<br />

FETO GRANDE — ( Cunani ) -ACROSTICHUM AU-<br />

REUM L. (Pteridophytas).<br />

CAR.— Foliolos verdes de um lado e amarellos do outro,<br />

pontilhados de amarello escuro.<br />

FETO MACHO do PARA — ASPLENIUM SERRA-<br />

TUM L. (Pteridophytas).<br />

CAR.—Folhas muito recortadas, elegantes.<br />

FIGUEIRA COMMUM — FICUS CARICA L. (Moraceas).—<br />

Origin. da bacia do Mediterrâneo.<br />

(A. p.) — Cultivada, cresce na Amazônia, mas dá poucos<br />

fructos de qualidade inferior. Exige uma estação secca<br />

bem marcada.<br />

Meã. pop.- O látex do tronco é cáustico e usado para<br />

destruir calíos e verrugas; o fructo maduro 6 emolliente e<br />

peitoral.<br />

FIGUEIRA BRANCA —v. GAMELLEIRA BRANCA. —<br />

FIRMEZA dos HOMENS — HIBISCUS MUTABÍLIS<br />

L. (Malvaceas).— Origin. da G. fr. •<br />

«í a.) — Cultivada.<br />

Svx.— Amor dos homens.<br />

bui — O liber dá bonitas fibras para cordoaria.<br />

Med. pop.— Folhas e flores emollientes


1<br />

16S A AMAZOXIA BRASILEIRA<br />

Om.—Planta de jardins ; as flores, brancas de manha,<br />

sáb cor de rosa pela tarde.<br />

FLABELLO - (Marajó) - PASPALUM CHRYSO-<br />

DACTYLON Doll. (Gramíneas).<br />

(PI. h. em forma de leque).<br />

HAB.- NOS terrenos altos, arenosos.<br />

Alim. anim.— Forragem de má qualidade.<br />

FLAMBOYANT—PO IN CI AN A REGIA L. (Leg.<br />

caesalp. ).— Origin, de Madagascar.<br />

Mad — Leve. quebradiça.<br />

Om.— Magnifica arvore ornamental. Compridos cachos<br />

de flores escarlate vivo e amarello; empregadas em alamedas,<br />

mas tem o inconveniente de levantar o calçamento <strong>com</strong><br />

as raizes.<br />

FLOR d'AGUA — PISTIA STRATIOTES (Aroideas).<br />

(PI. h. aquatica).<br />

Me d. pop — As folhas são emollientes.<br />

FLOR de BEZOURO - (dos Cearenses) - C ASSIA<br />

HOFFMANSEGGII Benth. (Leg caesalp.).<br />

(a.)— Commum nos arredores de Belem e Bragança,<br />

mais raro no B. Amazonas.<br />

FLOR de CAMPA — YUCCA GLORIOSA L. (Lilia<br />

ceas ).<br />

Iiid.— As folhas dão boas fibras texteis- A pellicula<br />

que reveste as folhas é utilisada para a fabricação de flores<br />

artinciaes.<br />

Om.— As folhas largas, coriaceas, terminadas por uma<br />

ponta aguda, formam um ''bouquet" no meio do qual ergue-se<br />

uma haste <strong>com</strong> numerosas flores brancas em forma<br />

de campas viradas para baixo.<br />

FLOR de CARDEAL — IPOMAEA QUAMOCLU L.<br />

( Lonvolvulaceas ).<br />

(Cip.).<br />

OniLinda planta de adorno.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 169<br />

FLOR de CERA — H O V A C A R N O S A Rob. Br.<br />

(Asclepiadaceas) — Origin. da índia. •<br />

(Cip.).<br />

OrnFlores curiosas, para jardins.<br />

FLOR de S. JOÃO — , R. de Janeiro) — PYROSTE-<br />

GIA YENUSTA (Ker.) Baillon (Bignoniaceas). — Origin.<br />

do centro e do sul do Brasil.<br />

(Cip. grande)— Cultivado.<br />

SYX. — Cipó de S. João — Bellas (S. Paulo).<br />

CAR.—Flores tubulosas, de côr vermelho-laranja, avelludadas,<br />

em paniculas terminaes muito abundantes.<br />

Oni.— Planta ornamental vistosa, própria para caramanchões.<br />

FLOR de S. MIGUEL, de folha grande — PETRAEA<br />

INSIGXIS Sch. (Verbenaceas).<br />

(Cip.).<br />

SYX.— Viuvinha ( R. Mapuera ).<br />

Orn.— Cachos abundantes de flores côr de lilaz.<br />

FLOREXA —(Marajó)-RIENCOURTIA aff. GLO-<br />

MERATA Cass. (Compostas).<br />

(PI. h.) —HAB.- Nos montículos ou aterroadas dos terrenos<br />

altos.<br />

Alini. anini.— Forragem para cavallos.<br />

FOLHA CHEIROSA — (Amazonas) — ANTHURIUM<br />

OXYCARPUM Poepp.<br />

Ind.— As folhas seccas tem cheiro de baunilha e sAo<br />

utilizadas para perfumar o tabaco.<br />

FOLHA da FORTUNA — BRYOPHYLLUM CALY-<br />

CINUM Salisb.— ( Crassulaceas).<br />

SYX. — Folha de pirarucu.<br />

Med. pop. — Folhas sedativas.<br />

FOLHA LARGA verdadeira - (Santarém) — v. PÃO<br />

DE £RARA ( B. Amazonas ).<br />

FOLHA de LOUCO — v. LOUCO. —<br />


194 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

FOLHA de OURO, ou FOLHA DOURADA — ACRODI-<br />

CLsIDIUM AUREUM Hub.( Lauraceas).<br />

( A. p. ou m.) - HAB.- Matta da 1 f.<br />

Loc.— Belem. a . . .<br />

Orn — As folhas seccas tem a face inferior sedosa, de<br />

cor castanho claro, ou amarello dourado brilhante; sào<br />

flexíveis e se prestam para trabalhos de ornamento.<br />

FOLHA de OURO - AULOMYRCIA CUPREA Berg.<br />

(Myrtaceas). . . .<br />

(A. p. ou a.) - HAB.- NOS campos e praias da regulo<br />

litoral. ,<br />

Orn.— A face inferior das folhas é cor de cobre, mas<br />

as folhas seccas são duras e quebradiças.<br />

FOLHA de PIRARUCU — v. FOLHA da FORTUNA. -<br />

FOLHA de PRATA, ou FOLHA PRATEADA — OCO-<br />

TEA ARGYROPHYLLA Ducke (Lauraceas).<br />

(A. m.) -HAB. - Nas mattas de T. f.<br />

Loc.—Belem—E. de F. de Bragança.<br />

Orn. - A face inferior das folhas é de um bonito branco<br />

prateado, sedoso — Estas folhas silo utilisadas para trabalhos<br />

de ornamento, mas tornam-se muito quebradiças.<br />

FOLHA de URUBU — PHILODENDRON LACINIA-<br />

TUM Engl. (Araceas).<br />

(Cip.).<br />

Med. pop.—As folhas seccas untadas de azeite quente<br />

applicam-se contra as nevralgias — o cosimento das folhas<br />

usa-se em banhos contra o rheumatismo.<br />

FORNO — v. UAPE (Victoria regia). —<br />

eTT r QUILHA - (Marajó) - PASPALUM PAPILLO<br />

bUM Spreng. (Gramíneas).<br />

(PI. h. de 0,25 a 0,35)-HAB. - Nos terrenos altos.<br />

Afim. anim, - Forragem bôa para cavallos.<br />

FRECHA (Sul; — v. CANNA BRAVA (Norte do Brasil).<br />

FRECHA de URUBU — (Óbidos) — GYNERIUM sp.<br />

(Gramíneas).


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 171<br />

CAR. — A haste das flores nào tem consistência, não<br />

servindo para fazer frechas. •<br />

FRECHA VERDADEIRA - (do Norte) - GYNERIUM<br />

SAGITTATUM Beauv., = GYNERIUM SACCHAROI-<br />

DES H. B. K. (Gramíneas).<br />

(PI. h.- 3 a 4 m.)— HAB. - Commum no Alto Amazonas;<br />

cultivada no B. Amazonas.<br />

Ina. — A haste das flores é direita, <strong>com</strong>prida, rigida,<br />

sem nós; serve para fazer frechas.<br />

FREIJÒ — CORDIA GOELDIANA Hub. (Borraginaceas).<br />

(A. G.) — Em Baião, A. Lange observou uma arvore<br />

que media Om.85 de diam. e44m50 até os primeiros galhos,<br />

sendo 33 m. de tronco direito.<br />

Srs.—Frei Jorge — Jennie wood (Ingl.).<br />

Loc.—Região de Bragança — Volta do Xingu.<br />

CAR.—Notável pelas intlorescencias muito densas, de<br />

flores alvas, bastante grandes e duradouras.<br />

Mad.— Excellente qualidade, côr parda, dureza media,<br />

trabalhando-se bem: procurada para tanoaria — carpintaria,<br />

marcenaria.— D = 0,65.<br />

FRUCTA de ANNEL — (Capoeiras de Óbidos)-PSEU-<br />

DIMA FRUTESCENS (Aubl.) Rad. (Sapindaceas).<br />

CAR. - Arvore pequena, não ramificada, esguia, <strong>com</strong><br />

folhas e inflorescencia no ápice do tronco.<br />

FRUCTA de CONDE — v. CORAÇÃO de BOI - ANONA<br />

RETICULATA L. (Anonaceas) Origin. das Antilhas.—<br />

Cultivada na Amazônia.<br />

' FRUCTA de COTIA — CARPOTROCHE LONGIFO-<br />

LIA Benth. (Flacourtiaceas)<br />

Svx.— Cacaoillo (Peru ).<br />

(A. m.) —Loc.- R. Autaz — B. Amazonas—A. Amazonas.<br />

Med. pop.— O frueto é uma baga*do tamanho de uma<br />

laranja contendo grande numero de sementes oleaginosas;<br />

o oleo (50 a 70 %) é espesso, amarello, de cheiro especial,<br />

sabor particular; contem Carpotrochina (Th. Peckolt);


172<br />

A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

insecticida e parasiticida. - Poderá talvez ser empregado<br />

no Tratamento da morphéa <strong>com</strong>o substituto do oleo de Chaulmogra.<br />

FRUCTA de JABOTY —í Óbidos) - EUGENIA<br />

(Mvrtaceas).<br />

7A.')— HAB.- NOS logares arenosos.<br />

4Uiti.— Fructos vermelhos, <strong>com</strong>estíveis, mas insípidos.<br />

FRUCTA de PÃO (de massa) — ARTOCARPUS IN-<br />

CISA L. (Artocarpeas), var. AP Y R EN A.- Origin. de<br />

Java e Sumatra.<br />

( A. m. ). .<br />

Ind—O liber da casca dá uma sorte de tecido (depois<br />

de batido ).<br />

Ali m.—Fructo globòso, de 15 a 20 cm. de diam.. verde,<br />

eriçado de pequenas asperidades, pesando de 1 a 2 kilos;<br />

contem polpa esponjosa, farinacea, antes de madura; se<br />

<strong>com</strong>e assada ou torrada em fatias e tem gosto de pão <strong>com</strong><br />

alcachofre. Depois de madura, a massa torna-se aromatica<br />

e assucarada, sendo menos apreciada.<br />

FRUCTA de PAO (de castanhas) — ARTOCARPUS<br />

INCISA L. ( Artocarpeas ).<br />

///


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 173<br />

FRUCTEIRA de BURRO —CAPPARIS PULCHER-<br />

RIMA .lacq. ( Capparidaceas). •<br />

Meei.— Fructos e sementes venenosos (?).<br />

Oni.— Planta ornamental pelas suas lindas flores.<br />

FUMO de ANGOLA — v. LIAMBA. —<br />

FUNCHO — ANETUM FUNICULUM L. (Umbelliferas).—<br />

Origin. da Europa.<br />

Alim.— As folhas são, ás vezes, empregadas <strong>com</strong>o condimento.<br />

Mcd.— Fructos aromaticos.<br />

«d


174 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___


GAILLARDA — GAILLARDA PICTA (Compostas) -<br />

Origin. da America boreal.<br />

Otn.- Flor para jardins.<br />

GAIVOTIXHA — (R. Tapajóz) - CROTON NERYO-<br />

SUS Klotzsch (Euphorbiaceas ).<br />

GAMELLEIRA BRANCA — FICUS D O LI A RIA<br />

Mart. (Moraceas).<br />

Encontra-se no centro e no sul do Brasil, mas não na<br />

Amazônia onde a Caxinguba é, algumas vezes, confundida<br />

<strong>com</strong> ella.<br />

pohy (em L. g.). ... f<br />

Mad. — Branco-amarellado, porosa ; utilisa-sd para forros,<br />

caixoteria, gamellas...<br />

Med.— O succo leitoso é drástico e vermífugo, especifico<br />

contra a hypoemia intertropical e ankilostomiase; o<br />

principio activo é um alcalóide, a Doliarina (Ih. e W.<br />

Peckolt ).<br />

GAMELLEIRA (dos Cearenses) — v. CAXINGUBA. —<br />

^ GAMELLEIRA de VENENO — FICUS ATROX Mart.<br />

( Mo*raceas ).<br />

( A. ).<br />

SYN. — Taemagh.


c<br />

176 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Med. - Toxico; citada <strong>com</strong>o entrando na <strong>com</strong>posição<br />

do curare<br />

GAPÜI CIPO — ( R Tapajóz ) - M A R T1N E L L A<br />

OBOVATA (H. B. K.) B. e S. ( Bignoniaceas).<br />

SYN.- Guapui. .<br />

(a.) — HAB.- Nas baixadas da 1. L<br />

O sueco da raiz é utilisado nas conjunctivites catar-<br />

rhaes.<br />

GENCIANA do BRASIL - C O U T O U B E A SPICATA<br />

Aubl. (Gencianaceas).<br />

SYN — Rais amargoso.<br />

(a. p. LM.) HAB.- Em toda a Amazônia.<br />

CAR.— Flores brancas.<br />

Med. pop.— Toda a planta é muito amargosa; bom<br />

emmenagogo, tônica, febrífuga e anthelmintica.<br />

GENERAL — GARDÊNIA FLORIDA L. (Rubiaceas).<br />

— Origin. da China.<br />

0/7/.— Flores brancas, perfumadas.<br />

GENIPAPIM — v. GENIPAPO do CAMPO. —<br />

GENIPAPO — GENIPA AMERICANA L. (Rubiaceas).<br />

(A. m.)— Indígena, nos terrenos argillosos de varzea.<br />

— Cultivado.<br />

Mad.— Boa madeira branca, de grão fino, fácil a<br />

trabalhar <strong>com</strong> faca quando verde; própria para esculptura,<br />

torno, coronhas de espingardas.— D = 0,80.<br />

Ind.— A casca e os fructos verdes contêm uma matéria<br />

corante azul escuro ou violeta <strong>com</strong> que os índios pintam<br />

a pelle e tingem tecidos.<br />

A casca 6 adstringente, encontrando-se nella 0,75°/o<br />

de taninos (E. Serfaty — M. C. P.— 1929).<br />

Alim — Fructo redondo, um pouco alongado, de 10 a<br />

12 cm., côr pardo-amarellado, poeirento ; polpa esponjosa,<br />

acre e doce, succulenta — <strong>com</strong>estível em <strong>com</strong>potas, sorvetes;<br />

<strong>com</strong> elle preparam-se vinho, licor e refresco.<br />

Med. pop.—O fructo ú refrigerante; maduro, é usado<br />

cm limonadas contra a enterite chronica. Raiz purgativa.<br />

As folhas são ricas em mannita (Peckolt-1896).


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 201<br />

GENIPAPO do CAMPO — (campos de Santarém* do<br />

Ariramba. etc.)- TOCO VEN A FORMOS A (Cham.)<br />

Schum. (Rubiaceas).<br />

(a.) — HAB.- NOS campos altos.<br />

Alini.— Fructos <strong>com</strong>estíveis, de sabor <strong>com</strong>paravel cá<br />

do piiruy ( Alibertia ).<br />

Or//.—Flores bonitas.<br />

GENIPAPO ROSA - ( R. Tapajóz ) - PALICOURE A<br />

CORYMBIFERA (Mueller) Standley (Rubiaceas).<br />

GENIPARANA — GUSTAVIA AUGUSTA L. (Lecythidaceas).<br />

SYN. — Genipaporana — Pão fedorento — Janiparindiba<br />

— Bois puant ( G. fr.<br />

(A. p.).— HAB.- NOS igapós.<br />

CAR.— Flor grande, branca e rósea, bonita.<br />

Mad.— Branca, flexível; exhala um cheiro fétido quando<br />

húmida e queimada.— Própria para marcenaria, ornamentação,<br />

bengalas.<br />

In d.— Casca tannifera.<br />

Med. pop. — Raiz acre, amargosa, aromatica e laxativa.—<br />

Fructos emeticos.— Folhas descongestionantes e resolutivas.—<br />

Utilisado contra a icterícia (folhas em cataplasmas<br />

sobre o fígado).<br />

GENIPARANA da MATTA — G U S T A VI A PTE RO-<br />

ÇAR PA Poct. (Lecythidaceas).<br />

í A. p. >— Loc.- "Óbidos.<br />

Mesmas applicações <strong>com</strong>o a Guslavia augusta.<br />

GENIPARANA da T. F. - ESCHWEILERA CARRII<br />

Standl. ( Lecythidaceas).<br />

HAB. — Na terra firme.<br />

(A. m.) —Loc.- Boa Vista (R. Tapajóz).<br />

GERATACÀ — v. MANACÁ. —<br />

GERGELIM — SESAMUM INDIGUM DC. (Pedaliaceas^.—Origin.<br />

da Índia.<br />

(a. p.) — SYN - Sésamo.<br />

Alini - As sementes contem 44 a 52 °/o de oleo <strong>com</strong>estível<br />

que rança diflicilmente, excellente, também, para a


178<br />

A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

saboaria e a illuminação.—Com a farinha das sementes<br />

torfadas preparam-se diversos bolos.<br />

GERVÃO— STACHYTARPHETA JAMAICENSIS<br />

Vahl. (Verbenaceas).<br />

(a. p.).<br />

SYN.— Hervão. .<br />

Jíed. pop.— As folhas silo sudoríficas e estimulantes;<br />

o chá substitue o da índia e usa-se em casos de hepatite<br />

chronica. Externamente, as folhas applicam-se nas contusões<br />

e são cicatrizantes.<br />

GERVÃO verdadeiro — STACHYTARPHA CA1EN-<br />

NENSIS Cham. (Verbenaceas).<br />

(a. p.—Om. 70).<br />

Ind.— Dá uma tinta preta.<br />

Med. pop.— Sudorífico, diurético, febrífugo, tonico e<br />

estimulante. Dá bons resultados contra as pyrexias, mesmo<br />

na febre amarella.<br />

GINGIBRE — v. MANGAR ATA IA. —<br />

GINJA — EUGENIA sp (Myrtaceas).<br />

(A. p.) - Loc.- R. Trombetas — Belem (cultivada).<br />

Alini.— Fructos vermelhos bonitos mas pouco saborosos.<br />

GINJA - PHYLLANTHUS<br />

(Euphorbiaceas ).<br />

Alim.— Fructo muito adstringente, bom para doce em<br />

calda.<br />

m, w C A - (B - Amazonas) - E N T A D A P O L Y-<br />

PHYLLA Benth. (Leg. mim.).<br />

SYN.— Gipioca.<br />

(Cip. g.) — HAB.- Em terrenos de varzea, nas margens<br />

do Amazonas.<br />

Loc.— Estuário — Prainha — Santarém — Óbidos -<br />

Manaos.<br />

Med. pop.— A raiz espuma <strong>com</strong> a agua (saponina),<br />

sendo usada para lavar a cabeça, contra a caspa.<br />

GIPOUBA (Óbidos) — v. MANOPE da PRAIA. —


179<br />

GIPY — SIDEROXYLON sp<br />

(Sapotaceas ). •<br />

(A. M.) — HAB.- Matta da T. f.<br />

Mad'.— Branco-amarellado, de grão fino. dureza media,<br />

trabalhando-se bem; para carpintaria. D = 0,50.<br />

GIPY VERMELHO — SIDEROXYLON<br />

( Sapotaceas).<br />

GIPY do IGAPÓ — SIDEROXYLON<br />

( Sapotaceas ).<br />

GIRASOL — HELIANTHUS ANNUUS L. (Compostas).—Orig.<br />

da Amer, do Norte.<br />

(PI. h.—até 2-3 m. ) — Sv.w- Soleil (Fr.) Sim/lower<br />

( Ingl. ).<br />

bld.— O oleo é siccativo e pode substituir o oleo de<br />

linhaça na preparação dos vernizes e das tintas.<br />

Ali m.— As sementes contêm 26 a 28 %> de oleo <strong>com</strong>estível.<br />

Ont.—A fiôr pode alcançar até 30 cm. de diâmetro.<br />

GIRASOL do campo — ( R. Tapajóz) - ZECMENIA<br />

R U DIS Baker ( Compostas ).<br />

GIRIMU — v. JURUMU. —<br />

GITÒ — v. JATUAUBA BRANCA. —<br />

GOGO de GUARIBA — MOÜTABEA CHODATIANA<br />

Hub. (Polygalaceas). _<br />

e MOUTABEA ANGUSTIFOLIA Hub. < Polygalaceas<br />

).<br />

(O nome vulgar de "gogo de guariba" é dado a todas<br />

as especies de Moutabea).<br />

(Cip.)— Locv- Ilhas de Breves, etc.<br />

Alii/i.— Fructo <strong>com</strong>estível.<br />

GOLPHO - NYMPHAEA RUDÇEANA G. F. W.<br />

Mey^r. ( Nympheaceas ).<br />

(PI. h.)—Planta aquatica.<br />

SYN.— Lyrio da agua - Agua pé - Aguapé da meia<br />

noite.


(<br />

180 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Med. pop.— Toda a planta é usada em banhos contra<br />

os ftccessôs de hemorrhoides; o succo da raiz em injecções<br />

contra a blennorrhagia — Em cataplasmas contra ulceras<br />

chronicas.<br />

GOMAVEL — v. GONÇALO ALVES. —<br />

GONÇALO ALVES - (Óbidos, Faro) - ASTRONIUM<br />

FRAXINIFOLIUM Schott. (Anacardiaceas).<br />

SYX — Gomavel — Pão Gonçalo — Aroeira ( Mte. Alegre<br />

)_ fejuira (Mte. Alegre) — Bois de zèbre (G. fr.).<br />

(A. m. ou g.)—HAB- Matta um tanto secca da T. f.,<br />

quasi sempre perto de campos altos.<br />

Loc.— R. Xingu — Mte. Alegre — Faro — Almeirim —<br />

Óbidos — Macapá.<br />

Mad.—Linda madeira, de côr parda avermelhada <strong>com</strong><br />

estrias e fitas quasi pretas; para marcenaria fina. D = 1,00.<br />

Ind.— Casca rica em tannino.<br />

Med. pop.— Fructos pequenos ricos em oleo cáustico<br />

usado contra callos, dores de dentes.<br />

GONÇALO ALVES — (Marajó) — v. PAO de ARARA<br />

(Salvertia convallariodora).<br />

GOYABA (le ANTA — v. ARAÇA de ANTA. — BELLU-<br />

CIA IMPERIAL1S Seld. e Cogn. e especies aflins. (Melastomaceas).<br />

GOYABARANA — (Óbidos) - MOURIRIA sp<br />

(Melastomaceas).<br />

(A. m.).<br />

Mad.— Branca, dura e <strong>com</strong>pacta.<br />

Med — Casca adstringente.<br />

GOYABARANA — v. PAO MULATO. —<br />

GOYABARANA - (?) PSIDIUM ACUTANGULUM<br />

Mart. (Myrtaceas).<br />

í A.).<br />

SYN.- Araçd piranga — Araçandeua.<br />

i.oc.— K. Negro.<br />

Mad. - Bonita madeira vermelhoclaro, <strong>com</strong> veias castanho,<br />

para marcenaria de luxo.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 181<br />

GOYABEIRA — PSIDIUM GUAYAVA ( L.) Raddi<br />

( Myrtaceas). • ,<br />

( A. p. ) — CAR.- Cresce rapidamente, dando desde o<br />

segundo ou terceiro anno, fructos abundantes, da grossura<br />

de um limão, amarellos.<br />

Duas variedades: Goiaba maçã, <strong>com</strong> polpa encarnada<br />

(fructos em grupos de 2-3).<br />

e Goiaba pera, <strong>com</strong> polpa branca<br />

ou rosada (fructos isolados).<br />

Ind.— A casca da goiabeira />.— A casca, os brotos e as folhas são aproveitados<br />

contra a dysenteria, a cholerina, as hemoptyses e<br />

a diarrhea das creanças.<br />

GOYABEIRA PRETA — AM AIOUA GUIANENSIS<br />

Aubl. ( Rubiaceas >.<br />

(a.—de 1 m 20-1 m80).<br />

SVN.— Amaiúa.— Graine à talou (G. fr.).<br />

Alini.— Fructos <strong>com</strong>estíveis, sem grande valor.<br />

GOYABIXHA — branca, vermelha e amarella. — ?<br />

(A. g.)— HAB.- Logares alagadiços.<br />

Loc. — Abundante em todo o E. do Amazonas.<br />

Mad — Boa, parecida <strong>com</strong> a itauba. mas menos durável.<br />

Ind. - Os indígenas preferem esta madeira para fazer<br />

suas pequenas canoas porque torna-se muito flexível <strong>com</strong> o<br />

calor do fogo.<br />

GRAMA — (Marajó) — v. CAPIM de BURRO. —<br />

GRAMA — (Belem) — v. CALANDRINI. —<br />

GRAMA-ASSÚ - ( Marajó) - IÍEMIARTHRIA FAS-<br />

CICÜLATA Kunth. (Gramíneas).<br />

(PI. h.)— Cresce a lm. de altura.<br />

Alitn. anim.— Forragem.<br />

0<br />

»


182 A AMAZÔNIA BRASILEIRA<br />

GRÃO de PORCO -TABERNAEMONTANA<br />

var. especies. ( Apocvnaceas).<br />

Ssx.-Tàberné (G. fr.).<br />

( \ P ) _ CAR.- Toda a planta dá succo leitoso, branco.<br />

GRAVATA <strong>com</strong>mum — v. GRAVATA de GANCHOS. -<br />

GRAVATA de GANCHOS — BROMELIA K A R ATAS<br />

L. ( Bromcliaceas).<br />

SYN.— Cento-pcs — Banana dc raposa ( bui) — Silk<br />

S ( Pi" h! i— CAR.- Quasi acaule; folhas de 2m50/0m05.<br />

coriaceas, bordadas de fortes espinhas, <strong>com</strong> ponta recurvada,<br />

terminadas por uma longa ponta aguda. Mores dispostas<br />

em paniculas de lm. de altura, roxas ç brancas;<br />

frueto: baga amarella, ovoide, ás vezes <strong>com</strong>primida.<br />

Ind — Das folhas extrahem se fibras fortes e sedosas.<br />

GRAVATA BRAVO — ?<br />

(Bromeliaceas).<br />

Planta epiphyta.— CAR.- Folhas verdes, manchadas de<br />

vermelho, formando bainha.<br />

Ind.— As folhas dão, por maceração e battagem, fibras<br />

muito fortes.<br />

Med. pop — Os fruetos são considerados <strong>com</strong>o peitoraes.<br />

GRAVIOLA —v. JACA (Pará).<br />

GROSELHA — PHYLLANTHUS DISTICHUS Muell.<br />

Arg. (Euphorbiaceas).— Origin. da Malasia.<br />

(a.).<br />

/Vim. - Frueto redondo, da grossura de uma uva, <strong>com</strong><br />

3 ou 4 saliências longitudinaes, de cor verde-claro, muito<br />

acido, mas delicioso em <strong>com</strong>potas.<br />

GRUMIXAMA — STENOCALYX BRASILIENSIS<br />

Berg (Myrtaceas).-Origin. do Sul do Brasil.<br />

(A. p.).<br />

Al' 1-<br />

escuro ALim.—Frueto,: baga de côr roxo-escuro ou carmesim-<br />

gente. o, polpa macia, doce, um pouco acidulada e a^trin-<br />

GUACO — v. CIPÓ CATINGA. —<br />

1


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 183<br />

GUADUA — v. TABOCA. —<br />

GUADUA-MORIM — v. TABOCA. —<br />

GUAJARA — (Faro-Solimões) — v. SORVA do PERU. —<br />

GUAJARÁ = U A JARÀ = AJA RA.—<br />

GUAJAR.i — v. ABIURANA GRANDE. — (Belem) — LU-<br />

CUMA DISSEPALA (Krause) Ducke (Sapotaceas).<br />

GUAJARÁ BRANCO — C H R Y S O P H Y L L U M SE-<br />

RICEUM A. DC. (Sapotaceas).<br />

( A. m.) — Matta da V.<br />

Loc. - Cacaoal Imperial, de Óbidos.<br />

Mad.— Branco-amarellado, fendcndo-se facilmente.—<br />

D = 0,90.— Pode ser utilisada para pasta de cellulosa; <strong>com</strong>primento<br />

das fibras— 1,38 —diam. 0,016 1- = 1/66. ( A.<br />

Bastos.- M. C. P.).<br />

GUAJARÁ CARAMURY — v. CARAMURY. —<br />

GUAJARA-POCA — ?<br />

GUAJARÁ PRETO — CHRYSOPHYLLUM<br />

(Sapotaceas).<br />

(A. da T. f.).<br />

Mad — Castanho-avermelhado-pardo; para construcçfio<br />

civil. Não resiste na terra.— D = 1,11.<br />

GUAJARÁ TUIRA — ?<br />

GUAJARÁ VERMELHO — CHRYSOPHYLLUM<br />

(Sapotaceas ).<br />

( A. m.) — HAB.- Matta da T. f.<br />

Mad— Branco-avermelhado, virando ao castanho claro.<br />

D = 0.97.<br />

GUAJURU — CHRYSOBALANU§ ICACO L. (Rosaceí^<br />

).<br />

(A. m.). _<br />

SYN.— Guagerú — Uajurú - Ajurú — Pnine-coton, ou<br />

priinc de 1'anse (G. fr.).


184<br />

A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Tnd __ ,\s amêndoas são oleaginosas. A casca é empregada<br />

para tingir os fios das redes de pescar e tornal-os<br />

mais resistentes. .<br />

Alim — Os fructos bem maduros sao <strong>com</strong>estíveis e<br />

saborosos mas adstringentes; servem para fazer doces (polpa<br />

DOUCO abundante). ,<br />

Med.— As folhas, as ilores e a casca sao adstringentes.<br />

GUANANDI — v. JACAREUBA —<br />

GUANDU — CA.IANUS INDICUS Spreng. (Legum.<br />

pap.) Origin. da índia.<br />

(a.—até 3m.)—2 var.: Com flores amarellas e bicolor,<br />

<strong>com</strong> flores amarellas e vermelhas.<br />

Sv.\.— Ervilha de Angola — Cuandií — Coandú Inibrevadc,<br />

de Madagascar — Pigeon-pea < Ingl.) —<br />

Alitn.- Fructos abundantes, parecendo ervilhas; as sementes<br />

ainda verdes são tenras e de gosto agradavel; uma<br />

vez maduras, parecem-se <strong>com</strong> lentilhas.<br />

Med. pop— Folhas adstringentes; o cozimento é usado<br />

em bochechos e gargarejos para curar as dores de dentes,<br />

a frouxidão das gengivas e as anginas.<br />

GUAPIRÁ — v. CIRIUBA. —<br />

GUAPUI, ou GUAPOI — v. GAMELLEIRA BRANCA. -<br />

GUARANA — PAULLINIA CUPANA H. B. K., = P.<br />

SORBILIS Mart. (Sapindaceas).<br />

(Arbusto sarmentoso) -CAR.- Fructos encarnados, em<br />

cachos.<br />

Loc. - Cultivado em Mauhés - R. Tapajoz - R. Acará<br />

— Belem — Itacoatiara.<br />

Med.— As sementes maceradas nagua para separar o<br />

anilo polposo. lavadas, deseccadas, torradas, trituradas num<br />

pilão e redusidas a pó, misturadas, ou não, <strong>com</strong> cacáo ou<br />

<strong>com</strong> mandioca, e <strong>com</strong> agua, servem a preparar pães, ou<br />

bastões, que constituem o guaraná do <strong>com</strong>mercio.<br />

O guaraná é# refrigerante, reconstituinte, tonico, calmante<br />

para o coração; <strong>com</strong>bate a artcrio-sclerose; é r^<strong>com</strong>mendado<br />

contra a diarrhea e a dvsenteria. contra as nevralgias<br />

e a enxaqueca.- E' um estimulante notável, eflicaz<br />

contra a fraqueza geral proveniente da idade; passa por


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 185<br />

ser leve aphrodisiaco.—Contem um único alcalóide: a cafeína<br />

(4,8%>).- Para o uso, os piles são reduzidos a »pó<br />

que se mistura <strong>com</strong> agua e assucar (4 — 6 gr. de pó num<br />

copo dagua).<br />

Semeado, o guaranáseiro <strong>com</strong>eça a produzir no terceiro<br />

anno, dando em media, no quinto anno, 3 ks. de fructos<br />

por pé.—Floresce em agosto - setembro; os fructos estão<br />

maduros em novembro - dezembro.<br />

GUARARIBA — QUARARIBEA GUIANENSIS Aubi.<br />

(Bombaceas).<br />

HAB.—Nas margens dos rios.<br />

(A. p.) — Loc.- Pará e Amazonas.<br />

CAR.—Flores grandes, brancas.<br />

Mad.— Madeira branca, leve, para bóias, gamellas.<br />

Ind. — A casca dá uma envira.<br />

GUARE — v. GITÒ. —<br />

GUARIUBA — CLARIS1A RACEMOSA R. e Pav.<br />

(Moraceas).<br />

(A. g.) — HAB.- Matta da V. alta.— Em toda a Amazônia,<br />

em solo silicoargilloso, ou argilloso. Também se encontra<br />

nos arredores do Rio de Janeiro <strong>com</strong> o nome de<br />

oiticica.<br />

CAR.— Casca interior e raizes vermelho vivo — látex<br />

branco muito abundante. Fructos vermelhos.—As raizes, cobertas<br />

de lenticellas, extendem se a grande distancia á flôr<br />

da terra.<br />

Mad.— Amarello-castanho-claro, ondeada, <strong>com</strong>pacta;<br />

conserva-se menos do que a itauba mas é preferida pelos<br />

índios para fazer pequenas canoas porque trabalha-se <strong>com</strong><br />

facilidade no fogo. D = 0,70.<br />

GUARUMÁ — v. ARUiMA. —<br />

GUAXINGUBA — v. CAXINGUBA. —


186<br />

A AMAZONIA BRASI<br />


H<br />

HERVA ANDORINHA — EUPHORBIA PILULIFERA<br />

L. ( Euphorbiaceas).<br />

Svx.— H erva de Si a. Luzia.<br />

Med. pop.— O succo e o decocto empregam-se nas<br />

doenças dos olhos.— A decocção é util no tratamento da<br />

asthma.<br />

IIERVA de BICIIO — POLYGONUM ACRE H. B. K.<br />

( Polygonaceas ).<br />

Svx.— Cataya — Acataya — Pimenta d'agi m.<br />

Med. pop.— O succo é acre, vermicida.— As folhas e<br />

o caule são estimulantes e diuréticos, úteis nas moléstias<br />

das vias urinarias; empregam-se em clysteres e banhos contra<br />

as hemorrhoidas.— O succo usa-se em clysteres em caso<br />

de febres perniciosas e congestões cerebraes; é um excitante<br />

geral.—Emmenagoga e abortiva de primeira ordem.<br />

HERVA de CHUMBO — CASSYTHA AMERICANA<br />

Nees. ( Lauraceas ).<br />

(Cipó rasteiro)—HaB.- Nos campos de T. f. arenosos.<br />

( Ariramba — Faro ).<br />

CAR.—Estende seus caules filiformes, <strong>com</strong>pridos, amarellos,<br />

sobre as outras plantas.<br />

Med. pop.— A infusão é tónica e passa por provocar<br />

a expulsão dos cálculos biliares.<br />

HERVA CIDREIRA — (Marajó) —LAN T A N A CA-<br />

NESCENS H. B. K. ( Yerbenaceas ).


188<br />

A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Med. pop.— Antispasmodica, estomachica, aromatica e<br />

emmenagoga.<br />

HERVA CIDREIRA BRAVA — (Marajó) - LIPPIA BE-<br />

TULAEFOLIA H. B. K. (Verbenaceas).<br />

HERVA CIDREIRA do CAMPO — (Marajó ) — LIPPIA<br />

GEMINATA H. B. K. (Verbenaceas).<br />

SYN.— Salva do Brasil.<br />

CAR.— Cheiro de Melissa.—Cresce até lm. de altura.<br />

Med.— Antispasmodica, estomachica, aromatica, emmenagoga<br />

e peitoral.<br />

HERVA CIDREIRA dos CAMPOS — (R. Tocantins,<br />

Almeirim) — SIPARUNA (CITRIOSMA) CAMPORUM<br />

Tui. (Monimiaceas).<br />

Med. pop.— Excitante, estomachica, antispasmodica e<br />

carminativa.<br />

HERVA CIDREIRA verdadeira — MELISSA OFFICI-<br />

NALIS L. (Labiadas). Origin. da região mediterrânea.<br />

Cultivada nos jardins.<br />

SYN. — Mdisse < Fr.).<br />

Med — Aromatica, excitante e antispasmodica; emmenagoga;<br />

usada nas digestões difficeis e nas affecções nervosas.<br />

HERVA do DIABO — v. LOUCO.—<br />

HERVA DOCE—PIMPINELLA AXISUM L. (1'mbelhferas).—Origin.<br />

da Africa.<br />

Med.— Chá contra as perturbações gastricas.<br />

Alim.— Utilisada (as sementes) na culinaria e confeitaria.<br />

HERVA de EMPIGEM — v. JUPICAHY.—<br />

"ERVA GROSSA - ELEPHANTOPUS SCABER L.<br />

var. TOMENTOSUS Schultz (Compostas).<br />

bYN.—Suasstecaá — Sussuaia - Jlei va collesio -Suçitaia<br />

— Língua de vacca. •<br />

(a. de Om.60 a 0M.80)-H.\B.- Commurn nos terrenos<br />

abandonados.<br />

Alim. anim.— Pastagem para cabras.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

Med. pop.-Passa por curar a elephantiasis.-Folhas<br />

emollientes. rcsolutivas e sudoríficas — raiz adstringente,<br />

amarga, febrífuga.<br />

HERVA de GUINE — v. MUCURA-CAA.—<br />

HERVA dos FERIDOS - CANNA GLAUCA L. (Cannaceas<br />

).<br />

SYN.— Inibi ri — Aibar d — Coquilho (Marajó).<br />

(PI. h. de lm. a lm.30) — CAR.- Folhas invaginantes,<br />

de 50cm./13cm.; flores amarellas.<br />

Alini. anim — As sementes são alimento dos palmipedes<br />

silvestres.— Rhizomas <strong>com</strong>estíveis; delles extrahe-se<br />

fécula.<br />

Med. pop.— As folhas frescas applicam-se sobre as feridas,<br />

as ulceras, as queimaduras, os logares vesicados.—A<br />

raiz ( rhizoma) é diurética e aromatica.<br />

Oru. — Muito ornamental, cultivada nos jardins (numerosas<br />

variedades).<br />

HERVA de JABOTY — PEPEROMIA sp<br />

( Piperaceas).<br />

Espontanea, nos jardins.<br />

Alim.— As folhas <strong>com</strong>em-se, em salada.<br />

HERVA de LAGARTO — TOURNEFORTIA LAEVI-<br />

GA T A Lam. (Borraginaceas).<br />

Med. pop.—O cozimento das folhas e da raiz é usada<br />

contra as nydropisias e a syphiiis.<br />

HERVA LOMBRIGUEIRA — v. ARAPABACA.—<br />

HERVA MIJONA — (Aveiros ) — MICROTEA<br />

(Phvtolacaceas).<br />

Med. pop.— Contra a retençüo de urinas.<br />

HERVA MOURA — SOLANUM NIGRUM L<br />

( Solanaceas ). — Origin. da Europa. —Subespontanea.<br />

SYN— Pimenta de gallinhãs—Pimenta de cachorro-<br />

Pimenta de rato — Aguaraqnyia — Carachichú.<br />

HAB.—Encontra-se perto das habitações.<br />

Med. pop. - Sedativa, narcótica, toxica em dose elevada<br />

(Convulsões, paralysia e morte); perde as propriedades<br />

189


f<br />

190 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

toxicas depois de cozida.- Folhas em cozimento e banhos<br />

contra as dores rheumaticas.- Fructo vermelho, preto quando<br />

maduro, venenoso; produz dilatação da pupila.<br />

• li KR VA de PASSARINHO - ORYCTANTHUS RUFI-<br />

CAULIS Eichl. (Loranthaceas).<br />

CAR.— Como as outras "hervas de passarinho , arbustos<br />

parasitas.— Pertencem quasi todas a fam. das Loranthaceas<br />

e têm. mais ou menos, as mesmas propriedades.<br />

Ind. - Dos fructos tira-se um visgo e mesmo um pouco<br />

de borracha ( Labrov ).<br />

Med. pof). - As folhas são um resolvente energico (Orchitas,<br />

tumores diversos).<br />

HERVA de PASSARINHO amarella — PHORADEX-<br />

DROX PLATYCAULON Eichl. (Loranthaceas).<br />

HERVA de PASSARINHO—PHO RA DEN D RON TU-<br />

NAEFORME (DC.) Eichl. (Loranthaceas).<br />

Loc.— Rio Mapuera.<br />

Med. pop.— As folhas são úteis nos defluxos e nos<br />

pleurizes.<br />

HERVA de PASSARINHO — ( Campos de Marajó) —<br />

PHORADENDRON CORIACEUM Mart. (Loranthaceas).<br />

CAR.—Parasita do mangue.<br />

HERVA de PASSARINHO—STRUTANTHUS FLE-<br />

XICAULIS M. (Loranthaceas).<br />

Ind.— As folhas servem para cortume.<br />

Med. pop.—As folhas são anti-leucorrheicas--usadas<br />

contra bronchites, hemoptvses (o cozimento).<br />

. „ „ P ^ PASSARINHO encarnada — PS ITT ACA X-<br />

IHUS BIIERNATUS Blume. (Loranthaceas).<br />

1 arasita das arvores do campo.<br />

i>PMu^r Vi » d í. P ^ SSARINII °-- PHTHIRUSA THEO-<br />

BROMAE Baill. ( Loranthaceas).<br />

Parasita dos cscaueiros.<br />

borracha" f, uctos contem uma pequena quantidade de<br />

. . Med. pop.- Flôres e folhas vulnerarias e anti-hemop-<br />

CclS.


Castanheira sapucaia (Lecythis paraensis)


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 191<br />

HERVA PIPI — v. MUCURACAA.—<br />

HERVA PICÃO — BIDENS P1LOSUS L. (Compostas).<br />

SYN.—Carrapicho de duas pontas.— Ctiambít.<br />

CAR.-O fructo É preto, <strong>com</strong> 2-4 arestas amarellas,<br />

recurvadas; adherente á roupa.<br />

Med. pop.— Estimulante, antjscorbutica e anti-leucorrheica.—<br />

Re<strong>com</strong>mcndado contra a icterícia e o diabetes, nas<br />

inflammaçôes da garganta.<br />

11 ERVA de RATO — PALICOUREAGUIANENSIS<br />

Aubl. (Rubiaceas).<br />

PALICOUREA MARCGRAVII St. Hil. (Rubiaceas)<br />

e outras especies do mesmo genero.<br />

(a. de 2M. a 2M.Õ0).— HAB.- Nas orlas da matta grande<br />

de T. f.— Fruetos e sementes venenosos; perigosos para o<br />

gado.<br />

CAR.—Folhas grandes, ovaes, inteiras, de 30 cm. 12 cm.<br />

— Flores vistosas, amarellas, vermelhas ou róseas, de cheiro<br />

suave, em grandes paniculas terminaes.<br />

IIERVA de RATO — PSYCHOTRIA NOXIA A. St.<br />

Hil., = URAGOGA NOXIA Baill. (Rubiaceas).<br />

SYN. — Tangaraca.<br />

FYuctos e sementes venenosos. — Misturados <strong>com</strong> toucinho<br />

servem para matar ratos.<br />

HERVA SAGRADA— v. CAMARA.—<br />

HERVA de S. CAETANO— MOMORDICA CHARAN-<br />

TIA L. ( Cucurbitaceas ). - Origin. da índia.<br />

SYN. — Melão de S. Caetano.<br />

(Cipó herbáceo)—HAB.- Muito <strong>com</strong>mum em terrenos<br />

abandonados.<br />

CAR.— Cheiro desagradavel.<br />

Ind.— As folhas clareiam a roupa e tiram nodoas.<br />

Med. pop — As folhas e os fruetos são vermífugos e<br />

úteis na cura do gogo das aves domesticas.— O succo misturado<br />

<strong>com</strong> oleo de amêndoas doces é usado contra as<br />

queimaduras — A infusão das folhas 6 «útil nas leucorrheas<br />

e menstruação a<strong>com</strong>panhadas de cólicas.-O succo das folhas<br />

é ainda aconselhado contra a sarna.<br />

Alim — Os fruetos novos são <strong>com</strong>estíveis, crus (salada)


192 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

ou cozidos, depois de desembaraçados das sementes e escaldados<br />

para tirar a amargura.<br />

HERVA de S. JOÃO — (Marajó) — AGERATUM CO-<br />

NIZOIDES L. (Compostas).<br />

(PI. h.— até lm.).<br />

SVN.— Mcntrasto - Catinga de bode.<br />

Med. pop.— Tônica; preconisada contra o beribéri (alcoolatura<br />

em fricções) e o rheumatismo.— Estimulante, em<br />

banhos. A infusão nas cólicas e diarrheas.—Amarga e aromatica;<br />

util nas febres malignas.— Excellente contra o catarrho<br />

da bexiga.<br />

HERVA de SANTA LUZIA — EUPHORBIA BRASI-<br />

LIENSIS Lam. ( Euphorbiaceas).<br />

Svx.— Herva andorinha.<br />

HAB.—Nos logares húmidos.<br />

Med. pop.— O succo e decocto são usados contra as<br />

belidas dos olhos, mas <strong>com</strong> muita cautela. Cataplasmas das<br />

folhas nas ulceras chronicas.— Util na amenorrhea e para<br />

facilitar a expulsão de fetos mortos.<br />

HERVA de SANTA MARIA — v. MASTRUÇO.— CHE-<br />

NOPODIUM AMBROSIOIDES L. (Chenopodiaceas).<br />

HERVA de S. MARTINHO —SAUVAGESIA ERECTA<br />

L. (Ochnaceas).<br />

Svx — Adinui.<br />

Med. pop.— Anti-ophtalmica e diurética.<br />

HERVA de SOLDADO — PIPER E LONG ATUM \'ahl.<br />

(riperaceas).<br />

(a.).<br />

Svx.— Matico.<br />

Med. pop.— As folhas são hemostaticas, anti-blennorrnagicas<br />

e anti-leucorrheicas.— Os fruetos substituem a<br />

cuoeoa. Infusão contra diarrheas, dysenteria.<br />

HERVÂO — v. GERVÃO —<br />

caesa"o T E R ° S T E M O N MIMUSOIDES Desf. (Leg.<br />

dp rií A J' °» u a -' ) 7 Hab -- NO terreno rochoso da margem<br />

ue rio encachoeirado.'


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 193<br />

Loc.— R. Mapuera (A. Trombetas) — R. Negro — R.<br />

Japurá •<br />

Orn. - Folhagem elegante e abundante, flores grandes<br />

e bellissimas, brancas e azul arroxeado claro.<br />

HORTELÃ — MENTHA, esp. div. ( Labiadas ).-Todas<br />

as especies de mentha são exóticas.<br />

HORTELÃ BRAVA, ou do MATTO — v. PARACARY.—<br />

HORTELÃ BRAVA — (Marajó) — H Y PTIS ATRO-<br />

RUBENS Port. (Labiadas).<br />

(PI. h. rasteira) —HAB.- Commum nos arredores de<br />

Belem, á beira das estradas e cm terrenos abandonados.<br />

Med. pop.— Sudorífica, bechica, antispasmodica (folhas<br />

e summidades floridas, em infusão.<br />

HORTELÃ das HORTAS — MENTHA GE NT ILIS L.<br />

(Labiadas).<br />

Ali/n.— Serve para temperar a <strong>com</strong>ida.<br />

HORTELÃ PIMENTA —MENTHA PIPERITA L. (Labiadas).—Cultivada.—Origin.<br />

da Inglaterra.<br />

(PI. h.) — SYN.— Peppermint (Ingl.) — Menthe poivrée<br />

(Fr.).<br />

Med. — Aromatica, antispasmodica, tónica e excitante.<br />

— Dá um oleo essencial muito aromatico.<br />

HORTELÃ VERDE — M E N T H A VIRIDIS L. ( Labiadas<br />

).<br />

(PI. h.) — SYN.- Menthe verte (Fr.).<br />

índ. - O oleo volátil da Hortelã é extrahido da Mentha<br />

viridis e da M. piperita.<br />

Med. pop.— Aromatica e carminativa.


IAPANA — v. AYAPAXA —<br />

IAPANA-CAA — v. UAPE — (Victoria regia).<br />

I BIX UMA — v. MUTAMBA —<br />

ICACORE-C A ATING A — A RDISIA SEMICRENATA<br />

Mart. ( Mvrsinaceas) = ICACOREA GUIANENSIS Aubl.<br />

(a. ).<br />

Alim.— Fructos <strong>com</strong>estíveis, mas pouco saborosos.<br />

Meti. pop.— A casca é usada <strong>com</strong>o refrigerante.<br />

IMBAUBA de CHEIRO — POUROUMA sp.<br />

(Moraceas).<br />

( A. m.) — HAB.- Matta da T. f.<br />

Loc.— Faro.<br />

CAR.— As folhas esmagadas desprendem um cheiro<br />

bastante agradavel (salicylato de methyle).<br />

Ind.— A madeira serve para fabricar carvão.<br />

Alim.— Fructos em cachos, <strong>com</strong>estíveis, doces, acidulos<br />

e mucilaginosos.<br />

IMBAUBA MANSA, ou IMBAUBA de VINHO — v. MA<br />

PATY.—<br />

o<br />

IMBAUBA, ou EMBAÚBA — CECROPIA,<br />

div.


196 A AMAZOXIA BRASILEIRA<br />

cyx —Arvore da preguiça.—Cetico (Peru) — Ambaiba<br />

I ) — Bois canon (G. fr.) — Trumpet-wood (Ingl.).<br />

' CAR.—A maioria das especies de " imbaubas ' sào myrmecophilas<br />

(form. Azteca Miilleri). — Os índios utilizam a<br />

madeira para fazer fogo por fricção <strong>com</strong> outra madeira dura.<br />

Jndj— A madeira, branca e leve. presta-se para a fabricação<br />

do papel e de carvão para polvora. A casca dá<br />

estopa fina. . , , . , ,<br />

Med.— Todas as imbaubas possuem propriedades semelhantes.—<br />

O succo da raiz é um poderoso diurético; augmenta<br />

a energia do musculo cardíaco sem multiplicar os<br />

batimentos do coração (A. da Matta).—O principio activo<br />

parece ser um glucoside; a cecropina.<br />

IMBAUBA — CECROPIA PACHYSTACHYA Tréc.<br />

(Moraceas).<br />

Ind.— A parte interna da casca dá boas cordas.<br />

IMBAUBA BRANCA — (Belem e E. de F. de Br.) — CE-<br />

CROPIA PALM ATA Willd. (Moraceas).<br />

SYN.— Ambaia-tinga.<br />

(A. M.) — HAB.- Frequente nas capoeiras.<br />

CAR.— Face inferior das folhas, branca.<br />

Mad.— Branca, leve; D = 0,33. Dá carvão leve para<br />

polvora.<br />

Ind — Propria para pasta de cellulose: <strong>com</strong>prim. das<br />

fibras 1,45 —diam. 0,040 = 1 36. - Rendimento em cellulose<br />

42 o/o.— ( Benj. Cordeiro - M.-C. P.).<br />

Med. pop.— Succo (seiva) dos renovos contra dysenteria,<br />

gonorrhea e leucorrhea — Bom vulnerário - A medulla,<br />

côr de chocolate, é um excellente hemostatico.<br />

IMBAUBA BRANCA — (B. Amazonas) — CECROPIA<br />

PARAENSIS Hub. ( Moraceas)<br />

(A. M.) — HAB.- Nas margens de varzea do B. Amazonas<br />

e de muitos rios da Amazonia.<br />

CAR.—Folhas brancas por baixo e verdes por cima.—<br />

Myrmecophila.<br />

Mad — Branca e leve — D = 0,28.<br />

Ind.— Propria para papel e carvão leve (p. polvora).<br />

D I S T ^ R H ^ r l S í 6<br />

SYN.—Imbauba da malta.<br />

R dC B '- ) - CECR0PIA


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

( \. g.) - HAB.- Acha-se principalmente dentro e na<br />

beira da matta da I. f.<br />

CAR.~Folhas grandes, brancas na face inferior.-Não<br />

myrmecophua.<br />

Ma d. — Branca e leve.<br />

Ind. — Madeira para pasta de cellulose; <strong>com</strong>prim. das<br />

fibras: 1,11 — diam. 0,021.— Rendimento em cellulose 42° 0 —<br />

( B. Cordeiro — M. C. P.).<br />

1MBAUBA BRANCA — (B. rio Purús) — C E C R O PIA<br />

STENOSTACHYA Warb. (Moraceas).<br />

HAB. - Substitue a C. Paraensis do B. Amazonas nas<br />

praias do Baixo Purús.<br />

IMBAUBA da 31 ATTA — v. I MB AHB A BRANCA — ( C.<br />

distachya).<br />

IMBAUBA da MATTA — (Beiern, E. de F. de Br.)- CE-<br />

CROPIA .) UR AN YAN A Rieht. (Moraceas).<br />

Sv.w— Imbanbilo.<br />

(A. g.)— HAB.- Dentro da matta de T. f.<br />

CAR.— Folhas enormes, digitadas, verdes de ambos os<br />

lados.<br />

Mad.-~ Branca e leve; própria para carvão (Polvora)<br />

- D = 0,30.<br />

Ind.— Madeira para pasta de cellulose; <strong>com</strong>prim. das<br />

fibras 1,28-diam. 0,039 (B. Cordeiro - M. C. P.).<br />

IMBAUBA da MATTA —(Alto Amazonas) — CECRO-<br />

PIA SCIADOPHYLLA Mart. (Moraceas).<br />

Ind.—Os índios aproveitam o succo leitoso para collar<br />

os seus ornamentos de pennas.<br />

IMBAUBA da MATTA —(Alte Amazonas) — CECRO-<br />

PIA FICJFOLIA (Moraceas).<br />

IMBAUBA da MATTA — (Manáos — Tezos de Marajó )<br />

— CEC RO PI A LEUCOCOMA Miq. (Moraceas).<br />

IMBAUBA VERDE — (B. Amazonas) — C E C R O PIA<br />

ROBUSTA Hub. (Moraceas). j .<br />

(A. m.) - HAB.- Frequente nas margens do no e nos<br />

campos inundáveis da varzea.<br />

•<br />

197


198 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

CAR.-Folhas coriaceas, verdes de ambos os lados.-<br />

Não» myrmecophila.<br />

IMBAUBA VERDE — (Belem) - C E C R O PIA B U-<br />

REAUIANA Richt. (Moraceas).<br />

IMBAUBA VERDE — (A. Amazonas e A. rio Purús) —<br />

CECROPIA LAETEVIRENS Hub. (Moraceas).<br />

HAB.—Muito abundante nas praias do A. Purús e do<br />

Acre.<br />

CAR.— Folhas verde claro de ambos os lados. Myrmecophila.<br />

IMBAUBA VERDE (B. rio Purús e R. Solimões) —<br />

CECROPIA BIFURCATA Hub. (Moraceas).<br />

(A. p. ou m.) —HAB.- Substitue no B. rio Purús a C.<br />

robusta do B. Amazonas.<br />

CAR.-Myrmecophila.—Folhas verdes de ambos os lados<br />

e face superior lisa.<br />

IMBE—PHILODENDRON IMBE Schott. (Araceas),<br />

e outras especies do mesmo genero.<br />

( Cipó).<br />

SYN.— Cipó imbé — Ambé— Tracuá — Curttba.<br />

CAR. — Planta epiphyta.<br />

lnd.— As raizcs aereas, <strong>com</strong>pridas, delgadas e resistentes,<br />

servem de cordas, e, partidas, para tecer paneiros,<br />

jamachins — a casca das mesmas raizes 6 utilisada para tecer<br />

cestos.<br />

Med.pop.-O succo acre das folhas é detersivo; o<br />

cozimento das folhas frescas é re<strong>com</strong>mendado, em banhos,<br />

nas orchites. A raiz, em pó, é um purgativo drástico util<br />

na hydropisia, mas deve ser empregado <strong>com</strong> cautela por<br />

ser corosivo.<br />

IMBIRI — v. IIERVA dos FERIDOS.—<br />

IMENE — (Amazônia - ?) — v. BUTUA CATINGUENTA.<br />

(A. p.) — HAB.- Matta da T. f.<br />

MA-


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

INAJA-RANA — QUARARIBEA DUCKEI Hub. (Bombaceas).<br />

«<br />

J A ' p -\~}l Ai Y Nos casta "haes do R. Trombetas e do<br />

R. Branco de Óbidos.<br />

%<br />

INAJA-RANA — (Furos — B. Amazonas) — OU AR \RI-<br />

BEA GUIANENSIS Aubl. (Bombaceas). V<br />

(a. de 2m.50 a 3m.) —HAB.- Frequente nas margens<br />

dos igarapés.<br />

CAR.—O fructo dos inajáranas lembra um pouco, no<br />

aspecto, um pequeno coco de palmeira.— Flores brancas<br />

e odoríferas, de forma muito original.<br />

Mad.— Branca, pouco <strong>com</strong>pacta.<br />

hid.— A casca dá envira.<br />

INAMBU-QUIÇAUA — RINOREA GUIANENSIS Aubl.<br />

= ALSODEIA GUIANENSIS (Aubl.) Eichl. (Violaceas).<br />

(A. p.).<br />

Mad.— Branca, tenra.<br />

INAMUHY — (Manáos) — v. LOURO NHAMUHY.—<br />

INGA — INGA, esp. div.— (Leg. mim.).<br />

Mad. - A madeira é avermelhada, nodosa; serve para<br />

lenha.<br />

bui.— A casca dos ingás é adstringente e serve para<br />

cortume.<br />

Alim.— A polpa que envolve as sementes é muitas<br />

vezes aromatica, doce e <strong>com</strong>estível.<br />

INGA —INGA MARGINATA Willd. (Leg. Mim.).<br />

(A. m.) —HAB.- Commum em toda a Amazônia em<br />

terrenos argillosos, na varzea e na T. f.<br />

Loc.—Óbidos — R. Tapajóz— Gurupá — R. Xingu —<br />

E. de F. de Bragança.<br />

INGÂ-ASSÚ — INGA CINNAMOMEA Benth. (Legum.<br />

mim.). r.<br />

.( A. g. ou m.) — HAB.- Espontâneo nas mattas das varzeas<br />

do R. Amazonas; algumas vezes cultivado.<br />

Loc.— Gurupá — Munie, de Almeirim — R. Solimões.<br />

CAR.— Na matta, os galhos novos silo quasi sempre<br />

199


200 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

ocos e habitados por formigas "tachys" (gen. Pseudomyrmal<br />

cuja picada é bastante • I %<br />

AUm.— Fructo grande, <strong>com</strong>estível, doce.<br />

INGÁ - (Rio Tapajoz) — IN G A C A P üC HOI<br />

P. Standley {Leg. mim.).<br />

(A. m.) —HAB.- Matta da 1. f.<br />

Loc.-Bôa Vista (Rio Tapajoz).<br />

CAR.- Flores vermelho e branco, inodoras.<br />

Mad— Somente utilisada <strong>com</strong>o lenha para queimar.<br />

INGÀ-CAETETU — v. ANGELIM RAJADO. —<br />

INGÁ-CHICHI, ou ING Á CHI CHICA — ING A HETE-<br />

ROPHYLLA Willd. (Leg. mim.).<br />

HAB.—Nas capoeiras de T. f.<br />

Loc.— Em toda a Amazônia.<br />

CAR.—Folhas e fructos pequenos.<br />

INGÁ-CHICHI — INGA SERTULIFERA- DC. (Leg.<br />

mim.).<br />

HAB.— Em terrenos argillosos, em beiras dagua e<br />

capoeiras.<br />

CAR.— Folhas e fructos pequenos.<br />

INGÁ-CHICHI — (Faro) — INGA ALBA ( Sw.) Willd.<br />

(Leg. mim.)<br />

(A. g.) — HAB.- Matta da T. f.<br />

INGÁ-CHICHI-INGA FAGIFOLIA (L.) Willd.<br />

(Leg. mim.).<br />

SVN.rIngá ciirurú — Ingá-y (Ceará).<br />

Cultivado em Belem, Gurupá.<br />

Ind - A casca secca dá 10, 1 *>/ de tanninos ( E. Serfaty<br />

— M. C. P.).<br />

Alim.— Fructos pequenos, mas <strong>com</strong> polpa <strong>com</strong>estível,<br />

doce.<br />

INGÁ-CIPÓ — INGA EDULIS Mart. (Leg. mim.).<br />

( A. P-i — Arvore copuda; a forma tvpica e uma variedade<br />

<strong>com</strong> fructos menores são espontaneas na Amazônia.<br />

bvN.-Guabo (no Perú)—Pois sucré ( G. fr.).<br />

Ob" 1 0C '~ m Alcoba Ç a — Almeirim - R. Branco de


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

CAR.— São os fructos muito <strong>com</strong>pridos da forma cultivada<br />

que parecem cipós. *<br />

Alim.— E' a especie mais frequente, cultivada no Pará;<br />

a polpa que envolve as sementes é doce, saboroso.<br />

201<br />

INGÁ-CURURÚ — v. INGA CHICHI — (I. fagifolia).<br />

INGÁ de FOGO — INGA VELUTINA Willd. ( Leg.<br />

(mim.).<br />

Indígena na região do estuário e no B. Amazonas; ás<br />

vezes cultivado.<br />

INGA-RANA — (Belem — E. de F. de Br. — Gurupá)—<br />

PITHECOLOBIUM PEDICELLARE (DC.) Benth. (Leg.<br />

mim.).<br />

SYN. — Bois la monte, ou Bois macaque rouge ( G. fr.)<br />

— Cambuí ( R. de .1.)<br />

Mad.— Madeira branco roseo, muito fibrosa, para marcenaria<br />

e construcçôes. D = 0,80 a 0,90.<br />

INGA-RANA — PITHECOLOBIUM UNIFOLIATUM<br />

Benth. (Leg. mim.).<br />

( A. m.) — HAB.- Matta da varzea.<br />

Loc.~ B. Amazonas — B. rio Tocantins — B. rio Xingu<br />

—M. rio Tapajóz — R. Madeira—R. Negro.<br />

Mad — Cerne pesado, avermelhado <strong>com</strong> veios escuros.<br />

INGA-RANA — (Lago de Óbidos -Margens do R. Trombetas)—INGA<br />

DISTICHA Benth. (Leg. mim.).<br />

INGA-RANA — (Estuário) — PITHECOLOBIUM LA-<br />

TIFOLIUM (L) Benth. (Leg. mim.).<br />

SYN.- Jarandeua.<br />

Mad. - Para carpintaria e construcção civil (obras internas).<br />

INGA-RANA — (L. do Salgado) - PITHECOLOBIUM<br />

DINIZII Ducke (Leg. mim.).<br />

(A. p.) - HAB.- Matta pantanosa da 1. f.<br />

Ora. -Arvore de porte gracioso; flpres roscas.<br />

INGA-RANA—(Amazônia) - PITHECOLOBIUM<br />

CAULIFLORUM (Willd.) Benth. (Leg. mim.).<br />

SYN.-Jarandeua — Ararandeua.


202 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

(A. p.)—HAB.- O mais <strong>com</strong>mum dos "Ingá-ranas", nas<br />

praias e margens de rios.<br />

C-\R.—Flores róseas muito abundantes.<br />

Ma d. Madeira branco - amarellado, <strong>com</strong>pacta, dura,<br />

de boa conservação.<br />

INGARANA da beira — (R. Tapajoz) — PITHECOLO-<br />

BIUM PANURENSE Spruce (Leg. num.).<br />

INHAME—DIOSCOREA BRASILIENSIS Willd. (Dioscoreaceas)<br />

— v. CARA MIMOSO.—<br />

INHAME — DIOSCOREA LAXIFLORA Mart. (Dioscoreaceas).<br />

SYN.—Cará-tinga bravo, ou do ma lio.<br />

Loc.—Rio Cuminá-mirim.<br />

(Cip.)— CAR.- Caule cylindrico.<br />

AlimOs tubérculos tem pouco valor e devem ser<br />

submettidos á cocção prolongada.<br />

INHAME — (Varzeas de Obidcs) — DIOSCOREA PI-<br />

PERIFOLIA Willd. (Dioscoreaceas).<br />

(Cip.)—CAR.- Caule anguloso.<br />

Alim.— Rhizomas tuberculosos, alimentares depois de<br />

cocçào prolongada.<br />

Me d. pop.—Folhas emollientes.<br />

INHAME BRANCO — COLOCASIA ANTIQÜORUM<br />

Schott. var. TYPICA Engl. (Aroideas) — Origin. da Asia<br />

Menor.<br />

SYN —Inhame da costa—Taro.<br />

(PI. h.) — CAR.- Sorte de "tajá", de folhas grandes; o<br />

peciolo e a bainha são coloridos de vermelho ou roxo.<br />

Alim.—Rhizoma globuloso, constituindo um excellente<br />

alimento, sem sabor particular. As folhas são também <strong>com</strong>estíveis,<br />

substituindo os "espinafres".<br />

INHAME da COSTA — v. INIIAME BRANCO.—<br />

INHAME da ItJDIA — DIOSCOREA ALATA L. (Dioscoreaceas)<br />

— Origin. da Malasia.<br />

SYN.-Cara-inhame— Igname franche, da G. fr.<br />

(Up.)—CAR.- Haste verde ou roxa, quadrangular, <strong>com</strong><br />

os ângulos alados; folhas inteiras, cordiformes.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

Muitas variedades.<br />

Ali/n.—-Rhizomas tuberosos e feculentos, de grandes<br />

dimensões (de ó a lo k.), brancos, avermelhados ou roxospreciosos<br />

para a alimentação; <strong>com</strong>em-se assados ou cosido«'<br />

Conservam-se mal depois de arrancados.<br />

INHAME TAYOBA — COLOCASIA ANTIOUORUM<br />

Schott. var. ESCULENTA Engl. (Aroideas). — Origin. da<br />

Asia Menor.<br />

(PI. h.) — CAR.- Sorte de "tajá", de folhas grandes,<br />

verde claro, jaspeadas de verde escuro (attingem algumas<br />

vezes 1 m. na maior dimensão).<br />

Alim. — Rhizoma e folhas <strong>com</strong>estíveis, <strong>com</strong>o no Inhame<br />

Branco. —Excellente variedade.<br />

203<br />

IOIOCA —EUGENIA (Myrtaceas).<br />

(a. g.)—HAB.- Margens inundadas de riachos e furos.<br />

IOIOCA — v. RABO de ARARA.—<br />

IPADU — ERYTHROXYLUM COCA Lamk. (Erythroxvlaceas.<br />

Subespontaneo e cultivado.<br />

(A. p.).—<br />

Svx.— Coca.<br />

Med. — As folhas são estimulantes do systema nervoso;<br />

o principio activo ó um alcalóide, a COCAÍNA.<br />

Os índios do Perü e da Bolívia mascam estas folhas que<br />

parecem augmentar as forças, attenuando a sensação de<br />

fome e produzindo uma especie de embriaguez agradavel;<br />

costumam misturar <strong>com</strong> as folhas de coca um pouco de<br />

cinza do espatho da palmeira molacit (Attalea princeps<br />

Mart.) e um pequeno pedaço de cipó amargo, chamado<br />

Tchamarú, na Bolivia e que é provavelmente abata (Abuta<br />

concolor Poepp.).<br />

IPADÚ-MIRIM -ER YT H ROXYLUM CATAR AC -<br />

TARUM Spr. (Ervthroxvlaceas).<br />

ia. de 1 a 2 m.) —Loc.- Alto R. Negro.<br />

Mcd— As folhas têm as mesmas propriedades que as<br />

da especie anterior, mas menos activas.<br />

o<br />

IPÊ — (Marajó — R. Aramá ~ Belem, no Igapó do Catú)<br />

-EPERUA BIJUGA Benth. (Leg. caesalp.).


A AMAZOXIA BRASILEIRA<br />

SYs.—Aipé - Espadeira (Faro) - Muirapiranga ( Manáoj,<br />

Soure).<br />

L0Ci—Ilhas — Marajó —raro— Manaos.— Estuário<br />

tocantino.<br />

(A. M.) — CAR.- Bellas flores.<br />

Mad — Avermelhada, <strong>com</strong> veios resinosos mais escuros.<br />

IPÊ—(Litoral, estuário e B. Amazonas)— MACROLO-<br />

BIUM PENDULUM Willd. v. ARAPARY- RANA —<br />

IPÊ— (Breves) — MACROLOBIUM BREVENSE<br />

Ducke (Leg. caesalp.).<br />

(a. g.).<br />

Mad.—Madeira avermelhada.<br />

IPÊ— (Breves) — MACROLOBIUM CAMPESTRE<br />

Hub. ( Leg caesalp ).<br />

v(a., até A. g.).—Nào passa de um arbusto nos campos<br />

e nas campinas arenosas, tornando-se arvore na matta humosa<br />

e pantanosa.<br />

Loc.— Belem — Gurupá — R. Trombetas — Faro.<br />

Mad.— V T ermelho-pardacento claro.<br />

IPÊ_(A. rio Capim)—MACROLOBIUM BIFO-<br />

LI UM í Aubl.) Pers. = MACROLOBIUM HYMENAE-<br />

OIDES Willd. ( Leg. caesalp.).<br />

SY.W— Ipê verdadeiro. ( Furos ).<br />

(A. p. ou a.)— HAB.- Igapós e margens de riachos silvestres.<br />

IPÊ dc FOLHA MIÚDA — (A rio Capim) — M A C RO-<br />

LO BI UM CHRYSOSTACHYUM ( Miq.) Benth. (Leg.<br />

caesalp.).<br />

SYN.-Aipé — Ipê da varsea.<br />

( A. m.) — HAB.- Nas margens dos rios claros ou de<br />

agua preta..<br />

IPÊ da VARZEA— v. IPÊ de FOLHA MIÚDA.—<br />

^ /v <<br />

. , IPE ' J ^ ^ N A — (Breves) — v. JUTAHY-RANA<br />

(Óbidos)—CRUDIA PUBESCENS Benth.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

IPE, ou IPERANA—(Breves) — CRUDIA SPICATA<br />

(Aubl.) Benth. íLeg. caesalp.).<br />

Loc.—Margens de igarapés, nas ilhas altas de Breves<br />

—R. Mapuera.<br />

205<br />

IPÊ ROXO — (Gurupá) - v. PÁO ROXO do IGAPO.—<br />

IPE-UBA — MACROLOBIUM BIFOLIUM (Aubl.)<br />

Pers. íLeg. caesalp.).<br />

SYN. -Jatobarana - R. Tapajoz.<br />

(A. p. ou a.) — HAB.- Igapós e logares pantanosos em<br />

campos arenosos.<br />

Loc.—Belem- Bragança-Marajó — M. Rio Tocantins<br />

M. R. Xingú—M. R. Tapajoz — Campos de Óbidos e Faro.<br />

IPECACONHA de FLOR ROXA —(Marajó)— RUEL-<br />

LIA GEMINIFLORA H. B. K. (Acanthaceas).<br />

(PI. h. deOm. 60 a 0m.70)—HAB.-Nos campos altos<br />

arenosos.<br />

Med. - A raiz é vomitiva.<br />

IPECACONHA de FLOR BRANCA —(Marajó) — IONI-<br />

DIUM IPECACUANHA Vent. = HYBANTHUS IPECA-<br />

CUANHA Bail. (Violaceas).<br />

(Sub. a.)— SYN.- Poaia ou Poaya da praia —Ipôca<br />

branca—Jpéca do Marajó—Poaia branca—Parga do campo—Purga<br />

da praia—Piraaya.<br />

Med.—Raiz emetica—Indicada contra as dysenterias e<br />

a gotta.<br />

E' considerada <strong>com</strong>o podendo substituir a ipéca verdadeira.<br />

IPÈCA FALSO— v. OFFICIAL DA SALA. — ASCLE-<br />

PIAS CURASSAVICA L. (Asclepiadaceas).<br />

IPECACUANHA FALSA - BOERBHAVIA DIFFUSA<br />

L. Píyctaginaceas).<br />

(PI. h.)— Loc.- Amazônia (?)—Sul do Brasil.<br />

Med. pop.-Raiz purgativa e emetica.


206 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

IPECACUANHA FALSA — BOER RH A VIA DECUM-<br />

BENS Vahl. (Nyctaginaceas).<br />

(PI. h.)-Loc.-Amazonia (.•';—Sul cio Brasil.<br />

Med. pop.—Vomitiva.<br />

IPECA VERDADEIRA — (Alto R. Madeira) — CE-<br />

PHAELIS IPECACUANHA Rich. = PSYCHOTRIA IPE-<br />

CACUANHA Mull. Arg. (Rubiaceas).<br />

SYN. — Ipecacuanha verdadeira (Ipê-caá-coêna em<br />

L. g.)—Poaya verdadeira—Ipeca annelé (Pr.).<br />

CAR.—Flôr branca, raiz annelada.<br />

Med— A raiz contem tres alcalóides: emetina (l,45°/0)t<br />

cephaelina (0,52 °/o) e psychotrina (0,4 ° o). — Vomitiva em<br />

alta dose, tónica e expectorante em dose pequena; em dose<br />

elevada produz na^eas, pallidez, vomitos e, ás vezes, evacuações<br />

alvinas. — Usada contra dysenteria, asthma, catarrho<br />

suffocante, bronchite, pneumonia.<br />

IPECACUANHA PRETA — PSYCHOTRIA EMETIC A<br />

Mutis. (Rubiaceas) = URAGOGA EMETIC A Baill.<br />

SYN.— Ipecacuanha estriada major.<br />

(PI. h.) — Loc.- Amazonia (?) — Colombia -- Amer.<br />

Central.<br />

Mesmas applicações que a Ipeca verdadeira.<br />

IRARY — (R. Tapajoz) — v. MEMBY.—<br />

ISCA do MATTO — v. ESPONJA do MATTO. —<br />

ISQUEIRO — (Anauerapucú)— ( ?)<br />

ITAPEUÀ — (R. Tapajoz) — COUMA RÍGIDA Muell.<br />

Arg. (Apocynaceas).<br />

SYN .-Marfim (R. Tapajoz) - Mocuge (Bahia).<br />

(/V. m. ou gr.)—Ahm.- Fructo globoso, saboroso,. fermentando<br />

<strong>com</strong> grande facilidade.<br />

A/r / T 5 B A ** (R - Branco, do Amazonas — Almeirim —<br />

Monte Alegre - Santarém) - SILVIA DUCKEI A. Sampaio<br />

(Lauraceas). ,<br />

a b a c ^ l a ^ r ^ " " ^<br />

de AlmeÍrÍm) ~~


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 207<br />

(A. m.) -HAB.- Matta da T. f.-Rara—Na floresta seçca,<br />

visinha dos campos.<br />

Mad. — Parecida <strong>com</strong> a da Itaüba amarella <strong>com</strong>mum<br />

(Silvia itauba).<br />

ITAUBA ABACATE — (Santarém) — id.<br />

id<br />

ITAUBA AMARELLA — (Almeirim — Prainha ) —<br />

id id<br />

ITAUBA AMARELLA <strong>com</strong>mum— SILVIA ITAUBA<br />

(Meissn.) Pax. (Lauraceas).<br />

(A. g.)—HAB.- Matta da T. f. em terreno silico-argilloso.<br />

Loc."Commum em Óbidos—Santarém — Villa Braga<br />

(R. Tapajoz)—Existe no R. Negro.<br />

Mad. —O nome %t itaúba" significa "páo pedra" (Itá-üba,<br />

pedra-arvore, em L. g.). — Madeira de primeira ordem. —<br />

Cor amarello pardo claro, virando rapidamente, na luz, ao<br />

pardo escuro; macia, gorda mesmo, ao tocar. — Imputrescivel,<br />

fendendo-se pouco, de dureza media, muito resistente,<br />

elastica, deixando-se trabalhar <strong>com</strong> facilidade pela ferramenta<br />

manual, mas gastando muito os dentes das serras<br />

mecanicas rapidas. — A melhor para construcções navaes,<br />

grandes e pequenas; os galhos principaes,diversamente arqueados,<br />

fornecem boas curvas — Carpintaria — Dormentes.<br />

— D. = 0,93.<br />

ITAUBA BRANCA — (Manáos) — v. BIBIRU.—<br />

ITAUBA PRETA — ?<br />

(Lauraceas).—Até agora classificada erradamente <strong>com</strong>o<br />

OREODAPHNE HOOKER1ANA Nees<br />

(A. g.).<br />

Mad.— Madeira analoga á da Itaüba amarella, mas<br />

castanho-amarellado, virando ao pardo escuro, quasi preto,<br />

e mais pesada. - De qualidade superior para a construcçào<br />

civil.— fmputrescivel.— D = 1,05.<br />

»ITAUBA SURUBIM — ?<br />

Loc. —Oriximiná—Munie, de Borba.<br />

Mad.-A madeira, analoga á Itaúba amarella <strong>com</strong>mum,<br />

é grosseiramente mosqueada de preto.


A AMAZOXIA BRASILEIRA<br />

ITAUBA VERMELHA— v. BIBIRÚ.—<br />

ITAUBARANA da V. — SWEETIA N ITENS (Vog.)<br />

Benth (Lcg. soph.).<br />

(A. p. ou m.) — HAB.- Em todo o Estado, nas margens<br />

arenosas dos lagos e rios, mas não nas margens do Amazonas,<br />

nem do estuário.—Muito <strong>com</strong>mum cm todo o R.<br />

Negro. , , . . .<br />

Mad.— Pardo-cinzento, nodosa, muito resistente, imputrescivel.<br />

Para construcçílo civil, moirôes, dormentes.—Nào<br />

se parte facilmente e deixa-se bem penetrar pelos pregos —<br />

D = 1,00.<br />

ITUÀ — (R. Mapuera) — GNETUM NO DI FLOR UM<br />

Brougn. (Gnetaceas).<br />

(Cipó).<br />

ITUA-ASSU — GNETUM URENS Blume, (Gnetaceas).<br />

SYN.— Thoá (G. fr.).<br />

(Cipó grande) — HAB.- Na margem dos rios.<br />

Ind.-r O tronco e os ramos podem dar grande quantidade<br />

de fibras resistentes, próprias para cordas, tecidos e<br />

pasta para papel.<br />

A casca, ferida, exsuda um liquido claro e viscoso<br />

que, seccando, constitue uma gomma transparente.<br />

E' um dos cipós do caçador: os pedaços do tronco<br />

cortados rapidamente e virados, a extremidade superior<br />

para baixo, dAo agua potável abundante.<br />

Aliai.—- O fructo, ovoide alongado, contem uma amêndoa<br />

<strong>com</strong>estível depois de assada.— No interior da casca do<br />

iructo tem uma camada de pellos picantes que se evitará<br />

de tocar.<br />

ITUÀ-MIRIM - (Gnetaceas)<br />

ITUÀ PRETO - (Gnetaceas).<br />

(Cip.) - CAR .- Os fructos são pretos.<br />

IURARY - v. - TIMBÒ. - (Paullinia grandiflora).<br />

IVITINGA - 7. AÇOITA-CAVALLO.—


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS


A AMAZOXIA BRASILEIRA


J<br />

JABORANDY do PARA, ou de 3 folhas.—v. ALFAVACA<br />

de COBRA. —<br />

JABOTÀ — v. PACAPIÀ. —<br />

JABOTICABA — MYRCIARIA CAULIFLORA Berg.<br />

( Myrtaceas).— Origin. do Sul do Brasil; pouco cultivada no<br />

Norte.<br />

(A. p.) —CAR.- AS flores nascem no tronco e nos galhos<br />

principaes.<br />

Alim.— Fructo : baga vermelho violaceo, globulosa.de<br />

2 a 2.5 cm. de diam., pelle coriacea, polpa quasi liquida,<br />

doce e agradavel, lembrando a uva; producção abundante.<br />

JABOTY-MIRÁ (Mauhés) — ?<br />

(A.).<br />

MG d.— A madeira tem cor de labaredas.<br />

JABOTY da T. f. (Belem) — ERISMA UNCINATUM<br />

Warm. ( Vochvsiaceas).<br />

\ mi ' D<br />

(A. m.).<br />

SYN.— Qiiaruba de flores roxas (Belem).<br />

Ind— As amêndoas contem 50° o de um sebo branco<br />

análogo ao "sebo de jabotv"; ponto de fusão: 43°;).<br />

o


212 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

JABOTY da V. — ERISMA CALCARATUM (Link).<br />

Wnrrn. (Vochysiaceas).<br />

SYN.-Jaboti araconha - Cachimbo de jaboti — Caramuru.<br />

(A. m.).— HAB.- Abundante nas varzeas do estuário e<br />

nos igapós marginaes dos riachos de agua clara ou escura,<br />

no E. do Amazonas (R. Negro.—Alguns affluentes do Solimões,<br />

<strong>com</strong>o o R. Javary ), mas não no B. Amazonas.<br />

Mad — Branca, grosseira, leve e tenra. D = 0,52. Bôa<br />

para a fabricação de papel.<br />

Ind.—. O fructo, rugoso, recurvado em forma de cachimbo.<br />

contem uma amêndoa oleaginosa que dá 51 °/o de<br />

matéria graxa branca, de consistência de sebo ( Ponto de<br />

fusão; 45° C.).- Safra de fevereiro a julho.<br />

Orn.— Arvore ornamental, de bellas e abundantes flores<br />

azues, em grandes paniculas.<br />

JACA da BAHIA — ARTOCARPÜS INTEGRIFOLIA<br />

L. ( Moraceas ).— Origin. da índia.<br />

(A. g )—Cultivada na Amazônia.<br />

Alim. - Fructo globuloso, enorme ( até 15 ks.), verde<br />

amarellado, eriçado de verrugas, agarrado directamente no<br />

tronco ou nos galhos grossos da arvore; a pelle é molle.<br />

pouco resistente; a polpa branco amarellado, visguenta, doce,<br />

de cheiro pouco agradavel, envolve sementes grossas e numerosas<br />

que se podem também <strong>com</strong>er cozidas ou assadas e<br />

passam por serem ligeiramente aphrodisiacas. A polpa não<br />

•é apreciada por todos; é enjoativa.<br />

Mad. — A madeira 6 amareila, brilhante, própria para<br />

marcenaria; é o jack-wood dos Inglezes.<br />

Orn.— Bonita arvore para sombra.<br />

JACA do PARA — ANONA MURICATA L. (Anonaceas).—Origin.<br />

das Antilhas.<br />

(A. p. de 4 a 5 m. ).<br />

SYN.— AratiCÚ manso — Craviola ( Belem ) — Cachiman<br />

morveux, ou cachiman épineux, ou CorossoU ou Corossol<br />

épineux. da,.G. fr.<br />

Alim.- Fructo grande, cordiforme, alongado, yerde,<br />

coberto de pontas molles, curvas.-Polpa branca, perfumada,<br />

agridoce, de sabor agradavel; pesa até 2 ks.—Excellente<br />

para sorvetes.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

213<br />

J AC AI AC A —(Cametá) — v. CEDRO BRANCO —<br />

(Poupartia amazônica).<br />

JACA MIM — v. MAPARANÁ.-<br />

JACAMIM-RENEPEA — RINOREA FLAVESCENS<br />

= ALSODEIA FLAVESCENS Spreng. (Violaceas).<br />

(a. de 1 m. a 1 m.50).<br />

CAR.—As flôres, amarelladas, tem cheiro de cera.<br />

JAÇAPÉ — v. CAPIM de CHEIRO - (Killinga odorata).<br />

JACA-RANA — ? ,<br />

JACARANDÁ (Mte Alegre) — v. ARAPARY da T. f.—<br />

SWARTZIA FUGAX Benth. (Leg. caesalp.).<br />

JACARANDÁ BRANCO —SWARTZIA PSILONEMA<br />

Harms. (Leg. caesalp.)<br />

(A. m.) —HAB.- Matta da T. f.<br />

Loc.— Cametá— R. Tocantins — R. Xingu — R. Mojú.<br />

Mad. — Madeira branca.<br />

JACARANDÁ do COBERTO, ou do CAMPO COBERTO<br />

— v. ARAPARY da T. f. —<br />

JACARANDÁ do PARA — DALBERGIA SPRUCE-<br />

ANA Benth. (Leg. pap. dalb.).<br />

SYN.— Palissandre (Fr.) - Rosc-ivood, ou Blak-ivood<br />

< Ingl.).<br />

(A. m. ou g.) — HAB.- Matta de T. f. secca, em terreno<br />

arenoso.<br />

Loc.- Belem - Óbidos — Mazagáo - Monte Alegre —<br />

Santarém — Faro — M. rio Tapajoz.<br />

Mad. - Castanho escuro, <strong>com</strong> finas listras quasi pretas,<br />

muito dura, mas se trabalhando bem, <strong>com</strong> ligeiro cheiro de<br />

violeta; para ebanisteria, segeria. — D = 1,10.<br />

JACARANDÁ PRETO — SWARTZIA CORftUGATA<br />

Benth, ( Lejnim. caesalp.). 0<br />

,Loc\—Óbidos —Oriximiná.<br />

JACARANDÁ ROXO - MACHAERIUM ACUTIFO-<br />

LIUM Vog. ( Leg. pap. dalb.).


214 A AMAZOXIA BRASILEIRA<br />

(A. m.) —HAB.- Matta da T f. em terrenos argillosos,<br />

na beira dos campos.<br />

Loc.— Monte Alegre — Alemquer — Óbidos.<br />

Mail. -Castanho escuro, largamente manchado de preto<br />

violáceo; para ebanisteria.— D = 1,15.<br />

JACARÉ-ARU — v. CAFERANA (Tachia guianensis).<br />

JAC ARE-COPAIIY BA — (Juruty Velho) — EPE RUA<br />

OL EIFER A Ducke (Leg. caes.)<br />

HAB.-Matta da T. f. na vizinhança dos igapós.<br />

Loc.—Maués — R. Madeira — R. Canumá.<br />

(A. g.)—CAR.- Bonitas llôres lilaz; folhas semeadas de<br />

pontos transparentes.<br />

Ind. — Do tronco extrahe se um oleo resina muito<br />

espesso, de côr negro esverdinhado, de cheiro forte e desagradavel,<br />

utilisado para o calafeto das embarcações, para<br />

preparar tintas e vernizes.<br />

JACARÈUBA — CALO PH YLLUM BRASILIENSE<br />

Camb. (Guttiferaceas).<br />

SYX.—Landim (Brasil central).<br />

(A. g.)—Loc.- Amazónia e Brasil central.<br />

Alad.—Amarello-avermelhado, de fibras trançadas, imitando<br />

o cedro, mas mais dura e menos flexível, mais revessa.<br />

Para marcenaria. — D = 0,64.<br />

Med.—A casca dá um balsamo resinoso, liquido, amarello,<br />

aromatico, amargoso e acidulo, utilisado contra as<br />

ulceras chronicas do gado; é o "Balsamo de Landim" (ou<br />

Lantim).<br />

JACATIRÄO - MICONIA PRASINA DC. (Melastomaceas).<br />

Ind.-Dá uma tinta preta.<br />

r\fn JAClACANGA — (Amazonas) — v. CANNA de MA-<br />

JACUNDÁ-CALATHEA ORNATA Kcke. (Marantaceas).<br />

«<br />

vulaceS APINHA ~ IP0MAEA S I N U A T A ° rtcg ' (CoSvol-<br />

Med. — Drástico.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

JAMARU — v. CABAÇA AMARGOSA. —<br />

. .JAMBO -JAMipSA VÜLGARIS DC. (Myrtaceas)-<br />

Origin. das Ilhas da Sonda.<br />

SYN.—Pomme rose (G. fr.).<br />

(A. m.)— Cultivada.<br />

Mim.—Fructo globoso da grossura de uma ameixa,<br />

branco - amarellado tingido de roseo—Polpa esponjosa, quasi<br />

secca, de gosto e cheiro de rosa; pouco apreciado; preferível<br />

em marmeladas.<br />

O Jambo vermelho (EUGENIA MALACCENSIS L.)<br />

é uma arvore pequena, de folhas grandes, copa muito fechada;<br />

o fructo tem a forma de uma pera pequena, côr<br />

purpurea, polpa branca, esponjosa, de pouco sabor.<br />

JAMBÚ — WULFFIA STENOGLOSSA (DC.) Hub.<br />

(Compostas).<br />

(Cip.)-SVN.- Jambü-rana (Belem).<br />

CAR.—Folhas muito asperas.<br />

Mim. — Fructo: drupa <strong>com</strong>posta, succulenta, insípida.<br />

Med.—Bom diurético.<br />

215<br />

JAMBÙ-ASSÙ — v. AGRIÃO do PARA. — SPILAN<br />

THES OLERACEA L. (Compostas).<br />

JAMBÚ-RANA — v. JAMBU —<br />

JAMBÙ-RANA — PIPER (ARTHANTE) TUBERCU-<br />

LATA Miq. (Piperaceas).<br />

(a. ou A. p.).<br />

SYN.—Betre aromalico.<br />

Med.—Raiz de sabor picante; as folhas e as raízes são<br />

sedativas e calmantes (Rheumatismos).<br />

JAMBU-Y — PIPER (Piperaceas).<br />

(a. p. da matta de T. f.i — Loc.-Cametá.<br />

Med. pop-Chá da raiz contra inflammações do ligado<br />

e hydropisia - Produz salivação <strong>com</strong>o o "jaborandy — Apontado<br />

<strong>com</strong>o tendo virtudes extraordinarftis para a conservação<br />

tia virilidade.<br />

JANIPARINDIBA — v. GENI PAR AN A. —


216 A AMAZOXIA BRASILEIRA<br />

JANITÀ —SAHAGUNIA RACEMIFERA Hub. (Moraccas).<br />

., _<br />

(A. p.)-Loc.- Óbidos - Santarém.<br />

Mad.— Branco-amarellado.<br />

Alini.—O fructo <strong>com</strong>e-se cozido.<br />

JAPACANIM - PARKIA OPPOSITIFOLIA Benth.<br />

(Leg. mim.).<br />

SYXArara-tucupy (E. do Amazonas)—/anca (Pará)<br />

— Visgueiro (E. do Pará).<br />

(A. g.) — HAB.- Matta da T. í. arenosa.<br />

Loc.—Óbidos-Porto de Moz-Muito frequente em Gurupá.<br />

C.\R.-Copa larga, chata, em chapéu de sol.<br />

Mad— Branca e leve; pode servir para a fabricação<br />

de papel: rendimento em cellulose 46,9 °/o — <strong>com</strong>prim. das<br />

fibras 1,04 —diam. 0,020. (A. Bastos —M. C. P.) — D = 0,37.<br />

Ind — A casca contem tannino.<br />

Alim. anitn.— As araras <strong>com</strong>em a polpa que envolve<br />

as sementes.<br />

Med. pop.— A casca fresca tem cheiro de salicylato<br />

de methyla; é adstringente e antihemorrhagica; util para<br />

lavagem de feridas e ulceras.<br />

JAPANA — (Amazonas) - EUPATORIÜM AYAPANA<br />

Venten. (Compostas).<br />

( a. p., de lm.50 a 2m.).—Duas variedades : fiôres roxas<br />

ou brancas.<br />

Sv s.-fapdna — Ayaptnia.<br />

Med — A infusão das folhas ú um sudorífico poderoso.<br />

— O succo das folhas ajuda a cicatrisaçào das feridas.—<br />

Ionica, estomachica e aromatica.-Adstringente energico<br />

contra diarrhea e dysenteria.— Em bochecho nas anginas,<br />

gengivites, aphtas e escorbuto. A japatia roxa é a mais<br />

activa.<br />

JAPECANGA — v. SALSA. —<br />

. >. > x ~ ( R - Tapajoz) - PSVCHOTRIA RU-<br />

BRA (Willd) Muell.c Arg. (Rubiaceas).<br />

JARACATIÀ — v. MAMÃO BRAVO. —<br />

JARAGUA — v. CAPIM JARAGUA. —


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

JARAMACARU — CEREUS sp.<br />

(Cactaceas ). O<br />

PI. que pode attingir grandes dimensões (Serra do<br />

Ereré.).<br />

SYX. - Untmbeba — Jamacarú — Mandacaru (dos<br />

Cearenses).<br />

HAB. - Em terrenos seccos e mesmo rochosos.<br />

Med. pop. — O sueco dos fructos é antiscorbutico —a<br />

decocçào da planta é refrigerante (febres gastricas e biliosas)—o<br />

succo da mesma cozida, em xarope, é bom nas<br />

affecções pulmonares. —A massa do caule applicada quente<br />

nos abcessos e ulceras actua <strong>com</strong>o sedativo e emolliente —<br />

A tintura das flores é diurética e cardio-tonica.<br />

JARAMANTAIA — v. TAROU do IGAPO —<br />

JARANA ESC HW EI LER A (CHVTROMA) JA-<br />

RANA í Hub.) Ducke, = CHVTROMA JARANA Hub.-<br />

= HOLOPVXIDIUM JARANA (Huber) Ducke. (Lecythidaceas).<br />

(A. g.) —HAB.-Mattas da T. f.<br />

Loc.— E. de F. de Br. — Santarém — muito abundante<br />

no Baixo-Tapajoz.<br />

CAR.— Fructos de 3 a 7 cm. de diam. indehiscentes.<br />

Ma d.— Vermelho claro ou roseo-amarellado, dura, resistente;<br />

excellente para carpintaria e dormentes. D = 0,85.<br />

JARANDEUA — v. INGA-RANA — (Estuário).<br />

JARANDEUA — v. ARARANDEUA. —<br />

JARARACA-MIRIM — DRACONTIUM POLYPHYL-<br />

LUM L. (Araceas).<br />

(PI. h.) - SYX.- Jirdca.<br />

CAR—As flores tem cheiro de carne putrefacta.<br />

Med. pop. — O cozimento da raiz serve para limpar as<br />

feridas velhas.<br />

217<br />

JARINA — PHYTHELEPHAS M^CROCARPA R. e<br />

P. (Palmeiras); e ^ A _ __ /r4 . . N<br />

PHYTELEPHAS MICROCARPA R. e P. (Palmeiras).<br />

O primeiro no Alto Amazonas e no Alto 1 urus (seg.<br />

•I. Huber), o segundo no R. Javary (seg. Ad. Ducke)..<br />

O


218 A AMAZOXIA BRASILEIRA<br />

Palm. acaule, ou de caule curto (os machos).<br />

* SYN.—Marfim vegetal -Corozo (Pr.) — Varina ou ta-<br />

< r ita (Peru).<br />

HAB.-Cresce em grandes famílias, na sombra das arvores<br />

altas, nos logares frescos. ^<br />

Loc.—No Alto-Amazonas-Alto-Purus- Abundante em<br />

Esperança (Bocca do R. Javary).<br />

Jnd. —A amêndoa é dura, branca, <strong>com</strong>o marfim, e se<br />

trabalha bem no torno (botões).<br />

JARRINHA — v. URUBU-CAA. —<br />

JASMIM da BEIRADA —SALACIA sp.<br />

Hippocrateaceas).<br />

Loc.—Beira do R. Aramá (Furos) de Breves.<br />

(Cip.).<br />

JASMIM BOGARI — JASMINÜM SAMBAC L. (Oleaceas).—Origin.<br />

da Asia Oriental.<br />

Ind — As flores silo extremamente abundantes e perfumadas;<br />

di\o uma essencia preciosa para a perfumaria.<br />

JASMIM de CACHORRO — ISOTOMA LONGIFLORA<br />

(Lobeliaceas).<br />

(PI. h.) —CAR.- Toxica — Toda a planta tem um succo<br />

lácteo narcotico-acre-Fiôres de um branco puro.<br />

JASMIM de CAYENNA — PLUMIERA ALBA L.<br />

(Apocynaceas).<br />

(A. p.) — Introduzido das Antilhas.<br />

SYN —Frangipane, da Martinica.<br />

(>«.—Flôres grandes, brancas, muito odorantes.<br />

Meã. pop.—A casca das raizes é drastica, depurativa,<br />

anti-blennorrhagica.<br />

Pela cor das flores distinguem-se as duas outras especies<br />

cultivadas: •<br />

PLUMIERA RÓSEA L. de flores róseas, e<br />

PLUMIERA RUBRA L. de flores vermelhas.<br />

JASMIM COMMUM - JASMINUM OFFICI^ALE<br />

(Oleaceas).<br />

P.) —Cultivado nos jardins.<br />

Orn. Flôres brancas muito perfumadas.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 219<br />

.,r T,/^ S M d a I T A L I A - JASMIN UM GRANDIFLO.<br />

RUM !.. (Oleaceas). — Origin. da Índia.<br />

Jiui. — E' a especie mais utilisada na perfumaria.<br />

Orn. — Cultivado nos jardins; flores de perfume forte.<br />

JASMIM LARANJA — MURRAYA EXÓTICA L.<br />

(Rutaceas) — Origin da Asia.<br />

(A. p.)<br />

Orn. — Elegante, de folhas miúdas; cobre-se de flores<br />

brancas muito perfumadas, diversas vezes por anno.<br />

JASMIM da niatta — (R. Tapajoz)—TABERNA EMON-<br />

TANA FLAYICAXS R. e S. (Apocynaceas).<br />

JASMIM VERMELHO — IXORA STRICT A Roxb. e<br />

IXORA COCCINEA L. (Rubiaceas).<br />

(a. p.)-Origin. de Java—Cultivados.<br />

Oni. — Dão bouquets de flores vermelho-vivo.<br />

JATEREUA — v. ATEREUA. --<br />

JATOBÁ — v. JUTAIIY-ASSU. —<br />

JATOBÁ PEQUENO —(M. rio Tocantins) — v. JUTAHY<br />

POROROCA. —<br />

JATOBARANA — (R. Tapajoz) — IPE-UBA (Macrolobium<br />

bifolium).<br />

JATOBAZINHO — (R. Tapajoz)— v. JUTAHY do IGAPO.<br />

JATUARANA — TRICHILIA SINGULARIS C. DC.<br />

(Meliaceas).<br />

HAB.—Nas margens alagadas do R. I rombetas.<br />

JATUAUBA BRANCA— (Furos) -GUAREA TRICHI-<br />

LIOIDES L. (Meliaceas). ^ 7<br />

SVN.— Gitô — Camboatá (no Sul )-Cedro-vana (Óbidos<br />

) - Cedro branco - Carrapeta ( R. db Jan. ) —.Bots balte,<br />

ou Gitaré (G. fr.). , _ . ..<br />

(A. p. ou m.) —HAB.- Matta da 1. f. e varzeas argillosas.


220 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Mad.— Madeira vermelha, rija, parecida <strong>com</strong> o cedro,<br />

mas não resinosa e menos resistente; atacada pelos insectos.<br />

— Para carpintaria e marcenaria. . .<br />

Med. pop.— Casca e raízes para vomitorio; acre,<br />

amarga, drastica e abortiva em fortes doses (propriedades<br />

analogas ás da ergotina).<br />

JATUAI!BA PRETA - (Furos) - GUAKEA COSTU-<br />

LATA C. DC. (Meliaceas).<br />

(A. m.).<br />

Med. pop.—Casca do tronco amarga e adstringente.<br />

Orn.— Arvore frondosa, para alamedas.<br />

JATUAUBA VERMELHA-(Belem) —GUAREA SUB-<br />

SESSILIFLORA Hub. (Meliaceas).<br />

(A. g.) —Loc.- Marco da legoa e Una (Belem).<br />

Med. pop.— A raiz é empregada <strong>com</strong>o substituto da<br />

ergotina.<br />

Orn.— Arvore frondosa, própria para alamedas-<br />

JEJERECU — v. ENVIRA (Xylopia frutescens).<br />

JEJUIRA — v. GONÇALO-ALVES. —<br />

JEJUUBA— (Alemquer) — ?<br />

Mad — Madeira para construcção civil.<br />

JENEUNA — v. MARIMARY GRANDE. —<br />

JERATACÀ — v. MANACÁ. —<br />

JEREQUITI — v. TENTO PEQUENO. —<br />

U A T J p À r - (Colombia) - CARLUDOVICA PAL-<br />

MA J A R. e P. (Cyclanthaceas ).<br />

HAB.— Indígena na região subandina.<br />

Loc.—No Alto-Amazonas.—As vezes cultivada <strong>com</strong>o<br />

planta de ornamento.<br />

Syx -~J >al/ !íl


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

ra; cortam-se os toliolos em tiras mais ou menos estreitas<br />

que se deixam apegadas ao peciolo; por diversas vezes as<br />

folhas assim divididas são mettidas alternativamente em<br />

agua fria addicionada de succo de limão e nagua bastante<br />

quente. Seccamse as folhas que ficaram perfeitamente<br />

brancas e as tirinhas enroladas, cylindricas.<br />

JIPÒOCA — v. GIPÓOCA. —<br />

JIQUIRITY — v. TEXTO PEQUENO. —<br />

JITO — v. GITÓ. —<br />

JOÃO MOLLE — (?)<br />

Loc —Igarapé-assú (abundante).<br />

Meã. pop.—Anti febril e depurativo.<br />

JORRO-JORRO — THEVETIA NERHFOLIA Juss.<br />

(Apocy naceas>.<br />

(a. g.) — De origem exótica.<br />

SYX. — Chapéu de Napoleão—Ahohai mi rim.<br />

Ind.—As sementes contem 57 0 0 de oleo claro, transparente.<br />

Com os fruetos os indios fazem maracás.<br />

Med. pop —Toxico tetanisante e veneno cardíaco (Látex,<br />

casca e sementes). -Em pequena dose, a tintura cerneto-cathartica.—O<br />

principio activo é um glucoside, a Thevetina<br />

de Blas e De Vry, veneno paralysante.<br />

Om.—Arbusto muito ornamental; flores grandes, abundantes,<br />

amarellas, aromaticas.<br />

JUÀ - (Marajó) — SOLANUM TOXICARIUM Lam.<br />

(Solanaceas).<br />

S\x.-furubeba do campo.<br />

(a. p.)—HAB.- Pequena planta espinhosa dos tesos e dos<br />

roçados. .<br />

Alirn. — Fruetos pequenos, vermelhos, adocicados, <strong>com</strong>estíveis.<br />

JUA-POCA — v. CAMAPU - PHYSALIS ANGULA-<br />

TA L. (Solanaceas). #<br />

JUCÁ - (Ceará) -CAESALPINIA FERREA Mart.<br />

var. cearensis Hub. (Leg. caesalp.).<br />

221


222 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

(\ m.)—Cultivado na Amazônia, nos jardins.<br />

C SYN.— Pd o ferro (Ceará).<br />

Med pop - Infusão da casca nas affecçoes broncopulmonares.-<br />

A raiz é desobstruenta, quando nova.<br />

JUNCO AGRESTE - (Marajó ) -HELEOCHARIS<br />

OCHREATA Nees. (Cyperaceas).<br />

( PI. h. de 0,25 a Om.35 ).<br />

Alim. anim.— Forragem ordinarià.<br />

JUNCO ANANICO - (Marajó) -HELEOCHARIS CA-<br />

PITATA R. Br. (Cyperaceas).<br />

(Pl. h.).<br />

Alim. anim.— Forragem má.<br />

JUNCO BRAVO — (Marajó) — CYPERUS ARTICU-<br />

LATUS L. (Cvperaceas).<br />

(Pl. h.— 2m.).<br />

Ind — Serve para fazer esteiras de sellas.<br />

Alim. anim.— Forragem pouco aproveitada pelo gado<br />

bovino.<br />

JUNCO BRAVO - (Marajó) — CYPERUS NODOSUS<br />

Willd. ( Cvperaceas ).<br />

( Pl. h. ).<br />

Alim. anim.— Forragem.<br />

JUNCO MANSO — (Marajó) — HELEOC H A R IS<br />

MUT ATA R. Br. (Cyperaceas).<br />

SYN.— Junco popoca.<br />

(Pl. h.) —HAB.- NOS altos dos campos.<br />

Ind.— Com este junco fazem-se esteiras para as sellas.<br />

Alim. anim.— Forragem soffrivel.<br />

JUNCO MIÚDO — CYPERUS GRACILESCENS R. e<br />

Schult. ( Cyperaceas ).<br />

(Pl. h.").<br />

Alim.— Rhizonîas <strong>com</strong>estíveis.<br />

Med. pot).—A tintura dos rhizomas e a massa filada<br />

são empregados contra as mordeduras de cobras; os tubérculos<br />

dos rhizomas são analepticos e aphrodisiacos.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 223<br />

JUNCO MIÚDO do CAMPO — (Cunany) — RHYN-<br />

CHOSPORA GLOBOSA Roem. e Sch. (Cyperaceas).<br />

HAB.— Nos campos, em logares húmidos.<br />

Loc.— Campos de Ariramba, do Calçoene, de Cunany.<br />

JUNCO POPOCA - (Marajó) - HELEOCHARIS GE-<br />

NICULATA R. Br. (Cvperaceas).<br />

( PI. h.).<br />

SYN — Junco manso.<br />

Alim. anim. — Forragem ruim.<br />

JUNCO da PRAIA — (Marajó) —CYPERUS SCHOE-<br />

NOMORPHUS Steud. (Cvperaceas).<br />

(PI. h. - 0m.80).<br />

Alim. anim. — Forragem péssima.<br />

JUNCO de TRES QUINAS — (Marajó) — RHYNCHOS-<br />

PORA CYPEROIDES Mart. (Cvperaceas).<br />

(PI. h., de lm.20).<br />

Alim. anim.— Forragem péssima.<br />

JUPICAHY — XYRIS<br />

ceas)<br />

sp (Xyrida-<br />

SYN .-//erva de empigem—Botão de ouro.<br />

(PI. h.)—HAB.- Em logares húmidos.<br />

Med. pop. — A<br />

eczemas, empigens.<br />

seiva applica-se contra os darthros,<br />

JUPINDÁ — (Marajó) — CLEOME PSORALEAEFO-<br />

LIA DC. (Capparidaceas;.<br />

SYN. — Mussambê (dos Cearenses)<br />

HAB.—Nos aningaes. .<br />

(a. de LM.30) — CAR.-Espinhos de gancho; cheiro<br />

desagradavel.<br />

JUPINDÁ - (Gurupá) - v. ESPERA PRIMEIRO<br />

— (Óbidos) —<br />

JUPUUBA —(Breves) — v. VISOU EIRO — (Óbidos) —<br />

.JUQUIRY - MACHAERIUM (ÓREPANOCARPUS)<br />

ARISTULATUM (Benth.) Ducke (Leg. dalb.).<br />

(a. trepador)—Loc.-R. Tocantins-Mte. Alegre-Santarem.


224 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

JUQUIRY - MACHAERIÜM (DREPANOCARPUS)<br />

FEROX (Mart.) Ducke (Leg. dalb.).<br />

(a. trepador grande)-J IA«.- NOS Iogares húmidos.<br />

Loc.- Bragança - R. Capim—Ilhas - M. R. 1 apajoz -<br />

R. Mapuera- R. Erepecurú - R. Jamundá.<br />

J/


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 253<br />

JUQUIRY RASTEIRO-v. MALÍCIA das MULHERES.<br />

JUQUIRYSINHO- (R. Tapajoz)- MIMOSA ORTHO-<br />

CARPA Spruce (Legum. mim.).<br />

( a. p. ) - HAB.- Campos de varzea, beiras de rios e<br />

lagos.<br />

Loc.—Almeirim — Monte Alegre —B. rio Tapajoz —<br />

Faro — B. rio Trombetas.<br />

JUREMA BRANCA — v. ESPONJEIRA. —<br />

JURI PEBA — v. JURUBEBA c JUUxNA. —<br />

JII RU BE BA - (Pará — Alto Purus — Manáos) — SO-<br />

LANUM GR A N DI FLO RUM Ruiz e Pav. ( Solanaceas).<br />

(a. g.)— E' a especie mais <strong>com</strong>mum dos arredores de<br />

Beiern.<br />

SYN.— Juri peba — Fr acto de lobo.<br />

Med. pop.— O frueto esverdeado, as folhas (succo) e a<br />

raiz (extracto), são amargos, tonicos, úteis contra o engorgitamento<br />

e as inflammaçòes do ligado e do baço.<br />

JURUBEBA do campo — v. JUA. —<br />

JURUBEBA verdadeira —SOLANUM P ANI CU-<br />

LATUM L. (Solanaceas).<br />

(a. g.) — SYN - Jurubebinha.<br />

Med. pop. — Antiperiodico e desobstruente.—Infusão da<br />

raiz contra a hepatite.— O succo dos fruetos é um poderoso<br />

remedio contra a icterícia.- Externamente empregamse<br />

as folhas contra as ulceras.<br />

JURUMÚ — ou GIRIMU — CUCURBITA MAX IMA<br />

Duch. e CUCURBITA PEPO L. (Cucurbitaceas).<br />

(PI. h. rasteira).<br />

Aliai— O frueto é uma especie de abobora, de carne<br />

vermelha ou amarella, mais ou menos adocicada; <strong>com</strong>e-se<br />

cozida<br />

JURUPARI — EPERUA sp (Leg. caesalp.).<br />

(A. g.).


226 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Mad.— Madeira boa, avermelhada, forte e <strong>com</strong>pacta —<br />

resiste bem á agua.<br />

O///.— Flores encarnado-purpureo.<br />

JUTAHY-MIRIM — (M. R. Tocantins). — v. PORO-<br />

ROCA —<br />

JUTAHY-ASSÜ - (Óbidos) — HYMENAEA COUR-<br />

BARIL L. (Leg. caesalp.).<br />

SYx.—Jatobd (N. E.) —Jatahy (Sul) -Courharil (G. fr.)<br />

Locust-tree (Ingl.).<br />

(A. g. ou G.) — HAB.- Matta da T. f., em solo srgilloso.<br />

Mad. — Côr vermelhoescuro dura, muito resistente,<br />

de grande duração, mas muito pesada; é o courharil da G.<br />

fr. ou locust tree dos Ingleses. — Para engenhos, rodas<br />

e eixos de carros, esteios, wagons, vigamento (obras externas).<br />

— D = 1,22.<br />

Itid.— Dá uma resina: a jutahycica, ou copal da America<br />

( copal meioduro, ou resina anirné); é empregado na<br />

fabricação dos vernizes para o interior, sendo menos coloridos,<br />

mas menos resistentes que os preparados <strong>com</strong> o copal<br />

duro da Africa. A resina mais estimada é a variedade meio<br />

fóssil que se encontra enterrada ao pcí das arvores. — Ponto<br />

de fusão desta resina: 190° c.— Com a casca espessa da<br />

arvore os índios fazem canoas leves.<br />

Alim.— A polpa do fructo é <strong>com</strong>estível, farinhosa, adocicada.<br />

Med. pop. — A casca e a resina são adstringentes e<br />

peitoraes. A casca interna é vermífuga. — O extracto fluido<br />

da casca é um bom sedativo arterial — A resina em pó é<br />

utilisada contra a hemoptyse—A seiva aproveita-se no tratamento<br />

da cystite chronica, dor na micção, retensão de urina,<br />

prostatite, blennorrhagia, bronchite chronica—Usa-se a<br />

seiva ainda liquida, <strong>com</strong> agua e assucar, <strong>com</strong>o refrigerante<br />

— A seiva resinosa produz effeitos extraordinários nas creanças,<br />

agindo <strong>com</strong>o tonico, estimulando as digestões, fortificando<br />

o organismo.<br />

4<br />

JUTAHY — (R. Jamundá — R. Tapajoz —- Obidor —<br />

Manáos) - HYMENAEA INTERMEDIA Ducke (Leg.<br />

caes.).


227<br />

JUTAHY do IGAPÒ -(Gurupá-Belem - Anajaz) —<br />

HYMENAEA PALÜSTRIS Ducke (Leg. caes.).<br />

SYX.—Jaiobasinho (R. Tapajoz).<br />

(A. g.) — HAB.- Margens inundadas de riachos de agua<br />

escura.<br />

Loc—R. Anajaz-Utinga (Belem)—M. R. Tapajoz.<br />

CAR. — A face inferior das folhas é coberta de uma<br />

densa pilosidade dourada.<br />

Mad.— Vermelho-castanho, mais claro que do J. pororoca,<br />

dura e pesada. — D = 1,09.<br />

JUTAHY-MIRY — v. JUTAHY da VARZEA. —<br />

JUTAHY POROROCA — (Mte Alegre) — v. COPA-<br />

HYBARANA. —<br />

JUTAHY POROROCA — (Óbidos) —HYMENAEA<br />

PA R VI POLI A Hub. (Leg. caesalp.).<br />

Syx.—Jutahy pequeno (Mte. Alegre) — Comer de<br />

arara (Almeirim).<br />

(A. G.) — HAB.- Matta da T. f.; frequente em todo o<br />

Estado do Pará em solo arenoso secco.<br />

Mad.—Castanho-vermelho escuro, dura, resinosa, trabalhando-se<br />

dificilmente - imputrescivel.- Própria para obras<br />

hydraulicas e para dormentes.— D = 1,05.<br />

Ind. — Dá resina jutahycica <strong>com</strong>o o Jutahy-assú.— Esta<br />

resina pode ainda ser empregada em vez do balsamo do<br />

Canadá, dissolvida em xylol, para as preparações microscópicas.—<br />

A casca das Hymenaeas dá uma boa tinta de<br />

escrever.<br />

Med. pop.- Mesmas propriedades que o Jutahy-assú.<br />

JUTAHY-PEBA — v. POROROCA. —<br />

JUTAHY da VARZEA — (Gurupá) — HYMENAEA<br />

OBLONGIFOLIA Hub. (Leg. caesalp.).<br />

(A. g.)—SYX.- Jutahy-miry.<br />

HAB.—Frequente nas varzeas e também na l. t. argiilosa<br />

do R. Solimões.<br />

CAR.—Fructo pouco maior que do J. pororoca.<br />

Mad. - Vermelho-castanho, de dureza media, tecido<br />

muito menos <strong>com</strong>pacto do que dos outros jutahys.


228 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

JUTAHY-RANA - CYNOMETRA SPRUCEANA<br />

Beffth. (Leg. caesalp.).<br />

< J\ M ) __ HAB.- Matta das margens arenosas do L. de<br />

Faro e de certos affluentes do B. Amazonas.<br />

Mad.—Pardo-escuro, dureza media; para marcenaria.<br />

D = 0,88.<br />

JUTAHY-RANA — CYNOMETRA BAUHINIAE-<br />

FOLIA Benth. ( Leg. caesalp.).<br />

( M ) __ HAB.- Nas margens do B. Amazonas.<br />

Mad — Branca, molle.<br />

JUTAHY-RANA— (Marajó) — CRUDIA PARIVOA<br />

DC. (Leg. caesalp.).<br />

(A. m. ou g.) — Arvore elegante.<br />

HAB.— NOS tesos dos campos.<br />

Loc. — Mte. Alegre — R. Tapajoz — Marajó (Parte oriental<br />

) — Mosqueiro.<br />

Mad.— Castanho-claro, para marcenaria D = 0,96.<br />

Orn.— Própria para alamedas por causa da sombra<br />

espessa da sua folhagem.<br />

JUTAHY-RANA — (Óbidos) —CRUDIA PUBES-<br />

CENS Benth (Leg. caesalp.).<br />

í A. p. até m.), da Varzea.<br />

SYN\ — Ipê ou Ipcvana (de Breves).<br />

Loc. — Nos furos de Breves — Guru pá — Santarém —<br />

Óbidos — Faro.<br />

JUÚNA — (Marajó) — SOLANUM JURIPEBA Rich.<br />

(Solanaceas).<br />

SYN .—Juripéba — Junibéba.<br />

(a. p.) — CAR.- 1 ronco e folhas espinhosos; fructos<br />

sempre verdes, amargos.<br />

Med. pop.— Os fructos são desobstruentes do fígado.


A AMAZONIA BRASILEIRA


L<br />

LABAÇA — RUMEX CR1SPUS L. (Polygonaceas)-<br />

Origin. da Europa Occidental.<br />

(a.—2 m.).<br />

Alim — As folhas acidas são <strong>com</strong>estíveis <strong>com</strong>o verdura,<br />

em salada.<br />

Meei. pop. — A tintura da raiz é purgativa e re<strong>com</strong>mendada<br />

contra a obesidade; o principio activo é um alcalóide.<br />

a Rumicina (Boucquillon).<br />

LABLAD. — DOLICHOS LABLAD L. (Legum. pap.<br />

phas.) — Origin. da índia. — Acclimado.<br />

(pl. herb. voluv.) — Alim.- visinha do feijão.<br />

LAÇO de AMOR — EPISC1A (Gesneraceas).<br />

HAB. —Mattas do alto Amazonas; cultivada nos jardins.<br />

Orn.—Piores pequenas encarnadas; folhas avelludadas,<br />

castanho-esverdeado, <strong>com</strong> nervuras verde claro.<br />

LACRE — (Marajó — Óbidos) —VISMIA GUIANEN-<br />

SIS Choisy (Guttiferaceas).<br />

E outras especies do mesmo genero.<br />

Svx. — Caáopiá—Páo de lacre—Bois cossais e Bois<br />

à dartres (G. fr.)—Blood-ivood (Ingl.). •<br />

•A. ou A. p.)—HAB.- Muito <strong>com</strong>mum nas capoeiras.<br />

Mad.—A1 bumo amarello; cerne castanho — empregada<br />

em marcenaria e carpintaria. — D = 0,55.


232 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Ind. — Para pasta de cellulose: Comprim. das fibras,<br />

0,83—d iam. 0,017 (B. Cordeiro — M. C. P.).<br />

A entrecasca 6 fibrosa.<br />

Med.—Por incisão do tronco, obtem-se um succo que,<br />

coagulado, constitue uma resina amarello - alaranjado chamada<br />

gonima-lacre (Gomma resina) dotada de propriedades<br />

drásticas-a casca é tónica e febrífuga — O cozimento<br />

das folhas é considerado <strong>com</strong>o antirheumatic©.<br />

LACRE BRANCO (?) — BAN AR A GUIANENSIS<br />

Aubl. (Flacourtiaceas).<br />

(A. p.)—Locv Commum no Pará.<br />

Mad.— Alvacente-pardo, pouco <strong>com</strong>pacta.<br />

LAGRIMAS de NOSSA SENHORA —COIX LAGRIMA<br />

L. ( Gramíneas).<br />

í PI. h.).<br />

SYN. - Capim de N. Senhora — Capim missa nga (Pará)<br />

— Larme de lob ( G. fr.).<br />

bid. — Os fructos, duros, esbranquiçados ou ligeiramente<br />

azulados, lustrosos, servem aos índios para confeccionar<br />

ornamentos, collares, rosários...<br />

Alim.—Estes fructos, da grossura de uma ervilha, dão<br />

uma farinha <strong>com</strong>estível.<br />

Med. pop. — As sementes são diuréticas e emollientes,<br />

úteis nas affecções catarrhaes (tintura).—Fricções <strong>com</strong> a<br />

tintura contra rheumatismos.<br />

LAGRIMAS, ou CONTAS de N. SENHORA — v. TENTO<br />

AZUL. —<br />

LANDIM — v. JACARÈUBA —<br />

LARANJA da CHINA — CITRUS AURANTIUM Risso<br />

(Kutaceas).— Origin, da China.<br />

( A. p.).<br />

SYN.— Laranja doce.<br />

Alim.— Na Amazonia, a laranjeira dá fructos todo o<br />

anno; em Belem o tempo de maior producção é de Setembro<br />

a Outubro.- Quando maduras, as laranjas são ainda de<br />

cor verde, somente *<strong>com</strong> algumas manchas amarellas.— Encontram-se,<br />

tanto no Pará <strong>com</strong>o no Amazonas, excelentes<br />

variedades de laranjas, mas não ha ainda cultura methodica<br />

para a producção industrial.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 233<br />

LARANJA do MATTO — (Marajó) — SAL ACI A<br />

(Hippocrateaceas).<br />

LARANJA do MATTO — (Furos) — CASSIPOUREA<br />

GUIANENSIS Aubl. (Rhizophoraceas).<br />

(A. m.)<br />

Sv.w-Laranja rana—Mangue d'agua doce.<br />

Mad. — Branca — Serve para lenha e carvão.<br />

Jfid.—A casca contem tannino.<br />

LARANJA-RANA — v. LARANJA do MATTO (Cassipourca<br />

guianensis).<br />

LARANJA de ONÇA — (Rio Tapajoz) — ?<br />

(Myrtaceas).<br />

Arvore da T. f.<br />

Mad. — Branca, para lenha.<br />

LARANJA da TERRA — CITRUS VULGARIS Risso<br />

(Rutaceas)—Origin. da índia; cultivada em toda a Amazônia.<br />

(A. p.).<br />

SYX.—Laranja amarga—Bigaradier (I r.)<br />

Jnd. — Pela distillação a casca dos fructos verdes e as<br />

folhas dão a esse neta de "petit grain"; a flor dá a agua<br />

dislillada de /Jôres de laranja e a "essencia de Néroli".<br />

Alitn.—Fructo maior do que a laranja doce; polpa vermelho<br />

alaranjado, acida e amarga—serve para preparar bebidas<br />

refrigerante; a pelle, sem o epiderme, serve para fazer<br />

doce excellente, preparar o curaçdo.<br />

Med.—O chá das folhas ú usado contra as perturbações<br />

digestivas e <strong>com</strong>o sudorifico.<br />

LARANJINHA — GUAITE RI A CITRIODORA Ducke<br />

(Anonaceas).<br />

V. m.).<br />

oc.—Faro (Serra do Dedal)—Juruty-\ elho — Mauhés.<br />

CAR.—As folhas e a casca tem um forte cheiro de<br />

limão.<br />

'LEITEIRA — SAPIUM sp (Euphorbiaceas).<br />

Svs.—/ J do de colher.


234 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Jjid.—O látex dá uma borracha vendida <strong>com</strong>o de "tapuriT<br />

(Sapium biglandulosum).<br />

Med.—Fructos venenosos — da casca exsuda um látex<br />

viscoso e elástico, acre e cáustico — As folhas servem ao<br />

tratamento da sarna.<br />

LEITEIRA — v. PAO de COLHER ( Tabernaemontana<br />

sp.).<br />

LENTILHA do CAMPO — (Marajó) — AESCHYXO-<br />

MENE BRASILIANA DC. (Leg. pap. hed.).<br />

Alim. anim.— Forragem soffrivel dos campos altos.<br />

LENTILHA do CAMPO — (Marajó) — AESCHYNO-<br />

MENE HYSTRIX Poir. (Leg. pap. hed.).<br />

Alim. anim.— Forragem soffrivel dos campos altos.<br />

LIAMBA — CANNAB1S SATIVA var. INDICA L.<br />


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 235<br />

LIMA — CITRUS MEDICA LIMETTA Brand. (Rutaceas).—Origin.<br />

do norte da índia.<br />

Alim.— O succo do fructo é adocicado, um pouco<br />

insípido.<br />

LIMÃO—CITRUS MEDICA ACIDA Brand. (Rutaceas).<br />

- Origin. da índia.<br />

(A. p.).<br />

Alim — hructo menor do que o limão <strong>com</strong>mum (Citrus<br />

medica limonum Brand),—espherico, pelle lisa, sumarento,<br />

de bom gosto.— Dá todo o anno.— Serve <strong>com</strong>o tempero e<br />

para fazer refrescos.<br />

Med.— O succo do fructo é antiscorbutico ; a infusão<br />

do fructo e das folhas é sudorífica e antifebril. —A limonada<br />

é estomachica e o primeiro dos desalterantes; é indicado<br />

seu uso no rheumatismo; favorece a circulação, diminuindo<br />

o trabalho do coração.—A mistura do succo de<br />

limão e do alho é efficaz contra o crup.— O succo de limão<br />

é util para destruir as caspas.— O uso da limonada é aconselhado<br />

para os impaludados que usam a quinina por via<br />

gastrica.<br />

LIMÃO de CAYENNA — v. BILIMBI. —<br />

LIMÃO do MATTO — v. LIMAO-RANA da T. f. —<br />

LI MÃO-RANA — (B. Amazonas) — CHLOROPHORA<br />

TINCTORIÁ (L.) Gaudich. (Moraceas).<br />

SYN*.— Tatajuba de espinho — Fustic ( Fr. ) — Fusticwood<br />

( Ingl. ).<br />

(A. p. ou m. ) — HAB - Matta das varzeas argillosas.<br />

Loc.— B. Amazonas — R. Madeira — R. Tapajoz.<br />

Mad.— Bella madeira, de côr amarello-vivo, trabalhandose<br />

facilmente; para ebanisteria.— D = 0,68.<br />

lnd — O extracto aquoso constitue uma materia corante<br />

amarella utilisada na industria.<br />

LIMÃO-RANA — ( R. Tapajoz) — K ANDIA ARMAT A<br />

(Swartz) DC. ( Rubiaceas).<br />

LIMÃO-RANA da T. f. — (Óbidos) — BASANACAN-<br />

THA SPINOSA Schum. (Rubiaceas).


235 A AMAZÔNIA BRASILEIRA<br />

y —" • • • J - — • — * * r "<br />

SYN.— Fructa de cachorro—Jasmim do matto —Limão<br />

do viatto — Mororô (Cearenses, por confusão <strong>com</strong> uma<br />

bauhinia aculeata do N. E.).<br />

(A. p.) — HAB.- Capoeiras da 1. f.<br />

Mad — Madeira branca, mas rija, lascando muito; para<br />

cabos de ferramentas, carvão e lenha.<br />

Ind.— As folhas dão, pela distillação, um oleo essencial<br />

para perfumaria.—A casca secca contem 1,2 °/o de tanninos<br />

(E. Serfaty — M. C. P.).<br />

LI MÃO-RANA da V. — CHOMELIA AXISOMERIS<br />

(Rubiaceas).<br />

(A.) — CAR.— Espinhos <strong>com</strong>pridos.<br />

LIMAORANASINIIO — (Rio Tapajoz) — M ACHA-<br />

O NI A SPINOSA Chan. e Schl. (Rubiaceas).<br />

SYNi.—Poaya da praia ou do rio.<br />

LÍNGUA de TUCANO — (Mazagão) — TRICHOMA-<br />

NES VITTA RIA DC. (Pteridophytas).<br />

(PI. h.) — Feto pequeno, elegante.<br />

LÍNGUA de TUCANO — SIDA LAXIFOLIA var. AN-<br />

GUSTISSIMA (Malvaceas).<br />

(PI. h.)—SYN.- Malva língua de tucano.<br />

Ind—Dá 4% de fibras (hastes sem folhas).<br />

LÍNGUA de VACCA—(Marajó)— v. HERVA GROSSA. —<br />

LÍRIO — MELIA AZEDARACH L. (Meliaceas)-Origin.<br />

da Syria.<br />

(A. p.) —Cultivado nos jardins-Flores pequenas, roxo<br />

claro, em cachos.<br />

SYN. — Cinnamomo (no Sul)—Lilás das índias ou da<br />

China — Lilás do Japon (Fr.).<br />

Ind— Das sementes extrahe-se um oleo siccativo para<br />

pintura a oleo.<br />

Med.-Casca amarga, adstringente e antihelminthica;<br />

a raiz e os fructos têm as mesmas propriedades, mas são<br />

mais energicos; á dose elevada, são abortivos. — Externamente,<br />

em cataplasmas para adenites e bubòes.<br />

LOMBRIGUEIRA — v. CAXLNGUBA. —


237<br />

LOMBRIGUEIRA -(Óbidos) - v. ANDIRA-UCIIY. —<br />

LOUCO — v. CAA-POMONGO. —<br />

LOUCURA — LAGERSTROEMIA INDICA L. (Lythraceas).<br />

(a.) — Origin. da China ou da índia.<br />

SYN\—Escumilha (no Sul)— Extremosa — Crepe flower<br />

(Ingl.).<br />

Meã. pop. — O decocto das raizes contra as stomatites<br />

e as aphtas. — Casca, folhas e flores: purgativas-drasticas.<br />

Orn. — Cachos terminaes de flores roseo-vivo, grandes<br />

e lindas (pétalas frisadas). — Os ramos devem ser podados<br />

depois da florescência.<br />

LOURO - (Óbidos) — OCOTEA CAUDATA Mez.<br />

(Lauraceas).<br />

E muitas outras lauraceas de generos botânicos diversos.<br />

LOURO ABACATE — (?) PLEUROTHRYUM MA-<br />

CRANTHUM Nees. (Lauraceas).<br />

Mad. — Bonita madeira amarello, claro, lustrosa. —<br />

D = 0,68.<br />

LOURO AMARELLO do IGAPÒ —v. LOURO da VARZEA.<br />

LOURO AMARELLO da T. f.—ANIBA sp. (Lauraceas).<br />

(A. g.) — Loc.- Mandos.<br />

Mad. - Bôa madeira para construcção e marcenaria.<br />

LOURO ARITli. — ?<br />

(A. g.) — Loc.- Manáos — Teffé.<br />

Mad. — Madeira muito bôa para construcção e marcenaria;<br />

amarello claro, assetinado.<br />

LOURO da BEIRA —OCOTEA LAXIFLORA Mez.<br />

(Lauraceas). .<br />

SYN. — Louro da varsea (Alto K. Capim).<br />

TLQC — Faro — Oriximiná - R. Cuminá - R. Mapuera —<br />

R. Negro. , A<br />

Mad.-Branca, ligeiramente pardacenta, tenra—D = UVX>.


266 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

LOURO BIBIRÚ — v. BIBIRU. —<br />

t<br />

LOURO BRANCO — OCOTEA GUIANENSIS Aubl.<br />

(Lauraceas).<br />

SYN.— Louro tamanco — Cujumary-rana.<br />

(A. g.) — HAB.- Matta da T f.<br />

CAR.— AS folhas silo notáveis pela alvura da face inferior<br />

coberta de pellos curtos e sedosos; flores muito pequenas,<br />

mas de cheiro agradavel.<br />

Alá d.— Branca, leve, fácil de se trabalhar.—Para marcenaria,<br />

pasta de cellulose (rendimento em cellulose: 42,8%<br />

— A. Bastos—M. C. P.).- D = 0,44.<br />

Me d. pop — Casca aromatica e excitante, resolutiva<br />

(abcessos); as folhas tem as mesmas propriedades.<br />

LOURO CAMPHORA — v. LOURO ROSA ( Ocotea<br />

costulata).<br />

LOURO de CHEIRO —(Pará) — ? OCOTEA OPIFE-<br />

RA Mart. (Lauraceas).<br />

(A. g.)—Loc.- Faro —Óbidos.<br />

Mad.— Bôa para construcção civil.<br />

Me d.— Pela distillaçáo pode se extrahir dos fructos um<br />

oleo aromatico usado em fricções contra dores rheumaticas<br />

e beriberi.<br />

LOURO CHUMBO — (Lauraceas).<br />

(A. g.) - HAB.- Nas terras altas.<br />

Loc.— Margens do R. Amazonas e do R. Negro.<br />

Mad.— Amarello-pardo-escuro, pesada.<br />

LOURO CRAVO — (Mauhés) — ?<br />

(Lauraceas).<br />

LOURO CRAVO — v. PAO CRAVO. —<br />

LOURO CUJUMARY — v. CUJUMARY —<br />

LOURO CUMARU (Belem) —<br />

( Lauraceas).<br />

Mad.- Castanho-claro, dura, grão fino: para marce-<br />

nana la. — D = 0,6o.<br />

r


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 239<br />

LOURO FAIA — Gen. ANDRIPETALUM e ROUPA-<br />

LA (Proteaceas). o<br />

SYN—Cedro-rana - Cedro-faia—Cedro bordado.<br />

Encontram-se, na Amazônia, diversas espccies pertencentes<br />

a estes dois generos, tanto na terra firme (madeiras<br />

duras de côr parda, rósea ou arroxeada), <strong>com</strong>o na varzea<br />

(madeiras da consistência e da côr do cedro), todas notáveis<br />

pelo aspecto mosqueado de manchas mais claras, assetioadas.<br />

Em Santarém, uma especie de louro faia é denominada<br />

" Patuquiry" \ a madeira é dura, muito bonita.<br />

LOURO INIIAMUHY — NECTANDRA ELAIOPHO-<br />

RA Barb. Rod. (Lauraceas).<br />

SYN.— Louro uhamuhy (Manáos)—Louro mu morim.<br />

(A. g.)—HAB. — Nas mattas inundadas do R. Negro —<br />

R. Solimões — Paraná do Careiro—Mauhés.<br />

Iud.—Furando o tronco de certas arvores, extrahe-se<br />

um liquido abundante, quasi incolor, movei, de cheiro de<br />

terebenthina, que 6 uma mistura quasi pura de pinenas u/p/ia<br />

e beta.<br />

Os naturaes utilisam-se algumas vezes deste oleo volátil<br />

para substituir o kerosene.<br />

Med. pop. — O oleo é empregado contra as manifestações<br />

darthrosas e contra as lendeas da pediculose ou phthiriase<br />

da cabeça.<br />

LOURO ITAUBA - (Óbidos) — (Lauraceas).<br />

(A. g.)—SYN.- Muirapury-assú (L. de Mamahuni, de<br />

Óbidos).<br />

^íad-—Amarcllo-pardo, passando ao castanho escuro.<br />

— D = 0,84 a 1,07.<br />

LOURO LIMÃO — (Lauraceas).<br />

Mad.-Côr castanho; dura, para marcenaria; cheiro de<br />

limão. — D = 0,93.<br />

LOURO NHAMUHY — v. LOURO INIIAMUHY —<br />

„LOURO PIMENTA (Belem) — OCCfrEA CANALICU-<br />

LATA Mez. (Lauraceas).<br />

Mad. — Pardo-escuro; para marcenaria, ebanisteria.<br />

- D = 1,05.


240 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

LOURO PRETO — NECTANDRA MOLLIS Nees.<br />

(Lauraceas).<br />

(A. M.) — SVN.- Louro de casca preta.<br />

Alad.— Amarello-pardacente, <strong>com</strong> grandes manchas escuras<br />

— Bôa para construcçilo civil e naval, marcenaria,<br />

vigamento, soalhos, dormentes (de grande duração).<br />

Aíed. pop. — Folhas diuréticas, carminativas e emmenagogas.<br />

LOURO PUXURY— 2 Esp.: ACRODICLIDIUM Pü-<br />

CHURY MAJOR (Nees e Mart. Mez. (Lauraceas).<br />

SYN*.— Puchuri grosso—Puchurim — Pichurim.<br />

Aíed.—Os fructôs, ou "favas de puxury", sito aromáticos,<br />

tonicos e estimulantes.— Usados na dyspepsia, diarrhea,<br />

leucorrhea e contra o meteorismo e paresia dos intestinos.<br />

Ala d.— Amarello-pardo, tenra, sedosa.— D = 0.63.<br />

e ANIBA PUCHURY MINOR (Nees e Mart.). Mez.<br />

SYX.— Puchuri miúdo — Puchuri bastardo.<br />

Aíed. — As sementes silo menores que as precedentes,<br />

mas mais aromaticas; têm as mesmas propriedades.<br />

O. Acr. P. major encontra-se no R. Negro, nas cabeceiras<br />

do Lago Grande de Yillafranca, nas do lago de Terra<br />

Santa (Faro ) etc.<br />

O Acr. P. minor foi encontrado uma única vez por<br />

Martins, no R. Japurá.<br />

LOURO ROSA — (Santarém) — v. MACACAPORANGA.<br />

LOURO ROSA — (Serra de Santarém) — ANIBA<br />

PANURENSIS (Meissn.) Mez. (Lauraceas).<br />

LOURO ROSA - (Óbidos) - ANIBA PARVIFLORA<br />

(Meissn.) Mez. ( Lauraceas).<br />

SYX.— Pdo rosa.<br />

(A. p.) — H AH.- Nos logares humosos e húmidos da<br />

matta de terra firme.<br />

Loc.—Santarém —Óbidos - Faro—Médio R. Tapajoz.<br />

Alad.— Amarello-enxofre-esverdeado claro, virando ao<br />

castanho claro, chçjro de rosa, facit a trabalhar.—D = 0.60.<br />

v%l LOURO ROSA - (Belem, Ilhas) - ANIBA TiÍRMI-<br />

JNALIb lJucke (Lauraceas).<br />

SYX. - Pdo rosa (no estuário.)


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 269<br />

(A. g.) —HAB.- Km mattas nilo inundáveis, mas muito<br />

húmidas. •<br />

Loc.— No estuário e no litoral — Beiern — E. de F. de<br />

Br.— Breves — Furos — Gurupá.<br />

Mad.— Côr castanho escuro, cheirosa, imputrescivel;<br />

bôa para construcçào.<br />

LOURO ROSA — (R. Trombetas — Juruty Velho) —<br />

OCOTEA COSTULATA (Nees.) Mez. (Lauraceas).<br />

SYN.— Pão rosa — Louro camphora (Juruty Velho).<br />

( A. g. ) — Matta da T. f.<br />

CAR. — O cheiro da casca ú bastante agradavel; o da<br />

madeira é de camphora.<br />

Ind.— Por distillação, extrahe-se da madeira um oleo<br />

volátil que contem 45 %> de essencia de terebenthina ou<br />

agua raz (M. C. P.-1930).<br />

LOURO ROSA — NERIUM OLEANDER L. (Apocvnaceas)<br />

— Origin. do Sul da Europa e do Norte da Africa,<br />

(a.) —Cultivado.<br />

S YN.—Es pi nadei ra.<br />

Med. —Toda a planta (principalmente as flores) é venenosa<br />

; o látex contem os glucosides: Oleandrina, Neriina,<br />

Nerianthina, e o alcalóide Strophantina (Dubigadoux e<br />

Durieu —1898); a casca contem o glucoside: Rosaginina.<br />

O pó das folhas torradas é um violento sternutatorio.<br />

Em pequena dose, a infusão é um tonico cardíaco.<br />

O decocto das folhas é insecticida e usado contra os<br />

piolhos, as sarnas.<br />

Orn.—Planta de ornamento pela abundancia de suas<br />

bonitas flores, côr e forma de rosa.<br />

LOURO ROSA amarello — THEVETIA AMAZÔNICA<br />

Ducke (Apocvnaceas).<br />

SYN. — Mamma de cachorro (Marajó).<br />

HAB.—Nas depressões dos campos de varzea (Alemquer—<br />

Almeirim—Mte. Alegre—Marajó).<br />

CAR.—Flores amarei las.<br />

Med.—Latex amargo, toxico.<br />

LOURO SASSAFRAZ do Amazonas— NECTANDRA<br />

CYMBARUM Nees. (Lauraceas).


242 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

SYN.—Pdo sassafras- Sassafras dc VOrénoque (Fr.).<br />

, (A. g.)—Loc.- E. do Amazonas.<br />

Mad.— Dura, aromatica, empregada na construcçào<br />

de canoas. .<br />

Med. pop.—Casca amarga, cheiro aromatico, em infusílo<br />

contra a debilidade dos orgãos digestivos.<br />

O verdadeiro "sassafraz" é da America do Norte.<br />

LOURO TAMANCO — v. LOURO BRANCO. —<br />

LOURO TAMANCÃO —OCOTEA aff. ACUTANGU-<br />

LA Mez. (Lauraceas).<br />

LOURO da VARZEA — NECTANDRA AMAZON UM<br />

Nees. (Lauraceas).<br />

SYN.— Louro amarello do igapó.<br />

(A. p.)— HAB.- Muito <strong>com</strong>mum nas varzeas.<br />

Loc.— Monte Alegre —Óbidos, etc.<br />

Mad.— Amarella ; para carpintaria e caixotaria.— Rendimento<br />

em cellulose para papel: 40 °/o.<br />

LOURO da VARZEA — (Rio Capim) — v. LOURO da<br />

BEIRA. —<br />

LOURO VERMELHO — (?) OCOTEA RUBRA Mez.<br />

(Lauraceas).<br />

SYN.— Grignon franc (G. fr.).<br />

Mad.— Vermelha; succedaneo do mogno; para construcção<br />

civil e marcenaria (parecida <strong>com</strong> o mogno "tabasco").<br />

D = 0,64.<br />

Para pasta de cellulose: <strong>com</strong>prim. das fibras 1,77<br />

- diam. 0,032 (A. Bastos — M. C. P.).<br />

LYRIO da AGUA — v. GOLPHO. —<br />

LYRIO do BREJO — v. BORBOLETA. —<br />

LYRIO do CAMPO — ^<br />

(PI. h.) — HAB.- T. f. aita. '<br />

CAR.—Hastes felpudas.—Folhas muito estreitas, lomyas.<br />

— Mores pequenas.» brancas.<br />

Ind.— Fornece fibras texteis. «


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 243<br />

C


M<br />

MACACA-ACAN — v. CACÂO-RANA. —<br />

MACACAHUBA PRETA - PLATVMISCIÜM DUCK El<br />

Hub. var. NIGRUM Ducke ( Leg. pap. dalb. ).<br />

Í A. ni. ) — HAB.- Nas capoeiras velhas de T. f.<br />

Loc.— Monte Alegre — Óbidos — Faro.<br />

M(id.— Castanho escuro <strong>com</strong> veias pretas pouco apparentes.<br />

muito dura e pesada, parecida <strong>com</strong> o jacarandá. Para<br />

marcenaria e ebanisteria. — D = 1,20.<br />

MACACAHUBA da T. f. — PLATVMISCIÜM DUCKEI<br />

Hub. ( Leg. pap. dalb. ).<br />

( A. p. ou m. ) — HAB.- Nas capoeiras e margens de<br />

campos.<br />

( A. g ) — id.- Na matta alta de T. f. argillosa.<br />

Loc.— Bragança — Teffé.<br />

.l/w/.—Castanho-claro-avermelhado, <strong>com</strong> veias pretas<br />

largas; grão fina, dura. Excellente para marcenaria de<br />

luxo. — D = 0,95.<br />

MACACAHUBA da V. — PLATVMISCIÜM ULEI<br />

Harms (Leg. pap. dalb.).<br />

7 A. m. ou g. ) — Commum nas varzeas do B. Amazonas.<br />

nos cacauaes, em solo argilloso <strong>com</strong>pacto.<br />

Loc.—B. Amazonas —Gurupá— Rio Tajapurú.<br />

c


246<br />

fcSSSSSk^.<br />

274 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

CAR. — Mvrmecophila (formigas do gen. Asteca, raras<br />

vezes formigas " tachy do gen. Pseitdomyrma.).<br />

Mad.— Pouco alburno, cerne desenvolvido; bella madeira<br />

castanho-avermelhado claro, <strong>com</strong> largas veias castanho-escuro,<br />

dureza media, trabalhando-se bem; é uma das<br />

melhores madeiras da varzea do B. Amazonas para marcenaria<br />

e ebanisteria. — D = 0,80.<br />

MACACA-PORANGA — (Serra de Santarém) — ANI BA<br />

FRAGRANS Ducke (Lauraceas).<br />

SYN.— Páo rosa ( Santarém ).<br />

(A. p. ) — HAU.- Nas terras pretas da Serra de Santarém<br />

e nas collinas situadas ao sul do Lago Grande de<br />

Villafranca.<br />

Itid.— Todas as partes são aromaticas, <strong>com</strong> cheiro de<br />

rosa muito delicado ; a madeira em pó é empregada para<br />

perfumar a roupa nas gavetas<br />

MACACARECUIA — ESCHWEILERA (JUGAS-<br />

TRUM) sp.<br />

( A. m.) — Commum nos igapós do Amazonas.<br />

MACACO CASTANHA — SALACIA<br />

( Hippocrateaceas ).<br />

(Cipó).<br />

Loc.— R. Tapajoz — L. José-Assü (Parintins).<br />

hid.— O fructo 6 lenticular, maior do que uma laranja,<br />

contendo 2 a 4 castanhas de forma prismatica <strong>com</strong>o as de<br />

andiroba; as amêndoas destas castanhas são oleaginosas.<br />

MACACO CIPO — (Marajó) — MARSDENIA<br />

(Asclepiadaceas).<br />

Passa por venenoso.<br />

CAR.— Folhas muito largas; fructos pendentes, em<br />

forma de beringela.<br />

MACACO PATRONA — (Rio Negro) — HENRIQUEZIA<br />

VERTICILL AT A (Spruce) Benth. (Rubiaceas).<br />

(A. g.)—HAB.- Mattas húmidas das terras altas.<br />

MACAMBIRA — BROMELÍA LACINIOSA Arr.-Cam.<br />

( Bromeiiaceas).<br />

Ind.— Das folhas extrahemse boas fibras (Maca-embira,<br />

íibra para rede — L. g.).


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 247<br />

No nordeste secco (Serras do Ceará etc.)<br />

o nome de macambira corresponde ao Eucholirion speotabile.<br />

MACAXERA — MANIHOT PALM ATA Muell. Arg.,<br />

= MANIHOT AYPI Pohl. (Euphorbiaceas).<br />

(a.) —<br />

CAR.— Especie de mandioca cuja raiz não contem princípios<br />

venenosos. A planta é menor do que a mandioca amarga,<br />

as hastes não são angulosas, os fructos não tem alas.<br />

SYN.— Aipim — Mandioca doce.<br />

Alim. — Os turberculos podem se <strong>com</strong>er assados, cozidos<br />

ou fritos, <strong>com</strong>o a batata.<br />

MACELLA da TERRA — EGLETES VISCOS A<br />

Less. (Compostas).—Origin. do E. da Bahia (?).<br />

SYN. — Losna do matto.<br />

Med.— Amarga, estomachica e antidiarrheica; em chá,<br />

nos embaraços gástricos.<br />

MACELLA do CAMPO — ACHYROCLINE SATU-<br />

REIOIDES DC. (Compostas).<br />

Ind. — Bom material para encher colchões e travesseiros,<br />

para estofagem de mobílias.<br />

Med.— Aromatica.<br />

MACIEIRA de BOI — (?) SIDEROXYLON RUGO-<br />

SUM Roem. e Sch. (Sapotaceas).<br />

Loc. —E. do Amazonas.<br />

Mad. — Madeira bôa para construcção civil e marcenaria.<br />

Ind. — O látex contem gntla.<br />

Alim. — Fructos <strong>com</strong>estíveis, sem valor (maçã de boi).<br />

Med. —A casca é adstringente.<br />

MACUCU — LICANIA GLABRA Mart. (Rosaceas).<br />

Ind. — O fructo dá um verniz preto para pintar as<br />

"cuias"; a casca dá uma tinta para tingir as redes de pescar<br />

e as linhas.<br />

MACUCÚ—LICANIA ELATA J?ilg. (Rosaceas).<br />

MACUCU— LICANIA HETEROMORPHA Benth.<br />

(Rosaceas).


276<br />

A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

SYN. — Macè de fogo (Amazonas).<br />

(A. m. ou p.) — HAB.- Frequente nas praias de areia.<br />

CAR. — O tronco é, ás vezes, aguentado a 60 ou 80 cm.<br />

acima do solo por um feixo de raizes aereas.<br />

Mdd. — Vermelho-castanho claro, bastante dura e <strong>com</strong>pacta,<br />

trabalhando se bem.—Para marcenaria. — D = 1,00.<br />

Os varejões de macucú são apreciados para a navegação<br />

nas cachoeiras.<br />

Ind. — A madeira queima facilmente e serve para fazer<br />

archotes. O fructo dá um verniz preto utilisado na pintura;<br />

a infusão da entrecasca serve de mordente para tingir<br />

as "cuias".<br />

MACUCÚ — (R. Negro) — ALDINA HETEROPHYL-<br />

LA Benth. (Leg. caesalp.) e ALDINA LATI FOLIA Benth.<br />

(A. g.»—Commum no Baixo R. Negro — a l. a especie<br />

na margem dos pequenos igarapés da T. f., a 2 a nas bacias<br />

alagadas dos igarapés grandes.<br />

Mod.—Dura e extremamente revessa.<br />

MACUCÚ— HIRTELLA ERIANDRA Benth. (Rosáceas).<br />

MACUCÚ — COUEPIA DIVARICATA Hub. var.<br />

STRICTIUSCULA Hub. (Kosaceas).<br />

(A. G.)—Loc. —E. de Fer. de Bragança.<br />

MACUCÚ — (R. Tapajoz) - PARIXARIUM BARBAl<br />

UM Ducke (Kosaceas).<br />

(A. m.)—HAB.- Florestas não inundadas do M. R. Tapajoz.<br />

MACUCÚ — LICANIA (MOQUILEA)<br />

esp. div (Rosaceas).<br />

MACUCÚ verdadeiro — ILEX MACOUCOUA Pers.<br />

(Aquifoliaceas).<br />

SYN. — Pão inacacú.<br />

(A. g.) - Loc.- E. do Amazonas (?)<br />

Ind. — Na G. fr. a casca é empregada na fabricação<br />

dos vasos de barro, <strong>com</strong>o a do cavaipé na Amazónia. — O<br />

fructo dá uma bella tinta negra para o algodão.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

R Y I - J T T E . YGV — ar«t- - IGNAR-— — a—gs^j. •" • CS<br />

249<br />

A lenha serve para archotes.<br />

Med. pop. — A infusão das folhas é excitante, c-stomachica.<br />

MACUCU-RANA — HIRTELLA AMERICANA Aubl.<br />

(Rosaceas).<br />

(A. m.).<br />

SYN.—Ajurú — Bois de gaiilette (G. fr.).<br />

Mad. — Boa madeira para ripas (se fende facilmente).<br />

MADRESILVA do JAPÃO — LONICERA JAPONICA<br />

Thunbg. (Caprifoliaceas).<br />

(Cip.).<br />

Orn. — Bonita planta de jardim; flores branco-amarellado,<br />

<strong>com</strong> perfume fraco.<br />

MÃE de AZEITE — v. COMADRE de AZEITE. —<br />

i «<br />

MAFlíRA ou MAFUA — (Campos de Almeirim e<br />

Santarém) — v. PAO de ARARA. —<br />

MANGERICÃO do Campo - (Marajó) — v. TRIFOLIO<br />

COMMUM. —<br />

MAHUBA — CLINOSTEMON MAHUBA A. Samp.<br />

(Lauraceas).<br />

(A. m.)—HAB.— Mattas de varzea da região do estuário<br />

(Gurupá—R. Guamá— Ilhas de Breves).<br />

Mad. — Cheiro desagradavel (de raizes de Orchideas),<br />

amarello-pardo, tenra, trabalhando-se facilmente — Para<br />

cdnstrucção civil. - D = 0.66.<br />

Ind. — As sementes são oleaginosas; as amêndoas<br />

seccas dão 71 %> de sebo amarello escuro, de cheiro particular.<br />

contendo 45%> de trilaurina (E. André); ponto de fusão<br />

: 42' C. — A safra é de novembro a fevereiro.<br />

MAIRÂ — (Óbidos) — HUMIRIANTHERA DUCKEI<br />

Hub. (Icacinaceas).<br />

SYN.— Apolô (Faro) — Mandioca assú (Mte. Alegre<br />

— por confusão).<br />

(a. trepador ) — HAB.- Em matta baixa, de terrenos férteis,<br />

de preferencia argillosos, na T. f.


250 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Loc.— Óbidos — Santarém — Monte Alegre — Cuminámirim<br />

— Faro. .<br />

AlimO rhizoma é um tubérculo enorme ( de 20 a<br />

40 cm. de diam.) donde se pode extrahir até 16 k. de amido;<br />

este amido, lavado diversas vezes por decantação, pode servir<br />

para a alimentação. Esta raiz contem um principio venenoso<br />

que as lavagens eliminam. - O fructo, da grossura<br />

de um ovo de gallinha, dá também amido.<br />

MAJORANA — (Mte Alegre) — v. ALGODÃO BRAVO.<br />

MAJORANA — (Furos) — v. FANFAN. —<br />

MAJUBA — (Marajó) — SPHENOCLEA ZEYLA-<br />

NICA Gaertn. (Campanulaceas).<br />

(a. de lm.60).<br />

sUim. airim.— Pastagem de pouco valor para o gado<br />

bovino.<br />

MALAGUETA — CAPSICUM FRUTESCENS Willd<br />

( Solanaceas).<br />

(a.).<br />

SYX.— Pimenta malagueta.<br />

Alim.— Os fruetos são condimentos, excitantes do apparelho<br />

digestivo.<br />

Med.— Para sinapismos efficazes em caso de meningites<br />

e congestões cerebraes. — Os fruetos contêm 2 alcalóides: a<br />

Capsaicina e a Capsicina.<br />

MALAMBO, ou MELAMBO — v. CAA-POROROCA. —<br />

MALEITEIRA — v. ASSACU-Y. — EUPHORBIA CO-<br />

TINOIDES Miq. (Euphorbiaceas).<br />

MALÍCIA — MIMOSA SENSITIVA L. (Leg. mim.),<br />

a. p.) — HAB.- Nas capoeiras de Belem.<br />

CAR.— Fiôr rósea.<br />

MALÍCIA — (Bôa Vista, no H. Tapajoz) — A C A CIA<br />

RIPARIA Benth. : Leg. mim.).<br />

Cipó grande # da matta.—CAR.- Armado de espinhos<br />

curtos e recurvados. *<br />

MALÍCIA d'AGUA — (Óbidos) — v. JUQUIRY MANSO.


251<br />

MALÍCIA das MULHERES — MIMOSA PUDICA L.<br />

(Legum. mimos.).<br />

SY.W— Sensitiva —Juquiry rasteiro.<br />

HAB.— Margens dos cursos d'agua e campos alagados<br />

onde forma extensas manchas.<br />

(a. p.) — Loc.- Monte Alegre (nos campos) — Gurupá<br />

(na cidade) — Marajó.<br />

CAR.— Flores branco-roseo; É a verdadeira "sensitiva",<br />

murchando ao menor toque<br />

Med. pop.— O cozimento da planta emprega-se no tratamento<br />

das anginas, em gargarejos; o extracto íluido, em<br />

cataplasmas, nas ulceras cancerosas e moléstias do útero.<br />

— A raiz é purgativa; o succo das folhas é também purgativo;<br />

este succo passa por toxico, em alta dose, provocando<br />

priapismo violento e morte, a raiz servindo de antídoto.—<br />

O chá, ou cozimento da raiz, passa por ser um energico<br />

tonico dos vasos seminaes cuja funcçào acha-se enfraquecida<br />

pela idade.<br />

MALÍCIA das MULHERES — V. JUQUIRY RASTEIRO.<br />

MALMEQUER do CAMPO — TIBOUCHINA ASPERA<br />

Aubl. (Melastomaceas).<br />

(A.) — CAR.- Flores bonitas, purpureas —Toda a planta<br />

é aromatica.<br />

Med. popA infusão das folhas e summidades floridas<br />

é bechica e sedativa.<br />

MALVA ALGODÃO-RANA — PAVOXIA PANICU-<br />

L.YTA Cav. (Malvaceas).<br />

Loc.—Murutucú (R. Guamá).<br />

CAR.— Folhas trilobadas, serreadas, escuras por cima<br />

e verde claro por baixo, flores amarello claro, de 1,5 a 2<br />

cm. de diam.<br />

MALVA BRANCA — (Marajó) — W A L T H E R IA<br />

AMERICANA L. f Sterculiaceas).<br />

SY.W— Malva branca de Santarém — Malva velludo<br />

( R. J apajoz ).<br />

HAB.— Commum em capoeiras, em terrenos estereis.<br />

('a. p. até 2M.50) CAR.- Haste castanho avermelhado,<br />

vergonteas brancas, folhas ovaes oblongas, pilosas nas duas


252 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

faces, até 7 cm. de <strong>com</strong>primento. Flores reunidas cm Cymas<br />

axilfôres ou terminaes, pequenas, cor amarello palha; sementes<br />

miúdas. , .<br />

Ind — A casca fornece bôas libras para cordoaria,<br />

aniagem.<br />

MALVA BRANCA — SIDA CORDIFOLIA L. (Malvaceas).—<br />

Origin. da índia.<br />

SYN.— Malva branca sedosa (R. Tapajoz).<br />

HAB.—Planta muito robusta, crescendo em todos os<br />

terrenos.<br />

(a. até 2 mts.)—• CAR.- Folhas verde claro, cordiformes,<br />

serreadas, oval oblongas, revestidas de tomento macio,<br />

acinzentado, em ambas as paginas. — Flôres pedunculadas,<br />

(6—8mm. de diâmetro) em racimos axillares ou terminaes,<br />

sementes <strong>com</strong> 2 aristas.<br />

Ind — Dá bôas fibras para cordoaria, aniagem, tecidos<br />

div., papel.<br />

Med. pop — As folhas são emollientes: mastigadas, applicam-se<br />

sobre as picadas de vespas.— O decocto da raiz<br />

é usado externamente na blennorrhagia.<br />

MALVA BRANCA do SALGADO — v. PACO-PACO. —<br />

MALVA CAÁ-JUSSÁRA — (Óbidos) — v. SACA TRAPO<br />

— HELICTERES PENTANDRA L. (Sterculiaceas).<br />

SYN.— Uaicima (M. Tapajoz).<br />

Med. pop.— As flores são peitoraes e emollientes.<br />

MALVA CARRAPICHO — (Óbidos) — PAVONIA<br />

TYPHALEA (Malvaceas).<br />

(a.) —SYN.- Carrapicho do brejo (Belem)— Carrapicho<br />

(Óbidos).<br />

CAR.— Folhas asperas, serreadas. Flôres brancas, em<br />

bouquets nas extremidades de longos pedunculos.<br />

Ind.—A casca das hastes dá fibras (Rendimento 4%<br />

— R.do Monteiro da Costa).<br />

MALVA CARRAPICHO do BREJO — (Belem) — v<br />

MALVA CARRAPICHO. —<br />

MALVA ESTRELLA — (Óbidos) — ABUTILON" UM-<br />

BELLATUM Sweet. (Malvaceas).


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 253<br />

MALVA FELPUDA — SIDA GLOMERATA (Malva-<br />

ceas). Loc.— Bel em.<br />

MALVA GRANDE — (R. Tapajoz) — ABUTILON<br />

SCHENCKII Schumann ( Maivaceas).<br />

(a. gr.) —CAR.- Folhas muito grandes.—Grandes flores<br />

amarellas.<br />

Ind.— Fibras muito resistentes.<br />

MALVA de MARAJÓ — SIDA ACUTA — (Maivaceas)<br />

v. MALVA RELOGINHO. —<br />

MALVA LÍNGUA de TUCANO—v. LÍNGUA de TUCANO<br />

MALVA de MARRECA — ?<br />

MALVA de PENDÃO — v. PACO-PACO (Wissadula spicata).<br />

MALVA PIRANGA— WISSADULA EXCELSIOR<br />

(Cav.) Presl. (Maivaceas).<br />

Loc.— R. Solimões.<br />

CAR.— Cresce alta sem ramificações.<br />

Ind. — Dá bôas fibras.<br />

MALVA da PRAIA — v. MALVA RELOGIO GRANDE. —<br />

MALVA PRETA — (Marajó — SIDA RHOMBIFOLIA<br />

L. -(Maivaceas), var. canariensis e subtomentosa.<br />

SYN.— Vassoura — Vassourinha.<br />

(a. até 2 mts.) — HAB.- Em terrenos abandonados estereis.<br />

CAR.— Hastes vermelho escuro, avelludadas.— Flores<br />

axillares, solitarias, num peciolo <strong>com</strong>prido, apenas medias;<br />

amarellas, mas, ao centro, a base das pétalas é vermelho<br />

arroxeado escuro.— Sementes: capsulas <strong>com</strong> muitas sementes<br />

munidas de 2 aculeos curtos.<br />

Ind.— Serve para fazer vassouras.—A casca das hastes<br />

tf á bôas fibras, superiores á juta ao ponto de vista da<br />

resistencia e da conservação.<br />

Alini. aniín