Procurando encontrar formas de atracção de novos visitantes,
a Festa da Castanha e do Vinho deste ano em Pindo teve como
novidade um Caldo de Castanhas, que fez as delícias de todos
quantos se deslocaram àquela freguesia do concelho de Penalva
do Castelo, a quem foram também ofertadas febras e castanhas,
tudo regado com vinhos produzidos na freguesia.
O objectivo deste evento “passa por promovermos e divulgarmos
os nossos produtos endógenos, nomeadamente a castanha e
vinho, que aqui é de excelente qualidade”, referiu Alberto Gonçalves,
presidente da Junta de Pindo, que sublinha a necessidade de
“uma maior divulgação” destes produtos.
Pindo é a freguesia do concelho que mais contribui para a Adega
de Penalva, mas onde se destaca a Adega da Corga, que este
ano obteve o galardão de “Melhor Vinho do Dão”.
O vinho, principalmente, o azeite e a castanha são produtos
que em muito contribuem para a economia desta freguesia, a que
se juntam a caça e a floresta. Alberto Gonçalves destaca mesmo a
caça “como uma actividade com tradição na freguesia e que atrai
muita gente”.
Por sua vez Carlos Santos, vice-presidente da Camara de Penalva,
numa breve alocução, destacou a importância deste tipo de
iniciativas que promovem a economia local, mas que fundamentalmente
mostram os melhores produtos de cada localidade. Neste
campo, o autarca destacou ovinho e a castanha como produtos
de qualidade produzidos em Pindo.
Feira mostrou o melhor do concelho
Caça e produtos endógenos
para atrair visitantes à Meda
Promover o que de melhor produz
a região, em especial no concelho de
Meda, proporcionando a oportunidade
de conhecer e adquirir produtos
locais, principalmente o azeite, a castanha,
a amêndoa, foi o objectivo da
realização da II Feira da Caça, Floresta
e Produtos Regionais, uma iniciativa
promovida pela Câmara da Meda,
em parceria com a Associação Clube
de Caça e Pesca local, que organizou
uma batida ao javali, de que resultou
o abate de quatro exemplares.
Anselmo Sousa, vereador da Cultura
da autarquia, destacou a qualidade
dos produtos expostos, “que
muitas vezes não são divulgados
como entendemos que merecem”.
Neste sentido, acrescenta, esta feira
serve essencialmente para divulgar
produtos, como o vinho, o azeite, o
mel, produtos endógenos de excelente
qualidade”. Segundo Anselmo
Sousa, “esta feira promove também
a floresta e a caça, que nesta região
tem grande tradição e que atrai muita
gente”. Neste âmbito, o ordenamento
do espaço e da gestão sustentada
da caça tornaram o concelho num
destino cinegético de excelência, que
contribuiu para o aumento do rendimento
das explorações agrícolas e
para o rendimento das comunidades
locais, para além de um importante
contributo para o desenvolvimento
rural. Com isso, acrescenta Anselmo
Sousa, “divulgamos também o conselho
e toda a nossa riqueza e património”.
Foi a novidade na Festa da Castanha e do Vinho
Caldo de Castanhas fez sucesso em Pindo
Mirandela recebeu Fórum e Feira Nacional
Apicultura mostrou-se
um sector dinâmico
O sector apícola mostrou-se
em Mirandela um
sector dinâmico. O Fórum
Nacional de Apicultura foi
um êxito, com sala cheia
na Casa da Cultura de Mirandela,
o que demonstra
o interesse dos apicultores
nos temas propostos,
mas também em procurar
adquirir novos conhecimentos.
Paralelamente
decorreu a Feira Nacional
de Apicultura, onde os
visitantes puderam apreciar
e conhecer o mel de
diferentes regiões.
Gazeta Rural (GR): O Fórum
Nacional de Apicultura foi um êxito,
a atender pela sala cheia. Isto
demonstra a vitalidade do sector?
José Domingos (JD): Tínhamos um
programa vasto e aliciante. Não bastando
isso, a apicultura está numa fase crescente,
porque tem resultados. As pessoas
só fazem aquilo que gostam e do qual
obtêm algum resultado. A apicultura tem
essas duas vertentes, como tal, as pessoas
aderem a qualquer evento que lhe
proporcione conhecimento para melhor
desenvolver a sua actividade. Para além
disso, tivemos oradores de alto gabarito,
que abordaram temas prementes desta
actividade.
GR: Há muitos assuntos para se
discutir em torno da apicultura. Na sua
perspectiva quais sãos os mais graves?
JD: Olhe, um que se avizinha é a PAC
Pós 2013. Esse é um tema que a todos
preocupa, porque não sabermos o que
aí vem. Esperamos que haja bom senso e
empenho na protecção dos produtos de
qualidade que Portugal tem. Essa é uma
das nossas preocupações, mas ao mesmo
tempo temos o problema das doenças
da apicultura, que estão controladas,
mas algumas delas sem apoio.
Falou-se em abates sanitários, que
estão previstos, mas verificamos que ao
longo deste tempo não ouve um único
abate sanitário, embora se tivessem detectado
alguns problemas, mas não há
dinheiro para pagar os abates sanitários.
Nos ovinos e nos caprinos, abate-se o
animal e é pago. Na apicultura há um valor
unitário estipulado para cada colmeia,
mas não se abate porque não há verba
para se indemnizar o apicultor.
GR: Isso pode trazer problemas
para a qualidade do mel?
JD: A qualidade do mel não é influenciada
com estas coisas, porque uma colmeia
doente não produz mel. As doenças
das abelhas não afectam o homem.
GR: Qual a realidade do sector em
Trás-os-Montes?
JD: É um dos sectores que mais se
tem desenvolvido. A produção, nos últimos
anos, já aumentou cerca de 30%.
Instalaram-se novos apicultores, aumentaram
o número de colónias, há melhor
maneio e há mais cuidado no controlo
das doenças. Com isso eliminam-se quase
todas as doenças. Deste modo, há um
crescendo enorme na produção de mel.
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