Embriogênese Somática e Sementes Sintéticas - Laboratório de ...
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enéficos (micorrizas) ao hidrogel. Uma análise cromatográfica e a posterior adição dos aminoácidos<br />
presentes no endosperma <strong>de</strong> sementes do palmiteiro (Euterpe edulis), po<strong>de</strong> auxiliar na<br />
reconstituição <strong>de</strong> um endosperma sintético <strong>de</strong> alta qualida<strong>de</strong> nutricional no encapsulamento <strong>de</strong><br />
embriões somáticos <strong>de</strong>sta espécie (Guerra, M.P., dados não publicados). Em sementes sintéticas <strong>de</strong><br />
Picea mariana a adição <strong>de</strong> sais, sacarose e carvão ativado ao alginato <strong>de</strong> sódio a 3%, resultou em<br />
taxas <strong>de</strong> germinação <strong>de</strong> 40-50% após o armazenamento a 4 0 C por um mês (Atree & Fowke, 1993).<br />
A <strong>de</strong>sidratação dos embriões somáticos é a maneira mais a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> simular as condições<br />
reais <strong>de</strong> um embrião contido <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma semente verda<strong>de</strong>ira e vários estudos vem se<br />
concentrando nesta área. Neste caso outros compostos que não hidrogel po<strong>de</strong>m ser empregados<br />
como matriz para o encapsulamento, tais como resinas plásticas <strong>de</strong> polietileno-óxido solúveis em<br />
água (Janick et al., 1989). Embriões somáticos <strong>de</strong>sidratados <strong>de</strong> Picea glauca foram encapsulados<br />
em compostos solúveis <strong>de</strong> baixo ponto <strong>de</strong> fusão. Isto permitiu a <strong>de</strong>sidratação controlada dos<br />
embriões somáticos em condições que favoreçam sua alta viabilida<strong>de</strong> após o armazenamento das<br />
sementes sintéticas em baixas temperaturas (Attree & Fowke, 1993).<br />
Apesar dos avanços verificados com a tecnologia <strong>de</strong> sementes sintéticas nos últimos <strong>de</strong>z anos,<br />
as técnicas <strong>de</strong> encapsulamento em alginato e em polietileno-óxido, consi<strong>de</strong>radas como as mais<br />
promissoras, não tem <strong>de</strong>monstrado aplicabilida<strong>de</strong> em condições <strong>de</strong> campo. As limitações principais<br />
tem sido associadas à: a) baixa resistência à <strong>de</strong>ssecação; b) baixa disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nutrientes e <strong>de</strong><br />
oxigenio; e, c) não tolerância ao dano mecânico e às flutuações <strong>de</strong> temperatura no leito <strong>de</strong><br />
conversão (Gupta et al., 1993). Contudo, inovações e melhorias nos protocolos e o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> equipamentos visando a automação do processo <strong>de</strong> seleção e encapsulamento, vem permitindo<br />
aumentar as taxas <strong>de</strong> conversão <strong>de</strong> embriões somáticos em plantas.<br />
Consi<strong>de</strong>rações finais e perspectivas futuras<br />
Um dos problemas no estudo da morfogênese vegetal é conhecer os processos e fatores que<br />
fazem com que um organismo multicelular complexo evolua a partir do zigôto. Um dos obstáculos<br />
para isto é a localização dos embriões no interior do saco embrionário, acarretando dificulda<strong>de</strong> na<br />
sua manipulação experimental (Goldberg et al., 1994). A embriogênese somática po<strong>de</strong> contornar<br />
este obstáculo por apresentar a mesma ontogênese da embriogênese zigótica, fazendo com que<br />
este sistema seja i<strong>de</strong>al para tais estudos.<br />
Uma das principais aplicações da embriogênese somática em programas <strong>de</strong> melhoramento <strong>de</strong><br />
plantas perenes, relaciona-se com a possibilida<strong>de</strong> da fixação do ganho genético pela captura dos<br />
componentes aditivos e não aditivos da variância genética. O primeiro é baseado no efeito<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte dos alelos, enquanto que o segundo, normalmente perdido nos processos <strong>de</strong><br />
reprodução sexuada, é baseado na interação dos alelos, <strong>de</strong>ntro ou entre locus (Durzan, 1988). Este<br />
processo po<strong>de</strong> iniciar com o cruzamento controlado entre plantas, que já <strong>de</strong> antemão sabe-se que<br />
produzirão uma progênie superior. Massas celulares pró-embrionárias po<strong>de</strong>m permitir o<br />
estabelecimento e a multiplicação massal <strong>de</strong> linhagens celulares embriogenéticas, <strong>de</strong> acordo com as<br />
sequências propostas anteriormente. Enquanto amostras <strong>de</strong>stas linhagens são criopreservadas, uma<br />
outra parte gerará plantas para o estabelecimento <strong>de</strong> testes clonais <strong>de</strong> campo. A performance <strong>de</strong>stes<br />
genótipos será avaliada até que se tenham elementos suficientes para a seleção final dos melhores<br />
clones, após o que algumas linhagens criopreservadas serão eliminadas e outras iniciarão um<br />
programa <strong>de</strong> propragação clonal massal (Gupta et al., 1993). Para evitar riscos <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong><br />
genética inerentes ao processo <strong>de</strong> propagação clonal, propõe-se um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> cruzamentos<br />
dirigidos entre diferentes progenitores <strong>de</strong> alta performance, <strong>de</strong> tal maneira que as populações clonais<br />
resultantes do processo <strong>de</strong> embriogenêse somática sejam constituidas <strong>de</strong> mosaicos genéticos.<br />
Em plantas com incompatibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> geração gametofítica, o resgate <strong>de</strong> embriões e o<br />
estabelecimento <strong>de</strong> linhagens embriogenéticas po<strong>de</strong> se transformar em uma técnica muito útil e<br />
po<strong>de</strong>rosa para ampliar as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sucesso em programas <strong>de</strong> melhoramento que objetivem<br />
incorporar características <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong> híbridos <strong>de</strong> cruzamentos interespecíficos.<br />
A variabilida<strong>de</strong> clonal genética ou epigenética leva à uma perigosa situação na biotecnologia<br />
vegetal, principalmente quando se trata <strong>de</strong> plantas perenes, uma vez que as expectativas quanto ao<br />
impacto <strong>de</strong>stas técnicas não são correspon<strong>de</strong>ntes à base científica até hoje existente. A instabilida<strong>de</strong>