Um índio brasileiro na escola
Está na Hora!
ASSOCIAÇÃO DE PAIS E ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO
ESCOLA EB2,3 DA SENHORA DA HORA
ESCOLA DE LÍNGUAS
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(como língua estrangeira)
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Boletim n.º 7 / Março de 2008
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Editorial
Está na hora de mudança, caros pais e encarregados de
educação. Com a entrada em vigor da nova legislação,
iremos ter mais intervenção e responsabilidade na vida
escolar.
A organização administrativa e pedagógica da escola irá
sofrer alterações: significativas ou não, a ver vamos:
– O conselho executivo dará lugar a um director executivo,
que verá alargadas e reforçadas as suas competências,
sendo, por exemplo, da sua responsabilidade a atribuição
dos cargos pedagógicos inerentes às diferentes estruturas
intermédias de orientação educativa;
– A assembleia de escola será substituída pelo conselho
geral, órgão em que os pais têm assento e que, dentro de
outras competências reguladoras e deliberativas, procede
à eleição/destituição do director executivo.
Estas alterações vão-nos obrigar a nós, pais e encarregados
de educação, a ter responsabilidades acrescidas. Temos
portanto de nos disponibilizar e preparar para as mudanças
que se avizinham. Está na hora de deixarmos de assobiar
para o alto e participarmos activa e responsavelmente
na construção de uma escola melhor. Nesse sentido, foi
criada, no passado mês de Fevereiro, a UNAPASH, União
das Associações de Pais das Escolas do Agrupamento
Vertical da Senhora da Hora (vd. artigo mais adiante),
a qual será com certeza muito importante na abordagem
aos novos tempos e desafios educativos.
Quero ainda deixar uma palavra de agradecimento aos
delegados e subdelegados de turma e aos representantes
dos pais, efectivos e suplentes, que compareceram às
reuniões convocadas pela associação de pais.
Não posso deixar igualmente de agradecer aos nossos
parceiros e patrocinadores a sua extraordinária
Editorial pág. 02
Associação pág. 03
Agrupamento pág. 04
A Voz dos Alunos pág. 08
O Sal da Língua pág. 09
Opinião pág. 10/14
Matemática pág. 12
Segurança pág. 13
colaboração, na esperança de que outros mais se juntem
a nós, de forma que o Está na Hora! possa sobreviver
cada vez com mais qualidade.
Como o boletim é sempre lançado no fim de cada período
lectivo, é tempo de se começar a preparar, desde já,
matéria para o próximo número. Ou por mão própria ou
através do endereço electrónico apais.eb23shora@sapo.
pt, faça chegar à associação o seu contributo: divulgue,
aconselhe, eduque, ensine, sugira, advirta, interrogue,
questione, consulte, reflicta, partilhe, critique, divirta,
enfim, escreva o que lhe vai na alma. Escreva qualquer
coisa, escreva uma coisa qualquer, mas, por favor,
escreva! Ajude-nos a dar vida a este PROJECTO.
A terminar, impõe-se que a direcção da associação
de pais dê, uma vez mais, justo e público testemunho
da colaboração, do apoio e da abertura que têm sido
excelentemente prestados pelo conselho executivo em
muitas das actividades propostas e levadas a cabo por
esta associação.
Rui Meireles
No passado dia 17 de Janeiro, a convite da Associação de
Pais da EB2,3 da Senhora da Hora, o Dr. José Francisco
de Lima proferiu, no auditório, uma palestra intitulada
Os Índios Brasileiros, destinada, em tempo de aula e no
âmbito da disciplina de Geografia, aos alunos do 8.º A
e do 8.º B, obviamente acompanhados pelas respectivas
senhoras professoras.
Antes de mais, um pequeno episódio que vale a pena
contar. Feita a divulgação da palestra, rapidamente correu
a notícia de que um índio iria à escola. Chegado o dia e a
hora, ansiosos, os miúdos estavam à espera de um índio
a sério: com arco e flechas e tudo, sem ser de Carnaval.
Uns ficaram apenas espantados, quando se depararam
com um índio igual a eles, mas outros, não resistindo à
curiosidade de ver o dito cujo e espreitando pela porta
entreaberta do auditório, ficaram na dúvida se o índio era
Um índio brasileiro na escola
Associação
o verdadeiro ou o membro da associação de pais que o
acompanhava: «Qual deles é o índio? É o careca?!» A
coisa prometia…
Os alunos lá entraram, acomodaram-se e facilmente se
deram conta de quem era, afinal, o índio palestrante: era
brasileiro, filho de mãe portuguesa e pai índio yanomami,
professor de educação artística em São Paulo, tendo
desenvolvido, ao longo de vários anos, importantes
trabalhos no domínio da recolha de documentos sobre a
cultura popular brasileira.
O Dr. José Francisco de Lima iniciou a palestra com o
registo, no quadro, do seu nome em yanomami, o que,
desde logo, deixou os miúdos extasiados com um sistema
de escrita que lhes era completamente estranho.
Em seguida, deu a conhecer costumes e hábitos do povo
yanomami e identificou as principais diferenças entre os
índios yanomami da Venezuela e do Brasil em relação
aos meios de sobrevivência.
Falou também dos descasos feitos pelos povos e
garimpeiros na sua guerra pelo ouro, das doenças causadas
pelo chumbo contido em águas usadas na preparação de
alimentos e do incumprimento, pelo governo brasileiro,
de leis específicas que garantem ao povo indígena não
só o direito à sua terra e à produção bem como o direito
à sua existência como povo e cultura.
Das tradições e das dificuldades dos Yanomami, projectou
algumas imagens que ora seduziram os presentes pela
sua exótica beleza ora os inquietaram pela sua crueldade
atroz.
Por fim, respondeu às perguntas feitas por alunos e
professores, esclarecendo muitas dúvidas e satisfazendo
inúmeras curiosidades, num testemunho inequívoco de
que todos, os mais miúdos e os mais graúdos, tinham
gostado do que tinham visto e ouvido.
Ficou inclusive a promessa de que seriam desenvolvidos
trabalhos de pesquisa e, posteriormente, divulgados
à comunidade escolar. Com certeza que o Dr. José
Francisco de Lima iria gostar de saber, na sua imensa
São Paulo, que uma escola portuguesa de uma pequena
vila, de nome Senhora da Hora, tinha cumprido o que
prometera, contribuindo, do lado de cá do Atlântico,
ainda que muito modestamente, para a causa humanitária
dos Yanomami.
Assim seja!
Jorge Moranguinho
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Associação/Notícias
União das Associações de Pais da Senhora da Hora
Durante os meses de Janeiro e de Fevereiro, as associações de pais das escolas do Agrupamento Vertical da Senhora
da Hora desenvolveram a parte final do trabalho que levou à constituição de uma estrutura que, no futuro, lhes
permitirá tratar e debater problemas comuns.
Após a concepção dos estatutos da nova união, a formalização final ocorreu em meados de Fevereiro, com a aprovação
do referido documento regulamentador da sua actividade e a eleição dos primeiros corpos gerentes.
A denominada União das Associações de Pais das Escolas do Agrupamento Vertical da Senhora da Hora (UNAPASH)
integra as associações de pais da EB2,3 da Senhora da Hora, da EB1 da Amieira, da EB1 do Sobreiro e da EB1 dos
Quatro Caminhos.
No presente ano lectivo, a UNAPASH terá os seguintes corpos sociais:
Assembleia Geral
Presidente – Paulo Marinho (EB1 da Amieira)
1.º Secretário – Silvino Tavares (EB1 do Sobreiro)
2.º Secretário – Vítor Veiga (EB2,3 da Senhora da Hora)
Conselho Fiscal
Presidente – Suzana Valente (EB1 do Sobreiro)
Vogal – Homero Carvalho (EB2,3 da Senhora da Hora)
Vogal – Ana Paula Oliveira (EB1 da Amieira)
Os clubes rotários são associações de profissionais
que têm como principal objectivo proporcionar dignas
condições de vida às populações, no âmbito da saúde,
do trabalho, do ensino, da família, da juventude, da
velhice…
Na Senhora da Hora, existe, há mais de vinte anos, um
clube rotário que tem procurado desempenhar essas
tarefas com o maior êxito.
No caso do ensino, porque é desse que pretendemos,
hoje, tratar neste boletim, há que destacar o apoio que
é concedido a jovens estudantes, através de diplomas
atribuídos aos melhores alunos de cada turma de cada
ano escolar de todas as escolas secundárias da Senhora
da Hora.
No dia 22 de Fevereiro passado, na sede do Rotary Club,
na Rua Clubes de Serviços (transversal à Rua Chaby
Pinheiro), foram distinguidos os melhores alunos do
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Conselho Executivo
Presidente – Rui Meireles (EB2,3 da Senhora da Hora)
Secretário – Fernando Oliveira (EB1 da Amieira)
Tesoureiro – José Ferreira (EB1 do Sobreiro)
Vogal – Marta Pinto (EB2,3 da Senhora da Hora)
Vogal – Ana Raquel (EB1 da Amieira)
Vogal – Rui Morais (EB1 dos Quatro Caminhos)
Vogal – Vítor Carvalho (EB1 do Sobreiro)
Rotary distinguiu jovens estudantes
ano escolar de 2006/2007, entre os quais se encontram os
seguintes, indicados pela EB2,3 da Senhora da Hora:
• 5.° ano - Mariana Carvalho Muga
• 6.° ano - João Carlos Gomes Queiroz
• 7.° ano - Ana Filipa Peixoto Miranda
• 8.° ano - Joana Patrícia Gonçalves Meireles
• 9.° ano - Joana Moreno Silva
Para eles e para as respectivas famílias, os nossos parabéns
e votos de que continuem os seus cursos mantendo as
classificações que têm conseguido obter, o que lhes trará
proveito na sua futura vida profissional.
Na festa de entrega de diplomas, a entrada foi livre e
contou-se com a presença dos seus colegas de escola e
das respectivas famílias.
Além destas distinções atribuídas aos melhores alunos de
cada escola secundária local, o Rotary Club da Senhora
da Hora concede, também, bolsas de estudo para o
ensino superior a alunos cujas dificuldades económicas
impediriam não só o pagamento de despesas com
inscrição, propinas, transportes, alimentação, livros e
outro material escolar mas também, por consequência, a
continuação dos seus estudos.
No ano em curso, são dez os jovens que frequentam
cursos superiores e beneficiam de bolsas de estudo.
Relativamente aos anos anteriores, foram muitos os
bolseiros que completaram os seus cursos com a ajuda
financeira dos rotários e se encontram já no exercício da
sua actividade profissional.
Rotary Club da Senhora da Hora
Carnaval 2008
Agrupamento
No passado dia 1 de Fevereiro, os alunos do 9.º A realizaram uma festa de Carnaval dirigida a todos os alunos da
escola. Durante a festa, a diversão foi generalizada, com momentos de música e de dança.
Tivemos a belíssima actuação da Escola JDS (Just Dance School), que nos animou com o seu ritmo e a sua
enorme vontade de actuar e dar o seu melhor.
Seguiu-se o concurso de máscaras, em que muitos dos alunos presentes nos divertiram com as suas máscaras, a
sua boa disposição e o seu extraordinário sentido de humor.
Queremos agradecer, assim, a colaboração de todos aqueles que nos ajudaram a preparar a festa e que nela
participaram, proporcionando-nos gratos momentos de diversão para mais tarde recordar.
Brevemente, o 9.º A realizará mais iniciativas e conta de novo com a colaboração de todos: alunos, professores,
funcionários, pais e associação de pais.
Obrigada! Esperamos que se tenham divertido.
Patrícia Meireles (9.º A)
No dia quatro de Janeiro, esteve, na nossa escola, um
historiador, o Dr. João Simões, que veio fazer um
workshop sobre arqueologia, tendo trazido diversos
objectos que ele próprio descobriu nas variadíssimas
escavações arqueológicas que tem dirigido e em que
se tem empenhado.
A turma pôde contactar com a sua realidade e
sentir quanto ele é apaixonado pelo conhecimento
do passado. Enquanto nos falava, ia mostrando os
diferentes objectos que estavam ligados a várias
épocas.
As pedras pertenciam à Pré-História, época do
início da evolução da espécie humana, em que os
homens recolhiam da natureza o que necessitavam,
e também ao período posterior, quando os homens já
produziam bens para as suas necessidades. De realçar
que muitas das pedras que trouxe tinham marcas de
Um historiador na escola
serem trabalhadas pelos primeiros artesãos. Também nos
mostrou réplicas de objectos que faziam parte da vida
quotidiana dos habitantes da Península dos primeiros
séculos da nossa era (a época dos Romanos, com a sua
civilização, mudou toda a Europa).
Entre o variado espólio, pudemos observar livros
manuscritos, dactilografados e impressos (ficando com
uma ideia geral da evolução do livro), mas o que mais
nos impressionou foram uns botões de punho do último
rei de Portugal, D. Manuel II.
O Dr. João Simões também trouxe imensas aventuras
para nos contar. Passámos um bom bocado e aprendemos
muito!
Trabalho elaborado por Carla Sousa e Clara Megre Lousada (7.º C)
com a colaboração da professora de História, Dr.ª Helena Pratinha.
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Agrupamento
Visita de estudo ao Castelo de Guimarães
No passado dia 30 de Janeiro, as turmas A, B e C do
4.º ano da EB1 Quinta de S. Gens realizaram uma visita
de estudo à cidade de Guimarães, com o objectivo de os
alunos aprofundarem conhecimentos sobre História de
Portugal.
Começaram por visitar o Palácio dos Duques,
acompanhados por uma guia que foi explicando a função
No dia 16 de Outubro, no âmbito das comemorações do
Dia Mundial da Alimentação, realizou-se, na nossa escola,
um peddy-paper, tendo sido as equipas vencedoras as
seguintes:
2. º Ciclo
Equipa Vencedora – TRAQUINAS (6.º D)
3.º Ciclo
Equipa Vencedora – DARK ANGELS (9.º A)
No dia 19 de Novembro, em colaboração com a Equipa de
Saúde Escolar do Centro de Saúde da Senhora da Hora,
realizou-se, na nossa escola, uma acção subordinada ao
tema: Distúrbios Alimentares - Obesidade, Anorexia e
Bulimia.
Tendo sido o principal objectivo da acção a sensibilização
dos pais e encarregados de educação para hábitos
alimentares pouco saudáveis, é de lamentar a sua pouca
adesão, pois apenas estiveram presentes nove.
Projecto Educar para a Saúde
A Comissão do Projecto Educar para a Saúde
de cada divisão do palácio. Nalgumas divisões, havia
tapeçarias que ilustravam batalhas e episódios numa
época da nossa História. A sala de armas foi a que
entusiasmou mais os alunos, por verem armas e
escudos dos séculos passados. A imaginação levouos
para os campos de batalha cheios de guerreiros
corajosos…
Nos quartos, estavam as camas do rei e da rainha. A
guia contou que, naquela época, dormiam sentados,
porque as mulheres não queriam estragar os penteados,
e os homens pensavam que, se dormissem esticados,
morreriam.
Depois do almoço (piquenique), o grupo seguiu para
o Castelo de Guimarães, que é símbolo do nascimento
de Portugal. Os alunos observaram e percorreram
parte das muralhas do castelo.
A visita terminou na capela de D. Afonso Henriques,
local do seu baptismo e onde foram enterrados alguns
cruzados e nobres.
A prova de que estas actividades são aprendizagens
vivas é esta notícia, que foi redigida por vários alunos
do 4.º B. As descrições e curiosidades contadas
demonstram bem que apreciaram a visita à cidade
berço.
Cristina Cabral
Hora do Conto na Escola da Amieira
A Hora do Conto saiu da Escola EB2,3 da Senhora da Hora
pela mão da professora Esperança e foi à Amieira, escola
que faz parte do nosso agrupamento, levar a alegria e o
sonho aos alunos do 1.º ciclo.
São momentos mágicos que se têm repetido, com os
alunos do 2.º ano a viajarem por florestas de bruxas que
transformam noites de meninos chorões em noites de
sonho e pensamentos bonitos. Todos aprenderam a lição
da bruxa Lucília e prometeram nunca mais acordar os pais
durante a noite.
Também combinámos que seriam eles a contar a história
aos pais, antes de deitar. Esperamos que todos se tenham
recordado dessa promessa.
Informação
ambiental
Esperança Ferronha
A Terra vale um pequeno esforço extra em cada dia.
Sabia que os Estados Unidos produzem cerca de 200
milhões de toneladas de lixo comum por dia? O típico
americano gera cerca de 10 kg de lixo comum por dia.
Aproximadamente 3 650 kg por pessoa num ano.
Em cada três meses, deitamos fora alumínio que
daria para reconstruir uma frota mundial de aviões
por inteiro. O alumínio reciclado usa somente 5% da
energia necessária para o fabricar a partir da matéria-
-prima original.
Quando se recicla uma garrafa de vidro, poupa-se a
energia necessária para acender uma lâmpada de 100
O que vale a Terra para si?
Agrupamento
watts durante 4 horas.
Quanto tempo pensa que alguns materiais levam para se
degradar? Por exemplo, o estanho leva cerca de 100 anos,
o alumínio, 500 anos e o vidro, 1 000 000 de anos!
A média pessoal de consumo de papel nos Estados Unidos
é de 250 kg por ano. Quando 1 tonelada de jornais é
reciclada, 3 metros cúbicos de papel de escritório podem
ser produzidos, e cerca de 15 árvores são salvas.
Se cada um de nós cumprir a sua parte na gestão dos
resíduos, podemos fazer uma grande diferença!
Demonstre que a Terra tem valor para si e divulgue estas
informações.
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A Voz dos Alunos
A anorexia nervosa é uma doença do foro psíquico que afecta,
sobretudo, jovens adolescentes do sexo feminino entre os 10
e os 20 anos, mas, na realidade, pode ocorrer em pessoas de
ambos os sexos e das mais variadas idades.
A característica mais comum, associada a uma progressiva
mudança de comportamento, é a perda de peso lenta mas
progressiva, que, normalmente, tem início com uma dieta
normal, podendo também ocorrer, de forma brusca, como
consequência de uma determinada restrição alimentar.
A tentativa de controlo do corpo relaciona-se quase sempre
com uma forma inconsciente de compensação de um
sentimento generalizado de incapacidade, de dependência,
de dificuldades de autonomia e de capacidade. A opinião dos
outros, principalmente dos que estão mais próximos, é de
extrema importância. As raparigas anorécticas têm um desejo
contínuo de obter um corpo “perfeito”. Para tal fazem regimes
de emagrecimento, por vezes desconhecendo as possíveis
consequências. Os esforços feitos, no sentido de lhes fazer
diminuir ou acabar com a restrição alimentar, são geralmente
encarados com muita resistência.
Existem dois tipos de anorexia nervosa: anorexia nervosa
restritiva, caracterizada por uma dieta rigorosa e pela recusa
em manter um peso normal, e anorexia nervosa compulsiva/
purgativa (também designada por anorexia nervosa bulímica),
em que predominam as crises bulímicas e os comportamentos
para evitar o aumento de peso.
Esta doença pode ser provocada pela natureza da personalidade
da rapariga em causa, por aspectos familiares, como, por
exemplo, a forma de relacionamento entre membros da família
e eventuais problemas que tenha fora de casa, sobretudo na
escola. Há ainda uma causa que pode aumentar o risco de se
vir a sofrer de anorexia nervosa: a predisposição genética, ou
seja, haver alguém na família que sofra da mesma doença.
Antes de sofrerem de anorexia, as jovens afectadas evidenciam
uma personalidade conformista, disciplinada e trabalhadora,
que se acentua com o desenvolvimento do distúrbio alimentar.
Além disso, são extremamente carentes de afecto, têm uma
tendência obsessiva para o perfeccionismo intelectual, com
uma racionalização excessiva. Quando os argumentos, tendo
em conta a visível perda de peso e a fraca alimentação, se
esgotam, o comportamento das anorécticas passa a afectar e a
controlar todos os que as rodeiam.
Anorexia
Sintomas:
Físicos: perda visível de peso; dificuldade em dormir;
dores de estômago; perda de cabelo; sensação de frio
constante/dificuldades circulatórias; menstruação irregular
ou inexistente; perda da força muscular; dores de cabeça,
tonturas e desmaios; palidez; lanugo (penugem em todo o
corpo).
Psicológicos: sentir-se gorda, apesar de se estar
excessivamente magra (distorção corporal); depressão,
emotividade, irritabilidade e mudanças repentinas de humor;
concepções erradas quanto ao peso; procura constante
do perfeccionismo; perda de interesse pelas actividades
normais; perda gradual do desejo sexual; isolamento
social; interesse excessivo/obsessão por comida, calorias
e receitas; dificuldade de concentração; auto-estima
determinada pela ingestão, ou não, de alimentos; culpa ou
vergonha ao alimentar-se; desconforto visível na presença
de alimentos.
Comportamentais: prática excessiva de exercício;
cozinhar para terceiros e não comer; recurso ao vómito
forçado, a laxantes, diuréticos, clisteres e comprimidos
para a perda de peso; constantes desculpas para não comer
(indisposição, refeição feita há pouco tempo, etc.); pesagens
constantes; uso de roupas largas para esconder a perda
de peso; hábitos alimentares estranhos (cortar a comida
em pedacinhos, mordiscar os alimentos); dificuldade em
alimentar-se em público; secretismo quanto a hábitos
alimentares.
As consequências da anorexia: fadiga e perda de energia;
ausência de menstruação ou menstruação irregular;
infertilidade; problemas de pele; tonturas e dores de
cabeça; desidratação; falta de ar; batimentos cardíacos
irregulares; mãos e pés frios; inchaço das extremidades;
prisão de ventre; enfraquecimento e queda de cabelo; dores
de estômago; retenção de líquidos; perda da massa óssea
(osteoporose); problemas de fígado e rins; desequilíbrio dos
electrólitos; baixa nos níveis de potássio (causa comum de
paragem cardíaca); insónia; anemia; depressão; paragem
cardíaca e morte.
Excerto do trabalho Anorexia, Bulimia e Obesidade, realizado, em
Outubro de 2007, por Diogo Barreira e Ruben Alves (6.ºF)
O Sal da Língua
Espontaniedade ou espontaneidade?.....
Precaridade ou precariedade?...
Não diga nem escreva Diga e escreva
Espontaniedade Espontaneidade
Precaridade Precariedade
Espontaneidade
Não diga nem escreva espontaniedade, mas espontaneidade, que resultou de espontaniedade por metátese, ou seja, por troca
da posição dos fonemas (sons) -i- e -e-, como acontece, por via de regra, nas palavras derivadas de adjectivos terminados em
–âneo, em que a terminação –iedade passa a –eidade: contemporâneo, contemporaneidade; extemporâneo, extemporaneidade;
idóneo, idoneidade; momentâneo, momentaneidade.
Precariedade
Ouve-se e vê-se escrita, com muita frequência, a palavra precaridade, mas a forma correcta deve levar -e-: precariedade, como
ocorre em outros derivados de adjectivos terminados em -ário, -ério, -ório: arbitrário, arbitrariedade; contrário, contrariedade;
solidário, solidariedade; vário, variedade; sério, seriedade; notório, notoriedade.
Destes ou de estes? Neles ou em eles? Pelo ou por o?...
Não diga nem escreva
Telefonou aos fornecedores com o objectivo destes apressarem
a entrega da mercadoria.
Passei por casa da Maria, a fim dela não se esquecer do
trabalho para a aula de amanhã.
Não podemos fazer este trabalho, em virtude dos livros ainda
não terem chegado.
Pelo facto dele ser mais velho, não quer dizer que não nos
respeite.
A objecção reside neles ainda não terem a idade legal.
Pelo caminho escolhido ser mais curto, não quer dizer que
seja o melhor.
Diga e escreva
Telefonou aos fornecedores com o objectivo de estes
apressarem a entrega da mercadoria.
Passei por casa da Maria, a fim de ela não se esquecer do
trabalho para a aula de amanhã.
Não podemos fazer este trabalho, em virtude de os livros ainda
não terem chegado.
Pelo facto de ele ser mais velho, não quer dizer que não nos
respeite.
A objecção reside em eles ainda não terem a idade legal.
Por o caminho escolhido ser mais curto, não quer dizer que
seja o melhor.
Todos os exemplos acima apresentados assentam na seguinte regra:
Quando as preposições de, em, por se encontram antes dos artigos o, a, os, as ou de quaisquer pronomes ou advérbios começados por vogal e se
trata de uma construção com o verbo no infinitivo, a preposição não se contrai com essa palavra que a segue, mas escreve-se separada.
Militar ou melitar? Ministro ou menistro?...
É antinatural dizer:
Casimiro, civil, definido, dividir, equilíbrio, esquisito, feminino, filhinho, indefinido, medicina, militar, ministério, ministro, privilégio, requisito,
sinistro, vizinho, visitar, dando aos dois -i-i- a mesma quantidade forte, ou seja, lendo a palavra como se deve escrever.
Também não soa bem pronunciar o primeiro -i- como o -e final de pede:
Casemiro, cevil, defenido, devidir, equelíbrio, esquesito, femenino, felhinho, indefenido, medecina, melitar, menistério, menistro, previlégio
requesito, senistro, vezinho, vesitar, como se ouve cada vez mais no discurso radiofónico ou televisivo.
Parece preferível um meio-termo, que só o ouvido pode apreciar e assimilar, mas nada mais importante para uma correcta dicção do
que falar com naturalidade.
Jorge Moranguinho
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Opinião
Desde 1912 que Portugal participa nos Jogos Olímpicos.
A estreia das comitivas lusas teve lugar na cidade de
Estocolmo, naqueles que a história identifica como os
quintos Jogos da Era Moderna, e, desde então, o nosso
país nunca deixou de comparecer na maior festa do
desporto mundial, certame onde os povos e os países
confraternizam e competem de forma pacífica, num
salutar exemplo para os governantes e líderes do nosso
planeta.
A história de Portugal no movimento olímpico iniciou-
-se em 1909, quando se tornou no 13.º país a aderir a
esta organização. Três anos depois, na cerimónia de
abertura da capital sueca, Portugal desfilou com uma
pequena delegação de seis atletas, apurados para três
modalidades: atletismo, esgrima e luta.
A estreia portuguesa não se traduziu em sucessos, mas
marcou, de forma bem triste, esta edição e toda a história
dos Jogos Olímpicos. Na prova da maratona, Francisco
Lázaro tombou aos 30 quilómetros e, passadas algumas
horas, viria a falecer, vítima de insolação. Com 24 anos,
este homem modesto, a quem o mundo das corridas
tinha tornado célebre, cometera os erros fatais de cobrir
o corpo de sebo e não usar um resguardo para a cabeça,
num dia em que os termómetros marcaram mais de 30
Portugal nos Jogos Olímpicos
graus. A sua morte causou uma grande consternação
em todo o mundo, e o próprio rei da Suécia prestou-lhe
homenagem.
Mais alegres para as nossas cores foram os Jogos de
1924, torneio em que, através da selecção de hipismo, se
conquistou a primeira medalha.
Durante décadas, a presença de Portugal só teve
notoriedade e chegou às medalhas em modalidades
praticadas por elites sociais e económicas e de difícil
acesso à maioria das pessoas, como o hipismo, a vela, a
esgrima e o tiro.
Tudo mudou a partir do momento em que Portugal passou
a viver num regime democrático.
Em 1975, o treinador de atletismo Mário Moniz Pereira
apresentou um plano inédito de preparação da sua
modalidade, tendo em vista os Jogos Olímpicos do ano
seguinte, programados para Montreal, no Canadá. Foi
aprovado, e, assim, uma meia dúzia de atletas começou
a poder treinar (a exemplo do que há muito se fazia no
estrangeiro) duas vezes por dia. Os resultados foram
fantásticos: Carlos Lopes foi segundo nos 10 000 metros,
depois de ter liderado grande parte da prova, e vários
outros portugueses atingiram a final das suas corridas.
A partir de então, com excepção dos Jogos de 1980
(boicotados, por motivos políticos, por alguns dos nossos
primeiros planos) e de 1992, o atletismo português sempre
conseguiu ganhar medalhas. Três delas significaram títulos
e, desta forma, Portugal teve os seus primeiros campeões
olímpicos: Carlos Lopes, em 1984, Rosa Mota, em 1988,
e Fernanda Ribeiro, em 1996. O atletismo contabiliza,
assim, os únicos “ouros” que o nosso país ganhou até hoje
e quase metade das medalhas conquistadas (9 em 20),
mas a entrada na elite do desporto mundial foi também
alcançada por outros desportos, como, por exemplo, o
judo e o ciclismo, que também já introduziram o nome
de seus atletas no quadro de honra.
Portugal, com 21 presenças consecutivas nos Jogos
Olímpicos, é o 18.º país, entre os mais de 200 que
participam, com melhor assiduidade. A partir de 1952,
muito embora isso não constitua mais do que um facto
simbólico, o nosso país também esteve presente em
algumas edições dos Jogos Olímpicos de Inverno.
Entre as várias centenas de atletas portugueses que
possuem o estatuto de olímpicos, quatro deles destacam-se
no número de presenças com cinco participações cada:
Duarte Bello (vela), Henrique Calado (hipismo), João
Rebelo (tiro) e Fernanda Ribeiro (atletismo).
António Ferreira
Opinião
Lopes, Rosa e Fernanda trouxeram-nos o Ouro
As 20 medalhas de Portugal
Ano Local Atleta Desporto Prova
Ouro
1984 Los Angeles Carlos Lopes Atletismo Maratona
1988 Seul Rosa Mota Atletismo Maratona
1996 Atlanta Fernanda Ribeiro Atletismo 10 000 m
Prata
1948 Londres Duarte Bello e Fernando Bello Vela Swallow
1960 Roma Mário Gentil Quina e José Manuel Quina Vela Star
1976 Montreal Carlos Lopes Atletismo 10 000 m
1976 Montreal Armando Marques Tiro Fosso olímpico
2004 Atenas Francis Obikwelu Atletismo 100 m
2004 Atenas Sérgio Paulinho Ciclismo Estrada
Bronze
1924 Paris Equipa Hipismo Prémio das Nações
1928 Amesterdão Equipa Esgrima Espada (equipas)
1936 Berlim Equipa Hipismo Prémio das Nações
1948 Londres Equipa Hipismo Prémio das Nações
1952 Helsínquia Joaquim Fiúza e Francisco de Andrade Vela Star
1984 Los Angeles António Leitão Atletismo 5 000 m
1984 Los Angeles Rosa Mota Atletismo Maratona
1996 Atlanta Vítor Hugo Rocha e Nuno Barreto Vela 470
2000 Sydney Fernanda Ribeiro Atletismo 10 000m
2000 Sydney Nuno Delgado Judo 73-81 kg
2004 Atenas Rui Silva Atletismo 1 500 m
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Matemática
Matemática … Sim ou não? Eis a questão!
Por mim, sim!
Acabei, no ano passado, o 9.º ano na EB2,3 da
Senhora da Hora e, como era um zero à esquerda a
Matemática, optei, no 10.º ano, por fugir dela.
Fiz mal. Quando temos um problema, devemos
enfrentá-lo. Não é a fugir que se resolvem os
problemas.
Fiz um primeiro período com boas notas nas disciplinas
que escolhi, mas não estava na área de que gostava e
que queria seguir no futuro.
As férias do Natal ajudaram-me a decidir: mudei
de área e, desta vez, esforcei-me. Tenho estudado
Matemática como nunca! Pratiquei, exercitei,
adquiri conhecimentos (é que eu sempre achei que
a Matemática não era para mim), e os resultados
apareceram.
Os números
Agora, sou aluno de positiva a Matemática!
Agora, gosto de Matemática!
Agora, percebo o quanto a Matemática é importante!
Agora, posso seguir a minha área, o desporto!
Desafio:
Um autocarro leva 7 raparigas dentro,
Cada rapariga tem 7 mochilas,
Dentro de cada mochila, há 7 gatos grandes,
Cada gato grande tem 7 gatos pequenos,
Todos os gatos têm 4 pernas cada.
Bernardo M. R.
Pergunta:
Não existindo condutor, quantas pernas vão dentro do
autocarro?
Os números que todos usamos (1, 2, 3, 4, 5, 6, etc.) são chamados números indoarábicos (numeração árabe)
para os distinguirmos dos números romanos (I, II, III, IV, V, VI, etc.).
Os árabes popularizaram estes números, mas a sua origem remonta aos comerciantes fenícios, que os usavam
para contar e fazer a contabilidade comercial. Mas já alguma vez pensou por que motivo ‘1’ significa ‘um’, ‘2’
significa ‘dois’ e por aí fora, e como evoluíram na escrita?
Os números romanos são fáceis de compreender, mas qual é a lógica que há por trás da numeração árabe?
Muito simples: trata-se de ângulos. É pura lógica: se escrever o número na sua forma primitiva, verá que o
número 1 tem um ângulo, o número 2 tem dois ângulos, o número 3 tem três ângulos e assim por diante; 0 não
tem ângulo nenhum. E como uma imagem vale mais que mil palavras…
Retirado do trabalho mais extenso de João Polícia de Carvalho (8.º A)
Embora a legislação seja de 2006 (Lei n.º 13/2006, de
17 de Abril – Transporte colectivo de crianças), ainda
subsistem algumas dúvidas quanto às recomendações de
segurança relativas aos veículos que efectuam transporte
colectivo de crianças e assiste-se a algumas situações de
incumprimento.
De realçar que esta lei define o regime jurídico do
transporte colectivo de crianças e jovens até aos 16
anos, de e para os estabelecimentos de educação e
ensino, creches, jardins-de-infância e outras instalações
ou espaços em que decorram actividades educativas
ou formativas, designadamente os transportes para
locais destinados à prática de actividades desportivas
ou culturais, visitas de estudo e outras deslocações
organizadas para ocupação de tempos livres.
Eis alguns dos aspectos mais importantes desta lei:
Dotar todos os veículos com:
– Estojos de primeiros socorros, devendo estes estar em
local de fácil acesso;
– Coletes reflectores e raquetas de sinalização para uso
dos vigilantes;
– Martelos para quebra de vidros;
– Extintores (pelo menos dois);
(todos os itens anteriores deverão estar identificados por
aposição do pictograma respectivo)
– Cintos de segurança homologados;
– Garantir a existência de vidros com dimensão passível
de ser transposta após serem quebrados;
– Dispositivos de encravamento nos vidros (no caso de
existirem janelas);
– Corrimão nas escadas de acesso à carrinha;
– Plataforma elevatória associada a um dos acessos,
no caso de transporte de pessoas com mobilidade
condicionada;
– Dístico identificativo relativo ao transporte de
crianças.
Veículos de transporte escolar
Segurança
Deve, também, promover-se a realização periódica de
verificações aos veículos e aos equipamentos auxiliares.
Opcionalmente, deverá ser considerada a frequência
de cursos de formação de condução defensiva dos
motoristas.
Em marcha e tomada ou largada de passageiros,
devem tomar-se algumas precauções:
– No tocante à sinalização em circulação, os veículos
devem circular sempre com as luzes de cruzamento
ligadas;
Quanto à tomada e largada de passageiros:
– Os motoristas devem assegurar-se de que o local não
constitui perigo e, sempre que pararem, devem accionar
as luzes de perigo (os quatro piscas);
– Deve ser efectuada, sempre que possível, dentro dos
recintos ou em locais, devidamente assinalados, junto das
instalações a que se dirigem;
– As viaturas devem parar o mais perto possível do local
de tomada ou largada das crianças, não devendo fazê-lo
nem no lado oposto da faixa de rodagem nem em vias
desprovidas de bermas ou passeios;
– As crianças devem ser acompanhadas, no atravessamento
da via, pelo vigilante, devidamente identificado por colete
retrorreflector e com raqueta de sinalização.
As obrigações do vigilante são as seguintes:
– Zelar pela segurança das crianças;
– Sempre que o veículo possuir dois pisos ou transportar
mais de 30 crianças, devem existir pelo menos dois
vigilantes;
– Deve ocupar um lugar que lhe permita aceder
rapidamente às crianças transportadas, cabendo-lhe
acompanhar as crianças no atravessamento da via usando
colete retrorreflector e raqueta de sinalização.
O vigilante deve ainda garantir que:
– A cada criança corresponde um lugar sentado no
automóvel, não podendo a lotação do mesmo ser
excedida;
– As crianças menores de 12 anos não se sentam nos
lugares contíguos ao motorista nem nos lugares da
primeira fila;
– Todas as crianças colocaram o cinto de segurança;
– Não se transportem volumes (mochilas e outros) nos
lugares de passageiro;
– Os volumes só possam ser transportados junto das
crianças, caso existam locais apropriados para esse
efeito que permitam o seu acondicionamento, sem causar
qualquer risco ou incómodo para os passageiros.
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Opinião
O Eu e o Nós na construção de uma sociedade melhor
As acções voluntárias estão presentes em todo o mundo,
ao longo da nossa história.
Há alguns anos, quando se falava em trabalho voluntário
ou voluntariado, associavam-se estas acções a
movimentos religiosos ligados à saúde e à Santa Casa da
Misericórdia.
Com o decorrer dos anos, o voluntariado começa a ganhar
um papel expressivo na sociedade e a estender-se a áreas
como o apoio a idosos, a deficientes, aos sem-abrigo, a
crianças abandonadas e a outras onde era necessário a
resolução de problemas sociais.
As acções voluntárias são iniciativas individuais ou
colectivas em que o objectivo é proporcionar a melhoria
da qualidade de vida das pessoas e das comunidades.
Através das contribuições voluntárias, a sociedade
mobiliza-se, organizando e desenvolvendo projectos e
acções sociais, transformando uma determinada realidade
em um bem comum.
Os projectos sociais são um bom exemplo de cidadania,
pois envolvem pessoas que, com uma participação
consciente e solidária, são capazes de realizar projectos
e objectivos para o bem de todos. O voluntariado pode
ser visto como um empreendedor social, porque constrói
novos conceitos e, portanto, novas referências na nossa
sociedade, humanizando cada vez mais o nosso dia-adia.
O voluntariado deixa de ser visto como uma forma de
ocupar o tempo e começa a ser considerado como um
novo comportamento, contrapondo-se à actual cultura do
individualismo, que acaba por promover a passividade
da sociedade. O voluntariado não deve ser visto como
uma moda. É fundamental que seja considerado como
uma nova cultura.
Actualmente, o voluntariado tem legislação nacional
em que são estabelecidas as bases de enquadramento
jurídico. Assim o art.º 2.º da Lei n.º 71/98 define como
sendo voluntariado “um conjunto de acções de interesse
social e comunitário, realizado de forma desinteressada
por pessoas no âmbito de projectos, programas e outras
formas de intervenção ao serviço de indivíduos, das
famílias e da comunidade, desenvolvidas sem fins
lucrativos por entidades públicas ou privadas”, e o art.º
3.º define o voluntário como sendo o “individuo que de
forma livre, desinteressada e responsável se compromete,
de acordo com as suas aptidões próprias e no seu tempo
livre, a realizar acções de voluntariado no âmbito de uma
organização promotora.”
O voluntário rege-se pelos princípios da solidariedade,
participação, cooperação, complementaridade,
gratuitidade, responsabilidade e convergência. Cada
organização define qual o perfil do seu voluntário bem
como as tarefas a desempenhar. A legislação estabelece
os seus direitos e as suas obrigações, que devem ser
cumpridos de uma forma rigorosa.
A ONU, em 1985, criou o Dia Internacional do Voluntário
a 5 de Dezembro, com o objectivo de promover reflexões
sobre a cidadania e a solidariedade como valores
fundamentais para a melhoria da vida no mundo.
Assim, cada um de nós pode colocar não só o nosso
conhecimento e as nossas aptidões mas, sobretudo, a
nossa boa vontade ao serviço dos outros, para que seja
possível melhorar as suas vidas, tendo, no dia-a-dia,
atitudes altruístas usadas muitas vezes como forma de
solidariedade.
Maria de Fátima Ruivo
Ser dador de medula é, antes de mais, uma intenção de
salvar alguém. Salvar em qualquer sítio do mundo, onde
a idade, o género, a raça, a cor, a religião, a condição
social, o credo político ou qualquer outra divergência
não fazem qualquer diferença nem dividem os homens.
Porque há valores que se sobrepõem às discrepâncias de
opinião e às diferenças que as culturas, as religiões ou a
política parecem trazer aos homens. Porque a vida é um
bem sagrado que nos foi concedido e confiado.
O que é a medula óssea?
Fica dentro dos ossos e é a fábrica de sangue onde se
produzem os glóbulos vermelhos, os glóbulos brancos
e as plaquetas. Os glóbulos vermelhos transportam
o oxigénio, os glóbulos brancos defendem-nos das
infecções, e as plaquetas ajudam a coagulação. Não
podemos viver sem estas células.
Há doentes que têm a sua fábrica do sangue tão doente,
que precisam de a substituir por outra, precisam de fazer
um transplante de medula. Todas as pessoas saudáveis,
que tenham entre 18 e 45 anos, podem inscrever-se, pela
primeira vez, como voluntários para a dádiva de medula
óssea. A dádiva pode ser feita até aos 55 anos, se não
houver doenças intercorrentes que a contra-indiquem,
podendo ser feita mais do que uma vez, pois é um tecido
renovável.
Dador de medula óssea
Opinião
A vida é o que os homens se empenham em preservar,
quando, para além das guerras, dos conflitos, das
calamidades, se mantêm solidários na doação anónima e
universal da medula óssea. A vida é a causa da luta e da
união mundial contra a ameaça da leucemia.
Ser dador de medula óssea é ser combatente, é ser militante
em torno da protecção do valor supremo que é a vida. O
registo mundial de dadores de medula óssea é o corpo
dos companheiros nesta luta. Os registos nacionais são as
primeiras correntes de união destes elos salvadores, que
se entrelaçam atravessando fronteiras, esbatendo serras e
ligando planuras, cruzando oceanos e unindo continentes,
ligando num abraço o mundo inteiro. Nesta corrente,
neste abraço, faz-se o colo da esperança, que teima em
fugir das famílias e dos doentes. Quanto maior o abraço,
maior será o espaço para a esperança. Quanto maior a
rede de dadores, maior será a bóia de salvação a quem
podem agarrar-se as famílias e os doentes, maior será o
espaço para caber mais um, maior será a probabilidade de
encontrar algum.
Texto retirado de: http://www.chnorte.min-saude.pt/ser_dador.php
Contribua com o seu esforço, sendo dador ou ajudando
a que outros que possam o venham a ser. Inscreva-se em
http://www.chnorte.min-saude.pt/cedace.php
Concurso de painéis de azulejos
No âmbito do concurso, far-se-á a integração de painéis
de azulejos, realizados por alunos das escolas de
todo o país, no interior do edifício-sede do Centro de
Histocompatibilidade do Norte. Será um testemunho para
o futuro e simbolizará a participação das crianças e da
sociedade civil na luta contra a leucemia e na construção
conjunta de soluções para os doentes, muitos deles
crianças também.
Mais informações em: http://www.chnorte.min-saude.pt/concurso.php
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Opinião
Tai-Chi, a arte da longevidade e da harmonia
Uma das imagens mais características da China que nos
chegam através dos media é a de grupos de pessoas,
das mais variadas idades, que, bem cedo, enchem os
parques e as praças e riscam, no ar, com o corpo, suaves
movimentos que nos fazem lembrar uma dança. Estes
movimentos surpreendem-nos pela sua leveza, delicadeza
e espantosa qualidade da energia que nos transmitem. Na
verdade, estamos a falar de Tai-Chi.
Desde há centenas de anos que o Tai-Chi é praticado
pela população chinesa como um veículo para cultivar
a saúde e o equilíbrio físico e mental. Ainda que possa
ser usado como arte marcial, uma vez que se integra nos
sistemas das arte marciais chinesas, o Tai-Chi prima pelo
cultivo da energia interna, o Chi (Qi), entendido como a
energia essencial e vital que alimenta tudo o que vive no
universo.
Da mesma forma que necessitamos de alimentos e de
água todos os dias, também precisamos de renovar a
energia diariamente. O mundo actual, caracterizado por
uma vida apressada e cheia de tensões, é favorável à
produção de estados altamente agressivos do ponto de
vista fisico e mental, sujeitando o homem a uma série de
condições que, muitas vezes, o conduzem à doença. Para
a medicina chinesa, a doença ocorre, quando a energia
vital, por excesso, deficiência ou estagnação, deixa de
percorrer o corpo num estado de equilíbrio.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), através de
estudos realizados nos últimos anos, revela que, por
exemplo, a depressão, em resultado do ritmo da vida
moderna, é, a par dos problemas do foro oncológico e das
cardiopatias, uma das maiores ameaças à saúde e
ao equilíbrio do homem. É hoje indiscutível que as
sociedades modernas necessitam de pôr em marcha
algumas estratégias que permitam ao homem lidar
com o stress e as suas consequências, posto que o
stress esteja aí e necessitamos de aprender a lidar
com ele ou, pelo menos, a não estar tão vulnerável
às suas nefastas resultantes.
O Tai-Chi é vulgarmente designado de arte
da longevidade e da harmonia e, sem dúvida,
uma proposta muito interessante para o homem
moderno. As suas características únicas fazem dele
um tipo de exercício completo, pois engloba as
várias vertentes do ser humano. Através da prática
do Tai-Chi, o homem é convidado a regressar
ao seu centro e a mergulhar, de forma natural e
consciente, no interior de si mesmo, reconhecendo
e reaprendendo a tríade que o completa: corpo,
mente e espírito.
As vantagens imediatas da prática do Tai-Chi são: maior
mobilidade e flexibilidade dos músculos, dos tendões
e das articulações; melhoria da postura corporal e,
consequentemente, dos problemas da coluna; respiração
equilibrada com todas as resultantes do ponto de vista
metabólico (maior libertação das toxinas, radicais livres
e maior oxigenação); aumento da capacidade da memória
e da concentração; alívio do stress; melhoria da qualidade
do sono; mais energia; enfim, um conjunto de factores
que resultam numa maior sensação de bem-estar geral.
Não nos é difícil associar as ideias de movimento e
respiração à ideia de vida. O movimento, a par de uma
dieta equilibrada e de um estado mental tranquilo, é
condição para a manutenção da saúde e do equilíbrio do
homem. A proposta do Tai-Chi é essa: movimento (interno
e externo), respiração consciente e focalização mental,
factores que garantem o movimento suave e equilibrado
da energia através de todo o corpo.
Na vertente saúde, o Tai-Chi, como prática, dirige-se a
todas as pessoas, independentemente da sua idade e da
sua condição física, porque é adaptável a qualquer pessoa.
Ideia central, nesta prática, é respeitar os ritmos de cada
um, pois, no Tai-Chi, não estamos em competição com
ninguém, simplesmente perseguimos um caminho na
busca do nosso equilíbrio total.
Ângela Santos
Instrutora de Tai-Chi e estudante de medicina tradicional chinesa
O cancro do colo do útero (CCU) é causado pelo Papiloma
Vírus Humano (HPV) e representa, em Portugal, após
o cancro da mama, o segundo tumor mais frequente na
mulher.
A infecção por HPV é transmissível sexualmente.
Cerca de 50% dos casos ocorrem entre os 15-25 anos. A
prevalência, em mulheres jovens, varia entre 27 a 46%.
A probabilidade de uma mulher de 50 anos ser infectada
com HPV, ao longo da sua vida, atinge os 70-80%.
A aprovação de vacinas contra os tipos 16 e 18 do HPV,
que estão envolvidos na génese de 70-75% dos casos
de cancro invasivo do colo do útero, torna acessível um
meio eficaz de prevenção primária, podendo contribuir
para a redução significativa deste tipo de cancro.
Por um lado, o primeiro contacto com o HPV é coincidente
com o início da actividade sexual. Por outro lado, o início
da actividade sexual é cada vez mais precoce, sendo, por
isso, fundamental garantir a eficácia da vacinação em
idades jovens.
Actualmente, no mercado, estão disponíveis duas
vacinas: Gardasil (Merck) e Cervarix (GSK), geradas
por tecnologias recombinantes e compostas por
partículas semelhantes ao vírus, tendo como principais
características as seguintes: não conterem material
genético; não serem infecciosas; não serem oncogénicas;
induzirem níveis elevados de anticorpos e serem eficazes
na prevenção das infecções e das lesões pré-malignas.
A Cervarix é uma vacina bivalente (genótipos 16 e 18)
e previne o CCU. O esquema de vacinação é uma dose
intramuscular aos 0,1 e 6 meses.
A Gardasil é uma vacina quadrivalente (genótipos
6,11,16 e 18) e previne o CCU e as verrugas genitais. O
esquema de vacinação é uma dose intramuscular aos 0,2
Prevenção do cancro do colo do útero
Opinião
e 6 meses
A população alvo para vacinação são as mulheres entre
os 9-26 anos, antes do início da actividade sexual, sendo
a idade recomendada para vacinação entre os 11 e os
13 anos. A duração da protecção é desconhecida, mas
actualmente comprovada por 4-5 anos. As vacinas têm
um bom perfil de segurança/tolerabilidade. As reacções
no local da infecção como a dor ligeira e o eritema são as
perturbações mais frequentes.
A proposta da Direcção-Geral da Saúde de calendarização
da vacina HPV é a de alterar o calendário vacinal, com
disponibilização gratuita de vacinas este ano, a começar
nas crianças nascidas em 1995, em 2009, para as crianças
nascidas em 1996, e assim sucessivamente.
Estima-se que a vacinação diminuirá em 95,4% os casos
de cancro relacionados com o HPV 16 e 18.
Rosa Azevedo
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Parcerias
10% na mensalidade.
EXPRESSÕES POPULARES
Erro crasso
Significado: Erro grosseiro.
Origem: Na Roma antiga havia o Triunvirato: o
poder dos generais era dividido por três pessoas. No
primeiro destes Triunviratos, tínhamos: Caio Júlio,
Pompeu e Crasso. Este último foi incumbido de atacar
um pequeno povo chamado Partos. Confiante
na vitória, resolveu abandonar todas as formações
e técnicas romanas e simplesmente atacar. Ainda
por cima, escolheu um caminho estreito e de pouca
visibilidade. Os partos, mesmo em menor número,
conseguiram vencer os romanos, sendo o general
que liderava as tropas um dos primeiros a cair.
Desde então, sempre que alguém tem tudo para acertar,
mas comete um erro estúpido, dizemos tratarse
de um " erro crasso".
Prof. Doutor J. Carlos Caldas
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A esquizofrenia do poder
Dizem alguns manuais de Psiquiatria (e de História) que o poder é uma espécie de vício. Especialmente, quando se perde
o seu sentido de serviço, pode provocar adições graves em que o paciente tem necessidade de mandar em alguém, nem que seja no
desgraçado do gato lá de casa. Prova-se que os tiranos de “longa duração” só deixam o poder quando já não podem e, mesmo assim,
terão um séquito em quem mandar, para poderem continuar a ter a ilusão de mandar.
Na verdade, o poder só tem interesse, quando não se perdem os seus fins. Os poderosos são iguais a todos os outros, só que,
a dado momento, foram escolhidos para servirem os outros conforme os planos que puseram à eleição dos outros seus iguais. Por isso
mandam interinamente e enquanto perseguem os fins a que se propuseram.
Mas, por vezes, quando a realidade não é aquela que nos interessa e já não sabemos o que fazer com a nossa teoria, surge
um grande problema: o que devemos deitar fora: a teoria ou a realidade? Na verdade, a pergunta não tem grande sentido, porque
a realidade é algo muito forte que se impõe de modo absoluto e que não anda à vontade de quem a pensa. Contudo, há ainda uma
solução.
A solução que alguns encontram é criar uma realidade que justifique o modo como pensam. É por isso que, por vezes,
ouvimos alguns, e nestes últimos tempos têm sido muitos, que falam e vivem uma realidade diferente de todos os outros. Acontece:
criam um mundo que lhes convém, independente da realidade que negam com toda a convicção, para não terem de mudar a maneira
como pensam, para não se porem em causa. A isso chama-se esquizofrenia: viver num mundo criado por si, cor-de-rosa quase sempre
ou com inimigos eleitos à medida do seu heroísmo, mas que não tem nada que ver com a realidade.
Bem sei que a questão do real é um assunto muito interessante e não é sempre o mesmo para todos. Por isso é que as pessoas
se sentam, conversam, definem objectivos e estratégias comuns, concordam com o essencial e divergem no acessório. Só assim é
possível construir o mundo e o futuro, com os pés assentes no concreto da vida e as metas não esquecerem ninguém, porque todos
merecemos o futuro.
Ora, nos tempos que correm, anda uma esquizofrenia no ar, que é irritante. Quem sofre dessa doença deve procurar tratamento,
que parece ser cada vez mais eficaz. Mas não deve exibir o seu mal e muito menos deve iludir os seus concidadãos. Estar a convencer
os outros da ilusão em que vive, só por doença não é crime.
Não sei em que mundo vivem alguns dos poderosos, daqueles que vemos e ouvimos todos os dias, mas estou certo de que
tem muito pouco que ver com aquele em que vivo e dos muitos com quem converso.
Aconselho os esquizofrénicos do meu país a irem ao médico. Pode ser espanhol ou ucraniano, que também são bons, porque
as faculdades de medicina, em Portugal, são só para eleitos. Melhor ainda é procurar um médico particular para não ter de esperar vez
no centro de saúde. Depois, se quiser fazer umas análises, pode ter de esperar mês e meio para que seja chamado e mais outro mês
para o resultado. Depois voltar ao médico ou, melhor ainda, agora também se usa, mandar os resultados à consulta, porque o doente
não interessa nada…
Lembram-se do Simplex? Foi um grande pacote do governo que só chegou onde quiseram. Eu estou de acordo com o simplex:
devia ser mais simples mandar alguns às urtigas e que deixassem de nos enganar com um país cor-de-rosa, que só deve existir para
os lados da Atlântida.
O que nos vale é sabermos que estamos de passagem…
P.e Fernando Rosas