QUALIDADE DE VIDA
Alimentação
dos bebês
exige atenção
Aalimentação tem papel fundamental
em nosso crescimento e
desenvolvimento durante toda
vida. Além de fornecer elementos para
o funcionamento do corpo, a alimentação
abastece o organismo com uma
série de nutrientes, com funções específicas.
Para as crianças, que estão em fase
de crescimento e necessitam de maiores
quantidades de nutrientes, uma
alimentação saudável possibilita crescimento
e desenvolvimento adequados,
melhora o funcionamento de órgãos,
sistemas e aparelhos e atua na prevenção
de doenças a curto e longo prazo
como: anemia, doenças infecciosas,
obesidade, hipertensão, ão, diabetes e os
teoporose.
Segundo a Organização ação Mundial de
Saúde (OMS), 75% do o desenvolvimento
do cérebro ocorre ao longo dos dois
primeiros anos de vida. ida. Deficiências
nutricionais nesse período eríodo podem ter
consequências irreversíveis. rsíveis.
A boa notícia é que e o leite materno
atende perfeitamente às necessidades
dos lactentes, sendo muito mais do
que um conjunto de nutrientes,
por conter substâncias as com atividades
protetoras e imunomomunomoduladoras.
Ou seja, protege
contra alergias, estimula mula o
desenvolvimento do sistema istema
imunológico e a maturação ração
dos sistemas digestivo vo e
neurológico.
Diante da impossibibilidade do aleitamento to
materno, deve-se uti-
lizar uma fórmula infantil
(tipo NAN) que
satisfaça as necessidades
do lactente.
Esses produtos trazem
na embalagem
a idade para qual
são recomendados.
O leite de vaca (in
natura, integral,
pó ou fluido), não
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é apropriado para crianças menores
de 1 ano, por ter baixo teor de ácidos
graxos essenciais, carboidratos, ferro,
zinco, vitaminas D, E e C, altas taxas de
proteínas e sódio. Ou seja, totalmente
desaconselhável como fonte de alimentação
para os bebês.
Por isso, o leite materno é tão importante.
É completo e atende plenamente
as necessidades de desenvolvimento
dos bebês. Se, por algum problema, a
mãe não puder amamentar, a recomendação
dos profissionais é usar produtos
específicos para a alimentação
de lactentes.
Fontes: Dra. Ana Regina Folegatti Lira
(CRM (CRM 53185), pediatra, especialista em
nutrologia nutrologia e mestre em pediatria pela
EPM-UNIFESP
Temas de Pediatria, nº 86 –
Nutrição e desenvolvimento
cerebral da criança – Dr.
Mário Cícero Falcão
Dez passos para uma alimentação saudável
para crianças menores de 2 anos
Passo 1
Passo 2
Passo 3
Passo 4
Passo 5
Passo 6
Passo 7
Passo 8
Passo 9
Dar somente leite materno até os 6 meses, sem oferecer água,
chás ou quaisquer outros alimentos.
A partir dos 6 meses, introduzir de forma lenta e gradual
outros alimentos, mantendo o leite materno até os 2 anos de
idade ou mais.
Após os 6 meses, dar alimentos complementares (cereais,
tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e legumes), três vezes
ao dia, se a criança receber leite materno, e cinco vezes ao dia,
se estiver desmamada.
A alimentação complementar deverá ser oferecida sem rigidez
de horários, respeitando-se sempre a vontade da criança.
A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e
oferecida com colher; começar com consistência pastosa
(papas/purês) e, gradativamente, aumentar a consistência até
chegar à alimentação da família.
Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação
variada é, também, uma alimentação colorida.
Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas
refeições.
Evitar açúcar, café, enlatados, atados,
frituras, refrigerantes, balas,
salgadinhos e outras guloseimas uloseimas
nos primeiros anos de vida.
Usar sal com moderação. ão.
Cuidar da higiene no preparo reparo
e manuseio dos alimentos; ntos;
garantir garan o seu armazenamento namento
e con conservação adequados. dos.
Passo 10
Estimular ar
a criança a doente
e convalescente a se
alimentar, oferecendo endo o
sua alimentação
habitual e seus
alimentos
preferidos,
respeitando
a sua aceitação.
Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria
Equoterapia
O cavalo a serviço da vida
Numa definição simples, equoterapia
é um método terapêutico
que utiliza o cavalo para o
desenvolvimento físico, psicológico e
educacional de pessoas portadoras de
deficiência ou com necessidades especiais.
Apesar de pouco conhecido, esse
tratamento tem contribuído, e muito,
para a socialização, autoconfiança e
auto-estima daqueles que o praticam.
No Brasil, o método possui uma entidade
específica, conhecida por Associação
Nacional de Equoterapia (Ande-Brasil),
criada em 1997. Segundo
informações da Ande, a terapia realizada
com o auxílio de cavalos é indicada
para pacientes com lesões neuromotoras
de origem encefálica ou medular, patologias
ortopédicas congênitas ou adquiridas
por acidentes diversos e disfunções
sensório-motoras. Além disso, pessoas
que tenham necessidades educativas
especiais, distúrbios evolutivos, comportamentais
e de aprendizagem também
podem se submeter a esta prática.
Apesar de ser um tratamento relativamente
caro, por utilizar um cavalo,
animal que exige cuidados específicos,
a equoterapia tem seu papel social. A
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais
(Apae), por exemplo, disponibiliza
aos seus alunos esse tipo de terapia
sem custo algum.
Outras entidades filantrópicas, como
a própria Ande, com sede em Brasília,
oferecem a equoterapia gratuitamente,
com o apoio de órgãos federais e do trabalho
voluntário.
Pedro Matheus de Assis, de dez anos,
nasceu prematuro. Como consequência,
ele não anda e tem dificuldades para
falar. Desde os dois anos praticando
equoterapia, o garoto, que é aluno
da Apae de Mogi, tem evoluído com o
passar do tempo. “O Pedro teve uma
lesão neurológica por falta de oxigênio
e ficou com um comprometimento na
coordenação motora. Na equoterapia,
o movimento que o cavalo faz ao andar
exige que o praticante mexa o quadril.
Então, quando está a cavalo, o Pedro
tem a sensação de que está andando. O
desenvolvimento dele é bom, a coluna
está mais firme”, detalha Evadne da
Costa Assis, mãe de Pedro. “Quando
ele era bebê, montava acompanhando
porque não tinha equilíbrio, mas hoje
já monta sozinho”, conta.
“É importante ressaltar que o resultado
vem aos poucos. Muitas pessoas
acham que é mágica, mas não é. É um
tratamento lento, que precisa de dedicação,
só assim haverá resultado”,
acrescenta.
No centro rural da Apae, que fica em
Mogi, os alunos são acompanhados de
perto por equoterapeutas, psicólogos
e fisioterapeutas, entre outros profissionais.
Evadne conta que, para Pedro,
assim como para outros praticantes, o
tratamento acaba tendo seu lado lúdico.
“Enquanto eles desenvolvem a parte
física, há psicólogos que acompanham
de perto. Eles aprendem formas, cores,
tudo de forma lúdica. Além disso, o animal
não quer nada em troca, é inocente,
o que cria entre o praticante e o cavalo
um amor verdadeiro”, destaca.
O cavalo e sua
contribuição
Na equoterapia, o praticante e o
cavalo estabelecem uma relação harmoniosa
e conseguem atuar juntos no
desenvolvimento do paciente. A base
desta relação é a afetividade, estabelecida
graças à confiança recíproca.
Ande-Brasil: Divulgação
Cavalo contribui para o controle motor e a socialização dos praticantes
De acordo com a Ande, a primeira
manifestação quando um ser humano
está a cavalo é o ajuste tônico (movimento
automático de adaptação). Em
outras palavras, o cavalo nunca está
totalmente parado. A troca de apoio
das patas, o deslocamento da cabeça
ao olhar para os lados, as flexões da
coluna e o abaixar e alongar do pescoço,
entre outros movimentos, obrigam
o cavaleiro a um ajuste no seu
comportamento muscular, a fim de
compensar os desequilíbrios provocados
pelo animal.
O ajuste tônico torna-se rítmico conforme
o cavalo caminha e é esse um dos
princípios fundamentais da equoterapia.
Em 30 minutos de trabalho, o cavaleiro
executa de 1.800 a 2.250 ajustes
tônicos. Isso quer dizer que, em meia
hora de tratamento, o paciente produz
diversos deslocamentos da cintura pélvica,
que produzem vibrações transmitidas
ao cérebro com a frequência de
180 oscilações por minuto, o que já foi
apontado como sendo a mais adequada
à saúde.
Segundo Tatiana Lermontov, equoterapeuta
e autora do livro A Psicomotricidade
na Equoterapia, na esfera social,
a equoterapia é capaz de diminuir
a agressividade, tornar o paciente mais
sociável, melhorar sua autoestima, diminuir
antipatias, construir amizades
e treinar padrões de comportamento,
como ajudar, ser ajudado, aceitar as
próprias limitações e as limitações do
outro. “O fato de estar ao ar livre ajuda
a relaxar, na redução rápida da ansiedade,
a aliviar as tensões, além de ajudar
na correção de posturas corporais.
Ajuda a desenvolver a personalidade
como um todo, assim como favorece
a quebra das barreiras defensivas
e permite que a pessoa elabore novas
respostas a comportamentos estabelecidos
anteriormente”, explica.
Obedecendo ao novo acordo ortográfico
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