14.05.2013 Views

Teatro de Artur Azevedo - a casa do espiritismo

Teatro de Artur Azevedo - a casa do espiritismo

Teatro de Artur Azevedo - a casa do espiritismo

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

fez um negócio da china!<br />

Por um preço tão barato<br />

nunca brilhantes daqueles<br />

ninguém possuiu!<br />

VALENTINA - Lamento<br />

que aquele tolo e avarento<br />

não pagasse tu<strong>do</strong>.<br />

O JOALHEIRO - E eles.<br />

Os brilhantes? Já lhos <strong>de</strong>u.<br />

o fazen<strong>de</strong>iro?<br />

VALENTINA -Inda não;<br />

mas não tarda aí.<br />

SOUSA (À parte.) - Ladrão!<br />

O JOALHEIRO - Pois aproveite-o.<br />

CARVALHO (À parte.) - Ju<strong>de</strong>u!<br />

O JOALHEIRO (Apertan<strong>do</strong>-lhe a mão como para retirar-se.)<br />

- Se os brilhantes quer ven<strong>de</strong>r...<br />

VALENTINA - Por quanto?<br />

O JOALHEIRO - Por cinco contos...<br />

VALENTINA (Pensan<strong>do</strong>.) - Ganho três<br />

O JOALHEIRO (Deixan<strong>do</strong> <strong>de</strong> apertar-lhe a mão e baten<strong>do</strong> no bolso.)<br />

- Já cá estão prontos;<br />

se quiser, é só dizer...<br />

VALENTINA (Pensan<strong>do</strong>.) - Não é má idéia, não..<br />

(Resoluta.) Vou consultar com Gustavo...<br />

Espere um pouco...<br />

(Sai pela direita, segun<strong>do</strong> plano.)<br />

CENA VIII<br />

SOUSA, O JOALHEIRO, CARVALHO<br />

O JOALHEIRO (Que se julga só.) - Bravo!<br />

Um conto <strong>de</strong> pé pra mão!<br />

SOUSA (Sain<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu escon<strong>de</strong>rijo e toman<strong>do</strong> o braço <strong>do</strong> joalheiro.)<br />

- Passe já para cá os cinco contos. Já!<br />

Não pense! Não reflita! A jóia, ei-la aqui está !<br />

(Tira a jóia da algibeira e arremessa-a aos pés <strong>do</strong> joalheiro.)<br />

O JOALHEIRO (Atônito, apanhan<strong>do</strong> a jóia.- Mas, senhor...<br />

CARVALHO (Da cortina.) - Não recuse! Em flagrante <strong>de</strong>lito<br />

por crime preso está <strong>de</strong> estelionato!<br />

(Puxan<strong>do</strong> um apito, a Sousa.) Apito?<br />

SOUSA - Não apites! não! - Já cinco contos <strong>de</strong> réis!<br />

E dê-se por feliz que eu não lhe peça os seis!<br />

O JOALHEIRO (A Carvalho.)<br />

- Mas Vossa Senhoria há <strong>de</strong> passar recibo!<br />

(Dá o dinheiro a Sousa.)<br />

CARVALHO Eu <strong>do</strong>u-lhe o seu, cá está! (Dá-lho.)<br />

SOUSA (Ten<strong>do</strong> verifica<strong>do</strong> o dinheiro.)<br />

- E saiba que o proíbo <strong>de</strong> estar<br />

mais tempo aqui! Já! Rua!<br />

(O joalheiro sai pela esquerda, segun<strong>do</strong> plano.)<br />

CARVALHO - Muito bem!<br />

SOUSA - Esconda-se, compadre: os ladrões aí vem.<br />

290

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!