Revista 44 - Crea-RJ
Revista 44 - Crea-RJ
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em revista<br />
Nº <strong>44</strong> AGOSTO 2004<br />
COLOSSO<br />
NAVAL<br />
As tecnologias inovadoras que garantem<br />
as aventuras náuticas de Amyr Klink<br />
Inovação tecnológica<br />
entra na agenda nacional<br />
Impresso<br />
Especial<br />
050200138-0/2001-DR/<strong>RJ</strong><br />
CREA-<strong>RJ</strong><br />
CORREIOS
Uma Uma nova nova dinâmica<br />
dinâmica<br />
Como as pessoas, as organizações<br />
também aprendem todo dia.<br />
E o nosso aprendizado cotidiano é<br />
resultado dessa forte interação do<br />
Conselho com os profissionais, as<br />
empresas e a sociedade.<br />
O novo modelo de gestão do<br />
<strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong> está embasado exatamente<br />
nesse conhecimento dos<br />
valores, da cultura, das expectativas<br />
e necessidades de cada profissional.<br />
Administrar esse conhecimento<br />
implica em conceber e viabilizar<br />
projetos que se reflitam na<br />
melhoria de qualidade na vida<br />
profissional de todos nós.<br />
Um bom exemplo: a Cooperativa<br />
de Crédito recém-lançada pelo<br />
<strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong>. Significa obtenção de recursos<br />
a taxas reduzidas, bem inferiores<br />
àquelas praticadas pelo mercado<br />
financeiro. É como se você<br />
tivesse um banco só seu, de sua<br />
propriedade, uma vez que o lucro<br />
é distribuído entre os cooperados.<br />
Outro exemplo: o Plano de<br />
Saúde <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong>/Unimed, possibilitando<br />
aos profissionais, entre<br />
outras vantagens, o reembolso de<br />
até 30% na anuidade 2005. Mais<br />
um: o Fundo de Pensão dos Profissionais<br />
do <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong>, cujo planejamento<br />
está sendo concluído.<br />
Relevante iniciativa é o Clube de<br />
em revista<br />
Vantagens <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong>, em fase de implantação,<br />
para oferecer aos profissionais<br />
- através de convênios em<br />
diferentes áreas - descontos variados<br />
em diversos setores e serviços.<br />
O lançamento do Selo <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong><br />
de Responsabilidade Social (focado<br />
na inclusão digital, no primeiro<br />
emprego tecnológico e na Agenda<br />
21 bem como do Certificado<br />
de Conformidade com o Exercício<br />
Profissional já estão, ambos, em<br />
fase de consulta pública. “<strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong><br />
em <strong>Revista</strong>” nos dá oportunidade<br />
de levar até você informações sobre<br />
todos esses assuntos.<br />
No dia 28 de agosto terá lugar,<br />
na sede do <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong>, o 5º Congresso<br />
Estadual de Profissionais.<br />
O tema é “Exercício Profissional e<br />
Cidades Sustentáveis” e a campanha<br />
de divulgação já está na rua,<br />
nos outdoors e outros canais de<br />
mídia. Participe, inscreva-se, apresente<br />
seus trabalhos.<br />
Esta edição da “<strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong> em<br />
<strong>Revista</strong>” está especialmente sedutora.<br />
Você vai descobrir, por<br />
exemplo, que de aventureiro Amyr<br />
Klink não tem nada. É tudo planejamento<br />
e tecnologia. Vai se<br />
espantar com o baixo índice de<br />
inovação tecnológica em nosso<br />
país, com o número pouco ani-<br />
mador de novas idéias registradas.<br />
Mas também vai, em compensação,<br />
se orgulhar com a trajetória<br />
bem sucedida da organização<br />
fundada em 1981, pelo<br />
saudoso Betinho, e inteiramente<br />
dedicada às causas sociais.<br />
Completando, os leitores receberão<br />
um presente muito especial:<br />
um encarte com a primeira<br />
parte de um leventamento histórico<br />
sobre os 70 anos de história<br />
do Conselho, dos nomes e dos<br />
feitos que marcaram época.<br />
“<strong>Crea</strong> em <strong>Revista</strong>” será sempre<br />
um instrumento motivador.<br />
Para que você compartilhe conosco<br />
este desafio por um novo<br />
<strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong> dinâmico, abrangente,<br />
descomplicado e realizador.<br />
ENGº REYNALDO BARROS<br />
Presidente<br />
em revista 3
INSPET INSPETORIAS INSPET ORIAS DO DO CREA-<strong>RJ</strong><br />
CREA-<strong>RJ</strong><br />
Angra Angra dos dos R RReis<br />
R eis<br />
Rua Professor Lima, 160 / 101 - Centro - CEP 23900-000<br />
Telefax: (24) 3365-2135 / 3365-3600<br />
e-mail: insan@crea-rj.org.br<br />
Araruama<br />
Araruama<br />
Avenida Presidente John Kennedy, 82 / sala 13 - Centro -<br />
CEP 28970-000<br />
Telefax: (22) 2665-4511/(22) 2665-7389<br />
e-mail: insar@crea-rj.org.br<br />
Armação Armação Armação de de Búzios<br />
Búzios<br />
Av. José Bento Ribeiro Dantas, 5400 / sala 27 -<br />
Manguinhos - CEP 28950-000<br />
Telefax: (22) 2623-3032 / (22) 2623-2866<br />
e-mail: insbu@crea-rj.org.br<br />
Barra Barra do do P PPiraí<br />
P iraí<br />
Praça Nilo Peçanha, 27 / 2 anexo - Centro - CEP 27123-020<br />
Telefax: (24) 2<strong>44</strong>2-0234 / (24) 2<strong>44</strong>2-0342<br />
e-mail: insbp@crea-rj.org.br<br />
Barra Barra Barra da da da Tijuca Tijuca<br />
Tijuca<br />
Av. das Américas, 700 bl 8 lj. 103 D - CEP 22640-100<br />
Telefax: (21) 2494-7397 / (21) 2493-9592<br />
e-mail: insba@crea-rj.org.br<br />
Cabo Cabo Cabo FFFrio<br />
FF<br />
rio<br />
Av. Nilo Peçanha, 73 / loja 5 - Centro - CEP 28901-970<br />
Telefax: (22) 2645-6524 / (22) 2647-2329<br />
e-mail: insco@crea-rj.org.br<br />
Campo Campo Grande<br />
Grande<br />
Estrada do Cabuçu 271, loja - J - Centro - CEP 23052-230<br />
Telefax: 2413-9992 / 2415-2522<br />
e-mail: inscg@crea-rj.org.br<br />
Campos Campos de de de Goytacazes<br />
Goytacazes<br />
Goytacazes<br />
Praça São Salvador, 41 / sobreloja 7 - Centro - CEP 28010-<br />
000<br />
Tel: (22) 2733-1474 - Fax: 2733-2662<br />
e-mail: insca@crea-rj.org.br<br />
Cantagalo Cantagalo<br />
Cantagalo<br />
Rua Getúlio Vargas, 82 - Centro - CEP 28500-000<br />
Telefax: (22) 2555-5<strong>44</strong>2 / (22) 2555-4808<br />
e-mail: insct@crea-rj.org.br<br />
Duque Duque de de Caxias<br />
Caxias<br />
Rua Marechal Deodoro, 557 / sala 406 - Bairro Jardim 25<br />
de Agosto - CEP 25071-190<br />
Telefax: (21) 2671-9352 / 2671-8951<br />
e-mail:crea-rj.caxias@ig.com.br<br />
Ilha Ilha do do Governador<br />
Governador<br />
Estr. do Galeão 2500 / 201-B - Portuguesa - CEP 21931-003<br />
Telefax: (21) 3393-4398 / (21) 3393-5286<br />
e-mail: insig@crea-rj.org.br<br />
Itaocara<br />
Itaocara<br />
Rua Cel. Pita de Castro, 230 / loja 102 - Centro -<br />
CEP 28570-000<br />
Telefax: (22) 3861-3288<br />
e-mail: insic@crea-rj.org.br<br />
Itaperuna Itaperuna<br />
Itaperuna<br />
Rua Tiradentes, 50 - Centro - CEP 28300-000<br />
Telefax (22) 3824-3387 / (22) 3824-4912<br />
e-mail: insit@crea-rj.org.br<br />
Macaé<br />
Macaé<br />
Rua Conde de Araruama, 139 / 102 - Centro - CEP 27910-300<br />
Telefax: (22) 2762-9550 / (22) 2772-4758<br />
e-mail: insma@crea-rj.org.br<br />
Maricá<br />
Maricá<br />
Praça Conselheiro Macedo Soares, 206 / sala 1 - Centro -<br />
CEP 24900-000<br />
Telefax: (21) 2637-1931/ (21) 2637-2738<br />
e-mail: insmr@crea-rj.org.br<br />
Miguel Miguel P PPereira<br />
P ereira<br />
Av. da Paz, 115 / sala 6 - Centro - CEP 26900-000<br />
Telefax: (24) 2484-5035<br />
e-mail: insmp@crea-rj.org.br<br />
Niterói<br />
Niterói<br />
Av. Roberto Silveira, 245 - Icaraí - CEP 24230-151<br />
Telefax: (21) 2711-1317 / (21) 2610-9832<br />
e-mail: insni@crea-rj.org.br<br />
Nova Nova F FFriburgo<br />
FF<br />
riburgo<br />
Praça Getúlio Vargas, 105 / 206 - Centro - CEP 28610-170<br />
Telefax: (22) 2522-4890 / (22) 2523-5357<br />
e-mail: insfi@crea-rj.org.br<br />
Nova Nova Iguaçu<br />
Iguaçu<br />
Rua Dom Walmor, 383 / sala 208 - Centro - CEP: 26215-220<br />
Telefax: (21) 2669-3166 / (21) 2668-3082<br />
e-mail: insno@crea-rj.org.br<br />
Paraty araty<br />
Praça Monsenhor Hélio Pires, s/nº - Centro - CEP 23970-000<br />
Tel: (24) 3371-2261<br />
e-mail: inspa@crea-rj.org.br<br />
Petrópolis etrópolis<br />
R: Barão do Amazonas, 88 - Centro - CEP 25685-070<br />
Telefax: (24) 2242-2815 / (24) 2237-7997<br />
e-mail: inspe@crea-rj.org.br<br />
Resende esende<br />
Rua Vila Adelaide, 201 - Jd. Brasília - CEP 27514-100<br />
Telefax: (24) 3354-6233 / (24) 3355-0452<br />
e-mail: insre@crea-rj.org.br<br />
Rio Rio das das Ostras<br />
Ostras<br />
Alameda Casimiro de Abreu, 292 / sala 7 - Centro -<br />
CEP 28890-000<br />
Telefax: (22) 2764-6966 / (22) 2764-7417<br />
e-mail: insro@crea-rj.org.br<br />
São São Gonçalo<br />
Gonçalo<br />
Rua Alfredo Backer, 115 / 204 e 205 - Mutondo - CEP 2<strong>44</strong>52-001<br />
Telefax: (21) 2602-5801 / (21) 2602-7249<br />
e-mail: inssg@crea-rj.org.br<br />
Teresópolis eresópolis<br />
Av. Lúcio Meira, 330/201 - Centro - CEP 25953-001<br />
Telefax: (21) 2742-7179 / (21) 2643-5288<br />
e-mail: inste@crea-rj.org.br<br />
Três rês rês Rios<br />
Rios<br />
Rua Bernardo Belo, 20 / loja - Centro<br />
Telefax: (24) 2255-1557 / (24) 2252-1092<br />
e-mail: instr@crea-rj.org.br<br />
Valença alença<br />
Rua Raphael Januzz, 15 / sala 406 - CEP 27600-000<br />
Telefax: (24) 2453-3164<br />
e-mail: insva@crea-rj.org.br<br />
Volta olta olta R RRedonda<br />
R edonda<br />
Rua 21, 48 - Vila Santa Cecília - CEP 27260-610<br />
Tel: (24) 3342-4570 Fax: (24) 3342-9820<br />
email: insvo@crea-rj.org.br<br />
Posto osto de de de Atendimento Atendimento da da da Eletronuclear<br />
Eletronuclear<br />
Eletronuclear<br />
BR 101 - KM 132 - Prédio do Comissionamento - sala B15 -<br />
Itaorna - CEP 23900-000<br />
Tel: (24) 3362-1439<br />
e-mail: eletronuclear@crea-rj.org.br<br />
Atendimento: 10 às 17h - (terça-feira)<br />
Posto osto A AAvançado<br />
AA<br />
vançado vançado de de P PPetrópolis<br />
P etrópolis<br />
Av Koeller, 260 - Centro - CEP 25685-060<br />
Tel: (24) 2237-7286<br />
e-mail: avancadopetro@ig.com.br<br />
Horário de Atendimento: 12:30 às 18:30 h<br />
Posto osto de de Atendimento Atendimento São São P PPedro<br />
P edro D´Aldeia<br />
D´Aldeia<br />
Rua Teixeira Brandão, 19 / sala 4 - Bairro Estação<br />
Tel: (22) 2627-9672<br />
Horário de Atendimento: 9 às 17h (2ª e 5ª feiras)<br />
Todas as Inspetorias que estão sem o horário de atendimento discriminado funcionam de 9 às 18h.<br />
EXPEDIENTE<br />
EXPEDIENTE<br />
EXPEDIENTE<br />
Presidente residente<br />
REYNALDO ROCHA BARROS<br />
Engenheiro Eletricista e de Segurança do Trabalho<br />
1º 1º Vice Vice Vice-P Vice -P -Presidente<br />
-P residente<br />
JAQUES SHERIQUE<br />
Engenheiro Mecânico e de Segurança do Trabalho<br />
2º 2º Vice Vice-P Vice -P -Presidente<br />
-P residente<br />
JOSÉ SCHIPPER<br />
Engenheiro Civil<br />
1º 1º Secretário<br />
Secretário<br />
OLÍNIO GOMES PASCHOAL COELHO<br />
Arquiteto e Urbanista<br />
2º 2º Secretário<br />
Secretário<br />
RICARDO NASCIMENTO ALVES<br />
Técnico em Eletrônica<br />
3ª 3ª 3ª Secretária<br />
Secretária<br />
TENEUZA MARIA F. PEREIRA<br />
Engenheira Operacional / Mod. Constr. Civil<br />
1º 1º T TTesoureiro<br />
T esoureiro<br />
PAULO ROBERTO SAD DA SILVA<br />
Engenheiro Mecânico e de Segurança do Trabalho<br />
2º 2º 2º T TTesoureiro<br />
T esoureiro<br />
ALEXANDRE SHEREMETIEFF JÚNIOR<br />
Engenheiro Mecânico<br />
3º 3º T TTesoureiro<br />
T esoureiro<br />
OSVALDO HENRIQUE DE SOUZA NEVES<br />
Engenheiro Agrônomo<br />
COORDENADORES COORDENADORES D DDAS<br />
DD<br />
AS<br />
CÂMARAS CÂMARAS ESPECIALIZAD<br />
ESPECIALIZADAS<br />
ESPECIALIZAD AS<br />
Engª Engª Civil: Civil: ABÍLIO BORGES<br />
Engª Engª Elétrica: Elétrica: LUIZ ANTÔNIO COSENZA<br />
Engª Engª Industrial: Industrial: Industrial: GIL PORTUGAL FILHO<br />
Geologia Geologia e e Minas: Minas: ANDRÉ CALIXTO VIEIRA<br />
Engª Engª Química: Química: ORLANDO ORMÊNIO CASTELLO BRANCO<br />
Agrimensura: Agrimensura: SÉRGIO DA COSTA VELHO<br />
Arquitetura: Arquitetura: RAPHAEL DAVID DOS SANTOS FILHO<br />
Agronomia:<br />
Agronomia: Agronomia: LUIZ RODRIGUES FREIRE<br />
COMISSÃO COMISSÃO EDIT EDITORIAL<br />
EDIT EDITORIAL<br />
ORIAL<br />
Orientador: Orientador: RICARDO DO NASCIMENTO ALVES<br />
Membros Membros Efetivos: Efetivos: Efetivos: CLENILSON SILVA DE PAULA,<br />
IVO COSTA DE LIMA, MARIA LUIZA POCI PINTO<br />
E SÉRGIO DA COSTA VELHO.<br />
Suplentes: Suplentes: Suplentes: ÉRIEL DE VELASCO BARCELOS e<br />
JACQUES JAYME HAZAN<br />
Assessor Assessor de de Mark Mark Marketing Mark Mark eting e e Comunicação: Comunicação: LUIZ FERNANDO MOREIRA<br />
Jornalista Jornalista R RResponsável:<br />
R Responsável:<br />
esponsável:<br />
CORYNTHO BALDEZ (MT. 25489 )<br />
Redação: edação: ÂNGELO ACAUÃ, CORYNTHO BALDEZ,<br />
RENATO KANDHALL E VIVIANE MAIA<br />
Colaboradores: Colaboradores: BÁRBARA RANGEL, MELISSA ORNELAS,<br />
PHELIPE CRUZ, TATIARA LEON E PABLO CHRISTHIAN<br />
Fotografia: Fotografia: EQUIPE CREA<br />
Diagramação: Diagramação: ATUANTE - COMUNICAÇÃO E SOLUÇÕES GRÁFICAS<br />
Impressão: Impressão: ESDEVA<br />
Capa: Capa: AKPE/AMYR KLINK<br />
em revista
SUMÁRIO<br />
LEGISLAÇÃO<br />
VALORIZAÇÃO<br />
PROFISSIONAL<br />
INOVAÇÃO<br />
TECNOLOGIA<br />
ENERGIA<br />
ARTIGO TÉCNICO<br />
ENTREVISTA<br />
SANEAMENTO<br />
INCLUSÃO SOCIAL<br />
ARTIGO TÉCNICO<br />
SEGURANÇA<br />
DO TRABALHO<br />
QUALIFICAÇÃO<br />
em revista<br />
07 Resolução 218 em debate<br />
08 5º CEP: Primeiros Encontros<br />
mobilizam profissionais<br />
10 O futuro do sistema de inovação<br />
tecnológica do país<br />
14 A sofisticação tecnológica por trás<br />
das aventuras de Amyr Klink<br />
18 Governo investe em fontes alternativas<br />
20 Deslizamento de Encostas:<br />
técnicas de prevenção<br />
24 Assessor do Confea acompanha novas leis<br />
que tramitam no Congresso<br />
26 Centro Experimental de Tratamento de<br />
Esgotos aprimora qualidade do serviço<br />
28 Responsabilidade social: ações devem<br />
começar dentro da empresa<br />
30 Prateleiras de Luz: conforto e economia<br />
de energia elétrica<br />
34 PrevenRio debate fortalecimento<br />
da Engenharia de Segurança<br />
36 Programa Progredir: cursos para enfrentar<br />
um mercado de trabalho competitivo<br />
em revista 5
6<br />
Coluna<br />
dos leitores<br />
Estive no evento<br />
“Café da Manhã<br />
com a Construção<br />
Civil”, no Sofitel Rio Palace, e assisti<br />
às apresentações dos presidentes<br />
do SINDUSCON e do CREA,<br />
sobre os cenários e as perspectivas<br />
do setor no estado do Rio. Gostei<br />
muito da demonstração de apoio<br />
ao nosso segmento demonstrada<br />
pelo Reynaldo.<br />
Engenheiro Jorge Zarur.<br />
Construtora Prêmio.<br />
(Por e-mail)<br />
O <strong>Crea</strong> está melhorando.<br />
Não concordo,<br />
no entanto, com<br />
o valor de R$ 41,00, 15% de um<br />
salário mínimo, para me dar um<br />
documento garantindo que paguei<br />
a minha anuidade, cujo comprovante<br />
perdi.<br />
Antônio Carlos Assis Brasil.<br />
Videocom Brasil.<br />
em revista<br />
Todas as contribuições de profissionais e leitores da <strong>Crea</strong> em <strong>Revista</strong><br />
são muito bem vindas. Como toda publicação, temos limitações<br />
de espaço, portanto, é recomendável que o colaborador<br />
mantenha contato prévio com os editores para conhecer os espaços<br />
disponíveis. Além disso, para uniformizar as contribuições<br />
encaminhadas elas são submetidas à Comissão Editorial do <strong>Crea</strong>,<br />
que dá a palavra final sobre a oportunidade da publicação.<br />
Parabéns pelo brilhante<br />
trabalho dos<br />
senhores, que vem<br />
trazendo ilustrações e informações<br />
a todos de nossa empresa. Trabalhamos,<br />
além de produtos de rede,<br />
com barreiras corta-fogo. Continuem<br />
assim.<br />
Norton Jovianos dos Santos.<br />
Gerente Regional Rio.<br />
DPR Telecomunicações<br />
(Por e-mail)<br />
Faltam pessoas<br />
para atender no<br />
horário de almoço.<br />
Estive no prédio nesse intervalo e<br />
só havia uma pessoa atendendo.<br />
O tempo de espera é absurdo,<br />
precisa ser revisto.<br />
Carlos Alberto Reis<br />
(carta na caixa de sugestões)<br />
Gostaria de deixar<br />
registrado o elogio<br />
ao atendimento, o<br />
interesse em colaborar, a eficiência<br />
e a presteza da funcionária<br />
Tânia Jardim, que me deu as informações<br />
necessárias e o apoio<br />
na emissão de minha carteira provisória<br />
de engennheiro de segurança<br />
do trabalho.<br />
Adriano Maciel Horta.<br />
O atendimento via<br />
telefone deste órgão<br />
é ineficiente. Deveria<br />
melhorar ou cancelar. Não existe<br />
meio atendimento. Espero que a<br />
crítica contribua.<br />
Márcia Carolina<br />
(por e-mail)
LEGISLAÇÃO<br />
Atribuições:<br />
mudanças mudanças geram geram polêmica<br />
polêmica<br />
DEBATE SOBRE AS ALTERAÇÕES<br />
NA RESOLUÇÃO 218 ENVOLVEM<br />
ADAPTAÇÃO À NOVA LDB<br />
Resolução 218 será reformulada. Elaborada<br />
em 1973, trata dos limites de atribuição de<br />
cada modalidade profissional, ou seja, ela<br />
Adelimita as funções que cada área tecnológica pode<br />
exercer. Desde então existe a discussão em torno da<br />
possível revisão dos termos nela contidos. A principal<br />
alegação é que a 218 não atenderia às mudanças<br />
constantes na área tecnológica, educacional e, principalmente,<br />
às necessidades de crescimento do profissional<br />
do Sistema Confea/<strong>Crea</strong>. Mas foi o advento da<br />
nova LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional)<br />
em 1996, que realmente deu início às discussões<br />
no âmbito do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura<br />
e Agronomia.<br />
Segundo Adilson de Lara, arquiteto e assistente<br />
da Comissão de Educação do Confea, o motivo para<br />
a mudança na Resolução é simplesmente o fato de<br />
que a lei que regulamenta o ensino no país foi mudada.<br />
“A 218 que está em vigor foi elaborada com<br />
base no currículo mínimo, mas a nova LDB o extinguiu”,<br />
disse Adilson.<br />
O presidente do Confea, engenheiro Wilson Lang,<br />
argumenta que, se o anteprojeto da Resolução for<br />
aprovado, o profissional conquistará novas competências<br />
através do ensino continuado em outras áreas,<br />
diferentes da qual ele se graduou, o que irá representar<br />
uma revolução nas carreiras, pois “quebrará o<br />
gesso” que impede a movimentação do segmento profissional<br />
em questão. “A Resolução 218 é fundamental<br />
para o exercício profissional. A sua flexibilização<br />
vai permitir a circulação horizontal e vertical dos profissionais”,<br />
definiu Lang.<br />
Contudo, nem todas as áreas da engenharia estão<br />
satisfeitas com o anteprojeto apresentado. É o caso da<br />
Engenharia de Segurança do Trabalho que vem apre-<br />
sentando descontentamento com relação a essas mudanças.<br />
O principal argumento da classe é que, segundo<br />
o novo projeto, praticamente todos os mecanismos<br />
voltados para a proteção do trabalhador passarão<br />
a fazer parte dos grupos e sub grupos da Engenharia<br />
de Produção.<br />
“Nesse projeto que está sendo apresentado pelo<br />
Confea, a engenharia de segurança apareceu de uma<br />
forma muito transversal em todas as modalidades como<br />
uma atividade ou como um sub grupo”, disse o engenheiro<br />
mecânico e de segurança do trabalho Jaques<br />
Sherique, vice-presidente do <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong> e presidente da<br />
SOBES-Rio. Para ele, nem o problema das áreas de<br />
sombreamento (existência de profissionais que atuam<br />
em setores para os quais não estão legalmente autorizados)<br />
será resolvido se o texto atual for aprovado. “Esse<br />
projeto é um retrocesso, ele vai segmentar a engenharia<br />
a fim de acabar com as dúvidas em relação às áreas<br />
multidisciplinares, mas na verdade o que cria são zonas<br />
de conflito muito mais específicas”, conclui o engenheiro,<br />
apimentando a discussão.<br />
A oportunidade de todos os profissionais do Rio<br />
de Janeiro participarem será na Teleconferência do<br />
Confea sobre reforma universitária, diretrizes curriculares<br />
e duração dos cursos de graduação, no próximo<br />
dia 23 de agosto, com transmissão gratuita na sede<br />
do <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong>, às 17 horas. (B.R.) <br />
em revista 7
8<br />
VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL<br />
Cidades<br />
para o futuro<br />
5º CEP: ENCONTROS REGIONAIS APONTAM EIXOS PARA AÇÃO PROFISSIONAL<br />
Com o objetivo de discutir<br />
e propor políticas, estratégias<br />
e programas de<br />
atuação, bem como afirmar a importância<br />
dos profissionais das<br />
áreas tecnológicas no desenvolvimento<br />
nacional e propiciar uma<br />
integração maior com a sociedade,<br />
o <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong> realiza dia 28 de<br />
agosto o 5º Congresso Estadual<br />
em revista<br />
de Profissionais (5º CEP), em sua<br />
sede, de 9h às 18h.<br />
Os Encontros Regionais, de 8 de<br />
julho a 27 de agosto, já vêm discutindo<br />
e aprovando teses e propostas<br />
sobre formação profissional e<br />
políticas públicas dentro do eixo<br />
temático Exercício Profissional e Cidades<br />
Sustentáveis. Os delegados<br />
eleitos nos Encontros Regionais participarão<br />
do 5º CEP, que também<br />
elegerá delegados estaduais com<br />
direito a voz e voto no 5º Congresso<br />
Nacional de Profissionais (5º<br />
CNP), a ser realizado na cidade de<br />
São Luis – MA, no período de 3 a 4<br />
de dezembro de 2004.<br />
Encontro de Friburgo<br />
O primeiro encontro regional do<br />
Estado do Rio de Janeiro aconteceu<br />
em Nova Friburgo, em 8 de julho,<br />
na sede do Clube de Diretores<br />
Lojistas daquele município, e reuniu<br />
profissionais de Nova Friburgo,<br />
Cantagalo, Itaocara e Teresópolis.<br />
Além das propostas e moções apresentadas,<br />
no final foram eleitos 8<br />
delegados que terão direito a voto<br />
A CONSTRUÇÃO<br />
DA SUSTENTABILIDADE<br />
FICOU PERDIDA<br />
NO SÉCULO XX<br />
no Congresso Estadual. O assessor<br />
do <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong> e relator do 5ºCEP,<br />
arquiteto Canagé Vilhena, destacou<br />
a importância desses encontros.<br />
- Eles têm um caráter especial<br />
porque, pela primeira vez, vamos ter<br />
uma oportunidade de fazer propostas<br />
dirigidas ao poder público e mostrar<br />
para a sociedade a importância<br />
do exercício profissional. Até porque
João Santucci, Reynaldo Barros, Jaques Sherique<br />
e Canagé Vilhena<br />
estamos diante de um novo século<br />
onde a questão da sustentabilidade<br />
das cidades é a mais importante para<br />
a vida humana. No século XX, o progresso<br />
criou a dívida ambiental e<br />
agora teremos que fazer uma reflexão<br />
séria a respeito da construção<br />
da sustentabilidade que ficou perdida<br />
no século passado.<br />
Para o engenheiro civil Paulo<br />
Roberto Gomes, inspetor do <strong>Crea</strong>-<br />
<strong>RJ</strong> em Nova Friburgo, este 5º Congresso<br />
vem ao encontro dos anseios<br />
dos profissionais da região que<br />
sentem falta de uma aproximação<br />
maior com o <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong>. “É importante<br />
que o Conselho venha a Nova<br />
Friburgo fazer este Congresso com<br />
um tema tão relevante, que estamos<br />
acompanhando ao longo dos<br />
anos”, frisou o inspetor.<br />
Cabo Frio mobilizada<br />
O segundo Encontro Regional<br />
aconteceu no dia 15 de julho, em<br />
Cabo Frio, no Clube Tamoyo, onde<br />
estiveram reunidos mais de quarenta<br />
profissionais dos municípios de<br />
Cabo Frio, Araruama, Iguaba, São<br />
Pedro D’Aldeia e Armação dos Bú-<br />
Encontro de Petrópolis<br />
zios. No encontro, foi discutida a<br />
tese apresentada e eleitos por consenso<br />
os 11 delegados que participarão<br />
do 5 o . Congresso Estadual<br />
de Profissionais, no final de agosto,<br />
no Rio de Janeiro.<br />
Na ocasião, o coordenador do<br />
5º CEP, engenheiro Jaques Sherique,<br />
disse que o profissional tem<br />
papel decisivo perante este tema.<br />
“Este é o foco principal, que o profissional<br />
pense a sua atividade com<br />
responsabilidade social, hoje o<br />
grande tema na nossa sociedade”,<br />
frisou. Ele afirmou, ainda, que ninguém<br />
pode pensar “em construir um<br />
prédio ou uma casa se isto ofender<br />
o direito de cidadania do vizinho, o<br />
meio ambiente ou a qualidade de<br />
vida das pessoas daquela região”.<br />
Já para o presidente da Associação<br />
de Arquitetos e Engenheiros da Região<br />
dos Lagos (ASAERLA), engenheiro<br />
Fernando Luiz Cardoso, o<br />
evento é uma oportunidade única<br />
para o profissional se conscientizar<br />
sobre a questão do desenvolvimento<br />
sustentável. “Na nossa região, a<br />
nossa Associação sempre lutou pela<br />
recuperação de áreas indevidamen-<br />
te ocupadas. Não temos ocupações<br />
em morros e isso já é uma grande<br />
vitória, embora ainda existam agressões<br />
ambientais em dunas e na região<br />
da orla”, destacou.<br />
Encontro em Petrópolis<br />
No dia 22 de julho foi a vez de<br />
Petrópolis sediar o terceiro Encontro<br />
Regional, que também recebeu<br />
participantes dos municípios de Três<br />
Rios e Magé no auditório da Universidade<br />
Católica da cidade imperial.<br />
Cerca de trinta profissionais da<br />
região discutiram o tema Exercício<br />
Profissional e Cidades Sustentáveis.<br />
Foram apresentadas cinco moções<br />
e uma proposta e eleitos seis delegados<br />
que irão representar a região<br />
no Congresso Estadual.<br />
Os outros encontros regionais<br />
aconteceram em Macaé, no dia 27<br />
de julho; em Volta Redonda, em 5<br />
de agosto; Angra dos Reis, dia 12<br />
de agosto; Duque de Caxias, em<br />
20 de agosto; e no Rio de Janeiro,<br />
em 27 de agosto.<br />
Na próxima edição, conheça as<br />
propostas aprovadas no 5º Congresso<br />
Estadual. (R.K.) <br />
em revista 9
10<br />
INOVAÇÃO<br />
O desafio<br />
do presente<br />
em revista<br />
ode a previsão de um engenheiro<br />
transformar uma indústria<br />
inteira? A resposta é<br />
Psim e está estampada bem no site<br />
da Intel, o maior fabricante de microchips<br />
do mundo. Não é por acaso:<br />
em 1965, Gordon Moore, que<br />
mais tarde fundou a Intel ao lado<br />
de Bob Noyce, previu que a capacidade<br />
de um chip de computador<br />
se duplicaria a cada dezoito meses.<br />
A teoria persiste até hoje e ficou conhecida,<br />
entre os engenheiros,<br />
como a Lei de Moore. Os especialistas<br />
indicam que, provavelmente,<br />
ela se manterá por, pelo menos,<br />
duas décadas, permitindo aceitar<br />
que uma operação que, hoje, requer<br />
24 horas para ser concluída,<br />
gastará míseros 20 segundos para<br />
obter o mesmo resultado. Curiosamente<br />
sua previsão ocorreu no mesmo<br />
ano que o economista e demógrafo<br />
inglês Thomas Malthus disse<br />
que o mundo implodiria (propôs,<br />
num ensaio, que o crescimento da<br />
população crescia em progressão<br />
geométrica e a produção de alimentos,<br />
em progressão aritmética, provocando<br />
desequilíbrio, fome e pobreza<br />
em todo o planeta. Seu estudo<br />
ficou conhecido como a Teoria<br />
Malthusiana, que previa, entre outras<br />
coisas, o caos completo por<br />
volta de 1965). Por analogia, foi feita<br />
uma comparação do crescimento<br />
da tecnologia com a curva de incremento<br />
da população mundial.<br />
Neste caso, a constante populacional,<br />
igualmente exponencial, é<br />
Por Pablo Christhian<br />
bem menor, jogando ao chão as<br />
previsões mais catastróficas, fundamentando,<br />
de quebra, os ambientalistas<br />
ligados à corrente tecnológica-industrial.<br />
Sociedade do<br />
conhecimento<br />
O uso da tecnologia como repositório<br />
de informação, substituindo<br />
meios estáticos, sugere uma ampliação<br />
da malha participativa, maior<br />
dinamismo, variedade, volume de<br />
informação e, muito provavelmente,<br />
definirá uma intrincada repaginação<br />
do mapa da empregabilidade,<br />
com a extinção de alguns empregos<br />
tradicionais e o surgimento<br />
de outros, especializados no uso<br />
dessas novas tecnologias. É a hora<br />
da Sociedade do Conhecimento,<br />
um sistema convergente de dados,<br />
indexado, rápido e totalmente disponível.<br />
É como se fundissem grandes<br />
bibliotecas, bancos de teses, trabalhos,<br />
propostas, catálogos, guias<br />
de referência, tudo num só espaço<br />
virtual, com acesso por demanda<br />
ilimitado, síncrono ou não.<br />
É graças a esse desafio, que já faz<br />
parte da realidade, que expressões<br />
como “o mundo só tem seis pessoas”<br />
passaram de proposições matemáticas<br />
a experiências facilmente<br />
demonstráveis. Para quem não conhece,<br />
a teoria dos “seis graus de<br />
separação” foi formulada pelo psicólogo<br />
americano Stanley Milgran,<br />
em 1967. Ele estudou redes sociais<br />
nos EUA e concluiu que uma mé
PRESIDENTE FALA EM DOBRAR, ATÉ 2006,<br />
OS INVESTIMENTOS NAS ÁREAS DE CIÊNCIA,<br />
TECNOLOGIA E INOVAÇÃO<br />
dia de muito poucos contatos separava<br />
quaisquer pessoas do planeta<br />
(seis em seu estudo original).<br />
Essa conectividade, somada às iniciativas<br />
rumo ao desenvolvimento<br />
tecnológico, configuram um futuro<br />
bastante interessante.<br />
Cenário de<br />
investimentos<br />
O Brasil é detentor, na América<br />
Latina, da mais bem arranjada teia<br />
de ciência, tecnologia e inovação,<br />
sendo, em decorrência disso, responsável<br />
por notórias realizações.<br />
Talvez os principais feitos, reconhecidos<br />
internacionalmente, sejam a<br />
exploração de petróleo em águas<br />
profundas e os feitos da Embrapa<br />
na área de pesquisa, com uma sucessão<br />
de recordes acumulados no<br />
agro-negócio. Mais recentemente,<br />
o país vem investindo em segmentos<br />
estratégicos, como a nano e a<br />
biotecnologia, com mercado potencial<br />
de algumas dezenas de bilhões<br />
de reais só nos próximos dez<br />
anos. Na esfera governamental, o<br />
assunto ganhou contornos acentuados<br />
e o presidente Luiz Inácio Lula<br />
da Silva fala em dobrar, até 2006,<br />
os investimentos nas áreas de Ciência,<br />
Tecnologia e Inovação. Mesmo<br />
assim, a conjuntura não é das<br />
mais animadoras: além dos recursos<br />
escassos, permanecemos com<br />
nossas exportações alicerçadas,<br />
basicamente, por produtos primários.<br />
O percentual das exportações<br />
de produtos de alta e média tec-<br />
nologia é de 32,9% (a taxa coreana<br />
é de 66,7%). No tocante a tecnologias<br />
antigas, o painel é razoável.<br />
Dados de 2002 do Índice de<br />
Avanço Tecnológico do Relatório<br />
de Desenvolvimento Humano da<br />
ONU apontam que temos 238 linhas<br />
telefônicas fixas e móveis para<br />
cada mil habitantes. Registramos<br />
cerca de duas patentes por milhão<br />
de pessoas (nos Estados Unidos,<br />
são 289 e no Japão, 994). O Ministro<br />
da Ciência e Tecnologia,<br />
Eduardo Campos, tornou público<br />
que “os pesquisadores brasileiros<br />
respondem por apenas 1,5% da<br />
publicação mundial de artigos em<br />
periódicos especializados”, com o<br />
agravante de que, dos 40 mil profissionais<br />
ocupados com P&D nas<br />
empresas, menos de 1000 têm<br />
doutorado. “Esperamos, com a Lei<br />
de Inovação, desenhar o ambiente<br />
propício a parcerias estratégicas<br />
entre as universidades, institutos<br />
tecnológicos e empresas, estimulando<br />
a participação de instituições<br />
de ciência e tecnologia no processo<br />
de inovação e fomentando a<br />
inovação nas corporações privadas”,<br />
conclui o ministro.<br />
BRASIL REGISTRA CERCA<br />
DE DUAS PATENTES<br />
POR MILHÃO DE<br />
PESSOAS. NOS ESTADOS<br />
UNIDOS, SÃO 289<br />
E NO JAPÃO, 994<br />
Ações de empresas<br />
O paradigma a ser quebrado<br />
está na distribuição dos quadros<br />
entre governo e iniciativa privada:<br />
nos EUA, 72% dos pesquisadores<br />
estão nas empresa e 18%, em órgãos<br />
de pesquisa. No Brasil, é justamente<br />
o contrário. Nesse desequilíbrio,<br />
a comunidade empresarial<br />
acena com algumas ações positivas,<br />
através de estudos com compostos<br />
pneumáticos da multinacional<br />
Michelin, com sua fábrica em<br />
Campo Grande, na Zona Oeste do<br />
Rio de Janeiro, ou de empresas<br />
como a Timken, de Nova Friburgo,<br />
fabricante de rolamentos e colunas<br />
de direção para automóveis e caminhões<br />
do Brasil e do exterior, que<br />
investem uma parcela considerável<br />
do seu orçamento em pesquisa e<br />
não mostram o mínimo de arrependimento:<br />
“incorporando inovações<br />
à nossa linha de produtos, extrapolamos<br />
expectativas e exigências legais<br />
de segurança e conforto. Graças<br />
a isso, estamos ampliando nossa<br />
participação junto às montadoras<br />
nacionais e conquistamos fatias<br />
importantes no mercado exterior”,<br />
assegura o Gerente de Engenharia<br />
da companhia, Engenheiro Mecânico<br />
Carlos Henrique Ferrari Martins.<br />
As perspectivas de apoio a esse<br />
crescimento existem: de 2004 a<br />
2007, os investimentos totais do<br />
governo federal em CT&I alcançarão<br />
R$ 37,6 bilhões, 54% a mais<br />
que o investido entre 2000 e 2003.<br />
Está previsto, também, incentivar o<br />
em revista 11
12<br />
INOVAÇÃO<br />
incremento na participação de<br />
agentes públicos e privados no setor,<br />
vinculando as iniciativas à política<br />
federal para indústria, tecnologia<br />
e comércio exterior, com foco<br />
Luz no fim do túnel<br />
Lei de Informática (benefícios até 2016)<br />
Programa de Apoio à Pesquisa em Pequenas Empresas (Pappe)<br />
Programa de Criação de Tecnologia (Criatec)<br />
Projeto Mobilizar para Inovar<br />
Fundo de Pesquisa de Ciência e Tecnologia (Funtec/BNDES), com<br />
recursos da ordem de U$ 60 milhões (ainda em discussão)<br />
Lei de Inovação (em discussão no Senado), com o somatório de<br />
10 anos de discussões entre as universidades, os institutos de<br />
pesquisa e o setor produtivo.<br />
1ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia<br />
1 as Olimpíadas de Matemática das Escolas Públicas<br />
Programa Ciências de Todos<br />
Prêmio Jovem Cientista<br />
Prêmio FINEP de Inovação Tecnológica. O julgamento dos trabalhos<br />
já entregues será no próximo dia 9 de setembro e a premiação,<br />
no dia 30 do mesmo mês, Dia Nacional da Inovação,<br />
sempre na sede da FI<strong>RJ</strong>AN. A cerimônia nacional ocorrerá em<br />
Brasília, em 10 de novembro.<br />
em revista<br />
em bens de capital, semicondutores,<br />
software e medicamentos, bem<br />
como os três “eixos do amanhã” -<br />
biotecnologia, nanotecnologia e<br />
biomassa. <br />
Longa<br />
vida<br />
à luz<br />
O Engenheiro carioca<br />
Paulo Acioly desenvolveu<br />
um dispositivo, que batizou<br />
de long-alux, capaz de aumentar<br />
quatro vezes a<br />
vida-útil das lâmpadas<br />
fluorescentes tubulares,<br />
através de pequenas alterações<br />
no reator de partida.<br />
Se imaginarmos o que<br />
um supermercado gasta<br />
com a compra e reposição,<br />
digamos, de 1.500<br />
lâmpadas tubulares, já dá<br />
para projetar a reviravolta<br />
que o aparelhinho pode<br />
causar, sem falar no aspecto<br />
ecológico, visto que<br />
o descarte de lâmpadas é<br />
responsável por cerca de<br />
40 milhões de carcaças<br />
anuais, exigindo rigoroso<br />
controle, devido aos vapores<br />
de mercúrio, altamente<br />
tóxicos, liberados com<br />
a quebra dos tubos. O invento<br />
pode, simplesmente,<br />
reduzir esse índice, no mínimo,<br />
à metade. O longalux<br />
tem ART de propriedade<br />
intelectual, o que<br />
garante a autoria do projeto<br />
de engenharia.
Brasil: Recursos do Governo Federal<br />
aplicados em Pesquisa e Desenvolvimento<br />
(P&D), 1996-2002<br />
Fonte: Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo<br />
Federal (Siafi). Extração especial realizada pelo Serviço<br />
Federal de Processamento de Dados (Serpro).<br />
Elaboração: Coordenação-Geral de Indicadores - Ministério<br />
da Ciência e Tecnologia.<br />
Notas: Valores monetários expressos em milhões de R$<br />
de 2002, atualizados pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade<br />
Interna (IGP-DI) (médias anuais) da Fundação<br />
Getúlio Vargas (FGV).<br />
Brasil: Número de pessoas com formação<br />
superior dedicadas a atividades inovativas<br />
nas empresas industriais, “Universo<br />
Anpei” (1) , 1993-1999<br />
Fonte: Dados Brutos: Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento<br />
e Engenharia das Empresas Inovadoras (Anpei).<br />
Elaboração: Coordenação-Geral de Indicadores - Ministério<br />
da Ciência e Tecnologia.<br />
Nota: (1) sobre o “universo Anpei” e o método de expansão<br />
dos dados primários, ver nota específica.<br />
Brasil: Dados brutos da base<br />
de dados da Anpei: despesa média<br />
por empresa com Pesquisa,<br />
Desenvolvimento e Engenharia<br />
Não-Rotineira<br />
(P&D&E), 1993-1999<br />
Fontes: Para o período 1993-1998:Anpei. Base de Dados<br />
sobre Indicadores Empresariais de Inovação Tecnológica.<br />
S.Paulo: Anpei, 1999. Para 1999: Anpei: Indicadores Empresariais<br />
de Inovação Tecnológica. São Paulo: Anpei, 2000.<br />
Brasil: Concessão de patentes<br />
pelo Instituto Nacional de Propriedade<br />
Industrial (INPI), segundo origem<br />
do depositante, 1995-2002<br />
Fonte: Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).<br />
Elaboração: Coordenação-Geral de Indicadores - Ministério<br />
da Ciência e Tecnologia.<br />
em revista 13
14<br />
CAPA<br />
Aventura<br />
e tecnologia<br />
em revista<br />
O QUE HÁ<br />
POR TRÁS<br />
DAS EMPREITADAS<br />
DO NAVEGADOR<br />
SOLITÁRIO<br />
Imagine atravessar o Oceano<br />
Atlântico, sozinho, num barco a<br />
remo. Imagine, então, passar todo<br />
o inverno isolado no meio da imensidão<br />
antártica, circunavegar o Pólo<br />
Sul e fotografar, pessoalmente, diversas<br />
imagens da aurora austral.<br />
Pense, também, em construir um<br />
barco moderno, muito moderno,<br />
pela módica quantia de U$ 5 milhões,<br />
sem igual no seu país, talvez<br />
no mundo. Pense, agora, em desenvolver<br />
plataformas de concreto flutuantes<br />
para ancoradouros e participar<br />
do mais avançado projeto brasileiro<br />
com óleo diesel. Muita aventura?<br />
Loucura? Pode até ser, mas,<br />
acredite, é tudo verdade e essas experiências<br />
respondem pelo nome de<br />
Amyr Klink, paulista, 48 anos, casado,<br />
pai de duas filhinhas, morador<br />
de Paraty, no Sul Fluminense.<br />
CREA EM REVISTA chegou a esse<br />
administrador de empresas através<br />
do Engenheiro Civil Fred Lowndes.<br />
Com especialização nos EUA e tendo<br />
trabalhado em empresas como<br />
a General Motors e o Grupo Votorantin,<br />
ao aposentar-se, Fred decidiu<br />
abandonar a agitação urbana e<br />
refugiar-se em Paraty, onde divide<br />
seu tempo entre a administração de<br />
sua confortável pousada, construída<br />
por ele mesmo, seu escritório de<br />
engenharia e os passeios no seu veleiro<br />
Cicerone, igualmente protagonista<br />
de várias viagens internacionais.<br />
Fundador da Associação de Engenheiros<br />
de Paraty, foi quem proporcionou<br />
o contato com o “capitão<br />
Klink” e desfez a idéia de aventura:<br />
“Não tem amadorismo nas expedições<br />
de Amyr, tudo é meticulosamente<br />
planejado. Há uma equipe de técnicos<br />
trabalhando, pesquisando e<br />
dando suporte. Na terra ou no mar,<br />
o importante é ser rápido e sério e<br />
ele sabe disso. Seus méritos são resultado<br />
disso”.<br />
Tecnologia avançada<br />
Autor de três best-sellers, um livro<br />
de fotos e um documentário,<br />
Amyr Klink é um dos nomes mais requisitados,<br />
hoje, para palestras em
todo o país. Seu lado empresarial,<br />
sua visão vanguardista e a obstinação<br />
por novos desafios sugerem uma<br />
série de provocações para corporações<br />
dos mais diversos segmentos.<br />
De suas propostas, abriu-se um novo<br />
horizonte para a engenharia naval<br />
brasileira: a embarcação não deve<br />
nada a nenhuma estrangeira e a tecnologia<br />
empregada é um genuíno<br />
orgulho nacional. Muitas das inovações,<br />
desde os fundamentos de meteorologia<br />
e geografia à construção<br />
naval, passando pelas telecomunicações,<br />
a fotografia e a parafernália<br />
eletrônica, estão presentes nos<br />
28,8 metros de comprimento do<br />
Paratii II, um colosso naval assinado<br />
pelo engenheiro brasileiro Thierry<br />
Stump. O casco chega a ter, em alguns<br />
pontos, 2 cm de espessura,<br />
devido à necessidade de navegar em<br />
áreas com gelo. Os mastros de 32<br />
m são eletrônicos e podem ser controlados<br />
com um simples apertar de<br />
botões. Para águas rasas, existe um<br />
dispositivo que recolhe o leme e a<br />
quilha. A casa de máquinas conta<br />
com motores MERCEDES BENZ especiais<br />
e um mecanismo de refrigeração<br />
de baixíssimo consumo de<br />
energia, desenvolvido pela EMBRA-<br />
CO. Há equipamentos para aproveitamento<br />
de energia eólica e solar<br />
e o banheiro possui um sistema especial<br />
de descarga, com tratamento<br />
de dejetos. Nenhum peso na embarcação<br />
é “morto”, não há chumbo<br />
para o seu equilíbrio e nenhum tipo<br />
de cabo. Os dois mastros de fibra<br />
Paratii II: cascos com 2 cm de espessura para enfrentar geleiras<br />
e mastros eletrônicos de 32 m controlados por botões<br />
de carbono e a hidrodinâmica do<br />
casco são os responsáveis pela estabilidade.<br />
Apesar das dimensões, o<br />
veleiro tem a mesma mobilidade de<br />
um barco pequeno.<br />
TECNOLOGIA<br />
DO BARCO DE KLINK<br />
NÃO DEVE NADA<br />
A NENHUMA<br />
ESTRANGEIRA<br />
Todo em alumínio aeronáutico e<br />
naval, tem soldagem especial, levando<br />
magnésio na composição, protegendo<br />
o barco da corrosão e dispensando<br />
pintura, o que evita a poluição<br />
do mar. O Paratii II é capaz<br />
de viajar até dois meses sem uso das<br />
velas, graças aos mais de 30 mil litros<br />
de diesel anti-congelante da<br />
PETROBRÁS. O óleo especial tem<br />
alta qualidade de ignição, escoamento<br />
a temperaturas inferiores a<br />
10ºC, pode ficar estocado por mais<br />
de 3 anos sem oxidar e nível de emissões<br />
quatro vezes menor do que o<br />
padrão utilizado nas capitais brasileiras.<br />
As severas condições de uso<br />
representam o teste ideal e uma antecipação<br />
do óleo diesel que será<br />
utilizado, a partir de 2006, nas regiões<br />
metropolitanas brasileiras, quando<br />
passa a vigorar a nova legislação<br />
ambiental, que exige a produção<br />
de combustíveis com menor impacto<br />
ao meio ambiente – “Eles são<br />
pessoas espetacularmente sérias”,<br />
revela Klink.<br />
A preocupação com a eficiência,<br />
a conservação de energia, a limpeza<br />
e a proteção ao meio ambiente é uma<br />
constante: “as condições praticamente<br />
obrigam. Meus pais não são brasileiros<br />
e, de onde vieram, não há essa<br />
abundância de recursos que temos<br />
aqui. Assimilei essa cultura. No Brasil,<br />
o desperdício é tão grande que<br />
chega a ser um afronta. Nas minhas<br />
viagens, vi coisas belíssimas como a<br />
aurora austral e os cristais de gelo<br />
em revista 15
16<br />
CAPA<br />
em suspensão. São semelhantes aos<br />
que se formam em freezers, só que<br />
com cerca de 9 cm, presos em superfícies<br />
de metal. Mas, também vi<br />
bastante lixo flutuante. Nas ilhas subantárticas,<br />
a presença humana praticamente<br />
acabou com as aves, por<br />
causa dos ratos que levaram com<br />
seus barcos. É visível o retrocesso das<br />
geleiras. Da última vez, avistamos<br />
campos de gelo a mais de 2 mil km<br />
da Antártica, icebergs com 100 km<br />
de extensão navegando em alto mar.<br />
O planeta está sendo atingido”.<br />
Da literatura ao mar<br />
Curiosamente, sua trajetória foi<br />
meio ao acaso: “Eu nunca tive oportunidade<br />
de freqüentar um clube de<br />
velas. Os esportes náuticos, no<br />
mundo, têm uma popularidade e<br />
uma atenção muito maiores do que<br />
aqui, porque, lá, se olha não o aspecto<br />
esportivo, mas, principalmente,<br />
o aspecto educativo da vela. É<br />
formadora do caráter dos jovens,<br />
mais do que uma oportunidade de<br />
esporte. E eu acabei descobrindo o<br />
mundo das navegações através da<br />
literatura. Na verdade, foi através<br />
de um curso de francês, quando eu<br />
já tinha uns 20 ou 25 anos de idade.<br />
Comecei a ler muito em francês<br />
para dominar a língua. Não gostava<br />
muito de ler sobre literatura e<br />
aí descobri alguns relatos de viagem<br />
e fui percebendo que o assunto<br />
era interessante. Aos poucos,<br />
percebi que muitos tinham passado<br />
com seus barcos em Paraty e<br />
em revista<br />
notei que muitos dos autores eram<br />
pessoas que conheciam muito melhor<br />
do que eu a Baía de Paraty.<br />
Eram barcos que eu já tinha visitado,<br />
que eu acabei encontrando em<br />
alguma situação e aquilo foi criando<br />
uma paixão. Era o final da década<br />
de 60 e, enquanto os americanos<br />
estavam no movimento hippie,<br />
a França estava num processo<br />
interessante e o mesmo movimento<br />
se transformou numa corrida para<br />
os barcos. E, de repente, todo mundo<br />
descobriu que, com quase nenhum<br />
dinheiro, se construía um barco<br />
no quintal de casa e saía pelo<br />
mundo”. Dessas viagens que, mais<br />
tarde viraram livros, soube de um<br />
francês que tinha atravessado o<br />
Atlântico Norte e se impressionou<br />
pelo planejamento, pelas características<br />
do barco e a logística. Criticando<br />
a idéia, tomou conhecimento<br />
de uma corrente que permitia<br />
uma travessia equivalente no Atlântico<br />
Sul. Foi assim que surgiu a idéia<br />
de percorrer, remando, a Travessia<br />
Raymond, valendo-se de zero de<br />
experiência (nunca tinha feito uma<br />
travessia oceânica) e muito estudo.<br />
Foi mais ou menos nessa época<br />
que começou a estabelecer contatos<br />
com profissionais da área tecnológica,<br />
engenheiros, projetistas<br />
navais, deixando escapar algumas<br />
críticas. “Os engenheiros têm uma<br />
informação muito fechada, principalmente<br />
na engenharia naval. Eu<br />
falo isso de brincadeira, provavelmente,<br />
muitos engenheiros vão me<br />
atirar pedras na cabeça, mas o problema<br />
é que, em geral, ele se fia<br />
exclusivamente ao conjunto de normas<br />
e regras que aprendeu e tenta<br />
impor isso ao longo da sua vida,<br />
em todos os momentos. Não consegue<br />
admitir, por exemplo, um conceito<br />
novo. Posso garantir que<br />
99,9% dos engenheiros navais estudando<br />
hoje no Brasil, nunca construíram<br />
um barco com as próprias<br />
mãos, não sabem laminar uma<br />
peça, nunca montaram um molde<br />
pra fazer laminação ou fez o processo<br />
completo sozinho. Quando<br />
tem chance, o faz junto com dez<br />
amigos, na oficina, no estaleiro.<br />
Manda fazer, mas não sabe como<br />
fazer”, completando, em seguida:<br />
“quando a gente montou um estaleiro,<br />
começou a desenvolver certas<br />
tecnologias novas com algumas<br />
empresas para poder aplicar e poder<br />
formar pessoas. Encomendavase<br />
a um escritório de engenharia<br />
uma porta estanque a tantos quilos<br />
de pressão por centímetro quadrado,<br />
todos desenhavam a porta, os<br />
fechos, as dobradiças, só que a<br />
porta pesava 122 quilos e, para funcionar,<br />
não poderia ultrapassar vinte.<br />
Então, é um lado interessante,<br />
aparece esse trabalho de experimentação,<br />
principalmente no uso de<br />
compostos, materiais, fibra de carbono,<br />
todos os múltiplos de epóxi,<br />
as resinas, a gente acaba conhecendo<br />
pessoas que têm uma habilidade<br />
espantosa ou os que têm formação<br />
acadêmica e, por alguma
azão, desenvolveram habilidade<br />
manual. O Thierry Stump (engenheiro<br />
naval), por exemplo, é um profissional<br />
que aprendeu todas as etapas<br />
necessárias para você transformar<br />
um projeto em barco de verdade,<br />
porque projetar é uma coisa<br />
importante, mas é apenas uma das<br />
etapas. Desenvolver a estrutura fiscal,<br />
legal e trabalhista é outra etapa<br />
que, aparentemente, não tem<br />
nenhuma importância, mas que, se<br />
você não passar por isso, não vai<br />
chegar no final. Ele sabe trabalhar<br />
com fornecedores diferentes para<br />
problemas diferentes, conhece todas<br />
as etapas necessárias para você<br />
chegar e transformar uma idéia<br />
numa obra pronta. Assina a maior<br />
parte dos projetos que a gente faz<br />
aqui, mas sua presença vai muito<br />
além disso, representa a solução de<br />
engenharia para problemas”.<br />
Para o navegador solitário, o<br />
Brasil detém tecnologia suficiente<br />
para desenvolver máquinas ousadas,<br />
com um custo operacional<br />
mínimo. Perguntando sobre<br />
qual será a próxima empreitada,<br />
Amyr Klink surpreende, mais uma<br />
vez: já está empenhado em restaurar<br />
e dar aproveitamento turístico<br />
à mansão em que viveu a<br />
família de Thomas Mann, em Paraty.<br />
A histórica construção é belíssima,<br />
tem mais de 100 anos,<br />
fica sobre um platô debruçado no<br />
mar e é prato cheio para arquitetos,<br />
turistas e curiosos. Palmas<br />
para o capitão. (A.A.) <br />
PONTÕES FLUTUANTES<br />
Entre roupas impermeáveis e botas antiderrapantes, a empresa<br />
de Amyr Klink apresenta uma inovação capaz de evitar problemas<br />
habituais com atracação. Um módulo flutuante com altura constante<br />
em relação ao nível da água, facilitando o embarque e desembarque<br />
de pessoas e materiais, com tecnologia especial e barata.<br />
As normas existentes no exterior, os critérios e as recomendações<br />
foram adequados à realidade brasileira e, com preços tropicalizados,<br />
pioneiro, 100% nacional, todo em material reciclável e com<br />
ancoragem simplificada, o sistema é ecologicamente correto, servindo,<br />
ainda, como abrigo para a fauna local. As principais vantagens<br />
envolvem o espaço (boa superfície para circulação) e a estabilidade<br />
(leves, têm pouca oscilação).<br />
Os píeres flutuantes, além de manterem a dinâmica e a renovação<br />
hidrica do local, também podem ser utilizados como atenuadores<br />
ou quebra ondas flutuantes. Do ponto de vista social, este<br />
negócio gera cerca de 7,5 empregos por embarcação, sem contar<br />
a otimização e a multiplicação do número de vagas. Economicamente,<br />
se tomarmos como exemplo a Hidrovia Paraná-Tietê (2.400<br />
km), quando for realizada a eclusagem de Foz do Iguaçu, este<br />
“canal navegável” chegará a cerca de 6.000 km de SP a Mar Del<br />
Plata, projetando oportunidades excepcionais.<br />
Plataformas<br />
flutuantes<br />
com tecnologia<br />
especial e barata<br />
desenvolvida<br />
por Amyr Klink<br />
em revista 17
18<br />
ENERGIA<br />
Fontes<br />
alternativas<br />
PROGRAMA DO GOVERNO PREVÊ INVESTIMENTOS DE R$ 8,6 BILHÕES EM ENERGIA<br />
EÓLICA, DE BIOMASSA E HIDRÁULICA<br />
instabilidade no fornecimento<br />
de energia elétri-<br />
Acentemente<br />
ca experimentada reno<br />
Brasil e a crescente<br />
preocupação com as questões<br />
ambientais levantaram a discussão<br />
acerca da importância de promover<br />
investimentos em fontes alternativas<br />
de produção energética.<br />
Sob esta perspectiva, até o final<br />
do ano de 2006, o Brasil passará<br />
a contar com um potencial<br />
de 3.300 MW, gerados por fontes<br />
eólica, biomassa e pequenas centrais<br />
hidrelétricas (PCHs).<br />
Essa é a proposta do Proinfa–<br />
Programa de Incentivo às Fontes<br />
Alternativas de Energia Elétrica –<br />
criado em 26 de abril de 2002,<br />
pela Lei nº 10.438 e revisado pela<br />
Lei nº 10.762, de 11 de novembro<br />
de 2003, que estabelece a produção<br />
de 1.100 MW por cada fonte<br />
e é coordenado pelo Ministério<br />
de Minas e Energia. Para a realização<br />
do Programa 70% dos investimentos<br />
serão garantidos pelo<br />
BNDES e o mesmo percentual da<br />
produção de energia terá garantia<br />
de compra pela Eletrobrás. Com<br />
as mudanças determinadas pela Lei<br />
nº 10.762, o Proinfa passou a assegurar<br />
um maior número de estados<br />
na participação do Programa,<br />
o incentivo à indústria nacional –<br />
60% do custo total da construção<br />
em revista<br />
Esvaziamento de reservatórios ocorre<br />
por falta de planejamento<br />
dos projetos devem ser brasileiros<br />
– e a exclusão dos consumidores<br />
de baixa renda no pagamento da<br />
compra da nova energia.<br />
Mais de 100<br />
empreendimentos<br />
O presidente da Eletrobrás, Silas<br />
Rondeau, diz que o Programa<br />
de Incentivo às Fontes Alternativas<br />
de Energia Elétrica vai resultar em<br />
investimentos de R$ 8,6 bilhões,<br />
já que o percentual mínimo de nacionalização<br />
dos empreendimentos<br />
será de 40%. “Segundo as projeções,<br />
a compra de energia ao<br />
longo de 20 anos totalizará aproximadamente<br />
US$ 12 bilhões, cerca<br />
de US$ 600 milhões por ano”,<br />
afirma Rondeau. De acordo com<br />
ele, foram selecionados 115 empreendimentos,<br />
de um total de<br />
261 apresentados. Os preços<br />
para as energia eólica, de biomassa<br />
e hidráulica (PCHs) seriam, respectivamente,<br />
de US$ 60, US$ 50<br />
e US$ 40.<br />
Entretanto, o engenheiro Roberto<br />
Araújo, consultor do Ilumina –<br />
Instituto de Desenvolvimento Estratégico<br />
do Setor Energético, questiona<br />
a viabilidade econômica do Programa.<br />
Segundo ele, a tarifa de<br />
energia no Brasil é uma das mais<br />
caras do mundo, equivalendo às<br />
pagas no Japão e EUA. “O repasse<br />
das contas com os gastos feitos pelo<br />
Proinfa, através da compra garantida<br />
pela Eletrobrás, certamente vai<br />
trazer aumentos significativos para<br />
os consumidores”, afirma.<br />
Para Araújo, não há demanda<br />
de consumo que justifique o<br />
tamanho dos investimentos. O<br />
que precisa ser feito é um acompanhamento<br />
e controle da produção<br />
e utilização da energia hidráulica.<br />
Ele afirma que antes do<br />
“apagão” de 2001, vários especialistas<br />
do setor elétrico já tinham<br />
alertado para o esvaziamento<br />
dos reservatórios das hidrelétricas<br />
e que o problema só<br />
chegou a tais níveis por falta de<br />
planejamento. “O que precisa
haver no Brasil é uma política<br />
séria de conservação de energia.<br />
O Brasil está entre os países com<br />
maior índice de transformação da<br />
água das chuvas em rios. Seria<br />
um absurdo não aproveitarmos<br />
esse potencial”, esclarece.<br />
ESPECIALISTA<br />
QUESTIONA VIABILIDADE<br />
ECONÔMICA DO<br />
PROINFA E DEFENDE<br />
POLÍTICA SÉRIA<br />
DE CONSERVAÇÃO<br />
Embora o Ministério das Minas<br />
e Energia justifique a criação do<br />
Proinfa alegando a privilegiada situação<br />
do território brasileiro em<br />
termos de utilização de fontes renováveis<br />
de energia, o consultor do<br />
Ilumina é categórico: “para o mercado<br />
cativo, aquele que é obrigado<br />
a comprar a energia de um só<br />
produtor – no caso nós, a população,<br />
só vale a pena estimular a utilização<br />
desse potencial onde a demanda<br />
supere os gastos com os investimentos.<br />
Do contrário, os sistemas<br />
isolados de energia (como<br />
os propostos pelo Programa) só deveriam<br />
ser implantados onde o sistema<br />
interligado ainda não tenha<br />
chegado”. (V.M.) <br />
Luz Luz P PPara<br />
P ara T TTodos<br />
T odos<br />
Acreditando ou não que a energia produzida por fontes alternativas<br />
seja o futuro para o consumo no Brasil, o governo federal sabe<br />
que os investimentos na extensão do sistema interligado de energia<br />
são fundamentais para o desenvolvimento do país, tendo em vista<br />
que, atualmente, dezenas de municípios brasileiros ainda encontram-se<br />
excluídos do abastecimento de energia.<br />
O Programa Luz paraTodos, também coordenado pelo Ministério<br />
de Minas e Energia, tem como objetivo levar energia elétrica<br />
para mais de 12 milhões de pessoas até 2008, prevendo um orçamento<br />
de R$ 7 bilhões, realizado em parceria com as distribuidoras<br />
de energia e os governos estaduais. O governo federal destinará<br />
5,3 bilhões ao programa e o restante será partilhado entre governos<br />
estaduais e agentes do setor.<br />
Pela atual legislação do setor elétrico, as concessionárias de<br />
energia teriam prazo até dezembro de 2015 para eletrificar todos<br />
os domicílios sem acesso à energia no Brasil. Entretanto, o<br />
governo acredita que, utilizando a distribuição de energia, promoverá,<br />
além da facilidade ao acesso a serviços de saúde, educação<br />
e abastecimento de água e saneamento, o desenvolvimento<br />
social e econômico das comunidades, a redução da pobreza<br />
e aumento da renda familiar, o que justificaria a antecipação<br />
das metas em 7 anos.<br />
Sistema de energia solar Sistema de energia eólica<br />
em revista 19
20<br />
ARTIGO TÉCNICO<br />
Deslizamentos<br />
de encostas<br />
Por Fábio Teodoro de Souza<br />
ESTUDO MOSTRA COMO TÉCNICAS DE MINERAÇÃO DE DADOS<br />
PODEM AJUDAR NA PREVENÇÃO DE ACIDENTES NO RIO DE JANEIRO<br />
em revista<br />
urante o processo de<br />
crescimento das grandes<br />
cidades, muitas<br />
Dáreas próximas às encostas são<br />
ocupadas pela população, devido<br />
à urbanização. A ocupação<br />
desordenada dos morros altera<br />
as características físicas do ambiente<br />
natural, provocando a diminuição<br />
das áreas de vegetação,<br />
o acúmulo de lixo em locais<br />
impróprios, etc.<br />
A alteração do ambiente natural<br />
promove novas configurações<br />
dos terrenos íngremes, que<br />
se tornam suscetíveis a ocorrências<br />
de acidentes geotécnicos<br />
(deslizamentos ou escorregamentos)<br />
durante as chuvas intensas.<br />
Estudos têm mostrado,<br />
MENEZES et al. [1], que a cidade<br />
do Rio de Janeiro possui características<br />
físicas (posição geográfica<br />
e topografia) e padrões<br />
atmosféricos favoráveis ao desenvolvimento<br />
de fenômenos<br />
meteorológicos causadores de<br />
chuvas intensas.<br />
O conhecimento dos padrões<br />
existentes entre os diversos fenômenos<br />
relacionados aos escorregamentos,<br />
permite o estabelecimento<br />
de critérios determinan-
tes para a emissão dos alertas e<br />
a conseqüente mobilização das<br />
instituições responsáveis para o<br />
auxílio à população habitante<br />
das regiões das encostas.<br />
Em meados dos anos 60,<br />
chuvas intensas castigaram<br />
toda a cidade do Rio de Janeiro,<br />
causando diversos escorregamentos<br />
danosos à população.<br />
A Figura 1 ilustra um escorregamento<br />
ocorrido no mês<br />
de Fevereiro de 1967, próximo<br />
à Rua das Laranjeiras.<br />
A ALTERAÇÃO<br />
DO AMBIENTE NATURAL<br />
PROMOVE MUDANÇAS<br />
NOS TERRENOS<br />
ÍNGREMES, QUE FICAM<br />
SUSCETÍVEIS A<br />
ACIDENTES<br />
GEOTÉCNICOS<br />
DURANTE CHUVAS<br />
INTENSAS<br />
Nessa época então foi criada<br />
a Fundação Geo-Rio, com o<br />
principal objetivo de elaborar e<br />
organizar o plano de proteção<br />
das encostas. Mais recentemente,<br />
em 1996, a Geo-Rio criou o<br />
Figura 1 – Escorregamento ocorrido<br />
em Fevereiro de 1967<br />
Sistema ALERTA-RIO [2], com o<br />
objetivo de emitir boletins de<br />
alerta à população sempre que<br />
houver previsão de chuvas intensas<br />
e que possam gerar escorregamentos<br />
nas encostas.<br />
O sistema de alerta utiliza, em<br />
tempo real, imagens de radar<br />
meteorológico, dados de estações<br />
pluviométricas instaladas no<br />
município e de estações meteorológicas,<br />
imagens de satélite etc.<br />
Os dados são analisados por geotécnicos<br />
e meteorologistas.<br />
A implementação dos novos<br />
modelos desenvolvidos com as<br />
técnicas em Data Mining deveria<br />
manipular os dados relacionados<br />
aos acidentes geotécnicos<br />
de forma automática, gerando<br />
relatórios de análise em tempo<br />
real e contribuindo com informações<br />
úteis para o processo<br />
de tomada de decisão.<br />
Os relatórios anuais da<br />
GEO-RIO [3] descrevem os re-<br />
gistros de escorregamentos. Em<br />
cada registro são anotados o<br />
bairro em que ocorreu o acidente,<br />
a data, a hora, a tipologia<br />
do acidente, o volume escorregado<br />
e as conseqüências causadas<br />
pelos escorregamentos.<br />
O presente estudo analisou o<br />
histórico de escorregamentos<br />
ocorridos entre 1998 e 2001, totalizando<br />
1266 registros. O banco<br />
de dados ainda foi enriquecido<br />
com a condição de “Não<br />
Ocorrência”, para que os modelos<br />
também identificassem os padrões<br />
de chuva que não provocam<br />
acidentes. Cada registro foi<br />
associado a diversos índices de<br />
chuva acumulada (ICA) e às características<br />
do solo onde foram<br />
deflagrados os acidentes. Foram<br />
calculados ICA´s, referentes à 15,<br />
30, 45, 90 minutos; 1, 2, 3, 4, 6,<br />
8, 12 horas e 1, 2, 3, 4, 5 e 6<br />
dias, SOUZA e EBECKEN [4], [5]<br />
e [6]. Os dados de chuva, medidos<br />
a cada 15 minutos, foram obtidos<br />
da rede automática de 30<br />
pluviômetros instalados no município<br />
do Rio de Janeiro. As características<br />
do solo foram extraídas<br />
do banco de dados da SMAC<br />
[7], que monitora diversos parâ-<br />
em revista 21
22<br />
ARTIGO TÉCNICO<br />
Figura 2 – Imagem do Satélite LANDSAT do município do Rio de Janeiro<br />
metros para cada um dos 159<br />
bairros existentes no município.<br />
A figura 2 ilustra uma imagem de<br />
satélite utilizada pela SMAC no levantamento<br />
das características do<br />
solo. A Figura 3 ilustra a divisão<br />
do município considerando a rede<br />
pluviométrica (esquerda) e a divisão<br />
atualmente adotada pela<br />
Geo-Rio (direita).<br />
Metodologia e Resultados<br />
Foram construídos modelos<br />
SOUZA and EBECKEN [8] utilizando<br />
as técnicas em Data Mining<br />
considerando três abordagens: (1)<br />
predição de escorregamentos com<br />
redes neurais artificiais (RNA) e com<br />
regras de classificação, (2) predição<br />
de escorregamentos com regras<br />
de associação e (3) predição<br />
do volume de chuva nos próximos<br />
minutos, horas ou dias.<br />
Todos os modelos construídos<br />
obtiveram boa performance de pre-<br />
em revista<br />
Figura 3 – Áreas para previsão de escorregamentos<br />
dição. A Figura 4 ilustra o resultado<br />
da predição do volume da chuva nas<br />
próximas 6 horas usando RNA.<br />
Este modelo de predição do volume<br />
das chuvas nas próximas 6<br />
horas, pode ser acoplado à regra<br />
de associação descoberta pelas técnicas<br />
de Data Mining, LIU et al [9].<br />
Em 117 vezes que o ICA ultrapassou<br />
43.7 mm, ocorreram acidente<br />
em 90.6 % das vezes.<br />
Trabalhos Futuros<br />
A metodologia de análise de-<br />
senvolvida apresenta bons resultados,<br />
mas certamente atingirá<br />
melhor performance com a inserção<br />
de novos dados.<br />
Pretende-se ainda melhorar a<br />
acurácia dos modelos utilizando<br />
técnicas de ponderação, DUDA et<br />
al [10], Boosting, TING and ZHENG<br />
[11] e Bagging, HAN and KAMBER<br />
[12], e construiindo um sistema<br />
computacional que disponibilizaria<br />
um mapa com níveis de risco, em<br />
tempo real, em função dos níveis<br />
de chuva medidos.
Figura 4 – Predição do volume<br />
de chuva nas próximas 6 horas<br />
Regra 10: SE ICA (6 horas) > 43.7 mm,<br />
ENTÃO Acidente<br />
(9.2% 90.6% 117 106)<br />
Entre 1998 e 2001, foram<br />
registrados 1.266 escorregamentos<br />
no Rio de Janeiro<br />
Agradecimentos:<br />
À FAPE<strong>RJ</strong> pelo financiamento<br />
e às instituições que forneceram<br />
os dados: GEORIO; SMAC;<br />
DHN; SERLA; INMET; UE<strong>RJ</strong>;<br />
UF<strong>RJ</strong>; Wyoming University;<br />
DECEA; CPRM.<br />
Referências:<br />
[1] MENEZES, W. F., et al., 2000, “Estudo do Ambiente Favorável à<br />
Propagação de Sistemas Convectivos de Mesoescala sobre o Município<br />
do Rio de Janeiro”, In XI Congresso Brasileiro de Meteorologia,<br />
Rio de Janeiro.<br />
[2] ALERTA-RIO, 1996, “Condições das Chuvas e Probabilidade de<br />
Escorregamentos no Município do Rio de Janeiro”,<br />
http://www2.rio.rj.gov.br/georio/site/alerta/alerta.htm.<br />
[3] GEORIO, 1998 a 2001, Relatórios de Escorregamentos, In: Prefeitura<br />
da Cidade do Rio de Janeiro.<br />
[4] SOUZA, F. T., EBECKEN, N. F. F., 2003, “A Data Mining Approach for<br />
Landslide Analysis Caused by Rainfall in Rio de Janeiro”, International<br />
Conference on Slope Engineering, pp.611-616, 8-10 December,<br />
Hong Kong.<br />
[5] SOUZA, F. T., EBECKEN, N. F. F., 2004, “Preparação de Dados de<br />
Chuvas Intensas utilizando técnicas de Mineração de Dados”, <strong>Revista</strong><br />
Brasileira de Recursos Hídricos, pp. 181-187, vol. 9, número<br />
2, Julho, Porto Alegre.<br />
[6] SOUZA, F. T., EBECKEN, N. F. F., 2004, “Landslides Data Preparation<br />
for Data Mining”, IX International Symposium on Landslides, pp.<br />
429-434, June 28 to July 2, Rio de Janeiro.<br />
[7] SMAC, 1999, Mapeamento e Caracterização do uso das Terras e<br />
Cobertura Vegetal no Município do Rio de Janeiro entre os anos de<br />
1984 e 1999, In: Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Prefeitura<br />
do Rio de Janeiro.<br />
[8] SOUZA, F. T., EBECKEN, N. F. F., 2004, “A Data Mining Approach<br />
to Landslides Prediction”, Paper accepted at the Data Mining<br />
2004, Fifth International Conference on Data Mining September,<br />
Malaga, Spain.<br />
[9] LIU, B., HSU, W., CHEN, S., MA, Y., 2000, “Analyzing the Subjective<br />
Interestingness of Association Rules”, IEEE, University of Singapore.<br />
[10] DUDA, R. O., HART, P. E., STORK, D. G., 2001, Pattern Classification,<br />
Wiley Interscience.<br />
[11] TING, K. M., ZHENG, Z., 1998, “Boosting Trees for Cost-Sensitive<br />
Classifications”, Tenth European Conference on Machine Learning,<br />
LNAI-1398, Berlin, pp. 190-195.<br />
[12] HAN, J., KAMBER, H., 2001, Data Mining - Concepts and Techniques.<br />
Resumo da tese de doutorado, defendida na Coppe/UF<strong>RJ</strong>, intitulada “Predição<br />
de Escorregamentos das Encostas do Município do Rio de Janeiro Através<br />
de Técnicas de Mineração de Dados”.<br />
em revista 23
24<br />
ENTREVISTA<br />
De olho<br />
nas novas leis<br />
ramitam hoje no Congresso<br />
Nacional cerca de 200<br />
Tse<br />
projetos de leis de interesdos<br />
profissionais e do Sistema.<br />
Com o intuito de qualificar o trabalho<br />
de acompanhamento das<br />
matérias legislativas, o Confea<br />
criou, há 11 anos, uma Assessoria<br />
Parlamentar. O objetivo da Assessoria,<br />
além da identificação das<br />
proposições e do acompanhamento<br />
do processo legislativo, é também<br />
de atuar no Legislativo de<br />
modo a interferir na aprovação ou<br />
rejeição dos projetos, de acordo<br />
com o posicionamento e manifestação<br />
do Sistema Confea/<strong>Crea</strong><br />
frente a cada matéria.<br />
O resultado desse trabalho já<br />
apresenta resultados expressivos.<br />
Projetos que levavam anos para o<br />
Confea apresentar um posicionamento,<br />
hoje são apreciados em<br />
poucos meses, com a participação<br />
de todo o Sistema.<br />
Nesta entrevista, Carlos Murilo<br />
Frade Nogueira, arquiteto e assessor<br />
do Confea para assuntos parlamentares,<br />
faz uma análise sobre os<br />
principais projetos de leis em tramitação<br />
no Congresso.<br />
<strong>Crea</strong> em <strong>Revista</strong> - Quais são os<br />
principais projetos para o Sistema<br />
que tramitam hoje no Congresso<br />
Nacional?<br />
Carlos Frade - O Sistema sempre<br />
atuou no Congresso muito mais<br />
para defender sua legislação do que<br />
em revista<br />
para aperfeiçoá-la ou propor novas<br />
leis. Há matérias positivas e de<br />
grande importância para o exercício<br />
das nossas profissões e para a<br />
sociedade. Dessas, eu destacaria o<br />
projeto da Engenharia Pública - PL<br />
889/03, do deputado Zezéu Ribeiro;<br />
o PLS 117/03, do senador Sibá<br />
Machado, que corrige, com a revogação<br />
da Lei 7.399/85, uma<br />
antiga distorção na regulamentação<br />
das atividades dos geógrafos; o PL<br />
5979/01, que regulamenta a Inspeção<br />
Técnica Veicular; o PL 6699/<br />
02, que tipifica como crime o exercício<br />
ilegal de nossas profissões,<br />
além dos diversos projetos que instituem<br />
políticas nacionais, como a<br />
de Saneamento, a de Resíduos Sólidos,<br />
a de Mobilidade e Acesso ao<br />
Transporte, a de Segurança e Saúde<br />
do Trabalho, entre outros. Quanto<br />
aos projetos nocivos ao Sistema,<br />
ressaltaria o que regulamenta a profissão<br />
de Mestre de Obras (PLS 18/<br />
03) e todos aqueles que criam novos<br />
conselhos, mesmo que relativos<br />
a profissões alheias ao Sistema.<br />
<strong>Crea</strong> em <strong>Revista</strong> - Entre eles,<br />
quais já estão em fase final de<br />
decisão?<br />
Carlos Frade - Acredito que depois<br />
do recesso legislativo de julho,<br />
até o final do ano, o Congresso<br />
deve aprovar o projeto da Inspeção<br />
Veicular, que deverá abrir um bom<br />
campo de trabalho para técnicos e<br />
engenheiros mecânicos e propiciar<br />
maior segurança do trânsito, o projeto<br />
da nova Lei de Falências, além<br />
do projeto das Parcerias Público-Privada,<br />
o chamado PPP, que poderá<br />
incrementar os empreendimentos da<br />
construção em geral. Outra matéria<br />
na agenda do Congresso e do<br />
governo é o da Biossegurança. Apesar<br />
de ser um tema abrangente e<br />
polêmico, há uma clara disposição<br />
política de levá-lo adiante.<br />
<strong>Crea</strong> em <strong>Revista</strong> - Em que consiste<br />
o projeto de recuperação judicial<br />
e extrajudicial de empresas, conhecido<br />
como a nova Lei de Falências<br />
(PLC 71/03)?<br />
Carlos Frade - Na verdade esse<br />
projeto não afeta diretamente os<br />
profissionais do Sistema. É uma<br />
norma mais de cunho econômico e<br />
social, cujo objetivo é tentar recuperar<br />
empresas em processo de<br />
concordata, resguardando ao máximo<br />
os direitos dos consumidores<br />
afetados pela falência das empresas.<br />
O Confea acabou interferindo<br />
no trâmite desse projeto porque na<br />
Comissão de Assuntos Econômicos<br />
do Senado foi aprovado um substitutivo<br />
que atribuía somente ao profissional<br />
contabilista a competência<br />
para realizar a avaliação dos bens<br />
e ativos do devedor. Ou seja, criava<br />
uma reserva de mercado para<br />
uma única categoria. Isso descartaria<br />
do processo o engenheiro de<br />
avaliação que, em alguns casos e<br />
em determinadas fases, tem impor
SISTEMA CONFEA/CREA<br />
ACOMPANHA PROJETOS<br />
DE INTERESSE DOS<br />
PROFISSIONAIS EM<br />
DISCUSSÃO NO<br />
CONGRESSO NACIONAL<br />
tante papel no processo de avaliação<br />
de bens tangíveis (imóveis e<br />
equipamentos).<br />
<strong>Crea</strong> em <strong>Revista</strong> - Existe no Congresso<br />
o PL 889/03, cujo objetivo<br />
é dar assistência gratuita em programas<br />
para construção de moradias<br />
econômicas. O <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong> já realiza,<br />
junto com as Prefeituras Municipais<br />
e as Associações de Engenheiros<br />
e Arquitetos, o Projeto<br />
“Casa Da Gente”, que visa a dar<br />
assistência técnica direta e gratuita<br />
a projetos de obras populares, com<br />
interesse social, como construção<br />
e reforma de moradias. Como seria<br />
na prática, caso seja aprovado,<br />
a implementação do projeto em<br />
todo o Sistema?<br />
Carlos Frade - Essa é uma iniciativa<br />
do deputado Zezéu Ribeiro<br />
(PT/BA) que prevê a instituição<br />
de um Programa Nacional de Assistência<br />
Técnica à Moradia Econômica<br />
(ATME). Porém, não atribui<br />
a responsabilidade da implementação<br />
ao Sistema Confea/<br />
<strong>Crea</strong>. A intenção é exatamente de<br />
viabilizar e incentivar programas<br />
como esse do <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong>, cabendo<br />
a iniciativa sempre ao poder público.<br />
E aí, não entra só o poder<br />
público municipal, mas também<br />
o estadual e o federal.<br />
<strong>Crea</strong>- em <strong>Revista</strong> - Os projetos<br />
PL 3156/92 e PL 2634/92 defendem<br />
a extinção da cobrança<br />
da ART. Como o Confea vem atuando<br />
em relação a estes projetos<br />
e ao dos Geógrafos? Quais<br />
as conseqüências caso sejam<br />
aprovados?<br />
Carlos Frade - O projeto da ART<br />
é o mais antigo problema do Confea<br />
no Congresso. A receita da<br />
ART permite aos <strong>Crea</strong>s manterem<br />
um valor de anuidade quase três<br />
vezes menor daquela paga pelo<br />
médico e cerca de quatro vezes<br />
menor do que a da OAB. A taxa<br />
constitui, assim, um fator socializante<br />
das despesas dos profissionais<br />
com o Sistema, já que, com<br />
ela, acaba pagando mais quem<br />
de fato demanda mais serviços de<br />
fiscalização prestados pelo <strong>Crea</strong>.<br />
E esse é o grande argumento que<br />
se tem para defender a manutenção<br />
da cobrança da ART. Outra<br />
atuação recente do Confea foi elaborar<br />
e encaminhar ao senedor<br />
Siba Machado o projeto dos geógrafos.<br />
Vale dizer que a revogação<br />
da Lei nº 7.399/85, que permite<br />
aos mestres e doutores em<br />
Geografia (mesmo sem a graduação)<br />
o registro e a atuação plena<br />
da profissão, é uma reivindicação<br />
da categoria há quase 20<br />
anos. E nesse processo de luta,<br />
que somente uma nova lei poderá<br />
resolver o problema, o <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong><br />
teve papel crucial desde o início,<br />
pois a partir da sua insistência que<br />
se culminou com a apresentação<br />
do projeto no Senado.<br />
<strong>Crea</strong> em <strong>Revista</strong> - O Confea<br />
adotou há pouco tempo uma nova<br />
sistemática interna de acompanhamento<br />
dos projetos de interesse do<br />
Sistema. Como vem funcionando<br />
e como o senhor qualificaria a participação<br />
do Sistema nesse novo<br />
processo?<br />
Carlos Frade - De fato, há mais<br />
de um ano temos trabalhado com<br />
uma nova rotina interna de análise<br />
e deliberação da matéria legislativa.<br />
Foi uma conquista importante,<br />
já que, além de definir etapas,<br />
prazos, responsabilidades e<br />
modos de operação, o sistema implantado<br />
pela Portaria 59/03, do<br />
Confea, garante não só a transparência<br />
do processo como também<br />
a participação de todos<br />
aqueles que compõem o Sistema.<br />
Assim, com a nova rotina, tudo<br />
isso ficou mais claro, mais rápido<br />
e mais organizado. (T.L.) <br />
em revista 25
26<br />
SANEAMENTO<br />
Pesquisa e prática<br />
na na busca busca da da qualidade qualidade de de vida<br />
vida<br />
um momento em que o<br />
Brasil está perto de ver<br />
Nso<br />
aprovado pelo Congreso<br />
Anteprojeto da Política Nacional<br />
de Saneamento, iniciativas<br />
como o Centro Experimental de Tratamento<br />
de Esgotos do Departamento<br />
de Recursos Hídricos e Meio<br />
Ambiente (CETE) da Universidade<br />
Federal do Rio de Janeiro (UF<strong>RJ</strong>)<br />
demonstram que a utilização indiscriminada<br />
dos recursos hídricos, o<br />
alarmante número de 60 milhões<br />
de brasileiros que não possuem rede<br />
de coleta de esgoto e a poluição<br />
descontrolada produzida por dejetos<br />
in natura não são mais apenas<br />
preocupações para o futuro.<br />
Apoiado pelo Ministério da Ciência<br />
e Tecnologia e a FINEP, o<br />
CETE é uma central de operações,<br />
processos e tecnologias de tratamentos<br />
de esgotos, voltado para o<br />
ensino e pesquisa de graduação e<br />
pós-graduação dos cursos do Instituto<br />
Politécnico e da COPPE – Coordenação<br />
de Pós-graduação e<br />
Pesquisa de Engenharia. Tem ainda<br />
a função de centro de capacitação<br />
e treinamento em operação<br />
e manutenção de estações de tratamento<br />
de esgotos, visando a assistir<br />
às empresas e concessionárias<br />
públicas e privadas, que prestam<br />
serviços de saneamento e de<br />
tratamento de água.<br />
Tecnologias monitoradas<br />
O CETE está localizado na<br />
Ilha do Fundão e o material para<br />
estudo vem da estação elevatória<br />
do Fundão (CEDAE), que recebe<br />
os esgotos coletados de<br />
toda a cidade universitária. No<br />
Centro, o esgoto é distribuído por<br />
diversas tecnologias diferentes, as<br />
O CETE foi desenvolvido pelo Departamento de Recursos Hídricos e Meio Ambiente da UF<strong>RJ</strong><br />
em revista<br />
quais são monitoradas e analisadas,<br />
em separado, por estudantes<br />
bolsistas de iniciação científica,<br />
mestrandos e doutorandos de<br />
diferentes especialidades.<br />
De acordo com o professor e coordenador<br />
do CETE, o engenheiro<br />
sanitarista Eduardo Pacheco Jordão,<br />
a importância das pesquisas e dos<br />
treinamentos realizados no Centro<br />
refletirá no aumento das taxas de<br />
distribuição de água e esgoto para<br />
a sociedade. “Da população urbana<br />
no Brasil, apenas 25% são servidos<br />
por esgoto. Se apenas esta<br />
parcela é atendida, significa que há<br />
uma imensa defasagem no atendimento<br />
e de mão-de-obra especializada.<br />
Por isso não estamos apenas<br />
fechados para a pesquisa e o<br />
ensino, buscamos também oferecer<br />
treinamento aos funcionários de<br />
empresas interessadas”, afirma.
Soluções para quem precisa<br />
O desenvolvimento das diferentes<br />
tecnologias empregadas para o<br />
tratamento de esgoto visa a encontrar<br />
caminhos que facilitem a implantação<br />
e barateiem os custos com este<br />
serviço. “O CETE trabalha no aprimoramento<br />
e desenvolvimento de<br />
tecnologias novas ou alternativas,<br />
que possam oferecer menores custos<br />
e maior eficiência. Queremos<br />
dividir com quem precisar as soluções<br />
que encontramos com nossos<br />
estudos”, analisa o professor.<br />
CENTRO EXPERIMENTAL<br />
DE TRATAMENTO<br />
DE ESGOTOS APRIMORA<br />
TECNOLOGIAS<br />
ALTERNATIVAS PARA<br />
AUMENTAR EFICIÊNCIA<br />
E REDUZIR CUSTOS<br />
DO SERVIÇO<br />
Além de pesquisas em sistemas<br />
de tratamento de esgoto propriamente<br />
ditas, o CETE realiza<br />
diversos estudos em áreas complementares,<br />
como é o caso da<br />
parceria feita com a EMBRAPA<br />
com recursos da FINEP, para o<br />
desenvolvimento da cultura de<br />
milho com esgoto tratado. O objetivo<br />
é minimizar o uso da água<br />
tratada durante o plantio dos<br />
grãos. O professor Jordão afirma<br />
que, além de evitar o desperdício<br />
de água potável durante a ir-<br />
rigação das plantações, os resíduos<br />
de fósforo, potássio e magnésio,<br />
entre outros minerais, tornam<br />
a água utilizada muito nutritiva<br />
para o cultivo.<br />
Sobre a importância da participação<br />
da universidade na busca<br />
e orientação de soluções para<br />
os problemas sociais, o professor<br />
Jordão alerta: “estamos voltados<br />
para o estudo e determinados a<br />
ceder a tecnologia pesquisada.<br />
Todos temos que estar comprometidos.<br />
A UF<strong>RJ</strong> é uma universidade<br />
pública e é parte de nossa responsabilidade<br />
trabalhar para o bem<br />
de toda a sociedade”. (V.M.) <br />
Centro também é usado para<br />
capacitar mão-de-obra<br />
CETE fez parceria com EMBRAPA<br />
para desenvolver cultura de milho<br />
com esgoto tratado<br />
Projeto rojeto em em debate<br />
debate<br />
O Congresso brasileiro se<br />
prepara para votar a Nova<br />
Política Nacional de Saneamento<br />
Ambiental, após quase<br />
dez anos de discussões<br />
acerca de um modelo adequado<br />
e democrático.<br />
De acordo com o presidente<br />
da Federação Nacional<br />
dos Urbanitários, José Eduardo<br />
de Campos Siqueira, o texto<br />
do Anteprojeto é um avanço,<br />
pois cria toda uma regulamentação<br />
para o setor – à<br />
qual todas as empresas prestadoras<br />
terão que se adequar,<br />
além de compreender serviços<br />
como saneamento ambiental,<br />
abastecimento de água, esgotamento<br />
sanitário, manejo de<br />
resíduos sólidos e manejo de<br />
águas pluviais urbanas, promovendo<br />
uma visão integrada<br />
dos serviços envolvidos.<br />
José Eduardo aposta no<br />
sucesso do Anteprojeto e na<br />
universalização do saneamento<br />
proposta pela lei, mas<br />
faz críticas à possibilidade de<br />
empresas privadas assumirem<br />
o serviço. “Acreditamos na<br />
vontade do governo em levar<br />
saneamento e água a toda a<br />
população. Mas acredito que<br />
o setor deveria ser preservado<br />
sob o domínio público.<br />
Queremos evitar a mercantilização.<br />
Afinal, qual empresa<br />
que objetiva o lucro vai querer<br />
subir uma favela para levar<br />
esgoto para uma pessoa<br />
que poderá ser inadimplente?<br />
Todo o dinheiro arrecadado<br />
deveria ser reinvestido<br />
a fim de melhorar cada vez<br />
mais as condições apresentadas.<br />
E é claro que, numa<br />
empresa particular o grosso<br />
do dinheiro vai ser revertido<br />
como lucro e não em investimentos”,<br />
finalizou. <br />
em revista 27
28<br />
RESPONSABILIDADE SOCIAL<br />
Ações devem começar<br />
dentro da empresa<br />
“P<br />
ara promover ações<br />
sociais, uma empresa<br />
deve antes estar<br />
preocupada na relação justa de<br />
trabalho com os seus funcionários.<br />
A diversidade existente no Brasil<br />
tem de ser representada dentro<br />
da própria empresa”. Assim acredita<br />
Núbia Gonçalves, coordenadora<br />
de Relações Institucionais do<br />
Ibase. Fundada em 1981, sob a<br />
liderança do sociólogo Herbert de<br />
Souza, a instituição sem fins lucrativos<br />
tem como um de seus objetivos<br />
incentivar as empresas brasileiras<br />
a se envolver com as questões<br />
sociais. “O trabalho precisa<br />
ser transparente, prezando a ética<br />
empresarial, combatendo as desigualdades<br />
e respeitando as diversidades”,<br />
afirma a coordenadora.<br />
em revista<br />
O balanço social, campanha<br />
lançada em 1997 pelo sociólogo<br />
Betinho, que presta contas à sociedade<br />
sobre as ações das empresas<br />
no campo social, tornou-se um modelo<br />
importante para a divulgação<br />
dos princípios éticos das instituições.<br />
No programa elaborado pelo Ibase,<br />
a empresa revela para o público<br />
o que faz por seus profissionais,<br />
dependentes, colaboradores e comunidade.<br />
Afinal, “não adianta estar<br />
fazendo belos projetos sociais<br />
nas comunidades se internamente<br />
a relação com os funcionários não<br />
é justa”, explica Núbia.<br />
Projeto de sucesso<br />
Diversas empresas passaram a<br />
assumir esta postura social no Brasil.<br />
Um das primeiras foi o Institu-<br />
to Xerox, que através de projetos<br />
comunitários de sucesso com o da<br />
Vila Olímpica da Mangueira, em<br />
1996, vem colhendo os frutos desta<br />
iniciativa. Considerado um dos<br />
melhores projetos sociais de países<br />
do Terceiro Mundo, a vila oferece<br />
assessoria jurídica e fisioterápica<br />
à comunidade e abriga um<br />
posto médico que também atende<br />
outras comunidades e da Baixada<br />
Fluminense.<br />
No campo esportivo, o centro<br />
olímpico, com uma área de 35 mil<br />
metros quadrados, abriga diversas<br />
quadras poliesportivas de atletismo.<br />
O projeto, que favorece cerca de<br />
1.500 crianças por ano, pede,<br />
como principal condição para o ingresso<br />
na Vila, que o menor esteja<br />
devidamente matriculado nas esco
las, evitando assim o abandono dos<br />
estudos e incentivando o ensino.<br />
Para o diretor do Instituto Xerox,<br />
José Pinto Monteiro, o sucesso<br />
de projetos como o da Vila<br />
Olímpica da Mangueira pode ser<br />
explicado pela iniciativa da própria<br />
comunidade que, junto com<br />
funcionários da própria empresa,<br />
construíram e desenvolveram<br />
o projeto em conjunto. “Durante<br />
esses quase 20 anos, o compromisso,<br />
a participação efetiva da<br />
comunidade e suas lideranças<br />
comunitárias formaram a base<br />
do sucesso”, afirma. Para ele, o<br />
desempenho e a aceitação do<br />
projeto na Mangueira só foi possível<br />
com a ajuda de figuras importantes<br />
da comunidade. “Só<br />
com a liderança da Tia Alice, a<br />
aprovação e empenho de Dona<br />
Zica e Dona Neuma e as demais<br />
personalidades da Mangueira<br />
que o projeto criou valores importantes<br />
que o diferenciaram de<br />
uma proposta de transformação<br />
daquela política pública compensatória”,<br />
reconhece.<br />
José Monteiro Pinto, no entanto,<br />
parece não se preocupar com<br />
o marketing social gerado com a<br />
divulgação destas iniciativas na mídia.<br />
“Quanto mais se divulga as<br />
ações sociais de uma fundação ou<br />
empresa, um número maior de pessoas<br />
passa a se preocupar com o<br />
assunto”. Porém, a única preocupação<br />
do empresário é na obrigatoriedade<br />
de estar sempre publi-<br />
cando estas atividades. “Deste jeito,<br />
algumas organizações ainda<br />
em desenvolvimento assumem uma<br />
postura socialmente responsável<br />
apenas por obrigação e esta não<br />
é a proposta”, diz.<br />
XEROX FOI UMA<br />
DAS PIONEIRAS,<br />
PATROCINANDO<br />
PROJETOS<br />
COMUNITÁRIOS<br />
DE SUCESSO,<br />
COMO O DA VILA<br />
OLÍMPICA<br />
DA MANGUEIRA<br />
Dentre os outros projetos sociais<br />
criados pelo Instituto Xerox<br />
estão a “Biblioteca Digital” que,<br />
com a evolução da tecnologia,<br />
permitiu a reedição de títulos esgotados<br />
e a publicação de obras<br />
inéditas para o suporte digital.<br />
Para a publicação de obras produzidas<br />
pela comunidade literária<br />
e acadêmica, o projeto “Fábrica<br />
de Livros” fez-se necessário,<br />
imprimindo os trabalhos no<br />
tempo e na quantidade que o<br />
autor preferir. Outra iniciativa na<br />
área cultural está o Centro Cultural<br />
Cartola que, com o apoio<br />
do Ministério da Cultura, apóia<br />
a arte, a educação e a cultura,<br />
estimulando a inclusão do indivíduo<br />
na sociedade e o preparando<br />
profissionalmente. (P.C.) <br />
Selo Selo de de R RResponsabilidade<br />
R esponsabilidade<br />
Social Social Social <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong>:<br />
<strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong>:<br />
inscrições inscrições já já já começaram<br />
começaram<br />
O reconhecimento de<br />
ações de responsabilidade social<br />
que ocorrem dentro das<br />
empresas da área de tecnologia<br />
foi o que motivou o <strong>Crea</strong>-<br />
<strong>RJ</strong> a criar o “Selo de Responsabilidade<br />
Social”. Com esta<br />
iniciativa, o Conselho pretende<br />
distinguir, anualmente, as<br />
empresas de Engenharia, Arquitetura<br />
e Agronomia, Geologia,<br />
Geografia e Meteorologia<br />
que desenvolvem ações<br />
que estimulam, principalmente,<br />
a aplicação do “Primeiro<br />
Emprego Tecnológico”, da “inclusão<br />
tecnológica”, dos princípios<br />
da “Agenda 21” e atendam<br />
às funções sociais do “Estatuto<br />
das Cidades”. Segundo<br />
o presidente do <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong>, a formulação<br />
do Selo de Responsabilidade<br />
Social para a área<br />
tecnológica foi baseada “em<br />
alguns princípios do código de<br />
ética dos profissionais do Sistema<br />
Confea/<strong>Crea</strong> que manifestam<br />
o compromisso social”.<br />
Para concorrer ao Selo -<br />
com inscrições abertas no<br />
período de 16 de agosto a<br />
30 de setembro - o comprometimento<br />
das empresas registradas<br />
no <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong> deve<br />
atender aos requisitos internacionais<br />
de responsabilidade<br />
social, que não apóia o<br />
trabalho forçado, o trabalho<br />
infantil e se preocupa com as<br />
condições de saúde e segurança<br />
dos trabalhadores.<br />
“Além do cumprimento das<br />
questões inerentes ao exercício<br />
profissional”, lembra<br />
Reynaldo Barros. <br />
em revista 29
30<br />
ARTIGO TÉCNICO<br />
Iluminação natural<br />
e economia de energia<br />
Simulação de ambiente<br />
planejado para receber<br />
luz natural<br />
em revista
m dos fatores que pode<br />
contribuir para o bem estar<br />
das pessoas e também<br />
Upara a economia de energia elétrica,<br />
em um ambiente construído, é<br />
o aproveitamento da luz natural.<br />
A sensação de se estar em um ambiente<br />
que permita ter contato visual<br />
com o meio externo, além de ser<br />
agradável, possibilita em determinados<br />
horários e condições climáticas,<br />
o desligamento da luz artificial,<br />
economizando energia.<br />
Para isto, o arquiteto tem à sua<br />
disposição diversos elementos arquitetônicos<br />
para o implemento<br />
deste conceito, tendo o cuidado de<br />
se analisar diversos fatores para<br />
não transformar a construção em<br />
verdadeiras “estufas”, ocasionando<br />
um “aumento de carga térmica”<br />
e conseqüentemente um sistema<br />
de ar condicionado com maior<br />
consumo de energia.<br />
Uma opção muito utilizada em<br />
países do hemisfério Norte para o<br />
aproveitamento da luz natural, é a<br />
light shelf (prateleira de luz). Uma<br />
prateleira de luz é um elemento arquitetônico,<br />
quase sempre horizontal,<br />
incorporado às aberturas em<br />
forma de peitoris ou soleiras, que<br />
divide uma janela em duas partes:<br />
superior, destinada à iluminação;<br />
e inferior, destinada à visibilidade<br />
e ventilação.<br />
A light shelf tem dupla função:<br />
sombreamento e redirecionamento<br />
da luz difusa para as áreas mais<br />
profundas e distantes da janela,<br />
Por: Patricia Sales,<br />
Sabrina Cordeiro<br />
e Wânia Nascimento.<br />
Arquitetas especialistas<br />
em eficiência energética<br />
em edificações.<br />
minimizando a necessidade do uso<br />
extensivo de iluminação artificial.<br />
Podem ser construídas com diferentes<br />
materiais (alumínio, chapas<br />
de ferro ou outros materiais metálicos,<br />
de concreto armado, de<br />
material plástico e de madeira) e<br />
em diferentes cores.<br />
Devido às suas características<br />
atendem simultaneamente a: possibilidade<br />
de ser elemento dinâmico,<br />
variando o ângulo de inclinação<br />
de acordo com os horários,<br />
visando direcionar melhor a<br />
iluminação; execução possível de<br />
ser harmonizada com o projeto da<br />
edificação; custo de execução<br />
compensado pela redução na sua<br />
manutenção, durabilidade em relação<br />
a persianas e cortinas usadas<br />
para sombreamento; situada<br />
acima da linha de visão, permitindo<br />
contato com o exterior; consequente<br />
melhoria da qualidade<br />
visual do ambiente.<br />
Podem, ainda, ter formas planas<br />
ou curvas e estar posicionadas<br />
na horizontal ou inclinadas em relação<br />
às fachadas, além da possibilidade<br />
de ser exterior, interior ao<br />
ambiente ou ambas.<br />
Critérios para utilização<br />
A estratégia de utilização desses<br />
elementos numa composição<br />
arquitetônica leva em consideração<br />
os critérios a seguir: orientação solar<br />
da fachada; ângulo do fluxo luminoso<br />
incidente em relação a superfície<br />
das estantes, que muda con-<br />
em revista 31
32<br />
O CUSTO DE EXECUÇÃO DAS PRATELEIRAS DE LUZ<br />
PODE SER COMPENSADO PELA SUA DURABILIDADE<br />
Figura 1 – Estante de Luz Inclinada<br />
FONTE: Eficiência das Estantes de Luz<br />
nas Aberturas – José Arthur Fell<br />
forme à hora dia, o mês do ano e a<br />
orientação da fachada; refletâncias<br />
das estantes; profundidade de<br />
penetração do fluxo luminoso refletido<br />
no ambiente; distribuição da<br />
iluminância natural resultante no<br />
interior do ambiente; carga térmica<br />
resultante do fluxo luminoso que<br />
incide sobre a estante de luz e penetra<br />
no ambiente.<br />
Devem ser considerados diversos<br />
parâmetros para a otimização<br />
da reflexão da luz, como: altura do<br />
ambiente; profundidade; requisitos<br />
de sombreamento; posição dos vidros;<br />
acabamentos e refletâncias;<br />
inclinação das prateleiras; métodos<br />
usuais de construção, que fazem<br />
parte de uma análise detalhada<br />
própria de qualquer equipamento<br />
de iluminação.<br />
A iluminância uma vez refletida,<br />
se distribui no interior do ambiente<br />
de acordo com sua profundidade e<br />
com as refletâncias nas superfícies<br />
interiores. Conforme a distribuição<br />
em revista<br />
do fluxo luminoso, tem-se a diminuição<br />
do fluxo luminoso (lux) incidente<br />
em uma superfície, proporcional<br />
ao aumento da distância entre a fonte<br />
emissora e a superfície receptora.<br />
Pode-se entender melhor a distribuição<br />
de iluminância em um<br />
ambiente através de uma representação<br />
gráfica com curvas isolux traçadas<br />
em plantas ou em elevações.<br />
A unidade de medida desta representação<br />
gráfica é o CLD (Coeficiente<br />
da Luz do Dia). O CLD pode<br />
ser descrito como uma relação percentual<br />
entre a iluminância em um<br />
ponto de um plano horizontal no<br />
interior de um ambiente (EP) (excluída<br />
a luz direta do sol) e a iluminância<br />
total e simultânea em um<br />
plano horizontal sob a abóboda<br />
celeste desobstruída (EE) – segundo<br />
as descrições de MOORE (1985,<br />
p.79) e MASCARÓ (1991, p.134).<br />
CLD = ( EP / EE ) . 100<br />
Pode-se perceber, na figura 2,<br />
o comportamento da iluminância<br />
no interior do ambiente através<br />
da utilização de elementos<br />
junto à abertura.<br />
A colocação de uma estante de<br />
luz reflete a radiação solar para o<br />
interior do ambiente e minimiza o<br />
ofuscamento próximo à abertura.<br />
As estantes de luz permitem uma<br />
melhor distribuição da luz; mais<br />
uniforme. E sendo estrategicamente<br />
posicionadas e dimensionadas,<br />
podem contribuir para a redução<br />
de uso da luz artificial no fundo<br />
dos ambientes.<br />
Carga Térmica<br />
Dependendo da incidência de<br />
radiação solar as estantes de luz nas<br />
janelas dos edifícios ganham carga<br />
térmica. A absorção e a emissão de<br />
calor dependem da densidade dos<br />
materiais, da capacidade de con-<br />
Figura 2 – Gráfico A: curva isolux para abertura larga.<br />
Gráfico B: curva isolux para abertura larga com estante de luz. A curva resultante<br />
com estante de luz diminui a iluminância na frente junto à abertura e a aumenta<br />
no fundo da sala.<br />
FONTE: Eficiência das Estantes de Luz nas Aberturas – José Arthur Fell
duzir calor e de sua capacidade térmica,<br />
absorvendo e depois emitindo<br />
calor para o ambiente.<br />
A PRATELEIRA DE LUZ<br />
(LIGHT SHELF) É OPÇÃO<br />
MUITO UTILIZADA EM<br />
PAÍSES DO HEMISFÉRIO<br />
NORTE PARA<br />
O APROVEITAMENTO<br />
DA LUZ NATURAL<br />
A umidade aumenta a condutibilidade<br />
dos materiais mais utilizados<br />
na construção e diminuem sua<br />
resistência térmica. As estantes de<br />
luz que vierem a ser feitas em materiais<br />
como concreto, tijolo e reboco,<br />
ou madeira, terão sua condutibilidade<br />
térmica, no mínimo,<br />
dobrada quando úmidas, a menos<br />
que sejam impermeabilizadas.<br />
O ideal seria utilizar-se das espumas<br />
sintéticas, dos expandidos e dos<br />
isolantes, por terem pouca massa<br />
específica, junto com baixa condutibilidade<br />
e revestidas com uma lâmina<br />
de baixa emissividade, como<br />
o alumínio polido, por exemplo, que<br />
é um bom refletor.<br />
Fachada: posição<br />
das estantes de luz<br />
Possibilidades de localização das<br />
estantes de luz no peitoril em relação<br />
ao eixo da parede: projetada<br />
para fora, no eixo e para dentro.<br />
Pode-se dizer que, de maneira geral,<br />
as posições das estantes em re-<br />
lação ao eixo da parede e ao ambiente<br />
faz com que: mais para fora =<br />
mais ofuscamento: mais luz de fundo;<br />
mais para dentro = menos ofuscamento:<br />
menos luz de fundo<br />
A comparação acima mostra<br />
que no caso de uma posição intermediária,<br />
pode-se conseguir<br />
maior equilíbrio das iluminâncias.<br />
Entretanto para cada edificação,<br />
na qual se venha a estudar<br />
detalhadamente os resultados<br />
quanto ao posicionamento e formas<br />
das estantes de luz, podem<br />
surgir novas possibilidades e resultados<br />
específicos.<br />
As regras acima são gerais, comuns<br />
a várias situações, servem<br />
como indicadores básicos, mas não<br />
devem ser utilizadas a priori numa<br />
abordagem específica.<br />
As estantes de luz pivotantes<br />
(móveis em relação ao eixo da parede)<br />
podem ser em alguns casos,<br />
mais eficientes que as fixas, já que<br />
refletem em uma seqüência de inclinações<br />
os raios solares e podem<br />
ser utilizada como artifícios para a<br />
solução da questão.<br />
Estante X eixo da parede<br />
Existem sete situações básicas com<br />
diferentes relações entre a estante de<br />
luz e o eixo da parede. De todas resultam<br />
espaços limitados pelas medidas<br />
da estante e funcionam como<br />
uma reserva de espaço interno sobre<br />
a light shelf e para o ambiente.<br />
Figura 3 – As sete posições da estante de luz e o espaço (nicho) resultante que<br />
serve de armário, balcão e para aparelhos de ar condicionado.<br />
FONTE: Eficiência das Estantes de Luz nas Aberturas – José Arthur Fell<br />
Conclusão – Salienta-se que o emprego da light shelf deve ser muito<br />
bem estudado. Não adianta sair copiando elementos e estilos usados<br />
em outros países onde o clima é completamente diferente do<br />
nosso. Há ferramentas computacionais disponíveis e profissionais especializados<br />
para efetuar este estudo e determinar se a solução irá<br />
funcionar adequadamente, produzindo o conforto visual e térmico<br />
necessário, além da desejada economia no consumo de energia.<br />
em revista 33
34<br />
SEGURANÇA DO TRABALHO<br />
PrevenRio reacende<br />
debate debate sobre sobre valorização valorização da da Engenharia Engenharia de de Segurança<br />
Segurança<br />
inspeção em um tanque<br />
separador de óleo e<br />
Aprofundidade,<br />
água, de 2 metros de<br />
era uma das funções<br />
do Engenheiro Metalúrgico Gil Portugal<br />
Filho na Companhia Siderúrgica<br />
Nacional, em Volta Redonda.<br />
Em 1991, enquanto caminhava<br />
pela mureta que cercava um destes<br />
tanques, resolveu descer por um<br />
lado não recomendado: um chão<br />
não nivelado de 40 centímetros de<br />
altura. “Meus pés bateram juntos,<br />
caindo sobre uma altura diferente<br />
uma da outra. Senti uma forte dor<br />
na perna direita”, conta Gil. “De<br />
noite, não consegui dormir. Fui ao<br />
hospital perto de casa e deixei escapar<br />
para o médico que o acidente<br />
tinha acontecido na siderúrgica”.<br />
Porém, esconder o acontecido,<br />
numa tentativa de evitar a burocracia<br />
que requer o preenchimento de<br />
inúmeros papéis, não adiantou. “Ele<br />
[o médico] chamou na mesma hora<br />
a ambulância da CSN e tive que<br />
ser tratado no hospital da companhia.<br />
E relatar todo o acidente”.<br />
O engenheiro, hoje coordenador<br />
da Câmara de Engenharia Industrial<br />
do <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong>, reconhece a<br />
indisciplina. “Naquela época, por<br />
preguiça, não escolhi o lugar correto<br />
para descer do tanque. Tive<br />
uma atitude imprudente ao saltar<br />
daquela altura”, admite.<br />
Relatos como esse foram ouvidos<br />
por profissionais e autoridades<br />
do setor de Segurança e Saúde<br />
do Trabalho que, no início do<br />
em revista<br />
mês de julho, estiveram presentes<br />
na PrevenRio. A feira de prevenção,<br />
realizada pela primeira vez<br />
no Rio de Janeiro, marcou o encontro<br />
de 10 mil profissionais durante<br />
os três dias de exposição e<br />
debates. “É necessário dar ênfase,<br />
discutir e apoiar estes eventos<br />
realizados no Estado que normalmente<br />
acontecem no sul do país”,<br />
disse o presidente do Sindicato dos<br />
Técnicos de Segurança do Rio de<br />
Janeiro, Elias Bernardino.<br />
O evento, realizado em conjunto<br />
com o VII Seminário Nacional de<br />
Bombeiros, abrigou diversos expositores<br />
que demonstraram, em arenas<br />
montadas ao ar livre, salvamentos<br />
de vítimas de incêndio, afogamento<br />
(simulados na própria Baía<br />
da Guanabara) e o atendimento<br />
correto para primeiros socorros.<br />
Desatenção do governo<br />
A realização de um evento deste<br />
porte no Rio de Janeiro promoveu o
debate sobre a área de Segurança e<br />
Saúde do Trabalho, que andou enfrentando,<br />
no início do ano, ameaças<br />
de desmonte feitas pelo governo<br />
federal. A tentativa de esvaziamento<br />
do Departamento de Segurança<br />
e Saúde do Trabalho foi denunciada<br />
por toda a sociedade e<br />
acabou gerando Audiência Pública<br />
organizada pelo <strong>Crea</strong> no dia 1º de<br />
abril, na qual foi reivindicada também<br />
a suspensão do decreto que<br />
extinguia o cargo de auditor fiscal.<br />
A LUTA PELO<br />
FORTALECIMENTO<br />
DO SETOR VEM<br />
ACOMPANHADA<br />
DE UMA BOA RAZÃO:<br />
AS MORTES E OS<br />
ACIDENTES OCORRIDOS<br />
EM AMBIENTES<br />
DE TRABALHO<br />
SÃO CADA VEZ<br />
MAIORES.<br />
Após diversas reuniões com o<br />
ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini,<br />
a situação foi amenizada. Em<br />
18 meses de governo Lula, o setor<br />
já apresentou seu terceiro diretor, o<br />
médico e auditor fiscal do Trabalho,<br />
Mário Bonciani. “Já tivemos três<br />
profissionais ocupando a área. Isto<br />
mostra que o governo de um trabalhador<br />
ainda não se acertou nas<br />
questões de saúde e segurança dos<br />
trabalhadores”, disse o engenheiro<br />
Stand do <strong>Crea</strong> na PrevenRio, que reuniu 10 mil profissionais<br />
Jaques Sherique, presidente da Sociedade<br />
de Engenharia de Segurança<br />
do Rio de Janeiro (SOBES-Rio)<br />
A luta pelo reconhecimento e a<br />
valorização da profissão de engenheiro<br />
de Segurança e Saúde do<br />
Trabalho vem acompanhada de<br />
uma boa razão: as mortes e os acidentes<br />
ocorridos em ambientes de<br />
trabalho são cada vez maiores. Segundo<br />
dados da última pesquisa do<br />
Ministério da Previdência Social, o<br />
Estado do Rio de Janeiro registrou<br />
um aumento de 35% no número de<br />
Durante a feira, bombeiros fizeram demonstrações<br />
de ações preventivas de segurança<br />
acidentes de trabalho, passando de<br />
19.148 casos em 2001 para<br />
25.914 no ano seguinte. Desta elevação,<br />
a mais expressiva é a do<br />
número de doenças do trabalho,<br />
que teve um aumento de <strong>44</strong>,87%,<br />
totalizando 1.653 casos.<br />
Diminuir estes números, no entanto,<br />
não deve ser uma responsabilidade<br />
somente dos profissionais<br />
de Saúde e Segurança do Trabalho,<br />
mas também de cada cidadão que<br />
se preocupa com a vida e o bemestar<br />
do trabalhador. (P.C.) <br />
em revista 35
36<br />
QUALIFICAÇÃO<br />
Programa Progredir<br />
promove promove capacitação capacitação de de profissionais<br />
profissionais<br />
Palestras técnicas sobre gerenciamento<br />
de projetos, avaliação<br />
de impactos ambientais,<br />
introdução à legislação urbanística,<br />
durabilidade das estruturas na construção<br />
civil e técnicas de impermeabilização<br />
são algumas das oportunidades<br />
de aprimoramento para os profissionais<br />
da área tecnológica oferecidas<br />
pelo Programa Progredir, implantado<br />
em março deste ano pela<br />
nova gestão do <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong>. Segundo a<br />
coordenadora do projeto, professora<br />
Dora Apelbaum, a idéia é promover,<br />
através de palestras e cursos,<br />
capacitação e atualização dos conhecimentos<br />
para um mercado de trabalho<br />
cada vez mais competitivo.<br />
Em 2004, foram contemplados:<br />
Miguel Pereira, Campo Grande, S.<br />
Pedro D’Aldeia, Resende, Angra dos<br />
Reis, Niteói, Cantagalo, Nova Friburgo<br />
e Araruama.<br />
O arquiteto Carlos Eduardo Pimenta<br />
da Luz foi um dos participantes<br />
do Programa Progredir. Ele assistiu<br />
palestras sobre Tubulações de<br />
Cobre e Técnicas de Impermeabilização,<br />
realizadas neste primeiro semestre,<br />
na Inspetoria de Campo<br />
Grande, local onde reside. “Para os<br />
profissionais essa abordagem técnica<br />
é muito importante para a reciclagem<br />
do aprendizado. E esta complementação<br />
sendo gratuita é melhor<br />
ainda”, ressaltou Carlos Eduardo.<br />
A primeira palestra da Inspetoria<br />
da Barra da Tijuca, em setembro,<br />
abordará o tema Concreto de Alto<br />
Desempenho e será ministrada pelo<br />
engenheiro Geraldo Piccoli. Além disso,<br />
o <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong> pretende firmar parcerias<br />
e a primeira será com a Universidade<br />
do Estado do Rio de Janeiro<br />
(UE<strong>RJ</strong>), que pretende organizar cursos<br />
no espaço físico do Conselho.<br />
Confira a agenda de cursos e palestras do Programa Progredir:<br />
“Estamos estreitando os laços para<br />
uma relação que vai beneficiar a todos”,<br />
afirmou Dora.<br />
Outra iniciativa do <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong> pretende<br />
integrar estudantes de engenharia,<br />
arquitetura, agronomia, geologia, geografia,<br />
e meteorologia à instituição,<br />
com a proposta de divulgar o sistema,<br />
o código de ética e a regulamentação<br />
das profissões. Para isso, o <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong> está<br />
lançando um concurso para dar título<br />
e slogan ao projeto. As inscrições podem<br />
ser feitas pelo site www.crearj.org.br,<br />
até o dia 15 de setembro. O<br />
estudante que criar a melhor campanha<br />
para o projeto será um convidado<br />
especial na delegação do <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong> ao<br />
5º Congresso Nacional dos Profissionais<br />
do Sistema Confea/<strong>Crea</strong>s, a ser<br />
realizado em dezembro deste ano, em<br />
São Luiz do Maranhão, podendo, ainda,<br />
optar por dois cursos oferecidos<br />
pelo Conselho. (M.O.) <br />
EVENT EVENTO EVENT<br />
TIPO TIPO L OCAL OCAL<br />
DIA DIA<br />
HORÁRIO<br />
HORÁRIO HORÁRIO DOCENTE<br />
DOCENTE<br />
Avaliação de Impactos Palestra Inspetoria Regional 31 de agosto 18h às 20h Engenheiro<br />
Ambientais e o Processo<br />
de Licenciamento<br />
de Duque de Caxias Pedro Paulo de Lima e Silva<br />
Concreto de Alto Palestra Inspetoria Regional 2 de setembro 18h às 20h Engenheiro<br />
Desempenho da Barra da Tijuca Geraldo Piccoli<br />
Uma Solução de Baixo Palestra Inspetoria Regional 14 de setembro 18h às 20h Engenheiro<br />
Custo para o Tratamento<br />
de Esgotos Sanitários<br />
de Niterói Carlos Alberto Branco Dias<br />
Segurança e Educação Palestra Inspetoria Regional 21 de setembro 18h às 20h Engenheiro<br />
no Trânsito de Duque de Caxias José Jairo Araújo de Souza<br />
Uma Solução de Baixo Palestra Inspetoria Regional 14 de setembro 18h às 20h Engenheiro<br />
Custo para o Tratamento<br />
de Esgotos Sanitários<br />
de Niterói Carlos Alberto Branco Dias<br />
Legislação Urbanística Curso Instalações do CREA 14, 15, 20, 21, 18h às 20:30m Arquiteto<br />
e Edilícia 22, 27, 28 e<br />
29 de setembro/<br />
4 e 5 de outubro<br />
Canagé Vilhena da Silva<br />
em revista
NOTAS<br />
Reynaldo Barros e Lúcio Mendonça<br />
(inspetor-chefe de Petrópolis)<br />
Inauguração<br />
das novas instalações<br />
da Inspetoria de<br />
Petrópolis<br />
O <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong> inaugurou, no<br />
dia 20 de julho, as novas instalações<br />
da inspetoria de Petrópolis,<br />
que passa a funcionar<br />
num belo casarão. No<br />
salão destinado ao Espaço<br />
Cultural, a inspetoria recebeu<br />
a exposição “Memória da Destruição:<br />
Rio – uma história que<br />
se perdeu 1889-1965”. Lançada<br />
durante a comemoração<br />
dos 70 anos do <strong>Crea</strong>, a exposição<br />
relata, através de fotos,<br />
as mudanças arquitetônicas<br />
sofridas pela cidade do Rio de<br />
Janeiro. Também foi inaugurada<br />
a nova sede da APEA, Associação<br />
Petropolitana de Engenheiros<br />
e Arquitetos. O presidente<br />
do Conselho, eng. Reynaldo<br />
Barros, foi homenageado<br />
com a medalha alusiva ao<br />
único ganhador do prêmio<br />
Nobel no Brasil, o médico Peter<br />
Brian Medawar, cidadão<br />
petropolitano que dá nome a<br />
uma das salas do Espaço. O<br />
evento marca o empenho da<br />
nova gestão em oferecer melhores<br />
condições de atendimento<br />
aos profissionais e ao<br />
público em geral.<br />
Agronomia Agronomia em em discussão<br />
discussão<br />
O III Congresso Mundial de Profissionais da<br />
Agronomia e o I Congresso Pan-Americano de Engenheiros<br />
Agrônomos ocorrerão simultaneamente<br />
em Fortaleza, Ceará, no período de 6 a 9 de outubro<br />
deste ano. Com o objetivo de valorizar o<br />
engenheiro agrônomo e o setor rural, enfocando<br />
sua importância estratégica, social e econômica<br />
para o mundo, os principais eixos temáticos a<br />
serem discutidos nos eventos serão educação superior<br />
agronômica, exercício profissional, pesquisa<br />
e a transferência de tecnologia, assuntos técnicos<br />
atuais e futuros, desenvolvimento rural sustentável<br />
e comércio e cooperação internacional.<br />
Informações (85) 241-3541.<br />
IV IV IV Encontro Encontro de de Corais<br />
Corais<br />
O IV Encontro de Corais, evento que reunirá<br />
o Coral Semeando SME-<strong>RJ</strong>, Grupo Vocal Gerando<br />
Vozes – Furnas, Coral do TCE-<strong>RJ</strong> e o Coral<br />
Sebrae, comemora este ano o quarto aniversário<br />
do Coral <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong> e presta homenagem aos 70<br />
anos do Conselho.<br />
O encontro será realizado no dia 18 de setembro,<br />
às 16 horas, no Espaço Cultural do <strong>Crea</strong>,<br />
localizado na rua Buenos Aires, 40/2º andar.<br />
Projeto rojeto Cadastra Cadastra Rio<br />
Rio<br />
O Governo do Estado e a Secretaria de Meio<br />
Ambiente e Desenvolvimento Urbano (SEMA-<br />
DUR), lançam, através da SERLA, o Projeto Cadastra<br />
Rio. Esse projeto corresponde à primeira<br />
etapa do Programa de Regularização dos Usuários<br />
dos Recursos Hídricos das Bacias Hidrográficas<br />
Estaduais e tem como objetivo saber como,<br />
onde e quem usa as águas superficiais e subterrâneas.<br />
Devem se cadastrar indústrias, agricultores,<br />
psicultores, mineradores, prefeituras e todos<br />
que dependem das águas dos rios, córregos,<br />
lagos, poços artesianos e freáticos do Estado do<br />
Rio de Janeiro, seja por captação de águas, extração<br />
ou despejo de esgotos direta ou indiretamente.<br />
O cadastramento é anual e o prazo para<br />
este ano vai até o dia 20 de outubro. Maiores<br />
informações no site www.serla.rj.gov.br<br />
Música Música Contemporânea Contemporânea no no <strong>Crea</strong><br />
<strong>Crea</strong><br />
No dia 8 de setembro o <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong> irá brindar<br />
os moradores do Rio com um concerto de música<br />
contemporânea, que contará com a presença dos<br />
grupos de música experimental da UNIRIO e UF<strong>RJ</strong>.<br />
O evento terá início às 18h30m e será<br />
realizado no Espaço Cultural do Conselho, rua Buenos<br />
Aires, 40/2º andar. A entrada é franca.<br />
4º 4º Rio Rio Sul Sul Leite Leite reúne reúne grande<br />
grande<br />
público público em em R RResende<br />
R esende<br />
A 4ª edição do evento aconteceu no dia 22<br />
de julho, atraindo centenas de profissionais do setor<br />
produtivo à Academia Militar das Agulhas Negras.<br />
Atendendo produtores, técnicos e estudantes<br />
ligados à atividade leiteira e difundindo informações<br />
voltadas para o aumento da produtividade no<br />
Sul e Centro-Sul Fluminense, a feira contou com a<br />
presença do inspetor-chefe do <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong> em Resende,<br />
engenheiro agrônomo Mario Lucio Machado<br />
Melo Junior, que participou da mesa de abertura<br />
composta por Christino Áureo da Silva, Secretário<br />
de Estado de Agricultura, Abastecimento, Pesca e<br />
Desenvolvimento do Interior; Miguel Gilberto Dias,<br />
Secretário Municipal de Agricultura de Resende;<br />
Nilton Salomão, Presidente da EMATER-Rio e Paulo<br />
Carmo Martins, representante da Embrapa.<br />
Candidatos<br />
Candidatos<br />
A <strong>Revista</strong> do <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong> vai abrir um espaço de<br />
divulgação para o profissional do Sistema Confea/<strong>Crea</strong>,<br />
em situação regular perante o Conselho,<br />
que for candidato a qualquer cargo eletivo<br />
nas próximas eleições municipais. Os candidatos<br />
à prefeitura da capital, inclusive, estarão na sede<br />
do <strong>Crea</strong> conversando com os profissionais, durante<br />
os meses de agosto e setembro. Os interessados<br />
poderão acompanhar as visitas dos prefeitáveis<br />
em www.crea-rj.org.br. Os candidatos vinculados<br />
ao <strong>Crea</strong> que quiserem espaço na revista<br />
e no site deverão remeter texto com, no máximo,<br />
10 linhas ou 750 caracteres, na fonte Times New<br />
Roman, corpo 12, acompanhado de foto, até o<br />
dia 31 de agosto, na rua Buenos Aires, 40, sala<br />
708 ou pelo e-mail coryntho@crea-rj.org.br.<br />
em revista 37
38<br />
AGENDA<br />
Cursos<br />
ENGENHARIA ENGENHARIA DE DE CUST CUSTOS CUST OS<br />
O Instituto Brasileiro de Engenharia de Cursos (IBEC)<br />
e a Universidade Federal Fluminense (UFF) realizarão,<br />
em parceria com o <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong>, pós-graduação em<br />
Engenharia de Custos, Gestão em Construção Civil e<br />
Engenharia de Petróleo e Gás, com data prevista para<br />
iniciar em agosto. Ao término do curso, os profissionais<br />
ganharão certificado emitido pela UFF. As inscrições<br />
poderão ser feitas na secretaria do IBEC. Maiores<br />
informações: (21) 2223-1403 / 2233-0257<br />
ou pelo e-mail: ibec@ibec.org.br.<br />
ATEL TEL E E CREA-<strong>RJ</strong> CREA-<strong>RJ</strong> REALIZAM REALIZAM CURSO CURSO CURSO P PPARA<br />
PP<br />
ARA<br />
COMUNID COMUNIDADE COMUNID ADE TECNOLÓGICA<br />
TECNOLÓGICA<br />
A Associação dos Técnicos da Light (ATEL), com apoio<br />
do <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong>, promoverá palestra e curso avançado de<br />
Proteção Contra Sobrecorrentes em Circuito de Distribuição,<br />
ministrados por Haroldo de Barros, no auditório<br />
do <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong> – rua Buenos Aires, 40 – 5º andar,<br />
Centro. A palestra será no dia 24 de agosto, de 18h<br />
às 20h. As inscrições estarão abertas até o dia 20 de<br />
agosto. O valor da palestra para profissionais com<br />
registro no <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong> em dia é de R$ 30,00 e para os<br />
demais é de R$ 60,00. Já o curso avançado será nos<br />
dias 5 e 6 de outubro, de 17h às 21h. Inscrições<br />
somente até o dia 01 de outubro. O valor é de R$<br />
110,00 para os profissionais devidamente registrados<br />
no <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong> e para os demais é de R$ 220,00.<br />
Engenheiros, técnicos e estudantes poderão fazer as<br />
inscrições na ATEL - Av. Marechal Floriano, 168 –<br />
Entrada A – Térreo, Centro ou na sede do <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong>.<br />
Informações: (21) 2206-9659 (Sra. Sheila) / 2211-<br />
7329 ou pelo e-mail atel@atel.org.br.<br />
ECONOMIA ECONOMIA ECONOMIA DE DE MEIO MEIO AMBIENTE AMBIENTE<br />
AMBIENTE<br />
O Núcleo Interdisciplinar de Estudos Ambientais e<br />
Desenvolvimento (NIEAD) da UF<strong>RJ</strong> realizará curso de<br />
treinamento profissional de Economia de Meio Ambiente,<br />
nos dias 1, 8, 15, 22, 29 de setembro, das<br />
em revista<br />
9h às 18h. Com carga horária de 40 horas, o curso<br />
será voltado para profissionais, dirigentes de organizações<br />
não-governamentais, entidades de pesquisa<br />
e formadoras de opinião, que pretendem ampliar seus<br />
conhecimentos estruturais na área de meio ambiente.<br />
Maiores informações: (21)2270-8547 ou pelo email<br />
decccmn@acd.ufrj.br.<br />
TRA TRATAMENT<br />
TRA AMENT AMENTO AMENTO<br />
O DE DE ESGO ESGO ESGOTOS ESGO ESGO OS OS<br />
O <strong>Crea</strong> e a Atel realizarão de 4 a 6 de outubro o curso<br />
Projetos de Baixo Custo para Tratamento de Esgotos<br />
em Municípios de pequeno Porte e Empreendimentos<br />
Habitacionais, no auditório do 5º andar do Conselho.<br />
O evento ocorrerá de 18 às 21h e será ministrado<br />
pelo engenheiro civil Carlos Alberto Branco.<br />
O investimento é de R$ 120,00 e profissionais em<br />
dia com o <strong>Crea</strong> têm 50% de desconto. Informações<br />
(21) 2211-7329 ou (21) 2206-9659.<br />
SET SETOR SET SETOR<br />
OR ELÉTRICO ELÉTRICO PROMOVE PROMOVE SEMINÁRIO<br />
SEMINÁRIO<br />
O 4º Seminário Nacional de Segurança e Saúde no<br />
Setor Elétrico será realizado no Centro de Exposições<br />
Imigrantes, em São Paulo, nos dias 22 a 25 de agosto<br />
de 2004. No evento, realizado pela Funcoge e pela<br />
Eletrobrás com o apoio do <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong> e outras organizações,<br />
será discutido o intercâmbio de experiências e a<br />
atualização técnica dos profissionais das áreas de SST,<br />
Operação e Manutenção e Sistemas Elétricos. Informações<br />
no endereço www.funcoge.org.br<br />
APOSENT APOSENTADORIA APOSENT ADORIA ESPECIAL ESPECIAL E E SEGURO<br />
SEGURO<br />
DE DE DE ACIDENTE ACIDENTE DE DE TRABALHO<br />
TRABALHO<br />
No dia 9 de setembro, a Sobes-Rio promoverá um<br />
novo curso destinado a empresários, ongs, associações<br />
de classe e sindicatos, gerentes e profissionais<br />
da área de RH, segurança e sáude no trabalho.<br />
O curso “APRENDA COMO FAZER PPRA, PPP<br />
E O NOVO CÁLCULO DO SAT” orienta os participantes<br />
sobre as demonstrações ambientais e o pre-<br />
Todos os cursos ministrados<br />
com parceria do <strong>Crea</strong> ou em<br />
suas dependências, obrigatoriamente,<br />
concedem descontos<br />
para profissionais do<br />
sistema Confea – <strong>Crea</strong> em<br />
dia com suas obrigações<br />
enchimento do novo formulário do PPP, sua manutenção<br />
e atualizações, livrando as empresas de<br />
multa no valor de R$ 991,03 por empregado e<br />
com valores crescentes por reincidências, incluindo<br />
as instruções para o seguro de acidentes de<br />
trabalho. Informações em www.sobes.org.br<br />
PRÁTICA PRÁTICA E E CONCEITUAÇÕES CONCEITUAÇÕES SOBRE SOBRE<br />
SOBRE<br />
DANOS ANOS NAS NAS CONSTRUÇÕES<br />
CONSTRUÇÕES<br />
Os profissionais interessados no segmento de Engenharia<br />
Legal têm mais uma oportunidade de<br />
conhecer de perto questões como pós-ocupação,<br />
danos nas construções, seus desdobramentos e<br />
conflitos e situações como assessoria, mediação,<br />
arbitragem, perícias e assistência técnica judicial,<br />
em curso específico, ministrado nos dias 20,<br />
21, 22 e 23 de setembro de 2004, no Clube de<br />
Engenharia. As inscrições podem ser feitas na Associação<br />
dos Antigos Alunos da Politécnica (Largo<br />
de São Francisco, 1 – tel. 21 2221-2936), na<br />
FEBRAE (Av. Rio Branco, 124/20º andar – tel.<br />
21 2507-8017) ou no próprio Clube, no 18º andar<br />
do mesmo prédio.<br />
JUSTIÇA JUSTIÇA AMBIENT AMBIENTAL AMBIENT AMBIENTAL<br />
AL LANÇA LANÇA CD<br />
CD<br />
O documento ambiental mais esperado do ano será<br />
lançado na sede do <strong>Crea</strong>, no próximo dia 23 de<br />
agosto, às 18h. O CD Mapa da Justiça Ambiental<br />
contém um registro completo de casos de violações<br />
aos direitos humanos e à natureza no estado do<br />
Rio de Janeiro. Numa iniciativa do Ibase, junto com<br />
a FASE e o IPPUR/UF<strong>RJ</strong>, com recursos oriundos de<br />
medidas compensatórias, o projeto objetiva identificar,<br />
além dos conflitos, focos sociais de resistência<br />
ao modelo de desenvolvimento vigente. O evento<br />
contará com um debate entre os coordenadores do<br />
projeto, técnicos do <strong>Crea</strong>, representantes da Fiocruz,<br />
membros da Apedema, da CUT, do MST e da imprensa<br />
especializada.