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A contribuição dos grupos amadores de teatro para a ... - ECA - USP

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exemplo, o Teatro do Estudante <strong>de</strong> Campinas (TEC). A importância do Teatro<br />

do Estudante po<strong>de</strong> ser notada na fala <strong>de</strong> Paschoal Carlos Magno, no livro <strong>de</strong><br />

Teresa AGUIAR:<br />

Com o tempo, verificamos que o Brasil inteiro copiava os processos do<br />

Teatro do Estudante. Eram <strong>grupos</strong> <strong>de</strong> <strong>amadores</strong>, operários, funcionários<br />

públicos, uma multiplicação <strong>de</strong> pequenos <strong>teatro</strong>s pelo Brasil afora, seguindo o<br />

meu mo<strong>de</strong>lo. Em to<strong>dos</strong> os esta<strong>dos</strong> do país. Mas por outro lado, eu acho que a<br />

coisa mais importante do <strong>teatro</strong> do Estudante nessa época, foi impor a língua<br />

„brasileira‟ no nosso palco. Naquele tempo o ator nacional falava português<br />

com um terrível sotaque lusitano. (1992: 15)<br />

Era papel das companhias amadoras ousar e criar novas linguagens.<br />

Muitas <strong>de</strong>ssas companhias eram <strong>de</strong> estudantes, eles trariam um novo olhar<br />

<strong>para</strong> a forma <strong>de</strong> fazer <strong>teatro</strong>. Essa característica é percebida no discurso <strong>de</strong><br />

Clóvis GARCIA, em uma crítica publicada no jornal o Cruzeiro, em 1951:<br />

(...) somos <strong>de</strong> opinião que cabe exatamente aos elementos <strong>amadores</strong>,<br />

em face da inexistência do risco, o papel <strong>de</strong> apresentar peças que as<br />

companhias profissionais não se arriscam a encenar. (2006: 44)<br />

Em outra crítica sobre a apresentação do Grupo <strong>de</strong> Teatro Experimental<br />

(GTE) em 29 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1944, Lourival Gomes Machado fala sobre a<br />

importância do amadorismo naquela época:<br />

Dos <strong>amadores</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> muita coisa, se não mesmo quase tudo na<br />

reconstrução do nosso <strong>teatro</strong>, terrivelmente comprometido por uma<br />

<strong>de</strong>sgraçadíssima tradição <strong>de</strong> <strong>teatro</strong> comercial. (MAGALDI, VARGAS, 2000:<br />

181)<br />

Anos mais tar<strong>de</strong>, no final da década <strong>de</strong> 1940, início <strong>de</strong> 1950, surgem<br />

algumas das mais importantes companhias profissionais paulistas. Estes<br />

<strong>grupos</strong> ficaram com o título <strong>de</strong> renovadores do <strong>teatro</strong> nacional, muitos <strong>de</strong>les,<br />

porém, traziam artistas bem sucedi<strong>dos</strong> no amadorismo <strong>para</strong> encenar como<br />

profissionais, além <strong>de</strong> apenas transporem <strong>para</strong> o circuito profissional algumas<br />

das inovações já realizadas por <strong>amadores</strong> há tempos. E como salienta<br />

FÍGARO:<br />

O mérito da formação <strong>de</strong> uma linguagem teatral e <strong>de</strong> público <strong>para</strong> <strong>teatro</strong><br />

<strong>de</strong>ve ser dado a esses <strong>grupos</strong>. A fundação do Teatro Brasileiro <strong>de</strong> Comédia –<br />

TBC não é o divisor <strong>de</strong> águas entre um <strong>teatro</strong> empostado, com ponto, com<br />

primeiro ator e atriz, e o <strong>teatro</strong> encenado naturalmente como representação da<br />

vida, visto que os <strong>grupos</strong> <strong>amadores</strong> já assim o faziam. O TBC vem coroar no<br />

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