Gazeta Rural - Freguesia Vilarinho das Azenhas
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O CICLO DAS FESTAS DA
CASTANHA PROSSEGUE
NA LOUSÃ, CARRAZEDO
DE MONTENEGRO,
TRANCOSO, MACIEIRA,
ENTRE OUTROS LOCAIS
SOARES MARQUES
QUER MUSEU
DO PORCO
EM MANGUALDE
GOLFE É APOSTA DO
TURISMO NACIONAL
w w w . g a z e t a r u r a l . c o m
BIODIVERSIDADE
GEOVANI DE ALENCASTRO, CONSULTOR FLORESTAL
DA UNIMADEIRAS, AFIRMA À GAZETA RURAL
QUE A “AUSÊNCIA DE BIODIVERSIDADE
ESTÁ NA ORIGEM DAS PRAGAS NA FLORESTA”
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EDITORIAL
É tempo de mudar
Numa altura em que proliferam as festas e feiras da castanha e
do mel, um pouco por todo o lado, são, no entanto, as doenças que
afectam a floresta que estão na ordem do dia, numa altura que
seria, digo eu, propícia para abordar as doenças que afectam os
castanheiros.
Geovani de Alencastro, em entrevista à Gazeta Rural, vem chamar
a atenção para um facto que deve merecer a atenção de
todos. A ausência de biodiversidade nas nossas florestas é,
segundo este consultor florestal, o principal foco para o aparecimento
de doenças, como o nemátodo no pinheiro ou a micosferela
que está a afectar os eucaliptos.
Talvez por isso, seja tempo de questionar, por exemplo, porque
temos rios poluídos, onde outrora havia peixe, que pescávamos à
linha, e pensar em inverter o rumo que estamos, todos, a seguir.
José Luís Araújo
SUMÁRIO
6 GESTÃO FLORESTAL DISCUTIDA EM VISEU
7 ENTREVISTA A GIOVANI DE ALENCASTRO
8 188,75 MILHÕES DE EUROS PARA A FLORESTA
9 FESTA DA CASTANHA E DO MEL NA LOUSÃ
10 CASTMONTE PROMOVE “CASTANHA DA PADRELA”
12 SÁTÃO VOLTA A SER “CAPITAL DO MÍSCARO”
16 MANGUALDE VAI TER MUSEU DO PORCO
19 GOLFE É APOSTA DO TURISMO NACIONAL
25 MARINHA GRANDE MOSTRA GASTRONOMIA
31 SESIMBRA RECEBE FÓRUM DE APICULTURA
35 ALCOBAÇA MOSTRA DOCES CONVENTUAIS
ficha técnica
Ano III - Nº 97
Director
José Luís Araújo (CP n.º 7515)
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Editor
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(Trás-os-Montes)
Marinha Grande - Delegação
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Redacção
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Paginação
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Av. da Bélgica - Viseu
Tiragem média mensal
6000 exemplares
ACTUAL
Diploma já aprovado num Conselho de Ministros
Novos Guardas Florestais vão ter licença de uso e porte de arma
Os novos Guardas dos Recursos Florestais
(antigos Guardas Florestais Auxiliares) vão
passar a dispor de licença de uso e porte de
arma, garantiu o ministro da Agricultura,
Jaime Silva.
Esta mudança está prevista no novo regime
jurídico aplicável ao exercício da actividade
dos Guardas dos Recursos Florestais
(GRF), que são agentes privados, contratados
para fazer a vigilância das zonas florestais.
O diploma foi aprovado num Conselho de
Ministros em Mafra e anunciado numa conferência
de imprensa em que também estiveram
presentes os ministros da Presidência,
Pedro Silva Pereira, da Administração Interna,
Rui Pereira, e o secretário Ascenso Simões.
Jaime Silva disse que o novo regime
passa a reconhecer pela primeira vez os GRF,
Iniciativa da Associação para o Desenvolvimento das Novas Tecnologias
Mões recriou a desfolhada à moda antiga
A Vila de Mões recriou a desfolhada, uma
iniciativa organizada pela Associação para o
Desenvolvimento das Novas Tecnologias de
Mões que vai de encontro a um dos seus objectivos
que visa preservar o património da
sua região. As desfolhadas eram uma prática
comum nesta região, em que os vizinhos se
ajudavam ao fim da tarde e que durava pela
noite dentro a luz da candeia. O Rancho Folclórico
da S. Maria de Moledo foi o animador
do evento e com as suas músicas contagiou os
presentes, que não resistiram a um pé de
que vão ter "equipamentos e fardamentos
próprios de utilização uniforme e nacional".
O Governo refere que o novo decreto estabelece
os requisitos de selecção para o exercício
da actividade de guarda, a forma de contratação
e os elementos de uso obrigatório
pelo guarda, como o cartão de identificação.
Ainda de acordo com o decreto, cria-se um
registo central de GRF, que ficará na dependência
da Autoridade Florestal Nacional.
Além da fiscalização e do policiamento, estes
guardas passam a exercer funções ao nível
do ordenamento e exploração de espécies
cinegéticas e aquícolas em águas interiores e
outros recursos silvestres. Os guardas vão
ainda exercer funções de detecção e alerta de
incêndios florestais nas respectivas áreas de
intervenção.
dança. Eulália Teixeira, a presidente da Câmara
de Castro Daire, abriu a desfolhada,
mas também foi a primeira a encontrar o a
espiga vermelha e teve que cumprimentar
todos os presentes.
Em poucos minutos desfolhou-se o milho,
sempre com o aroma dos frangos no churrasco,
febras, entremeadas, sardinhas e até
mesmo arroz de feijão feito no local. O vinho
e a jeropiga não faltaram e fizeram as delícias
dos presentes, sempre iluminados pelas
tochas já que as candeias não haviam.
União Europeia na boa via para cumprir o Protocolo de Quioto
Depreende-se do relatório anual da Co -
missão sobre os progressos alcançados na realização
dos objectivos em matéria de emissões
que a EU, e a maior parte dos seus Estados
Membros, estão em vias de respeitar os compromissos
de redução ou de limitação das
emissões a que se comprometeram no âmbito
do Protocolo de Quioto.
Segundo as últimas projecções dos Esta -
dos-Membros, a UE-15 atingirá o seu objecti-
vo de redução de 8%, executando as políticas
e medidas já adoptadas, comprando créditos
de emissão provenientes de projectos realizados
em países terceiros e realizando actividades
de gestão florestal que favoreçam a absorção
do carbono atmosférico. As medidas
suplementares previstas em numerosos
Estados-Membros deverão reduzir as emissões
em mais 3,3% o que permitirá à UE-15
ultrapassar o seu objectivo.
6
ASSEMBLEIA-GERAL DA UNIMADEIRAS COM ELEVADA PARTICIPAÇÃO
Unimadeiras recebeu Certificado do FSC
Numa reunião seguida com
enorme interesse, foi apre -
sen tado o novo logotipo da
Uni madeiras, decorrendo também
uma sessão de formação para os
membro do grupo, que incidiu nas
regras que terão que ser seguidas
pelos produtores florestais para o fornecimento
de madeira certificada,
tendo em conta que a Unimadeiras
recebeu recentemente o Certificado
do FSC.
O FSC é hoje o selo verde mais re -
conhecido em todo o mundo, com pre-
Integrado na Semana Europeia da Floresta,
decorreu em Viseu um encontro entre a Se -
cretaria de Estado do Desenvolvimento Rural e
das Florestas e as entidades ZIF (Zonas Inter -
venção Florestal).
“As florestas são um bem comum
e devem ser geridas de forma partilhada”
foi a mensagem que saiu do
encontro que teve lugar no auditório
do Instituto Português da Juventude
e que contou com as presenças de
Ascenso Simões, Secretário de Es -
tado Secretário de Estado do Desen -
volvimento Rural e das Florestas,
An tónio José Rego, presidente da
Cerca de uma centena de produtores
florestais estiveram reunidos na
Assembleia-geral do Grupo de Gestão
Florestal da Unimadeiras, que reuniu
no auditório da Caixa de Crédito
Agrícola de Albergaria-a-Velha
sença em mais de 75 países e todos os
continentes. Actualmente, os negócios
com produtos certificados geram
cerca de cinco biliões de dólares por
ano em todo o globo. O FSC é uma
FLORESTA
sigla em inglês para a palavra Forest
Stewardship Council, ou Conselho de
Manejo Florestal, em português.
Geovani de Alencastro, um reputado
consultor florestal, alertou os
presentes para a importância da certificação
e o respeito pelos seus princípios.
Deve garantir-se que a madeira
utilizada em determinado produto
é oriunda de um processo produtivo
manejado de forma ecologicamente
adequada, socialmente justa e economicamente
viável, no cumprimento
de todas as leis vigentes.
A importância do associativismo
também foi referida no encontro,
tendo em conta os problemas inerentes
à dimensão da propriedade, a
falta de capacitação e formação, as
debilidades do ordenamento, a ida -
de dos produtores e a falta de fiscalização.
Na ocasião Manuel Morais Fer -
reira, de Estarreja, e Manuel André
Castro, de Albergaria-a-Velha, dois
dos produtores florestais, associados
da Unimadeiras, foram premiados
com um “troféu” alusivo às boas práticas
florestais.
NO ÂMBITO DA SEMANA EUROPEIA DA FLORESTA
A importância da gestão florestal discutida em Viseu
Autoridade Florestal Nacional, e Mi -
guel Ginestal, presidente da subco -
missão parlamentar da Agricul tura.
O deputado viseense destacou a
importância que a floresta representa
para a economia portuguesa, que
representa 8 por cento das exportações
nacionais e 3 por cento do
Produto Interno Bruto (PIB). Miguel
Ginestal lembrou que “a fileira florestal
representa um valor acrescentando
anual de três mil milhões de
euros”, sendo responsável por mais
de 130 mil postos de trabalho. O sector
representa ainda 8 por cento das
exportações nacionais e 3 por cento
do PIB.
Para o deputado hoje há “uma
consciência colectiva muito diferente
para a floresta”, lembrando “ser crucial
para a prevenção e ordenamento
estrutural a criação das Zonas de
Intervenção Florestal (ZIFs)”. “A
implementação das ZIF’s é como instrumento
vital para articular com a
estratégia nacional para a floresta”,
frisou o deputado socialista, lembrando
as medidas anunciadas para
a fileira na última reunião do Con -
selho de Ministros.
FLORESTA
GEOVANI DE ALENCASTRO, CONSULTOR FLORESTAL DA UNIMADEIRAS, À GAZETA RURAL
“Ausência de biodiversidade está
na origem das pragas na floresta”
“ Oalastrar das pragas na floresta
aparece em função da
debilidade do ambiente e da
falta de ordenamento”. A declaração
é de Geovani de Alencastro, reputado
consultor florestal, em entrevista à
Gazeta Rural. Para este especialista,
mais importante que a qualidade da
madeira é “a dedicação, o cuidado e o
esforço” que cada produtor florestal
deve ter para com a floresta, e que
deveria ser seguido por todos nós.
Gazeta Rural (GR): Disse aos
produtores florestais que na
questão da certificação, o importante
não era a qualidade da ma -
deira, mas sim a dedicação, o
cui dado e o esforço. Como é in -
cu tir isso nos produtores?
Geovani de Alencastro (GA):
Não é uma tarefa muito simples,
nem muito fácil, principalmente
quando consideramos o contexto da
actividade florestal em Portugal, considerando
todo o histórico desta actividade
e principalmente na óptica do
pequeno produtor florestal, que sempre
foi esquecido pelas grandes em -
presas, pelas corporações e, também,
pelo próprio estado,
Temos pela frente uma tarefa bastante
pesada e grande pela frente,
pois sabemos das debilidades de or -
denamento, a problemática da di -
men são da propriedade, a falta de
capacitação, de formação, de sensibilidade,
a idade das pessoas e a falta
de fiscalização. Há vários aspectos
que contribuem para este contexto,
que não é fácil nem simples e tem
muitas condicionantes e muitas exigências.
Tentamos manter a nossa determinação,
sabendo que o somatório de
pequenos avanços é importante, porque
transformar essa realidade vai
demorar o seu tempo e sabemos que
não vamos conseguir fazer isso de
um dia para o outro.
GR: A certificação florestal
começa, como disse um produtor,
no respeito pelo ambiente,
para no futuro voltarmos a ter os
rios despoluídos e com peixe?
GA: Exactamente. Esses são be ne -
fícios que a floresta traz para a so -
ciedade e dos quais também estamos
cada vez mais privados. Quem percebe,
quem vê o ambiente, algumas pai -
sagens portuguesas em áreas francamente
produtivas, percebe logo como
está degradada a drenagem natural,
o assoreamento, a colmatação dos
cur sos de agua de médio e grande
porte, são as perdas de solo que se
evidenciam, tudo isso são re sultados
de más praticas de gestão, de mau
ordenamento, de má ocupação de território
e dar a volta a essas situações
todas realmente não é fácil, mas é o
que nós acreditamos e que remos.
Queremos ver assim um am biente
mais saudável, com mais biodiversidade,
com mais água e com mais
vida.
GR: Disse que a falta de biodiversidade
é a causa das doenças
da floresta, como no caso da que
está a afectar o eucalipto?
GA: Exactamente. As doenças normalmente
aparecem em função de
debilidades que a planta sofre. É
oportuno pensar nas pragas, não só
as do eucalipto, como a “micosferela”,
mas também a “furacanta” e as rela -
ci onadas com o pinheiro, como a “ne -
mátodo”, mas também nos sobreiros,
onde também se verifica um aumento
muito significativo.
Na verdade são sinais de que os
ecossistemas florestais produtivos em
Portugal estão debilitados, estão
stressados, estão a padecer de falta
de saúde. É por isso que as pragas
apro veitam e aparecem, devido ao
am biente estar debilitado, justamente
em função desse acumular de más
práticas e de falta de ordenamento.
Estamos num ciclo vicioso muito
difícil de quebrar. Há que ter muita
determinação para lidar com este
con texto, que é o ordenamento do território
e as praticas de gestão florestal,
porque a biodiversidade faz falta.
Sabemos que um grande componente
no controlo das pragas é o “controlo
integrado”, a acção das diversas formas
de vida. É por isso que elas estão
presentes. A falta delas, certamente,
manifesta-se e as pragas vêm ali um
grande prato de comida, servido sem
restrições. O alastrar das pragas aparece
em função da debilidade do am -
biente e da falta de ordenamento, que
favorece essa continuidade, esse alimento
é bem servido. José Luís Araújo
7
8 9
FLORESTA
ACONTECIMENTO
PARA INVESTIR NOS PRÓXIMOS DOIS ANOS
Floresta vai beneficiar
de 188,75 milhões de euros
Omontante vai ser investido
na defesa da floresta através
da criação de um dispositivo
integrado, que passa pelo reforço de
vá rias equipas no terreno, como os
GAUF (Grupo de Análise do Uso do
Fogo), GeFoCo (Grupo de Especialis -
tas de Fogo Controlado), Sapadores
Flo restais e outros agentes, como as
forças armadas.
De acordo com o Plano Nacional
de Prevenção Estrutural (PNPE)
2009-2010, no final do próximo biénio
o dispositivo de defesa das florestas
terá um total de 2.180 elementos.
O plano prevê também "reforçar o
pa pel dos governos civis e dos municípios"
com a criação de comissões
dis tritais de defesa da floresta, planos
distritais integrados e o surgimento
em todas as autarquias de
planos municipais da floresta contra
incêndios.
As autarquias vão também ser re -
forçadas com a transferência de verbas,
estando destinados para o próximo
ano 7,8 milhões de euros, montante
que aumenta gradualmente
até atingir os 8,3 milhões de euros
em 2012. No próximo biénio o Fundo
Flo restal Permanente vai sofrer um
"no vo impulso" ao ser apoiado com 31
mi lhões de euros, segundo o PNPE,
anunciado na Semana Europeia da
Floresta. No âmbito do programa vão
ser ainda realizadas acções de sensibilização
à população, que têm como
público-alvo o universo dos portugueses,
as escolas e públicos específicos
como agricultores, proprietários e as -
so ciações florestais. O acordo de parceria
com o movimento ECO (Empre -
sas Contra os Fogos) será também
reforçado.
O programa estabelece metas e
pre tende, até 2010, gerir 27 mil hectares
de matas públicas, planear 500
mil hectares da área florestal e integrar
500 mil hectares de território em
Zona de Intervenção Florestal (ZIF).
No âmbito da defesa dos territórios
florestais vão ser geridos 25 mil
novos hectares, dos quais três mil
com fogo controlado, beneficiados 12
mil quilómetros de caminhos e valorizados
600 pontos de água. No pró-
O Ministério da Agricultura,
Desenvolvimento Rural e das Pescas vai
investir nos próximos dois anos 188,75
milhões de euros no sector da floresta,
segundo o Plano Nacional
de Prevenção Estrutural
recentemente apresentado
ximo ano deverão estar defendidos
600 mil hectares de espaços florestais,
valor que subirá para 750 mil
em 2010.
No final da apresentação, o ministro
da Agricultura, Jaime Silva, disse
aos jornalistas que 188,75 milhões de
euros é o que actualmente está disponível,
mas se existirem mais candidaturas,
Portugal "negociará com
Bru xelas para disponibilizar mais di -
nheiro". "Na parte dos investimentos
florestais já começamos a abrir concursos
das candidaturas, nas quais
está disponível determinada quan -
tia, que será aumentada se ti vermos
maior aderência", afirmou.
Segundo Jaime Silva, o investimento
que vai ser feito nos próximos
dois anos será fundamental para se
dar "um salto qualitativo na gestão
activa da floresta".
O Plano de Prevenção Estrutural
da Floresta vai receber, até 2013/
2015, um investimento público de
468 milhões de euros, sustentados no
PRODER, Plano de Desenvolvimento
Rural em execução. Lusa
LUÍS ANTUNES, VICE-PRESIDENTE DA CÂMARA, À GAZETA RURAL
“A castanha e o mel são dois
produtos emblemáticos da Lousã”
Numa região onde predomina
o Mel da Lousã (DOP), a castanha
é outro dos produtos
endógenos do concelho, com excelentes
condições para a sua produção.
Neste âmbito, Luís Antunes, vicepresidente
da Câmara da Lousã, em
entrevista à Gazeta Rural afirma
que a edição deste ano manterá o
registo das anteriores, num ano em
que a produção nesta região não
deverá ser muito diferente de anos
anteriores.
Gazeta Rural: Que alterações
vamos ter na edição deste ano da
Feira?
Luís Antunes (LA): A festa da
castanha manterá o registo habitual,
é um formato de cesse, quer para os
produtores e vendedores, quer também
para os visitantes.
A novidade na edição deste ano é
ao nível da animação, que incluiu no
sábado à tarde um festival de folclore
das pessoas com deficiência, organizado
em parceria com a ARSIL,
uma associação de recuperação de ci -
dadãos inadaptado, sedeada na Lou -
sã, já com grande prestigio, tanto a
nível local como nacional. Deste mo -
do, associamos a Feira da Castanha
e do Mel ao Festival de Folclore de
Cidadãos com Deficiência, para de -
mons trar a sensibilidade da Câmara
para com esta temática e a possibilidade
de, através destes eventos, se
fazer a inclusão e a sensibilização da
comunidade para estas situações.
GR: Num ano em que se fala
de uma baixa de produção, que
perspectivas há da produção de
castanha no concelho?
LA: Pelas indicações que temos
dos produtores, a perspectiva é de
que a produção vai ser boa, tanto em
qualidade como em quantidade. Po -
rém, vamos ver. A nossa perspectiva
A Lousã vai receber nos dias 8 e 9
de Novembro mais uma edição da
Feira da Castanha e do Mel, um
certame que já marca o destino de
muitos visitantes nesta altura do ano
no ano passado foi boa, pois as vendas
na feira decorreram bastante bem.
Este ano esperemos também que
essas perspectivas possam ser cumpridas
e se possível melhoradas.
GR: Muito se tem falado das
doenças dos castanheiros. Como
está a região?
LA: Felizmente aqui não há grande
preocupação, pelo menos no contacto
que temos com os produtores.
Há algumas situações que nos foram
apresentadas, mas sem grande gravidade.
No entanto, estamos atentos e é
um problema que tem sido acompanhado.
Esperemos que não tome
maiores dimensões, para não prejudicar
a produção da castanha tão
característica desta região e que faz
parte da nossa identidade colectiva,
para além disso, é parte integrante
da nossa gastronomia, da vivência e
do historial desta região.
GR: A castanha e o mel são
dois produtos marcantes para a
região?
LA: A castanha e o mel são dois
dos produtos mais emblemáticos da
nossa região, dois produtos endógenos,
e o mel com Denominação de
Ori gem Protegida da Serra da Lousã
(DOP), com grande produção e com
um elevado número de apicultores
nesta região.
É uma associação feliz e com grande
sucesso, pois ambos os produtos
têm registado um bom volume de
ven das nas últimas feiras. No mel,
contamos com a parceria da cooperativa
Lousamel, em articulação com
os seus produtores. É que só aceitamos
na feira produtores de mel certificados,
para garantir a qualidade do
produto, mas também para ir ao
encontro daquilo que foi o objecto da
criação da cooperativa.
GR: Como tem sido a aderência
dos produtores a essa exigência?
LA: Houve algumas resistências,
dificuldades que foi preciso ultrapassar
mas, neste momento, todos os
grandes produtores e a grande maioria
dos produtores, nomeadamente
do concelho da Lousã já aderiram,
porque viram que tinham vantagem
na normalização das embalagens e
na valorização do seu produto, ao es -
tarem associados e terem o seu certificado
através da cooperativa Lou -
samel. José Luís Araújo
10 11
ACONTECIMENTO
ACONTECIMENTO
CASTMONTE
Afreguesia de Carrazedo de
Montenegro leva a cabo mais
uma edição da “CASTMON-
TE - XII Feira da Castanha”, iniciativa
que terá lugar a 8 e 9 de No vem -
bro, que visa mostrar a produção de
castanha desta região. A festa terá
como rainha a castanha com Deno mi -
nação de Origem Protegida (D.O.P)
“Castanha da Padrela”, conhecida em
todo mundo pela sua beleza, pelo seu
sabor e poder de conservação.
Esta é uma região onde se produzem
cerca de oito mil toneladas de
cas tanha, sendo apontada como ten -
do a segunda maior mancha de cas-
EM CARRAZEDO DE MONTENEGRO A 8 E 9 DE NOVEMBRO
promove “Castanha da Padrela” DOP
tanheiros do País. O fruto que cresce
dentro do ouriço, na imensidão de
soutos desta região de Carrazedo de
Montenegro, “faz as delícias de muitos
milhões de pessoas por esse mun -
do fora”, como salienta Alípio Barrei -
ra, presidente da Junta de Fre -
guesia.
Em algumas regiões do País verificam-se
algumas quebras de produção.
Todavia, segundo o autarca, a
pro dução de castanha na região da
Padrela está nos moldes de anos an -
teriores. “É razoável e em termos de
qualidade é boa”. Quanto à feira, “se -
rá feita nos moldes dos anos anteriores,
com muita animação, magustos,
concertinas e muita castanha”, refere
Alípio Barreira.
Tal como em edições anteriores os
restaurantes da região vão servir re -
fei ções onde a castanha estará sempre
presente, assim como o delicioso
bolo da castanha, que o ano passado
fez furor pela sua originalidade e
sabor.
Alípio Barreira refere também a
presença de uma delegação francesa,
composta por autoridades locais
e re presentantes dos agricultores,
vindos do “Canton de Beynat”, situados
na região de maior produção de
castanha em França. Deste modo,
Alípio Barreira convida a uma visita
a esta região transmontana, num
paisagem rural pintada pela maior
mancha contínua de castanheiros da
Europa. José Luís Araújo
C u p ã o d e A s s i n a t u r a s
Preencha com letras maiúsculas e envie para:
Gazeta Rural - Apartado 363 - 3501-908 Viseu
Nome:________________________________________________________________
Morada:_______________________________________________________________
Profissão (Facultativo)___________________________________________________
Telefone:_________________________ NIF:_________________________________
PROGRAMA
8 de Novembro (Sábado)
10h30 - Abertura da Feira
10h45 - Partida para o Passeio TT
“Caminhos da Castanha”
11h00 - Recepção e selecção da
castanha para o concurso
en tregue pelos produtores.
15h00 - Abertura Oficial da Fei ra
com a presença de di ver sas
entidades e uma delegação
francesa da Vila de BEY-
NAT.
- Visita aos stands de exposição
da feira
- Animação, magustos e con -
certinas
19h00 - Chegada ao recinto da
Feira dos participantes Do
passeio TT
22h00 - Grandioso espectáculo mu -
si cal com o Grupo “FUN -
ÇÃO PÚBLIKA”
9 de Novembro (Domingo)
10h30 - Abertura da Feira
14h30 - Concurso da Castanhas e
atribuição dos prémios
para os vencedores das
diversas variedades de castanha
15h30 - Abertura do “BOLO DA
CASTANHA” muita animação.
19h00 - Encerramento da XII Feira
da Castanha.
Desejo receber, a partir desta data 24 números
da Gazeta Rural, por apenas 30 euros.
Para o estrangeiro: 24 números - 35 euros
Junto envio o cheque nº __________, no valor de ____
Euros, à ordem de Classe Media, Lda. para pagamento
da minha assinatura
PARA PROMOVER O FRUTO DAQUELA REGIÃO
Escola Profissional de Trancoso
AEscola Profissional de Tran -
co so vai, como já é tradição,
organizar a 11 de Novembro
mais uma edição da Festa da Cas -
tanha`08, iniciativa que visa promover
este fruto como produto de denominação
de origem e a sua utilização
na gastronomia.
Neste sentido, a organização leva
a cabo uma Mostra Gastronómica,
que envolve as principais unidades
de restauração e casas de produtos
regionais do concelho, que apresentarão
pratos quentes e frios confeccionados
com castanha, revisitando
assim antigas receitas da região da
Beira.
Esta actividade conta também
com exposições sobre a castanha e a
recriação dos magustos do séc. XIX,
criando um cenário típico das antigas
adegas, decoradas com produtos da
lavoura e com as cores do Outono.
O programa inclui comunicações
sobre o tema da Castanha e do São
Martinho por especialistas, contando
com a presença de Jorge Lage, investigador
e autor de obras sobre a
Castanha, e Alberto Correia, em re -
presentação da Confraria da Casta -
Nos fins-de-semana de 1e 2 e 8 e 9 de Novem -
bro, o Município de Oleiros promove a segunda
Mostra Gastronómica do Medronho e da Cas -
tanha, uma iniciativa que visa fomentar
a divulgação do medronho e da
castanha para fins culinários e de
doçaria.
Durante os dois fins-de-semana,
nos restaurantes aderentes, pelo concelho
de Oleiros vai ser possível de -
gustar as mais criativas receitas à
organiza Festa da Castanha’08
nha. A organização conta também
com a presença de Fernando Cabral,
da Bandarra Cooperativa Agrícola, e
de Fernando Matos, da Cooperativa
de Penela da Beira. A animação da
festa está a cargo dos alunos do Curso
de Animador Sociocultural, com pe -
ças teatrais e musicais sobre o tema e
neste evento, dedicado à Castanha
base de medronho ou lembrar os sa -
bores outonais de outrora, quando a
castanha era a base da alimentação
desta gentes.
Esta iniciativa tem, também o
objectivo de valorizar dois importantes
recursos endógenos do concelho,
consolidando e afirmando a fileira do
medronho, unindo esforços e envolvendo
diversos agentes na atracção
de pessoas ao concelho durante estes
como “fruto dos frutos” como disse
Miguel Torga, será apresentada “A
Rota da Cas tanha e do Castanheiro”,
que a organização considera “ser um
instrumento fundamental para a
divulgação da castanha como um produto
turístico fundamental para o
desenvolvimento da região dos Sou -
tos da Lapa”. Emília Tracana
DE 1 A 9 DE NOVEMBRO
Oleiros promove a II Semana do Medronho e da Castanha
dias. Durante aqueles dois fins-desemana
quem se deslocar a Oleiros
poderá deliciar-se com os mais tradicionais
ou os mais inovadores pratos
confeccionados à base de castanha e
medronho. Para este efeito, estão a
ser efectuadas parcerias com diversos
agentes turísticos, no sentido
de criar e organizar grupos de pessoas
que pretendam aderir a esta
iniciativa.
12
A 9 DE NOVEMBRO NO LARGO DE S. BERNARDO
ACONTECIMENTO
Sátão volta a ser a “Capital do Míscaro “
OSátão volta a ser a “Capital
do Míscaro”, com a realização
de mais uma feira que a au -
tarquia local leva a cabo pelo segundo
ano consecutivo. Folclore, ar tesanato
do concelho, produtos re gionais e a
ven da do míscaro farão parte do pro -
grama da feira que se re aliza no pró -
ximo dia 9 de Novembro. José Ma lho -
a é o artista convidado para animar
to dos quantos se deslocarem a um
certame que este ano será amigo do
ambiente, uma vez que os míscaros
serão vendidos em embalagens de pa -
pel reciclado e com imagem própria.
Numa região onde os pinhais são
percorridos por muitas dezenas de
pessoas em busca do míscaro, a Câ -
mara Municipal do Sátão organiza
uma feira que pretende promover um
pitéu muito procurado nesta altura
do ano. No entanto, o prematuro início
da apanha por parte dos populares,
que também já fazem dele um
negócio, tem dificultado a sua reprodução,
factor que origina a escassez
do míscaro.
Sandra Ferraz, da Câmara Mu ni -
cipal do Sátão, responsável pela or ga -
nização do certame, refere que a
autarquia “nada pode fazer para evitar
este problema”, uma vez que não
há legislação. “Embora consciente da
gravidade deste problema, a Câmara
Municipal mais nada pode fazer que
distribuir folhetos de sensibilização e
outros alertas para protecção do míscaro”,
alertando a população para “a
importância de respeitar a altura
certa da apanha”.
ACONTECIMENTO
Antecedendo o dia de S. Martinho,
a aldeia de Macieira, no concelho
de S. Pedro do Sul, recebe
a 8 e 9 de Novembro a décima
edição da Feira do Mel
ae da Castanha
Ainiciativa, organizada pela
Casa Recreativa Macieirense,
do Município de S. Pedro do
Sul e do Conselho de Baldios de Ma -
cieira, com o apoio das Juntas de Fre -
guesia de Sul, S. Martinho das Moi -
tas e Covas do Rio, além de associações
locais e do Projecto Criar Raízes
que visa dar resposta aos problemas
do concelho, nomeadamente o despovoamento
das aldeias periféricas de
S. Pedro do Sul.
Mostras de artesanato, produtos
regionais, folclore e muita animação,
trazem a esta aldeia da Serra de S.
Macário, vários milhares de pessoas.
Variedade longal
predomina na região
A produção de castanha nesta re -
gião ainda não foi massificada,
como acontece noutras regiões. Há
pequenos núcleos de castanheiros,
com pe quenas produções caseiras,
com a lon gal a ser a variedade predominante.
Deste modo, a castanha passou,
ao longo dos tempos, a ser um ingrediente
essencial na gastronomia lo -
cal. Assim, os visitantes poderão en -
NO CONCELHO DE S. PEDRO DO SUL A 8 E 9 DE NOVEMBRO
Macieira mostra a castanha
e o mel do S. Macário
contrar neste certame espaços dedicados
à gastronomia, com especial
destaque às receitas que incluem a
castanha, como sopas, bolos e doces.
Numa altura em que noutras
regiões há preocupações com as
doenças que afectam o castanheiro,
como a doença da tinta ou o cancro,
Pedro Soares, do Projecto Criar Raí -
zes, confirmou à GR que esta é “uma
região pouco fustigada pelas epidemias
nos castanheiros”.
Por sua vez Graça Santos, da or -
ga nização, salienta que a Feira do
13
Mel e da Castanha “é muito importante
para a região”, fazendo com
que os agricultores e apicultores se
dediquem um pouco mais à produção
de castanha e do mel, de tal modo
que têm vindo a aparecer novas
plantações de castanheiros, que se
juntam a arvores centenárias ainda
existentes, assim como novos apiários,
que complementam os parcos
rendimentos dos habitantes desta
região da Serra de S. Macário.
Com isto, acresce a preocupação
da organização da Feira em apresentar
castanha de qualidade, pelo que
tem havido várias acções de sensibilização
dos agricultores para esta
problemática.
Um programa variado
Para quem decidir subir até à
Serra de S. Macário, para além da
castanha e do mel, poderá encontrar
outros produtos agrícolas, expostos
pelos mais de vinte expositores que
marcarão presença no certame e que
aproveitam para expor o fruto do seu
trabalho.
Numa região de grande beleza na -
tural, propicia aos desportos de natureza
e aventura, o fim-de-semana fi -
ca marcado por duas acções que integram
o programa oficial da feira.
Deste modo, são propostas actividades
de cicloturismo, com partida de
S. Pedro do Sul, e um percurso pe -
destre, denominado “Rota da Cas -
tanha”, que irá permitir aos visitantes
um melhor conhecimento da
serra de S. Macário desfrutando das
suas paisagens, mas também visitar
a zona de produção de castanha da -
quela região.
O programa contempla ainda a
apresentação do projecto “Aldeia do
Magaio”, magustos tradicionais, um
arraial popular, actuação de ranchos
folclóricos e um encontro de tocadores
de concertina.
14
ONDE PODE PROVAR UMA CANJA DE PERDIZ
Restaurante Clube de Caçadores
mostra os melhores pratos de caça
Em época de caça, os apreciadores
da boa gastronomia
não perdem um prato feito de
caça. Invariavelmente, o Restauran -
te Clube de Caçadores, sedeado jun -
to ao Aeródromo Gonçalves Lo ba to,
em Vi seu, é local de paragem obrigatória.
Pratos como javali na brasa com
arroz de feijão, arroz de perdiz com
míscaros, tarte de perdiz, bifes de
veado na brasa, são, diríamos, obrigatórios,
mas a carta oferece também
um polvo à lagareiro, bacalhau à
lagareiro ou cabrito de churrasco.
Porém, o tempo é de crise e a caça
não foge à regra. Ainda assim, garante
José Moita, “há menos caça, mas a
que há e de excelente qualidade”.
Como na região a mesma escasseia, o
sócio-gerente do restaurante diz que
tem que ir a “outros lados” para se
abastecer, garantindo que “há coutos
com boa caça brava”.
Entre os pratos preferidos pelos
clientes do Restau rante Clube de Ca -
çadores, José Moi ta destaca o arroz
de perdiz com míscaros e a tarte de
perdiz, mas também, nesta altura “os
petiscos com míscaros e, lá mais para
a frente, os grelhados de javali e
veado têm boa saída”.
Para acompanhar todos estes pratos,
o Restaurante Clube de Caçado -
res oferece uma carta com os melhores
vinhos, com destaque para a re -
GASTRONOMIA
gião do Dão. A par disso, numa al tu -
ra em que o frio aperta, a canja de
perdiz é por conta da casa, permitindo
a quem não conhece saborear um
dos pitéus mais apreciados.
REPORTAGEM
CERTAME JÁ GANHOU FAMA NACIONAL
Fêveras são a imagem de marca da
Feira dos Santos de Mangualde
“ As fêveras são a imagem de
marca da Feira dos Santos de
Mangualde”. A frase é de So -
ares Marques, presidente da Câma -
ra local, justificando deste modo a
fama que a “Feira das Fêveras” já
granjeou a nível nacional.
A história é velha e repete-se ano
após ano. O presidente da Câmara
de Mangualde defende que “a Feira
dos Santos deve manter todas as ca -
racterísticas de ‘Albergue Espanhol,
onde cabe tudo, em que as pessoas, à
pala de comprar fêveras, abastecemse
também para o Inverno, com as
samarras, as botas, entre outros produtos,
a um bom preço”. Todavia, são
a fêveras que marcam o certame.
Soares Marques diz que é necessário
manter “a imagem de marca da
Feira, mantê-la viva, mas também
reforçar a sua dimensão”.
Feira de Artesanato
Paralelamente com a Feira dos
San tos tem, lugar uma Mostra Na -
cional de Artesanato. Soares Mar -
ques diz que feira não se pode
“cristalizar”, pelo que a Feira de Ar -
te sanato oferece aos visitantes “a
oportunidade de apreciar e de adquirir
o artesanato que nos identifica
en quanto povo, proveniente dos quatro
cantos do Portugal.
A história da Feira
A história da Feira dos Santos
per de-se no tempo. Num fim-de-se -
mana, milhares de pessoas demandam
as Terras de Azurara. A procura
é sempre a mesma há séculos. As
fêveras são a razão desta correria,
num certame onde tudo se compra e
tudo se vende. Soares Marques contou
a história à Gazeta Rural.
15
“A Feira dos Santos era muito
curiosa. Durante muitas épocas era
uma espécie de ponto de encontro de
pessoas que tinham pouco a ver com
Mangualde. Era uma feira onde confluíam
os comerciantes de lanifícios
da Covilhã, que apresentavam as
roupas e os tecidos que depois eram
comprados por outros forasteiros,
oriundos da Figueira da Foz, normalmente
pescadores.
Os comerciantes dos lanifícios da
Covilhã era chamados os Covilhãs,
“os Covilhâs”, traziam os tecidos que
depois trocavam por peixe que vinha
da Figueira da Foz. Os Covilhâs traziam
as roupas necessárias à faina
piscatória e recebiam em troca a sardinha,
o bacalhau, o peixe que vinha
da Figueira da Foz, uma vez que na
Serra da Estrela havia falta de produtos
frescos.
O peixe vinha de barco até á Foz
do Dão, junto a Penacova numa
Ponte chamada Salazar, que ficou
submersa pela barragem da Agui -
eira, e depois era transportado em
carros de bois desde a Foz do Dão até
Mangualde, que era uma espécie de
entreposto.
Mangualde é hoje, queiramos ou
não, uma espécie de “Carrefour” de
vias de comunicação muito interessantes,
mas já o era no passado há
400 anos”. José Luís Araújo
16
UM PROJECTO EM MARCHA
Mangualde vai ter
MUSEU DO PORCO
O actual quartel da GNR de Mangualde
pode vir a albergar o Mu seu do Porco,
uma ideia que Soares Marques
pretende levar à pratica, ainda durante
este mandato, que termina dentro de
um ano, ou, eventualmente,
no próximo, tendo em conta que ainda
não sabe se se vai recandidatar à
presidência da Câma ra de Mangualde
Oautarca revelou o projecto à
Ga zeta Rural, justificando a
ideia com o facto de Mangu -
al de ser a “capital das fêveras”. “Foi
a Feira dos Santos, onde se comercializam
algumas toneladas de fêveras,
que nos fez avançar para o projecto”,
refere o autarca, que diz, “espero concretizar,
eventualmente, no próximo
mandato”.
O presidente da Câmara Munici -
pal de Mangualde diz que é “um projecto
interessante”, pois “que eu sai -
ba, só há um em Itália e em Portugal
não há nenhum museu do género
com a dimensão que nós projectámos”.
Soares Marques diz que a mar -
ca “Museu do Porco” já está registada,
pelo que o projecto pode avançar.
O autarca justifica a aposta com o
facto de “Mangualde ser a capital da
fêvera durante dois dias e, portanto,
sendo a carne de porco a menina
bonita da Feira dos Santos, aproveitando
essa tradição para construir o
Museu”.
O projecto tem duas valências,
revelou Soares Marques. “A primeira
que englobasse um restaurante que
servisse, sobretudo, pratos exclusivamente
derivados da carne de porco,
enquanto que segunda, noutra di -
mensão tão importante como esta,
que era um museu com alcance pedagógico,
mostrando a tradição da ma -
tança do porco ou como é que o porco
foi tratado, ao longo dos séculos, na
literatura”, diz o autarca.
Neste âmbito Soares Marques
lembra que a literatura infantil “es -
teve sempre muito ligada à imagem
do porco”, lembrando a Historia dos
Três Porquinhos, ou do mealheiro de
infância, que “era um porco com uma
racha em cima, onde os nossos pais
ou os amigos metiam umas moedas”.
Para além disso, acrescenta
Soares Marques, “o Museu serviria
também para mostrar a abordagem
do porco nas várias religiões”, lembrando
que, por exemplo, “na religião
muçulmana o porco é o único animal
proibido, daí que os árabes não co -
mem carne de porco”. Todavia, lem-
REPORTAGEM
bra o autarca, “na Igreja Católica
temos algumas cenas bíblicas em que
o porco era a encarnação de não sei
quantos diabos”.
Em resumo, diz Soares Marques,
“quando avancei para a idealização
da construção do Museu do Porco
esteve sempre subjacente esta grande
imagem de marca de Mangualde
que é, claramente, a Feira das
Febras ou a Feira dos Santos”.
Local está pensado
Com acima já referimos, Soares
Marques pensa instalar o Museu no
actual edifício da GNR. Para que o
processo possa avançar Soares
Marques tem que convencer os responsáveis
da GNR a mudar. A ideia
do autarca passa por adquirir o antigo
quartel dos Bombeiros Voluntá ri -
os, que se encontra devoluto, e transferir
para lá a Guarda nacional
Republicana.
É que o actual edifício onde está
instalada a GNR é um palacete dos
finais do século 19, que, diz, “nem de
perto nem de longe foi construído
para ser o quartel da GNR”. Soares
Marques lembra que o projecto só
não foi para a frente porque “as
minhas oposições votaram contra o
projecto de elaborar uma parceria
pú blico-privada, que iria resolver
este problema já durante este ano de
2008”. Apesar disso, acrescenta,
“ainda não perdi de vista transferir a
GNR do palacete para o quartel dos
bombeiros, onde, penso, que os militares
da GNR ficariam muitíssimo
mais bem instalados”.
É que, diz Soares Marques, “o
quartel da GNR é um palacete muito
bonito, com uns jardins envolventes,
que seria o mais indicado para a
construção do Museu, com as valências
gastronómica e pedagógico-educativa”.
José Luís Araújo
REPORTAGEM
SOARES MARQUES E O PLANO DIRECTOR MUNICIPAL
“Mangualde tinha que estilhaçar as amarras”
Amelhoria das vias de comunicação
foi, no último ano, a
gran de prioridade da Câma -
ra Municipal de Mangualde. “Proce -
demos a uma verdadeira revolução
da malha diária do concelho”, refere
Soares Marques, afirmando que,
nesta área, “o concelho se transfigurou
verdadeiramente”.
“Mangualde era, no contexto dos
concelhos vizinhos, aquele que apresentava
piores condições de acessibilidades
e da qualidade da malha diária”,
refere o autarca Soares Mar -
ques. Todavia, acrescenta, “neste
mo mento é aceite por toda a gente o
esforço financeiro que fizemos para
recuperar a malha diária”.
O autarca não se dá por satisfeito,
pois, refere, “há ainda algum trabalho
a fazer” mas “os eixos viários es -
Valeriano
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truturantes do concelho apresentam
hoje uma qualidade de longe superior
àquela que se verificava”.
“Um PDM altamente castrador”
O Plano Director Municipal
(PDM) foi sempre a grande dor de
cabeça do autarca, o que limitou a
construção também de novas acessibilidades,
porque Mangualde precisava
de construir novos arruamentos.
“Mangualde tinha que estilhaçar as
amarras que o aprendiam uma certa
ruralidade”. Soares Marques fala de
“um PDM altamente castrador e restritivo,
em termos de disponibilização
de terrenos para que as pessoas
pudessem construir”. Deste modo,
acrescenta, “nada melhor do que
entrar nesses mesmos terrenos,
17
impor-lhes novos arruamentos, permitindo
o aumento da capacidade
construtiva, mas também uma maior
oferta de terrenos”. José Luís Araújo
18
REVELA O GERENTE DA TRANSAGRI
Avelã nacional “com boa
produção e de qualidade”
Numa altura em que se apro -
xima a quadra natalí cia, au -
menta o consumo de frutos
se cos, mormente a avelã, um dos
membros desta nutritiva família.
A Transagri, situada em Mangu -
al de, é uma das poucas empresas
que recebe e transforma este fruto
mui to apreciado e também utilizado
na pastelaria, onde mostra todo o seu
potencial, enriquecendo bolos, bolachas
e chocolates e marcando indelevelmente
gelados, bavarois e outras
sobremesas frias.
Do simples prazer de as trincar,
na companhia de um aperitivo, en -
quanto se antecipam os sabores da
re feição que se avizinha, as avelãs
são também utilizadas em alguns
pra tos de culinária salgada, muitas
vezes como componentes de recheios
e terrinas.
Para José António Figueiredo, ge -
rente da Transagri, este é um ano de
“boa produção de avelã e de grande
qualidade”, num ano em que a pro -
du ção nacional é suficiente para as
necessidades da empresa, cujo produto
é consumido, maioritariamente,
no mercado português, com os espanhóis
a terem também a oportunidade
de apreciar a avelã nacional.
Em época de crise, os preços do
mi olo de avelã também caíram no
mercado internacional. “O ano passado
rondava os 5 euros meio, este
FRUTOS SECOS
ano estão na casão dos 4 euros”, revela
aquele responsável.
A Transagri recebe e transforma
avelã, desde miolo, granulados e pas -
ta de avelã para as indústrias de pa -
nificação e pastelaria e iogurtes.
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Director: José Luís Araújo | Quinzenário | Este suplemento faz parte integrante da Gazeta Rural n.º 97 | 31 de Outubro de 2008
O golfe é cada vez mais uma aposta nacional, daí a importância
da realização de eventos como a “Taça das Nações” e o
Portugal Masters. Aliás, o Plano Estratégico Nacional do
Turismo (PENT) elegeu a modalidade como um dos dez produtos
prioritários a desenvolver até 2015.
Os estudos mais recentes indicam que o golfe constitui um dos
mercados turísticos de grande potencial, prevendo que o volume
de viagens dos jogadores duplique no espaço de dez anos.
Neste momento há mais de um milhão de turistas europeus
que viajam apenas com o objectivo de praticar a modalidade,
e, na Europa, o gasto médio deste segmento é elevado, atingindo
os 260 euros diários, per capita.
Este desporto atrai, ao longo do ano, volumes muito consideráveis
de receitas em toda a cadeia do negócio: na hotelaria, restauração,
animação e valorização do imobiliário de uso turístico.
Além disso, o interesse do golfe, enquanto produto turístico,
fica a dever-se também ao facto de constituir um vector muito
importante de projecção da imagem de Portugal no mundo. E,
nesta modalidade, o país encontra-se já muito bem posicionado
no ranking europeu.
Nos últimos dez anos verificou-se um aumento do número de
campos de golfe no país. No final de 2007, existiam 75 campos
de golfe em Portugal.
Actualmente, encontram-se em construção mais dez e, em fase
de aprovação, há mais 19, o que corresponde a um investimento
total entre os 350 e os 400 milhões de euros.
In: ALLGARVE
d e n a t u r e z a e a v e n t u r a
w w w . g a z e t a r u r a l . c o m
MODALIDADE PRIORITÁRIA
Golfe é uma aposta do Turismo Nacional
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20
SOB O LEMA “PELA SUA SAÚDE …MEXA-SE”
Meia Maratona Internacional
da Nazaré na estrada
a 9 de Novembro
“Pela sua saúde …mexa-se” é,
este ano, o tema para a 34ª Meia
Maratona Internacional da Nazaré,
que vai para a estrada no próximo
dia 9 de Novembro
Paralelamente, anda-se também
a 3ª Caminhada e correse
ainda a 8ª Volta à Nazaré,
além da 8ª Meia do Futuro no dia
anterior. As inscrições estão já a de -
correr a bom ritmo e podem ser feitas
no portal www.mmnazare.org.
Considerada a “Festa do Atletis -
mo” por ter sido a primeira prova a
implementar a corrida para todos e o
movimento que se seguiu, a Meia
Maratona Internacional da Nazaré
permitiu o aparecimento de atletas
para o fundo e meio fundo português,
que vingaram no atletismo
nacional e internacional, tais como
Rosa Mota, Luís Horta, Anacleto
Pinto, Aniceto Simões, José Sena,
Fernanda Ribeiro, irmãos Castro, e
Meruge recebe prova de
BTT e passeio pedestre
A freguesia de Meruge, no concelho de
Oliveira do Hospital, leva a cabo no próximo
dia 8 de Novembro, mais uma prova de BTT e
um passeio pedestre, integrado no programa
oficial da Feira do Porco e do
Enchido.
Este passeio atrai inúmeros
aman tes da modalidade, com a
organização a limitar a participação
máxima de 200 pessoas, num percurso
de 40 km. No dia seguinte, ha -
verá lugar a passeio pedestre, que
contará com um máximo de 100
pessoas, com o percurso que durará
aproximadamente quatro horas,
num total de 12 quilómetros.
tantos outros. Hoje a “competição” é
outra e a prova que nos seus anos
áureos serviu de veículo de informação
e de divulgação de acções como o
Projec to Vida (combate à toxicode -
pendên cia) e a luta contra o Taba -
gismo. A Meia Maratona assume-se,
nova men te, como um veículo pa ra a
di vul gação e alerta para os perigos
ligados à falta de exercício e aos
malefícios do tabaco para o coração e
colesterol, entre outros.
A Meia Maratona conta, para
estes objectivos, com o apoio do Cen -
tro de Saúde da Nazaré para esse
trabalho. Por isso, assume um particular
significado o lema para a edição
deste ano: “pela sua saúde …me -
xa-se …e inscreva-se”.
DESPORTO AVENTURA
INTEGRA O PROGRAMA DA FEIRA
DAS COLHEITAS DE PENELA
Passeio TT passa
“Por Terras
da Martaínha”
O Passeio TT “Por Terras da Martaínha”, organizado
pelo Grupo Motard de Penedono, marca o
arranque da Feira da Colheitas, marcada para 8
e 9 de Dezembro, iniciativa organizada
pela Cooperativa Agrícola de Penela
da Beira, do concelho de Penedono, e
que é um momento de celebração do
final de uma campanha, onde os agricultores
mostram o produto de um
ano de labuta.
O passeio tem lugar a 25 de No -
vem bro e vai percorrer, tal como no -
me indica, as regiões de produção de
uma das variedades de castanha
mais apreciada.
A Feira das Colheitas de Penela
pretende dar conhecimento o lado
cul tural e histórico da região, mas
também promover os produtos gastronómicos,
como é o caso dos frutos
secos, como a noz, o figo, a amêndoa e
a castanha Martaínha, originária das
zonas de Penedono, Sernancelhe e
Trancoso muito usada preferencialmente
em doçaria e aperitivos.
DESPORTO AVENTURA
UM INVESTIMENTO GLOBAL DE 410.520,60 EUROS
Câmara de Manteigas vai executar
200 km de percursos pedestres
AComissão Directiva do Pro -
gra ma Operacional Regional
do Centro deliberou aprovar
a candidatura «Apoio à visitação do
sítio Serra da Estrela no Concelho de
Manteigas», cujo valor global se cifra
em 410.520,60 euros, com uma comparticipação
de 75%, sendo os restantes
25% da responsabilidade do
Município de Manteigas, no valor de
102.630,15 euros.
Integrada no Regulamento Espe -
cífi co «Gestão Activa de Espaços
Protegidos e Classificados», a candidatura
visa a promoção da conservação
dos valores naturais dos espaços
classificados a que o mesmo respeita,
sítio «Serra da Estrela» e «Par -
que Natural da Serra da Estrela»,
em áreas que se restringem ao Mu -
nicípio de Manteigas.
O projecto mereceu apreciação e
parecer do ICNB/PNSE, entidade
com competências e que sobre ele re -
fere que «integra um conjunto de iniciativas
a serem desenvolvidas no
âmbito deste Parque Natural e da
Rede Natura 2000, no sítio Serra da
Estrela» emitindo «parecer favorável
às intervenções propostas, as quais
se enquadram nos princípios de sustentabilidade
ambiental e de conser-
132 PARTICIPANTES ESTIVERAM À PARTIDA
O primeiro passeio BTT “Rota da Castanha e do
Castanheiro”, em Sernancelhe, ultrapassou as
melhores expectativas. A organização previa
meia centena de participantes,
acabando por ter à partida 132
amantes das duas rodas. O percurso,
que privilegiou a Quinta da Seara,
na Serra do Pe reiro, onde se produz a
maior parte da castanha do concelho,
foi dividido em dois. O primeiro, de
vação da biodiversidade». A operação
inclui oito componentes, de carácter
material, desenvolvidas em torno de
objectivos comuns e relacionadas
com a contratualização dos respectivos
trabalhos, alguns dos quais preparatórios
à implementação propriamente
dita do programa de visitação.
O projecto, com início a dois de
Janeiro de 2009 e conclusão a 31 de
Dezembro de 2010, prevê a aquisição
de equipamentos de apoio à visitação
e observação de suporte a actividades;
a colocação em caminhos e trilhos
pedonais de sinalização e de painéis
de orientação; a definição de
caminhos, trilhos e rotas temáticas
pedestres e respectiva cartografia; o
desenvolvimento e fornecimento de
suportes de divulgação e promoção
23 quilómetros, para os menos preparados,
e um outro, de 40 quilómetros,
para os praticantes assíduos do
todo-o-terreno em duas rodas. Além
de uma excelente oportunidade para
mostrar as magnificas paisagens que
os soutos oferecem, o passeio foi também
uma excelente jornada de propaganda
da modalidade e do concelho
de Sernancelhe.
21
de caminhos; elaboração e acompanhamento
de candidatura; o estudo e
desenvolvimento de conteúdos de
interpretação dos elementos; inventariação,
diagnóstico e referenciação
cartográfica de elementos ecológicos;
recuperação, construção, remodelação,
conservação e/ou delimitação de
caminhos.
Sumariamente a candidatura pre -
vê a realização de sete acções de
comunicação e sensibilização no do -
mínio da conservação de espécies e
habitats, um total de 200 Km de ex -
tensão de caminhos, trilhos e rotas
temáticas, que vão abranger a totalidade
do território concelhio, estimando
a Câmara Municipal a visita de
7.000 turistas após a execução do
projecto.
Passeio pela “Rota da Castanha” ultrapassou expectativas
22
A 8 E 9 DE NOVEMBRO
Meruge, freguesia do concelho
de Oliveira do Hospital
conhecida como a “terra
dos porqueiros”, leva a efeito a tra -
dicional Feira do Porco e do En chi -
do, no fim-de-semana de 8 e 9 de No -
vembro, certame que vai na sexta
edição e que atrai milhares de visitantes.
A Lage Grande é palco da festa,
que para alem da exposição, venda e
consumo de produtos regionais ligados
ao porco e ao enchido, tem também
muita animação, com saltimbancos,
malabares, trapezistas, jogos
tradicionais e folclore, assim como a
mostra ao vivo de ferreiros, oleiros,
ta noeiros e cesteiros.
Feijoada à Moda de Nogueirinha,
Arroz de Suã e Torresmos à Moda de
Meruge serão pratos que os visitan-
tes poderão degustar, acompanhado
pelos afamados doces regionais, nu -
ma feira que se iniciou com o objectivo
de homenagear os comerciantes de
carne de porco, organizada pela
Junta de Freguesia de Me ruge. No
entanto, segundo as estatísticas, esta
actividade tem vindo a sofrer um de -
GASTRONOMIA
Meruge recebe Feira do Porco e do Enchido
clínio acentuado. O aparecimento de
grandes superfícies comerciais e as
re centes exigências técnico-sanitá -
rias impostas pela Uni ão Europeia,
são provavelmente as duas principais
causas. Todavia, em Meruge a tradição
é para cumprir e a Feira con ti nua
a atrair ano após ano mais pessoas.
RURALIDADES
NA MARINHA GRANDE DE 28 DE NOVEMBRO E 8 DE DEZEMBRO
Feira Nacional com Artesanato
e Gastronomia de diferentes regiões do País
Adriano Paiva, um dos responsáveis
pelo certame, garante
que a gastronomia portuguesa
estará representada do Minho ao
Algarve, com restaurantes vindos de
várias regiões do País. “Os apreciadores
da boa gastronomia portuguesa
poderão degustar, entre outros
pratos, uma francesinha à moda do
Porto, um naco de carne mirandesa
ou uma posta de carne barrosã”.
Também o Alentejo estará presente,
salienta aquele responsável, “com as
famosas ervas aromáticas a temperar
os diferentes pratos, onde os
coentros são, quase, obrigatórios,
assim como as migas e as diversas
açordas. Do Algarve surge a apresentação
dos pratos de peixe, mas será
da zona de Mação que vão surgir
novas receitas para confeccionar o
peixe de rio”.
Neste desfile gastronómico, acrescenta
Ariano Paiva, “o Minho apresentará
os enchidos e os queijos, à
semelhança da Beira Interior, com o
queijo Serra da Estrela, e Trás-os-
Montes, nomeadamente Vinhais,
que apresentará o fumeiro de porco
bísaro, que marca a gastronomia
desta região transmontana”.
Por outro lado, da Marinha Gran -
de e arredores vão surgir os pratos
ligados ao mar, com destaque para o
peixe e o marisco, não descurando os
grelhados de carne e peixe.
Certame atingiu maioridade
Com quase duas décadas de história,
este certame já atingiu a maioridade,
contando este ano também
com representações de Oliveira de
Aze méis, Fundão, Montemor-o-Novo
e Salvaterra de Magos, quatro das
sete cidades geminadas com a
Marinha Grande, que se apresentarão
o artesanato, cultura e economia
locais, ao qual se junta o desfile de
folclore, danças e cantares da região.
O artesanato e a gastronomia marcam a 19ª edição da Feira de Artesanato
e Gastronomia da Marinha Grande, que tem lugar de entre 28 de Novembro
e 8 de Dezembro. A iniciativa, que teve início em 1990, conta este ano
com a exposição de novos artesãos oriundos de diversos pontos do País,
além de uma mostra gastronómica de diferentes regiões do Pais
Serão onze dias de muita animação,
num evento que se realizará no
Parque Municipal de Exposições,
entre 28 de Novembro e 8 de De zem -
bro, organizado pela Associação So -
cial Cultural e Desportiva de Ca sal
Galego. Para o presidente da Associ -
ação Social Cultural e Desportiva de
Vale do Galego este é “um certame
de cariz social, uma vez que as receitas
revertem a favor desta instituição,
que proporciona o apoio a idosos,
cursos de formação profissional e serviço
de ATL”, salienta Valério Silva.
Os visitantes poderão ver mostras
de artesanato ao vivo, apresentado
nos vários stands, “apesar da dificul-
25
dade em encontrar artesãos tradicionais
que trabalhem ao vivo”, refere
Valério Silva.
A Associação Social Cultural e
Desportiva de Vale do Galego foi
fundada em 1941, com a denominação
de Clube Desportivo de Casal
Ga lego, com a finalidade de prestar
apoio às gentes do lugar, um espaço
lúdico, cultural e Desportivo. Tem a
actual denominação desde 2002 e é
uma Instituição Particular de So -
lidariedade Social (IPSS), que
desenvolve a sua actividade na área
social, em valências de Serviço de
Apoio Domiciliário naquela re -
gião. José Luís Araújo
26
VALDEMAR FREITAS E A INOVAÇÃO NA MODA LISBOA
Valdemar Freitas, em entrevista
à Gazeta Rural, mostrouse
agradado com os re sul ta -
dos obtidos com esta aposta, numa
altura em que CVR Dão já prepara o
“Dão Vinhos e Gourmet” que terá
lugar no próximo mês de Dezembro,
em mais uma acção inserida no programa
do centenário da região
GR: A Moda em Lisboa ultrapassou
as melhores expectativas.
Estava á espera?
Valdemar Freitas (VF): Para
quem não fazia ideia o que era a
Moda Lisboa e o mediatismo que ti -
nha, foi uma surpresa muito agradável
e valeu a pena a aposta que se fez.
É que atingimos o público-alvo que
pretendemos nesta nova estratégia
de comunicação, que é gente dos 25
aos 35 anos, exactamente o publico
da Moda Lisboa.
GR: Foi, por isso, uma acção
muito positiva?
VF: Sim e muito importante. Foi
uma acção mediática, num evento
que teve uma enorme afluência, com
o publico que pretendemos, mas,
principalmente, gente com poder de
compra que teve a oportunidade de
provar os nossos vinhos, brancos e
tintos, mas também os nossos espumantes.
A par disso, saliente-se a inovação
que foram os cocktails de vinho, que
pela primeira vez se fizeram em
Portugal. Isso faz com que os vinhos
se tornem mais ver sáteis e que não
sejam só utilizados para acompanhar
a comida, mas também sejam utilizados
noutros momentos.
GR: Esse pode ser o ponto de
partida para aquilo que tanto se
pretende, que é chegar à gente
nova? Os cocktails podem de, al -
gum modo, trazer a gente nova
para o vinho?
VF: Os cocktails podem fazer com
que o consumo aumente, se a gente
nova começar a consumir vinho não
só nas refeições como noutros mo -
mentos, nos bares que são tão frequentados
por esta gente jovem.
Eu penso que sim. É uma aposta
que deve ser continuada e os próprios
produtores devem continuar a apostar
nesta inovação e que foi elogiada
por muita gente.
Quem desgostou, como eu, pela
primeira vez, e fiz as provas com um
touriga nacional, com frutas, como a
noz e framboesa, foi excelente. O
cock tail com brancos e com espumantes
estavam magníficos. Deste modo,
penso que se deve continuar esta
apos ta, para que os próprios bares
possam começar também a fazer
estes tipos de cocktails para a gente
jovem.
VINHOS
“Os cocktails tornam os vinhos mais versáteis”
A Região Demarcada do Dão, através da Comissão Vitivinícola Regional do Dão, deu um passo em frente na aproximação
dos vinhos aos mais novos. A inovação apresentada na Moda Lisboa, de cocktails de vinho, veio provar a versatilidade
de uma bebida que durante séculos foi vista como acompanhamento perfeito de uma boa refeição
GR: Estamos a cerca de um
mês do “Dão Vinhos e Gourmet”.
Que novidades vamos ter nesta
edição?
VF: Em relação ao Dão Vinhos e
Gourmet vai ser um pouco repetição
dos anos transactos a que acrescentamos
mais qualquer coisa, que
ainda está a ser ponderado e que
deve ser conhecido em breve.
GR: Que reacções teve à decisão
do ministro da Agricultura
em dizer que a Comissão Viti -
vinícola do Centro vai ficar em
Viseu?
VF: Não houve reacção nenhuma.
Aliás, tive o cuidado de lhes transmitir
aquilo que o ministro aqui disse e
que era comummente aceite por
todos.
Há uma reunião marcada para a
apresentação de um projecto comum
de candidatura ao mercado externo,
tendo em vista o problema da reestruturação,
embora se continuem
longe quanto à apresentação de uma
candidatura única à entidade certificadora.
O convite para estudarmos a
melhor proposta para fazer uma
candidatura em conjunto foi mais
um sinal que lhes dei, e quis dar pa -
ra o exterior, nomeadamente para o
ministro, que continuamos coerentes
desde o início com aquilo que temos
dito.
GR: Que outras acções estão
previstas?
VF: Vamos patrocinar um baile de
gala do Palácio da Bolsa no Por to,
um evento consensualmente considerado
como uma das melhores festas
do País, que junta aproximadamente
400 convidados, desde políticos, a
em presários, entre ou tros. J. L.Araújo
VINHOS
RELATIVAMENTE A UMA ANO NORMAL
Quebra de produção
no Dão rondou os 50%
Já se esperava uma quebra de produção de vinho no Dão,
num ano em que a Touriga Nacional foi a casta que
mais contribuiu para a diminuição. Todavia, por aquilo
que foi possível ver até agora, “terá sido a melhor colheita dos
últimos anos”, garante José Frias Clemente, dirigente da
UDACA.
No sector cooperativo a produção ficou ”dentro das expectativas,
com baixas produções de Touriga Nacional, mas de qualidade
superior”, conforme apurámos junto de vários responsáveis.
“Esta quebra não nos vais afectar”, frisou António
Mendes, da Cooperativa de Mangualde, que garante haver
stocks daquela casta para fazer os lotes de vinho que necessitam
para satisfazer os seus clientes.
A quebra global de vinhos na região “deve rondar os 50%
re lati va mente a um ano normal”, segundo José Frias Cle -
mente, que se mostra pessimista relativamente ao futuro.
“Esta quebra pode ser boa para regularizar os stocks de vinho
no mercado, mas é prematuro falar nisso, tendo em conta a
actual conjuntura”, alerta.
Já Peter Eckert, da Quinta das Marias em Carregal do Sal,
alinha pelo mesmo diapasão. “Tal como previa, vamos ter um
ano excelente, com vinhos de qualidade muito boa, com as
uvas num bom estado sanitário e com boas graduações, que,
em algumas castas andaram pelos 14/15 graus”, afirmou à
Gazeta Rural, confirmando também a quebra de produção
generalizada de Touriga Nacional.
28
ADEGA DE OURÉM
VIINHOS
Divinis aposta no Vinho Medieval de Ourém
Após “salvar” a Cooperativa
Agrícola de Ourém da in sol -
vência, a Divinis Agroprodu -
tos de Ourém, SA está a apostar na
produção e comercialização do Vinho
Medieval de Ourém e do Azeite
Conde D’Ourém.
Desde o final do século XX, a produção
de vinho tem vindo a ser uniformizada,
perdendo assim a sua di -
versidade. Mundialmente são apresentados
vinhos cada vez mais semelhantes,
perdendo as suas características
originais. Porém no concelho de
Ourém, segundo Armando Neto, re -
presentante da Divinis, alguns agricultores
continuam a produzir o
vinho pelo método que os seus
antepassados aprenderam com os
Mon ges de Cister no século XII, resistindo
assim à uniformização dos
vinhos e à tendência de copiar modelos
de produção de outras regiões.
A sua produção
O Vinho Medieval de Ourém destaca-se
pela sua produção, provindo
JÁ TOMOU POSSE
de vinhas certificadas, a vindima é
obrigatoriamente feita à mão, as adegas
devem estar inscritas e aprovadas
para o efeito e ficam sujeitas ao
controlo da entidade certificadora.
Este vinho tem também o objectivo
de atrair os turistas para a realidade
da produção artesanal e valoriza-la.
Provindo de pequenas vinhas, pequenas
adegas, o Vinho Medieval de
Ourém distingue-se pela sua “cor
rubi aberta, aromas de amêndoa do
branco, da casta Fernão Pires, casando
muito bem, com aromas da casta
tinta Trincadeira, que lhe dá notas de
frutos vermelhos, tais como mo rango
e amoras. Na boca apresenta-se equilibrado,
macio ao beber, forte e ao
mesmo tempo amanteigado.”.
Vilhena Pereira é novo presidente
do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto
O ex-presidente da Comissão Interprofissional
da Região Demarcada do Douro, Vilhena
Pereira, foi empossado presidente do Instituto
dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP).
Paulo Meneses Osório, director
de marketing e vendas da cooperativa
Caves Vale do Rodo, é vice-presidente
do instituto, até à pouco liderado
por Jorge Monteiro.
Luciano Vilhena Pereira, advogado,
é licenciado em Direito pela Uni -
versidade de Coimbra e presidiu à
Comissão Interprofissional da Re -
gião Demarcada do Douro em 2004,
depois de, entre 1999 e 2001, ter si -
do vice-governador civil do Porto.
O novo presidente do IVDP é
membro honorário da Sociedade
Por tuguesa de Viticultura e Eno lo -
gia e membro fundador da Con -
fraria dos Enófilos e Gas trónomos
de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Paulo Meneses Osório é licenciado
em Agronomia e, juntamente
com lavradores do Douro, empresários
do sector vitivinícola, enólogos
e outros especialistas das áreas de
viticultura, marketing e gestão cri -
Segundo Armando Neto, a produção
de vinho deste ano foi inferior aos
anos anteriores mas, apresenta uma
melhor qualidade. O representante
da Divinis manifestou ainda a sua
preocupação pelo abandono do cultivo
da uva branca.
Apesar de o mercado nacional es -
tar saturado em relação ao vinho, a
Adega de Ourém exporta apenas
algum vinho para o Brasil e França,
sendo a grande percentagem da sua
comercialização nacional. Ana Garcia
Marca: Abadia dos Tomarães
Colheita: 2007
Denominação: D.O.C.
Região: Encostas d’Aire
Sub-Região: Ourém
Tipo: Tinto (Palhete)
Produtor e Engarrafador: Divinis
Agro pro dutos de Ourém S.A.
Enólogo: Luís Mendes
Castas: Fernão Pires (80%B) e Trinca -
deira (20%T)
Clima: Temperado Mediterrâneo
Tipo de solo: Solos calcários pardos ou
vermelhos normais ou parabarros de margas
e arenitos finos; Solos mediterrânicos
pardos ou vermelhos normais ou parabarros
de arenitos finos, argilas e argilitos.
ou, em 2000, a empresa "La vra do -
res de Feitoria - Vinhos de Quinta
SA".
Em 2006 assumiu o cargo de
director de marketing e vendas da
Caves Vale do Rodo, empresa cooperativa
que iniciou em 2004 um processo
de fusão por incorporação das
Cooperativas de Armamar e Tabu -
aço na Cooperativa Vitivinícola de
Peso da Régua, visando a criação de
um departamento comercial profissional
e o desenvolvimento da ex -
por tação. Lusa
EMPRESAS
NA FREGUESIA DE TOURO, EM VILA NOVA DE PAIVA
Magril homenageou os “melhores” clientes
OParque Urbano da Praia
Fluvial do Touro, no concelho
de Vila Nova de Paiva, foi o
palco de uma festa organizada pela
Magril para homenagear os muitos
clientes que esta empresa concessi -
onária da John Deere para o distrito
de Viseu tem naquela região.
Só na freguesia do Touro existem
mais de 40 tractores daquela marca,
pelo que esta festa serviu também
para aproximar a Magril aos seus
clientes. Celestino Magalhães, gerente
da empresa, frisou à Gazeta
Rural a importância de “aproximar
quem vende a quem compra”. É que
a Magril “orgulha-se de ter uma
clientela cada vez mais fidelizada, o
que mostra confiança em nós e nos
nossos serviços” salientou aquele res -
ponsável, que agradeceu à Junta de
Freguesia do Touro ter disponibilizado
o espaço para receber uma
festa animada, onde não faltou o
porco no espeto, bem regado com o
vinho da região. Adelino Ferrolho,
presidente da Junta de Freguesia
do Touro, foi o an fitrião da festa. O
29
autarca mos trou-se satisfeito por
receber a festa num espaço novo da
freguesia, que apelidou de “muito
bonito”. A freguesia do Touro dista a
cerca de seis qui lómetros da sede do
concelho, com a grande maioria dos
seus habitantes a dedicarem-se aos
trabalhos agrícolas.
30
RURALIDADES
AS RELAÇÕES ENTRE INDÚSTRIA E DISTRIBUIÇÃO TAMBÉM NÃO ESCAPAM
Preços à produção e licenciamento explorações
agrícolas preocupam a fileira leiteira
A DESCIDA DOS PREÇOS À PRODUÇÃO, AS NOVAS REGRAS PARA LICENCIAMENTO DAS EXPLORAÇÕES AGRÍCOLAS
E A FALTA DE PODER NEGOCIAL JUNTO DA GRANDE DISTRIBUIÇÃO DOMINAM AS PREOCUPAÇÕES
DE AGENTES DA FILEIRA DO LEITE HOJE OUVIDOS PELA LUSA
De acordo com Berta Castilho,
gerente da Lacticínios das
Ma rinhas, as novas exigências
no licenciamento das explorações
agrícolas - a determinar por um
decreto-lei já aprovado em Conselho
de Ministros, mas que aguarda ainda
publicação há vários meses - poderão
ditar o fim de muitos dos produtores
de leite portugueses e, consequentemente,
dificuldades de abastecimento
à indústria. "Vejo a questão do licenciamento
das explorações como o problema
mais grave na fileira da produção",
afirmou, desvalorizando a discussão
em torno das quotas, no âmbito
da reforma intercalar da Política
Agrícola Comum (PAC), que vai estar
em destaque sexta-feira no congresso
anual da European Dairy Association
(EDA), no Porto.
Para Berta Castilho, o fim das quotas
(estabelecidas a nível europeu e
que determinam uma produção
máxima de leite em cada Estadomembro)
"não será um grande problema,
desde que haja uma entidade
que, depois, não permita posições
dominantes e garanta que o mercado
livre funcione". "O grande problema é
o licenciamento das explorações agrí-
colas, que vai estar muito dificultado
e levará a que, qualquer dia, não haja
quem produza", sustentou.
Além destas questões, mais ligadas
à produção, a gerente da Lacti -
cínios das Marinhas aponta, na in -
dús tria, como principais constrangimentos
o elevado preço da matériaprima,
dos combustíveis e dos transportes
e a falta de poder negocial face
aos dois "gigantes" da distribuição alimentar:
Sonae e Jerónimo Martins.
"Não temos escapatória. Estamos nas
mãos deles, porque é a eles que temos
que vender", afirmou a responsável
da empresa produtora do queijo e da
manteiga "Marinhas", de Esposende.
Para Berta Castilho, esta questão
só poderá ser contornada com regras
"mais apertadas" que regulem o funcionamento
do sector da distribuição
alimentar, que actualmente absorve
"grande parte do lucro" e "deixa para
o produtor uma parte mínima".
Também "apreensivo" quanto às
novas regras de licenciamento das
explorações agrícolas, o presidente da
Associação de Produtores de Leite e
Carne (Leicar) defende apoios específicos
que permitam aos produtores
suportar os investimentos necessá-
rios à defesa do ambiente e do bemestar
animal. "Deveria haver uma
linha de apoio específica, no âmbito
do Programa de Desenvolvimento
Rural (Proder), porque as novas
regras vão originar uma remodelação
total das vacarias", defendeu José
Oliveira. Se tal não acontecer, alertou,
"muitos agricultores vão preferir
deixar de produzir e, a médio prazo,
vai haver um abandono muito significativo
de produtores de leite".
De acordo com o presidente da Lei -
car, nos últimos tempos têm já vindo
a abandonar a actividade mais de
1.200 agricultores por ano, não chegando,
talvez, já a 8.000 o total de
pro dutores de leite em Portugal
Continental.
Entre as principais preocupações
da associação está também a descida
dos preços do leite à produção, que a
Leicar considera incompreensível por
não ser acompanhada da respectiva
quebra do preço final ao consumidor.
"A indústria tem vindo a baixar
sistematicamente os preços. Há uma
pressão muito grande por parte da
importação de leite de França, que
está a entrar por Espanha, mas
depois os preços ao consumidor mantêm-se
inalterados", afirmou José
Oliveira.
Relativamente às quotas, a Leicar
acredita que "se vão manter, a bem
de Portugal", caso contrário os produtores
de leite no país "ficarão reduzidos
a meia dúzia de grandes explorações".
"Se não houver um sistema de
quotas que controle a produção em
cada Estado, os países com custos de
produção mais elevados vão desaparecer
do mapa e Portugal não terá a
mínima hipótese de competir", assegurou
José Oliveira. Lusa
RURALIDADES
A 15 DE NOVEMBRO
Sesimbra recebe Fórum
Nacional de Apicultura
Sesimbra vai receber a 15 de
Novembro o Fórum Nacional
de Apicultura, hoje reconhecido
como o ponto de encontro de todos
os apicultores, dirigentes associativos
e técnicos do sector e um espaço
por excelência, onde são abordadas e
discutidos os temas mais actuais do
sector.
Paralelamente ao Fórum, decorrerá
a Feira Nacional do Mel, certame
que se tem vindo a afirmar como a
principal mostra da variedade, qualidade
e diversidade dos produtos da
apicultura nacional.
Este evento constitui a oportunidade
ideal para que os produtores e
as suas organizações divulgarem os
seus produtos, quer junto dos consumidores,
quer dos principais operadores
dos mercados nacionais e europeus
da fileira do mel. É também a
oportunidade ideal para encetar contactos
com as principais empresas
fornecedoras de factores de produção
a operar em Portugal.
Do programa fazem parte os concursos
de Mel, Fotografia, Rótulos e
A edição deste ano da Agrovouga ultrapassou as
expectativas da organização. Preparada
para ser a melhor até agora realizada,
a feira não defraudou os visitantes,
que se deslocaram em grande
números ao Parque de Exposições de
Aveiro.
O certame contou com a presença
do Secretário de Estado da Agricul -
tura e das Pescas, Dr. Luís Vieira, na
cerimónia de abertura. O governante
destacou a importância que o sector
do leite tem no contexto nacional,
Bolos e Doces com Mel. Pretende-se
desta forma sensibilizar o grande
público para a importância da apicultura
e das abelhas na vida quotidiana
de todos.
Mel elimina micróbios
resistentes da pele
Um estudo holandês recente de -
monstrou que o mel, usado de forma
tópica, mata as bactérias resistentes
aos antibióticos cultivadas em tubo
de ensaio, para além de eliminar co -
lónias de mesmos microrganismos
na pele de pessoas sãs.
Um dos co-autores do estudo, Se -
bas tian A. J. Zaat, disse que “pode
utilizar-se mel de forma tópica para
prevenir ou tratar infecções cutâne -
as, queimaduras e lesões na pele ". O
outro membro da equipa, Paulus H.
S. Kwakman, do Academic Me dical
Center de Amsterdam, afirma que o
desenvolvimento de novos antibióticos
não acompanha o aumento das
resistências nas populações de bactérias.
CERTAME DECORREU NO PARQUE DE EXPOSIÇÕES DE AVEIRO
Agrovouga’08 ultrapassou as expectativas
salientando os passos dados com
vista à sua modernização.
O certame acolheu ainda a Feira
Nacional do Bovino Leiteiro, a Feira
Nacional do Cavalo do Desporto e
uma Mostra Agrícola e Industrial,
para além do décimo quarto Con -
curso Nacional da Raça Marinhoa e o
vigésimo terceiro Concurso Nacional
da Raça Arouquesa. Presente como
novidade nesta edição, esteve a Com -
panhia das Lezírias, com mostras de
arroz, vinho, mel e cortiça.
31
Segundo ambos os autores, o mel é
utilizado desde tempos imemoriais
para tratar feridas infectadas, além
de que não existe qualquer relato
acer ca de resistências desenvolvidas
por bactérias a mel. Contudo, a aceitação
médica é reduzida devido às
grandes diferenças existentes entre
os diferentes méis no que respeita às
suas qualidades anti-bacterianas.
Destaque também para a monumental
corrida de toiros, que contou
com um cartel de primeiro plano do
panorama taurino nacional.
Numa altura em que o sector
agro-pecuário atravessa algumas di -
fi culdades, os criadores de gado bovino
leiteiro pedem ao governo a estabilidade
dos preços a longo prazo,
queixando-se dos custos de produção
que foram aumentados e dão relevo à
redução dos valores que são pagos
aos produtores.
32 33
RURALIDADES
RURALIDADES
GALHETEIROS COM GARRAFA INVIOLÁVEL COM FIM À VISTA
Ministro da Agricultura
quer cartas de azeites
nos restaurantes
Oministro da Agricultura
anun ciou o fim dos galheteiros
com garrafa inviolável a
partir do momento que os restaurantes
passem a dispor de cartas de azeites
que permitam ao consumidor es -
colher o azeite que quer consumir.
Jaime Silva presidiu à abertura do
encontro dos empresários do sector
da restauração e bebidas, promovido
pela Associação da Restauração e Si -
milares de Portugal (ARESP), no
âm bito do 28º Festival Nacional de
Gastronomia, que decorre em San -
tarém até 02 de Novembro.
Afirmando concordar com as críticas
à portaria que tornou obrigatório
o uso de galheteiros invioláveis, o
ministro pediu a “parceria” da
ARESP para poder revogar esta
legislação, o que só acontecerá quando
os restaurantes dispuserem de
cartas de azeites, deixando clara a
sua composição e a sua origem.
Para Jaime Silva, Portugal foi o
único país europeu a tornar obrigatório
o uso de garrafas de azeite invioláveis
nos restaurantes devido à
ausência de inspecção e na sequência
de “escândalos”, como o uso de óleos
e produtos eventualmente nocivos
para a saúde.
“Hoje há um trabalho rigoroso da
ASAE (Autoridade para a Segu ran -
ça Alimentar e Económica)”, sendo,
“se calhar, altura de passar à fase
se guinte e passarmos a consumir o
que é nosso”, disse, sublinhando que
as garrafas invioláveis garantem
que o produto que se está a consumir
é azeite mas não identificam a
sua origem.
No seu entender, a existência de
cartas de azeites nos restaurantes
permitirá ao consumidor conhecer o
bom azeite que é produzido em Por -
tugal e “ter orgulho nos azeites de ex -
celência” nacionais.
Jaime Silva disse ainda que, passado
o “sobressalto” inicial provocado
pela actuação da ASAE, que teve a
função de mostrar que Portugal está
dentro de um espaço em que os pa -
drões de segurança alimentar são “os
maiores do Mundo”, se entrou numa
fase de “equilíbrio”.
Afirmando que a interpretação
“mais rígida” da legislação, que visou
pôr ordem à forma descurada como
muitos produtores encaravam a
legislação comunitária, gerou “in -
com preensões e mal-estar”, o ministro
disse que, depois da legislação
que produziu, os pequenos produtores
estão “salvaguardados”.
Jaime Silva sublinhou que os
pequenos produtores não precisam
de licenciamento e apenas têm que
comunicar aos serviços do Ministério
o que produzem. “Não para mandarmos
lá a ASAE, mas para que, se
houver algum problema com algum
produto, se conheça a sua origem”,
disse.
O ministro disse ainda que o orçamento
do seu Ministério para 2009 -
que mantém uma dotação de 170
milhões de euros -, vai permitir alavancar
um investimento de mais de
800 milhões de euros para a agricultura.
Lusa
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CONTACTO: 963 105 033
VISANDO A QUALIFICAÇÃO DO APOIO LABORATORIAL
DRAPN e a UTAD vão gerir Laboratório de Apoio
à Actividade Agro-pecuária de Mirandela
A DIRECÇÃO REGIONAL DE AGRI CUL TURA
E PESCAS DO NORTE (DRAPN) E A UNIVERSIDADE
DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO (UTAD)
CELEBRARAM UM PRO TOCOLO
DE PARCERIA QUE INCIDE NA GESTÃO DO LABORATÓRIO
DE APOIO À ACTI VIDADE AGRO PECUÁRIA DE MIRAN DELA,
VISANDO A QUALIFICAÇÃO DO APOIO LABORATORIAL
À AGRO-PECUÁRIA REGIONAL
Inaugurado em 2006 pelo Pri -
mei ro Ministro, o laboratório de
Mi ran dela é uma das unidades
laboratoriais de apoio à actividade
agro-pe cuária mais modernas na re -
gião, sendo a sua vocação direc cio -
nada pa ra a monitorização e avaliação
da saúde animal e áreas da produção
agrícola.
As suas principais actividades
de correm, na esfera da saúde animal,
ao nível das análises efectuadas
no âmbito do controlo da Bru -
celose, Pe ripneumonia Conta gio sa
dos Bovi nos, Leucose Bovina En zo -
ótica, En cefalopatias Espongi for -
mes Trans mi ssí veis e na área agrícola
na análise de azeites, solos e
JORNADA DECORREU EM S. JOÃO DA PESQUEIRA
Núcleo Museológico do Vinho do Douro esteve em discussão
No contexto do I Encontro de Museus da Vinha e
do Vinho, a Câmara Municipal de S. João da
Pesqueira e o Museu do Douro promoveram uma
jornada de reflexão e debate sobre o futuro
Núcleo Museológico de S. João da Pesqueira.
Inserido na rede de núcleos mu -
seológicos que enformam o programa
do Museu enquanto museu de território,
o Núcleo Museológico de S. João
da Pesqueira terá como temática central
o Vinho do Douro, elemento basilar
da economia regional. A sua
implantação em S. João da Pesqueira
certificação ve getal, havendo a ex -
pe ctativa de, na sequência deste
protocolo, evoluir para a certificação
das obrigações do Modo de Produção
Biológica e Pro tec ção Integrada.
Processando mais de 800.000
amos tras por ano, provenientes de
to da a Região, o Laboratório apoia
agri cultores e produtores pecuários,
empresas e organizações de agricultores,
procurando inovar a sua actividade
a incidir sobre novas áreas
de intervenção.
Este protocolo, tem como objectivos
incentivar a investigação aplicada
- aproximando a produção agropecuária
do conhecimento científico
- apostar na formação em contexto
deriva da centralidade deste concelho
na Região Demar cada e também da
forte apetência do seu território para
a cultura da vinha, contribuindo de
forma significativa para a produção
dos vinhos da Região. Assim, pretende-se
que a missão do novo Núcleo
seja, entre outras, a promoção e
divulgação dos vinhos do Douro em
colaboração com os produtores, através
da sua exposição permanente e
de uma programação anual atractiva
e dinâmica.
de trabalho dos estudantes universitários,
criar redes de informação e
aconselhamento aos produtores
apli cando as novas tecnologias de
informação e conhecimento.
Neste protocolo estão envolvidos
pela DRAP Norte dois técnicos
superiores e 14 técnicos de laboratório
e pela UTAD 4 Professores
Uni versi tários, dois da área da
veterinária e dois da área agrícola,
que acompanham as acções desenvolvidas,
qualificando o apoio aos
agricultores, na produção de mais
e melhor qualidade e proporcionando
a jovens universitários uma
visão integrada da sua actividade
futura.
Tendo em conta os princípios da
nova museologia, este projecto ambiciona
criar laços com a comunidade
em que se inclui, contribuindo ao
mesmo tempo para o seu desenvolvimento.
Além de um importante agente
de revitalização do centro histórico
da vila e da própria malha urbana,
que se encontra numa fase de expansão,
este equipamento constitui também
uma mais-valia para as populações
que aqui se fixam, diversificando
a oferta cultural ao seu dispor.
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SERNANCELHE INICIOU CICLO DAS FESTAS DA CASTANHA
RURALIDADES
José Mário Cardoso critica entidades
envolvidas no processo de certificação
Opresidente da Câmara de
Ser nancelhe critica as entidades
envolvidas no processo
de certificação da castanha com De -
nominação de Origem Protegida
(DOP) “Soutos da Lapa”, acusandoas
de “inoperacionalidade”. José Má -
rio Cardoso não entende porque é
que a entidade certificadora é de
Cas telo Branco e a entidade fiscalizadora
é de Trancoso.
Deste modo, diz o autarca, “a castanha
de Sernancelhe com DOP
Soutos da Lapa aparece no mercado,
aqui e além, por fruto da carolice e
boa vontade dos empresários, mais
como factor de imagem e marketing,
do que propriamente com intuitos
comerciais”. O autarca lamenta que
assim seja, mas espera que a situação
se venha a alterar.
Iniciou-se o ciclo de Festas
da Castanha
Sernancelhe iniciou o ciclo de feiras
da castanha que “percorrem” o
País de norte a sul. O palco foi o
Centro Municipal de Artes, por onde
passaram alguns milhares de pessoas,
que não perderam a oportunidade
de provar as castanhas assadas,
mas também de as poderem
adquirir, ou provar as filhoses e a
sopa de castanha.
Na região dos Soutos da Lapa, on -
de a martainha é rainha, mas onde a
longal tem tradição, o certame serviu,
segundo José Mário Cardoso,
para “despertar a consciência dos
produtores para a importância deste
fruto, tendo em conta também a sua
excelente qualidade”. A par disso, no
concelho de Sernancelhe, verificou-se
um aumento da produção, com a
plantação de novos soutos, mas também
o aparecimento de unidades de
recepção e comercialização como a
Frusantos e a Soutos da Lapa, sendo
produzidas cerca de meio milhar de
toneladas de castanha por ano, mui -
ta dela exportada para o Brasil.
Na feira os preços rondavam o três
euros o quilo, mas a castanha da
região com DOP “Soutos da Lapa”
poderá chegar ao mercado a cerca de
quatro euros o quilo. Para o presidente
da Câmara de Sernancelhe,
“uma das grandes virtudes da Festa
da Castanha é que os preços ao consumidor
atingem montantes muito
compensadores”, pelo que, acrescenta
o autarca, “muitos produtores já
não vendem a castanha antes da
Fei ra, mas guardam-na, porque
sabem que o preço depois será mais
elevado”. José Luís Araújo
DOÇARIA CONVENTUAL
DE 13 A 16 DE NOVEMBRO EM ALCOBAÇA
Alcobaça acolhe a Décima Mostra
de Doces & Licores Conventuais
De 13 a 16 de Novembro, no
Mos teiro De Santa Maria de
Alcobaça irá realizar-se a
Décima Mostra de Doces & Licores
Conventuais.
Organizada pela Câmara Munici -
pal de Alcobaça, que é a pioneira
deste evento desde 1999, esta exposição
mantém viva a memória do ri -
quís simo património cultural que é a
doçaria, apostando na tradição gastronómica
deixada pela presença dos
Monges e Monjas Cistercienses dos
Conventos de Alcobaça e Cós.
Nesta Mostra não vão faltar a
bro a de ovos, as cornucópias, as fa -
tias de Tomar e os pastéis de Lor -
vão para adoçar a boca dos mais gu -
losos. Ana Garcia
EXCELÊNCIA DOS SABORES
Câmara Municipal de Alcobaça apresenta
novo conceito da Feira de São Simão
A Feira de São Simão, que se realiza de 30 de
Outubro a 2 de Novembro no MercoAlcobaça,
volta este ano a todo o “gás” com um novo
formato, trazendo à feira sugestões
alimentares para um estilo de vida
saudável e ecologicamente consciente.
Aberto das 15 horas às 23
horas, neste evento não vão faltar
os típicos frutos secos, animação,
artesanato e ainda a presença de
restaurantes. A entrada é livre.
Pratos requintados, comida
Gour met e produtos da terra são
al gumas das sugestões dadas pela
Câmara Municipal de Alcobaça
nesta feira, que foi organizada ten -
do em conta os novos padrões de
consumo. Segundo o Município de
Alcoba ça, os principais objectivos
da Feira de São Simão consistem
na criação e acompanhamento das
tendências de uma nova área liga -
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da aos Produtos Gourmet, Pro du -
tos de Denominação de Origem
Protegi da, Produtos Biológicos,
Alimen tação Saudável, Produtos
Tradicio nais e de qualidade assim
como assegurar a visibilidade dos
fabricantes de produtos nacionais,
promovendo os recursos de forma
a gerar crescimento económico e
im pulsionar o desenvolvimento
local. Ana Garcia
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NO V CAPÍTULO DA CONFRARIA “GRÃO VASCO”
Novos confrades juraram defender
os Saberes e Sabores da Beira
AConfraria de Saberes e Sa -
bores da Beira “Grão Vas co”
levou a cabo V Capítulo, com
a entronização de novos confrades,
numa cerimónia que decorreu nos
Claus tros da Sé de Viseu.
Foram ao todo 25 novos cavaleiros,
nove comendadores e duas institui -
ções que juraram defender os Sa be -
res e Sabores da Beira. Entre os no -
vos membros da Confraria destacamse
Francisco Marques Bandeira (vice
presidente da Caixa Geral de De pó -
sitos), João Cotta (presidente da
Asso ciação Industrial da Região de
Viseu), Bento dos Santos (gastrónomo),
Henrique Monteiro (director do
jornal “Expresso”), João Martins (em -
presário), Dias Loureiro (advogado) e
Rui Mingas (diplomata e ex-embai -
RURALIDADES
xador de Angola), que rece be ram o
grau de Comendador da Or dem de
Grão Vasco. A Associação Por tugue -
sa de Pais e Amigos do Ci da dão De -
ficiente Mental (APPCACDM) e a
Casa de Viseu no Rio de Janeiro fo -
ram as instituições escolhidas.
Promover e divulgar a gastronomia
tradicional da Beira, os vinhos e
bebidas espirituosas produzidas por
terras beirãs, investigar e pugnar
pela genuinidade da culinária autóctone,
patrocinar a recolha e divulgação
de usos e costumes tradicionais e
incentivar a edição de trabalhos
sobre a cultura regional são o lema
desta confraria.
RURALIDADES
Breves
FEIRA DE SABORES DE SÃO MARTINHO NO SABUGAL
Sopa de castanhas, arroz doce de amêndoa, ensopado de javali, pão em forno de lenha, castanhas
assadas e jeropiga são algumas das iguarias que as Quintas de São Bartolomeu, no concelho
do Sabugal, têm para oferecer aos visitantes da Feira de Sabores de São Martinho, que
irá decorrer nos dias 8, 9, 15 e 16 de Novembro
Integrado no projecto Aldeia ConVida, a Associação Independente Pró Desenvolvimento vai
levar a cabo pelo segundo ano uma actividade que pretende juntar a animação, o convívio, mostra
de sabores da gastronomia tradicional que propõe ainda o envolvimento de toda a comunidade
local.
Divulgar a gastronomia do concelho do Sabugal é uma iniciativa que surge com o propósito de
mostrar o que de melhor se faz por cá. O evento conta com o apoio da Junta de Freguesia das
Quintas de São Bartolomeu e da Câmara Municipal do Sabugal.
MAGUSTO NA FREGUESIA DOS FÓIOS
Fois, freguesia do concelho do Sabugal, vai levar a cabo, no próximo dia 8 de Novembro, um
magusto que pretende aproximar e promover as boas relações entre o concelho e as freguesias
de Espanha mais próximas do Sabugal.
Desta forma, a população de Eljas será recebida pela fanfarra do Agrupamento de Escuteiros
do Soito, no Largo da Praça dos Fóios, onde o Rancho Folclórico de Vila Boa também se fará
ver e ouvir.
A iniciativa é da Junta de Freguesia dos Fóios, o Grupo Cultural e Desportivo de Fóios e o
Ayuntamiento de Eljas são as entidades organizadores deste evento, que conta ainda com a
colaboração da Câmara Municipal do Sabugal e Equipa de Sapadores dos Fóios.
SEMANA PORTUGAL BIO 2008 VOLTA EM NOVEMBRO
A INTERBIO – Associação Interprofissional para a Agricultura Biológica, vai promover a IIIª.
edição da SEMANA BIO – Semana Nacional da Agricultura Biológica: A Alimentação, de 15
a 23 de Novembro. A organização espera, uma vez mais, atingir o sucesso das edições anteriores,
promovendo uma ampla divulgação da agricultura biológica e dos seus produtos, junto dos
consumidores portugueses.
Ao lançar, em 2006, a Iª. SEMANA BIO, a Associação de Produtores, Transformadores e
Serviços, concretizou uma grande operação de informação sobre a agricultura biológica, tendo
como alvo preferencial a generalidade dos consumidores.
FEIRA DAS ACTIVIDADES ECONÓMICAS
DA BEIRA INTERIOR “FERCAB” – 2008
Organizada pela Associação Empresarial da Região de Castelo Branco (NERCAB), a Feira de
Actividades Económicas da Beira Interior (FERCAB) assume uma substancial importância a
nível nacional.
Realizada no Centro de Exposições e Eventos do NERCAB, entre 28 de Novembro e 01 de
Dezembro, é característica de um propício espaço na criação de oportunidades para a efectivação
de bons negócios e na abertura de nova produção e comércios.
Comemora este ano a décima quinta edição e à semelhança dos anos transactos perspectiva a
visita de milhares de pessoas, contando com a presença de vastos expositores dos mais diversos
ramos de actividade, instituições, empresas e artesãos, de Norte a Sul do país, dando a esta XV
Feira das Actividades Económicas da Beira Interior um interesse diversificado. Promove igualmente
os produtos da região, nomeadamente o queijo curado elaborado de forma artesanal com
leite de ovelha, leite de cabra ou ambos, assim como os vinhos e enchidos.
PÓVOA DO LANHOSO APOSTA NA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
A sustentabilidade ambiental é uma área de forte aposta do município da Póvoa de Lanhoso,
que em Junho de 2009, irá organizar o 6º Congresso Ibero-Americano de Parques e Jardins
Públicos, numa parceria com a Associação Espanhola de Parques e Jardins Públicos com o
apoio da Associação Portuguesa dos Arquitectos Paisagistas, e que terá como tema “A
Sustentabilidade nos Espaços Verdes Urbanos”.
A preocupação com o meio ambiente e a necessidade de encontrar o melhor modelo de desenvolvimento
sustentável levou a autarquia a fazer um forte investimento na requalificação urbana,
com especial incidência nos jardins e espaços públicos.
NUM SEMINÁRIO
MUITO PARTICIPADO
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Boticas discutiu
“Produtos Tradicionais
- Aspectos Legais”
ACâmara Municipal de Bo ti -
cas, em parceria com a Co ope -
rativa Agrícola de Boticas,
levou a cabo um seminário intitulado
“Produtos Tradicionais - Aspectos Le -
gais” tendo por objectivo o esclarecimento
de questões relacionadas com
a legislação recentemente publicada
relativa à produção e comercialização
em pequenas quantidades de Produ -
tos considerados tradicionais.
O seminário contou com a presença
de mais de meia centena de participantes,
entre os quais alguns dos
produtores que participam habitualmente
na Feira Gastronómica do
Por co de Boticas, proprietários de
res taurantes, talhos e outros estabelecimentos
similares.
Entre os palestrantes, Leonor
Cor deiro, da Direcção Regional de
Agri cultura e Pescas do Norte, abordou
o tema do registo higio-sanitário
de unidades de preparação de géneros
alimentícios para venda ao consumidor
final. Por sua vez João
Paulo Costa, Médico Veterinário
Mu nicipal de Boticas, apresentou
uma comunicação sobre o fornecimento
directo pelo produtor de pe -
quenas quantidades de produtos primários
(de acordo com a Portaria
699/2008). Fernando Gonçalves, da
Adirba (Associação para o Desen -
volvimento Integrado da Região do
Barroso), abordou a fiscalidade a
aplicar ao sector e Ana Soeiro, da
Qualifica, apresentou o tema da derrogação
e qualificação dos produtos
tradicionais.
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XI ENCONTRO DECORRE A 7 E 8 DE NOVEMBRO
Perspectivando a produção,
trans formação e comercialização
de cogumelos, a URZE -
Associação Florestal da Encosta da
Serra da Estrela, realiza nos dias 7 e
8 de Novembro, em Gouveia, o se -
gundo Encontro Micológico.
Neste encontro pretende-se abordar
a temática sob a perspectiva da
produção, transformação e comercialização
de cogumelos. No primeiro
dia irão ser debatidos temas como a
produção, transformação e comercialização
de cogumelos, enquanto que
no dia seguinte haverá um passeio
micológico, guiado por especialistas
na matéria, com o intuito de aprender
sobre recolha e identificação de
cogumelos silvestres, bem como uma
primeira feira de produtos micológicos,
seguida de uma prova gastronó-
mica de alguns pratos confeccionados
com cogumelos silvestres. A im -
portância do tema em debate neste
encontro leva a que alguns responsáveis
governamentais estejam presentes,
numa altura em que se questiona
a modo de gestão dos recursos florestais,
nomeadamente a questão da
apanha de cogumelos silvestres, que
não é regulamentada.
MICOLOGIA
Gouveia recebe I Feira de Produtos Micológicos
Deste modo, a sessão de abertura
conta com Ascen so Simões, Secre -
tário de Estado das Florestas, Álvaro
Amaro, presidente da Câmara
Municipal de Gouveia, Ar mando
Carvalho, director do De parta men -
to de Gestão das Áreas Classi fi ca -
das Centro e Alto Alentejo e José
Mo ta, presidente da direcção da
URZE.