Arco Metropolitano BR-493/RJ-109 - Firjan
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Estudo de Impacto Ambiental<br />
Projeto de Implantação<br />
<strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong><br />
do do<br />
Rio de Janeiro<br />
<strong>BR</strong>-<strong>493</strong>/<strong>RJ</strong>-<strong>109</strong><br />
Junho | 2007
APRESENTAÇÃO 01<br />
DESCRIÇÃO DO PROJETO 05<br />
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL 21<br />
IMPACTOS AMBIENTAIS 41<br />
PROGRAMAS AMBIENTAIS 51
2 Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
Oobjetivo deste Relatório de Impacto<br />
Ambiental (RIMA) é apresentar ao público<br />
interessado, em linguagem acessível e<br />
objetiva, um resumo dos estudos técnicos do Projeto<br />
de Implantação do <strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong> do Rio de<br />
Janeiro <strong>BR</strong>-<strong>493</strong>/<strong>RJ</strong>-<strong>109</strong>. O trecho está localizado<br />
entre a Rodovia Rio – Petrópolis (<strong>BR</strong>-040), no<br />
município de Duque de Caxias, e o acesso ao Porto<br />
de Itaguaí, no município de Itaguaí (<strong>BR</strong>-101). Com<br />
extensão aproximada de 73 km, constitui o<br />
segmento “C” do <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região<br />
Metropolitana do Rio de Janeiro, atravessando os<br />
municípios de Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Japeri,<br />
Seropédica e Itaguaí, conforme Mapa de Localização<br />
a seguir.<br />
O Departamento de Estradas de Rodagem do<br />
Estado do Rio de Janeiro – DER-<strong>RJ</strong> contratou o<br />
Consórcio Concremat – Tecnosolo Ltda., para a<br />
elaboração dos Estudos de Impacto Ambiental - EIA<br />
e do Relatório de Impacto Ambiental – RIMA, em<br />
atendimento às exigências legais. O processo de<br />
licenciamento está sendo acompanhado pela<br />
Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente<br />
(FEEMA). O período de construção da rodovia foi<br />
estimado em 2 anos, sendo 2009 o ano previsto para<br />
o início da operação.<br />
Este relatório compõe-se da descrição das<br />
principais características do projeto e da região onde<br />
será implantado; da indicação de seus prováveis<br />
impactos ambientais e das medidas a serem<br />
adotadas para minimização destes; e dos programas<br />
ambientais propostos que deverão ser implantados.<br />
Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 1<br />
Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 1
2 2 Rima Rima <strong>Arco</strong> <strong>Arco</strong> Rodoviário Rodoviário da Região da Região Metropolitana do Rio do de Rio Janeiro<br />
de Janeiro
Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 3
4 Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
DESCRIÇÃO DO PROJETO<br />
O projeto do <strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong> do Rio de Janeiro está em estudo desde a década de 70,<br />
quando foi definido o traçado da rodovia <strong>RJ</strong>-<strong>109</strong>. Desde então, o projeto vem sofrendo<br />
modificações e aperfeiçoamentos sendo considerado como etapa essencial no desenvolvimento<br />
da estrutura viária do Rio de Janeiro. Em 2007, o Governo Federal, através do Programa de<br />
Aceleração do Crescimento (PAC), classificou a interligação entre a <strong>BR</strong>-101/NORTE e a <strong>BR</strong>-<br />
101/SUL como obra prioritária para o desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro. Em<br />
acordo realizado entre o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes – DNIT e o<br />
Departamento de Estradas e Rodagem – DER, a implantação do <strong>Arco</strong> passou a ser de<br />
responsabilidade do Governo do Estado do Rio de Janeiro e do DER. A partir deste acordo, a<br />
rodovia passou a ser denominada <strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong>, associando a <strong>RJ</strong>-<strong>109</strong> à <strong>BR</strong>-<strong>493</strong>.<br />
A concepção do “<strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong>” tem como principal finalidade de fazer a conexão<br />
rodoviária entre a <strong>BR</strong>-101/NORTE e a <strong>BR</strong>-101/SUL sem que haja a necessidade de trânsito<br />
pelas vias urbanas da Região Metropolitana, como a Avenida Brasil. Para tal ligação serão<br />
utilizadas, além do trecho correspondente à <strong>RJ</strong>-<strong>109</strong>, as <strong>BR</strong>-<strong>493</strong> (Magé - Manilha) e um trecho<br />
da <strong>BR</strong>-116/NORTE, compondo quatro segmentos distintos (Figura 1):<br />
Segmento A: Trecho da Rodovia <strong>BR</strong>-<strong>493</strong>/<strong>RJ</strong>, entre a <strong>BR</strong>-101, em Manilha (Itaboraí), e o<br />
entroncamento com a <strong>BR</strong>-116, em Santa Guilhermina (Magé) – Em duplicação.<br />
Segmento B: Trecho da Rodovia <strong>BR</strong>-101 (Rio – Santos), entre Itacuruçá e a Avenida Brasil.<br />
Com duplicação da pista.<br />
Segmento C: <strong>RJ</strong>-<strong>109</strong>, entre as rodovias <strong>BR</strong>-040 (Rio – Juiz de Fora) e a <strong>BR</strong>-101/SUL.<br />
Segmento D: Trecho da <strong>BR</strong>-116/NORTE, entre a <strong>BR</strong>-<strong>493</strong>/<strong>RJ</strong> em Santa Guilhermina e a <strong>BR</strong>-<br />
040/<strong>RJ</strong> em Saracuruna (administrado pela Concessionária CRT da Rodovia Rio – Teresópolis).<br />
Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 5
Figura 1 - <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro – Segmentos “A, B, C, D”<br />
CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS<br />
Como visto, o trecho corresponde ao SEGMENTO C do <strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong>,<br />
equivalente à Rodovia <strong>RJ</strong>-<strong>109</strong>, criada no Plano Rodoviário Estadual (PRE) para<br />
interligação entre a <strong>BR</strong> 040 e a <strong>BR</strong> 101. O projeto atual de implantação da Rodovia tem<br />
as seguintes características principais:<br />
• Pista dupla, com canteiro central largo.<br />
• Extensão de 73 km.<br />
• Rodovia Especial: Classe 0.<br />
• Velocidade Diretriz: 100 km/h.<br />
• Rodovia não bloqueada em pista dupla.<br />
• Acessos controlados e ruas laterais de atendimento às propriedades lindeiras e<br />
vias locais.<br />
• Agulhas de acesso de entrada e saída às pistas centrais em locais específicos.<br />
• Investimentos Previstos: R$ 650 milhões.<br />
Houve uma preocupação especial em considerar neste projeto, um equilíbrio entre<br />
o número de acessos locais e a necessidade de ter uma rodovia sem bloqueios e<br />
interferências locais, de modo a permitir maior fluxo no trânsito intermunicipal. Para<br />
tanto, foram estudados os melhores arranjos dos acessos locais, retornos nos<br />
canteiros centrais e distâncias seguras quanto à redução e retomada de velocidade<br />
para ingresso e saída, objetivando garantir um padrão de segurança compatível com a<br />
nova rodovia.<br />
6 Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
PRINCIPAIS JUSTIFICATIVAS<br />
• Atende ao tráfego de longa distância oriundo das regiões SUL/SUDESTE em<br />
direção às regiões NORTE/NORDESTE do país.<br />
• Conecta as rodovias federais atravessadas, <strong>BR</strong>-040, <strong>BR</strong>-116 (Norte e Sul), <strong>BR</strong>-<br />
465 e <strong>BR</strong>-101 (Norte e Sul).<br />
• Desvia o tráfego de veículos comerciais de longa distância, aliviando os<br />
principais corredores metropolitanos, tais como a Avenida Brasil, Ponte Rio-<br />
Niterói, <strong>BR</strong>-101 (entre Manilha e Ponte).<br />
• Amplia a acessibilidade aos Portos de Itaguaí e Rio de Janeiro.<br />
• Viabiliza a implantação de terminais logísticos, com redução dos tempos de<br />
viagem e custos de transportes, bem como a distribuição destas cargas para os<br />
mercados consumidores.<br />
• Introduz novas possibilidades de expansão urbana para os municípios<br />
localizados próximos à rodovia.<br />
CONCEITUAÇÃO OPERACIONAL.<br />
A importância da nova ligação viária exige um tratamento operacional, de forma a<br />
garantir a qualidade dos serviços oferecidos.<br />
• Funções Operacionais Previstas:<br />
- Sistema de Monitoramento da Via;<br />
- Sistema de Atendimento a Incidentes;<br />
- Sistema de Fiscalização de Trânsito;<br />
- Sistema de Fiscalização de Tributos (ICMS).<br />
• Instalações Previstas:<br />
- Centro de Controle Operacional – CCO;<br />
- Base Operacional;<br />
- Postos Fixos de Pesagem;<br />
- Pátio de Cargas Perigosas;<br />
- Sítios de Pesagem Móvel;<br />
- Postos de Fiscalização de ICMS;<br />
- Postos da Patrulha Rodoviária.<br />
Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 7
DESCRIÇÃO DO TRAÇADO<br />
O traçado inicia na interseção entre a <strong>BR</strong>-040 e o<br />
lado norte da <strong>BR</strong>-116 (para Magé), no Município de<br />
Duque de Caxias.<br />
Segue na direção oeste, atravessando e o rio<br />
Capivari e depois cruzando a <strong>RJ</strong>-085, nas<br />
proximidades do bairro de Capivari, município de<br />
Duque de Caxias. A partir desse ponto,<br />
desenvolve-se paralelamente ao oleoduto ORBEL,<br />
transpondo o rio Iguaçu e passando a seguir<br />
paralelo ao vale da Vala da Madame.<br />
8 Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro<br />
Ingressa em área urbana/industrial (Figueira),<br />
localizada às margens da <strong>BR</strong>-040, atravessando o<br />
rio Calombé e, a oeste, o Canal do rio Pilar.<br />
A partir daí, o traçado atravessa uma área semiurbanizada,<br />
até interceptar a <strong>RJ</strong>-111, a sul da Vila<br />
de Cava.
Cruza então a <strong>BR</strong>-465, antiga Rio–São Paulo, nas<br />
proximidades da Floresta Nacional Mário Xavier.<br />
Corre paralelo à encosta da Serra da Mazomba, em<br />
seu trecho final, atravessando o Canal Santo<br />
Antônio e o Rio Mazomba.<br />
Em seguida, o traçado transpõe uma área de<br />
expansão do perímetro urbano de Santa Rita,<br />
prosseguindo na direção oeste, paralelo ao ramal<br />
de Japeri (do Trem <strong>Metropolitano</strong> da Supervia),<br />
cruzando as Rodovias <strong>RJ</strong>-119 e <strong>RJ</strong>-093, entre o<br />
centro de Japeri e Engenheiro Pedreira. Desse<br />
ponto em diante, atravessa o rio Guandu,<br />
adentrando o município de Seropédica, seguindo<br />
até a interseção com a <strong>BR</strong>-116 (sul).<br />
A partir daí, o traçado se desenvolve na direção<br />
sudoeste, atravessando, pela parte oeste, o<br />
município de Seropédica e transpondo o rio<br />
Piranema. Atravessando a região de Chaperó, já na<br />
divisa com o município de Itaguaí, o traçado<br />
transpõe o Córrego Eufrásia e o rio Mazomba,<br />
seguindo para sul.<br />
Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 9
A <strong>BR</strong>-<strong>493</strong>/<strong>RJ</strong>-<strong>109</strong> será uma rodovia não bloqueada, constituída de pista central com<br />
acessos controlados e ruas laterais para acesso às propriedades lindeiras e às vias<br />
locais, garantindo, assim, uma homogeneidade de comportamento em relação aos<br />
demais segmentos do <strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong> (<strong>BR</strong>-116, <strong>BR</strong>-<strong>493</strong> e <strong>BR</strong>-101/Sul).<br />
Foram projetadas ainda agulhas entre as pistas centrais e laterais de modo a<br />
restringir as interferências sobre o tráfego direto da rodovia e, ao mesmo tempo,<br />
permitir maior acessibilidade do tráfego local à pista central, determinando assim a<br />
influência que este exercerá sobre o tráfego de longa distância.<br />
A rodovia será composta, em grande parte, por uma faixa de domínio de 100 m de<br />
largura, com duas pistas em cada sentido, vias laterais, faixas de aceleração e com<br />
canteiro central de 36,2 m de largura que permitirá no futuro a implantação de novas<br />
pistas sem necessidade de realocações. A figura a seguir ilustra as seções tipo<br />
projetadas para o <strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong> na maior parte dos seus 73 km de extensão.<br />
Figura 2 - Seções Transversais – Perfil da Rodovia<br />
Interseções, Retornos e Agulhas de Transposição<br />
A definição das interseções, retornos e agulhas de transposição partiu de uma<br />
proposta já aprovada em negociações com as Prefeituras dos municípios atravessados<br />
pela rodovia, onde além de atender às necessidade locais do bairros atravessados,<br />
procurou-se resguardar as condições operacionais da rodovia, evitando o acesso<br />
indiscriminado às pistas principais pela movimentação local.<br />
Foram previstos três tipos de soluções de interseções com as vias e estradas hoje<br />
existentes:<br />
10 Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
• Tipo 1 – Circulação Local, Restringindo o Acesso à Nova Rodovia<br />
Procurou-se evitar o isolamento das comunidades existentes com a construção da<br />
nova rodovia. Assim, as comunidades do entorno da via que dependem dos acessos<br />
foram contempladas com travessias inferiores, com de 5,50 metros de altura e largura<br />
correspondente àquela hoje verificada e não menor que 10,00 metros.<br />
A figura a seguir ilustra a Interseção Tipo 1 e relaciona sua ocorrência por município.<br />
Figura 3 - Passagem Inferior sem Acesso a Nova Rodovia e sem<br />
Interferência nas Vias Locais<br />
Interseções por Município<br />
Duque de Caxias Av. Canal do Rio Calombé; Rua Local<br />
Nova Iguaçu<br />
Japeri<br />
Seropédica<br />
Itaguaí<br />
Estr. do Retiro; Estr. Iguaçu Velho; Estr. São Bernardino; Rua Cel. Alberto Melo; Estr.<br />
Santa Perciliana; Av. Vilar Novo; Av. Vilar Grande<br />
Estr. da Saudade; Estr. Aljezur; Rua Odorico Rocha; Estr. Santo Antônio 2; Estr. Ari<br />
Schiavo; Av. Eduardo Souto Barbosa<br />
Rua Local; Estr. Santa Ângela; Rua Local; Estr. do Gado; Rua Local; Rua da Conquista;<br />
Rua Interna da Pedreira<br />
Estr. do Caçador; Estr. das Palmeiras; Rua Tocantins; Estr. Dona Elizabeth; Estr. do<br />
Mazomba<br />
• Tipo 2 – Circulação Local, com Acesso à Nova Rodovia<br />
Este tipo de entroncamento permitirá toda a movimentação local nas áreas em que<br />
a nova rodovia interceptará os eixos existentes, procurando permitir o acesso em<br />
ambas as direções da nova via.<br />
Adotou-se uma distância mínima de 2.500 metros entre a interseção dos eixos das<br />
vias integrantes do cruzamento e o local dos retornos.<br />
A figura a seguir ilustra a Interseção Tipo 2 e relaciona sua ocorrência por município.<br />
Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 11
Figura 4 - Tipo 2 - Passagem Inferior com Acessos à Rodovia e Retornos<br />
12 Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro<br />
Interseções por Município<br />
Duque de Caxias <strong>RJ</strong>-085 / <strong>RJ</strong>-115 - Estrada de Xerém<br />
Nova Iguaçu Estrada de Adrianópolis; Queimados – Rio D’Ouro (não pavimentada)<br />
Japeri <strong>RJ</strong>-093 - Estrada dos Coqueiros<br />
Seropédica <strong>RJ</strong>-125 - Estrada Japeri-Miguel Pereira<br />
Duque de Caxias <strong>RJ</strong>-085 / <strong>RJ</strong>-115 - Estrada de Xerém<br />
• Tipo 3 – Interseção Principal<br />
Este tipo de interseção está associado aos cruzamentos com os eixos viários<br />
principais, tais como a <strong>BR</strong>-040 e a <strong>BR</strong>-116, permitindo mobilidade em todos os<br />
sentidos, podendo os usuários se deslocarem em qualquer rodovia que compõem a<br />
interseção com velocidades maiores.<br />
As principais interseções estudadas e projetadas são as seguintes:<br />
- Com a Rodovia <strong>BR</strong>-040.<br />
- Com a Estrada Rio D’ouro (<strong>RJ</strong>-085).<br />
- Com a Estrada Adrianópolis (<strong>RJ</strong>-113).<br />
- Com a com a <strong>BR</strong>-101 – Acesso ao Porto de Itaguaí.<br />
- Com a Rodovia Presidente Dutra (<strong>BR</strong>-116).
A figura a seguir ilustra a Interseção Tipo 3 e relaciona sua ocorrência por município.<br />
Figura 5 - Trevo com Todos os Movimentos<br />
Interseções por Município<br />
Duque de Caxias <strong>BR</strong>-040 - Rodovia Rio – Juiz de Fora<br />
Seropédica <strong>BR</strong>-465 - Antiga Rodovia Rio - São Paulo<br />
Itaguaí <strong>BR</strong>-101(Sul) - Rodovia Rio – Santos*<br />
* A interligação com a <strong>BR</strong>-101 (Sul) está sendo realizada no âmbito da duplicação daquela rodovia, sob<br />
administração do DNIT.<br />
ALTERNATIVAS DE LOCALIZAÇÃO<br />
Desde 1970 são estudadas alternativas para melhor localização da rodovia. Tais<br />
estudos constam nos Planos Rodoviários do DER-<strong>RJ</strong>, realizados entre 1973 até 2004.<br />
Para os estudos atuais de implantação da via foram consideradas algumas variantes,<br />
especialmente, nos trechos mais críticos como, por exemplo, na travessia da Rodovia<br />
Presidente Dutra, onde está localizada a Floresta Nacional Mário Xavier - FLONA.<br />
Neste ponto, o estudo considerou como variante mais indicada, a passagem pela<br />
antiga <strong>RJ</strong>-105, que atravessa atualmente a área da FLONA. Tal variante, contudo, ainda<br />
está sendo avaliada pelo IBAMA e pela administração da FLONA.<br />
Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 13
ESTUDO DE TRÁFEGO<br />
O estudo de tráfego se apoiou em procedimentos e análises constantes de estudos<br />
realizados em âmbito estadual e federal, de modo a avaliar a viabilidade da implantação<br />
do trecho da <strong>BR</strong>-<strong>493</strong>/<strong>RJ</strong>-<strong>109</strong>.<br />
A estimativa do tráfego atual e futuro para os trechos do <strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong> foi<br />
baseada em dois componentes básicos:<br />
• Tráfego existente e desviado da malha rodoviária atual, obtido a partir das matrizes<br />
de origem / destino estruturadas para o estudo; e<br />
• Tráfego gerado pelo porto de Itaguaí e pela implantação ou expansão de pólos<br />
industriais importantes dentro da área de influência direta do <strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong>.<br />
Em função dos padrões de demanda de veículos, os estudos efetuados indicaram<br />
que a nova rodovia <strong>BR</strong>-<strong>493</strong>/<strong>RJ</strong>-<strong>109</strong> pode ser dividida em dois segmentos homogêneos,<br />
conforme apresentado no quadro abaixo.<br />
Quadro 1 - Taxa Média Prevista para 2007 – TMD Veículos/Dia<br />
Trecho Automóveis Comercial TOTAL<br />
<strong>BR</strong>-040/Estrada do Adrianópolis 2523 14626 17149<br />
Estrada do Adrianópolis/<strong>BR</strong>-465 2523 14458 16981<br />
<strong>BR</strong>-465/<strong>BR</strong>-101 9035 7026 16061<br />
Os estudos do crescimento da demanda consideram três cenários distintos,<br />
associados a um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 3,8% a.a., 4,20% a.a.<br />
e 5,00% a.a., respectivamente (Quadro 2).<br />
Quadro 2 - Previsão de Crescimento do Tráfego - Ano 2022 (veículos/dia)<br />
TRECHO 3,08% a.a. 4,20 % a.a. 5,00 % a.a.<br />
<strong>BR</strong>-040/ <strong>BR</strong>-465 27.031 31.788 35.652<br />
<strong>BR</strong>-465/<strong>BR</strong>-101 25.316 29.771 33.930<br />
Possíveis aumentos no tráfego gerados pela própria implantação do <strong>Arco</strong><br />
<strong>Metropolitano</strong>, devido ao desenvolvimento econômico e social das áreas lindeiras ao<br />
novo trecho não foram considerados neste estudo. Mas é importante ressaltar que<br />
existe forte tendência de incrementos associados especialmente, à implantação de<br />
indústrias, comércio ou mesmo de bairros habitacionais, viabilizados pela nova<br />
condição de acessibilidade proporcionada pela rodovia.<br />
14 Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
PONTOS CRÍTICOS DE CRUZAMENTOS DA RODOVIA<br />
Áreas de ocupação urbana<br />
Foram identificados alguns núcleos urbanos ao longo no traçado, verificando-se as<br />
principais localidades que deverão ser seccionadas para a implantação da <strong>RJ</strong>-<strong>109</strong>, que<br />
são: Figueira (Duque de Caxias), Fontes Limpas e Águas Limpas (Seropédica),<br />
Engenheiro Pedreira (Japeri), Santa Rita, Vila de Cava e Miguel Couto (Nova Iguaçu) e<br />
Brisa Mar (Itaguaí).<br />
A região onde a Rodovia será implantada é considerada como zona de expansão<br />
urbana, com forte pressão de ocupação e tendências de crescimento. Para tanto estão<br />
previstas ações de ordenamento territorial, reestruturação de acessos, realocação de<br />
população, indenizações e ações de paisagismo e ordenamento físico dos espaços<br />
atravessados.<br />
Cidade dos Meninos<br />
É relevante destacar que, entre as áreas atravessadas, localiza-se na área de<br />
influência da rodovia, a “Cidade dos Meninos”, uma área de 20 hectares, situada no<br />
km 13 da Avenida Kennedy, em de Duque de Caxias, contaminada por “pó de broca”,<br />
em decorrência do funcionamento de uma fábrica de inseticida.<br />
A área é objeto de políticas públicas específicas de descontaminação do solo e<br />
tratamento de saúde população residente. As políticas atualmente são realizadas em<br />
âmbito federal em conjunto com organismos internacionais de financiamento. Diante<br />
disso, é necessário um planejamento ambiental especial para a área da Cidade dos<br />
Meninos, quando da implantação do <strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong>.<br />
DEMANDAS DO EMPREENDIMENTO DURANTE A CONSTRUÇÃO<br />
Materiais de Construção<br />
As fontes de materiais destinados à construção, especialmente para a fabricação de<br />
concreto e para a terraplanagem, foram identificadas nas proximidades do traçado e<br />
serão disponibilizadas para a contratação pelas Construtoras.<br />
Estruturas de Apoio às Obras<br />
As estruturas de apoio às obras se compõem basicamente das instalações para a<br />
fiscalização, supervisão e controle das obras e das instalações para os canteiros de<br />
obras e alojamentos das empresas responsáveis pela implantação do<br />
empreendimento.<br />
Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 15
Movimentação de Terra e Remoção de Vegetação<br />
Antes do início da movimentação de terra, toda a vegetação existente será<br />
removida e separada de acordo com a destinação final, sendo a retirada da vegetação<br />
devidamente autorizada pelos órgãos competentes. Todo o material fino (como galhos,<br />
gravetos e folhas) resultante da remoção vegetal será armazenado para posterior<br />
utilização nas ações de revegetação.<br />
Sempre que houver iminência de chuvas, as superfícies inacabadas dos terrenos<br />
em trabalho de movimentação de terra serão protegidas adequadamente para evitar<br />
processos erosivos e de carreamento de sedimentos.<br />
Controle de Emissões Aéreas<br />
Os veículos e máquinas, que operarão durante as obras, terão os motores<br />
convenientemente regulados e fiscalizados, de modo a controlar a emissão de<br />
poluentes.<br />
Circulação, Sinalização e Segurança<br />
Para minimizar as interferências devido à circulação de veículos, algumas medidas<br />
deverão ser adotadas, como por exemplo, promover a prevenção de acidentes; evitar<br />
que o tráfego proveniente das obras interfira nas áreas urbanas, principalmente nas<br />
vias mais próximas às escolas e postos de saúde; prestar informações à comunidade a<br />
ser afetada pelo tráfego de veículos proveniente das obras; sinalizar os acessos aos<br />
canteiros de obras, bem como aos alojamentos; utilizar, sempre que possível, as<br />
estradas de serviço para máquinas lentas ou de grande porte; dentre outras.<br />
Canteiros e Frentes de Obras<br />
Os canteiros de obras e alojamentos das empresas responsáveis pela implantação<br />
do empreendimento deverão estar em locais previamente aprovados pela Fiscalização,<br />
de modo a apoiar devidamente as frentes de obra, sem interferir com o meio ambiente<br />
e com a população local. Deverão ser implantados preferencialmente em locais sem<br />
vegetação e a distâncias seguras dos cursos hídricos (mínimo de 30 metros), que serão<br />
mantidos em condições satisfatórias de limpeza, de forma a evitar que os resíduos<br />
sejam carreados pelas chuvas.<br />
As áreas dos canteiros deverão ser implantadas de forma conveniente, com<br />
plantação de gramíneas e instalação de apropriados sistemas de esgotamento e de<br />
drenagem de águas pluviais.<br />
16 Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
Áreas de Empréstimo e Bota-Foras<br />
O Projeto procurou equilibrar as necessidades de cortes e de aterros, ao longo da<br />
rodovia, para que sejam mínimas as necessidades de áreas de empréstimo e bota-fora<br />
de materiais.<br />
Em relação a bota-foras excedentes, estes deverão ser depositados nas cavas<br />
esgotadas dos areais da região, a partir de entendimentos entre as construtoras e as<br />
mineradoras e de aprovação dos órgãos ambientais.<br />
Mão-de-Obra<br />
Para a implantação do empreendimento será priorizada a contratação de mão-deobra<br />
local, visando atrair ao máximo o pessoal da própria região para preencher as<br />
vagas oferecidas, minimizando a vinda de pessoas de municípios mais distantes, o que<br />
geraria demandas e pressões adicionais sobre as infra-estruturas locais de<br />
saneamento, saúde, transporte, alimentação e moradia.<br />
Para isso, deverão ser estabelecidos canais de comunicação que permitam a<br />
divulgação dos postos de trabalho oferecidos, o que poderá ser feito através de<br />
Associações de Moradores, Igrejas, e Prefeituras, dentre outras instituições.<br />
Serão gerados ao todo, até 2000 postos de trabalho diretos no período de obras<br />
distribuídos ao longo dos trechos, sendo aproximadamente 5% de profissionais de<br />
nível superior, 5% de profissionais de Nível Técnico, 5% Administrativos e 80% de<br />
formação geral.<br />
Fontes de Abastecimento e de Esgotamento<br />
As fontes de abastecimento de energia e de água serão as concessionárias de<br />
serviços públicos da região, a partir de negociações entre as construtoras e essas<br />
prestadoras de serviço, contando com a intervenção dos governos municipais e<br />
estadual, e dos órgãos ambientais.<br />
Demandas por combustíveis, lubrificantes e outros materiais poderão ser supridas<br />
diretamente pela Refinaria de Duque de Caxias, ou por outros fornecedores que<br />
operem no comércio local e na Região Metropolitana, de acordo com decisão das<br />
construtoras e aprovação dos órgãos ambientais.<br />
Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 17
Preparo dos Acessos, Vias de Serviço, Cruzamentos e Travessias<br />
Deverão ser utilizadas, preferencialmente, as vias de acesso existentes. Nos locais<br />
onde não houver acessos ou estes estiverem sem condições para o tráfego, serão<br />
abertas vias de serviço, de acordo com as normas técnicas vigentes.<br />
Os acessos permanentes serão mantidos em boas condições de tráfego. Os<br />
acessos provisórios somente serão abertos com a autorização dos proprietários ou dos<br />
órgãos públicos responsáveis por seu licenciamento.<br />
Transporte de Pessoal, Equipamentos e Materiais<br />
As operações de transporte de pessoal, equipamentos e materiais deverão ser<br />
realizadas conforme as normas vigentes e de acordo com as disposições das<br />
autoridades responsáveis pelo trânsito na região atravessada, devendo ser<br />
programadas de modo a evitar concentrações diárias.<br />
As ruas, rodovias federais, estaduais, municipais e vicinais ou estradas particulares<br />
não poderão ser obstruídas durante o transporte, que deverá ser feito de forma a não<br />
constituir perigo para o trânsito normal de veículos.<br />
Movimentação e Estocagem de Materiais<br />
Os materiais deverão ser mantidos em locais apropriados de armazenamento e, no<br />
momento de distribuição e uso, deverão ser dispostos e transportados<br />
adequadamente.<br />
Normas e Padrões de Segurança a serem Adotados<br />
Serão identificados e mapeados os potenciais riscos durante as obras e definidas as<br />
ações e equipamentos de prevenção de acidentes a serem utilizados.<br />
DEMANDAS DO EMPREENDIMENTO DURANTE A OPERAÇÃO<br />
Posto da Patrulha Rodoviária<br />
O Posto da Patrulha Rodoviária permitirá a acomodação dos policiais rodoviários e<br />
dos equipamentos necessários para as suas funções.<br />
Posto Fixo de Pesagem<br />
Os Postos Fixos de Pesagem têm como finalidade verificar a carga por eixo e a<br />
carga total de todos os veículos pesados que trafeguem pela rodovia, com<br />
procedimentos previstos em duas fases:<br />
18 Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
• Sítios de Pesagem Móvel<br />
Os Sítios de Pesagem Móvel complementarão os trabalhos dos Postos Fixos de<br />
Pesagem, com procedimentos de verificação feitos por amostragem, programados<br />
e restritos a determinados períodos, em função das avaliações realizadas.<br />
• Estacionamento de Veículos Transportando Cargas Perigosas<br />
O manuseio de produtos e resíduos perigosos deverá seguir as normas<br />
pertinentes, inclusive a N<strong>BR</strong> 14095 (ABNT de fevereiro de 2003), devendo ser<br />
preparado um pátio para parada de veículos transportando cargas perigosas, pois<br />
não é recomendável que utilizem qualquer espaço para estacionamento, com risco<br />
de causar sérios danos ao meio ambiente em caso de acidente.<br />
Centro de Controle Operacional<br />
A partir do Centro de Controle Operacional será realizado todo o trabalho de<br />
monitoramento das condições operacionais da rodovia 24 horas por dia em todos os<br />
dias do ano.<br />
Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 19
20 Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
ÁREA DE INFLUÊNCIA<br />
A Área de Influência de um empreendimento é considerada como o território que pode vir<br />
a sofrer seus impactos diretos (Área de Influência Direta) e indiretos (Área de Influência<br />
Indireta). São nestas áreas que se desenvolvem os Estudos de Impacto Ambiental do<br />
empreendimento.<br />
Área de Influência Indireta – AII<br />
Para os Meios Físico e Biótico considerou-se como Área de Influência Indireta (AII) do<br />
<strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong> do Rio de Janeiro <strong>BR</strong>-<strong>493</strong> / <strong>RJ</strong>-<strong>109</strong>, uma faixa contínua ao longo do<br />
traçado do empreendimento, tendo como limites duas linhas paralelas distando<br />
aproximadamente 5 km para cada lado (Mapa de Uso e Ocupação da AII, a seguir).<br />
Esta faixa abrange parte da bacia hidrográfica de contribuição para a baía de Guanabara, a<br />
partir da <strong>BR</strong>-040, e parte da bacia hidrográfica de contribuição para a bacia hidrográfica de<br />
Sepetiba, a partir do rio Guandu até o Porto de Itaguaí, que poderão sofrer impactos positivos<br />
ou negativos, de forma mais branda e mesmo indiretamente.<br />
Para o desenvolvimento dos estudos Socioeconômicos foi definida, como Área de<br />
Influência Indireta (AII), o conjunto dos municípios que terão seu território atravessado pelas<br />
pistas projetadas e/ou atingidos pelas estruturas de apoio às obras, independente de seu<br />
tamanho, porte ou importância.<br />
A esse conjunto de municípios, composto por Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Japeri,<br />
Seropédica e Itaguaí, somou-se ainda o município de Queimados que, embora não tenha seu<br />
território diretamente atingido pelo empreendimento, tem sua sede municipal próxima a este.<br />
Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 21
22 Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
Área de Influência Direta - AID<br />
A Área de Influência Direta (AID) considerada para o Meio Físico representa o conjunto das<br />
alternativas de traçado propostas, ladeadas por faixas marginais com um mínimo de 1,0 km de<br />
seção para cada lado.<br />
Foram consideradas as diversas estruturas de apoio às obras (como canteiros de obra<br />
principais e secundários e alojamentos) e ainda os locais de obtenção de materiais de construção<br />
(como pedreiras, saibreiras e areais) e de disposição dos bota-foras. Foram incluídos, ainda, os<br />
trajetos programados para os veículos de transporte de materiais, equipamentos e pessoal,<br />
envolvidos na fase de construção.<br />
Para o Meio Biótico, a AID incluiu, além do conjunto definido para o Meio Físico, trechos<br />
complementares externos às faixas de 1,0 km, delimitados por ambientes florestais, cursos<br />
d’água ou áreas de preservação atingidas pelo empreendimento.<br />
Para os estudos Sociais e Econômicos, como AID foi estabelecido o conjunto das<br />
comunidades diretamente afetadas, como bairros, distritos e localidades atingidas pelas obras e<br />
estruturas de apoio, principalmente quando identificadas as necessidades de desapropriação<br />
e/ou relocação.<br />
CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL<br />
A construção de estradas de rodagem é uma atividade que produz alterações<br />
consideráveis nas características naturais das regiões. Neste caso, o diagnóstico e o<br />
planejamento ambiental tornam-se as principais ferramentas para garantir a preservação dos<br />
recursos naturais locais existentes e executar o projeto em consonância com a legislação<br />
ambiental vigente. Questões como, por exemplo, a localização do empreendimento em<br />
relação às Áreas de Proteção Ambiental, sua conformidade com os Planos Diretores<br />
municipais e sua composição ambiental são analisadas, permitindo a adequação do projeto e<br />
a tomada de medidas que minimizam os prováveis impactos.<br />
Utilizando estas informações para se proceder a uma análise integrada pode-se subsidiar<br />
as tomadas de decisão a respeito das alternativas do projeto de construção do <strong>Arco</strong><br />
<strong>Metropolitano</strong>, frente aos aspectos ambientais da região atingida e aos procedimentos<br />
jurídicos e administrativos a serem providenciados.<br />
Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 23
MEIO FÍSICO<br />
Caracterização Climatológica<br />
Localizada ao sul do Estado do Rio de Janeiro e a oeste do município de mesmo nome, a<br />
área de estudo é caracterizada, em sua maior parte, por um clima típico de regiões litorâneas<br />
tropicais influenciadas por fatores tais como: latitude e longitude, proximidade do mar,<br />
topografia, tipo de cobertura vegetal e, principalmente, circulações atmosféricas. O clima da<br />
região onde se localiza o traçado projetado para a construção do <strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong> pode ser<br />
classificado como brando subtropical, com inverno seco e verão quente, nas áreas mais<br />
montanhosas, e tropical chuvoso, de região de floresta, nos compartimentos mais rebaixados.<br />
A latitude onde se situa a região hidrográfica determina, para a região, um clima resultante<br />
dos freqüentes choques entre as altas pressões tropicais e o sistema de altas polares. O<br />
clima é periodicamente afetado pelas oscilações dos fenômenos El Niño e La Niña, que<br />
ocorrem no oceano Pacífico. Em anos de La Niña, o clima é mais seco e frio, ao passo que<br />
nos anos de El Niño, há mais chuvas e temperaturas bem mais elevadas do que o normal.<br />
Direção e velocidade do vento<br />
O deslocamento do ar, função dos graus variados de aquecimento da superfície,<br />
apresenta diferentes direções e velocidades em dado momento, originando áreas dispersoras<br />
e receptoras de ventos. Na região em estudo, a partir das informações meteorológicas de<br />
superfície reais e recentes, o relevo e a proximidade com o oceano gera no local uma<br />
circulação tipo brisa marítima/terrestre.<br />
Quanto à velocidade do vento, segundo dados da estação meteorológica de superfície da<br />
Base Aérea de Santa Cruz, o percentual de calmas (ausência de ventos), é consideravelmente<br />
inferior ao de ventos com velocidade na faixa de 1,5 a 5,0 m/s. Os percentuais médios<br />
mensal e anual de calmas indicam significativo decréscimo ao longo dos últimos 19 anos.<br />
Temperatura do ar<br />
Na região da implantação da Rodovia <strong>BR</strong>-<strong>493</strong>/<strong>RJ</strong>-<strong>109</strong> a temperatura média do ar varia de<br />
20 °C a 28 °C, sendo que o trimestre mais quente ocorre de dezembro a fevereiro e o mais<br />
frio de junho a agosto. A temperatura média máxima da região varia de 24 °C a 35 °C sendo<br />
que os períodos mais quentes ocorrem no trimestre de dezembro a janeiro. A temperatura<br />
média mínima da região varia de 15 °C a 24 °C, sendo que os períodos mais frios ocorrem no<br />
trimestre de junho a agosto.<br />
24 Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
Umidade relativa do ar e Pressão atmosférica<br />
A região em estudo por estar próxima a linha da costa recebe maior contribuição de<br />
umidade do ar de origem marinha devido às circulações atmosféricas predominantes, trazida<br />
pelos ventos, logo, apresenta sempre índices elevados de umidade. A umidade do ar atinge<br />
valor máximo (88%) no período de maiores chuvas (dezembro-março) e valor mínimo (65%)<br />
entre maio e setembro. A umidade relativa anual observada é de 80%.<br />
Os valores de pressão atmosférica são maiores no inverno que no verão. Localmente, os<br />
maiores picos de pressão são intercalados por depressões, que correspondem às situações<br />
de aproximações e entradas de frentes frias.<br />
Chuvas<br />
Na região do <strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong> o período chuvoso situa-se nos meses de verão, sendo<br />
que janeiro é o mês mais úmido, e o período seco situa-se nos meses de inverno, sendo que<br />
julho o mês mais seco, comportamento característico dos regimes tropicais.<br />
A maior concentração de chuvas é na porção sudoeste (próximo a Mangaratiba), onde o<br />
relevo, que avança pela linha de costa em direção ao mar, atua como barreira às penetrações<br />
de massas de ar úmidas provenientes do litoral, ocasionando as chuvas. As serras<br />
apresentam chuvas superiores as zonas de baixada.<br />
As variações da quantidade de chuva na região em estudo são explicadas pela sua posição<br />
geográfica, com grandes porções da região expostas ao oceano e sujeitas aos efeitos da<br />
circulação atmosférica do Atlântico; pela orientação e exposição do relevo, fatores<br />
fundamentais na distribuição espacial das chuvas, atuando como barreira aos sistemas de<br />
circulação atmosférica; e pela facilidade de penetração de frentes frias, possibilitando a<br />
ocorrência de chuvas.<br />
Travessias<br />
O quadro a seguir apresenta os locais das principais travessias identificando o curso<br />
d’água e a bacia hidrográfica a que pertence. Estas travessias são denominadas como pontos<br />
notáveis.<br />
Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 25
26 Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro<br />
Quadro 3 – Travessias (Pontos Notáveis)<br />
BACIA CURSO D'ÁGUA<br />
Rio Pilar - rio Iguaçu Rio Calombé<br />
Rio Iguaçu<br />
Rio Pilar, Canal do Outeiro, Rio Capivari, Canal Bandeira,<br />
Rio Iguaçu, Canal Paiol<br />
Rio Capivari - rio Iguaçu Córrego, Córrego do Pião, Rio Água Preta<br />
Rio D'Ouro - rio Guandu Canal Quebra Coco<br />
Rio Guandu Rio D´Ouro, Rio Santo Antônio, Rio Guandu<br />
Valão dos Bois - rio da Guarda Valão da Louça<br />
Valão do Dendê - rio Cai Tudo - rio da<br />
Guarda<br />
Córrego Espigão<br />
Rio Cai Tudo - rio da Guarda<br />
Valão do Dendê, Córrego São Sebastião rio dos Teles,<br />
Canal de Santo Inácio<br />
Rio Mazomba Rio Mazomba, rio Cação<br />
Além dos pontos notáveis listados destaca-se, ainda a vala da Madame que se encontra<br />
muito próxima ao eixo da rodovia, podendo vir a ser afetada com a execução das obras.<br />
Cita-se como pontos críticos todas as travessias na bacia do rio Guandu (canal Quebra<br />
Coco, rio D’Ouro, rio Santo Antônio, rio Guandu e pequenos córregos), visto que, a principal<br />
captação da CEDAE (Sistema Guandu) para abastecimento de água do Sistema Integrado do<br />
Rio de Janeiro e Baixada Fluminense, encontra-se próxima ao eixo da rodovia e os rios<br />
atravessados contribuem para a mesma, logo, dispositivos para impedir a contaminação<br />
destes rios junto à rodovia fazem-se necessários.<br />
O traçado do <strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong> interfere com pequenos córregos, próximo as suas<br />
nascentes, principalmente nos trechos onde a mesma corta áreas com maior altitude, tais<br />
como o canal Quebra Coco (Bacia do rio Guandu), o rio dos Teles e alguns afluentes ao valão<br />
da Louça, ao rio Piranema, ao córrego do Espigão e ao valão do Dendê (Bacia do rio da<br />
Guarda). Devem ser previstas medidas de proteção destes cursos d’água.<br />
Qualidade das Águas<br />
A qualidade das águas é representada por um conjunto de características de natureza<br />
química, física e biológica, cujas características devem ser mantidas dentro de certos limites,<br />
representados por padrões.<br />
As nascentes de qualquer rio são especialmente protegidas e estão enquadradas na<br />
Classe 1, com águas destinadas ao abastecimento para consumo humano após tratamento<br />
simplificado; à proteção das comunidades aquáticas; à recreação de contato primário, tais<br />
como natação, esqui aquático e mergulho; à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas<br />
e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de<br />
película; e à proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas.
Os rios da região se enquadram no padrão de águas doces Classe 2 cujas águas são<br />
destinadas ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional; à<br />
proteção das comunidades aquáticas; a recreação de contato primário; à irrigação de<br />
hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o<br />
público possa vir a ter contato direto; e à aqüicultura e atividade de pesca.<br />
Atualmente as nascentes na bacia hidrográfica do rio Iguaçu estão enquadradas na Classe<br />
1, já os rios da região, no trecho de baixada e deságüe não podem ser enquadrados com<br />
Classe 2, com base nas análises realizadas. Em observações locais pode-se notar que nos<br />
locais onde os rios da região serão atravessados pela <strong>BR</strong>-<strong>493</strong>/<strong>RJ</strong>-<strong>109</strong>, a água apresenta algum<br />
grau de turbidez, porém com a presença de “plantas de aquário” típicas de águas não muito<br />
poluídas.<br />
As bacias hidrográficas do rio Guandu, da Guarda e Mazomba, apresentam boa qualidade<br />
de água nos seus altos cursos, quando a ocupação é pouco densa, entretanto, à medida que<br />
se aproximam de áreas urbanas, têm sua qualidade comprometida, principalmente em função<br />
das principais fontes de poluição, tais como os esgotos domésticos e os efluentes industriais.<br />
Na Baixada, os rios apresentam condições de degradação avançada.<br />
Pode-se afirmar que, sem dúvida, as condições sanitárias das bacias hidrográficas em<br />
estudo, apresentarão melhorias se todos os núcleos urbanos forem julgados de importância e<br />
de relevância na execução de obras civis de saneamento básico, e que, a maioria dos cursos<br />
d’água, mesmo no trecho de baixada, apresenta boa recuperação da qualidade de suas águas<br />
com a implantação de tratamento dos efluentes.<br />
Ruído - Pontos Notáveis<br />
O desconforto gerado por ruídos excessivos é hoje um mal comum às áreas<br />
metropolitanas de todo o planeta. Tal constatação, no entanto, deve ser utilizada como um<br />
desafio a ser vencido, e não um fato a ser acompanhado, principalmente quando da<br />
implantação de novos empreendimentos da envergadura do <strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong> do Rio de<br />
Janeiro.<br />
Soluções de redução dos níveis àqueles aceitáveis, de acordo com a legislação vigente,<br />
são perfeitamente viáveis do ponto de vista técnico. O custo de tais soluções, entretanto,<br />
vem representando o principal obstáculo a sua adoção em situações equivalentes, como nas<br />
principais vias arteriais urbanas da cidade do Rio de Janeiro, como a Avenida Brasil e as<br />
recém implantadas Linhas Vermelha e Amarela.<br />
Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 27
O quadro a seguir apresenta os trechos mais críticos da <strong>BR</strong>-<strong>493</strong>/<strong>RJ</strong>-<strong>109</strong> quanto à futura<br />
pressão sonora instalada, locais onde deverão ser implantadas medidas naturais ou artificiais<br />
para atendimento às normas legais.<br />
Emissões Atmosféricas<br />
28 Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro<br />
Quadro 4 - Pressão Sonora (Pontos Notáveis)<br />
Municípios Ocupação<br />
Duque de Caixas Ocupação Controlada / Rural<br />
Nova Iguaçu Residencial (Baixa Densidade)<br />
Japeri Agrícola, Urbana<br />
Japeri Urbana Consolidada<br />
Japeri Interesse Agrícola<br />
Japeri Interesse Agrícola<br />
Seropédica Expansão Urbana, Rural<br />
Itaguaí Rural / Residencial / Negócios<br />
Para a caracterização da região atravessada pelo <strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong>, em termos de<br />
resposta da qualidade do ar à implantação e operação do empreendimento, e o<br />
estabelecimento de locais mais suscetíveis às emissões que serão provocadas pela rodovia,<br />
foram utilizadas duas subdivisões clássicas. A primeira corresponde às sub-regiões, ou subbacias<br />
aéreas, adotada pela rede de monitoramento da qualidade do ar, operada pela FEEMA<br />
e, a segunda, refere-se à descrição das capacidades de dispersão atmosférica. Os trechos<br />
críticos do <strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong>, quanto à qualidade do ar atual e futura, encontram-se em<br />
Duque de Caxias, Nova Iguaçu e Japeri.
MEIO BIÓTICO<br />
Unidades de Conservação<br />
Através da sobreposição do traçado do <strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong> com o mapa das Unidades de<br />
Conservação da Natureza (apresentada no Mapa de Localização), foram identificadas as<br />
unidades próximas e/ou em seu percurso. As distâncias entre o traçado da rodovia e as<br />
respectivas Unidades de Conservação podem ser observadas no quadro a seguir.<br />
Quadro 5 - Unidades de Conservação<br />
Nome Tipo Administração Distância (m)<br />
FLONA/Mario Xavier Uso Sustentável Federal 0<br />
APA Rio D’ouro Uso Sustentável Municipal 0<br />
APA Retiro Uso Sustentável Municipal 0<br />
APA Guandu Uso Sustentável Estadual 0<br />
APA do Tinguá Uso Sustentável Municipal 10<br />
REBIO Tinguá Proteção Integral Federal 1.300<br />
APA Morro Agudo Uso Sustentável Municipal 1.800<br />
APA Jaceruba Uso Sustentável Municipal 2000<br />
APA Gericinó - Mendanha Uso Sustentável Estadual 9.500<br />
Segundo a Resolução CONAMA nº 13/90, qualquer atividade que esteja num raio de 10<br />
km de Unidades de Conservação só poderá se instalar mediante autorização do órgão<br />
responsável pela administração da unidade. A FLONA/Mario Xavier, REBIO Tinguá e a APA<br />
Gericinó – Mendanha estão, em alguns locais, como no trecho medido mais próximo ao<br />
traçado, a menos de 10 km.<br />
A APA do rio Guandu foi criada recentemente, através da Lei Estadual nº 3760.02, sendo<br />
que a estrada corta essa APA em alguns trechos. Como o Plano Diretor da APA ainda não foi<br />
elaborado, não são conhecidas as restrições e limitações de uso impostas a ela. Por tratar-se<br />
de uma APA com característica singular, pois possui um limite que acompanha o canal do rio<br />
Guandu e de seus principais afluentes, grande parte dos projetos dessa natureza (construção<br />
de estradas) executados na bacia de Sepetiba irá secionar essa unidade.<br />
Além dessas áreas foram identificadas ainda Unidades de Conservação municipais, dentre<br />
as quais se destacam as APAs do Retiro, Tinguá e Rio D’Ouro no município de Nova Iguaçu e<br />
que estão na área de influência direta do empreendimento.<br />
Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 29
Flora<br />
LEGENDA<br />
Limites Interestaduais Mangue<br />
Limites Municipais Restinga<br />
Estradas Principais Mata<br />
Ferrovias Decréscimo de Mata/Restinga<br />
Drenagem Principal Domínio da Mata Atlântica<br />
Área Urbana Brasil<br />
Fonte: www.sosmatatlantica.org.br<br />
A paisagem da área de influência da rodovia <strong>BR</strong>-<strong>493</strong>/<strong>RJ</strong>-<strong>109</strong> é caracterizada pela presença<br />
de uma extensa planície que se estende a partir do litoral rumo ao interior do continente,<br />
subdividida nas baixadas de Sepetiba, em direção Noroeste, e da Guanabara, em direção<br />
Oeste. Cercando a planície litorânea, existem inúmeros morros e colinas, que estão<br />
localizados na região de transição entre as baixadas e as agudas escarpas e maciços da Serra<br />
do Mar. A grande diversidade física existente nesta unidade geográfica foi o principal fator<br />
responsável pela formação de ambientes que se refletem em conjuntos bióticos<br />
diversificados contidos na área de estudo, onde podem ser destacados pela sua importância<br />
ecológica os biomas de Mata Atlântica e de Manguezais.<br />
30 Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
Ipê-tamanco ou caixeta Bromélia barba-de-velho<br />
Palmito-jussara Paineira-de-espinho<br />
Ipê-amarelo Aspecto Geral do Manguezal da Baía de Sepetiba em<br />
Itaguaí<br />
Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 31
A cobertura vegetal ao longo do traçado da Rodovia <strong>RJ</strong>-<strong>109</strong> constitui-se de pequenos e<br />
médios fragmentos florestais, que serão seccionados parcialmente ou totalmente pelo<br />
traçado da referida Rodovia. Os fragmentos constituem matas secundárias em diferentes<br />
estágios de recuperação que estão dispostas em torno de alguns núcleos urbanos e áreas<br />
rurais, relativamente próximos a manchas de vegetação maiores existentes na área de<br />
influência indireta, geralmente incluídas em Unidades de Conservação.<br />
Corredores Ecológicos<br />
A degradação das paisagens naturais tem sido um dos aspectos mais marcantes das<br />
alterações ambientais provocadas pelo homem. As diversas formas de apropriação dos<br />
recursos naturais, incluindo o uso da terra, promovem o surgimento de superfícies com as<br />
mais diversas estruturas (agricultura, pastos, áreas abandonadas, cidades, etc.). Como<br />
resultado, geralmente ocorre a fragmentação das paisagens, que é um dos processos<br />
espaciais potencialmente capazes de isolar de maneira significativa os ecossistemas ou<br />
trechos destes, acarretando-lhes profundas alterações estruturais e funcionais. Em outras<br />
palavras, com a fragmentação, formam-se verdadeiras ilhas de vegetação, espacialmente<br />
isoladas, que servem como abrigo para a fauna e a flora remanescentes de uma região e,<br />
muitas vezes, impedem o deslocamento da biodiversidade entre as ilhas, inviabilizando o<br />
fluxo genético entre as populações — processo indispensável para a perpetuação da maioria<br />
das espécies vegetais e animais nos fragmentos. (TAYLOR et al., 1993).<br />
Uma das alternativas para prover o aumento da conectividade dos remanescentes<br />
florestais da Mata Atlântica passa pela proposição de corredores ecológicos e zonas de uso<br />
restrito. Neste caso, os corredores ecológicos podem ser considerados como traçados ou<br />
rotas de ligação entre duas ou mais áreas, propiciando a conexão entre as várias partes<br />
fragmentadas, assegurando a conservação da biodiversidade em grandes extensões.<br />
De acordo com a Fundação CIDE (Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro),<br />
entre os municípios abrangidos pela área de influência do <strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong>, Nova Iguaçu e<br />
Duque de Caxias possuem a maior porcentagem de seus territórios com remanescentes da<br />
Mata Atlântica inseridos no Corredor de Biodiversidade da Serra do Mar, ocupando,<br />
respectivamente, 33,7% e 26,5% de suas áreas. Posteriormente, aparece o município de<br />
Itaguaí, com 19,5% de seu domínio territorial recoberto por fragmentos de Mata Atlântica,<br />
seguido pelos municípios de Seropédica (1,6%) e Japeri (1,5%). Por último, o município de<br />
Queimados, com menos de 0,5% de seu território com cobertura de Mata Atlântica (CIDE,<br />
2001).<br />
32 Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
A figura a seguir apresenta os remanescentes de Mata Atlântica que integram o Corredor<br />
de Biodiversidade da Serra do Mar em cada município da Área de Influência Indireta (AII) do<br />
<strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong>.<br />
Fonte : www.corredores.org.br<br />
Nova Iguaçu Duque de Caxias<br />
Itaguaí Seropédica<br />
Japeri Queimados<br />
Figura 6 - Remanescentes de Mata Atlântica por Município da AII<br />
Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 33
Fauna<br />
O Estado do Rio de Janeiro apresenta uma diversificada fauna de vertebrados, composta<br />
por pelo menos 107 espécies de peixes continentais, 166 de anfíbios, 127 de répteis, 185 de<br />
mamíferos e 653 de aves (ALVES et al., 2000; MAZZONI et al., 2000; ROCHA et al., 2004).<br />
Tamanha diversidade se explica, em parte, pela grande variedade de habitats naturais<br />
encontrados no Rio de Janeiro, tais como matas de baixada, encosta e altitude, brejos, rios,<br />
lagos e lagunas, restingas e mangues, campos e áreas cársticas. A conservação de todo esse<br />
patrimônio natural é uma preocupação cada vez maior, tendo em vista a intensa degradação a<br />
qual esse Estado tem sido submetido, principalmente nos últimos cem anos (CÂMARA &<br />
COIM<strong>BR</strong>A-FILHO, 2000). Em 2000 foi publicada uma lista da fauna ameaçada de extinção no<br />
Estado do Rio de Janeiro, e os resultados evidenciaram que 37 espécies já se encontram<br />
provavelmente extintas. Essas espécies estão inseridas em um total de 257, número que se<br />
relacionado com a reduzida área do Estado, coloca o Rio de Janeiro a frente de São Paulo<br />
(317), Paraná (133) e Minas Gerais (178) (BERGALLO et al., 2000). Tendo em vista que a<br />
principal ameaça à fauna é a destruição de habitat, qualquer empreendimento envolvendo<br />
impacto ambiental deve, necessariamente, envolver uma análise desse aspecto.<br />
O <strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong> <strong>BR</strong>-<strong>493</strong>/<strong>RJ</strong>-<strong>109</strong> abrange uma área que vai do município de Duque de<br />
Caxias até Itaguaí. Em sua área de influência indireta, esse empreendimento inclui diversos<br />
pequenos fragmentos florestais em diferentes estágios e uma pequena porção de duas<br />
serras que representam grandes fragmentos florestais: Tinguá e Mazomba. Já em sua área<br />
de influência direta, o projeto abrange apenas pequenos fragmentos, sendo o mais<br />
significativo deles a Floresta Nacional Mário Xavier. As informações aqui apresentadas dizem<br />
respeito a essas duas áreas e tiveram como base dados disponíveis na literatura e visitas a<br />
campo (com realização de entrevistas) e conhecimento pessoal da região. Conforme previsto<br />
no Plano de Trabalho do <strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong>, apenas vertebrados são discutidos, dando-se<br />
ênfase nas espécies consideradas ameaçadas de extinção no Estado do Rio de Janeiro<br />
(Bergallo et al., 2000).<br />
Área alagada na Cidade dos Meninos em Duque de Caxias. Detalhe dos colhereiros em área alagada na Cidade dos<br />
Meninos, Duque de Caxias.<br />
34 Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
MEIO SÓCIO ECONÔMICO<br />
Os estudos do Meio Socioeconômico enfocaram especialmente os municípios que<br />
compõem a Área de Influência Indireta do <strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong>, que são: Duque de Caxias,<br />
Nova Iguaçu, Japeri, Queimados, Seropédica e Itaguaí.<br />
A área de estudo é integrante da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RM<strong>RJ</strong>) e está<br />
inserida no conjunto dos municípios que compõem a Baixada Fluminense. Como<br />
característica principal de seu processo histórico de ocupação, destaca-se a relação que,<br />
desde o início do processo de colonização, sempre esteve associada, seja por questões<br />
geopolíticas, demográficas ou mesmo econômicas e sócias, atrelado ao município do Rio de<br />
Janeiro.<br />
O Traçado do <strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong> faz um “arco” sobre a RM<strong>RJ</strong>, atravessando a periferia<br />
da cidade do Rio de Janeiro desde o Grande Rio (Duque de Caxias) até Itaguaí, localizado<br />
entre as serras do Gercinó-Mendanha, Tinguá e Araras. Integra áreas localizadas nas duas<br />
principais bacias contribuintes localizadas na RM<strong>RJ</strong>: a bacia da baía de Guanabara e a bacia da<br />
baía de Sepetiba.<br />
A região de inserção do <strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong> possui uma grande dinâmica de ocupação. Por<br />
ciclos econômicos consecutivos (cana, ouro, café e laranja) estas áreas possuíram uma<br />
importante vocação, ora na produção de gêneros como a cana-de-açúcar e a laranja, ora como<br />
importantes entrepostos no transporte de gêneros produzidos no interior do país (ouro e<br />
café). Após a decadência do ciclo da laranja, no início do século XX, as áreas de produção rural<br />
diminuíram sendo progressivamente incorporadas no processo de urbanização metropolitana,<br />
especialmente a partir dos anos 50.<br />
Estas, entre outras, figuram com as principais razões da heterogeneidade da ocupação na<br />
região, que mescla áreas residenciais e agropecuárias, com presença de algumas zonas<br />
industriais e Unidades de Conservação. A porção dos municípios transpassada pelo <strong>Arco</strong>, é<br />
formada em sua grande maioria, de áreas periféricas, distritos e bairros, cujas relações de<br />
fluxo de pessoas e mercadorias, quando existente, relacionam-se de forma mais intensa com<br />
os centros locais (Nova Iguaçu, Duque de Caxias) do que com o centro metropolitano (Rio de<br />
Janeiro).<br />
Encontram-se ainda na região importantes eixos de ocupação da região metropolitana, tais<br />
como o ramal ferroviário de Japeri e rodovias <strong>BR</strong>-040, Presidente Dutra, antiga Rio – São<br />
Paulo e a <strong>BR</strong>-101 (Rio-Santos). Próximo a estes eixos desenvolveram-se as principais<br />
ocupações ao longo do traçado estudado. Outras importantes ocupações encontram-se<br />
associadas às vias arteriais, ferrovias de cargas, ruas locais e estradas rurais.<br />
Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 35
De maneira geral, a área do traçado está em processo acelerado de ocupação residencial,<br />
sendo uma das principais franjas de urbanização da RM<strong>RJ</strong>. Com esgotamento e conseqüente<br />
valorização das áreas ocupáveis na periferia direta da Cidade do Rio de Janeiro e dos<br />
municípios mais próximos da Baixada Fluminense, a periferia de municípios como Nova<br />
Iguaçu, Japeri, Duque de Caxias e Itaguaí, em zonas consideradas localmente como “rurais”,<br />
é palco de um processo de ocupação intenso e contínuo. Com novos bairros residenciais e<br />
zonas industriais, essa dinâmica tem alterado o mercado imobiliário local, com loteamentos,<br />
áreas de construção, demandas por infra-estrutura e etc. Tais transformações impõem novos<br />
desafios às municipalidades, entre elas a revisão recentemente realizada de seus<br />
zoneamentos e Planos Diretores para atender a esta dinâmica de ocupação e uso do solo.<br />
A análise desse processo, realizada com base em estudos da Fundação CIDE, permite<br />
visualizar as alterações de uso e ocupação dos municípios da AII, comparando as áreas<br />
cobertas pelos remanescentes da cobertura vegetal com as ocupadas pelos diversos tipos de<br />
uso do solo. Assim, de acordo o Mapa de Uso e Ocupação do Solo, as áreas urbanas estão<br />
predominantemente concentradas no município do Rio de Janeiro, passando pelo centro,<br />
zona norte seguindo em direção aos municípios de Duque de Caxias, Nova Iguaçu e<br />
Queimados. Distribuem-se ao longo da linha férrea, do ramal de Japeri, e aparecem, também,<br />
alguns núcleos isolados ao longo da Avenida Brasil.<br />
Aspectos Demográficos<br />
A demografia da RM<strong>RJ</strong> tem como característica principal a elevada densidade<br />
demográfica, com 1.899 hab/km², a segunda maior entre as metrópoles brasileiras. Tais<br />
condições advêm especialmente de um processo de urbanização e de migração muito<br />
intenso realizado a partir da metade do século XX, onde a cidade do Rio de Janeiro figurou,<br />
juntamente com São Paulo, como principal pólo de atração do País.<br />
No ano 2000, os municípios da Área de Influência Indireta somavam uma população<br />
residente de 1.575.810 habitantes, ocupando uma área de 1696,4 km. Este total representa<br />
55,9% da população total da região da Baixada Fluminense, e 13,08% da população de todo o<br />
Estado do Rio de Janeiro.<br />
O crescimento anual médio da população metropolitana foi, na década de 90, cerca de<br />
1%, o que indica um saldo migratório negativo no período, fenômeno já verificado na década<br />
anterior. No entanto, a variação no ritmo de crescimento e no poder de atração e expulsão<br />
populacional entre os diferentes municípios que integram a AII foi expressiva.<br />
Economia e Mercado de Trabalho<br />
Os grandes centros urbanos brasileiros têm sofrido graves problemas como violência,<br />
favelização e desemprego. A área em estudo e a RM<strong>RJ</strong> não se diferenciam. Estes<br />
36 Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
fenômenos estão associados às dificuldades de se imprimir um ritmo de desenvolvimento<br />
capaz de assegurar níveis satisfatórios de qualidade de vida para toda a população.<br />
A perda do dinamismo econômico da RM<strong>RJ</strong> tem sido destacada há algumas décadas. O<br />
fato do Rio de Janeiro ter sido a capital do país durante 150 anos e, portanto, o centro políticoadministrativo,<br />
financeiro e comercial, marcou fortemente sua dinâmica econômica. Com a<br />
transferência da capital para a Brasília e a decadência dos setores industriais, o Rio de Janeiro<br />
sofreu profundo esvaziamento econômico. Enquanto São Paulo desenvolveu um parque<br />
industrial moderno e dinâmico, o Rio permaneceu com os setores tradicionais que foram, aos<br />
poucos, se tornando obsoletos. A indústria carioca se concentrou em bens não duráveis e<br />
voltados ao mercado interno, logo, mais vulnerável a oscilações macroeconômicas. A<br />
contrapartida disso foi uma progressiva importância e dependência do setor terciário e do<br />
setor público.<br />
Essa tendência marcou fortemente a relação entre o município do Rio e os municípios da<br />
Baixada, conhecidos como “cidades dormitórios” por serem fornecedores de mão de obra<br />
para a capital. Hoje observa-se uma tendência de modificação desse quadro, com o aumento<br />
da industrialização dos municípios da baixada e a diversificação da economia local.<br />
Um dos exemplos é o município de Duque de Caxias, que no início dos anos 60, já<br />
possuía um ativo comércio e um parque industrial que, com a instalação da Refinaria Duque<br />
de Caxias (REDUC), se tornaria um dos mais importantes do país. Em 1960 e 1970, a<br />
participação do Município na transformação industrial da Região Metropolitana do Estado<br />
aumentou de 4,4% para 10,8%. Nesse mesmo período, iniciava-se o processo de<br />
industrialização no país e nas várias unidades estaduais.<br />
Atualmente, a Baixada Fluminense é caracterizada pela presença de estabelecimentos<br />
industriais ligados aos gêneros de minerais não metálicos, metalurgia, mecânica, material<br />
elétrico e de comunicações, material de transporte, madeira (mobiliário, papel e papelão),<br />
borracha, química, farmacêutico, perfumaria, produtos de material plástico, têxtil (vestuário,<br />
calçado e artefato de tecidos), produtos alimentares, editora gráfica e outros.<br />
De acordo com a pesquisa realizada pelo observatório das Metrópoles (UF<strong>RJ</strong>,2006),<br />
predominam, na área em estudo e em toda a RM<strong>RJ</strong>, os trabalhadores manuais da indústria,<br />
do comércio e dos serviços. Destacando que as categorias com maior peso dentro desses<br />
grupos são os operários da construção, os prestadores de serviços especializados, os<br />
trabalhadores do comércio e os trabalhadores domésticos.<br />
Educação<br />
Os indicadores sociais, na área da Educação, revelam a baixa escolaridade dos moradores<br />
dos municípios da Área de Influência Indireta. As taxas de analfabetismo, no ano 2000, eram<br />
Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 37
elevadas, sempre superiores ao total do Estado do Rio de Janeiro. A situação torna-se ainda<br />
mais preocupante quando se leva em conta que estas taxas se mostraram elevadas na<br />
população até 14 anos de idade, o que interfere diretamente na formação educacional da<br />
população economicamente ativa num futuro próximo.<br />
Saúde<br />
A rede ambulatorial cadastrada no SUS da Área de Influência Indireta contava, em 2000,<br />
com 333 unidades, dentre elas 10 hospitais gerais. Em 2005 este número aumentou para 507<br />
unidades, dentre elas 16 hospitais gerais e 15 hospitais especializados, ou seja, a metade dos<br />
hospitais do Estado do Rio de Janeiro. Estas unidades estão distribuídas de acordo com o<br />
porte populacional dos municípios. No entanto, a falta de equipamentos ou de pessoal<br />
especializado, em alguns municípios, faz com que este número de unidades ambulatoriais<br />
não seja suficiente para atender todas as demandas de saúde locais.<br />
Violência<br />
Alguns dos municípios da Área de Influência Indireta revelam valores ainda maiores que<br />
algumas metrópoles consideradas como as mais violentas. A Região Metropolitana de Recife,<br />
por exemplo, registrou em 1998 um índice de 80,9 homicídios por 100 mil habitantes. A taxa<br />
para o município de Duque de Caxias, em 1998, foi de 80,3. A trajetória dos homicídios<br />
(considerando o período compreendido entre 1998 e 2002) é crescente. Mesmo Seropédica e<br />
Japeri, com taxas de homicídio menores que as do conjunto da AII, enfrentaram, nesse<br />
período, aumento na relação entre homicídio e população.<br />
Saneamento<br />
Na Área de Influência Indireta, 75% dos domicílios particulares permanentes são<br />
abastecidos pela rede geral, 22,4% recolhem água de poço ou nascente e 2,6%, de outras<br />
formas. Queimados é o município que apresenta o menor percentual de domicílios<br />
abastecidos pela rede geral, sendo que 30,9% destes domicílios captam água de poço ou<br />
nascente. Em Japeri, este percentual é ainda mais elevado: 32,8%.<br />
Área de Influência Direta<br />
As áreas atravessadas, bairros e demais localidades, são apresentadas nos quadro<br />
seguinte, organizadas por municípios. A identificação e estratificação dos 72 km da rodovia<br />
em trechos ajudou a determinar unidades que melhor representassem as “fronteiras” locais,<br />
associando a infra-estrutura disponível e utilizada pelas populações locais, o uso e ocupação<br />
do solo, bem como as delimitações do espaço impostas pela composição da paisagem local e<br />
os aspectos ambientais.<br />
38 Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
Município Trecho Localidades km (Rodovia)<br />
D. Caxias<br />
N. Iguaçu<br />
Tipo de<br />
ocupação<br />
I<br />
Trevo Washington Luiz, Vila Mariza<br />
Bairro Capivarí, Figueira e São Judas Tadeu<br />
Trevo<br />
0 a 3<br />
Res/Ind/Vago<br />
Res/Ind/Vago<br />
II Cidade dos Meninos, Areal, Amapá 3 a 11 Rural/Res.<br />
III<br />
IV<br />
Itaguaí VI<br />
Seropédica<br />
Barão de Guandú, Geneciano 11 a 15 Rural/Res.<br />
Nova Luz, Figueira 2, Encanamento 15 a 18 Rural/Res.<br />
Vila de Cava 18 a 20 Urb/Res<br />
Santa Rita 20 a 21,5 Urb/Res<br />
V Bairro Amaral, Carlos Sampaio Mantiqueira 21,5 a 30 Rural/Res.<br />
VII<br />
VIII<br />
Itaguaí IX<br />
Patrimônio Histórico e Arqueológico<br />
Esperança, Santa Amélia, Jardim Wilian 30 a 35 Rural/Urb.<br />
Eucalipto, Santa Inês, Normandia 35 a 39,7 Rural/Urb.<br />
Nazareth, Santa Alice 39,7 a 47,5 Rural/Res.<br />
São Miguel 47,5 a 50 Urb/Res/Rural<br />
Santa Sofia, Parque Serrinha, Fonte Limpa e<br />
Chaperó<br />
Chaperó, Teixeira, Santa Cândida, Leandro e<br />
Brisa Mar<br />
50 a 62,5 Rural/Res.<br />
62,5 a 72,6 Urb/Res/Rural<br />
O Patrimônio Arqueológico identificado na área de influência Direta do <strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong><br />
é composto por 01 sítio arqueológico e 05 edificações históricas, e na indireta é de 19 sítios<br />
arqueológicos e 28 edificações (dentre prédios históricos e estradas e/ou caminhos<br />
históricas).<br />
Na região de estudo, se destacam algumas áreas de especial interesse para a preservação<br />
do patrimônio, tais como: edificações históricas que vão do século XVII ao século XX; sítios<br />
arqueológicos, dentre quilombos e aldeia de nativos ceramistas; estradas e caminhos<br />
históricos, inclusive trechos que compõe conjunto de caminhos da Estrada Real.<br />
O Quilombo do Amapá situado nessa zona de alto potencial arqueológico é um sítio<br />
arqueológico que se posiciona muito próximo ao empreendimento podendo ser impactado<br />
durante as obras. O mesmo pode ocorrer com o complexo histórico da Cidade dos Meninos,<br />
ainda inserido nessa zona de alto potencial arqueológico, bem como um trecho da estrada das<br />
Escravas e da estrada do Provedor. No município de Nova Iguaçu, a Estação Ferroviária de<br />
Vila de Cava e um trecho da Estrada da Polícia são construções históricas localizadas na Área<br />
de Influência Direta do empreendimento e no município de Itaguaí, a área da Fazenda<br />
Serrinha, uma construção do século XVIII/XIX, também próxima à faixa de domínio.<br />
Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 39
40 Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
IMPACTOS AMBIENTAIS E MEDIDAS PROPOSTAS<br />
Os impactos ambientais decorrentes da construção do <strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong> foram<br />
classificados quanto à Natureza (positivo ou negativo); Magnitude (baixa, média ou alta);<br />
Importância; Duração (permanente ou temporário); Reversibilidade (reversível ou irreversível);<br />
Abrangência (local ou regional); Forma (direto ou indireto); e Temporalidade (imediato, curto<br />
ou médio prazo); e quanto aos locais de maiores possibilidades de ocorrência. Foram também<br />
formuladas as medidas mitigadoras (de natureza preventiva, corretiva ou compensatória, para<br />
os impactos negativos) e otimizadoras (para os impactos positivos).<br />
• AUMENTO DA EMISSÃO DE RUÍDOS, POEIRAS E GASES.<br />
Medidas Ambientais Propostas<br />
Seleção de equipamentos mais silenciosos; programação de operações mais ruidosas<br />
para o período do dia, em que o ruído ambiente é maior; maximização da distância entre as<br />
fontes de ruído e os receptores; construção de barreiras ou enclausuradores das fontes,<br />
quando indicado; respeito ao Manual Rodoviário de conservação, monitoramento, e controle<br />
ambientais, do DNIT; respeito à Portaria nº 3124/78, do Ministério do Trabalho, que<br />
estabelece limites máximos de tempo de exposição ao ruído contínuo.<br />
Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 41
• ALTERAÇÃO NA QUALIDADE DO AR<br />
Medidas Ambientais Propostas<br />
Durante a fase de obras: utilização de Equipamentos de Proteção Individual por todos os<br />
operários envolvidos nas obras; isolamento da área de terraplanagem e remoção temporária<br />
da população; planejamento para o transporte de materiais equipamentos, evitando-se os<br />
horários de pico e o período noturno na rodovia; controle do teor de umidade do solo, a partir<br />
de aspersões periódicas.<br />
Para a fase de operação: monitoramento dos níveis de efluentes das descargas dos<br />
motores a combustão; monitoramento da qualidade do ar; monitoramento do volume de<br />
tráfego deslocado de outras vias (Avenida Brasil) para o <strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong>; controle e<br />
manejo das velocidades médias e níveis de emissões dos veículos nas rodovias direta e<br />
indiretamente beneficiadas; divulgação dos resultados dos monitoramentos e controles às<br />
comunidades de toda a Região Metropolitana do Rio de Janeiro.<br />
• INÍCIO E/OU ACELERAÇÃO DE PROCESSOS EROSIVOS.<br />
Medidas Ambientais Propostas<br />
Programar os serviços de terraplenagem levando em consideração os elementos<br />
climáticos, de modo que sejam evitados trabalhos nos meses mais chuvosos; implantar,<br />
rigorosamente, todos os elementos de drenagem previstos em projeto e, se possível,<br />
melhorá-los; executar a proteção vegetal imediatamente após a construção de cada elemento<br />
de terraplenagem (cortes, aterros, etc.,); corrigir imediatamente os processos erosivos<br />
incipientes, ao longo de taludes de cortes e aterros.<br />
Manter ao longo da fase de operação da rodovia um permanente sistema de<br />
monitoramento e conservação de todas as estruturas de drenagem e proteção vegetal ao<br />
longo da via, com visitas periódicas de inspeção e determinação de ações corretivas a serem<br />
executadas.<br />
• CARREAMENTO DE SÓLIDOS E ASSOREAMENTO DA REDE DE DRENAGEM<br />
Medidas Ambientais Propostas<br />
Realizar a recomposição da vegetação ciliar; quando houver retirada de vegetação em<br />
grandes áreas nas proximidades de cursos de drenagem, projetar e construir barragens de<br />
sedimentação para protegê-los.<br />
42 Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
• INTERFERÊNCIAS COM A QUALIDADE DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS E SUBTERRÂNEAS<br />
Medidas Ambientais Propostas<br />
Além das medidas recomendadas para os impactos anteriores e para aqueles que tratam<br />
de possibilidades de acidentes durante a operação recomenda-se, ainda, que sejam<br />
ministrados, aos Grupamentos da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros e da Polícia<br />
Rodoviária Federal, localizados ao longo do trecho, treinamento adequado para intervir em<br />
casos de derramamento de cargas tóxicas e/ou perigosas.<br />
• INTERFERÊNCIAS COM MANANCIAIS HÍDRICOS.<br />
Medidas Ambientais Propostas<br />
Treinamento dos motoristas – funcionários das obras (durante a construção) e usuários<br />
(durante a operação) – e sinalização dos trechos críticos, adequado à Defesa Civil, Corpo de<br />
Bombeiros e Polícia Rodoviária Federal, para intervir em caso de derramamento de cargas<br />
tóxicas e/ou perigosas; e construção de tanques de retenção de líquidos derramados por<br />
acidentes, especialmente em trechos próximos aos mananciais.<br />
• ALTERAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES MINERÁRIAS.<br />
Medidas Ambientais Propostas<br />
Elaboração de planos de exploração racional de pedreiras e jazidas; monitoramento,<br />
controle e adequação desses planos ao longo da exploração; desenvolvimento de Planos de<br />
Recuperação Ambiental, para a fase de pós-exploração; e exigência dos respectivos<br />
Licenciamentos Ambientais aos fornecedores de material de construção.<br />
• DEPOSIÇÃO DE MATERIAL DE DESCARTE<br />
Medidas Ambientais Propostas<br />
Compensação entre os produtos de cortes e as demandas de aterro; seleção (de acordo<br />
com as especificações técnicas elaboradas) de locais adequados para a deposição dos<br />
materiais de descarte; deposição e reserva de solos orgânicos e restos vegetais para o<br />
revestimento de taludes de aterros; contratar, caso necessário, empresa especializada para,<br />
realizar a remoção, tratamento e disposição final de solos contaminados; monitoramento e<br />
readequação dos bota-foras gerados; monitoramento do avanço da contaminação por “pó de<br />
broca” no solo e nas águas no entorno da rodovia.<br />
Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 43
• SUPRESSÃO DA VEGETAÇÃO NATIVA<br />
Medidas Ambientais Propostas<br />
Evitar desmatamentos desnecessários em áreas externas à faixa de domínio da rodovia;<br />
determinar o destino final da material retirado buscando reaproveitá-lo nas áreas alvo de<br />
recuperação e revegetação;<br />
• AMPLIAÇÃO DA FRAGMENTAÇÃO DOS AMBIENTES FLORESTAIS.<br />
Medidas Ambientais Propostas<br />
Evitar desmatamentos desnecessários, em áreas externas à faixa de domínio da rodovia,<br />
especialmente em formações ciliares e outras área de preservação permanente; determinar,<br />
junto aos órgãos competentes, locais apropriados para a aplicação de medidas de<br />
compensação;<br />
• AUMENTO DA PRESSÃO SO<strong>BR</strong>E OS RECURSOS VEGETAIS<br />
Medidas Ambientais Propostas<br />
Adoção de Programa de Educação Ambiental, com módulos específicos dedicados ao<br />
esclarecimento dos operários envolvidos nas obras e da população circunvizinha; sinalização<br />
indicadora das UCs e APPs; e fiscalização e repressão de não conformidades.<br />
• ALTERAÇÃO NOS HABITATS E HÁBITOS DA FAUNA<br />
Medidas Ambientais Propostas<br />
Evitar a implantação de canteiros de obras próximos a ambientes florestados e<br />
desmatamentos desnecessários; controlar a entrada de pessoal da obra nas áreas de mata<br />
próximas ao empreendimento; adotar Módulos Específicos de Educação Ambiental,<br />
dedicados ao esclarecimento dos operários das obras e da população circunvizinha; implantar<br />
sinalização indicadora das UCs e APPs; e fiscalização e repressão de não conformidades.<br />
44 Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
• AUMENTO DA CAÇA PREDATÓRIA.<br />
Medidas Ambientais Propostas<br />
Controlar, durante a construção, as incursões do pessoal da obra às áreas florestais nas<br />
proximidades do empreendimento; reprimir qualquer tipo de agressão à fauna, por parte do<br />
pessoal envolvido com o empreendimento, proibindo-se o uso de armas de fogo e<br />
armadilhas; evitar a implantação de canteiros de obras próximos a ambientes florestados;<br />
adotar módulos específicos de Educação Ambiental, dedicados ao esclarecimento dos<br />
operários das obras e da população circunvizinha; implantar sinalização indicadora das UCNs e<br />
APPs; e fiscalização e repressão de não conformidades.<br />
• ALTERAÇÃO NA DIVERSIDADE DE ESPÉCIES AQUÁTICAS.<br />
Medidas Ambientais Propostas<br />
Evitar a formação de focos erosivos nas margens dos rios e em áreas adjacentes; evitar o<br />
comprometimento e adotar a recuperação da cobertura ciliar como compensação ambiental;<br />
recolher e tratar adequadamente os esgotos sanitários em sistemas fossa/filtro, instaladas a<br />
distância segura de cursos d’água e de poços de abastecimento; elaborar cronograma de<br />
obras baseado, se possível, dentre outros aspectos, no regime pluviométrico local; limitar os<br />
desmatamentos ao mínimo necessário às operações de construção e segurança do tráfego<br />
• REDUÇÃO DA ÁREA DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA<br />
Medidas Ambientais Propostas<br />
Realização de cadastro para verificação da utilização agropecuária da população atingida;<br />
indenizações pelas áreas desapropriadas, benfeitorias e pela produção renunciada; Programa<br />
de Desapropriação; e Programa de Reassentamento da População de Baixa Renda.<br />
• PERDA DE ÁREAS DE LAVOURA DE SUBSISTÊNCIA.<br />
Medidas Ambientais Propostas<br />
Programa de Desapropriação e Programa de Reassentamento da População de Baixa<br />
Renda (em local apropriado e semelhante aos de residência atual).<br />
Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 45
• ALTERAÇÃO NO COTIDIANO DA POPULAÇÃO.<br />
Medidas Ambientais Propostas<br />
Realocação dos espaços de lazer para áreas próximas; Programa de Redução do<br />
Desconforto e Acidentes na Fase de Obras; Programa de Paisagismo; e Programa de<br />
Ordenamento Territorial.<br />
• PERDA DE ÁREAS DE LAZER E ESPAÇOS PÚBLICOS NAS COMUNIDADES<br />
Medidas Ambientais Propostas<br />
Adotar a transparência e a comunicação constante do empreendedor com a população<br />
local; planejar a mobilização de mão-de-obra, máquinas, materiais e equipamentos, de forma a<br />
minimizar as perturbações na vida da população residente; manter contato constante com as<br />
Prefeituras, Sociedade Civil Organizada e demais Representações das Comunidades; ações<br />
de recuperação de passagens que minimizem os impactos de interrupção dos acessos;<br />
planejar ações para preservar e/ou compensar a supressão das áreas de recreação;<br />
Subprograma de redução do Desconforto e Acidentes na Fase de Obras.<br />
• ALTERAÇÃO NO QUADRO DEMOGRÁFICO<br />
Medidas Ambientais Propostas<br />
Priorização da contratação de mão-de-obra local, de forma a reduzir a entrada de pessoas<br />
estranhas à região; Divulgação de que as empresas construtoras estão priorizando a<br />
contratação local; Programa de Redução do Desconforto e Acidentes na Fase de Obras.<br />
• ALTERAÇÃO NO QUADRO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE<br />
Medidas Ambientais Propostas<br />
Priorizar a contratação de mão-de-obra local; realizar exames médicos admissionais, bem<br />
como periódicos, durante o tempo de duração das obras; tratar adequadamente a água de<br />
abastecimento dos canteiros, bem como todos os efluentes oriundos dos mesmos; evitar a<br />
formação de ambientes propícios à proliferação de vetores – lixo, águas empoçadas e outros;<br />
desenvolver atividades de educação em saúde, que deverão abranger toda a mão-de-obra<br />
contratada; fiscalizar continuamente as condições sanitárias dos canteiros de obras; Programa<br />
de Redução do Desconforto e Acidentes na Fase de Obras e Programa de Segurança e Saúde<br />
da Mão-de-obra.<br />
46 Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
• AUMENTO DA OFERTA DE POSTOS DE TRABALHO<br />
Medidas Ambientais Propostas<br />
Priorizar a contratação de mão-de-obra local; Subrograma de Redução do Desconforto e<br />
Acidentes na Fase de Obras.<br />
• AUMENTO DO RISCO DE ACIDENTES RODOVIÁRIOS<br />
Medidas Ambientais Propostas<br />
Evitar que o tráfego proveniente das obras interfira nas áreas urbanas. Caso isso ocorra,<br />
deverão ser providenciados redutores de velocidades e sinalização adequada; planejar o<br />
transporte dos materiais de construção, bem como dos equipamentos, com o uso de veículos<br />
pesados; prestar informações às comunidades a serem afetadas pelo tráfego de veículos<br />
proveniente das obras e, quando necessário, contatos com as prefeituras para as<br />
modificações necessárias nos fluxos das vias, de modo a aumentar a segurança dos usuários;<br />
Programas de Redução do Desconforto e Acidentes na Fase de Obras, e Melhoria de<br />
Travessias Urbanas e de Ordenamento Territorial.<br />
• POSSIBILIDADES DE ACIDENTES COM CARGAS PERIGOSAS<br />
Medidas Ambientais Propostas<br />
Atendimento rigoroso às normas vigentes; obrigatoriedade de treinamento dos<br />
motoristas; instituição de Seguro Ambiental; implantação de medidas preventivas e corretivas<br />
nas áreas de ocorrência de acidentes; instalação de uma central de emergência para cargas<br />
Perigosas próximas a mananciais de abastecimento.<br />
• ALTERAÇÃO DOS ACESSOS VICINAIS<br />
Medidas Ambientais Propostas<br />
Planejamento das intervenções nas estradas em conjunto com os órgãos competentes;<br />
sinalização adequada e informações à comunidade sobre as alterações nas condições de<br />
tráfego nos acessos e, principalmente, noções educativas sobre o fluxo de pedestres nos<br />
locais onde ele for mais intenso.<br />
Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 47
• FRAGMENTAÇÃO DE BAIRROS E LOCALIDADES E DAS RELAÇÕES SOCIAIS<br />
COMUNITÁRIAS<br />
Medidas Ambientais Propostas<br />
Implantação de acessos em todos os trechos atingidos, que diminuam a fragmentação,<br />
como viadutos, passarelas e vias paralelas para o deslocamento da população até esses<br />
acessos; melhoria do acesso da população do bairro de Nazaré até o centro de Japeri;<br />
implantação de soluções para a mitigação da fragmentação realizadas através de ações<br />
conjuntas com os órgãos públicos competentes e a população atingida; soluções de<br />
paisagismo, de engenharia de tráfego e de sinalização propostas nos anteprojetos; divulgação<br />
das novas condições de tráfego; Programas de Paisagismo, de Ordenamento Territorial, de<br />
Melhoria de Travessias Urbanas e de Reassentamento da População de Baixa Renda<br />
• INTERFERÊNCIA COM A INFRA-ESTRUTURA VIÁRIA E DE TRANSMISSÃO<br />
Medidas Ambientais Propostas<br />
Planejamento das obras segundo as normas vigentes e em comum acordo com os<br />
concessionários; Programas de Redução do Desconforto e Acidentes na Fase de Obras, de<br />
Melhoria de Travessias Urbanas e de Ordenamento Territorial.<br />
• DESAPROPRIAÇÃO DE MORADIAS, ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS E<br />
INDUSTRIAIS<br />
Medidas Ambientais Propostas<br />
Acompanhar o projeto de canalização do rio Calombé; realizar cadastro da população e das<br />
benfeitorias atingidas; apoio Jurídico para regularização da documentação dos imóveis;<br />
comunicação constante com a população local; reassentamento em condições iguais ou<br />
melhores que as atuais; Programas de Desapropriação e de Reassentamento da População<br />
de Baixa Renda.<br />
• INCREMENTO DA ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA<br />
Medidas Ambientais Propostas<br />
Priorizar a contratação de mão-de-obra local e a aquisição de bens e serviços de<br />
fornecedores locais; criar cursos de capacitação e treinamento para absorção da mão-de-obra<br />
local na operação do empreendimento.<br />
48 Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
• RISCO DE ALTERAÇÃO / DESTRUIÇÃO DE SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS<br />
Medidas Ambientais Propostas<br />
Desenvolver o Programa de Salvamento do Patrimônio Arqueológico promovendo o<br />
resgate do patrimônio antes das intervenções de obra previstas.<br />
Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 49
50 Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
PROGRAMAS AMBIENTAIS<br />
PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL<br />
O Programa de Gestão Ambiental tem como objetivo geral o acompanhamento<br />
sistemático de todas as ações que digam respeito às obras e às interferências ambientais<br />
decorrentes, além de objetivos específicos, relacionados à aplicação dos programas<br />
ambientais e medidas de proteção ambiental.<br />
A Gestão Ambiental, devido à amplitude das ações que fazem parte de seu contexto, de<br />
gerencia e administração dos demais Planos e Programas, terá reflexão nos meios físico,<br />
biológico e antrópico (social, econômico e patrimonial), determinando e responsabilizando-se<br />
por todo o investimento ambiental durante a fase de construção.<br />
O programa engloba ainda o acompanhamento e monitoramento de todos os impactos<br />
ambientais inerentes ao empreendimento, dotando-o de mecanismos eficientes que<br />
garantam a execução das ações planejadas nos demais planos e programas e a adequada<br />
condução ambiental das obras.<br />
PROGRAMA DE MONITORAMENTO AMBIENTAL<br />
O Programa de Monitoramento Ambiental prevê a realização de atividades de medição e<br />
controle da poluição em diversos recursos naturais. Como foco, em função da natureza das<br />
atividades desenvolvidas, estão sendo propostas atividades de monitoramento dos corpos<br />
hídricos (qualidade da água), qualidade do ar (emissões atmosféricas), ruídos e vibrações e<br />
dos ecossistemas presentes na região.<br />
Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 51
PLANO AMBIENTAL DE CONSTRUÇÃO<br />
O Plano Ambiental de Construção (PAC) tem por objetivo orientar as empresas<br />
responsáveis pela implantação do empreendimento nos cuidados relativos ao meio ambiente,<br />
procurando evitar ou minimizar os possíveis impactos ambientais a serem gerados durante a<br />
execução das obras.<br />
Após a seleção das empresas responsáveis pela implantação das obras e operação, elas<br />
deverão tomar conhecimento deste PAC e também apresentar um Plano Ambiental de<br />
Construção específico para apreciação e aprovação do empreendedor e dos órgãos<br />
ambientais, com as variáveis ambientais que precisam ser controladas e monitoradas.<br />
As empresas deverão apresentar, também, os projetos e os cronogramas de execução<br />
das obras e de investimentos em detalhes, com a programação física e financeira prevista<br />
para as fases de implantação e de operação aos órgãos que emitem as licenças necessárias.<br />
As orientações que deverão ser detalhadas e seguidas durante a implantação das obras<br />
englobam, basicamente, o preparo dos acessos, vias de serviço, cruzamentos e travessias; o<br />
transporte de pessoal, equipamentos e materiais; a movimentação e estocagem de materiais;<br />
e as normas e padrões de segurança a serem adotados.<br />
PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO E RESPONSABILIDADE SOCIAL<br />
Este programa se propõe atuar como suporte de comunicação para todos os programas<br />
ambientais que serão desenvolvidos durante a construção da rodovia. Além de divulgar as<br />
etapas das obras e o desenvolvimento dos demais programas, o Programa de Comunicação<br />
pretende construir uma relação de diálogo com a população e o Poder Público local,<br />
procurando promover a participação e integração dos agentes sociais no processo de<br />
implementação do empreendimento.<br />
Sendo assim, as ações de comunicação social serão direcionadas, prioritariamente, à<br />
população afetada e residentes às localidades vizinhas à rodovia, ou seja, aquela que<br />
permanentemente se relacionará com o empreendimento em suas diversas fases, bem como<br />
os usuários da rodovia.<br />
Dado o caráter de remedição de impactos socioeconômicos, recomenda-se que as ações<br />
de comunicação social sejam desenvolvidas seguindo três linhas: Divulgação do<br />
empreendimento; Responsabilidade Social e Convívio com a rodovia.<br />
O Programa de Comunicação Social deverá, ainda, articular o conjunto de ações de<br />
comunicação visando evitar conflitos de informações decorrentes de atuações diferenciadas<br />
entre as equipes no relacionamento com a população.<br />
52 Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
PROGRAMA DE ORDENAMENTO FÍSICO-TERRITORIAL<br />
A implantação do Segmento C do <strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong>, ao atravessar municípios de<br />
expansão urbana desordenada e acelerada, requer ações dirigidas a um planejamento da<br />
gestão territorial. A rodovia contará com uma faixa de domínio de 100 metros e estruturas<br />
como Posto de Patrulha Rodoviária, posto fixo de pesagem, centro de controle operacional, e<br />
estacionamento para veículos transportando cargas perigosas. Estas demandas acarretarão<br />
impactos tais como: a redução da área de produção agropecuária e perda de lavouras de<br />
subsistência, alterações no cotidiano da população e no quadro demográfico, sobrecarga nos<br />
serviços de saúde, alterações nos acessos vicinais e fragmentação de bairros e localidades<br />
urbanas, entre outros. Foram definidas duas diretrizes gerais para o Programa: uma voltada<br />
para aspectos ligados ao sistema viário e paisagismo, e outra concernente a questões de uso<br />
e ocupação do solo.<br />
Através de um conhecimento do processo de ocupação local e das variadas formas e<br />
funções de utilização que seus moradores fazem do espaço, medidas legislativas e ações<br />
baseadas em políticas urbanísticas deverão ser desenvolvidas para que sejam estabelecidas<br />
diretrizes básicas da gestão territorial da área de influência do empreendimento. Para tanto,<br />
os objetivos deste Programa deverão estar de acordo com as leis orgânicas e com os planos<br />
diretores dos municípios de Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Japeri, Seropédica e Itaguaí.<br />
PROGRAMA DE DESAPROPRIAÇÃO<br />
O <strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong> atravessará zonas urbanas consolidadas, especialmente nos<br />
municípios de Duque de Caxias e Nova Iguaçu, implicando, durante a fase de implantação do<br />
empreendimento, a necessidade de desapropriação e remanejamento/relocação das famílias<br />
residentes na faixa de domínio, área não edificante, acessos, alças de ligação, obras de arte,<br />
canteiros de obras e demais áreas que sofrerão intervenções em decorrência das obras.<br />
O programa foi desenvolvido com base nas diretrizes específicas e procedimentos do<br />
MANUAL PARA ATIVIDADES RODOVIÁRIAS AMBIENTAIS, elaborado pelo DNIT (2006) para<br />
desapropriação de populações afetadas em Obras Rodoviárias.<br />
Este Programa manterá interface com o Programa de Comunicação Social, e<br />
especialmente, com o Programa de Reassentamento/Relocação da População de Baixa<br />
Renda, nas áreas de ocupação irregular, loteamentos populares e conjuntos habitacionais. O<br />
objetivo principal do Programa é a liberação da faixa de domínio do <strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong>, a<br />
partir da desapropriação e indenização das famílias residentes nesta faixa ou lindeiras à<br />
rodovia pelos seus imóveis e benfeitorias afetados pelo empreendimento.<br />
Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 53
PROGRAMA DE REASSENTAMENTO/RELOCAÇÃO DA POPULAÇÃO DE BAIXA<br />
RENDA<br />
O processo de desapropriação e/ou reassentamento sempre gera impactos negativos<br />
significativos no cotidiano das famílias afetadas – notadamente no caso de famílias de baixa<br />
renda. O diagnóstico socioeconômico demonstrou que cerca de 30% das famílias residentes<br />
na Área de Influência do empreendimento vivem nesta situação.<br />
Para o desenvolvimento do Programa de forma socialmente responsável deverão ser<br />
definidos procedimentos ao longo do processo de desapropriação e relocação das famílias.<br />
Para tanto, foram definidas diretrizes especificas e procedimentos, baseados nas medidas<br />
adotadas e recomendadas no MANUAL PARA ATIVIDADES RODOVIÁRIAS AMBIENTAIS,<br />
elaborado pelo DNIT (2006), em suas seções correspondentes à desapropriação de população<br />
afetadas em Obras Rodoviárias.<br />
O programa deverá envolver um conjunto de ações que visem garantir que o processo de<br />
reassentamento/relocação da população afetada, proporcione, no mínimo, a garantia de suas<br />
condições atuais de subsistência, ordenando a ocupação nas novas áreas de assentamento,<br />
bem como regularizando a situação fundiária em suas novas residências. Para tanto, deverão<br />
ser realizadas atividades de cadastro socioeconômico da população, acompanhamento e<br />
apoio jurídico e social, bem como o envolvimento e participação da população atingida no<br />
processo decisório sobre os novos assentamentos.<br />
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL<br />
O Programa tem como objetivo principal contribuir para a gestão ambiental da região a<br />
partir de ações sócio-educativas que procurem minimizar ou compensar os impactos<br />
ambientais decorrentes da construção do <strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong>. Objetiva ainda contribuir para o<br />
exercício da cidadania ativa do público alvo das comunidades do entorno do empreendimento,<br />
proporcionando meios para a produção e aquisição de conhecimento contribuindo assim para<br />
uma atuação efetiva na melhoria da qualidade ambiental e de vida na região.<br />
De acordo com os trabalhos de campo desenvolvidos na Área de Influência Direta do<br />
empreendimento, de modo geral, a região carece de infra-estrutura de saneamento<br />
ambiental. O destino final do esgoto doméstico são as fossas rudimentares ou corpos<br />
hídricos. Com relação aos resíduos sólidos, em alguns trechos da AID a coleta de lixo é<br />
precária, as ruas carecem de lixeiras e locais para disposição e depósito do lixo. Nesse<br />
sentido, a necessidade de gerenciamento de resíduos se mostrou um dos temas pertinentes<br />
a serem abordados dentro deste programa.<br />
O PEA deverá priorizar sua atuação nos setores sociais diretamente afetados pelo<br />
empreendimento e junto à mão-de-obra contratada para as obras. O planejamento e as<br />
54 Rima <strong>Arco</strong> Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
atividades do Programa de Educação Ambiental estarão profundamente articulados com os<br />
demais Programas Ambientais, particularmente com os Programas de Comunicação Social,<br />
Desapropriação e Reassentamento da População de Baixa Renda, e ao Plano Ambiental de<br />
Construção (PAC), referente às ações de treinamento ambiental dos trabalhadores.<br />
PROGRAMA DE PROSPECÇÃO E SALVAMENTO ARQUEOLÓGICO<br />
Este programa se direciona para o aprofundamento dos estudos sobre a área afetada pela<br />
implantação do <strong>Arco</strong> <strong>Metropolitano</strong> do Rio de Janeiro, buscando a definição sobre a<br />
localização de locais de interesse cultural ameaçados de serem afetados pelas obras. Para a<br />
verificação das áreas de interesse para a proteção do Patrimônio Cultural é importante o<br />
conhecimento sobre todos os terrenos a serem utilizados pelas obras, como os canteiros,<br />
áreas de empréstimo e de bota-fora, acessos, assim como a própria faixa de domínio da<br />
rodovia.<br />
Em cumprimento à legislação federal que regulamenta a pesquisa arqueológica no Brasil –<br />
Lei 3924/61, Portaria SPHAN 07/88 e Documento IPHAN/1996 - propõe-se a realização do<br />
Diagnóstico e Prospecção do Patrimônio Arqueológico.<br />
No caso de se registrar uma ocorrência de interesse cultural numa área onde o terreno<br />
escolhido para as obras possa ser remanejado, como a de um canteiro, por exemplo, a<br />
possibilidade de evitar o dano ao patrimônio deve ser considerada. Quando houver<br />
necessidade de salvamento arqueológico, sua realização se dará por meio de projeto de<br />
pesquisa específico, a ser apresentado e autorizado pelo IPHAN. Deverá também se prever<br />
ações de monitoramento das obras civis, particularmente nas áreas de intervenção.<br />
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