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IGEC INFORMAÇÃO

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<strong>IGEC</strong> <strong>INFORMAÇÃO</strong><br />

BOLETIM INFORMATIVO DA INSPEÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA<br />

Editorial<br />

A especificidade da auditoria<br />

O Decreto Regulamentar n.º 15/2012,de 27 de janeiro, que aprova a orgânica<br />

da <strong>IGEC</strong>, estabelece que a nossa instituição tem por atribuição, entre outros atos,<br />

a realização de auditorias nas áreas da educação pré-escolar, dos ensinos básico,<br />

secundário e superior, das modalidades especiais de educação e da educação<br />

extraescolar, bem como da ciência e tecnologia e dos órgãos, serviços e organismos<br />

da administração educativa.<br />

O referido diploma estabelece ainda como atribuição da <strong>IGEC</strong> auditar os sistemas<br />

e procedimentos de controlo interno dos órgãos, serviços e organismos da área de<br />

atuação do MEC ou sujeitos à tutela do respetivo membro do Governo, no quadro<br />

das responsabilidades cometidas ao Sistema de Controlo Interno da Administração<br />

Financeira do Estado, cujo conselho coordenador a <strong>IGEC</strong> integra.<br />

Os organismos que antecederam a <strong>IGEC</strong> — Inspeção-Geral da Educação (IGE) e<br />

Inspeção-Geral do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (IGMCTES)<br />

— tinham também como atribuição a realização de auditorias nas áreas referidas<br />

anteriormente. Para a prossecução dos trabalhos de auditoria, os organismos<br />

referidos contavam com um conjunto de inspetores detentores de conhecimento<br />

especializado que aplicavam nos universos para os quais tinham competência.<br />

Considerando o estabelecido organicamente, verificou-se a necessidade da<br />

criação de uma equipa multidisciplinar que integrasse inspetores detentores de<br />

conhecimento para a realização dos trabalhos de auditoria, bem como das<br />

diferentes realidades que o universo auditável apresentava. Neste sentido foi<br />

criada Equipa Multidisciplinar de Auditoria e Controlo Financeiro (EMAF), que<br />

integrou 25 inspetores, os quais já desenvolviam trabalhos de auditoria<br />

administrativo-financeira e temática nas ex-IGE e ex-IGMCTES.<br />

A EMAF iniciou os trabalhos de auditoria em janeiro de 2013, num conjunto de<br />

agrupamentos de escolas, escolas secundárias, estabelecimentos do ensino<br />

superior, num organismo da ciência e num serviço da administração educativa.<br />

Com vista a uma plena interação entre os recursos humanos que integram a<br />

equipa, os trabalhos foram desenvolvidos em estabelecimentos da educação e do<br />

ensino e num serviço da administração educativa por profissionais que<br />

originariamente desenvolviam a sua atividade noutros níveis de educação e<br />

ensino.<br />

Os trabalhos realizados no primeiro trimestre de 2013 evidenciam o esforço e o<br />

profissionalismo dos inspetores que integram as equipas de auditoria no sentido<br />

do cumprimento de um dos objetivos que a <strong>IGEC</strong> se propõe alcançar: promover a<br />

melhoria da gestão do sistema educativo e da ciência quer ao nível dos<br />

estabelecimentos de educação e ensino quer dos serviços e organismos do MEC,<br />

induzindo uma utilização económica, eficiente e eficaz dos recursos<br />

disponibilizados.<br />

João Ramalho<br />

Subinspetor-Geral da Educação e Ciência<br />

1-3<br />

2013<br />

Acompanhamento da Ação<br />

Educativa<br />

primeiro balanço de<br />

implementação<br />

<strong>IGEC</strong> recebe visita de estudo<br />

integrada no Programa<br />

«Qualidade na Gestão Escolar»<br />

Publicado relatório «Avaliação<br />

Externa das Escolas<br />

2011-2012»<br />

Tem a palavra a Inspetora…<br />

Ana Serra<br />

Equipa Multidisciplinar da Área<br />

Territorial de Lisboa e Vale do Tejo<br />

(EML)<br />

Entradas e Saídas


<strong>IGEC</strong><strong>INFORMAÇÃO</strong><br />

2<br />

Acompanhamento da<br />

Ação Educativa<br />

primeiro balanço de<br />

implementação<br />

Realizou-se, no passado dia 27 de<br />

março, na Sede da <strong>IGEC</strong>, em Lisboa, uma<br />

reunião com os inspetores que nas diversas<br />

áreas territoriais estão a implementar<br />

a atividade Acompanhamento da Ação<br />

Educativa em 32 agrupamentos/escolas<br />

– 9 no Norte, 6 no Centro, 10 em Lisboa<br />

e Vale do Tejo e 7 no Alentejo e Algarve.<br />

A atividade inicia-se com uma primeira<br />

intervenção que visa estabelecer com o<br />

agrupamento/escola um Programa de<br />

Acompanhamento (PA), no qual, em síntese,<br />

se identificam: as principais fragilidades<br />

identificadas pela escola, as áreas<br />

onde priorizou a sua intervenção e as<br />

ações de melhoria que serão objeto de<br />

acompanhamento por parte da <strong>IGEC</strong>.<br />

As intervenções seguintes obedecem a<br />

um calendário ajustado com a escola e<br />

visam acompanhar a implementação<br />

dessas ações de melhoria.<br />

Nesta reunião, cujo principal objetivo era<br />

ouvir cada um dos inspetores que estão a<br />

implementar a atividade, foram ainda<br />

apresentados dois documentos: o primeiro<br />

com uma caracterização dos 32 programas<br />

de acompanhamento e o segundo<br />

com os resultados de um questionário<br />

efetuado aos inspetores após a primeira<br />

intervenção.<br />

Da abrangente caracterização dos Programas<br />

de Acompanhamento, salienta-se a<br />

análise das ações de melhoria objeto de<br />

acompanhamento, tendo-se constatado<br />

que estas se situam, maioritariamente,<br />

nas seguintes áreas de intervenção das<br />

escolas:<br />

Acompanhamento do Trabalho dos<br />

Docentes<br />

Avaliação do Ensino e das Aprendizagens<br />

Planeamento Estratégico<br />

Indisciplina<br />

Realização do Ensino e das Aprendizagens<br />

Reflexão sobre os Resultados Escolares<br />

dos Alunos<br />

Planeamento do Ensino e das Aprendizagens.<br />

Do questionário respondido por 20 inspetores,<br />

após a primeira intervenção, regista-se<br />

um elevado nível de satisfação dos<br />

mesmos com a realização da atividade,<br />

com 14 a atribuir o valor máximo (++),<br />

sendo também elevada a perceção destes<br />

relativamente à satisfação das escolas<br />

com a atividade, com 13 a atribuir o<br />

valor (++). Por sua vez, o ponto mais fraco<br />

diz respeito ao baixo nível de implementação<br />

dos planos de melhoria, com 5 a<br />

atribuir o valor (--) e 9 o valor (-).<br />

No que diz respeito à eficácia da atividade,<br />

os inspetores consideram que as<br />

escolas reconhecem que esta atividade<br />

pode fomentar os seus processos de<br />

melhoria e provocar novas dinâmicas de<br />

trabalho, porém mostram-se menos otimistas<br />

quando questionados sobre a<br />

continuidade dessas dinâmicas nas escolas,<br />

reconhecendo, assim, a necessidade<br />

de continuar este acompanhamento no<br />

próximo ano letivo.<br />

Apesar de se tratar de uma atividade que<br />

se encontra numa fase inicial de execução,<br />

não permitindo ainda uma avaliação<br />

sobre o seu real impacto nas escolas, foi<br />

considerado que esta se reveste de interesse<br />

para as mesmas, na medida em<br />

que se focaliza em áreas específicas e<br />

induz a implementação de ações concretas,<br />

direcionadas para as principais fragilidades,<br />

o que permite aos agentes educativos<br />

refletir sobre os aspetos mais deficitários<br />

da ação das escolas e agir sobre<br />

eles, avaliando o impacto das ações<br />

implementadas.<br />

As metodologias de trabalho foram muito<br />

bem acolhidas pelas escolas, designadamente<br />

o facto de o Programa Acompanhamento<br />

ser concebido com a intervenção<br />

direta dos responsáveis pelas ações de<br />

melhoria que a escola implementa.<br />

Recorde-se que esta atividade se insere<br />

na linha da importância conferida, nos<br />

últimos anos, pelo sistema de ensino, à<br />

autonomia das escolas, enquanto instrumento<br />

de regulação, responsabilização e<br />

melhoria do seu trabalho, valorizando a<br />

diversidade de caminhos, nos quais o<br />

Projeto Educativo se assume como exemplo<br />

de abertura a diferentes soluções,<br />

tendo em conta os contextos particulares<br />

de cada escola. E bem assim, na linha de<br />

atuação que a <strong>IGEC</strong> tem vindo a pôr em<br />

prática, que privilegia as metodologias de<br />

trabalho que fomentam a intervenção dos<br />

elementos da comunidade educativa<br />

como principais autores e intérpretes de<br />

medidas educativas e organizacionais<br />

que visam a melhoria do desempenho da<br />

escola.<br />

Esta atividade, que integra esta linha<br />

estratégica global, pretende implementar<br />

uma metodologia diferente no trabalho<br />

com as escolas, privilegiando um caminho<br />

de acompanhamento próximo das estratégias<br />

implementadas por cada organização<br />

educativa, com especial enfoque nos<br />

mecanismos internos de coordenação e<br />

supervisão pedagógica do trabalho docente,<br />

fomentando e respeitando o espaço<br />

de autonomia da escola.<br />

Na avaliação deste encontro, os inspeto-<br />

res manifestaram a sua satisfação com a<br />

possibilidade que foi criada de cada um<br />

se pronunciar sobre o desenvolvimento e<br />

a intervenção na atividade, bem como<br />

pela importância da adoção de metodologias<br />

de trabalho próximas dos inspetores.<br />

<strong>IGEC</strong> recebe visita de<br />

estudo integrada no<br />

Programa «Qualidade<br />

na Gestão Escolar»<br />

A <strong>IGEC</strong> acolheu, uma vez mais, a<br />

Visita de Estudo Overview of the Portuguese<br />

Inspectorate of Education and<br />

Science and the Impact of Inspections on<br />

School Life – destinada a um grupo de 16<br />

inspetores romenos que, no âmbito do<br />

Projeto Calitate în Managementul Unităţii<br />

Şcolare (Qualidade na Gestão Escolar),<br />

vieram conhecer o sistema inspetivo<br />

português e o impacto da atividade da<br />

<strong>IGEC</strong> na realidade das escolas, procurando<br />

identificar boas práticas de garantia<br />

da qualidade do ensino.<br />

A visita, que decorreu entre 18 e 21 de<br />

fevereiro, e à semelhança das Visitas de<br />

Estudo realizadas ao abrigo do Programa<br />

Transversal de Aprendizagem ao Longo<br />

da Vida, desdobrou-se em três vertentes:<br />

Teórica – que assentou, sobretudo,<br />

nas apresentações dos organizadores<br />

sobre o sistema inspetivo e a estrutura<br />

da Inspeção Portuguesa e nas apresentações<br />

dos participantes romenos<br />

sobre o Projeto Calitate în Managementul<br />

Unităţii Şcolare (Projecto Qualidade<br />

na Gestão Escolar).<br />

Prática – que incluiu visitas a quatro<br />

escolas, apresentações sobre o Município<br />

de Sintra e sobre o Município de<br />

Setúbal e respetivas responsabilidades<br />

na educação e no processo de<br />

avaliação das escolas, uma apresentação<br />

sobre a Associação de Imigrantes<br />

Romenos e Moldavos (FRATIA) e uma<br />

visita à Escola Superior de Educação<br />

de Lisboa que, como principal instituição<br />

de formação superior em educa-<br />

Sessão na Sede da <strong>IGEC</strong> da Visita de Estudo «Overview of the Portuguese Inspectorate of Education<br />

and Science and the Impact of Inspections on School Life» destinada a um grupo de 16 inspetores<br />

romenos.


ção, é parceiro interessado na avaliação<br />

das escolas. Os participantes<br />

tiveram oportunidade de conhecer<br />

duas escolas não agrupadas em<br />

Setúbal (Escola Secundária D. Manuel<br />

Martins e Escola Secundária D. João<br />

II), um agrupamento de escolas em<br />

Sintra (Agrupamento de Escolas Santa<br />

Maria) e uma escola secundária<br />

artística em Lisboa (Escola Artística<br />

de Dança do Conservatório Nacional<br />

de Lisboa). As escolas, além de apresentarem<br />

informações relevantes<br />

sobre a sua atividade e sobre os seus<br />

projetos, organizaram visitas guiadas<br />

às suas instalações, de modo a que<br />

os participantes pudessem observar<br />

as condições físicas, os serviços e os<br />

métodos de ensino. Por último, as<br />

escolas tiveram a possibilidade de<br />

expor os seus pontos de vista sobre a<br />

avaliação externa e os seus efeitos.<br />

Em todas elas foram criadas condições<br />

para que os participantes pudessem<br />

interagir livremente com alunos,<br />

pessoal docente e não docente.<br />

Cultural – que incluiu refeições (em<br />

alguns casos tipicamente portuguesas),<br />

uma visita guiada ao Palácio<br />

Nacional de Sintra, um passeio pela<br />

cidade de Setúbal, uma visita aos<br />

mais conhecidos monumentos da<br />

zona de Belém em Lisboa e um magnífico<br />

momento performativo proporcionado<br />

pelos alunos da Escola Artística<br />

de Dança de Lisboa.<br />

Publicado relatório<br />

Avaliação Externa das<br />

Escolas 2011-2012<br />

Após homologação do Secretário de<br />

Estado do Ensino e da Administração<br />

Escolar, João Casanova de Almeida, por<br />

despacho de 21 de março de 2013, foi<br />

enviado a diversos parceiros e disponibilizado<br />

no site da <strong>IGEC</strong> o relatório Avaliação<br />

Externa das Escolas 2011-2012.<br />

O relatório apresenta informação geral<br />

sobre a Avaliação Externa das Escolas<br />

(AEE) no ano letivo 2011-2012, no qual<br />

foram avaliados 231 agrupamentos de<br />

escolas e escolas não agrupadas. Esta<br />

atividade, com incidência nos jardins de<br />

infância e nas escolas básicas e secundárias<br />

públicas, tem sido desenvolvida<br />

no âmbito da Lei n.º 31/2002, de 20 de<br />

dezembro, que aprovou o sistema de<br />

avaliação dos estabelecimentos de educação<br />

pré-escolar e dos ensinos básico e<br />

secundário e definiu orientações gerais<br />

para a autoavaliação e para a avaliação<br />

externa.<br />

Na sequência da proposta de modelo<br />

para o novo ciclo de avaliação externa<br />

das escolas, apresentada no relatório<br />

final do Grupo de Trabalho, criado pelo<br />

Despacho Conjunto n.º 4150/2011, de 4<br />

de março, e após despacho de concordância<br />

do Secretário de Estado do Ensino<br />

e Administração Educativa, datado de 13<br />

de outubro de 2011, a então Inspeção-<br />

Geral da Educação (IGE) foi incumbida de<br />

dar continuidade à avaliação externa das<br />

escolas, no âmbito das suas competências,<br />

previstas no Decreto-Regulamentar<br />

n.º 81-B/2007, de 31 de julho.<br />

Em novembro de 2011, deu-se início ao<br />

Participantes da Visita de Estudo «Overview of the Portuguese Inspectorate of Education and Science<br />

and the Impact of Inspections on School Life» destinada a um grupo de 16 inspetores romenos.<br />

segundo ciclo da avaliação externa das<br />

escolas tendo-se previamente publicitado<br />

no site da ex-IGE os instrumentos utilizados,<br />

bem como posteriormente os relatórios<br />

de escola, os contraditórios e as<br />

respostas das equipas de avaliação aos<br />

contraditórios.<br />

Este relatório está organizado em nove<br />

capítulos.<br />

O 1.º apresenta o quadro conceptual<br />

da avaliação externa das escolas;<br />

O 2.º explicita a metodologia, descrevendo<br />

aspetos relativos à operacionalização<br />

da avaliação externa, designadamente<br />

a seleção das escolas, a<br />

constituição das equipas de avaliadores<br />

e os procedimentos e instrumentos<br />

de recolha de informação adotados;<br />

O 3.º analisa as classificações atribuídas<br />

nos três domínios em avaliação;<br />

O 4.º aborda os pontos fortes e as<br />

áreas de melhoria expressos nos<br />

relatórios de escola;<br />

O 5.º efetua a análise da avaliação<br />

externa realizada em 20 agrupamentos<br />

de escolas e escolas não agrupadas<br />

que em setembro de 2007 celebraram<br />

com o Ministério da Educação<br />

contratos de autonomia;<br />

O 6.º oferece informação sobre a<br />

aplicação dos questionários de satisfação<br />

a alunos, pais e encarregados de<br />

educação, e a trabalhadores docentes<br />

e não docentes;<br />

O 7.º trata informação sobre a avaliação<br />

do processo pelas escolas e pelos<br />

avaliadores;<br />

O 8.º aborda aspetos relacionados<br />

com o desenvolvimento da atividade<br />

de avaliação externa das escolas em<br />

2012-2013;<br />

O 9.º apresenta as considerações<br />

gerais sobre a avaliação externa das<br />

escolas em 2011-2012.<br />

A avaliação externa das escolas pretende<br />

constituir um contributo relevante para o<br />

desenvolvimento das escolas. Sendo a<br />

avaliação um instrumento para melhorar<br />

o ensino e a aprendizagem e os resultados<br />

dos alunos, procura-se incentivar<br />

práticas de autoavaliação, promover uma<br />

ética profissional marcada pela responsabilidade,<br />

fomentar a participação social<br />

na vida da escola e oferecer um melhor<br />

conhecimento público do trabalho das<br />

escolas.<br />

Recorde-se que a avaliação externa das<br />

escolas visa:<br />

Promover o progresso das aprendizagens<br />

e dos resultados dos alunos,<br />

identificando pontos fortes e áreas<br />

prioritárias para a melhoria do trabalho<br />

das escolas;<br />

Incrementar a responsabilização a<br />

todos os níveis, validando as práticas<br />

de autoavaliação das escolas;<br />

Fomentar na escola a participação da<br />

comunidade educativa e da sociedade<br />

local, oferecendo um melhor conhecimento<br />

público da qualidade do trabalho<br />

das escolas;<br />

Contribuir para a regulação da educação,<br />

dotando os responsáveis pelas<br />

políticas educativas e pela administração<br />

das escolas de informação pertinente.<br />

<strong>IGEC</strong><br />

<strong>INFORMAÇÃO</strong> 3


<strong>IGEC</strong><strong>INFORMAÇÃO</strong><br />

4<br />

Tem a palavra a<br />

Inspetora...<br />

Ana Serra<br />

Equipa Multidisciplinar da Área<br />

Territorial de Lisboa e Vale do Tejo<br />

(EML)<br />

Profissão? Inspetora. Faço uma pequena<br />

pausa, enquanto noto uma ligeira contração<br />

no semblante da interlocutora e sorrio<br />

interiormente. Para não prolongar o seu<br />

incómodo, acrescento: da educação, inspetora<br />

da educação. Restava saber se esta<br />

empregada de balcão pertencia à categoria<br />

das curiosas e extrovertidas, das tímidas<br />

ou das indiferentes.<br />

Há uns anos, ter-me-ia escusado ao preenchimento<br />

da ficha de cliente ou então diria<br />

que era professora. No início, sentia-me<br />

nesta nova profissão como quem sai à rua<br />

com o desconforto de vestir um fato que<br />

não lhe pertence. Quando entrava numa<br />

escola, sentia-me mais professora do que<br />

inspetora e, frequentemente, os meus<br />

alunos povoavam os meus sonhos.<br />

Enquanto a empregada preenchia o formulário,<br />

veio-me à memória aquele dia nebuloso<br />

de inverno, em que, numa arrecadação<br />

poeirenta de uma escola, adquiri a minha<br />

identidade profissional. Investigava um<br />

caso relacionado com irregularidades financeiras.<br />

Ao retirar uma pasta volumosa de<br />

uma prateleira, reparei num pequeno papel<br />

que caiu aos meus pés. Dobrei-me para o<br />

apanhar e vi que se tratava de um pedaço<br />

de uma folha de caderno de linhas com<br />

duas frases escritas, numa caligrafia esborratada<br />

de alguém quase analfabeto:<br />

«senhor P. Manuel, peço-lhe, por favor, que<br />

deixe a minha filha, Rosa Ramalho, do 5.º<br />

G, almoçar aí na escola, porque eu já não<br />

tenho comida para ela levar para aquecer<br />

e não posso pagar os 4€ do almoço»*. Ao<br />

ler esta frase, o ritmo das minhas pulsações<br />

disparou. Identifiquei de imediato<br />

aquele nome, tinha-o lido, momentos<br />

antes, numa lista de alunos integrados no<br />

escalão A dos auxílios económicos que o<br />

Ministério da Educação prestava às crianças<br />

carenciadas daquele colégio com contrato<br />

de associação. Com o decorrer do<br />

processo, vim a perceber que aquele não<br />

era um caso único.<br />

A legalidade e a justiça foram repostas, dali<br />

para a frente, mas nada compensou a<br />

angústia e o desespero daquela mãe. A<br />

minha crença inabalável na bondade intrínseca<br />

do ser humano também ficou abalada.<br />

Mas, se uma parte da minha ingenuidade<br />

se perdeu, ganhei uma nova perspetiva<br />

da realidade e senti que podia fazer a<br />

diferença, ainda que pequena, para ajudar<br />

a equilibrar a balança da senhora de olhos<br />

vendados.<br />

Estou com sorte, captei a atenção da<br />

empregada, pensei, ao vê-la desviar os<br />

olhos do monitor: Inspetora da educação?<br />

© Inspeção-Geral da Educação e Ciência (<strong>IGEC</strong>)<br />

Av. 24 de Julho, 136<br />

1350–346 LISBOA<br />

Tel.: 213 924 800 / 213 924 801<br />

Fax: 213 924 950 / 213 924 960<br />

e-mail: igec@igec.mec.pt<br />

URL: http://www.ige.min-edu.pt<br />

Nem sabia que isso existia. Faz exatamente<br />

o quê? Como estou com pressa, dou-lhe<br />

a versão mais curta: no início do ano<br />

vamos verificar os horários dos alunos,<br />

durante o ano, investigamos queixas dos<br />

pais ou até mesmo dos professores e<br />

temos muitas outras atividades, incluindo a<br />

avaliação de escolas. Remato, já com o<br />

saco das compras na mão. Avaliação de<br />

escolas? Estou tramada, esta é mesmo<br />

curiosa e eu nunca mais vou sair daqui.<br />

Sim, analisamos os resultados dos alunos<br />

da escola que estamos a avaliar e vários<br />

aspetos do seu funcionamento e, em função<br />

de determinados parâmetros, atribuímos<br />

uma classificação. Espero que esta<br />

breve explicação a satisfaça, já começo a<br />

ficar atrasada. Ah! Que interessante, sabe,<br />

eu tenho um filho que anda num colégio e<br />

está a terminar o 6.º ano, mas as coisas<br />

estão tão más que vou ter que mudá-lo<br />

para uma escola pública. Então eu posso<br />

saber como são as escolas da zona onde<br />

moro? Pode, a Inspeção-Geral da Educação<br />

já avaliou todas as escolas e pode ver na<br />

internet. Tem aí uma caneta e um papel?<br />

Posso dar-lhe o endereço para consultar a<br />

nossa página eletrónica. Escrevo algumas<br />

informações suplementares para a guiar na<br />

procura, uma vez que a informação disponibilizada<br />

está por anos letivos e não por<br />

escola, e despeço-me com um sorriso do<br />

tamanho do meu contentamento.<br />

Quando é necessário preencher um formulário<br />

e me perguntam a profissão, respondo<br />

inspetora, sem hesitações, nem rubores.<br />

Faço uma pausa e acrescento da educação.<br />

Para mim, o acrescento faz toda a<br />

diferença.<br />

* Nomes fictícios.<br />

Entradas e Saídas<br />

Entre 1 de janeiro e 31 de março de 2013<br />

Entradas<br />

Por cessação de comissão de serviço<br />

ANTÓNIO MARIA LOURO ALVES (Inspetor,<br />

regresso, após cessação da comissão<br />

de serviço como Diretor de Serviços de<br />

Planeamento e Gestão da Rede da ex-<br />

Direção Regional de Educação do<br />

Alentejo, para a Equipa Multidisciplinar<br />

da Área Territorial do Alentejo e Algarve,<br />

2 jan.)<br />

Por mobilidade interna<br />

ANA SOFIA CÔRTE-REAL ALVES DA COSTA<br />

(Inspetora, da Inspeção-Geral da Agricultura,<br />

do Mar, do Ambiente e do<br />

Ordenamento do Território para a Equipa<br />

Multidisciplinar de Auditoria e Controlo<br />

Financeiro, 1 jan.)<br />

Saídas<br />

Por mobilidade interna<br />

ANTÓNIO DE ALMEIDA MONTEIRO (Técnico<br />

Superior, por consolidação da mobilidade<br />

interna, para a Direção-Geral da<br />

Educação, 1 fev.)<br />

RUI MANUEL LEONARDO DA SILVA (Técnico<br />

Superior, da Divisão de Aprovisionamento,<br />

Contabilidade e Património<br />

para a Direção-Geral da Administração<br />

Escolar, por mobilidade interna, 6 fev.)<br />

Por aposentação<br />

JOAQUIM ANTÓNIO GAGO PACHECO<br />

(Inspetor, da Equipa Multidisciplinar da<br />

Área Territorial de Inspeção do Alentejo<br />

e Algarve — EMAA, 1 fev.)<br />

JOSÉ MATIAS GUARDADO RODRIGUES DA<br />

SILVA (Inspetor, da Equipa Multidisciplinar<br />

de Auditoria e Controlo Financeiro,<br />

1 fev.)<br />

LUÍS MANUEL PEREIRA CORREIA BARREGÃO<br />

(Inspetor, da EMAA, 1 fev.)<br />

MARIA MANUELA ALMEIDA (Assistente<br />

Técnica, da EMAA, 1 mar.)<br />

Transferências Internas<br />

para a Equipa Multidisciplinar de Auditoria<br />

e Controlo Financeiro (EMAF)<br />

ADELINO MANUEL FERNANDES DA SILVA<br />

(Inspetor, da Equipa Multidisciplinar da<br />

Área Territorial do Norte — EMN, 1 jan.)<br />

BERTA MARIA MATOS VASCONCELOS RIBEIRO<br />

CORREIA (Inspetora, da EMN, 1 jan.)<br />

GUILHERMINO COIMBRA VELOSO (Inspetor,<br />

da EMN, 1 jan.)<br />

JOÃO MANUEL DO ESPÍRITO SANTO ROCHA<br />

PINTO (Inspetor, da EMN, 1 jan.)<br />

RUI BORGES DOS REIS CARRACENA<br />

(Inspetor, da EMN, 1 jan.)<br />

RUI MANUEL PETRUCCI SOUSA (Inspetor, da<br />

EMN, 1 jan.)<br />

VÍTOR MANUEL SANTOS DO VAL (Inspetor,<br />

da EMN, 1 jan.)<br />

CARLOS ALBERTO BRANCO BARATA<br />

(Inspetor, da Equipa Multidisciplinar da<br />

Área Territorial do Centro — EMC, 1 jan.)<br />

DANIEL MANUEL SOUSA SANTOS (Inspetor,<br />

da EMC, 1 jan.)<br />

JOAQUIM JOSÉ SILVA PINTO PROENÇA<br />

(Inspetor, da EMC, 1 jan.)<br />

FERNANDO JOSÉ DA COSTA RIBEIRO<br />

(Inspetor, da Equipa Multidisciplinar da<br />

Área Territorial de Lisboa e Vale do Tejo<br />

— EML, 1 jan.)<br />

JOSÉ DA SILVA SANTOS (Inspetor, da EML,<br />

1 jan.)<br />

MARIA JOSÉ DA SILVA BUGIA FONSECA<br />

(Inspetora, da EML, 1 jan.)<br />

FERNANDO MANUEL GUERREIRO COELHO<br />

(Inspetor, da Equipa Multidisciplinar da<br />

Área Territorial do Alentejo e Algarve —<br />

EMAA, 1 jan.)<br />

GRAÇA MARIA MARQUES LOUREIRO FERNAN-<br />

DES (Inspetora, da EMAA, 1 jan.)<br />

ISABEL DA CONCEIÇÃO GONÇALVES<br />

(Inspetora, da EMAA, 1 jan.)<br />

JOSÉ MATIAS GUARDADO RODRIGUES DA<br />

SILVA (Inspetor, da EMAA, 1 jan.)<br />

LUÍS PAULO MAMEDE DE CARVALHEIRA<br />

ALMEIDA (Inspetor, da EMAA, 1 jan.)<br />

Coordenação: <strong>IGEC</strong> — Divisão de Comunicação e Documentação (DCD)<br />

Colaboração: Ana Serra, Cristiana Gomes, Eliandro Silva, Helder Guerreiro, João<br />

Ramalho, Jorge Morais, Paulo J. S. Barata, Sara Saraiva e Tânia Oliveira.<br />

Depósito Legal: 74 840/94<br />

ISSN: 0872-3192

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