Luís Fernando Paroli Santo: Integração e agilidade nos ... - Furnas

ENTREVISTA
4 Revista FURNAS - Ano XXXIV - Nº 356 - Setembro 2008
LUÍS FERNANDO PAROLI SANTOS
INTEGRAÇÃO
e agilidade nos processos
da Empresa
texto Maria Fernanda Morais
Com 36 anos, Luís Fernando Paroli Santos, diretor
de Gestão Corporativa (DG), é o mais jovem
integrante da Diretoria de FURNAS. Formado em
Ciências de Computação e Análise de Sistemas pela
PUC-MG, com larga experiência em Consultoria para
empresas públicas e privadas nas áreas de tecnologia
e administração, Paroli já se diz “apaixonado pela
Empresa”. Nesta entrevista à Revista FURNAS, ele
lista suas percepções sobre a Empresa nestes três
meses de gestão e as principais dificuldades a enfrentar
na DG.
Quais as suas considerações ao assumir a
pasta da DG? Já é possível fazer um balanço
destes três meses de gestão?
Vários são os desafios. O primeiro foi enfrentar a
decisão judicial de demitir os 1.800 profissionais
terceirizados que temos na Empresa, um problema difícil
de ser enfrentado assim que você chega. Mas, para meu
conforto, encontrei aqui em FURNAS os melhores profissionais
do setor elétrico. Inclusive, há o reconhecimento de
que esses profissionais têm uma capacidade de transformar
esta Empresa. São eles que fazem de FURNAS a maior
empresa do Sistema Eletrobrás.
O senhor já comentou que os principais
desafios que enfrentará na DG são a
implantação do Sistema de Gestão Integrada
(ERP), a concretização do Planejamento
Foto: José Lins
Estratégico e a gestão de pessoas. Com
relação ao ERP, qual o estágio atual de
implantação?
Estamos com o processo licitatório em andamento,
analisando se as propostas das empresas atendem plenamente
ao edital de licitação, e trabalhando em conjunto
com a Consultoria Jurídica para ter a segurança máxima
de que seremos bem-sucedidos nessa contratação.
Quais serão os benefícios dessa nova
ferramenta para as atividades da Empresa?
O ERP permitirá a FURNAS atuar com maior
competitividade no mercado de energia elétrica. Esta
ferramenta possibilitará o acesso às informações de forma
mais ágil, controles internos mais eficazes e indicadores
mais eficientes. Hoje, a Empresa conta com mais de 40
sistemas de armazenamento de dados. O ERP faz com que

“
Encontrei aqui os melhores
profissionais do setor elétrico.
São eles que fazem de
FURNAS, a maior Empresa
do Sistema Eletrobrás”.
todas as informações fiquem concentradas, de forma
muito mais confiável, segura e quase em tempo real,
o que facilita qualquer tomada de decisão.
E com relação ao Planejamento Estratégico?
O Planejamento Estratégico já foi formulado, com
a participação dos gerentes, do corpo técnico da Empresa
e com o apoio de consultoria externa. O Conselho
de Administração recomendou que o projeto fosse
apresentado primeiro à Eletrobrás, durante um
workshop realizado em agosto. Agora, será submetido
a deliberação do Conselho de Administração para, em
seguida, ser implantado com o apoio e a chancela da
Eletrobrás.
Uma parcela significativa do corpo funcional
de FURNAS é de contratados. Que
encaminhamento sua gestão dará a este
assunto?
Quando assumi a DG, para cumprir uma decisão
judicial, eu tinha 30 dias para demitir todos os contratados
da Empresa. É uma insegurança que os contratados
não merecem viver, um dia estar trabalhando, ter
emprego e, no outro, estar de aviso prévio sem saber.
A única saída era negociar com o Ministério Público
Federal (MPF). Após muita negociação, o MPF aceitou a
proposta de FURNAS, de fazer essa renovação no espaço de
cinco anos, desde que a Empresa flexibilizasse a porcentagem.
Esse acordo resultou na proposta final - a substituição
de 20% dos contratados até o final de 2009; 15% em 2010;
15% em 2011; 25% em 2012; e 25% até o final de 2013.
Além disso, estamos trabalhando para que a multa
indenizatória, que chega perto de R$ 3 milhões, seja revertida
para a recolocação dessas pessoas no mercado de
trabalho. Vamos ainda, promover novos concursos.
Há um projeto de fazer com que a DG
centralize todas as aquisições e compras
da Empresa. Os custos com os processos
serão reduzidos?
Não tenho dúvidas quanto a isso. Estamos implantando
um novo método de compra que é o Sistema de
Registro de Preços (SRP), no qual se realiza uma única
licitação e as empresas registram, em ata, o preço dos
materiais e serviços que serão fornecidos, durante um
prazo determinado. Por exemplo: faço uma licitação,
peço a quantidade que preciso e, se houver uma nova
necessidade, no espaço de tempo estabelecido, peço
mais. É como se eu tivesse o produto na prateleira. Já
assumimos licitações de quase todas as diretorias e
estamos conseguindo fazer um bom trabalho.
O senhor pretende estudar soluções para
flexibilizar a Lei 8.666, facilitando os
processos de gestão de FURNAS, como fez
a Petrobrás?
Certamente. Já existe um trabalho, do Grupo
Eletrobrás, para que todas as empresas possam obedecer
à mesma legislação que a Petrobrás. Nós temos
os melhores profissionais, o conhecimento do setor
elétrico está com a gente. Mas se precisarmos disputar
com uma empresa privada, que não é regida pela
Lei 8666 e agiliza seus processos, obviamente não
conseguiremos competir em igualdade de condição.
Qual a sua opinião sobre o Plano de
Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR)
da Empresa?
O diretor de Administração da Eletrobrás, Miguel
Colasuonno, está tentando unificar todo o PCCR do
Grupo Eletrobrás. É um plano ousado, corajoso e
importante. Considero uma grande oportunidade discutirmos
as melhorias sugeridas pela Superintendência
de Recursos Humanos, observadas pelas entidades
sindicais, e levar nossas experiências para a Eletrobrás.
Evoluiremos muito nessa questão. E quero tranqüilizar
o movimento sindical: assim que tivermos um
esboço desse plano, faremos uma reunião e todos
serão ouvidos.
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